Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ESTRUTURAS METÁLICAS
São Paulo
2008
SUMÁRIO
1. AÇO ESTRUTURAL................................................................................................................ 1
1.1. Estruturas metálicas............................................................................................................. 1
1.1.1. Vantagens......................................................................................................................... 1
1.1.2. Desvantagens ................................................................................................................... 2
1.1.3. Normas ............................................................................................................................. 2
1.1.4. Aplicações......................................................................................................................... 3
1.2. Formas usuais de metais ferrosos ....................................................................................... 3
1.2.1. Etapas de fabricação do aço ............................................................................................ 3
1.3. Tipos de aços estruturais...................................................................................................... 4
1.3.1. Aço carbono ..................................................................................................................... 4
1.3.2. Aços de baixa liga e alta resistência................................................................................ 5
1.3.3. Nomenclatura da ABNT .................................................................................................. 5
1.3.4. Espessura mínima para peças estruturais....................................................................... 5
1.3.5. Propriedades dos aços estruturais ................................................................................... 6
1.4. Tensões e deformações......................................................................................................... 6
1.5. Ensaios.................................................................................................................................. 7
1.5.1. Ensaios de tração ............................................................................................................. 8
1.5.2. Diagrama tensão - deformação ....................................................................................... 8
1.6. Lei de Hooke....................................................................................................................... 11
1.6.1. Ensaios de compressão .................................................................................................. 12
1.6.2. Coeficiente de Poisson ................................................................................................... 12
1.6.3. Forma geral da Lei de Hooke........................................................................................ 13
2. PRODUTOS SIDERÚRGICOS ............................................................................................. 16
2.1. Perfis laminados................................................................................................................. 16
2.2. Perfis Soldados ................................................................................................................... 18
2.3. Perfis conformados a frio ou de chapas dobradas ............................................................ 19
2.4. Tubos .................................................................................................................................. 20
2.5. Tabelas de perfis................................................................................................................. 20
2.6. Principais tipos de concepções estruturais ........................................................................ 22
2.6.1. Treliças isostáticas ......................................................................................................... 22
2.6.2. Tesouras isostáticas ....................................................................................................... 23
3. CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO ............................................................................ 24
3.1. Método das tensões admissíveis ......................................................................................... 24
3.2. Método dos Estados Limites............................................................................................... 25
3.2.1. Carregamentos ............................................................................................................... 27
3.2.2. Coeficientes de majoração das ações ............................................................................ 27
4. PEÇAS TRACIONADAS ....................................................................................................... 30
4.1. Dimensionamento no Estado Limite Último (ELU) ......................................................... 30
4.1.1. Peças tracionadas com furos ......................................................................................... 30
4.1.2. Peças com extremidades rosqueadas............................................................................. 31
4.1.3. Peças ligadas por pinos.................................................................................................. 31
4.1.4. Limitação de esbeltez das peças tracionadas ................................................................ 31
4.1.5. Diâmetro dos furos......................................................................................................... 32
4.1.6. Exemplos ........................................................................................................................ 35
5. TRELIÇAS.............................................................................................................................. 40
Definição.......................................................................................................................................... 40
Apoios .............................................................................................................................................. 41
Método do equilíbrio dos nós .......................................................................................................... 42
Dimensionamento............................................................................................................................ 49
6. LIGAÇÕES ............................................................................................................................. 50
6.1. Ligações com conectores.................................................................................................... 50
6.1.1. Rebites ............................................................................................................................ 50
6.1.2. Parafusos........................................................................................................................ 50
6.2. Espaçamento entre conectores........................................................................................... 52
6.3. Dimensionamento............................................................................................................... 53
6.3.1. Dimensionamento ao corte ............................................................................................ 54
6.3.2. Dimensionamento ao esmagamento da chapa (pressão de apoio)............................... 54
6.3.3. Dimensionamento ao rasgamento da chapa ................................................................. 55
6.3.4. Dimensionamento à tração da chapa............................................................................ 55
6.3.5. Ruptura por cisalhamento de bloco............................................................................... 56
6.3.6. Combinação de conectores ............................................................................................ 56
6.3.7. Dimensionamento à tração e a corte simultâneos – fórmulas de interação ................ 57
6.3.8. Resistência ao deslizamento em ligações por atrito ...................................................... 57
6.4. Ligações soldadas............................................................................................................... 63
6.4.1. Tipos, qualidade e simbologia de soldas ....................................................................... 63
6.4.2. Elementos construtivos para projeto ............................................................................. 65
6.4.3. Resistência das soldas .................................................................................................... 67
7. PEÇAS COMPRIMIDAS....................................................................................................... 69
7.1. Introdução .......................................................................................................................... 69
7.1.1. Flambagem elástica ....................................................................................................... 70
7.1.2. Flambagem inelástica.................................................................................................... 73
7.2. Dimensionamento............................................................................................................... 77
7.3. Flambagem local ................................................................................................................ 80
7.3.1. Parâmetros de flambagem local .................................................................................... 81
8. PEÇAS FLETIDAS................................................................................................................ 88
8.1. Introdução .......................................................................................................................... 88
8.2. Dimensionamento à flexão ................................................................................................ 89
8.2.1. Momento de início de plastificação e momento de plastificação ................................. 89
8.2.2. Resistência à flexão de vigas com contenção lateral .................................................... 90
8.2.3. Resistência à flexão de vigas sem contenção lateral contínua..................................... 96
8.3. Dimensionamento da alma das vigas .............................................................................. 103
8.3.1. Conceitos ...................................................................................................................... 103
8.3.2. Tensão de cisalhamento............................................................................................... 103
8.3.3. Vigas I com um ou dois eixos de simetria sem enrijecedores..................................... 104
APÊNDICE ................................................................................................................................... 108
BIBLIOGRAFIA........................................................................................................................... 111
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 1
ESTRUTURAS METÁLICAS1
1. AÇO ESTRUTURAL
O aço é uma liga formada basicamente dos elementos ferro (Fe) e carbono (C), com
teor máximo de 1,7%. Outros elementos químicos são adicionados para modificar as
características mecânicas do aço, de acordo com sua utilização. Estas adições também são
feitas em baixas porcentagens, por exemplo: manganês 1,65%, cobre 0,60%, etc.
Na natureza, o elemento ferro é encontrado na hematita, minério de ferro em
abundância no Brasil. O carbono acha-se na composição do carvão mineral. A fabricação
do aço é iniciada num forno especial, chamado “alto forno”, onde o minério de ferro e o
carvão mineral são levados a temperaturas bem elevadas (1500ºC). Aí, inicia-se o processo
de fabricação que dará origem ao aço, naturalmente, após uma seqüência de operações
siderúrgicas.
A primeira usina siderúrgica de porte construída no Brasil, foi a Companhia
Siderúrgica Nacional (CSN), situada na cidade de Volta Redonda, inaugurada em 1946.
Até então, a produção de aço do país era insignificante. Nossas construções em Estruturas
Metálicas dependiam quase que totalmente, da importação de perfis. As poucas obras
metálicas existentes na época podiam ser resumidas em pontes ferroviárias, feitas pelos
ingleses, coberturas de pequeno porte e construções especiais, pouco freqüentes, como o
viaduto Santa Efigênia em São Paulo.
A CSN foi construída com assistência técnica da “United States Steel”, na época da
Segunda Guerra Mundial. O programa da empresa visava à fabricação de diversos
produtos siderúrgicos, em especial, os perfis metálicos. Assim, foi introduzido no Brasil o
“padrão americano” de perfis. Isto acarretou a adoção de normas de fabricação de aço de
origem americana, unidades inglesas para as dimensões dos perfis, etc.
As principais Usinas Siderúrgicas brasileiras são a CSN, Cosipa, Usiminas, Belgo-
Mineira, Cofavi (Companhia Ferro e Aço Vitória), Açominas, etc.
A produção das siderúrgicas visa atender toda a demanda nacional nas diferentes
áreas de consumo. Assim, algumas siderúrgicas atendem por exemplo, a indústria naval, a
indústria automobilística, outras atendem a construção civil, etc.
1.1.1. Vantagens
1
Este trabalho é uma compilação de vários textos sobre Estruturas Metálicas de autores consagrados,
indicados na Bibliografia, feito unicamente para Notas de Aulas, com finalidade didática.
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 2
1.1.2. Desvantagens
Um valor econômico para vigas em concreto armado é 6m, ou 1/10 do vão. Para
estruturas metálicas o vão econômico é de 13m a 25m ou aproximadamente 1/20 do vão.
O valor de um projeto de estruturas metálicas é geralmente cobrado 10% do custo
do peso da estrutura.
1.1.3. Normas
1.1.4. Aplicações
As formas usuais de metais ferrosos são: ferro fundido, aço e ferro laminado, os
quais são produzidos em três etapas de fabricação.
Os aços carbonos podem ser soldados sem precauções especiais, somente até o teor
de carbono de 0,30%.
