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3 A FAUNA BRASILEIRA

3.1 Classificação taxonômica da fauna silvestre brasileira.


3.2 Manejo da fauna silvestre brasileira in situ e ex situ.
3.3 Convenções internacionais voltadas à proteção de espécies em que o Brasil é signatário.
3.3.1 Convenção da Biodiversidade.
3.3.2 Convenção Internacional sobre o Comércio das Espécies da Fauna e Flora em Perigo de Extinção
(CITES). 3.3.3 Comissão Baleeira Internacional (CIB).

A primeira legislação brasileira relativa à crueldade contra os animais foi o Decreto l6.590, de 1924, que
regulamentava as Casas de Diversões Públicas, que proibiu as corridas de touros, garraios e novilhos, brigas
de galos e canários, dentre outras diversões que causassem sofrimento aos animais.
Em 10 de julho de 1934, por inspiração do então Ministro da Agricultura, Juarez Tavora, o Presidente Getúlio
Vargas, chefe do Governo Provisório, promulgou o Decreto Federal 24.645, estabelecendo medidas de
Proteção aos animais, que tem força de lei, uma vez que o Governo Central avocou a si a atividade legiferante.
Em 3 de outubro de 1941, foi baixado o Decreto-Lei n. 3.688, Lei das Contravenções Penais, que em seu art. 64
proíbe a crueldade contra os animais. Na época, levantou-se uma polêmica em torno do fato da LCP ter ou não
revogado o Decreto de Getúlio. A jurisprudência firmou-se no sentido de que, em síntese, os preceitos contidos
no art. 64 compreendem, na sua quase totalidade, todas aquelas modalidades de crueldade contra animais
contidas no art. 3º do Decreto 24.645/34.
Em 18 de janeiro de 1991, o então chefe do Executivo, editou o Decreto n. 11 revogando inúmeros decretos em
vigor, inclusive o Decreto 24.645/34. Em 6 de setembro do mesmo ano, verificada a necessidade de ressuscitar
muitos dos decretos revogados, nova lista dos decretos revogados foi publicada no Diário Oficial, quando se
excluiu da lista a norma de proteção aos animais. Corroborando tal medida, em 19 de fevereiro de l993, o
Decreto n. 761 revogou textualmente o Decreto n. 11. Mas o argumento mais incisivo é que o Decreto n.
24.645/34 surgiu com força de lei, e uma lei não pode ser revogada por um decreto. O que ocorre, assim nos
afigura, é que, à época de seu aparecimento, ainda era incomum a utilização do nomem juris decreto-lei, cuja
figura surgiu com a Constituição de 1936. Aliás, a ter-se em conta o conteúdo do Decreto n. 19.398, de 11 de
novembro de 1930, vê-se plenamente confirmado o entendimento que acima esposamos. A teor do art. 17 do
texto legal em foco, "os atos do Governo Provisório constarão de decretos expedidos pelo Chefe do mesmo
governo e subscritos pelo Ministro respectivo".
Com a marcha ascensional da cultura e do progresso no Brasil, e estando a proteção animal ligada a vários
ministérios, novas leis se fizeram necessárias, como o Código de Pesca (Lei n. 221, de 28 fevereiro de 1967),
Lei de Proteção 'a Fauna (Lei n. 5.197, de 3 de janeiro de 1967, alterada e pela Lei n. 7.653, de 12 de fevereiro
1988), Lei da Vivissecção (Lei n. 6.638, de 8 de maio de 1979), Lei dos zoológicos (Lei n. 7.173, de 14 de
dezembro de 1983), Lei dos Cetáceos (Lei n. 7.643, de 18 de dezembro de 1987), Lei da Inspeção de Produtos
de Origem Animal (Lei n. 7.889, de 23 de novembro de 1989).

1 A FAUNA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

A Constituição Federal, com o objetivo de efetivar o exercício ao meio ambiente sadio, estabeleceu uma gama
de incumbências para o Poder público, arroladas nos incisos I/VII do art. 225. Os animais, independentemente
de serem ou não da fauna brasileira, contam agora, com garantia constitucional dando maior força à legislação
vigente, pois todas as situações jurídicas devem se conformar com os princípios constitucionais.
Diz a Constituição, em seu art. 225, parágrafo 1º, inciso VII:
Art. 225:, parágrafo 1: Incumbe ao Poder Público:
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função
ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade.
Entende-se por fauna, nos termos da Lei n. 5.197/67, os animais que vivem naturalmente fora do cativeiro.
Esses animais são chamados de fauna silvestre brasileira. Também são considerados fauna, e propriedade do
estado, os seus ninhos, abrigos e criadouros naturais. A fauna está sob o domínio eminente da União, ou seja,
a ela compete cuidar e protegê-la.
A política de proteção à fauna ainda não está definida, existindo apenas algumas regras a esse respeito. (Lei n.
5.197, de 3 de janeiro de 1967). Ao Poder Público, incumbe a tarefa de criar áreas especialmente protegidas
para sua preservação, como Parques, Reservas Biológicas e outras. Também devem ter a finalidade de
preservação os Jardins Zoológicos, os Refúgios da Vida Silvestre e as Reservas Particulares do Ambiente
Natural.

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Jardim Zoológico é qualquer coleção de animais silvestres mantidos vivos em cativeiro ou em semiliberdade e
expostos à visitação pública (Lei n.7.173/83).
Os Refúgios da Vida Silvestre são as áreas em que a proteção e o manejo são necessários para assegurar a
existência ou reprodução de determinadas espécies residentes ou migratórias, ou comunidades da flora e da
fauna (Decreto n. 88.421, de 21/06/83). A legislação fala, ainda, na proteção dos pousos das aves de arribação,
que é o local onde elas se alimentam, se reproduzem, pernoitam ou descansam (art 2º- Resolução Conama
4/85).
A Constituição faz distinção entre fauna aquática e fauna silvestre. A pesca está regulamentada por lei. A caça
profissional está proibida e a amadora e científica estão regulamentadas.
O princípio adotado é o da proibição de toda perseguição, caça, detenção ou apanha de animais silvestres e de
seus ninhos, assim como o seu comércio e de seus produtos. As exceções previstas em leis necessitam de
autorização especial do órgão competente.
Vale observar que todos animais são constitucionalmente protegidos, nativos ou não, silvestres ou aquáticos,
bem como os domesticados, impondo-se ao Poder Público (União, Estados, DF, Municípios, órgãos Públicos) e
a coletividade o dever de defendê-los e preservá-los, no interesse das presentes e futuras gerações. Todos os
animais silvestres terrestres e aéreos, ou aquáticos, são de propriedade do Estado e são de domínio público,
integrantes do patrimônio indisponível, no interesse de todos. Eles estão sujeitos a regime excepcional, pois
fazem parte do seguro coletivo da humanidade, das gerações presentes e das futuras. Neste regime jurídico de
proteção especial também se incluem os animais silvestres e aquáticos migratórios e os animais exóticos, de
acordo com os acordos internacionais assinados e ratificados pelo Brasil.

2 CRUELDADE CONTRA OS ANIMAIS

A conceituação legal de crueldade contra os animais podemos buscar no art. 3º do Decreto n. 24.645/34.
Uma conceituação genérica e abrangente nos ensina Dra. Helita Barreira Custódio em seu parecer de 07
/02/97, elaborado para servir de subsídio à redação do Novo Código Penal Brasileiro. Diz ela :
" crueldade contra os animais é toda ação ou omissão, dolosa ou culposa (ato ilícito), em locais públicos ou
privados, mediante matança cruel pela caça abusiva, por desmatamentos ou incêncios criminosos, por poluição
ambiental, mediante dolorosas experiências diversas (didáticas, científicas, laboratoriais, genéticas, mecânicas,
tecnológicas, dentre outras), amargurantes práticas diversas (econômicas, sociais, populares, esportivas como
tiro ao vôo, tiro ao alvo, de trabalhos excessivos ou forçados além dos limites normais, de prisões, cativeiros ou
transportes em condições desumanas, de abandono em condições enfermas, mutiladas, sedentas, famintas,
cegas ou extenuantes, de espetáculos violentos como lutas entre animais até a exaustão ou morte, touradas,
farra do boi ou similares), abates atrozes, castigos violentos e tiranos, adestramentos por meios e instrumentos
torturantes para fins domésticos, agrícolas ou para exposições, ou quaisquer outras condutas impiedosas
resultantes em maus-tratos contra animais vivos, submetidos a injustificáveis e inadmissíveis angústias, dores,
torturas, dentre outros atrozes sofrimentos causadores de danosas lesões corporais, de invalidez, de excessiva
fadiga ou de exaustão até a morte desumana da indefesa vítima animal."
Nesta ordem de demonstrações a crueldade (Decreto 24645/34) e os maus tratos (art. 64, da LCP) se
equivalem.

3 NATUREZA JURÍDICA DA FAUNA

A fauna doméstica é constituída de todas as espécies, que através de processos tradicionais de manejo
tornaram-se domésticas, possuindo características biológicas e comportamentais em estreita dependência do
homem.
A fauna silvestre brasileira é constituída de todas as espécies que ocorram naturalmente no território brasileiro,
ou que utilizem naturalmente esse território em alguma fase de seu ciclo biológico.
A fauna silvestre exótica é constituída de todas as espécies que não ocorram naturalmente no território
brasileiro, possuindo ou não populações livres na natureza.

4 FAUNA DOMÉSTICA

Segundo o Código Civil Brasileiro os animais domésticos são bens móveis suscetíveis de movimento próprio,
ou de remoção por força alheia. Em Direito, recebem o nome de semoventes. São considerados propriedade de
seus donos e os abandonados estão sujeitos à apropriação. No caso de lesão a um animal doméstico, o seu
dono pode exigir indenização ou ressarcimento do dano, no Juízo Cível, a todo aquele que por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, agredir seu animal ou lhe causar prejuízo.
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A crueldade contra o animal é considerada contravenção penal, punível com pena de prisão simples, no Juízo
Criminal. A contravenção penal é de competência da Justiça Estadual. Os foros competentes para receber tais
denúncias são: Polícia Civil, Polícia Militar, Ministério Público (titular da ação penal pública, por força do artigo
129, I, da CF) e Juizado Criminal de Pequenas Causas.
Logo que tomar conhecimento do fato, a Polícia Civil deverá lavrar termo circunstanciado do ocorrido e
encaminhar imediatamente ao Juizado de Pequenas Causas, com o autor do fato e a vítima, requisitando os
exames periciais necessários. A composição dos danos civis também poderá ser homologada neste Juízo e
terá eficácia de título a ser executado no Juízo Civil competente.
Por se tratar a crueldade contra os animais de ação pública incondicionada, qualquer cidadão poderá recorrer
ao Ministério Público, que é titular da ação penal, através de uma representação. Pode, ainda, procurar
diretamente o Juizado de Pequenas Causas para apresentar representação oral, que será reduzida a termo. A
materialidade do crime pode ser comprovada por boletim médico, testemunhas, fotos ou provas equivalentes.
Releve-se que nos casos de ação pública incondicionada a autoridade é obrigada a agir independentemente de
queixa.

5 FAUNA SILVESTRE BRASILEIRA

Os animais da fauna silvestre brasileira são propriedade da União, considerados bem de uso comum do povo.
Isto significa que eles estão sob o domínio eminente da Nação, ou seja, o seu uso está sujeito a regras
administrativas impostas pelo Estado. O órgão responsável pelos animais da fauna silvestre brasileira é o
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente - Ibama, que em muitos estados fez convênio com a Polícia Florestal que
o auxilia na fiscalização da Lei n. 5.197/67. Exceto no Estado do Rio Grande do Sul está proibida a caça
esportiva em todo território nacional, a caça comercial está proibida em quaisquer circunstâncias e a caça
científica está sujeita a regras. Os criadouros da fauna brasileira dependem de autorização do Instituto
Brasileiro de Meio Ambiente - Ibama, que só será dada para os comerciais, conservacionistas e científicos,
mediante o cumprimento de algumas normas. A criação amadora está proibida. As sociedades ornitofílicas
dependem de registro no Ibama e o transporte de animais de Guia de Trânsito. As denúncias sobre caça ilegal
e criadouros clandestinos, e demais irregularidades, devem ser dirigidas ao Ibama e à Polícia Florestal, para
instauração de processo administrativo. A penalidade aplicável, no âmbito administrativo, é a multa
administrativa, além das obrigações de fazer ou deixar de fazer.

6 AÇÃO PENAL

Por um critério de política criminal adotada no Brasil, os atentados aos animais silvestres são considerados
crimes inafiançáveis, diferentemente dos atentados aos animais exóticos e domésticos. As ações cível e penal
se processarão no Juízo Federal, por ser a fauna um bem da União. Quando a comarca onde ocorrer o delito
não for sede da Justiça Federal, poderá a causa ser processada e julgada na Justiça Estadual. Qualquer do
povo poderá dirigir representação ao Ministério Público requerendo a instauração de Ação Civil Pública e Ação
Penal. Quando houver ocorrência policial esta deve acompanhar a petição, assim como as demais provas da
materialidade.
Segundo a Lei n. 5.197/67, com as alterações da Lei n. 7.653/88 "os crimes previstos nesta Lei são
inafiançáveis e serão apurados mediante processo sumário, aplicando-se, no que couber, as normas do Código
de Processo Penal".
Embora o crime seja apenado com reclusão ,o rito adotado é o processo sumário. O rito sumário é o que trata o
art. 539 e seguintes do CPP.

7 INQUÉRITO POLICIAL

Nos crimes praticados contra a fauna procede-se como previsto no art. 6º, II, do CPP, apreendendo-se os
instrumentos e todos os objetos que se relacionem com o fato. Só que esta apreensão poderá ser feita antes da
ação da autoridade judicial, pelos agentes da administração, com respaldo nos arts. 33 da Lei de Proteção à
Fauna. Se a apreensão não se fizer desde logo, procede-se na forma como prevê o art. 240 e seguintes do
CPP, ou seja na busca domiciliar ou pessoal para apreender armas e munições, e instrumentos utilizados na
prática do crime ou destinados a fim delituoso, dno descobrimento de objetos necessários à prova, elementos
de convicção, etc.
Tanto a Lei de Proteção à Fauna como a de Pesca dispõem que se os objetos apreendidos não puderem
acompanhar o inquérito serão entregues ao depositário público local, se houver, e, na sua falta, a depositário
nomeado pelo Juiz.
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Esta disposição gera inúmeros problemas de ordem prática. Geralmente, é preciso apreender armadilhas ou
redes de pesca. Raro haver um depositário público, ou haver espaço disponível, o que obriga nomeação de
particular.
Por razões de ordem prática vem sendo feita pela autoridade administrativa ou policial, ficando como
depositário legal o próprio infrator, na maioria das vezes.
A falta de estrutura dos órgãos administrativos ambientais e da polícia levam a esta solução como a única
viável. A remoção e transporte dos bens é difícil.
O suporte para tal atitude pode ser buscada no art. 245, § 6º do CPP: "descoberta a pessoa ou coisa que se
procura, será imediatamente apreendida e posta sob custódia da autoridade ou de seus agentes". O Juiz pode,
se entender, posteriormente, que a nomeação não foi boa, optar por outra.
O destino dos bens apreendidos serão dados conforme art. 122 e seguintes do CPP. No caso da pesca, o
consumo de seu produto não está proibido. Por isto, ocorrendo a apreensão de coisas perecíveis ou
deterioráveis, o art. 33 do Código de Pesca dispõe que poderão ser doados a instituições científicas, penais,
hospitais e/ou casas de caridade. Cumpre, entretanto, que a doação só seja feita após a remessa do material
para exame penal. A destinação de aparelhos, petrechos, instrumentos e equipamentos apreendidos (pela
fiscalização do Ibama ou orgãos conveniados) no uso da pesca ilegal, seguem as normas da Portaria/Ibama/ n.
44-N, de 12 de abril de 1994, tendo as seguintes destinações: alienação, devolução, inutilização, doação ou
soltura. A devolução será aplicada, quando decorrido o prazo da apreensão temporária dos bens apreendidos
mediante termos de devolução. O leilão (se administrativo) seguirá a Lei 8.666/93, no que couber, e será
aplicado se os instrumentos apreendidos tiverem sido usados na pesca de uso não proibido, e dos produtos de
comércio não-proibido, decorridos 180 dias de prazo sem serem procurados, e que não estejam em ação
administrativa ou judicial. A inutilização dos instrumentos será executada lavrando-se, para cada caso, o termo
circunstanciado da ocorrência. Só em situações peculiares poderá ocorrer no próprio local. Em Minas Gerais,
além da fiscalização do Ibama e de sua conveniada, a Polícia Florestal, a fiscalização da pesca é exercida
concorrentemente pelo Instituto Estadual de Florestas e pela Polícia Civil.
As provas na apuração dos ilícitos previstos na legislação ambiental, em geral, obedecem às regras do CPP
(arts. 155 a 250).

8 AÇÃO CIVIL PÚBLICA

Da definição de meio ambiente e recursos ambientais da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei n.
6.938, de 31 de agosto de 1981), conclui-se que a fauna silvestre brasileira é meio ambiente e, portanto, está
sob a tutela da Ação Civil Pública.
Art. 3º, I, Lei 6 938/81: Meio Ambiente - O conjunto de condições, leis, influências e interações da ordem física,
química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.
Art. 3º, V, Lei 6 938/81 - Recursos ambientais - a atmosfera, as aguas interiores, superficiais e subterrâneas, os
estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora.
A Ação Civil Pública pode ser proposta pelo Ministério Público, pelos órgãos ambientais e pelas entidades de
defesa do meio ambiente. O cidadão comum e o advogado poderão se valer dela, pois, através do Ministério
Público, provocando a iniciativa deste, mediante representação.
As principais características da Ação Civil Pública são as de que ela é uma ação que objetiva a condenação
pecuniária e cominatória, ou seja, encerra a possibilidade de determinar o cumprimento da obrigação de fazer
ou deixar de fazer. E de outro lado, ela aceita o ajuizamento de medida cautelar para, de pronto, estancar
qualquer ato reputado danoso aos objetivos da própria lei.

9 AÇÃO POPULAR

A Ação Popular pode ser proposta para se obter a invalidade de quaisquer atos ou contratos administrativos
lesivos à fauna. Deve se dirigir à autoridade que praticou o ato.
O cidadão capaz para propor a presente ação terá que ser brasileiro, vale dizer, estar de pleno gozo de seus
direitos cívicos e políticos. Somente a pessoa física munida de seu título de eleitor poderá propor a ação.

10 INCONSTITUCIONALIDADE DA CAÇA

No caso específico da fauna e flora, a vigente Carta Magna, introduzindo a competência comum da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios estabelece, entre outras atribuições de desempenho cooperativo:
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do país.

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VII - proteger a fauna e a flora, vedadas na forma da lei as práticas que coloquem em risco sua função
ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade.
Pela evidência dos textos transcritos, torna-se patente que o fim básico e transparente é a defesa e
preservação do meio ambiente, com todos os seus elementos, inclusive os animais.
A caça, conforme definida no art. 7º da Lei n. 5.197, de 3 de janeiro de 1967, é a utilização, perseguição,
destruição, caça ou apanha de espécimes da fauna silvestre, quando consentidas na forma da referida lei. Para
o ato de caça amadorista, é exigida a filiação a um Clube ou Sociedade de Caça e Tiro ao Vôo, com
personalidade jurídica e registro no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis -
Ibama.
Embora o incisos VII do artigo 24 da Constituição Federal conceda competência concorrente à União, aos
Estados e ao Distrito Federal para legislar sobre caça, sabemos que a caça (amadora ou profissional) coloca
em risco a fauna, já em extinção, submete os animais à crueldade, provoca a extinção das espécies e
compromete o remanescente patrimônio genético.
François Ramade, Professor de Zoologia e Ecologia na Universidade de Paris, afirma que "na maioria dos
casos, a exterminação de numerosas espécies animais deveu-se a uma exagerada pressão da caça, associada
a uma profunda modificação ou mesmo destruição de seus habitats".
Comenta o ilustre advogado Dr. Luiz Carlos Lisboa, em "Razões para Matar" no Jornal da Tarde - SP, de
19/02/89, que "a morte do animal na caça é sempre terrível. Ela chega de surpresa, sangrenta e dolorosa. A
eliminação de um animal no vigor da sua vitalidade, abatido com a violência arrasadora da pólvora, é
profundamente chocante e antinatural" e que "o bípede racional que se arroga o direito de executar animais -
em nome da nobreza e do esporte ou, um tanto hipocritamente, para equilibrar a ecologia - é o mesmo que, em
nome de elevadas razões, desencadear guerras ao longo da história".
Incompatibilidade dos fins da Associação Brasileira de Caça (ABC) com os princípios da Carta Magna - O
Estatuto de Constituição da ABC, registrado sob n. 06465, em 30/1/77 (3º Cartório de Registro Civil das
pessoas Jurídicas - São Paulo), dispõe que a Associação é constituída com o fim de " representar, coordenar e
defender os legítimos interesses dos caçadores amadores e colaborar para o desenvolvimento da caça
amadorista" (art. 1º). Em Assembléia Geral Extraordinária realizada em 15/5/89, o Presidente exortou os
associados presentes sobre a conveniência da alteração da atual designação na Associação para Associação
Brasileira de Caça e Conservação, obtendo aprovação unânime. Com a aprovação, alterou-se a denominação
prevista no art. 1º do Estatuto, tendo como fundamento " a conservação e preservação da natureza" (Ata
registrada sob n. 129 031, em 29/5/89 - 3º Cartório).
Mesmo após a alteração de sua denominação com o acréscimo de Conservação, o órgão de comunicação da
ABC - Habitat - vem divulgando graves críticas contra as medidas protecionistas do meio ambiente, além de
reiterada divulgação dos benefícios da caça.
Com estes oportunos esclarecimentos de ordem geral, evidencia-se que, como bem afirma a Dra. Helita
Barroso Custódio, os fins da ABC,"a injustificável alteração de seus estatutos, nos levam a concluir pela
flagrante incompatibilidade das condutas e das atividades da referida Associação com os objetivos e as
finalidades das normas constitucionais".

11 CAÇA, ESPORTE DE RICOS

Os primeiros seres humanos praticavam a caça de subsistência. Hoje, nossa espécie está atingindo cinco
bilhões de indivíduos e caça-se para proteger animais domésticos e plantações, por dinheiro (na venda de
peles, couros e presas) e por esporte.
A África é o último continente onde animais de caça são ainda considerados como um meio para prover
alimento para as pessoas locais.
Os colonos do Deserto de Kalahari, na Botswana, e as tribos do Vale Bisa, na Zâmbia, são, talvez, os últimos
sobreviventes de uma sociedade primitiva. Estudos de antropólogos mostram, entretanto, que nenhuma delas
depende da caça para sobrevivência.
Uma sociedade que realmente considera a caça como meio essencial para sua prosperidade são os Inuits do
Alasca, os tão conhecidos Esquimós. Hoje, os Inuits perseguem as baleias com equipamentos sofisticados, pois
os métodos tradicionais de caça estão extintos, ano sendo oportuno dar-lhes a classificação de caça para
preservar a identidade cultural de um povo. A Terra não pode mais suportar a matança de uma espécie em
risco de extinção, como as baleias brancas, para garantir ganhos econômicos.
Fazendeiros em muitos países exigem que o governo permita a caça de animais silvestres predadores para
prevenir perdas econômicas. Mas, como a seleção requer um conhecimento muito correto da estrutura da
população da espécie, isso tem causado grandes desequilíbrios na natureza, como ocorreu com os crocodilos
do Nilo, com os cangurus da Austrália, a vicuna do Peru e os coiotes e lobos da América do Norte.
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Caçadores com armadilhas matam milhões de animais silvestres em todo mundo, todos os anos, por suas
peles. A essa cifra, acrescenta-se um adicional de outros milhões de animais abatidos anualmente em fazendas
e criadouros comerciais pelos poderes públicos. Os animais usados para indústrias de pele são pegos em
armadilhas pelas patas. Esses equipamentos causam horas, e até mesmo dias de sofrimento ao animal
aprisionado, até que o caçador apareça e o estrangule. Tudo isso para a produção de supérfluos. Enquanto o
incentivo econômico existir, a caça ilegal das espécies continuará a proliferar, acobertada pelos exemplares
advindos de criadouros autorizados e pela caça amadora.
A caça por esporte é também conhecida como caça amadora (amador, segundo Aurélio Buarque de Holanda,
significa aquele que faz por prazer, não visa ao lucro). Esse é, pois, o grande objetivo para o esporte de caça
feito pelos ricos, quer seja um caro safari, uma temporada de caça, o propósito é o mesmo - perseguir e matar
animais por divertimento. Esse é um negócio fantástico, também, para os supridores de armas, munições,
roupas e outros equipamentos de caça.
Qualquer que seja a razão alegada, a caça é uma atividade inaceitável, e de difícil controle, se considerarmos a
incompetência, a falta de estrutura e burocracia dos órgãos fiscalizadores.

12 SAFARIS DE CAÇA

Safari quer dizer viagem, em swahili, a língua do Quênia. Com o uso ocidental tornou-se expedição de caça e já
não é mais exclusivo da África. Hoje é possível fazer expedições de caça na Rússia, no Alasca, na Espanha,
em Portugal, na Argentina e muitos outros lugares.
Os animais importados e criados em reservas desenvolveram características próprias e se multiplicaram. Aqui,
no Brasil, o Ibama e os caçadores vêm tentando instituir os parques de caça.
Enquanto a pressão dos ecologistas vem impedindo a implantação desta aberração que é a reserva de caça,
agências de turismo organizam excursões de safaris turísticos de caça, como a Blitztur, em Ribeirão Preto, e a
Savage Turismo Ltda., em Porto Alegre.
Na Rússia, caçam-se castores, corças, tigres e alces, além de ursos polares. Os ursos também são atrações no
Canadá e Alasca, que permitem temporadas da caça aos ursos negros. Na Mongólia, a preferência é para a
caça ao lobo, e, na Argentina, o alvo preferido é o puma que é um autóctone das Américas. Os colecionadores
de troféus consideram excitante a sua caçada, que se faz, covardemente de tocaia, quando vem se alimentar
de algum animal morto, quando vem beber água em noite de lua cheia ou, então, quando acuado por uma
matilha de cães treinados para matar. O importante é trazer a cabeça do animal, afirma o diretor do Pró-Fauna
(RS), caçador e sócio da Savage Turismo, Álvaro Mouward.
A empresa já conta com clientes da Europa e EEUU, depois que a taxa de abate de animais na África está
custando milhares de dólares. Na Tanzânia, por exemplo, em três semanas, um caçador poderá gastar 50 mil
dólares. Só o abate de um leão de juba negra custa 5 mil dólares. E esta é uma das principais razões pelas
quais muitos países liberam a caça para lucrar com a venda da fauna. Os países do Terceiro Mundo são
pressionados para vender a fauna e assim pagar a dívida externa do país. É mais uma forma de continuarmos
sendo eterna colônia do chamado Primeiro Mundo.
Aqui no Brasil, além do território de caça livre no Rio Grande do Sul, onde se pode caçar lebres, marrecos e
perdizes, no Paraná acaba de ser liberada a caça ao javali.
Existem, ainda, duas fazendas de caça: a Fazenda Marimbondo, a 350 km de Curitiba, e a Fazenda Varjão, a
20 km da cidade de Dourados, no Mato Grosso do Sul. A Fazenda Marimbondo, de propriedade de Marcos
Schweizer, tem duas temporadas de caça, de março a julho e de setembro a dezembro. Nela caça-se,
principalmente, o faisão e o cervo. Na Fazenda Varjão, de propriedade de Trajano Silva, caçam-se antílopes
importados da África.
No Uruguai, folhetos turísticos anunciam expedições semanais para turistas dos EEUU, Europa, países latinos
e sul - africanos para perseguição e caça à faca, num combate corpo-a-corpo com o javali, que é encurralado
com a ajuda de cães de caça. Felizmente, as revoluções políticas e as pressões ecológicas internacionais
transformaram boa parte da África em parques nacionais e os safaris mais em moda hoje são os fotográficos,
os ornitológicos e os Wild Walkings. Em países como a Índia, África do Sul e outros constatou-se que o turismo
ecológico é infinitamente mais rendoso e traz mais divisas que a caça. Além disso, os heróis de hoje se
identificam muito mais com Chico Mendes, Sting, Cacique Raoni, que com Jim das Selvas ou Tarzan.

13 COMERCIANTES DE MUNIÇÕES TEMEM PROIBIÇÃO DA CAÇA


A
s principais indústrias de armas para caça são gaúchas - Taurus - Rossi - Boito. Não é mera coincidência que
este seja um estado brasileiro que defende a caça.

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Já em 1991,o jornal Zero Hora noticiou que as lojas de armas do Rio Grande do Sul poderiam fechar suas
portas, caso a caça fosse proibida no Estado. O Presidente da Forjas Taurus, em entrevista ao Estado de S.
Paulo, afirmou que esta empresa sediada em Porto Alegre, é responsável por 70% das armas fabricadas no
país. O segundo grande produtor de armas do Brasil é a Rossi, sediada em São Leopoldo-RS. A Taurus está
lucrando menos com as exportações deprimidas pela diferença cambial, e a caça será uma boa fonte de renda.
Prova de que caça vende armas e dá lucro é o fato dos EEUU, onde se pratica a caça, comprar a metade das
armas exportadas pela Taurus. E não é por coincidência, é claro, que o mercado norte-americano, que compra
50% do estoque da fábrica brasileira, é o país onde mais se caça e mais se mata, estupra-se e consome-se
drogas no planeta.
O Diretor executivo da Federação de Caça, no RS, é dono de uma agência de safari de caça, a Savage
Turismo. Como se vê, são interesses puramente comerciais que defendem esta prática no Rio Grande do Sul e
em todo mundo.
O jornal Estado de S. Paulo, em 21/4/96, noticiou que a "venda de armas caiu em 16%, apesar da violência";
liberar caçadas no Brasil poderá ser a solução esperada pela indústria de armas.

14 CRIADOUROS DA FAUNA EXÓTICA

É grande o número de pessoas que criam animais exóticos, seja como bichinhos de estimação, seja como
vigias de mansões, como é o caso dos leões. Corpo robusto, ar de realeza, os leões, especialmente quando
filhotes, estão deixando de ser exclusividade das savanas da África ou dos zôos e já desfilam com freqüência
sobre o assoalho das casas e apartamentos em plena selva das capitais brasileiras. Seja por modismo, amor à
natureza ou simplesmente para desentristecer um coração solitário, os leões vem arrastando como um imã os
lares de profissionais liberais, artistas, banqueiros de bicho e traficantes de drogas. O preço é relativamente
baixo. Acontece que essas gracinhas consomem cinco quilos de carne por dia, e as pessoas, ao perceber que
os animais cresceram demais, tentam doá-los a zôos e circos, que já vivem abarrotados de leões. Os felinos se
reproduzem facilmente em cativeiro, e o índice de mortalidade é quase zero.
Nos circos, os leões costumam viver em jaulas minúsculas, mal alimentados e muitas vezes abandonados à
mingua, como já aconteceu com um circo que passava por Belo Horizonte. Outro procedimento costumeiro nos
circos é trocar entradas por cães e gatos, que são atirados como alimento aos leões. Não são poucos os casos
de leões de circo que atacam pessoas que enfiam as mãos nas jaulas. Ora, lugar de leão é na selva!
Não existe proibição para a comercialização dos animais exóticos. Mas a sua manutenção está disciplinada
pela Portaria/Ibama n. 108, de 6 de outubro de 1994. Reza a norma que as pessoas físicas ou jurídicas
mantenedoras de felídeos do gênero panthera; família ursidae; primatas das família ponogidae e
cercopithecidae; família hippopotamidae e ordem prosbocidea deverão ser registradas no Ibama como
mantenedores de fauna silvestre exótica. O registro só será dado após autorização do órgão municipal e
estadual para a referida posse, e mediante apresentação de croqui da área e detalhes do viveiro de
conformidade com as Instrução Normativa n. 001/89-P de 19/10/89. Os criadores da fauna exótica deverão
manter, obrigatoriamente, a assistência permanente de um veterinário; sexar todas as espécies; necropsiar
todos os animais e manter a ficha dos mesmos.
A doação desses animais, permuta, empréstimo, ou venda dos citados animais só poderá ser concretizada
entre zoológicos registrados ou em processo de registro e mantenedores da fauna silvestre devidamente
registrados no Ibama.
Vale registrar que a permuta de animais nativos ou exóticos entre zoológicos e circos está proibida pela
Portaria/ Ibama nº 2 114, de 24 de outubro de 1990
"O presidente do Ibama resolve proibir, em todo território nacional, a compra, empréstimo, permuta, doação,
aluguel ou qualquer outro tipo de transação de animais nativos e exóticos, entre zoológicos e circos de
nacionalidade brasileira e estrangeira."
Os felinos costumam ser as principais vítimas de troca, saindo dos zôos para as prisões e a escravidão
circense. Em 1988, a famosa Geni, ursa do Himalaia e ciclista do Circo Real Moscou, foi trocada pelo zôo de
Belo Horizonte, por dois infelizes tigres siberianos que foram parar no circo.
A renovação do registro de mantenedores de animais silvestres depende de relatório anual e não é permitida a
visitação pública para esse tipo de criadouro.
A importação de fauna exótica é igualmente permitida, mas está regulamentada pela Portaria/Ibama n. 29, de
24 de março de 1994. Para a importação de animais silvestres vivos, produtos e subprodutos, listados no
apêndice I e II do Comércio Internacional das Espécies da Flora e da Fauna Selvagens em Perigo de Extinção -
Cites -, é preciso emissão prévia de licença emitida pelo referido órgão, além da licença de exportação do país
de origem e licença do Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária, quanto às exigências
zôo-sanitárias do país de procedência.
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Ficam isentos da referida licença de importação expedida pelo Ibama os animais da fauna doméstica, ou seja,
as espécies que através de processos tradicionais de manejo se tornaram domésticas, possuidoras de
características biológicas e comportamentais em estreita dependência do homem. Para efeito da referida
Portaria, estão classificados como domesticados animais, tais como: cachorro, gato, coelho, cobaia, rato,
camundongo, chinchila, cavalo, jumento, porco, gado bovino, gado zebuíno, búfalo, ovelha, cabra, marreco,
ganso, galinha, codorna, faisão de coleira, pavão, galinha d'angola, pombo lhama, alpaca, camelo dromedário,
cisne negro e branco, perdiz chucar, pato mandarim e carolina, rouxinol do Japão, tadorna, periquitos, etc.
No caso de importação, sem a devida autorização, de espécies da fauna exótica listadas nos anexos do Cites, o
importador será multado e as espécies devolvidas ao país exportador.
Nunca é demais frisar que os animais silvestres amam a liberdade e sabem cuidar de si mesmos. Têm o direito
de viver em seu habitat natural com sua família, de se reproduzirem e de serem livres.

15 CRIADOUROS CONSERVACIONISTAS

De acordo com a Lei de Proteção à Fauna, Lei n. 5.197/67, a utilização, perseguição, destruição, caça ou
apanha da fauna silvestre brasileira, bem como de seus ninhos, abrigos e criadouros naturais é crime punível
com pena de um a três anos. A Lei n. 7.653/88, que a alterou, determina que a apuração destes crimes seja
sumária (no mínimo 15 dias) e o crime é inafiançável, ou seja, o infrator terá que aguardar o julgamento preso.
Só é admitida a detenção de animais em criadouros legalizados, a saber: criadouros científicos, econômicos e
conservacionistas.
Os criadouros conservacionistas estão regulamentados pela Portaria/Ibama/ n. 139 N, de 29 de dezembro de
1993. Só estão aptos a receber autorização do Ibama os criadouros que possuam áreas especialmente
delimitadas e preparadas, dotadas de instalações capazes de possibilitar a criação racional de espécies da
fauna silvestre brasileira, com assistência adequada.
É preciso, ainda, que cumpram as seguintes exigências:
a) ter a assistência de pelo menos um biólogo ou de um veterinário;
b) possuir instalações adequadas a misteres da alimentação animal;
c) possuir pelo menos um tratador contratado em regime de tempo integral;
d) ter capacidade financeira devidamente comprovada;
e) manter arquivo de registro através de fichas individuais por animal;
f) manter contato/referência de laboratório para análises clínicas, para auxiliar no diagnóstico e tratamento de
doenças;
g) apresentar um sistema de marcação dos animais;
h) necropsiar todos os animais que morrerem, e as informações deverão constar na ficha individual do animal;
i) sexar todos os espécimes.
Os espécimes do plantel dos criadouros conservacionistas não poderão ser objeto de venda, sob pena de
cancelamento imediato de seu registro.
O Ibama detectou um grande aumento no número de casos de prisões domésticas de animais silvestres.
Segundo o levantamento na cidade de Manaus, por exemplo, em cada dez residências, seis tem pelo menos
um animal em cativeiro, sendo que os mais comuns são macacos, papagaios e periquitos. Os animais são
comprados, normalmente para agradar às crianças ou para pessoas solitárias, segundo o levantamento.
Quando são apreendidos pelo órgão, esses animais dificilmente se adaptam ao ambiente natural, já que sofrem
uma série de alterações após passarem a conviver com o ser humano. De outro lado, não são aceitos pelos
animais, que costumam delimitar seus territórios. Não é feito levantamento de animais no local antes da soltura.
No Rio de Janeiro, por exemplo, o Ibama costuma soltar animais apreendidos na ilha do cirurgião Ivo Pitangui.
Lá, são expulsos pelos animais que já habitam o local. Quem anda de iate ou lancha pelas imediações poderá
constatar com os próprios olhos grande quantidade de pássaros mortos boiando no mar. Eles morrem de
exaustão ao tentar alcançar o continente em busca da vida e da liberdade. E, ao contrário, o que encontram é a
própria morte.
Os macacos são os mais prejudicados, uma vez que se humanizam facilmente. Exemplo disso é o caso de
Lucy, contado recentemente em uma TV americana. Lucy é uma chimpanzé. Logo depois que nasceu foi
adotada por um casal de New York, cidade que sempre se distinguiu pelo exotismo e excentricidade de seus
animais domésticos.
Quando Lucy foi recolhida ela não era mais que um projeto de mono, uma bola peluda. Criaram-na e educaram-
na na cidade, como um ser humano. Ensinaram-lhe a linguagem e os gestos dos surdos-mudos para se
comunicar com seus donos. Foi criada em sua casa como uma criança. Viveu assim até os seus 16 anos. Não
conhecia outra selva senão a de Manhattan. Foi quando algo sucedeu a seus donos e não puderam mais
mantê-la em casa e, pensando em dar-lhe uma boa acomodação, mandaram-na para uma reserva na África. Lá
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foi posta em uma jaula com outros chimpanzés. Lucy apenas comia e se mantinha o tempo todo acuada em um
canto da jaula, como se sentisse aterrorizada por seus companheiros.
Algum tempo depois, passou pelo zoológico um visitante que entendia a linguagem dos surdos-mudos.
Descobriu, estupefato, que do outro lado das barras de sua prisão uma chimpanzé lhe dizia uma e outra vez,
por meio de sinais uma frase frenética: Help out, please, que vem a ser " Ajuda, por favor". O que a televisão
não contou foi se Lucy foi resgatada de seu inferno ou se ainda está lá entre as grades, emitindo gritos sem
som.
Desde logo se deduz que a história de Lucy é uma perfeita fábula moral sobre a responsabilidade do ser
humano em sua relação com os animais.
O que nos parece mais inquietante no fato é meditar sobre a solidão absoluta de Lucy, falando com todas as
pessoas que passavam pela jaula e acreditando estar usando a linguagem dos homens, sem ser entendida. Os
humanos pensavam que ela gesticulava como um mono. Os chimpanzés a assustavam, as pessoas a
ignoravam: perplexa, aflita, vítima de todos, esquecida em sua jaula, esta pobre chimpanzé é mais
angustiosamente humana que muitos humanos que conhecemos.

