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CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI PROGRAMA DE PÓS-

GRADUAÇÃO A DISTÂNCIA - UNIASSELVI-PÓS

DANILO DE OLIVEIRA

ANÁLISE TÉCNICA DA UTILIZAÇÃO DE LINGAS DE CORRENTES E OLHAIS


PARA INÇAMENTO DE CARGAS

Joinville
2019
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DANILO DE OLIVEIRA

ANÁLISE TÉCNICA DA UTILIZAÇÃO DE LINGAS DE CORRENTES E OLHAIS


PARA INÇAMENTO DE CARGAS

Monografia elaborada como requisito final para a


obtenção do título de especialista em Engenharia de
Segurança do Trabalho do Centro Universitário
Leonardo da Vinci – UNIASSELVI-PÓS.
Área de Concentração: Segurança do Trabalho
Orientador: Prof. Frederico Arno Janning

Joinville
2019
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DANILO DE OLIVEIRA

ANÁLISE TÉCNICA DA UTILIZAÇÃO DE LINGAS DE CORRENTES E OLHAIS


PARA INÇAMENTO DE CARGAS

Monografia elaborada como requisito final para a obtenção do título de Especialista em


Engenharia de segurança do trabalho do Centro Universitário Leonardo da Vinci –
UNIASSELVI-PÓS.

Avaliado em 13, Julho e 2019 por:

__________________________
Prof. Frederico Arno Janning
Orientador de Conteúdo

______________________________
Prof.
Equipe Multidisciplinar

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RESUMO

O presente estudo foi realizado em uma indústria do ramo metal mecânico no município
de Joinville-SC, para mostrar a importância do uso correto de lingas de correntes e olhais e os
riscos presentes no ambiente de trabalho. Quais os cuidados necessários, a forma correta de
utilização, como isso protege os funcionários e ajuda a evitar acidentes e doenças do trabalho.

Palavras-chave: Lingas de correntes, olhais, Segurança do Trabalho, NR 11

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ABSTRACT

The present study was carried out in a metal mechanic industry in the city of Joinville-SC to
show the importance of the correct use of chain and eye slings and the risks present in the work
environment. What care is needed, the right way to use it, how it protects employees, and helps
prevent accidents and illnesses at work.

Key words: Chain loops, eyelets, Work safety, NR 11.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 7

2 JUSTIFICATIVA .................................................................................................................. 8

3 PROBLEMÁTICA E OBJETIVOS .................................................................................... 9

3.1 PERGUNTA DE PESQUISA .............................................................................................. 9


3.2 OBJETIVOS ......................................................................................................................... 9
3.2.1 Geral .................................................................................................................................. 9
3.2.2 Específicos ......................................................................................................................... 9

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ..................................................................... 10

4.1 MODALIDADE DA PESQUISA ...................................................................................... 10


4.2 COLETA DE DADOS ....................................................................................................... 10
4.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO ...................................................................................... 11

5 FUNDAMENTAÇÕES TEÓRICA .................................................................................... 12

5.1 OLHAIS E LINGAS DE CORRENTES ............................................................................ 12


5.1.1 Breve história sobre içamento de cargas ......................................................................... 12
5.1.2 Definição de Olhais, lingas de correntes e riscos envolvidos.......................................... 12
5.1.3 Utilização correta e prevenção ........................................................................................ 14

6 APRESENTAÇÕES DOS RESULTADOS ....................................................................... 14

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 21

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 22

ANEXO A – Relatório de inspeção NR11 Scopum ferramentaria. ................................... 23

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1 INTRODUÇÃO

O capital mais importante das empresas, é o seu colaborador, pois e ele que faz a
empresa funcionar, desta forma devemos zelar por sua segurança e sua vida.

As empresas, no ramo de ferramentaria de pequeno e médio porte, geralmente vivem


em muitos altos e sempre estão no limite financeiro, devido ao mercado oscilar muito, desta
forma falta dinheiro para muitos investimentos, o que acaba gerando um erro, ao achar que a
segurança do trabalho não é um investimento prioritário, sendo tolerado muitas vezes um
ambiente inseguro de trabalho.

Nos dias de hoje, praticamente todas as empresas tem a necessidade de transportar e


manusear cargas que vão além da capacidade humana, por isso é utilizado guindastes ou
pontes rolantes, seguidos de lingas de correntes e em alguns casos olhais para fixação das
correntes.

