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SABADELL, Ana Lucia - Controle Social PDF
SABADELL, Ana Lucia - Controle Social PDF
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2.2.! Delinição; 2.2.2 Burocracia e controle social. com os conceitos de “poder” e de “dominação política", que criam
determinada ordem social e integram os indivíduos nela. ¬-|':¬
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PODER, F.S'l`Af.lO E (.`ONTR(ll..F. SUCIAI, [33
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denota-se a existência de meios de controle tanto foimais corno infor-
lim t‹¬rcciro lugar, o controle social diferencia-se com relação aos seus mais. O controle formal é realizado, principalmente, pelas autoridades
;u~_t~ntt-s (fim-zz¡i;ta‹1or'e.r)_ O controle pode derivar dos órgãos estatais ou do Estado. Este pressupõe um processo de institucionalização, como é
da .tm '.í‹'‹Ind‹› em geral (pressão exercida pela opinião pública, pela famí- o caso do controle dos comportamentos desviantes, efetuado pelo sis-
lia, pelo ambiente de trabalho). Nas sociedades modernas, o controle so- tema jurídico. ¡_
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rial ri cxt-rritlo principalrncntc pelos aparelhos do poder estatal que O controle informal , ao cointrãrio, difuso, mutável e cspontãnco
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nlr|t~tivain influenciar o comportamento das pessoas orientando-as aos ~|
e reali;»:a-se através da dinâmica que se desenvolve no âmbito de peque-
pa‹lt‹"ics pi'cestal.ielecidos através de normas jurídicas (controle institu- it
nos grupos sociais. Os meios de controle informal são propnios dc
i'to|ial|'.«';itlo). sociedades pequenas e lioniogencas (aldeias. tríl.ios), ondc não lui neces-
l lina ultima tlistinção rclcrc--se ao rifiiIn`r‹› de rrtifrtçriri. O controle so- sidade de criar instituições específicas para o controle de seus membros.
‹ tal |uuIt- operar ‹'1':`r'r:trini‹.-oiii? sobre os indivíduos ou in.a'i'retrmierzre sobre Porém, 0 controle informal também se manifesta nas sociedades moder- it.
ar. i list it nições sociais. O professor exerce um controle social direto sobre
us alunos, sendo que os órgãos do Ministério de Educação podem influir
nas. Neste contexto, este é exercido através da família, amigos, colegas
de trabalho, entre fiéis da mesma religiãoietc., que reprovam determi-
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indi u-.tainente sobre estes, alterando a estrutura ou o programa de ensino nados comportamentos e fazem recomendações. i 2 Iv
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2. l'()lÍ)ER E BUROCRAACIA dentro de um restaurante, que, porém, é menos intenso em relação ao po-
der de um policial, fardado e armado, que representa diretamente o poder
.luiito ao direito situam-se outros dois meios de controle social: o do Estado com a sua força (autoridade, possibilidade de aplicar sanções
poder c a burocracia. Direito, burocracia e poder relacionam-se entre si penais, conliecimento de técnicas de imposição de sua vontade). i
‹~ t-slão envolvidos na coniiini tarefa de controlar a sociedade. O poder Outro exemplo: o priineiro governo Fernando Henrique Cardoso
ti o siijt-ito-agctiite do controle. A burocracia c. o sistemajurídico são os criou urna moeda forte e combateu a inflação. Isto estabilizou a econo-
printripais meios utilizados pelo poder para exercer o ct ntrole nas so- mia e aumentou, em tim primeiro momento, o poder aquisitivo de varias
tii-‹l;ii*1t~s tiitiiliutizis. ciiiiiatlas da popiilação. (¬omo coiiscqii(`:iit.¬i:i, o governo tornou-se “po-
pnlai"`, gtiziiiiilti da aceitação da |io|iulação c coiiscgiiiiitlii :i iniposiçiio
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de suas decisoes com poucas resistênciiis.
