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Equaç Diferenciais Física Universdévora
Equaç Diferenciais Física Universdévora
Departamento de Matemática
Universidade de Évora
2014
Março de 2014
Equações Diferenciais na Física
Dissertação de Mestrado
Carla Alexandra Estima Simões
Departamento de Matemática
Universidade de Évora
2014
Um agradecimento especial:
Aos meus pais por tudo o que sou!
Ao meu namorado pelo apoio e paciência.
Ao Professor Luís Bandeira pela
orientação, disponibilidade e motivação
para nalizar o trabalho.
Equações Diferenciais na Física
Resumo
A modelação matemática fornece modelos que permitem descrever, inter-
pretar e prever a evolução de situações reais nas mais diversas áreas do
conhecimento.
As equações diferenciais são uma das ferramentas matemáticas usadas na
modelagem de fenómenos físicos. O estudo da segunda lei de Newton e a
lei de Hooke permite deduzir que certos sistemas envolvendo massas e molas
apresentem um comportamento de oscilador harmónico.
O estudo de múltiplos osciladores acoplados e a ligação ao problema da corda
vibrante leva-nos ao estudo das equações diferenciais parciais, das séries de
Fourier e do método da separação das variáveis.
6
Abstract
The mathematical modeling oer us models that allow us to describe, inter-
pret and predict the evolution of real situations in various elds of knowledge.
The dierential equations are one of the mathematic tools when modeling
physic phenomena. The study of Newton's second law and Hooke's law allow
us to deduct that certain systems which involve masses and springs show an
oscillator and harmonious behaviour.
The study of multiple coupled oscillators and the connection to the vibrating
string lead us to the study of the partial dierential equations, the series of
Fourier and to the method of the separation of variables.
Conteúdo
Introdução 11
Nota histórica 13
1 Equações Diferenciais 17
1.1 Classicação das equações diferenciais . . . . . . . . . . . . . 18
1.2 Problema de valor inicial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
1.3 Solução de uma equação diferencial . . . . . . . . . . . . . . . 21
1.4 Equações diferenciais de primeira ordem . . . . . . . . . . . . 23
1.4.1 Análise qualitativa de equações autónomas . . . . . . 25
1.4.2 Aproximação de soluções . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
1.4.3 Equações Diferenciais Separáveis . . . . . . . . . . . . 33
3 Movimento Harmónico 63
3.1 Oscilador harmónico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
3.1.1 Oscilador harmónico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
3.1.2 Pêndulo simples . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
3.1.3 Oscilador harmónico com amortecimento . . . . . . . 71
3.2 Osciladores acoplados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
7
8 CONTEÚDO
4 Séries de Fourier 89
4.1 Generalidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
4.1.1 Continuidade, diferenciabilidade e integrabilidade de
funções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
4.1.2 Funções trigonométricas . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
4.1.3 Convergência de séries . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
4.2 Coecientes de Fourier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
4.3 Série de Fourier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
4.4 Estimativa dos coecientes de Fourier . . . . . . . . . . . . . 110
4.5 Séries de Fourier para funções pares e ímpares . . . . . . . . . 113
4.6 Forma complexa da série de Fourier . . . . . . . . . . . . . . . 116
4.7 Convergência das séries de Fourier . . . . . . . . . . . . . . . 118
4.7.1 Convergência pontual das séries de Fourier . . . . . . . 118
4.7.2 Convergência uniforme das séries de Fourier . . . . . . 125
4.8 Integração de séries de Fourier . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127
5 Equações Diferenciais Parciais de Segunda Ordem 133
5.1 Equação do Calor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134
5.1.1 Denições e generalidades . . . . . . . . . . . . . . . . 134
5.1.2 Dedução da equação do calor . . . . . . . . . . . . . . 135
5.1.3 Solução da equação do calor . . . . . . . . . . . . . . . 137
5.1.4 Discretização da equação do calor . . . . . . . . . . . . 144
5.2 Equação da onda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145
5.2.1 Denições e generalidades . . . . . . . . . . . . . . . . 146
5.2.2 Equação geral das ondas . . . . . . . . . . . . . . . . . 147
5.2.3 Equação da corda vibrante . . . . . . . . . . . . . . . 150
5.2.4 Corda com extremidades xas . . . . . . . . . . . . . . 152
5.2.5 Discretização da equação da onda . . . . . . . . . . . . 157
6 Osciladores Harmónicos na Sala de Aula 159
6.1 Plano de aula: Oscilador harmónico . . . . . . . . . . . . . . 159
6.1.1 Atividade Laboratorial - Pêndulo gravítico . . . . . . . 160
6.1.2 Atividade Prática - Pêndulo . . . . . . . . . . . . . . . 161
6.2 Plano de aula: Sistema massa-mola . . . . . . . . . . . . . . . 165
6.2.1 Atividade Laboratorial - Lei de Hooke . . . . . . . . . 166
6.2.2 Atividade Prática - Sistema massa-mola . . . . . . . . 167
Considerações Finais 173
Bibliograa 175
Lista de Figuras
9
10 LISTA DE FIGURAS
11
12 CAPÍTULO 0. INTRODUÇÃO
13
14 CAPÍTULO 0. NOTA HISTÓRICA
Equações Diferenciais
As equações diferenciais aparecem em importantes aplicações nas áreas da
Biologia, da Ecologia, da Sociologia, da Economia, da Termodinâmica, da
Física, entre outras.
Muitos problemas reais, tais como, crescimento populacional, movimento de
um pêndulo, propagação de doenças, movimento de corpos celestes, circui-
tos elétricos, corpos em movimento harmónico simples, são modelados por
equações diferenciais.
No decorrer deste trabalho iremos estudar alguns problemas de modelização
de situações físicas, como o movimento de um pêndulo ou o movimento de
uma mola.
Nas equações diferenciais que aparecem ligadas a problemas de movimento,
a variável independente é usualmente representada por t e a função que
desejamos encontrar, a variável dependente, é representada por x.
Vejamos exemplos de alguns modelos físicos que recorrem às equações dife-
renciais:
- De acordo com a segunda lei de Newton, a força é proporcional à
aceleração a de um corpo de massa m
F = ma. (1.1)
Esta equação é conhecida, também, como a equação do movimento de
Newton e pode ser representada na forma de equação diferencial como
mx00 = f (t, x, x0 ), (1.2)
em que temos um objeto de massa m em movimento ao longo do eixo
x na posição x(t) no momento t, com força f (t, x(t), x0 (t)) que atua no
objeto no tempo t.
17
18 CAPÍTULO 1. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS
Denição 7 Uma solução de uma EDO é uma função φ, denida num in-
tervalo I , que tem pelo menos n derivadas e verica
Uma solução particular pode ser obtida a partir das condições iniciais do
problema.
(1.15)
x(0) = x0 .
∂f
Se f (t, x) e (t, x) são funções contínuas em R, então existe um intervalo I
∂x
centrado no ponto t0 e uma única função x = x(t) denida em I que satisfaz
o PVI 1.18.
num intervalo I .
Demonstração:
Seja x(t) solução do PVI 1.18 num intervalo I .
Então x é diferenciável em I e x0 (t) = f (t, x(t)).
Integrando de t0 a t ambos os membros da equação x0 (t) = f (t, x(t)) obtemos
Z t Z t Z t
0
x (s)ds = f (s, x(s))ds ⇔ x(t) − x(t0 ) = f (s, x(s))ds
t0 t0 t0
Z t
⇔ x(t) = x(t0 ) + f (s, x(s))ds
t0
e Z t0
x(t0 ) = x0 + f (s, x(s))ds = x0 .
t0
Método de Euler
O método de Euler usa a informação do instante tn para calcular uma apro-
ximação da solução no instante seguinte tn+1 . O PVI transmite a informação
do valor inicial e do valor da derivada de x em cada ponto.
Sabemos que o gráco da solução passa pelo ponto (t0 , x0 ) com inclinação
igual a f (t0 , x0 ). O método também é conhecido pelo método da tangente
pois podemos aproximar a solução que procuramos pela função cujo gráco
é a reta tangente ao gráco da solução no ponto (t0 , x0 ), isto é,
x = x0 + f (t0 , x0 )(t − t0 ). (1.28)
(tn , 0), (tn+1 , 0), (tn , f (tn , xn )), (tn+1 , f (tn+1 , xn+1 )), (1.37)
Método de Runge-Kutta
O método de Runge-Kutta de ordem n é caraterizado por não exigir o cálculo
de derivadas parciais de f (t, x) e apenas necessitar do cálculo de f (t, x)
no número de pontos que depende a ordem dos métodos. A expressão do
método coincide com a expressão do método de Taylor em torno de (t, xi )
de mesma ordem, quando agrupados os termos em relação às potências de
h. A desvantagem do método é o não conhecimento da estimativa do erro,
o que poderá não facilitar a escolha do passo h.
O método de Euler 1.36 é um método de Runge-Kutta de primeira ordem e
o método de Euler melhorado 1.41 é um método de Runge-Kutta de segunda
ordem.
É dos métodos mais usados, sendo o método de Runge-Kutta de quarta
ordem o mais eciente para obter soluções aproximadas de PVI.
No nosso caso iremos ver somente a aplicação do método de segunda ordem.
6
pequeno,
h2 ∂f (ti , xi ) ∂f (ti , xi )
xi+1 ≈ xi + f (ti , xi )h + + f (ti , xi ) . (1.43)
2 ∂t ∂x
em que
k1 = hf (tn , xn );
(1.45)
k2 = hf (tn + b1 h, xn + b2 k1 ),
coincida com a expressão 1.43 do desenvolvimento do polinómio de Taylor.
Comecemos por desenvolver k2 = hf (tn + b1 h, xn + b2 k1 ) com recurso ao
polinómio de Taylor,
k2 = hf (tn + b1 h, xn + b2 k1 )
∂f (tn , xn ) ∂f (tn , xn )
= hf (tn , xn ) + b1 h2 + b2 h2 f (tn , xn ) .
