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Resumo detalhado de Macunaíma

A narrativa abre-se com a apresentação do personagem central: “No fundo do mato-virgem


nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um
momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do uraricoera, que a índia
tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram Macunaíma.”
Como pode o filho de uma índia ser negro? Consta que os negros, em fuga para os
quilombos, iam sem suas esposas e raptavam índias, tendo com elas nossos cafuzos. Há também
referência a uma tribo de índios tapanhuma que eram negros.
Já na meninice, Macunaíma fez coisas de sarapantar, isto é, de assustar. Passou mais de seis
anos sem falar. Se o estimulavam a falar, exclamava: “- Ai! Que preguiça!” e não dizia mais
nada. Macunaíma é o pai da preguiça. Tem dois irmãos: Maanape, já velhinho e Jiguê, na força
do homem. Divertimento de Macunaíma era decepar cabeça de saúva.
O assunto das mulheres da tribo eram as malandragens do herói. Numa pagelança, Rei
Nagô fez um discurso e avisou que o herói era inteligente.
Antes de completar 6 anos, deram água num chocalho e Macunaíma começou a falar com
todos. Seu primeiro pedido foi para a mãe levá-lo a passear no mato. A mãe não o atendeu
porque estava ocupada, trabalhando.Macunaíma choramingou o dia todo. No dia seguinte,
Macunaíma pediu novamente para a mãe levá-lo ao passeio. Ocupada, a mãe solicitou à nora, a
mulher de Jiguê, chamada Sofará, que o levasse. Quando Sofará, dentro do mato, colocou
Macunaíma no chão, ele se transformou num príncipe lindo e possuiu a cunhada.
Jiguê, voltando da caça, descobriu que a mulher não trabalhara. Depois de catar os
carrapatos da esposa, bateu muito nela. Sofará apanhou calada. Jiguê não desconfiou de nada.
Mas, no dia seguinte, repetiu-se a cena. Macunaíma e Sofará foram passear no mato. Nova surra
de Jiguê. Novos encontros, novas surras. Finalmente Jiguê descobriu tudo:
Porém Jiguê desconfiado seguira os dois no mato, enxergara a transformação e o resto.
Jiguê era muito bobo. Teve raiva. Pegou um rabo-de-tatu e chegou-o com vontade na bunda do
herói. O berreiro foi tão imenso que encurtou o tamanhão da noite e muitos pássaros caíram de
susto no chão e se transformaram em pedra. Quando Jiguê não pôde mais surrar, Macunaíma
correu até a capoeira, mastigou raiz de cardeiro e voltou são. Jiguê levou Sofará pro pai dela e
dormiu folgado na rede.
Macunaíma nasce como herói, e herói de nossa gente. Tem mãe, mas como um herói
arquetípico não tem pai. Nasce de mãe virgem.
Jiguê arrumou uma nova companheira: Iriqui, que significa “foi também”. Iriqui trazia
sempre em ratão vivo escondido na maçaroca dos cabelos.
A fome bateu no mocambo. Não havia mais caça, nem tatu-galinha aparecia. Culpa de
Maanape que matou um boto pra comerem.
A mãe de Macunaíma teve uma raiva malvada e abandonou Macunaíma no deserto e rogou
praga: “ Tu fica perdido no coberto e podes crescer mais não.” E desapareceu. Em seguida, o
herói, explorando sua inteligência, conseguiu livrar-se, a muito custo, do duende Currupira.
Depois de ter tomado um banho de água envenenada de lavagem de mandioca dado pela
cutia, o herói alcançou sua maioridade. Já não era mais criança.
O herói chega em casa, a mãe se espantou. Disse à mãe que sonhara com um dente que
caíra. A velha explica o significado do sonho (morte de parente) e Macunaíma, conhecendo o
significado, disse à mãe que ela viverá mais uma sol só.
