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A antítese é uma associação de ideias contrárias por meio da aproximação de palavras e/ou
expressões com sentidos opostos e que contrastam entre si.
Observe os exemplos:
EUFEMISMO
ANTÍTESE
Recurso linguístico que consiste em palavras com sentidos antagônicos na mesma frase
Esse recurso foi muito utilizado durante o Barroco, movimento artístico que predominou entre
os séculos XVI e XVIII, baseado nos contrastes, excessos e dualidades entre fé e razão. Dessa
forma pode-se afirmar que a antítese tem uma importância história significativa.
Mas, antes de compreender suas principais características e aplicação nas frases, é importante
entender o que é uma figura de linguagem e para que serve.
Figuras de linguagem
As figuras de linguagem são mecanismos utilizados na linguagem escrita ou oral e que tem
como objetivo dar uma maior evidência à comunicação ou causar uma interpretação inusitada
por parte leitor. Para isso, muitas vezes é explorado não o sentido literal das palavras, mas
apenas a sua sonoridade.
- Figuras de pensamento: são aquelas que combinam pensamentos e ideias de uma maneira
diferente. Alguns exemplos são o eufemismo, paradoxo, personificação, lilote, gradação,
hipérbole e a antítese.
- Figuras de sintaxe ou construção: possuem uma estrutura gramatical diferenciada visando dar
mais ênfase à frase, como o hipérbato, zeugma, anacoluto, elipse, anáfora, pleonasmo,
polissíndeto e silepse.
- Figuras de som ou harmonia: dão ênfase ao tempo por meio da sonoridade das palavras,
como por exemplo a paronomásia, aliteração, onomatopeia e assonância.
Exemplos de antítese
• “Já estou cheio de me sentir vazio, meu corpo é quente e estou sentindo frio.” (Renato
Russo)
• Residem juntamente no teu peito/um demônio que ruge e um deus que chora.” (Olavo
Bilac)
• “Uma menina me ensinou, quase tudo que eu sei, era quase escravidão, mas ela me tratava
como um rei.” (Renato Russo).
• “Eu presto atenção no que eles dizem, mas eles não dizem nada.” (Humberto Gessinger)
• “Estou acordado e todos dormem, todos dormem, todos dormem”. (Renato Russo)
Boas Novas
Cazuza
Poetas e loucos aos poucos
Cantores do porvir
Balões incendiados
Discursos longos
Senhoras e senhores
Eu vi a cara da morte
Eu vi a cara da morte
E farei
Da hora da partida
Na hora da partida
Senhoras e senhores
Eu vi a cara da morte
Eu vi a cara da morte
Composição: Cazuza
Os dois termos, Amor e fogo, mantêm, cada um, com o seu próprio significado.
Comparação
Comparação
Comparação é uma figura de linguagem caracterizada pela analogia explícita entre termos de
um enunciado, já que conta com a presença de conjunção ou locução conjuntiva comparativa.
Isso já não acontece com a metáfora, que também realiza uma analogia, porém sem a presença
desse tipo de conectivo. Já as símiles híbridas consistem na combinação entre uma
comparação e uma metáfora.
Poema Amor é fogo que arde sem se ver (com Análise e Interpretação)
Laura Aidar Revisão por Laura Aidar Arte-educadora, fotógrafa e artista visual
Amor é fogo que arde sem se ver é um soneto de Luís Vaz de Camões (1524-1580), um dos
maiores escritores portugueses de todos os tempos. O famoso poema foi publicado na
segunda edição da obra Rimas, lançada em 1598.
É um contentamento descontente,
Camões
Eufemismo é uma figura de linguagem que emprega termos mais agradáveis para suavizar uma
expressão.[1]
A palavra “eufemismo” vem do grego eufemísmos, que significa “emprego de uma palavra
favorável no lugar de uma de mau augúrio”. Os vocábulos eu (bem) e femi (falar) dão a ideia de
“falar de maneira agradável”.
Expressões populares têm um caráter cômico, o que pode atender em parte a do eufemismo.
Situações de grande impacto, como a morte, beira o grotesco e a função dessa figura de
linguagem se perde. Um exemplo mais adequado é dizer que o indivíduo “partiu”, ou que
“deixou esse mundo”.
