Ritual Grau 15

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SUPREMO CONSELHO DO BRASIL

PARA O

RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO

Instalado em 12 de novembro de 1832

RITUAL DO GRAU 15

CAVALEIRO DO ORIENTE

Aprovado e adotado em 1925 A:. D:.

Revisto em 1984 A.∙. D.∙.

CAMPO DE SÃO CRISTOVÃO, 114

RIO DE JANEIRO – RJ

1986
GRAU 15
DECORAÇAO DA CÂMARA

A Câmara do Grau 15 denomina-se CONSELHO DE CAVALEIROS DO ORIENTE. Nas


iniciações representa um. lugar afastado, sob as ruínas do Templo de Jerusalém.

Para a recepção neste Gr.·. a Câmara é forrada de vermelho; a iluminação é feita por setenta
luzes, dispostas em 10 grupos de sete, cinco em forma de triangulo e cinco de quadrado.

A Mesa do Gr.·. Mestre do Oriente está coberta com pano branco, tendo bordada ou pintada, na
frente, uma Estrela de cinco pontas, em vermelho e verde, com a letra M no centro. Sobre ela está o
candelabro de sete Velas.

CÂMARA DO GRAU 15

1 – Gr.∙. Mestre

2 – 1º Vigilante

3 – 2º Vigilante

4 – Secretário

5 – Orador

6 – Tesoureiro

7 – Hospitaleiro

8 – Mestre de Cerimônias

9 – Guarda da Torre

10 – 1º Experto

11 - 2º Experto

12 – Candelabro de 7 velas

13 – Altar dos Juramentos, com as Grandes Constituições e uma


espada nua.

14 – Mesa com almofada, fita e trolha

15 – Assentos para os Cavaleiros do Oriente

16 – 10 Candelabros de 7 velas
Alguns rituais, notadamente o do Ir.∙. Albert Pike, da Jurisdição Sul dos Estados Unidos da
América do Norte, dividem a iniciação em três partes, passando-se a segunda na
Babilônia e representando a recepção de Zorobabel por Ciro.

Esta parte, por ser muito complicada, longa e algo despido de interesse, foi, entre nós,
supressa, deixando-se, também a cena da passagem da Ponte de Gabara e do combate
ali travado para exposição oral a ser dada aos iniciandos.
ORDEM DOS TRABALHOS

1 - Entrada do cortejo.

2 - Abertura dos Trabalhos.

3 - Leitura da Ata e do Expediente.

4 - Leitura de Atos, Decretos e Resoluções.

5 - Saco de Propostas e Informações.

6 - Ordem do dia:

6.1 - Instrução.

6.2 - Assuntos Especiais.

6.3 - Iniciação.

7 – Tronco de Beneficência.

8 - Palavra a bem da Ordem ou do Rito.

9 - Encerramento.

10 – Palavra semestral (quando houver necessidade).

11 – Saída do Cortejo

1 - ENTRADA DO CORTEJO

O Cortejo é organizado pelo M.∙. CC.∙.. em 2 alas, tendo à frente os IIr.∙. 1º e 2º EExp.∙., cada
um com a metade dos IIr.∙. sem cargo ou convidados, seguindo-se os OOf.∙. na ordem:
Hosp.∙., Tes.∙., Secr.∙., Orad.∙., 2º Vig.∙., lº Vig.∙., Gr.∙. M.∙. e GGr.∙. DDig.∙. .

Dentro da Câmara ficam o M.∙. de Harm.∙. e o G.∙. da Torre.


2. ABERTURA DOS TRABALHOS

Gr.∙. M.∙. - (!) – Ven.∙. Ir:·. 1º Vig.∙., estamos a coberto?

1ºVIG.·. – IIr.∙. zelosos velam em torno de nós.

Gr.∙. M.∙. - Todos os presentes são Cavaleiros do Oriente?

1º VIG:. (!) - De pé e à ordem, meus IIr.∙.

2º VIG.∙. (!) - De pé e à ordem, meus IIr.∙.

(Os VVig.∙. fazem a verificação, finda a qual:)

2º VIG.∙. – Ven.∙. Ir.∙. 1º Vig.∙., respondo pelos IIr.∙. que estão no meu lado.

1º VIG.∙.- Ir.∙. Gr.∙. Mestre, todos os presentea são Cavaleiros do Oriente.

Gr.∙. M.∙. -De quem devemos desconfiar, Ven.∙.Ir.∙. 1º Vig.∙.?

1º VIG.∙. – De nossos inimigos e de nossos IIr.∙.

Gr.∙. M.∙. - Por que devemos desconfiar de nossos IIr.·.?

1º VIG.∙. - Os filhos de Israel estão no cativeiro. Trabalhamos por sua libertação mas podem não
compreender nossos propósitos e impedir nossa tarefa.

Gr.∙. M.∙.- Ven.·. Ir.∙. 2º Vig.∙., sois Cavaleiro do Oriente?

2º VIG.·. - Sei trazer a trolha em uma das mãos e a espada na outra.

Gr.∙. M.∙.. - Qual a nossa tarefa?

2º VIG.·. - A reconstrução do Templo.

Gr.∙. M.∙. - Quem o destruiu?

2º VIG.∙. - A ignorância de uns e a força bruta de outros.

Gr.∙. M.∙. - Quais as armas que tendes contra a ignorãncia?

2º VIG.·. - A ciência e minha coragem.

Gr.∙. M.∙. - Onde encontrareis proteção?

2º VIG.∙. - Em minha consciência.


Gr.∙. M.∙.- Ven.∙. Ir.∙. 1º Vig.∙., em que época estamos?

1º VIG.∙. -No fim das dez semanas de anos, anunciado corno término do cativeiro.

Gr.∙. M.∙. - Que horas são?

1º ViG.∙. - A do raiar do dia.

Gr.∙. M.∙.. - Recomecemos pois, nossos trabalhos

(!) - De pé e à ordem, meus IIr.∙. Ven.∙.Ir.∙. M.∙. CC.∙., acendei o candelabro de 7 velas e
convidaí o Ir.∙. Orad.∙. a abrir o L.∙. S.∙. (O Orad:. abre em Nehemias 4-17).

Gr.∙. M.∙. - A mim, ,meus IIr.∙., pelo Sinal, pela Bateria e pelo grito de aclamação.

- Estão abertos nossos trabalhos, sentemo-nos.

3 - LEITURA DA ATA E DO EXPEDIENTE

Gr.∙.M.∙. - Ir.∙. Secr.∙., procedei a leitura da Ata de nossos últimos Ttrab.∙..

(lida e aprovada a Ata, segue-se o Expediente.)

Gr.∙.M.∙. – Ir.∙. Secr.∙., há Expediente para ser lido?

(finda a leitura, segue)

4 - LEITURA DE ATOS, DECRETOS E RESOLUÇÕES.

