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O Quadrante Do Despertar: As Quatro Técnicas de Base
O Quadrante Do Despertar: As Quatro Técnicas de Base
Este caderno constitui uma apresentação sucinta das quatro técnicas que formam
o Quadrante, destinado àqueles que receberam a respectiva transmissão,
necessariamente oral. Assinalamos que, mais do que uma propedêutica, muitos
consideram constituir o Quadrante uma via em si mesmo, podendo um espírito sagaz
encontrar qualquer outra via, mágica, teúrgica, alquímica e/ou de despertar através do
Quadrante.
DA VIA
De modo geral, toda Via Real comporta simultaneamente uma magia natural
(segundo Giordano Bruno, a magia é a arte da memória e manipulação dos fantasmas, é
o domínio daquilo que certos etólogos denominam “o encantamento do mundo”), uma
teurgia e uma alquimia, vetor de uma via de imortalidade.
As quatro práticas de base, são uma chave para alcançar essa atitude, única a
permitir o despertar. Estas quatro práticas são:
Embora haja uma magia relativa, uma magia dos mundos relativos, Teurgia e
Alquimia são absolutas, operam somente na verticalidade de um Reino do Centro. Isso
não significa senão que a alquimia, a química de Deus, ou dos deuses, ou a Teurgia,
uma operação divina incomensurável para nossa natureza, operam. Portanto, não há
Corpo de Glória possível fora desse Reino Central. Não há Real, não há Deus, fora do
Eixo.
As vias reais são feitas para aqueles que são reais, que vivem em vez de serem
vividos, concernem a seres rebeldes a toda forma de limitação, incondicionais,
apaixonados por liberdade, guerreiros pacíficos e elegantes, sendo a elegância a arte de
realizar o menor gesto que engendrará a maior mudança favorável à Busca.
Última evidência, mas de grande relevância, como dizia Gurdjieff a certo discípulo:
“Sem a Graça de Deus, nenhum trabalho seria possível”. Uma vez integrada essa
evidência, inútil insistir. Com efeito, como lembra Robert Amadou: “A Via Real, em
qualquer uma de suas espécies, não consiste na devoção. Nessa via, eu tudo deponho,
nada retenho, resta Deus e é o total”.
PRÁTICA DA
DIVISÃO DA CONSCIÊNCIA
Esta prática é a matriz das três outras práticas de base. Com efeito, em cada uma
das três outras práticas, a divisão da consciência estará presente. Mais exatamente, a
realização correta das três outras práticas exige a divisão da consciência.
Nós não vivemos no mundo, mas em sua representação. Não temos acesso à
experiência pura e, portanto, ao real; nem mesmo temos acesso, na maioria, à
experiência sensorial pura, somos vividos por nossos condicionamentos e somos
mantidos no filete das ilusões mentais.
Nosso mundo quotidiano, que tomamos pela realidade, é uma arquitetura onírica
mantida por pura convenção. Poderíamos denominar esse mundo de um campo coerente
de representações. Esta coerência é mantida pelo diálogo interior. Se nós paramos o
diálogo interior, paramos a representação, paramos o mundo, podemos então alcançar o
Real.
Existem mil maneiras de modelar esse estado de fato. Os diagramas 3 a 7 são
alguns exemplos significativos.
Durante os três primeiros meses, trabalhe em horas fixas, três vezes por dia,
durante três períodos de aproximadamente dez minutos. Depois, trabalhe toda vez que
isso venha ao seu pensamento.
Tome inicialmente consciência da postura global do corpo, dos pés até o alto da
cabeça.
Pouco a pouco, a prática irá tornar-se inconsciente, automática, isto é, ela se fará
por si mesma. Denominamos “inconsciente” a memória do corpo, não se trata aqui do
inconsciente psicanalítico.
Neste momento, podereis dividir a consciência em quatro: postura, referência,
respiração e muro da visão.
O muro da visão consiste em uma visão desfocada, o olhar largo, não procurando
observar um ponto particular da imagem, uma contemplação geral do muro da visão
percebido como no interior da cabeça e não em um exterior qualquer.
Da mesma forma que para o muro da visão, devereis tomar consciência da onda
sonora em sua globalidade, sem “mira auditiva”. Deixai-vos penetrar pelos sons sem
tratá-los como informações.
Pode ocorrer que tenhais a impressão de que o diálogo interior cessou, embora
estejais apenas em um estado de torpor. A divisão da consciência é sempre
acompanhada por um acréscimo de consciência.
Logo que estejais familiarizado com essa prática, podereis participar em marchas
às cegas, que modificam profundamente nossas percepções sensoriais.
PRÁTICA da letra A
Inspirar, visualizar a luz prateada que deixa a Lua externa pelo alto para penetrar
na Lua interna pelo alto. Simultaneamente emitir o som A, mentalmente.