b) A relação de poder indica 'que existe uma chance de obediência,
ti) |iodcr esta intiniaineiite relacionado com o controle social. Exer- já que o inferior pode opor resistência e, se esta for eficaz, oq superior
tft-.r este controle significa deter um poder sobre as demais pessoas. Pode não alcançará suas finalidades. Por isto, o exercício jdo poder não pode
tratar-se de um poder muito “fraco” e limitado em um determinado ser mais do que uma probabilidade de imposição de mandamentos. As
espaço ou situação. Exeinplos: poder do árbitro sobre os jogadores de opiniões e os interesses dentro de uma sociedade sãosempre conflitivos
Intt-.liol; poder do zelador sobre os funcionários de um prédio. Aqui e criam a tendência à desobediência, mesmo que se trate de um pod|er
inti-icssa principalmente a forma mais concentrada do poder nas socie- extremamente forte, eficiente e legítimo. Assim sendo, quem exerce o
tlâulvs modernas, desenvolvidas ein paralelo ag consolidação do sistema poder muitas vezes necessita fazer concessões e mudar seus planos
diante da resistência de indivíduos ou grupos. `
t~apitalista. Estamos falando do poder do Estado, que é o principal I I .F i
:uu-iitt: de controle social. Exemplo: apos uma greve de funcionarios publicos, ci governo
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consagrados através do tempo e impõem o dever de obediência aos em determinadas situações e com limites muito estreitos. Assim, por 1 l
exemplo, o novo Código Civil regula o “poder faiiiiliar", ao qual estão
chefes da comunidade (família, clã, feudo);
sujeitos os filhos menores (art. l.63O e ss.). A lei concede aos pai a I
- o poder mri'.rmán`co, fundamentado nas virtudes pessoais e quase possibilidade de dirigir a educação dos filhos e administrar os seus beiis,
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soli|'ciuitiirais dc um indivíduo nilmirttdo por todos (rci¬giicrrciro, chefe podendo exigir dosuncsmos olicdiüncin, respeito c. os serviços proprios
ineontestado de uni partido político); - de sua idade e condição. Se os pais. superarcm os- limites do exercício
de tal poder (exemplo: “castigar imoderadamente 0 filho" -› art. 1.638
' * '\Vi._bfli. l99l, pp. Í39 ff
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sobre a sopiologla d._i_ dominaçao , ver extensi¡›
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do Cégligo Civil), poderão perder esta prerrogativa, estando sujeitos a
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potit*.r)` tftic. indica todas as lo*ri"iitls de ptiuëi, e fíei'i'scFiÊiÍÊ itibiii'i.i'i.Êi§`i'Í-iiíi: iiiiibi-`
. I Ê :I os iliiõ detêm um poder proprio, mas que o Estado lhes concédë 'diii
ridadc) que indica o poder legítimo, aceito pela maioria dos ihdii/itií.it›`š.
poder limitado, podendo revoga-lo e aplicar sanções em caso de abuso.
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l lina visão iiiovadora sobre as formas de poder encontra-se na obra As analises de autores como Weber, l\~”lcrton, Chinoy c Blau, que
do lilósofo francês Michel Foucault (1926-1984). O autor analisou o examinaratn os aspectos da burocracia, permitem formular uma série de
¡›o‹l‹›r ‹ii'.rct'plinar, que é exercido de forma difusa e fragmentada nas princípios, que caracterizam O seu funcionamento (Soriano, 1997, pp.
escolas, nas famílias, nas fábricas, nas prisões, nos hospitais. Foucault 327-328): ~ Q .
t-onsidera que a sociedade constitui-se num conglomerado de poderes a) Princípio da generalidade e da imparcialidaiie. Há regras c pro-
tli|`t~rt~ntt~s, que visam tnoldar o comportamento 'littmano através de ccditncntos preestabelecidos, que vinculam a todos. A aplicação destas
in"|t~rvençoes pontuais - tuas tiiuito efetivas - na vida das pessoas. regras independe da vontade das pessoas que as executam e dos desti-
'fodas estas formas de poder convergem a um mesmo ponto: educar natários.
o indivíduo a comportar--se de acordo com modelos sociais. Exemplo: Exemplo: um funcionario que falta ao traballio, sem justificativa
na escola c na empresa, o indivíduo não só aprende que o trabalho é uma legal, é submetido a um desconto salarial, mesmo se solicitar ao depar-
obrigação que enaltece o homem, mas também aprende a trabalfiar de tamento de “recursos humanos” que o perdoe pela sua falta. A empre-
nina determinada forma: executando tarefas diferenciadas, colaborando gada doméstica que falta um dia, porque se sentia muito cansada, ao
com os colegas, cumprindo os horários de trabalho etc. conversar com a patroa e explicar o seu caso, pode obter uma resposta
Trata-se de intervenções produtivas, que o autor denominou de diferente, já que a decisão depende da boa vontade da patroa e não de
“tecnologias do poder”. Ou seja, através do poder disciplinar o indivíduo um sistema de regras rígidas.