Gr.∙. M.∙. – Ir.∙. Orad.∙. há Ato, Decreto ou Resoluções do Supr.∙. Cons.∙. para serem lidos?

(Em caso afirmativo o Gr.∙. M.∙. convida os Irmãos para ficarem de pé e à ordem e
manda fazer a leitura.)

5 - SACO DE PROPOSTAS E INFORMAÇOES

Gr.∙. M.∙. – IIr.∙. 1º e 2º Vvig.∙., anunciai que vai circular o S.∙. de PP.∙. e II.∙.

(O M:· CC:· corre a sacola, iriiéiando pelo Gr:. M:., e anuncia o término da coleta.)

Gr.∙. M.∙. – Ir.∙. M.∙. CC.∙., trazei o S.∙. de PP.∙. e II.∙. para ser decifrado.

(Feita a verificação, o Gr.∙. M.∙. anuncia o resultado e dá os competentes despachos.)


6 - ORDEM DO DIA

6.1 - Instrução

6.2 - Assuntos Especiais.

6.3 – INICIAÇÃO

Gr.∙. M.∙.. – Ir.∙. Secr.∙., queira proceder a leitura dos nomes dos Candidatos que foram apro-
vados para serem iniciados.

(O Secr.∙. lêa relação.)

Gr.∙. M.∙. - Meus Irmãos, se algum dentre VÓS tem qualquer objeção a fazer sobre a iniciação
destes candidatos queira manifestar-se.

(Se não houver objeções, o Gr.∙. M.∙. manda acender os 10 grupos de 7 luzes e dá
início ao cerimonial de iniciação).

Gr.∙. M.∙. – Ven.∙. Ir.∙. Orad.∙., os trabalhos apresentados pelos candidatos são satisfatórios?

(O Orad.∙. limita-se a responder afirmativamente)

Gr.∙. M.∙. – Ven.∙. Ir.∙. M.∙. CC.∙., dignai-vos preparar os candidatos, a fim de dar-lhes ingresso
no Conselho.

(O M.∙. CC.∙.. sai, prepara os candidatos com os paramentos do Gr.∙. 14 e bate à


porta do Conselho neste Gr.∙.).

G.∙. da T.∙. - (Entreabrindo a porta) - Quem bate?

M.·. CC.∙. - Maçons que aprenderam a ler na pedra cúbica.

G.∙. da T.∙. - Que desejam?

M.∙. de CC.∙. - Compreender.

G.∙.da T.∙. - (Depois de fechar a porta da Câmara) – Ven.∙. Ir.∙. 2º Vig.∙., o Ven.∙. Ir.∙. M.∙.
CC.∙. pede que sejam recebidos entre nós os IIr.·. admitidos à iniciação.

(Os Vvig.∙. fazem o anúncio)

Gr.∙.M.∙. - Seja-lhes franqueado o ingresso. (Depois de cumprida a ordem) – Ven.∙. Ir.∙. M.∙.
CC.∙., conduzi os Neófitos ao Altar dos Juramentos.

(O M.∙.CC.∙. conduz os Candidatos ao Altar dos Juramentos)


Gr.∙. M.∙.- (Aos Neófitos) - Em vossa iniciação no Grau 4, disseram-vos que para ser bom
Maçom não havia necessidade de passar por todas as iniciações, visto o M.∙. Perf.∙.
estar na plenitude dos direitos maçônicos. Chegastes ao último dos Graus chamados
Inefáveis, fim do sistema primitivo. As iniciações seguintes de nosso Rito são relativas
à história. Embora possam parecer um pouco pueris, elas exigem que o iniciado faça
outros estudos.

Essa ordem de trabalhos pode não vos agradar ou deles serdes impedidos por vossas
ocupações profanas. Neste caso, a iniciação seria para vós sem interesse e sem prazer;
sentir-vos-feis descontentes por vos considerardes infiéis a wna promessa (pausa).
Respondestes que, por livre vontade aceitáveis as prescrições de nosso Rito e que
estáveis resolvidos a prosseguir a instrução dos Graus, consagrando-lhe o necessário
tempo.

Persistis nessa resolução?

Neófitos - ......................................

Gr.∙. M.∙. - O objeto essencial da Maçonaria é, na verdade, sua ação moral. O carater principal
do Maçom é ser livre e de bons costumes. A Liberdade, como compreendemos aqui,
exige certa cultura intelectual, sem a qual a razão não saberia desbravar preconceitos e
sofismas.

As iniciações suceessivas fazem o Maçom elevar seu pensamento acima dos interesses
e das potestades para melhor medir as etapas do progresso.

As antigas iniciações abrangiam todos os conhecimentos humanos da época e


obrigavam os iniciados a estudar não só as cerimônias ritualísticas e seu simbolismo,
como também as ciências físicas e morais e principalmente a Matemática e a
Astronomia, nas quais os números e as órbitas dois astros davam, por inteiro, a idéia
da Verdade inconteste e da Lei.

Hoje, estando a ciência mais fora que dentro do Templo, a Maçonaria tem por fim
apoderar-se da ciência à medida que ela se revela, não importa onde, e sem preparar o
progresso social.

1º VIG.∙.- A vulgarização de verdades novas é lenta e sua integração nos costumes mais lenta
ainda. A Maçonaria faz seus iniciados e os transforma em apóstolos de verdades novas.

Isentos de preconceitos, de fraquezas e de leviandades de espírito, os Maçons fazem


um estudo sério dos fenômenos históricos da Religião e da Política, trabalham para o
advento de novas idéias, sem temeridade nem intolerância, mas com energia e
coragem, por ação calma e refletida, contínua e sem agitação febril. Distrai-os por fim,
da absorção de suas ocupações pessoais, despertando-lhes o interesse pelas coisas
gerais, para ativar e fortalecer suas consciências e fomentar suas idéias morais. Isso é
digno de consideração.
Na Maçonaria escuta-se pregar a Moral, porque se está em um Templo, em uma Ins-
tituição antiga e sólida onde a Doutrina e a Sabedoria resultantes de esforços seculares
nos dominam e nos dirigem; porque a lição jamais está em contradição com a nossa
consciência nem com o nosso bom senso, lsso leva-me a falar-vos, diretamente do Rito
Escocês Antigo e Aceito.

Gr.∙. M.∙. - Que é o Escocismo? (pausa) - Um sistema de numerosos Graus onde o ensino é
permanente, não pela palavra do Presidente e do Orador, mas principalmente pelo trabalho
do adepto. Esse trabalho pessoal, científico, é a condição essencial sem a qual o Rito seria
uma infantilidade. Pretende-se às vezes que o Escocismo seja antidemocrata e contrário ao
progresso. A verdade porém é outra. De fato, o poder no escocismo está nas mãos dos mais
experimentados, o que é uma garantia necessária a uma Instituição em que a força de
perseverança é um poder que deve ser conservado intato.

