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Programa de Educação
Continuada a Distância

Curso de
Feridas e Curativos – Técnicas
e Tratamentos

Aluno:

EAD - Educação a Distância


Parceria entre Portal Educação e Sites Associados
Curso de
Feridas e Curativos – Técnicas
e Tratamentos

MÓDULO I

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na Bibliografia Consultada.

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“Patch Adams recomenda que você ajude a manter a sua saúde através do
riso e da gentileza. Também sugere que, às vezes, o tratamento mais eficaz
é a esperança, o amor e a simples alegria de viver”. Robin Willians

Carolina Mariano Pompeo de Moraes


Enfermeira formada pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Especialista em enfermagem em unidade de terapia Intensiva pela UCG – Goiânia/GO
Enfermeira coordenadora da Unidade Coronariana do Hospital Regional
Enfermeira assistencialista da Unidade Coronariana da Santa Casa

Mercy da Costa Souza


Enfermeira formada pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Especialista em enfermagem em unidade de terapia Intensiva pela UNISC – São Paulo
Enfermeira assistencialista da unidade de internação da infectologia do NHU - UFMS

MÓDULO I

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ÍNDICE

MÓDULO 1
1. História e evolução no tratamento de feridas
2. A ética no tratamento de feridas
3. Anatomia e fisiologia da pele
4. Classificações e definições

MÓDULO 2
5. Fisiologia da cicatrização
6. Características de diferenciação das lesões

MÓDULO 3
7. Ferida infectada
8. Avaliação da ferida
9. Técnica de curativo

MÓDULO 4
10. Anti-sépticos
11. Desbridantes
12. Medicamentos favoráveis à granulação
13. Curativos naturais
14. Considerações finais
15. Referências bibliográficas

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A HISTÓRIA E A EVOLUÇÃO NO TRATAMENTO DE FERIDAS

Para que possamos exercer a enfermagem, no âmbito do tratamento de


feridas, não basta apenas conhecermos os novos produtos disponíveis nesta área ou as
últimas descobertas científicas, é preciso conhecer o passado para que possamos criar
um futuro de uma forma mais concreta e precisa.
E para que possamos ilustrar esta evolução vamos apresentar,
sistematicamente, algumas práticas naturais que, há vários milênios, vêm sendo
utilizadas e que, muitas delas foram incorporadas há muitas tecnologias descobertas.

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A HISTÓRIA

Os homens da pré-história utilizam plantas e seus extratos como cataplasmas,


para estancar hemorragias e umidificar às feridas abertas. Sendo a Cataplasma um
emplasto de substâncias preparadas com linhaça, massa de argila, farinha de mandioca
ou fubá colocada entre dois panos, com capacidade de absorção das toxinas da pele e
para tratar hematomas.
Papiro de Edwins Smith
Foi à descoberta mais recente da história. Era chamado o Livro de feridas,
continha tratados cirúrgicos e de clínica médica.
Por volta de 2700 a.C. os egípcios utilizavam produtos que, hoje,
denominamos “Fármacos da sujeira”, esses produtos eram derivados de produtos
aparentemente absurdos como urina humana e outros, associados às orações e
sacrifícios. Os médicos egípcios acreditavam que quanto mais a ferida supurava, mais
rápida era a cicatrização.
Foram os precursores do adesivo atual, com a descoberta da ligadura adesiva,
que consistia em tiras de linho impregnado de goma.
Os chineses em 2800 a.C. foram os primeiros a relatar o uso do mercúrio, os
mexicanos e peruanos utilizavam o Mactellu como anti-sépticos para feridas.
Quando falamos da civilização Grega, chegamos ao clássico A Ilíada, escrita
por Homero (800 a.C) que descreve o tratamento de 147 feridos militares utilizando
práticas de cauterização de feridas com ferro quente. Nessa época a taxa de mortalidade
era bastante elevada.
Na era Cristã, Celsius (200 d.C): classificou tipos de ferida, definiu tratamentos,
descreveu os sinais inflamatórios, técnicas de desbridamento e sutura.
No período medieval, Galeno (século II d.), que era médico do grande
imperador Marco Aurélio, instaurou a teoria da secreção purulenta. Nessa teoria
acreditava-se que a formação da secreção era fundamental para a cicatrização.
Usava na sua terapêutica:
• Água do mar, do mel, tinta de caneta e barro.
• As lesões ulceradas eram ligadas com figos (que contêm Papaína);

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• Teia de aranha.

Já os médicos árabes foram os inventores da ligadura de gesso. Chegando a


era do Misticismo, temos a Teoria dos Miasmas, nesta teoria os corpos deviam ser
incinerados e após, deveria ser feita à defumação do local com incenso. A igreja
contribuiu, e muito, para a divulgação dessa teoria e proibiu a dissecação e métodos
cirúrgicos impedindo a evolução das técnicas. Já Teodorico de Lucca e Henri de
Mondeville utilizaram pensos embebidos em arnica e vinho (ação anti-séptica). E
observaram que havia diminuição da formação de secreção e aumento da cicatrização.
Ao relembrarmos a história do tratamento de feridas não podemos nos
esquecer de Hipócrates (300 a.C), considerado o pai da medicina moderna que foi o
primeiro a implementar os princípios da assepsia, no tratamento das feridas.
Não acreditava que a formação de pus fosse essencial para a cicatrização
(teoria que existiu por séculos) e quando a ferida infeccionava, utilizava emplastos para
drenagem de secreção e que estas deveriam ser lavadas com limpa. Fez uso de ervas
medicinais, mel, leite e vinagre. Aconselhava desbridamentos e cauterizações.
Avançando ainda mais na história, chegamos à Revolução industrial, marco da
história mundial. No século XVIII, alguns prisioneiros se dedicavam à confecção de
pensos. Estes eram feitos de trapos velhos, estopa de linho e estopa (corda velha
desfiada). Os pensos eram utilizados e depois lavados e reutilizados, já que este
processo tornava-os mais macios e absorventes.
Com a revolução industrial aconteceu a mecanização deste processo de
confecção.
Infelizmente, com a evolução dos tempos começaram as guerras locais e
mundiais.
Com a guerra da Criméia deu-se a introdução da pólvora no mundo ocidental.
As feridas causadas por pólvora eram venenosas e era necessária a remoção da parte
lesada (amputação) e para cauterizar o coto era utilizado óleo fervente.

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Entretanto, nessa época houve uma grande escassez de óleo, o que
possibilitou a substituição por gema de ovo e óleo de rosa, o que aumentou a taxa de
sobrevida da população.

A EVOLUÇÃO

A partir deste século várias descobertas favoreceram para a melhoria do


tratamento das feridas. Destacamos, brevemente, algumas evoluções principais que
impeliram as novas descobertas atuais neste campo.
• 1676 = descoberta do microscópio;
• 1752 = primeiro passo na desinfecção química, por John Pringle, com o uso
de ácidos minerais para prevenir e impedir a putrefação.
• 1860 (Gangee) = 1º curativo absorvente a base de algodão;
• Em 1862, Pasteur concluiu que a putrefação era resultante da fermentação
causada pelo crescimento dos microorganismos. Descobriu, ainda, que eles eram
destruídos pela ação do calor. Apontou a falta de limpeza como causa da infecção, e que
as pessoas que tratavam as feridas eram meio de transporte para esses
microorganismos.
• Em 1880 = foi construída com êxito a primeira estufa, vindo permitir a
esterilização pelo calor seco. Dois anos mais tarde surgiu a esterilização pelo vapor.
• No final de 1840: Deu-se a utilização de anti-sépticos e a proteção da lesão
com coberturas secas. Foi nesta fase que se descobriu o efeito anti-séptico do Iodo,
mercúrio e Alumínio, além da utilização do meio seco.
• Luvas e mascaras foram introduzidas em 1890 e 1897, por Willian Hasteld
e Johann Miculizz.
• 1945: Bloom relata pela primeira vez o uso do filme transparente permeável
ao vapor.
• Após 1960 = descobertos os princípios de leito úmido e limpo para acelerar
a cicatrização. Entre outras descobertas como: limpeza da ferida, aproximação das

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bordas através da sutura, controle da infecção. Sendo descobertas do antibiótico um dos
maiores feitos desta época.
• A partir de 1980 estudos em larga escala começaram a ser realizados nos
Estados Unidos e em vários países da Europa, visando o aperfeiçoamento das técnicas
para realização dos curativos.
• Em 1982 as coberturas a base de Hidrocolóides são lançadas nos EUA e
Europa, porém somente em 1990 chegaram ao Brasil com elevado custo dificultando o
seu uso pela população brasileira.
Apesar de todos estes avanços de tecnologias, produtos e técnicas para o
desenvolvimento do tratamento de feridas, a incidência das úlceras crônicas em nosso
meio ainda é bastante elevada. E embora várias descobertas já tenham sido feitas ainda
existem muito a ser pesquisados e vários mitos a serem quebrados para aperfeiçoar
estes recursos.

ÉTICA NO TRATAMENTO DE FERIDAS

Como vimos no capítulo anterior, com a evolução das tecnologias o tratamento


de feridas vêm se tornando uma área cada vez mais específica e científica, exigindo do
profissional constantes atualizações.
Entretanto, não basta apenas o domínio do conhecimento técnico-científico, é
necessário se priorizar àquele que recebe a nossa ação, que é o alvo do nosso
conhecimento – o portador da lesão de pele.
Ao pensarmos dessa forma é importante o conhecimento dos preceitos legais
que regulamentam à nossa profissão e que nos darão o apoio necessário ao nosso
cuidar, nos favorecendo e nos preparando para o ato ético.
Sendo assim, comecemos relembrando alguns termos que serão utilizados no
decorrer deste capítulo.
Ética = do grego Ethos, Casa. Preocupa-se com os aspectos práticos da vida
do indivíduo e da sociedade, tenta criar regras e normas de conduta para a atividade livre
do ser humano.

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Direito = do Grego Directum, o que é reto (DANTAS, 2003).
• Imperícia: execução de uma função sem plena capacidade para tal;
• Imprudência: cometer um erro conscientemente. Conhece as regras e não
as executa com perfeição; Negligência: saber como o trabalho deve ser feito e não fazer
corretamente.

CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM

Capítulo I: Dos princípios fundamentais


• Art. 1°: A enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde do ser
humano e da coletividade. Atua na promoção, proteção, recuperação da saúde e
reabilitação das pessoas, respeitando os preceitos éticos legais.
• Art. 4°: O profissional da enfermagem exerce suas atividades com justiça,
competência, responsabilidade e honestidade.
• Art. 5°: O profissional de enfermagem presta assistência à saúde visando à
promoção do ser humano como um todo.
• Capítulo II: Dos direitos
• Art. 7°: recusar-se a exercer atividades que não sejam de sua competência
legal.
• Art. 14°: Atualizar seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais.
• Capítulo III: Das responsabilidades
• Art. 16°: Assegurar ao cliente uma assistência de enfermagem livre de
danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência.

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LEI DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL

ENFERMEIRO
Lei nº 7.498/86 em seu Artigo 11, Alínea j:
É privativo do enfermeiro: A prescrição da assistência de enfermagem

TÉCNICO DE ENFERMAGEM
Lei 1498/1986, Artigo 10, Parágrafo II
Executar atividades de assistência de enfermagem, excetuadas as privativas
do enfermeiro e as referidas no artigo 9° deste decreto.

AUXILIAR DE ENFERMAGEM
Lei 7.498/1986, Artigo 11, Parágrafo III
Executar tratamentos especificamente prescritos, ou de rotina, além de outras
atividades de enfermagem, tais como: Alínea c, fazer curativos.

CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO

O artigo 159 do Código Civil enuncia que "aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar direito, ou causar prejuízo a outrem, fica
obrigado a reparar o dano".

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR


Ser avisado, antes de comprar um produto ou utilizar um serviço, dos possíveis
riscos que podem oferecer à sua saúde ou segurança. Quando for prejudicado, o

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consumidor tem o direito de ser indenizado por quem lhe prestou o serviço, inclusive por
danos morais.
O profissional liberal pode ser responsabilizado por algum dano que causou se
sua culpa for provada (Art. 14, § 4º, CDC).
As causas das falhas ou erros profissionais são:
• negligência:
• imprudência:
• imperícia:

PARECERES

COREN-SP: Parecer (1998) sobre a prescrição de curativo e criação da


comissão de curativos. Parecer (1999) sobre o desbridamento de feridas;

COREN-MS: Parecer 001/2005, sobre o desbridamento de feridas.


“O desbridamento cirúrgico pode ser realizado pelo enfermeiro, desde que não
atinja tecido muscular e que não necessite de narcose ou anestesia.”

ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE

INTRODUÇÃO

É o maior órgão do corpo humano, representando cerca de 15% do peso


corporal total e apresenta grandes variações ao largo de sua extensão.

FUNÇÕES

•Sua principal função é revestir e proteger;


•Auxiliar na manutenção da temperatura (termorregulação);

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•Percepção;
•Metabolismo;

CAMADAS DA PELE

São três:

• EPIDERME

• DERME

• TECIDO SUBCUTÂNEO

Fonte: www.theses.ulaval.ca

EPIDERME

Tecido avascular possui células dispostas em múltiplas camadas.


É nesta camada que encontramos os melanócitos, que são células
responsáveis pela pigmentação da pele (melanina) e os queratinócitos responsáveis pela
produção de queratina, que fornece resistência a atritos e variações de temperatura.

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A renovação da pele: A
pele renova-se continuamente,
as células nascem na camada
basal e vão empurrando as
células mais externas até que
estas se desprendem da
epiderme.

Fonte: www.theses.ulaval.ca
DERME
Camada vascularizada possui uma rica rede nervosa.
É nesta camada que encontramos os anexos da pele: glândulas sudoríparas,
sebáceas e folículos pilosos.
A derme contém muitos tipos diferentes de células, incluindo: Fibroblastos e
fibrócitos, macrófagos, mastócitos e leucócitos sangüíneos, particularmente: neutrófilos,
eosinófilos, linfócitos e monócitos.

Fonte: www.theses.ulaval.ca

TECIDO SUBCUTÂNEO
É vascularizada, possui tecido adiposo em sua constituição histológica
envolvido na termorregulação, reserva nutricional e provisão de energia.

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CLASSIFICAÇÕES E DEFINIÇÕES

FERIDA: É caracterizada pela perda da continuidade dos tecidos, podendo ser


superficial ou profunda, que deve se fechar em até seis semanas.
ÚLCERA: A FERIDA se torna uma úlcera após seis semanas de evolução sem
intenção de cicatrizar.

CLASSIFICAÇÃO DA LESÃO

As lesões podem ser classificadas conforme:


• Comprometimento tecidual.
• Como foram produzidas.
• Grau de contaminação.

COMPROMETIMENTO TECIDUAL

• Quanto à localização anatômica;


• Quanto ao tamanho, comprimento, largura, profundidade e formação de
túneis;
• Aspectos do leito da ferida e pele circunjacente;
• Drenagem, cor e consistência;
• Dor ou hipersensibilidade e temperatura.

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Foto: Mercy Souza

COMO FORAM PRODUZIDAS

CONTUSAS: Produzido por objeto


rombo traumatismo das partes moles,
hemorragia.

Fonte:Anjos do norte

INCISAS: Produzidas por um


instrumento cortante. Feridas limpas
geralmente fechadas por sutura.

Fonte:Anjos do norte

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LACERADAS: com margens irregulares.

Fonte:Anjos do norte

PERFURANTES: pequenas aberturas na pele.

Fonte:Anjos do norte

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GRAU DE CONTAMINAÇÃO

1. LIMPAS

Sem presença de infecção.


Lesão sem exsudato ou com
pequena quantidade de exsudato de
cor clara ou transparente.

Foto: Mercy Souza

2. CONTAMINADAS

Presença de bactérias e outros


microorganismos, com presença
transitória ao tecido, sem presença
de infecção instalada. Não há sinais
flogísticos.

Foto: Carolina Pompeo

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3. INFECTADAS

Presença e a multiplicação de
bactéria e outros microorganismos
associado a um quadro infeccioso já
instalado, há presença dos sinais
flogísticos.

Foto: Mercy Souza

ALGUNS TIPOS DE LESÕES DE PELE

1. MÁCULA: Lesão superficial,


circunscrita, coloração marrom, azulada
ou avermelhada.

2. PÁPULA: Lesão sólida e elevada,


plana ou encurvada e coloração
variada.

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3. NÓDULO: Lesão sólida, superficial,
circunscrita, chega a 0,5 cm de
altura, não necessariamente faz
relevo à superfície.

4. VESÍCULA: Coleção de fluidos claros,


podendo tornar-se turvo ou
hemorrágico, circunscrita à superfície
da pele, com diâmetro médio de 0,5
cm.

5. BOLHA: Lesão circunscrita, com


coleção de líquido claro, com diâmetro
maior que 1cm.

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6. PÚSTULA: Coleção de leucócitos,
circunscrita à superfície da pela e de
tamanho variado.

7. ESCAMAS: excesso de células


epidérmicas mortas ou por alterações
inflamatórias.

8. PLACA: Lesão sólida, elevada,


diâmetro superior a 1cm.

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9. CROSTAS: Lesão formada por uma
coleção de soro, sangue ou pus, que
junto aos restos epiteliais, desidrata a
superfície da pele.

10. FISSURAS: São fendas cutâneas,


formato linear que podem acometer a
epiderme e derme.

11. ATROFIA: Depressão ocasionada


pela falta de nutrição e oxigenação das
células.

Fotos fonte: www.iqb.es

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CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO TIPO DE TECIDO

TECIDO NECRÓTICO
Restrito a uma área – Isquemia, redução da circulação, tecido não viável.
Pode ser caracterizada por liquefação e ou coagulação produzido por enzimas
que acarretam a degradação dos tecidos isquêmicos, se diferenciam pela coloração e
consistência.
• ESCARA: De coloração marrom ou preta escara é descrito como uma capa
de consistência dura e seca
• ESFACELO: De cor amarelada ou cinza; descrita de consistência mucóide
e macia; pode ser frouxo ou firme a sua aderência no leito da ferida; formado por fibrina
(concentração de proteína).e fragmentos celulares

ESCARA ESFACELO

Fotos: Mercy Souza

TECIDO DE GRANULAÇÃO:
aumento da vascularização é um
tecido de cor vermelho vivo.

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Foto: Mercy Souza

EPITELIZAÇÃO: redução da
vascularização e um aumento do
colágeno, contração da ferida. Tecido
róseo

Foto: Mercy Souza

CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO EXSUDATO

SECA: Fundo pálido, gaze seca gruda


na ferida com pequena hemorragia,
para a repitelização.

Foto: E. Ricci

ÚMIDA: Fundo brilhante de cor


vermelho vivo, a gaze fica por 24 horas
úmida. Tem borda ativa

Foto: Mercy Souza

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MUITO EXSUDATIVA: Vermelho vivo,
tecido próximo umedecido, gaze troca
no período de 24 horas. Borda
lesionada e ou macerada.