∂t ∂x
Substituindo na expressão 1.44, vem que
2 ∂f (tn , xn ) ∂f (tn , xn )
xn+1 = xn + a1 f (tn , xn ) + a2 hf (tn , xn ) + b1 h + b2 hf (tn , xn )
∂t ∂x
2 ∂f (tn , xn ) ∂f (tn , xn )
= xn + (a1 + a2 )hf (tn , xn ) + h ha2 b1 + a2 b2 f (tn , xn ) .
∂t ∂x
1
onde g(x) = .
h(x) R
Denamos G(x) = g(x)dx, donde
dG
g(x)dx = f (t)dt ⇔ dx = f (t)dt
dx
dG dx
⇔ = f (t).
dx dt
Da aplicação da regra da cadeia, vem
d
G(x(t)) = f (t). (1.50)
dt
Esta equação é facilmente resolvida integrando ambos os membros,
Z Z Z
d
G(x(t))dt = f (t)dt ⇔ G(x(t)) = f (t)dt + c. (1.51)
dt
1
onde g(x) = .
h(x)
1.4. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE PRIMEIRA ORDEM 35
Obtemos uma curva que passa pelo ponto (t0 , x0 ) e que dene implicitamente
a solução da equação 1.48 sujeita à condição inicial x(t0 ) = x0 .
Consideremos a EDO de primeira ordem
x0 (t) = f (t). (1.54)
Aplicando o método de resolução de separação de variáveis, temos
Z Z Z
dx
dt = f (t)dt ⇔ x(t) = f (t)dt + C. (1.55)
dt
Ou seja, a solução geral da equação é dada, com C constante, por
Z
x(t) = f (t)dt + C. (1.56)
36 CAPÍTULO 1. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS
Capítulo 2
37
38 CAPÍTULO 2. EDO LINEARES HOMOGÉNEAS ...
x01 (t)
a11 . . . a1n x1 (t)
.. .. .. .. (2.9)
. = . . .
x0n (t) an1 . . . ann xn (t)
ou na forma
X 0 (t) = AX(t), (2.10)
com
a11 . . . a1n x1 (t)
.. .. .. (2.11)
A= . . e X(t) = . .
com ai , i = 0, . . . , n − 1 constantes.
A equação 2.12 pode ser escrita na forma de um sistema de n equações
diferenciais de primeira ordem, para tal, usamos as seguintes mudanças de
variável:
x1 = y
0
x2 = y
.
.. (2.13)
xn−1 = y (n−2)
xn = y (n−1)
40 CAPÍTULO 2. EDO LINEARES HOMOGÉNEAS ...
xn (t)
cujos elementos são n funções diferenciáveis denidas em IR com valores
reais ou complexos, que satisfazem o sistema 2.10 no intervalo I .
Teorema 2 (Princípio da sobreposição para sistemas lineares homogéneos)
Sejam X1 (t), . . . , Xn (t) um conjunto de vetores solução do sistema de ordem
n homogéneo 2.10 num intervalo I .
Então a combinação linear
X(t) = c1 X1 (t) + . . . + cn Xn (t) (2.17)
também é solução do sistema em I .
Demonstração:
Por hipótese, para cada i = 1, . . . , n, temos AXi (t) = Xi0 (t).
Portanto,
X 0 (t) = c1 X10 (t) + . . . + cn Xn0 (t)
= c1 AX1 (t) + . . . + cn AXn (t)
= A (c1 X1 (t) + . . . + cn Xn (t))
donde X 0 (t) = AX(t).
O seguinte resultado apresenta um teste à independência linear das soluções.
2.1. SISTEMAS DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS... 41
Demonstração:
Suponhamos que X1 (t), . . . , Xn (t) são soluções linearmente dependentes.
Então existem constantes c1 , . . . , cn não todos nulos, tais que
No caso de t = t0 ,
0
c1 X1 (t0 ) + . . . + cn Xn (t0 ) = ... .
Demonstração:
Sejam X1 (t), . . . , Xn (t) as n colunas de X(t),
X 0 (t) = X10 (t) . . . Xn0 (t)
e
AX(t) = AX1 (t) . . . AXn (t)
donde as n equações vetoriais
X10 (t) = AX1 (t),
..
.
Xn0 (t) = AXn (t).
(2.19)
X(t0 ) = X0
Substituindo t = t0 obtemos
X(t0 ) = X0 = c1 X1 (t0 ) + . . . + cn Xn (t0 )
X 0 (t) = λeλt V
= eλt λV
= eλt AV
= Aeλt V
= AX(t).
44 CAPÍTULO 2. EDO LINEARES HOMOGÉNEAS ...
Demonstração:
Para calcular um vetor próprio V temos que encontrar soluções diferentes de
zero, tais que AV = λV , donde
AV = λV ⇔ AV − λV = 0 ⇔ (A − λI)V = 0.
linearmente independentes.
O seguinte resultado garante que quando a matriz A tiver n valores próprios
distintos, os seus vetores próprios associados são linearmente independentes.
2.1. SISTEMAS DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS... 45
Demonstração:
Suponhamos que Y (t) é solução de Y 0 (t) = DY (t) e A = P DP −1 .
Consideremos X(t) = P Y (t) e AP = P D, então
X 0 (t) = P Y 0 (t)
= P DY (t)
= AP Y (t)
= AX(t).
yn (t) cn eλn t
Da mudança de variável 2.33 vem que
P Y (t) = X(t) (2.38)
e obtemos a solução geral do sistema 2.10
c1 eλ1 t
.. (2.39)
X(t) = V1 . . . Vn .
cn e λn t
= c1 e λ1 t
V1 + . . . + cn eλn t Vn . (2.40)
(2.54)
y0 = −qx − py
com
x0
X(t0 ) = X0 = (2.58)
y0
e tem uma única solução que é da forma
X(t) = c1 X1 (t) + c2 X2 (t). (2.59)
52 CAPÍTULO 2. EDO LINEARES HOMOGÉNEAS ...
Sabemos que A = P DP −1 e
X 0 (t) = P DP −1 X(t). (2.61)
Donde, multiplicando à esquerda por P −1 , camos com
P −1 X 0 (t) = P −1 P DP −1 X(t) ⇔ P −1 X 0 (t) = DP −1 X(t). (2.62)
Fazendo a mudança de variável tal que
Y (t) = P −1 X(t), (2.63)
temos
Y 0 (t) = P −1 X 0 (t) (2.64)
e substituindo em 2.62 chegamos a
y10 (t)
λ1 0 y1 (t)
Y 0 (t) = DY (t) ⇔ = . (2.65)
y20 (t) 0 λ2 y2 (t)
⇔ Y (t) = (2.67)
y2 (t) = c2 eλ2 t c2 eλ2 t
e
c1 eλ1 t
(2.77)
y(t) = c1 eλ1 t v2 + c2 eλ2 t w2 .
Donde,
Y 0 (t) = AY (t) e Z 0 (t) = AZ(t).
Temos assim soluções reais pois,
Y (t) = Re(X(t))
Z(t) = Im(X(t)).
As funções complexas das soluções pode ser escritas como,
X(t) = e(α+iβ)t (a + ib) = (a + ib)eαt+iβt
= (a + ib)eαt [cos(βt) + i sin(βt)]
= eαt {[a cos(βt) − b sin(βt)] + i [a sin(βt) + b cos(βt)]} .
e
α + iβ 0
D= (2.79)
0 α − iβ
tais que A = P DP −1 .
Procedendo de modo análogo ao caso anterior, depois de efetuadas as devidas
substituições e mudança de variável, obtemos
y10 (t)
0 α + iβ 0 y1 (t)
Y (t) = DY (t) ⇔ =
y20 (t) 0 α − iβ y2 (t)
0
y1 (t) = (α + iβ)y1 (t)
⇔
y20 (t) = (α − iβ)y2 (t).
y1 (t) = c1 e(α+iβ)t
(2.80)
y2 (t) = c2 e(α−iβ)t .
Donde,
c1 e(α+iβ)t
v1 + iw1 v1 − iw1
X(t) = P Y (t) ⇔ . (2.81)
v2 + iw2 v2 − iw2 c2 e(α−iβ)t
com
v1 + iw1
X1 (t) = e (α+iβ)t
(2.84)
v2 + iw2
e
v1 − iw1
X2 (t) = e (α−iβ)t
, (2.85)
v2 − iw2
isto é,
2.2. EDO LINEARES HOMOGÉNEAS DE SEGUNDA ORDEM... 57
αt v1 + iw1
X1 (t) = e [cos(βt) + i sin(βt)]
v2 + iw2
[v1 cos(βt) − w1 sin(βt)] + i [v1 sin(βt) + w1 cos(βt)]
= eαt
[v2 cos(βt) − w2 sin(βt)] + i [v2 sin(βt) + w2 cos(βt)]
e
αt v1 − iw1
X2 (t) = e [cos(βt) − i sin(βt)]
v2 − iw2
[v1 cos(βt) − w1 sin(βt)] − i [v1 sin(βt) + w1 cos(βt)]
= eαt .
[v2 cos(βt) − w2 sin(βt)] − i [v2 sin(βt) + w2 cos(βt)]
Logo,
x(t)
X(t) = = c1 X1 (t) + c2 X2 (t)
y(t)
v1 cos(βt) − w1 sin(βt)
= (c1 + c2 )eαt +
v2 cos(βt) − w2 sin(βt)
v1 cos(βt) + w1 sin(βt)
+ i(c1 − c2 )eαt
v2 cos(βt) + w1 sin(βt)
ou seja, por 2.21, λ1 , λ2 são valores próprios com vetores próprios associados
V e W , respetivamente.
Sejam valores próprios λ1 , λ2 complexos, tais que
λ1 = α + iβ, λ2 = α − iβ (2.90)
com vetores próprios associados
V1 = (v1 + iw1 , v2 + iw2 ), V2 = (v1 − iw1 , v2 − iw2 ). (2.91)
A solução geral do sistema 2.54 é dada por
x(t) = eαt v1 [c1 cos(βt) + c2 sin(βt)] + eαt w1 [c2 cos(βt) − c1 sin(βt)]
A trajetória está sobre uma reta que passa pela origem. No caso do valor
próprio λ < 0 as soluções convergem para a origem. Se λ > 0 as soluções
afastam-se da origem quando t cresce. No primeiro caso, a origem é de-
signada por nodo próprio estável (gura 2.2). Quando λ > 0 diz-se que a
origem é um nodo próprio instável.
tais que
A = P JP −1 . (2.95)
Donde,
⇔ u(t) = tek ,
(2.102)
y2 (t) = c2 eλt .
