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VISÃO DA UNDB

Ser uma instituição nacionalmente reconhecida pela sua excelência em todas as suas áreas de atuação.

MISSÃO DA UNDB

Promover o conhecimento alicerçado em princípios éticos, científicos e tecnológicos, através de metodologias de


vanguarda, visando à formação e ao aperfeiçoamento humano de profissionais comprometidos com o processo
de desenvolvimento e mudança nos seus campos de atuação.

1. INFORMAÇÕES SOBRE A DISCIPLINA

Disciplina: História do Direito Carga Horária: 40h/a


Professor: JORGE ALBERTO MENDES SEREJO Turno: Vesp./Not.
Curso: Direito Período/Semestre: 2º/2019.2
Pré-Requisito: Não há Horário: 2AV (1º e 2º ter.), 2CV (3º e 4º ter.), 2AN (3º e 4º qua.)

2. TEMA O status jurídico do ser humano escravizado no Brasil colonial

A Constituição da República Federativa do Brasil e as declarações de direitos humanos estabelecem


como diretriz máxima a observância da dignidade da pessoa humana, atributo fundamental do ser humano e núcleo
axiológico dos direitos fundamentais, cuja noção que deita suas raízes históricas desde o pensamento clássico,
tendo como marcos no ocidente a tradição judaico-cristã, o iluminismo e os desdobramentos imediatamente
posteriores à 2ª Guerra Mundial.
Nada obstante a tradição constitucional ocidental espelhar esta matriz principiológica, há que se
considerar, todavia, que a realidade concreta que subjaz as condições que a população negra hoje é submetida,
sobretudo nas Américas e no Caribe, caminha ainda hoje no sentido contrário. A memória da maior migração
transoceânica da história da humanidade, que, forçadamente transportou cerca de 10 milhões de seres humanos
do continente africano (cerca de 4 milhões apenas para o Brasil), carrega consigo o peso da escravidão colonial
responsável pelas sociabilidades excludentes e perversas do nosso cotidiano.
No contexto da colonização, como diz Achille Mbembe, figura-se a natureza humana do escravo como
uma sombra personificada, pois a condição de escravizado resulta de uma tripla perda: perda de um “lar”, perda
de direitos sobre seu corpo e perda de status político. Essa perda tripla equivale a dominação absoluta, alienação
ao nascer e morte social (expulsão da humanidade de modo geral). Qualquer discussão sobre a dignidade do ser
humano hoje precisa tratar do terror decorrentes escravidão colonial.
A expressão desse status encontrou justificativa no discurso moderno da inferioridade natural e depois
nas pseudocientíficas teorias raciais e eugênicas, que, particularmente no Brasil, operaram entendimentos sobre a
figura do escravo, com reflexos jurídicos. Nesse sentido, há toda uma construção jurídica e doutrinária sobre a

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natureza do ser humano escravizado naquele contexto histórico, conforme critérios de classificação à luz do direito
vigente, se deveria ser o regime jurídico das coisas ou das pessoas, em um contexto em que a dignidade significava
um status pessoal do qual negros e negras escravizados eram destituídos.
Assim, o tema que propõe ao presente paper consiste em investigar a natureza jurídica do ser humano
escravizado no Brasil colonial e seus reflexos nas sociabilidades contemporâneas.

3. OBJETIVOS

Analisar a natureza jurídica do escravo no Brasil colonial


Investigar as teorias que sustentavam esta discussão e seus reflexos jurídicos
Investigar a legislação e situar o debate jurídico da época
Refletir sobre os impactos dessa concepção na noção de dignidade atual

4. SUGESTÕES DE LEITURA

ALONSO, Angela. Flores, votos e balas: o movimento abolicionista brasileiro (1968-88). São Paulo: Companhia das
Letras, 2015.

CAMPELLO, André Barreto. Manual jurídico a escravidão: império do Brasil. 1. ed. Jundiaí: Paco, 2018.

COSTA, Yuri. A transmutação da fala: uso e desuso de testemunhos de escravos nos tribunais do Maranhão
imperial. In: GALVES, Marcelo; COSTA, Yuri (Orgs.). O Maranhão oitocentista. 2. ed. São Luís: Café & Lápis; Editora
UEMA, 2015. p. 269-302.

GORENDER, Jacob. O escravismo colonial. 6. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2016.

IANNI, Octavio. Dialética das relações coloniais. In: Estudos Avançados, USP, v. 18 n° 50, 2004. Disponível em:
https://www.revistas.usp.br/eav/article/view/9966/11538

MALHEIRO, A. M. Perdigão. A escravidão no Brasil: ensaio jurídico, histórico, social. Rio de Janeiro: Centro
Edelstein de Pesquisas Sociais, 1866, v.1. Disponível em: http://books.scielo.org/id/kbxjh/pdf/malheiros-
9788579820724.pdf.

SCHWARCZ, Lília Moritz. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil – 1870-1930. São
Paulo: Companhia da Letras, 1993.

_________. Nem preto nem branco muito pelo contrário: cor e raça na sociabilidade brasileira. São Paulo: Claro
Enigma, 2012.

VASCONCELOS, Beatriz Ávila. O escravo como coisa e o escravo como animal: da Roma antiga ao Brasil
contemporâneo. Disponível em: https://www.proec.ufg.br/up/694/o/12_15.pdf.

WHELING, Arno. O escravo ante a lei civil e a lei penal no império (1822-1871). In: WOLKMER Antonio Carlos.
Fundamentos de história do direito. 3. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2006. p. 331-350

5. OBSERVAÇÕES GERAIS

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A aplicação do paper seguirá o disposto no Manual institucional do paper;

- O aluno que deixar de apresentar o case ou o paper programado, não terá direito à reposição (artigo 75, § 2º do
Regimento Interno da UNDB);
- Em nenhuma hipótese serão aceitos trabalhos fora do prazo ou justificativa de ausência;
- A cópia de ideias alheias (sem indicação da fonte) terá como consequência a atribuição de nota 0 (zero) para toda
a avaliação, independentemente da extensão do plágio;
- O paper final deverá conter de 10 a 15 páginas de texto (incluídos os elementos pré-textuais e referências). A
inobservância do número de páginas implicará perda de pontos;
- O paper deverá ser elaborado em dupla.

6. CRONOGRAMA

REALIZAÇÃO DEVOLUÇÃO
1º CHECK 04/09 11/09
2º CHECK 29/09 02/10
PAPER 23/10 06/11

Aprovado pelo Colegiado do Curso de Direito

Data: julho de 2019.

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Profº. Me. Arnaldo Vieira Sousa
Presidente do Colegiado

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