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UNIASSELVI Refrigeração, Ar condicionado e Ventilação

Instituto De Ensino Superior De Cuiabá Transferência de Calor e Massa


Engenharia Mecânica

REFRIGERAÇÃO DE UM MOTOR DE CICLO OTTO


COM ÁGUA E ETILENOGLICOL

Robinson Kazy Som

Avaliação Parcial 2.
Professora Doutora Agnes Cristina Oliveira Mafra

RESUMO

Os motores de ciclo otto são máquinas térmicas que transformam energia térmica em energia mecânica,
através da queima de um combustível. Essa queima ocorre nas câmaras de combustão e através do
deslocamento dos êmbolos move uma arvore de manivelas criando assim um movimento. Para que esse
processo ocorra são necessários várias partes móveis, que geram calor por atrito durante o seu movimento.
Como esses motores são feitos basicamente de metais, esse calor gerado pela combustão e pelo movimento
das partes móveis necessita de um controle para que essa temperatura não danifique os componentes da
máquina. Nesse caso utilizaremos uma mistura de água e etileno glicol (C2H62O) a uma proporção de 70%
de água e 30% de etileno glicol, porque nesta proporção a mistura atinge melhores resultados.

1. INTRODUÇÃO
Nos motores de ciclo otto as temperaturas podem atingir temperaturas pico de até 2000°C, fato este que
poderia levar a total destruição do motor caso não houvesse um sistema de arrefecimento que retirasse o
calor das paredes da câmara de combustão. Os diversos componentes do motor trabalham em diferentes
gradientes térmicos, sendo que as paredes do cilindro não podem ultrapassar 150°C, que é o limite do óleo
lubrificante. Os êmbolos não podem ultrapassar 320°C que é o limite do material que eles são feitos, que é
a liga de alumínio.
As válvulas de admissão atingem 120°C, mas por sua vez tem o fluxo de ar/combustível que retira calor das
mesmas no momento de sua admissão, mas as válvulas de escape chegam a 750°C e trabalham sob
constante estresse térmico, pois os gases da combustão são retirados da câmara de combustão através dela,
assim como a vela de ignição que chega a aproximadamente a 600°C. Válvulas conseguem trocar de calor
com suas sedes e guias, e as velas escoam sua temperatura para o cabeçote, e finalmente o fluído de
arrefecimento troca de calor com estes. A importância do sistema de arrefecimento está no fato de que a
temperatura interna do motor deve ser tal que, o óleo consiga trabalhar com boa viscosidade, que as folgas
internas sejam preenchidas, que a expansão da frente de chama não atinja as paredes da câmara e
principalmente, que a temperaturas elevadas da câmara de combustão sejam evitadas devido, ao efeito
nocivo da detonação. Com isso o sistema de arrefecimento trabalha para manter o motor em sua
temperatura ideal, sendo esta cerca de 90 à 95°C, e consumindo entre 25 à 35% da potência do motor.
A utilização de água desmineralizada misturada na devida proporção com aditivo deu um grande salto na
evolução dos motores de combustão interna. Não havia mais aquela irregularidade na temperatura de
funcionamento do motor, e os motores passaram a funcionar com limites de temperatura cada vez mais
estreitos. O que certamente ajudou no aumento do binário do motor no decorrer dos anos. Entretanto, o
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primeiro sistema de arrefecimento a água a surgir foi o Termossifão, mas ainda era deficiente em alguns
pontos.

Veja na foto as setas indicando a circulação da água pelo motor e radiador.


Fonte:< http://www.carrosinfoco.com.br/carros/2014/07/sistema-de-arrefecimento-dos-motores-de-combustao-interna/>
acesso em 23/11/2018

A diferença de temperatura entre o ponto mais frio do motor e o ponto mais quente chegava a apresentar
40°c, o que comprometia o controle estreito da temperatura do motor e facilitava o congelamento da água
no radiador em locais de clima frio.
O sistema de arrefecimento forçado superou completamente o antigo termossifão. Finalmente era possível
obter um controle mais rigoroso em cima dos limites de temperatura do motor, diminuir as dimensões do
radiador, reduzir a diferença de temperatura entre pontos frio e quente(<10°c), além poder se utilizar do
fluído para o aquecedor interno do veículo.

Fonte:< http://www.carrosinfoco.com.br/carros/2014/07/sistema-de-arrefecimento-dos-motores-de-combustao-interna/>
acesso em 23/11/2018

Neste sistema o fluído é forçado por uma bomba e circula em torno de todos os cilindros.
Este fluido tem fundamental importância para que os sistema de arrefecimento funcione perfeitamente,
portanto analisaremos a utilização do etileno glicol na composição deste fluído.
Os carros rodam em regiões muito diversas, em alguns lugares a temperatura pode ficar abaixo de 0°C, em
outros, muito acima de 40°C. Por isso, qualquer fluido usado no arrefecimento do motor precisa ter um
ponto de congelamento muito baixo, um ponto de ebulição muito alto e deve ter a capacidade de armazenar
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muito calor. DIAS, Anderson. Sistema de Arrefecimento dos Motores de Combustão Interna, jul 2014, em
<http://www.carrosinfoco.com.br/carros/2014/07/sistema-de-arrefecimento-dos-motores-de-combustao-
interna/ > acesso em; 24/11/2018.
A água é um dos fluidos mais eficazes na conservação de calor, mas ela congela numa temperatura muito
alta para ser usada em motores de automóveis. O fluido que a maioria dos carros usa é uma mistura de água
e etileno-glicol (C2H6O2), também conhecido como aditivo de radiador ou anticongelante. Adicionando-se
etileno-glicol à água, os pontos de ebulição e de congelamento melhoram significativamente.

