Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
MIGRAÇÃO E GÊNERO:
Teorias, perspectivas e Feminização da Migração
Belo Horizonte
2018
MIGRAÇÃO E GÊNERO:
Teorias, perspectivas e Feminização da Migração
Paula Dias Dornelas1
1
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da UFMG e bolsista CAPES/Proex.
Pós-graduanda em Cidadania e Direitos Humanos no Contexto das Políticas Públicas, pela PUC
Minas, e graduada em Comunicação Social/ Jornalismo pela UFMG.
1. INTRODUÇÃO
Nessa perspectiva analítica, forte nos anos 1970, a questão das mulheres é
invisibilizada. Os migrantes são vistos como um grupo homogêneo, sem considerar
que aspectos como classe, raça e gênero podem influir e atuar no processo.
Segundo Lee (1996), citado por Boyd e Grieco (2003), nas perspectivas
neoclássicas, as mulheres não eram vistas como autônomas nos processos
migratórios, devido à ideia de que tinham menor qualificação para o mercado de
trabalho ou que seriam dependentes dos homens migrantes.
Outras escolas de estudo se desenvolveram a partir dessas, como a
Estruturalista (Wallerstein, 1974). A ênfase, nesse caso, permanecia no viés
econômico, voltada, principalmente, para as migrações laborais. Para os
estruturalistas, o fenômeno migratório está inserido no sistema econômico
internacional e, diferentemente da perspectiva neoclássica, o deslocamento não é
uma agregação de preferências individuais, mas um produto de estruturas sociais e
econômicas que dão condições para que as pessoas saiam de seus países e
migrem em busca de trabalho (GOS; LINDQUIST, 1995).
Pela Teoria do Mercado Dual de Trabalho, a motivação por migrar não parte
de um indivíduo, mas sim de uma demanda – das sociedades industrializadas – por
trabalho. O foco, além disso, é na inserção dos migrantes no mercado de trabalho
Para explicar os pressupostos da teoria, Massey e colaboradores (1993) citam Piore
(1979), principal autor que defende esse ponto de vista. Para ele,
Uma "rede migratória" não se confunde com redes pessoais. Essas redes
precedem a migração e são adaptadas a um fim específico: a ação de
migrar. Quando suas singularidades dependem da natureza dos contextos
sociais que ela articula, uma rede migratória é, também, um tipo específico
de rede social que agrega redes sociais existentes e enseja a criação de
outras: portanto, consiste em "uma rede de redes sociais". Por fim, uma "rede
migratória" implica origem e destino - isto é: recortes territoriais, países,
estados, microrregiões, municípios, cidades, etc. que se articulam por
intermédio de fluxos migratórios. (SOARES; RODRIGUES, 2005, p. 66)
3. MIGRAÇÃO E GÊNERO
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
ABSTRACT
This paper aims to discuss the migratory phenomenon, with emphasis on the
process of Feminization of Migration and the relevance of the gender approach to
think about population displacements. Through a bibliographical review, the article
exposes the main theories and approaches that deal with international migration, in
an attempt to evaluate how the issue of women has been and is being theorized in
the literature on the subject. In addition, the paper addresses some cross-cutting
issues that permeate the experience of migrants in the destination country, such as
job placement, since work is a structuring part of sociability. In this sense, it is
understood that there are differences in the migratory experiences of men and
women, which puts them, in general, in situations of greater vulnerability. In an
intersectional perspective, the proposal is also to reflect on how the issue of gender
and its articulation with other categories, such as race, class and ethnicity can be
mobilized to think about migration and the insertion of these women in the labor
market.
REFERÊNCIAS
ILO. World Employment and Social Outlook: Trends for women 2017.
International Labour Office – Geneva: 2017.
PIERSON, Paul. When effect becomes cause: policy feedback and political
change. World Politics, Cambridge University Press, v. 45, n. 4, p. 595-628, 1993.