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COLONIZi\ÇAO
ALEMA
NO VALE DO ITAJAÍ-MIRIM
2ª ediçã<?

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..... MOVIMENT
Capa
Mário Rtíhnelt
Revisão
Déa Portanova Barros

AGRADECIMENTO

Agradeço ao Prof. Luiz de Castro Faria, orientador deste


trabalho, por suas valiosas críticas e sugestões.
Agradeço a Ayres Gevaerd, Presidente da Sociedade Ami-
gos de Brusque, cujas informações sobre a história de Brus-
que e indicações sobre as fontes documentais facilitaram
muito a pesquisa.
Agradeço a minha mãe, Iris Seyferth, a meus irmãos
Walter e Mirna e a Regina Maria Erdmann pela colaboração
prestada na coleta de dados.
Finalmente, agradeço à Sociedade Amigos de Brusque
e ao Instituto Hans Staden, de São Paulo, por terem permi-
tido meu acesso a seus arquivos.

G. S.

1999
Direitos desta edição reservados à
Editora Movimento
Rua Banco Inglês, 252 I Te l/fax : (051) 232-00-71
Morro Santa Teresa
90840-600 Porto alegre- RS • Brasil
INTRODUÇÃO

I. O artesanato e a industrialização I 125


2. O desenvolvimento da indústria têxtil I 129
3. As conseqüências da industrialização I 141

CONCLUSÃO I 156
O tema do presente trabalho é a colonização alemã no
BIBLIOGRAFIA I 161 vale do ltajaí-Mirim, em Santa Catarina, · tomada quanto ao
seu aspecto econômico. Esta colonização se fez a partir de
1860, por iniciativa do governo provincial de Santa Catarina,
que ordenou a fundação da Colônia ltajaí (Brusque), de-
marcando para ela uma área de 6 léguas quadradas que in-
cluíam o território correspondente ao vale médio do rio lta-
jaí-Mirim. A maioria dos imigrantes que se estabeleceram
nesta região vieram da Alemanha (mais exatamente de Ba-
den, Holstein, Oldenburg e Prússia), embora tivessem, pos-
teriormente, entrado colonos de origem italiana e polonesa.
A área geográfica correspondente ao vale do ltajaí-Mirim
se divide, atualmente, em quatro municípios: Brusque, Gua-
biruba, Botuverá e Vida! Ramos. Este último, situado no
alto vale daquele rio, não se liga historicamente à coloniza-
ção da região. A expap.são colonial no século XIX se veri-
ficou no vale médio do rio e depois se deslocou em direção
ao vale do rio Tijucas, local acessível e propício ao desenvol-
vimento da agricultura. Para o vale do Tijucas é que foram
encaminhados grandes contingentes de colonos italianos a
partir de 1875; estes se estabeleceram na região que hoje é
o município de Nova Trento. A colonização alemã ficou, pois,
restrita ao território atualmente pertencente aos municípios
de Brusque e Guabiruba. O município de Guabiruba foi
desmembrado do território de Brusque em 1962, mas na
análise do processo de colonização é impossível separar um
do outro. Por isso, quando nos referimos à "área de Brus-
que ", incluímos a região geográfica correspondente àqueles
dois municípios.
No âmbito global da colonização alemã no Estado de
Santa Catarina, a área de Brusque é bastante significativa,
embora sua importância seja menor do que Blumenau e Join-
ville. f: difícil estabelecer exatamente o número de imigran-
tes de origem alemã que chegaram àquela área e até mesmo