Os aços de baixa liga são aços carbonos acrescidos de elementos de liga (cromo,
colúmbio, cobre, manganês, molibdênio, níquel, fósforo, vanádio, zircônio), os quais
melhoram algumas de suas propriedades mecânicas.
As ligas aumentam a resistência do aço devido à modificação da micro-estrutura
dos grãos finos. É possível atingir resistência elevada com 0,20% de carbono e permitir
soldagens sem precauções.
Os aços estruturais para Construção Civil são basicamente: aço carbono e aço de
baixa liga.
É o aço mais indicado para estruturas metálicas, pois é fácil de ser encontrado em
todas as bitolas. Como exemplo de aço carbono fabricado no Brasil, o ASTM A-36 ou
simplesmente A-36. Numa terminologia menos técnica pode-se interpretar o aço A-36
como aço comum.
Os aços carbono apresentam taxas que variam aproximadamente de 0,15% a 1,7%
de carbono.
Tabela 1.1 Tipos de aço carbono
Usado em perfis, chapas e barras para a construção de edifícios, pontes
A36
e estruturas pesadas C = 0,25% a 0,29%
(ASTM)
fy = 36 ksi ≈ 250 MPa fu = 400 a 550 MPa
A307 Aço de baixo teor de carbono para fabricação de parafusos comuns
(ASTM) (C < 0,15%) fu = 415 MPa
Aço de médio teor de carbono para fabricação de parafusos de alta
A325
resistência (0,30% < C < 0,59%)
(ASTM)
fy = 550 MPa fu = 750 MPa
Empregado para perfis de chapas dobradas devido a sua maleabilidade
A570 Grau 33: fy = 230 MPa fu = 360 MPa
(ASTM) Grau 40: fy = 280 MPa fu = 380 MPa
Grau 45: fy = 310 MPa fu = 410 MPa
2
1 ksi = 70,3 kgf/cm . (kilo-libra por polegada quadrada)
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 5
A espessura mínima das peças metálicas está ligada à sua proteção contra a
corrosão.
• sem necessidade de proteção contra corrosão: 3mm
• com necessidade de proteção contra corrosão: 5mm
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 6
P m P
L δ
P
σ
Para que não se altere o equilíbrio, estes esforços devem ser equivalentes à
resultante, também axial, de intensidade P.
Quando estas forças são distribuídas perpendiculares e uniformemente sobre toda a
seção transversal, recebem o nome de tensão normal, sendo comumente designada pela
letra grega σ (sigma).
Pode-se ver facilmente que a tensão normal, em qualquer parte da seção transversal
é obtida dividindo-se o valor da força P pela área da seção transversal, ou seja,
P
σ= (1)
A
A tensão possui a mesma unidade de pressão que, no Sistema Internacional de
Unidades, é o Pascal (Pa), o qual corresponde à carga de 1N atuando sobre uma superfície
de 1m2, ou seja, Pa = N/m2.
Como a unidade Pascal é muito pequena, costuma-se utilizar com freqüência seus
múltiplos: MPa = N/mm2 = (Pa×106), GPa = kN/mm2 = (Pa×109), etc. Em outros Sistemas
de Unidades, a tensão ainda pode ser expressa em quilograma força por centímetro
quadrado (kgf/cm2), libra por polegada quadrada (lb/in2 ou psi), etc.
Quando a barra é alongada pela força P, como indica a Figura acima, a tensão
resultante é uma tensão de tração; se as forças tiverem o sentido oposto, comprimindo a
barra, tem-se tensão de compressão.
A condição necessária para validar a equação (1) é que a tensão σ seja uniforme em
toda a seção transversal da barra.
O alongamento total de uma barra submetida a uma força axial é designado pela
letra grega δ (delta). O alongamento por unidade de comprimento, denominado
deformação específica, representada pela letra grega ε (epsilon), é dado pela seguinte
equação:
δ
ε= (2)
L
onde:
ε = deformação específica
δ = alongamento ou encurtamento
L = comprimento total da barra.
Note-se que a deformação ε é uma quantidade adimensional. É de uso corrente no
meio técnico representar a deformação por uma fração percentual (%) multiplicando-se o
valor da deformação específica por 102 ou mesmo até por mil (‰) multiplicando-se por
103.
1.5. Ensaios
Nos ensaios de tração do aço distinguem-se dois casos: aços que apresentam
patamar de escoamento e os aços que não apresentam.
O ensaio de tração tem por objetivo o traçado da curva tensão-deformação e a
obtenção das características mecânicas do material. Consiste em tracionar um corpo de
prova em uma máquina de ensaio e registrar sucessivamente as tensões (σ) aplicadas e as
correspondentes deformações unitárias (ε).
σf D
r
escoamento P
C E Tensão σ=
fe
B A
fp A
Deformação específica
P P δ
ε=
L
L δ fr = tensão de ruptura
fe ou fy = tensão de escoamento
0 fp = tensão limite de proporcionalidade
εr
εp
ε
região região plástica
elástica
Figura 1.2 Diagrama tensão-deformação do aço
Há outro tipo de aço que não apresenta patamar de escoamento. O aspecto da curva
tensão-deformação para estes aços está indicado na Figura 1.4. Observa-se que a inclinação
da reta referente à fase elástica dos aços é sempre a mesma porque o módulo de
elasticidade apresenta valores idênticos para os diferentes tipos de aço.
σf
r
fe
fp
0 ε p= 0,2 εr
ε (%)
Figura 1.4 Diagrama tensão-deformação de aços sem patamar de escoamento
Deformações elásticas
Quando uma barra é carregada por tração simples, a tensão axial é σ = P / A e a
deformação específica é ε = δ / L . Combinando estes resultados com a Lei de HOOKE,
tem-se a seguinte expressão para o alongamento da barra:
PL
δ= (4)
EA
Esta equação mostra que o alongamento de uma barra linearmente elástica é
diretamente proporcional à carga e ao comprimento e inversamente proporcional ao
módulo de elasticidade e à área da seção transversal. O produto EA é conhecido como
rigidez axial da barra.
P P
P P
deformação lateral
υ= (5)
deformação longitudinal
Esse coeficiente é assim conhecido em razão do famoso matemático francês S. D.
Poisson (1781-1840). Para os materiais que possuem as mesmas propriedades elásticas em
todas as direções, denominados isotrópicos, Poisson achou ν ≈ 0,25. Experiências com
metais mostram que o valor de v usualmente encontra-se entre 0,25 e 0,35.
Se o material em estudo possuir as mesmas propriedades qualquer que seja a
direção escolhida, no ponto considerado, então é denominado, material isótropico. Se o
material não possuir qualquer espécie de simetria elástica, então é denominado material
anisotrópico. Um exemplo de material anisotrópico é a madeira pois, na direção de suas
fibras a madeira é mais resistente.
σz εx =
1
E
[σ x − υ (σ y + σ z )]
ε y = [σ y − υ (σ z + σ x )]
1
(7)
E
σx
ε z = [σ z − υ (σ x + σ y )]
1
σy
E
Exemplos
1. Determinar a tensão de tração e a deformação específica de uma barra prismática de
comprimento L=5,0m, seção transversal circular com diâmetro φ=5cm e Módulo de
Elasticidade E=20.000 kN/cm2 , submetida a uma força axial de tração P=30 kN.
P P=30 kN
L= 5 m
πφ 2 π × 52
A= A= = 19,6 cm2
4 4
P 30
σ= σ= = 1,53 kN/cm2 ou 15,3 MPa
A 19,6
PL 30 × 500
δ= δ= = 0,0382 cm
EA 20.000 × 19,6
δ 0,0382
ε= ε= = 0,0000764 ou × 1000 = 0,0764 (‰)
L 500
Trecho A-B
A B
150kN 50kN R=150kN
=
30kN 170kN
300 cm
P 150
σ= σ= = 15 kN/cm2
A 10
PL 150 × 300
δ= δ= = 0,214 cm
EA 21.000 × 10
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 15
δ 0,214
ε= ε= × 1000 = 0,713 (‰)
L 300
Trecho B-C
B C
R=120kN 30kN 50kN R=120kN
= =
150kN 170kN
200 cm
P 120
σ= σ= = 8 kN/cm2
A 15
PL 120 × 200
δ= δ= = 0,076 cm
EA 21.000 × 15
δ 0,076
ε= ε= × 1000 = 0,38 (‰)
L 200
Trecho C-D
C D
R=170kN 30kN 170kN
=
150kN 50kN
200 cm
P 170
σ= σ= = 9,44 kN/cm2
A 18
PL 170 × 200
δ= δ= = 0,0899 cm
EA 21.000 × 18
δ 0,0899
ε= ε= × 1000 = 0,45 (‰)
L 200
Alongamento total
δ = 0,214 + 0,076 + 0,0899 = 0,38 cm
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 16
2. PRODUTOS SIDERÚRGICOS
2- Perfis T: têm aplicações em estruturas soldadas e podem ser fabricados por processos de
laminação ou através do corte de perfis I ou H.