aprende a agir de determinadas formas e adquire determinados hábitos. b) Princípio da racionalidade. Manifesta-se na adequação da orga-
Foucault afirma que nosso comportamento é muito mais influenciado nização aos fins que persegue. '
pelos poderes disciplinares do que pelo poder legal exercido pelo Estado, c) Princípio da eficiência. Consiste na obtenção dos melhores resul-
atraves de proibições c sanções (Foucault, 1977, 1990 e 2001). tados através da aplicação de técnicas mais idõneas, por pesso'as com
preparo profissional.
2.2 Burocracia d) Princípio da impersonalidade. As pessoas concretas “não con-
tam”; o que vale são os cargos por elas ocupados. Os cargos sobrevivem
2.2. l Drzƒinição as pessoas e não podem ser cedidos pelos seus titulares.
Em base a tais princípios podemos dar uma definição: A biirocracia é
O termo btirocracia significa “poder de escritório". Bureau: escri-
a organização racional, formalizado e certrralizada de uma série de re-
tório (em francês) e krarein: deter um poder, dominar (em grego). O
cursos humanos e materiais, para obter a máxima eficácia, por meio de
"“ “O específico da atualidade é que a todas as demais associações ou pessoas
regras e procedimentos gerais de aplicação uriifai-rne. O fim principal da
individuais somente se atribui o direito de exercer coaçao na niedida em que burocracia é a eficiência. A racionalidade é intrínseca à burocracia e re-
o l*~`.s1:nlo o permita” (Weber, 1999, pp. 525-526). sulta da adequação da organização à consecução dos fins estabelecidos.
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A burocracia “conl1CCe. os cidadãos”. As autoridades do Estado SUMÁRIO: l. Características do controle social atraves do direito: l.l
.sztlictti se determinada pessoa é casada ou solteira, onde mora, onde Ameaça de coerção: l.l.l Diferenças com as sanções sociais; I.l.2
trabalha, quanto ganha, qual éç o seu nível de estudo, se possui patrimõ- Formas e graus de coerção no sistema jurídico - 1.2 Tipos de
uio, se tem antecedentes criminais, se viajou para o exterior etc. Como
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sanções jurídicas - 2. A ótica fdncionalista do citntrole social através 1
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todos somos obrigados a fornecer ao Estado dados importantes de nossa do direito - 3. Abordagem crítica do controle sodiai através do direito:
vida r-. :ttividadv (ccrti~d:'ío de nascimento, carteira de identidade, carteira TI Funções declaradas e fnttções Iatetttes; 3.2 í\legaçñt› da ideologia
de traliallto, pertnissflo para iniciar atividade econômica, declaração de litncionalista cont relação ao controle sociali 3.2.l ilegitimidade do
renda), a burocracia pode planejar várias intervenções na vida daspes- poder punitivo; 3.2.2 Inexistência da distinção entre Bem e Mal (“nor~
malidade do crime"); 3.2.3 Inexistência da citlpabilidade pessoal
soas e influenciar o seu comportamento.
(pluralismo cultural); 3.2.4 Impossibilidade de ressocialização; 3.2.5
/\ssim sendo, a orgartização'burocrática oferece a base para que o Desigualdade na aplicação. l.
direito possa desempenhar um papel de controle social sobre o compor- |l
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tamento das pessoas. As sociedades modernas são tão complexas que lt
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o direito não poderia ser aplicado sem a existência de uma rede de
informações administrada pelo Estado. Pensem nas possibilidades de O direito é a forma específica de controle social nas sociedades
r-.outrole dc uma polícia, que possui um sistema de cadastramento ele- complexas. Trata-se de um Controlefm-mal, determinado por normas de
tr‹“`utico das iinpressões digitais da população. Esta pode facilmente conduta, que apresentam três características. Estas normas säo:
conferir as intpressões digitais deixadas por assaltantes no local do a) explícitas, indicando à população de forma exata e clara aqpilo iv
Critnc. Em outras palavras, a organização burocrática torna-se uma t.