⇔
y(t) = c1 eλt + c2 teλt v2 + c2 eλt w2
⇔
y(t) = (c1 + c2 t) eλt v2 + c2 eλt w2 .
Movimento Harmónico
O movimento efetuado por uma partícula de massa m sujeita a uma força
que é proporcional ao deslocamento da partícula, mas com sinal oposto, é
chamado de movimento harmónico simples.
Um corpo efetua um movimento harmónico simples quando oscila periodi-
camente em torno da posição de equilíbrio sob a ação de uma força restau-
radora. Os sistemas massa-mola com um corpo de massa m e constante
da mola k, formam um oscilador harmónico linear simples, com frequência
angular r
k
w= . (3.1)
m
Uma propriedade importante do movimento oscilatório é a sua frequência
f , isto é, o número de oscilações completas em cada segundo, cuja unidade
de medida é o hertz - Hz (1hz = oscilação por segundo). O período T do
movimento é o inverso da frequência.
O movimento de uma partícula é dada, como iremos ver adiante, como uma
função do tempo por
x(t) = A cos(wt − φ) (3.2)
onde A, φ e w são constantes.
O valor de A depende de como o movimento foi iniciado e chamamos ampli-
tude do movimento, esta amplitude é a magnitude do deslocamento máximo
da partícula em qualquer direção. Num movimento harmónico simples, a
frequência e o período são independentes da amplitude.
A quantidade que varia com o tempo (wt − φ) é a fase do movimento e
a constante φ é a fase inicial ou ângulo de fase. O seu valor depende do
deslocamento e da velocidade da partícula em t = 0.
63
64 CAPÍTULO 3. MOVIMENTO HARMÓNICO
e matricialmente,
x0
0 1 x
= . (3.11)
v0 2
−w 0 v
O passo seguinte passa por determinar os valores próprios da matriz de
coecientes
0 1
C= 2 , (3.12)
−w 0
66 CAPÍTULO 3. MOVIMENTO HARMÓNICO
−λ 1
det(C − λI) = 0 ⇔ 2
=0
−w −λ
⇔ λ2 + w 2 = 0
⇔ λ1 = iw ∨ λ2 = −iw.
e φ ∈ [0, 2π], ângulo de fase que carateriza as condições iniciais, tal que
c1 x0
cos φ = A = A
(3.18)
sin φ = c2 = v0 .
A wA
Substituindo no sistema 3.14, obtemos
e peso
mg = mg cos θ − mg sin θ. (3.29)
Substituindo em 3.27 obtemos,
mg + T = mlθ00 ⇔ mg cos θ − mg sin θ − mg cos θ = mlθ00
⇔ −mg sin θ = mlθ00
⇔ −g sin θ = lθ00
g
⇔ − sin θ = θ00 .
l
O movimento do pêndulo é denido pela equação
g
θ00 = − sin θ, (3.30)
l
com força restauradora proporcional a sin θ.
O desenvolvimento da função seno é dado por
θ3 θ5
sin θ = θ − + − ... (3.31)
3! 5!
e para deslocamentos de θ sucientemente pequenos temos sin θ ≈ θ, o que
nos leva à equação do pêndulo linearizada
g
θ00 = − θ. (3.32)
l
r
g
Fazendo w = temos uma equação diferencial de segunda ordem equiva-
l
lente à que vimos em 3.9, para o oscilador harmónico,
θ00 + w2 θ = 0 (3.33)
3.1. OSCILADOR HARMÓNICO 71
r
l
com período de oscilação T = 2π e A amplitude angular, isto é, ângulo
g
máximo de oscilação.
O período do pêndulo em pequenas oscilações é independente da amplitude
da oscilação, dependendo apenas do comprimento do pêndulo l e da acele-
ração da gravidade, caraterística do movimento harmónico simples. Temos
que quanto maior for o comprimento l do pêndulo, maior é o período T da
oscilação.
Amortecimento forte
No caso de γ 2 > 4w2 temos soluções do polinómio característico reais e a
solução geral do sistema 3.38 é dada
√ √
−γ− γ 2 −4w2 −γ+ γ 2 −4w2
t t
x(t) = c v e + c w e
2 2
1 1 2 1
√ √
(3.41)
−γ− γ 2 −4w2 −γ+ γ 2 −4w2
t t
v(t) = c1 v2 e + c2 w2 e .
2 2
3.1. OSCILADOR HARMÓNICO 73
Amortecimento crítico
No caso de γ 2 = 4w2 , temos uma única solução real.
A solução λ = − γ2 da equação caraterística 3.39 tem como vetor próprio
associado V = (1, λ). A equação 2.109 permite determinar um vetor próprio
W = (w1 , w2 ), conhecido o vetor V .
Assim temos,
−λw1 + w2 = 1
−λ 1 w1 1
= ⇔
−w2 −γ − λ w2 λ
−w2 w1 − (γ + λ)w2 = λ
⇔ w2 = 1 + λw1 .
⇔
− γ2 t − γ2 t γ
v(t) = e− 2 t (C + Dt)
v(t) = λ (c1 + c2 t) e + (1 + λ)c2 e
(3.43)
com constantes A = c1 + c2 , B = c2 , C = (c1 + c2 )λ + c2 e D = c2 λ
determinadas pelas condições iniciais.
Neste caso o movimento atinge o equilíbrio mais rapidamente e o movimento
do oscilador é designado por amortecimento crítico. O sistema volta à posi-
ção de equilíbrio sem oscilar e a massa pode passar pela posição de equilíbrio
no máximo uma vez.
As representações grácas da gura 3.6 são exemplos do comportamento da
solução x(t) para diferentes condições iniciais.
3.1. OSCILADOR HARMÓNICO 75
Amortecimento fraco
p p
−γ − i −γ 2 + 4w2 −γ + i −γ 2 + 4w2
λ1 = ∨ λ1 = . (3.44)
2 2
Por 2.92 sabemos que a solução geral do sistema 3.38 é dada por
γ " p ! p !#
− t −γ 2 + 4w2 −γ 2 + 4w2
x(t) = e 2 c1 cos t + c2 sin t
2 2
γ " p ! p !#
−γ 2 + 4w2 −γ 2 + 4w2
− t
v(t) = e 2 c3 cos
t + c4 sin t
2 2
p p (3.45)
γ 2
−γ + 4w 2 γ −γ + 4w2
2
com c1 , c2 , c3 = − c1 + c2 e c4 = − c2 − c1
2 2 2 2
constantes determinadas com as condições iniciais.
Na representação gráca da gura 3.7 a) observamos o comportamento da
solução x(t) quando temos posição inicial xk e velocidade inicial negativa e
nula e o caso em que a posição inicial é a de equilíbrio com velocidade inicial
negativa.
O retrato de fase da gura 3.7 b) representa a situação em temos um ponto
de equilíbrio estável, com trajetória da solução em espiral.
com v
u !2
2v + γx0
(3.48)
u
A = tx20 + p 0
−γ 2 + 4w2
O sistema oscila com uma amplitude A que vai diminuindo, devido ao fraco
amortecimento, ao longo do tempo.
A gura 3.8 resume o comportamento dos três casos de amortecimento com
posição inicial x0 = 0 e velocidade inicial v0 > 0.
O único movimento oscilatório é o caso do movimento com amortecimento
fraco. Nos outros dois casos temos uma diminuição sem oscilações em direção
à posição de equilíbrio.
78 CAPÍTULO 3. MOVIMENTO HARMÓNICO
00 2k k
mx001 = −kx1 + k(x2 − x1 ) x1 = − m x1 + m x2
⇔ (3.50)
mx002 = −k(x2 − x1 ) − kx2 x002 = k x1 − 2 k x2 .
m m
k
De 3.1 podemos escrever w2 = e temos o seguinte sistema
m
00
x1 = −2w2 x1 + w2 x2
(3.51)
x002 = w2 x1 − 2w2 x2
com
Xn (t) = cn Vn eλn t (3.56)
Donde,
x1 (t) 1 1
√
√1 √
1
√
v1 (t)
= c1 ewt
iw
+c e−wt
−iw 3wt
i 3w +c4 e− 3wt −i 3w .
1 2 1 +c3 e
x2 (t) −1 −1
√ √
v2 (t) iw −iw −i 3w i 3w
(3.57)
Só nos interessa as equações referentes ao deslocamento x1 (t) e x2 (t),
√ √
x1 (t) = c1 eiwt + c2 e−iwt + c3 e 3iwt + c4 e− 3iwt
√ √
(3.58)
x (t) = c eiwt + c e−iwt − c e 3iwt − c e− 3iwt .
2 1 2 3 4
Logo
q1 (0) = A1 cos(φ1 ) = A;
q2 (0) = A2 cos(φ2 ) = A;
(3.70)
q100 (0) = −w2 A1 sin(φ1 ) = 0;
k
e fazendo w2 = temos
m
x00i = w2 xi−1 − 2w2 xi + w2 xi+1 , i = 1, . . . , n. (3.79)
Para n massas acopladas oscilando existem n modos normais de oscilação
para o sistema, de modo que a solução geral para o movimento do sistema
será a soma de todas as soluções dos n modos normais.
Seja xp a equação do movimento harmónico com amplitude Ap e frequência
da oscilação w da p-ésima massa,
−w2 AP cos(wt) = w02 Ap−1 cos(wt) − 2w02 Ap cos(wt) + w02 Ap+1 cos(wt)
isto é,
−w2 + 2w02 Ap−1 + Ap+1
2 = . (3.82)
w0 AP
Suponhamos que a amplitude da p-ésima massa é dada, para certas condições
C e θ, por
Ap = C sin(pθ) (3.83)
e denindo as amplitudes para os corpos nas posições p − 1 e p + 1 da mesma
forma, temos
Ap−1 + Ap+1 = C [sin((p − 1)θ) + sin((p + 1)θ)] (3.84)
= 2C sin(pθ) cos θ (3.85)
donde,
Ap−1 + Ap+1
= 2 cos θ (3.86)
AP
é constante e independente de p.