3- Perfis I e U: empregados principalmente como vigas. Suas abas não têm faces paralelas
e as bordas são arredondadas.
6- Chapas laminadas (a quente): têm espessura compreendida entre 3mm e 50mm, pois,
chapas mais espessas apresentam problemas de soldabilidade. As suas principais
aplicações estão nas ligações, emendas de vigas e pilares, bases de colunas e na fabricação
de perfis soldados.
7- Chapas laminadas (a frio): são fornecidas em bobinas, com espessura inferior a 3mm e
largura em torno de 2,50m. São empregadas na obtenção de perfis conformados a frio,
também chamados, perfis de chapa dobrada, usados em estruturas leves, tais como,
coberturas industriais tipo arco, Shed, etc. Outras aplicações são: fôrmas para lajes de
edifícios, materiais para revestimento de paredes externas, internas e de cobertura.
• Perfis laminados
Perfil H
T
bf = d
(bf = mesa ou flange)
d = 4” a 6”
T
Pouco uso em estruturas.
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 18
Cantoneiras:
Fabricadas com abas iguais e desiguais:
Abas iguais – (7/8” x 7/8”x 1/8)” → (8 x 8 x 1)”
Abas desiguais – (13/4 x 11/4 x 1/8)” → (8 x 4 x 1)”
Como o próprio nome sugere, são perfis fabricados de chapas planas soldadas.
Correspondem, no Brasil, aos chamados perfis de abas largas (wide-flange) americanos. A
sua seção transversal é semelhante a de um perfil I com abas mais alargadas e as faces das
mesas paralelas. São fabricadas em grande variedade de dimensões de alma e mesa. A
CSN padronizou as seguintes séries de perfis soldados:
• Perfil série CS – Colunas Soldadas
• Perfil série VS – Vigas Soldadas
• Perfil série CVS – Colunas e Vigas Soldadas
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 19
Perfis I h > b
Perfil H
2.4. Tubos
O tubo circular associa a máxima resistência com o menor peso, em peças sujeitas à
compressão ou à flexão. Normalmente, são utilizados como barras comprimidas de
estruturas leves e como treliças planas ou espaciais. Exemplos: andaimes tubulares para
escoramento de pontes, coberturas espaciais, etc.
.o0o.
Apresentam-se a seguir, algumas tabelas dos perfis mais utilizados em estruturas
metálicas.
Nomenclatura
tf h = altura do perfil
tf
tw = espessura da alma
Estão também tabelados os pesos de cada perfil por metro linear. É útil na avaliação
do peso próprio das peças em estudo.
Y
Y
b Y Y
Z
CG X
CG X X
h
h CG
CG X
yg yg yg
yg
xg xg xg xg
+ - + - -
- + +
Sistema WARREN
Sistema FINK
Sistema HOWE
Sistema PRATT
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 23
WARREN
HOWE
PRATT
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 24
3. CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO
O Método das Tensões Admissíveis foi o primeiro método a ser utilizado para
garantir a segurança. Até meados da década de 1980, o projeto de estruturas metálicas
NBR 8800 utilizava o Método das Tensões Admissíveis. Com a revisão da norma de
estruturas metálicas em 1986, começou-se a utilizar o Método dos Estados Limites.
σ <σ
A tensão admissível de tração ( σ t ) é relativa à área líquida é 0,6fy, exceto em furos
de conexões por pinos.
σ = 0,6 f y
fy 1
= = 1,67 → portanto, γ =1,67.
σ 0,6
Diz-se que uma estrutura é segura quando ela possui condições de suportar todas as
ações ao longo de sua vida útil para a qual foi projetada.
S d ≤ φ Rn
onde:
Sd = solicitação de cálculo
Rn = resistência nominal do material
φ = coeficiente de minoração do material
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 27
3.2.1. Carregamentos
As cargas que atuam nas estruturas são chamadas de Ações. A ações a serem
adotadas no projeto das estruturas de aço e de seus componentes são as estipuladas pelas
normas apropriadas e as decorrentes das condições a serem preenchidas pela estrutura.
Essas ações devem ser tomadas como nominais, devendo ser consideradas como seguintes
tipos de ações nominais:
• Ações permanentes (G), incluindo peso próprio da estrutura e peso de todos os
elementos componentes da construção, tais como pisos, paredes permanentes,
revestimentos, acabamentos, instalações e equipamentos fixos, etc.
• Ações variáveis (Q), incluindo as sobrecargas decorrentes do uso e ocupação da
edificação, equipamentos, divisórias, móveis, sobrecargas em coberturas, pressão
hidrostática, empuxo de terra, vento, variação de temperatura, etc.
• Ações excepcionais (E), explosões, choques de veículos, efeitos sísmicos, etc.
j =2
Os coeficientes ψ devem ser tomados iguais a 1,0 para ações variáveis não citadas
nesta tabela e também para as ações variáveis nela citadas, quando forem de mesma
natureza da ação variável predominante Q1; todas as ações variáveis decorrentes do uso de
uma edificação (sobrecargas em piso e em coberturas, cargas de pontes rolantes e de outros
equipamentos), por exemplo, são considerados de mesma natureza.
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 29
4. PEÇAS TRACIONADAS
A resistência de uma peça submetida a tração axial pode ser determinada pela
ruptura da seção líquida (que provoca colapso), ou pelo escoamento generalizado da seção
bruta (que provoca deformações excessivas).
As barras com extremidades rosqueadas, consideradas neste item, são aquelas com
diâmetro igual ou superior a 12 mm (1/2”).
Rdt ≤ φt Rn = φ t 0,75 Ag f uk , com φt = 0,65
L I min
λ= (adimensional) com imin =
imin A
Nas peças tracionadas, o índice de esbeltez não tem importância fundamental, pois
o esforço de tração tende a retificar a haste, reduzindo a excentricidade construtiva inicial.
Contudo, as normas fixam valores mínimos de coeficiente de esbeltez, a fim de reduzir
efeitos vibratórios provocados por impactos, vento, etc.
É erro comum, principalmente para os que vêm o assunto pela primeira vez, pensar
na área líquida como a área bruta, subtraída das áreas de todos os furos existentes na
ligação. Isto é incorreto; a área líquida é estudada, pensando-se numa possível seção de
ruptura, tendo-se em mente a transmissão de esforços (distribuição de tensões no interior
da peça). Deve ser imaginada como a seção mais provável de ruína. Logo, os furos a serem
considerados serão, somente aqueles contidos na seção de ruptura em estudo.
Numa barra com furos, a área líquida (An) é obtida subtraindo-se da área bruta (Ag)
as áreas dos furos contidos em uma mesma seção reta da peça.
mm
3,5
d+
mm Área líquida
3,5 (An)
d+
1
2
g
b 1 3 b
2
1 3 s
A área líquida (An) de barras com furos pode ser representada pela equação:
s2
An = b − ∑ (d + 3,5 mm ) + ∑ ⋅ t ,
4g
N
Ct = 0,90 se
b > 2h/3
N
h
C = 0,85 se
t
b < 2h/3
N N
Ct = 0,75
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 35
4.1.6. Exemplos
Solução: Para o aço MR 250, tem-se a seguinte tensão admissível referente à área bruta:
kN
σ t = 0,6 × 250 = 150 MPa = 15
cm 2
N 100
Área bruta necessária: Ag = = = 6,67 cm 2
σt 15
6,67
Espessura necessária: t= = 0,67 cm → adota-se 5/16” = 7,94 mm
10
Solução: Admitindo-se que o esforço de tração seja provocado por uma carga variável de
utilização, a solicitação de cálculo vale:
Nd 150
a área bruta necessária é obtida pela expressão: Ag = = = 6,67 cm 2
φt f y 0,9 × 25
6,67
espessura necessária: t = = 0,67 cm → adota-se 5/16” = 7,94 mm
10
No caso tração centrada devida a cargas variáveis, os métodos dos Estados Limites e o de
Tensões Admissíveis fornecem o mesmo dimensionamento.
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 36
3. Duas chapas 7/8”×300mm são emendadas por traspasse com 8 parafusos φ 7/8”.
Verificar se as dimensões das chapas são satisfatórias para uma carga axial de tração de
300 kN, admitindo-se aço MR 250 (ASTM A36).
N=300 kN N=300 kN
300mm
22mm 22mm
t=22mm
t=22mm
Solução:
O tipo de ligação adotado introduz excentricidade no esforço axial. Contudo, o problema
será resolvido admitindo-se as chapas sujeitas a esforço axial.
7
Área bruta: × 2,54 = 2,22 cm
8
Ag = 30 × 2,22 = 66,60 cm 2
A área líquida na seção furada é obtida deduzindo-se a área de quatro furos com diâmetro
7/8”+1/8”=2,54 cm.