Foto: Mercy Souza

ALGUNS TIPOS DE ÚLCERAS

• Úlceras de estase: Ocorre geralmente por: Varizes, trombose venosa,


insuficiência valvular.
Características: Não tem necrose, não é isquêmica, tem um hiperpigmentação, com
edema no tornozelo e possui uma atrofia branca na pele.

• Úlceras tropicais:
EX: leishmaniose: mucosa e cartilagem.
Incubação: 1 a 3 meses

Foto: Mercy Souza

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• Úlceras arteriais:
Características: Edema, ausência de pulso arterial, não possui pêlos devido a danos
causados em órgãos anexos da pele, apresenta alteração de temperatura do órgão
lesado.

• Úlceras mistas: Presença de lesão venosa e arterial associadas.

• Úlceras neuropáticas; Presença de lesão em terminações nervosas periféricas,


principalmente em membros inferiores.

• Úlceras diabéticas:
Característica: Ferida contaminada apresenta desidrose – estase com hipóxia,
ressecamento dá área circunjacente.

• Úlcera por pressão:


O tipo mais comum de úlcera, encontrada em larga escala nas unidades de
internação hospitalar e domiciliar. Além de ser uma enfermidade cutânea é considerado,
também, um indicador de qualidade da assistência de enfermagem.
Caracterizam-se por uma área localizada de perda de pele e dos tecidos
subcutâneos causadas por pressão, tração, fricção ou de uma combinação destes
fatores.
Estas úlceras serão descritas mais detalhadamente no módulo II.

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Curso de
Feridas e Curativos –
Técnicas e Tratamentos

MÓDULO II

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descritos na Bibliografia Consultada.
FISIOLOGIA DA CICATRIZAÇÃO

Quando pensamos em injúria tecidual, seja de qual for o tamanho e proporção,


pensamos logo na forma como ela vai cicatrizar. E existem diversas formas de
pensamentos e tratamentos quando falamos em cicatrização.
Há, ainda, quem defenda o meio seco como forma de acelerar o processo
cicatricial, mesmo existindo diversos estudos e pesquisas provando as inúmeras
vantagens do meio úmido sobre o meio seco.
Se entendermos a fisiologia da cicatrização, veremos que uma lesão irá cicatrizar
tanto se mantivermos o meio seco quanto o meio úmido. O que irá fazer a diferença são o
tempo e quantidade de energia que o organismo irá gastar para fechar a lesão.
Ou seja, quem faz a cicatrização acontecer não são os profissionais envolvidos na
execução de um curativo, nem tampouco os produtos utilizados para isso. Ambos podem
acelerar ou atrasar este processo, mas quem executa a ação é o organismo do portador
da lesão.
A escolha é nossa!
Nós podemos ajudar ou atrapalhar... Depende do nosso conhecimento, da técnica
e dos produtos que usamos em cada situação.

A FISIOLOGIA

A fisiologia da cicatrização nada mais é que uma cascata de eventos celulares e


moleculares, que envolvem processos bioquímicos e fisiológicos, sendo estes dinâmicos
e simultâneos.
Esse processo é desencadeado por qualquer perda tecidual, podendo essa perda
ser variável - vem daí a definição do grau da lesão.
O processo de cicatrização tem por objetivo único, restabelecer a integridade da
pele. E para isso o organismo usa de diversos meios para alcançar esse objetivo.
Alguns autores classificam e dividem a fisiologia da cicatrização em 03 estágios
sendo eles: inflamatório, proliferativo e remodelação (maturação). Outros, a divide em 05

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estágios: coagulação, inflamação, proliferação, contração da ferida e remodelação
(maturação).
Para maior assimilação, dividiremos o processo de cicatrização em 03 estágios
descritos a seguir.

FASE INFLAMATÓRIA

A função desta fase é o controle do sangramento e a limpeza da lesão, girando em


torno de três dias.
Tem início imediato com o surgimento da ferida, é totalmente dependente da
atividade plaquetária e da cascata de coagulação, e da liberação de alguns produtos,
como substâncias vasoativas, algumas proteínas, fatores de crescimento, proteases etc.
A primeira coisa que acontece quando se tem a ruptura do tecido, é uma
vasoconstrição local, na tentativa de estancar o sangramento, além disso, fluem para a
ferida as plaquetas, para auxiliar no processo de hemostasia.
Uma outra reação que acontece nesta fase é a vasodilatação, ocorrendo com isso
um aumento do fluxo sanguíneo para o local da lesão. E esse aumento da irrigação
promove a ruborização e o aumento da temperatura local, presente em muitas feridas.
Existe, portanto, uma reação inflamatória local e essa reação ativa os mecanismos
de defesa do corpo.
Células presentes nessa fase:
• Macrófagos;
• Linfócitos;
• Neutrófilos;
• Mastócitos;
• Plaquetas, dentre outras.

Foto: E. Ricci

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FASE PROLIFERATIVA

Ocorre por volta do 2º ou 3º dia pós - trauma e tem duração média de 03 a 24 dias.
Nessa fase as células locais formam o tecido de granulação, os miofibroblastos
agem promovendo a contração da ferida, juntamente com os fibroblastos. Durante o
fechamento, há o processo de angiogênese, que permitirá a necessária oferta de oxigênio
e nutrientes, permitindo a atividade dos fibroblastos. As células epiteliais nas margens da
ferida proliferam e migram pela superfície, repondo a perda celular, formando as camadas
da epiderme.
Sendo assim dividimos essa fase, didaticamente, em três subfases:
1ª - Reepitelização: acontece pela migração dos queratinócitos das margens da
ferida. Essa migração, o movimento desses queratinócitos é determinado pelo conteúdo
de água no leito da ferida, da umidade.
2ª - Fibroplasia: é a formação da matriz, que é uma coleção de elementos celulares
como fibroblastos, fibronectina, colágeno, dentre outros. Essa matriz é a base para a
formação do tecido de granulação.
3ª - Angiogênese: como todo processo de reparação exige um gasto grande de
energia existe a necessidade de um aumento no aporte sanguíneo para o local da lesão.
Esse aumento circulatório se dá pela formação de novos vasos sanguíneos, ou seja, a
neo angiogênese.

FASE PROLIFERATIVA

www.eerp.com.br

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Em resumo:
A epitelização é feita pela migração de células endoteliais que vão da periferia para
o leito da ferida. Esse processo é realizado sobre o tecido de granulação, enquanto a
ferida se contrai em média 20% a 60% seu tamanho e só acontece em meio úmido.

FASE DE MATURAÇÃO

Há diminuição da vascularização e da força de contração. Nessa fase o tecido é


remodelado, a quantidade de fibroblastos diminui e as fibras de colágeno se orientam
aumentando a força tênsil.
Segundo Meneghin (2003) a força tênsil também cresce na linha da ferida, após
três semanas, 20% da força original do tecido, cinco semanas depois 40%, ao final de oito
semanas, 70%, sendo, entretanto, que a força original jamais será alcançada ou
recuperada.
O tecido de granulação muda de avermelhado para branco pálido, avascularizado.
Isso se dá por devido a dois processos que ocorrem de forma simultânea que é a
síntese de tecido, realizada pelos fibroblastos e a lise do colágeno, coordenada pela
colagenase. Esta fase dura de 20 dias a 01 ano;

FASE PROLIFERATIVA FASE DE MATURAÇÃO

Foto: M. Souza Foto: E. Ricci

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CICATRIZAÇÃO

Lesão Vasoconstrição vasodilatação

Migração e proliferação Resposta inflamatória


de fibroblastos

Migração e proliferação
Neoangiogênese
epitelial
Enfª Carol Pompeo e Enfª Mercy Souza

Fonte: M. Souza / C. Pompeo

www.eerp.usp.com

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TIPOS DE CICATRIZAÇÃO:

CICATRIZAÇÃO POR PRIMEIRA INTENÇÃO

• Incisão limpa em que as bordas estão


aproximadas;
• Existe pouca perda de tecido;
• Pouco ou nenhum exsudato.

www.eerp.com.br
CICATRIZAÇÃO POR SEGUNDA INTENÇÃO

• É aquela que permanece aberta;


• Onde existe uma perda significante de tecido e onde as fases de
cicatrização são bastante marcadas;
• Resposta inflamatória bastante evidente, com necessidade maior de
tecido de granulação, com epitelização visível;
• Há necessidade de um grande fortalecimento e um grande processo
de contração.
CICATRIZAÇÃO POR TERCEIRA INTENÇÃO

www.eerp.com.br

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CICATRIZAÇÃO POR TERCEIRA INTENÇÃO

• Ferida que fica aberta por um tempo determinado.


• Ela irá ficar aberta só enquanto estiver com uma infecção real e depois ela irá se
fechar.

Foto: M. Souza

COMPLICAÇÕES DA CICATRIZAÇÃO

ƒ Infecção: Drenagem, borda hemorrágica.


ƒ Deiscência: Separação das camadas (3-11 dias após a lesão).
ƒ Evisceração: Protusão dos órgãos
ƒ Fístula: Comunicação anormal entre dois órgãos e superfície do corpo.

FATORES QUE INTERFEREM NA CICATRIZAÇÃO

Como visto, a cicatrização é um complexo processo biológico dependente de vários


fatores. Portanto, existem fatores que interferem no processo de cicatrização a partir do
seu fisiológico, outros que acometem o biológico do indivíduo a partir do seu psicológico.

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Sendo assim, podemos classificar os fatores que interferem na cicatrização em BIO-
PSICO-SOCIAL.

PSICO-SOCIAL

Sendo a nossa pele o maior órgão do corpo humano podemos considerá-la, além
de barreira protetora o nosso “cartão postal”, sendo a primeira coisa observada e vista em
todos os indivíduos.
Atualmente, com a evolução da medicina estão se aperfeiçoando meios cada vez
mais avançados de tratamentos estéticos, comprovando, mais uma vez, a importância
estética da pele.
Se olharmos a pele também pelo ângulo da estética, qualquer tipo de lesão nela
encontrada é causa de intenso desconforto para quem a possui. E esse desconforto é
evidenciado pela baixa auto - estima que em muitas vezes possam levar o indivíduo à
depressão.
A baixa auto - estima, a depressão, dentre outros problemas pode levar a pessoa a
diminuir a produção de inúmeras substâncias endógenas, que auxiliam ou são
responsáveis pelo processo de cicatrização.

PERFUSÃO E OXIGENAÇÃO

Durante todo processo de cicatrização existe um consumo de oxigênio, sendo a


pressão média de oxigênio (PO2) necessária para a proliferação e síntese do colágeno é
de 40 mmHg. Em situações que essa pressão se torna menor ocorre diminuição da
proliferação e síntese de colágeno e diminuição da resistência a infecções.
Assim sendo, pacientes anêmicos são mais suscetíveis a um retardo na
cicatrização devido a uma diminuição no transporte de oxigênio, ocasionado por uma
deficiência ou incapacidade das hemácias em transportar este importante componente da
cicatrização.
Portanto, é importante na cicatrização o aumento no suporte de oxigênio para
acelerar o processo.

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NUTRIÇÃO E HIDRATAÇÃO

A nutrição e hidratação têm uma tarefa fundamental na manutenção da integridade


dos tecidos e na promoção dos processos de reparação de todas as lesões cutâneas, o
que enfatiza a importância de uma equipe multiprofissional para que o tratamento do
paciente portador de uma lesão seja eficaz.
A nutrição:
Citamos alguns elementos nutricionais fundamentais para o reparo tecidual de uma
lesão:
As Proteínas previnem infecções e participam na síntese do colágeno, fibroblastos
e na angiogênese.

As Calorias dão sustentação a todos os processos, a sua maior necessidade é em


relação aos pacientes acamados, pois previnem a degradação das proteínas, e é a
principal fonte de energia para os leucócitos e fibroblastos, por isso, o processo de
cicatrização requer gasto de energia.

A Vitamina C é um co-fator na síntese de colágeno, além de possuir ação


antioxidante. Já a vitamina A proporciona resposta inflamatória local e migração epitelial,
auxiliam na diferenciação celular na epitelização. E a vitamina E estimula a fibroplasia e
age como co-fator da síntese do colágeno;

O Complexo B é Importante para a junção das fibras de colágeno durante a fase


de maturação. O ferro e o zinco são co-fatores na formação de colágeno e na síntese de
proteínas;

Hidratação:
O nosso corpo é constituído de 70% de água que é utilizada para a manutenção da
volêmica, da temperatura corporal, dentre outras funções.
A sua redução, quando falamos no tratamento de feridas, causa diminuição do
volume circulante e conseqüente hipotensão arterial. Aumenta o edema dos tecidos, além
de reduzir a difusão do oxigênio e dos nutrientes às células.

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TABELA COMPARATIVA NECESSIDADES HÍDRICAS E ENERGÉTICAS

PELE NORMAL ULCERA


Água (ml/kg/dia) 25 50-100
Energia (Kcal/kg/dia) 25-30 50
Proteína (gr/Kg/dia) 0.7 1-2. 5

INFECÇÃO
Como vimos no início deste módulo, a fase inflamatória, primeira fase do processo,
é onde acontece, além da hemostasia, a limpeza da lesão pelas células de defesa.
Sendo assim, na presença de infecção as células de defesa trabalham em maior
número, necessita de uma maior demanda metabólica e gasto energético o que prolonga
a duração desta fase e retarda o processo de cicatrização.

MEDICAMENTOS
Algumas terapêuticas medicamentosas interferem diretamente no processo
cicatricial, devendo ser levadas em consideração no momento em que for instituído o
plano de cuidados de cada paciente.
O corticosteróide inibe a proliferação epitelial e migração de neutrófilos e
macrófagos. Já os antiinflamatórios reduzem da síntese do colágeno e inibem a contração
da ferida diminuindo a velocidade de epitelização. Os imunossupressores aumentam a
suscetibilidade à infecção e diminui a produção de neutrófilos.

IDADE
O envelhecimento causa a diminuição da quimiotaxia e da ação das células de
defesa; acarretando uma diminuição da resposta frente às agressões externas.
Quando falamos no processo de cicatrização do idoso, devemos ressaltar que há
diminuição da taxa de divisão celular e na síntese do colágeno e a capacidade de
contração é mais lenta porque há baixa oferta de oxigenação pelos vasos capilares,
prejudicando a atividade dos fibroblastos, lentificando e interferindo na resposta cicatricial.

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EXTENSÃO E LOCALIZAÇÃO DA FERIDA

Quanto ao tamanho da área lesionada deve se considerar a extensão e a


profundidade que foi acometido o tecido, pois quanto maior for à extensão e profundidade
maior a probabilidade de infecção e maior o tempo de cicatrização.
Em relação à localização anatômica que se encontra a lesão, o fator agravante ao
processo de cicatrização são as particularidades de cada região como as articulações,
cabeça, pescoço e regiões abdominais, pois há um maior volume de irrigação sangüínea
e drenagem nestas áreas que interferem na escolha do tratamento a ser utilizado,
necessitando previamente de uma avaliação criteriosa do Enfermeiro.

MOBILIDADE DO PACIENTE

Os pacientes que possuem o auto cuidado prejudicado e déficit em se movimentar no


leito possuem maior probabilidade de desenvolver lesão de pele devido à pressão e
compressão da micro circulação dificultando a nutrição e oxigenação celular e dificultando
o fluxo arterio-venoso e linfático de um ou mais membros.

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CARACTERÍSTICAS DE DIFERENCIAÇÃO DAS ÚLCERAS

INTRODUÇÃO

Conforme definido anteriormente a úlcera cutânea é uma lesão de pele


caracterizada por uma perda de substância dermo-hipodérmica que não mostra nenhuma
tendência a cicatrizar-se em até 06 semanas por uma alteração da homeostase vascular.
No módulo anterior, citamos diversos tipos de úlcera, dentre elas estão: úlceras por
pressão, encontradas nos ambientes hospitalares e nas internações domiciliares, as
úlceras tropicais, muito encontradas em nosso país, e as úlceras de perna, sejam elas
venosas arteriais ou mistas. As úlceras de pernas constituem um sério problema médico e
sócio econômico, elas podem ocorrer na faixa etária de 20 a 40 anos. Pesquisas da OMS
revelam que a freqüência dessas úlceras é equivalente a do câncer e diabetes.
• Nos EUA a percentagem é de 0,3 % da população geral.
• Na Dinamarca é de 3,9%, e na Inglaterra é de 0,4%.
• No Brasil, estima-se que gire em torno de 3,0% (2 milhões de pacientes).
• As úlceras de perna são, sem dúvida, um importante fator de morbidade, com
grande repercussão sócio-econômica.
Sendo assim, apresentamos nesse módulo, alguns tipos de úlceras, suas
características e definições, prevenção e tratamento.

FORMAÇÃO DA ÚLCERA
• Isquemia tecidual;
• Espessamento das fibras musculares;
• Comprometimento arterial;
• Necrose do tecido gorduroso;
• Formação de fibrina nos vasos capilares.

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ÚLCERA VENOSA

A função da veia é levar o sangue de retorno ao coração, após ter cumprido a


função de trocas metabólicas e térmicas ao nível dos tecidos. No sistema venoso existem
três sistemas de veias diferentes em posições anatômicas e funções, sendo esses
sistemas denominados: superficial, profundo e perfurante.
As veias desses sistemas possuem
inúmeras válvulas, que servem para direcionar a
corrente sangüínea impedindo seu refluxo. Este
fluxo tem que vencer, além da pressão positiva
abdominal, a ação da gravidade que se exerce,
intensamente sobre os membros inferiores.
Quando essas válvulas estão
comprometidas, vários sinais começam a ser
observados decorrentes de um fenômeno
chamado ESTASE VENOSA.

Fonte: Maual Merck

ESTASE VENOSA

É um dano crônico ou agudo do fluxo


de sangue das pernas que resulta em
aumento da pressão hidrostática
capilar e conseqüentemente a
hipertensão venosa, que pode levar a
ruptura da pele.

Foto: E. Ricci Fonte: www. sbacvrj.com.br

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FATORES PREDISPONENTES

• Hereditariedade;
• Idade;
• Sexo;
• Obesidade;
• Postura predominante de trabalho;
• Varizes

VARIZES: Fonte: Elia Ricci

Dilatação de uma veia transportadora do retorno venoso.

FISIOPATOLOGIA
O processo de retorno venoso ao coração é feito pelas válvulas, que impedem que
o refluxo sangüíneo de volta à periferia. Quando elas apresentam problema no seu
funcionamento o sangue reverte seu curso, voltando para baixo, enfraquecendo a veia.
O sangue venoso, pobre em oxigênio e nutrientes, permanece nos tecidos
causando dilatações, edema e impedindo que o sangue arterial nutra os tecidos. Estes
necrosam, dando origem a eczemas e úlceras.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

• Geralmente localizada na região maleolar medial, por ser a área de maior hipertensão
venosa e além de haver perfurantes insuficientes ao nível de tornozelo.
• Abaulamento do tornozelo quando as pernas estão ligeiramente pendentes;
• Descoloração no tornozelo;
• Edema de tornozelo e pé, não depressível;
• Pulsos presentes;
• Pode estar presente uma lipodermatoesclerose (regiões esbranquiçadas, próximas à
lesão);

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ƒ Dermatite venosa (hiperpigmentação)
ƒ Exsudato purulento em 80% das úlceras;
ƒ Incidência elevada de erisipela, devido ao.
ƒ Comprometimento, da rede linfática;
ƒ Não há claudicação;
ƒ Desconforto moderado devido à úlcera aliviado por elevação.
ƒ Úlceras superficiais com bordas irregulares em fase de evolução;

Foto: C. Pompeo / M. Souza

CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS

Edema, Atrofia branca


(lipodermatoesclerose)
e Hiperpigmentação.