16 CRIADOUROS CIENTÍFICOS

O criadouro de animais silvestres brasileiros para pesquisa científica está regulamentado pela Portaria Ibama n.
16, de 4 de março de 1994. Além da obrigatoriedade do registro, os experimentadores terão que manter
sistema de controle de fuga dos animais, prestar informações sobre o local, firmar termo de compromisso
assegurando a manutenção dos animais, e encaminhar ao Ibama cópia dos trabalhos a serem publicados
decorrentes da pesquisa. Ao final da experiência os animais poderão ser transferidos para instituições afins, o
que possibilita o uso de um mesmo animal para vários experimentos dolorosos.
No Brasil, a experimentação animal é permitida pela Lei n. 6.638, de 8 de maio de 1979, que não foi
regulamentada. O projeto de Lei n. 1.153/95, do Deputado Sérgio Arouca, tramita na Câmara dos Deputados e
pretende substituir a legislação em vigor. A importação de animais depende de licença do Ibama e parecer
técnico (Lei n. 5.197/67, art. 4º). Com o aval da lei, os experimentadores brasileiros se utilizam, também, de
animais da fauna silvestre brasileira.

17 TRÁ;FICO ILEGAL

A importação de aves exóticas, especialmente de papagaios do Brasil, alcança níveis tão altos na Europa e
EEUU, que a Environment Investigation Agency - EIA - publicou um relatório alarmante, em que descreve com
detalhes e ilustrações fotográficas, as condições em que são transportados esses animais, muitos dos quais
chegam mortos a seu destino. Este relatório recebeu o título de Flight to Extintion. Infelizmente, a Comunidade
Econômica Européia não instrumentalizou mecanismos para impedir esta depredação e penalizar a importação
de pássaros raros.
Na forma, o tráfico de espécies protegidas é semelhante ao de drogas, mas o primeiro leva uma vantagem:
embora seja proibido, na prática, não é penalizado, em virtude da grande polêmica que existe sobre o fato dos
atentados à fauna serem classificados como crimes inafiançáveis, ou seja, a mercadoria é apreendida, mas o
contrabandista não é preso. Por esta razão, o tráfico de drogas está ligado ao tráfico de animais, que, além de
não ser punido, serve de apoio para a lavagem do dinheiro de narcotráfico. Na Europa, os principais pontos de
comércio de espécies protegidas estão em Portugal, na Grécia, na Itália e, sobretudo, na Espanha. Atende a
todo tipo de consumidor, a começar por comerciantes de pele, de marfim, de cascos de tartaruga, de bicos de
aves, de troféu de parede e animais exóticos vendidos como animais de estimação.

18 BRASIL ABASTECE CARTEL

O Rio de Janeiro e a baixada fluminense são o polo do comércio ilegal de animais. Somente na Feira de
Caxias, pelo menos 2 mil animais são vendidos a cada domingo. Em Feira de Santana - BA, no Centro de
Abastecimento de Feira e até mesmo nas ruas Marechal Deodoro e Av. Senhor dos Passos, bem no centro,
araras, papagaios, tucanos, gatos-do-mato e pássaros são vendidos e traficados para outros países. Na
Amazônia, os animais, além de traficados por via aérea, são levados via fluvial para o mercado de Iquitos, no
Peru, e mercado Ver-o-Peso, em Belém - PA. Quanto mais raro o animal, mais alto o preço. Noventa por cento
dos animais vendidos são aves.
Em Morretes, no Paraná, o casal Marcos Schwarz exporta macacos para pesquisas médicas e científicas, em
laboratórios dos EEUU, Europa e Argentina. O criadouro está autorizado pelo Ibama.

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19 CRIME ORGANIZADO EXTINGUE ANIMAIS DA FAUNA SILVESTRE

A Agência de Investigação Ambiental alertou para a extinção de diversos animais, e responsabilizou o comércio
internacional de animais por esta situação. Pediu, em declaração divulgada pela imprensa, a criação de uma
comissão internacional na ONU para combater o crime organizado, a corrupção e a complacência
demonstradas pelos governos em relação ao problema. Acrescentou que o Cites só funcionou em áreas em
que houve vigilância e fracassou em outras, onde as leis de proteção à fauna não são cumpridas.

20 MEDICINA EXÓTICA

No Nordeste brasileiro grande quantidade de animais que estão à beira da extinção são utilizados pelas
populações como matéria-prima na fabricação de medicamentos sem nenhum valor terapêutico: banha de
lagarto teju para picadas de cobras, ponta de rabo de tatu para surdez e até fezes torradas de coelho-do-mato,
unha moída de preguiça, fel de paca e pata de quati.
Pós-afrodisíacos provenientes do massacre da fauna representam um comércio de milhares de dólares. O
comércio de afrodisíacos envolve chifres de rinocerontes, de veados, vértebras de tigre, testículos de focas,
insetos de todos os gêneros, sangue de cobra, um comércio milionário, que cresce sobretudo na Ásia.
No Alasca, as morsas, além de usadas por escultores esquimós, são trocadas por cocaína e maconha. Houve
um caso de uma cabeça de morsa ser trocada por seis cigarros de maconha.
No Congo, Zaire e Camarões as mãos de gorilas são decepadas para que sejam usadas para cura, e os dedos
pulverizados para banhos de bebês na crença de que isto os faça crescerem fortes. Os cadáveres de animais
silvestres são vendidos como carne do bosque.

21 INDÚSTRIA ASSASSINA

Para confecção de casacos de pele milhares de animais são caçados, mortos ou feridos, sofrendo e morrendo
lentamente, presos em armadilhas, por arma de fogo, sofrendo sede, fome, dor e gangrena nas florestas.
As armadilhas de mandíbula provocam morte lenta. Muitas vezes o animal rói a própria pata para fugir da
armadilha (autotomia = mutilação espontânea de animais para escapar ao perigo), e fica ferido com fratura
exposta, à temperatura abaixo de zero. Tanto que sob pressão popular, o Conselho Europeu de Ministros
aprovou um regulamentação proibindo tais armadilhas a partir de 1995. Os caçadores logo imaginaram um ardil
para mantê-las, colocando uma borracha em suas garras e a batizaram de Humane Trapping Standards
Tentaram obter certificado ISO, mas não foram bem-sucedidos. Entretanto conseguiram uma moratória para
sua extinção. A CEE tornou obrigatória, a Eco Label informando se o casaco vem de fazenda ou é caçado de
forma tradicional.
As fazendas de pele, também, não primam pela ética. Os animais vivem aprisionados em pequenas gaiolas,
onde passam toda sua curta vida até a morte. São mortos por envenenamento ou eletrocução. É uma indústria
milionária.
Na Alemanha, confeccionam-se agasalhos tecendo pêlos de coelho. Logo surgiu um gênio que apresentou
como alternativa a tosquia, uma forma de arrancar os pêlos por inteiro com escovas. Sob os protestos da
população, os casacos tecidos com pêlos de coelho devem conter a indicação se os pêlos procedem ou não de
tosquia, para que o consumidor opte por produtos sem crueldade - Cruelty free products.
Convenções Internacionais:
O comércio internacional de vida selvagem tem sido o maior estímulo para a caça predatória de diversos
animais que se encontram em risco de extinção em vários países do mundo. O Brasil firmou, em 3 de março de
1973, a convenção sobre o Cites. A Convenção estabeleceu três anexos em que discrimina os espécimes
protegidos. Foi criada uma secretaria, inserida no Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - Pnuma
para estudos, revisão e publicação dos anexos. O Pnuma é responsável pela elaboração de estudos e dados
sobre o meio ambiente, além de ser uma agência financeira que investe nos projetos que relacionam meio
ambiente e desenvolvimento.
O Brasil é signatário dos seguintes tratados de proteção à fauna:
Decreto Legislativo n. 3 - de 13 de fevereiro de 1948. Aprova a Convenção para a Proteção da Flora, da Fauna
e das Belezas Cênicas Naturais dos Países da América.
Decreto n. 58.054 - de 23 de março de 1966 - Promulga a Convenção para a Proteção da Flora, Fauna e das
Belezas Cênicas dos Países da América.
Decreto n. 454 - de 5 de fevereiro de 1969. Aprova o Acordo de Conservação dos Recursos Naturais do
Atlântico Sul entre o Brasil e a Argentina, assinado em Buenos Aires, em 29 de dezembro de 1967.

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Decreto Legislativo n. 72 - de 4 de dezembro de 1973. aprova o texto do Acordo para a Conservação da Flora e
da Fauna dos Territórios Amazônicos da República Federativa do Brasil e da República da Colômbia, firmado
em Bogotá, a 20 de junho de 1973.
Decreto legislativo n. 54 - de 24 de junho de 1975. Aprova o texto da Convenção para o Comércio Internacional
das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção, firmada em Washington, a 3 de março de
1973.
Decreto n. 78/017, de 12 de julho de 1976. Promulga o Acordo para a Conservação da Flora e da Fauna dos
Territórios Amazônicos do Brasil e da Colômbia.
Decreto n. 78.802, de 23 de novembro de 1976. Promulga o Acordo para a Conservação da Flora e da Fauna
dos Territórios Amazônicos do Brasil e do Peru.
Decreto Legislativo n. 74 - de 30 de junho de 1977. Aprova a Convenção Relativa à Proteção do Patrimônio
Mundial, Cultural e Natural.
Decreto n. 80.978, de 12 de dezembro de 1977. Promulga a Convenção relativa à Proteção do Patrimônio
Mundial, Cultural e Natural, de 1972.
Decreto n. 85.050, de 20 de agosto de 1980. Promulga o Tratado de Cooperação Amazônica, de oito países:
Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
Decreto Legislativo n. 2, de 1994. Aprova o texto da Convenção sobre Diversidade Biológica, assinada durante
a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada na cidade do Rio de
Janeiro, no período de 5 a 24 de junho de 1992.
Órgão Regulador Econômico no Brasil: a política econômica referente à fauna tem as suas normas
estabelecidas pelo Conselho de Proteção à Fauna - CNPF, criado pelo art. 36 da Lei n. 5.197/67, como órgão
consultivo e normativo de Política de Proteção à Fauna no país. Está regulamentado pelo Decreto n. 97.633, de
10/4/89, que o integrou ao Ibama.
Unesco (1978) - Declaração Universal dos Direitos do Animal, da qual o Brasil é signatário.

22 INSPEÇÃO DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL

Com a promulgação da Lei n. 7.889, de 23 de novembro de 1989, a inspeção sanitária e industrial de produtos
de origem animal é comum entre a União, o Estado e o Município. A inspeção da carne é competência da União
quando for destinada ao comércio interestadual e internacional. Caberá às Secretarias de Agricultura Estaduais,
do DF e dos Territórios, quando for destinada ao comércio intermunicipal. E às Secretarias ou Departamentos
de Agricultura do Município, quando destinadas ao comércio municipal.
As normas estabelecidas para a matança de animais são as previstas no regulamento da Inspeção Industrial e
Sanitária de Produtos de Origem Animal, aprovado pelo Decreto n. 30.691, de 29/3/52, alterado pelo Decreto n.
1.255, de 25/6/62.
São autorizados os seguintes métodos de matança, segundo a referida legislação:
Seccionamento dos vasos sem nenhuma insensibilização (aves e animais de pequeno porte), punção no
coração (suínos): os animais são suspensos de cabeça para baixo, por uma das patas, e tem os vasos do
pescoço ou base do coração cortados à faca. A marreta, bulbo choupa e jugulação cruenta são os métodos
autorizados para bovinos. No processo da marreta, instrumento milenar, o animal recebe vários golpes até ficar
insensibilizado; o bulbo choupa consiste no seccionamento da medula alongada na altura da nuca e a juculação
cruenta (abate halal ou schechita), a jugular do animal, é cortada pelo sacerdote, causando morte lenta pelo
sangramento do animal. Estes métodos são arcaicos e anti - higiênicos, e, por isto, condenados pela
Organização Mundial de Saúde.

23 SÃO PAULO MODERNIZA LEI DE ABATE

São Paulo foi o primeiro Estado a adotar uma lei moderna de abate, de acordo com as recomendações da
Organização Mundial de Saúde, por iniciativa do Deputado Oswaldo Bettio. A Lei n. 7.705, de 19 de fevereiro de
1992, que estabelece normas para abate de animais destinados ao consumo naquele Estado, está, ainda, de
acordo com as exigências da Comunidade Econômica Européia. Por esta razão, todos os frigoríficos que
exportam seu produto adotam os métodos que foram estabelecidos na lei paulista.
Em Minas Gerais, o Deputado Simão Pedro Toledo propôs lei similar que, depois de aprovada em todas as
comissões, foi derrotada em plenário devido ao lobby dos donos de frigoríficos. Atualmente, tramita, na
Assembléia Legislativa, projeto do Deputado Marcos Helênio, do mesmo teor.
Outro Estado que aprovou lei semelhante foi o do Ceará, graças aos esforços da advogada membro da
Comissão de Meio Ambiente da OAB/CE, Dra. Geusa Leitão de Barros.

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A lei paulista foi regulamentada pelo Decreto n. 39.972, de 17 de fevereiro de 1995, que prevê que a
insensibilização prévia e obrigatória dos animais abatidos para consumo se fará por métodos científicos e
modernos, tais como instrumentos de percussão mecânica, processos químicos (gás CO2), choque elétrico
(eletronarcose), e outros métodos que impeçam o abate cruel.
Métodos científicos são todos aqueles que provoquem a perda total da consciência e da sensibilidade
previamente à sangria.
Métodos mecânicos são aqueles em que aparelhos dotados de eletrodos são utilizados e provocam a
insensibilização pela passagem da descarga elétrica pelo cérebro do animal, tornando-o inconsciente e
insensível (eletronarcose).
Métodos químicos são aqueles em que o CO2 (dióxido de carbono) é empregado em mistura como ar ambiental
para provocar a perda da consciência nos animais.
A aplicação de tais métodos deverá obedecer à seguinte orientação:
I - os métodos mecânicos são especialmente indicados para o abate de bovinos, podendo ser empregados no
abate de outras espécies, como bubalinos, eqüinos, muares, suínos, caprinos e ovinos, desde que obedecida a
metodologia própria para cada uma dessas espécies, de acordo com as peculiaridades anatômicas de
localização do cérebro do animal;
II -os métodos elétricos são recomendados para animais com peso até 200 Kg, sendo os mais indicados para
insensibilização de aves, podendo, no entanto, ser usado para suínos, ovinos e caprinos, desde que
obedecidas as especificações da corrente elétrica adequada a cada espécie animal;
III - os métodos químicos são especialmente recomendados para o abate de suínos.
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo poderá, doravante, exigir que o boxe de
insensibilização seja projetado de forma a assegurar:
- que a velocidade do trilho aéreo do tanque de escaldagem seja planejada de forma a impedir a queda de
animais ainda vivos nos tanques; que entre um animal de cada vez; que o fechamento da comporta só se dê
após a entrada completa do animal, evitando que esta venha a atingir e ferir parte do corpo do animal.
E, ainda:
- que os matadouros regulamentem a carga mínima do choque elétrico, quando este for utilizado para mover
animais no corredor de abate;
- que o corredor de abate seja adequado à espécie a que se destina;
- que não sejam abatidos animais caquéticos, ou portadores de enfermidades que tornem a carne imprópria
para consumo, ou fêmea submetida a parto recente, ou fêmea com mais de 2/3 do tempo normal de gestação.
Se acontecer do animal cair no corredor do abate, deverá ser insensibilizado no local onde tombou, antes de
ser arrastado para o boxe ou reconduzido ao curral de espera para aguardar o momento oportuno do abate.
Os animais, quando estiverem aguardando o abate, não poderão ser alvo de maus tratos, provocações, ou
outras formas de falsa diversão pública, nem ficarão sujeitos a qualquer condição que provoque estresse ou
sofrimento físico e psíquico.
Se doentes, agonizantes, com fraturas, contusões generalizadas ou hemorragias, os animais deverão ser
abatidos de forma emergente, no local, mediante a utilização do método científico próprio.
Os membros das associações protetoras dos animais, devidamente cadastradas junto ao Centro de Inspeção
de Produtos de Origem Animal, poderão entrar nos matadouros para fiscalização, devidamente uniformizados e
três de cada vez.

24 PATRIMÓNIO GENÉTICO E BIOSSEGURANÇA

A biogenética veio mostrar para a atualidade problemas éticos no campo do Direito, que vem trazendo à
discussão uma compreensão jurídica e biológica da vida. São muitas as co-implicações entre a biogenética, a
ecologia, a bioética e o direito. A biotecnologia pode significar uma ameaça aos processos sociais, e é inegável
a sua influência no meio ambiente. Pesquisas genéticas podem modificar o homem, alterando sua morfologia,
criando clones e até transformando-o em produto industrial, como já acontece com os animais. Podemos até
antever uma sociedade onde se discuta a política de reprodução humana e a qualidade do produto homem,
através do controle dos genes.
A engenharia genética, mais conhecida como tecnologia do DNA recombinante, é um conjunto de técnicas que
permite a identificação, isolamento e multiplicação de genes dos mais diversos organismos. Para a produção de
animais transgênicos transplantam-se partes de determinadas substâncias que contém o Código Genético de
um microorganismo para outro, o DNA. Isto faz com que se incorporem ao segundo organismo propriedades só
encontradas no primeiro. A novidade mais recente neste campo é a introdução do gene humano em porcos
para a tentativa de transplante de coração.

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Tudo isto começou quando o austríaco Johann Gregor Mendel enunciou as leis da herança fundando a
genética. Em 1939, o americano Warren Weaver inventou a expressão biologia molecular para denominar o
trabalho conjunto da biologia, física e química no estudo das moléculas que atuam no interior das células. Em
1973, os também americanos, Stanley Cohen e H. Boyer criaram uma técnica para introduzir um gene estranho
no DNA de uma bactéria, o que deu início aos organismos manipulados geneticamente. Foram criados os
primeiros clones de genes. Neste mesmo ano, nos EEUU foi concedida a primeira patente de microorganismos
transgênicos, capazes de limpar manchas de óleos nos mares e nos rios, criados por um pesquisador da
General Eletric.
O primeiro animal criado por engenharia genética foi "obra" de Richard Palmiter e Ralfh Brinster, contendo
hormônio de crescimento humano, em 1982. Foi em 1988 o patenteamento do primeiro animal transgênico,
criado por cientistas da Universidade de Harvard, o Myc Mice.
O impacto da engenharia genética no ambiente sociobiológico é grande. Primeiro criando organismos
transgênicos. Animais transgênicos não pararam mais de ser criados com os fins mais diversos. O animal
recebe uma injeção de DNA clonado de uma espécie em ovos de outra espécie. O DNA clonado é retirado das
bactérias hospedeiras, submetido a um processo de purificação e injetado, com uma agulha especial, no núcleo
dos ovos da espécie que se deseja transformar. Para produção de mamíferos, a fecundação é feita in vitro, para
posterior implantação do embrião no útero de uma fêmea em período fértil. Hoje, a reprodução de animais na
pecuária é feita com espermatozóides super-resfriados para posterior uso na fertilização viva e na inseminação
artificial, utilizando-se drogas, superovulação com tratamento hormonal, transferência de embriões, seleção de
sexo, produção de gêmeos, o que vem transformando a vida dos animais num verdadeiro inferno terrestre.
A engenharia genética é praticada, ainda, para o melhoramento genético. Em 1990, iniciou-se o Projeto
Genoma. O Human Genome Iniciative, programa de US$ 3 bilhões do National Institute of Health dos EEUU,
propôs-se, em 15 anos, a analisar de 50.000 a 100.000 genes que compõem a vida humana, relacionando-os
com os genes que produzem enfermidades. A proposta é de criar uma verdadeira gramática da vida, e este
projeto apresenta o risco de se querer aperfeiçoar humanos, criando uma engenharia social, com a criação de
normas e jurisprudências para regular este novo quadro social.
A terceira técnica da engenharia genética é a terapia gênica. Esta consiste em retirar os genes defeituosos para
serem reparados e reinjetados no organismo. Os embriões são pesquisados para detectação das doenças
antes do nascimento, procedendo-se a um tratamento em nível embrionário. A Human Genome Organization
(HuGO) empenha-se em fazer um mapeamento do DNA humano, codificar sua estrutura, armazenar no
computador e fazer correlações com determinadas doenças (mapping - procedure). Trata-wazzu se, pois, do
correlacionamento entre 1 - gen - 1 doença. A ciência já anuncia a descoberta do gen causador de Huntington e
o mal de Alzheimer.
Isto levou Jan M. Broeokman, prof. de filosofia do Direito na Universidade de Louvain a afirmar que a ameaça
ao meio ambiente, hoje, não é apenas de fora, o perigo de uma guerra nuclear, mas de dentro, da os
autoconsciência do homem moderno e pós-moderno. E que a biologia apresenta-se como uma ciência da vida,
sem, contudo, colocar com clareza a amplitude de seu conceito de vida.
Isto nos leva a indagar se os embriões são pessoas, se são sujeitos de direito, se estão sujeitos ao direito de
propriedade e se podemos comercializá-los.
No Brasil, a Constituição de 1988 tratou do assunto em seu capítulo do Meio Ambiente, art. 225, parágrafo 1º,
II: "Incumbe ao Poder Público preservar a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades
dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético.
Aqui se pressupõe que ficam autorizadas as entidades de pesquisa, mas, sem dúvida, temos de cotejar o inciso
II com o inciso VII, do mesmo artigo onde está vedada a prática que submetem os animais à crueldade.
A Lei n. 8.974, de 5 de janeiro de 1995, que regulamenta a questão, segundo seu artigo primeiro, visa à
proteção à vida e à saúde do homem, como aos animais, as plantas e ao meio ambiente. De nada adianta
proteger o homem sem proteger o meio ambiente que o abriga.
Só as pessoas jurídicas podem desenvolver este tipo de pesquisa, ficando vedada estas à pessoa física
enquanto agente autônomo. Além disso, toda entidade que utilizar técnicas deverá criar uma Comissão Interna
de Biossegurança (CIBio), com obrigação de manter informados os trabalhadores e a coletividade quando
suscetíveis de serem afetados pela referida atividade estabelecer programas preventivos e de inspeção manter
registro de suas atividades e encaminhar documentos e informações à CTNBio Comissão Técnica Nacional de
Biossegurança.
Organismo Geneticamente Modificado - OGM- é o organismo cujo material genético (ADN/ARN) tenha sido
modificado por qualquer técnica de engenharia genética. Engenharia genética é toda atividade de manipulação
de moléculas ADN/ARN recombinantes. O ácido desoxirribonucléico (ADN) e ácido ribonucléico (ARN) são o
material genético que contém informações determinantes dos caracteres hereditários transmissíveis à
descendência. E as moléculas de ADN/ARN recombinantes são as manipuladas fora das células vivas.
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Consoante o que estabelece o art. 225 parágrafo 3º da CF/88, as condutas e atividades consideradas lesivas
ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, às sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
Constituem infrações para efeito da Lei n. 8.974/95 toda desobediência às suas normas. A CTNBio fica
autorizada a estabelecer multas a serem aplicadas pelos órgãos fiscalizadores (Ministério da Saúde, Ministério
da Agricultura, do Abastecimento e Reforma Agrária e Ministério do Meio Ambiente e da Amazônia Legal), na
ocorrência das seguintes infrações: A não-obediência às normas e padrões vigentes de biossegurança -
implementação de projetos sem o prévio cadastramento da entidade, bem como de seu técnico - liberação no
meio ambiente de OGM sem sua prévia aprovação, mediante publicação no Diário Oficial da União - operação
de laboratórios que manipulam OGM sem prévia autorização - a não-investigação de acidentes ocorridos no
curso da pesquisa ou o não envio do relatório respectivo à autoridade competente no prazo de cinco dias a
contar da data de transcorrido o evento - não comunicar imediatamente à CTBio (Ministério de Ciência e
Tecnologia) e às autoridades de saúde pública; sobre acidente que possa provocar a disseminação de OGM;
não informar à CTBio, empregados e coletividade sobre os riscos a que estão submetidos, bem como os
procedimentos a serem adotados em caso de acidente.
Constituem crimes, nos termos da Lei de Biossegurança:
I - a manipulação genética de células germinais humanas;
II - a intervenção em material genético humano in vivo, exceto para o tratamento de defeitos genéticos,
respeitando-se os princípios éticos, tais como o princípio da autonomia e o princípio de beneficência, e com
aprovação prévia da CTNBio;
III - a produção, armazenamento ou manipulação de embriões humanos destinados a servirem como material
biológico disponível;
IV - a intervenção in vivo em material genético de animais, excetuados os casos em que tais intervenções se
constituam em avanços significativos na pesquisa científica e no desenvolvimento tecnológico, respeitando-se,
princípios éticos, tais como o princípio da responsabilidade e o princípio da prudência, e com aprovação prévia
da CTNBio;
V - a liberação ou o descarte no meio ambiente de OGM em desacordo com as normas estabelecidas pela
CTNBio e constantes na regulamentação da Lei n. 8.974/95.
Constituem agravantes o fato das experiências resultarem em incapacidade para ocupações habituais, sejam
elas permanentes ou temporárias, a perda ou inutilização de membro, sentido ou função, deformidade, aborto,
morte, dano grave ao meio ambiente, inutilização de propriedade alheia.
No campo penal, a responsabilidade é subjetiva, mas no campo civil segue a tendência mundial de se exigir a
indenização e reparação dos danos. O titular das ações civil e penal é o Ministério Público da União.
Apesar desta regulamentação colocar o Brasil atualizado em relação à legislação mundial, precisamos tomar
cautela para que não entremos na tendência do cientificismo, que é a de considerar ilimitada suas pretensões.
Para o cientificista tudo o que é possível é também lícito, ou seja: os fins justificam os meios. Em posição de
alerta está a ética estabelecendo fronteiras para a ciência, fronteiras que devem ser respeitadas e que
pertencem à origem e à fonte da vida, e à dignidade dos homens, dos animais e das plantas.

25 PATENTEAMENTO DE SERES VIVOS

Patente de invenção é um título ou documento expedido por um organismo oficial, através do qual se concede a
alguém o direito de explorar, com exclusividade, uma invenção que se destina a ser usada no processo
produtivo agrícola, extrativo, industrial ou comercial. Ao autor se concede o privilégio da invenção. Uma patente
permite que se desenvolva e se explore uma invenção ao mesmo tempo que se mantém os outros fora dessa
área por um período de tempo limitado, permitindo, assim, que o inventor possa fazer uso comercial de sua
invenção. O detentor de uma patente pode cobrar royalty para conceder a sua exploração. Alguns laboratórios
farmacêuticos alegam que sem as patentes não poderiam suportar os investimentos nas pesquisas. O Brasil foi
o quarto país a assinar a Convenção de Paris, em 1884, para proteção da Propriedade Industrial.
O Brasil é um país da megabiodiversidade. Mas esta questão da biodiversidade só passou a ser discutida aqui,
quando, durante a Rio/92, o Presidente Bush anunciou que não assinaria a Convenção da Biodiversidade,
naturalmente porque esta disciplinava o acesso ao patrimônio genético, impedindo os EUA, onde já se
patenteavam seres vivos, de continuarem explorando os países pobres, patenteando pesquisas realizadas com
material biológico de outros países. A Convenção estabeleceu bases de acordos que disciplinarão o acesso ao
patrimônio genético, possibilitando aos países fornecedores desses materiais negociar formas vantajosas de
transferência de tecnologias e compensações financeiras, impedindo a pirataria.
No Brasil, a questão das patentes está regulamentada na Lei n. 9.279, de 14 de maio de 1996. Sua aprovação
suscitou grande polêmica e protestos da sociedade científica. O projeto de lei que nela redundou, o 824/91, teve
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uma tramitação tumultuada, porque os ecologistas e cientistas mostraram que esta não defendia os reais
interesses da sociedade.
As maiores batalhas se desenvolveram no sentido de impedir o patenteamento de microorganismos e a
papeline.
Os cientistas argumentavam que o patenteamento de microorganismos obrigaria os agricultores a paga
royalties para cada geração de espécies vegetais que comprassem ou produzissem, colocando-os na
dependência das multinacionais; os melhoristas deixariam de ter livre acesso às fontes genéticas para
conseguir novas variedades de plantas e animais; os consumidores acabariam pagando preços altíssimos pelos
alimentos, remédios e demais produtos; a indústria privada acabaria como única beneficiada com a subvenção
do Poder Público feita com o dinheiro dos contribuintes; o abastecimento de alimentos se veria ameaçado pelo
controle monopolista das colheitas e dos produtos manufaturados; o terceiro mundo acabaria por ver seu
patrimônio biológico natural privatizado pelos países ricos; o bem-estar dos animais se converteria, como já se
converteu, em coisa do passado. Os animais, com a engenharia genética se tornaram vítimas de sistemas
industriais. Os animais de granja geneticamente modificados (patenteados) sofrem graves tensões. E, por fim, a
relação do homem com a natureza ficaria reduzida a um mero empreendimento comercial baseado na
exploração e no lucro.
Quanto aos mecanismos da pipeline, estes implicam reconhecimento retroativo de patentes que já tenham sido
requeridas no exterior. Isto trará significativo prejuízo para as empresas e órgãos públicos nacionais que têm
investido em empresas de produtos, cuja comercialização com a pipeline lhes ficará interdita. As multinacionais
ficam livres para importar os produtos do mais elevado conteúdo tecnológico, que lhes interessa fabricar nos
países centrais. O Brasil que enfrenta o problema da falta de verbas poderá ver o desmantelamento dos centros
de pesquisas.
A Lei n. 9.279/96 em seu art. 1º diz que "a proteção dos direitos relativos à propriedade industrial efetua-se, no
caso, por meio de concessão de patentes de invenção. O titular do direito de patente é o autor de invenção. É
patenteável a invenção que atenda aos requisitos de novidade, atividade inventiva e aplicação industrial".
A lei diz que não se considera invenção e nem modelo de utilidade " o todo ou parte dos seres vivos, naturais e
materiais biológicos encontrados na natureza, ou ainda dela isolados, inclusive o genoma ou germoplasma de
qualquer ser vivo natural e os processos biológicos naturais. E que não são patenteáveis (art 18, III) 'o todo ou
parte de seres vivos, exceto os microorganismos transgênicos que atendam aos três requisitos de
patenteabilidade-novidade, atividade inventiva e aplicação industrial.' Para os efeitos da lei microorganismos
transgênicos são organismos, exceto o todo ou parte de plantas e animais, que expressem, mediante
intervenção humana direta em sua composição genética, uma característica normalmente não alcançável pela
espécie em condições naturais".
Como se vê, esta lei é tudo que queria o Governo dos USA. Além de ir contra a liberdade do uso do
conhecimento e o uso do conhecimento como forma de dominação, muito se tem a discutir sobre o
patenteamento dos microorganismos.

26 FAUNA ICTIOLÓGICA

O chamado código de Pesca baseia-se nos dispositivos do Decreto-Lei n. 221, de 28/2/67. O seu art. 1º define
pesca como todo ato tendente a capturar ou extrair elementos animais ou vegetais que tenham na água seu
normal e mais freqüente meio de vida.
A pesca pode efetuar-se com fins comerciais, desportivos ou científicos.
Pesca comercial é a que tem por finalidade realizar atos de comércio. O pescador profissional precisa ser
matriculado na repartição competente, conforme a lei em vigor.
Pesca desportiva é a que se pratica com linha de mão, por meio de aparelhos de mergulho ou quaisquer outros
permitidos pela autoridade competente, e que em nenhuma hipótese venha importar em atividade comercial.
O pescador amador necessita ser filiado a um Clube de Pesca e requerer concessão de licença anual, junto ao
Ibama sujeito ao pagamento de uma taxa.
Pesca científica é a exercida unicamente com fins de pesquisa, por instituições ou pessoas devidamente
habilitadas para este fim.
Aos cientistas das instituições nacionais que tenham por lei atribuição de coletar material biológico para fins
científicos são concedidas licenças permanentes especiais gratuitas.
As disposições legais sobre o assunto foram complementadas, no âmbito penal, pelas Leis n. 7.643, de
18/12/87, 7.653, de 12/2/88 e 7.679, de 23/11/88.
O Decreto n. 221/67 estabelece normas sobre as empresas do setor, licenças, regulamenta as três
modalidades de captura de espécimes submarinas, fixando sanções administrativas para a transgressão de
seus dispositivos. Existe um grande número de portarias e resoluções sobre as épocas de reprodução
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piracema, locais de desova, instrumentos (redes, anzóis, malhas, artefatos), que são proibidos ou não. Via de
regra, a punição consiste na apreensão dos apetrechos, do produto da pescaria e multa.
A Lei n. 7.653/88 introduziu modificações ao Código de Pesca, até mesmo criando novas figuras típicas. Devido
a protestos de pescadores no tocante à vedação da proibição da pesca no período compreendido entre 1º de
outubro a 30 de janeiro, sob alegação de que a chamada piracema varia conforme a região, esta lei acabou
sendo modificada, pela lei 7 679/88.
Segundo a Lei n. 7.653/88 constitui crime punível com reclusão de um a três anos, provocar, pelo uso direto ou
indireto, agrotóxicos ou substâncias químicas, o perecimento de espécimes de fauna ictiológica. Esta lei proíbe
fiança.
Com a edição da Lei n.7.679/88 abrandou-se a penalidade relativa à pesca predatória, à pesca mediante a
utilização de explosivos ou substâncias tóxicas. A pena máxima passou a ser de um ano de reclusão e admite-
se a fiança, conforme art. 321 e seguintes do Código de Processo Penal. É indispensável, neste caso, que haja
nexo causal entre a morte dos espécimes e o uso de substancia tóxica ou explosivo.
Quando o uso de explosivo colocar em perigo a vida de outrem e sua integridade, bem como seu patrimônio,
poderá ocorrer o delito do art. 251 do Código Penal. Isto pode acontecer, por exemplo, se tal tipo de pesca é
praticada próximo a embarcações, em concurso formal de crimes.
Se comprovado que a atividade pesqueira causou degradação ambiental e afetou a biota, causando dano
irreversível à fauna e à flora, estará configurado o ilícito previsto no art. 15 da Lei n. 6.938/81, que dispõe sobre
a Política Nacional do Meio Ambiente. Podemos exemplificar a adequação deste tipo à pesca de arrasto,
realizada abaixo dos limites de profundidade permitidos.

27 OS CETÁCEOS

Após intensa mobilização de ecologistas e da imprensa, foi promulgada, em 18/12/1987, a Lei n. 7.643, que
proíbe a pesca ou qualquer forma de molestamento intencional de toda espécie de cetáceo nas águas
jurisdicionais brasileiras. A proibição alcança os rios internacionais até a linha divisória. Excluem-se da proibição
o alto-mar. Este é bem comum de todos os povos e não se inclui nas águas territoriais brasileiras, sendo regido
por tratados e convenções internacionais.

28 OS RITOS PROCESSUAIS

No caso da pesca, vamos nos deparar com a seguinte situação: A figura típica da Lei n. 7.653/88, que alterou a
Lei n. 5.197/67, terá rito sumário por força do art. 34 da referida norma. Já para os delitos previstos nas Leis n.
7.643/87 (baleias) e 7.679/88, que revogou em parte a Lei n. 7.653/88, por apenados com reclusão, o rito será o
ordinário (CPP, art. 394 e seguintes).

3.3.1 Convenção da Biodiversidade

O que é a biodiversidade ?

O termo biodiversidade designa coletivamente os diversos organismos vivos presentes no nosso planeta. Ela
pode ser definida em termos de genes, de espécies e de ecossistemas, tais como existem após cerca de 3
milhões de anos de evolução. A espécie humana depende da biodiversidade para a sua sobrevivência. Pode-se
assim, considerar na prática, este termo como sinônimo de «vida sobre a Terra».
Atualmente, estima-se em 1,7 milhões o número de espécies identificadas. O número exato de espécies
existentes sobre a Terra é ainda desconhecido e a sua estimação varia entre 5 e 100 milhões.
Porquê conservar a biodiversidade ?

A extinção das espécies vivas presentes sobre o nosso planeta é um fenômeno natural que se inscreve no
quadro do processo da evolução. Contudo, devido às atividades humanas, as espécies e os ecossistemas são
hoje objeto de ameaças mais graves do que em qualquer outra época histórica. As perdas tocam
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particularmente as florestas tropicais onde vivem 50 a 60% das espécies identificadas, assim como os rios e os
lagos, os desertos e as florestas temperadas, as montanhas e as ilhas. De acordo com as estimações as mais
recentes, tendo em conta as taxas atuais de desflorestação, assistiremos ao desaparecimento de dois a oito
porcento das espécies vivas do nosso planeta nos próximos 25 anos.
Este fenômeno constitui, por um lado, uma tragédia ecológica mas tem, por outro lado, repercussões graves
sobre o desenvolvimento econômico e social. Pelo menos 40% da economia mundial e 80% das necessidades
dos pobres estão ligadas ao recursos biológicos. Por outro lado, quanto maior for a diversidade biológica,
maiores são as possibilidades de descobertas no domínio médico, do desenvolvimento econômico e das
possibilidades de formular soluções que nos permita adaptar aos novos desafios tais como as mudanças
climáticas.
A biodiversidade é de uma importância vital para nós, na medida em que a nossa vida e os nossos meios estão
dependentes dela.

Porquê uma Convenção ?

A Convenção sobre a diversidade biológica e a utilização sustentável das suas componentes não é apenas um
novo artigo adicionado à ordem do dia diplomático. A sua importância foi sublinhada em Junho de 1972 em
Stockholm, na Conferencia das Nações Unidas sobre o Ambiente. Em 1973, na sua primeira reunião, o
conselho de administração do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA) identificou a conservação
da natureza, da fauna e da flora selvagens e dos recursos genéticos como um domínio prioritário.
As preocupações crescentes, inspiradas à comunidade internacional pela diminuição sem precedentes da
diversidade biológica, conduziram a negociações para se estabelecer um instrumento jurídico ligando as Partes
com vista a inverter esta tendência alarmante. As negociações foram grandemente influenciadas pelo
reconhecimento crescente, à escala mundial, da necessidade duma divisão justa e eqüitativa das vantagens
provenientes da utilização dos recursos genéticos.
Objetivos da Convenção
Os objetivos da Convenção são «a conservação da diversidade biológica, a utilização sustentável dos seus
elementos e a partilha justa e eqüitativa das vantagens provenientes da utilização dos recursos genéticos».
A Convenção é assim o primeiro acordo geral de alcance mundial que integra todos os aspectos da diversidade
biológica : os recursos genéticos, as espécies e os ecossistemas. Ela reconhece pela primeira vez que a
conservação da biodiversidade é «uma preocupação comum da humanidade» e que ela faz parte integrante do
processo de desenvolvimento.