Devido ao fato de que este manuseio de cargas suspensas oferecem um risco de


acidentes que muitas vezes podem ser fatais, deve-se ter o cuidado para que estes
equipamentos estejam bem dimensionados, estejam em boas condições de funcionando e que
os operadores estejam devidamente treinados e capacitados.

Neste estudo pretende-se verificar se a empresa do ramo metalúrgico, possui o


devido cuidado com a manutenção, dimensionamento e treinamento dos colaboradores na
questão que envolve o transporte e movimentação de cargas utilizando lingas de corrente e
olhais, e dessa forma caso seja necessário propor um plano para adequação.

Para realização deste estudo será feito uma inspeção na fábrica, e gerado um relatório
de inspeção de segurança, apontando os riscos e as multas que podem ser aplicadas devido as
possíveis infrações.

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2 JUSTIFICATIVA

É de extrema importância para as pessoas que laboram nesse ambiente, conheçam os


riscos presentes no local de trabalho, os itens de segurança que devem ser utilizados e os
procedimentos que devem ser seguidos, para que possa proporcionar um trabalho de forma mais
segura, oferecendo a preservação da saúde e mais qualidade de vida. Além disso, o profissional
em segurança do trabalho deve ter o conhecimento necessário para orientar os colaboradores
quanto ao uso correto dos equipamentos, dos itens de segurança e conscientizá-los em relação
aos benefícios que uma ação preventiva proporciona.
Lembrando que cabe ao empregador eliminar condições inseguras no ambiente de
trabalho evitando através de medidas preventivas de segurança o risco de acidentes.

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3 PROBLEMÁTICA E OBJETIVOS

3.1 PERGUNTA DE PESQUISA

Devido a muitas empresas utilizarem olhais e lingas de correntes para efetuar o


transporte e manuseio de cargas, e devido à pouca informação especifica na NR 11, pretende-
se efetuar um estudo sobre o como esse assunto é tratado pela empresa, verificado sua
utilização e se são seguidos os procedimentos de segurança necessários para manter a
segurança no ambiente de trabalho e assim evitar perdas materiais e principalmente de vidas
humanas.

3.2 OBJETIVOS

3.2.1 Geral

Objetivo e aprofundar-se no tema, verificar se as empresas têm dificuldade na questão


quanto da utilização dos olhais e ligas de correntes, se tem conhecimento da sua importância e
se estão seguindo os procedimentos corretos para ter um ambiente de trabalho seguro.

Pretende-se com este trabalho, consolidar o que foi visto no decorrer do curso pondo
em pratica os conhecimentos adquiridos.

3.2.2 Específicos

O objetivo deste trabalho é levantar as inconformidades para buscar trabalha-las,


visando diminuir ou neutralizar os riscos que forem identificadas no setor de produção
relacionadas a manuseio e transporte de cargas.
Lembrando que cabe ao empregador eliminar condições inseguras no ambiente de
trabalho evitando através de medidas preventivas de segurança o risco de acidentes.

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4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

4.1 MODALIDADE DA PESQUISA

O trabalho foi desenvolvido com base na pesquisa de campo e inspeção na fábrica,


para isso foi elaborado um relatório de inspeção para coleta das informações. Com posse dos
dados foi Analisado os riscos e sugerido as melhorias necessárias para correção do ambiente
inseguro.
Como referência, foi usado a norma DIN 580 que trata de olhais e materiais de apoio
do fornecedor de olhais e correntes RUD do Brasil.

4.2 COLETA DE DADOS

Foi feito uma vistoria em uma empresa do ramo metal mecânico de Joinville, onde foi
feito a avaliação dos olhais e lingas e correntes utilizados pela empresa, e também como é
feita a sua utilização.

Identificação da empresa

Razão social: SCOPUM FERRAMENTARIA E USINAGEM LTDA

CNPJ: 15.463.200/0001-58

CNAE 2539001

Atividade Principal: Serviços de usinagem, tornearia e solda / Fabricação de ferramentas

Grau de risco: 4

Endereço Completo: Rua Clodoaldo Gomes N° 350

Joinville – SC

CEP: 89219-550

O relatório se encontra no anexo:


ANEXO A – Relatório de inspeção NR11 Scopum ferramentaria.