UNIVERSIT
ERLANDEN

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EDEMA: Primeiro sinal de insuficiência vascular circulatória (IVC); inicialmente a parede
dos vasos sofre alterações em sua estrutura por alteração do oxigênio; em sua fisiologia
ocorre um desequilíbrio entre filtração e absorção.
O edema se reduz com a elevação do membro completamente, erroneamente se faz a
elevação apenas dos pés apoiados em travesseiros que mascaram a terapêutica
empregada dificultando o retorno venoso e ainda o mais grave o fluxo arterial.

ATROFIA BRANCA/ LIPODERMATOESCLEROSE: Em conseqüência à dificuldade do


retorno venoso temos a hipertensão venosa crônica, que na veia sadia temos referências
literárias que em repouso a pressão vascular é de 0 mmhg esta que se altera com o
deambular ou o indivíduo em pé. Esta hipertensão causa um dano venoso e intersticial,
não ocorrendo formação de novos capilares intralesional e conseqüentemente a atrofia -
derrmo epidérmica, caracterizando a borda com manchas angiomatosas ou de
pigmentação.

HIPERPIGMENTAÇÃO: Ocorre à perda de caráter laminar do fluxo e a diminuição da


permeabilidade capilar, consequentemente temos a aglutinação das hemácias e
diapedese das hemácias no interstício (tecidos), com a deposição da hemosiderina
(resultado final do metabolismo do ferro) e o aumento dos melanócitos aumentam e
aparecem alguns micros trombos, caracterizando as manchas escuras e pontos de
pigmentação em meios a atrofia branca.

Anamnese e Histórico
• Patologia familiar de caráter hereditário;
• Estilo de vida e condição particular;
• Doença, intervenções, trauma pregresso;
• História da formação da úlcera.
• Diabetes;
• Varizes em membros inferiores;
• Dislipidemias;
• Doenças cardiovascolares

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CONDUTAS:
1- Avaliação da lesão quanto seu aspecto físico: Localização, Profundidade, Bordas,
Leito, Exsudato e Mensuração e Dor.
2- DOR: De característica peculiar às lesões isquêmica em sua menor intensidade,
considerando todo o histórico do cliente e da lesão quanto: umidade da lesão e da
cobertura utilizada, da presença de infecção e estase venosa. O tratamento
farmacológico antes da realização do curativo auxilia a adesão ao tratamento e
reduz o fator stress do cliente, tornando o procedimento menos traumático e
humano.
3- Aplicação da compressão do membro inferior pode ser de três tipos: Bandagem de
curto estiramento ou inelástico indicado apenas para as pessoas que deambulam,
pode ser obtida pela Bota de Unna.

Fotos:E. Cassimiro

Bandagem de longo estiramento ou elástica, não são as mais utilizadas no Brasil


devido o seu custo e ao clima em que vivemos, são de compressão contínua mesmo com
o membro elevado e durante vários dias.
Meias elásticas são poucas usadas pela não praticidade aos idosos e necessitam
de uma cobertura primária e devem ser substituídas por no máximo seis meses.
4- Consultar uma equipe multiprofissional clínico, intervencionista e cirúrgico, para
tratar a causa, a conseqüência e a reabilitação da insuficiência vascular circulatória
e manter um cuidador constantemente orientado sobre o prognóstico, tratamento e
o tempo que estas úlceras levam para melhorar e ou cicatrizar.

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ÚLCERA ARTERIAL

A lesão do sistema vascular periférico inclui também a lesão de artérias em suas


diferentes estruturas anatômicas, sejam elas, as pequenas, médias e as grandes
superficiais ou profundas, e ainda estão relacionadas com as condições biológicas do ser
humano e das condições culturais quanto aos hábitos alimentares e sociais quanto ao
sedentarismo na população adulto jovem e financeiro.

CARACTERÍSTICA:

A lesão arterial periférica é descrita em várias referências literárias como um acúmulo


de gordura na parede das artérias (aterosclerose) e pelo endurecimento desta por
processos degenerativos (arteriosclerose) acometidos por doenças crônicas
degenerativas (Diabetes e Hipertensão Arterial sistêmica).
Esta lesão é progressiva, inicialmente ocorre uma redução de fluxo ocorrendo à
isquemia e conseqüentemente se não corrigido a causa ocorre a obstrução do vaso de
pequeno a grosso calibre com a perda total de tecidos por necrose e ou gangrena. Com
característica de ser uma lesão de membros inferiores que denominamos como Úlcera de
Perna, com sinais clínicos iniciais que vai de uma simples artrite de pequenos vasos a
uma obstrução parcial ou total de um grande vaso comprometendo todo um membro e até
a vida deste indivíduo.

Fonte: E. Ricci

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PATOGÊNESE:
• Embolia cardíaca
• Vasculopatia periferica obstrutiva
• Inativação do mecanismo arteriolar e capilar de compensação;
• Aumento da resistência periférica;
• Redução do fluxo hemático > 50%
• Vasculopatia inflamatoria

Foto: E. Ricci
Características clínicas
• Claudicação intermitente aliviada pelo repouso;
• Dor noturna, aliviada por uma posição pendente;
• Dor em repouso, no ponto da úlcera;
• Pés frios e unhas dos pés espessadas;
• Pulsos ausentes ou diminuídos;
• Atrofia cutânea (fina e lustrosa);
• Perda de pelos da extremidade inferior;
• Rubor quando pendente;
• Palidez por elevação
Foto: E. Ricci
• Possível gangrena

Fatores predisponentes
• Tabagismo
• Hiperlipidemia
• Diabetes Mellitus
• Hipertensão

Localização da úlcera
• Cabeças das falanges
• Calcanhar
Foto: E. Ricci
• Maléolo lateral

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• Pré – tibial
• Extremidades dos dedos do pé ou entre os dedos do pé.

Foto: E. Ricci

CARACTERÍSTICAS DA ÚLCERA:
ƒ Pálida com bordas regulares (como se cortado com uma forma);
ƒ Leito da ferida pálido, ressecado.
ƒ Mínima secreção
ƒ Aparência de perfuração
ƒ Poderá não ter sangramento
ƒ Poderá apresentar tecido necrótico negro
ƒ Área perilesional pálida
ƒ Pequenas quantidades de tecido de granulação pálido.

Universit Erlanden

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O QUE INVESTIGAR?

• Pés frios;
• Pulsos ausentes ou diminuídos;
• Atrofia cutânea (fina e lustrosa);
• Perda de pelos da extremidade inferior;
• Rubor quando pendente;
• Palidez por elevação
• Unha dos pés espessa
• Possível gangrena

CONDUTAS
• Tratar causa subjacente (cirurgia ou farmacoterapia); melhorar perfusão tecidual;
• Decidir cuidadosamente quanto ao método de desbridamento, a GANGRENA seca
atua como uma capa protetora. Devido à redução do fluxo sangüíneo;
• Prevenção do trauma e infecção

TERAPIA
• Terapia farmacológica
• Terapia angioradiológica
• Terapia cirúrgica
• Terapia contra a dor

Fonte: Elia Ricci

DOR
Sinais físicos
Sinais visíveis
• Modificação da pressão arterial
• Modificação na posição corporal;
• Mudança na freqüência cardíaca
• Expressão do rosto e da voz;
e respiratória
• Mudança no estado emocional;
• Modificações trópicas
• Anorexia, insônia e etc.
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• Sintomas neurológicos
ÚLCERA NEUROPÁTICA

As úlceras neuropáticas são lesões de pele bastante comuns e que tem incidência
elevada na nossa população. São decorrentes, principalmente da falta de sensibilidade
local que leva às deformidades e conseqüentemente à formação de lesões de pele.
Dentre as úlceras neuropáticas, a mais comum e a mais conhecida, é o pé
diabético, encontrado em larga escala nas Unidades Básicas de Saúde e que acomete
uma grande parcela da população idosa do País.
Uma outra neuropatia bastante conhecida é a causada pela Hanseníase, também
comumente encontrada nos Postos de saúde de todo Brasil, e com grande incidência no
estado do Mato Grosso do Sul.

ÚLCERA NEUROPÁTICA NA HANSENÍASE

A hanseníase é uma doença infecciosa de evolução lenta e duração bastante


longa, é causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae, também conhecida
por Bacilo de Hansen.
Essa doença atinge principalmente a pele e as extremidades do corpo, sendo uma
das suas principais características comprometimento dos nervos periféricos, o que
acarreta diminuição ou perda de sensibilidade nos membros, além do comprometimento
dos filetes nervosos e alguns anexos da pele, como os folículos pilosos, glândulas
sudoríparas e sebáceas.

Patogênese da úlcera neuropática na hanseníase

O comprometimento dos nervos periféricos leva á diminuição da sensibilidade nos


membros, o que pode levar a formação de úlceras, principalmente nos pés, tanto por
trauma, uma vez que o indivíduo pode machucar-se sem sentir, quanto por pressão ou
fricção dos pés dentro do próprio calçado.

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ÚLCERA DIABÉTICA

A Diabete Mellitus é uma doença que acomete grande parte da população idosa no
Brasil, sendo considerada, juntamente com a hipertensão arterial a doença crônica de
maior repercussão sócio-econômica no nosso meio.
Além de todos os sintomas já conhecidos, causados pela Diabete descompensada,
um outro agravante que, atualmente preocupa as autoridades em saúde são as úlceras
de pé, que acometem alguns portadores dessa patologia. Essas úlceras são decorrentes
de alterações neurológicas associadas, geralmente a um quadro infeccioso.
O surgimento dessa úlcera pode se dar de duas maneiras:
1. Por perda de sensibilidade:
2. Por doença vascular

1. PERDA DA SENSIBILIDADE:
A constante hiperglicemia pode afetar os nervos periféricos das pernas e,
principalmente dos pés, o que leva a perda da sensibilidade tanto tátil, quanto térmica e
dolorosa, deixando o pé suscetível a traumas químicos, térmicos e mecânicos.

2. DOENÇA VASCULAR:
O paciente diabético tem uma maior propensão às doenças do coração e à
hipertensão arterial, uma vez que a glicemia aumentada por um tempo prolongado leva ao
endurecimento e ao estreitamento das artérias e arteríolas. Além dessas patologias,
temos também, as vasculopatias periféricas, que é o comprometimento dos vasos
periféricos.
Esse comprometimento leva a alguns sinais clínicos característicos, em seu
portador sendo:
• Pé frio, cianótico, em alguns casos e com a pele fina;
• Unhas deformadas e com presença de fungos, na maioria dos casos;
• Pulsos finos e diminuídos, dentre outros.

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No caso dos pacientes diabéticos, podem aparecer lesões nos nervos por
comprometimento arterial, o que acarreta diminuição do aporte sanguíneo àquele nervo
levando-o à isquemia e conseqüentemente à diminuição da sensibilidade, já citada
anteriormente.

Características dos pés

• Pulsos usualmente presentes


• Pés frescos ou mornos
• Ausência de dores (por vezes) devido à neuropatia
• A pele das extremidades inferiores é seca com rachaduras/fissuras nos pés
• Micoses nas unhas dos pés

Características da úlcera

• Profundas, podendo apresentas túneis;


• Pálidas, com bordas uniformes;
• Pode estar presente tecido de granulação;
• Pode existir calosidade ao redor
• Localizada geralmente nos pés (área plantar), sendo as áreas mais comuns às
cabeças dos metatarsos e os pontos de pressão.

Foto: M.Massulo

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ESCALA DE RISCO: Sistema de Classificação de Meggitt – Wagner

GRAU/DEFINIÇÃO INTERVENÇÃO

CLASSIFICAÇÃO DA PROFUNDIDADE

0 – Neuropatia Ausente Orientação do paciente, exames


Pé “sob risco”: úlcera pregressa ou periódicos, calçados e solas internas
neuropatia com deformidade, que podem apropriados. Avaliação anual.
causar uma nova úlcera.
1 – Neuropatia presente Redução da pressão externa: fôrma
Úlcera superficial sem infecção moldada de contato total, imobilização para
caminhar, calçados especiais, etc.
Avaliação semestral.
2-Neuropatia presente e/ou Desbridamento cirúrgico, cuidados com a
deformidades, proeminências e/ou ferida, redução da pressão se a lesão
isquemia: fechar e passar ao grau 1 (antibióticos se
Úlcera profunda com exposição de um necessário). Avaliação trimestral por equipe
tendão ou articulação (com ou sem especializada.
infecção superficial)
3- Úlcera e/ou amputação Desbridamentos cirúrgicos, amputação dos
Úlcera extensa com exposição de osso dedos ou de parte do pé, antibióticos,
e/ou infecção profunda, ou seja, redução da pressão se a ferida passar para
osteomielite ou abscesso. o grau 1. Avaliação 1-3 meses por equipe
especializada.
4- Gangrena da parte externa do pé Avaliação e reconstrução vasculares,
amputação parcial do pé.
5- Gangrena total do pé Avaliação vascular, amputação ampla da
extremidade com possível reconstrução
vascular proximal.
Fonte M.Massulo

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ESCALA DE RISCO

• Grau 0: pé em risco
• Grau 01: úlcera superficial não infectada
clinicamente;
• Grau 02: úlcera mais profunda, freqüentemente
infectada, sem osteomielite;
• Grau 03: úlcera mais profunda, formação de
abscesso, osteomielite;
• Grau 04: gangrena localizada (dedo, parte
dianteira do pé ou calcanhar)
• Grau 05: gangrena de todo o pé.

CLASSIFICAÇÕES DA PROFUNDIDADE E ISQUEMIA DA LESÃO DO PÉ DIABÉTICO

Foto: M.Massulo

“PÈ DE CHARCOT”
Os sintomas incluem temperatura cutânea elevada, hiperemia, edema, às vezes
dor, ausência de lesões na pele e de sinais radiológicos. Traumas precipitantes, tais como
distensão ou torção do tornozelo ou tropeço em degrau, são comuns nos relatos dos

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pacientes. A progressão é rápida, com fragmentação óssea e destruição das articulações
visível ao raio-X, acompanhada de exuberante reação periósteo.

Perguntas a serem feitas:


• Quando percebeu a ferida?
• Alguma secreção, cor, odor?
• Algum corpo estranho?
• Usam sempre sapatos?
• Faz controle da glicose sempre?

Condições do paciente
Foto: E. Ricci
• Verificar os sapatos e as meias, quanto a cerzidos e furos;
• Examinar ambos os pés e pernas comparando a aparência da pele e alterações;
• Examinar a pele, verificar se está seca, rachada ou com cor alterada;
• Examinar os pulsos e presença de deformidades nos pés.

Orientações ao paciente
• Verificar os pés diariamente;
• Lavar e secar os pés, hidratar até a perna;
• Verificar a temperatura da água antes do banho;
• Cuidado com as unhas, corte em quadrado;
• Verifique os calçados quanto à presença de corpos estranhos;
• Nunca ande descalço, não corte calosidades ou calos.

CALÇADOS ADEQUADOS:
O sapato não deve ser muito apertado nem muito folgado; a sua parte interna deve
ser de 1 a 2 cm maior do que o próprio pé; a largura interna do sapato deve ser igual à do
pé tomando como referência a face lateral das articulações dos metatarsos, e a altura
com espaço suficiente para os dedos. Os calçados devem ser experimentados com o
paciente em pé, de preferência no final do dia. Se ficarem muito apertados devido às
deformidades ou se há sinais de pressão anormal do pé, como hiperemia, calos,

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ulceração, a prescrição e confecção de palminhas ou órteses, sapatos especiais devem
ser efetuados.
GUIA DE DIFERENCIAÇÃO
ARTERIAL VENOSA LINFATICA NEUROPÁTICA
Seca, inelástica, sem Úmida Úmida, Sensível,
PELE pêlos, fria. translúcida, inelástica, pálida
friável
Localizado na Difuso, na perna e Sempre presente Presente
primeira fase. Ou pé e, se crônico, é
sempre mais endurecido.
acentuado, na fase de
EDEMA descompensação da
lesão.
Acentuada Presente. Com Acentuada Acentuada
prevalência na
face Antero
DISCROMIA medial, de cor
marrom violeta.
Pequena, poço Dimensão Pequena, Pequena, pouco profunda,
secernente, variável, mas multiplas, com fundo róseo.
Borda regular dói aumenta fissuras.
espontaneamente e rapidamente em
ULCERA aumenta. Leito da extensão,
ferida pálido e Bordas irregulares.
ressecado. Pouca Fundo muito rico
secreção. em secreção.
Pode apresentar
fundo necrótico.

Fonte: Elia Ricci

ÚLCERA DE PRESSÃO

A expectativa de vida da população brasileira, segundo a OMS, tem aumentado


substancialmente nas últimas décadas, e com isso aumentou-se também o número e o
tempo das internações hospitalares causadas pelas doenças crônico-degenerativas,
como o diabetes e a hipertensão, além de outras doenças como pneumonias.
Infelizmente, com esse aumento do tempo de internação e associado às inúmeras
patologias decorrentes da idade e de vários outros fatores, encontramos um problema
comum em quase todos os hospitais do país, bem como nas internações domiciliares, a
ÚLCERA DE PRESSÃO, também chamadas de úlcera de decúbito.

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Desse modo, vamos dispensar um pouco do nosso conteúdo para esse tema de
real importância no nosso meio.

DEFINIÇÃO

Área localizada de perda de pele e dos tecidos subcutâneos causados por


pressão, tração, fricção ou de uma combinação destes fatores.

FATORES DESENCADEANTES:

1. INTERNOS:
• Doença e estado do paciente
• Desnutrição
• Idade
• Mobilidade
• Incontinência urinária e fecal

2. EXTERNOS
• Pressão
• Fricção
• Cisalhamento
Foto: M. Souza

Sendo assim, os indivíduos mais propensos á formação desse tipo de lesão de


pele são aqueles com alterações na mobilidade, alterações sensoriais e da circulação
periférica, alteração do nível de consciência, disfunção de esfíncteres, desnutridos e
imunodeprimidos.

PATOGÊNESE
O nosso organismo precisa de energia e nutrientes para manter a vida, da mesma
forma o nosso tecido precisa de nutrientes e oxigênio para se manter vivo. Qualquer

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injúria ou alteração que acarrete interrupção desse suprimento de energia pode levar ao
sofrimento tecidual e conseqüentemente morte das células.