3.2. OSCILADORES ACOPLADOS 87
Séries de Fourier
Neste capítulo vamos estudar as séries de Fourier para aplicação nas equações
diferenciais parciais.
+∞
a0 X
+ [an cos(nx) + bn sin(nx)] (4.1)
2
n=1
Considerando a variável x real temos que cos (nx) e sin (nx) são limitadas
e se a série trigonométrica (4.1) convergir representará uma determinada
função f tal que:
∞
a0 X
f (x) = + [an cos(nx) + bn sin(nx)] . (4.2)
2
n=1
Vamos ver mais adiante quais as funções que se podem representar desta
forma.
Comecemos por apresentar algumas denições e resultados aos quais iremos
recorrer neste capítulo.
89
90 CAPÍTULO 4. SÉRIES DE FOURIER
4.1 Generalidades
4.1.1 Continuidade, diferenciabilidade e integrabilidade de
funções
Os teoremas e denições seguintes serão úteis no entendimento de alguns
resultados importantes da teoria da séries de Fourier.
Teorema 12 Seja f função variável real denida num intervalo I , integrá-
vel. Então |f (x)| é integrável e
Z Z
(4.3)
f (x)dx ≤ |f (x)| dx.
I I
f (a+
j ) = lim f (x) e f (a−
j ) = lim f (x).
x→a+
j x→a−
j
1
cos x cos y = [cos(x + y) + cos(x − y)] ; (4.10)
2
1
sin x sin y = [cos(x − y) − cos(x + y)] ; (4.11)
2
1
sin x cos y =[sin(x + y) + sin(x − y)] . (4.12)
2
As funções trigonométricas cos x e sin x são funções periódicas de período
2π e no respeita à sua paridade, a função cos x é uma função par e sin x é
uma função ímpar.
Propriedade 2 Uma função f , real de variável real, é periódica de período
T ∈ IR se
f (x + T ) = f (x), para qualquer x ∈ IR. (4.13)
Em geral, qualquer múltiplo de T é também um período. Ao menor período
positivo chamamos período fundamental.
Para simplicar a escrita escreveremos só período em vez de período funda-
mental.
É-nos útil relembrar que
• que a soma de um número nito de funções periódicas de um dado
período é uma função periódica desse período.
• se f é uma função periódica de período T , então
Z T Z T +a
f (x)dx = f (x)dx, a ∈ IR. (4.14)
0 a
Z L
nπx
cos dx = 0, (4.16)
−L L
94 CAPÍTULO 4. SÉRIES DE FOURIER
dado que
Z L Z L
nπx nπx
cos dx = 2 cos dx
−L L 0 L
2L L nπ
Z
nπx
= cos dx
nπ 0 L L
2L nπL
= sin − sin 0
nπ L
2L
= sin(nπ)
nπ
= 0.
Z L
mπx nπx L, se n = m ≥ 1
sin sin dx =
−L L L
0, se n 6= m ≥ 1.
Demonstração:
Suponhamos m, n ≥ 1, sabendo que o produto de uma função par por uma
função ímpar é uma função ímpar, vem que
Z L
mπx nπx
cos sin dx = 0.
−L L L
4.1. GENERALIDADES 95
e para m = n, obtemos
Z L Z L
nπx nπx nπx nπx
sin sin dx = 2 sin
sin dx
−L L L 0 L L
Z L
(2n)πx
= cos − cos 0 dx
0 L
Z L Z L
(2n)πx
= cos dx − 1dx
0 L 0
= 0 + L, por 4.16
= L.
Demonstração:
As propriedades 1., 3., 4. facilmente se vericam sabendo que a função
co-seno é contínua, periódica e par.
kπx kπx −kπx
Como cos é uma função par, cos = cos , donde
L L L
n n
! !
1 1 X kπx 1 1 X −kπx
Dn (x) = + cos = + cos = Dn (−x).
L 2 L L 2 L
k=1 k=1
kπx
A soma de funções contínuas é uma função contínua e cos é uma função
L
n
kπx
contínua, também será uma função contínua, portanto Dn (x)
X
cos
L
k=1
uma função contínua.
A função co-seno é uma função periódica de período 2L e temos
kπ(x + 2L) kπx kπx
cos = cos + 2kπ = cos ,
L L L
4.1. GENERALIDADES 97
donde
Dn (x + 2L) = Dn (x).
Fazendo x = 0, temos
n
!
1 1 X 1 1
Dn (0) = + cos 0 = +n ,
L 2 L 2
k=1
podemos escrever
1 − eiθ(n+1)
1 + ekθ + e2kθ + . . . + enkθ = .
1 − eiθ
n
" # !
X
ikθ 1 − eiθ(n+1)
Re 1 + e = Re
1 − eiθ
k=1
−iθ
" iθ 1
#
e 2 (e 2 − eiθ(n+ 2 ) )
= Re iθ −iθ iθ
e 2 (e 2 −e2)
−iθ 1
!
e 2 − eiθ(n+ 2 ) −iθ iθ
= Re −iθ iθ
, e 2 − e 2 6= 0.
e 2 −e 2
temos que,
n −iθ
" # 1
!
X e 2 − eiθ(n+ 2 )
Re 1 + eikθ = Re −iθ iθ
k=1 e 2 −e2
θ θ
sin 2 + sin θn + 2
= , θ 6= 0, ±2L, ±4L, . . . .
2 sin 2θ
πx
Fazendo θ = , θ 6= 0, ±2L, ±4L, . . . e substituindo na expressão 4.18,
L
resulta que,
πx πx
πx
L
sin + sin n+ L
1
− 1 + 2 L 2
Dn (x) = πx
L 2 2 sin 2L
( )
πx
+ sin πx 1
1 1 sin 2L L n + 2
= − + πx
L 2 2 sin 2L
1 sin πx 1
L n + 2
= πx .
2L sin 2L
4.1. GENERALIDADES 99
Lema 3 Seja f uma função real de variável real denida em [a, b], periódica
e período 2L, integrável e absolutamente integrável em [a, b].
Então
Z b
lim f (x) sin(tx)dx = 0; (4.20)
t→+∞ a
e
Z b
lim f (x) cos(tx)dx = 0. (4.21)
t→+∞ a
Demonstração:
Iremos demonstrar o primeiro limite, sendo a demonstração do segundo li-
mite análoga.
Seja f uma função contínua num intervalo [a, b]. O intervalo [a, b] pode
ser subdivido num número nito de subintervalos tais que a função f seja
contínua em cada um destes subintervalos.
Dividindo o intervalo [a, b] em n subintervalos:
podemos escrever
Z b n−1
X Z xi+1
f (x) sin(tx)dx = f (x) sin(tx)dx
a i=0 xi
n−1
X Z xi+1 n−1
X Z xi+1
= f (xi ) sin(tx)dx + [f (x) − f (xi )] sin(tx)dx.
i=0 xi i=0 xi
Z b n−1
XZ xi+1 n−1
X Z xi+1
f (x) sin(tx)dx ≤ M
sin(tx)dx + [f (x) − f (xi )]dx.
a i=0 xi i=0 xi
Temos
xi+1
− cos(tx) xi+1
Z
1 2
sin(tx)dx = = |− cos(txi+1 ) + cos(txi )| ≤ .
xi t
xi t t
100 CAPÍTULO 4. SÉRIES DE FOURIER
Donde,
Z b
2nM
f (x) sin(tx)dx ≤ +
a t
e fazendo t → +∞, vem que
Z b
f (x) sin(tx)dx ≤ .
a
Portanto Z b
f (x) sin(tx)dx = 0.
a
+∞
Denição 31 Uma série numérica aj converge se a sucessão das somas
X
j=1
n
parciais aj convergir.
X
j=1
+∞
Denição 32 Uma série numérica aj diz-se absolutamente convergente
X
j=1
+∞
se a série |aj | for convergente.
X
j=1
+∞
Denição 33 Uma série de funções fn com fn funções reais de variável
X
n=1
real denida em I ⊂ IR, converge pontualmente se, para cada x0 ∈ I xo, a
+∞
série fn (x0 ) convergir. Ou seja, dados > 0 e x0 ∈ I , existe N inteiro
X
n=1
(dependente de e x0 ) tal que
Xm
fn (x0 ) < ,
k < m tais que k ≥ N. (4.22)
n=k
+∞
Uma série de funções fn converge uniformemente se, dado > 0, existir
X
n=1
um inteiro N , dependente apenas de , tal que
Xm
fn < , com m > k ≥ N.
(4.23)
n=k
n=1
existe N tal que n ≥ N implica |fn (x) − f (x)| ≤ , para todo x ∈ I .
Demonstração: Ver [11]
Teorema 17 (Teste de comparação) Seja 0 ≤ an ≤ bn , n ∈ IN.
+∞ +∞
Se bn é uma série convergente então an é uma série convergente.
X X
n=1 n=1
102 CAPÍTULO 4. SÉRIES DE FOURIER
n=1
ções com fn funções reais de variável real denida em I ⊂ IR.
Suponhamos que existem constantes Mn ≥ 0 tais que:
|fn (x)| ≤ Mn , para todo x ∈ I
+∞
e que a série numérica Mn é convergente.
X
n=1
+∞
Então a série de funções fn converge uniforme e absolutamente para f .
X
n=1
Demonstração:
+∞
Por hipótese Mn é convergente e |fn (x)| ≤ Mn , para qualquer x ∈ I .
X
n=1
+∞ +∞
Pelo teorema 17 temos que |fn | converge. Portanto fn converge ab-
X X
n=1 n=1
solutamente.
+∞
Como a série Mn converge, para todo o > 0, temos
X
n=1
X+∞ k
X +∞
X
fn (x) − fn (x) = fn (x)
n=1 n=1 n=k+1
+∞
|fn (x)| , critério de Cauchy
X
≤
n=k+1
+∞
X
≤ Mn < .
n=k+1
+∞ +∞
Considerando a soma da série f (x) = fn , temos que a série fn con-
X X
n=1 n=1
verge uniforme e absolutamente para f em I .
4.1. GENERALIDADES 103
n=1
+∞
Então a soma da série f (x) = fn (x) é também uma função contínua.