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4.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO

ANEXO A – Relatório de inspeção NR11 Scopum ferramentaria.

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5 FUNDAMENTAÇÕES TEÓRICA

5.1 OLHAIS E LINGAS DE CORRENTES

5.1.1 Breve história sobre içamento de cargas

Tão logo o homem começou a construir, lhe surgiu necessidade de transportar cargas
maiores que poderia carregar, tendo a necessidade de um dispositivo que lhe ajuda-se nessa
tarefa.

Há relatos de dispositivos de elevação de carga na antiga Grécia e Roma onde era


usado para a construção de grandes obras.

Com a revolução industrial, ele foi modernizado, deixando a sua fabricação e madeira
e composto principalmente de aço.

Figura 1 - Primeiros guindastes Figura 2 – Guindaste era revolução industrial

Fonte: Veronezi guindastes (2019) Fonte: Veronezi guindastes (2019)

5.1.2 Definição de Olhais, lingas de correntes e riscos envolvidos.

Na empresa hoje para movimentação de cargas internamente, usa-se equipamentos


como ponte rolante, linga de correntes e olhais, conforme imagem abaixo:

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Figura 3 – Ponte rolante

Fonte: Própria (2018)

Geralmente as cargas transportadas pela empresa são acima de 1 tonelada, e por estar
em movimento apresentam alguns riscos, entre eles, esmagamento e pancadas.

Os principais riscos caso haja uma falha catastrófica na linga de correntes ou nos olhais, são
esmagamento, amputação, impacto de peças arremessadas e pode concorrer desde um
incidente apenas até o óbito, pois se trata de cargas com elevado peso.

Como o sistema é composto por correntes, caso um elo se rompa o risco de colapso da
carga é altíssimo e o olhal é na verdade um desses elos, além de que ao perder uma perna da
sustentação o peso será distribuído para as outras pernas que podem não suportar a carga
excessiva.

Figura 4 – Elo fraco

Fonte: linkedin (2019)

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5.1.3 Utilização correta e prevenção

Segundo a Norma regulamentadora NR 11 que trata de transporte, movimentação,


armazenagem e manuseio de materiais:

11.1.3 Os equipamentos utilizados na movimentação de materiais, tais como ascensores,


elevadores de carga, guindastes, monta-carga, pontes-rolantes, talhas, empilhadeiras,
guinchos, esteiras-rolantes, transportadores de diferentes tipos, serão calculados e
construídos de maneira que ofereçam as necessárias garantias de resistência e segurança e
conservados em perfeitas condições de trabalho.

11.1.3.1 Especial atenção será dada aos cabos de aço, cordas, correntes, roldanas e
ganchos que deverão ser inspecionados, permanentemente, substituindo-se as suas partes
defeituosas.

6 APRESENTAÇÕES DOS RESULTADOS

Através da metodologia aplicada neste trabalho e a coleta de dados in loco, foi possível
obter os resultados das análises realizadas no que tange a movimentação de cargas e elevação.

Foi observado que a empresa, que não tem o cuidado necessário com a esses
equipamentos, visto que as pessoas responsáveis pela manutenção não possuem a capacidade
técnica e formação para gerir estas questões.

Há itens que apresentam risco extremo de acidente de trabalho, visto que operadores
trabalham próximos carga suspenção, e pelo fato de haver relatos de incidentes anteriores com
evidências.

Deve ser levado em conta que os equipamentos que vão desde a ponte rolante até a carga
em elevação, é de extrema importância estarem dimensionadas, vistoriados e os operadores
treinados.

As imagens abaixo demonstram o risco eminente:

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Figura 5 – Elo soldado

Fonte: Própria (2018)

Linga de Correntes reparada com solda, não apresenta laudo de reparação, sendo que
provavelmente reparo feito por pessoa não qualificada, sendo desta forma a linga de correntes
não apresenta condições mínimas de assegurar a segurança dos colaboradores.

Figura 6 – Olhal torto

Fonte: Própria (2018)


Olhal danificado, torto devido ao mau uso, pelo fato de não ser aparafusado até o fim, o
que não gera o encosto necessário, gerando um esforço para o qual não foi dimensionado, o que
leva a quebra e risco eminente de acidentes.