1 2

1 - Vascularizaç
Vascularização normal
entre a pele e o plano do
osso dano microvascular
2 dias
NANO - RICCI
NANO - RICCI

2 – A pressão
pressão causa isquemia profunda,bloqueio arterí
arteríolar com pele
integra

3 - A pressão
pressão causa isquemia tambem em superficie; (eritema
persistente, flictema)

4 - escara cutânea
7 DIAS

3 4
NANO - RICCI NANO - RICCI

Foto: E. Ricci

No caso da úlcera de pressão, a isquemia é causada pela pressão das partes


duras do corpo, as proeminências ósseas, no tecido muscular. Essa pressão leva a uma
diminuição ou um bloqueio da circulação arterial, que é responsável pelo fornecimento de
nutrientes e oxigênio, com isso existe a formação de uma área isquêmica e por
conseqüência, a morte das células e o aparecimento da úlcera de pressão.
Causas da hipóxia

• Compressão
• Obstrução arterial
• Redução fluxo sanguíneo
• Estase venosa e linfatica
• Deficit da microcirculação

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• isquemia
• Congestão venosa
• Trombose venosa
• Necrose

AVALIAÇÃO DA
PRESSÃO
Pressure
High

Medium

Prevention Heel Relief


Mode Mode Low

Foto: Elia Ricci

ETIOLOGIA DAS ÚLCERAS DE DECÚBITO

A) SUPERFICIES DE APOIO E COMPRESSÃO

B) POSICIONAMENTO
• Pressão
• Atrito:
• Cisalhamento:
• Umidade:

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CLASSIFICAÇÃO DAS ÚLCERAS DE PRESSÃO

ESTÁGIO 1: Nesse estágio a pele ainda está integra, entretanto, existem algumas
alterações que são indicativas de isquemia, tais como; mudança na temperatura local
(seja calor ou frio), mudança na consistência do tecido, podendo aparecer desde áreas
amolecidas ou endurecidas, ao edema. Além dessas alterações pode aparecer também
uma área avermelhada, chamada eritema, que não desaparece depois de retirada à
pressão.

Foto: M. Souza

ESTÁGIO 2: Neste estágio existe perda de tecido. A úlcera ainda é superficial, atingindo
epiderme e derme. E pode apresentar-se como abrasão, uma espécie de queimadura,
bolha ou uma cratera rasa.

Foto: Mercy
Foto: M. Souza

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ESTÁGIO 3: No estágio 03 temos a perda de todas as camadas da pele, sendo a
epiderme, derme e tecido subcutâneo, podendo ter ou não tecido necrótico.

Foto: M. Souza

ESTÁGIO 4: No último estágio, além da perda de todas as camadas da pele, existe ainda
comprometimento do tecido muscular, ósseo, ligamentos, tendões, com o aparecimento
de crateras e túneis.

Foto: E. casimiro Foto: M. Souza

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Fonte: E. Ricci

TRATAMENTO

1. AVALIAÇÃO DOS RISCOS:


O tratamento da úlcera de pressão se baseia, primeiramente, na avaliação dos
riscos. Essa avaliação pode ser feita de diversas maneiras, uma delas é a utilização das
escalas de risco, aqui citamos como exemplo a escala de avaliação de NORTON.

NORTON: Parametros de Avaliação


• Condição geral
• Estado mental
• Atividade
• Mobilização
• Incontinência

Foto: M. Souza

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2. CUIDADOS COM A PELE DO PACIENTE
Avaliar e inspecionar a pele do paciente constantemente, mantendo-a seca e hidratada.

3. DIMINUIÇÃO DA PRESSÃO
• Manter o paciente, quando acamado, em colchão de ar.
• Mudar de decúbito a cada duas horas, mesmo em colchão de ar e outros,
• Evitar lesões por cisalhamento, mantendo cabeceira elevada a < 30°;
• Manter proeminências ósseas afastadas do contato mútuo;
• Elevar calcanhares;

Foto: Elia Ricci

PROIBIDO!
Luvas de procedimentos com ar ou água e rodilhas (almofadas com orifício) de ar
ou de ataduras. Essas são falsas medidas de diminuição de pressão que se utilizadas
constantemente, acabam por aumentar ainda mais a área de isquemia piorando o quadro
do paciente.
EXISTEM DIVERSOS MÉTODOS PARA REDUZIR A PRESSÃO DE APOIO E
QUE SE ADAPTAM AOS DIVERSOS MOMENTOS DO PACIENTE. MAS…. NINGUÉM
PODE SUBSTITUIR A INTERVENÇÃO HUMANA E A MUDANÇA HABITUAL DE
DECÚBITO

---------------------Fim do Módulo II-------------------------

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1

Curso de
Feridas e Curativos –
Técnicas e Tratamentos

MÓDULO III

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na bibliografia consultada.
FERIDA INFECTADA

A infecção é a complicação mais comum das lesões de pele crônicas e, pode ser
considerada a mais grave e importante complicação, uma vez que a pode deixar de ser
local para se tornar sistêmica o que implica em uso de antibioticoterapia sistêmica, muitas
vezes endovenosa, o que requer internação em ambiente hospitalar causando estresse
aos pacientes e familiares, e aumentando, conseqüentemente, o tempo de tratamento
desta lesão, além dos custos com medicamentos e curativos.
Dessa forma é importante lembrar que toda lesão de pele pode torna-se infectada
se não houver a atenção e um cuidado terapêutico adequado, o qual deve partir de
avaliações criteriosas e diárias das condições de pele de cada paciente, evitando
complicações sistêmicas que podem evoluir desde uma simples perda de tecido até o
óbito do paciente. Salientando e afirmando que o exame físico realizado em equipe pelos
profissionais da enfermagem e a sistematização da assistência pelo Enfermeiro é de
suma importância e primordial na prevenção e tratamento de lesão de pele.

Definições:

• Contaminação: Presença de bactéria sem multiplicação.

Foto: E. Ricci

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• Colonização: Multiplicação bacteriana sem que haja, entretanto, qualquer reação do
organismo a esses patógenos. Presente em todas as feridas.

Foto: E. Ricci

• Infecção: Deposição e multiplicação de microorganismos no tecido com reação


imunológica do hospedeiro a esses patógenos.

Foto: M.Souza
Foto: M.Souza

Relembrando a primeira fase da cicatrização, a fase inflamatória, é importante que


o profissional saiba diferenciar um processo inflamatório do processo infeccioso, através
do exame clínico e laboratorial de cada lesão.

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A BACTÉRIA E A LESÃO

Não existe uma úlcera crônica estéril. Em uma única ferida


podemos encontrar diversas bactérias, entretanto, isto não significa
que a úlcera esteja infectada. Isto não significa que a ferida está
infectada
A infecção causa várias reações de estruturas anatômicas e
funcionais do indivíduo, alterações estas localizadas e sistêmicas que
Evidências clínicas:
clinicamente identifica o início do processo infeccioso.

Sistêmico
• Mudança de temperatura: Hipertermia (sinal precoce) e Hipotermia (sinal tardio de
infecção severa)
• Taquicardia
• Hiperventilação
• Dor (dependente sensibilidade do local afetado)
• Desorientação e obnubilação
• Intolerância à glicose.
• Maior consumo metabólico e um aumento da necessidade hídrica
• Anemia mais freqüênte

Evidências clínicas de infecção

• Piora da ferida
• Aumento de exsudação
• Secreção purulenta
• Celulite (rubor, calor, tumor, dor)
• Odor intenso e não usual
• Aumento da dor
• Mudança no tecido de granulação

Foto: E. Ricci

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Foto: M.Souza/ C.Pompeo

Fatores que potencialmente causam infecção:


• Tipo de ferida • Presença de corpo estranho
• Profundidade • Eficácia antimicrobiana
• Localização • Infecção remota
• Nível de perfusão tecidual
• Tecido desvitalizado e/ou material necrótico
• Estadia pré-operatória prolongada e tempo de cirurgia (para pacientes cirúrgicos)

Foto: E. Cassimiro

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Fatores sistêmicos que facilitam a infecção:

• Doença vascular
• Edema
• Cirurgia / Radiação
• Incompetência imunitária
• Alcoolismo
• Deficiência nutricional
• Doença crônica.
• Uso de corticóides, quimioterápicos.
• Isquemia ou hipóxia
• Hipotermia
• Tabagismo Foto: E. Cassimiro

• Corpos estranhos na ferida (suturas, sujidades p.ex.)

Foto: E. Cassimiro

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PRESENÇA E TIPOS DE DRENAGEM

Exsudatos:
Fluídos extravasados dos vasos sangüíneos, material proveniente de células mortas de
dentro ou redor da ferida Æ fatores de crescimento e da divisão da matriz extracelular. E
ainda quando o microorganismo presente na lesão é degradado e seu derivado compõe
esta exsudação e ainda são estes que definem a coloração desta secreção.
• Seroso
• Sanguinolento
• Purulento
• Fibrinoso
• Reação mista

Aspectos de exsudato:

1- Seroso: É caracterizado por uma intensa liberação de quantidade de líquido com baixo
conteúdo protéico e origina - se do soro sangüíneo. Presente na fase inflamatória aguda,
Tem aspecto fino, aguado e claro. É encontrado no estágio inicial da infecção bacteriana.

www.eerp.usp.br

2- Sanguinolento: É decorrente de lesões com ruptura de vasos. Aspecto fino, vermelho


e brilhante. E ainda temos o serosanguinolento que apresenta os seguintes aspectos:
uma cor pálida avermelhada, aguada. Mistura de seroso com sanguinolento. Pode ser
descrito como padrões mistos que ocorrem em muitas inflamações.

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3- Purulento: É um líquido composto por células e proteínas produzidas por um processo
inflamatório asséptico ou séptico. Aspecto fino ou espesso, com coloração variando de
marrom opaco para amarelo.

Foto: M. Souza

4- Fibrinoso: É o extravasamento de grande quantidade de proteínas plasmáticas, e a


precipitação de grandes massas de fibrina. Durante a realização da técnica do curativo
forma uma liga com o tecido de limpeza e a lesão.

Foto: E. Cassimiro

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FIBRINA: Proteína insolúvel, formada a partir do fibrinogênio pela ação proteolítica da
trombina, durante a coagulação do sangue, é aderente aos tecidos e tem coloração
esbranquiçada ou amarelada, que chamamos de esfacelo.

Foto: C. Pompeo

5- Exsudato misto: Serossanguinolento, seropurulento, serofibrinoso ou fibrinopurulento.

Coloração do exsudato:
Depende do tipo de exsudato e pode ser característica do pigmento específico de
algumas bactérias. Sendo as mais freqüentes: Esbranquiçadas, amareladas, esverdeadas
e achocolatadas.

Foto: M. Souza
Foto: M. Souza

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Odor do exsudato:
É proveniente de produtos aromáticos produzidos por bactérias e tecidos em
decomposição. Devemos observar se, o exsudato é inodoro ou fétido.

RESUMO E ORIENTAÇÃO AO PROCESSO DE AVALIAÇÃO QUANTO ÀS


CARACTERÍSTICAS DO EXSUDATO

ASPECTO QUANTIDADE COR ODOR

- Seroso - Ausente - Amarelada - Presente


- Sanguinolento - Pequena - Esbranquiçada - Ausente
- Purulento - Moderada - Esverdeada - Fétido
- Fibrinoso - Grande - Achocolatada
- Misto

O QUE OBSERVAR?

Foto: M. Souza Foto: M. Souza

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IDENTIFICAÇÃO DO AGENTE ETIOLÓGICO

Indicação da coleta de material:


• Sinais locais e sistêmicos de infecção
• Aumento súbito de glicose (em diabéticos)
• Dor, tumefação e hipersensibilidade no local da lesão.
• Atraso na cicatrização maior que 02 semanas em feridas limpas

Coleta de material:

A identificação do agente etiológico se dá através da cultura de material pela


BIÓPSIA ou PUNÇÃO (ASPIRAÇÃO) e, eventualmente, o uso de SWAB.

IMPORTANTE!

O Swab identifica somente a bactéria responsável, mas não indica a presença de


infecção!

Cuidados durante a coleta:

• Lesão exsudativa: lavar abundantemente com soro fisiológico 0,9% para remover o
exsudato superficial.
• Lesões bolhosas e abscessos fechados devem ser puncionados com técnica
asséptica.
• Em infecção por anaeróbios é recomendada a punção asséptica e o envio do material
ao laboratório em condições de anaerobiose (seringa com agulha protegida ou frasco
coletor)

73
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A AVALIAÇÃO

Como avaliamos a lesão com infecção?

• Eritema perilesional
• Sinais clássicos de inflamação
• Pele brilhante
• Tumefação local
• Dor importante
• Características da drenagem
• Exsudação elevada e odor da drenagem Foto: M. Souza

• Tecido de granulação pobre e desvitalizado


• Maceração do tecido perilesional e borda
• Alterações laboratoriais de glicose em pacientes diabéticos

TRATAMENTO DA FERIDA INFECTADA

Antibiótico

É qualquer substância proveniente de um microorganismo é letal para um outro tipo de


microorganismo. A função antibacteriana do antibiótico é voltada ao metabolismo ativo da
bactéria.

Anti-séptico

É uma Substância capaz de inibir o crescimento do agente infeccioso, sobre uma


superfície corpórea. A função antibacteriana do anti-séptico é voltada para a
citotoxicidade direta contra o microorganismo ou a sua toxina

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CUIDADO!
Tratar uma lesão infectada não significa usar indiscriminadamente terapia
antibiótica tópica! O uso indiscriminado de antibiótico tópico é a principal causa do
aparecimento de importantes resistências bacterianas.

ANTI-SÉPTICOS

Por que utilizar?

Porque o propósito da medicação é, neste caso, a redução da função bacteriana e,


por conseqüência, acelerar o processo de cura, o qual tende a desacelerar e finalizar a
cronicização, na presença de infecção local.

Por que não utilizar?

Porque a anti-sepsia projeta um conceito de agressividade contra uma bactéria,


que de qualquer modo, implica em certa agressividade também contra o hospedeiro. Ou
seja, o anti-séptico exerce ação capaz de induzir citotoxicidade na lesão.
Dentre os anti-sépticos alguns são certamente citotóxicos: independentemente da
sua ação anti-séptica e uma vez feita esta comprovação, não podemos jamais pensar em
utilizá-lo.

Tratamento geral

• Correção da patologia associada à intercorrências;


• Reequilíbrio geral do paciente;
• Tratamento da infecção sistêmica;
• Nutrição adequada;

Essas medidas globais são importantes uma vez que todo processo infeccioso
acarreta um aumento do consumo metabólico e um aumento da necessidade hídrica,

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necessitando, portanto, não apenas de tratamento local, mas de um tratamento global
visando à reestruturação total do quadro clínico do paciente.

Tratamento local

• Identificação do paciente de risco


• Higiene e limpeza
• Proteção da pele
• Controle da incontinência
• Mobilização ativa e passiva

AVALIAÇÃO DA FERIDA

COMEÇANDO A CUIDAR...
A assistência do indivíduo deve ser realizada de forma global. Não adianta apenas
cuidar da ferida, traçar planos de assistência visando à evolução da cicatrização ou
escolher o tipo de curativo a ser utilizado. O ser humano é muito maior que tudo isso!
A ferida faz parte de um todo, pertence a um ser único e singular.
O cuidar exige flexibilidade. Estar disposto a utilizar de recursos que possam
aperfeiçoar a assistência. Essa flexibilidade provém de interação, não só com o indivíduo,
mas também com o profissional, em adaptar-se com o meio em que o indivíduo vive.
Além do quê...

CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM

„ Dos princípios fundamentais:


„ Art. 5°: O profissional de enfermagem presta assistência à saúde visando à
promoção do ser humano como um todo.

IMPLICAÇÂO PSICOSOCIAL

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• BACH: a pele é o confim entre o sujeito e o mundo externo
• Alteração do esquema corpóreo e das relações com o mundo externo leva à perda de
auto-estima e depressão
Palavras como: Proteção, confiança e colaboração.
Podem abrir portas ou restabelecer a confiança no cuidador.

O QUE AVALIAR?

1. O PACIENTE

O paciente crônico, inicialmente, não confia no terapeuta, uma vez que já convive
há muito tempo com aquele problema e conhece melhor do que ninguém a forma como
deve se cuidado.
O chamado drop-out (saltar fora) é causado por essa perda de confiança, onde o
problema mais comum é a dor. Dessa forma é importante que o cuidador dê atenção não
apenas ao paciente, portador da lesão, e sim ao seu ambiente familiar, pois esta é uma
das formas de se ganhar a confiança e a adesão do paciente ao tratamento.

AVALIAR

Condições físicas, idade e medicamentos:


• Pacientes desnutridos possuem a cicatrização diminuída, causada pela pouca energia
(nutrientes e oxigênio) dispensada ao reparo da lesão.
• O processo de cicatrização requer maior gasto de energia e conseqüentemente maior
aporte calórico.
• Idade: Quanto maior a Idade, menor a velocidade da cicatrização o que é causada
pela diminuição da quimiotaxia das células e do metabolismo energético. Diminuição
da produção de colágeno e elastina, diminuindo, assim, a elasticidade da pele;
• Presença de doenças crônicas associadas, como a Diabete mellitus e a hipertensão
arterial, que quando não controladas prejudicam o processo de cicatrização.

77
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• Medicamentos: Uso de corticosteróides, Imunossupressores e Quimioterápicos, uma
vez que estas medicações diminuem o processo inflamatório, a quimiotaxia das
células, prejudicando de forma importante a primeira fase da cicatrização, a fase
inflamatória.

Mobilidade:
Toda e qualquer lesão precisa de energia para se fechar, e os nutrientes e oxigênio
necessários, são conduzidos até o local da lesão pela corrente sanguínea, sendo que o
aporte sanguíneo diminuído às áreas de compressão, as quais são causadas pela
imobilidade, dificulta e retarda o processo de cicatrização. Além de retardar a cura, a
imobilização e compressão constantes aumentam o risco para a formação de novas
lesões.

Portanto, é importante identificar possíveis fatores que poderão interferir no


processo de cicatrização:
• Alimentação;
• Doença de base;
• Imobilização no leito;
• Medicamentos que utiliza...

Inspeção geral:
• Aspecto da lesão;
• Cor;
• Temperatura local;
• Umidade;
• Ressecamento;
• Localização anatômica;
• Exsudato;

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Inspeção especial Foto: M. Souza

1. Identificar tipo de lesão e os sinais locais que podem interferir na cicatrização:


• Lesão primária, secundária ou terciária;
• Sinais de infecção;
• Fístulas;
2. Palpação:
• Avaliar a profundidade da lesão;
• Sua consistência, seus limites;
• Condições da pele adjacente; Fonte: www.eerp.usp.br

3. Localização anatômica:
• Feridas em cabeça e pescoço possuem
maior irrigação sanguínea;
• Abdominais: Drenagem elevada
• Região sacral: > risco de infecção

4. Avaliar presença de infecção


Sinais clássicos:
• Eritema e dor; Foto: M. Souza

• Aumento da temperatura local e exsudato. • Bordas:


• Bordas difusas
5. Anamnese:
• Bordas aderidas
• Doença de base;
• Não aderida
• Tipo de ferida;
• Enrolada para
• Evidência clínica de infecção sistêmica;
baixo, espessada
• Tempo de antibiótico.
• Hiperqueratosa
• Fibrótica, com
6. Inspeção clínica:
cicatriz.
• FC
• Temperatura

79
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• Pressão arterial;
• Presença e tipo de exsudato:
• Extensão

Por que avaliar a borda?