tindo um controle social massivo da população. b) protegidas pelo uso de sanções; . tlI
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vt ts Cttracterizatn-se pela formalização da ameaça de coerçao, através do dívida, este nao poderá posteriormente pleitear a delvoluçao da quantia
vstzthelecitnento de sanções concretas, de procedimentos e instituições paga (art. 814 do novo Código Civil). `
que são competentes para a sua aplicação. - Normas de caráter promocionai. São normas que prevêem um
incentivo no caso de seu cumprimento, mas não existe aiobrigação de
Í. I. I l)t_`f‹'r'‹*ttç'rt.r font ns' .rrmçõrfs .r0r?t`m`.r obedece-las c, muito menos a possibilidade de coerção. Exemplo: urna
lei pode prever que empresas que contratam empregados corn deficiên-
t_)ttt~nt ignora o anivc.rsr'irio de um irmão, pode sofrer sanções de cias físicas ctn porcentagem superior a 5% dos futtcioníirios, usulruam
t àttàitvt stt‹'i;tl. l*ot'‹.itn. estas dependem de uma decisão da pessoa “ofen- tlc.scotttos no_ imposto de renda. ç
tIt‹|:t", tttt seja. não são pt'ccst:tltclecidas. O irmão pode ficar magoado -vw
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Normas que estabelecem uma obrigação sem impor uma sançao. 1.2 Tipos de sanções jurídicas '
I-1xtf.tttplos: o aboito na Alemanha que, segundo a jurisprudência do
'I`tiltttnal Constitucional Federal, não é permitido pelo direito, mas, se
ptttticftttlo em determinadas condições, não é punido penalmente (Arzt
t~ Wi-her, 1999, pp. I 16-I 17). As dívidas de jogo que são consideradas
O elemento principal de exercício do controle social através do
direito é a sanção. A sanção jurídica define-se como uma conseqüência,
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As sançoes negativas (ou repressivas) impoem uma conseqüência b) Proporct`onalr`dade. A gravidade da sanção deve corresponder ã
gravidade da infração. O problema da proporcionalidade das sanções .l_t
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«It-tslztvoravel (pena). no caso de descumprimento de tuna norma. Consis- ' \
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tt-tn ua privação ou restrição de um direito do ittfrator (liberdade de esta na fixação de um qttnntttm dc sanção: quão inteÍnsa deve ser a sanção
Iovtttttttçiitt, Iiltetdatle de profissão, sanção pccut1itit'ia). para cada violação do direito? Deve tratar-se de pena privativa de
lil¬ti¬trI:'trle'? Qual a sua dttraçíio'? suficiente uma tnttIta'? Qual qttatttia
-\'t t-;:tttt¿t`íit*s ttt'_s',:ttiv:ts tlivitlctn-se em duas ratc_gorias: pt'‹›t'rvttt`t'n.r _u. -4-_
‹-tu geral, as sanções preventivas. Várias medidas de fiscalização po- e muda em função dos valores sociais e da política de um determinado II
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tlr-ttt, porém, ser consideradas como preventivas, em vista do efeito período e país (exemplo: nas últimas décadas de I-se um aumentodas ,t
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pr:'ttieo das mesmas (medo, incômodo). Exemplo: a blitz da polícia penas dos delitos ambientais e econômicos e forffln descriminalizãdos II I I
qtte submete os motoristas ou os pedestres a controles de identidade,
revistas etc. 'I J
alguns delitos contra os costumes). O problema diwmplica-se devido it
dificuldade de comparar Comportatnentos desviantes com sanções de | .I
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privação de liberdade ou pecuniárias (exemplo: quantos meses de prisão
As sanções reparatorias aplicam-se contra o autor de um dano,
|ttov‹te:t‹l‹› pela violação de normas jurídicas. (`)bjetivam restaurar, na
I ou quanto dinheiro .é proporcional a uma difamação?). I
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tttt-dida do possível, a situação anterior ou, pelo tnenos, restabelecer a
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c) ltn¡mt'r_'inIt`dade. Para garantir a imparcialidade, as vítimas não
ottlem lesada e a confiança dos indivíduos no sistema jurídico. As ._
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podem decidir acerca da aplicação de sanções penais. Os sistemas
sztttções reparatõrias decorrem do princípio-de que uma pessoa pode ser modernos não admitem a vingança privada (fazer justiça pelas proprias 3*-Zi-
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mãos). A competência sancionatória pertence aos órgãos do Estado e ~,~
:tto eontrãrio ao direito. As sanções reparatórias podem =er divididas em 4t pirincipalmente aos tribunais. Muitas normas do Código de Processo
t tt(~s categorias:
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recusar o juiz).