2º VIG.∙. - Os Capítulos têm igualmente liberdade de ação e organizam seus trabalhos internos
com toda a independência. As Lojas Simbólicas não tendo trabalhos filosóficos, procuram
alimentar sua atividade já em obras de recreio e de beneficência, ja em questões sociais
ou mesmo politicas, Impotentes no primeiro caso, elas estão expostas, quando se
intrometem em política, a se transformar em clubes de ação e reação a mercê das seduções
dos políticos.

O Escocismo, pairando acima dessas cogitações em uma esfera de serena grandeza, é


verdadeiramente democrata e progressista; pratica obrigatoriamente a ciência filosófica,
porque o progresso só pode ser conseguido pela ciência (pausa) – IIr.∙. Neófitos, ouvi
agora a história sucinta dos cavaleiros do Oriente.

ORADOR - segundo o Barão de Westenrode (carta citada por chory), existia no Oriente uma seita
filosófica chamada "Sociedade de Ormuz" fundada por Qrmuz ou Qrmuzius, padre
egípcio convertido por S. Marcos no ano 96. Seus adeptos professavam um misto de
doutrinas egipcias e cristãs; denominavam-se "Sábio da Luz" e traziam como emblema,
uma cruz vermelha. Mais tarde; reuniram-se a uma Escola chamada "Da Ciência de
Salomão" de origem essênio-judaica, de onde talvez. surgisse a Maçonaria. Em 1188, após
a tomada de Jerusalém por Saladino, os discípulos dessa Escola fundaram na Europa a
Ordem dos Maçons do Oriente ou dos Cavaleiros do Oriente, onde ensinavam as altas
ciências. Encontram-se seus vestígios em 1196. Raymond Lulle a ela pertenceu e foi
quem iníciou o filho de Henrique III, rei da Inglaterra.

A Ordem dos Cavaleiros do Oriente, que acabou por se incluir na Maçonaria, foi uma
dessas instituções cuja história é quase impossível fazer-se por falta de documentos ou
talvez por falta de pesquisas. A história dos reis e dos povos, de seus costumes e de
seus atos, traça as grandes evoluções da Humanidade, das crenças e a situação geral.
São grandes caminhos da história, por onde a multidão passa e cujos meandros é
preciso conhecer.
O ensino maçônico deu nascimento desde muito a uma ciência que não tomou nesses
últimos tempos, lugar distinto na história é a Ciência das Religiões.

Com efeito, o Grau de Cavaleiro do Oriente não é mais do que o estudo das doutrinas
de Zoroastro e de sua influência sobre as doutrinas judaicas. (Pausa).

Nas iniciações anteriores vos mostramos Hiram, a Inteligência morta pelo vício, pela
tirania e pela ignorância da multidão. Mostramo-vos as qualidades morais de que o
Obreiro necessita para a reconstrução do Templo.

Nos três Graus de Eleitos vos conduzimos à luta. A tirania foi vencida, a princípio pela
violência, depois pela ação da Justiça regular.

A vitória seria estéril se não fosse imediatamente seguida do trabalho de organização,


trabalho científico árduo e rigoroso. Fizemo-vos Grande Arquiteto, trabalhando pela
ciência exata. Para logo, apresentou-se à vossa razão o grande problema, fundamento da
idéia moral, e por esta, da idéia social.

Procurastes em vão a palavra na Pedra Bruta; Maçom Grande Eleito, encontrastes sobre a
Pedra Cúbica as letras que a compõem. A Pedra Bruta era a Natureza, tal qual ela feriu os
sentidos primitivos; a Pedra Cúbica é a Natureza observada metodicamente.

A observação científica vos conduziu ao infinito, em todas as coisas. Sondastes o espaço e


o tempo e só encontrastes uma noite sem fim. Procurastes a origem da vida, percebestes a
passagem da matéria organizada à matéria viva; vistes as sucessivas transformações dos
orgamsmos, desde as partículas infinitesimais que escapam a toda medida.

Então, diante do infinitamente pequeno sentistes-vos tão impotente como em face do in-
finitamente grande, pois a massa da matéria iluminada em vosso microscópio, é também,
uma massa.

Gr.∙. M.∙. - A inteligência é, para nós, a mais perfeita manifestação da vida. Dela encontramos
traços nos animais inferiores. Seu poder parece aumentar nas espécies superiores até o
homem. No recém-nascido, mal vemos traços dela, mas, no entanto, ela aí está e se
desenvolve. O homem selvagem tem na pequena; o oriundo de uma raça que pensou muito
tem-na em maior desenvolvimento, porque todas as gerações acumulam conhecimentos e
se beneficiam do que pensou a geração precedente.

Até onde será capaz de ir? Que será a inteligência com o poder um milhão de vezes mais
penetrante? Possuirá a dose suprema? Insensata pergunta, tanto maios quando na natureza
inteira não existe uma única série de coisas da qual percebemos o último termo. A
progressão da inteligência, o aumento de sua força, perdem-se pois para nós no Infinito,
como no infinitamente grande se perde o conjunto do mundo, como cada um de seus
átomos se perde no infinitamente pequeno (Pausa).

Meus IIr.∙., temos necessidade de vos recordar estes ensinamentos. São as letras que lestes
sobre a Pedra Cúbica e compõem o nome do Grande Arquiteto do Universo. Afirmaram-
vos que saberíeis lê-1as quando fôsseis Perfeito Maçom (Pausa).
Ven.∙. Ir.∙. M.∙. CC.∙., conduzi o primeiro candidato junto à Ara. (Pausa).

(Ao Candidato) - Meu Ir:., quando fostes iniciado Perf.∙. Maç.∙. aprendestes a ler o no-
me?

CANDIDATO - Nenhum homem jamais o leu.

Gr.∙. M.∙. - Que vos ensinaram?

CANDIDATO - Disseram-me que Deus existe.

Gr.∙. M.∙. - Onde?

CANDIDATO - No Infinito.

Gr.∙. M.∙. -Que vos disseram sobre ele?

CANDIDATO - Nada.

Gr.∙. M.∙. - Que vos disseram de vós mesmos?

CANDIDATO - Disseram-me: entre Deus e a vossa razão não permitais que ninguém se
interponha.

Gr.∙.M.∙.- Acrescentaram mais: Sede sincero a vós mesmo; defendei vossa liberdade e nunca
cerceeis a liberdade de outrem. (Pausa).

Tal é, com efeito, a última. palavra da sabedoria. Assim, a Maçonaria termina o primeiro
ciclo de seus ensinamentas. Agora só depende de vós terdes o valor individual em
proporção ao vosso trabalho Pessoal. Nada sabereis, nada compreendereis a não ser à custa
de vosso próprio julgamento, de vossa própria vontade de encontrar a Verdade. Ninguém
tem nada a vos revelar sobre essas questões que em todos os tempos foram objeto de
discussão entre os homens. (Pausa).