Abordagem inovadora da Convenção

A conservação da diversidade biológica deixa assim de ser abordada unicamente sob o seu aspecto da
proteção das espécies e dos ecossistemas ameaçados. Ela passa a ser considerada como um elemento
fundamental do progresso na via do desenvolvimento sustentável.
A Convenção instaura uma nova abordagem visando conciliar a necessidade da conservação e as
preocupações do desenvolvimento. Ela repousa igualmente sobre as considerações de equidade e de
responsabilidades partilhadas.
Para realizar os seus objetivos, a Convenção, no espírito da Declaração de Rio de Janeiro sobre o ambiente e o
desenvolvimento, promove uma parceria renovada entre as nações. Esta parceria repousa sobre as bases da
cooperação científica e técnica, do acesso aos recursos financeiros e genéticos, e da transferência de
tecnologias ecologicamente relevantes.
A Convenção é o primeiro instrumento jurídico, no domínio da biodiversidade, que enuncia claramente os
direitos e as obrigações das Partes em matéria de cooperação científica, técnica e tecnológica. Para isso, prevê
o estabelecimento dum mecanismo financeiro e dum órgão subsidiário com vocação consultiva sobre as
questões científicas, técnicas e tecnológicas.
Por todas estas razões, a Convenção sobre a Diversidade Biológica representa o resultado duma evolução das
mais significativas nos domínios do direito internacional, das relações internacionais e do ambiente e do
desenvolvimento. Ela constitui uma afirmação em favor da vida sob as suas diferentes formas.

CONVENÇÃO DA BIODIVERSIDADE

A Convenção sobre Diversidade Biológica - CDB - foi assinada por 156 países incluindo o Brasil durante a
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento ou Rio 92, e ratificada pelo
Congresso Nacional em 1994. Além de preconizar a conservação da biodiversidade e a utilização sustentável
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de seus componentes, a CDB ressalta a necessidade da repartição justa e eqüitativa dos benefícios derivados
dos usos diversos dos recursos genéticos.
A CDB busca, acima de tudo, a compatibilização entre a proteção dos recursos biológicos e o desenvolvimento
social e econômico. O que inova sobremaneira as ações de conservação da biodiversidade. A Convenção
propõe uma série de estratégias para sua implantação, dentre elas, a elaboração e consecução de programas
inovadores de conservação dos recursos "in situ" e "ex situ" , além da disseminação de informações e do
retorno de benefícios gerado pela utilização da biodiversidade, inclusive de produtos advindos da biotecnologia
(qualquer aplicação tecnológica que utilize sistemas biológicos, organismos vivos, ou seus derivados para
fabricar ou modificar produtos ou processos para utilização específica).
Segundo a CDB os países têm direito soberano sobre a biodiversidade de seus territórios e o dever de
conservá-la e usá-la de forma sustentável, quando for o caso. A falta de plena certeza científica não deve ser
usada como razão para que não se tomem medidas destinadas a evitar ou minimizar a perda da diversidade
biológica.

Explicando mais a Biodiversidade

O termo biodiversidade - ou diversidade biológica - descreve a riqueza e variedade do mundo natural. O homem
não poderia sobreviver sem a biodiversidade. As plantas, os animais e os micro-organismos fornecem-nos
alimentos, remédios e boa parte da matéria-prima industrial consumidos diariamente. Os animais, por exemplo,
dão-nos a carne, o couro e a insulina. Das plantas a borracha, a madeira, o algodão. Já antibióticos, como a
penicilina, são extraídos dos microrganismos.
Mas, para entender o que é a biodiversidade devemos considerar o termo em dois níveis diferentes: todas as
formas de vida, assim como os genes contidos em cada indivíduo, e as inter-relações, ou ecossistemas, na qual
a existência de uma espécie afeta diretamente muitas outras. Os excrementos de um animal podem servir de
alimento para outros e fertilizar o solo ajudando no crescimento das plantas.
Não se sabe quantas espécies vegetais e animais existem no mundo. As estimativas variam entre 10 e 50
milhões, mas até agora os cientistas classificaram e deram nome a somente 1,5 milhão de espécies.

O homem e a diversidade biológica

A diversidade biológica está presente em todo lugar, no meio dos desertos, nas tundras congeladas ou nas
fontes de água sulfurosas. A diversidade genética possibilitou a adaptação da vida nos mais diversos pontos da
Terra. As plantas, por exemplo, estão na base dos ecossistemas. Como elas florescem com mais intensidade
nas áreas úmidas e quentes, a maior diversidade é detectada nos trópicos, como é o caso da Amazônia e a sua
excepcional vegetação. Dois terços da vasta bacia amazônica estão no Brasil, que também abriga o maior
sistema fluvial do planeta.

Percentual estimado das espécies mundiais nas florestas tropicais

Entre os cientistas, o Brasil é considerado o país da "megadiversidade". Aproximadamente 20% das espécies
conhecidas no mundo estão aqui. É bastante conhecido, por exemplo, o potencial terapêutico das plantas
encontradas na Amazônia . Além do uso medicinal de algumas plantas, elas também são importantes na
alimentação humana.
A despeito da diversidade biológica disponível, mais de 50% da base alimentar do homem concentra-se
somente no trigo, no arroz e no milho. As plantações que formam essa limitada fonte de alimentos são,
geralmente, monoculturas e, por isso, suscetíveis a pestes. Na década de 70 uma praga atacou os campos de
arroz asiáticos, ameaçando milhões de pessoas com a fome. Tempos depois os cientistas descobriram que
cruzando uma espécie não cultivada os agricultores chegariam a um arroz resistente à doença. Este facto
mostrou que à medida que um número crescente de espécies forem extintas, será mais difícil proteger as
culturas existentes das pragas.

A Convenção da biodiversidade

Em junho de 1992, o Brasil organizou e sediou uma Conferência das Nações Unidas para conciliar os esforços
mundiais de proteção do meio ambiente com o desenvolvimento socioeconômico. Essa Conferência, conhecida
como Rio-92, constituiu-se num marco histórico que produziu importantes acordos, com destaque para a
Convenção sobre a Diversidade Biológica.

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A Convenção é o primeiro instrumento legal para assegurar a conservação da biodiversidade e o uso
sustentável dos recursos naturais. Mais de 160 países assinaram o acordo, que entrou em vigor em dezembro
de 1993. Contudo, desde a sua criação, ainda não está claro como a Convenção deverá ser implementada. A
destruição de florestas, por exemplo, continua a crescer em níveis preocupantes. Os países que assinaram o
acordo não mostram disposição política para adotar o programa de trabalho estabelecido pela Convenção, cuja
meta é assegurar o uso adequado e proteção dos recursos naturais existentes nas florestas, na zona costeira e
nos rios e lagos.

Em perigo

Se a taxa de desmatamento manter o ritmo atual, entre 5% e 10% das espécies que habitam as florestas
tropicais poderão estar extintas dentro dos próximos 30 anos. A exploração excessiva de algumas espécies
pode causar a sua completa extinção. Por causa do uso medicinal de chifres de rinocerontes em Sumatra e em
Java, o animal foi caçado até o limiar da extinção. A poluição é uma grave ameaça à biodiversidade do planeta.
Na Suécia, a poluição e a acidez das águas impede a sobrevivência de peixes e plantas em quatro mil lagos do
país. A introdução de espécies animais e vegetais em diferentes ecossistemas acaba por colocar em risco a
biodiversidade de toda área, região ou país. Um caso bem conhecido é o da importação do sapo cururu pelo
governo da Austrália, com objetivo de controlar uma peste nas plantações de cana-de-açúcar no nordeste do
país. O animal revelou-se um predador voraz dos répteis e anfíbios da região, tornando-se um problema a mais
para os produtores, e não uma solução. A sociedade moderna - particularmente os países ricos - desperdiça
grande quantidade de recursos naturais. A elevada produção e uso de papel, por exemplo, é uma ameaça
constante às florestas. Um exemplo de como os recursos naturais sofrem com a poluição vem das Filipinas,
onde 460.000 hectares de mangue foram destruídos.

Sem biodiversidade, sem futuro

O crescimento demográfico, a poluição, o uso excessivo dos recursos naturais, a expansão da fronteira agrícola
em detrimento dos hábitats naturais, a expansão urbana e industrial, tudo isso está levando muitas espécies
vegetais e animais à extinção. Cada ano, 17 milhões de hectares de floresta tropical são desmatados. As
estimativas sugerem que, se isso continuar, até 60 mil espécies de plantas e um número ainda maior de
animais serão extintos nos próximos 30 anos. Mesmo a diversidade das comunidades humanas está em risco.
Cerca de 92 tribos de índios brasileiros desapareceram neste século, levando consigo os seus conhecimentos
tradicionais.
A perda da biodiversidade contribui, ainda, para a desagregação da vida comunitária, forçando a transferência
da população do campo para as cidades. Centenas de espécies de plantas com potencial terapêutico estão
ameaçadas e poderão desaparecer por completo antes que se perceba a sua importância para a humanidade.
Normalmente, apenas quando surge um novo problema nós somos capazes de dar valor à biodiversidade.

3.3.2 CONVENÇÃO SOBRE O COMÉRCIO INTERNACIONAL DAS ESPÉCIES DA FAUNA E DA FLORA


SELVAGEM AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO (CITES)

A captura e comércio ilegal de animais e plantas é uma das principais causas de extinção de muitas espécies,
nomeadamente aves como Papagaios, Araras e Periquitos, ou plantas, como por exemplo, as Orquídeas
tropicais.
Por isso existe uma convenção internacional, que Portugal assinou, a CITES (A convenção sobre o Comércio
Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção ), que impede o comércio
ilegal das espécies protegidas.
Assim, só podem entrar nas fronteiras da Europa espécies protegidas que sejam acompanhadas de um
certificado emitido pelas autoridades do país de origem, autorizando a sua exportação.

Como começou?
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CONVENÇÃO DE WASHINGTON

A convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagem Ameaçadas de
Extinção ( CITES) foi assinada por 21 países em 1973, na cidade de Washington. Desde essa altura mais 130
países aderiram a esta convenção que regula o comércio internacional de espécies da fauna e da flora
selvagem, isto é, a exportação, reexportação e importação de espécimes vivos de animais e plantas, suas
partes e derivados com base num sistema de licença e certificados.
As espécies de animais e plantas sujeitas a níveis de regulamentação, estão incluídas em três Apêndices:
O Anexo I incluí espécies ameaçadas de extinção, relativamente ás quais o comércio só pode ser autorizado
em circunstâncias excepcionais para espécies de origem selvagem.
As espécies incluídas no Anexo II não estão necessariamente ameaçadas de extinção mas poderão vir a estar
se o seu comércio não for estritamente regulamentado.
O Anexo III incluí espécies sujeitas a regulamentação dentro dos limites de competência de uma Parte (país) e
relativamente às quais é necessária a cooperação de outras Partes para impedir ou restringir a sua exploração.
Deve referir-se o fato de já serem milhares as espécies de animais e plantas que estão incluídas na CITES, isto
é, que as suas populações já se encontram em perigo de extinção ou a caminho.
A União Européia representa um dos três maiores mercados para o comércio internacional das espécies da
fauna e flora selvagens, principalmente como importadora. Por isso a legislação a aplicar a este tipo de
comércio desde há muito que constituí uma prioridade sua em matéria de conservação das espécies.

Comércio das espécies selvagens ilegais:

Você contribui para a solução ou para o problema

Nas suas férias no estrangeiro ou mesmo no Brasil, pense duas vezes antes de comprar:
· Marfim
· Produtos de tartaruga-marinha
· corais
· plantas selvagens
· animais selvagens
Você pode vir a ser multado por destruir a vida na Terra sem o suspeitar!
Faça um favor á Terra: Não compre espécies protegidas nem recordações fabricadas a partir delas.

PRINCÍPIOS BÁSICOS

As espécies contempladas na CITES encontram-se inscritas em três anexo ( I; II e III) pelo Secretariado
internacional e em quatro anexos (A, B, C e D) pela União Européia, consoante o seu grau de proteção que
necessitam.
Anexo A - espécies em perigo de extinção. O Comércio destes espécimes apenas é permitido em condições
excepcionais. Corresponde, grosso modo, ao anexo I da Convenção.
Anexo B - inclui espécies que, apesar de não se encontrarem em perigo de extinção, o seu comércio deve ser
controlado de modo a evitar uma comercialização não compatível com a sua sobrevivência. Corresponde,
grosso modo, ao anexo II da Convenção.
Anexo C - contém espécies protegidas pelo menos por uma Parte contratante, que solicitou às restantes partes
a sua assistência para controlar o comércio internacional. Corresponde, grosso modo, ao anexo III da
Convenção.
Anexo D - inclui espécies que apesar de não possuírem qualquer estatuto de proteção, apresentam um volume
tal de importações comunitárias que se justifica uma vigilância.

REQUISITOS PARA LICENCIAMENTO DE ESPÉCIES CITES

IMPORTAÇÃO

LICENÇAS DE IMPORTAÇÃO

ESPÉCIES DO ANEXO A, DE ORIGEM SELVAGEM

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A introdução de espécies do anexo A de origem selvagem, na Comunidade, apenas podem ser efetuadas
quando:
- A importação não prejudicar o estado de conservação da espécie nem a extensão do território que essa
população ocupa;
- A importação se efetuar com um dos seguintes objetivos:
Os espécimes sejam necessários em circunstâncias excepcionais, para o avanço da ciência ou para fins
biomédicos;
- Se destinem a processos de criação ou reprodução benéficos para a conservação da espécie;
- Se destinem à investigação ou formação orientadas para a preservação ou conservação da espécie.
- A importação apenas pode ser efetuada satisfeitas as seguintes condições:
- Possuir parecer positivo da Autoridade Científica Nacional, para cada espécime a ser importado.
- Possuí Licença de Exportação ou Certificado de Reexportação.
NÃO se destina a ser comercializada.
Exceções:
As condições anteriormente referidas não se aplicam aos seguintes casos: espécimes do Anexo A, nascidos e
criados em cativeiro, ou reproduzidos artificialmente registrados junto do Secretariado da CITES. São
espécimes anteriormente introduzidos ou adquiridos legalmente na Comunidade e estão a ser re-introduzidos.
Esta clausula só será aceite mediante a apresentação de documentos comprovativos. São espécimes
trabalhados, adquiridos há mais de 50 anos. Sejam bens pessoais ou objetos de uso doméstico. Instituições
científicas registradas junto da Autoridade Administrativa das Partes. Espécies em trânsito (apenas precisa de
Licença de Exportação ou Certificado de Reexportação).

ESPÉCIES DO ANEXO B, SELVAGENS E ANEXO A, DE CATIVEIRO OU REPRODUZIDAS


ARTIFICIALMENTE:

A importação poderá ser feita quando cumpridas as seguintes condições:


- Possuir parecer positivo da Autoridade Científica Nacional, para cada espécie, relativamente a cada país de
exportação, com base no parecer do Grupo de Análise Científica.
- Possuir Licença de Exportação ou Certificado de Reexportação.
Exceções:
As condições anteriormente referidas não se aplicam aos seguintes casos:
São espécimes anteriormente introduzidos ou adquiridos legalmente na Comunidade
e estão a ser re-introduzidos (devem então ser apresentados os documentos legais correspondentes). São
espécimes trabalhados, adquiridos há mais de 50 anos.
Sejam bens pessoais ou objetos de uso doméstico. Instituições científicas registradas junto da Autoridade
Administrativa dos Estados. Espécies em trânsito (apenas precisa de Licença de Exportação ou Certificado de
Reexportação).
NOTIFICAÇÃO DE IMPORTAÇÃO

ESPÉCIES DO ANEXO C

A importação só pode ser feita mediante a apresentação de:


- Se o país de origem inscreveu a espécie, é necessária uma Licença de Exportação, emitida nos termos da
Convenção, atestando que os espécimes foram obtidos legalmente;
- Se o país de origem for outro qualquer, é necessária uma Licença de Exportação, Certificado de
Reexportação ou Certificado de Origem.

ESPÉCIES DO ANEXO D

Não precisa de documentação CITES, basta apresentar fatura ou documento comprovativo de aquisição.

LICENÇAS DE EXPORTAÇÃO ESPÉCIES SELVAGENS DO ANEXO A

Só são emitidas Licenças mediante os seguintes condições: - Possuí parecer positivo da Autoridade Científica
Nacional, para cada espécime. - Possuí Licença de Importação provisória, no caso de o país de destino ser
signatário da Convenção. - A exportação não se destina a fins comerciais. Exceções: As condições
anteriormente referidas não se aplicam aos seguintes casos: - São espécimes trabalhados, adquiridos há mais
de 50 anos. - Espécimes mortos ou partes e produtos, pré-convenção.
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ESPÉCIMES DO ANEXO A (REPRODUZIDOS ARTIFICIALMENTE OU DE CATIVEIRO), B ou C

Só são emitidas Licenças mediante os seguintes condições: - Possuí parecer positivo da Autoridade Científica
Nacional, para cada espécie, relativamente a cada país importador.

CERTIFICADOS COMUNITÁRIOS INTERNOS

São necessários certificados comunitários nas seguintes situações: - Para efetuar uma exportação, de um ou
mais espécimes do anexo A, a partir de um país comunitário para fora da Comunidade, quando o país
comunitário de origem não é o país exportador; - Espécimes do anexo A e B importados de países não
comunitários e que se destinam a ser reexportados; - Transferência de espécimes vivos selvagens do anexo A;
- Isenção de uma proibição de compra, venda, etc., de espécimes do anexo A, de acordo com artigo 8º do
Regulamento (CE) n.º 338/97.

4 Gestão e manejo dos recursos ambientais.


4.1 Zoneamento ecológico-econômico.
4.2 Manejo florestal sustentável.
4.3 Gestão e manejo em unidades de conservação.
4.4 Proteção da biodiversidade.
4.5 Instrumento de controle e licenciamento.
4.6 Silvicultura, projetos de florestamento e reflorestamento.
4.7 Educação ambiental.
4.8 Manejo de bacias hidrográficas.
4.9 Prevenção e combate a incêndios florestais.
4.10 Proteção e manejo de cavernas.

4.2 Manejo Florestal Sustentável

Recursos Florestais
FLORESTAS NACIONAIS

CONCEITO
São áreas de domínio público providas de cobertura vegetal nativa ou plantada, estabelecidas com os seguintes
objetivos:
I.promover o manejo dos recursos naturais, com ênfase na produção de madeiras e outros produtos vegetais;
II.garantir a proteção dos recursos hídricos, das belezas cênicas, e dos sítios históricos e arqueológicos;
III.fomentar o desenvolvimento da pesquisa científica básica e aplicada, da educação ambiental e das
atividades de recreação, lazer e turismo.
Lei 4771 - Art 5º

PROGRAMA DE FLORESTAS NACIONAIS


FLORESTAS NACIONAIS – FLONA
Recursos Florestais

As Florestas Nacionais (FLONAS) são áreas de domínio público, providas de cobertura vegetal nativa
ouplantada, estabelecidas com objetivos de promover o manejo dos recursos naturais, com ênfase na produção
de madeira e outros produtos vegetais, garantir a proteção dos recursos hídricos, das belezas cênicas e dos
sítios históricos e arqueológicos, assim como fomentar o desenvolvimento da pesquisa científica básica e
aplicada, da educação ambiental e das atividades de recreação, lazer e turismo.

REGIÃO NORTE
Floresta Nacional de Altamira

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Floresta Nacional do Amapá
Floresta Nacional do Amazonas
Floresta Nacional do Bom Futuro
Floresta Nacional de Carajás
Floresta Nacional Caxiuanã
Floresta Nacional Cubaté
Floresta Nacional Cuiari
Floresta Nacional de Itacaiunas
Floresta Nacional Içanã
Floresta Nacional Içanã-Aiari
Floresta Nacional de Itaituba I
Floresta Nacional de Itaituba II
Floresta Nacional de Humaitá
Floresta Nacional Jamari
Floresta Nacional Macauã
Floresta Nacional Mapiá-Inauini
Floresta Nacional Paei Cachoeira I
Floresta Nacional Pari Cachoeira II
Floresta Nacional Piraiauara
Floresta Nacional Purus
Floresta Nacional Roraima
Floresta Nacional Saracá-Taquera
Floresta Nacional Tapajós
Floresta Nacional Tapirapé Aquiri
Floresta Nacional Taraguá I
Floresta Nacional Taraguá II
Floresta Nacional de Tefé
Floresta Nacional Ucuçu
Floresta Nacional Xié
Floresta Nacional Xingu

REGIÃO NORDESTE
Floresta Nacional Araripe Floresta Nacional Contendas do Sincora

REGIÃO SUDESTE
Floresta Nacional Capão Bonito
Floresta Nacional Ipanema
Floresta Nacional Mário Xavier
Floresta Nacional Passa Quatro
Floresta Nacional Rio Preto
Floresta Nacional de Ritapolis

REGIÃO SUL
Floresta Nacional Açungui
Floresta Nacional Caçador
Floresta Nacional de Canela
Floresta Nacional Chapecó
Floresta Nacional Ibirama
Floresta Nacional Irati
Floresta Nacional Passo Fundo
Floresta Nacional São Francisco de Paula
Floresta Nacional Três Barras
Manejo Florestal

CONCEITO

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É a administração da floresta para obtenção de benefícios econômicos e sociais, respeitando-se os
mecanismos de sustentação do ecossistema. Esta definição deixa claro que para ser sustentável, o manejo
florestal deve ser economicamente viável, ecologicamente sustentável e socialmente justo.
A exploração florestal, ou seja, a produção de madeira e de outros produtos florestais (resinas, raízes, cascas,
cipós etc), têm como fonte de matéria-prima legal, somente as florestas exploradas sob regime sustentável,
através de Planos de Manejo Florestal Sustentável ou por meio de desmatamentos autorizados.

ATRIBUIÇÕES

Executar a política florestal estabelecida pelo MMA;


Sugerir medidas legais e técnicas para o aprimoramento da política de aproveitamento dos recursos florestais;
Ordenar o aproveitamento dos recursos florestais;
Promover, executar, fazer executar e avaliar os inventários florestais e planos de manejo florestal sustentável
de florestas nativas;
Promover o aproveitamento sustentável e transformações de recursos florestais;
Prestar assistência técnica aos estados, municípios, entidades civis e organizações não governamentais, no
que diz respeito ao ordenamento dos recursos florestais; Orientar e supervisionar as atividades de manejo dos
recursos florestais, desenvolvidas junto às Representações do IBAMA nos Estados.

IMPORTANTE:

Cabe às Representações Estaduais do IBAMA, através de suas áreas técnicas (DITEC), analisar, aprovar e
acompanhar o desenvolvimento dos Planos de Manejo Florestal Sustentável.
O interessado na exploração ou consumo de produtos florestais deverá procurar a Representação do IBAMA
em seu estado, para cadastrar-se e receber informações técnicas e legais complementares, necessárias ao
desenvolvimento da atividade florestal.
Retrospectiva

O Código Florestal, Lei No 4.771, de 15 de setembro de 1.965, no seu Art. 15 determina: "Fica proibida a
exploração sob forma empírica das florestas primitivas da bacia amazônica que só poderão ser utilizadas em
observância a planos técnicos de condução e manejo a serem estabelecidos por ato do Poder Público, a ser
baixado dentro do prazo de um ano."
O primeiro ato a tratar do Manejo Florestal aconteceu mais de vinte anos depois, por meio da Lei No 7.511 de 7
de julho de 1986, regulamentada pela Portaria No 486/86-P, de 28 de outubro de 1.986. A Portaria determinava
normas administrativas e técnicas a fim de fixar "...conceitos e procedimentos a serem observados para
exploração florestal."
Na Portaria, surgiu pela primeira vez oficialmente, entre outros conceitos, o do "Manejo Sustentado ou Manejo
de Rendimento Sustentado", assim definido: "É aquele em que uma empresa florestal visa a aproximação, o
mais cedo possível, do equilíbrio entre incremento líquido e corte, quer anualmente, quer em período um pouco
mais longo." A portaria também conceituava o "Rendimento Permanente ou Rendimento Sustentado" com a
seguinte frase: "É o rendimento que corresponde ao incremento da floresta."
No que se refere especificamente aos procedimentos que deveriam ser adotados, por quem pretendesse
explorar a floresta, ou orientar aqueles encarregados da avaliação da exploração, a Portaria deu um passo: Ela
apresentava um modelo de formulário.
O formulário requisitava diversas informações sobre o plano de manejo a ser adotado, tais como: justificativas
técnicas e econômicas, espécies a serem exploradas; características do povoamento florestal e métodos
utilizados para sua avaliação; forma de exploração e outras.
No entanto, apesar de solicitar informações, a Lei No 7.511 e portaria não estipularam parâmetros para a
avaliação das atividades em si. Deixando a determinação do que seria ou não satisfatório - na busca do manejo
sob regime de rendimento sustentado - a critério do técnico responsável pela avaliação.
Uma vez que naquela época, nem mesmo os cientistas, ou pesquisadores da área, haviam chegado a um
acordo sobre o assunto, pode-se imaginar o quanto ficaram fragilizadas as Delegacias do extinto IBDF nesta
matéria.
Na época o Plano de Manejo foi encarado apenas como mais um entrave burocrático. E os documentos, por
sua vez, serviram mais para legitimar a atividade florestal praticada, do que para regulá-la de fato.
Muitos planos de manejo foram apresentados sem realização de inventários florestais. As informações
quantitativas referentes aos diferentes povoamentos florestais eram coletadas em bibliografia (relatórios do

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RADAM e outros). Alguns planos de manejo foram feitos em mimeógrafo, cujo original deixava algumas lacunas
a serem preenchidas à máquina, como aquelas referentes ao requerente e à propriedade.
Entretanto, em função do aumento da dita "consciência ecológica" e dos movimentos ambientalistas nacionais e
internacionais, aumentou a pressão sobre o IBAMA, e, conseqüentemente, a responsabilidade dos técnicos
encarregados da avaliação dos planos - embora não tenham aumentado a sua instrumentalização profissional.
Esta conjuntura provocou uma maior exigência quanto ao conteúdo técnico dos planos de manejo, ainda que
sem muito critério. Em alguns casos, ela estimulou a aproximação dos técnicos do extinto IBDF com técnicos de
outros órgãos - como as OEMA - a fim de dividir responsabilidades. Nesta fase, alguns planos demoraram mais
do que o de costume para receberem seus pareceres. A caneta ficou mais pesada.
Esta situação perdurou até 1.989, quando através da Ordem de Serviço 002/89-DIREN, de 7 de agosto de
1.989, o IBAMA publicou o "Roteiro Básico para Análise de Planos de Manejo Florestal". Trata-se da primeira
orientação mais explícita do que deveria ser avaliado num plano de manejo.
O documento relacionava uma série de itens a serem preenchidos pelo elaborador do plano, embora poucas
vezes - como no caso do limite de erro do inventário florestal e do seu nível de probabilidade - determine o que
seria bom ou ruim, satisfatório ou inadequado.
De qualquer forma, a partir de então ficou mais difícil a elaboração de um plano entre quatro paredes. Isto mais
em função do volume da informação necessária para a elaboração, do que em função do critério de qualidade
propriamente dito. Ciente dessa realidade, a Ordem de Serviço previu a necessidade da reciclagem dos
técnicos do IBAMA e sugeriu às SUPES que solicitassem treinamentos de seus técnicos.

Em 1.991 foi dado mais um importante passo, com a Instrução Normativa No 80, de 24 de setembro. A iniciativa
teve como grande mérito o de reunir um grupo de especialistas de diversas áreas relacionadas com o Manejo
Florestal, para elaborar a norma.
Embora não tenham participado representantes do setor empresarial, dela participaram todas as instituições de
pesquisa e de ensino ligadas ao manejo florestal, sediadas na Amazônia; bem como pesquisadores e técnicos
de outras regiões, juntamente com técnicos do IBAMA. A reunião foi em Manaus, sob patrocínio da GTZ.

A IN 080 determinou ações objetivas, em função do resultados das pesquisas e experiências profissionais dos
participantes da reunião, tais como: a intensidade amostral e a periodicidade do inventário contínuo, o nível de
abordagem do inventário florestal, da regeneração natural, tratamentos silviculturais e, uma das mais
importantes, o ciclo de corte mínimo de 20 anos, entre outras.
A partir desse momento, o executor de um plano de manejo florestal só poderia obter anualmente, autorização
para exploração - leia-se: guia de transporte florestal - da enésima parte da área total a ser manejada.
Posteriormente o ciclo de corte mínimo foi aumentado para trinta anos, sob protestos de diversos lados.
No meio florestal, suas maiores críticas foram relacionadas a uma não adequação a determinadas
particularidades sócio-ambientais da Amazônia. De qualquer forma, seu conteúdo ainda permeia fortemente a
legislação atualmente vigente.
Os princípios (embora não definidos como tal) da IN 80 foram incorporados à legislação seguinte, o
Decreto No 1.282, de 19 de outubro de 1.994. No Capítulo I do Decreto, que trata: "Da Exploração das
Florestas Primitivas e Demais Formas de Vegetação Arbórea na Amazônia -, são estabelecidos, de forma clara,
os "...princípios gerais e fundamentos técnicos do Manejo".

No Decreto No 1.282 é pela primeira vez delimitada a Bacia Amazônica para efeito do mesmo, e conceituado
novamente o Manejo Florestal Sustentável, como sendo: "... a administração da floresta para a obtenção de
benefícios econômicos e sociais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do
manejo.".
Em complemento ao Dec. 1.282, foi editada a Portaria No 48, de 10 de julho de 1.995, normatizando-o e,
ambos, finalmente, regulamentaram o Art. 15 do Código Florestal - trinta anos depois.
Nos seus 50 Artigos, distribuídos em 3 Capítulos, com várias Seções cada um, mais seus 9 anexos e ainda 4
modelos de formulários de autorização, a Portaria No 48 é o mais completo documento legal já produzido sobre
manejo florestal.
Nela e nos seus apêndices, em maior ou menor detalhe, são tratados diversos assuntos relacionados ao
manejo florestal sustentado. Tais como o manejo em pequenos e médios imóveis rurais, plantas medicinais,
ornamentais e aromáticas, dentre muitos outros itens.
Além do roteiro para elaboração de um plano, ela apresenta uma listagem completa dos documentos
necessários ao encaminhamento do mesmo, e diversos modelos de declarações e compromissos, a serem
assumidos por quem pretende manejar a floresta.
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A Portaria 48 foi também fruto de ampla discussão com os setores envolvidos com a questão florestal. Com
participação muito maior do que a que ocorreu na época na IN 80. Para definição dos pontos que dela fariam
parte, houve muitas discussões em vários estados da Amazônia. Participaram pesquisadores da área, políticos,
legisladores, empresários, professores de universidades e organizações ambientalistas.
Como tudo que é grande e complexo, tem recebido críticas, mas ninguém poderia dizer que ela não foi fruto de
amplas e democráticas reuniões de trabalho. A não ser no que se refere à exigência de Estudo de Impacto
Ambiental e Relatório de Impacto de Meio Ambiente. A decisão final da reunião havia sido pela não
necessidade de ambos, acenado para uma alteração no Decreto 1.282. Primeiro, em função dos complexos
procedimentos de inventário contínuo e tratos silviculturais inerentes ao manejo florestal sustentado já
adotados. Segundo, em função da pouca contribuição relativa que os EIA e RIMA têm oferecido para as
tomadas de decisão a cerca do meio ambiente. A obrigatoriedade de ambos, ao invés de contribuir para o
manejo, acabou fazendo com que os empresários optassem por planos de menos de 2.000 hectares, opção
que os isenta da obrigação de realizá-los.
Após a Portaria 48, foram editadas duas medidas de grande influência sobre o Manejo Florestal, embora não
versem diretamente sobre ele. A primeira, a Medida Provisória 1.511, de 25 de julho de 1.996, que aumenta a
área de Reserva Legal na Região Amazônica para 80%, estimulando, de certa forma, o aproveitamento da
floresta via manejo florestal sustentado.

A segunda, o Decreto No 1.963, de mesma data, que suspende por 2 anos a exploração do Mogno (Swietenia
macrophylla) e da Virola (Virola surinamensis). Duas espécies tradicionalmente exploradas na região, cujo
impacto da sua exclusão, no balanço comercial da floresta, ainda não foi suficientemente discutido.

A Medida Provisória 1.511 foi reeditada várias vezes e o seu cerne ainda está em vigor através da Medida
Provisória 2.080-61, de 22/03/01. No que depende da lei a conversão de áreas de florestas em áreas agrícolas
ou de pecuária, qualquer que seja a porcentagem, ainda depende do que foi feito do desmatado anteriormente.
Isto é: desmatou e não está produzindo, e produzindo bem, então não pode desmatar mais.

O Decreto 1.963, por sua vez, foi substituído pelo Dec. 2.687, de 24.07.98. Nele a exploração do Mogno foi
suspensa por mais dois anos e a da Virola, por sua vez, ficou liberada, dependendo apenas de condições
específicas para o seu manejo, a serem estabelecidas pelo IBAMA.
Em 28 de setembro de 1.998, foi publicado o Decreto 2.788, que alterou o Decreto 1.282 substancialmente.
Nele foi finalmente excluída a obrigação dos PMFS apresentarem os relatórios de Impacto Ambiental
(EIA/RIMA), reconhecendo que o conhecimento científico sobre a floresta e as técnicas de manejo e
monitoramento das florestas são extremamente superiores às ainda rudimentares e subjetivas técnicas
utilizadas nos EIA/RIMA.
Ainda no 2.788, são criados as categorias de manejo florestal simplificado e comunitário. Contudo sem chegar a
detalhes, o que demonstrou uma grande evolução na legislação florestal. A partir dele, os detalhes das regras,
ficaram por conta do IBAMA, órgão executor do Ministério do Meio Ambiente, dando muito mais agilidade às
transformações que se fizerem necessárias.

A partir de então, a Portaria 48 perdeu a validade nos seus artigos referentes ao manejo florestal. Ela foi
substituída pela Instrução Normativa 4, de 28.12.98, que estabelece as regras para o manejo florestal
comunitário; a Instrução Normativa 5, de mesma data, que estabelece as regras para o manejo florestal
simplificado; a Instrução Normativa 6, também de mesma data, que estabelece as novas regras para o manejo
florestal em escala empresarial, e, finalmente, a Instrução Normativa 1, do MMM, de 08.01.99, que estabelece
as regras específicas para o manejo da Virola surinamensis.

Nas 4 Instruções Normativas citadas no parágrafo anterior, observa-se uma grande evolução, pois tem início
um processo de adequação das leis às diversas características sociais e ambientais das florestas amazônicas.
As regras nelas contidas foram fruto de ampla discussão por mala direta, que culminaram numa oficina de
trabalho realizada no final de 98 em Brasília, com maciça participação de técnicos, empresários, pesquisadores
e profissionais liberais.
Enquanto isso, foram publicadas as regras para o manejo florestal no restante do país: A Portaria 113, de
19.12.95, disciplina a exploração das florestas primitivas nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste e a
Instrução Normativa No 1, de 06/10/98, que estabelece regras específicas para o manejo florestal na vegetação
nativa e formações sucessoras da região Nordeste do Brasil.

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O contingenciamento da Virola, do Pinho e da Imbuia estão atualmente regulados pela Instrução Normativa No
2, do MMA, de 25/01/99 e o contingenciamento do Mogno, por sua vez, está determinado na Instrução
Normativa No 3, também do MMA.

De grande impacto na região amazônica foi a recentemente publicada Instrução Normativa No 4 (MMA) que
suspendeu por 120 dias as autorizações de exploração e desmatamento em toda a região. Fruto dos resultados
apresentados pelo monitoramento realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE, que acusou
áreas maiores do que as autorizadas oficialmente. A IN 4 foi alterada pela IN 5, de 23/03/99. Nela foram
excluídas de proibição as áreas destinadas à implantação de subestações e linhas de transmissão de energia
elétrica.
Em 27 de abril de 1999, o MMA, através da IN 7, revoga a IN 4 e estabelece os seguintes limites e condições
para a autorização de desmatamentos na Amazônia Legal:

I - até 3 hectares por ano, em área de até cem hectares, revestida de floresta nativa (com título de propriedade
ou posse reconhecida);
II - até 5 hectares por ano, em áreas extrativistas de posse coletiva, de mais de cem hectares, desde que
comprovada a prática de agricultura familiar;
III - até 20% da área total da propriedade em áreas de cem a duzentos hectares;
IV - de acordo com a MP 1.736-35 (Atualmente 2.080-61), em áreas acima de duzentos hectares (após vistoria).

A IN 7 também cria 3 comissões para implementação da Agenda Positiva para a Amazônia Legal, sob a
coordenação do MMA/SCA.
Foram elas: I - de Acompanhamento das Ações de Fiscalização; II - sobre Áreas Alteradas da Amazônia Legal;
e III - de Manejo Sustentado e Reposição Florestal.

4.3 Gestão e manejo em unidades de conservação

Considerações Iniciais

Unidade de Conservação (UC) é a denominação brasileira para as áreas protegidas pelo Poder Público com a
finalidade de resguardar espaços representativos dos recursos naturais do país. São definidas por instrumentos
legais específicos que discriminam o tipo de uso indicado à unidade, seus limites, dimensão, municípios
abrangidos e o organismo gestor. Diferenciam-se das áreas naturais dispersas, protegidas pela legislação
geral*.
As unidades de conservação podem ser áreas de domínio público ou privado e, de acordo com seu nível de
abrangência e sua função no planejamento global de áreas protegidas, estarão sob jurisdição federal, estadual
ou municipal. São classificadas em diversas categorias de manejo, tais como: parques, estações ecológicas,
reservas biológicas, áreas de proteção ambiental, segundo as diferentes vocações e funções que exercem
dentro dos objetivos de conservação da biodiversidade.
A demarcação de unidades de conservação constituiu uma das principais estratégias utilizadas mundialmente
para se atingir a sustentabilidade dos recursos vivos 10. A conservação destes recursos, segundo a União
Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais, apresenta três objetivos específicos:
" · manter os processos ecológicos e os sistemas vitais essenciais (exemplos: a regeneração e a proteção dos
solos, a reciclagem dos nutrientes e a purificação das águas), dos quais dependem a sobrevivência e o
desenvolvimento humanos;
· preservar a diversidade genética (toda a gama de material genético que se encontra nos organismos vivos do
mundo inteiro), da qual dependem o funcionamento de muitos dos processos e sistemas acima mencionados,
os programas de cruzamento necessários para a proteção e a melhoria das plantas cultivadas e dos animais

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domésticos e dos microorganismos, assim como boa parte do progresso científico e médico, da inovação
técnica e da segurança das numerosas indústrias que utilizam os recursos vivos;
· assegurar o aproveitamento sustentado das espécies e dos ecossistemas (em particular da fauna silvestre,
inclusive a aquática, das matas e das terras para pastagem) que constituem a base de sustento de milhões de
comunidades rurais e de importantes indústrias" 12.
Notamos que a conservação da natureza está inserida no objetivo mais amplo da própria sobrevivência
humana, uma vez que seus componentes físicos e bióticos constituem a base de sustentação da vida e da
economia humanas.