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quantos são os descendentes desses imigrantes, uma vez que dadcs camponesas um número significativo de pessoas vivem
o censo não registra tais informações. A única informação de ocupações não agrícolas. Não é o que o camponês produz
que temos é fornecida pelo historiador Jacinto Antônio de que é significativo; é como e para que ele dispõe do que pro-
Mattos (1917, p. 86 e segs.): de acordo com dados compi- duz que conta". Esse critério também aparece nos traba-
lados na Prefeitura Municipal de Brusque, a área deste mu- lhos de Firth que, reduzindo o problema a uma definição em
nicípio, em 1916, era habitada por 9.000 pessoas de origem termos estritamente econômicos, considera como economia
alemã, mais ou menos 2.000 pessoas de origem luso-brasi- camponesa "um sistema de produtores em pequena escala,
leira e umas 5.000 pessoas de origem italiana. Deve-se obser- com tecnologia e equipamento simples, freqüentemente con-
var que o município de Brusque, nessa ocasião, incluía os tando para sua subsistência com aquilo que eles próprios
territórios de Guabiruba, Botuverá e Vidal Ramos. Até que produzem". (Firth, 1951, p. 87). Este autor não limita o
ponto estes números representam a realidade é difícil res- conceito a cultivadores, aplicando-o também a pescadores e
ponder. artesãos rurais; e coloca que as relações econômicas são mais
importantes como instrumentos de identificação de uma eco-
Não pretendemos fazer a história da colonização alemã nomia camponesa do que o tipo de produção (Cf. Firth, 1951,
no vale do Itajaí-Mirim 1 e por isso nos limitaremos a p. 87-8). O camponês, contudo, não produz apenas para o
a_presentar dados que possibilitem melhor compreensão do consumo de sua família mas também para a troca com outros
contexto do trabalho que vamos desenvolver. Este se cons- bens ou serviços, ou mesmo para o comércio, o que faz com
tituirá da descrição e análise do sistema econômico que ca- que a comunidade tenha apenas uma semi-autonomia.
racterizou aquela área de colonização durante a segunda
metade do século XIX, considerando a comunidade que se Ao lado desses critérios baseados na produção, · os au-
formou aí como camponesa. Mais ainda, pretendemos obser· tores dão ênfase muito grande à relação entre a comunidade
var no contexto dessa comunidade camponesa os mecanismos camponesa e a cidade (ou Estado). O conceito de Kroeber
de desenvolvimento econômico que levaram à industrializa- (1948), que considera as sociedades camponesas como "part-
ção da vila de Brusque e sua conseqüente urbanização. societies with part-cultures ", e o de Redfield ( 1956) tratando
Antes de discutir o conjunto do trabalho, torna-se ne- o campesinato como constituindo uma pequena tradição que
cessário definir o que é campesinato - instrumento con- faz parte de uma grande tradição, procuram enfatizar a si-
ceitual que pretendemos utilizar na análise do sistema econô- tuação da sociedade camponesa como parte de uma socie-
mico em questão. dade maior. Foster (1967, p. 5) enfatiza o papel da cidade
e sua relação com a comunidade camponesa, considerando
Os critérios usados para identificar uma sociedade cam- esta como a expressão rural de uma civilização pré-industrial.
ponesa variam de autor para autor e de acordo com o caso Resumindo, o campesinato não pode existir sem a cidade e
específico que está sendo estudado. Mas existe um certo está sujeito às demandas e sanções que emanam dela. Assim,
número de características mais ou menos generalizadas que se uma comunidade camponesa está estreitamente relacio-
são constantes em quase todas as tipologias construídas para nada a pessoas e instalações que estão fora dela, não pode
identificar o campesinato, independentes, de certa forma, da ser analisada isoladamente. O ponto crucial do problema,
tradição conceitual a que pertence o analista. Assim, o cam- para os autores acima referidos, portanto, está nas relações
ponês é considerado primeiramente como um agricultor pro~ entre a comunidade camponesa e a cidade.
duzindo em pequena escala. Foster (1967, p. 6), entretanto,
afirma que "o critério de definição deve ser estrutural e re- Esta colocação é, em parte, contestada por Wolf (1970,
laeional mais do que ocupacional, porque em muitas socie- p. 24-6) que, embora não negue a importância do relaciona-
mento do camponês com a cidade, afirma que "o que serve
para distinguir a forma primitiva da civilizada é mais a cris-
1 - Oswaldo Rodrigues Cabral. num volume publicado em 1960 como comemora- talização do poder executivo do que o problema de saber
ção d.o 1• Centenário de BrusquP. relata, minuciosamente, a história administra-
th·n da Colônia Itajn! a t~ o final do Impl'rio, ou ~P.ja, atl" IR89. se o controle do poder está localizado aqui ou ali. Não é a