Figura 6 – Olhal fabricado

Fonte: Própria (2018)


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Olhais fabricados internamente, usando peças torneadas ou olhais velhos e parafusos,
este tipo de olhal não apresenta garantia de segurança.

Também já houve incidentes anteriormente envolvendo olhais, de acordo com relatos


relatos de funcionários foi causado por mau uso e dimensionamento errado.

Abaixo olhais encontrados, providos de incidentes ocorridos anteriormente:

Figura 6 – Olhal fabricado

Fonte: Própria (2018)

Estudo de olhal fraturado em um incidente relatado anteriormente na empresa em


questão.

Fazendo um breve levantamento da causa de incidentes anteriores, foi estudado um olhal


fraturado fornecido pela empresa para tentar avaliar a causa da falha.

Abaixo a figura 7, mostra o olhal fraturado, observando a imagem pode-se concluir que
a falha foi devido ao mal uso, o que resultou em uma falha por fadiga, devido ao olha ter sofrido
deformação além do que foi projetado.

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Figura 7 – Olhal fraturado

Fonte: Própria (2018)

Fazendo uma análise no olhal quebrado, pode se identificar algumas evidencias e concluir que
houve fratura por mau uso, o que gerou uma fratura por fadiga, segundo

Marca de apoio, devido ao parafuso ter torcido e encostado na quina da placa que estava
sendo içada, demostrando que o olhal não estava corretamente aparafusado.

Marca de Fratura, isso devido ao parafuso ter cisalha depois de torcer e perder suas
propriedades mecânicas.

Marca de estiramento, isso devido ao olhal ter torcido antes de fraturar.

O conceito de fadiga em metais é descrito por Chiaverini (1986, p. 178) como “[...] um
fenômeno que ocorre quando um membro sob tensão de uma máquina ou estrutura começa a
falhar sob a ação de uma tensão muito menor que a equivalente à sua resistência [...]’’. A fratura
por fadiga apresenta características bem peculiares, observando-se duas regiões bastante
distintas. Uma região correspondente à propagação de trincas onde pode-se notar as marcas de
praia e a outra região tem um aspecto áspero, onde ocorre a fratura final. A Figura exemplifica
uma fratura ocasionada por fadiga.
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Figura 8 – Olhal fraturado

Fonte: REED-HILL (1982)

Outra questão, é segundo os catálogos do Fabricante de olhais Rud, só pode ser aplicado
olhais sob a norma DIN 580 em caso de esforço normal a Rosca, não podendo ser aplicado a
90° como foi usado pela empresa.

Para isso o fabricante recomente o uso de olhais com grau 8 de segurança, ou olhal
giratório, próprio para esta aplicação, respeitando suas capacidades de esforço, conforme
especificações.

Figura 9 – comparativo olhais e esforços

Fonte: RUD (2019)

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Figura 10 – Olhal LBG, para uso a 90°

Fonte: RUD (2019)

Sugestão de plano de ação:

Contratar um profissional qualificado, para gerir a e vistoriar os equipamentos e


promover treinamentos para qualificação dos colaboradores envolvidos.

Substituição de todos os olhais e lingas de correntes danificados por novos.

Instalar um quadro com a informação de configuração de olhais e correntes assim


como a carga que é suportado por cada tipo de olhal respeitando o ângulo da linga.

Figura 8 – Tabela de carga e amarrações

Fonte: Rud (2019)

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Montar um quadro para guardar os olhais quando não estiver em uso, para facilitar sua
identificação e sua inspeção.

Figura 9 – Quadro de olhais

Fonte: Própria (2018)

O setor de projetos deve prever o transporte de cada peça projetada, respeitando a


tabela de dimensionamento do fornecedor de olhais e lingas de correntes, que forem fornecer
a empresa, respeitando o tipo e seu dimensionamento.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a inspeção e vistoria realizado em uma empresa do ramo metalúrgico no


município de Joinville, pode-se constatar que a empresa falha na questão de segurança do
trabalho, pois apresenta várias situações inseguras que apresentam risco de eminente de
acidente, que pode desde resultar em danos materiais até ferir ou levar óbito seus
colaboradores expostos a esses riscos.

