Marcos Terena nasceu e cresceu em uma aldeia em Aquidauana, aprendeu a ler em português

já aos sete anos de idade em Campo Grande. Frequentou a melhor escola pública da cidade, o
Colégio Estadual Campo-grandense onde fez o Ginasial e o Científico, para depois ser aprovado
nos duros exames da Aeronáutica e ingressar na Academia da Força Aérea, onde aprendeu a
pilotar aeronaves.

Por ele ser indígena e por ser confundido como um descendente de japoneses, ou então
discriminado como um "bugre", nome pejorativo dado aos descendentes indígenas, ele foi
para Brasília e lá ele conheceu a FUNAI e viu que os índios era considerados incapazes. Ele
resolveu lutar pelos direitos dos índios.

Terena diz que quando conheceu a FUNAI (Já adulto) ele compreendeu o papel indígena,
entre os direitos indígenas, constituição brasileira, estatuto do índio, as regras internacionais
(convenção de Genebra)

“Quem somos nós perante a sociedade brasileira? Qual valor que temos na composição da
sociedade brasileira? Como ‘selvagens’, aquela história velha, que sempre todo mundo repete,
e até mesmo tratarem a gente como incapazes, de acordo com o estatuto do índio”.disse
Terena.

Já com 15 jovens indígenas, eles foram formando o movimento indígena, um movimento de

conscientização, movimento de debates. Eles evitavam pegar auxílio financeiro, para não
ficarem dependentes FUNAI.

Assim, eles começaram a criticar de forma operacional e lúcida a relação com o governo
brasileiro.

“O poder judiciário não tem o costume de ouvir o debate jurídico, de justiça e de direito com
as realidades dos povos indígenas”

“ Eu penso, como o primeiro criador do movimento indígena do Brasil, quando chegamos em

Brasília, que nós temos que acreditar nessa nossa geração de líderes indígenas, temos que
acreditar nesses novos líderes indígenas que tem o gabarito do diploma, que tem vivência
tribal e que tenha perspectiva o que é um Brasil com os povos indígenas, nós somos as
primeiras nações e para isso, por isso devemos educar”.