(!) – Ven.∙. Ir.∙. M.∙.CC.∙. conduzi ocandidato para entre os Vigilantes. (Pausa).

(!) – Ven.∙. Ir.∙. 1º Vig.∙., revelamos a este Ir.∙. todo o nosso pensamento;
esclarecemos sua razão; estimulamos sua coragem para o trabalho e garantimos-lhe a
liberdade. Que mais poderá ele esperar de nós?

1º VIG.∙. -(Ao Candidato)- Meu Ir.∙., nós vos demos tudo, que mais desejais?

2º VIG.∙. – (Ao Candidato) - Tendes vossa razão e vossa liberdade, que mais quereis?

CANDIDATO_ Quando minha razão for impotente, para que me servirá a liberdade?

ORADOR – (Depois de momentos de silêncio) - Quando o Templo foi concluído e recebeu o


depósito sagrado do Delta, os Eleitos pensaram que o trabalho estava terminado. A
indolência paralisou os espíritos e perverteu-lhes o coração. O próprio salomão foi
invadido pelo demônio do orgulho. Então, Sião corrompeu-se, a Casa do Senhor foi
empestada. Os vícios trouxeram o ódio, a superstição e a ignorância. Os descendentes
de David tornaram-se covardes; os ricos tornaram-se cúpidos; os operários ficaram
pobres; a massa da nação quedou-se na miséria. Eis o que aconteceu por terem os
Eleitos pensado que todo trabalho seria daí por diante inútil e por isso não souberam
se utilizar da própria liberdade.

1º VIG.∙. - Os principais oficiais do Rei interrogaram a Baruc, o profeta, dizendo-lhe:

"Como escrevestes todas essas palavras, saídas da boca de Jeremias?" Baruc


respondeulhes: "Ele m'as ditou de viva voz e eu as gravei com tinta no livro". Então o
Rei mandou Jehudi buscar o livro no quarto de Eliscamah, seu secretário, e fê-lo ler.

Logo que Jehudi leu três ou quatro pâginas, o Rei rasgou o livro e lançou-o ao fogo,
cujo braseiro tudo consumiu. É assim que a tirania destrói até as lembranças das
coisas que produziram a Sabedoria e a Liberdade.

2º VIG.·. - Vendo isso, outros povos desprezaram o povo de Israel. Nabucodonosor, rei da
Babilônia, sitiou Jerusalém, no 11º ano do reinado de Sedécias, 21º rei da raça de Da-
vid. A cidade Santa foi saqueada; as fortificações desmoronadas; o Templo destruido;
os tesouros roubados; uma parte do povo morreu de fome e a outra, com sedécias, foi
conduzida cativa para Babilônia. Sedécias morreu três anos depois. O General Nabu-
zardan, encarregado da destruição de Jerusalém, entrou triunfante na Babilônia, ar-
rastando, após si, os cativos carregados de correntes, cujos elos tinham a forma
triangular, por causa do Delta que o vencedor julgava ser ainda adorado pelos hebreus que,
aliás, não mais o conheciam e por isso caíram na miséria e na escravidão.

ORADOR - Alguns judeus ficaram nas ruínas de Jerusalém. Entre eles achavam-se iniciados nos
antigos mistérios. Erravam, gemendo, pelas ruínas da cidade, à espera do fim das dez
semanas de anos, prescritas pelo profeta, como término do cativeiro.

(Música em surdina, depois do que o Gr.∙. M.∙. bate - !)

2º VIG.∙. - Nossos perseguidores foram mais ligeiros que as águias do céu. Perseguiram todos
através das montanhas e no deserto armaram emboscadas contra nós.

1º VIG.∙. - Os caminhos de Sião estão de luto.

O senhor resplandesceu em Jacob, como um fogo devorador que o queimou inteiramente.

ORADOR - O Eterno estendeu sua mão sobre a Casa de Israel. Nossos campos estão estéreis como o
deserto; nossos rebanhos foram roubados ou mortos à fome. Estamos andrajosos e os
estrangeiros nos insultam, dizendo: "Eis a Casa de Israel".

Gr.∙. M.∙. -(Aos Candidatos)- (!) -Meus IIr.∙., este Templo está em ruínas; é razão humana de
que desesperastes. O gênio do homem lutou contra os elementos; reuniu os materiais de
sua propriedade; conquistou a ciência; julgou ter construido sua felicídade e disse:
"Darei a meus filhos um espírito justo e a meus irmãos o amor, que os tornarão fortes;
mostrarei ao povo seus direitos", Vós não persististes e os filhos perderam o espírito
de justiça e os irmãos ficaram sem amor. Bastou, para tudo destruir, que um
conquistador brutal viesse do país do Norte.

Não soubestes vos servir da liberdade e o tirano calcou aos pés a ciência, o amor e o
direito; esmagou o gênio do homem; fez do povo seu escravo e, tornando-o ignorante,
fê-lo covarde.

O povo incensou seu carrasco, adorando-o como seu rei e seu deus.

(O primeiro candidato corre em direção ao Gr.∙. Mestre. Os VVig.·. conduzindo cetros, vão
em seu encalço e tentam detê-lo, mas ele escapa e, parando junto à Ara, diz:)

CANDIDATO – Ir.∙. Gr.∙. M.∙., não me conheceis?

Eu sou Zorobabel. Meus pais foram príncipes de Israel. Vivi em Babilônia como
soldado do exército de Kurosch. Martirizado pela miséria de nossos irmãos que
gemiam além, no cativeiro, quis ver os destroços do Templo Santo. Só encontrei sinais
de devastação e solidão. Gritos de dor apontaram-me o dever.

Resolvido a cumpri-lo, volto a Babilônia. Lembrarei ao Rei suas promessas. Se ele recusar-
se a cumpri-las, apelarei para o sofrimento dos nossos. Que o último filho de Israel seja
antes estrangulado do que gemer por mais tempo no opróbrio; sua morte, porém, eu o juro,
cara custará a seus carrascos.

(Tocam pratos, tambores e sinos. Os outros neófitos cercam Zorobabel. Todos os


assistentes levantam-se exclamando: HOUZÉ, HOUZÉ, HOUZÉ).

Gr.∙. M.∙. – Princ.∙. Zorobabel, acabais de lançar o grito de liberdade. Que não encontreis corações
enfraquecidos pela escravidão. Tendes a audácia da liberdade, mas é preciso que a
temeridade não comprometa o sucesso, pois jogais a sorte da Pátria. Desejais voltar à
Babilônia? Ide! Kurosch fez promessas reiteradas; lembrai-lhas. O Rei é um sábio, iniciado
nos mistérios de seu país, e sem dúvida saberá que a justiça é o alicerce da prosperidade
dos Impérios. Demais, homens e coisas seguem leis eternas sem as conhecerem. Ide e que
vossos desígnios sejam cumpridos!