Expirar, visualizar a luz prateada que deixa a Lua interna por baixo para penetrar a
Lua externa por baixo. Simultaneamente emitir o som A, mentalmente.
Esta prática pode ser feita a todo instante. É aconselhável fazê-la à noite antes de
dormir, para continuá-la até o momento do adormecimento.
Após um ano de prática sob essa forma liminar, podereis passar ao exame da
Letra A.
A meditação é feita sobre uma Lua cheia branca em que se abre uma rosa com
oito pétalas, sobre a qual aparece uma letra A de cor ouro.
Adotaremos aqui o Aleph. Mas a prática seria idêntica com um A grego, ou
tibetano, ou sânscrito, mais ou menos estilizado segundo as escolas.
2 - Cria-se no peito, na altura do coração, uma Lua com a flor e o Aleph, idêntica à
imagem exterior. Pronuncia-se A na expiração, vendo a energia que deixa a roda da Lua
interior por baixo, dirigindo-se à parte inferior da roda da Lua exterior, depois animando o
Aleph.
Pronuncia-se A na inspiração, vendo a energia que deixa a Lua exterior pelo alto e
que entra pelo alto da Lua interior, para animar o Aleph.
Uma prática dura no mínimo 20 minutos. Quando o adepto está bem familiarizado
com uma fase, pode iniciar a segunda dessa maneira: fase 1 durante 5 minutos, depois
fase 2. Mais tarde: fase 1 - 5 minutos; fase 2 - 10 minutos, depois fase 3.
Após algumas semanas de prática, será fácil manter por visualização a Lua e o
Aleph externos, ao mesmo tempo que a Lua e o Aleph internos, sem apoio exterior.
Uma prática mais avançada da Letra A utiliza uma rosa com treze pétalas e um
duplo Aleph, um vermelho e o outro branco, dispostos um como o reflexo do outro.
A prática dos sons IAO possui duas formas, uma dinâmica, dando densidade,
reunindo energia; a outra harmonizadora, reguladora das energias. A primeira forma é
aconselhada antes de operar, a segunda antes de uma fase de reconciliação ou de
repouso.
Repetir esse conjunto três vezes. A cada vez, a aceleração será mais importante.
Para isso, proceder a quatro rotações em cada plano, ou seja, doze rotações,
iniciando sempre pela esquerda, duas à esquerda, duas à direita.
O praticante é então o centro de sua própria esfera de energia e, onde quer que
vá, permanecerá no centro. Toda operação teúrgica irá se desenvolver assim desde o
centro da esfera e na esfera. O praticante permanece então sobre o eixo.
Para convencer-vos do poder e da eficácia desse trabalho, podeis emitir a
aclamação ADONAI ou ainda EL SHADDAI, que invocam os sons raízes, antes da prática
e imediatamente após a prática. Verificareis assim facilmente a diferença.
Explicações preliminares.
O MRP impregna com seu ritmo todas as partes do corpo, exceto o osso do
calcanhar, o calcâneo, que não flutua. Ele serve efetivamente de base de apoio no solo
ao caminhar e deve por esse motivo permanecer estável. Todos os ossos flutuam
segundo esse ritmo de flexão/extensão. Esses movimentos são mínimos, mas dão a vida
ao corpo. O ritmo dessa flutuação é de 6 a 8 ciclos por minuto.
O MRP E A TRADIÇÃO
Notemos que esse ciclo que segue um ritmo definido, mas não imutável no tempo,
que não existe no princípio universal, permite passar do mundo materializado (terra,
cubóide, Jing) a um mundo não tangível (céu, occipital, Shen) através de uma etapa
intermediária (sacro, ponto de equilíbrio, Qi). O homem é mesmo o mediador entre terra e
céu.
Tomai uma posição que permita uma posição correta da coluna vertebral. Siga as
orientações abaixo. Passe à etapa seguinte somente quando tenha dominado a etapa
precedente.
Etapa 1:
Deixe-se levar totalmente por este movimento, sem nada controlar até que o
movimento se sincronize por si mesmo com a respiração.
Etapa 2:
Etapa 3:
Etapa 4:
Fazer descer a oscilação ao longo da coluna vertebral até o nível cardíaco. Sentir
bem o movimento.
Etapa 5:
Etapa 6:
Fazer descer a oscilação ao longo da coluna vertebral até o sacro. Sentir bem o
movimento.
Etapa 7:
QUATRO fazem UM
Conclusão momentânea
- domínio do meio.
- arte de “dobrar” o tempo.
Eis alguns critérios, dentre outros, que lhe permitirão saber se está no bom
caminho.
Lembremos:
DIAGRAMAS E ESQUEMAS