Unidades de conservação - Termos Básicos


Os conceitos, objetivos e categorias de manejo abaixo descritos foram extraídos a partir do Sistema Estadual
de Unidades de Conservação - SEUC/98 (Projeto de Lei).

Unidade de Conservação - Espaço territorial, incluindo as águas jurisdicionais, e seus componentes, com
características naturais relevantes, de domínio público ou privado, legalmente instituído pelo Poder Público para
a proteção da natureza, com objetivos e limites definidos e com regimes específicos de manejo e administração,
ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.

Área Natural Protegida - Superfície de terra e/ou água especialmente destinada à proteção e à manutenção do
ambiente natural, assim como dos recursos naturais e culturais associados, através de instrumentos legais ou
outros meios administrativos.
Conservação da Natureza –

Manejo dos recursos do ambiente - ar, água, solo, minerais e espécies viventes - compreendendo
preservação, manutenção, utilização sustentável e restauração do ambiente natural, para que possa
produzir o maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais gerações, mantendo seu potencial de
satisfazer às necessidades e aspirações das gerações futuras e garantindo a sobrevivência de todos os
seres vivos.
Preservação - Práticas de conservação da natureza que assegurem a proteção integral dos recursos naturais.

Manejo - O ato de intervir sobre o meio natural, com base em conhecimentos científicos e técnicos, com o
propósito de promover e garantir a conservação da natureza.

Plano de Manejo - Documento técnico resultante de planejamento que, fundamentado nos objetivos e
características da unidade, define seu zoneamento, regulamenta seus usos, orienta e disciplina sua
implementação

Uso indireto - É aquele no qual a obtenção de serviços e benefícios da natureza pelo homem se dá sem
apropriação e/ou consumo dos recursos naturais.

Uso direto - É aquele no qual a obtenção de serviços e benefícios da natureza pelo homem se dá com
apropriação e/ou consumo dos recursos naturais.

Zona Tampão - Áreas adjacentes às unidades de conservação integral e domínio público, na faixa mínima de
cinco quilômetros, com limitações de ocupação territorial e de uso dos recursos naturais, bem como promoção
de atividades econômicas compatíveis com o propósito de reduzir impactos da ação humana sobre a unidade.

Zoneamento - Divisão da unidade de conservação em setores ou zonas de destinação de usos, com normas e
objetivos de manejo próprios, conforme os objetivos da unidade, parâmetros gerais da categoria e
características locais, visando sua efetiva proteção, manejo e controle.

Sistema Estadual de Unidades de Conservação - Conjunto de unidades de conservação que, planejadas,


organizadas e manejadas de forma coordenada, são capazes de viabilizar os objetivos de conservação da
natureza no Estado do Paraná, definidos por lei.

Principais Objetivos de Conservação da Natureza


· manter a diversidade biológica e os recursos genéticos no território paranaense e nas águas jurisdicionais;
· proteger, no âmbito regional, as espécies raras, endêmicas, vulneráveis e/ou ameaçadas de extinção;
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· preservar e, quando for o caso, restaurar a diversidade biológica de ecossistemas naturais;
· incentivar o uso sustentado dos recursos naturais;
· incentivar a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no desenvolvimento regional;
· manejar os recursos de flora e fauna para sua proteção, recuperação e uso sustentado;
· proteger paisagens naturais ou pouco alteradas de notável beleza cênica;
· proteger sítios de natureza geológica, geomorfológica, arqueológica, paleontológica e, quando couber,
histórica de características excepcionais;
· proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos;
· incentivar atividades de pesquisa científica, estudos e Monitoramento de natureza ambiental;
· favorecer condições para a educação e interpretação ambiental e recreação em contato com a natureza.

Reservas Biológicas - São unidades de conservação de posse e domínio públicos que se destinam à
preservação integral da biota e demais atributos naturais nelas existentes, sem interferência humana direta ou
modificações ambientais a qualquer título, excetuando-se medidas transitórias de recuperação de seus
ecossistemas alterados.

Estações Ecológicas - São unidades de conservação de posse e domínio públicos que se destinam à
preservação integral da biota e demais atributos naturais nelas existentes, sem interferência humana direta ou
modificações ambientais a qualquer título, excetuando-se medidas transitórias de recuperação de seus
ecossistemas alterados e realização de pesquisa científica que altere as características naturais dos
ecossistemas locais em até 2% de sua área, até o máximo de 50 ha.

Parques Estaduais - São unidades de conservação de posse e domínio públicos que se destinam à
preservação integral de áreas naturais com características de grande relevância sob os aspectos ecológico,
cênico, científico, cultural, educativo e recreativo, vedadas modificações ambientais e interferência humana
direta, excetuando-se medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e ações de manejo necessárias
para recuperar e preservar o equilíbrio natural, diversidade biológica e os processos naturais.

Monumentos Naturais - São unidades de conservação de posse e domínio públicos que se destinam a
preservar áreas que contêm sítios abióticos e cênicos que se distinguem por sua singularidade, raridade beleza
ou vulnerabilidade.

Refúgios de Vida Silvestre - São unidades de conservação de posse e domínio públicos e/ou privados
constituídas por áreas em que a proteção e o manejo são necessários para a existência ou reprodução de
espécies residentes ou migratórias de importância significativa.

Reservas Particulares do Patrimônio Natural - São unidades de conservação de posse e domínio privados
que se destinam à preservação integral de áreas naturais primitivas ou pouco alteradas, de relevante interesse
ecológico, científico, cultural, educativo e/ou recreativo.

Florestas Estaduais - São unidades de conservação de posse e domínio públicos com áreas de cobertura
florestal de espécies predominantemente nativas, destinadas à produção econômica sustentada de madeira e
outros produtos vegetais, à pesquisa científica, especialmente de métodos para exploração sustentável de
florestas nativas, ao manejo de fauna silvestre, à proteção dos recursos hídricos e a atividades recreativas em
contato com a natureza.

Áreas de Proteção Ambiental -São unidades de conservação submetidas a diversas práticas de manejo,
podendo compreender ampla gama de paisagens naturais primitivas e/ou parcialmente alteradas, com
características notáveis e dotadas de atributos bióticos, abióticos, estéticos ou culturais que exijam proteção
para cumprir pelo menos um dos seguintes objetivos:
· conservar ou melhorar as condições ambientais locais;
· preservar recursos hídricos;
· preservar paisagens notáveis;
· manter atributos culturais relevantes;
· proteger unidades de conservação de proteção integral;
· experimentar técnicas e procedimentos que permitam conciliar o uso da terra com a manutenção dos
processos ecológicos essenciais, conciliados ao bem-estar das populações humanas locais.

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Planos de Manejo
O Decreto Nº 84.017, de 21 de setembro de 1979, que aprova o Regulamento dos Parques Nacionais
Brasileiros, em seu Art. 6º, define:
"Entende-se por plano de manejo o projeto dinâmico que, utilizando técnicas de planejamento ecológico,
determine o zoneamento de um Parque Nacional, caracterizando cada uma das suas zonas e propondo seu
desenvolvimento físico, de acordo com suas finalidades."
Verifica-se que essa terminologia - Plano de Manejo - foi inicialmente utilizada no Brasil com vistas ao
atendimento ambiental dos denominados Parques Nacionais. E vários parques públicos brasileiros tiveram seus
planos de manejo desenvolvidos, sob a ótica do Decreto Nº 84.017.
O termo Zoneamento, conforme estabelece o mesmo diploma legal, refere-se às zonas características que um
Parque Nacional deve conter (Art. 7º), a saber:

Zona Intangível - É aquela onde a primitividade da natureza permanece intacta, não se tolerando quaisquer
alterações humanas, representando o mais alto grau de preservação (...);

Zona Primitiva - É aquela onde tenha ocorrido pequena ou mínima intervenção humana, contendo espécies da
flora e da fauna ou fenômenos naturais de grande valor científico (...);

Zona de Uso Extensivo - É aquela constituída em sua maior parte por áreas naturais, podendo apresentar
alguma alteração humana (...);

Zona de Uso Intensivo - É aquela constituída por áreas naturais ou alteradas pelo ser humano (...);

Zona Histórico-Cultural - É aquela onde são encontradas manifestações históricas e culturais ou


arqueológicas, que serão preservadas, estudadas, restauradas e interpretadas para o público, servindo à
pesquisa, educação e uso científico (...);

Zona de Recuperação - É aquela que contém áreas consideravelmente alteradas pelo ser humano. Zona
provisória que, uma vez restaurada, será incorporada novamente a uma das zonas permanentes (...);

Zona de Uso Especial - É aquela que contém as áreas necessárias à administração, manutenção e serviços
do Parque Nacional, abrangendo habitações, oficinas e outros.
A concepção dos planos de manejo foi estendida a todos os tipos de Unidades de Conservação Ambiental,
envolvendo parques nacionais, reservas biológicas, reservas florestais, reservas legais, áreas de proteção
ambiental, áreas de preservação permanente e outros.
Da mesma forma, o IBAMA - Instituto Nacional do Meio Ambiente e Recursos Naturais renováveis elaborou um
termo de referência para a elaboração de planos de manejo em unidades de conservação ambiental,
envolvendo as tarefas de zoneamento e uma série de programas específicos destinados a garantir e manter a
estabilidade ambiental das áreas manejadas.
O ato de manejar um ambiente ou um ecossistema envolve ações específicas, com finalidades específicas. Um
projeto de manejo destina-se a otimizar os impactos prognosticados sobre os fatores ambientais da região a ser
contemplada, independentemente de sua postura institucional. Pode ser um parque nacional, uma fazenda ou
um jardim.

O manejo é efetuado através de ações que envolvem:


• a relocação geográfica de fatores ambientais impactáveis por processos que nela ocorram;
• a eliminação e retirada de elementos que lhes são adversos, bem como, eventualmente, dos processos
impactantes;
• a introdução e desenvolvimento de elementos, normalmente inexistentes ou insuficientes, que lhes são
funcionalmente vitais;
• o desenvolvimento e a implantação de uma estrutura de gestão, avaliação e replanejamento. Para alcançar os
resultados pretendidos, projetos, programas e planos de manejo utilizam práticas da planificação ambiental, tais
como:
• diagnósticos ambientais;
• prognósticos ambientais;
• avaliação de impactos ambientais;
• zoneamentos ambientais;
• medidas de controle ambientais, inclusive com a produção de normas e diplomas legais específicos;
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• planificação da gestão ambiental da região;
• estimativas de recursos humanos, técnicos, logísticos e serviços de terceiros, com orçamentação dos
mesmos;
• sistematização dos processos de gestão ambiental da região;
• proposição da estrutura organizacional necessária às atividades de gestão do plano;
• sistemas de monitoração do desempenho ambiental das variáveis de interesse como medidas de resultado;
• sistemas de fiscalização de atividades e processos potencialmente impactantes que ocorram na região;
• sistemas de avaliação de resultados e replanificação.
Essas são as atividades necessárias às ações de manejo de uma região, considerando-as desde a sua fase de
desenvolvimento, passando por sua implantação, e chegando às etapas de operacionalização, manutenção e
aprimoramento. Em síntese, deve-se entender o Manejo Ambiental como o instrumento fundamental para
compatibilizar as vocações de uma região face às atividades que nela estejam em desenvolvimento ou que nela
venham a ser realizadas, estabelecendo os limites de sua intensidade e das suas conseqüências, assim como
todos os instrumentos necessários à garantia da sua estabilidade ambiental.

O Problema da População Tradicional e as Unidades de Conservação

O conceito de população Tradicional e os direitos desses moradores em áreas de preservação são motivos de
divergências entre ambientalistas e fazem parte de um debate que tende a se acentuar com o reconhecimento
oficial dessa população no Decreto 750 que dispõe sobre o manejo na Mata Atlântica. "O decreto tentou
excetuar as populações tradicionais de alguma forma nas restrições de uso da terra, mas eles ainda precisam
de autorização ou pelo menos comunicar suas atividades. Essa imposição é inócua. Como um posseiro vai dar
entrada em papéis se não tem escritura?", questiona João Winther, advogado do departamento ambiental da
Engea (Avaliações, Estudos de Patrimônio e Engenharia Ltda.). Na opinião do advogado, nossas leis refletem
posturas de dominação, como no Código Florestal, de 1965. "Segundo essa legislação quem não tem título de
domínio não pode ter autorização de desmatamento. As exigências são muitas, e as pessoas de baixa renda
nunca conseguem". Para Winther, as sociedades semi-fechadas, com relações fortes de parentesco e
solidariedade e que tenham uma idéia de apropriação comunal da área têm por direito que receber um
tratamento diferenciado e poder preservar sua cultura.
A antropóloga Lídia Luz, coordenadora da Comissão Pró-Índio de São Paulo, acredita que, embora não existam
leis definindo e reconhecendo o direito das populações tradicionais, "elas devem ficar onde estão e opinar como
será a ocupação hoje e no futuro, inclusive como será a utilização dos recursos naturais". Para Luz, estas
pessoas - caiçaras, indígenas, ribeirinhos - ocupam as terras há muito tempo e seus conhecimentos sobre o
local são passados de geração em geração.
"Não existe definição de população tradicional, mas podemos reconhecer que uma população indígena ou um
núcleo caiçara realmente isolados são tradicionais. Mas normalmente elas sofrem interferências externas e
deixam de ser tradicionais. Isso Complica o trabalho de reconhecer certos direitos dessas populações", afirma
Ibsen Câmara, da Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza (FBCN) e autor do Plano de Ação para
a Mata Atlântica, da Fundação SOS Mata Atlântica.
Segundo o ambientalista, "há setores conservacionistas que dão importância excessiva às populações
tradicionais e isso prejudica o ecossistema, principalmente em áreas de proteção. Claro que as populações
merecem cuidados e atenção, mas unir as duas coisas é difícil". Para Câmara, as Unidades de Conservação
devem ficar em um local e as pessoas em outro, pois as Unidades de Conservação devem ser pensadas em
séculos.
O ideal, para Ibsen Câmara, seria não ter população humana em áreas de conservação. "Como em alguns
locais isso não é possível, o correto é redimensionar as Unidades de Conservação para excluir as áreas com
população. Do contrário, as áreas ocupadas tendem a se expandir, porque a população aumenta e muda de
hábitos".
"É injusto e antiético retirar as populações tradicionais de seu local de residência. Além disso, é burrice, porque
elas garantem a diversidade e a população não cresce, pis a tendência de migrar para as cidades continua",
rebate Antonio Carlos Diegues, diretor do Núcleo de Pesquisa sobre Populações Humanas e Áreas Úmidas do
Brasil (Nupaub) e professor de pós-graduação em ciência ambiental da Universiade de São Paulo (USP).
Diegues acaba de publicar, pelo Nupaub, o trabalho "Populações Tradicionais em Unidades de Conservação: O
Mito Moderno da Natureza Intocada".
Para Diegues, ao contrário do que pensavam os ambientalistas seguidores de Wild Erness - criador da
concepção do mundo natural, que tem a sua biodiversidade garantida pela intocabilidade humana -, a presença
da população indígena foi essencial na manutenção da Amazônia e da Mata Atlântica. "Eles manejavam com
cultivo itinerante, introduzindo plantas frutíferas, que deixavam para trás quando se mudavam. A biodiversidade
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era humanizada e garantida pelas populações tradicionais e diminuirá se estas populações forem expulsas",
explica Diegues.
Segundo Diegues, até meados dos anos 80, o movimento ambientalista ignorava as populações tradicionais,
embora 84% dos parques e áreas protegidas da América Latina tenham população moradora. "Este é um
conceito de unidade de conservação importado dos Estados Unidos, e não serve para países do Terceiro
Mundo".

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO BRASILEIRAS

Ao longo do tempo, as conquistas ambientais vêm se consolidando na forma de diplomas legais vários (leis,
decretos, resoluções e outras normas). Como ônus desse processo, tem-se hoje uma legislação farta, porém
esparsa, dificultando a consulta e, via de conseqüência, o cumprimento.
As Unidades de Conservação podem ser divididas em dois grandes grupos, a partir de uma característica
diferenciadora essencial: a dominialidade, que pode ser pública ou privada. Dentre as Unidades de
Conservação que devem ser mantidas sob domínio público, destacam-se as Estações Ecológicas (EE's),
Reservas
Biológicas (REBIO's), Parques Nacionais (PARNA's) e Florestas Nacionais (FLONA's). Dentre as Unidades de
Conservação em que podem conviver as duas formas de domínio (público e privado) ou que podem ser
mantidas exclusivamente sob propriedade privada destacam-se as Áreas de Proteção Ambiental (APA's), Áreas
de Relevante Interesse Ecológico (ARIE's) e Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN's).

Seguem-se definições das mencionadas Unidades de Conservação:

Estações Ecológicas - EE's: Trata-se da figura jurídica de Unidade de Conservação mais rigorosa do Direito
brasileiro. Defini-se como "áreas representativas dos ecossistemas brasileiros, destinadas à realização de
pesquisas básicas e aplicadas de Ecologia, à proteção do ambiente natural e ao desenvolvimento da educação
conservacionista" (Lei 6902/81, art. 1).

Reservas Biológicas - REBIO's: Chega ao empate com o rigor protegido das Estações Ecológicas,
diferenciando-se destas pelo caráter de proteção faunística. Têm a mesma finalidade dos Parques Nacionais.

Parques Nacionais - PARNA's: Têm por finalidade "resguardar atributos excepcionais da natureza, conciliando
a proteção integral da flora, da fauna e das belezas naturais, com a utilização para objetivos educacionais,
recreativos" (Lei 4771/65, art 5, a).

Florestas Nacionais - FLONA's: São áreas de domínio público, criadas com finalidade econômica, técnica e
social. Podem ser reservadas áreas ainda não florestadas e destinadas a atingir esse fim.

Áreas de Proteção Ambiental - APA's: "São Unidades de Conservação destinadas a proteger e conservar a
qualidade ambiental e os sistemas naturais ali existentes, visando a melhoria da qualidade de vida da
população local e também objetivando a proteção dos ecossistemas regionais" (Resolução Conama 010/88, art
1).

Áreas de Relevante Interesse Ecológico - ARIE's: São as áreas que possuem características naturais
extraordinárias ou abrigem exemplares raros da biota regional, exigindo cuidados especiais de proteção por
parte do poder público" (Decreto 89336/84, art 2).

Reservas Particulares do Patrimônio Natural - RPPN's: São imóveis sob domínio privado, em que, no todo
ou parte, sejam identificadas condições naturais primitivas, semi-primitivas, recuperadas ou cujas
características justifiquem ações de recuperação, pelo aspecto paisagístico, ou para preservação do ciclo
biológico de espécies da fauna e da flora nativa do Brasil.

4.6 Silvicultura
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projetos de florestamento e reflorestamento
INTRODUÇÃO
TERMINOLOGIA E OBJETIVOS DA IMPLANTAÇÃO DE MACIÇOS FLORESTAIS

1. Terminologia
a) Silvicultura - é a ciência que trata do cultivo de árvores, referindo-se às práticas relativas à produção de
mudas, plantio, manejo, exploração e regeneração dos povoamentos.
b) Floresta - é uma associação predominante de árvores, acrescida de sub-bosque, ocupando considerável
extensão de terra, capaz de desenvolver um clima local próprio.
c) Sub-bosque - vegetação arbustiva, sub-arbustiva, herbácea e arvoretas encontradas sob o maciço florestal
(regeneração natural).
d) Mata - é uma floresta de pequena extensão. Diferencia-se do conceito de floresta apenas pela extensão de
terra.
e) Floresta pura - quando a freqüência de uma espécie é de mais de 90%.
f) Floresta mista - quando a floresta é formada por mais de uma espécie.
g) Floresta nativa (natural) - quando formada sem a intervenção do homem.
h) Floresta plantada (artificial) - quando plantada pelo homem.
i) Floresta de alto fuste - sua origem e regeneração se fazem por semeadura.
j) Floresta de talhadia - a regeneração se faz pela brotação da touça.
k) Floresta primária - floresta que se formou ao longo dos estágios sucessionais, sem interrupção.
l) Floresta secundária - formada naturalmente após a destruição da floresta primária (capoeira).
m) Fuste - é a parte da árvore que vai do colo às primeiras ramificações da copa (tronco).
n) Campo - formação vegetal com apenas um estrato de cobertura, constituída principalmente de gramíneas,
ciperáceas e leguminosas.
o) Campo sujo o campo cerrado - campo entremeado de arbustos e raras formas arbóreas, com predominância
de vegetação rasteira.
p) Cerrado - formação vegetal constituída de dois estratos, um de vegetação rasteira e outro com formas
arbóreas que raramente ultrapassam 6 metros de altura, apresentando caules tortuosos, com espessas cascas,
folhas coriáceas e aparência xeromórfica.
q) Cerradão - formação constituída de três estratos, sendo os dois primeiros semelhante ao cerrado, e o terceiro
é formado por árvores de 6 até 20 metros de altura, com melhor forma, possível de se encontrar madeira dura.
r) DAP - significa "diâmetro à altura do peito", e é o diâmetro da árvore medido a l,30 m do solo.

Objetivos do florestamento ou reflorestamento

Um florestamento ou reflorestamento, além dos benefícios econômico-financeiros (madeira, óleos, celulose,


látex, resinas, lenha), produz outros considerados de ordem geral, porém não menos importantes:
a) Controle à erosão
i) Um povoamento florestal pode contribuir para o controle da erosão eólica e hídrica.
ii) No caso da erosão eólica, esta ocorre principalmente nas regiões de solos arenosos, onde os ventos passam
com alta velocidade, em topos de morros descobertos e em áreas litorâneas. As árvores poderão recobrir a
área ou ter a função de quebra-ventos.
iii) Para o caso da erosão hídrica, as árvores protegem o solo em três níveis: copa - primeira interceptação das
gotas; superfície do solo - onde a manta orgânica amortece as gotas que passam ou caem das copas e ainda
dificulta o escorrimento superficial, dando mais tempo para infiltração; no interior do solo - onde o
enriquecimento orgânico do solo provocado pela grande quantidade de material orgânico que cai
constantemente, aumenta a porosidade, e por conseguinte a capacidade de retenção e absorção.
b) Enriquecimento das camadas superficiais do solo
As raízes profundas das árvores buscam os nutrientes no sub-solo, depositando-os na superfície quando da
queda de folhas, ramos, galhos, flores, frutos, cascas e morte de indivíduos, num processo denominado
ciclagem de nutrientes.
c) Melhoria das propriedades físicas
Os solos sob mata são em geral, bem estruturados, porosos, permeáveis e arejados.
d) Ativação da flora e fauna do solo
Devido à abundância de matéria orgânica e o arejamento dos solos florestais, nestes, o número de organismos
é maior do que nos solos descobertos.

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e) Regularização da vazão dos cursos d'água e melhoria da qualidade da água
As alterações nos cursos d'água que cortam florestas, tais como aumento ou diminuição na vazão, são
menores ou mais lentas. A explicação para isso está na maior infiltração de água no solo, que é liberada
gradativamente, não provocando inundações e melhorando a qualidade da água.
f) Proteção da flora e fauna
As matas servem de refúgio e local de alimentação a muitas espécies de animais. Algumas são exclusivamente
arborícolas, como a preguiça e muitas espécies de macacos, não sobrevivendo em outras condições. Espécies
vegetais, como muitas orquídeas, têm seu habitat nas copas de grandes árvores.
g) Influências sobre o clima
O ambiente no interior das florestas e próximo a elas geralmente é mais ameno do que nas áreas descobertas,
devido à maior umidade provocada pela alta transpiração, e à diminuição dos extremos de temperatura. Entre o
dia e a noite as variações do clima são menores nas áreas florestadas.
h) Turismo e recreação
Em países mais desenvolvidos os parques nacionais, que são reservas de áreas virgens destinadas ao lazer,
tem infra-estrutura para atender à população, que deseja se recuperar do desgaste da vida urbana, através dos
passeios, pesca, caça, acampamentos.

IMPLANTAÇÃO FLORESTAL

Entende-se por "implantação", o conjunto de operações que vai do preparo do solo até o momento no qual o
povoamento possa se desenvolver sozinho, ficando o restante da rotação por conta das operações de manejo e
proteção florestal.
Embora a implantação seja uma fase de alta importância para o bom desenvolvimento da cultura, ainda não se
tem equipamentos adequados para todas as suas fases, sendo utilizados equipamentos agrícolas adaptados.
As operações de implantação consistem em:

1. Preparo da área

1.1. Construção de estradas e aceiros

Esta operação representa mais de 30% do custo da madeira posta na indústria. Portanto, o posicionamento e
dimensões dos talhões devem ser planejados de modo a facilitar e racionalizar a exploração.
Estudos tem demonstrado que a distância máxima de arraste ou transporte do ponto de corte até os
carreadores deve ser ao redor de 150 m. Dessa forma os talhões devem ter 300 m de largura, podendo chegar
a 1000 m de comprimento.
Os talhões devem ser separados por aceiros de 4 a 5 m de largura, e a cada 45 a 120 ha deve haver um aceiro
de 10 m de largura, com leito carroçável de 4 a 5 m. Os aceiros das divisas devem ser de 15 m de largura, com
leito carroçável de 6 a 8 m.
O maior comprimento dos talhões deve estar no sentido N-S, sempre ligados a uma estrada de escoamento L-
O de 15 m com leito carroçável cascalhado de pelo menos 6 m.

1.2. Desmatamento

Para o desmatamento, pode-se utilizar basicamente três processos:


a. Correntão
É utilizado em áreas com vegetação mais fraca (diâmetro inferior a 45 cm), sem pedras ou depressões, de
declividade suave e densidade inferior a 2500 árvores ha-1.
Com uma corrente pesada, puxada por dois tratores de esteiras, passa-se sobre a área, cortando o declive em
faixas de 25 a 50 m, e novamente em arrepio, para facilitar o trabalho de enleiramento. Em áreas leves de
cerrado, dois tratores de pneus com proteções nas rodas e pesos, podem realizar um bom trabalho com
correntes não muito longas.
A corrente deve ter um comprimento total de 90 a 150 m, levando-se em conta que o seu tamanho deve ser de
2 a 3 vezes a distância entre as máquinas. O seu peso deve variar de 50 a 120 kg m-1. Deve ter de 30 em 30 m
e no engate das máquinas, destorcedores para evitar rupturas.
Devido à necessidade de grandes distâncias para que esse trabalho torne-se econômico, recomenda-se que
seja feito em áreas com pelo menos 400 ha, onde seu rendimento atinge 2 a 4 ha.h-1.

1.3. Desdobramento e retirada da lenha


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Se houver na área a ser desmatada, madeira para lenha, esta deve ser retirada antes da derrubada. O restante
da madeira deve ser aproveitada para lenha, de modo a diminuir os custos de preparo de área, e para não
desperdiçar material.

1.4. Enleiramento, queima e encoivaramento

Após a derrubada e secagem do material, faz-se o enleiramento a distâncias de 40 a 120 m dependendo da


quantidade de resíduos a ser empurrada. Procede-se à queima das leiras, ajuntamento e encoivara até
eliminação completa dos restos.
Algumas empresas fazem a queima antes do enleiramento, mas não é aconselhável, devido ao desperdício de
matéria orgânica, que se não for queimada, pode ser incorporada na gradagem.
Para a operação de enleiramento deve-se dar preferência ao uso do ancinho enleirador que não leva a camada
superficial do solo para as leiras. A terra nas leiras pode facilitar o aparecimento de formigas e dificultar a
queima.

1.5. Combate à formiga

A formiga é a praga que causa os maiores prejuízos ao empreendimento florestal, podendo destruir florestas
inteiras. O eucalipto, por exemplo, morre após o terceiro desfolhamento
O primeiro combate deve ser feito antes do revolvimento do solo, para facilitar a localização dos olheiros.
Existem dois gêneros de importância:
Acromyrmex spp - A chamada "quenquém". Seu formigueiro pode ser de difícil ou fácil localização, dependendo
da espécie. Em algumas, o formigueiro tem uma construção de pequenos ramos secos. O controle químico é
feito com isca ou qualquer inseticida ou formicida em pó. Para o casos das formigas com ninhos superficiais,
estes devem ser revolvidos e o veneno aplicado sobre as panelas. O controle cultural consiste de aração e/ou
gradagem do solo. Trezentos formigueiros por ha podem levar à perda de 60% de cepas de eucalipto em
brotação (PACHECO, 1991).
Atta spp - Chamadas "saúvas". Para o controle químico com iscas deve-se observar a espécie, cálculo da área
do formigueiro, produto e época de aplicação. Para detalhes de combate, ver "Manual de Entomologia" de Gallo
et al..
Vale a pena um comentário sobre o produto formicida a ser usado. Não há dúvidas quanto à qualidade dos
clorados para o combate à formiga, embora tenha restrições. Para formigas, o mercado possui um substituto
eficiente, que é a sulfluramida, lançada no mercado com 3 g do princípio ativo por kg de isca. Para testar sua
eficiência no controle de Atta bisphaerica, ZANUNCIO et al. (1993) desenvolveram um trabalho, e concluíram
que este produto necessita de apenas 8 g m-2 para fazer o mesmo efeito do que aqueles compostos por
dodecacloro (0,45%), tornando portanto a sulfluramida mais econômica.
A termonebulização é outro método utilizado no controle de saúvas, sendo viável economicamente apenas para
grandes áreas e grandes formigueiros, tendo como formicida o Fenitrotion e o Clorpirifos (ARRIGONE, 1991).
As pesquisas sobre plantas resistentes à saúva encontram-se em andamento e revestem-se de grande
importância, devido à possibilidade de se diminuir o custo de implantação e manutenção das florestas de
eucalipto e os danos ao meio ambiente. No Quadro IV-1 observa-se os resultados de um teste de resistência de
eucalipto às saúvas. Nota-se no entanto, que das espécies testadas, as mais utilizadas (E. urophylla, E. saligna,
E. tereticornis e E. camaldulensis) são susceptíveis ou altamente susceptíveis às duas espécies de formigas
testadas, não demonstrando, por enquanto, ser uma técnica muito promissora.

1.6. Revolvimento do solo

O preparo do solo florestal é feito uma vez em cada rotação. Portanto, deve reduzir ao máximo a competição
com ervas daninhas e melhorar a capacidade de retenção de umidade e propriedades físicas.
Algumas culturas são mais exigentes no prepara do solo, como é o caso dos eucaliptos, justificando-se do
ponto de vista técnico e econômico.
Em solos leves e permeáveis, faz-se um revolvimento com grade aradora pesada, aplica-se o calcário se for o
caso, e passa-se uma grade leve.
A profundidade da gradagem pesada, principalmente logo após o desmatamento, deve ser bastante profunda
(35 a 40 cm). Já a gradagem leve é feita em torno de 15 cm. Para o primeiro caso o diâmetro dos discos deve
ser de 30" ou mais, e no segundo, de 22" a 26".

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A pesquisa e mapeamento dos solos da área deve ser feito, para que se faça um bom preparo de solo, visto
que em alguns casos a camada de solo fértil é muito pequena, e uma gradagem profunda pode trazer subsolo
infértil para a superfície.

2 - Plantio

2.1. Escolha do espaçamento

O espaçamento tem influência ecológica/silvicultural nos incrementos, qualidade da madeira, idade de corte,
práticas de manejo (desramas e desbastes), tratos culturais, práticas de exploração, custos de produção.
O espaçamento menor, faz com que a competição ocorra mais cedo, acelerando o ciclo de corte e os
desbastes. O passar da idade aumenta o número de árvores dominadas, o que é intensificado nos
espaçamentos mais apertados, prejudicando o volume final.
Se há necessidade de cortar árvores muito jovens, a densidade deve ser maior. No entanto deve-se observar a
espécie em uso. O Eucalyptus dunnii e E. saligna são intolerantes a alta densidade, aumentando o número de
dominadas e a mortalidade, o que já é menor no E. grandis.
No caso dos pinus, o Pinus caribaea var. hondurensis em densidade menor que 2.500 árvores ha-1 apresenta
maior percentagem de defeitos tais como "fox-tail", bifurcações e árvores tortas. Já o P. caribaea var. caribaea
pode ser plantado a 2.000 árvores ha-1.
A Gmelina arborea e Cordia goeldiana necessitam de espaçamentos mais apertados para produzirem fustes
retos, enquanto que o Didymopanax morototoni tem um fuste de boa qualidade em quaisquer condições.
Para florestas energéticas, tem-se tentado reduzir o espaçamento dos eucaliptos para 1,0 x 1,5 m. Isto pode
aumentar o consumo de carvão em até 35%, porém pode se compensado pela maior produtividade em relação
à floresta tradicional (3 x 2 m). Entretanto, deve-se levar em consideração que uma rotação extremamente curta
(3 anos), pode levar à exaustão do solo, e conseqüente necessidade de recuperação com aplicação de
quantidades maiores de fertilizantes, aumentando muito os custos. Isso ocorre porque o corte é feito muito
antes do povoamento entrar no processo de ciclagem de nutrientes, quando então as plantas devolveriam ao
solo, parte dos elementos absorvidos, através da queda de folhas, galhos, ramos, flores, frutos e raízes mortas.
Para minimizar o efeito da grande exportação de nutrientes nas florestas energéticas, pode-se estudar a
possibilidade de deixar na área, as folhas e galhos, e ainda espalhar a cinza que é rica em K, Ca, Mg e outros
elementos.
Em trabalhos de pesquisa, verificou-se que aos 18 meses de idade, apenas 18% dos nutrientes totais do
eucalipto estava no tronco, e que 50 a 65% encontravam-se nas folhas. Observou-se também que o E. grandis
é mais eficiente na relação consumo de nutrientes/produção de biomassa, do que E. urophylla e E. saligna, em
espaçamento 1,0 x 1,5 m.
Para se diminuir o espaçamento, deve-se considerar também a qualidade do sítio, já que a competição torna-se
maior.
Um sistema de plantio que tem sido utilizado é o de linhas duplas, onde o espaçamento é apertado entre as
plantas destas, e maior entre estas. Isso aumenta o número de plantas por ha, e ao mesmo tempo, proporciona
espaço suficiente para o desenvolvimento das árvores. Para esse desenho, o espaçamento mais usado para o
eucalipto é de 3 x 1 x 1 m. Entretanto, se for E. saligna as dimensões devem ser de 4 x 1 x 1 m.

2.2. Fertilização mineral

Se for coletada uma amostra de solo e enviada a um laboratório, provavelmente não virá uma recomendação
precisa sobre a fórmula e doses a serem aplicadas em povoamentos florestais, pois as pesquisas ainda estão
em andamento.
As empresas que vão se instalar por muito tempo em um determinado local, junto com programas de
melhoramento, devem aplicar recursos na experimentação, e verificar os elementos e a quantidade a ser
aplicada no plantio.
Quanto ao teor de Al do solo, as árvores também são afetadas, embora em menor grau que culturas agrícolas.
Verificou-se para P. elliottii var. elliottii que uma concentração de Al maior que 0,5 m.eq. 100 g-1 de solo não
afetou a sua capacidade produtiva, quando os teores de Ca e Mg trocáveis não foram menores que 0,5 m.eq.
100 g-1 de solo. Já o P. caribaea var. hondurensis não parece ser afetado por teores de Al de quase 1 m.eq.
100 g-1 de solo e menos de 0,5 m.eq. 100 g-1 de solo para Ca e Mg.
De um modo geral os pinus tropicais são menos exigentes em nutrientes do que os eucaliptos, não
respondendo bem à adubação, a não ser em condições extremas de pobreza, quando se aplica calcário e
adubo fosfatado. Isto ocorre devido ao pouco desenvolvimento de micorrizas em solos extremamente pobres.
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A deficiência de boro provoca seca dos ponteiros, prejudicando o crescimento. No caso da rebrotação do
eucalipto, aplica-se antes do corte em sulco, ou a lanço após a exploração. No entanto, a resposta das árvores
não tem sido satisfatória para adubação em cobertura, exceto para o E. saligna, aplicando-se 5 g de bórax
(11% de

B) na projeção da copa, aos 6 meses, no final da estação chuvosa.


Em termos de formulações de NPK a serem utilizadas, elas são escolhidas mais em função do mercado do que
de pesquisas. Usa-se em geral 100 a 150 g de qualquer das fórmulas seguintes: 10-34-6; 10-28-6; 5-30-10; 10-
30-10; 5-30-6, para os eucaliptos. Se for para pinus, pode-se diminuir a proporção de fósforo.
Em geral, maiores teores de matéria orgânica no solo diminuem o efeito do Al+3 pela formação de complexos
matéria orgânica versus Alumínio.
No gênero Eucalyptus a calagem resulta em maior crescimento em diâmetro, podendo-se estabelecer 0,4 m.eq.
de Ca+2 + Mg+2 como mínimo para se aplicar Ca, podendo ser de 1,0 m.eq. em sítios bons (50 m3 ha-1 ano-
1). A calagem será usada para suprir Ca e Mg e não para corrigir acidez.
Segue algumas informações a respeito de alguns nutrientes:
Boro (B) - o E. saligna responde à aplicação de Bórax: 5 g na projeção da copa aos 6 meses de idade, no final
da estação chuvosa. As outras espécies do gênero só respondem à aplicação em sulco.
Enxofre (S) - apresenta interação com o fósforo, especialmente em solos de textura média, onde a aplicação de
50 a 100 g de gesso por cova pode resultar em ganhos da ordem de 200% a 225 %.
Nitrogênio (N) - não se tem observado efeitos em aplicações em dose única, devido à perda por lixiviação e o
distanciamento raiz-adubo. Recomenda-se parcelar, iniciando algum tempo após o plantio. Deve ser usado
preferencialmente o sulfato de amônio devido à presença de enxofre em sua fórmula e porque muitas espécies
de eucalipto são mais eficientes na absorção de N nesta forma. Tem-se conseguido bons resultados com a
aplicação de 25 a 75 kg de N ha-1 (ganho médio de 17% a 28%).
Fósforo (P) - os superfosfatos devem ser aplicados na cova ou no sulco do plantio, reduzindo as possibilidades
de retenção pelo solo. Os fosfatos naturais devem ser aplicados a lanço ou em faixas ou sulcos antes do plantio
e incorporados, ou algum tempo depois do plantio em faixa de 1,2m a 1,5m na entrelinha e incorporados. Com
a aplicação de 1 kg de fosfato de Araxá e 400 g de superfosfato triplo por cova já se conseguiu em
experimentação, um ganho de 1400% em volume (10 m3 ha-1 para 150 m3 ha-1).
Potássio (K) - a necessidade de potássio no eucalipto aumenta com a idade (mudas = 15 ppm, campo = 40
ppm) mas deve estabilizar-se com o início da ciclagem entre 4 e 5 anos. A dose de 40 kg de K2O ha-1 (24 g de
K2O por planta) é satisfatória, aplicada em dose única para o solo argiloso ou parcelado (30 e 360 dias) no solo
arenoso.