(O M.∙. CC.∙. conduz os candidatos para fora do Conselho e, ai, lê a lenda que po-
derá, também, ser lida pela Gr.·. M.∙. aos IIr.∙. durante a ausência dos candidatos.)
M.∙.CC.∙. - Eis, meus Ir.∙., a Lenda que sobre este Grau, me compete contar-vos: - O livro hebraico
- DEBARI HAIMIN - que chamamos - As Crônicas, relata: "O Senhor inspirou Kurosch,
rei da Pérsia, que fez uma proclamação a todos os seus povos, dizendo:

"Yanuah-Alohi, no céu, deu-me todos os reinos da terra e encarregou-me de edificar uma


casa para Yarusalem, em Yeduah.

Quais, dentre vós, pertenceis a esse povo? O Senhor seu Deus está comigo “. Essa procla-
mação era conseqüência de um sonho e das solicitações de Sasbatzar ou Zorobabel, Nazer
ou Príncipe Yeduah, chefe dos judeus. O Rei tinha visto Nabuchdenezar e Belshazar, reis
da Babilônia, acorrentados e por sobre eles esvoaçando uma águia, que dizia o nome do
deus dos hebreus. O sonho fora interpretado por Daniel Rab Sergonim, chefe dos Sagons
(sábios do tempo de Dario, o Meda), que amedrontou Kurosch se não obedecesse ao deus
de Israel”.

Zorobabel foi levado à presença do Rei, que estava cercado de generais e sábios da Pérsia
e da Babilônia, com todas as pompas de sua corte. O Príncipe da Judéia apresentou-se
coberto de vestes de penitência.

Que desejas? - perguntou-lhe o Rei. ZorobabeI disse-lhe: “A Liberdade". Retrucou o Rei: -


"Dar-te-ei a Liberdade e a teu povo; restituir-te-ei os tesouros de teu Deus se me
entregares o Delta, oculto entre os iniciados de teu país e se me disseres o nome que
nele se contém". Zorobabel respondeu-lhe: "Se é com violação de meus sentimentos
que posso recuperar a liberdade, morrerei na escravidão, pois sou também guardião do
fogo".

"Quem te salvará de minha cólera? - disse-lhe o Rei”. “VOSSO juramento de soldado


de Mithra e vossa honra de Rei" – retrucou-lhe Zorobabel.

O Rei Korusch rendeu homenagem à lealdade de Zorobabel, dizendo-lhe: "Sabendo-te


um dos Mestres da Luz, quis experimentar tua fidelidade". Fez-lhe, então, despir as
vestes de servidão e cingiu-lhe a fita dos nobres da Média e da Pérsia.

Nomeou-o Tharshata, isto é, Governador da Judéia, e restituiu-lhe a espada e o anel,


sinais de sua autoridade. Deu-lhe, além disso, instruções secretas recomendando-lhe só
as comunicar aos iniciados do Templo a reedificar.

Chefes de Sagons acompanharam Zorobabel a Jerusalém, com 42.360 judeus e seus


servidores. Percorreram o Eufrates, a borda do deserto da Arábia e depois tomaram o
caminho de Damasco. Na passsagem de Gabara encontraram uma ponte, onde foram
atacados por colonos babilônicos, estabelecidos em samaria, os quais procuraram roubar-
lhes o tesouro do Templo. Os judeus, triunfantes, forçaram a passagem da ponte, mas
Zorobabel perdeu na refrega a fita de Rei. Entraram no país de Israel, reedificaram o
Templo e a cidade de Jerusalém.

(Terminada a lenda o M.∙. CC.∙. regressa ao Conselho.)


M.∙. CC.∙.- Ir.∙. Gr.∙. M.∙., o exército de Zorobabel está pouco distante. O Príncipe tomou a
vanguarda com os iniciados do Templo e, em breve, estará aqui.

Gr.∙. M.∙.- Meus IIr.∙., aprestemo-nos para recebê-los. Que à sua chegada, abram-se as portas do
Conselho.

(O M.∙. CC.∙. sai e volta imediatamente com os candidatos. Aberta a porta do Conselho,
todos entram trazendo lanças e galhardetes coloridos.)

Gr.∙. M.∙. – (!) - De pé e à ordem, meus IIr.∙. (Pausa) - Saudemos o libertador da Judéia. (Ao
neófito) - Príncipe, cumpristes vossas promessas e, assim, adquiristes a maior glória que
um homem pode aspirar - a de dar a liberdade a seu povo.

ZOROB.∙. - Ir.∙. Gr.∙. M.∙. e vós IIr.∙., meu coração está repleto de alegria por encontrar-me entre
vós. Reconduzo à Pátria 42.000 IIr.∙. na maior parte nascidos no cativeiro.

Uma nova vida começa para Israel e Judá!

Gr.∙. M.∙. - Principe Zorobabel, conhecemos vossos nobres feitos. Depois de terdes por vossa
prudência obtido nossa libertação, nos salvastes pela segunda vez por vosso valor. A ponte
de Gabara ficará sendo o simbolo da passagem da escravidão para a independência.
Recebemos, com orgulho, o Governador da Judéia.

ZOROB.∙. – Devemos nossas vitórias à coragem de todos; devemos nossa liberdade ao mais justo
dos Reis e mais sábio dos homens.

Lembrando-me dele, gravei nas pilastras da ponte as letras L.∙.D.∙.P.∙. (Liberdade de


Pensar).

Escutai, meus IIr.∙., o que a respeito tenho a dizer-vos.

Gr.∙. M.∙. - Sentemo-nos, meus IIr.∙. – Ven.∙. Ir.∙. M.∙.CC.∙., fazei sentar os candidatos que
acompanham Zorobabel.

(O M.∙. CC.∙. executa a ordem, recebendo as lanças e galhardetes.)

ZOROB.∙. - (Continuando em pé) - Quando fui levado à presença de Ciro, estava ele cercado de
toda a majestade de sua corte.

"Príncipe dos Hebreus, disse-me, admiti-vos neste Conselho porque direito a isto vos
assiste. cativo por infortúnio, em nada e por isso diminuistes. Tendes a grandeza da
ciência, a única justa. Sois iniciado do Templo de Salomão, sois dos que conservam em
nosso país as tradições da razão, tão dificeis de defender contra a ignorância da multidão e
contra os ataques dos que especulam com a ignorância".
Gr.·. M.∙. - Por que não dizeis que ele propôs a liberdade dos judeus se consentíesseis em dar-lhe a
chave dos mistérios e a palavra sagrada do Delta, ao que lhe respondestes que, mesmo pela
liberdade de vosso, não violarieis vosso juramento?