• Avaliar a pele migrando sobre o leito da ferida, retração das bordas: lesão com
intenção de cicatrizar.
• Ferida parada, não há migração da pele sobre o leito da ferida, as bordas não
definidas; lesão sem intenção de cicatrizar.

IMPORTANTE!

É importante lembrar que a


migração dos fibroblastos ocorre da
borda para o centro da ferida,
portanto, qualquer alteração que
existir na borda da ferida irá interferir
diretamente no processo de
cicatrização.

80
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ALGUMAS DEFINIÇÕES
1. PELE ÍNTEGRA
Tecido sem a presença de solução de continuidade.

Foto: M. Souza
Foto: E. Ricci

2. PELE LESADA
Qualquer interrupção da continuidade do tecido corpóreo.

Foto: C. Pompeo

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3. PELE DESIDRATADA

Causada pela diminuição da umidade da epiderme, podendo evoluir para uma


crosta seca, que dificulta a troca gasosa, retardando o processo de cicatrização.

Foto: E. Ricci Foto: E. Ricci

4. PELE MACERADA
Super hidratação da pele circunjacente a lesão. Excesso de
umidade

Foto: E. Ricci

82
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Foto: E. Casimiro

5. CICATRIZES
É o novo tecido formado através do acúmulo de células e colágeno no leito da ferida.

Foto: E. Ricci

6. CELULITE/INFLAMAÇÃO
Processo inflamatório das células epiteliais.

Foto: E. Ricci

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DOCUMENTAR
• Os dados levantados sobre o paciente (doença de base, patologia associada,
medicação...).
• Dados levantados sobre a ferida, após uma primeira avaliação e após as avaliações
subseqüentes.
• Controle da evolução da lesão.

Documentar é preciso...

CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DA ENFERMAGEM


Capítulo 4: Dos deveres
• Art. 25 – Garantir a continuidade da assistência de enfermagem.

------------------- Fim do Módulo III ----------------------

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Curso de
Feridas e Curativos –
Técnicas e Tratamentos

MÓDULO IV

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na Bibliografia Consultada.
TÉCNICA DE CURATIVO

AGORA, CUIDANDO...

Como discutido anteriormente, tratar uma lesão não significa apenas aplicar
um produto ou substância, significa cuidar de um ser único, que possui suas
peculiaridades e que devem ser respeitadas na hora de escolher a forma de tratamento.
O tratamento de uma lesão com a utilização de um curativo tem várias
finalidades como limpar a ferida, proteger de traumas mecânicos e imobilizar, além de
prevenir contra infecções exógenas.

Definição

É um meio terapêutico que consiste na limpeza, com aplicação de


procedimentos assépticos, que vai desde a irrigação como solução fisiológica até às
coberturas específicas que poderão auxiliar no processo de cicatrização.

A escolha dos curativos

Os curativos e os cuidados devem ser estabelecidos conforme:


ƒ A etiologia e localização da lesão;
ƒ Tamanho de ferida
ƒ Condições clínicas
ƒ Fases do processo de cicatrização.

A enfermagem deve ser bastante criteriosa utilizar de curativos e


medicamentos nas lesões, considerando os seguintes fatores no processo de
cicatrização, uma vez que, já é sabido, que podemos interferir tanto de uma forma
positiva quanto negativa no tratamento:
• As propriedades físicas de proteção e manutenção de medicamentos;
• Intervalo de trocas entre o curativo.

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TIPOS DE CURATIVOS

1. Abertos: Utilizados em algumas feridas agudas;

Foto: M. Souza

2. Semi-oclusivos: Curativos comumente utilizados em Feridas cirúrgicas.


Absorvem e isolam o exsudato, permitem exposição da ferida ao ar.

Foto: M. Souza

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3. Oclusivos: Têm como finalidade vedar e impedir a perda de fluidos, bem
como proporcionar isolamento térmico. A vedação é feita através de gazes, faixas e
espuma.

Foto: M. Souza

4. Compressivos: Reduzem o fluxo sanguíneo e promovem à hemostasia.


Aproxima as bordas da ferida.

Foto: M. Souza

88
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VANTAGENS DO MEIO ÚMIDO

O meio úmido tem algumas vantagens em relação aos curativos secos.


Estimula a epitelização, a formação do tecido de granulação e maior vascularização.
Facilita à remoção do tecido necrótico e impede à formação de espessamento de fibrina.
Promove a diminuição da dor, evitando traumas na troca do curativo, além de manter a
temperatura corpórea.

NORMAS DE ASSEPSIA

• Lavar as mãos antes e após a realização dos curativos;


• Obedecer aos princípios de assepsia;
• Remover assepticamente tecidos necrosados;
• Obedecer aos princípios de realização do procedimento: do menos para o
mais contaminado.
• Utilizar luvas estéreis em substituição ao material de curativo ou em
procedimento que possam entrar em contato com a ferida/úlcera.
• Curativos removidos para inspeção da lesão devem ser trocados
imediatamente.

NORMAS TÉCNICAS PARA REALIZAÇÃO DOS CURATIVOS

Técnica asséptica ou estéril:


• Lavar as mãos com solução anti-séptica antes e após a realização do
curativo;
• Utilizar material e luvas estéreis para manipular a lesão;
• Limpar a lesão com solução estéril;
• Utilizar cobertura estéril;
• Recomendada a utilização exclusiva da técnica para tratamento hospitalar;

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Técnica limpa:
• Lavar as mãos com água e sabão;
• Utilizar material limpo para a manipulação da lesão;
• Limpar a lesão com água limpa e tratada;
• A cobertura da lesão deve ser preferencialmente estéril;
• Técnica utilizada no tratamento domiciliar.

O CDC (Center for Disease Control), em 1994, considerou as mãos como


principal veículo de transmissão de infecções, preconizando padrões para o
procedimento de lavagem e anti-sepsia das mãos.

LAVAGEM DAS MÃOS

Objetivo da lavagem das mãos:


• Remover a sujeira das mãos e quebrar cadeia de infecção;
• Reduzir as contaminações cruzadas;
• Melhorar, na visão do público, a imagem de higiene e a credibilidade dos
profissionais da área de saúde.

Observações importantes:
• Retirar anéis, relógios e pulseiras;
• Não encostar-se a pia;
• Utilizar sabão líquido;
• Não é indicado uso de toalhas de pano e coletivas;
• Utilizar creme hidratante de uso único e de pote individual para as mãos.

MATERIAL PARA CURATIVOS

• Pacote de curativo

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O pacote de curativo deve obedecer a princípios de assepsia e esterilização,
podendo ser descartável ou não. É importante lembrar que o pacote nunca deve ser
utilizado caso haja suspeita que ele não tenha sido esterilizado.

• Soro fisiológico 0,9% ou água destilada

Deve ser aquecido próximo a temperatura de 37º C quando utilizado em tecido


de granulação e epitelização, em temperatura inferior a essa ocorrerá um choque
térmico, e a pele levará de 03 a 04 horas para voltar à temperatura normal;

• Técnica do jato de soro

Técnica utilizada para higienização do tecido de granulação. Nesta técnica


pode-se utilizar o próprio frasco de soro ou uma seringa de 20 ml, e agulha 40X12 mm,
para exercer a devida pressão (04 a 15 pps);

Foto: C. Pompeo / M. Souza Foto: M. Souza

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Além do tecido de granulação essa técnica é utilizada para limpeza de
cavidades e pontos subtotais, áreas de difícil acesso apenas com gaze úmida.
Os pontos subtotais são pontos que abrangem todas as camadas da parede
abdominal, da pele até o peritônio. Eles são confeccionados com equipo de soro e fio
tipo cordonê. Para proceder à limpeza desses pontos, devem-se lavar todos os pontos
introduzindo soro fisiológico 0,9% com auxílio de uma seringa com agulha 40X12mm no
interior de cada ponto, colocando uma gaze no lado oposto para reter a solução.
Continuar a limpeza de todo o restante da lesão, com o auxílio de uma pinça,
utilizando a técnica asséptica. Realizar a limpeza de dentro para fora e de cima para
baixo, utilizando as duas faces da gaze sem voltar ao início da incisão.

Pontos subtotais.

Foto: M. Souza

• Fita adesiva

A fita adesiva sempre deve ser retirada molhando-a com SF 0,9%, para evitar
a lesão da pele do paciente por trauma local. Se possível deve priorizar a utilização das
fitas indicadas pelo fabricante, como hipoalergênicas e nunca deve ser utilizada fita crepe
adesiva direto à pele do paciente;

TÉCNICA PARA REALIZAÇÃO DE CURATIVOS

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Princípios básicos para a realização dos curativos

Esses princípios, por serem princípios básicos podem e devem ser adaptados
e empregados de acordo com o tipo de curativo. Tendo sempre o cuidado de evitar as
infecções cruzadas.
• Separar o material a ser utilizado, observando:
- Data de validade;
- Se está embalado adequadamente;
• Separar os anti-sépticos a serem utilizados:
• Orientar o paciente sobre o que será realizado com ele;
• Avaliar a lesão;
• Separar o anti-séptico adequado para a realização do curativo;

Curativos das feridas limpas:

• Começar a limpeza do local de incisão, com movimentos de dentro para


fora;
• Nunca passar o lado sujo da gaze duas vezes sobre a lesão;
• O centro da ferida asséptica é sempre mais limpo que as bordas, pois está
mais protegido de contaminação.

Feridas cirúrgicas e traumáticas:

• As primeiras 24 horas são especialmente importantes, porque o edema é


maior neste período;
• O edema depende do tipo da ferida, podendo permanecer de 72 a 96
horas, e nesse tempo o curativo deverá permanecer fechado.
• Os curativos proporcionam proteção física para a lesão, estabiliza o
fechamento da ferida, absorvem a drenagem serosa e protegem contra infecção.

Curativos das feridas contaminadas ou infectadas:

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• Deve-se iniciar a limpeza de fora para dentro da lesão, ou seja, das bordas
para o centro, para não espalhar infecção nos tecidos ao redor da ferida.

Úlceras de estase venosa:

• Objetivo principal é reduzir a hipertensão venosa devido à incompetência


vascular. Melhorar o retorno venoso, diminuindo as áreas pobres em nutrientes e
oxigênio:

Tratamento compressivo para as úlceras venosas


O tratamento compressivo melhora a função da bomba muscular da panturrilha
e reduz o edema, melhorando assim o retorno venoso.
Os tratamentos mais utilizados são:
ƒ Meias elásticas;
ƒ Ataduras elásticas de alta compressão;
ƒ Bota de unna;

IMPORTANTE!
Antes de iniciar o tratamento compressivo deve ser bem investigado se o
paciente não é portador de úlceras arteriais:
• Verificar pulso pedioso, caso fraco ou ausente, há necessidade de
avaliação especializada;
• Sinais de necrose nos dedos ou dorso do pé;
• Cianose de extremidades;
• Aumento na dor com elevação do membro.

Curativo de úlcera plantar:

• Objetivo do tratamento é reduzir a hiperpressão sobre a ferida:


• Repouso;

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• Imobilização com tala gessada;
• Palmilhas;

PRECAUÇÕES PADRÃO

São precauções universais, indicadas durante o atendimento a qualquer


paciente (USP, 1997).
• Lavagem das mãos com água e sabão, antes, durante (entre os diferentes
procedimentos) e depois do atendimento ao paciente. Depois de tocar superfícies
contaminadas, após o contato com fluidos corporais do paciente e após a retirada das
luvas.
• Luvas (de procedimento), uso indicado quando executar procedimentos que
envolvam sangue e outros fluidos corporais, mucosas, pele não íntegra, e quaisquer
itens que estão ou possam estar contaminados.
• Máscaras, respiradores (máscaras) e protetor ocular, uso indicado quando
houver possibilidade de respingos de material suspeito de estar contaminado, ou
aerossolização do agente infeccioso.
• Recipiente de paredes rígidas, para descartar agulhas e materiais
cortantes;
• Equipamentos, limpeza e desinfecção;
• Alojamento do paciente, privativo ou comum se for uma mesma patologia;
• Avental de contágio, indicação quando há possibilidade das vestes se
contaminarem.

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ALGUNS PRODUTOS E TÉCNICAS UTILIZADAS EM CURATIVOS

ANTI-SEPSIA

É um processo de desinfecção das camadas superficiais ou profundas da pele,


inativando, destruindo ou removendo os microorganismos, mediante a aplicação de anti-
sépticos.

Anti-sépticos

Substâncias capazes de impedir a proliferação de microorganismos pela sua


destruição ou inativação. Essas substâncias reduzem a carga bacteriana sobre a
superfície da célula mediante ação bactericida e bacteriostática.
• Bactericida: Podem destruir os microorganismos.
• Bacteriostática: Permite que os microorganismos permaneçam viáveis,
porém impedem que se reproduzam (inibidor do crescimento).
Todos os anti-sépticos têm uma ação histolítica e, portanto, diminuem os
processos cicatriciais, se usados inconvenientemente.

PVPI (POLIVINIL PIRRILIDONA - IODO)

Mecanismo de ação
• Reduz a carga bacteriana por destruição das proteínas;
• Estudos “in vivo” indicam que ele reduz a carga bacteriana da pele de 68%
a 84% em uma única aplicação, e de 92% a 96% em seis aplicações sucessivas.

Vantagens e indicações
• Anti-séptico de amplo espectro;

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• Ativo no combate de bactérias grã positiva e grã negativa;
• Esporicida e fungicida;
• Na ausência de matéria orgânica a grande maioria das bactérias é
destruída ao fim de 10 segundos por solução a 1%.
• Indicado em todas as formas de infecção clinicamente presentes ou de
colonização;
• Mantém ação germicida residual;

Desvantagens e contra indicação


• Seu emprego deve ser LIMITADO à resolução dos fenômenos infecciosos;
• É citotóxico para os fibroblastos;
• Retarda o processo de cura (epitelização)
• Seu uso deve ser restrito no caso de insuficiência renal (nefro tóxico)
• É contra indicado em mulheres que amamentam;
• NÃO previne infecção;
• Podem ocorrer fenômenos alérgicos. Quando o paciente apresenta
hipersensibilidade ao iodo, os sintomas podem ocorrer sob a forma de febre e erupções
cutâneas generalizadas;

Apresentação
• É encontrado na forma de solução;
• PVPI degermante: É o PVPI diluído em uma solução de detergente neutro.
Podem ser utilizadas para a anti-sepsia das mãos, tricotomias ou para anti-sepsia de
feridas sujas.
• PVPI tópico: É o PVPI diluído em solução aquosa. Pode ser utilizado para
anti-sepsia de feridas e mucosas.
• PVPI tintura: É o PVPI diluído em solução alcoólica a 70%, deve ser
utilizado somente em assepsia de pele íntegra.

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Cuidados na aplicação
• Por ser uma solução aquosa é passível de contaminação por Grã positivo.
Podendo estar colonizado em 12 horas e infectado em até 48 horas.
• Manter a rotina de troca do frasco a cada 07 dias;
• Não deve ser removido da ferida.

PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO OU ÁGUA OXIGENADA

O que é?
• É um anti-séptico brando;
• É particularmente adequado para lavagem de feridas e mucosas onde haja
tecido morto, pois a produção de gás, em virtude da ação de uma enzima (catalase)
facilita a limpeza da área ou da cavidade fechada.

Vantagens e indicação
• Como anti-sépticos em úlceras com sinais de infecção;
• Sua efervescência tem uma potente ação nos materiais liberados pela
úlcera;
• Favorece a hemostasia após procedimento cirúrgico;
• Anti-sépticos de primeira escolha em escoriações e outras lesões perfuram
cortantes, que podem facilitar a contaminação por bactérias anaeróbias (Clostridium
tetani).

Desvantagens e contra indicação


• Quando aplicado em lesões onde há presença de tecido de granulação, os
tecidos são destruídos por destruição das células.
Cuidados na aplicação
• Uma vez empregado deve ser removido por uma lavagem com soro
fisiológico 0,9%.

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• Abrigar a solução longe do calor e da luz, acondicionada em recipiente
opaco ou revestido com papel laminado.

SULFADIAZINA PRATA 1%:

Vantagens e indicações
• Baixa toxicidade;
• É de fácil remoção da lesão, não causa dor;
• Se aplicada imediatamente à superfície queimada reduz o nível de
infecções secundárias, diminui o tempo de internação, e queda no custo de internação
hospitalar;
• Baixo custo;

Desvantagens e contra indicações


• Hipersensibilidade ao produto;
• Não pode ser utilizado concomitante a outros anti-sépticos derivados de
iodo, sódio e potássio.

Cuidados na aplicação
• Deve ser aplicado com luvas estéreis ou com o auxílio de uma espátula;
• Aplicar o creme e manter 03 mm de espessura;
• Lavar a lesão com água corrente e/ou água destilada;
• Deve ser trocada a cada 12 horas ou quando a cobertura secundária estiver
saturada.
• Retirar o excesso de pomada a cada troca de curativo.

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Foto: M. Souza

ANTISSÉPTICOS INDUSTRIALIZADOS

CARVÃO ATIVADO COM PRATA

Descrição
• É composta por uma almofada a base de nylon com relativa não aderência,
em seu interior tem um tecido de carvão ativado com pasta de nitrato de prata a 1%.
• É selado nos 04 lados, esterilizado e embalado individualmente.
• O tecido de carvão ativado é um material que possui poros em sua
superfície, que são capazes de capturar moléculas que ficam presas por atração elétrica
do carvão.

Ação/Características
• Adsorção dos microorganismos e secreção purulenta no tecido de carvão,
através de ação magnética. Com isso as bactérias ficam presas no carvão, longe do
tecido danificado;
• O exsudato da lesão é absorvido pelo curativo secundário.

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• A prata age impedindo a proliferação bacteriana;

Vantagens e indicações
• Anti-séptico e absorvente;
• Indicado em feridas exsudates e/ou malcheirosas;
• Ação antiinflamatória;
• É bactericida;
• Estimula o tecido de granulação;
• Preserva tecido epitelial;
• Reduz significativamente o tempo de troca de curativo;
• Reduz o traumatismo no ato da remoção;
• Método moderno que diminui o desconforto do paciente;
• Diminui odor;

Desvantagens e contra indicação


• Pode causar sangramento controlável por ser aderente quando utilizados
em lesão com pouca exsudação;

Cuidados na aplicação
• Não utilizar em áreas de granulação, doadoras de enxerto ou em
queimaduras;
• Fazer a limpeza da ferida e aplicar o produto diretamente sobre a ferida
com técnica asséptica;
• Não pode ser cortado;
• Pode ser dobrado, amassado, para ter contato direto com a ferida;
• Deve ser coberto com curativo secundário e este deve ser substituído
sempre que estiver úmido;
• Utilizar óleo de girassol para retirar o carvão ativado da ferida, evitando
sangramento e para impedir que a secreção contida no carvão retorne para o leito da
ferida.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
• Na fase inicial do tratamento, deve ser trocado em intervalos de 48 a 72
horas. À medida que a secreção do curativo, pela exsudação, for diminuindo, a troca
poderá ser prolongada por até 07 dias, no máximo.