50/50 70/30
Àgua Pura
Água / C2H6O2 Água / C2H6O2
Ponto de fusão 0°C -37°C -55°C
Ponto de ebulição 100°C 106°C 113°C

Etilenoglicol (monoetileno glicol - MEG, nome IUPAC: etano-1, 2-diol) é um álcool com dois grupos-OH (um
diol), um composto químico largamente utilizado como anticongelante automotivo e é solúvel me água a
qualquer proporção. MORAES, Silvio. Comportamento Profissional, em
<omportamentoeacaoprofissional.blogspot.com/2016/12/o-que-e-etileno-glicol-e-qual-sua.html>aceso
em; 24/11/18.
O objetivo deste trabalho foi de analisar os efeitos da mistura de água com etileno glicol, na refrigeração de
motores de ciclo otto.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Foi utilizado o Software simulador COCO. Este software é dividido em quatro sistemas e neste estudo
utilizamos o COFE, que é uma interface gráfica no modelo de fluxograma.
Foi criado um fluxograma de um sistema de arrefecimento no software, onde foram simulados os
parâmetros do sistema e estudado seus efeitos.
O fluido de refrigeração utilizado foi uma mistura de água e etileno glicol com uma relação de 70% de água
e 30% de etileno glicol. A pressão na corrente de entrada foi de 110kPa e a temperatura do fluido foi de
95°C. A corrente de saída do radiador foi determinada em 75°C, para que o simulador fornecesse os dados
necessários para que esta condição ocorresse.
Este fluido é bombeado para dentro do motor para efetuar o controle da temperatura e em seguida é
direcionado para um radiador onde sofre uma troca de calor e sua temperatura é reduzida e retorna para a
bomba para ser bombeado novamente para dentro do motor.
Para efeito de comparação essa mesma simulação foi realizada utilizando como fluido de refrigeração,
somente água.
O valore referente os percentuais da mistura do fluido foram adquiridos através de pesquisa sobre as
propriedades do etileno glicol e a pressão de entrada foi definida pela pressão utilizada no sistema de
arrefecimento do motor em veículos automotores.
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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
BOMBA D' ÁGUA RADIADOR

1 2

Fluxograma do sistema de arrefecimento de um motor de ciclo otto.


Criado no Software COCO.
Foi simulado uma temperatura de entrada (1) de 95°C e a temperatura de saída deveria ser de 75°C. Feita a
simulação com fluido composto de água e etileno glicol a uma proporção de 70-30% e a pressão inicial do
sistema de 1.1 Bar, que é a pressão de trabalho utilizado nos automóveis, o ponto de bolha do fluido foi de
107.7°C.
Foi realizado também a simulação utilizando 100% água, e o simulador mostrou que o ponto de bolha foi de
103.7°C.
O simulador Coco gerou também vários dados que são demonstrados nas tabelas abaixo:
Tabela 01. Dados gerados pelo software COCO na corrente (1) entrada com fluido água.
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Tabela 02. Dados gerados pelo software COCO na corrente (2) com fluido água.

Tabela 03. Dados gerados pelo software COCO na corrente (4) saída, com fluido água.
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Tabela 04. Dados gerados pelo software COCO na corrente (1) entrada com fluido água e etileno glicol na
proporção de 70-30%.

Tabela 05. Dados gerados pelo software COCO na corrente (2) com fluido água e etileno glicol na
proporção de 70-30%.
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Tabela 06. Dados gerados pelo software COCO na corrente (4) saída, com fluido água e etileno glicol na
proporção de 70-30%.

4. CONCLUSÕES
O etileno glicol por ser um álcool não possui uma grande influencia no ponto de bolha do fluido, mas tem
uma grande importância para o sistema e é utilizado como anticongelante, evitando que o sistema fique
inativo em regiões onde as temperaturas atingem níveis abaixo de 0°C.
O software COCO é uma ferramenta muito eficaz e de grande importância, gerando dados importantes para
a análise do processo. Nesse estudo focamos somente nas variações de temperatura do fluido durante as
fases ao qual foi simulado.

6. REFERÊNCIAS
DIAS, Anderson. Sistema de Arrefecimento dos Motores de Combustão Interna, jul 2014, em
<http://www.carrosinfoco.com.br/carros/2014/07/sistema-de-arrefecimento-dos-motores-de-combustao-
interna/>

MORAES, Silvio. Comportamento Profissional, em


<comportamentoeacaoprofissional.blogspot.com/2016/12/o-que-e-etileno-glicol-e-qual-sua.html>

LANDER, Lucas L.; JUNIOR, João L. Silva; SANTOS, Rejane B.; UTILIZAÇÃO DE UM SOFTWARE GRATUITO PARA
MODELAGEM E SIMULAÇÃO DE PROCESSOS QUÍMICOS, em <
https://jornada.ifsuldeminas.edu.br/index.php/jcpas/jspas/paper/viewFile/2736/1873>
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