ZOROB.∙.- Era uma experiência. Ciro conhecia a palavra do Delta, sem ter necessidade da
indiscrição de ninguém. Vossos mistérios disse-me ele, são revelados pelo próprio Deus, a
quem consultar a razão. Ouvi, agora, o que ele, em segredo, me encarregou de dizer-vos:
“Vossos sábios conheceram um Deus único, libertado da mitologia grosseira, onde outros
deuses são heróis, mas, aos quais atribuíam a cólera, o ciúme e algumàs vezes, a injustiça e
a crueldade, que só podem ser paixões humanas".

"Os sábios do meu país procuram analisar o que se encontra na noção de Deus, como
causa primária. Suas concepções parecem-me mais profundas que as vossas. Não
dou, porém minha opinião, pois não me julgo com autoridade para impô-la aos
outros. Todos os vossos iniciados não ficaram em Jerusalém. Muitos deles existem
aqui, onde encontraram mais liberdade que entre os que pensam como eles”.

“Puderam estudar nossos mistérios, de onde tiraram, espero, salutares ensinamentos.


Dizei-lhes que, se a sabedoria dos iniciados judeus é igual à dos persas, existe,
entretanto um ponto em que os persas são superiores; é que os persas adoram um
Deus, Pai comum de todas as nações, e fogo eterno que igualmente anima a todos os
homens. Ide reedificar o Templo; que ele seja o Templo da Liberdade para todas as
opiniões e da tolerância, que é o alicerce da Fraternidade".

Ciro disse-me também, que não existe povo sobre a terra que não se imagine eleito de
Deus.

Gr.∙. M.∙. - Meus IIr.∙., bem sabeis que entre os nossos, ficados entre as rumas do primeiro
Templo, vários visitaram a índia, o Egito e os países do ocidente. Não nos trouxeram
eles o mesmo pensar, igual ao que hoje nos vem da Pérsia? O orgulho de ter para si
um Deus particular não é uma idolatria? Essa idolatria não conduziu muitos povos à
superstição, ao torpor de espírito, à corrupção e finalmente à escravidão?

Eis o que está escrito: "Um profeta possuía um anel, ao qual se atribuía o dom da
profecia. Cada um de seus três filhos pediu-lhe o anel. Depois de mandar fazer trés
anéis iguais, lançou o verdadeiro ao mar, distribuindo os outros por seus filhos
dizendo reservadamente a cada um,que aquele era o verdadeiro. Os filhos acreditaram
no pai ese fizeram profetas, a todos convencendo de que de fato o eram". Tal é, com
efeito, uma convicção sincera. Possa o povo da Judéia não mais dar exemplos de
intolerância; possa jamais ser vítima. da intolerância dos outros. Nós que pela segunda
vez temos de construir o Templo da Verdade, consagremo-lo à independência política
de cada povo, à independência filosófica de cada indivíduo.

(Pausa).
Ir.∙. Zorobabe1, revelaste-nos um novo elemento de sabedoria, e com ele novos deve-
res. Cavaleiro do Oriente, vosso nome ficará ligado em nossos mistérios ao novo ensi-
namento. Cumprindo vossos deveres perdestes o Colar, insígnia de honras profanas;
ele será substituido pelas insígnias de vossas obrigações, aceitas, livremente, entre
nós. Ven.∙. Ir.∙. M.∙. CC.∙., conduzi o neófito para entre os Vvig.∙..

(O M.∙. CC.∙. cumpre a ordem e depois coloca na centro do Conselho, uma mesa
com uma almofada, sobre a qual estão a fita e a trolha. Os VVig.·. aproximam-se da
mesa.)

Gr.∙. M.∙. – Ven.∙. Ir.∙. 1º Vig.∙., dignai-vos cingir o candidato com a fita de Cavaleiro da
Aguia, em lembrança do sonho de Ciro e do fim do cativeiro.

(O 1º Vig.∙. executa)

Ir.∙. Zorobabel, desembainhai vossa espada que salvou o país. Ela será a glória dos
Cavaleiros da Espada.

(O candidato cumpre a ordem)

Ven.∙. Ir.∙. 2º Vig.∙., entregai ao neófito a Trolha de Cavaleiro do Oriente, símbolo da


construção do segundo Templo.

(Cumprida ordem, os Vvig.∙. voltam para os seus lugares e a mesa é retirada, ficando
o candidato de pé, no centro do Conselho.)

Gr.∙. M.∙. - (Ao candidato) - Aproximai-vos.

(O candidato vai até a frente do Altar de Juramentos, tendo a trolha na mão direita e
a espada na esquerda.).

Gr.∙. M.∙. - Quereis jurar que nos ajudareis a reconstruir e, se necessário, a defender o Templo
da Independência e da Tolerância?

CANDIDATO - .............................

Gr.∙. M.∙. (!) - De pé e à ordem, meus IIr.'. (Pausa) – Vem.∙. Ir.∙. Orador, tende a bondade de
ler a fórmula do juramento.
ORADOR - Por minha honra declaro, que solicitando minha iniciação nos GGr.∙. da Ma-
çonaria, sou levado pelo desejo de me instruir e não pelo de tirar proveitos para minha
profissão profana, nem com ambição de empregos públicos. Farei os estudos
prescritos, na medida de minhas faculdades. Empregarei os meios de que dispuser para
esclarecer minha razão e adquirir, em matéria religiosa e filosófica convicções pessoais
e refletidas.

Resistirei a toda violência que, por artifícios de linguagem, por intimidação ou por
bajulação aos meus interesses a isso se oponha. Se outrem me parecer em erro, escla-
recê-lo-ei se puder, mas respeitando sua opinião, sua vontade em todas as coisas em
que a independência de suas convicções estiver em jogo. Empregarei todos os meus
esforços para impedir, no seio da Maçonaria, qualquer medida que seja um ato de
intolerância e que violar o princípio fundamental do Rito Escocês Antigo e Aceito.
Não comunicarei a ne nhum profano ou Maçom, os mistérios do Conselho de
cavaleiros do Oriente, nem o que for tratado em suas sessões.

Aceito e prometo obediência ao Soberano Supremo Conselho do Brasil para o Rit.∙.


Esc.∙. Ant.∙. e Ac.∙. e aos Regulamentos deste Sublime capítulo R.∙. C.∙. de que
dependerei. Assim o juro e prometo.

Gr.·. M.∙. - (Ao candidato) - Se aceitais este juramento, estendei a mão direita para a frente e
dizei: EU O JURO.

(O candidato faz o juramento)

Gr.∙. M.∙. – Ven.∙. Ir.∙. M.∙. CC.∙., colocai os outros candidatos em face do Altar. Cada um
deles ao ser chamado, estenderá a mão direita para a frente e dirá: EU O JURO; e
vós, Ven.∙.:. Ir.∙. Port.∙. Esp.∙. colocai-vos junto ao recipiendário.