An = (30 − 4 × 2,54) × 2,22 = 44,04 cm 2
Admitindo-se que a solicitação seja produzida por uma carga permanente de grande
variabilidade, o esforço solicitante de cálculo vale:
N d = γ q N = 1,4 × 300 = 420 kN
4. Duas chapas (280mm × 20mm) são emendadas por traspasse com furos d = 20mm,
abertos por punção. Calcular o esforço resistente de projeto das chapas, admitindo-se
submetidas à tração axial. Dado: Aço MR 250.
40
2 3
50
3
280mm
50
1
50
3
50
2 3
40
1
a 75 75 75 75
20
20
N
N
Solução
7,52
2-2-2: An = 28 + 2 × − 4 × 2,35 × 2 = 48,45 cm 2
4×5
7,52
3-3-3: An = 28 + 4 × − 5 × 2,35 × 2 = 55,0 cm 2
4×5
A menor seção líquida correspondente à reta 1-1-1.
Esforços resistentes
Note-se que neste exemplo, o escoamento da seção bruta ocorrerá antes da ruptura da
seção líquida.
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 38
5. 86.4 150 1
85
tração.
O diâmetro dos conectores é N
381mm
85
d = 22mm.
85
Área da seção transversal do
perfil Ag = 64,2 cm2
1
Solução
6. Calcular o diâmetro do tirante em aço ASTM A36 (MR250), capaz de suportar uma
carga axial de 150kN (15tf), sabendo-se que a transmissão da carga será feita por um
sistema de rosca e porca. Admite-se que a carga seja do tipo permanente, com grande
variabilidade (γf = 1,4).
Solução:
Barras rosqueadas:
Adota-se parafuso com diâmetro d = 3,81mm (1½”), cuja área é Ag = 11,40 cm2.
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 39
1 2
38
38
2
178mm
76
76
1
12.7
64
115
64 76 76 2
102
medidas em milímetros
38
1 2
(a) (b) (c)
O cálculo pode ser feito rebatendo-se a cantoneira segundo seu eixo (Figura c).
Comprimentos líquidos dos percursos:
76 2 76 2
Percurso 2-2-2: 178 + 102 − 12,7 + + − 3 × 25,5 = 222,6 mm
4 × 76 4 × 115
O percurso 1-1-1 é crítico.
Para cantoneira [L 178 × 102 × 12,7], tem-se raio de giração mínimo: imin = 2,21 cm.
l
Índice de esbeltez máximo para peças tracionadas: λ= ≤ 240
imin
5. TRELIÇAS
Definição
2n = b + v
onde:
b= número de barras
n= número de nós
v= número de reações de apoio
Os esforços nas barras das treliças podem ser resolvidos por métodos gráficos e
analíticos.
Apoios
Para o estudo do equilíbrio dos corpos rígidos não bastam conhecer somente as
forças externas que agem sobre ele, mas também é necessário conhecer como este corpo
rígido está apoiado.
Apoio móvel
Apoio fixo
• Permite rotação.
Engastamento
• Impede rotação.
Nó A
N1 ΣFH = 0 → N2 = 0
N2
A ΣFV = 0
100 + N 1 = 0 → N 1 = −100 kN
RA
Nó B
ΣFH = 0
50
N 3 + N 4 cos 45º = 0 → N 3 = −50 kN
N3
B
45° ΣFV = 0
100 − 50 − N 4 sen 45º = 0 → N 4 = 70,7 kN
100 N4
Nó C
ΣFH = 0
100
50 + N 5 = 0 → N 5 = −50 kN
50 N5
C ΣFV = 0
− 100 − N 6 = 0 → N 6 = −100 kN
N6
Nó D ΣFH = 0
50
50 − N 7 cos 45º = 0 → N 7 = 70,7 kN
50
D
45° ΣFV = 0
− 50 − N 8 + 70,7 sen 45º = 0 → N 8 = −100 kN
N7 N8
Nó E
100
ΣFH = 0 → N9 = 0
N9
E
100
Nó F Verificação ΣFH = 0
100 − 70,7 cos 45º +70,7 cos 45º = 0
70,7 70,7
45° 45° 0=0 (verificado)
Resultados 50 kN 100 kN 50 kN
NAB= 100 kN compressão B C D
NAF= 0
NBC= 50 kN compressão
2m
NBF= 70,7 kN tração
NCF= 100 kN compressão α HE
NCD= 50 kN compressão A F E
NDF= 70,7 kN tração 2m 2m
HB B
1.0 m
C 40 kN
20 kN
1.0 m
α
θ
HA A E D
2.0 m 2.0 m
ΣM B = 0 + H A × 2 − 40 × 1 − 20 × 4 = 0 → H A = 60 kN H B = 20 kN
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 45
Nó A ΣFV = 0
10 + N 3senθ = 0 → N 3 = −22,4 kN
10 N3 ΣFH = 0
60 + N 4 + N 3 cos θ = 0
60 A 26.6°
60 + N 4 − 22,4 cos θ = 0 → N 4 = −40 kN
N4
Nó E
N5 ΣFH = 0
40 − N 6 = 0 → N 6 = 40 kN
40 N6
ΣFV = 0 → N 5 = 0 kN
E
Nó D ΣFV = 0
20 − 20 + N 7 senθ = 0 → N 7 = 44,7 kN
N7
26.6° ΣFH = 0
D 40 − 44,7 cos θ = 0 → 0 = 0 (verificado)
40
Nó C Verificação
22,4
ΣFH = 0
C
26.6° 40 22,4 cos θ − 22,4 cos θ − 40 + 44,7 cos θ = 0
26.6° 26.6°
0=0 kN (verificado)
Resultados B
NAB= 10 kN tração 22,
4 kN
NAC= 22,4 kN compressão T
C
10 kN T
40 kN
NAE= 40 kN compressão 20 kN
N C 44,
NBC= 22,4 kN tração 4k α 7k
22, 0 NT
NCE= 0 θ
NCD= 44,7 kN tração A 40 kN C E 40 kN C D
NED= 40 kN compressão
A B C D E HE
1.5m
RA RE
F G H
2m 2m 2m 2m
N FG ΣFH = 0
α
− 200 cos α + N FG = 0 → N FG = 160 kN
F
Nó B
ΣFV = 0
70
+ 120 − 70 − N BG sen α = 0
B NBC
160 → N BG = 83,33 kN
α ΣFH = 0
160 + N BC + N BG cos α = 0 → N BC = −226,67 kN
120 NBG
Nó C
100 ΣFH = 0
C 66,67 − N CD = 0 → N CD = 66,67 kN
66,67 NCD
ΣFV = 0
N CG − 100 = 0 → N CG = 100 kN
NCG
ΣFV = 0
Nó G
100 N GD + 83,33 sen α − 100 = 0 → N GD = 83,33 kN
83,33 NGD
ΣFH = 0
160 α α NGH N GH + 83,33 cos α − 83,33 cos α − 160 = 0
→ N GH = 160 kN
G
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 48
α
120kN C
100kN C
120kN C
20 83 T T
kN N
1.5m
0k ,3 kN ,3 0k
RA
N
T T 83 20 RE
160kN T 160kN T
F G H
2m 2m 2m 2m
Resultados
Barra Esforço L (m)
NAB= 160 kN compressão 2,0
NBC= 266,67 kN compressão 2,0
NCD= 266,67 kN compressão 2,0
NDE= 160 kN compressão 2,0
NFG= 160 kN tração 2,0
NGH= 160 kN tração 2,0
NAF= 200 kN tração 2,92
NBG= 83,33 kN tração 2,92
NGD= 83,33 kN tração 2,92
NHE= 200 kN tração 2,92
NBF= 120 kN compressão 1,5
NCG= 100 kN compressão 1,5
NDH= 120 kN compressão 1,5
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 49
Dimensionamento
BARRAS TRACIONADAS
Barra Esforço L (m) Nd (kN) Perfil
NFG= 160 kN tração 2,0
NGH= 160 kN tração 2,0
NAF= 200 kN tração 2,5
NBG= 83,33 kN tração 2,5
NGD= 83,33 kN tração 2,5
NHE= 200 kN tração 2,5
BARRAS COMPRIMIDAS
Barra Esforço L (m) Nd (kN) Perfil
NAB= 160 kN compressão 2,0
NBC= 226,67 kN compressão 2,0
NCD= 226,67 kN compressão 2,0
NDE= 160 kN compressão 2,0
NCF= 120 kN compressão 1,5
NCG= 100 kN compressão 1,5
NDH= 120 kN compressão 1,5
6. LIGAÇÕES
As ligações em estruturas metálicas podem ser feitas por meio dos seguintes
conectores:
• Rebites
• Parafusos comuns
• Parafuso de alta resistência
6.1.1. Rebites
6.1.2. Parafusos
Parafusos comuns
Os parafusos são conectores com cabeça quadrada ou sextavada, possuindo rosca e
porca.
rosca
fuste
Os parafusos comuns são instalados com aperto, que mobiliza atrito entre as
chapas. Entretanto, este aperto é muito variável, não podendo garantir um valor mínimo a
se considerar nos cálculos.
Devido a isto, os parafusos comuns são calculados de modo análogo aos rebites,
por meio das tensões de apoio e de corte.