2.3. Coveamento e sulcamento

a. Sulcamento - utilizado em solos livres de tocos, raízes e pedras, e de topografia pouco acidentada. Após o
revolvimento do solo, abrem-se sulcos de 20 a 25 cm de profundidade, acompanhando o nível do terreno.

b. Coveamento - utilizado em solos de topografia acidentada, com pedras ou tocos, que possam dificultar o
trabalho de máquinas. É operação comum em áreas de reforma e onde se usa a grade "bedding". As covas têm
as dimensões suficientes para o tamanho das mudas.

2.4. Prevenção a cupins

Os cupins atacam o colo das plantas, iniciando logo após o plantio. O controle é preventivo, podendo ser
iniciado no viveiro como já foi discutido no capítulo sobre Viveiros.
Nesta fase do controle de cupins encontrou-se substitutos à altura do Aldrin. RESENDE (1993) testou
Carbossulfan 10G e Aldrin 5P em várias doses e formas de aplicação. O primeiro produto é formado por
grânulos de matriz termoplástica de liberação controlada, com 0,6 a 2 mm de diâmetro. Ficou demonstrado que
as doses de 5 a 10 g foram mais eficientes na proteção de mudas de eucalipto do que o Aldrin, tornando-se
portanto um potencial substituto deste clorado, recomendando-se preliminarmente a dose de 5 g aplicada no
fundo da cova.
Uma espécie de cupim, o Coptotermis testaceus, tem atacado em áreas de cerrado nos Estados de Mato
Grosso do Sul e Minas Gerais. É conhecido como cupim do cerne, e instala-se na planta quando jovem ou
adulta, corroendo o cerne muitas vezes até 8 m de altura. Raramente mata as árvores. Entretanto, causa perda

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de volume e qualidade de madeira, e normalmente é detectado na época da exploração, quando as estimativas
de quantidade de material não mais condizem com a realidade.

2.5. Plantio propriamente dito

a. Plantio manual

Providencia-se a marcação, e em seguida abrem-se as covas, que serão adubadas sobre os montículos da
terra retirada. A muda é colocada no buraco, livre da embalagem e recoberta com o solo misturado com o
adubo.
Uma alternativa à abertura de covas para o plantio das mudas é o uso do pottiputki Faz-se a penetração do
instrumento no solo, coloca-se a muda no tubo, e com o pé a extremidade inferior se abre, permitindo a decida
da muda. Uma dificuldade deste sistema é a adubação. Em função disto este instrumento é mais recomendado
para situações onde não há necessidade de incorporação de fertilizantes. Em caso de necessidade, o produto
podes ser depositado ao redor da cova, providenciando uma leve incorporação.

2.6 - Irrigação

Sem irrigação, o plantio só pode ser feito durante a estação chuvosa. No entanto, algumas empresas estão
plantando o ano todo, utilizando 3 l de água por cova, o que possibilita a continuidade da contratação de mão-
de-obra e aumento da área plantada anualmente.
A irrigação é feita com carreta pipa tracionada por trator, munida de mangueiras, e repetida de 1 a 3 vezes,
conforme o período, para garantir a sobrevivência e bom pegamento.

2.7. Replantio

O replantio é feito de 15 a 30 dias após o plantio, se a sobrevivência for inferior a 90%. Em eucalipto, a
experiência tem demonstrado que o replantio após 15 dias é improdutivo, visto que estas plantas não
conseguem mais acompanhar as do plantio, tornando-se na maioria, dominadas.
Se a causa da mortalidade for praga deve-se procurar controlá-la antes do replantio. Se for doença, fazer o
replantio um pouco mais distante da cova afetada.

3. Tratos culturais

Algumas espécies, como os eucaliptos, são sensíveis em sua fase inicial, às plantas daninhas, necessitando de
tratos culturais até o estabelecimento da cultura, que varia com a espécie, região, condições de solo,
espaçamento e tratos oferecidos às plantas. Entretanto, em média, para o pinus a formação se dá aos 4 anos, e
para o eucalipto de 1 a 2 anos. O povoamento pode ser considerado formado a partir do momento que passa a
suplantar a concorrência com outra vegetação.
O número de capinas varia de acordo com a taxa de crescimento das árvores, do nível de infestação de ervas,
do espaçamento e do sistema de preparo de solo. Para o pinus, em geral usa-se duas capinas no primeiro e
segundo anos, e uma capina no terceiro e quarto anos, enquanto no eucalipto, que fecha rapidamente as
copas, faz-se duas a três capinas apenas.
Os tratos culturais são essenciais para se evitar o atraso no crescimento inicial por competição, já que deve-se
aproveitar o rápido crescimento em altura nessa fase.
A união de um bom preparo do solo, fertilização, seleção e padronização de mudas, uso de espécies e
procedências adequadas, concorrerão para a diminuição dos tratos culturais, em face à rápida formação do
povoamento.
Os tratos culturais podem ser:

3.1. Manual

Só é usado em locais onde a declividade não permite outro tipo de ação, devido ser oneroso e moroso.
Consiste em roçadas nas entrelinhas e coroamento, gastando-se 10 homens dia-1 ha-1; só para roçada, 8,5
homens dia-1 ha-1 e só para coroamento, 3 homens dia-1 ha-1.

3.2. Mecânico nas entrelinhas e manual nas linhas

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Os tratos mecânicos podem ser feitos com grades leves e semi-pesadas, enxadas rotativas e roçadeiras. Deve-
se ter o cuidado com o corte das raízes, particularmente nas regiões de déficit hídrico. A mecanização pode ser
feita nas entrelinhas e linhas se isso não prejudicar a conservação do solo e se o espaçamento permitir. Caso
contrário, será manual nas linhas, ou ainda, com aplicação de herbicidas ao lado das plantas em linha contínua.

3.3. Químico

É uma alternativa para regiões com dificuldade de mão-de-obra, evitando-se atraso nas capinas e diminuição
no incremento das plantas. Esse trato só é viável se o herbicida for aplicado somente nas linhas de plantio e
quando o custo de mão-de-obra para capinas manuais for inferior a 1,6 Hh (horas homem-1 ha-1) - MACEDO et
al. (1990).

MANEJO FLORESTAL

Introdução

Manejo florestal é a condução da floresta a partir da formação, de modo a que se tenha produção sustentada de
produtos florestais ou outros benefícios, em quantidade, qualidade e a custo mínimo.
Dentre os valores produzidos por uma floresta define-se os valores diretos (madeira, resina, óleos essenciais,
sementes e outros) e os valores indiretos (proteção ao solo e mananciais de água, abrigo a animais e plantas
silvestres, recreação, paisagismo e outros).
Na elaboração do plano de manejo florestal de uma empresa, o primeiro e mais importante passo é a definição
dos objetivos, que pode ser o abastecimento de indústrias de celulose e papel, de painéis de fibras, de lenha e
de carvão para siderurgia, ou ainda o planejamento de áreas silvestres de recreação.
Em algumas regiões do país, devido à escassez de matéria prima, as empresas já estão se preocupando em
manejar a floresta de forma integrada, diversificando as suas linhas de produção, incluindo em seus planos a
produção de toras de qualidade para diversos fins.
Com os objetivos definidos, passa-se à escolha da espécie a ser plantada e espaçamento de plantio (que além
dos objetivos, depende do grau de mecanização e qualidade do solo, fertilização e períodos de aplicação, idade
de corte, utilização de outros benefícios indiretos, as técnicas de regeneração e a condução geral dos talhões
incluindo a proteção, desramas e desbastes)
Algumas técnicas de manejo mais usuais são a desrama, o desbaste, a resinagem, a produção de óleo e as
florestas de preservação.
No caso das florestas de eucalipto para celulose e papel, em que a rotação é menor de 7 anos, dispensa-se as
técnicas de desrama e desbaste, já que o interesse neste caso é a maior produção volumétrica, independente
do diâmetro das árvores, e as espécies, aliadas a espaçamentos mais apertados, desramam naturalmente.
Para a Gmelina arborea, que é cortada aos 5 anos para os mesmos fins, se em espaçamento apertado
apresenta as mesmas condições do eucalipto.
Verifica-se assim que o manejo para produção de papel e celulose é relativamente simples. Apresenta-se a
seguir algumas operações importantes no manejo para produção de toras para serraria e/ou laminação.

Desrama

O ponto de inserção dos galhos nos fustes provocam marcas definitivas denominadas nós. Estes nós, se são
vivos, tornam-se ornamentais, porém se são mortos, destacam-se facilmente da madeira, desvalorizando ou
tornando inaproveitável parte do produto.

Desrama natural

Em algumas espécies, como os eucaliptos, o quiri e a teca, a desrama natural é boa, o que vem diminuir custos.
Entretanto, se os galhos morrem e permanecem por muito tempo aderidos ao fuste, vão provocar o surgimento
dos nós mortos.
O processo de desrama natural assim se desenvolve:
- ramos sujeitos à concorrência devido ao adensamento, ficam limitados aos hidratos de carbono produzidos
pela sua própria folhagem. A área foliar é pequena no total e as superfícies respiratórias são grandes, havendo
carência mortal pela baixa intensidade fotossintética e transporte quase nulo de hidratos de carbono. Há uma
deficiência hídrica que facilita o desenvolvimento de fungos que deterioram o lenho, provocando seu
desprendimento do tronco. Cria-se no ramo, uma camada protetora entre a parte morta externa e a viva interna,
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através de tiloses e gomas nas angiospermas e resina nas gimnospermas. O lenho cresce sobre a ferida e a
cicatriza.
Nas espécies com desrama natural deficiente, ou nas quais os ramos demoram a se desprender (Pinus spp), há
necessidade da desrama artificial.

Desrama artificial

O objetivo de desramar as árvores é a produção de madeira isenta de nós secos ou pelo menos mais firmes
que na desrama natural, além de contribuir para a prevenção de incêndios e facilitar o acesso para combate às
formigas, realização de inventários e desbastes.
No desenvolvimento em altura, a desrama não tem muita influência, visto que os hidratos de carbono
necessários ao crescimento são produzidos no ápice da árvore. No entanto, pode apresentar efeito significativo
se forem feitas várias desramas.
No crescimento em diâmetro a desrama atua visivelmente, pois a árvore passa a acumular madeira nas áreas
não desgalhadas, diminuindo a conicidade.
O tamanho do "toquinho" resultante de uma desrama deve ser o menor possível, pois disso dependerá o
tamanho do nó.
Alguns aspectos devem ser considerados na desrama artificial:
a. Seleção das espécies e indivíduos a serem desramados
A desrama deve se limitar a espécies ou indivíduos de reconhecido valor comercial quando isentos de nós,
como é o caso de pinus.
b. Seleção do sítio e dos povoamentos
A desrama só é feita nas árvores que ficarão para o corte final em povoamentos que sofrerão desbaste, pois
este garante a dominância das árvores desramadas e ajuda na cicatrização dos cortes. Deve-se considerar
também que em sítios ruins a desrama pode não ser bem sucedida.
Nos povoamentos sujeitos a incêndios e a ataque de insetos e doenças que preferem madeira morta, a
desrama deve ser estudada com cautela, pois é necessário a retirada do material residual.
c. Número e características das árvores a serem desramadas
O número de árvores a serem desramadas está intimamente ligado ao número de árvores que permanecerão
para o corte final, que normalmente situa-se entre 200 e 500 árvores ha-1.
As árvores selecionadas, obviamente deverão ser de qualidade superior.
d. Época de iniciar a desrama e número
A desrama deve ser iniciada logo que os primeiros galhos começarem a morrer, em geral logo após a formação
do povoamento.
Para o eucalipto, que em boas condições está formado quando atinge 4 m de altura a 1,5 ano, já poderia
receber a primeira desrama, à altura das mãos de uma pessoa (até 2 m de altura). Como nessa idade as
árvores tem ramos desde a base, a desrama seria de 50% da copa, o que poderia ser prejudicial ao
desenvolvimento geral das plantas, além de neste momento não se ter condições de definir as melhores
árvores para o corte final. Assim, abre-se uma exceção, e a desrama deverá começar além do período de
formação, a não ser que se faça necessário para facilitar os tratos.
As desramas subseqüentes vão sendo mais altas, até a altura que se deseje um fuste limpo.
O número de desramas depende da rotação, do crescimento, da finalidade e da qualidade geral do
povoamento, situando-se entre uma e quatro. O momento adequado para se proceder a desrama pode ser
determinado em função do diâmetro do núcleo nodoso.
O diâmetro do núcleo nodoso deve ser definido previamente.

Desbaste

O desbaste é uma das operações de maior importância para as florestas cujo objetivo é a produção de madeira.
Desbastes são: cortes parciais em povoamentos imaturos, visando estimular o crescimento das árvores
remanescentes criteriosamente selecionadas que se tornarão fonte de material nobre.

Classificação das árvores em classes de copas

A posição sociológica das árvores e seu vigor, são características marcantes da competição entre elas, e auxilia
na decisão de quais deverão ser desbastadas e quais serão favorecidas.
A classificação mais comum é:

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a. Árvores dominantes: são as árvores de maiores dimensões, com as copas situadas acima do nível geral da
floresta e recebendo luz por todos os lados;
b. Árvores codominantes: são de dimensões médias, e suas copas marcam o nível geral do dossel e recebem
pouca luz lateral;
c. Árvores intermediárias: suas dimensões são menores do que as classes anteriores, tendo suas copas
comprimidas entre os espaços das copas das árvores dominantes e co-dominantes e recebendo pouca luz de
cima e nenhuma dos lados;
d. Árvores dominadas: suas copas encontram-se sob as copas das classes anteriores, não recebendo luz
nenhuma;
e. Árvores suprimidas: são aquelas que não tem condições de sobrevivência e as mortas.
Embora esta classificação seja subjetiva, satisfaz as necessidades normais das práticas de desbaste.
Dentro de cada classe considera-se ainda as classes de qualidade de tronco:
a) tronco bem formado;
b) tronco levemente defeituoso, e
c) tronco muito defeituoso;
e as classes de qualidade de copa:
a) copa bem formada;
b) copa levemente defeituosa, e
c) copa muito defeituosa.

Efeitos dos desbastes

Após um desbaste as árvores remanescentes passam a dispor de mais espaço, luz e nutrientes, que são
aproveitados rapidamente, transformando-se em crescimento, que é mais rápido nas raízes do que nas copas.
Trabalhos demonstram que povoamentos desbastados tem um incremento em volume maior que os não
desbastados, além de produzirem indivíduos com características superiores. No entanto, o volume final nos dois
casos não é muito diferente, haja vista que a capacidade do sítio é sempre a mesma.
O crescimento em altura de áreas desbastadas não sofre grande influência. Já o diâmetro é mais afetado pelo
desbaste, que faz com que o decréscimo do incremento nesse parâmetro seja mais lento do que quando há
competição.
Um resultado não favorável do desbaste está no aumento da conicidade das árvores. A abertura de maior
espaço, estimula a produção de galhos em detrimento do acúmulo de matéria na parte superior da copa. Esse
efeito é desfavorável para as serrarias. A desaceleração da desrama natural aumenta a produção de nós,
embora estes sejam vivos. Assim, o desbaste deve em geral ser acompanhado da desrama artificial.
O desbaste tem vantagens econômicas que podem suplantar outras desvantagens:
a) evita perdas antecipadas de volume devido à mortalidade competitiva;
b) aumenta o valor do povoamento através da aceleração da taxa de crescimento em diâmetro;
c) fornece renda durante a rotação;
d) melhora a qualidade do produto.
Deve-se considerar que se o material produzido no desbaste atingir um valor que seja superior ao custo de
implantação de um novo povoamento, não há necessidade de se correr o risco de despesas para iniciar uma
nova produção, que levará alguns anos para atingir a plena ocupação do local.

Grau e intensidade dos desbastes


a. Grau de desbastes
É definido pela relação em %, entre o volume retirado em desbastes na idade i e o volume total do povoamento
na mesma idade:
Gi=(Vdi/Vi) X 100
Gi = grau de desbaste na idade i;
Vdi = volume removido em desbaste na idade i;
Vi = volume total do povoamento na idade i.
A análise do grau fica assim:
20% - leve,
40% - moderado,
60% - forte.

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O grau deve ser leve no primeiro desbaste e aumentar gradativamente, até se manter constante. Desbastes
precoces e com períodos mais longos favorecem diâmetros finais.
b. Intensidade de desbastes
Pode ser definido como o quociente entre o volume removido em um desbaste (ou série deles) e o número de
anos decorridos:
Ii = Vdi / nP
Ii = intensidade de desbaste;
nP = número de anos do período de desbaste.
Pode-se também calcular a intensidade relativa (Iri), que é a relação entre a intensidade de desbaste (I) e o
valor do crescimento corrente do volume total (Ai):
Iri = ( Ii / Ai ) X 100
A intensidade deve ser mais elevada em povoamentos jovens e mais baixa em povoamentos velhos.

Resinagem

Com a extração da resina, pode-se diminuir os custos de implantação e manutenção dos povoamentos de
Pinus, podendo-se através da destilação, extrair a terebentina e o breu.
A terebentina é utilizada na indústria química e farmacêutica, como solvente de tintas e vernizes, cânfora,
composição de fungicidas e bactericidas.
O breu é empregado na fabricação de vernizes, colas e outros produtos que necessitam de ligas de produtos
naturais.

Produção de óleo essencial

Óleo essencial é a denominação dada a um grupo de substâncias naturais aromatizantes, que são extraídas de
diversas partes de algumas espécies vegetais, segundo processamentos específicos (BRAGA, 1971).
Especificamente para o caso dos óleos de eucalipto, o Brasil teve que começar a produzi-los logo após a 2ª
Guerra Mundial, quando o óleo citronelal deixou de ser importado de Java.
O Brasil é o maior produtor de óleo de E. citriodora, e até 1986 produzia de 700 t a 750 t de óleo por ano, cuja
maior parte provinha do Estado de São Paulo (KIEFER, 1988).

Idade de corte

A idade de corte ou rotação é o tempo necessário para que a floresta produza a quantidade de madeira
necessária para atender os objetivos da empresa.
A determinação da rotação leva em conta vários aspectos, tais como os econômicos, biológicos e tecnológicos,
que são características que variam com a espécie, espaçamento e finalidade da produção.
Quando se deseja produzir madeira para serraria o eucalipto tem uma rotação de 20 anos e o pinus de 25 anos.
No caso de material para celulose, carvão, painéis de fibras e outros, o período varia de 5 a 10 anos.
Independente de fatores tecnológicos e econômicos, existe um momento em que o povoamento abaixa a
produção, onde o Incremento Corrente Anual (ICA) passa a ser menor que o Incremento Médio Anual (IMA),
cuja idade depende dos tratamentos silviculturais, da qualidade do sítio e da espécie, e este ponto é chamado
definição técnica da rotação. A identificação da rotação técnica é feita através de medições anuais de DAP,
altura e volume em parcelas permanentes. Assim encontra-se o ICA e IMA, que plotados em gráfico fornecem a
idade técnica de corte em seu ponto de cruzamento, pois a partir deste momento o ganho em incrementos
passa a ser reduzido.

Florestas de preservação

Ecologicamente os grandes maciços florestais homogêneos tem sido muito criticados, devido à dificuldade de
instalação da vida animal, por falta de abrigos e alimento.
Para atrair fauna silvestre algumas empresas já estão utilizando o plantio de frutíferas, pois a presença de
algumas espécies de aves e mamíferos são essenciais no controle de pragas tais como formigas, lagartas e
outros, além de dar um aspecto de vida às florestas plantadas, que são pobres também em insetos inimigos
naturais de outros que são pragas.
Verifica-se assim a necessidade de se deixar áreas de preservação com matas nativas, e não somente o
exigido por lei nas margens de rios e locais de difícil acesso. Seu tamanho não deve ser tão pequeno a ponto

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de não atrair animais que possam beneficiar a floresta. Se as áreas deixadas forem pobres em alimento e
espécies de animais de interesse, deve-se estudar a possibilidade do enriquecimento.
A distribuição das florestas de preservação deve ser estratégica para que possam realmente auxiliar a floresta
plantada. Deve-se deixar faixas entrecortando o povoamento, fora aquelas que em algumas empresas são
usadas para evitar a passagem de fogo, ou se for o caso, aumentar a área desses aceiros "vivos", aumentando
seus benefícios.

COLHEITA FLORESTAL
Atualmente ainda persiste na colheita florestal, a predominância do trabalho manual. A introdução de novas
técnicas e de equipamentos especializados é um processo lento e restrito, embora as empresas que as utilizam
estejam obtendo resultados altamente satisfatórios. No entanto, o grau de modernização da colheita depende
muito da evolução da própria indústria de máquinas e equipamentos. Nota-se porém que algumas etapas da
colheita, principalmente aquelas que exigem grande esforço físico, já estão mais mecanizadas.
Na escolha do sistema de colheita, deve-se levar em conta alguns fatores:
1. Fatores que influenciam os sistemas de colheita
1.1. Condições locais
No planejamento dos trabalhos de colheita, deve-se observar as condições locais no que diz respeito a:
topografia, índice pluviométrico, tipo de solo, vias de acesso, qualidade e disponibilidade de mão-de-obra.
1.2. Equipamentos disponíveis
Deve-se considerar os equipamentos disponíveis no mercado, que levam altos custos de investimentos e exige
treinamento e assistência técnica.
1.3 - Aspectos silviculturais
As características próprias das espécies devem ser respeitadas. Dados de experimentos demonstram que a
capacidade de regeneração das espécies pode ser influenciada pela época e pela altura do corte, e também
pelas operações de retirada da madeira.
Outras variáveis importantes no condicionamento do sistema de colheita são a idade de corte, o volume de
madeira e o manejo empregado na floresta.
1.4. Exigências e localização do mercado consumidor
A colheita deve atender as exigências do mercado consumidor.. O comprimento e retidão das toras, as
limitações de diâmetro, a retirada ou não da casca constituem hoje as principais exigências do mercado
consumidor.

Corte
Para sistemas com total predominância de operações manuais, o corte é em geral composto de derrubada,
desgalhamento, desdobramento, preparo para o arraste e o empilhamento. Em sistemas mais mecanizados, as
operações são separadas, pois se realizam em locais diferentes.

REGENERAÇÃO OU REFORMA FLORESTAL

1. Regeneração
Neste capítulo será tratada a reforma do ponto de vista silvicultural, ou seja, após tomada a decisão de fazê-la,
quais as estratégias e técnicas a serem aplicadas.
A tomada de decisão envolve fatores técnicos e econômicos que não serão abordados aqui. Entretanto, pode-
se citar duas metodologias de análise econômica de uso relativamente simples, por meio das quais pode-se
obter o valor presente total da floresta em análise, considerando-se vários anos futuros, de modo a que se
tenha um parâmetro para decidir quando substituir o atual povoamento. São elas a metodologia de BAKER
(1979)e a de CLUTTER et al. (1983), e que foram suficientemente detalhadas no trabalho de RIBAS (1989), que
pode ser o ponto de partida para os interessados em se aprofundar mais neste tema.
A regeneração da floresta é o seu processo de recuperação, garantindo sua continuidade, visando nova rotação
após o primeiro corte final que pode ser total ou parcial, dependendo dos objetivos da empresa.
Em silvicultura raramente se utiliza a semeadura direta no campo. Os processos mais comuns são a
regeneração através de plantio de mudas (provenientes de mudas ou enraizamento de estacas) e brotação de
cepas.
A brotação de cepas é conduzida no caso da espécie cultivada apresentar boas condições de brotação, como é
o caso de várias espécies de Eucalyptus, Tectona grandis e a Gmelina arborea.
Após sucessivos cortes, a sobrevivência das cepas se reduz a ponto de se tornar antieconômica a regeneração
por brotação, seja devido à queda na capacidade de brotar, seja devido à idade do toco ou seja devido à queda

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nas reservas nutricionais da área abrangida pelas cepas. Com eucalipto pode-se conseguir até três rotações
econômicas por esse processo.

1.1. Condução da brotação

O processo de brotação de touças requer manejo especial para assegurar alta produção na próxima rotação.
No corte das árvores ou no trato do solo com maquinarão, deve-se ter o cuidado de não provocar o danos aos
tocos, que é prejudicial à brotação. MACHADO et al. (1990) verificaram em uma exploração de E. alba que
aproximadamente 15% das cepas atingidas durante o arraste florestal com guincho arrastador não brotou. Além
disso, observaram que um incremento de 10% na variável Danos de Topo de Cepa proporcionou uma redução
de até 4,5% em altura dos brotos analisados aos 10 meses de idade, enquanto que com relação à variável
Danos Laterais na Cepa, esta redução foi de 3,3%.
Na exploração, as cepas não devem ser abafadas por resíduos, que de preferência devem ser triturados com
picador.
Os Eucalyptus saligna, E. urophylla e E. citriodora apresentam alta capacidade de brotação, e as árvores
podem ser cortadas a 5 cm de altura. Em outras espécies com deficiência de brotar, o corte deve ser feito entre
10 cm e 15 cm para que haja maior número de gemas potenciais para brotação.
Mesmo as espécies com capacidade de brotação podem não se comportar assim em determinadas regiões,
podendo-se então utilizar o recurso de aumento de altura da cepa.
A exploração em época seca pode resultar em queda na sobrevivência das cepas e vigor das brotações,
principalmente para o E. grandis.
O ataque de formigas às brotações é fatal. Após dois a três desbrotamentos cessa a capacidade de brotação e
as cepas morrem.
A aplicação de fertilizantes (NPK - 20:28:6 100 g a 150 g por cepa) é feita antes da exploração, para que seus
efeitos já estejam presentes no momento do corte.
É necessário que se faça o controle de ervas daninhas quando em excesso, para evitar competição e facilitar o
combate à formiga.
No sudeste da Bahia cultiva-se o E. cloeziana, que apresenta incremento de 50 a 60 m3 ha-1 ano-1, resistência
ao cancro, alto índice de rebrota e madeira de alta densidade. Entretanto, a ferrugem ataca e provoca a perda
de tocos diante da infecção das brotações.

Interplantio
A floresta pode apresentar um número muito grande de falhas que vão refletir na produtividade futura. O
interplantio visa diminuir o número destas falhas, e é usado do primeiro corte em diante, no sistema de
brotação.
Conceitualmente, interplantio é o plantio de mudas da mesma espécie, nas falhas de brotação, ao lado da cepa
não brotada.
Em solos pobres, as falhas de eucalipto cortado aos 7 anos podem chegar a 50%.
Um dos maiores problemas do interplantio é o rápido crescimento dos brotos com relação às mudas. Para
diminuir a diferença, as mudas utilizadas devem ser bem desenvolvidas em plantadas em covas adubadas mais
largas do que o usual para cortar as raízes das cepas ao redor. Além disso pode-se fazer o rebaixamento geral
da brotação com roçada manual, para garantir um povoamento mais uniforme.
A decisão entre reforma e interplantio está relacionada com o manejo e o material genético do povoamento. Se
estes forem inadequados na primeira rotação, o interplantio não é recomendado de modo algum. Em
contrapartida, se o povoamento apresentou bom rendimento na 1a rotação e, por alguma razão, tenha tido
baixo índice de sobrevivência, o interplantio pode se tornar interessante (MARTINI et al., 1984). Se a queda na
produtividade da próxima rotação for devido à baixa qualidade genética das sementes, a melhor opção é a
reforma.
Os mesmos autores acima indicam que só há ganho volumétrico com o interplantio quando as falhas forem
acima de 60%.

Adensamento
O adensamento é feito quando se deseja aumentar o número de árvores por unidade de área, e mais aplicado
para florestas energéticas, pois diminui a rotação e produz troncos mais finos próprios para lenha, carvão,
metanol.
Esta operação é feita plantando-se mudas entre as cepas, e é usada em povoamentos regenerados por
brotação.
Faz-se gradagem nas entrelinhas e o plantio é feito no centro das mesmas.
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Reforma
A reforma é o plantio de novas mudas na área explorada. Para isso é necessário que se elimine as cepas, para
evitar a brotação competitiva, através do deslocamento da casca.
O modo mais simples de reforma, é o plantio nos espaços entre os tocos, formando o mesmo espaçamento da
rotação anterior.
Antes do plantio deve-se proceder aos mesmos tratos de um primeiro plantio.
Algumas empresas estão utilizando a grade "bedding" com adubadeira acoplada, tracionada por trator de
esteiras ou supertrator. O camalhão formado pelo ajuntamento de terra sufoca e mata as cepas.
A grade "bedding" tem sido usada com sucesso em declividade de até 30% com sucesso, e seu rendimento é
de 0,83 ha.h-1.

NOÇÕES DE DENDROMETRIA

1. Introdução
Dendrometria é um ramo da ciência florestal que se encarrega da determinação ou estimação dos recursos
florestais, quer seja da própria árvore ou do próprio povoamento.
A palavra dendrometria é também conhecida como: dasometria, medição florestal, mensuração florestal e
silvimetria.
A dendrometria é aplicada com três principais objetivos:

a. objetivos comerciais - visando estimar com precisão o que se retira das florestas na compra e venda de
material.

b. objetivos de ordenamento - na exploração do produto florestal, deve-se ter em mente o rendimento


sustentado, onde o que se retira deve equivaler ao que cresce na mesma área. Para atingir este objetivo deve-
se elaborar planos de ordenamento florestal a longo prazo, e para isso é preciso conhecer o desenvolvimento
da floresta, por espécies e locais.

c. objetivos de pesquisa - para se determinar com precisão o desenvolvimento de uma floresta usa-se técnicas
especiais que avançam sem parar em outras condições, o que exige a pesquisa detalhada sobre a sua
adaptabilidade ou a busca de novas técnicas de aplicação específica.

1.1. Tipos de medidas

a. Medida direta - refere-se às medidas feitas diretamente sobre a árvore, como o DAP, a CAP, o comprimento
de toras, a espessura de casca, e outras. Estamos nesse caso fazendo uma determinação, que é diferente de
estimação que implica em medição indireta ou estimativa.

b. Medida indireta - são medidas que estão fora do alcance do medidor, muitas vezes feita com auxílio de
instrumentos óticos, como a altura da árvore em pé, a área basal e o diâmetro a várias alturas, usando o
relascópio de Bitterlich, e outras.

c. Medida estimada - são medidas baseadas em métodos estatísticos, feitas na árvore ou no povoamento. É
bastante usada, pelo fato de ser econômica e de ganhar tempo, pois são feitas em amostras, que estimam o
todo, através de curvas, equações e tabelas.

1.2. Tipos de erros

Ao tomarmos qualquer medida ou estimativa, estamos sujeitos a cometer erros, que podem ser reduzidos pelo
emprego de bons instrumentos e evitando-se a predisposição pessoal. Os tipos de erros podem ser
classificados em:

a. Erros compensantes - independem do operador e é mais comum quando se usa aparelhos de menor
exatidão.
Ex: se estivermos usando uma suta de precisão em cm, cometeremos um erro compensante maior do que se
estivermos usando uma suta graduada em mm, já que não precisariamos fazer arredondamentos.

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b. Erros de estimação - são os erros cometidos quando se utiliza amostragem para estimar a população. Na
prática florestal, utiliza-se muito o limite de confiança, que não dá valores médios exatos, mas dá um espaço
limitado onde o valor real deverá se enquadrar.
Ex: altura média da população = 18,7 ± 1,8 m, o que quer dizer que a altura média deve estar entre 16,9 m e
20,5 m, a uma probabilidade determinada.

c. Erros sistemáticos - são os mais comuns, em geral causados por defeitos nos instrumentos ou pela
inabilidade do operador em manuseá-los. Repetem-se por excesso ou falta.
Ex: uso de uma suta com braço móvel desajustado, o que poderá fornecer sempre um diâmetro menor do que o
real.
A ocorrência de todos esses erros influi na precisão ou na exatidão do trabalho. A exatidão refere-se à maior ou
menor aproximação, como uma fita diamétrica graduada em cm ou em mm, enquanto a precisão refere-se ao
erro padrão da estimativa, que é calculado medindo-se vários indivíduos com diferentes aparelhos.

2. Idade das árvores

É através da idade que o técnico florestal pode avaliar os incrementos em diâmetro, volume ou altura de uma
dada espécie em certo local, ou construir curvas de índice de sítio.
Quando se trata de povoamentos plantados, a determinação da idade não é um problema, pois existe o
acompanhamento dos plantios, em arquivos. No entanto para árvores nativas a avaliação da idade é mais
difícil, se não impossível na maioria das espécies.
Os métodos para avaliação da idade das árvores variam muito em precisão, e de acordo com a experiência do
observador:

a. Método da observação - é de baixa precisão, e está ligado a algumas características da espécie, sob
determinadas condições ambientais. A conformação da árvore e o aspécto da casca podem ser características
morfologicas decisivas, assim como o aspécto sanitário.

b. Método da contagem dos verticílios - em algumas espécies os verticílios se mantem nítidos através da vida
do indivíduo, e a sua contagem fornece a idade, como é o caso da Terminalia catapa, Araucaria excelsa, Cordia
goeldiana. O seu inconveniente é a tendência de queda dos galhos inferiores com o avanço da idade.

c. Método dos anéis de crescimento - é bastante difundido, e consta da medição dos anéis de crescimento da
árvore. Os anéis são camadas justapostas de atividade cambial. Um anel é constituido por uma parte mais
escura chamada lenho de verão ou tardio, constituído por um maior número de células por unidade de área, e
uma parte mais clara formada no inicio da estação denominada lenho inicial ou de primavera. A formação
destes anéis requer um período de estiagem ou de frio. A existência de irregularidade entre o período seco e o
úmido pode levar à formação de falsos anéis, o que pode prejudicar uma estimativa correta da idade das
árvores. Em algumas espécies esse método é inadequado, como em Pinus palustris, que não forma anéis na
sua juventude.

d. Métodos de análise de tronco - secciona-se as árvores a espaços pré-estabelecidos (análise total de tronco)
ou retira-se amostras com a verruma também conhecida como trado (análise parcial de tronco), contando-se e
medindo-se os anéis, de modo a se obter além da idade, toda a evolução da árvore, tendo-se idéia precisa
sobre o crescimento em altura, em diâmetro, em volume, além de permitir a determinação do fator de forma de
cubagem.

3. Diâmetro e área basal

3.1. Conceitos, fórmulas e instrumentos


Basicamente o principal objetivo da dendrometria é a avaliação dos volumes de árvores isoladas ou do
povoamento. Como o diâmetro ou a circunferência desempenha papel importante no cálculo do volume, área
basal ou crescimento, devem ser tomados com a máxima precisão. O diâmetro ou a circunferência são tomados
à altura do peito, convencionado como sendo a 1,30 m, simbolizados por DAP (diâmetro à altura do peito) e
CAP (circunferência à altura do peito). Como a secção transversal do tronco se aproxima da forma circular, para
propósitos práticos assume-se também tal forma, portanto:
C =2 X ð X R
onde C - circunferência ð - 3,1416 R - raio da circunferência
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Ou : C = ð X d onde d – diâmetro CAP= ð x DAP
Em termos de área seccional (g) temos:
g = (ð x d2 / 4) , substituindo-se d por C/ð têm se : g= C2 / 4 X ð
Então: g = (ð X DAP2 ) /4 3.2.

Diâmetro médio e área basal

Ao se cubar povoamentos é necessário conhecer a área basal do povoamento, que é o somatório de todas as
áreas transversais das árvores do povoamento. Como é impraticável fazer as medidas em 100% dos indivíduos,
usa-se processos de amostragem. Como o diâmetro compõe a fórmula da área basal, é preciso defini-lo
corretamente: diâmetro médio das árvores refere-se ao diâmetro correspondente ao da área transversal média
do povoamento; média aritmética dos diâmetros é o valor médio dos diâmetros medidos. Se a área basal das
árvores amostradas é G1, em uma amostra de área S1, com uma área S do povoamento, a área basal total
será:
G = (G1 X S) / S1 Dividindo-se G pelo número médio de árvores obtêm-se g médio, e através de uma dedução
encontra-se o diâmetro médio.

4. Estimação da altura Assim como o diâmetro, a altura é uma variável imprescindível, pois entra no cálculo do
volume.

4.1. Tipos de alturas Diversas alturas podem ser utilizadas, de acordo com a finalidade.

Tipos de altura.
altura total - correspondente à distância vertical entre o terreno e o ápice da copa; altura do fuste -
correspondente à distância vertical entre o terreno e a base da copa; altura da copa - é a diferença entre a
altura total e a altura do fuste; altura comercial - depende da finalidade a que se destina a madeira. Pode ser
considerada da altura de corte (toco) até os primeiros defeitos ou início da copa, ou ainda até um diâmetro
mínimo exigido. Nas árvores com sapopemas a altura de corte em geral é no final destas. altura dominante -
altura média das 100 árvores mais grossas de um povoamento.

