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Programa de Pós-Graduação em Administração – PPGA/UFCG

Disciplina: Teoria das Organizações Prof.º Gesinaldo Ataíde, Dr.


Discente: Rodrigo Ribeiro Data: 26/02/2019

MORGAN, Gareth; BERGAMINI, Cecília Whitaker; CODA, Roberto. Imagens da


organização. São Paulo: Atlas, 1996..
Resumo: Imagens da Organização
Introdução
Esta obra busca, de forma interdisciplinar, analisar o funcionamento das
organizações por meio de metáforas, a fim de ampliar a percepção do pesquisador, devido
às suas múltiplas interpretações, tornando possível encontrar novas formas de organizar
e solucionar problemas organizacionais.

A Mecanização assume o comando: as organizações vistas como máquina


Nesta metáfora, as organizações são vistas como máquinas e seus processos são
operacionalizados forma eficiente, rotineira e previsível, buscando garantir a diminuição
de riscos e a racionalidade, padronização e burocratização destes processos. Além disso,
estas organizações possuem dificuldade de adaptação a mudanças, o que as tornava
inaptas a ambientes inovadores. Focados em objetivos, os mecanicistas acreditam que as
organizações efetivamente funcionam somente quando a máquina (e suas engrenagens)
funciona bem, traduzindo assim sua inflexibilidade na forma de gerenciamento. Aqui, os
administradores exerciam controle sobre as pessoas e suas atividades, tornando-os
submissos às maquinas.

A natureza entra em cena: as organizações vistas como organismos


Ao comparar as organizações como organismos, Morgan busca apresentar uma
oposição ao pensamento mecanicista, focada na sobrevivência, na adaptação e nas
relações entre ambiente e eficácia organizacional, esta metáfora busca refletir os
problemas inerentes às organizações mecanicistas. Os estudos de Elton Mayo e Maslow
sobre as necessidades sociais no âmbito das organizações contribuíram para que as
organizações passassem a ser vistas como ambientes socialmente construídos. A teoria
da contingencia e o conceitos de sistemas abertos foram os grandes marcos desta
metáfora. Ademais, diferentemente da mecanização, aqui os funcionários passam a ter
mais autonomia. Apesar das inúmeras contribuições, uma das maiores críticas desta é
metáfora é o risco dela se tornar uma ideologia.

A caminho da auto-organização: as organizações vistas como cérebros


Esta metáfora apresenta a organização como um sistema cognitivo, focado no
processamento de informações e conhecimento, que permite a flexibilidade e o exercício
da criatividade, diferente do que ocorria na metáfora das máquinas. As organizações
como cérebro através da auto-organização holográfica priorizam a inteligência
organizacional para atender com cenários de inovação, a fim de promover as capacidades
cognitivas, holísticas e criativas, buscando assim ir além da racionalidade comumente
encontrada em organizações tradicionais.

A criação da realidade social: as organizações vistas como culturas


A metáfora da cultura valoriza os fatores endógenos e exógenos que
fundamentalizam as ideias, crenças, normas e valores geralmente embasados pelos
pensamentos do proprietário ou fundador da sustentam as organizações numa visão
difundida para todos os atores organizações. A linguagem corporativa inerente desta
metáfora exige que as organizações possuam formas inovadoras de gerenciamento, visto
Programa de Pós-Graduação em Administração – PPGA/UFCG
Disciplina: Teoria das Organizações Prof.º Gesinaldo Ataíde, Dr.
Discente: Rodrigo Ribeiro Data: 26/02/2019

que organizações possuem especificidades, convicções e culturas únicas. A metáfora


cultural também valoriza as práticas sociais e dá a devida atenção aos aspectos humanos.

Interesses, conflitos e poder: as organizações vistas como sistemas políticos


Na metáfora política as atividades organizacionais são moldadas por interesses,
conflitos e poder e seus objetivos não beneficiam a todos os atores envolvidos. Aqui não
ocorre neutralidade na administração, a racionalidade gerencial é sempre política. O
discurso dos administradores geralmente é autocrático e hierarquizado. As relações de
poder, dominação e controle são determinantes, ou seja, esta metáfora ajuda a
desmascarar a visão romântica da organização, ela vem afirmar que sempre haverá um
jogo de interesses entre os agentes organizacionais.

Explorando a caverna de Platão: as organizações vistas como prisões psíquicas.


Devido ao excesso de racionalidade comumente encontrada nas metáforas
anteriores, Morgan propõe a libertação das organizações perante as prisões psíquicas
constituídas de forma consciente ou não, nas quais as pessoas acabam se tornando
prisioneiras de seus próprios pensamentos, ideias, crenças e preocupações. Essa metáfora
contribuiu para o entendimento das complexidades organizacionais, mas não ofereceu
soluções para os demais problemas das organizações.

Revelando a lógica da mudança: as organizações vistas como fluxo e transformação


Essa metáfora revela que indivíduos e organização podem escolher o tipo de
autoimagem que irá guiar suas ações e delinear seu futuro. Considera também as
organizações se adaptam e se transformam em conjunto com seu meio ambiente.
Outro ponto importante é que essa metáfora contribui para a compreensão das
organizações na esfera social. Aqui a percepção de mudança é sempre tardia e feita
para analisar o passado e não prever o futuro, as relações entre o mundo e a
realidade são baseadas nas diferentes lógicas de mudanças fundamentadas pelas
teorias de Bohm e Heráclito.

A face repugnante: as organizações vistas como instrumentos de dominação


Aqui as organizações são vistas como forma de dominação e exploração, esta
metáfora mostra os administradores usam seus funcionários para atingir seus objetivos.
A hierarquização de poder imposta pelos superiores retrata o modo como a organização
impõe sua verdade aos seus empregados, entretanto o impacto negativo desta metáfora e
reflexo do excesso racionalidade nas ações tomadas durante o desenvolvimento
organizacional. Porém, para que a mudança social nas organizações ocorra, estas
desigualdades e o excesso de exploração expressos nesta metáfora precisam ser evitados.

Considerações finais
Os capítulos finais tratados nesta obra, mostram na prática das metáforas citadas
anteriormente e explicitam a pluralidade de suas aplicações, bem como suas implicações
no mundo organizacional, assim, no capítulo 10, o autor narra sobre as diferentes formas
de refletir e analisar as organizações e como elas podem influenciar para a compreensão
das múltiplas situações inerentes ao mundo organizacional. Por fim, Morgan, com o uso
das metáforas, retrata, de maneira interdisciplinar, as formas de enxergar as organizações
em diferentes contextos. Assim, esta imersão no mundo das metáforas, proporciona a nós,
estudantes e pesquisadores, a possibilidade de interpretarmos as organizações em
diversos cenários e estruturas.

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