(Depois de todos os candidatos colocados em face do Altar dos Juramentos, o Gr.∙. M.∙.
dele se aproxima) – Ven.∙. Ir.∙. Secr.∙., fazei a chamada dos candidatos

Gr.∙. M.∙.. - EM NOME E SOB OS AUSPICIOS DO SOBERANO SUPREMO


CONSELHO DO BRASIL PARA O RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO E EM
VIRTUDE DOS PODERES QUE ME FORAM CONFERIDOS PELO SUBLIME
CAPÌTULO R.∙. C.∙., EU VOS DECLARO, ARMO E PROCLAMO CAVALEIROS
DO ORIENTE, DA ESPADA E DA AGUIA, ENVISTO-VOS DAS PRERROGATI-
VAS DO Gr.∙. 15 DE NOSSO RITO PARA QUE AS USEIS EM TODAS AS
OFICINAS REGULARMENTE CONSTITUÍDAS.

(O Port.∙. Esp:. coloca a espada sobre a cabeça de cada iniciando, e o Gr.∙. M.∙. dá a
bateria do Grau.)
Ven.∙. Ir.∙. 1º Vig.∙. lede a fórmula especial do compromisso que os Cavaleiros do Oriente
mutuamente contraem.

1º VIG.∙. - (Lendo) - Nós prometemos a cada um de nossos IIr.∙. ajudár-lo· a esclarecer sua razão,
respeitar a independência de suas convicções e o direito de por elas pautar sua conduta;
impedir todo e qualquer atentado contra essa independência em sua vida maçônica e
profana.

TODOS – (Estendendo a mão direita para frente) - EU O JURO.

Gr.∙. M.∙. - Sentemo-nos, meus IIr.∙.

(Música)

Gr.∙.M.∙. – Ven.∙. Ir.∙. 2º Vig.∙.. daí aos neófitos as intruções do Grau.

(O 2º Vig.∙. aproximando-se dos Neófitos, dá-lhes as Instruções, findas as quais,


diz:)

2º VIG.∙. – Ir.∙. Gr.∙. M.∙., as instruções completas foram ministradas aos novos Cavaleiros do
Oriente. (Volta para seu lugar).

Gr.∙. M.∙. – Ven.∙. Ir.∙. M.∙. CC.∙., apagai os 10 grupos de 7 luzes que iluminam nosso Conselho e
dizei aos neófitos que se algum deles desejar usar a palavra, ela ser-lhe-á concedida.

(Reinando silêncio, os neófitos assinam o livro de Presença e em seguida vão sentar-se


nas Regiões.)

ORADOR- O segundo Templo, objeto do Grau 15, é consagrado à independência. política dos
povos e à independência religiosa do indivíduo.

No mundo politico, o Maçom é filho de Hiram, que não foi demolidor, mas construtor.

Não é de temer, portanto, que comprometa a segurança do edifício social. Quando porém
se convencer de que uma limitação qualquer deixou de ser necessária à liberdade, seu
dever é ajudar a afastar esse entrave. Fá-lo, porém com a trolha, porque sua espada só
servirá para defender o trabalho realizado. Sua obra é pois a Tolerância, contrária, a toda a
violência física ou moral; sua ação é tão essencialmente moderada. Quando um Maçom,
abandonando a grande estrada da regular evolução social, se põe ao lado de aventureiros
da politica, observareis sempre, que ele desdenha a Maçonaria e a abandona. Se sua Loja
segue o mesmo caminho, vê-la-eis abater Colunas, como conseqüência fatal das lutas
políticas.

Na vida interna do Templo, a obrigação é ainda mais imperiosa, pois aí é inteiramente


aplicado o duplo princípio:

Submissão aos Estatutos e liberdade Para tudo que os Estatutos não proíbem. Eis a força
de nossa Fraternidade.
1º VIG.∙. – A loja é, para o Maçom o asilo sagrado da inviolabilidade de sua consciência e de seu
pensamento. Não só os pensamentos como as ações lhe pertencem. Praticando este ou
aquele culto, votando com este ou aquele partido político ou abstendo-se de votar;
funcionário público, cidadão, pai de familia, ele é seu próprio senhor. Desde que não viole
as leis do país, os preceitos da honra e os regulamentos da Ordem, o Maçom não tem de
prestar contas a ninguém.

É assim que os Maçons entendem a dignidade humana. Defendereis também a inde-


pendência de vossos IIr.∙.. Se acontecer que diante vós, queiram impor ou impedir a um
Ir.∙. um ato religioso, um ato qualquer dependente exclusivamente da liberdade individual,
defendereis a Ordem inteira contra o ato de intolerância com que se procura desonrá-
la.

2º VIG.·. - Quando Zorobabel levou para a Babilônia novas correntes de idéias e os princípios
de tolerância, obteve, sobre os adeptos dos Templos, todas as vantagens, mas foi
impotente sobre a massa da nação, cujos descendentes ainda pagam caro as
conseqüências de seu exclusivismo. Hoje vê-se protestantes e rabinos ensinarem
doutrinas idênticas, que mal os separam de nós e que algumas vezes os tornam
Maçons convictos. É verdade que para muitos espíritos bons, a obra de nosso tempo
consiste na supressão de toda idéia religiosa. Estes perdem de vista que a questão não
é saber se uma crença é verdadeira ou falsa, mas sim, saber se o sentimento religioso é
ou não um fato real.

Gr.∙. M.∙. - Tal é a lição deste Grau, tal é o caráter do Maçom. Sua conservação é o de ver
supremo dos que aceitam as responsabilidades de uma função em Loja ou na Ordem.
Os Cavaleiros do Oriente têm parte nestas responsabilidades. Outrora eles constituíam
Capítulos independentes e exerciam jurisdição ou vigilância sobre as Lojas inferiores
por eles fundadas. Quando um Cava leiro doOnente se apresentava em uma Loja
Simbólica, a regra mandava que o Venerável lhe cedesse o malhete. Esta prática já foi
abandonada, em virtude do tácito acordo entre os Supremos Conselhos do Rito e os Altos
Corpos Simbólicos, estipulando que os Maçons portadores de altos Graus não podem
pretender prerrogativas nas Lojas Simbólicas.

Quando no século XVIII foram concebidos oss sistemas que uniram todas as antigas Ins-
tituições em uma só hierarquia, todos os Ritos adotaram o Grau de Cavaleiro do Oriente,
também chamado Cavaleiro da Espada ou da Aguia. Os rituais têm variado conforme os
tempos e os lugares, mas baseiam-se invariavelmente no mesmo tema:

- A lenda de Zorobabel, a construção do segundo Templo, o estudo da filosofia persa, a


independência política e religiosa, e como ensino moral, a tolerância. É assim que a
Maçonaria pratica seu glorioso e antigo sistema, ciosa de conservar as velhas fórmulas, fiel
a seu principio, sempre o mesmo - o Progresso.

(Pausa).
7 – TRONCO DE SOLIDARIEDADE

Gr.∙. M.∙. – Ir.∙. Hosp.∙., fazei circular o Tr.∙. de Sol.∙.