Ligações denominadas tipo apoio: transferência de tração entre as chapas ligadas
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 51
t2 F
σ τ
2F τ
t1 σ
τ
σ τ
t2 F
d
t2 F F
2F 2F
t1
t2 F Forças de
compressão
Forças de
atrito (Fat)
d entre as chapas
P P = Força de F
protensão do
parafuso
Espaçamentos máximos:
Os espaçamentos máximos entre conectores são utilizados para impedir penetração
de água e sujeita nas interfaces. Eles são da ordem de 15.t para peças comprimidas e 25.t
para peças tracionadas, sendo t a espessura da chapa.
A distância máxima de um conector à borda da chapa deve ser 12.t, não superior a
150mm.
a d
3d Bordas cortadas
ou serradas
com tesoura
a=1,75d
a 3d 3d
6.3. Dimensionamento
O dimensionamento dos conectores no estado limite último é feito com base nas
modalidades de ruptura da ligação, representadas na Figura abaixo.
onde:
φv = 0,60 para parafusos comuns e barras rosqueadas
φv = 0,65 para parafusos de alta resistência e rebites
Rnv = resistência nominal para um plano de corte
fu = tensão de ruptura à tração do aço do parafuso
Rd = φ (3 d t f u ) com φ = 0,75
onde:
d = diâmetro nominal do conector;
t = espessura da chapa;
fu = resistência à ruptura por tração do aço da chapa.
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 55
Rd = φ (a t f u ) com φ = 0,75
onde:
a = distância entre o centro do furo e a extremidade da chapa medida na direção da força
solicitante para a resistência ao rasgamento entre um furo extremo e a borda da chapa;
a = distância entre o centro do furo e a borda do furo consecutivo, medida na direção da
força solicitante para a determinação da resistência ao rasgamento da chapa entre furos,
igual a (s – d / 2), sendo s o espaçamento entre os centros de furos;
t = espessura da chapa;
fu = resistência à ruptura por tração do aço da chapa.
Rebites: Rnt = Ag f u
lt
N N
Av = área
cisalhada
lv
At = área
tracionada
N N
lt
Av = área
cisalhada
Figura: Ruptura por cisalhamento de bloco de uma chapa de ligação. O esforço é transferido à
chapa pelos conectores, ligados a outra chapa ou perfil.
A ruptura por cisalhamento de bloco pode ocorrer ao longo de uma linha de conectores
Condições para o dimensionamento:
Norma Condição Resistência de cálculo (Rd)
NBR 8800 quando lv ≥ 3lt Rd = φ ( Av + At )(0,6 f u ) com φ = 0,75
se 0,6 Avn f u > Atn f u Rd = φ (0,6 f u Avn + f y Atg ) com φ = 0,75
ASIC/95
se f u Atn > 0,6 f u Avn Rd = φ (0,6 f y Avg + f u Atn ) com φ = 0,75
• Rebites e parafusos de alta tensão (d < 38mm), com rosca fora do plano de corte:
φt Rnt < 0,69 Ag f u − 1,50Vd
onde Vd é o esforço cortante solicitante de projeto atuando na seção considerada.
onde:
P = força de protensão inicial no parafuso
µ = coeficiente de atrito entre as superfícies
Se, além da força F de tração longitudinal, as chapas estiverem também sujeitas a uma
força de tração perpendicular, T a força de compressão Fc entre as chapas é reduzida a:
Fat ,max = µ (P − T )
Exemplos
1. Duas chapas de 204mm × 12,7mm (½”) em aço ASTM A36 são emendadas com chapas
laterais de 9,5mm e parafusos comuns (A307) φ 22mm. As chapas estão sujeitas às forças
Ng=200kN, oriunda de carga permanente de grande variabilidade e Nq=100kN, de carga
variável de utilização. Verificar a segurança da emenda. Dados: coeficientes de majoração
das ações γg=1,4 e γq=1,5.
51 70 51 51 70 51
38
64
204mm
64
38
t=9,5mm
Solução
• Esforço solicitante de projeto
Nd = γ g N g + γ q Nq
Conclusão
2. O tirante de uma treliça de telhado é constituído por duas cantoneiras (2½”×1/4”) com
ligação a uma chapa de nó de treliça aço MR250, com espessura de 6,3mm, utilizando
parafusos comuns φ 12,7mm. Determinar o esforço normal resistente do tirante,
desprezando o pequeno efeito da excentricidade introduzida pela ligação.
6.3mm
35mm
ø12.7
12.7
29mm
N N
25 40 40 40 40 25
Solução: O esforço resistente de cálculo (Rd) é o menor entre os valores encontrados nos
seguintes casos:
a) corte (corte duplo nos parafusos)
Rd = φ (0,7 Ag )(0,6 f u ) com φv = 0,60 para parafusos comuns
Parafuso comum A 307 → fu = 415 MPa
π × 1,27 2
Ag = = 1,27 cm 2
4
Rd = φ (0,7 Ag )(0,6 f u ) com φ = 0,60
Atn = 2,9 − 0,5 × 1,62 × 0,63 = 2,39 cm 2 Atg = 2,9 × 0,63 × 2 = 3,65 cm 2
2
ksi = kip per square inches: 1ksi = 6,897 MPa kip = kilo pound = 4,4497 kN.
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 64
Para os aços de baixa liga (A242, A441, A572) recomendam-se eletrodos E70XX
ou E80XX do tipo baixo hidrogênio.
Deve-se evitar o resfriamento repentino da solda (p. ex. com água), pois nesse caso,
se forma no local uma estrutura cristalina dura e quebradiça, com propensão à ruptura
frágil, com aparecimento de trincas.
Um filete 6mm ×10mm designa filete com lado de 6mm e outro de 10mm. Na
maioria dos casos, os filetes são iguais.
Denomina-se garganta do filete a espessura desfavorável (t); perna, o menor lado
do filete e raiz, a interseção das faces de fusão.
A área efetiva para o cálculo de um filete de solda de lados iguais (b) e
comprimento (l) é dada por A = t.l = 0,7b.l .
b b1
t
t
b b2
b1 ⋅ b2
t = 0,7b t=
b12 + b22
Os filetes de solda devem ser tomados com certas dimensões mínimas para evitar o
resfriamento brusco da solda e assim garantir a fusão dos materiais e minimizar distorções.
A dimensão (lado) mínima do filete é determinada em função da chapa mais grossa,
conforme indicado na Tabela abaixo. Entretanto, o lado do filete não precisa exceder a
espessura da chapa mais fina, a não ser por necessidade de cálculo.
As dimensões máximas a adotar para os lados dos filetes são condicionadas pela
espessura da chapa mais fina.
Num filete de solda de comprimento l, em cada extremidade há um pequeno trecho
em que a espessura da garganta cai até zero. A norma brasileira especifica que o
comprimento mínimo construtivo do cordão de solda deve ser: l ≥ 4b ≤ 40 mm .
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 67
7. PEÇAS COMPRIMIDAS
7.1. Introdução
Em regime elástico, para cargas maiores do que a crítica aplicada em barras, cujo
material apresenta comportamento elástico linear, a forma estável de equilíbrio passa a ser
a configuração fletida (Figura 1), ou seja, uma curva, denominada linha elástica.
y
x
P y P
x
L
A barra pode perder a sua estabilidade sem que o material tenha atingido seu limite
de escoamento. O colapso ocorrerá sempre na direção do eixo de menor momento de
inércia de sua seção transversal.
A carga crítica de flambagem (Pcrit) foi deduzida por Euler a partir da equação
diferencial da linha elástica de uma barra axialmente comprimida, considerando o
comportamento de um pilar ideal, que se supõe perfeitamente reto, comprimido
axialmente por uma carga centrada, e constituído de material isótropo e elástico linear.
1 +
dx
Contudo, é possível obter-se boa aproximação se, em lugar da equação exata, for
empregada a equação aproximada da linha elástica:
1 d2y M
≅ =
r dx 2 EI
da Figura 1 verifica-se que o momento fletor produzido pela carga P é: M = Py , então:
d 2 y Py
=
dx 2 EI
P
indicando k2 = , chega-se à seguinte equação diferencial:
EI
d2y
= k2y
dx 2
A resolução da equação diferencial acima fornece o valor da carga crítica de
flambagem (Pcrit), embora fiquem indeterminados os deslocamentos da configuração
fletida.
π 2 EI
Pcrit = (1)
L2
A carga crítica de flambagem, Pcrit é o valor da força de compressão capaz de
provocar o início da flambagem. Este valor depende somente do módulo de elasticidade do
material (E) e da geometria da barra (momento de inércia I e comprimento L).
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 71
A fórmula da carga crítica de Euler foi deduzida considerando uma barra articulada
nas extremidades. Entretanto, esta fórmula pode ser adaptada para outras condições de
contorno tomando, em lugar do comprimento real L, um comprimento modificado (Le),
também chamado comprimento equivalente de flambagem, onde ( Le = k ⋅ L) . Assim, a
fórmula de Euler pode ser reescrita:
π 2 EI
Pcrit = 2
(2)
Le
A tensão crítica (σcrit) em peças comprimidas é obtida pela divisão da carga axial
crítica pela área da seção comprimida.