No dia seguinte, Macunaíma depois de brincar cedinho com a linda Iriqui, saiu para dar
uma voltinha. Topou com uma veada com cria. Persegue-a, mas ela escapa. Pegou a cria, um
veadinho, cutucou-o, ele berrou, a veada voltou aflita e Macunaíma flechou-a. Ao aproximar-se
da caça morta, verificou que matara a própria mãe. Deu um grito e desmaiou. Anhangá prepara-
lhe uma peça. Macunaíma, Maanape e Jiguê choraram muito a morte da mãe e partiram, com
Iriqui, por esse mundo.
Os quatro iam seguindo um caminho pelo mato, quando, de repente, o herói parou e
sussurrou: “- tem coisa!”
Era uma cunhã dormindo. Seu peito direito era seco e o herói logo viu que ela pertencia à
tribo das icamiabas ou amazonas. O herói atirou-se sobre ela, que se defende com uma txara,
espécie de lança de três dentes. O herói apanhou bastante. Gritou para os irmãos pedindo ajuda:
“Me acudam que sinão eu mato!” os heróis conseguem segurar a cunhã, que é possuída por
Macunaíma.
Surge então, nesse momento, um bando de araras, tuins e periquitos, muitos papagaios,
saudando Macunaíma que, pelo casamento com a cunha, tornara-se imperador do mato virgem. A
cunhã é Ci, mãe do mato.
Começa uma vida feliz para o herói. Ci tecera com os próprios cabelos a rede em que
dormiam. Ci cheirava tanto que dava tonteiras em Macunaíma e inventava novas maneiras de
brincar. Chegava mesmo, quando o herói estava bêbado, a usar fricções de urtiga, como
afrodisíaco.
Depois de seis meses, Ci deu à luz um filho encarnado. O filho tinha cabeça chata e
Macunaíma a achatava mais batendo nela todos os dias e falando pro guri:
“-Meu filho, cresce depressa pra você ir pra São Paulo ganhar muito dinheiro.”
Tudo era uma grande felicidade, quando, certa vez, o mocho jurucutu pousou na maloca de
Macunaíma.
O herói ficou assustado, bebeu e dormiu a noite inteira. Então chegou a cobra preta e
chupou o único seio de Ci. O menino chupou o peito da mãe no outro dia, chupou mais, deu um
suspiro envenenado e morreu.
Depois do funeral, Ci, toda enfeitada, tirou do colar uma muiraquitã famosa e deu de
presente ao herói. Em seguida subiu para o céu por um cipó, transformando-se numa estrela, a
Beta do Centauro. No dia seguinte, o herói foi visitar o túmulo do filho e viu que nascera uma
plantinha. Era o guaraná, frutinha com que a gente cura muita doença e se refresca durante os
calorões de Vei, a Sol.
Por que Ci e o filho morreram? Porque, ao ser violada e ao dar um filho ao herói, Ci
infringiu o tabu do celibato das amazonas. Daí a punição.
E qual é o significado da muiraquitã famosa que Ci deu de presente, antes de morrer, a
Macunaíma?
Quem responde é o antropólogo Carlos Eduardo Berriel: “Esta muiraquitã simboliza a
ligação eterna, espiritualizada entre o povo brasileiro e a natureza tropical. É, enquanto símbolo,
a futura e hipotética civilização brasileira. É a aliança entre o mato e o herói, entre os trópicos e a
nossa gente.
No outro dia, o herói furou o beiço inferior e fez da muiraquitã um ornamento. Chama os
irmãos, despede-se das icamiabas e parte. No caminho enfrenta a boiúna Capei, mãe d’água e
representada por uma grande cobra, que vivia em companhia das saúvas. Depois de ter sua
cabeça decepada pelo herói, a Capei transformou-se na lua.
No outro dia, os irmão foram procurar a muiraquitã que o herói perdera e ficaram sabendo,
pelo pássaro uirapuru que ele a perdera na beira do rio, quando fugia da Capei. E que a pedra
estava em São Paulo, com Wenceslau Pietro Pietra, um comerciante peruano. O herói resolveu
partir para São Paulo à procura do amuleto.