I Iixemploz pagar uma dívida através da execução de uma sentença tran-
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dente automobilístico. t
I Osjuristas-sociólogos de formação funcionalista consideram que o Il
I - imposição de uma obrigação que objetiva castigar e ressocializar I
sistema jurídico realiza o controle social 'em base às seguintes caracte-
o desviante e tnostrar a comunidade a eficácia do sistema de Controle .Í_ç¬
l social. Este ti o caso das penas pecuniárias que heneficiam o Estado e '
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ti rísticas (cfr. Soriano, I997, pp. 339 e ss.). '
I a) Certeza. O direito possui um ,alto grau de certeza na fixação dos
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poder, regimes sancionatõrios e instituições que velatn pelo seu res- .jt I
I ~.ttttt,o‹~=t pt-ttttis previstas ein lei anterior ao fato delitivo. Ao mesmo _ L
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pnnt ii todos os que se incluem em situações-tipo (quem rouba será rêncin são sensivelmente rcdu?.'.i'das, permitindo que os agentes econíi-
punido independentemente de sua condição social, profissão, sexo etc.). micos mais fortes imponham sua vontade, sem limitações jurídicas.
.-\ _i{c|.tct'ztlitl;ulc do direito c' típica do Estado liberal. l`f..sta tiltinia tendência e, porem, secundziria se a compararmos com
tl) Gzmrtntitt do bem tftmztmz. O direito constitui um sistema de o processo de expansão do direito. Exemplos: a legislação sobre zt
controle social que exprime os valores de uma sociedade. (A sua fina- informática (proteção de dados pessoais e da propriedade intelectual);
lidade é garantir tais valores, aplicando sanções contra aqueles que a legislação de proteção dos direitos e interesses difusos.
lesionam os direitos dos indivíduos ou os bens coletivos. r
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e) Expansão. As esferas do comportamento humano que não são f
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derno funciona como instrumento de controle social em base a regras
lreguladas pelo direito são cada vez mais restritasl. Trata-se do referido u uniformes, constituindo um sistema que objetiva submeter todos os
fenômeno da jt.tr'idt`_fir_f‹tçãr› ou _jurr'dz`cízc2ção. Hoje é difícil imaginar membros da sociedade fãs mesmas regras. A tendência de uniformidade
urna atividade humana não regulada pelo direito. Nascimento, casamen- não se detecta somente no âmbito de um Estado, mas também em nível
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to, estudo, traballio. morte e tantas outras situações são reguladas por X..
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mundial. Trata-se do fenômeno de aculturação jurídica (Lição 4, 3.4.2).
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normas jurídicas. Falar em público é um direito garantido pela Consti- .: '
Apos a Segunda Guerra Mundial, a forma mais comum de acultnração
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tem sido a transferência dos ordenamentos jurídicos dos países mais
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fósforos é um ato jurídico (contrato), baseado em acordo recíproco e Í'._ ru
'_: desenvolvidos para os países em desenvolvimento.
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vendedor e/ou do produtor por um acidente causado por defeitos de do direito nos planos espacial, objetivo e subjetivo. Soriano (1997, pp.
fabricação e a obrigação do cliente de pagar o preço acordado. ›
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341-342) considera que deve ser acrescido a esta lista o plano temporal.
Esta onipresença do direito não é percebida facilmente na vida l
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nacionais. Finalmente, várias organizações trabalham hoje com o intui-
ha sempre a possibilidade de recorrer às instituições jurídicas em caso _?