Foto: J. Johnson

Foto: J. Johnson

Foto: M. Souza Foto: M. Souza

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ALGINATO DE CÁLCIO

Mecanismo de ação:
O sódio presente no exsudato e no sangue interage com o cálcio presente
no curativo de alginato. A troca iônica:
• Resulta na formação de um gel que mantém o meio úmido para a
cicatrização, além de auxiliar no desbridamento autolítico.
• Aumenta capacidade de absorção e induz hemostasia;
Vantagens e indicações:
• Úlceras limpas e com exsudato, dá origem a um gel e impede a adesão da
ferida e mantém um microambiente úmido.
• É indolor nas trocas;
• Pode ser usado em feridas com cavidade de difícil acesso;
• Acelera o processo de cicatrização;
• Alcança a hemostasia entre 03 e 05 minutos;
• Superabsorvente, com redução das trocas e dos vazamentos.

Desvantagens e contra indicação:


• No caso de pouca secreção, pode secar dando origem a uma crosta muito
aderente e de difícil remoção;
• Contra indicado em queimaduras;

Cuidados na aplicação:
• Umedecer a fibra com SF 0,9%;
• Não deixar que a fibra de alginato ultrapasse a borda da ferida, com risco
de prejudicar a epitelização;
• Ocluir com curativo secundário;

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Troca do curativo:
• Feridas infectadas: No máximo em 24 horas;
• Feridas limpas com sangramentos: a cada 48 horas;
• Feridas limpas exsudativas: quando saturar.
• Quando o exsudato reduzir, e a freqüência das trocas estiver sendo feita a
cada 03 a 04 dias, significa que é hora de utilizar outro curativo;

Fonte: Convatec Foto: M. Souza

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Foto: C. Pompeo Foto: C. Pompeo

Foto: C. Pompeo

Caso: Lesão em região radial, com áreas sangrantes, as quais foram


suturadas cirurgicamente (Foto 1), porém ainda com difícil controle do sangramento. Foi
iniciado o uso de Alginato de Cálcio. A 1ª foto foi tirada no início do tratamento com o
Alginato, a 2ª foto, na troca do produto em 05 dias, aponta diminuição do sangramento e
da área de esfacelo (por autólise, que será visto mais adiante) e a 3ª foto, nova troca em
mais 05 dias, observado diminuição da área lesada, retração da ferida com presença de
tecido de epitelização nas bordas e área já cicatrizada.

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ÁLCOOL

• Ação: anti-séptico
• Vantagens e indicações: NENHUMA
• Desvantagens e contra indicações:
• Aumenta por 06 vezes a incidência de escaras;
• Seu uso freqüente causa ressecamento e liquidificação da pele por
remoção dos lipídios cutâneos;
• Modalidade de emprego: NUNCA!
• Seu uso tem apenas valor histórico

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DESBRIDAMENTO OU DEBRIDAMENTO

Desbridamento = desbridamento.
Definição: É a remoção do tecido necrosado de uma lesão.

A AHCPR recomenda que qualquer tecido necrótico observado durante a


avaliação inicial ou subseqüente deverá ser desbridada, desde que a intervenção seja
consistente com os objetivos globais do tratamento e condições clínicas do paciente.
Entretanto, existem algumas situações em que não é recomendado o
desbridamento de tecido desvitalizado, como em feridas isquêmicas com necrose seca.
Estas necessitam que sua condição vascular seja melhorada antes de ser desbridada.
Neste caso, a escara promove uma barreira contra infecção.
Outra exceção se faz em pacientes fora de possibilidades terapêuticas que
possuem úlceras com presença de escaras, que ao desbridar pode promover
desconforto, dor, e devido às condições clínicas, não disporá de tempo e condições para
a cicatrização.

TECIDO NECROSADO
• Dificulta o fornecimento de sangue (oxigenação e nutrição dos tecidos);
• Atua como meio de cultura de bactérias;
• Inibe a ação dos leucócitos em controlar microorganismos invasores;
• Aumenta a possibilidade de infecção sistêmica;
• Inibe a migração de células epiteliais, interrompendo a segunda fase do
processo de cicatrização;
• Impede a atuação de substâncias antibacterianas administradas por via
tópica;
• A presença deste tecido pode esconder a extensão e possível penetração
da ferida.

107
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
POR ISSO...
É importante que o tecido desvitalizado/necrosado seja removido das feridas,
pois o processo de cicatrização e a regeneração epitelial não são possíveis sem o
desbridamento regular e cuidadoso.
MÉTODOS DE DESBRIDAMENTO

MÉTODO CIRÚRGICO:

• É a ressecção dos tecidos necrosados, utilizados quando a área necrótica é


muito extensa e/ou profunda, e quando o tecido necrótico é mais desidratado, mais firme,
seco, petrificado e caloso.
• A execução é de responsabilidade médica, envolvendo analgesia ou
anestesia para a realização do procedimento.
Cuidados de enfermagem:
• Compressão no local (curativo compressivo)
• Observar sinais de choque (hipotensão, sudorese, palidez, taquicardia e
alteração do nível de consciência);
• Se a hemostasia não acontecer, será necessária a assistência médica para
avaliação e provável sutura do(s) vasos lesionados.

MÉTODO MECÂNICO

• É a remoção dos tecidos necróticos pela limpeza mecânica, utilizando-se


de fricção de gaze umedecida com SF 0,9% ou da aplicação da gaze umedecida sobre a
necrose e após a secagem retirá-la com conseqüente desbridamento.
• Técnica muito traumática;
• Lesa tecidos viáveis próximos à necrose.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Foto: C. Pompeo / M. Souza

Foto: C. Pompeo / M. Souza


MÉTODOS QUÍMICOS

• Consiste na utilização de agentes químico-enzimáticos.


Dentre eles:
• Colagenase
• Papaína...

COLAGENASE

Mecanismo de ação:
• Desbridante, fibrinolítica.
• É uma enzima proteolítica que consome as pontes do colágeno natural,
favorecendo a remoção da necrose.

Vantagens e indicações:
• É indicado nas úlceras com presença de áreas necróticas com acúmulo de
fibrina no fundo da lesão;
• É indicado em feridas isquêmicas.

Desvantagens e contra indicação:


• Alta concentração de colagenase pode causar eritema e descamação nas
bordas da lesão.

109
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
• Quando em excesso e com sobras nas bordas causa endurecimento do
tecido;
• Não age na presença de tecido necrótico seco (escara).

Cuidados na aplicação:
• O curativo e a troca deverão ser realizados a cada 08 ou 12 horas;
• Deve ser aplicada uma fina camada;
• Deve ser mantido um ambiente úmido para melhor efeito do produto;
• É inativa na presença de água oxigenada, algodão e ressecamento da
lesão.
• Requer um curativo secundário oclusivo.

Foto: C. Pompeo Foto: C. Pompeo

Caso: Úlcera de pressão em região sacral, curativo com Colagenase.


Diminuição do tecido necrótico (esfacelo) com 07 dias de uso.

110
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Foto: C. Pompeo Foto: C. Pompeo

Caso: Lesão química (flebite) em uso de


Colagenase + TCM, evolução da lesão
com 10 dias de tratamento, com
diminuição do tecido de necrose e
retração da ferida.

PAPAÍNA
Foto: C. Pompeo

Descrição:
• Enzima proteolítica, bactericida e bacteriostática e de ação antiinflamatória.
• De origem vegetal extraída da Carica papaya. Após o seu preparo, obtém-
se um pó de cor leitosa, com odor forte e característico.

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• É inativo ao reagir com agentes oxidantes como o ferro, oxigênio, derivados
do iodo, água oxigenada e nitrato de prata.

Ação:
• A papaína é uma mistura complexa de enzimas proteolíticas e peroxidases,
ou seja, capaz de decompor substâncias protéicas.
• Como desbridante, liquefaz o tecido necrótico.
• Atua como antiinflamatório, agindo ao nível das prostraglandinas.
• Fibrinolítica provoca uma diluição na rede de fibrina dos coágulos, podendo
provocar sangramento por esta razão, não interferindo nos fatores de coagulação;
• Efeito bactericida e bacteriostático. Rompem a parede celular de bactérias
especialmente aquelas de parede predominantemente protéica.
• Estimula o desenvolvimento de tecido de granulação e auxilia no processo
cicatricial através do alinhamento dos fibroblastos, reduzindo a possibilidade de formação
de quelóides.

Apresentação:
• É comercializada purificada na forma de pó, em diferentes concentrações,
que variam de 02% a 10%, podendo ser manipulada/preparada na forma de pomada ou
gel.

Vantagens e indicações:
• Indicadas em feridas necróticas e fibrinas;
• Preserva o capilar e o tecido de granulação;
• A solução de papaína pode ser utilizada em lesões muito profundas com
exposição de estrutura óssea, em deiscência cirúrgica com evisceração em fístula
pleural, em grandes queimados, entre outros.

% INDICAÇÃO
2% FERIDA COM TECIDO DE
GRANULAÇÃO

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5-6% FERIDAS COM EXSUDATO
PURULENTO
10% FERIDAS NECRÓTICAS

Desvantagens e contra indicação:


• Em lesões infecciosas pode ocorrer irritação do tecido perilesionado, pois a
produção do exsudato é aumentada com o uso da papaína;
• Nesta enzima existe um radical sulfidrila (SH) que é facilmente oxidado
quando em contato com substâncias compostas por iodo, oxigênio e ferro, e quando é
armazenada em temperaturas elevadas.

Cuidados na aplicação:
• Proteger a pele perilesional com alguma substância que forme uma película
protetora;
• Manter o produto em refrigeração;
• A limpeza da lesão deve ser feita com água destilada, para evitar a
inativação do radical sulfidrila;
• Ao utilizar o lavado de papaína, diluir a papaína pó em água destilada e em
recipiente plástico.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Foto: M. Souza

Foto: M. Souza Foto: M. Souza

Caso: Úlcera de pressão em região sacral, presença de tecido de necrose


(esfacelo) ao centro da lesão. Foto mostrando a aplicação da Papaína, neste caso
associou-se a papaína ao TCM com AGE como forma de proteger a área viável (Tecido
de granulação). Aplicou-se o TCM com AGE sobre toda área com tecido de granulação e
a Papaína delimitada apenas à área com esfacelo, o TCM age como uma barreira
protetora por ser uma substância oleosa, evita que a Papaína entre em contato com a
granulação.

Foto: M. Souza
Foto: M. Souza

114
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Foto: M. Souza Foto: M. Souza

Foto: M. Souza Foto: M. Souza

Caso: Úlcera de pressão em região sacral, de grande extensão e


profundidade. Na primeira foto, observa-se a presença de grande área de tecido
necrótico (escara e esfacelo), as demais fotos foram tiradas após 30 dias de uso de

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Papaína a 10%, sendo a 3ª e 4ª foto com 20 dias de tratamento e as 5ª e 6ª fotos com 30
dias de evolução.

DESBRIDAMENTO POR AUTÓLISE

• É o desbridamento realizado pelo organismo;


• É facilitado pelo meio úmido, onde ocorre a digestão das células mortas
pelas próprias enzimas presentes no leito da lesão.

HIDROGEL

Composição:
Gel transparente, incolor, composto por:
ƒ Água (77,7%): Mantém o meio úmido;
ƒ Carboximetilcelulose – CMC (2,3%): Facilita a hidratação celular e o
desbridamento;
ƒ Propilenoglicol – PPG (20%): Estimula a liberação de exsudato;

Mecanismo de ação:
• Amolece e remove tecido desvitalizado através de desbridamento autolítico.
• Provoca uma hidratação compacta do tecido necrótico, favorecendo uma
rápida autólise com ativação simultânea dos processos de granulação.
• Protege as terminações nervosas expostas e diminui a dor;

Vantagens e indicações
• Indicado na detenção de necroses e escaras;
• Indicado, também, em úlceras secas, lesões não cavitárias;
• Não adere ao fundo da ferida tornando fácil a sua remoção;

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• Apresenta-se em placas transparentes que permitem freqüentes controles
da úlcera sem retirar o produto.

Desvantagens e contra indicações


• São de alto custo;
• Produzem um intenso e desagradável odor;
• Contra indicado em úlceras infectadas e hiper-exsudantes;
• Pode acarretar um agravamento no caso de maceração em lesões da pele
perilesional.

Cuidados na aplicação
• Espalhar o gel sob a ferida assepticamente;
• Ocluir a ferida com cobertura secundária estéril;
• Não usar produtos iodados;
• É aconselhável a cobertura com uma película semipermeável para prevenir
o ressecamento.

Periodicidade de troca:
• Feridas infectadas: No máximo em 24 horas;
• Necrose: No máximo em 72 horas;
• Na forma de placa: troca de 01 a 07 dias;

CURATIVO COM GAZE

GAZE SIMPLES

Vantagens:
• Baixo custo;
• Facilidade do seu uso;
• Estão disponíveis na maioria das instituições.

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Desvantagens:
• Não se deve utilizar gaze seca diretamente na lesão, exceto quando se
deseja o desbridamento.
• Tem pouca capacidade de absorção do exsudato;
• Exigem trocas freqüentes, precisam de cobertura secundária e fixação e
pode provocar maceração das áreas adjacentes;
• Permeáveis a bactérias, podem soltar fios e fibras, que atuam como corpo
estranho, podendo provocar inflamação e infecção.

Foto: C. Pompeo / M. Souza Foto: C. Pompeo / M. Souza

------------------Fim do Módulo IV-------------------

118
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Curso de
Feridas e Curativos –
Técnicas e Tratamentos

MÓDULO V

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na Bibliografia Consultada.
MEDICAMENTOS FAVORÁVEIS À GRANULAÇÃO

Como já sabemos o processo de cicatrização é fisiológico e acontece por fases


e que dependendo do material utilizado pode ou não interferir neste processo natural da
lesão, tornando – o mais lento e oneroso ao paciente e ao sistema de saúde com uma
prolongada internação e ou limitações dificultando o seu retorno ao convívio social.
Neste módulo iremos citar alguns tipos de coberturas utilizadas atualmente disponíveis
em nosso meio, em consenso a diferentes autores. Cabe ao profissional decidir após a
anamnese e um exame físico detalhado para se fazer a escolha do produto a utilizar e
como efetivar o tratamento sem interferir na evolução natural da lesão.

ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS

Descrição:

ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS (AGE)


• Lipídios formados de cadeias de carbono;
• São substâncias farmacologicamente ativas;

TRIGLICÉRIDEOS:
São compostos de carbono, hidrogênio e oxigênio, sendo ésteres de ácidos
graxos com glicerol (álcool)

Composição
• Vitamina A: Favorece a integridade da pele e sua cicatrização;
• Vitamina E: Função antioxidante e protege a membrana celular do ataque
dos radicais livres (substâncias que destroem a célula e suas estruturas internas)
• Ácido Linoleico: Importante no transporte de gorduras, na manutenção da
função e integridade das membranas celulares, imunógeno local que auxilia na
proliferação do tecido de granulação.

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• Lecitina de soja: protege e hidrata a pele.
• Ácido caprílico, cáprico e capróico:

AGE Composição

TCM 67g

Óleo de milho 32g

Lecitina 01g

Vitamina A 2500 UI

Vitamina E 100 UI

Ácido Linoleico 15%

Ação:
• São incorporadas à membrana celulares e importantes para manterem a
integridade da pele;
• Acelera o processo de cicatrização pelo estímulo a formação do tecido de
granulação, através de sua ação quimiotáxica e promovem diferenciação epidérmica;
• Atua ao nível das prostraglandinas.

Mecanismo de ação:
• Promove quimiotaxia (atração dos leucócitos) e angiogênese, mantém o
meio úmido e acelera o processo de granulação tecidual.

Vantagens e indicação:
• Forma uma película protetora na pele íntegra (previne lesões); por aumento
indireto da resistência tecidual.
• Reversão dos processos de hiperemia já instalados tem grande absorção,
forma uma película protetora na pele.
• Aumenta capacidade de hidratação;
• Proporciona hidratação local alta capacidade de nutrição celular;

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• Indicado na prevenção de úlcera de pressão;
• Tratamento de feridas abertas

Contra indicação:
Feridas com cicatrização por primeira intenção e feridas com infecção.

Cuidados na aplicação:

• Espalhar AGE no leito da ferida ou embeber gazes estéreis de contato com


a ferida o suficiente para manter o leito da ferida úmido até a próxima troca;
• Em feridas extensas pode-se espalhar AGE sobre o leito da ferida e utilizar
cobertura primária gazes embebidas em SF 0,9%;
• Ocluir com cobertura secundária estéril;
• Trocar o curativo sempre que a cobertura secundária estiver saturada ou no
máximo a cada 12 horas;

HIDROCOLÓIDE

Descrição:

São constituídos por duas camadas:


• Externa: de espuma de poliuretana, flexível, impermeável à água e outros
agentes externos.
• Interna: Adesiva com partículas hidroativas, gelatina, pectina e
carboximetilcelulose sódica;

122
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CAMADA EXTERNA

CAMADA INTERNA
Cama externa

Cama da Interna

Fonte: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores

Mecanismo de Ação:

Em contato com o exsudato o hidrocolóide forma um gel hidrofílico que


mantém a umidade do leito da lesão proporcionando o meio para:
• Estimular a angiogênese e o desbridamento autolítico;
• Acelerar o processo de granulação tecidual;
• O gel protege o leito da ferida, promovendo um meio úmido que facilita a
migração das células epiteliais, acelerando a cicatrização.

Vantagens e indicações:

• Formam uma barreira contra a contaminação bacteriana (oclusivo);


• Previne o ressecamento da ferida;
• A camada externa atua como uma barreira térmica e promove barreira
mecânica;

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• Permite remoção sem trauma aos novos tecidos;
• Acelera a granulação e um aumento da vascularização nesse tecido.
• Reduz a dor por proteger as terminações nervosas;
• Indicada em feridas não infectadas e pouco exsudates;
• Economiza o tempo da enfermagem no curativo, pois aumenta o tempo
entre a troca das placas de hidrocolóide;
• Pode ser adaptado em diferentes áreas anatômicas e manter a mobilidade
do membro.