No outro dia, o herói pulou cedo na canoa e foi até a foz do Rio Negro para deixar a
consciência.
Os três irmãos partem para São Paulo, pelo Araguaia. No caminho, encontraram uma cova
cheia d’água encantada, e Macunaíma resolveu banhar-se. Quando o herói saiu do banho estava
branco, louro, de olhos azuis. A água lavara o pretinho dele. Jiguê, percebendo o milagre, atirou-
se na água e como o líquido estava turvo, ficou vermelho. Macunaíma teve mãe dó do irmão.
Maanape também foi se lavar. Como Jiguê atirara toda a água encantada para fora da cova, ele só
conseguiu clarear a palma das mãos e dos pés. Por isso continuou negro.
Chegam a São Paulo. Macunaíma ficou contrariado. Ter de trabalhar, ele, herói. Murmurou
desolado: “Ai que preguiça!” Em São Paulo tudo era máquina. O herói vai aprendendo coisas da
civilização.
Macunaíma foi morar numa pensão com os irmãos. O herói lembrou-se da muiraquitã e
resolveu ir à casa de Wenceslau Pietro Pietra, que morava numa casa rodeada de mato, no fim da
rua Maranhão, com vistas para o Pacaembu. Maanape tenta convencer o herói dos riscos da
visita, porque Wenceslau poderia ser o gigante Piaimã, comedor de gente. Mesmo assim
Macunaíma foi. Maanape acompanhou o irmão.
O gigante Piaimã atirou uma flecha que acertou o coração do herói, matando-o. O corpo do
herói foi arrastado pelo gigante para dentro de sua mansão. Maanape entra na casa tentando
resgatar o corpo de Macunaíma.
Ao entrar na sala da adega, Maanape viu que Piaimã estava com sua companheira, uma
caapora velha (duende do mal que habita nossas florestas, um misto de currupira e saci). O nome
da caapora é Ceiuci. Ela é muito gulosa e adora cachimbar. Maanape, finalmente viu o corpo do
herói: “o herói picado em vinte trinta torresminhos bubuiava na polenta fervendo. Maanape catou
os pedacinhos e os ossos e estendeu tudo no cimento pra refrescar. Quando esfriaram a sarara
Cambgique derramou por cima o sangue sugado. Então Maanape embrulhou todos os pedacinhos
sangrando em folhas de bananeira, jogou o embrulho num sapiquá e tocou pra pensão. Lá
chegado botou o cesto de pé e assoprou fumo nele e Macunaíma veio saindo meio pamonha
ainda, muito desmerecido, no meio das folhas. Maanape deu guaraná pro mano e ele ficou taludo
outra vez. Espantou os mosquitos e perguntou:
“-O que foi que sucedeu pra mim?”
Podemos entender Wenceslau Pietro Pietra como símbolo do imigrante e Macunaíma como
símbolo brasileiro? O próprio Mário de Andrade responde: “É certo que não tive a intenção de
sintetizar o brasileiro em Macunaíma, nem o estrangeiro no gigante Piaimã.”
Macunaíma por telefone, dizendo-se francesa, marca um encontro com o gigante.
Disfarçou-se de francesa, perfumou-se, defumou-se e colocou dois mangarás (bananas) no lugar
dos seios e foi à mansão do gigante.
Wenceslau tinha preparado um banquete. Macunaíma comeu bem, sentado numa rede.
Percebendo que Wenceslau queria intimidades, perguntou se o gigante tinha uma muiraquitã
com forma de jacaré. O gigante foi lá dentro e voltou com um caramujo na mão. E puxou pra
fora dele uma pedra verde. Era a muiraquitã.
O herói, emocionado, perguntou se o gigante queria vendê-la ou emprestá-la. O gigante
disse que não e se aproximou do herói. Imaginando que o gigante pudesse descobrir a farsa, a
francesa saiu correndo pelo jardim. O gigante foi atrás em perseguição. Fugindo do cachorro do
gigante, Macunaíma percorre boa parte do Brasil, passando por Guajará Mirim, Itamaracá,
Barbacena, Paraná, Espírito Santo e pelos Pampas. Depois de muito empenho, Macunaíma safa-
se do gigante e regressa à pensão.