Pcr
σ crit =
A
Substituindo a formulação da carga crítica de Euler na expressão acima, obtém-se:
π 2 EI
σ crit = (3)
AL2e
Do estudo das características geométricas de figuras planas, sabe-se que o raio de
giração é definido pela expressão:
I
i= (4)
A
onde: i = raio de giração
I = momento de inércia
A= área da seção transversal
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 72
L
λ= (adimensional) (5)
i
E
λ =π
σ crit
E
λ = λlim = π
fp
Portanto, a fórmula de Euler é válida para λ ≥ λlim , pois nesse caso a flambagem
ocorre em regime elástico.
λ lim λ
Figura 3. Diagrama tensão–índice de esbeltez
π 2E
σ crit = 2 para λ > 105
λ
Outra é a formulação para o cálculo de peças com índice de esbeltez menor do que
o limite λ < λlim é aquela apresentada pelo AISC - American Institute of Steel
Construction.
σ crit = 1195 − 0,0341λ2 (kgf/cm2)
aplicável para λ < 120 para peças principais.
Para peças secundárias, com 120 < λ < 200 , a tensão crítica é dada por:
1266
σ crit = (kgf/cm2)
λ 2
1+
1266
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 74
Exemplos
1. Determinar o índice de esbeltez limite (λlim) para o aço com tensão limite de
proporcionalidade fp=19 kN/cm2 e Módulo de Elasticidade E=21000 kN/cm2.
E 21000
λlim = π λlim = π ≅ 105
fp 19
Portanto, para peças de aço, a fórmula de Euler é válida para índice de esbeltez λ > 105 .
b × a3
Sendo a menor que b, o momento de inércia mínimo da seção transversal é: I min =
12
I min b ⋅ a3 a a
e o raio de giração mínimo é: imin = imin = = ≅
A 12 ⋅ a ⋅ b 12 3,46
L L 800
como, λmin = , tem-se: λmin = 3,46 λmin = 3,46 × = 138,4
imin a 20
E 21000
λlim = π λlim = π = 104,4
fp 19
5 × 43
I min 12 = 1,15 cm
imin = imin =
A 5× 4
Le
λmin = Le = λmin ⋅ imin Le = 104,4 × 1,15 = 120 cm
imin
Se a barra fosse engastada na base e a outra extremidade livre, então k=2, logo,
L = Le/2 = 60cm.
4. Uma barra de aço é articulada nas extremidades, com comprimento L=160cm e seção
transversal quadrada, com lado igual a 22cm. Determinar a carga máxima de compressão
pela formulação de Euler. Dado: E=21000 kN/cm2.
Área: A = 5 × 5 = 25 cm 2
a4 54
Momento de Inércia: I = I= = 52,08 cm 4
12 12
I 52,08
Raio e giração: i= i= = 1,44 cm
A 25
Le k⋅L 160
Índice de esbeltez: λ= λ= k =1 λ= = 111,1 > 105
i i 1,44
Portanto, trata-se de flambagem elástica
π 2E π 2 × 21000 kN
Tensão crítica: σ crit = σ crit = = 16,79
λ2 111,12
cm 2
Pcrit
σ crit = Pcrit = σ crit × A Pcrit = 16,79 × 25 = 420 kN
A
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 76
5. Uma barra de aço, com comprimento L=135cm, articulada nas extremidades, possui
seção transversal circular com diâmetro igual a 5cm. Determinar a carga máxima de
compressão pela formulação do AISC .
π ⋅d2 π ⋅ 52
A= A= = 19,63 cm 2
4 4
π ⋅d4 π × 54
I= I= = 30,68 cm 4
64 64
I 30,68
i= i= = 1,25 cm
A 19,63
Le k⋅L 135
λ= λ= k =1 λ= = 108 < 120
i i 1,25
Exercícios
1. Duas barras de mesmo comprimento e materiais iguais são submetidas à ação de uma
carga axial P de compressão. Uma das barras possui seção transversal circular com
diâmetro a e a outra possui seção transversal quadrada de lado a. Verificar qual das barras
é a mais resistente, segundo a formulação de Euler. As barras possuem o mesmo tipo de
fixação nas extremidades.
Resposta: a barra de seção transversal quadrada é a mais resistente (Melconian, 2002).
2. Uma barra de aço com 1,2m de comprimento e diâmetro d=34mm, é articulada nas
extremidades. Determinar a máxima carga de compressão axial que a barra suporta. Dado:
E=21000kN/cm2. Resposta: 94,42kN.
3. Determinar o diâmetro de uma barra de aço com 1,2 de comprimento, articulada nas
extremidades e submetida a uma carga axial de compressão de 200kN. Dados:
E=21000kN/cm2. Resposta: d=41mm.
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 77
7.2. Dimensionamento
N d = φc ⋅ Ag ⋅ f c com φ = 0,90
Para usos correntes da prática, as curvas mais utilizadas são as curvas b e c, que
servem para perfis laminados e soldados com espessuras de chapa inferiores a 40mm.
x–x
y–y
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 79
Tabela: Valores limites de b/t em peças comprimidas para impedir flambagem local antes
do escoamento do material (AISC e NBR8800).
b1/t b2/t b3/t b4/t b5/t
Caso de ligação E E E E E
0,44 0,55 0,74 1,47 1,85
fy fy fy fy fy
Aço MR 250 13 16 21 42 53
Aço AR 345 11 13 18 36 45
onde:
b1, b2, e b3 são para perfis não enrijecidos
b4, e b5 são para perfis enrijecidos
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 81
0,670 ⋅ E
Qs = 2
≤1
b
fy ⋅
t
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 82
797t 140 1
<b
Determinação da largura efetiva da alma (be) be = 1− ⋅
σ cd b σ cd
t
deve-se adotar uma tensão inicial e conferir se é menor do que a tensão resultante, mais
abaixo definida.
Por definição, o coeficiente Qa é a relação entre a área efetiva e a área bruta da seção.
Aef
Qa =
Ag
k ⋅l Q ⋅ fy
λ=
i π2 ⋅E
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 83
função de λ.
fc = ρ ⋅ f y
Tensões resistentes
O valor da tensão resistente calculada deve ser menor do que a tensão admitida
inicialmente. A tensão resistente na chapa em elementos não-enrijecidos é dada por:
Nd
σ cd = = σ cd = φc ⋅ Qs ⋅ f c com φ c = 0,9
Aef
N d = φc ⋅ Q ⋅ Ag ⋅ f c com φ c = 0,9
Exemplos
1. Uma coluna tem seção transversal em forma de perfil H, fabricado com duas chapas
8mm×300mm para os flanges e uma chapa 8mm×400mm para a alma, todos em aço
ASTM A-36. O comprimento de flambagem é k.l = 9,84m. Calcular a resistência de
cálculo à compressão axial, considerando a flambagem em torno do eixo mais resistente
(x-x). Admite-se que a peça tenha contenção lateral impedindo flambagem em torno do
eixo de menor resistência (y-y).
Solução: y b2=150mm
8mm
a) valores de b/t
8mm
alma:
b4 400
b4=400mm
= = 50 > 42 → pode ocorrer flambagem local x x
t 8
flange:
b2 150
= = 18,75 > 16 → pode ocorrer flambagem local 8mm
t 8
y
b b fy
flange: 16 < < 30 então Qs = 1,415 − 0,755 ≤1
t t E
150 250
Qs = 1,415 − 0,755 × = 0,92 < 1 Qs = 0,92
8 205000
797t 140 1
<b
be = 1− ⋅ onde: b=cm; t=(cm); σcd=MPa
σ cd b σ cd
t
797 × 0,8 140
be = × 1 − = 37,6 cm < 40 cm
180 40 × 180
0,8
adota-se be =37,6 cm a ser verificado posteriormente com o valor calculado para σcd.
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 85
Ag = 2 × (0,8 × 30 ) + (0,8 × 40 ) = 80 cm 2
Aef 78
Qa = = = 0,98
Ag 80
Aef = 2 × (0,8 × 30 ) + (0,8 × 37,6 ) = 78 cm 2
403
Momento de inércia I x = 2 × 0,8 × 30 × 20,4 2 + 0,8 × = 24242 cm 4
12
Ix 24242
Raio de giração: ix = = = 17,4 cm
Ag 80
f) parâmetro de esbeltez
fc = ρ. f y ρ = 0,838
σ cd = φc ⋅ Qs ⋅ f c com φc = 0,90
Como a largura efetiva da alma foi calculada para a tensão σcd = 180 MPa, não há
necessidade de repetir esse cálculo com σcd = 174 MPa. Se σcd fosse maior que 180 MPa,
seria necessário fazer um novo cálculo de largura efetiva.