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cidade, mas o Estado, que constitui o critério decisivo para cífico da produção agrícola determinam o ciclo anual do
o reconhecimento da civilização, sendo o aparecimento do trabalho camponês e da vida bmiliar.
Estado o limiar da transição entre cultivadores de alimentos c) Uma cultura tradicional relacionada ao modo de vida
em geral e camponeses". Wolf, no seu trabalho, dá ênfase de pequenas comunidades. A aldeia é o mundo do camponês.
principalmente ao fato de o camponês estar sempre sujeito a
algum tipo de domínio de fora. Shanin (1971a, p. 15) chama d) A underdog position- ressaltando a condição do cam-
isto the underdog position, colocada como uma caracterís- ponês como sujeito a algum tipo de dominação de fora da
tica importante das sociedades camponesas em sua tipologia. sua comunidade. Esta pode ser uma sujeição cultural, po-
lítica ou em termos de comércio desfavorável ao camponês.
A ênfase na pequena propriedade agrícola trabalhada pe-
la família como a unidade básica da produção camponesa e Assim obedecendo de certa maneira à ordem dessa ti-
o domínio econômico e político exercido sobre o camponês pologia a 'fim de facilitar o trabalho, pretendemos. examina_r
são os critérios que sobressaem na definição de Sha.nin. Para o sistema econômico camponês em questão a partir da ana-
ele, 11 o campesinato consiste de produtores agrícolas de pe- lise da unidade básica da produção - isto é, o lote colonial
quena escala que, com a ajuda de equipamento simples e agrícola de 25 hectares trabalhado pela família. Este repre-
do trabalho de suas famílias, produzem o suficiente para seu senta a unidade de produção e consumo no contexto dá Co-
próprio consumo e para o preenchimento de obrigações com lônia. Será preciso considerar, então, de um lado, o con-
os detentores do poder político e econômico. Uma tal de- junto de pequenas propriedades (ou lotes coloniais) chamado
finição implica numa relação específica com a terra, a fazenda Colônia ( Kolonie) e, de outro lado, a vila de Brusque como
familiar camponesa e a aldeia camponesa como as unidades a .comunidade aldeã que une essas pequenas propriedades
básicas de interação social, uma estrutura ocupacional es- num .conjunto que podemos chamar 11 sociedade colonial". O
pecífica e influências particulares do passado histórico .jun- outro aspecto a ser considerado na identificação dessa socie-
tamente com padrões específicos de desenvolvimento". (Sha- dade camponesa diz respeito às relações comerciais entre os
nin, 1971b, p. 240). colonos (pequenos proprietários) e os donos de pequenas
lojas na vila de Brusque e as formas de acumulação de ca-
A variedade dos conceitos que incluímos acima mostra pital - que evidenciam a posição subordinada dos colonos.
as dificuldades de enquadrar numa só definição todos os ti- A colônia a vila e o comércio constituem os três elementos
pos de sociedades camponesas. O termo camponês é bastante fundamen'tais que caracterizaram o sistema econômico no vale
vago e ambíguo e, por isso mesmo, sua conceitualização de- do Itajaí-Mirim durante o século XIX.
pende muito do intento do analista. Por isso, adotamos o
modelo de campesinato que melhor se adaptou à realidade Na parte final do nosso trabalho, pretendemos mostrar
da ndssa pesquisa. A comunidade camponesa que se formou a fase de transição desse sistema econômico camponês para
no vale do Itajaí-Mirim no século XIX pode, então, ser iden- um sistema econômico polarizado pela indústria têxtil. Não
tificada a partir dos critérios propostos por Shanin (1971a, é nossa intenção analisar o processo de industrialização em
1971 b) segundo os quais o campesina to é identificável como si, mas sim de que maneira o aparecimento de tecelagens e
um tipo geral incluindo as seguintes características (não obe- fiações - portanto de fábricas - na vila de Brusque, mo-
deceremos à ordem dada por Shanin) : dificou as estruturas da ecoriomia tradicional da colônia. E,
ainda, de que maneira a industrialização levou à urbanização
a) A propriedade familiar camponesa é a unidade bá- da vila de Brusque sem alterar fundamentalmente a zona ru-
sica da produção, consumo e vida social. A estrutura da ral. O processo de industrialização só vai nos interessar na
família determina a divisão do trabalho. A ação econômica medida em que serve para explicar a transformação do cam-
está estreitamente ligada às relações familiares. ponês em operário .parcialmente dedicado à agricultura
b) O cultivo da terra provê a maior parte das necessi- portanto um camponês-operário que não abandonou . to.tal-
dades de consumo. A relação com a terra e o caráter espe- mente sua pequena propriedade para trabalhar na fábnca.