X
n=1
Demonstração:
+∞
A série fn converge uniformemente para f , então dado > 0, existe
X
n=1
k ∈ IN tal que, para todo n > k e todo x ∈ I ,
|fn (x) − f (x)| < .
3
Por hipótese, as funções fn são contínuas no intervalo aberto I . Então para
qualquer x0 ∈ I , xo, e para todo o > 0, existe um δn > 0 tal que:
|x − x0 | < δn ⇒ |fn (x) − fn (x0 )| < .
3
Para n > k e |x − x0 | < δn temos que
|f (x) − f (x0 )| = |f (x) − fn (x) + fn (x) − fn (x0 ) + fn (x0 ) − f (x0 )|,
o que implica
|f (x) − f (x0 )| ≤ |f (x) − fn (x)| + |fn (x) − fn (x0 )| + |fn (x0 ) − f (x0 )|
< + + = .
3 3 3
Portanto, para todo o > 0, existe δ > 0 tal que:
|x − x0 | < δ ⇒ |f (x) − f (x0 )| < ,
+∞
ou seja, a soma da série f (x) = fn (x) é também uma função contínua
X
n=1
em x0 . Como x0 ∈ I era arbitrário, temos que f é contínua em I .
Teorema 19 Suponhamos as funções fn integráveis uniformemente conver-
gentes para f num intervalo [a, b]. Então f é integrável e
Z b Z b Z b
lim fn = lim fn = f. (4.24)
n→+∞ a a n→+∞ a
104 CAPÍTULO 4. SÉRIES DE FOURIER
Demonstração:
Como fn converge uniformemente no intervalo [a, b], dado > 0, existe
N > 0 tal que se n > N , então para todo x ∈ [a, b],
|f (x) − fn (x)| < .
b−a
Como fn é integrável em [a, b], temos
Z b Z b Z b
f (x)dx − fn (x)dx = [f (x)dx − fn (x)]dx
a a a
Z b
≤ |f (x)dx − fn (x)| dx
a
Z b
< dx
a b − a
(b − a)
= = .
b−a
Logo Z b Z b
lim fn = f.
n→+∞ a a
n=1
Então
+∞ +∞ Z
Z !
(4.25)
X X
fn (x) dx = fn (x)dx.
I n=1 n=1 I
Demonstração:
Por hipótese, as funções fn são integráveis num intervalo I , então para qual-
quer m ∈ IN, e para todo o x ∈ I
m
Z Z Z Z !
X
f1 (x)dx + f2 (x)dx + . . . + fm (x)dx = fn (x) dx.
I I I I n=1
+∞
Como a série f (x) = fn (x) converge uniformemente, temos que
X
n=1
+∞ +∞ Z
Z !
X X
fn (x) dx = fn (x)dx.
I n=1 n=1 I
n=1
Então
+∞ +∞
!
d
(4.26)
X X
fn (x) = fn0 (x).
dx
n=1 n=1
Demonstração:
Seja x ∈ I , pela proposição 4
Z +∞
xX +∞ Z
X x +∞
X +∞
X
fn0 (x)dx = fn0 (x)dx = fn (x)|xx0 = [fn (x) − fn (x0 )] ,
x0 n=1 n=1 x0 n=1 n=1
ou seja,
Z ∞
xX Z ∞
xX
fn0 (x)dx = f (x) − f (x0 ) ⇔ f (x) = fn0 (x)dx + f (x0 ).
x0 n=1 x0 n=1
+∞
Pela proposição 3, fn0 (x) é contínua e temos que
X
n=1
+∞ +∞
!
d X X
fn (x) = lim [f10 (x) + . . . + fn0 (x)] = fn0 (x).
dx n→+∞
n=1 n=1
(4.29)
X X X
(aj bj )2 ≤ 2
aj + 2
bj .
j=1 j=1 j=1
+∞
1 X nπx nπx
f (x) = a0 + an cos + bn sin . (4.31)
2 L L
n=1
Suponhamos que a relação 4.31 é verdadeira e que a série converge unifor-
memente.
Pela proposição 3, a função f é contínua e pela proposição 4 podemos integrar
a função f , donde
Z L Z L Z LX+∞
1 nπx nπx
f (x)dx = a0 dx + an cos + bn sin dx
−L −L 2 −L n=1 L L
Z L +∞ Z L Z L
1 X nπx nπx
= a0 dx + an cos dx + bn sin dx
2 −L −L L −L L
n=1
Z L
1
= a0 dx, por 4.15 e 4.16
2 −L
1
= a0 (L + L)
2
= a0 L.
Determinamos assim o coeciente a0 :
Z L
1
a0 = f (x)dx. (4.32)
L −L
Vamos, agora, tentar obter os coecientes an e bn .
Consideremos a função dada pela igualdade 4.31 à qual multiplicamos
mπx
ambos os membros por cos , com m ≥ 1, xo e de seguida integramos
L
entre −L e L:
Z L h mπx i
f (x) cos dx =
−L L
+∞
( )
Z L
a0 mπx X h nπx mπx nπx mπx i
= cos + an cos cos + bn sin cos dx
−L 2 L L L L L
n=1
Z L
a0 mπx
= cos dx+
2 −L L
+∞
X Z L nπx mπx Z L nπx mπx
+ an cos cos dx + bn sin cos dx.
−L L L −L L L
n=1
108 CAPÍTULO 4. SÉRIES DE FOURIER
a0 L
Z mπx
cos dx + 0, m 6= n ≥ 1
2 −L L
L
Z h mπx i
f (x) cos dx =
−L L
a0 L
Z mπx
m=n≥1
cos dx + an L,
2 −L L
0, m 6= n ≥ 1
=
an L, m = n ≥ 1.
Logo,
Z L
1 h nπx i
an = f (x) cos dx. (4.33)
L −L L
mπx
De modo análogo, multiplicando por sin , com m ≥ 1 e integrando, e
L
por 4.17 e 4.15, temos que:
Z L
h mπx i
f (x) sin dx =
−L L
+∞ h
( )
Z L
a0 mπx X nπx mπx nπx mπx i
= sin + an cos sin + bn sin sin dx
−L 2 L L L L L
n=1
Z L
a0 mπx
= sin dx+
2 −L L
+∞
X Z L nπx mπx Z L nπx mπx
+ an cos sin dx + bn sin sin dx
−L L L −L L L
n=1
0, m 6= n ≥ 1
=
bn L, m = n ≥ 1.
Logo,
Z L
1 h nπx i
bn = f (x) sin dx. (4.34)
L −L L
4.3. SÉRIE DE FOURIER 109
1 Lh
Z nπx i
bn = f (x) sin dx, n ∈ IN; (4.36)
L −L L
1 L
Z
a0 = f (x)dx, (4.37)
L −L
são denominados de coecientes de Fourier.
Os coecientes de Fourier vericam algumas propriedades, uma delas é a
identidade de Parseval.
Proposição 9 (Identidade de Parseval) Seja f uma função real de va-
riável real, periódica de período 2L e tal que f e |f |2 são integráveis.
Então os coecientes da série de Fourier de f satisfazem a chamada identi-
dade de Parseval
+∞ L
(a0 )2 X 2
Z
1
an + b2n = |f (x)|2 dx. (4.38)
+
2 L −L
n=1
Demonstração:
Denamos a função h tal que h(x) = f (x) − g(x), donde, por hipótese, os
coecientes das séries de Fourier de h são nulos. Aplicando a identidade de
Parseval 4.38, vem que
+∞ L
02 X 2
Z
1
+ (0 + 02 ) = |h(x)|2 dx
2 L −L
n=1
1 L
Z
⇔ |h(x)|2 dx = 0
L −L
⇔ h(x) = 0
⇔ f (x) − g(x) = 0
⇔ f (x) = g(x).
Z L
1 nπx
|bn | = f (x) sin dx
L −L L
Z L
1 nπx
≤ f (x) sin dx
L −L L
1 L
Z nπx
≤ |f (x)|dx = M, porque sin ≤ 1.
L −L L
Z L
nπx
Lan = f (x) cosdx
−L L
nπx L
Z L
L L nπx
= f (x) sin − f 0 (x) sin dx
nπ L −L nπ −L L
Z L
L nπx
= 0− f 0 (x) sin dx,
nπ −L L
isto é,
Z L
1 nπx
an = − f 0 (x) sin dx. (4.40)
nπ −L L
Ou seja,
L Z L
Z
1 nπx 1
|an | = −
0
f (x) sin dx ≤ |f 0 (x)|dx. (4.41)
nπ −L L nπ −L
( )
nπx L
Z L
−1−L L nπx
an = f (x) cos − −f 00 (x) cos dx
nπnπ L −L nπ −L L
Z L
L nπx
= 0− 2
f 00 (x) cos dx.
(nπ) −L L
Temos, assim
Z L
L nπx
an = − f 00 (x) cos dx. (4.46)
(nπ)2 −L L
4.5. SÉRIES DE FOURIER PARA FUNÇÕES PARES E ÍMPARES 113
De modo análogo,
( )
nπx L
Z L
−L 1 L nπx
bn = f (x) sin − f 00 (x) sin dx
nπnπ L −L nπ −L L
Z L
L nπx
= 0− 2
f 00 (x) sin dx.
(nπ) −L L
Resultando, Z L
L nπx
bn = − f 00 (x) sin dx. (4.47)
(nπ)2 −L L
Donde, podemos estimar, cada um dos coecientes como
Z L
L P
|an | ≤ |f 00 (x)|dx = (4.48)
(nπ)2 −L n2
e Z L
L P
|bn | ≤ |f 00 (x)|dx = , (4.49)
(nπ)2 −L n2
Z L
L
com P = 2 |f 00 (x)|dx, para todo o n ∈ IN.
π −L
1 L
Z
nπx
bn = f (x) sin dx
L −L L
1
= × 0 = 0, produto de função par por função ímpar é uma função ímpar.
L
114 CAPÍTULO 4. SÉRIES DE FOURIER
1 L
Z
nπx
an = f (x) cos dx
L −L L
= 0, produto de função par por função ímpar é uma função ímpar
e
Z L
1 nπx
bn = f (x) sin dx
L −L L
ZL
2 nπx
= f (x) sin dx, produto de funções pares é uma função par.