Fonte: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores

INDICAÇÕES:
• Feridas secas, com pouco ou médias exsudato, lesões em fase de
granulação,
• Feridas com ou sem necrose tipo esfacelo,
• Ferida com dano parcial do tecido

124
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Desvantagens e contra indicações:
• Não usar em feridas infectadas ou colonizadas e fungícas, em feridas
necróticas e em queimaduras de 3º grau;
• Possível deslocamento no caso de feridas exsudates, nesses casos pode
ocorrer maceração de bordas e tecido perilesional.
• Odor característico, podendo ser confundido com ferida infectada;

Cuidados na aplicação:
• Realizar limpeza do leito da ferida e secar bem a pele perilesional;
• Escolher o hidrocolóide com diâmetro que ultrapasse 03 cm a borda da
ferida;
• Aplicar o hidrocolóide segurando-o pela borda;
• Pressionar a borda na pele para perfeita aderência; Se necessário, fixar
com fita microporosa.
• Trocar o hidrocolóide sempre que o gel extravasar ou o curativo deslocar.
• Anotar a data e a hora da colocação da placa ,
• Deve permanecer no máximo 07 dias na lesão;

Fonte: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores

HIDROCOLÓIDE EM PASTA
• Não é necessária a remoção total do gel presente;

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• Devem ser aplicados até preencherem toda a cavidade da lesão;
• A troca se dá por saturação, podendo permanecer em média de 01 a 04
dias;
• O curativo secundário deve ser feito com hidrocolóide em placa.

Custo benefício:

• Não necessita de trocas diárias e não requer medicamentos adicionais;


• Reduz infecção e, com isso, o tempo de cicatrização;
• Redução do tempo de enfermagem dispensada na troca de curativos.

Fonte: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores

Hidrocolóide em Grânulos

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Fonte: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores

Foto: E. Casimiro

Foto: E. Casimiro Foto: E. Casimiro

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Foto: E. Casimiro

Foto: E. Casimiro

Foto: E. Casimiro Foto: E. Casimiro

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Caso: Queimadura de 2º grau, acometendo o pé e parte da perna. Há
presença de bolhas e áreas de rompimento de pele. Aplicado hidrocolóide em placa,
mantendo primeiramente por 04 dias, observando já melhora da área lesada, aplicou-se
novamente, mantendo-se, desta vez, por 05 dias. Depois de retirado observa-se a
grande aceleração do processo cicatricial.

PRÓPOLIS

Descrição:
É uma resina extraída pelas abelhas dos botões de certas flores, folhas e
casca de árvores. Após a coleta desta resina as abelhas mastigam enriquecendo com os
componentes enzimáticos existentes em sua saliva. Coloração esverdeada a marrom,
amarga, fluída e pegajosa e insolúvel em água.

50 A 55% de resina e bálsamo


5 a 10% de pólen, minerais, vitaminas e enzimas.
30% de cera
10% de óleos voláteis

Mecanismo de ação:
• Atua na formação de anticorpos, eleva a fagocitose e acelera os processos
de regeneração celular.
• A riqueza enzimática da própolis aliada ao seu conteúdo de vitamina A,
auxilia no combate a bactérias patogênicas de difícil tratamento;

Vantagens e indicações:
• Baixo custo e facilidade de manuseio

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• Embora a própolis apresente ação no organismo, semelhante a dos
antibióticos o seu uso não apresenta efeitos colaterais comuns causados pelos
antibióticos;
• Tem atividade antibacteriana em Grã positivas e Grã negativas,
antifungicida.
• Possui ação anti-séptica acentuada;
• Indicada em feridas vitalizadas sem necrose, exsudativas ou não.

Contra - indicações:
• Avaliar o limiar de dor após aplicação, alguns pacientes relatam intolerância
após uso tópico.

Cuidados na aplicação:
• Deve-se evitar que a própolis fique em contato com a borda e tecidos
perilesionados, pois causa ressecamento;
• Trocar no máximo a cada 12 horas.

HIDROPOLÍMERO

Composição:
• Almofadas geralmente composta por 03 camadas sobrepostas de não
tecido uma central de hidropolímero e revestida por poliuretano.

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Fonte: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores

Mecanismo de ação:
• É uma cobertura altamente absorvente para feridas com baixa a moderada
exsudação e que proporciona um ambiente úmido facilitando o processo de granulação e
ainda estimula o desbridamento autolítico, mas não é um desbridante químico.
• A camada de hidropolímero expande-se delicadamente à medida que
absorve o exsudato mantendo a adesão da cobertura na ferida;

Vantagens e indicações:
• Tratamento de feridas abertas não infectadas;
• Feridas exsudativas, limpas, em fase de granulação.
• Feridas superficiais e/ou feridas com cavidades;
• Promove a granulação tecidual;
• Remove o excesso de exsudato;
• Diminuindo o odor da ferida;

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Contra indicações:

• Não deve ser utilizado em feridas secas ou com pouco exsudato;


• Queimaduras de terceiro grau;
• Lesões com vasculite ativa;
• Feridas colonizadas ou infectadas, e feridas necróticas com características
de escara;

Cuidados na aplicação:

• Não requer troca diária, podendo permanecer por 07 dias na lesão;


• Anotar a hora e a data da aplicação doa cobertura;
• Secar a área próximo da lesão para melhor aderência da placa;
• Posicionar o curativo sobre o local da ferida; de forma que a almofada de
espuma fique sobre a área central da lesão;
• Remover o curativo em peles frágeis levantando um dos cantos, puxando
para trás utilizando água ou soro fisiológico para romper a vedação do adesivo;
• Não requer cobertura secundária;
• Secar cuidadosamente a pele ao redor;

Fonte: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores

132
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Fonte: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores FOTO: E. Ricci

FILMES TRANSPARENTES

Composição:

• Película de poliuretano, transparente, elástica, semipermeável, aderente às


superfícies secas;

Fonte: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores

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Mecanismo de ação:
• Proporciona um ambiente úmido favorável a cicatrização. Permeabilidade
seletiva, permitindo a difusão gasosa e a evaporação de água. Impermeável a fluídos e
microorganismos. Forma uma camada protetora da pele. Mantêm a umidade e o pH da
pele.

Vantagens e indicação:

• Mantém um microambiente úmido em temperatura constante;


• Fácil aplicação devido à extensão e elasticidade;
• Indicada para lesões superficiais;
• Podem ser empregadas como medicação secundária na fixação de outros
produtos para aumentar a eficácia;
• Empregadas também na prevenção como proteção das áreas de risco
(fixação de cateteres vasculares, proteção de peles íntegras e feridas secas).
• Agem como barreira à contaminação da ferida;
• Adapta-se aos contornos do corpo, podendo ser cortados em diversos
tamanhos;
• Permitem visualização direta da ferida e vascularização;
• Permitem banhos;
• Não requer cobertura secundária e nem troca diária;
• Proteção contra agressões externas.

Desvantagens e contra indicações:

• Contra indicada em úlceras infectadas ou hiperexsudantes;


• Não utilizar em feridas com a pele adjacente macerada
• São permeáveis a alguns agentes tópicos aquosos;
• Descolam gradativamente nas áreas epiteliais;

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• Não devem ser usados nas primeiras 24 horas de pós-operatório, devido à
liberação de exsudato.

Cuidados na aplicação:

• Notar à hora e a data da aplicação da cobertura,


• Pode permanecer na ferida por 07 dias;
• Substituir o curativo caso se solte, forme bolhas de exsudato;

Fonte: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores

135
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Fonte: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores

COLÁGENO BIOLÓGICO

Composição:

É uma cobertura composta de colágeno e alginato que fornece apoio


estrutural para o crescimento celular favorecendo à condição ideal para a proliferação
celular, O colágeno simples pode ser usado em todo tipo de ferida em sua fase de
granulação.
E O COLÁGENO COM ALGINATO
• Partículas hidrofílicas de colágeno de origem bovina, composto de:
colágeno 90% e alginato 10%. Estes podem ser utilizadas em feridas exsudativas,
infectadas ou colonizadas,

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Fonte: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores

Mecanismo de ação:

O alginato absorvente e formador de gel mantêm o meio úmido e controla o


exsudato enquanto colágeno favorece o crescimento interno dos tecidos e dos vasos
sangüíneos, quimiotáxico para macrófagos e fornece uma trama favorável ao
desenvolvimento dos fibroblastos promovendo a granulação e a epitelização.
Atenção especial aos nomes e suas ações químicas na lesão, não
confundam colágeno com a colagenase, ambos tem um papel no mecanismo de
cicatrização da lesão, porém se empregadas em tempo errôneo no processo interfere no
tempo de fechamento desta, a Colagenase é uma enzima e desbrida enquanto que o
colágeno estimula a granulação.

Vantagens e indicações;
• Indicado em lesões fluidas, superficiais e limpas;

• Remove o excesso de exsudato;

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• Diminui a inflamação local e edema;
• Acelera o processo cicatricial;

Fonte: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores

Desvantagens e contra indicação:

• Contra indicado para pessoas com hipersensibilidade a derivados bovinos;


• Apresenta limitação de atividade:
• Sobre lesões secas resulta pouca eficácia;
• E nas lesões hiperexsudantes ocorre consumo rápido demais;
• Apresenta custo elevado;

Fonte: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores

Cuidados na aplicação:
• Requer medicações secundárias;
• É inativa pela água oxigenada e pelo algodão hidrófilo;
• Em feridas secas devem ser irrigadas previamente com soro fisiológico;

138
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
• Remover o exsudato e tecido desvitalizado;

Fonte: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores

• Cortar a cobertura do tamanho total da ferida;


• As placas ou fitas devem ser modeladas de forma a preencher todas as
cavidades da ferida;

Fonte: Catálogos explicativos de produtos – empresas e distribuidores

139
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Caso: Síndrome de Fournier, acometendo toda a bolsa escrotal. Há presença
de secreção e esfacelo tratada com carvão ativado em prata e a pomada de sulfadiazina
de prata por um período de 10 dias. Após a regressão do processo infeccioso iniciou o
uso de colágeno em placa, mantendo primeiramente por 24 horas, observando já
melhora da área lesada, aplicou-se novamente, mantendo-se, desta vez, por 48 horas.
Observa-se a grande aceleração do processo cicatricial recebendo alta com o mesmo
tratamento

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GAZE NÃO ADERENTE ESTÉRIL

Impregnadas:
• Acetato de celulose impregnada com petrolato;
• Com PVPI a 10%
• Gaze de fibras de poliéster hidrófobo impregnada com AGE;
• Impregnada com Aloe Vera;

Não impregnadas:
• Tecido de algodão ou sintético entrelaçado ou não, com maior ou menor
número de fios.

Vantagens e indicação:
• Queimaduras superficiais;
• Feridas com formação de tecido de granulação e áreas doadoras ou
receptoras de enxerto;
• Indicada como curativo primário de lesões planas com função de manter a
ferida úmida e proteger de traumas por aderência;
• Permite o livre fluxo de exsudatos;
• Não interfere no tecido de regeneração e evita a dor durante a troca;
• Não provoca trauma na retirada, preservando o tecido de granulação;
• Permite adaptações aos locais;

Composição:
• Tela de acetato de celulose impregnada com emulsão de petrolato solúvel
em água, não aderente e transparente, estéril;

Desvantagens e contra indicação:


• Alguns tipos de gaze não aderentes são impregnados com antimicrobianos,
que podem ser tóxicos ao fibroblasto;

141
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• Se existe pouco exsudato, não criam um microambiente apropriado a
reeptelização. Por vezes, requerem medicações freqüentes;
• Feridas com cicatrização por primeira intenção;
• Produtos de hidrocarbonetos saturados derivados do petróleo podem
causar irritação e reação granulomatosas;

Cuidados na aplicação:
• Cobrir com curativo secundário;
• Requer trocas diárias;

Foto: M Souza

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CURATIVOS NATURAIS

FITOTERAPIA

É a utilização terapêutica ou profilática de espécies vegetais, de eficácia


comprovada cientificamente como uma opção disponível para tratamentos diversos,
entre eles, os curativos.

•É uma opção terapêutica de origem no saber popular, e que exige um


trabalho multiprofissional.

•A qualidade, a segurança e a eficácia iniciam-se desde a identificação


botânica, cultivo, coleta e secagem, conhecer qual parte da planta usar, quando obter o
maior teor de princípio ativo, e como prepará-lo.

Vantagens

•Produtos naturais sem efeitos colaterais;


•Facilidade no cultivo e manipulação;
•Participação do paciente no tratamento;
•Baixo custo;

Como utilizar as plantas

•Investigar a sua procedência e observar a dosagem;


•Dar preferência às folhas jovens, cascas e raízes sem brotos;
•Deve ser feita a colheita de manhã;
•Lavar e secar, mantê-las em lugar sem luz, calor e insetos.

Formas de uso

•Chás, pós, pomadas;


•Há melhor extração do princípio ativo quando a planta é batida manualmente;
•As folhas e flores devem passar por um processo de infusão;

143
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FITOTERÁPICOS TÓPICOS

ÓLEO DE GIRASSOL

Descrição:
• É uma herbácea cujas sementes, frutos aquênios,
• Produzidos no miolo das flores, são a parte mais utilizada.

Vantagens e indicações:
• Fácil acessibilidade e baixo custo;
• Auxilia na manutenção da função e integridade das membranas celulares;
• Lubrificam e agem como emoliente;
Ácidos graxos essenciais: ác. Linoléico e linolênico
Auxiliam na manutenção da função e integridade das membranas celulares
Facilita entrada de várias substâncias importantes no metabolismo celular e
imunológico.
Desvantagens e contra indicação:
Não é um produto estéril;

ARNICA

•Nome científico: Arnica Montana


•Aspecto: herbácea de 20 a 30 cm de
comprimento, folhas ovaladas e flores amarelas.

•Parte usada: flores

144
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•Indicações terapêuticas: Lesões após traumatismos, dores musculares, e
articulações. Hematomas após punções venosas e em insulinodependentes.

•Ação: antiinflamatória, analgésica.


•Cuidados: Usar somente em pele íntegra.
•Apresentação: Creme ou gel a 3%
•Aplicação: Aplicar topicamente três vezes ao dia.

BABOSA

•Nome científico: Aloe Vera.


•Aspecto: de 60 cm a 01 metro de altura, folhas grandes e carnudas
marginadas por espinhos.

•Parte usada: Parênquima (folhas frescas)


•Indicações: Lesões de pele não infectadas, queimaduras, erisipela e celulite.
•Ação: Auxilia no processo de cicatrização, antiinflamatória e bactericida.
•Contra indicações: uso interno
•Apresentação: Creme ou gel 25%
•Aplicação: Aplicar topicamente sobre o ferimento três vezes ao dia.

CALÊNDULA

•Nome científico: Calendula officinalis


•Aspecto: Planta anual, as flores ocorrem
na extremidade e tem cerca de 04 cm de diâmetro.

•Parte usada: Flores secas


•Indicações: Ferimentos abertos não infectados;
145
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Úlcera de estase, dermatite de contato, frieiras e herpes labial.

•Ação: Auxilia no processo de cicatrização, antiinflamatória e anti-séptico


tópico.

•Contra indicação: Lesão profunda e/ou extensa, lesões disseminadas e sem


diagnóstico.

•Apresentação: Creme ou gel a 5%


•Aplicação: Aplicar topicamente três vezes ao dia.

MAMÃO PAPAIA

Nome científico: Carica papaya

Parte usada: Frutos da planta

• O mamão possui na sua constituição propriedades nutritivas e curativas,


tais como: Vitaminas A, B, C, cálcio e ferro e a enzima papaína, quimio-papaína e
papayna peptidase.

•Além dessas propriedades possui também em látex, presente apenas nas


frutas verdes uma grande quantidade de uma enzima proteolítica a Papaína.

•Ela está contida no látex do mamoeiro, popularmente conhecido como “leite


do mamão”

Indicações: tratamento de feridas abertas, infectadas e para desbridamento


de tecidos desvitalizados.
Ação: É bactericida e bacteriostático, reorganiza as tramas de colágeno na
formação da cicatriz e desbrida por dissociar as moléculas de proteínas do tecido.
Contra – indicação: Oxidação em contato com metais; Minimizar o tempo de
preparo do produto in natura, devido a fácil deterioração, devido à enzima ser altamente
instável na presença de oxigênio.

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Apresentação: Pó, Pomada, Gel e o fruto ralado.

Modo de usar: PÒ
• Diluir o pó em água bidestilada, pois qualquer componente químico altera a
instabilidade da solução;
• Preparar a solução da papaína somente no horário da aplicação: não
armazenar.
Concentrações das diluições
• 1g • 100ml • 1%
• 1g • 50ml • 2%
• 2g • 50ml • 4%
• 3g • 50ml • 6%
• 4g • 50ml • 8%
• 5g • 50ml • 10%

TÉCNICA DO CURATIVO COM MAMÃO

Material:

•Mamão verde;
•Recipiente plástico para ralar o mamão;
•Água bidestilada ou água fervida para limpeza da ferida;

Procedimentos:

•Lavar o mamão com água e sabão


•Ralar a polpa do mamão no ralo plástico;
•Limpar a ferida com água bidestilada ou água limpa (fervida);
•Cobrir a ferida com a polpa ralada e cobrir a lesão com gaze ou com um pano
limpo;

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AÇUCAR – SACAROSE

Material: Açúcar cristal

Procedimento:

•Limpeza da ferida com água limpa;


•Cobrir a superfície com o açúcar e cobrir a ferida com gaze;
•Resultados: Observa-se presença de tecido de granulação e diminuição da
secreção;
Prováveis efeitos do açúcar sobre a ferida:
• Eliminar as bactérias que contaminam a ferida
• Reduzir o edema e melhorar a cicatrização local;
• Nutrir as células superficiais da cicatriz;
• Favorecer o crescimento do tecido de granulação;
• Antiinflamatório e desbridante

Tempo de permanência:
Tempo de permanência no leito da ferida é bastante controverso
Sacarose: eliminação renal X lesão tubular, nos pacientes com lesão renal
deverá de se ter um controle rigoroso da perda pela urina da sacarose: glicose.
Hiperosmolaridade ocorre em 15’ e decresce em 2 horas, portanto o curativo
deve ser trocado a cada duas horas no máximo. E sofrer a reposição a cada quinze
minutos.