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Este é o fato fundamental que determinou o traçado da ci- através . dos seguintes documentos: Relatórios do Diretor da
dade de Brusque, composta de um pequeno núcleo central Colônia Itajaí-Brusque (manuscritos originais), Relatórios
com o comércio e as igrejas e todo um conjunto de subúrbios dos Presidentes . da Província de Santa Catarina no período
que mantêm a fisionomia do sistema colonial. de 1860 a 1886, jornal Koloniezeitung (de Joinville) de abril
e agosto de 1868, jornal Novidades (de Itajaí) de 1902 a 1910,
É possível distinguir no nosso trabalho três partes fun- Mapas Cadastrais dos agrimensores da Colônia e Livros de
damentais: Registro de Dívidas quanto à terra. Ainda na Sociedade Ami-
a) uma parte introdutória, que inclui uma rápida análi- gos de Brusque tivemos oportunidade de examinar o trabalho
se das causas da emigração alemã e dos problemas do cam- inédito (manuscrito) de Georg Boettger, fundador do Labo-
pesinato alemão no século XIX (Capítulo I) , e as caracte- ratório Químico-Farmacêutico Boettger em Brusque, escrito
rísticas do povoamento do vale do Itajaí-Mirim (Capítulo li). em 1886, e que dá uma idéia geral do trabalho agrícola e da
Estes dois capítulos contêm os fundamentos básicos da colo- coloni.zação nos primeiros 25 anos. Da mesma forma, obtive-
nização alemã na área em questão e são essenciais ao enten- mos dados importantes para nossa pesquisa nas petições dos
dimento do sistema econômico caracteristicamente campo- colonos (cujos originais se encontram na Sociedade Amigos
nês que se formou ali a par tir de 1860; de Brusque), na correspondência dos colonos e dos diretores
da colônia, nas publicações comemorativas da Escola Evan-
b) uma segunda parte, constituindo o núcleo do traba- gélica Alemã e da Sociedade de Caça e Tiro de Brusque e no
lho, aborda a economia da Colônia ltajaí-Brusque no século Album do l'? Centenário de Brusque. Foi também na Socieda-
XIX avaliando o conjunto representado pela colônia, tendo de Amigos de Brusque que encontramos outro trabalho iné-
a vila como ponto de união (Capítulo 111) e os aspectos rela- dito, datando possivelmente de 1940, escrito por E.A . von
tivos ao comércio e à acumulação de capital (Capítulo IV). Buggenhagen, e que traz a história da Fábrica de Tecidos
Como estamos trabalhando com um modelo de campesinato, Carlos Renaux, além de um breve relato sobre a colonização.
nosso trabalho não obedece exatamente ao esquema analítico
característico da Antropologia Econômica (isto é, dividindo o No Arquivo do Instituto Hans Staden encontramos refe-
trabalho em estruturas da produção, repartição e consumo de rências à colonizaÇão alemã em Brusque na pasta intitulada
bens e serviços). Apesar disso, todos os elementos que fazerri Materielen zur Geschichte der Kolonie und des Munizips Brus-
parte de um sistema econômico entram na nossa análise; ape- que. Nesta instituição, tivemos oportunidade de ler os traba-
nas a colocação dos dados obedece a um esquema que permi- lhos de dois viajantes alemães - W. Laçmann (1906) e Her-
te melhor entendimento do problema ; mann Leyfer (1900) - que trazem alguns dados importantes
c) uma parte final que mostra a transição para a indús- sabre a colonização alemã em Brusque.
tria têxtil e os efeitos desta sobre a área colonial e a vila de No segundo período de pesquisa (de 10-7 a 23-8-1972),
Brusque (Capítulo V). completamos o levantamento das fontes documentais e biblio-
gráficas- na Sociedade Amigos de Brusque e realizamos traba-
A pesquisa lho de campo em Brusque e Guabiruba. Este constou basica-
A pesquisa foi realizada nos mumc1p1os de Brusque e mente de entrevistas, histórias de vida e observações feitas
Guabiruba e no Instituto Hans Staden de São Paulo, em dois na cidade e zona rural.
períodos : janeiro/fevereiro e julho/agosto de ' 1972. A técnica de pesquisa que empregamos mais intensamen-
No primeiro período, realizamos o levantamento dos te foi a da entrevista com um roteiro previamente estabeleci-
documentos sobre a colonização alemã no Vale do Itajaí- do. Mas não seguimos rigidamente o roteiro, a fim de permitir
Mirim na Sociedade Amigos de Brusque e no Instituto Hans aos informantes maior elasticidade na exposição dos fatos.
Staden. Na Sociedade Amigos de Brusque obtivemos gran- Por esse motivo, nem todas elas seguem a mesma ordem.
de parte dos dados relativos à colonização no século XIX, Muitos dados imp_or tantes foram obtidos nas conversas para-