Uso do eufemismo
O eufemismo é utilizado para substituir uma palavra ou um termo tabu ou um conteúdo
delicado e chocante, atenuando o seu sentido. Há graus no uso do eufemismo que variam de
acordo com o quanto ele diminui a intensidade do significado pela substituição feita. Vejamos
o exemplo da notícia de morte:
“Ele morreu.”
Aqui, o verbo “morrer” provavelmente apresenta alta carga negativa para quem recebe a
notícia: é direto, objetivo e está próximo, sonoramente, da palavra (e da ideia de) morte.
“Ele faleceu.”
O verbo “falecer” apresenta exatamente o mesmo significado que o verbo “morrer”, porém, o
uso de uma palavra que não remete sonoramente à palavra “morte” pode ajudar a passar a
notícia de maneira menos abrupta, pelo menos em tese. Apesar de sinônimo, “falecer” é já
considerado um eufemismo.
Nesse outro caso, a expressão “não estar mais entre nós” é ambígua. Pode tratar-se de não se
estar fisicamente no mesmo recinto, de não se estar mais apoiando as mesmas ideias ou, e de
acordo com o contexto, de não se estar mais vivo entre os falantes. Nota-se que foi usada uma
expressão que, novamente, em tese, por ser mais ambígua, leva o interlocutor a conceber aos
poucos a ideia de morte.
Dentro de contextos específicos, como o da publicidade, que precisa veicular tragédias, muitas
vezes opta-se por associar-se texto e imagem, fazendo com que o próprio ouvinte/leitor
complete a mensagem.
Eufemismos também mostram serventia para substituir palavras consideradas de baixo calão
ou impróprias de acordo com algum tabu, ou mesmo para omitir nomes de divindades. Alguns
deles podem ser neologismos, isto é, palavras inventadas somente para a ocasião, em que se
altera uma ou duas letras ou sílabas da palavra original, como puxa, diacho e caramba.
Exemplos de eufemismo
Frase Nota
Nos fizeram varrer calçadas e limpar o que faz todo cão. Em lugar de fezes
Textos Crônicas
Verdades que esqueceram de acontecer
Mário Quintana, em sua doce ironia, dizia que a mentira é uma verdade que esqueceu de
acontecer.
Confesso que, acordando da minha ingenuidade, nascida da minha carência de amor, reagia
com raiva, ressentimento, mágoa, quando percebia ter me deixado levar por uma dessas
verdades. Acredito que o conquistador, o sedutor, realmente acredita nas suas palavras,
quando está no processo de envolver sua vítima. Quando percebe que o jogo está ganho,
continua, correndo o risco de cair na própria armadilha, ou então se afasta, deixando atrás de
si, mais um coração partido.
Com o passar do tempo, refletindo sobre minhas reações, sobre verdades que acreditava
serem reais, mas que esqueceram de acontecer, percebi que fui feliz, enquanto acreditava
nelas. Sentia-me amada. No final das contas, o sedutor, autor das verdades que me fizeram
feliz, provavelmente continua contando suas verdades, que devem estar com a Doença de
Alzeheimer, porque esquecem insistentemente, de acontecer.
E, se ele continua nessa mesma rotina, é porque ainda não encontrou nem seu amor de
verdade, ou seu amor de verdade, também esqueceu de acontecer.
Consoada
Quando a Indesejada das gentes chegar (Não sei se dura ou caroável), talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga: — Alô, iniludível! O meu dia foi bom… Frase de Manuel Bandeira
Consoada
— Alô, iniludível!
A mesa posta,
A ironia (ou antífrase) é uma figura de linguagem utilizada para dizer-se algo por meio de
expressões que remetem propositalmente ao oposto do que se quis dizer. Seu uso é bastante
comum, e esse jogo de sentidos que se ligam pela inversão gera, muitas vezes, um tom de
comicidade ou de deboche, podendo ser um mero gracejo até um discurso mais sarcástico. Por
sua versatilidade, é um recurso estilístico muito comum e usado em diversas possibilidades,
como veremos a seguir.