L 0 L
Demonstração:
Suponhamos a função g , extensão par de f ,
f (x), 0≤x<L
g(x) =
f (−x), −L < x < 0.
com Z L
1 nπx
an = g(x) cos dx.
L −L L
nπx
Temos que g(x) cos é par, donde, por 4.50
L
2 L 2 L
Z Z
nπx nπx
an = g(x) cos dx = f (x) cos dx.
L 0 L L 0 L
E uma vez que g(x) = f (x) para x ∈]0, L[, então de 4.54 resulta
+∞
1 X nπx
f (x) = a0 + an cos .
2 L
n=1
com Z L
1 nπx
bn = h(x) sin dx.
L −L L
116 CAPÍTULO 4. SÉRIES DE FOURIER
nπx
Sabemos que o produto de funções ímpares é par, então h(x) cos é par,
L
e de 4.51
Z L Z L
2 nπx 2 nπx
bn = h(x) sin dx = f (x) sin dx.
L 0 L L 0 L
Como h(x) = f (x) para x ∈]0, L[, então de 4.55 vem que
+∞
X nπx
f (x) = bn sin .
L
n=1
eiθ + e−iθ
cos(θ) = ; (4.57)
2
eiθ − e−iθ
sin(θ) = . (4.58)
2i
Teorema 22 Seja f uma função real de variável real periódica de período
2L, integrável e absolutamente integrável, então a série de Fourier de f ,
+∞
1 X nπx nπx
a0 + an cos + bn sin (4.59)
2 L L
n=1
com Z L
1
(4.61)
inπx
cn = f (x)e− L dx, n = 0, ±1, ±2, . . .
2L −L
4.6. FORMA COMPLEXA DA SÉRIE DE FOURIER 117
Demonstração:
Tendo em conta as fórmulas 4.56, 4.58 e 4.57 podemos escrever:
nπx nπx an i πnx πnx
b πnx πnx
n
an cos + bn sin = e L + e−i L + ei L − e−i L
L L 2 2i
an bn πnx an bn πnx
= + ei L + − e−i L
2 2i 2 2i
πnx πnx
= cn ei L + cn e−i L
com
an bn an bn 1
cn = + = − i = (an − ibn ) (4.62)
2 2i 2 2 2
e
an bn an bn 1
cn = − = + i = (an + ibn ). (4.63)
2 2i 2 2 2
1
cn = (an − ibn )
2
1 1 L 1 L
Z Z
nπx nπx
= f (x) cos −i f (x) sin dx
2 L −L L L −L L
Z L
1 h nπx nπx i
= f (x) cos − i sin dx
2L −L L L
Z L
1 nπx
= f (x)e−i L dx.
2L −L
1
cn = (an + ibn )
2
1 1 L 1 L
Z Z
nπx nπx
= f (x) cos +i f (x) sin dx
2 L −L L L −L L
Z L
1 h nπx nπx i
= f (x) cos + i sin dx
2L −L L L
Z L
1 nπx
= f (x)ei L dx.
2L −L
118 CAPÍTULO 4. SÉRIES DE FOURIER
Resumindo, Z L
1 inπx
f (x)e− L dx,
n>0
2L −L
Z L
1
inπx
cn = f (x)e L dx, n<0
2L −L
Z L
1 1
f (x)dx = a0 , n = 0.
2L −L 2
Então a série de Fourier pode ser escrita na sua forma complexa como
+∞
(4.64)
X nπx
cn ei L .
n=−∞
Suponhamos que existem e são nitos os limites laterais f (x+ ) e f (x− ), com
x ∈ [−L, L], e que existe δ tal que
δ
Z
g(x, y)
y dy < ∞
(4.66)
0
Denamos
f (x+ ) + f (x− )
ek (x) = SFk (x) − . (4.68)
2
Comecemos por substituir os coecientes de Fourier, já determinados, em
SFk .
Z L
1
SFk = f (x)dx +
2L −L
k
nπx L nπx L
Z Z
X 1 nπt 1 nπt
+ cos f (t) cos dt + sin f (t) sin dt
L L −L L L L −L L
n=1
k
" #
1 L
Z
1 X nπx nπt nπx nπt
= f (t) + cos cos + sin sin dt
L −L 2 L L L L
n=1
k
" #
1 L nπ(x − t)
Z
1 X
= f (t) + cos dt.
L −L 2 L
n=1
y 1
πy ≤ .
2L sin
2
2L
Então, pela hipótese 4.66, dado > 0, tomando δ > 0 sucientemente pe-
queno, temos
δ Z δ
Z
g(x, y) g(x, y)
yDk (x) dy ≤ |yDk (x)| dy
0 y 0 y
1 δ g(x, y)
Z
≤ dy
2 0 y
≤ .
2
Vamos ver agora como se comporta o segundo integral,
Z L
1 πy g(x, y)
sin k + πy dy.
δ 2 L 2L sin 2L
122 CAPÍTULO 4. SÉRIES DE FOURIER
Portanto
Z δ Z L
g(x, y) 1 1 πy g(x, y)
|ek (x) − 0| = yDk (y) dy + sin k + πy dy
0 y 2 δ 2 L L sin 2L
Z δ
g(x, y) 1 L
Z
1 πy g(x, y)
≤
ydk (y) dt + sin k + πy dy
0 t 2 δ 2 L L sin 2L
< + = .
2 2
Concluímos assim que |ek (x)| ≤ + = , isto é,
2 2
f (x+ ) + f (x− )
ek (x) = SFk (x) − → 0, quando k → +∞.
2
Demonstração:
Por hipótese, a expressão 4.4 implica que a função f é contínua no ponto x,
ou seja, f (x− ) = f (x+ ) = f (x), e existem α, k e δ tal que a expressão 4.71
pode tomar a forma
para y ∈ [x − δ, x + δ] donde
δ Z δ
2ky α
Z
g(x, y)
dy ≤
y dy
y
0 0
Z δ
≤ 2k |y|α−1 dy
0
yα δ
= 2k
α 0
δα
= 2k < ∞.
α
Portanto verica a condição do teste de Dini.
Corolário 2 Se a função f tiver derivada no ponto x, então a série de
Fourier SFf converge pontualmente para f .
Demonstração:
Se f tem derivada em x, então f é em particular Hölder contínua com α = 1,
donde pode ser usado diretamente o resultado do corolário anterior.
Corolário 3 Suponhamos que a função f é seccionalmente contínua e que
as razões incrementais
f (x + y) − f (x+ ) f (x − y) − f (x− )
e (4.73)
y y
são limitadas para y > 0 sucientemente pequeno. Em particular isto é
verdade se existirem as derivadas laterais de de f em x,
f (x + y) − f (x+ ) f (x − y) − f (x− )
f+0 (x) = lim e f−0 (x) = lim+ (4.74)
y→0+ y y→0 y
então
f (x+ ) + f (x− )
SFf (x) = . (4.75)
2
Demonstração:
Se f é seccionalmente contínua em [−L, L], então em particular os limites
laterais existem para todo o x ∈ [−L, L]. E se f 0 também é seccionalmente
contínua em [−L, L], então as derivadas laterais em x existem
f (x + y) − f (x+ )
f+0 (x) = lim ,
y→0+ y
124 CAPÍTULO 4. SÉRIES DE FOURIER
f (x − y) − f (x− )
f−0 (x) = lim
y→0+ y
e
δ f (x − y) − f (x− ) + f (x + y) − f (x+ ) f (x − y) − f (x− )
Z Z δ
dt ≤ dt +
0
y
0
y
Z δ
f (x + y) − f (x+ )
+ dt
0
y
1
converge, em cada ponto x, para [f (x+ ) + f (x− )], isto é,
2
∞
1 1 nπx nπx
(4.77)
X
f (x+ ) + f (x− ) = a0 + an cos + bn sin .
2 2 L L
n=1
Uma função f para ser representável por uma série de Fourier deve ser perió-
dica e seccionalmente diferenciável, sendo esta última condição uma condição
suciente mas não necessária para que se possa expandir a função f em série
de Fourier. Isto é, toda a função periódica e seccionalmente diferenciável
é representável em série de Fourier, mas existem funções representadas por
série de Fourier que não são seccionalmente diferenciáveis.
A representação em série de Fourier de uma função é convergente para o
ponto médio dos limites laterais de f para todo o x. Assim, nos pontos onde
a função é contínua a série converge para a própria imagem de f (x) e onde
é descontínua a série converge para a média
1
f (x+ ) + f (x− ) . (4.78)
2
4.7. CONVERGÊNCIA DAS SÉRIES DE FOURIER 125
n=1
Neste caso temos f = SFf .
Demonstração:
∞
1 X nπx nπx
|SFf (x)| = a0 + an cos + bn sin
2 L L
n=1
∞
X nπx nπx
≤ an cos + bn sin
L L
n=1
X∞
≤ (|an | + |bn |) .
n=1
n=1
gente.
Os dois resultados seguintes dão nos condições sucientes sobre a função f
e que garantem a convergência uniforme da série correspondente.
Teorema 26 Seja f uma função periódica de período 2L, contínua e com
f 0 e |f 0 | integrável, então a série de Fourier de f converge uniformemente
para f .
126 CAPÍTULO 4. SÉRIES DE FOURIER
Demonstração:
Suponhamos f uma função periódica de período 2L, contínua e com f 0 e |f 0 |
integrável.
Já vimos em 4.40 e 4.42 que
−L L
a0n = bn e b0n =
an ,
nπ nπ
onde a0n e b0n são os coecientes de Fourier de f 0 .
Podemos substituir os coecientes da série reduzida 4.79 de ordem n pelos
anteriores e temos que, pela desigualdade de Cauchy-Schwarz e
(|aj | + |bj |)2 ≤ 2 a2j + b2j ,
vem que
n n
X 0 0 LX1
aj + bj = (|aj | + |bj |)
π j
j=1 j=1
1 1
n 2 n 2
L X 1 X 2
≤ (|aj | + |bj |)
π j2
j=1 j=1
1 1
n 2 n 2
L X 1 X
2 2
≤ 2 aj + bj
π j2
j=1 j=1
1 1
√
n 2 n 2
2L X 1 X
2 2
= aj + bj .