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leias dos informantes entre si, quando tentavam chegar a tes alemães que entraram na área eram do Grão-Ducado de
um acordo sobre determinados fatos. É preciso esclarecer Baden) com português, pouco compreensível para quem não
que nem sempre as entrevistas eram realizadas com uma pes- está habituado com a pronúncia das palavras, mesmo aque-
soa. Em muitas delas, a família inteira e até os vizinhos to- les que conhecem bem a língua alemã. Os descendentes de
mavam parte e a entrevista se transformava numa conversa in- imigrantes alemães que vivem na zona urbana falam, em sua
formal. Os itens mais importantes do roteiro das entrevistas, maioria, o português; mas os da zona rural raramente se ex-
feitas com agricultores, operários, técnicos industriais e pes- pressai? nesta língua, apesar de tê-la aprendido. Assim, seria
soas direta ou indiretamente ligadas ao processo de desenvol- 1mposs1vel realizar as entrevistas na zona rural sem conhe-
vimento industrial, são os seguintes: cer este dialeto e a principal razão disto é que boa pàrte das
pe~soas com mais de 50 anos freqüentaram escolas onde se
1. Motivos que levaram os pais (ou avós) a emigrarem ensinava em alemão.
para o Brasil.
2 . ExperiênCia vivida pela família como pioneira numa
área de colonização.
3. Funcionamento da pequena propriedade agrícola no
período anterior à industrialização. Quais as formas estabe-
lecidas de herança da terra.
4. Funcionamento da pequena propriedade agrícola após
o desenvolvimento das indústrias têxteis.
5. Formas de troca e comércio antes e depois da indus-
trialização.
6. Como foi o desenvolvimento industrial e, se for o caso,
experiência vivida como operário.
Realizamos um total de 35 entrevistas, sendo que em algu-
mas delas houve participação de mais de um informante. To-
dos os entrevistados, com uma exc~ção apenas, eram filhos ou
netos de imigrantes alemães. Apenas uma entrevista, talvez
a mais importante de todas, foi feita com um imigrante polo-
nês (de origem alemã) que chegou à área de colonização de
Brusque em fins do séculq XIX com seus pais. Seu pai havia
sido técnico de tecelagem :q.a cidade polonesa de Lodz e seu
papel no início das atividades têxteis em Brusque foi muito
Importante: foi instrutor 'de tecelagem. É a exceção a que nos
referimos acima.
. Nosso entrosamento. na comunidade não apresentou di-
ficuldades. Laços de amizade e parentesco e o conhecimento
do diale.t o al<;!mão falado na região facilitaram muito nosso
relacionamento com os entrevistados. O· mesmo é uma mistu-
ra de dial~to badense (mais ou menos a metade dos imigran-

