Você está na página 1de 5

3 - DIMENSIONAMENTO PROPULSIVO

3.1 - Potência efetiva


Sabe-se que para a estimativa da resistência ao avanço e potência efetiva de embarcações fluviais necessita-
se de métodos númericos e testes com modelos ou a utilização de métodos empíricos já estudados
anteriormente. Um dos mais conhecidos métodos é a formulação de HOWE para comboios fluviais.

Deste modo, o comboio em questão irá navegar em um canal com 500 m de largura média, e com 6 m de
profundidade média. Não obstante, o comboio tipo possui formação 3 x 3 , no qual cada chata possui um
comprimento total de 60 m, boca de 10,67 m, calado de 3,56 m e pontal de 4,1 m.

Por fim, tem-se a formulação proposta por Howe (1967), adaptada por Padovezi (2003) para unidades 
metricas, para o dimensionamento da propulsão efetiva do empurrador do comboio:

Onde:
×          PE = Potência Efetiva (kW);
×          F = Fator de forma do comboio;
×          V = Velocidade do Comboio (m/s);
×     HC = Calado Máximo do Comboio (m);
×          BC = Boca Total do Comboio (m);
×          LC = Comprimento Total do Comboio (m);
×          h = Profundidade média do canal (m);
×          W = Largura Média do Canal (m).
×          ΔPE = Fator de correção

A determinação do Fator de formar do comboio, foi feita com base na tabela proposta por Howe, mostrada
abaixo:

Formação do comboio F
Uma chata ( 1 linha e 1 coluna) 0,04
Duas chatas em linha ( 1 linha e 2 colunas) 0,05
Duas chatas em paralelo ( 2 linhas e 1 coluna) 0,043
Três chatas em linha ( 1 linha e 3 colunas) 0,04
Quatro chatas ( 2 linhas e 2 colunas) 0,045
Seis chatas ( 2 linhas e 3 colunas) 0,058
Seis chatas ( 3 linhas e 2 colunas) 0,07
Outras formações de chatas 0,07

Não obstante, a determinação do Fator de correção, é feita pelas seguintes formulações:
Onde Fnh representa o número de froude

Logo, tem-se os seguintes valores para cada uma das variáveis:

×          F =  0,07
×          V =  4,12 m/s
×     HC =  3,56 m
×          BC =  32,01 m
×          LC =  217,00 m
×          h =  6,00 m
×          W =  500,00 m
×    ΔPE =  40,69 kW

Por fim, tem-se uma potência efetiva de:
PE = 1951,05 kW
PE = 2616,36 HP

3.2 - Potência entregue pelos hélices e caracteristicias iniciais do hélice


3.2.1 - Coeficiente de esteira efetiva (ꙍ) e de redução de força propulsiva (t)
O primeiro passo na análise em questão é a estimativa dos coeficientes propulsivos para comboios
fluviais. O primeiro a ser determinado é o coeficiente de esteira efetiva (ꙍ), o qual, segundo Basin e
Miniovich ( 1963) apud Padovezi (2003), por meio da formulação adaptada de Papmel (1936), para
empurradores com túnel de popa, é dado por:

Onde:
 - x = 1 para hélices na linha de centro 
 - x = 2 para hélices na linha de centro 
- D = Diâmetro do hélice, em m, onde D é igual ao calado quando existir túnel de popa ou quando o
diâmetro ainda não está definido, deste que após sua definição este tenha um diâmetro entre 0,6.H e 0,7.H

 - CB = Coeficiente de bloco
-𝛻= Volume deslocado, em m³, no calado máximo
 - Δꙍ = 0  para Fnh < 0,2
 - Δꙍ = 0,1.(Fnh - 0,2)  para Fnh > 0,2

Logo, tem-se um coeficiente de esteira de:
ꙍ = 0,14

Em sequência, ainda segundo os mesmo, tem-se o cálculo do coeficiente de redução de força propulsora 
(t), o qual para empurradores com túnel de popa e dois hélices é:
t = ꙍ = 0,14
3.2.2 - Eficiência do casco (ηH)
Seguindo na determinação do potência instalada, tem-se a determinação da eficiencia do casco (ηH), a qual 
é dada, conforme Man (2010), por:

𝜂𝐻 = = 1

Segundo Man (2010), a eficiÊncia do casco para empurradores, encontra-se entre 0,95 e 1,05. Logo, 
percebe-se que a eficiencia calculada encontra-se dentro do esperado
3.2.3 - Potencia de empuxo (PT)
A potência entregue pelo propulsor é dada pela razão entre a potência efetiva (determinada pela
formulação de Howe), pela  eficiencia do casco, conforme mostrado abaixo:

PT = PE/ ηH
Logo, 
PT = 2616,36 HP

3.2.4 - Eficiência do hélice (    )𝜂
De acordo com Man (2010), a eficiência entregue pelo hélice a ré do casco é dada pelo produto entre a 
eficiência rotativa relativa (ηR) pela eficiência do hélice em águas abertas (ηO), conforme mostrado na 
equação abaixo: 
𝜂 = 𝜂 .𝜂

3.2.4.1 - Eficiência do hélice em águas abertas (    )
𝜂
Neste ponto, para a determinação do coeficiente, faz-se necessário a determinação das caracteristicas do
hélice a ser utilizado, logo, em primeira análise definiu-se um hélice de 4 pás, do tipo Kaplan 4-70 junto
com o Kort Nozzle número 19A. Com uma razão pitch/diâmetro de 0,8 .

Figura 2 - Hélice tipo Kaplan

Em sequência, foi-se necessário uma estimativa inicial da rotação aplicada no eixo, a qual foi-se definida 
como 242,034 RPM. Tal número veio uma vez que considerou-se um motor padrão de 1200 RPM e uma 
caixa de redução de 1:4,958. Além disso, determinou-se, com base na geometria do casco um diametro, d, 
do hélice de 2 m.

Não obstante, o PNA (Principles of Naval Architecture), descreve as seguintes formulações para a
determinação da eficiência do hélice:

𝑉 = 𝑉(1 − 𝑤)
𝑉
𝐽=
𝑛. 𝑑

𝐾 .𝐽
𝜂 =
𝐾 . 2. 𝜋

Onde:
𝑉 - Velocidade de chegada do fluido no hélice
𝑛 - Rotações por segundo do hélice
𝐾 - Coeficiente de empuxo
𝐾 - Coeficiente de torque
𝐽 - Número de avanço do hélice
Deste modo, tem-se a seguinte curva de coeficiente e variáveis para o hélice escolhido:

Figura 3 - Curvas de coeficientes e variaveis para o hélice escolhido

Logo, tem-se os seguintes valores de      e   :
𝑉 𝐽

𝑉 = 3,56 m/s
𝐽 = 0,45

Deste modo, trabalhando com o gráfico acima, obteve-se os seguintes valores para os coeficientes:
𝐾 = 0,1893
𝐾 = 0,02105
Por fim, tem-se o seguinte valor de eficiência de águas abertas:

𝜂 = 0,64407
3.2.4.2 - Eficiência rotativa relativa (    )𝜂
De acordo com o PNA, Volume II, a eficiência rotativa relativa é dada pela seguinte formulação
𝑇. 𝑉
𝜂 =
2𝜋. 𝑛. 𝑄. 𝜂

Onde:
𝑇 - Força de empuxo gerada pelo hélice
𝑄 - Torque
Os quais são dados por:
𝑇 = 𝐾 . 𝜌. 𝑛 . 𝑑

𝑄 = 𝐾 . 𝜌. 𝑛 . 𝑑
Logo, tem-se:
𝑇 = 483,5
𝑄 = 107,53 kN.m

Por fim, tem-se que a eficiência rotativa é dada por:

𝜂 = 0,98057

3.2.4.3 - Eficiência do hélice (    )
𝜂
Logo, tendo a eficiência rotativa e eficiência em águas abertas, tem-se a eficiência do hélice:

𝜂 = 𝜂 .𝜂
𝜂 = 0,63156
3.2.5 - Eficiência do eixo (    )
𝜂
A eficiência proporcionada pelo eixo, Segundo Man (2011), é de no máximo 97%, devido ao fato que 
perdas de eficiência maiores resultariam em ruídos e vibrações elevadas.

3.3 - Potência instalada ( 𝑃)


O último passo, é a determinação da potência total instalada, a qual é determinada por:

𝑃 = 𝑃 /𝜂 𝜂 𝜂
𝑃 = 4270,84 HP

4 - Escolha do motor e da caixa redutora


4.1 - Escolha do motor
Com base na potência instalada mínima, escolheu-se dois motores da Wärtsilä 8L20 de 1200 RPM e 1760 
kW de potência, o equivalente a 2360 HP.

Você também pode gostar