4.7 Educação Ambiental

Desde o primeiro momento em que os seres humanos começaram a interagir com o mundo ao seu redor e a
ensinarem seus filhos a fazerem o mesmo, estava havendo educação e educação ambiental. Os povos nativos,
por exemplo, desenvolveram uma percepção sofisticada dos sistemas naturais que os rodeiam e um profundo
respeito por eles, passando esse conhecimento e respeito de geração em geração. Com o passar do tempo,
mudaram as razões subjacentes e os modos de fazer isso.
Inicialmente, a relação com o meio ambiente estava ligada tão visceralmente à questão da sobrevivência que
nenhuma outra razão era mais necessária. Tratava-se de uma relação que dizia respeito de como viver num
mundo cuja natureza era externa e mais poderosa do que os homens, que os afetava mais do que era afetada
por eles. Todos precisavam saber quais frutos serviam para comer, onde encontrar água durante a seca, como
evitar onças, que plantas serviam como bons materiais de construção, faziam um bom fogo ou um bom
remédio.
O conhecimento ambiental era também necessário para a proteção contra os ataques da natureza e para o
aproveitamento das suas riquezas. Porém, a interação entre os homens e o ambiente ultrapassou a questão da
simples sobrevivência. A natureza mostrou-se também fonte de alegria, beleza, identidade e status pessoal, de
inspiração para a música, arte, religião e significado, enfim, valores internos e, perenes pelos quais se quer
lutar:
Com a urbanização e evolução da civilização humana, a percepção da ambiente mudou drasticamente. A
natureza começou a ocupar uma posição de subserviência em relação à humanidade. Passou a ser conhecida
para que fosse dominada e explorada. A parte da natureza considerada inútil era estudada basicamente para
satisfazer a curiosidade das pessoas a respeito do seu mundo. o estudo do meio ambiente tornou-se, ou uma
ciência prática de extração de recursos, ou " um estudo do mundo natural" - catálogo e descrições das

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maravilhas naturais. Nos dois casos, a natureza era considerada como algo separado e inferior à sociedade
humana.
No entanto, até mesmo essa motivação manipulativa tem seu lado transcendente. O crescente conhecimento
científico revelou cada vez mais maravilhas - o código genético contido nas moléculas do DNA no núcleo da
célula, a interdependência equilibrada de toda as espécies numa floresta tropical, a expansão do universo e a
aparente singularidade, fragilidade e isolamento do nosso planeta, tão bem estruturado e capaz de produzir a
vida. A admiração também foi transmitida a cada nova geração.
A educação formal institucionalizou-se através das escolas. Que configurando-se como educação ambiental,
passou a figurar em muitos tópicos de programas e em muitas disciplinas, mas firmou suas bases
especialmente nas ciências. Havia uma esperança não expressa de que todas as ciências, quando se
interligassem, iriam compor um quadro completo de como o planeta funciona e de como os seres humanos
podem interagir com ele de maneira proveitosa.
Porém, como o volume de informações a ser aprendida em cada ciência crescesse e as pessoas se
especializassem cada vez mais, ninguém pôde reunir todas as disciplinas para uma visão total do planeta,
muito menos para compreensão de sua interação com os sistemas culturais e econômicos da humanidade.
Além do mais, no fim dos anos sessenta e início dos anos setenta muitos problemas ambientais reais e
urgentes tornaram-se avassaladoramente gritantes. Desertos foram se espalhando, a poluição do ar ameaçava
a saúde dos moradores das cidades, lagos secavam, os solos erodiam.
Muitos desses problemas transcendiam as fronteiras nacionais; eram o resultado do desarranjo de processos
ambientais regionais ou mesmo globais, devido a enormes impactos causados pela sociedade humana. Esses
problemas não se encaixaram em projetos educativos ou disciplinas científicas isoladas; eles ilustraram o fato
de que a vida humana depende de processos naturais complexos, interconectados, de larga escala, que não
podem absorver uma quantidade ilimitada de abusos.
Assim, para que esses processos se desenvolvam bem, precisamos começar a entendê-los melhor e a
redirecionar as atividades humanas levando-os em conta. A natureza passou a ser vista como algo afetado, em
geral de maneira desastrosa, pela sociedade humana que, por sua vez, tornou-se a agressora do ambiente -
sua vítima. Aí, o conhecimento tornou-se necessário para proteger a natureza e corrigir os erros ecológicos.
Todas essas razões históricas para a educação ambiental ainda são válidas.
As pessoas continuam precisando compreender as funções ambientais básicas, a fim de produzirem alimentos,
encontrarem água e adaptarem-se ao clima. Precisam compreender a ciência e a tecnologia para modelarem e
perpetuarem as positivas conquistas do mundo moderno. E precisam gerenciar a saúde do ambiente e protegê-
lo contra ataques insensatos. Porém, uma razão mais completa e construtiva para a educação ambiental está
surgindo da combinação de todas as outras razões.
A educação ambiental é necessária para o gerenciamento criterioso deste binômio totalmente interdependente:
economia/ambiente. Sociedade e natureza, de fato, interagem afetando-se mútua e eqüitativamente, porém,
ambas vitalmente importantes; crescem ou desaparecem juntas. Os seres humanos não são vítimas, nem
senhores da natureza, mas guardiões de algo que não deve ser explorado irracionalmente, nem permanecer
totalmente intocado. Compreender isso é necessário para promover as ações, invenções e organizações
sociais que respeitem a viabilidade, estabilidade e produtividade, tanto da sociedade humana como dos
sistemas naturais nos seus milhares de interações.
A Carta de Belgrado, escrita em 1975 por vinte especialistas em educação ambiental de todo o mundo, declara
que a meta da educação ambiental é: Desenvolver um cidadão consciente do ambiente total ( preocupado com
os problemas associados a esse ambiente e que tenha o conhecimento, as atitudes motivações, envolvimento e
habilidades para trabalhar individual e coletivamente em busca de soluções para resolver os problemas atuais e
prevenir os futuros. Esse objetivo já é em si um motivo suficiente para qualquer nação promover a educação
ambiental. Qual o país que não precisa de um cidadão como esse?
Mas existem ainda outras boas razões, em muitos níveis, para que um país promova seriamente a Educação
Ambiental a saber:
• Aprender, partindo dos exemplos de outros, a evitar seus erros e imitar seus sucessos;
• Prever e evitar desastres ambientais, especialmente aqueles irreversíveis;
• Fazer render ao máximo os recursos naturais com que o país foi dotado: administrar esses dons de modo
eficiente, produtivo e sustentável: • Ser capaz de implementar políticas como o reflorestamento, a reciclagem ou
o planejamento familiar, que requerem a cooperação de todas as pessoas:
• Economizar dinheiro, evitando os danos ambientais no lugar de ter de repará-los posteriormente;
• Desenvolver a opinião pública no sentido de evitar o pânico e o exagero, porém respeitando a verdadeira
urgência das questões;
• Permitir que as pessoas se tornem cidadãos informados e produtivos do mundo moderno;

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• Assegurar um ambiente enriquecedor que dê segurança e alegria às pessoas, ao qual elas se sintam
econômica, emocional e espiritualmente conectadas. Texto Extraído do documento: "Conceitos para Fazer
Educação Ambiental" Secretaria de Estado do Meio Ambiente de São Paulo

Atitudes do cotidiano que podemos fazer para salvar o meio ambiente Você sabia?

- Que em Bangladesh as sacolas plásticas estão proibidas porque ameaçam o sistema de drenagem do País?
- Que se você e mais seis amigos fecharem a torneira na hora de escovar os dentes, vão economizar 122 litros
de água tratada, uma quantidade suficiente para atender às necessidades diárias de uma criança?
- Que em cada tonelada de papel economizado se preservam 20 eucaliptos?
- Que quando você aciona a descarga para se livrar de lixo, 12 litros de água tratada descem pelo ralo?
- Que o ar contaminado com óxidos de nitrogênio, emitido por veículos, mata 300 crianças por ano em São
Paulo?
- Que uma latinha de alumínio reciclada economiza, na fabricação de outra lata, a energia suficiente para deixar
uma geladeira doméstica ligada durante quase 10 horas?
- Que cada quilo de vidro reciclado evita a mineração de 6,6 quilos de areia?
- Que as pilhas e baterias podem contaminar o solo e água com materiais pesados altamente tóxicos, como
cádmio, chumbo e mercúrio que, em contato com seres humanos, atacam o cérebro, os rins e os pulmões?
- Que uma goteira que se tenha em casa pode vazar até 150 litros de água por dia?
- Que na hora de lavar a calçada, a substituição da mangueira pelo balde pode economizar até 280 litros de
água, o suficiente para encher uma caixa d’água?
- Que o Brasil desperdiça 14 milhões de toneladas de alimento por ano?
- Que 400 mil crianças entre cinco e nove anos e 2,5 milhões de adolescentes com até 14 anos trabalham e
ficam longe da escola.

Por isso,

- Evite levar sacolas de plástico para casa, se não for usá-las para acondicionar lixo.
-Feche a torneira na hora de escovar os dentes
-Use o verso do papel para escrever e desenhar. Se você e 1 milhão de pessoas fizerem isso, a cada mês vão
preservar florestas suficientes para recobrir 18 campos de futebol.
- Evite acionar a descarga para se livrar do lixo. Se 1 milhão de pessoas largarem essa mania, irão economizar
360 milhões de litros em um só mês, um volume equivalente à água que cai nas Cataratas do Iguaçu a cada
quatro minutos.
- Deixe o carro na garagem pelo menos uma vez por semana.
- Colabore com a reciclagem.
- Só descarte suas pilhas e baterias em postos de coleta. Se 1 milhão de consumidores fizer o mesmo, 12
milhões de pilhas vão ser desviados, anualmente, dos lixos e aterros. - Elimine vazamentos em sua casa. Lave
a calçada com balde - Não jogue comida fora.
- Prefira comprar mercadorias de comerciantes que têm o selo Empresa Amiga da Criança, da Fundação
Abrinq. O selo é concedido às empresas que se comprometem a melhorar a vida das crianças e lutar contra o
trabalho infantil. Fonte: Instituto Akatu pelo Consumo Responsável (www.akatu.net)

4.9 Incêndios Florestais

INCÊNDIOS FLORESTAIS

Os incêndios florestais são responsáveis pelos maiores prejuízos possíveis de serem causados às florestas, por
serem rápidos e de difícil controle.
Ao redor de 95% dos incêndios têm como causa o elemento humano, e poderiam ser evitados. A importância
de ser conhecer as causas está na possibilidade de ser criar formas de prevenção.Com exceção dos incêndios
provocados por raios na mata, a maioria resultam de negligência, descuidos, ignorância e problemas psíquicos.

1. Causas e efeitos dos incêndios

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1.1. Causas

Enumeram-se a seguir algumas das causas mais importantes:


a. intencionais - no caso do pastoreio e agricultura;
b. acampamentos e piqueniques - por negligência, descuido ou ignorância, no caso do bosque ser utilizado
como área de lazer;
c. fósforos e cigarros - fumantes que atiram sem o menor cuidado, pontas de cigarros e fósforos em ignição, em
beiras de estradas e pastos;
d. raios - fenômeno natural imprevisível.

1.2. Efeitos

Os danos produzidos pelo fogo podem ser assim classificados:


a. destruição de árvores;
b. destruição de sementes e rebrotas da futura regeneração;
c. destruição da cobertura morta e empobrecimento do solo facilitando a erosão;
d. destruição das área de proteção da fauna e flora, e eliminação das belezas cênicas naturais;
e. aumento do número de insetos e doenças que logo infestarão e infectarão as áreas vizinhas;
f. destruição de casas, culturas agrícolas, pecuária e muitas vezes vidas humanas;
g. destruição de todos os benefícios diretos e indiretos que uma floresta pode oferecer.
A morte das árvores de uma área incendiada se dá pela ação do calor. De acordo com a espessura da casca,
pode existir maior ou menor dano. Entretanto, existem casos em que esta regra não se aplica, como é o caso
da castanha do brasil (Bertholetia excelsa), que tem muita sensibilidade ao fogo. Já as espécies do cerrado tem
proteção natural contra ele.
Mesma aquelas árvores que não morrem, debilitam-se e podem sofrer ataques severos de pragas e doenças.
Portanto, deve-se analisar a viabilidade de se aproveitar o mais rápido possível o material lenhoso
remanescente de áreas queimadas.
Incêndios repetidos sobre uma mesma área, levam fatalmente à diminuição da capacidade regenerativa da
vegetação, à destruição da camada humífera e mudança na composição química do solo, deixando o solo
exposto ao vento e à chuva, favorecendo os processos erosivos.
Existe uma crença popular de que o incêndio, através da produção de cinzas, fortalece e enriquece o solo. Isto
é verdade nos primeiros ciclos do cultivo. Depois o solo perde seu valor produtivo, obrigando a uma
recuperação muito onerosa.
Além da destruição dos benefícios diretos das florestas, podem eliminar belezas cênicas, locais aprazíveis,
recantos e outras oportunidades recreativas. Essas perdas podem ser também de caráter econômico se for em
área turística. Incêndios podem gerar também a emigração de aves, peixes e outros elementos da fauna.
O fogo pode também em algumas situações apresentar efeitos benéficos, como por exemplo: quando se deseja
preparar a sementeira, diminuindo a camada de detritos que prejudicam o estabelecimento das plântulas devido
à espessura; facilitam o pastoreio; evitam a sucessão natural quando esta não nos é conveniente; auxiliam o
combate às plantas daninhas. O fogo controlado pode ser a favor (queimam mais superficialmente por serem
mais rápidos, causando menos danos à vegetação) ou contra o vento (nesse caso, queima profundamente).

2. Tipos de incêndios florestais

2.1. Incêndios superficiais

São os mais comuns, e queimam a camada orgânica, vegetação rasteira e pequenas árvores e todo material
combustível sobre o solo.
A maneira de queimar, a velocidade e a intensidade de propagação do fogo dependem:
- das características e quantidade de material inflamável;
- da topografia;
- das condições atmosféricas.
Em situação normal de condições meteorológicas e material combustível, o fogo superficial pode se propagar
de 3 a 4 km/h, variando de acordo com o tipo de vegetação. Se houver ventos favorecendo, a velocidade pode
atingir 15 km/h.

2.2. Incêndios de copas


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Atuam queimando as copas das árvores, deixando a folhagem totalmente destruída e as árvore morrem devido
ao superaquecimento do cambio. Em geral, esses incêndios tem origem nos incêndios superficiais.
Alguns fatores que facilitam a propagação do fogo para as copas é a velocidade do vento e a existência de
galhos mortos nas partes inferiores dos troncos.

2.3. Incêndios subterrâneos

Ocasionados por fogo que queima sob a superfície do solo, tendo em vista a acumulação de matéria orgânica.
É um fogo de difícil controle, pois apresenta alta temperatura e nem sempre é de fácil localização.

2.4. Incêndios de manchões

Originam-se de chispas, folhas, restos de culturas em combustão, que são levados acesos pelo vento,
formando no início os "manchões", que podem se transformar em superficiais ou de copas.

3. Fatores de intervenção na propagação de um incêndio florestal

3.1. Combustão

O fogo é o resultado da união rápida do oxigênio do ar, a temperatura e o material combustível. Naturalmente
que sem a presença de um destes elementos não existe combustão. A variação no equilíbrio entre estes três
elementos determina a violência do fogo.

3.2. Temperatura

A temperatura em que se inicia a combustão é denominada "ponto de ignição", oscilando entre 260 a 298 ºC.
A velocidade de avanço do fogo em um tronco depende do conteúdo de umidade que possua no momento de
entrar em combustão.

3.3. Oxigênio

O oxigênio existe na proporção de 21% do ar. Muitos materiais não entram em combustão quando esta
proporção cai a 15%. Esse nível pode ser atingido quando não há vento. Daí tornar-se fácil explicar a
importância da freqüência e direção dos ventos na propagação dos incêndios.

3.4. Fatores climáticos

Grande parte da temperatura aplicada a um material úmido é perdida no seu dessecamento, antes que o
mesmo atinja o ponto de ignição. Com o material seco, ao contrário, a queima é rápida.
Alguns fatores climáticos tem importância muito grande na origem dos incêndios:

a. as precipitações - as precipitações mantêm o material florestal permanentemente úmido, tornando impossível


a ignição e a propagação do fogo;

b. umidade do ar - o material florestal absorve umidade do ar, e vice-versa, formando uma relação muito estreita
entre eles. A propagação do fogo segundo a porcentagem de umidade pode ser classificada em:
Umidade relativa (%) Fator de propagação
41-45 1,0
31-40 1,4
26-30 2,0
16-25 2,8
15 ou menos 3,2

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c. temperatura - sua influência ocorre sobre a combustibilidade da mata ao facilitar a evaporação e o grau de
umidade da madeira. O ar quente absorve maior quantidade de umidade do que o ar frio. O calor do próprio
fogo também é importante, pois seca os materiais, elevando sua temperatura ao ponto de ignição.

d. vento - os ventos aceleram a propagação do incêndio e dirigem o seu avanço, e sua velocidade representa
os seguintes fatores de propagação:
Velocidade do vento (km/h) Fator de propagação
06-16 1,0
17-24 2,0
25-32 2,8
33-40 3,2
41-48 3,4

e. topografia - o declive facilita a propagação do fogo de acordo com o grau de inclinação. O fogo tende a se
alastrar para cima. Dependendo do local, a topografia é mais importante do que os ventos na propagação do
fogo. Segundo o declive, a propagação do fogo apresenta os seguintes fatores:
Porcentagem de inclinações Fator de propagação
05-15 1,00
16-25 1,05
26-35 1,15
36-45 1,20
46-55 1,25

4. Combustíveis florestais

Os materiais florestais podem ser divididos em:

4.1. Combustíveis perigosos


São aqueles que sob condições naturais se mostram de fácil e rápida combustão, como as cascas das árvores
mortas, os ramos, os raminhos, folhas, pastagens, musgos e liquens, quando secos. São esses materiais que
facilitam o início de um incêndio.

4.2. Combustíveis semi-perigosos ou de combustão lenta

Incluem-se o húmus úmido, os ramos semi-secos, ou troncos caídos e em processo de deterioração. Esse
material conserva o fogo latente.

4.3. Combustíveis verdes

A vegetação integrada por árvores, arbustos, ervas e outras plantas vivas. Isso não quer dezer que não possam
entrar em combustão, dependendo da quantidade de combustíveis perigosos e semiperigosos, da umidade, da
temperatura, da densidade e composição da floresta.

5. Métodos clássicos para previsões de incêndios florestais

Dividem-se em: métodos não cumulativos - aqueles que se baseiam inteiramente nas condições correntes do
dia, e métodos cumulativos - que empregam efeitos passados do tempo.

5.1. Métodos não cumulativos

São vários os índices que tem como princípio a não acumulação de dados, tais como a umidade relativa, o
déficit de saturação e o fator de risco de Angströn, sendo este último o mais divulgado:
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a. Fator de risco de Angströn - o sistema foi idealizado por Angströn (1952), na Suécia, e se fundamenta na
temperatura e umidade relativa do ar, ambas medidas às 13:00 h, através da seguinte fórmula:

B = 0,05.R - 0,1.(t - 27) onde:

R = umidade relativa do ar em %

t = temperatura em ºC.

A floresta está em risco de incêndio quando B estiver abaixo de 2,5, ou seja, as condições atmosféricas do dia
estarão favoráveis à ocorrência de incêndios. Segundo SAMPAIO (1991), os índices não acumulativos foram
pouco eficientes na prática de prevenção de incêndios florestais, o contrário ocorrendo com os métodos
acumulativos.

5.2. Métodos cumulativos

Os índices mais comuns são:


a. Índice de Nesterov modificado - foi desenvolvido inicialmente na ex-URSS, tendo sido modificado pelo
Instituto Hidrológico e Meteorológico do Estado Polonês. Baseia-se na temperatura e no déficit de
saturação do ar, medidos diariamente às 13:00 h. Tem a seguinte fórmula:

G = Ó(1 I) ( d X t )

G - índice de inflamabilidade florestal, ou índice de Nesterov

n - nº de dias sem chuva (considerados sem chuva, os dias com precipitação pluviométrica £ a 2,0 mm)

d - déficit de saturação do ar em milibares

t - temperatura do ar em ºC O déficit de saturação do ar (d), por sua vez, é igual à diferença entre a pressão
máxima de vapor d'água e a pressão real de vapor d'água, podendo ser calculado pela expressão:

D = E ( 1 – R/100) sendo :
d - déficit de saturação do ar em milibares
E - a pressão máxima de vapor d'água em milibares
R - umidade relativa do ar em %

Por ser acumulativo, nos cálculos deve-se considerar ainda uma série de restrições:

- precipitação pluviométrica (p.p.) de 2,1 a 5,0 mm/dia reduz-se o valor de G em 25% (ou multiplica-se por 0,75),
antes de adicionar o valor de (d.t) do dia;

- p.p. de 5,1 a 8,0 mm/dia reduz-se o valor de G em 50% (ou multiplica-se por 0,5), antes de adicionar o valor
de (d.t) do dia;

- p.p. de 8,1 a 10,0 mm/dia, abandona-se a somatória anterior de G (ou multiplica-se por zero) e reinicia-se
novo G no dia da chuva;

- p.p. > 10,0 mm, recomeça-se o cálculo de G no dia imediato ao da ocorrência da chuva.

A interpretação do grau de risco estimado por este índice é feita por meio da escala de perigo representada a
seguir:

Valor de G Grau de perigo


Ü 300 Nenhum risco
301 a 500 Risco pequeno
501 a 1000 Risco médio
1001 a 4000 Grande risco
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> 4000 Altíssimo risco

b. Fórmula de Monte Alegre - foi desenvolvida utilizando-se dados da região centro do Estado do Paraná, e hoje
é a mais utilizada no Brasil. Utiliza apenas a umidade relativa do ar tomada às 13:00 h, e tem a seguinte
fórmula:

FMA = Ó (1 I) (100/R) SENDO :

FMA - Fórmula de Monte Alegre


n - nº de dias sem chuva (considerados sem chuva, os dias com precipitação pluviométrica £ a 2,4 mm)
R - umidade relativa do ar em %.
Da mesma forma que o índice anterior, por ser acumulativo, nos cálculos deve-se considerar as seguintes
restrições:

- precipitação pluviométrica (p.p.) de 2,5 a 4,9 mm/dia reduz-se o valor de FMA em 30% (ou multiplica-se por
0,7), antes de adicionar o valor de (100/R) do dia;

- p.p. de 5,0 a 9,9 mm/dia reduz-se o valor de FMA em 60% (ou multiplica-se por 0,4), antes de adicionar o valor
de (100/R)) do dia;

- p.p. de 10,0 a 12,9 mm/dia, reduz-se o valor de FMA em 80% (ou multiplica-se por 0,2), antes de adicionar o
valor de (100/R)) do dia;

- p.p. > 12,9 mm, recomeça-se o cálculo de FMA no dia imediato ao da ocorrência da chuva. A interpretação do
grau de risco estimado por este índice é feita por meio da escala de perigo representada a seguir:

Valor de FMA Grau de perigo


< 1,0 Nulo
1,1 a 3,0 Pequeno
3,1 a 8,0 Médio
8,1 a 20,0 Alto
> 20 Muito alto

c. Índice de Telicyn - foi desenvolvido na ex-URSS, e tem como variáveis as temperaturas do ar e do ponto de
orvalho, ambas tomadas às 13:00 h. Sua fórmula é: I = Ó log (t –PO) sendo :

I - índice de Telicyn
n - nº de dias sem chuva (considerados sem chuva, os dias com precipitação pluviométrica £ a 2,5 mm)
t - temperatura do ar em ºC
PO - temperatura do ponto de orvalho em ºC
log - logaritmo na base 10.

Acumula-se o valor de I até o dia no qual a precipitação pluviométrica for > 2 mm, recomeçando-se o cálculo no
dia seguinte. A sua interpretação é feita com base na seguinte escala:

Valor de I Grau de perigo


Ü 2,0 Nenhum
2,1 a 3,5 Pequeno
3,6 a 5,0 Médio
>5 Alto .

Outros índices acumulativos - mais dois ínidices são conhecidos no Brasil, porém muito pouco aplicados:

d.1. índice P-EVAP - relaciona a diferença entre a precipitação e a evaporação, medidas diariamente, em mm;

d.2. índice EVAP/P - relaciona o quociente entre a evaporação e a precipitação, ambas medidas diariamente,
em mm. SAMPAIO (1991) apresenta maiores detalhes a respeito destes dois índices.

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6. Organização mínima

A denúncia de fogo pode ser feita pelo público alheio às atividades florestais, chamando-se então denúncia
pública, ou ainda por:

- patrulha terrestre - as empresas de reflorestamento devem manter equipe treinada, munida de equipamento
de transmissão, e veículos de locomoção (bicicletas, cavalos, automóveis, barcos), vistoriando
permanentemente a área;

- patrulha aérea - empresas com maior capacidade financeira podem ter esta equipe para vigiar áreas de difícil
acesso. Um equipamento de baixo custo que pode ser utilizado é o ultraleve;

- torres de observação - as torres podem ser de madeira, ferro ou alumínio, com altura e distancias entre cada
uma variável de acordo com a altura das árvores ao seu redor e com a visibilidade do local. Em geral, pelo
menos 3 torres são necessárias para que se possa fazer a identificação do local do fogo com precisão, através
da triangulação com auxílio do goniômetro. Cada unidade deve possuir uma cabina com equipamento para
combate ao fogo, utilidades para o conforto do vigia que deve ser mantido por 24 horas nas épocas mais
críticas, mapas da área, binóculo, luneta, equipamento de comunicação, podendo ser ainda adaptados
instrumentos meteorológicos.
Os equipamentos em geral utilizados, dependendo das proporções do incêndio são: As ferramentas manuais
mais comuns são a pá, o abafador, o ancinho, sacos molhados, ramos da vegetação local, enxada, machado,
foice, bomba costal e lança-chamas. Dentre os equipamentos motorizados destacam-se o motosserra e o
atomizador costal. Como parte dos equipamentos pesados empregam-se o trator de esteiras e a
motoniveladora, e como equipamento para o bombeamento ou transporte de água destacam-se a moto-bomba
portátil, o carro-tanque, e em alguns casos o avião-tanque e até mesmo helicópteros.

7. Combate

No combate aos incêndios de grandes extensões de terra, apesar do alto custo, é comum o uso de
aerotanques, aplicando o produto em esquadrilhas de 3 aviões. Os produtos utilizados, além da própria água,
podem ser os seguintes retardantes de fogo:
Produtos retardantes Mínimo adicionado em 100
partes de água

ácido arsênico 20
ácido fosfórico 12
arseniato de sódio 33
bicarbonato de sódio 23
bifosfato de amônio 12
bi-hidrofosfato de potássio 30
bissulfato de sódio 30
borato de amônio 24
Bórax 60
brometo de amônio 7
carbonato de potássio 16
carabonato de sódio 12
cloreto de amônio 22
cloreto de cálcio 14
cloreto de magnésio 16
cloreto de zinco 12
estanato de sódio 19
fosfato de potássio 27
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fosfato de sódio 20
hidróxido de lítio 5
hidróxido de potássio 6
hidróxido de sódio 10
iodeto de amônio 14
metavanadato de amônio 8
molibdato de amônio 7
nitrato de potássio 13
permanganato de potássio 22
selenito de sódio 36
silicato de sódio 20
tiocianato de postássio 25
tungstato de sódio 9
vanadato de sódio 2,5

No entanto, nem sempre é dispensável outros equipamentos e técnicas, mesmo em incêndios de grandes
proporções, e principalmente nos menores.
Os métodos a que se ajustam os diferentes tipos de luta podem ser classificados em quatro categorias:

7.1. Método direto

Neste método, estabelece-se uma linha de contenção nas bordas do incêndio. O combatente elimina todo
material combustível em torno do fogo, atirando-o ao interior da superfície incendiada. Deve-se aproveitar as
primeiras horas da madrugada, ou as últimas da tarde, para queimar os focos de combustíveis que possam
representar futura ameaça.
As principais desvantagens do método são:
- necessidade do combatente aproximar-se demais do fogo, o que às vezes torna-se impossível devido ao calor
e a fumaça;
- o descuido de um só homem pode prejudicar o trabalho dos demais combatentes.

7.2. Método de dois pés

É mais utilizado para conter fogo subterrâneo. Consiste em se limpar uma área próxima à borda do fogo, de
preferência com o uso de um arado, jogando-se a leiva para o interior. A faixa deve ter em torno de 60 cm, e
deve ser mantida limpa como no caso anterior.
A profundidade de aradura deve ser suficiente para atingir o solo mineral.
As principais desvantagens do método são:
- devido à limpeza da linha de contenção, o excesso de confiança pode ocasionar descuido à sua vigilância;
- deixa entre o bordo do fogo e o costado interior da linha de contenção uma faixa de material combustível, que
poderá contribuir para a persistência do fogo.

7.3. Método paralelo

Neste método a linha de contenção, é feita de 3 a 15 m de distância da borda do fogo, paralelamente a este.
Queima-se esta faixa desde a beirada do fogo até a linha de contenção. Esta linha pode ter de 0,5 a 1,0 m de
largura.
Por este método pode-se controlar fogo com muito calor e fumaça, havendo menor perigo do fogo pular a faixa
de contenção. Além disso, é mais fácil dominar o corta-fogo (linha de conteção mais a faixa entre esta e o fogo)
do que o próprio incêndio.
Quando o fogo atinge a linha de contenção, deve apresentar menor intensidade, podendo ser combatido por
meio do método direto.
A principal desvantagens é a possibilidade de perder-se o controle sobre a faixa corta-fogo.

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7.4. Método indireto

É utilizado quando a intensidade do fogo é muito alta e não há possibilidade da aplicação de outros métodos.
Em distâncias maiores do que nos métodos anteriores, faz-se uso de acidentes naturais como barreiras corta-
fogo (estradas, caminhos, picadas, cursos d'água), ou da construção de aceiros. Ateia-se fogo nestas áreas
entre as barreiras e o incêndio, de modo a produzir um contra-fogo.
Sua maior vantagem está na disponibilidade de segurança e tempo para a ação dos combatentes.
Como inconvenientes tem-se:

- o trabalho deve ser acelerado, pois a faixa entre o fogo e as linhas de contenção pode se extinguir antes que
se possa fazer um fogo de encontro;
- o fogo de encontro é de grande magnitude, requerendo cuidados especiais;
- aumenta-se consideravelmente a área queimada;
- deve ser utilizado somente em casos extremos, com a supervisão de pessoal experiente.

8. Plano de ataque
A organização do ataque é de suma importância para o combate aos incêndios florestais, devido em geral à sua
grande magnitude, grandes distâncias, difícil acesso e escassez de material e pessoal.
Deve-se dividir os combatentes em grupos de no máximo 10 homens, tendo um chefe de grupo, determinando
setores e tarefas bem definidas.
Torna-se indispensável o conhecimento da superfície atingida pelo fogo, a fim de determinar com rapidez a
forma de ataque, e estar constantemente a par do seu avanço e das condições em que isso se verifica.
Se for possível, deve-se lutar durante à noite, obtendo-se sempre melhores resultados do que de dia.
Torna-se necessário encurralar o fogo em focos pequenos e fracos, podendo o ataque ser feito diretamente na
cabeça ou possível área de expansão. Nos grandes incêndios o combate deve ser feito pelos flancos,
fechando-se círculo até as cabeceiras.
SOARES (1985) tece maiores comentários a respeito dos incêndios florestais, a organização das equipes de
prevenção, os equipamentos necessários e as formas de combate, além de relativamente ampla teoria
relacionada com a meteorologia, princípios de combustão, classificação e propagação dos incêndios, a queima
controlada e outros detalhes pertinentes.

5 Aspectos socioeconômicos
5.1 Políticas públicas. (texto adicional)
5.2 Noções gerais de economia ambiental. (texto adicional)
5.3 Agenda 21 – desenvolvimento sustentável.
5.4 Meio ambiente, sociedade e noções de Sociologia e de Antropologia. (texto adicional)
5.5 Elaboração, avaliação e seleção de projetos (texto adicional)

5.3 Agenda 21 – Desenvolvimento Sustentável


Introdução

“A noção de sustentabilidade tem-se firmado como o novo paradigma do desenvolvimento humano. A Agenda
21 significa a construção política das bases do desenvolvimento sustentável, cujo objetivo é conciliar justiça
social, equilíbrio ambiental e eficiência econômica. De forma gradual e negociada, resultará em um plano de

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ação e de planejamento participativo nos níveis global, nacional e local, capaz de permitir o estabelecimento do
desenvolvimento sustentável, no século XXI".
José Sarney Filho
Ministério do Meio Ambiente
Agenda 21 Brasileira firmado pelo Brasil,
durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento,
realizada no Rio de Janeiro, em 1992.

Desenvolvimento sustentável

Desde que surgiu, o homem, mais impactante que qualquer outro animal, provoca mudanças no meio ambiente.
Ultimamente as atividades antrópicas que produzem efeitos nocivos sobre o planeta e sobre o próprio homem,
estão se intensificando. Os recursos naturais estão cada vez mais escassos, comprometendo seriamente a vida
na Terra, o que não é novidade pra ninguém.
Atualmente fala-se muito em uma forma de desenvolvimento econômico denominada desenvolvimento
sustentável. O título "desenvolvimento sustentável" já pressupõe que desenvolvimento é bom e nem sempre o
é. Se tivermos mais uns cinqüenta anos do tipo de desenvolvimento que tivemos nos últimos cinqüenta, será
um desastre.
De acordo com a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e desenvolvimento, "desenvolvimento sustentável é
aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras de
atenderem às suas próprias necessidades".
Dependendo do interesse do usuário, o desenvolvimento sustentável adquire diferentes conotações mas, de um
modo geral, os principais preceitos que o permeiam, segundo Norbert Fenzl, são os seguintes:
- a taxa de consumo dos recursos naturais não deve ultrapassar a capacidade de renovação dos mesmos;
- a quantidade de rejeitos produzidos não deve ultrapassar a capacidade de absorção dos ecossistemas;
- recursos não renováveis devem ser utilizados somente na medida em que possam ser substituídos por um
recurso equivalente renovável.
Teoricamente, o desenvolvimento sustentável deve apoiar-se nas pessoas, em suas comunidades e na
conservação da biodiversidade e dos processos naturais que sustentam a vida na Terra.
Para os recursos não renováveis como o petróleo, por exemplo, a sustentabilidade será sempre uma questão
de tempo, pois os limites de suas fontes já estão sendo alcançados. Estamos no meio de uma crise energética,
conseqüência de um desenvolvimento desregrado e, de acordo com o WWF, a cada sete minutos, uma espécie
da fauna ou flora desaparece da Terra (!).
Do ponto de vista econômico, as dificuldades são intransponíveis, pois as reservas de produtos naturais não
são utilizadas somente pelo país que as possui. Nações industrializadas do norte, com 25% da população
mundial, consomem 75% de todo o metal produzido mundialmente, 85% da madeira e 60% do alimento (UNEP,
1992). Diante destes números, percebemos que o maior problema ambiental está no excesso de consumo
realizado pela minoria afortunada. Isso derruba, em parte, a teoria de alguns autores que vêem o crescimento
populacional como o grande vilão que está esgotando os recursos naturais do mundo.
Ou seja, aplicado de modo geral, conceitualmente o desenvolvimento sustentável ignora a realidade dos
modelos econômicos e políticos vigentes. A possibilidade de o desenvolvimento sustentável ser aplicado à nível
global, torna-se praticamente remota quando voltamos nosso olhar para a problemática ambiental mundial.
No nosso esquema capitalista, quem pode mais (e tem mais), passa por cima das leis e se apropria dos bens
naturais. Mas os critérios, que determinam o valor monetário de um bem natural, são objetos de uma outra (e
enorme) discussão.
Para o desenvolvimento sustentável ser pensado globalmente, seria necessário uma visão sistêmica por parte
das grandes forças políticas envolvidas. E uma quebra de paradigma como essa requer inúmeros esforços,
envolvendo aspectos econômicos, sociais, ambientais e, principalmente, morais. Alguns países teriam que abrir
mão de seu conforto e de seu desenvolvimento econômico desregrado.
Segundo a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Noruega, 1987) : "um desenvolvimento
sustentado exige que todos os ricos adotem um estilo de vida que esteja de acordo com a realidade ecológica
do planeta". Seria ingenuidade acreditar que isso é possível na mesma medida em que a urgência da situação
requer.
Um "pequeno" e recente exemplo é a posição prepotente dos Estados Unidos no Tratado de Kyoto, recusando-
se a diminuir sua taxa de emissão de gás carbônico na atmosfera em detrimento do seu crescimento
econômico. Ou, recusando-se a unirem-se a outros países contra a guerra biológica.
Atualmente temos duas vertentes extremistas: a primeira, aponta para o esgotamento total dos recursos
naturais e para a incapacidade do progresso científico e tecnológico de superar estes limites. A segunda
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vertente crê na capacidade da ciência e da tecnologia resolverem o problema da escassez de recursos naturais.
O desenvolvimento sustentável surge como uma ponte entre estes dois extremos, recomendando uma simbiose
entre o homem e a natureza.
Principalmente nos círculos políticos - onde são tomadas as decisões sobre o futuro da humanidade local e
mundial, os conceitos de Ecologia, meio ambiente e desenvolvimento têm uma conotação ingênua, e são
empregados num sentido muito limitado, totalmente desvinculados do contexto social.
O homem tem a posição dominante de supremacia sobre a natureza. Se coloca como um ser à parte, isolado
do "ecossistema" - (na sua visão, fauna e flora somente), fazendo o papel de um mero observador/explorador.
Faz vistas grossas quanto à escassez dos recursos naturais (mesmo sentindo na pele os resultados de seus
atos). A possibilidade de esgotamento de recursos necessários à manutenção de sua própria vida na Terra é
vista como remota.
A interdisciplinaridade surge como uma nova proposta para discutirmos a nossa realidade, quebrando o
paradigma onde as visões cartesianas e lineares predominam. A integração das diversas áreas do
conhecimento, gera uma visão holística, pois somente a partir de uma visão sistêmica e do pensamento em
rede será possível traçar estratégias que beneficiem todo o Ecossistema - inclusive o homem - através do uso
racional dos recursos naturais.

Agenda 21

A Agenda 21 é um programa de ação, baseado num documento de 40 capítulos, que constitui a mais
ousada e abrangente tentativa já realizada de promover, em escala planetária, um novo padrão de
desenvolvimento, conciliando métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica.
Trata-se de um documento consensual para o qual contribuíram governos e instituições da sociedade civil de
179 países num processo preparatório que durou dois anos e culminou com a realização da Conferência das
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), em 1992, no Rio de Janeiro, também
conhecida por ECO-92.
Além da Agenda 21, resultaram desse processo cinco outros acordos: a Declaração do Rio, a Declaração de
Princípios sobre o Uso das Florestas, o Convênio sobre a Diversidade Biológica e a Convenção sobre
Mudanças Climáticas.
A Agenda 21 traduz em ações o conceito de desenvolvimento sustentável.
Veja o conteúdo da Agenda 21 :

Capítulo 01 - Preâmbulo
Capítulo 02 Cooperação Internacional para acelerar o desenvolvimento sustentável dos países em
desenvolvimento e políticas internas correlatas.
Capítulo 03 Combate à pobreza
Capítulo 04 Mudança dos padrões de consumo
Capítulo 05 Dinâmica demográfica e sustentabilidade
Capítulo 06 Proteção e promoção das condições da saúde humana
Capítulo 07 Promoção do DS dos assentamentos humanos
Capítulo 08 Integração entre meio ambiente e desenvolvimento na tomada de decisões
Capítulo 09 Proteção da atmosfera
Capítulo 10 Abordagem integrada do planejamento e do gerenciamento dos recursos terrestres
Capítulo 11 Combate ao desflorestamento
Capítulo 12 Manejo de ecossistemas frágeis: a luta contra a desertificação e a seca
Capítulo 13 Gerenciamento de ecossistemas frágeis: DS das montanhas
Capítulo 14 Promoção do desenvolvimento rural e agrícola sustentável
Capítulo 15 Conservação da diversidade biológica
Capítulo 16 Manejo ambientalmente saudável da biotecnologia
Capítulo 17 Proteção de oceanos, de todos os tipos de mares - inclusive mares fechados - e das zonas
costeiras e proteção. Uso racional e desenvolvimento de seus recursos vivos
Capítulo 18 Proteção da qualidade e do abastecimento dos recursos hídricos: aplicação de critérios integrados
no desenvolvimento, manejo e uso dos recursos hídricos
Capítulo 19 Manejo ecologicamente saudável das substâncias químicas tóxicas, incluída na prevenção do
tráfico internacional dos produtos tóxicos e perigosos
Capítulo 20 Manejo ambientalmente saudável dos resíduos perigosos. Incluindo a prevenção do tráfico
internacional ilícito de resíduos perigosos.
Capítulo 21 Manejo ambientalmente saudável dos resíduos sólidos e questões relacionadas com esgotos
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Capítulo 22 Manejo seguro e ambientalmente saudável dos resíduos radioativos
Capítulo 23 Preâmbulo
Capítulo 24 Ação mundial pela mulher, com vistas a um desenvolvimento sustentável eqüitativo
Capítulo 25 A infância e a juventude no desenvolvimento sustentável
Capítulo 26 Reconhecimento e fortalecimento do papel das populações indígenas e suas comunidades
Capítulo 27 Fortalecimento do papel das Organizações Não-Governamentais: parceiros para um DS
Capítulo 28 Iniciativas das autoridades locais em apoio à Agenda 21
Capítulo 29 Fortalecimento do papel dos trabalhadores e de seus sindicatos
Capítulo 30 Fortalecimento do papel do comércio e da indústria
Capítulo 31 Comunidade científica e tecnológica
Capítulo 32 Fortalecimento do papel dos agricultores
Capítulo 33 Recursos e mecanismos de financiamento
Capítulo 34 Transferência de tecnologia ambientalmente saudável, cooperação e fortalecimento institucional
Capítulo 35 A ciência para o DS
Capítulo 36 Promoção do ensino, da conscientização e do treinamento
Capítulo 37 Mecanismos nacionais e cooperação internacional para fortalecimento institucional nos países em
desenvolvimento
Capítulo 38 Arranjos institucionais internacionais
Capítulo 39 Instrumentos e mecanismos jurídicos internacionais
Capítulo 40 Informação para a tomada de decisões

Textos adicionais complementares

GERÊNCIA AMBIENTAL

Índice
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1- Apresentação deste trabalho sobre Gestão Ambiental .