π j2
j=1 j=1
Então,
1. a série pode ser integrada termo a termo e o valor da série é
Z b Z b +∞ Z b Z b
a0 X nπx nπx
f (x)dx = dx + an cos dx + bn sin dx ;
a a 2 a L a L
n=1
(4.83)
2. a função Z x
a0
F (x) = f (t) − dt (4.84)
0 2
é periódica de período 2L, contínua e com derivada F 0 seccionalmente
contínua e é representada pela série de Fourier
Z x +∞ ∞
a0 L X bn X L nπx L nπx
f (t)dt − x = + − bn cos + an sin
0 2 π n nπ L nπ L
n=1 n=1
(4.85)
e
Z L +∞
1 L X bn
F (x)dx = . (4.86)
2L −L π n
n=1
Demonstração:
Consideremos a função f real de variável real igual à sua série de Fourier,
supondo que a mesma converge uniformemente.
Nestas condições podemos aplicar a proposição 4 para concluir que
Z b Z b +∞ Z b Z b
a0 X nπx nπx
f (x)dx = dx + an cos dx + bn sin dx .
a a 2 a L a L
n=1
(4.87)
O nosso objetivo nesta secção é mostrar que a igualdade continua a vericar-
se mesmo que a série de Fourier não convirja uniformemente para a função
f.
4.8. INTEGRAÇÃO DE SÉRIES DE FOURIER 129
e Z L
1 h nπx i
Bn = F (x) sin dx, n ≥ 1. (4.91)
L −L L
Integrando agora por partes cada um dos coecientes An e Bn , mostramos a
relação existente entre os coecientes de Fourier da função F e os da função
f.
" #
nπx L
Z L
1L L nπx 0
An = F (x) sin − sin F (x)dx
L
nπ L −L nπ −L L
Z L
1 L nπx
= 0− sin f (x)dx , porque F 0 (x) = f (x)
L nπ −L L
Z L
1 L nπx
= − sin f (x)dx,
L nπ −L L
ou seja,
L
An = − bn , n ≥ 1. (4.92)
nπ
Fazendo o cálculo análogo para o coeciente Bn , temos que,
" #
nπx L
Z L
1 −L L nπx 0
Bn = F (x) cos − − cos F (x)dx
L nπ L −L nπ −L L
Z L
1 L nπx
= 0+ cos f (x)dx , porque F 0 (x) = f (x)
L nπ −L L
Z L
L nπx
= cos f (x)dx.
nπL −L L
Mostramos que,
L
Bn = an , n ≥ 1. (4.93)
nπ
Para calcular o coeciente A0 , faremos x = 0 na série de Fourier 4.89,
+∞ ∞
1 X 1 X
A0 + (An cos 0 + Bn sin 0) = A0 + (An × 1 + Bn × 0)
2 2
n=1 n=1
+∞
1 X
= A0 + An
2
n=1
+∞
1 X L
= A0 + − bn .
2 nπ
n=1
4.8. INTEGRAÇÃO DE SÉRIES DE FOURIER 131
Fazendo x = a, resulta
Z a Z a +∞ Z a Z a
a0 nπt nπt
(4.96)
X
f (t)dt = dt + an cos dt + bn sin dt
0 0 2 0 L 0 L
n=1
e se x = b vem que
Z b Z b +∞ Z b Z b
a0 nπt nπt
dt . (4.97)
X
f (t)dt = dt + an cos dt + bn sin
0 0 2 0 L 0 L
n=1
+∞ Z b Z b
X nπt nπt
+ an cos dt + bn sin dt −
0 L 0 L
n=1
+∞ Z a
"Z #
a Z a
a0 X nπt nπt
− dt + an cos dt + bn sin dt
0 2 0 L 0 L
n=1
Z b Z b +∞ Z b Z b
a0 X nπt nπt
⇔ f (t)dt = dt + an cos dt + bn sin dt .
a a 2 a L a L
n=1
Capítulo 5
133
134 CAPÍTULO 5. EDP DE SEGUNDA ORDEM
∂u(x, t) ∂ 2 u(x, t)
=K . (5.12)
∂t ∂x2
A solução da equação será uma função u(x, t) que satisfaz a equação.
Um função contínua u : R
b → IR é uma solução do PVIF denido em 5.16
se se verica
∂u(x, t) ∂ 2 u(x, t)
=K , t > 0, 0 < x < L;
∂t ∂x2
∂u(x, t) ∂ 2 u(x, t)
= X(x)T 0 (t) e = X 00 (x)T (t). (5.19)
∂t ∂x2
De 5.12, vem que
X(x)T 0 (t) KX 00 (x)T (t)
X(x)T 0 (t) = KX 00 (x)T (t) ⇔ =
KX(x)T (t) KX(x)T (t)
1 T 0 (t) X 00 (x)
⇔ = .
K T (t) X(x)
Não nos interessa u(x, t) = 0, logo não podemos ter T (t) = 0, para todo o t,
o que implica que X(0) = 0 = X(L).
Então u(x, t) = X(x)T (t) é solução, para qualquer λ, se:
n2 π 2
Donde, para c2 6= 0 temos λ = 2 e concluímos que o problema de valores
L
de fronteira 5.22 tem soluções
nπx
Xn (x) = Cn sin , n = 1, 2, . . . . (5.28)
L
Resumindo, a equação
X 00 (x) + λX(x) = 0 (5.29)
n2 π 2
tem como solução, para c2 6= 0, λn = 2 para n natural. Aos valores de
L
λ chamamos valores próprios.
As funções que satisfazem a equação diferencial e as condições de fronteira
dadas designam-se de funções caraterísticas e são do tipo
nπx
Xn (x) = Cn sin , n = 1, 2, . . . (5.30)
L
onde Cn é uma constante arbitrária.
5.1. EQUAÇÃO DO CALOR 141
Como a função T (t) deve satisfazer a equação diferencial com a mesma cons-
tante de separação λ que a função X(x), temos para n natural,
n2 π 2 K
Tn (t) = Dn e− L2
t
. (5.31)
As funções que satisfazem a equação diferencial
T 0 (t) + λKT (t) = 0
são do tipo
n2 π 2 K
Tn (t) = Dn e− L2
t
, n = 1, 2, 3 (5.32)
onde Dn é uma constante arbitrária.
Procedendo às devidas substituições em 5.18, obtemos, para qualquer n na-
tural, o conjunto de soluções fundamentais
nπx − n2 π22 K t
un (x, t) = cn sin e L . (5.33)
L
A equação diferencial e as condições de fronteira são lineares e homogéneas,
então, pelo princípio da sobreposição, qualquer combinação linear nita das
soluções fundamentais também é solução da equação 5.16, com as respetivas
condições de fronteira,
N
nπx − n2 π22 K t
(5.34)
X
un (x, t) = cn sin e L .
L
n=1
Mas uma solução deste tipo pode não satisfazer a condição inicial para uma
função f (x) mais geral.
Vamos supor que podemos escrever a solução como combinações lineares
innitas das soluções fundamentais,
+∞
nπx − n2 π22 K t
(5.35)
X
un (x, t) = cn sin e L .
L
n=1
142 CAPÍTULO 5. EDP DE SEGUNDA ORDEM
n=1 n=1
vergir, pelo teorema 18, a série 5.41 converge uniforme e absolutamente em
[0, L].
Integrando por partes o coeciente cn denido em 5.39, vem que
!
nπx L
Z L
2 L L 0 nπx
cn = − f (x) cos − − f (x) cos dx
L nπ L 0 0 nπ L
Z L
−L 2 0 nπx
= f (L) cos(nπ) − f (0) − f (x) cos dx .
nπ L 0 L
+∞
1
é convergente e como também é convergente, concluímos que 5.42 é
X
n2
n=1
convergente.
Portanto
∂u ∂v ∂v ∂2v ∂2v ∂2v ∂2v
= + e = + 2 +
∂x ∂ξ ∂η ∂x2 ∂ξ 2 ∂ξ∂η ∂η 2
e
∂u ∂v ∂v ∂2v 2
2∂ v
2
2 ∂ v
2
2∂ v
=c −c e = c − 2c + c .
∂t ∂ξ ∂η ∂t2 ∂ξ 2 ∂ξ∂η ∂η 2
Substituindo na equação das ondas 5.51 resulta
∂2v
= 0,
∂ξ∂η
isto é,
∂ ∂v
= 0.
∂ξ ∂η
∂v
Sendo é independente de ξ , façamos
∂η
∂v
(ξ, η) = g(η).
∂η
E integrando esta última equação, obtemos
Z Z
∂v
v(ξ, η) = (ξ, η)dη = g(η)dη = F (ξ) + G(η),
∂η
Assim,
u(x, 0) = F (x) + G(x) = f (x)
(5.60)
∂u(x, 0)
= cF 0 (x) − cG0 (x) = g(x).
∂t
Derivando a primeira equação e multiplicando por c, obtemos
cF 0 (x) + cG0 (x) = cf 0 (x). (5.61)
Temos o sistema denido por
0
G 0 (x) = f (x) − g(x)
cF 0 (x) − cG0 (x) = g(x)
2 2c
⇔ (5.62)
0
cF 0 (x) + cG0 (x) = cf 0 (x) F 0 (x) = f (x) + g(x)
2 2c
e integrando, obtemos
Z x
f (0) f (x) 1
G(x) = G(0) − + − g(s)ds
2 2 2c 0
(5.63)
Z x
f (0) f (x) 1
F (x) = F (0) − + + g(s)ds
2 2 2c 0
De 5.58 e das condições iniciais 5.59, vem que
F (0) + G(0) = u(0, 0) = f (0), (5.64)
e
u(x, t) = F (x + ct) + G(x − ct)
f (x + ct) + f (x − ct)
= F (0) + G(0) − f (0) + +
2
1 x+ct 1 x−ct
Z Z
+ g(s)ds − g(s)ds
2c 0 2c 0
f (x + ct) + f (x − ct) 1 x+ct 1 x−ct
Z Z
= + g(s)ds − g(s)ds
2 2c 0 2c 0
f (x + ct) + f (x − ct) 1 x+ct
Z
= + g(s)ds.
