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Educação Literária
A (70 pontos)
En Vigo, no sagrado1,
Bailava corpo delgado:
amor ei!
Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.
1
adro da igreja.
2
senão.
1
PALAVRAS 10
B (30 pontos)
O humor
Três grandes teorias procuraram, ao longo dos séculos, explicar o riso e o humor. A
primeira, que foi dominante durante cerca de dois mil anos (Platão até Thomas Hobbes), é a
chamada teoria da superioridade. Diz, em traços gerais (que são os únicos traços que o meu
entendimento costuma ser capaz de compreender), que o riso é a manifestação de um sentimento
de superioridade sobre os outros. No diálogo Filebo, Sócrates explica a Protarco que nos rimos
de quem procede como se interpretasse às avessas o conselho inscrito no Templo de Apolo, em
Delfos. Ou seja, rimo-nos daqueles que se desconhecem a si mesmos. São ridículos todos os que
julgam ser mais ricos, mais belos e mais virtuosos do que são. Ora, uma vez que a ignorância é
má, e tendo em conta que o riso proporciona prazer, quando rimos da ignorância dos outros
experimentamos um comprazimento com aquilo que é mau – o que faz do ato de rir um
comportamento eticamente problemático.
Aristóteles acredita, como Platão, que o riso é essencialmente motivado pelo escárnio e
resulta da constatação da nossa superioridade sobre os outros. Na Poética não há muito mais
sobre o tema do que aquela frase célebre segundo a qual a comédia é a imitação de pessoas
piores do que a média. Em Ética a Nicómaco, o filósofo acrescenta uma ideia que reforça a
associação do riso à agressividade. Diz ele: uma piada é um tipo de ofensa e, uma vez que a lei
proíbe certos insultos, talvez devesse proibir também certas piadas.
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PALAVRAS 10
Muitos séculos mais tarde, Thomas Hobbes cunharia uma expressão famosa: “sudden
glory”. “Glória súbita é a paixão que produz as caretas chamadas riso.” Ambas as palavras são
importantes: “glória”, porque lembra a existência de um elemento essencial de surpresa. Toda a
gente que já ouviu duas vezes a mesma anedota sabe que a primeira experiência é irrepetível.
Fernando Pessoa dizia que a maior desgraça da sua vida era não poder voltar a ler os Cadernos
de Pickwick, de Dickens, pela primeira vez.
Ricardo Araújo Pereira, A doença, o sofrimento e a morte entram num bar, Lisboa: Tinta da China, 2016, pp. 16-17.
5. O narrador refere que o ato de rir pode ser um comportamento eticamente problemático
(A) porque muitas vezes nos rimos da insciência dos outros.
(B) uma vez que estamos sempre a rir-nos da falta de ignorância dos outros.
(C) visto que temos prazer no mal dos outros.
(D) porque brincamos com a felicidade alheia.
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PALAVRAS 10
O Galego-Português
O Galego-Português era a língua falada na faixa ocidental da Península Ibérica até
meados do XIV. Derivado do Latim, surgiu progressivamente como uma língua distinta
anteriormente ao século IX, no noroeste peninsular. Neste sentido, poderemos dizer que, mais do
que designar uma língua, a expressão Galego-Português designa concretamente uma fase dessa
evolução, cujo posterior desenvolvimento irá conduzir à diferenciação entre o Galego e o
Português atuais. Entre os séculos IX e XIV, no entanto, e com algumas pequenas diferenças
entre modos de falar locais, a língua falada ao norte e ao sul do rio Minho era sensivelmente a
mesma. E nem mesmo as fronteiras políticas que por meados do século XII se foram
desenhando, e que conduziram à formação de um reino português independente ao sul, parecem
ter afetado imediatamente esta unidade linguística e cultural, cujas origens remontam à antiga
Galiza romano-gótica. Da mesma forma, a extensão do novo reino português até ao extremo
sudoeste da Península (que se desenrola, até 1250, ainda no movimento da chamada reconquista
cristã), é um processo que pode ser entendido, nesta primeira fase, como um alargamento natural
desse espaço linguístico e cultural único. Assim, como escreve Carolina Michaëlis de
Vasconcelos, comentando este sentido alargado que dá ao termo Galego-Português: “Tal
extensão de sentido justifica-se pela uniformidade da língua desde o extremo da Galiza até ao
extremo do Algarve, apenas com algumas variantes provinciais, dentro de um tipo comum; e
também pela grande semelhança de modos de viver, sentir, pensar, poetar – uniformidade e
semelhança que falam eloquentemente a favor da afinidade primitiva de lusitanos e galaicos”.
Na verdade, pode dizer-se que, paralelamente à independência do reino de Portugal, é a
progressiva e lenta deslocação do centro político da Hispânia cristã do noroeste galego-leonês
para Castela (nomeadamente após a conquista de Toledo em 1085 e, posteriormente, a conquista
de Sevilha em 1248) que conduzirá gradualmente à rutura desta unidade, ao potenciar o
desenvolvimento das duas línguas que mais imediatamente correspondiam a entidades políticas
autónomas, o Português e o Castelhano. A partir desse momento, que poderemos situar, de forma
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PALAVRAS 10
Bom trabalho!