Dificuldades:
• A dor;
• Trocas mais de uma vez ao dia;

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OSTOMAS

Por vários motivos, como lesão por ferimento por arma de fogo e ou arma
branca, em situações clínicas agudas e ou em situações clínicas crônicas como no caso
de neoplasia do sistema digestivo, são situações que um indivíduo necessita operar para
construir um caminho para saída das fezes ou da urina, para o exterior. Esta intervenção
cria um ostoma ou estoma (abertura), na região abdominal, por onde irão sair fezes em
quantidade e consistência diferente assim como será eliminada a urina em forma de
gotas.
O ostoma, por suas características anatômicas, que abre parte do órgão
expondo a mucosa, livre de controle do sistema nervoso central e muscular, sendo desta
forma impossível controlar voluntariamente a saída de resíduos, assim será necessário à
utilização de bolsa para coletar fezes ou urina.
O aspecto de um ostoma normal é de uma coloração vermelha ou rosa, vivo
brilhante e úmido. A pele ao seu redor deve estar lisa, sem vermelhidão, coceiras, feridas
ou dor. Logo após a cirurgia o ostoma estará inchado, mas gradualmente reduzirá seu
tamanho. Apresenta um tamanho em torno de 2-5 cm de diâmetro e 3-4 cm de saliência.
Na mucosa do ostoma, não existem nervos, assim podem ser tocadas, pois o
paciente não sente dor, porém é uma mucosa que pode ser facilmente ferida. Ao realizar
os cuidados com o ostoma, pode ocorrer um pequeno sangramento, mas isso é normal,
porém se o sangramento persistir deve-se comunicar ao médico.
Tipos de ostoma:

• Colostomia: É um ostoma realizado em


porção do cólon (intestino grosso), assim
no processo de eliminação dos restos
não digeridos dos alimentos, as fezes
são eliminadas nessa porção do
intestino, não passando pelo reto e anus.
A consistência das fezes eliminada é
muito parecida com a anterior, pastosa.
Os gases produzidos pelo intestino são
eliminados também pela colostomia.
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• Ileostomia: Caracterizam-se por ostoma realizado na porção do íleo
(intestino delgado) assim no processo de eliminação restos alimentares não digeridos
dos alimentos, as fezes são eliminadas nessa porção do intestino, não passando pelo
cólon (intestino grosso), reto e anus. As fezes apresentam uma consistência líquida ou
semilíquida, devendo-o paciente ingerir uma quantidade maior de líquidos. Podem
também ser mais irritantes a pele periestoma, por serem mais alcalinas, assim deve-se
aumentar os cuidados de proteção da pele, evitando possíveis irritações.

• Urostomia: É um ostoma realizado após a retirada da bexiga, utilizando


uma parte do intestino delgado para conectar, o ureter a uma abertura no abdômen. O
efluente que sairá é a urina, em forma de gotejamento, podendo também causar
irritações na pele, sendo importante um protetor de pele.

ATENÇÃO!
Os cuidados com as ostomias devem ser realizados pela enfermagem
devendo também fazer a orientação ao paciente para que ele cuide quando for embora
para casa.
Utilizamos para a coleta dos efluentes, dispositivos que podem ser peça única
ou duas peças, conforme adaptação do paciente.

Material:

• Uma placa, uma bolsa, e um clipe;


• Um par de luvas de procedimento:
• Gazes;
• Um frasco 125ml de soro fisiológico ou água corrente
• Tesoura;
• Sabão neutro;
• Saco plástico de lixo.

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Procedimentos:
• Reunir o material;
• Lavar as mãos;
• Orientar o paciente o que será realizado;
• Expor o local a ser manipulado;
• Calçar luvas de procedimento;
• Retirar a bolsa e placa usada e desprezar em saco plástico;
• Utilizando, gaze, soro fisiológico e sabão realizar a limpeza da pele
periestoma e desprezá-la em saco plástico;
• Realizar a limpeza do ostoma:
• Recortar o orifício central da placa no tamanho certo do ostoma sem deixar
pele exposta, para evitar que caia efluente na região causando irritação;
• Retirar o papel protetor da placa e aplicar sobre o ostoma, fazendo uma
leve pressão, para bem aderir;
• Fechar a bolsa com clipe e Colocar a bolsa à placa encaixando os flanges;
• Deixar o paciente confortável;
• Desprezar o material no expurgo;
• Lavar as mãos;
• Fazer anotação de enfermagem, referindo aspecto do ostoma, da pele
periestoma e qualquer anormalidade.

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Foto: M. Souza

Complicação da OSTOMIA: Uma das complicações da intervenção cirúrgica


é a lesão periestoma por dermatite de contato.

Tratamento: aplicação de protetores cutâneos. São comercializados em forma


de pó, placa, pastas ou placas, com o objetivo de regenerar e proteger a pele
periestoma, de difícil aquisição pelo valor de mercado.
Composição: gelatina, pectina, carboximetilcelulose sódica e poliisobutileno.

Indicação: protetores cutâneos para prevenção e tratamento das lesões


provocadas pelo esparadrapo, cola das fixações da bolsa coletoras, extravasamento da
bolsa de estomas e drenos e o pó tem sua ação secativa e forma uma película protetora
para a fixação da placa.

Modo de aplicação:
• Secar ao redor dos drenos e ostomia;
• Aplicar a pasta na área de imperfeições e o pó nas áreas escoriadas
• Aplica-se a placa da mesma forma que a bolsa coletora, faz se um recorte
ao centro para encaixar o estoma.

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• Mantém os cuidados de enfermagem com aplicação da bolsa de
colostomia, e periodicidade de trocas e manutenção de higiene e conforto ao paciente.

Dermatite de contato

Fotos: M. Souza

QUEIMADOS

As queimaduras ainda ocupam grande lugar dentre as patologias que possuem


uma elevada morbimortalidade no ambiente hospitalar, seja por complicações
cardiopulmonares e metabólicos, seja por infecções ocasionadas pela extensa perda de
pele.
Atualmente o número de óbitos ocasionados pela Sepse ainda é bastante
preocupante, ocupando cerca de 75% das causas de morte entre os queimados. O que
torna ainda mais grave este tipo de patologia, exigindo da equipe de saúde um
conhecimento elevado acerca do tratamento das queimaduras, bem como da prevenção
de infecções.
Muito se tem estudado acerca do atendimento aos queimados, mas a
queimadura ainda apresenta condições que favorecem o desenvolvimento das infecções,

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como imunodepressão e o seu foco principal, as condições da ferida, como fator
predisponente ao crescimento bacteriano.
A ferida do paciente queimado deve, portanto, ser tratada como um abscesso
plano, em decorrência da grande quantidade de material necrótico e avascular e o
exsudato que o constitui é um excelente meio para a proliferação bacteriana. Por este
motivo, saber da importância do tratamento tópico aplicado no queimado, contribui com a
sua recuperação determinando o período de internação e o prognóstico deste.

FATORES QUE INTERFEREM NA IMUNIDADE DO PACIENTE

• Desnutrição prévia;
• Patologias pré-existentes;
• Utilização de polimicrobianos;
• Grande quantidade de material necrótico;
• Múltiplos processos cirúrgicos;
• Falta de um correto suporte nutricional;
• Transfusão múltipla de sangue e derivados.

MONITORIZAÇÃO DA ÁREA QUEIMADA:

Por método de cultura quantitativa através da biópsia de várias regiões


queimadas, após uma limpeza prévia e a hemocultura associada.

MICROORGANISMOS ENCONTRADOS NAS QUEIMADURAS

• Streptococus sp.
• Staphilococus epidermidis;
• Staphilococus aureus;
• Pseudomonas aeruginosa;
• E. coli;
• Cândida albicans;

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SINAIS QUE AUXILIAM NO DIAGNÓSTICO DA INFECÇÃO

• Alterações de coloração rósea para azul esverdeado, entremeada de áreas


escurecidas de necrose, com aumento significativo das secreções ou queimaduras secas
e de odor fétido.

TERAPIA TÓPICA NAS QUEIMADURAS

• Na sepse, os antibióticos sistêmicos têm pouca ação local na lesão, devido


à oclusão vascular nas áreas afetadas dificultando que estes antibióticos atinjam o seu
índice terapêutico;
• Considerando as características locais da lesão o tratamento dos grandes
queimados consiste na aplicação tópica de medicamentos que auxiliem na prevenção e
tratamento de possíveis infecções cutâneas, que, se não tratadas e controladas podem
evoluir com quadro de sepse.

CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS

A - QUANTO A PROFUNDIDADE

1° grau -Perda da epiderme


- Eritema
- Ex: queimadura solar

2° grau
- Comprometimento parcial
- Perda da derme e epiderme

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- Rubor, edema, bolhas, transudação e muito dolorosa
- PROFUNDA – semelhante ao 3° grau, não dolorosa

3° grau - Pele totalmente comprometida – Indolor


- Esbranquiçada, dura (aspecto “couro”).
- Não cura espontaneamente

B - QUANTO A EXTENSÃO

Grande queimado 3° grau maior que 10%


2° grau maior que 25%

Moderado 3° grau maior 3% menor 10%


2° grau maior 15% menor 25%

Leve 3° grau menor 3%


2° grau menor 15%

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REGRA DOS NOVE

Fonte: Wallace

• Crianças menores 10 anos e adultos com mais de 55 anos - 10% área


superfície corpórea (SC) queimada
• Todas as outras faixas etárias –20% área SC queimada. São consideradas
grandes queimados.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

1º - Avaliação da dor / analgesia, sempre antes de qualquer procedimento com


estes pacientes a analgesia deverá ser avaliada rigorosamente e comunicado ao médico
para uma intervenção terapêutica medicamentosa.
• Manter o ambiente aquecido seja com aquecedor de ambiente elétrico e ou
manta térmica até a exposição total do paciente;
• Avaliar a instabilidade hemodinâmica do paciente.
2° - Limpeza da ferida desbridamento: mecânico/químico e cirúrgico
3º - A ferida é recoberta apenas por agente tópico (sulfadiazina de prata 1%) a mais
utilizada e mais eficaz em se tratando de curativos em queimados.

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HIDROTERAPIA: DIÁRIA

É importante esclarecer que durante o banho removemos também grande


quantidade de bactérias e se utilizamos jatos de água ainda facilita a retirada de crosta
auxiliando no desbridamento como no controle da infecção do queimado.

PREPARO DO MATERIAL

• Banho no leito ou banho de aspersão;


• Água de torneira temperatura ambiente e anti-séptico;
• Roupa do paciente / balde estéril;
• Paramentação estéril para o profissional.

MÈTODO DO CURATIVO

• Fechado: depende do protocolo utilizado na unidade de internação,


algumas literaturas recomendam que se mantenha fechado 24 horas, com faixas
elásticas para facilitar a mobilização durante a fisioterapia aplicada.
• Com reposição de pomadas a cada 12 horas, por saturar neste tempo de
ação em contato com a lesão.
Vale ressaltar o custo deste tratamento, ainda com método tradicional que
requer por vez no mínimo três profissionais para a realização deste procedimento e o
prognóstico reservado destes pacientes que sempre necessitam de um leito de terapia
intensiva.
Existem várias complicações a serem evitadas e muitas vezes tratadas, como
a insuficiência respiratória aguda, a insuficiência renal aguda, além dos quadros graves
de infecções sistêmicas, que exigem tratamento com antimicrobianos de última geração
o que eleva ainda mais os custos desta internação.

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Para o atendimento, global deste paciente é utilizado vários tipos de
monitorização com cateteres invasivos que aumentam, em grande proporção, os riscos
de infecção.

Foto: M. Souza

TÉCNICA DO CURATIVO

• Limpar a área queimada com água corrente morna e abundante;


• Aplicar Clorexidine 0,5% (solução não alcoólica) em toda superfície corporal
queimada, enxaguando em seguida com água em abundância.
• Secar com compressa estéril;
• Aplicar a medicação adequada (Sulfadiazina de Prata 1%, na maioria dos
casos);
• Colocar uma camada de gazes ou compressa estéril sobre toda a extensão
da lesão.
• Enfaixar com faixa crepe estéril.
• Devem-se tratar isoladamente os dedos das mãos e dos pés, e mantê-los
em posição funcional.

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• Tomar cuidado com garroteamentos;
• Enfeixar os membros da extremidade para o centro;
• Não fixar esparadrapo sobre a pele;
• Utilizar luvas estéreis para realizar o curativo;

Foto: M. Souza

Foto: M. Souza

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MEDICINA HIPERBÁRICA NO TRATAMENTO DE FERIDAS

A oxigenioterapia hiperbárica é uma modalidade terapêutica que vem


ganhando cada vez mais espaço no tratamento de lesões de pele, bem como em várias
outras patologias e condições clínicas.
O tratamento hiperbárico baseia-se no uso de oxigênio sob condições
ambientais e sob pressão.
No tratamento com a oxigenioterapia hiperbárica, o paciente é colocado em
uma câmara própria onde ocorre a hiperoxineção, ou seja, a inalação de oxigênio a
100% sob uma pressão maior que a pressão atmosférica normal.

Foto: OHB - RIO

AÇÕES DA OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA

Supre o oxigênio em altas concentrações, via sistêmica, para a área lesionada,


com um aumento significativo do oxigênio dos tecidos perilesional, sendo que este
aumento estimula a angiogênese e controla o crescimento bacteriano da lesão.

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TIPOS DE CÂMARAS

• Câmara monoplace ou individual;


• Câmara multiplace ou estacionárias;

CAMARA MONOPLACE

Vantagens:

• É utilizada somente por um paciente;


• Fácil controle da pressurização e despressurizarão;
• Fácil operacionalização;

Desvantagens:

• Isolamento do paciente;
• Aumenta a ansiedade, principalmente nas primeiras sessões.

CÂMARAS MULTIPLACE

Vantagens:

• Comporta mais de um paciente;


• Fácil monitorização dos pacientes;
• Diminui a ansiedade durante as sessões, uma vez que o paciente não fica
sozinho dentro da câmara.

Desvantagens:

• Unidades bastante complexas;


• Difícil operacionalização, exigindo pessoal qualificado;

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• Exposição da equipe ao ambiente hiperbárico;

O TRATAMENTO

O tratamento é realizado através de sessões que, de acordo com as condições


clínicas apresentadas, e com os protocolos utilizados, variam os níveis de pressão,
duração, intervalos e o número total de sessões.

INDICAÇÃO TERAPÊUTICA

Indicação médica, geralmente nas;


• Doenças que podem ser tratadas de forma exclusiva ou combinadas;
• Síndrome de Fournier;
• Pés e pernas de diabéticos;
• Úlceras crônicas venosas e/ou arteriais;
• Síndromes compartimentais;
• Isquemias agudas traumáticas;
• Osteomielite;
• Processos isquêmicos, necróticos e infectados de partes moles;

CONTRA INDICAÇÕES

Segundo TRIVELLATO, 1995 e ESTEVES, 1999, existem situações em que


são contra indicadas o uso da oxigenioterapia hiperbárica, sendo estas contra indicações
relativas ou absolutas.

RELATIVAS:
• Infecções de vias aéreas;
• DPOC;
• Hipertermia;
• Cirurgia prévia do ouvido;

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• Hipertensão arterial não controlada.

ABSOLUTAS:

• Gravidez;
• Pneumotórax não tratado;
• Uso de drogas (Doxirrubicin, Dissulfiram, SIS-Platinium, Mafenide acetato)

Foto: OHB - RIO


EFEITOS ADVERSOS
Os Efeitos adversos estão relacionados ao tempo de exposição e à pressão
utilizada:
• Excitabilidade neural, com crises focais ou convulsões generalizadas;
• Queimação retroesternal;
• Tosse seca;
• Dispnéia;
• Sensação de ouvidos cheios;
• Sensação de que a voz se torna mais aguda.
• Ação tóxica pulmonar.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

Quanto à importância da hiperoxigenação a enfermagem deve considerar que


qualquer desatenção ao uso de oxigênio puro pode provocar acidentes, pois o gás é
altamente inflamável e sua toxicidade é prejudicial.
Quanto à família e o paciente, a enfermagem deve orientar sobre o
procedimento e o tratamento que será submetido, orientar quanto à manutenção do
cuidado no local da lesão de pele:
• Validar as informações recebidas pelo paciente e pela família;
• Dar oportunidade de sanarem as dúvidas;
• Permanecer ao lado do paciente, caso esteja ansioso. Procurar tranqüilizá-
lo;
• Retirar os curativos que contenham substâncias oleosas e iodo, devido aos
riscos de explosão.
• Orientar a seguir os cuidados conforme os protocolos da instituição.
• Orientar quanto à vestimenta que, não produza eletricidade estática: roupa
de algodão.
• Retirar todos os objetos metálicos, lentes de contato e óculos antes de
encaminhar para a câmara.
• Manter a administração de medicamentos intravenosos;
• Manter os cabelos do paciente umedecidos;
• Realizar exame físico após cada sessão, atentando para o sistema
respiratório e auditivo do paciente;
• Impedir pacientes e acompanhantes de fumarem próximo à câmara;
• Manter todos os aparelhos elétricos afastados, pelo menos 1,5m longe da
câmara.
• Ter extintores de incêndio por perto e saber como usá-los;
• Respeitar o tempo pré-estabelecido da sessão, evitando atrasos e o perigo
da intoxicação;
• Estar habilitado para operar a máquina corretamente;
• Realizar o relatório de enfermagem.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

EVOLUÇÃO...

A cicatrização é um processo dinâmico e, por isso, requer um enfoque


multiprofissional e constantes atualizações técnicas e científicas.
A ciência não pára...
Atualmente existem inúmeros estudos e vários produtos em fase de
experiência e que mais cedo ou mais tarde serão postos em uso.
Dessa forma, o processo de aprendizado torna-se contínuo e nos obriga a
estar constantemente atualizando os nossos conhecimentos.
A todo o mesmo ponto de partida...
O ponto de chegada...
... Depende de cada um.

Bom estudo a todos!!!!!!!!!!!

Enfª Mercy e Enfª Carol

---------------------- Fim do Módulo V-------------------------

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Itália: Ed. Torino, 1999.

FRANCISCO, Tiago. Feridas: etiologia e tratamento. Escola de enfermagem


de Ribeirão Preto. São Paulo, 1995.

CONVATEC. Atualizações no tratamento de lesões de pele e técnicas


modernas de curativos. 2005.

KREUTZ, Irene. Como tratar uma ferida. Subsídios para um planejamento


individualizado. Tese de doutorado da Escola de enfermagem de Ribeirão Preto –
USP, 2000.

MOREIRA, Andréia et. al. Prevenção e cuidados à pacientes com feridas


crônicas: Uma abordagem para o cuidar em enfermagem. Tese de mestrado da
Universidade Federal de São Paulo. 2002.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS. Grupo de estudos de feridas.


Manual de tratamento de feridas. Hospital das clínicas. Campinas, 1999.

M.R. FROST et. al. Adsorção de bactérias em tecido de carvão ativado: Um


efeito de importância potencial no tratamento de ferimentos infectados. Divisão de
pesquisa e desenvolvimento, Johnson e Johnson Ltda. Inglaterra, 1980.

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Revista paulista de enfermagem, v. 17, n. 1/3, p.25-38, 1998.

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JORGE, S e DANTAS, S. Abordagem multiprofissional no tratamento de


feridas. São Paulo: Editora Atheneu, 2003.

MANDELBAUM, S.H, SANTIS, E. P, MANDELBAUM, M.H. Cicatrização:


Conceitos atuais e recursos auxiliares – Parte I. Anais brasileiros de dermatologia, vol.
78, n. 4, 2003.

MANDELBAUM, S.H, SANTIS, E. P, MANDELBAUM, M.H. Cicatrização:


Conceitos atuais e recursos auxiliares – Parte II. Anais brasileiros de dermatologia,
vol. 78, n. 5, 2003.

KUBAGAWA, L.M, URASAKI, M.B.M. Câmara hiperbárica, informações


básicas para a equipe de enfermagem. Rev. Paul. Enfermagem, v. 21, n. 2, p. 168-74,
2002.

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