2 2c x−ct
A fórmula
x+ct
f (x + ct) + f (x − ct)
Z
1
u(x, t) = + g(s)ds (5.65)
2 2c x−ct
é conhecida como a fórmula de d'Alembert para a solução geral da equação
das ondas.
150 CAPÍTULO 5. EDP DE SEGUNDA ORDEM
∂u(b, t) ∂u(a, t)
∂u(b, t) ∂u(a, t)
∂ 2 u(x, t) − ρ ∂ 2 u(x, t)
T − = ρL ⇔ ∂x ∂x =
∂x ∂x ∂t2 b−a T ∂t2
∂ 2 u(x, t) ρ ∂ 2 u(x, t)
⇔ = .
∂x2 T ∂t2
152 CAPÍTULO 5. EDP DE SEGUNDA ORDEM
T
Façamos c2 = , em que T é a componente horizontal da tensão da mola e
ρ
ρ massa por unidade de comprimento da corda.
Esta relação leva-nos a concluir que o valor de c aumenta com a tensão na
corda e diminui com a sua massa por unidade de comprimento ρ.
Fazendo as devidas substituições, vem que
∂ 2 u(x, t) 2
2 ∂ u(x, t)
= c . (5.72)
∂t2 ∂x2
T 00 (t) X 00 (x)
X(x)T 00 (t) = c2 X 00 (x)T (t) ⇔ c2 = = −σ,
T (t) X(x)
e
u(L, t) = 0 ⇔ X(L)T (t) = 0 ⇔ X(L) = 0. (5.78)
Se tivéssemos T (t) = 0, para todo o t, implicaria que u(x, t) = 0, para todo
o x e t, o que não nos interessa.
Temos portanto o nosso problema de valores próprios denido por
Mas uma solução deste tipo pode não satisfazer a condição inicial para uma
função f (x) qualquer.
Suponhamos que a soma innita das soluções
+∞ +∞
nπct nπx nπct nπx
(5.85)
X X
un (x, t) = an sin sin + bn cos sin
L L L L
n=1 n=1
iii) Já vimos no estudo das séries de Fourier, que pelo teorema 26, para
provar que a expressão 5.85 é contínua basta vericar a convergência
∞
da série (|an | + |bn |). Adaptando o cálculo feito em 4.49, obtemos
X
n=1
Z L
2L nπx
an = − f 00 (x) sin dx
(nπ)2 0 L
e integrando por partes mais uma vez, chegamos a
L
2L2
Z
nπx
an = − f 000 (x) cos dx. (5.91)
(nπ)3 0 L
e podemos escrever,
+∞ +∞ +∞ +∞
1 1
e
X X X X
|an | ≤ k1 |bn | ≤ k2
n3 n3
n=1 n=1 n=1 n=1
+∞
e são ambas séries convergentes logo (|an | + |bn |) também é con-
X
n=1
vergente.
5.2. EQUAÇÃO DA ONDA 157
Pela proposição 10 a equação 5.85 deve ser da forma 5.56 uma vez que 5.85
é solução da equação da onda. Usando as identidades trigonométricas 4.11
e 4.12,
+∞
X nπct nπx nπct nπx
u(x, t) = an sin sin + bn cos sin
L L L L
n=1
+∞
1X nπ(ct − x) nπ(ct + x)
= an cos − an cos +
2 L L
n=1
nπ(ct + x) nπ(x − ct)
+ bn sin + bn sin
L L
+∞
1X nπ(x − ct) nπ(x + ct)
= an cos − an cos +
2 L L
n=1
nπ(ct + x) nπ(x − ct)
+ bn sin + bn sin
L L
+∞
1X nπ(x + ct) nπ(x + ct)
= −an cos + bn sin +
2 L L
n=1
nπ(x − ct) nπ(x − ct)
+ bn sin + an cos
L L
= F (x + ct) + G(x − ct),
onde
+∞
1X nπ(x + ct) nπ(x + ct)
F (x + ct) = −an cos + bn sin
2 L L
n=1
e
+∞
1X nπ(x − ct) nπ(x − ct)
G(x − ct) = an cos + bn sin .
2 L L
n=1
Osciladores Harmónicos na
Sala de Aula
Com base na proposta do novo programa de matemática do secundário apre-
sentamos uma proposta de planicação do conteúdo referente à aplicação das
funções trigonométricas no estudo dos osciladores harmónicos.
• Pré-requisitos:
159
160 CAPÍTULO 6. ... NA SALA DE AULA
• Sumário:
Guião da atividade
Objetivo: Estudar o movimento periódico de oscilação de um pêndulo sim-
ples.
Materiais: Suporte de xação, o, cronómetro, esferas de diferentes massas,
ta métrica, balança de precisão, transferidor, calculadora gráca.
Procedimento:
1. Construir um pêndulo simples usando o suporte de xação, uma esfera
e o o.
2. Medir o comprimento L do o (massa desprezável e inextensível).
3. Medir a massa da esfera.
4. Largar o corpo de um certo ângulo (máximo de 10◦ ) e medir o tempo de
10 oscilações completas. Deve anotar o ângulo e o tempo das oscilações
numa tabela.
5. Mudar o comprimento do o, a amplitude do ângulo e trocar a esfera
e repetir o processo.
6.1. PLANO DE AULA: OSCILADOR HARMÓNICO 161
Proposta de Resolução:
Tendo em conta as condições denidas as equações de movimento são da
forma: π π π
x1 (t) = cos (9.8t) , x2 (t) = cos (9.8t) , x3 (t) = cos (9.8t)
30 60 45
O período do movimento do pêndulo é o mesmo nas três opções, ou seja,
para pequenas oscilações a variação da amplitude não inuencia o período
de oscilação, quando o comprimento do o é mantido constante (ver gráco
6.2).
Proposta de Resolução:
Tendo em conta as condições denidas as equações de movimento são da
forma:
π 9.8 π 5.8 π 12.3
x1 (t) = cos t , x2 (t) = cos t , x2 (t) = cos t
36 0.6 36 0.6 36 0.6
Neste caso observa-se uma alteração no período de oscilação (gráco 6.3).
das fórmulas
θn+1 = θn + hvn
vn+1 = vn − h g sin θn
l
dados valores iniciais θ(0) = θ0 e v(0) = v0 .
Aplique o método de Euler com h = 0.001 para encontrar uma aproximação
π
para a solução do PVI 6.4 de um pêndulo não linear com l = 1 e θ0 = e
12
π
θ0 = .
3
Proposta de Resolução:
A equação diferencial a considerar é
θ00 (t) = −9.8 sin θ(t).
Representando gracamente
θn+1 = θn + 0.001vn
• Pré-requisitos:
atenção que existe uma deformação máxima das molas além da qual
não há oscilador harmónico. Resolver problemas envolvendo derivadas
de funções trigonométricas e osciladores harmónicos.
• Número de aulas previstas: 3 aulas (135 minutos)
• Sumário:
- Atividade laboratorial.
- Resolução de atividade prática envolvendo osciladores harmóni-
cos.
Guião da atividade
Objetivo: Estudar o movimento periódico de oscilação de um sistema
massa-mola.
Materiais: Suporte de xação, mola, cronómetro, 10 blocos de diferentes
massas, ta métrica, balança de precisão, calculadora gráca.
Procedimento:
1. Construir um sistema massa-mola usando suporte de xação, bloco e
mola. (ver gura 6.5)
Proposta de Resolução:
Calculando a primeira derivada de 6.2 vem
x0 (t) = v(t) = −wA sin(wt + φ).
Proposta de Resolução:
A fórmula recursiva para aplicação do método de Euler é dada por:
xn+1 = xn + hvn
vn+1 = vn − hw2 xn
vn+1 = vn − hxn .
com velocidade
x0 (t) = v(t) = −A sin(t + φ).
Elevando ambas as expressões ao quadrado e somando obtemos
x2 (t) + v 2 (t) = A2 cos2 (t + φ) + A2 sin2 (t + φ)
= A2 cos2 (t + φ) + sin2 (t + φ) = A2 ,
Representando gracamente
xn+1 = xn + hvn
obtemos o retrato de fase representado na gura 6.8 a), com gráco a con-
vergir para a origem devido ao amortecimento.
No caso de w = 1 e β = 4, temos
xn+1 = xn + hvn
√
Figura 6.8: Retrato de fase de oscilador com amortecimento a) w = 5 e b)
w = 1.
173
174 CAPÍTULO 6. ... NA SALA DE AULA
Bibliograa
[1] T. Apostol, Calculus, Volume 1, One-Variable Calculus, with an Intro-
duction to Linear Algebra, 2nd edition, Wiley and Sons, Inc (1961)
[2] W. E. Boyce, R. Diprima, Equações Diferenciais Elementares e Proble-
mas de Contorno, 8.◦ edição, LTC Editora (2006)
[3] M. Braun, Dierential Equations and Their Applications, Springer Ver-
lag, 3rd edition (1983)
[4] E. Butkov, Física Matemática, Guanabara Dois (1968)
[5] H. Caldeira e outros, Ontem e Hoje 12, Parte 1, Porto Editora (2013)
[6] J. Deus et al, Introdução à Física, McGrawHill (1992)
[7] D. Figueiredo, Análise de Fourier e Equações Diferenciais Parciais,
IMPA (1977)
[8] D. Halliday, R. Resnick, J. Walker, Gravitação, Ondas e Termodinâ-
mica, 4.◦ edição, LTC editora
[9] M.W. Hirsch, S. Smale and R. L. Devaney, Dierential Equations, Dy-
namical Systems e an introduction to chaos, Acad. Press, 2nd edition
(1974)
[10] W. G. Kelley, A. C. Peterson, The Theory of dierential equations.
Classical and qualitative. Second Edition. Springer (2010)
[11] E. L. Lima, Curso de análise real vol.1, Projeto Euclides, (1995)
[12] N. Maciel et al, Eu e a Física 12, Parte 1, Porto Editora (2013)
[13] G. Smirnov, I. Rodrigues, Matemática. Origens e aplicações, Escolar
Editora (2006)
175
176 BIBLIOGRAFIA