(O Hosp.∙. faz a coleta, iniciando pelo Gr.∙. M.∙., ao término entrega ao Ir.∙., Orad.∙.
para ser conferida.)

8 - PALAVRA A BEM DA ORDEM OU DO RITO

Gr.∙. M.∙. – IIr.∙.. Vvig.∙. tendes alguma coisa a dizer em bem da Maçonaria em geral, e do R.∙.
E.∙. A.∙. A.∙., em particular?

1º ViG.∙. - (se tiver algo a dizer toma a palavra, em caso contrário, diz:) Nada Ir.∙. Gr.∙.M.∙.

2º VIG.∙. - (procede da mesma forma.)

Gr.∙. M.∙. – Vven.∙. IIr.∙.· VVig.∙., anunciai aos IIr.∙., que se tiverem alguma consideração a
fazer a bem da Maç.∙. em geral e do R.∙.E.∙.A.∙.A.∙., em particular, eu lhes concederei
a palavra.

(reinando silêncio, segue o Encerramento.).

9. ENCERRAMENTO DOS TRABALHOS

Gr.∙. M.∙.· - Ven.∙. Ir.∙. 1º Vig.∙., de onde viestes?

1º VIG.∙. - Do Oriente.

Gr.∙. M.∙. - Que aprendestes lá?

1º VIG.∙. - Iniciados que eu não conhecia, ensinaram-me ciências novas. Aprendi que os indivíduos
e as nações são solidários.

Gr.∙. M.∙. - Qual a nossa obra, de ora avante?

1º VIG.∙. - A construção do segundo Templo.

Gr.∙. M.∙. - Ven.∙. Ir.∙. 2º Vig.∙., como foi destruído o primeiroTemplo?

2º VIG.·. - Presos os matadores de Hiram, os operários paralisando o trabalho corromperam-se e,


então, exércitos estrangeiros vieram demolir o Templo e cativar os Obreiros.
Gr.∙. M.∙. - Qual será o alicerce do segundo Templo?

2º VIG.·. - A liberdade.

Gr.∙. M.∙. - Que significa a ponte de Gabara, por onde passastes combatendo?

2º VIG.∙. - A passagem da escravidão para a liberdade.

Gr.∙. M.∙. - Que significam as letras que gravastes nas pilastras da ponte?

2º VIG.∙. - Liberdade de Pensar. Essa não esta à mercê dos tiranos, porque se o escravo dela se
utilizar passará a ponte.

Gr.∙. M.∙. - Ven.∙. Ir.∙. 1º Vig.∙., por quem foi conquistada a liberdade?

1º VIG.∙. - Pelos Cavaleiros do Oriente.

Gr.·. M.∙., - Que é um cavaleiro do Oriente?

1º VIG.·. - Um Maçom instruido e tolerante.

Gr.∙. M.∙. - Por que a liberdade exige instrução?

1º VIG.∙. - Porque, sem a instrução o homem não pode se conduzira si próprió e, portanto se utilizar
da liberdade.

Gr.∙. M.∙. - Por que a liberdade exige tolerância?

1º VIG.∙. - Porque o homem não pode gozar a liberdade se outros não respeitarem o justo uso que
dela fizer.

Gr.∙. M.∙. - A liberdade tem limites?

1º VIG.∙. - Em muitas matérias ela é limitada pela razão comum, mas uma existe em que ela só
pode ser limitada pela razão do indivíduo.

Gr.∙. M.∙.- Que matéria é essa?

1º VIG.∙. - A religião, a filosofia e o direito de pautar sua conduta de acordo com sua própria
convicção.

Gr.∙. M.∙.- Ven.∙. Ir.∙. 2º Vig.∙. quais são as armas dos Cavaleiros do Oriente?

2º VIG.∙. - A Trolha e a Espada.

Gr.∙. M.∙. - Por que?


2º VIG.∙. - Porque os inimigos nos surpreenderam durante o trabalho.

Gr.∙. M.∙. – Ven.∙. Ir.∙. 1º Vig.∙., que idade tendes?

1º VIG.∙. - Dez semanas de anos.

Gr.∙. M.∙. – Ven.∙. Ir.∙. 2º Vig.∙., a que horas os Cavaleiros do oriente encerram seus trabalhos?

2º VIG.∙. - Nunca.

Gr.∙. M.∙.- Separemo-nos, pois, com a Trolha e a Espada. (!) De pé e à ordem, meus IIr.∙. (Pausa).
Ven.·. Ir.∙.M.∙.CC.∙., convidai o Ven.∙. Ir.∙. Qrad.∙. a encerrar o L.∙. S.∙. e extingui o candelabro
de 7 velas. - A mim pelo sinal, pela bateria, e pelo grito de aclamação.

(Depois de executada a ordem:)

Antes de nos separarmos, juremos absoluto sigilo sobre o que aqui se passou.

(O Gr.∙. M.∙. CC.∙., desembainha a espada e a estende horzontalmente para a frente. Todos
estendendo o braço direito para o trono, dizem: EU O JURO!)

Gr.∙. M.∙. - Estão suspensos nossos trabalhos, Ide em paz e vigiai.

10 - PALAVRA SEMESTRAL

(Quando houver necessidade o Gr.∙. M.∙. manda fazer a Cadeia de União e dá a Pal.·. com
as formalidades estabelecidas para esse ato.)

11 - CORTEJO DE SAlDA

O M.∙. de CC.∙. organiza o cortejo que deverá ser na ordem inversa à da entrada, isto é, o
Gr.·. M.∙., Ddig.∙., etc.
COBRIDOR DO GRAU

O Presidente representa Ciro, Rei da Pérsia e da Média, usa cetro.

Os Vvig.∙. são 1º e 2º Generais de Ciro, usam cetros. O Iniciado é Zorobabel.

Sinais: 1º de ORDEM: Levar a mão direita ao ombro esquerdo – 2º de Saudação: estando à


ordem, descer a mão, serpenteando para a coxa direita, imitando a ondulação dos rios;
depois desembainha-se a espada levando-a à frente, como para combater.

TOQUE: Tomar mutuamente. as mãos esquerdas com os braços estendidos e levantados como para
repelir um ataque, enquanto as mãos direitas afetam abrir uma passagem; depois levar
reciprocamente as pontas das espadas sobre o coração, dizendo o primeiro: JUD.∙., e o
segundo: BENJ.∙..

PP.∙. SS.∙. - NODOHPAR, ALAHCS, IBA.

PP.∙.PP.∙. - UOROBAAJ, MIAMMAH, P.D.L.

MARCHA: Avançar destemidamente por 5 grandes passos com a espada levantada.

BATERIA: IIIII – II (5 +2)

IDADE: 70 anos.

GRITO DE ACLAMAÇÃO: Glória a Deus e ao Soberano!

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