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to de uniformizar os direitos nacionais, sobretudo com relação ao direito
de conflito. Por estas razões, a onipresença do direito nas nossas socie- J ,ze
civil, comercial e trabalhista. 9
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Assim mesmo, a expansão do direito não segue uma linha contínua ü._. .__,._
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h princípios similarese as diferenças situam-se na legislação e na juris-
51,5
de apropriação da realidade social. O direito também deixa de regular 1 _
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prudência. Constata-se também a tendência de criar institutos jurídi-
algtins campos que antes estavam submetidos ao seu controle.. Exem- . -. ¬_-.,
cos uniformizados. Este é o caso dos “contratos de massa” ou “con-
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uma particularidade: os países em desenvolvimento adotam rapidamen- _ .. e funções latentes (ou reais) de uma instituição sociaç. Esta distinção foi
feita por Merten, que desenvolveu uma visão dttalidfa das funções que
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mento, tal como aconteceu no direito europeu (ver Lição l). Esta trans-
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países garantir os mesmos direitos humanos, que são uma invenção da ..‹ que tais efeitos sejam desejados e admitidos por aqueles que participam
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cultura ocidental (universalismo)'? Ou cada país possui o direito de do sistema. ¡ J
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A população é consciente desta finalidade e deseja que o hospital possa 'il I I
t-onvidaram juristas da Europa Ocidental e, em poucos anos, foram cumpri-la. Se o funcionamento do hospital repercutit na melhoria da l t
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visitados sistemas jurídicos completos, conforme as necessidades de um saúde pública, diremos que cumpriu a sua função manifesta. t ti
.~.isn~|na capitalista baseado na livre concorrência. Muitas vezes as instituições sociais cumprem funções diferentes
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daquelas declaradas. Trata-se dasfwições latentes, que ihfluem sobre o lt
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1. Atsoanxcam catrtcâ Do coN'rRoLE social. ATRA-
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sistema social, sem corresponder à vontade das pessoas que, muitas j
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vns no DIREITO _'
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vezes, nem sequer as percebem. .I
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Exemplo: a criação deste hospital com a manifesta função de me-
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couraote social. E. otserro, |53 '-¬-" 'Ér`. -
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pt-rmitimlo que os políticos da cidade promovam sua imagem, ganhan- no inconsciente coletivo e não constitui uma legítima reaçao contra o
‹Io não só o agradecimento, mas também os votos da população. Em
“' t desvio individual, tal como sustentam os funciorialistas.
outras palavras, a criação do hospital pode ser um meio para alcançar
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. Vários estudos sociológicos indicjam que 0 'cdntrole social é ca-
‹Iivvrsas finalidades econômicas e políticas? rente de legitimidade porque está a serviço dos grupos de poder que,
Hs sociólogos do conflito sustentam que esta distinção vale no caso
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através da criação e da aplicação das normas de controle, asseguram
‹Io controle social efetuado através do sistema penal. Este sistema não seus interesses: a repressão do furto protege a propriedade dos ricos,
‹-umprc as suas funções manifestas, ou seja, não corresponde às finali- a legislação sobre os crimes políticos objetiva a proteção 'do regime
pt¬›lÍlÍt'n CIC. _ .
zl.ul‹-s otiú-inis c tlt-scjâulas. Ao mesmo tempo, tlcscnvolvc outros cfcitos I
‹.oIm~ a socictlatlc. I-im outras palavras, a sua função oficial ti. tlilerentc Estes grupos apresentam a proteção ,dc seus interesses particulares
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«la l`nncíío que cunipre na realidade. Assim sendo, os funcionalistas como uma reação legítima de “toda a sociedade” contra o “mal", encar-
‹-omctcm um grave erro científico, porque crêem no discurso oficial do ., ¡-
nado na figura do criminoso. Em outras palavras, os referidos grupos
sistema penal, pensando que as suas funções declaradas (proteger os r..
possuem o poder de definição dos comportamentos desviantes e con-
lions jurídicos de todos, respeitar os princípios da certeza, da generali- seguem, também, controlar a aplicação das normais jurídicas. Assim
tlatle etc.) são aquelas realmente desenvolvidas na prática. -
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sendo, o direito penal protege os interessesdos mais fortes, que são
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dos juristas, como um dano e o desviante é visto como um elemento
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reprimindo comportamentos desviantes e reafirmando os valores so- vç
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negativo, que lesa a ordem, a tranqüilidade e a justiça social. Uma I jjl
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ciais exprimidqs pelo direito. Esta opinião é criticada por vários autores. ¬}
posição contrária é adotada pelos sociólogos-« do co'nf`lito que indicam
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Apresentamos aqui a visão da corrente psicanalítica e dos sociólogos
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ligados ao movimento da criminologia crítica.
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que o desvio é um fenômeno normal em qualquer sociedade.