2- Definições e funções de um Gerente ( Gerência ) Ambiental - E quando houver conflitos ?

3- Detalhamento de atividades de um Gestor Ambiental - Descrições gerais.


A norma ISO 14.000

4- Descrição e detalhamento de atividades típicas de Gerência Ambiental.

5- Um exemplo de plano de Gestão Ambiental .

6 - Banco de expressões ambientais usadas neste trabalho e de interesse geral.

1- APRESENTAÇÃO DESTE TRABALHO SOBRE GESTÃO AMBIENTAL

A Gerência Ambiental, entendida como a condução de empreendimentos de acordo com a legislação de meio
ambiente e com os conhecimentos tecnológicos visando a preservação do meio ambiente e o
desenvolvimento sustentado, é um dos conceitos mais modernos e importantes do conhecimento humano.

2 - DEFINIÇÕES E FUNÇÕES DE UM GERENTE ( GERÊNCIA ) AMBIENTAL

E QUANDO HOUVER CONFLITOS ?

Definição - O que é gestão ambiental ou, o que é a mesma coisa, o que é um gestor ambiental?
Resposta - Sumariamente pode ser chamado de gestão ambiental a condução de empreendimentos
obedecendo à legislação federal, estadual e municipal e obedecendo às melhores técnicas de proteção do
meio ambiente.

No site da Internet www.meioambiente.org.br temos a seguinte definição de Gestão Ambiental:

"Condução, direcionamento e orientação de atividades humanas visando o desenvolvimento sustentável. Para


ser efetiva, deve ser inserida no planejamento e administração da produção de bens e serviços em todos os
níveis- local, regional, nacional, internacional, na administração pública e na empresarial . Fonte Glossário
Ambiental "

A Gestão Ambiental pode ser exercida em nível federal, estadual , municipal e em nível de atividade
particular (assessoria a uma indústria por exemplo ou a uma atividade particular qualquer) .
Para detalhar nesta apostila as atividades de uma Gestão Ambiental poderíamos usar várias fontes, mas,
como já explicado no item 1 deste trabalho, preferimos seguir a itemização do edital de concurso do
Concurso Público da Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Estado do Mato Grosso do Sul (Fev- 2.001).
Essa itemização está muito bem detalhada (por vezes detalhada demais na nossa opinião) e tem a vantagem
de provir de um órgão oficial (estadual).
Se seguimos a itemização desse edital, a explicação e o detalhamento de atividades são nossos e nada tem
a haver com esse órgão público.

Conflitos - A Gerência é sempre algo difícil e exigente de opções. Num gerenciamento ambiental podem
surgir (e eles sempre surgem) conflitos de vários tipos e vários níveis e cabe ao Gerente Ambiental a decisão
ou pelo menos um parecer interno definindo sua posição quanto à solução do conflito. Vejamos alguns
exemplos de conflitos:

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- conflitos entre as legislações federal, estadual e municipal. Quando existem conflitos desse tipo a tendência
é a de que prevalece a legislação mais exigente.

Exemplo – a legislação federal fixa uma temperatura máxima de lançamento de despejos industriais nos rios.
Digamos que seja o limite de 50 graus centígrados. Para um estado e para uma bacia hidrográfica que tem
intensa atividade pesqueira fluvial essa temperatura pode ser excessiva e o estado fixa que a máxima
temperatura seja 45 graus. Mas no município de Campos do Jordão que tem como um de seus pontos de
atração o Rio Piracuama, rio montanhoso com temperaturas bem baixas e onde existem peixes de alta
nobreza pelo fato das águas serem frias, deixar lançar despejos industriais com 45 graus é uma violência
ambiental e o município pode impor que a máxima temperatura dos despejos seja de 25 graus centígrados.

Outro exemplo: imaginemos que uma indústria jogue seus despejos , rigorosamente dentro das exigências
da lei federal e municipal , mas a vinte metros a montante da captação de água de uma cidade. A cidade
pode impor que o lançamento seja transferido para jusante da captação da cidade.

- conflito entre a exigência da lei e o estado da tecnologia. A tecnologia muda muito mais rapidamente que as
posturas legais que por vezes são lentas no seu evoluir. Daí podem surgir conflitos entre o legal e o
desejável tecnologicamente, mas num país as leis e o ordenamento jurídico tem que ser seguidos e
principalmente a Gerência Ambiental Pública tem que se basear em leis , decretos e portarias e do ponto de
vista formal a legislação vale mais que a técnica.

- um caso muito interessante de evolução de tecnologia de meio ambiente aconteceu na questão da


disposição do lixo urbano na cidade do Rio de Janeiro.
Até os anos setenta havia uma lei estadual que exigia que cada prédio de apartamentos tivesse seu próprio
incinerador de lixo. Quem não tivesse levava multas. Aí os ecologistas (na época os ecologistas eram
chamados de sanitaristas) descobriram que os milhares de incineradores prediais não funcionavam (não
havia manutenção) e então veio uma nova lei estadual (arrancada com enorme sacrifício, face à pressão dos
fabricantes de incineradores) que proibia o uso de incineradores. Levou um tempo enorme de decisão e os
técnicos mostrando em congressos o absurdo de se ter milhares de incineradores poluindo o ar. O assunto
foi resolvido com a criação de uma taxa de lixo (que deu uma outra briga política) e foi criado um serviço
público de coleta de lixo dos prédios de apartamentos e os incineradores, antes obrigatórios por lei, foram
obrigatoriamente desligados, indo para a sucata.

- um derrame de óleo no mar mostrou claramente a divergência de leis e tecnologia. Esse derrame de óleo
espalhou-se pelos mares de vários países e um país adotou como técnica adequada para a parte da mancha
que se aproximava de suas praias a técnica de aplicar dispersante químico (detergente), pois isso minora os
problemas das praias e dos animais superiores. Essa técnica era permitida pela legislação desse país. A
parte da mancha que se dirigiu para as praias de um outro país não foi usada pois nesse país não se aceita
o uso de dispersante e o ataque à mancha foi com flutuadores que separam o espaço da mancha, o uso de
bombas de sucção e o uso de produtos absorventes. Vê-se nesse caso a divergência de leis alterando o uso
de tecnologias. No Brasil é permitido com restrições o uso de dispersantes no caso de derrame de óleo. –
RESOLUÇÃO CONAMA nº6 de 17/10/90

Um bom Gerente Ambiental, além de conhecer a legislação federal deve, para ser um bom gerente, conhecer
a legislação estadual e a legislação municipal local. Em termos funcionais, ou seja, em termos de uma
eventual punição , se o gestor ambiental for funcionário público federal ele não poderá entretanto ser punido
se ele desconhecer a legislação estadual ou municipal assim como um Gerente Ambiental do poder público
estadual não poderá ser punido se desconhecer uma legislação municipal, mas todos devem conhecer a
legislação federal. Como cidadão, eu devo conhecer a legislação federal, a do meu estado e a do meu
município.

Claro que um Gestor Ambiental de uma entidade particular tem como variável adicional de conflito, a defesa
(dentro de limites éticos) dos interesses dessa entidade.

Para facilitar a compreensão das atividades de uma Gestão Ambiental vamos a explicação dos termos
seguintes:

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fiscalização - acompanhamento crítico de ações de terceiros e/ou de subordinados. Quando uma grande
organização quer se auto fiscalizar (por exemplo em termos ambientais) contrata terceiros ou designa grupo
de funcionários para acompanhar criticamente suas próprias atividades. É a chamada Auditoria Ambiental
que se for executada por grupo de seus próprios funcionários chama-se Auditoria Ambiental Interna e se
executada por grupo externo chama-se Auditoria Ambiental Externa. Para evitar choques de interesses:
- a Auditoria Ambiental Externa é normalmente contratada pela presidência da empresa,
- a Auditoria Ambiental Interna normalmente subordina-se ou à presidência ou a um diretor exclusivamente
ligado às causas ambientais.

licenciamento - quando a legislação assim entender o poder público autoriza um empreendimento . No


licenciamento, o poder público tem direitos de méritos enormes podendo não autorizar se achar que um novo
empreendimento pode inclusive trazer problemas decorrente do aumento do número de entidades
licenciadas. Exemplo o poder público pode não autorizar o aumento de número de pousadas em um parque
público.
Para usinas nucleares há necessidade de lei específica para licenciar sua instalação.
Em Fernando de Noronha o poder público tem limitado a ocupação humana do arquipélago por razões da
não capacidade da região em dispor esgotos e lixo, implacáveis companheiros da presença do homem
moderno.

No outro tipo de autorização o poder público só verifica na autorização o atendimento de padrões técnicos e
não pode deixar de aprovar se o requerente atender às exigências técnicas. Por exemplo, não cabe ao poder
público fixar o número de criadouros de araras baseado em critérios de mercado. O poder público pode fixar
critérios técnicos mínimos do criadouro mas nunca poderá limitá-los. Há licenciamento quando pode-se fixar
a quantidade de empreendimentos e há aprovação (autorização) quando não se pode fixar outros critérios
além do atendimento técnico.

Exemplo concreto de uma Gerência Ambiental : Gestão Ambiental nos Assentamentos Urbanos no Meio
Rural (programa em andamento no Ibama). O objetivo é a fixação do homem no meio rural de maneira que
esse assentamento tenha o maior rendimento econômico e ao mesmo tempo respeite o meio ambiente. Por
exemplo a abertura de estradas de terra tem que ser feita de maneira a não executar cortes de terra
desnecessários e a preparação do terreno para o primeiro plantio (e posteriores) tem que ser feito de tal
maneira que não haja erosão do solo.
Nota - Um profissional de Gestão Ambiental deve, além de se relacionar com entidades, deve se relacionar
com gente, de todos os níveis e de todos os tipos. Saber se comunicar, ouvir e argumentar são condições
importantes para o sucesso de seu trabalho.

3 - DETALHAMENTO DE ATIVIDADES DE UM GESTOR AMBIENTAL - DESCRIÇÕES GERAIS - A


NORMA ISO 14.000

Neste item 3 reproduzimos, da fonte citada, com pequenas modificações, acréscimos e comentários a
descrição das atividades de Gerência Ambiental.

Serão atribuídas à função de Gestor Ambiental, considerada a respectiva Graduação e Habilitação


(do profissional gestor), tarefas de planejamentos, coordenação, fiscalização, pesquisa, licenciamento,
controle, gestão ou condução vinculadas às seguintes atividades:

I – desenvolvimento e execução de projetos de caráter interdisciplinar e interinstitucional, visando à geração,


obtenção e aplicação de conhecimentos e informações técnico científicas;

II – atuação no planejamento e controle e na gestão e implantação de ecossistemas protegidos ou não;

III – planejamento, implantação e execução de trabalhos que levem ao aumento da sustentabilidade e


caracterização de ecossistemas;

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IV – manejo de ecossistemas e ecologia que contribuam para o desenvolvimento de sistemas de manejo de
ecossistemas e de recursos naturais objetivando o uso produtivo conservacionista ou a preservação dos
ambientes naturais, participando de ações visando preservar a qualidade ambiental com base no conceito de
desenvolvimento sustentável (sempre lembrando que desenvolvimento sustentável deve ser entendido como
um desenvolvimento que procura manter os recursos naturais, utilizáveis de forma a mais duradoura
possível).

Vamos entender ou relembrar conceitos pois o texto anterior é algo complexo e cheio de expressões
fechadas (só entende quem é ultra especialista do ramo).

Ecossistema protegido

Ecossistema protegido – um ecossistema costuma ser chamado de protegido naturalmente, quando o acesso
ao mesmo pelo homem é difícil e com isso a natureza fica bem protegida.
Certos ambientes nunca tocados pela presença do homem podem no entanto ser atingidos indiretamente por
uma ação antrópica (ação do homem) como por exemplo no caso de ocorrência de chuva ácida. Na chuva
ácida, por exemplo, o homem face às suas atividades industriais joga gases ácidos na atmosfera, os mesmos
são transportados pelos ventos a distâncias de dezenas ou centenas de quilômetros , misturam-se com os
vapores da água e depois caem em locais extremamente distantes do local de geração da poluição. Podem
ocorrer chuvas ácidas em locais onde o homem nunca esteve.

Uma outra definição de ecossistema protegido é quando pela sua importância uma legislação (federal,
estadual ou municipal) o protege contra sua desfiguração por uma ação antrópica (ação do homem). Trata-se
então de uma proteção legal. Ver Lei dos Crimes Ambientais, Código Florestal, etc.
A captura do camarão é proibida em certos meses do ano para permitir uma melhor reprodução da espécie.
As restrições à pesca no Pantanal Matogrossense tanto em quantidade de espécies como na exigência de
tamanhos mínimos do pescado são exemplos de proteção a ecossistemas.

Aumento de sustentabilidade

Existem ecossistemas de maior ou menor sustentabilidade ou seja com maior ou menor capacidade de
resistir à ação do homem ou ação devastadora da natureza (incêndio por raios, inundação etc). Aumentar
essa sustentabilidade é uma ação de uma gerência ambiental.
Exemplo – numa floresta, costuma haver incêndios face a raios e os incêndios são terríveis para o meio
ambiente. Uma atitude antrópica (humana) para minimizar os incêndios florestais é criar aceiros (faixas sem
mato que seguram o fogo). Como fruto disso temos um aumento de sustentabilidade desse ecossistema.
Toda a intervenção antrópica significa um risco pois várias intervenções humanas na natureza trouxeram
problemas enormes. A represa de Assuã trouxe problemas de proliferação de pragas em partes do Vale do
Nilo. A criação de reservatórios para fins hidroelétricos no Brasil mudou para pior as condições de
reprodução dos peixes que habitavam os rios represados e aumentou a temperatura das águas represadas.
O homem tem tentado minorar os problemas com escadas de peixe e com repovoamento de espécies
naturais e outras especiais não nativas.
A introdução de fauna exótica (não nativa ) na cidade de São Paulo como os pássaros pardais expulsou a
fauna nativa pois os pardais são mais rústicos e adaptáveis ao meio ambiente das cidades grandes.
No estado de Rondônia foram introduzidos búfalos ( vindos de outros países ) na Reserva Guaporé . Esses
búfalos foram criados sem a presença do homem e viraram selvagens e hoje discute-se se esses búfalos com
extraordinária capacidade de adaptação ao meio ambiente de Rondônia se eles são um bem ou um malefício
ecológico.

Caracterização de ecossistemas
Para estudar um ecossistema devemos conhecer esse ecossistema. Isso será possível através de um
levantamento pluridisciplinar dos fatores bióticos (com vida como a flora e fauna) e fatores abióticos como a
geologia, os ventos, o clima etc. Tudo isso exige atividades de campo e de laboratório, Notar que certos
dados existem e podem ser coletados quando necessários. São os dados atemporais como a topografia e a
geologia. Mas como saber dados estatísticos de ocorrência no passado de ventos, chuva, vazões de rios,
marés, insolação e outros ?. Esses dados temporais dependem de séries de dados que precisam ser
coletados durante dezenas e dezenas de anos. Se existirem, coletados por órgãos públicos ou de serviço
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público, tudo bem . Se não existirem serão uma lacuna de difícil ou impossível obtenção e então teremos que
trabalhar com analogias paramétricas (comparação de dados de dois locais, um com dados e outro sem
dados).
Caracterização de um ecossistema: para caracterizar um ecossistema usam-se por vezes espécies (da flora e
da fauna) chamados de "indicadores ambientais". São seres que tem a características de serem bem
disseminados e serem bastante sensíveis às mudanças ambientais. Mede-se sua quantidade num ambiente
semelhante ao do estudo e no ambiente em estudo e a existência de variações pode ser sinal de dano.
Fazendo-se uma analogia esses indicadores ambientais são os fusíveis do sistema. Numa instalação elétrica
quando algo acontece ( curto circuito ) os fusíveis queimam..... e o alerta é dado.
Como ilustração bem característica de animais que não podem ser considerados como indicadores de
caracterização de um meio ecológico temos os ratos e baratas. Essas espécies da animais sobrevivem a
quase tudo e existem em todos os locais e quanto mais poluídos forem os ambientes, mais eles existirão.
Regra geral, só espécies mais nobres de animais é que são indicadores da qualidade do meio ambiente.
Os fusíveis elétricos são sempre menos resistentes que o restante da instalação e com isso dão aviso antes
que um dano ataque à instalação principal.

Um dos indicadores biológicos de qualidade da água ( não poluição ) são certos tipos de rãs. Ver
http://www.wef.org ( Water Environment Federation ).

Quanto ao aspecto de normalização, a procura das melhores atitudes quanto à Gerência Ambiental deve
seguir as normas ISO 14.000 e ISO 14.001 (ISO = International Standard Organization - Organização
Mundial de Normalização) .
Ver o excelente site www.qualitas.eng.br

4 – DESCRIÇÃO E DETALHAMENTO DE ATIVIDADES TÍPICAS DE GERÊNCIA AMBIENTAL

Passamos agora a detalhar as atividades típicas do Gerente Ambiental:

4.1 - Os Gerentes Ambientais são responsáveis por planejar, conduzir ou executar e controlar trabalhos de
caráter interdisciplinar e interinstitucional relacionados com o Meio Ambiente e o Desenvolvimento
Sustentável.

São exemplos de trabalho interdisciplinar: coordenação da atuação de entidades de várias origens (ligadas á
agricultura, indústria , turismo, comunicação etc.) .

São exemplos de caráter interinstitucional – trabalhos envolvendo órgãos públicos federais , estaduais,
municipais, ONG (organização não governamental), entidades de outros países etc.

Entendemos como Desenvolvimento Sustentável o desenvolvimento que pode ser mantido indefinidamente
pois usa recursos renováveis. O uso de energia elétrica proveniente de aproveitamentos hidroelétricos, a
extração de látex de seringueiras, a pesca controlada são exemplos de desenvolvimentos sustentáveis, pois
podemos fazer isso indefinidamente.
O uso dos combustíveis fósseis, que são limitados, é um exemplo de desenvolvimento não sustentado pois
esse combustível termina um dia. Há exemplo de Desenvolvimento não Sustentado que são positivos . A
extração de pedras de uma jazida é não sustentado mas podemos , se usarmos com critério essa extração e
depois usarmos adequadamente a pedra , prolongar o uso da jazida e gerar um fator de desenvolvimento
econômico. O uso de areias coloridas em praia perto de Fortaleza, CE é um exemplo de uso de um recurso
não renovável mas que se bem administrado e não delapidado pode ser um fator de desenvolvimento
regional. O Aleijadinho usava pedra sabão (que é um mineral embora não seja pedra) que não se renova mas
sua extração ainda hoje é feita para decoração e escultura. Por outro lado extrair mogno é um
desenvolvimento sustentável mas criticável pois embora o mogno nasça e se reproduza naturalmente seu
ciclo é muito lento . O uso do eucalipto, de ciclo muito mais rápido, é muito melhor do ponto de vista
ecológico.
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Do ponto de vista institucional, no passado entendia-se que só o poder público tinha a missão de fiscalizar,
proteger e conservar, Hoje a compreensão é outra e cabe à várias entidades não governamentais a função de
fiscalizar , proteger e conservar.
Os sistemas profissionais de médicos (CRM) , engenheiros (CREA) , advogados (OAB) etc. são hoje
entidades particulares com poder de multa e até de proibição profissional, mostrando que o conceito de
governo e poder público se amplia e foge dos limites estatais.

Praias são fiscalizadas, em alguns casos, no seu uso, por entidades particulares.

Existem reservas naturais particulares e criadouros particulares de espécies ameaçadas etc.


Por vezes certas espécies animais são salvas de destruição face a preservação de espécies feitas em
zoológicos.
Neste início do século XXI graças à manutenção de restos mortais de certas espécies consideradas
definitivamente extintas poderão renascer graças à técnica do DNA usando uma espécie próxima como
hospedeiro genético.

4.2 Os Gerentes Ambientais são responsáveis ou participantes de estudos, projetos de natureza científica,
planejamento, discussão , implantação e monitoramento ambiental e sócio-econômicos etc, trabalhos de
pesquisa e desenvolvimento relacionados com análises econômicas para análise de viabilidade técnico-
econômica de inovações em tecnologias, processos e sistemas e proposição de políticas de mitigação de
impactos ambientais negativos.

Entendamos:

Monitoramento ambiental – acompanhamento de um local utilizando visitas, tomadas de amostras , exame


de laboratório, medida de grandezas da natureza (temperatura, insolação, evaporação, velocidade dos
ventos), identificação e marcação de animais silvestres etc.
Outra definição de monitoramento é o acompanhamento crítico , periódico , continuo ou discreto com
observação sistemática de uma situação ambiental.

Mitigação de impactos ambientais negativos – Ações antrópicas (do homem, ações diretas ou indiretas)
podem alterar o meio ambiente e as vezes a própria natureza é modificadora do ambiente (outra vez os
incêndios florestais causados por raios). Mitigar significa diminuir, ou seja, um Gerente Ambiental pode e deve
adotar políticas para diminuir impactos ambientais negativos. Um exemplo de ação mitigadora: repovoar um
rio com peixes trazidos de outros locais. Se a espécie já existia no rio (espécie endógena) pouco pode
preocupar. Se a espécie é exógena (externa) isso pode preocupar pois podemos criar um desastre ambiental
chegando a extinguir a fauna nativa.
Recentemente órgãos ambientalistas conseguiram interromper o uso de um costão de uma ilha marítima que
estava sendo usada como alvo de artilharia naval pois esse uso afugentava espécies migratórias de
pássaros.
A Ilha da Queimada Grande ( litoral de S.Paulo ) , a Galápagos brasileira, possui talvez única espécie de
animal endógeno (interno, próprio) do Brasil que é a cobra jararaca ilhoa, uma espécie que chegou à essa ilha
há milhares de anos e modificou-se virando uma nova espécie. Sendo muito venenosa e a ilha desabitada
houve quem propusesse a queimada de toda a ilha para matar todos os exemplares dessa cobra, perdendo-
se assim um patrimônio genético e diminuindo-se a riqueza ambiental. Felizmente com a evolução da
consciência ecológica e científica brasileira propostas como essas não serão encaradas com seriedade.
Nota - Estão se popularizando atividades de turismo onde o turista tem contato direto com a fauna silvestre,
chegando a alimentar (sempre em excesso) os animais, um dia, selvagens. Tudo é feito com base do
conhecimento pelo humano do meio ambiente contando que com isso ele se transforme em um arauto e
defensor da ecologia. Os recursos financeiros da recepção do turista também são argumentos a favor desse
tipo de turismo, chamado de ecoturismo.
A implantação desse tipo de turismo pode ser considerado como uma atividade elogiável de Gerencia
Ambiental do recurso "turismo"?
É uma pergunta que fica.
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4.3 Florestas nativas, ecologia e manejo de florestas plantadas, florestas primárias e secundárias e técnicas
de modelagem do crescimento florestal.
Caracterização de ecossistemas

Florestas nativas são as florestas que nascem, independente do homem.. São o oposto de floresta plantada
pelo homem. Cuidado entretanto que a Floresta da Tijuca no Rio de Janeiro foi uma floresta plantada pelo
homem para recuperar uma zona desflorestada e se recuperou tanto que hoje é um patrimônio ambiental
carioca.
Floresta primitiva é aquela que existe há centenas de anos e não sofreu intervenção do homem. Assim todas
as florestas primitivas são nativas mas nem todas as nativas são primitivas. A floresta amazônica é primitiva e
nativa. Uma floresta que sofreu duro incêndio e se recuperou naturalmente, faz pouco tempo e portanto com
espécies da região é uma floresta nativa mas não primitiva.
O decreto federal n. 1.282/94 no seu artigo 9 declara:
" artigo 9 Fica obrigada à reposição florestal a pessoa física ou jurídica que explore, utilize, transforme ou
consuma matéria prima florestal.
Parágrafo único . A reposição florestal de que trata o caput deste artigo será efetuada no Estado de origem da
matéria prima, mediante o plantio de espécies florestais adequadas , preferentemente nativas ( o destaque é
nosso ), .............”

Floresta primária é uma floresta que se recuperou e tem quase todas as características de uma floresta
nativa. A floresta secundária ainda não alcançou as características de uma floresta primária.

Entende-se como manejo florestal uma série de cuidados que aliás estão bem descritos no artigo 2 do
decreto federal n. 1.282 /94 que se listam a seguir:

" o plano de manejo florestal sustentável a que se refere o artigo 1 deste Decreto, atenderá aos seguintes
princípios gerais e fundamentos técnicos :

I - princípios gerais:
a) conservação dos recursos naturais;
b) conservação da estrutura da floresta e de suas funções;
c) manutenção da diversidade biológica;
d) desenvolvimento sócio-econômico da região.

II - fundamentos técnicos:
a) levantamento criterioso dos recursos disponíveis a fim de assegurar a confiabilidade da informações
pertinentes;
b) caracterização da estrutura e do sítio florestal;
c) identificação, análise e controle dos impactos ambientais, atendendo à legislação pertinente;
d) viabilidade técnico-econômica e análise das conseqüências sociais;
e) procedimentos de exploração florestal que minimizem os danos sobre o ecossistema;
f) existência de estoque remanescente do recurso que garanta a produção sustentada da floresta;
g) adoção de sistema silvicultural adequado;
h) uso de técnicas apropriadas de plantio, sempre que necessário. "

Nota: A existência de um plano de manejo florestal e sua aprovação pelo Ibama para pequenas propriedades
elimina a necessidade de um EIA RIMA para empreendimentos de ocupação agronômica. Para maiores
propriedades rurais haverá a necessidade de um EIA ( Estudo de Impacto Ambiental ) e depois a feitura de
um relatório para a comunidade RIMA – Relatório de Impacto de Meio Ambiente,

Segundo publicação ( site na Internet ) do Ministério do Meio Ambiente :


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“ Manejo florestal é o planejamento, controle e ordenamento da floresta para a obtenção de benefícios
econômicos e sociais, respeitando os mecanismos de sustentação ecológicas das florestas . “

Mostremos agora um roteiro para um EIA .

Documento Ibama:

Quais são os passos para elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) de um projeto no setor
florestal?

1-Consulta do órgão ambiental pelo interessado;


2- Análise do projeto pelo órgão ambiental;
3- Consulta do interessado a empresa consultora (responsável pelo termo de referência do EIA);
4- Orçamento, cronograma, e procedimento técnico (de acordo com o termo de referência);
5- Assinatura do contrato de EIA (a partir daí a empresa consultora assume);
6- Entrega do EIA ao órgão ambiental;
7-Análise do EIA pelo órgão ambiental;
8- Audiência pública (quem marca é o órgão ambiental);
9- Parecer final (aprovado ou reprovado).

4.4 A Gerência Ambiental nos trabalhos de Planejamento, Pesquisa e Desenvolvimento relacionados com a
descrição sistematizada de estoques ambientais e de recursos naturais relacionados com macro e micro
sistemas.

Um empreendimento que vá atingir um meio ambiente que deva ser especialmente preservado tem que
conhecer a capacidade desse meio ambiente em receber os impactos ambientais negativos e responder com
eficiência aos impactos ambientais positivos, ou seja devemos conhecer a " imunologia do sistema " . Só com
levantamentos e pesquisas biológicas é que se pode determinar essas capacidades.
Chama-se de estoque ambiental a capacidade de suporte e regeneração de um meio ambiente a essas
modificações. Abrange a parte biótica e a parte abiótica.
O estoque ambiental de jacarés no Brasil é maior que o estoque ambiental do mico leão dourado ou de onças
pintadas.

4.5 Desenvolvimento de estudos e pesquisas que permitam caracterizar regimes climáticos de ecossistemas;
desenvolvimento de estudos e levantamentos para caracterizar a diversidade e o potencial de oferta de bens
e serviços ambientais e de recursos naturais , bióticos e abióticos.

Entendemos que o enunciado do item seja auto-suficiente em compreensão. Resta destacar que estudos de
campo, principalmente os climáticos exigem intensos e extensos no tempo levantamento de dados como
temperatura, chuvas, insolação, ventos , evaporação, etc. O Brasil possui rede de postos meteorológicos de
vários níveis desde o simples pluviômetro perdido no mato junto a uma pequena venda de estrada , até
postos sofisticados que medem todas as variáveis climatológicas. Alguns desses postos são de outros órgãos
estaduais, postos de companhias energéticas e postos do Ministério da Agricultura.

Nota- Segundo alguns, um dos recursos ambientais é propiciar recursos para a caça esportiva ( ??????) .
Por razões históricas e culturais o Ibama, todos os anos de junho agosto, libera a caça no Estado do Rio
Grande do Sul e para as espécies marreca- caneleira, pomba de bando, perdizes e outras . São liberadas até
4.000 licenças por ano . Para cada espécie podem ser feitas restrições específicas de peso mínimo e
quantidade máxima de captura por caçador,
Ref. Revista da Folha, Folha de S.Paulo, 16 de julho de 2.000.

4.6 - Caracterização de ecossistemas em termos de suas aptidões para suportar diferentes atividades
econômicas.

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Cada ecossistema pode admitir atividades econômicas desde que tenham características que o tornem
permanente ou pelo menos que possibilite sua extração por um enorme tempo de extração.

Exemplos:
- extração de látex das seringueiras;
- pesca não predatória em rios e no mar;
- caça para alimentos de animais de grande capacidade de reprodução ( jacarés );
- extração de pedras ornamentais e pedras para a construção civil;
- extração de areia;
- extração de sal das salinas.
Para orientar essas atividades econômicas e permitir enquadrá-las como sustentável ou de grande tempo de
extração precisamos fazer os chamados inventários ambientais ou seja levantamentos do que existe e como
extrair de forma inteligente e permanente.
Hoje discute-se bastante no Brasil a realização de inventários ambientais , geológicos e os de fins medicinais
de nossa flora e de nossa fauna , inventários esses realizados por equipe estrangeiras e que o governo nem
sabe e a comunidade científica brasileira pouco participa e se participa, o faz quase que simbolicamente,
apenas recebendo relatórios sumários e pouco profundos sobre o material coletado. Há um esforço de que
toda a expedição científica estrangeira só possa fazer inventários de nossa geologia , flora e fauna se as fizer
em convênio com universidades e pesquisadores brasileiros. Quando a pesquisa e retirada de material é feita
por equipes estrangeiras e sem a autorização oficial isso é denominado de “ biopirataria “.
Fica uma pergunta – Darwin que muito recolheu e nada deixou no Brasil e muito doou ao mundo, deveria ter
sido impedido de fazer sua expedição que mudou a Biologia mundial ???? Darwin foi um biopirata ?
E as várias outras expedições científicas que aqui vieram nos séculos passados , deveríamos chamá-los
também de biopiratas ?
Chamaríamos também de biopirata o brasileiro Melo Palheta que pegou de forma pouco ortodoxa mudas e
espécies de café e as introduziu no Brasil ? O naturalista Saint Hilaire também ?
Observação - O decreto federal n. 98.830 de 15 de janeiro de 1990 regula a coleta por estrangeiros de
materiais científicos no Brasil.

4.7 Desenvolver estudos para monitorar e caracterizar alterações nas reservas bióticas e abióticas de
ecossistemas e em sua capacidade de suporte de processos naturais e de atividades produtivas.
Este item está coberto pelo descrito no item 4.14
Lembrar os dramas da construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, no atual estado do Acre, prevista
para atender a atividade de escoar gente e produção. Os dramas foram causados pelo fato de não se
conhecer na época remédios para combater a febre amarela e outras doenças tropicais, além de não ter
existido um estudo antropológico de adaptação de homens de várias etnias a um ambiente tão hostil.
Nos Estados de S.Paulo e Paraná existem núcleos de colonização européia que não se misturaram e mantém
características étnicas não adaptadas ao ambiente de alta insolação, como são as regiões dos trópicos e por
isso o câncer de pele tem alta incidência nessas populações.

4.8 Desenvolver estudos e modelos para caracterizar e monitorar a dinâmica dos processos naturais e
antrópicos de evolução/transformação de ecossistemas; planejamento, condução e/ou interpretação de
trabalhos de Pesquisa e Desenvolvimento , relacionados com o manejo sustentável de ecossistemas, visando
gerar fluxos contínuos e otimizados de bens e serviços ambientais e de recursos naturais, como insumos para
sistemas produtivos de cunho econômico para processos de preservação ou elevação da qualidade de vida ,
envolvendo :
a adaptação , desenvolvimento e aplicação de métodos da dinâmica de sistemas produtivos e seus impactos
sobre a capacidade de suporte de ecossistemas.

A criação de enormes regiões de plantação de cajus no Ceará resultou em problemas pois foi gerada uma
floresta homogênea, extremamente propícia para a proliferação de pragas. O número de espécies de pragas
aumentou e aumentou também o número de exemplares de cada espécie..Feita a crítica da plantação e com
a criação de mata não homogênea substituindo e circunscrevendo trechos de cacausais é a solução que se

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espera pois o controle biológico dos insetos presentes nas zonas não homogêneas deverá diminuir o número
e ação das pragas.

4.9 Adaptação, desenvolvimento e aplicação de indicadores de sustentabilidade para avaliação de


tecnologias e sistemas de produção instalados em diferentes ecossistemas ; o desenvolvimento de estudos e
pesquisas para avaliação e controle de riscos e impactos ambientais de atividades produtivas sobre os
ecossistemas onde estão instalados e sobre outros ecossistemas conexos.
Este item está desenvolvido em outros itens do presente trabalho.

4.10 Desenvolvimento de estudos e pesquisa sobre manejo de ecossistemas que permitam a mitigação de
impactos ambientais negativos ;desenvolver estudos e pesquisas que gerem recomendações e propostas de
regulação e ordenamento , objetivando otimizar o uso de ecossistemas para geração de excedentes sócio-
econômicos e qualidade de vida.
Desenvolver estudos para analisar implicações e propor medidas para solucionar conflitos no uso e manejo
de ecossistemas relacionados com o entendimento da dinâmica das inter relações entre os componentes
bióticos e abióticos , infra e inter – ecossistemas ; identificação e monitoramento de processos competitivos
entre os vários componentes

Este item já está contemplado em outras partes desta apostila.

Nota - A preservação de recursos hídricos nas imediações de cidades ou de pequenos núcleos urbanos exige
entre outras atitudes:
- rede de coleta e tratamento de esgotos e do lodo produzido no tratamento;
- o efluente do tratamento de esgotos pode ainda ter sais ricos em fósforo e o lançamento do efluente tratado
rico em fósforo em rios pode aumentar a atividade de algas e com isso transformar o rio num tapete verde de
algas com mudança da biota do rio;
- coleta e tratamento do lixo urbano por usinas de incineração ou aterros . Cuidado que a incineração (
queima ) de lixo pode poluir o ar e os aterros de lixo geram um líquido chamado de “ chorume “ que é centena
de vezes mais poluidor que o esgoto.Conclusão : o chorume deve ser coletado e tratado em lagoas de
estabilização ( por exemplo ) ;
-coleta e tratamento de lixo hospitalar que deve ser queimado em altas temperaturas (incinerado ) ;
-coleta e tratamento de despejos e lixo industriais que devem ser tratados e dispostos.
Tudo isso deve ser feito respeitando as tendências de crescimento da população e levando–se em conta
ventos face a sempre possível produção de cheiros e aerossóis (minúsculas partículas carregadas pelo vento
).

4.11 Estudos e mensuração dos efeitos de intervenções antrópicas diversas no equilíbrio competitivo dentro
e entre ecossistemas ; fornecimento de elementos para desenhos de estratégias sustentáveis de manejo de
ecossistemas para seus diversos fins, inclusive de geração de excedentes econômicos.
Ou seja , qualquer plano de uso do meio ambiente precisa ser conhecido nas suas dimensões, suas
características e suas tendências de crescimento e estes dados compara-se com os dados do ecossistema
que vai ser suportar o empreendimento.
Notar que por vezes alguns efeitos ocorrem longe do local da geração. Na bacia do Rio São Francisco,
numa localidade distante dezenas de quilômetros de uma famosa barragem com aproveitamento hidroelétrico
havia dias onde a pesca era prejudicada.
Era sempre as quartas-feiras. Mas por que nas quartas-feiras ? A resposta era que no domingo, por falta de
demanda de energia elétrica a passagem de água nas turbinas era muito diminuída e essa falta de vazão
chegava na cidade só na quarta-feira.
O fenômeno da chuva ácida é outro fenômeno de geração do problema num local e as conseqüências serem
em outro local, bem distante.

4.12 Mensuração e monitoramento de riscos de perda de diversidade ; identificação de processos predatórios


de utilização de ecossistemas ;contribuições para a adaptação , desenvolvimento e aplicação de métodos
para valoração de ecossistemas , de seus componentes e dos fluxos de bens e serviços ambientais e de
recursos naturais ante usos alternativos

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Mensuração é medida e monitoramento é acompanhamento crítico com medidas. Mas medir e monitorar o
que ? Riscos de perda de diversidade ou leia-se diminuição de número de espécies vegetais e animais.
Quando fazemos ações antrópicas sobre o meio ambiente implacavelmente vamos influenciá-lo e influenciar
é quase sempre para pior. Quando no passado se pescava em rios e mares a capacidade do homem em
pescar era altamente limitada pela limitada tecnologia de então. Hoje por exemplo os poderes de captura de
peixes são tão desenvolvidos que várias espécies estão em risco e há a necessidade de desenvolver técnicas
de repovoamento de peixes e a fixação de épocas de não captura além de fixar tamanhos mínimos de
captura de cada espécie e a fixação de limite de captura por pescador.
As intervenções humanas no meio ambiente são boas quando :
- corrigem erros anteriores;
- minimizam as conseqüências de uma futura ou presente intervenção.