Pode-se também constatar que devido a empresa não gozar de uma situação financeira
estável, ela não prioriza os investimentos em segurança do trabalho, deixando esta parte para
segundo plano, o que é perigoso pois esta situação pode além do risco de vitimar
colaboradores, a empresa está passível de multa e até interdição em alguns casos.

Foi constatado também que a falta de material especifico para consulta na questão de
dimensionamento, manutenção e treinamento quanto as lingas de correntes e olhais, devido a
Norma NR11 que trata de transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais,
ser de certa forma vaga, e para um levantamento mais aprofundado necessita das normas
ABNT ou SAE que não são disponibilizadas de forma gratuita, o que deixa as empresas
privadas deste conhecimento, levando a confiar apenas no que os fabricantes destes
equipamentos passam, o que pode levar a uma desinformação o que pode gerar um ambiente
inseguro.

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REFERÊNCIAS

REVISTAMT. O nascimento dos guindastes. Disponível em:


http://www.revistamt.com.br/Materias/Exibir/o-nascimento-dos-guindastes/ Acesso em: 23 de
Maio de 2019
VERONEZI GUINDASTES. A história dos guindastes. Disponível em:
http://veroneziguindastes.com.br / Acesso em: 23 de Abril de 2019

GOVERNO FEDERAL. NR 11 - Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de


materiais. Disponível em: http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR11.pdf / Acesso
em: 25 de Maio de 2019
RUD. Pontos de içamento, movimentação e amarração de cargas. Disponível em:
https://www.rud.com.br/pdf/catalogo-pontos-icamento.pdf / Acesso em: 25 de Maio de 2019

REED-HILL, R. E. Princípios de Metalurgia Física. 2ed Rio de Janeiro: Guanabara Dois,


1982. P. 754.
CIBELE SANCHES. Você é elo mais fraco? Disponível em:
https://www.linkedin.com/pulse/voc%C3%AA-%C3%A9-elo-mais-fraco-cibele-sanches / Acesso em:
25 de Maio de 2019

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ANEXO A – Relatório de inspeção NR11 Scopum ferramentaria.

Relatório de Inspeção Técnica de Segurança

Empresa: Scopum ferramentaria


Objetivo

 O objetivo deste relatório de inspeção técnica é levantar as inconformidades para


buscar trabalha-las. Buscando diminuir e neutralizar áreas de riscos que foram
identificadas no setor de produção relacionadas a manuseio e transporte de cargas.

 Lembrando que cabe ao empregador eliminar condições inseguras no ambiente de


trabalho evitando através de medidas preventivas de segurança o risco de acidentes.

 Todo este relatório está amplamente baseado na NR11, na norma NBR15516 e na


DIN580.

Todo o relatório foi registrado com imagens para que fique mais fácil identificar os pontos
críticos da empresa e assim corrigi-los com medidas preventivas de segurança.

1: SERVIÇOS COM TRANSPORTE DE CARGAS SUSPENSAS: NR 11.

1.1 Olhais e lingas de correntes.

Foi identificado na fábrica, olhais com defeito, ou reparados sem laudo técnico do reparo,
também foi ser visto uma linga de correntes com o elo principal reparado, o que oferece
risco de quebra, o que pode vir a gerar um acidente grave.

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Segundo a NR11:

11.1.3 Os equipamentos utilizados na movimentação de materiais, tais como


ascensores, elevadores de carga, guindastes, monta-carga, pontes-rolantes, talhas,
empilhadeiras, guinchos, esteiras-rolantes, transportadores de diferentes tipos, serão
calculados e construídos de maneira que ofereçam as necessárias garantias de
resistência e segurança e conservados em perfeitas condições de trabalho.

11.1.3.1 Especial atenção será dada aos cabos de aço, cordas, correntes, roldanas e
ganchos que deverão ser inspecionados, permanentemente, substituindo-se as suas
partes defeituosas.

Solução proposta:
Linga com elo soldado: Quanto ao elo soldado na linga de correntes, existe no mercado o
elo de ligação central que pode ser substituído, conforme imagem abaixo, evitando
reparos com solda. Este deve ser superdimensionado quanto as correntes.

Olhais: Na questão dos olhais, deve-se substituir os olhais defeituosos ou reparados, por
novos, evitando assim o risco de quebra e acidentes.

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Também é observado a falta de treinamento sobre a utilização correta quanto ao uso de olhais
e lingas de transporte, sendo que o uso inadequado do equipamento pode oferecer riscos ao
funcionário e o material transportado.