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tir da quarta década deste século. A presença de várias fá- CONCLUSÃO
bricas de beneficiamento de produtos agrícolas, por sua vez, A região correspondente ao vale médio do rio . Itajaí-
torna insignificante a exportação da produção bruta das Mirim se caracterizou por um povoamento rural . disperso
pequenas propriedades. Na população global do município com colonos de origem alemã e, em menor escala, üahanos,
predomina o número de famíliás vinculadas ao trabalho in- poloneses e brasileiros. Houve, ~ontudo,, uma ~~rta regula-
dustrial. As famílias que ainda estão vinculadas à pequena ridade na distribuição das propnedades as famllms de colo~
propriedade colonial procuram cultivar plantas que · têm nos de tal forma que não ficavam isoladas uma das outras.
finalidades industriais, como a mandioca e o fumo. A maior 1st~ foi possível devido a dois fatores importantes: um nú-
parte das exportações são garantidas pelas indústrias têx- mero relativamente grande de imigrantes entrava todos os
teis. Aparentemente, a região de Brusque (incluindo Guabi- anos na região e o povoamento foi realizado em fileira, is-
ruba) mantém uma população agrícola muito grande. Essa to é os lotes foram demarcados sucessivamente ao . longo
aparência é devida principalmente à forma que tomou o nú- das picadas que margeav~m. o rio ltajaí-~irim e seu~_prin­
cleo urbano, com seus subúrbios-colônias onde as casas não cipais afluentes. As pecuhandades geograflcas da regmo -
são contíguas e as pequenas plantações se sucedem. São as um vale estreito e cerçado por pequenas serras - e a forma
casas dos colonos-operários, cuja produção agrícola desti- como foram divididos os lotes (alongados, com a frente es-
na-se a seu próprio consumo e, no contexto geral da pro- treita para o rio ou picada e fundos no alto dos morros)
dução, é insignificante. Podemos finalizar transcrevendo uma tornou este povoamento semelhante ao que ocorreu em
parte da entrevista com um técnico industrial que sumariza fins da ldad~ Média nas montanhas do leste da Alemanha,
bem a importância dada pelos colonos ao trabalho nas fá- chamado W aldhufendorf. Acrescente-se ainda .que os cam-
bricas: "As indústrias de Brusque começaram a crescer mui- poneses das W aldhufen não tinham laços f~udais e eram do-
to depressa e foi até preciso vir gente de fora para traba- nos das suas propriedades; nem sua aldeia se assemelhava
lhar nas fábricas. Esse crescimento também tirou os filhos aos padrões clássicos da aldeia camponesa alemã com . seus
dos colonos das roças para as fábricas. Isto foi um erro campos divididos em Zelgen e suas pastagens comunais. _o
porque Brusque ficou sem Hinterland e a cidade precisa de- lote, na W aldhufe, era contínuo. Por todas essa~ ~ar~~tens­
pender de abastecimento de fora . até para as hortaliças, ticas, 0 povoamento que ocorreu no vale do ltaJai-Minm se
quando antes quase tudo era produzido aqui. A agricultura aproxima _aos padrões da W aldht:tf~ndorf. O colono" era .pro.~
está em decadêpcia e os colonos só plantam para si e querem prietário do seu lote e as pecuhandades do novo ~abitat
trabalhar na fábrica." não permitiram o cultivo da terra nos moldes conhecidos na
Alemanha em meados do século XIX. O fracasso com plan-
tações de cereais europeus, à presença da fl<?r~sta virgem,
a impossibilidade de utilizar o arado e. as dificuldades de
obter animais domésticos foram fatores Importantes no que
diz respeito aos processos de cultivo adotados pelos. colo-
nos, característicos da agricultura de derrubada-queimada
- a coivara - e as principais plantas cultivadas foram as
que existiam na área: milho, mandioca, cana de açúcar,
fumo, etc.
O isolamento inicial da área colonial, o tipo de povoa-
mento, o regime de pequenas propriedades e_ a tradição do
campesinato alemão do sé~ul.o Xl.x. foram Importan~es na
formação do sistema economico tipicamente campones que
se desenvolveu no vale médio do ltajaí-Mirim a partir de
1860.