Macunaíma foi para o Rio de Janeiro fazer uma macumba para se vingar de Piaimã. No
mangue, no terreiro de tia Ciata, pediu a Exu para dar uma violenta surra no gigante. A macumba
funcionou.
Porque o herói enganou a árvore Volomã, que dá todas as frutas, foi arremessado por ela
para uma pequeníssima ilha da Baía de Guanabara. Foi então que chegou Vei, a Sol. Vei queria
que o herói se casasse com uma de suas filhas, dar-lhe-ia como dote Oropa, França e Bahia, com
a condição de ser fiel e não brincar com outras cunhas por aí.
As filhas de Vei fazem carinhos em Macunaíma e o herói não resistindo ao encanto das
mulheres, ergue os braços por cima da pátria e solenemente decreta: “Pouca saúde e muita
saúva, os males do Brasil são!” depois de escapar de uma assombração medonha, o herói volta
para São Paulo.
O herói escreveu uma carta às icamiabas em português que se pretende clássico. Mostra
conhecimentos de gramática, de prosódia, faz citações latinas, criticaos que desconhecem as
normas rígidas da língua portuguesa. Critica políticos, inclusive o Presidente da República que
ele chama de “papai grande”. Reclama dos altos preços cobrados pelas polacas e francesas para
brincar e pede dinheiro. Nela define, ainda, os problemas do Brasil: “Pouca saúde e muita
saúva, os males do Brasil são.”
Observação- Mário de Andrade aproveitou a “carta pras icamiabas” para mostrar o
artificialismo de uma linguagem anacrônica, satirizar o nosso português e pleitear uma
linguagem simples, natural. Uma língua brasileira.
No dia do Cruzeiro, Macunaíma resolveu ir ver a queima de fogos no Ipiranga. Em meio à
multidão conta a lenda indígena do cruzeiro do sul, a saga de Pauí-Pódole, o Pai do Mutum.
O herói continua fazendo das suas. Mentiu para os irmãos e vizinhos da pensão sobre a
caça de veados que teria feito no bosque da saúde e no arouche.
No outro dia, o herói foi pescar no Tietê e foi pescado pela velha Ceiuci, a caapora, mulher
do gigante. Graças à filha dela conseguiu escapar, Mas acabou, tempos depois, morrendo
novamente. A história é a seguinte: Macunaíma encontrou um macaco comendo coco. Perguntou
o que ele estava comendo. O macaco respondeu que estava comendo os próprios testículos. O
herói não acreditou. O macaco deu um pedaço ao herói que achou muito gostoso e pediu mais. O
macaco diz que tinha acabado e aconselhou o herói a comer os próprios. Macunaíma pegou um
paralelepípedo e estourou os testículos. Ressuscitou graças ao implante de dois cocos da Bahia
realizado pelo feiticeiro Maanape, seu irmão.
Maanape leu nos jornais que Wenceslau voltara da Europa. Macunaíma resolveu então ir à
casa de Wenceslau para resgatar a muiraquitã.
Havia no interior da casa um balanço de cipó. Era um balanço-armadilha. Piaimã convida
Macunaíma para balançar. Macunaíma disse que seria melhor o gigante ir primeiro. Depois de
alguma resistência, o gigante aceitou. Macunaíma empurra o balanço e canta: “bão-ba-la-lão;
senhor capitão; espada na cinta; ginete na mão.” O herói balançou até o gigante ficar
completamente tonto e então deu um arranco fortíssimo no cipó. Piaimã caiu no tacho de
macarronada fervendo que ele próprio preparara para eliminar Macunaíma.