2. Uma coluna tem seção transversal em forma de perfil H, fabricado com duas chapas
6mm×240mm para os flanges e uma chapa 6mm×280mm para a alma, todos em aço
ASTM A-36. O comprimento de flambagem é k.l = 6,5m. Calcular a resistência de cálculo
para compressão axial, considerando a flambagem em torno do eixo mais resistente (x-x).
Admite-se que a peça tenha contenção lateral impedindo flambagem em torno do eixo de
menor resistência (y-y).
Solução: y b2=120mm
a) valores de b/t
6mm
alma:
6mm
b4=280mm
b4 280
= = 46,7 > 42 → pode ocorrer flambagem local x x
t 6
flange:
6mm
b2 120
= = 20 > 16 → pode ocorrer flambagem local
t 6
y
b) coeficiente Qs
b b fy
flange: 16 < < 30 então Qs = 1,415 − 0,755 ≤1
t t E
120 250
Qs = 1,415 − 0,755 × = 0,89 ≤ 1 Qs = 0,89
6 205000
b 120 b 205000
= = 20 Como < 1,018 = 29,15 tem-se flambagem inelástica
t 6 t 250
797t 140 1
<b
be = 1− ⋅ onde: b=cm; t=(cm); σcd=MPa
σ cd b σ cd
t
797 × 0,6 140
be = × 1 − = 27,67 cm < 28 cm
28
180 × 180
0,6
adota-se be =27,67cm a ser verificado posteriormente com o valor calculado para σcd.
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 87
Aef 45,4
Qa = = = 0,996
Ag 45,6
Momento de inércia: I x =
ah 3 B
+
12 12
(
H 3 − h3 ) a=0,6cm, B=24cm, h=28cm,
H=29,2cm
0,6 × 283 24
Ix =
12
( )
+ × 29,23 − 283 = 6978,78 cm 4
12
Ix 6978,78
raio de giração: ix = = = 12,38 cm
A 45,6
f) parâmetro de esbeltez
Como a largura efetiva da alma foi calculada para a tensão σcd = 180 MPa, não há
necessidade de repetir esse cálculo com σcd = 172,3 MPa. Se σcd fosse maior que 180 MPa,
seria necessário fazer um novo cálculo de largura efetiva.
8. PEÇAS FLETIDAS
8.1. Introdução
a. cargas aplicadas ao longo de um dos planos principais de inércia de modo que não
há flexão oblíqua;
Conceitos gerais
No projeto no estado limite ultimo de vigas sujeitas à flexão simples, calculam-se
para as seções críticas, o momento fletor e o esforço cortante resistentes para compará-los
aos respectivos esforços solicitantes de projeto. Além disso, devem-se verificar os
deslocamentos no estado limite de utilização.
A resistência à flexão das vigas pode ser afetada pela flambagem local e pela
flambagem lateral.
Na flambagem lateral a viga perde seu equilíbrio no plano principal de flexão (em
geral vertical) e passa a apresentar deslocamentos laterais e rotações de torção. Para se
evitar a flambagem lateral de vigas I, cuja rigidez à torção é muito pequena, é preciso
prever contenção lateral à viga. As vigas I são as mais indicadas para resistir à flexão,
devendo, entretanto, seu emprego obedecer às limitações de flambagem.
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 89
fy
My L
σ< fy
k = dθ
dx
dy
CG
h M My Mp
Coeficiente de forma
A relação entre momentos de plastificação total e momento de início de
plastificação denomina-se coeficiente de forma da seção.
Mp Z
Coeficiente de forma: =
My W
h bh 2
1,5
4
b
bt f (h − t f ) + (h − 2t f )2
t0
(x-x) ≈ 1,12
h t0
4
b 2t f 1
(h − 2t f )t02
tf
b (y-y) + ≈ 1,55
2 4
h3
h 1,7
6
2t 3
2t 3 1 − 1 −
h3 16 h
1 − 1 −
h
t
6 h 3π 2t
4
1 − 1 −
h
th 2 (t << h ) 1,27 (t << h)
tf
bh 2 2t0 2t f
2
t0
1 − 1 − 1 − ≈ 1,12
b
h
4 h
b
bh 2
h
2
12
b
b) contenção lateral discreta: apoios laterais discretos, formados por quadros transversais,
treliças de contraventamento, etc.
Nos pontos de apoio vertical das vigas, admite-se sempre a existência de contenção
lateral que impede o tombamento do perfil.
Flambagem local
A resistência de vigas metálicas à flexão pode ser reduzida por efeito de flambagem
local das chapas que constituem o perfil.
1 Seção supercompacta My
M
Mp
2 Seção compacta My
M
Mp
flambagem local
M
Mp
4 Seção esbelta My
flambagem local
φ
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 92
900mm
Módulo elástico:
45
Momento plástico:
44,052
Z x = 2 × (20 × 0,95 × 44,52 ) + 2 × 0,8 ×
= 3244 cm3
2
9.5mm
Zx 3244
Coeficiente de forma: = = 1,21
Wx 2686,7
bf
OBS: para a mesa do perfil U adota-se: λb =
tf
Exemplo: Verificar a classe dos perfis soldados a seguir:
1 bf h0
Perfil λb = λb = classe
2 tf t
CS (250 × 52) 13 29 3
CS (650 × 305) 14,5 38 3
VS (400 × 49) 10,5 61 2
VS (1400 × 260) 15,6 109 3
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 93
Mp
Mr M cr
λ
λ bp λ br
Figura Variação do momento resistente nominal de vigas I ou H, carregadas no plano da alma com efeito de
flambagem local da mesa ou da alma (admite-se contenção de flambagem lateral).
Na situação limite entre seções não compactas (classe 3) seções esbeltas (classe4).
isto é, para λb = λbr, o momento resistente nominal denomina-se Mr. Para perfis I ou H
com um ou mais eixos de simetria, Mr é dado pelas expressões:
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 94
M r = Wc ( f y − f c ) < Wt f y
onde:
fcr = tensão residual em perfis laminados ou soldados, considerada como fcr=115MPa
Wc , Wt = módulos elásticos da seção, referidos às fibras mais comprimidas e mais
tracionadas, respectivamente.
λb − λbp
Mn = M p − (M p − M r )
λbr − λbp
Exemplos:
Flambagem local
bf 133,4
Mesa: λb = λb = = 4 < 8,5 → perfil classe 1 super compacto
2t f 2 ×16,7
h0 271,4
Alma: λb = λb = = 23,2 < 67 → perfil classe 1 super compacto
t0 11,7
Flambagem local
bf 200
Mesa: λb = λb = = 10,5 < 11 → perfil classe 2 compacto
2t f 2 × 9,5
h0 381
Alma: λb = λb = = 61 < 67 → perfil classe 1 super compacto
t0 6,3
M dres = φb Zf y ≅ φb (1,12W ) f y M dres = 0,9 ×1,12 × 870 × 25 = 21924 kN .cm = 219,24 kN.m
Flambagem local
bf 500
Mesa: λb = λb = = 15,6 < 39k onde k=0,62 para perfil soldado
2t f 2 ×16
h0 1368
Alma: λb = λb = = 109,4 < 160 → perfil classe 3 não compacto
t0 12,5
15,6 − 11
M n = 4131,7 − × (4131,7 − 1992,1) = 3374,6 kN .m
24 − 11
O fenômeno da flambagem
lateral pode ser entendido a partir da
flambagem por flexão de uma coluna.
Em uma viga, o momento fletor que
causa flambagem lateral depende da
esbeltez da mesa comprimida no seu flambagem
lateral
próprio plano. A flambagem da mesa no
plano da alma é impedida pela própria Figura: Flambagem lateral de viga com contenção
lateral que impede o tombamento do perfil.
alma.
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 97
a) vigas curtas: o efeito da flambagem lateral pode ser desprezado. A viga atinge o
momento defino por escoamento ou flambagem local;
b) vigas longas: atingem o estado limite de flambagem lateral em regime elástico, com
momento crítico Mcr.
π π2
M cr = EI y GJ + EI y ECw
L L2
onde:
L = comprimento da viga
Iy = momento de inércia em torno do eixo y
J = constante de torção pura (Saint-Venant)
Cw = constante de empenamento
Iy
J=
1
3
(
2b f t 3f + h0t03 ) Cw = (h − t f )
2
a) viga curta:
M r = M p = Zf y
E
condições para se ter viga curta: lb ≤ lbp = 1,75 i y
fy
b) viga longa
iy i
y
π 2 EA
onde: β1 = π EAGJ β2 = (h − t ) f
2
4 GJ
Cb = é o coeficiente que leva em conta o efeito favorável de o momento não ser
uniforme no segmento lb, dado por:
2
M M
Cb = 1,75 + 1,05 1 + 0,3 1 ≤ 2,3
M2 M2
C b= 1
M1 = 0
M1 M2 M2 = M M1
M M2
Mn
viga viga viga
curta intermediária longa
escoamento flambagem flambagem
ou flambagem inelástica elástica
Mp local
Mr M cr
M1 M2
lb
M1 M2
lb
lb
l bp lbr
Figura: Momento nominal de ruptura de vigas por flambagem lateral
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 99
2
2
Expressão aproximada para obtenção de
0,69 E 9,7 E
M n = M cr = CbWx +
Mcr segundo a NBR 8800
lb h lb
2
bt
f f iT
i y C b β1 4β 2
lbr = 1+ 1+ M r2
2M r Cb β 1
2 2
b) viga intermediária
Exemplos:
1. Comparar os momentos resistente de projeto de uma viga I (457 × 89,3) (18”) com uma
viga soldada VS (500 × 86), de mesmo peso próprio aproximadamente, supondo as vigas
contidas lateralmente. Aço MR250.
