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CURSO DE PSICOLOGIA

Centro de Formação de Psicólogos

3ºRelatório de Estágio Supervisionado


Ênfase: Educação

Área: Processos educativos

Docente Supervisor: Profª Drº Elaine Teresinha Dal Mas Dias

Discente Estagiário: Anderson Santos de Jesus R.A 914113947

Data: 12/09/2016

Descrição de atividade realizada:

Para o dia 12 de setembro foi proposto pela supervisão a elaboração de um caso para
que fosse estudado em grupos sobre as hipóteses de sintomas em torno do TDAH ,assim como
os critérios diagnósticos, que teve a duração de aproximadamente 2 horas. A atividade teve
como objetivo contribuir com informações para o desenvolvimento do assunto abordado e ao
finalizarmos, recomendou-se a elaboração da escrita com as impressões pessoais e articulação
do texto estudado.

Impressões Pessoais:

Não Compareceu no Estagio nesta data.


Articulação teórica

Juliana (nome fictício) tem 14 anos e foi encaminhada à avaliação psicológica porque há 1
(um) ano tem apresentado dificuldade de se concentrar e ter foco nas atividades escolares.
Costuma não compreender as lições apresentadas em sala de aula e, por isso, não consegue
realizar adequadamente exercícios e provas na escola. Os professores têm desconfiança de que
a menina possa ter TDAH ou Dislexia. Além disso, seus pais estão em processo de separação e
brigam muito, ocorrendo inclusive agressões físicas e ameaças. A paciente relata observar esses
momentos e ficar profundamente preocupada com o que poderia acontecer com os dois
enquanto não está em casa. Ela demonstra também ter muito medo de seu pai, incluindo
sintomas persecutórios. Por fim, percebe-se que seus pensamentos, mesmo quando com amigos
e colegas, está direcionado a sua casa, já que seus pais costumam ficar muito tempo sozinhos e
brigarem constantemente.
Normalmente, a escola e alguns profissionais costumam prestar mais atenção às dificuldades
escolares sem investigar a história de vida do paciente e outros detalhes que pudessem indicar
outros diagnósticos possíveis. Scherbaum (2008), citando Fernández, aponta que o problema
de aprendizagem, identificado popularmente como “fracasso escolar”, é sintoma de algo maior,
podendo estar relacionado a dificuldades de relacionamento na escola e em casa. Esse
apontamento pode ser percebido no caso de Juliana, que a escola havia identificado suas
dificuldades de aprendizagem como TDAH, sem ao menos terem investigado melhor. É
possível perceber que a sua dispersão e dificuldade de compreender o conteúdo pode ter
origem afetiva e não neurocognitiva. A mesma autora, citada acima, identifica que, além de
fatores individuais, devemos levar em consideração também questões psicossociais para não
ocorrer o que normalmente ocorre: culpabilizar apenas uma das partes do processo de
aprendizagem. Isso não significa dizer que essa hipótese deva ser descartada, mas sim que não
deveria ser a única a ser levada em consideração no momento de se compreender o que
acontece com um aluno com dificuldade. Essa questão também é descrita por Caliman (2010),
quando aponta que nossa cultura costuma identificar no indivíduo problemas que normalmente
estão fora dele.
Todas essas questões apresentadas acima podem nos ajudar a compreender outros pontos
presentes no caso de Juliana. Trazida ao atendimento psicológico com suspeita de TDAH e
Dislexia por conta de suas dificuldades na aprendizagem, o que indica que a escola apenas
centrou a construção de sua hipótese na aluna, esquecendo-se de investigar fatores
psicossociais que poderiam nos ajudar a perceber que sua demanda está relacionada a fatores
afetivos e familiares.
Para terminar, é importante diferenciar alguns termos apresentados no texto: síndrome é a
reunião de conjuntos de transtornos; transtornos são conjunto de sintomas e sinais e identificam
alterações no psiquismo ou organismo que incluem critérios em comum para serem
diagnosticados; sintomas persecutórios são ideias ou fantasias de perseguição relacionados a
alguém específico e costumam provocar medo e angústia.

Referências
CALIMAN, L. V. Notas sobre a História Oficial do Transtorno do Déficit de
Atenção/Hiperatividade TDAH. Psicologia: ciência e profissão, v. 30, n. 1, pp. 46-61, 2010.
SCHERBAUM, C. O fracasso escolar e a psicologia: repensando o papel do psicólogo em
relação à queixa escolar. Tese de Mestrado. UNIJUÍ: Rio Grande do Sul, 2008.

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