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Este sistema econômico camponês tem como elementos venda: O volume de mercadorias que circulavam entre as
importantes a colônia, a vila e a venda, e a partir deles é propriedades coloniais e as vendas e entre estas e o porto
possível delinear o ' conjunto da comunidade camponesa que de Itajaí era realmente grande. Controlando a produção dos
se desenvolveu na região . colonos, fazendo o comércio com base na troca, recebendo
as economias dos colonos sob sua guarda, os vendeiros eram
A colônia ( Kolonie), tomada no seu sentido particular, as únicas pessoas na colônia que tinham condições de acu-
é a base da existência do camponês na área: inclui a pro- mular capitais que não fossem restritos à pequena proprie-
priedade com tudo o que ela contém (casa, estábulo, pasta- dade agrícola. O controle dos preços e dos meios de trans-
gem, roças, etc.). É, pois, a unidade básica dentro do sis- porte era reforçado pelo pap,el que tinham as vendas na
tema econômico em questão. No seu sentido mais geral, a vida social da colônia - seja como local de tomar decisões
colônia é o conjunto das pequenas propriedades que formam de caráter comunitário, político ou como centro de infor-
a área de colonização. Temos, então, basicamente uma so- mações sobre os acontecimentos externos à área colonial.
ciedade de pequenos produtores que, a partir do trabalho
familiar, produzem para seu próprio consumo. A diversifi- Nesse contexto colônia/venda, a Stadtplatz - vila -
cação econômica é bastante restrita e a divisão do traba- emerge com o elemento unificador da comunidade campo-
lho é determinada pela estrutura da família: é a posição na nesa. A solidariedade interna da sociedade colonial só pode
família que estabelece os deveres na propriedade. O rendi- ser percebida a partir da vila - o mundo do colono isolado
mento da propriedade agrícola também está diretamente no seu vale - onde se tomam as decisões importantes e se
vinculado à estrutura familiar e atinge o máximo quando estabelecem as relações sociais mais significativas, até mes-
todos os filhos de um casal chegaram à idade adulta mas mo as de vizinhança.
ainda não casaram. A pequena propriedade familiar é a uni- Aí estão delineados os elementos que caracterizam um
dade básica da produção e consumo, uma vez que ela for- sistema econômico camponês tal como é colocado por Sha-
nece as necessidades básicas de consumo da família do co- nin {197la e b) e no qual a unidade básica é a propriedade
lono e é trabalhada por ela. A terra é, neste contexto, o bem familiar camponesa e o tipo de dominação a que está sujei-
mais importante e essencial à subsistência. Cada família pro- to o camponês é de ordem econômica. A acumulação de capi-
duz para si na sua propriedade e só secundariamente para tais só é possível através da venda e o capital do colono se
o mercado, do qual depende para muito pouca coisa. A pro- restringe à posse da sua colônia.
priedade agrícola é tão importante que toda a poupança
dos colonos reverte para a compra de mais terras (visando Esta é a primeira fase que marca o desenvolvimento
ao futuro dos filhos) ou para melhorar a propriedade. O tra- econômico da área de colonização alemã no vale do Itajaí-
balho fora da colônia e o artesanato são formas comuns de Mirim. O final do século XIX marca, por sua vez, o início
complementar a renda do camponês, tal como já ocorria na da segunda fase desse desenvolvimento: a implantação da
Alemanha no século XIX. indústria têxtil. No sistema econômico tradicional da área,
cada pequena propriedade produzia exatamente as mesmas
A esse conjunto representado pela colônia (no seu sen- coisas. Não havia especialização e o tipo de indústria pos-
tido amplo) se opõem as vendas - isto é, as lojas ou casas sível estava vinculado à produção agrícola. Os artesãos, por
comerciais - cujos proprietários, os vendeiros, controlam sua vez, tinham de cultivar a terra em primeiro lugar e sua
todo o comércio e em parte também a vida social dos co- ocupação especializada era trabalho secundário. O artesa-
lonos. Assim, os vendeiros, exercendo pleno domínio eco- nato, por si mesmo, não poderia jamais chegar ao nível de
nômico sobre a produção dos colonos, impuseram seu mé- indústria técnica pelo simples fato de que os artesãos não
todo de comércio na área colonial. Esse domínio se esta- dispunham de capital e nem tinham condições de obtê-lo. O
beleceu a partir do controle dos vendeiros sobre os pre- fato de terem entrado na área colonial, na década de 1890,
ços das mercadorias e sobre os meios de transporte entre imigrantes tec~lões de Lodz (Polônia) foi apenas mais um
a colônia e a vila de Itaj aí. Todo o comércio se realiza na fator que lev0u à formação da indústria têxtil ~ e apenas