A palavra ironia vem do grego, eironéia, que significa “dissimulação”. A palavra antífrase
também vem do grego, antiphrasis, que significa “expressão contrária”. Assim, é possível
perceber-se o efeito do uso da ironia, certo?
Tipos de ironia
É comum distinguir a ironia com base em suas fontes, tendo dois tipos: a ironia verbal
(também chamada de ironia instrumental), cuja fonte é o próprio falante que a expressa, e a
ironia observável (também chamada de ironia situacional ou, ainda, de ironia de situação), cuja
fonte não é a mente do indivíduo, e sim a circunstância irônica da realidade.
Ironia verbal
Diz respeito ao discurso irônico, isto é, ao ato de falar-se ou representar-se algo querendo, na
verdade, remeter-se ao seu inverso. Costuma ocorrer de maneira proposital, mas não
necessariamente será percebida pelo interlocutor.
Dentro dessa categoria, encontra-se a ironia oral (fala-se algo com a intenção de expressar-se o
oposto) e também a ironia dramática, presente em obras artísticas, quando leitor,
telespectador ou plateia captam facilmente a ironia do discurso, enquanto as personagens que
o vivenciam, não.
Ironia observável
Esse termo, diferentemente da ironia verbal, remete à ironia presente no campo da ação e da
realidade, ou seja, a situação configura-se irônica por si só (independentemente da fala de
alguém ou de um discurso verbal).
A ironia é um recurso muito utilizado no dia a dia, mas também em obras artísticas. Vejamos
alguns exemplos de seu uso.
“Puxa, que bom que o elevador quebrou! Agora só teremos que subir 12 lances de escada, são
bem poucos.”
Certamente, a pessoa não está feliz por ter que subir 12 lances de escada.
“Que bonito, hein! Que cena mais linda! Será que eu estou atrapalhando o casalzinho aí?!”
As exclamações irônicas cantadas por Naiara Azevedo ao flagrar a traição do marido fizeram
sucesso na abertura da música sertaneja 50 reais.
“Soares olhava para Camilo com a mesma ternura com que um gavião espreita uma pomba.”
Esse trecho do conto “O parasita azul”, de Machado de Assis, mostra por que o escritor é
conhecido pelo uso frequente da ironia em suas obras, em uma época em que isso não era tão
comum na literatura.
“Foi reforçada a guarda. Construíram uma terceira cerca. As famílias de mais posses, com mais
coisas para serem roubadas, mudaram-se para uma chamada área de segurança máxima. E foi
tomada uma medida extrema. Ninguém pode entrar no condomínio. Ninguém. Visitas, só num
local predeterminado pela guarda, sob sua severa vigilância e por curtos períodos.”
Nesse trecho, o cronista Luís Fernando Veríssimo narra uma situação formulando uma sutil
ironia de que os condôminos, que deveriam estar livres, estão presos para proteger-se de
criminosos que estão livres. A situação por si só seria considerada uma ironia observável, no
entanto, ao narrá-la, o cronista faz uma ironia verbal.
Com esses exemplos, podemos ver que a ironia pode ser utilizada nos mais diversos contextos,
sendo popular em diversas épocas. Portanto, seria irônico dizer que essa figura de linguagem
não é nada importante para o nosso idioma.
Leia também: Metáfora – figura de linguagem que apresenta uma comparação implícita
Exercícios resolvidos
Questão 1 – (Fuvest)
Gregório de Matos
*louvor **grande
Tipo zero
Noel Rosa
O soneto de Gregório de Matos e o samba de Noel Rosa, embora distantes na forma e no
tempo, aproximam-se por ironizarem
Resolução
Alternativa C. O soneto começa afirmando que fará louvores a alguém, entretanto, o eu lírico
passa todo o poema sem tecer um elogio sequer, ironizando o fato de não haver elogios a
serem feitos. Do mesmo modo, o samba fala sobre um “tipo que ninguém esquece” e que é
“destacado” para, ao final, revelar que se trata de um “tipo desclassificado” e “esgotado”. Nos
dois casos, há ironia ao destacar-se a falta de qualidades daqueles que ganharam um soneto e
um samba em sua homenagem, ou seja, a singularidade de seu caráter nulo.