Solução proposta:
Uma sugestão para melhoria, seria o treinamento dos operadores quanto a utilização dos
equipamentos e um quadro conforme abaixo indicando os limites para cada faixa de peso.

Por uma questão de organização e praticidade, uma proposta seria a implantação de um


quadro onde possa ser armazenado os olhais separados por tamanhos conforme imagem
abaixo:

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1.2 Indicação de capacidade máxima do equipamento

Nas imagens abaixo pode-se ver equipamentos sem a devida identificação de carga
máxima admissível, o que pode gerar uso inadequado e uma sobrecarga no equipamento.

Segundo a NR11:

11.1.3.2 Em todo o equipamento será indicado, em lugar visível, a carga máxima de


trabalho permitida.

Solução proposta:

Verificar todos os equipamentos de manuseio e transporte de cargas e de acordo com sua


capacidade informada pelo fabricante, identificar de forma visível a sua capacidade
máxima de carga.

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1.3 Transporte de cargas por veículos de fora motriz própria ou automotor.

Outro item observado, é de operadores não capacitados e não habilitados operando


equipamentos de transporte motorizados.

Segundo a NR11:

11.1.6 Os operadores de equipamentos de transporte motorizado deverão ser


habilitados e só poderão dirigir se durante o horário de trabalho portarem um
cartão de identificação, com o nome e fotografia, em lugar visível.

11.1.6.1 O cartão terá a validade de 1 (um) ano, salvo imprevisto, e, para a


revalidação, o empregado deverá passar por exame de saúde completo, por conta do
empregador.

Foi observado da mesma forma operadores não treinados utilizando equipamentos movido
por força motriz própria como a ponte rolante.

11.1.5 Nos equipamentos de transporte, com força motriz própria, o operador deverá
receber treinamento específico, dado pela empresa, que o habilitará nessa função.

Solução proposta:
Operadores não habilitados Empilhadeiras: Fornecer o treinamento de habilitação de
operador de empilhadeira, bem como após habilitado fornecer um crachá com foto e a
identificação do operador, com a menção visível indicando a habilitação para operar o
veículo. Exemplo de crachá:

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Operadores de ponte rolante e transporte de cargas: Fornecer treinamento de capacitação
de operadores de ponte rolante e transporte de cargas, afim de capacitar todos os envolvidos
no transporte e manuseio de cargas.

1.4 valores das autuações caso haja fiscalização

Caso a empresa seja auditada e multada pelo Fiscal do Ministério do Trabalho nos em razão
do descumprimento das Normas Regulamentadoras chegaremos ao seguinte valor para
mínimo e máximo conforme a NR28:

Infração Grau Tipo Mínimo Máximo

11.1.3 4 S 3877 4418

11.1.3.1 4 S 3877 4418

11.1.3.2 2 S 1936 2200

11.1.6 3 S 2899 3302

11.1.6.1 2 M 1167 1324

11.1.5 3 S 2899 3302

Valores em UFIR 16655 18964

1 UFIR = R$ 1,06

Valor máximo em reais R$ 17.722,59 R$ 20.179,59

28
Agravante:
CLT - Decreto Lei nº 5.452 de 01 de Maio de 1943
Art. 201 - As infrações ao disposto neste Capítulo relativas à medicina do trabalho serão
punidas com multa de 3 (três) a 30 (trinta) vezes o valor de referência previsto no artigo 2º,
parágrafo único, da Lei nº 6.205, de 29 de abril de 1975, e as concernentes à segurança do
trabalho com multa de 5 (cinco) a 50 (cinqüenta) vezes o mesmo valor. (Redação dada pela
Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
Parágrafo único - Em caso de reincidência, embaraço ou resistência à fiscalização, emprego
de artifício ou simulação com o objetivo de fraudar a lei, a multa será aplicada em seu valor
máximo. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)

CONCLUSÃO
Utilizando medidas simples e preventivas de segurança podemos a cada dia construir um
ambiente de trabalho mais seguro para todos nós e evitar problemas com as fiscalizações do
Ministério do Trabalho.

Segurança no trabalho é um dever de todos nós.

Att.
Danilo de Oliveira
Data 18/04/2018
Joinville, Santa Catarina.

29

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