Solução:
h0 422
flambagem local da alma: λb = = = 30,3 < 67 → super-compacto: classe 1
t0 13,9
kN
M dres = 0,9 × 1,12 × 1541cm3 × 25 = 38833 kN .cm
cm 2
b) viga soldada VS (500 × 86)
bf 250
flambagem local da mesa: λb = = = 7,8 < 8,5 → supercompacto: classe 1
2t f 2 × 16
h0 468
flambagem local da alma: λb = = = 74 < 100 → compacto: classe
t0 6,3
2
O perfil é compacto (classe 2)
Módulo resistente Wx = 2090 cm3 Módulo plástico: Z ≅ 1,12 × Wx
kN
M dres = 0,9 × 1,12 × 2090 cm3 × 25 = 52668 kN .cm
cm 2
Conclusão: O perfil soldado tem altura maior que o perfil laminado de peso equivalente e,
sendo compacto, possui maior eficiência à flexão.
A B C D E
selecionado para uma viga contínua
4 4 4 4
de quatro vãos de 8m, conforme
8m 8m 8m 8m
ilustrado na figura. A viga é de aço
MR250 e só possui contenção M = 0,161PL
Solução:
ho=381mm; to=6,3mm; bf=200mm; tf=9,5mm; Wx=870cm3.
t f b 3f 0,95 × 203
iT = 12 iT = 12 = 5,25 cm
h0t0 0,63 × 38,1
t f bf + 0,95 × 20 +
6 6
Solução: com contraventamento lateral nos apoios e nos pontos de aplicação das cargas
concentradas, tem-se lb = 400 cm e Cb > 1.
M1
Cálculo de Cb. Trecho AB: =0 → Cb = 1,75
M2
M 1 0,161
Trecho BC: = = 0,95 → Cb = 30 > 2,3 → Cb=2,3
M 2 0,170
E 20500
lbp = 1,75 i y lbp = 1,75 × 4,52 × = 226 cm
fy 250
lb − lbp
M n = M p − (M p − M r )
lbr − lbp
400 − 226
M n = 24265 − (24265 − 11745) × = 21741 kN .cm
1089 − 226
M dres = φb .M n M dres = 0,9 × 21741 = 19567 kN .cm = 195,7 kN.m.
Conclusão: com as novas condições de contenção lateral, a viga do problema anterior teve
um grande acréscimo de momento resistente: (195,7 > 93,9) kN.m.
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 103
8.3.1. Conceitos
Nos perfis laminados, as almas são pouco esbeltas (h0/t0 moderado), tendo
geralmente resistência à flambagem suficiente para atender aos esforços solicitantes, de
modo que a resistência é determinada pelo escoamento ao cisalhamento do material (fv ≈
0,6fy).
Nos perfis fabricados, as almas são geralmente mais esbeltas (h0/t0 elevado), de
modo que a resistência da viga limitada pela flambagem alma. Nestes casos, para aumentar
a resistência à flambagem, utilizam-se enrijecedores transversais.
Vd
τd =
Aw
τ τmax τ max
3 4
τ max = τ méd τ max = τ méd
2 3
Para vigas I com alma pouco esbelta (valores baixos de h0/t0), a flambagem da alma
por cisalhamento não é determinante (o material entra em escoamento para cargas
inferiores à carga crítica de flambagem). Os valores limites de h0/t0 para esta categoria de
almas são dados pela expressão.
h0 E
≤ 2,5
t0 fy
flambagem elástica:
h0 E 7,97 E
para > 3,23 Cv = 2
t0 fy
f y
h0
t 0
flambagem inelástica:
E h0 E 2,5 E
para 2,5 < ≤ 3,23 Cv =
fy t0 fy h0 fy
t0
O limite superior de h0/t0 é dado pela seguinte equação com tensões em MPa:
h0 0,48E
=
t 0 max f y ( f y + 115)
Exemplo:
Calcular a carga máxima permanente q (kN/) que pode ser aplicada na viga da figura, com
vão de 6m, contida lateralmente. Dados: aço MR250; perfil soldado VS (500×86). A seção
da viga é compacta; classe 2.
VS (500 x 86)
q (kN/m)
6.3mm
500mm
L (m)
16mm
250mm
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 106
Solução:
qd L2 qd 6 2
Md = Md = = 4,5qd
8 8
526,7 kN
4,5qd = 526,7 qd = = 117
4,5 m
E h0 E h
2,5 < ≤ 3,23 71 < 0 = 74 < 92
fy t0 fy t0
qd L qd × 6
Vd = Vd = = 3qd
2 2
386 kN
3qd = 386 kN qd = = 128,7
3 m
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 107
L 6
δ max = δ max = = 0,02 m
300 300
5qd L4 5q d 6 4
δ = δ = −8
= 1,58 × 10 −4 qd
384 EI 384 × 2,05 × 10 × 52250 × 10
8
0,02 kN
1,58 × 10 −4 qd = 0,02 qd = −4
= 126,6
1,58 × 10 m
Conclusão: a carga permanente máxima qd = 117 kN/m foi determinada pela flexão, no
estado limite de último.
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 108
APÊNDICE
Vmax = P M max = − PL
L
q (kN/m)
qL2
Vmax = qL M max = −
2
L
P
P PL
Vmax = M max =
2 4
L/2 L/2
P Pb
A
VA =
B L Pba
M max =
a b Pa L
L
VB =
L
q (kN/m)
qL qL2
Vmax = M max =
2 8
L
M
M
Vmax = M max = − M
L
L
M M
VA = −
L
A B M max = − M
M
L VB = +
L
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 109
P
PL3
vmax v max =
L
3EI
q (kN/m)
qL4
vmax v max =
L
8EI
P
PL3
vmax v max =
L/2 L/2
48EI
P a>b
x 3
Pb( L − b )
2 2 2
L2 − b 2
vmax v max = x=
a b 9 3EI 3
q (kN/m)
5qL4
vmax v max =
L
384 EI
M
ML2
v max =
vmax 2 EI
L
x M
ML2 L
v max = x=
9 3EI 3
L
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 110
CG h h4 h3
h
x h2 xCG = y CG = Ix = Iy = Wx = W y =
2 12 6
h
b b ⋅ h3 b ⋅ h2
xCG = Ix = Wx =
2 12 6
b⋅h
CG
h x
h h ⋅ b3 h ⋅ b2
yCG = Iy = Wy =
2 12 6
b
D
π ⋅ D2 D π ⋅ D4 π ⋅ D3
CG
=r Ix = Iy = Wx = W y =
x
4 2 64 32
π (D 2 − d 2 )
D π (D 4 − d 4 ) π (D 3 − d 3 )
d
CG
D 4 Ix = Iy = Wx = W y =
x
2 64 32
y
b b ⋅ h3 b ⋅ h2
xCG = Ix = Wx =
h
CG
b⋅h 3 36 12
x
h/3
2 h h ⋅ b3 h ⋅ b2
b/3
yCG = Iy = Wy =
b
3 36 12
y
x CG =
B Ix =
ah 3 B 3
+
12 12
H − h3 ( ) Wx =
ah 3
+
B
H 3 − h3( )
CG ah + B(H − h) 2 6H 6H
H h x
a
H
y CG = ah 3 B 3 a 3h B 2
2 Iy = + [H − h] Wy = + (H − h )
12 12 6B 6
B
B
xCG = 1
[ ]
B
y
2 Ix = (B − b )c 3 + bh 3 − y12 A Ix Ix
3 W x ,sup = Wx ,inf =
1 (B − b )c 2 + bH 2
c
y´1 (B − b )c + bH y1′ = y1′ y1
[ ]
CG
2 (B − b )c + bH 1 3
Iy = B c + b 3 (H − c )
x
[ ]
H
1 3
y1
y1 = H − y1′ 12 Wy = B c + b 3 (H + c )
6B
b
CG
H h H BH 3 − bh 3 BH 3 − bh 3
x
BH − bh y CG = Iy = Wx =
2 12 6H
b
B
Estruturas Metálicas, de Madeiras e Especiais Ricardo Gaspar 111
BIBLIOGRAFIA
PFEIL W., PFEIL M. Estruturas de aço: dimensionamento prático. 7ed. Rio de Janeiro,
LTC, 2000.
TABELAS