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isto. Aqueles que tiveram condições de instalar este tipo de A predominância dos colonos-operários sobre os operanos
indústria, contratar operários e, principalmente, garantir o no quadro de empregados das fábricas e as características
funcionamento da mesma, foram os vendeiros. O rendimen- eminentemente suburbanas da cidade de Brusque marcam,
to da venda e o capital comercial acumulado a partir das sem dúvida, essa fase de transição entre o sistema econô-
trocas com os colonos puderam manter a indústria nos pri- mico tradicional da antiga colônia para uma economia ba-
meiros anos da sua existência. O fato de haver um mercado seada na indústria têxtil. A urbanização se deve antes à
consumidor potencial, capital disponível acumulado nas ven- subdivisão das propriedades agrícolas mais próximas da
dAas : possibilidades de bons preços de venda dos produtos pequena cidade de Brusque do que ao crescimento da po-
texteis foram as causas que determinaram a implantação pulação desta última; em conseqüência, a cidade se torna
desse tipo ·de indústria. suburbana e extremamente alongada, verdadeiros apêndices
constituídos pelos antigos caminhos coloniais.
A industrialização veio modificar fundamentalmente a
divisão do trabalho na área colonial. No novo contexto eco- Na terceira e última fase do desenvolvimento econômi-
nômico, um ou mais membros da família camponesa pas- co, que começa com a Segunda Guerra Mundial, a situação
saram a trabalhar na fábrica e com isto a produção agrí- dos colonos-operários e operários se inverte. O grande au-
mento no número de empregos nas fábricas fez com que
c?la. de cada .lote diminuiu. Mas as indústrias, por motivos diminuísse o número de ca,mponeses-operários em relação
tecmcos e visando ao aproveitamento da mão-de-obra, se
espalharam por toda a área colonial e, assim, não fizeram aos operários. Mas nem o colono-operário deixa de existir
desaparecer tot~lmen!e as características camponesas do sis- e nem tampouco o pequeno proprietário agrícola é desligado
tema. Aparece, Isto sim, ao lado do sistema tradicional cam- do trabalho industrial. Entretanto, o aspecto do campo se
ponês, um outro tipo de indivíduo - o colono-operário modifica em função dos tipos de cultivo voltados às finali-
(worker-peasant), que trabalha parte do dia na lavoura em dades industriais, por causa das pequenas indústrias de
sua pequena propriedade e outra parte na fábrica. No con- transformação de produtos agrícolas que se multiplicam na
t~x~o colono-operário não desaparece o camponês, na me-
área. Do campesinato tradicional na área correspondente ao
dida eJ? que ele continua a ter sua pequena propriedade, médio vale do ltajaí-Mirim só ficou mesmo o regime de pe-
que vai sendo atomizada pela carência de terras, pela legis- quena propriedade trabalhada pela família e a divisão do
lação brasileira e pela própria indústria, uma vez que esta trabalho com base na composição familiar. Mesmo na área
rural vamos encontrar entre as propriedades puramente
rouba parte do tempo que tradicionalmente devotava à agrícolas operários e colonos-operários que se deslocam dia"
~avoura. Assim, o colono-operário, não dispondo- de tempo
mtegral para trabalhar na terra, não necessita, por sua vez, riamente até as fábricas. A venda perdeu sua importância c
de tanta terra. Em conseqüência, as partilhas tão evitadas se limita ao comércio varejista.
durante o período de dominância do sistema colônia-venda Como conseqüência de tudo isto, a cidade de Brusque
passaram a ser uma r?tina. A pequena propriedade agrícola, se apresenta com três elementos perfeitamente distiqguíveis:
contudo, mesmo reduzida, ainda tem importância como meio um núcleo central, nitidamente comercial e residencial, cor-
. de, s?bsistên~ia _po~que o colono-operário não muda para respondendo à antiga vila colonial; os subúrbios, que cer-
proximo da mdustna; ele permanece na sua propriedade e cam este núcleo central; de aspecto alongado, habitados na
se desloca diariamente até o local de trabalho. maioria por operários; e, por último, os subúrbios mais
distantes, que acabam se confundindo com a área rural, cuja
Essa segunda fase do desenvolvimento da economia da população é constituída, na maioria, por colonos-operários.
área é marcada pelo aparecimento de várias pequenas em-
presas e fecularias, pela diminuição da importância da ven-
da como elemento dominante do comércio, pela transfor-
mação na estrutura física da pequena propriedade colonial
e pela afirmação dos grupos maiores de indústrias têxteis.

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