Questão 2 – (Unesp)
Os donos da comunicação
O que também é muito justo porque os donos da comunicação são seres lá em cima. Basta ver
o seguinte: nós, pra sabermos umas coisinhas, só sabemos delas pela mídia deles, não é
mesmo? Agora vocês já imaginaram o que sabem os donos da comunicação que só deixam sair
10% do que sabem? Pois é; tem gente que faz greve, faz revolução, faz terrorismo, todas essas
besteiras. Corajoso mesmo, eu acho, é falar mal de dono de comunicação. Aí tua revolução fica
xinfrim, teu terrorismo sai em corpo 6 e se você morre vai lá pro fundo do jornal em quatro
linhas.
Millôr Fernandes emprega com conotação irônica o termo inglês society, para referir-se a
Resolução
Alternativa E. O termo society é uma referência ao termo em inglês high society, que significa
alta sociedade. O uso do estrangeirismo remete à presunção dos indivíduos da alta sociedade,
que “morre se o nome não aparecer nas colunas”.
Ronia
O que é ironia?
Ironia é uma figura de linguagem que utiliza palavras com sentido oposto para dar ênfase ao
discurso. Como esse recurso estilístico recorre à combinação de ideias e pensamentos, é
classificado como uma figura de pensamento.
Doutor, agradeço o fato de ser tão atencioso comigo. Tenho certeza que esteve atento a tudo o
que disse.
O falante gostaria de transmitir seu desapontamento para o fato de falar com um médico que
não prestou atenção na sua conversa. Para mostrar isso, utilizou a palavra “atencioso”, mas
com o sentido de “desatento”, e “atento”, com o sentido de “distraído”.
Exemplos de ironia
1. Aqueles eram os empregados que todo patrão queria ter: ágeis como as preguiças.
2. Que tal falar mais alto para os vizinhos também participarem na nossa conversa?
3. A reunião de amanhã começa meia hora mais tarde, mas como você é muito pontual,
pode vir no mesmo horário para chegar a tempo.
11. A sua visita é tão agradável para colocar defeito em tudo o que tenho em casa.
15. Trabalha muito bem. Quem contrata os seus serviços não o chama outra vez.
Pelo fato de o recurso estilístico utilizado na metáfora estar associado ao significado das
palavras, essa figura de linguagem (ou figura de estilo) é classificada como uma figura de
palavra ou semântica.
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3. ESTILÍSTICA
Metáfora
Exemplos de metáforaEditar
"Sou um cachorro sem sentimentos"
"Cada fruto desta árvore é um pingo de ouro"
"Meu pensamento é um rio subterrâneo" (Fernando Pessoa)
"Fulano é um gato"
"Essa menina é uma flor"
"Essa menina é um filé"
"Essa comida está muito massa"
"É um ato de falta de grandeza desprezar o desejado pássaro depois que ele pousa em
suas mãos" (Giuliano Fratin)
"Em sua sincera dissimulação ele usou uma máscara feita com o molde de seu próprio
rosto" (Giuliano Fratin)
"Os Lenhadores da ilusão jamais obterão êxito na floresta da minha verdade" (Giuliano
Fratin)
"Jamais deveriam ser asfaltados os bosques e campos floridos de um ingênuo coração"
(Giuliano Fratin)
Olhos Azuis
São dois Oceanos que vejo no encontro dos nossos olhos, esses seus lindos olhos azuis.
Sim é com a Alma que escrevo, mais também com uma inspiração que transcende todas
as razões da poesia.
Olhos pintados pelas Mãos de Deus, parte da grande obra de arte que se chama Você.
Cleber Manoel Carneiro De Souza
Solidão Alceu Valença
Rua.
Maria Celeste B.S.P. às 12:34
Poema Amor é fogo que arde sem se ver (com Análise e Interpretação)
Laura Aidar Revisão por Laura Aidar Arte-educadora, fotógrafa e artista visual
Amor é fogo que arde sem se ver é um soneto de Luís Vaz de Camões (1524-1580), um dos
maiores escritores portugueses de todos os tempos. O famoso poema foi publicado na
segunda edição da obra Rimas, lançada em 1598.
Amor é fogo que arde sem se ver,
É um contentamento descontente,
Camões