O gigante caiu na macarronada fervendo e subiu no ar um cheiro tão forte de couro cozido
que matou todos os tico-ticos da cidade e o herói teve uma sapituca. Piaimã se debateu muito e já
estava morre-não-morre. Num esforço gigantesco inda se ergueu no fundo do tacho. Afastou os
macarrões que corriam na cara dele, revirou os olhos pro alto, lambeu a bigodeira:
“ –Falta queijo! Exclamou... E faleceu. Este foi o fim de Wenceslau Pietro Pietra que era o
gigante Piaimã comedor de gente.
Macunaíma foi buscar a muiraquitã e foi de bonde para casa. E chorava gemendo assim:
“Muiraquitã, muiraquitã de minha bela, vejo você mas não vejo ela!...”
Os três irmãos voltaram para casa, para a região do Uraricoera. Viajaram descendo o
Araguaia. Macunaíma terá ainda mais uma de suas aventuras, enfrentando o Oibê, um
minhocão imenso, variante da cobra-grande amazônica.
Macunaíma foi buscar a consciência que deixara na boca do Rio Negro e não a achou.
Então Macunaíma pegou a consciência de um hispano-americano e deu-se bem da mesma forma.
Morrem Jiguê e Maanape, vítimas da sombra leprosa. Macunaíma ficou sozinho. Estava no
abandono completo. Só ficara um papagaio falador, um maracanã. O herói passava os dias
contando suas aventuras passadas ao papagaio. Em janeiro, o herói acordou tarde com o pio
agourento do tincuã. Esse canto anuncia desgraça. Procurou o papagaio, ele desaparecera.
Vei, a Sol, vingativa, esquentava o herói que teve vontade de tomar um banho frio. A lagoa
estava toda coberta de ouro e prata e, no fundo, havia uma cunhã lindíssima, branquinha. Era a
Uiara. O herói a desejou, mas a água estava fria demais. A Uiara dançava, chamando-o para o
fundo. O Sol esquentou mais, Macunaíma não resistiu e atirou-se n’água. Vei, a Sol, chorou de
vitória. Quando Macunaíma voltou à margem, estava desfigurado e muito cansado. Apresentava
mordidas pelo corpo todo, estava sem a perna direita, sem os dedões, sem os cocos da Bahia
(leia-se testículos), sem orelhas, sem nariz, sem nenhum dos seus tesouros. Teve raiva de Vei.
Pegou um ovo de galinha e atirou na cara da Sol, que amarelou para sempre.
Achando que as piranhas tinham devorado sua muiraquitã, envenenou a lagoa com plantas.
Todos os peixes morreram e ficaram boiando com a barriga para cima. O herói destripou todos os
peixes, todas as piranhas, todos os botos. Achou dois brincos, os dedões, as orelhas, o nariz e foi
grudando todos eles com sapé e cola de peixe. Mas a perna e a muiraquitã não achou não. Eles
foram engolidos pelo monstro Uruau, que não morre com timbó nem pau.
O herói não achou mais graça neste mundo. Ficou indeciso entre ir morar no céu ou na ilha
de Marajó. Então o herói preferiu ir brilhar no brilho inútil das estrelas. Planta um cipó que vai
atingir a lua e escreve sobre uma laje: “Não vim ao mundo para ser pedra”. E o herói se
transformou numa constelação nova, a Ursa Maior, graças à feitiçaria de Pauí-Pódole, o Cruzeiro
do Sul.
Terminam aqui os 17 capítulos da narrativa. Mas falta ainda o “Epílogo”. Vejamos a
abertura do Epílogo: “Acabou-se a história e morreu a vitória. Não havia mais ninguém lá.
Dera tangolomângolo na tribo tapanhumas e os filhos dela se acabaram de um em um. Não
havia mais ninguém lá. (...) Um silêncio imenso dormia a beira do Uraricoera.”
Uma vez um homem foi até o Uraricoera e ouviu um canto de ave, um papagaio verde de
bico dourado. Era o papagaio de Macunaíma que contou ao homem toda a vida do herói. Depois,
voou para Lisboa. Esse homem é Mário de Andrade que ficou para contar a história. Tem mais
não.

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