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Segundo uma visão baseada na psicanálise freudiana, o controle J
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Como já destacava Durkheim, o crime permite à sociedade definir
social exprime mecanismos irracionais de expiação do crime. A socie- melhor a sua ordem moral (a “consciência coleti,va”) e, ao mesmo
tl:u Iv, tem a necessidade de punir uma pessoa para “limpar-se” da sua má- .^._ ' :J
1 tempo, fortalecê-la através da reação à violação da lei. Esta reação
‹~‹ msri‹^¬ncia e para exorcizar os instintos de destruição. Assim sendo, os n
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fortalece a solidariedade social e confirma os valores coletivos. Desta
n~p|z~.›;‹-utatttvs tlcsta corrente entendem que a repressão está enraizada i
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W' Para uma apresentação da criminologia crítica cfr. Baratta, l997; Swaaningen,
"* .f\|muIm_o na n›l1*.‹'tvn‹_-‹"`u~s ‹Io Professor Gessé Marques Junior. l997. -
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couraore social.. E Dtaarro 155
|'-1.1 MANUAI.. DE SOCIOLOGIA SOCIOLOGA
regras. Em outras palavras, a transgressão de nlorfnas é considerada
lorma, o crime revela-se como um fenômeno social normal em três como expressão de uma atitude individual que é 'reprovável porque
_-a~ntidos: em prlimeiro lugar, o crime encontra-se em todas as socie- contraria norrnas e valores sociais. O legislador protíege estes valores e
rlâules humanas; em segundo lugar, o crime ajuda a sociedade a afirmar aplica sanções negativas contra indivíduos que não osrespeitam, por
sua própria identidade em torno a determinados valores; em terceiro motivos que a sociedade desaprova (satisfação de instintos e paixões,
ln¡=_:tr, lui crimes que apresentam um carater progressista, ajudando a abuso de poder, lesão de direitos).
‹.ocic‹l:ule a mudar regras e crenças superadas. Neste último caso, o Os críticos do controle social sustentam que o princípio da culpa-
«time antecipa a consciência coletiva do futuro (Durkheim, 1999-a, bilidade pessoal não corresponde ã realidade social. Na sociedade não
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existe unanimidade sobre conceitos eo-no -“o licm c o Mal". Para estes
t) desvio pode, por exemplo, ser uma antecipaçao de mudanças autores, também não é possível considerar que uma conduta possa ser
sociztis, tentando introduzir uma “inovação” ou constituindo uma “re- imputada a um indivíduo, que decide violar os valores morais de toda
Ia-.l¡ao" (ver Lição 4, 2.3). Pense-se no caso da ciência racionalista e da a sociedade. A
Iilosoíia iluminista que a Igreja perseguiu, na Idade Moderna, como A concepção do que é justo ou correto pode-¿ diferir não só de
zueia ou herética. O mesmo aconteceu com a Revolução Francesa de pessoa para pessoa, mas também em função do grupo social onde está
1789, cujas idéias e ações constituíam, na ótica juríiica do Antigo inserido o indivíduo. Assim, um menino de rua, um morador da favela,
ltcgimc, crimes de lesa majestade, passíveis de pena de morte. um jovem desempregado de uma grande cidade, um trabalhador rural,
Assim sendo, o criminoso desenvolve um papel útil para a socie- uma dona de casa, um político e um grande empresário podem ter
dzulc, seja quando contribui para o progresso social, criando impulsos idéias completamente diferentes sobre o que é justiça. Ademais, estas
para a mudança de algumas regras sociais, seja quando os seus atos idéias podem não estar em consonância com as regras estabelecidas
oIi~n~cctn a ocasião de afirmar a validade destas regras, mobilizando a pelo ordenamento jurídico. , A
r-àocicrlatlet em torno a valores coletivos. . Isto se deve ao fato de existirem, numa mesma sociedade, culturas
Nesta ótica, o controle jurídico e social de alguns comportamentos e sistemas de valores diversos (pluralismocultural). No que tange ao
dcsviztntes não exprime o combate do Bem contra o Mal. Assim sendo, direito, cabe observar que a proibição de determinadas condutas ape-
nr-m o criminoso ó um elemento anormal, nem o crime destrói a so- nas exprime os valores e os interesses das classes dominantes. Para
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do ato, por motivos de “honra” ou de “coragem”, enquanto o direito,
o reprova. » 3.2.4 Impossibilidade de ressocialização
Sem tornar posição sobre o que é justo, o estudio: o deve registrar
esta situação conflitiva, gerada pelo pluralismo cultural, e rejeitar o As sanções mais graves são em grande parte justificadas por serem
princípio da ettlpabilidade pessoal como justificação da reação do Es- medidas de ressocialização dos desviantes. Todos sabern que ninguém
tado. As pessoas provenientes de subculturas são, rnuitas vezes, punidas pode ser “recuperado” nas prisõps, onde se convive com a violêttcia
porque fazem o exigido pela respectiva comunidade. mais exasperada, em uma situação de miséria, corrupção e desrespeito
ã dignidade humana. Urna série de estudos sobre os índices de reinci-
Alem disso, o direito encontra-se treqíientetnettte etn “defasa_gem" dência dctnonstra que a prisão só estimula as assim dcnotninadas “ear-
com os valores dominantes na sociedade: algumas vezes antecipa de- reiras criminais”.
terminados valores na tentativa de modemizar a sociedade e, outras
vezes, exprime valores socialmente superados. As condenações penais confirmam a validade das leis e ameaçam
os possíveis infratores. O criminoso é apresentado como exemplo ne-
Uma antecipação encontra-se na criação dos crimes contra o meio gativo (encarnação do Mal), ele é justamente o coritrário do homem
ambiente, sendo que a maioria das pessoas não coqsidera o autor de uma honesto e bom. Esta imagem é insistentemente apresentada pelos meios
t|tp,t*esst'í‹t contra tt ntcio ntubiente como tttn crinunoso, mesmo que as de eottuttticaçllo, através de reportagens sobre casos trritninnis “espeta-
penas previstas para tais delitos sejam mais altas do que as previstas culares", transmissões televisivas onde se acontpanha a atuação de
para alguns crimes clássicos. policiais, e outras que se ocupam de apresentar ao vivo julgamentos ou
lixemplo da legislação brasileira: quem causa grave poluição que reproduzi-los em forma de minisséries. O crime constitui um importan-
pode criar perigo a saúde humana e dificulta ou impede o uso público te “objeto” de consumo, e por ltal tnotivo, passou a ser explorado de
de praias é punido com reclusão de até cinco anos e multa até 50 milhões forma exacerbada (Barata, 2000). Neste processo, o futuro do critnino-
de reais (art. 54 da Lei 9.605, de 12.02.1998, e art. 41 do Decreto 3.179, so não possui nenhuma importância, sendo que a ressocialização não
de 21.09.1999). Quem pratica estelionato é punido com reclusão de até passa de mera ilusão.
cinco anos e quem pratica furto comum, com reclusão de até quatro anos
(arts. 171 e 155 do Código Penal). ' 3.2.5 Desigualdade na aplicação
Assim sendo, o legislador considera que crimes ambientais lesionam
a comunidade de forma mais grave do que furtos ou fraudes. Apesar A maior parte das normas legais de controle social é formulada de
desta situação, a maioria das pessoas considera o poluidor como uma modo impessoal: protegem todas as pessoas e punem qualquer pessoa
“pessoa deseuidada“ e não como um criminoso. O “estelionatário" e o que apresenta um comportamento contrário à leiƒ* As norrnasde contro-
“ladrão” são, ao contrário, socialmente estigmatizados como “crimino- le são “iguais", ou, como dizem os autores funcionalistas, apresentam
sos”. Ninguém negaria emprego a um capitão de navio que, por omis- a característica da generalidade. As pesquisas sociológicas indicam,
são, provocou um vazamento de petróleo que destruiu uma praia; ao porém, uma forte seletividadeçna aplicação de tais normas. Estudos
‹~ontrãrio, oferecer emprego a um “ex-ladrão” é considerado como uma sobre o comportamento da polícia, do Ministério Público e dos juízes
atitude, no tníttinto, arriscaria. ~ demonstram que eles muito freqüentemente atuam segundo preconcei-
ílcontrãrio observa-se no caso do controle social através de normas tos e estereótipos sobre a criminalidade e o criminoso, apresentando
lcgttis, que exprimem idéias superadas. Exemplos no direito brasileiro: t
“posse sexual mediante fraude”, punida quando se trata de “mulher W Existem poucas exceções. O estupro pode ser cometido, no Brasil, somente
ltottt~s|:t" (art. 215 do Código Penal); punição do adultério (art. 240 do contra mulheres (art. 213 do Código Penal). Hátambém delitos que podem
t 't"ttIi;t_‹t l'ti-..ttal,). Aqui o direito penal continua arraigado em valores que ser perpetrados somente por determinadas categorias de pessoas. Exemplo:
tttttt `t~‹tt't-espotttlcttt ao comportamento social atual. j autor do delito de peculato pode ser somente um funcionário público (art. 312
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do Código Penal).
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