Quando numa atitude de Gerência Ambiental se pretende fazer uma das duas intervenções humanas
benéficas ao meio ambiente, temos que estudar tudo o que foi feito de errado no passado e todas as
intervenções que faremos no futuro e lutar por atitudes ambientalmente corretas.
Felizmente com o mesmo desenvolvimento tecnológico, que no passado se extinguiu espécies, podemos
tentar descobrir exemplares ainda sobreviventes ou no extremo, usando engenharia genética reproduzir
espécies extintas.
Alguns ecossistemas são tão ricos e tão resistentes ecologicamente que permitem uma intensa e cuidadosa
atividade econômica com mínimos problemas de perda de diversidade ambiental. Extrair sal da água do mar
por evaporação ( RJ, RN ) é uma atividade sem problema ambiental.

4.13 Emissão de pareceres e laudos técnicos em sua área específica ; elaboração de projetos técnicos
;supervisão , acompanhamento e avaliação de projetos técnicos em sua área específica, fiscalização na área,
utilizando normas e técnicas específicas.

Expliquemos aos jovens profissionais a questão de emissão de documentos técnicos internos a um órgão
público .
Os documentos técnicos podem ser divididos em :

- relatório de inspeção
- estudo preliminar
- projeto preliminar
- projeto técnico
- projeto básico
- projeto detalhado – projeto executivo
- projeto como executado
- relatório de acompanhamento

Expliquemos o que podemos entender de cada documento, mas lembrando que os conceitos não estão
totalmente consolidados e variam de entidade para entidade.

Relatório de inspeção
É fruto de uma inspeção a um local para estudar um assunto.
Pode ser preparado por um ou mais especialistas.
Sua leitura deve ser autônoma, ou seja, o leitor deve entender o essencial do exposto, sem precisar ler outros
textos.
O relatório de inspeção apenas expõe o que é indiscutível. É como um relatório fotográfico.
Deve citar a legislação aplicável.
Deve ter data e assinatura dos responsáveis pela emissão do documento.
O ideal é que no caso de assuntos multidisciplinares cada profissional assine sua parte .

Estudo preliminar
É o primeiro estudo da questão sendo ou não precedido de um relatório de inspeção.
No estudo preliminar deve-se propor alternativas de solução e o correspondente embasamento legal.

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Projeto preliminar – plano diretor
Corresponde a um desenvolvimento do estudo preliminar , começando a propor e aprofundar as alternativas,
sempre respeitando a legislação.

Projeto técnico
Avanço do projeto preliminar aprofundando as alternativas.

Projeto Básico
Tudo o que é conceitual deve ser detalhado no projeto básico.
As alternativas são apresentadas e uma é escolhida.

Projeto executivo
Corresponde a tudo o que deve ser feito e como deve ser feito. Não deve discutir nesta fase, alternativas de
conceito ou de execução. Agora é hora de fazer. Na prática, em projetos públicos a discussão é permanente.

Projeto “ como executado “


Incorpora as modificações decorrentes da implantação de um projeto.

Relatório de acompanhamento

É a descrição periódica do andamento da operação de um empreendimento.

Normas Técnicas

Quanto à normas, o critério de utilização é o seguinte:

- leis tem preponderância sobre tudo. Elas representam formalmente o desejo da sociedade;
- quando não há uma lei que discipline um assunto técnico, cabe à qualquer órgão público ou com
função pública, emitir uma norma sobre o assunto, e que prevalecerá nos assuntos desse órgão . Por
exemplo o Ministério dos Transportes tem normas para transporte de produtos perigosos para seres humanos
e ou perigosos para o meio ambiente;
- Quando não existe lei ou não existe norma de órgão público então valem as normas de entidade de
notória especialização como por exemplo a Associação Brasileira de Normas Técnicas;
- Se não existirem normas brasileiras , as normas do exterior podem ser usadas como referência.
Atenção : normas de outros países devem ser citadas como normas estrangeiras e não como normas
internacionais. Por exemplo normas americanas, normas alemãs, etc. Normas internacionais são as feitas por
entidades que tem representação de vários países como por exemplo as normas do sistema métrico. É muito
comum leis e normas brasileiras citarem normas internacionais e de outros países.
- Quando o assunto é novo e ainda não existem normas, valem como referência artigos de revistas
técnicas e anais de congressos.
Ver como exemplos normas da ABNT : NBR 8.969/85 sobre " Poluição do Ar - Terminologia " ou NBR 13221
/ 94 " Transporte de Resíduos - Procedimento ".

4.14 Balanço de alguns exemplos críticos de insucessos e sucessos de gerência ambiental no Brasil .
Análise das razões dos sucessos e dos insucessos.
Insucessos

Insucessos

1- Na década de vinte, na Amazônia, o grupo americano Ford decidiu criar uma enorme plantação de
seringueiras para superar a extração primária que até hoje é feita .
Para isso comprou uma área enorme e plantou centenas de milhares de pés de seringueiras de uma espécie
trazida da Malásia ( e que um dia foi extraída sem licença daqui mesma) . Essa espécie da Malásia era uma
espécie transformada , mais resistente a fungos e com maior produtividade. Todos os recursos de tecnologia
e sem limitação financeira foram aplicados. Vieram técnicos de todo o mundo dar consultoria. Apesar disso
tudo fracassou. As espécies trazidas sofreram ataques de fungos existentes na Amazônia e a produtividade
resultou baixíssima e usar a espécies nativas da Amazônia não dava a lucratividade necessária. A cidade
Fordlandia foi abandonada, doada ao governo brasileiro e hoje é um fantasma .
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2- Uma famosa praia foi modificada na sua forma para se fazer obras. Acontece que praia é um equilíbrio
dinâmico e portanto instável de forma, vento e areia.Com a obra pronta o formato desejável da praia não foi
alcançado.

3- A plantação de cacaus no Nordeste Brasileiro com os problemas de monocultura favoreceu o aparecimento


de pragas e todo o sistema teve que ser refeito intercalando na plantação homogênea, plantações variadas
que permitem que outros insetos predadores da praga se disseminem.

Sucessos

1- A transformação da Praia de Copacabana, com seu alargamento, nos anos 60, foi um sucesso ambiental
na sua parte abiótica. As obras e o projeto foram precedidos por estudos em modelos reduzidos hidráulicos.

2- A introdução do eucalipto no Brasil , planta da Austrália , foi um sucesso de adaptação . Ao se elogiar a


vinda do eucalipto não estamos elogiando a proliferação de reflorestamento homogêneo , só com essa
espécie.

3- Para a criação de um Polo Petroquímico em Camaçari na Bahia , foram tomados todos os cuidados para
que os efluentes líquidos e descartes sólidos desse polo de indústrias de transformação química e
petroquímica não prejudicasse a região e os mananciais de água potável de Salvador.

4- Problema que foi resolvido -Cubatão - SP

Seguramente Cubatão, na Baixada Santista ( SP ), transformou-se na década de cinqüenta em diante numa


das regiões mais poluídas do mundo , chegando-se ao limite de um bairro ( Vila Parisi ) ter sido evacuada e
depois abandonado.
Com a aplicação de um Gerenciamento Ambiental pela CETESB – SP , hoje a situação melhorou
imensamente.

5 - O caso dos búfalos de Guaporé - RO

No passado foram introduzidos búfalos numa reserva chamada de Guaporé no Estado de Rondônia. Os
búfalos se deram muito bem nesse local praticamente virgem de gente e reproduziram-se muito e tornaram-
se em parte selvagens criando problema com a fauna local. Hoje dividem -se as opiniões entre os que acham
que eles devem ficar sem obstáculos e outros que acham que devem ser limitados por ações antrópicas.
Qual a sua opinião ?

5- UM EXEMPLO DE PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL

Extraído do site do Ibama

Apresentação

O Projeto de Gestão Ambiental nos Assentamentos Humanos no Meio Rural (GAR), se insere na Diretoria de
Programas de Gestão Ambiental Territorial (PGT) da Secretaria de Qualidade Ambiental nos Assentamentos
Humanos (SQA).

Dentre suas atividades, o GAR desenvolve uma ação do "Programa Brasil Joga Limpo", programa prioritário
do Plano Plurianual do Governo Federal (PPA 2000-2003), denominada: "Implantação de instrumentos
tecnológicos e metodológicos de gestão ambiental nos assentamentos rurais"

Esta ação, também chamada de Projeto "Brasil Joga Limpo no Campo", tem por objetivo fundamental a
melhoria da qualidade ambiental e de vida dos assentamentos humanos no meio rural.

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Procura atuar por intermédio da implementação de um sistema de identificação, validação, difusão, e
transferência de tecnologias e metodologias de gestão ambiental, e de conservação dos recursos naturais, no
meio rural.

Este projeto visa dar respostas rápidas e adequadas do Governo Federal, ao aumento da demanda por ações
de gestão ambiental nos assentamentos humanos no meio rural, ante a ameaça à sustentabilidade do
desenvolvimento decorrente de práticas agropecuárias e agroindustriais superadas e ambientalmente
insustentáveis, bem como a presença de outras atividades não agrícolas, também impactantes à vida humana
e ao meio ambiente.

No plano global, as considerações apontadas neste projeto seguem os preceitos da Agenda 21, em que se
estabelecem os princípios básicos para um planejamento e uma ação integrada visando o desenvolvimento
sustentável do planeta, destacando-se, neste sentido, os capítulos 7 - Dos Assentamentos Humanos -; 14 -
Da Agricultura Sustentável; e 32 - Do Fortalecimento do Papel dos Agricultores - que, conjugados, apontam
para algumas estratégias a serem adotadas na construção da sustentabilidade ambiental do meio rural.
Também seguem os preceitos da Conferência das Nações Unidas sobre Assentamentos Humanos - Habitat
II, que estabelece que o desenvolvimento rural e o desenvolvimento urbano são interdependentes devendo-se
ampliar também a infra-estrutura, os serviços púbicos e as oportunidades de emprego de homens e mulheres
dos municípios do interior, construir uma rede de assentamentos e reduzir ao mínimo a migração rural às
áreas urbanas.

No plano nacional, subsidia-se dos documentos resultantes do processo de construção da Agenda 21


Brasileira, disponíveis no Projeto MMA/PNUD - BRA 00/011, que constituem importantíssima contribuição
para a definição de prioridades para a atividade de gestão ambiental nos assentamentos humanos no meio
rural.

Áreas Temáticas:

• conservação de mananciais e controle de erosão em microbacias (estradas rurais, uso do solo,


desmatamento, etc.);

• tratamento da água para o consumo e de efluentes (saneamento rural);

• qualidade ambiental dos sistemas de produção (aqüicultura/ maricultura);

• processos racionais de produção, agricultura orgânica e permacultura;

• reposição florestal e melhoria da eficiência na utilização da madeira;

• controle, tratamento e destinação final de embalagens vazias de agrotóxicos;

• controle, tratamento e aproveitamento de resíduos em cadeias produtivas (certificação de qualidade


ambiental/qualidade total);

• planos diretores de meio ambiente, municipais e regionais (consórcios de municípios, microbacias etc.);

• educação ambiental na escola e na comunidade (associações, cooperativas, sindicatos etc.);

• conservação da biodiversidade (parques municipais, áreas de preservação permanente e reserva legal,


corredores etc.);

• assentamentos humanos sustentáveis (ecovilas, agrovilas, reservas extrativistas, comunidades


litorâneas, quilombos, reforma agrária etc.);

• redes técnicas de informação, comunicação, capacitação e difusão tecnológica.


Esta proposta objetiva a implantação de diretrizes, métodos e práticas de gestão ambiental em
assentamentos humanos rurais, inclusive os de assentados de reforma agrária, de concentração de
agricultores familiares e outros grupos humanos, contribuindo para a sua introdução e implementação nas

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políticas setoriais de agricultura e de desenvolvimento agrário tanto no âmbito federal quanto no dos estados
e municípios.

6 - BANCO DE EXPRESSÕES AMBIENTAIS USADAS NESTE TRABALHO E DE INTERESSE GERAL

Listamos nesta parte do trabalho expressões da tecnologia de Meio Ambiente e sua explicação.
Notar que, como toda ciência nova, há uma variação de autor para autor de conceitos e há por vezes uma
proliferação de expressões, até desnecessárias.
Com o tempo as coisas tendem a se assentar, as definições começam a convergir e se estabilizar .

Abiótico -Parte não viva de um ecossistema.

Balanço de materiais -Técnica de controle de processos pelo principio da conservação das massas ( pesos )
. Num sistema isolado o total de massa que está dentro e que chega é igual ao que fica mais o que sai (
Lavoisier ).
Exemplo : uma pessoa que pesa 70 kg, almoça 500 g , urina 700 g, defeca 400 g e fica com 69 kg então essa
pessoa deveria ter ficado com : 70.000 g + 500 – 700 – 400 = 69.400 Se ele ficou com 69.000 g então ele
suou 400 g.
Esse exercício mostra um exemplo de balanço de massas.

Balanço hídrico -É a aplicação do Balanço de Massas ao sistema hídrico. Do mar evapora-se o vapor de
água que sobe e forma as nuvens . Estas condensam-se e formam chuvas que caem no mar e na terra. A
parte que cai na terra ou corre superficialmente para rios ou se infiltra no terreno . A água que se infiltra no
terreno, forma o lençol freático que corre lentamente para rios e lagos.
Vê-se no balanço hídrico que ele não é quantitativo ( não dá para medir quantidade de água nas nuvens )
mas qualitativamente assume-se que de algum local veio a água .

Biótico - A parte viva de um ecossistema

Bioma - É um grande ecossistema . Uma floresta por exemplo é uma bioma.

Ecossistema - conjunto de seres vivos e meio ambiente, interagindo-se .

Ecossistemas conexos - Ecossistemas que tem relações uns com os outros. Numa floresta ( que já por si só
é um ecossistema ) ela pode ser dividida em vários ecossistemas, conexos entre si.

Desenvolvimento conservacionista - É o desenvolvimento que preserva os recursos naturais e não os


destroi . Quando num movimento de terra deixa-se ocorrer a erosão e ela leva a manta superficial do terreno
que é a mais rica , estamos fazendo um desenvolvimento não conservacionista pois destruímos o que levou
milhares de anos para a natureza construir .

Estoque ambiental - Quantidade de espécies e quantidade de exemplares de cada espécie que um


ecossistema possui.

Eutrofização - Aumento de sais ricos em nitrogênio e/ou fósforo de um curso de água . Com esse acréscimo
de sais aumenta, de forma enorme, o número de algas chegando a desequilibrar o meio ambiente do rio . A
eutrofização é típica de rios que atravessaram meios urbanos e se enriqueceram de sais ricos em nitrogênio e
fósforo. Apesar de eutrofização querer dizer " enriquecimento ", um rio eutrofizado vira, como os americanos,
chamam, uma sopa de ervilha ( caldo verde ) cheio de algas que quando morrem degradam o meio ambiente
pois as algas morrem e com isso retiram oxigênio dissolvido do rio.
Se associarmos criação de peixes de rápido crescimento em rios eutrofizados e fizermos controle biológico da
criação de peixes, eliminando os mais velhos e deixando o ambiente favorável para o crescimento dos peixes
mais jovens que assimilam ( comem ) as algas com muito mais velocidade que os peixes velhos as algas ao
invez de morrerem e retirarem oxigênio do rio viram corpo dos peixes..

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Floresta nativa - A floresta que nasceu espontaneamente ou criada pelo homem usando-se espécies da
região sem espécies exóticas ( de fora do meio ambiente da região ).

Floresta primitiva - Floresta intocada pelo homem ou por cataclismas naturais. Uma floresta portanto virgem
.

Floresta plantada - Floresta que resultou da ação do homem.

Geração de excedentes sócio-econômicos - Toda ação econômica do homem tende a procurar gerar
riqueza ou seja se eu planto um saco de milho e consumo na alimentação de quem planta mais um saco de
milho , eu crio riqueza ( excedente sócio-econômico ) se eu conseguir colher mais que dois sacos de milho.

Indicador de sustentabilidade - Existem espécies que indicam a resistência de um meio ambiente à sua
modificação. São espécies que resistem e mostram a capacidade do meio ambiente em resistir. Essas
espécies são seres sensíveis e que são alertas . Espécies não sensíveis como homens, ratos, baratas etc
não indicam a capacidade de um ecossistema de resistir.

Impacto ambiental negativo - É uma ação do homem ( denominada ação antrópica ) ou da natureza ( por
exemplo um raio gerando um incêndio florestal ) que elimina ou diminui o número de espécies animais ou
vegetais. Ocorre portanto uma perda de diversidade biológica . È um exemplo de impacto ambiental negativo.

Infra ecossistema - Num ecossistema de grande porte ( uma floresta ) temos um conjunto de ecossistemas
que o integram e o sustentam . Podemos chamar isso de infra ecossistema.

Interações harmônicas - As interações harmônicas para uma espécie são as modificações do meio
ambiente que favorecem o crescimento do número de exemplares dessa espécie.

Interações desarmônicas - São as modificações de meio ambiente que prejudicam uma espécie.

Manejo sustentável - Administração ( manejo ) de um bem ambiental de maneira a preservá-lo. Se


pescarmos num rio exemplares compatíveis com seu número e respeitarmos a piracema e não usarmos
veneno, teremos um manejo sustentável. Se matarmos os reprodutores então estamos fazendo um manejo
não sustentável. Por vezes certos animais por excesso de comida e falta de predador cresce em número e
desequilibra a natureza . Já foi citado o exemplo de algas em rios eutrofizados. Por vezes piranhas, capivaras
e pombos em áreas urbanas excedem de número e sua captura pode ser considerada como um técnica de
manejo sustentável.

Mimetismo - Capacidade de espécies em adquirir formas e cores que os protegem de seus predadores.

Mitigação - Diminuição.

Modelagem do crescimento florestal - Estudo a partir de um pequeno estoque do crescimento na natureza


em grandes quantidades. Nos hortos florestais se estudam em pequena quantidade o crescimento de
espécies que depois serão plantadas na natureza em grande quantidade.

Monitoramento -Acompanhamento de uma situação, de um processo.

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Nicho ecológico - Dentro de um ambiente, o conjunto de atividades de uma espécie. Habitat é a casa e o
nicho ecológico é a profissão.

Preservação de biodiversidade - Quando alteramos um ambiente podemos diminuir a biodiversidade do


mesmo.
Exemplo : numa floresta virgem temos muitas espécies e poucos exemplares por espécie. Exemplos: poucos
índios, poucos exemplares de um tipo de pássaro. Num sítio temos pouco número de espécies (homem,
cachorro, galinhas, porcos ) e muitos exemplares por espécie ( muitas galinhas por exemplo ) . . Num prédio
de apartamentos só temos homem e muita gente por metro quadrado. Ocorre por isso, nos processos de
civilização, uma perda de biodiversidade.

Processos predatórios - Predador é o ser que se alimenta de um outro , normalmente maior . Há casos de
predadores menores que a vítima. As formigas em grupo atacam certos insetos maiores. Cachorros do mato
podem matar uma capivara doente

Reserva biótica - Reserva de seres. Outra vez as florestas são reservas bióticas.

Valoração de ecossistemas - Atitude de criar e desenvolver vários ecossistemas interrelacionados com o fim
de atacar pragas agrícolas.
A idéia é fazer a rotação de culturas, diversificamos as espécies e com isso impedimos a proliferação de só
um tipo de ser predador.

Passemos agora a conhecer definições de um site do na Internet do Ministério do Meio Ambiente


(http://www.mma.gov.br/port/sbf/dap/conceit.html )

Área de Proteção Ambiental – APA Área extensa, com certo grau de ocupação humana, dotada de
atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o
bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica,
disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. É constituída
por terras públicas ou privadas.

Área de Relevante Interesse Ecológico - ARIE


É uma área em geral de pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana, com características
naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da biota regional, e tem como objetivo manter os
ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a
compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza. É constituída por terras públicas ou privadas.

Áreas de Proteção Permanente - As áreas de Preservação Permanente são definidas pelo Código Florestal
como certas áreas públicas ou particulares nas quais a supressão total ou parcial da vegetação natural só é
permitida quando necessária à execução de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou
interesse social, mediante prévia autorização do Poder Executivo Federal. Como exemplo de áreas de
preservação permanente podem ser citadas: As margens dos rios, ao redor de lagoas,
lagos ou reservatórios d’água, e os topos de morros, montes, montanhas e serras. Por ato do Poder Público,
outras áreas podem ser definidas como de preservação permanente.

Áreas Protegidas - Áreas de terra e/ou mar, especialmente dedicadas a proteção e manutenção da
diversidade biológica, e dos recursos associados naturais e culturais, e manejadas por meio de instrumentos
legais ou outros meios efetivos.

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Corredor Ecológico - São "porções" de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando Unidades de
Conservação, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e movimento da biota, facilitando a dispersão de
espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam
para sua sobrevivência áreas com extensão maior que aquela das unidades individuais.

Estação Ecológica - Tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas. É
de posse e domínio públicos.

Floresta Nacional - FLONA - É uma área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas e
tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com
ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas nativas. É de posse e domínio públicos.

Monumento Natural - Tem como objetivo básico preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande
beleza cênica.Pode ser constituído por áreas particulares.

Parque Nacional - Tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância
ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de
atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo
ecológico. É de posse e domínio públicos.

Refúgio da Vida Silvestre - Tem como objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram condições
para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou
migratória.

Reserva Biológica - Tem como objetivo a proteção integral da biota e demais tributos naturais existentes em
seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de
recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e preservar
o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos
naturais. É de posse e domínio públicos.

Reserva de Desenvolvimento Sustentável - É uma área natural que abriga populações tradicionais, cuja
existência baseia-se em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo
de gerações e adaptados às condições ecológicas locais e que desempenham um papel fundamental na
proteção da natureza e na manutenção da diversidade biológica. É de domínio público.

Reserva de Fauna - É uma área natural com populações animais de espécies nativas, terrestres ou
aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-científicos sobre manejo econômico
sustentável de recursos faunísticos. É de posse e domínio públicos.

Reserva Extrativista - RESEX - É uma área utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja
subsistência baseia-se no extrativismo e, complementariamente, na agricultura de subsistência e na criação
de animais de pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas
populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade. É de domínio público com seu
uso concedido às populações extrativistas tradicionais.

Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN - É uma área privada, gravada com perpetuidade, com o
objetivo de conservar a diversidade biológica.

Reservas Legais - Reserva Legal é a área de cada propriedade particular onde não é permitido o corte raso
da cobertura vegetal. Esta área deve ter seu perímetro definido, sendo obrigatória sua averbação à margem
da inscrição da matrícula do imóvel do registro de imóveis competente. Ainda que a área mude de titular ou
seja desmembrada, é vedada a alteração de sua destinação.

Sítios Arqueológicos - Os sítios arqueológicos localizam-se em grande parte em ambientes naturais, e a sua
visitação algumas vezes está associada à prática de alguma atividade recreativa. Um exemplo clássico da
associação entre atividades recreativas em ambientes naturais e a visitação à sítios arqueológicos é a Trilha
Inca para Machu-Pichu. No Brasil ainda não temos plano de visitação de sítios arqueológicos.

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Sítios Ramsar - Assim conhecida em função de ter sido adotada na cidade de Ramsar, no Irã, é um tratado
intergovernamental que busca a cooperação para a conservação e o uso racional das zonas úmidas.
Os maiores objetivos da Convenção são evitar a perda das zonas úmidas e promover a sua conservação,
reconhecendo assim suas funções ecológicas fundamentais e seu valor econômico, cultural, científico e
recreativo. No Brasil a Convenção entrou em vigor com a promulgação do Presidente da República por meio
do Decreto nº 1.905, de maio de 1996.

Unidades de Conservação - Espaços territoriais, incluindo seus recursos ambientais e as águas


jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos
de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias
adequadas de proteção.

Zona de Amortecimento -Na definição do Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC, zona de
amortecimento é o entorno de uma Unidade de Conservação, onde, com o propósito de minimizar os
impactos negativos sobre a Unidade.

Poluição da águas e o seu Controle


Índice
1- Nasce um rio
2 - A vida nos rios
3 - O rio começa a se modificar - a questão dos agrotóxicos e dos fertilizantes
4 - O rio começa a atravessar uma área suburbana
5 - O rio começa a receber esgotos industriais
6 - O rio começa a receber forte carga de esgotos sanitários
7 - O rio se transforma e se deteriora- mortandade de peixes
8 - A recuperação do rio
9 - O rio encontra um lago - o problema da eutrofização
10 - O rio começa a se aproximar de outra cidade
11 - Como controlar a poluição por agrotóxicos e fertilizantes
12 - Como tratar esgotos sanitários
13 - Como tratar despejos industriais
14 - Como tratar o lixo e outros restos sólidos urbanos
15 - Como melhorar a qualidade das águas de um rio
16 - Entendendo o sistema institucional de controle de poluição e especificamente o
controle de poluição hídrica
17 - Perguntas e respostas
18 - Bibliografia - O que há para ler

1- Nasce um rio

Para apresentar este assunto vamos imaginar um rio ( rio Corumbataí ) e contar sua história. Para isso
precisamos contar algumas coisas que se seguem.
Da evaporação das águas do mar e de outros corpos de água formam-se as nuvens que depois face ao
resfriamento se condensam ( de vapor viram líquido ) e com isso cai a chuva.
As águas de chuva em parte infiltram-se no terreno começando a correr internamente a esse terreno. O
restante corre na superfície ou é evaporada. A água de chuva infiltrada no terreno chama-se lençol freático. O
lençol freático alimenta os pontos baixos do terreno formando os olhos de água, ou seja a saída de água para a
superfície.
Os olhos de água formam a umidade superficial que vai se ligando a outras emanações de olhos de água e eis
que surge um fio de água . Esse fio de água vai correndo e junta-se com outro fio de água e temos um pequeno
escoamento de água que vira um pequeno córrego sempre correndo para pontos mais baixos e recebendo a
contribuição de outros pequenos córregos. O córrego já está maior e agora é um riacho ou um arroio como

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dizem nossos irmãos gaúchos. O córrego sempre correndo para baixo recebe outros córregos e vira um rio . O
rio se une a outros rios e ganha porte e corre até em um local chegando ao mar, destino inexorável de todos os
rios do mundo ou de quase todos. O rio Jordão, onde Jesus, manda a tradição, se banhou, corre para um mar
interior , o Mar Morto, morto pela ausência de vida, face sua enorme salinidade.
Voltemos ao nosso rio, ainda pequeno. Face ao fato dele atravessar material terroso ele carrega sólidos
solúveis ( cloreto de sódio por exemplo ) e em suspensão ( areia por exemplo ) que retirou do solo. A
composição desses materiais na água do rio depende principalmente da geologia do local.
A água de chuva era praticamente pura ou seja era só H20. Ao descer na terra a água de chuva carregou
poeiras ( no início da chuva ) e gases da atmosfera.
Há rios que provem de geleiras e que são água pura. Há rios que trazem muita matéria orgânica como o Rio
Negro que tem esse nome face a cor de suas águas, cor essa criada por produtos orgânicos das florestas que
caem ao solo e chegam ao rio .
Importante portanto é saber que os rios mesmo os sem contato com o homem podem ter de tudo em suas
águas. Restos de plantas, restos de animais e de seres vivos de todo o tipo ( algas, bactérias etc. ) e matéria
inerte ( mineral ) carreada pelas chuvas.
O homem pode, e em geral o faz. é mudar a qualidade do rio tirando de seu estado natural. Isso é uma
degradação ou poluição.
Nota - não se surpreenda em falarmos no Brasil de rios influenciados por geleiras. O rio Amazonas tem suas
cheias formadas em parte por águas de geleiras que se derretem no verão nos Andes.
Vocabulário ambiental
Água bruta - é a água existente nos rios, lagos e infiltrada nos terrenos. Não é água quimicamente pura. A água
bruta costuma ter gases dissolvidos ( oxigênio , gás carbônico por exemplo ), sais dissolvidos ( cloreto de sódio
por exemplo ) , produtos em suspensão (areia por exemplo ) e microorganismos e até organismos superiores.
Curiosidade - em certos serviços de abastecimento de água, sem tratamento da água, pequenos peixes
chegam até a torneira dos usuários. São serviços de água que pegam água diretamente de rios ou de açudes e
não fazem nenhum tratamento da água.
água pura - é a água que só tem H20 . Só existe teoricamente. A água destilada , proveniente de evaporação ,
é uma água próxima da água pura pois se usa para isso água potável que sofre evaporação e os sais da água
potável não são transportados para a água destilada. As águas que formam as nuvens também são próximas
quimicamente da água pura.
águas de chuva ( águas meteóricas ). As águas de chuva carregam gases da atmosfera e se essa atmosfera
tiver gases a água de chuva pode até ser ácida. As chamadas chuvas ácidas são chuvas em regiões onde a
atmosfera tem gases ácidos provenientes de áreas industriais.
Nota - Outros produtos existentes na água podem ser: sulfato de bário, bicarbonato de magnésio, bicarbonato
de sódio, óxido de alumínio e outros. Esses produtos indicados na nota são citados no rótulo de uma água
mineral .

2 - A vida nos rios - avançando no conceito de poluição

Analisemos a vida no nosso rio Corumbatai ( ver desenho com a situação esquemática na página a seguir ) e
que se repete em muitos rios .
Existe vida nos rios e nos riachos nos seus trechos iniciais sem poluição. Pequenos seres vivos existem no solo
e no ar e são transferidos aos cursos de água. Peixes sobem os rios e por vezes suas ovas são trazidas por
pássaros. Existe matéria orgânica viva dos seres vivos e matéria orgânica de seres em putrefação, putrefação
que é causada por outros tipos de seres vivos . Assim um rio é algo vivo com várias espécies de seres vivos .
Um rio não poluído, assim como um ambiente não poluído, caracteriza-se normalmente pela existência de
grande número de espécies e cada espécie tem poucos exemplares.
Há uma contenção do crescimento de muitos exemplares de uma mesma espécie pela limitação de alimentos e
a existência de predadores ( animal que come outro animal ).
Para medir e sentir o grau de pureza de um rio e a medida de um avanço da poluição o homem inventou vários
testes de laboratório, entre os quais tem-se:
- oxigênio dissolvido - mede a quantidade de oxigênio dissolvido na massa de água
- demanda bioquímica de oxigênio - mede num teste padrão de laboratório quantas gramas de oxigênio são
necessárias para oxidar a matéria orgânica presente
- demanda química de oxigênio - teste laboratorial de consumo químico ( não bioquímico ) de oxigênio usando
um oxidante enérgico ( dicromato de potássio )

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- medida de bactérias coliformes como indício de contaminação de águas e alimentos por restos de fezes de
seres humanos e de animais de sangue quente, fezes que podem ter microorganismos que podem transmitir
doenças.
Com essas medidas e testes de laboratório , com o acompanhamento da presença dos seres apresentados se
poderá acompanhar a evolução da qualidade das águas de um rio.
Notas curiosas
1- Uma piscina em zona rural foi abandonada por cinco anos . Cinco anos depois havia na piscina um grande
número de espécies de seres vivos, de algas, insetos e até peixes . Como o peixe chegara a uma piscina ? Por
meio de pássaros que trouxeram nas suas garras restos de solo com filhotes de peixes.
2- Numa viagem noturna em Santa Catarina, este autor viu no espaço de uma hora mais de cinco raposas
cruzando uma estrada a noite. E eu nunca tinha visto uma raposa em toda a minha vida. A explicação é fácil.
Eu estava numa região da granjas avícolas e o excesso ( desequilíbrio ambiental , sem dúvida ) de aves criadas
nas granjas atraia um de seus predadores, a raposa que face à fartura de alimentos se reproduz enormemente.
O predador da raposa é o homem mas pelas leis ambientais não se pode matar raposas e com isso as raposas
proliferam. Alimento atrai quem se beneficia do produto. Em lugares com açúcar aparece a formiga e a barata e
nos estoques de cereais aparece o rato.
3- Existem rios mortos por excesso e por falta. Há rios que por falta de nutrientes não tem quase nenhuma vida.
São rios formados por aquecimento de geleiras. E há corpos de água que por excesso de salinidade ( trazida
por seus rios formadores ) não tem quase vida. É o caso do Mar Morto. Rios muito poluídos tem tipos de vida
que sobrevivem em ambientes poluídos.
4- Uma floresta é um ambiente natural e não poluído. O número de espécies é grande e o número de
exemplares por espécie é pequeno. Uma fazenda de criação de gado é o oposto. O número de espécies é
pequeno , o gado, o homem , alguns tipos de animais domésticos e pouca coisa a mais. O número de
exemplares por espécie é grande ( criação de um tipo de gado ), talvez um gado por mil metros quadrados. Se
for criação de gado confinado ( sem movimentação ) o número de cabeça por área cresce assustadoramente.
Vejamos agora um prédio de apartamentos. O número de espécies é reduzidíssimo . Talvez só gente ,
cachorros e alguns passarinhos. Mas o número de exemplares ( humanas ) por espécie é altíssimo , talvez dez
ou mais pessoas por metro quadrado.
Lembrando:
1) rio poluído - rio que sofreu o recebimento de produtos utilizados pelo homem ( esgotos, lixo, restos de
fertilizantes, restos de herbicidas )
2) fertilizantes - produtos químicos ricos em sais com nitrogênio, fósforo e ou nitrogênio.
3 ) herbicidas - produtos orgânicos que atacam certos vegetais e animais ( pragas ) matando-os.
4) A lei federal n. 5.197 que protege a fauna declara no seu artigo 27/2 parágrafo segundo que na pena de
reclusão ( a mais grave das penas de prisão ) quem provocar pelo uso direto ou indireto de agrotóxicos o
perecimento ( morte ) de espécimes da fauna ictiológica (peixes ) existente em rios, lagos, açudes, lagoas etc.

3 - O rio começa a se modificar - a questão dos agrotóxicos e dos fertilizantes

O nosso rio, ainda não poluído, no qual conviviam muitas espécies e cada espécie com poucos exemplares
começa a ter um problema. Ao atravessar uma região agrícola começa a receber, face ao carreamento das
chuvas, águas com restos de agrotóxicos e restos de fertilizantes.
Os fertilizantes, sais ricos em nitrogênio e fósforo, fazem aumentar a quantidade de algas dos rios e lagos e
com isso algumas espécies de peixes são beneficiadas e seu número aumenta enormemente mas algumas
espécies de peixe são prejudicadas e seu número é sensivelmente diminuído. Essa alteração na biota (
conjunto de seres vivos ) do rio podemos e devemos chamar de poluição. Notar que para alguns pescadores
das espécies de peixe que aumentaram no rio, essa adição de nutrientes é altamente simpática e a primeira
vista eles não acharão que a adição de nutrientes como os fertilizantes seja algo danoso ao rio. No entretanto
essa modificação da biota é uma poluição. A proliferação exagerada de algas e de peixes retira oxigênio
dissolvido dos rios pois esses seres em grande número usarão esse oxigênio para sua respiração e com isso a
medida do oxigênio dissolvido vai caindo podendo até chegar a zero.
O lançamento de restos de agrotóxicos levados pelas chuvas é o outro problema e a presença desses biocidas
( tóxico = biocida ) e esses agrotóxicos alteram a microfauna do rio e torna problemático o uso da água desse
rio para abastecer cidades e podem causar problemas no produtos agrícolas que forem irrigados com essa
água.

4 - O rio começa a atravessar uma área suburbana

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Nosso rio, o Rio Corumbataí, apesar de receber a carga de poluição por agrotóxicos e fertilizantes parece estar
bem. O índice de qualidade das águas pode e é estimado pelo teor de oxigênio dissolvido que está no caso, ( e
como um exemplo ) superior a 4 mg/l. Chega matéria orgânica ao rio proveniente de animais mortos, peixes
mortos, vegetais vivos e mortos etc. Eis que o rio começa a atravessar uma cidade na sua zona suburbana.
Face a isso começam a chegar ao Rio Corumbatai as seguinte águas residuárias:
- esgotos sanitários dos moradores que não tem nem rede de coleta, quem dirá tratamento de seus esgotos,
- águas pluviais que lavam as casas , telhados e ruas levando para os rios restos de tudo,
- restos da criação de porcos, da criação de galinhas ,
- e o que se imagina que existe nas ruas ( restos da feira livre por exemplo ),
- pequenas vazões de despejos industriais como de panificadora, de um pequeno laticínio e de um pequeno
matadouro.
Tudo isso chega aos rios e a matéria orgânica desses resíduos vai sendo decomposta por bactérias que
existem nos rios e no ambiente retirando oxigênio dissolvido do rio .
A reação esquemática é :
C + 02 .> CO2
O ambiente do rio quando tem oxigênio dissolvido chama-se meio ( estado ) aeróbio.
Se a carga orgânica dos despejos é tão alta que na reação de oxidação o oxigênio dissolvido no líquido do rio
começa a faltar temos então o meio ( estado ) anaeróbio ( sem oxigênio ).
Peixes não sobrevivem ao meio anaeróbio mas certas bactérias sim . São as bactérias denominadas
anaeróbias. Existem bactérias denominadas facultativas que vivem no meio aeróbio e no meio anaeróbio.
Nota para entender mesmo : o sistema pluvial das cidades.
As águas de chuva escoando pelas ruas podem inundar parte dessas ruas face á grande vazão . Isso acontece
nos chamados pontos baixos. Para evitar isso criou-se o sistema pluvial que é composto por pontos de coleta (
bocas de lobo ) que enviam parte das águas de chuva que corre nas sarjetas para um sistema subterrâneo. As
águas coletadas por esse sistema subterrâneo são enviadas como as águas que correm nas sarjetas para um
córrego ou rio próximo.
Teoricamente as águas pluviais são de melhor em qualidade que esgotos. Mas a sujeira das cidades torna as
águas pluviais sujas e quase tão poluidoras como os esgotos.
Nota - Em algumas cidades que tem acompanhamento da qualidade sanitária de seus rios descobriu-se que o
estado polucional desses rios:
- é menor na época das chuvas pois a vazão dos rios aumenta e com isso dilui-se a poluição,
- é bem grande na época das secas pois a vazão do rio é pequena,
- é enorme e maior de todas depois da primeira chuva do período chuvoso e depois de longo período de seca
pois a primeira chuva não aumenta significativamente a vazão do rio mas lava toda a sujeira que se acumulou
na cidade no período seco.

5 - O rio começa a receber esgotos industriais

O nosso rio Corumbatai que luta bravamente para enfrentar o recebimento dos esgotos sanitários da zona
suburbana de uma cidade agora adicionalmente começa a receber os despejos de várias indústrias da cidade.
Vamos conhecer os despejos industriais que chegam ao rio e ver como eles diminuem a qualidade das águas
do rio e com isso mudam a biota desse curso de água.
Uma indústria de processamento de alimentos lança despejos biodegradáveis ( se decompõem com
microorganismos do rio ) e com isso tiram oxigênio dissolvido do rio, É o que se chama “ poluição bioquímica “.
Uma industria de galvanização lança cianetos e cromatos num córrego que chega ao rio, matando parte da
biota ( conjunto de seres vivos) pois cianetos e cromatos são tóxicos à vida biológica. Esse é um tipo de “
poluição química “.
Uma industrial lança despejo quente sem produtos químicos importantes mas a água quente aumenta a
temperatura das águas do rio e com isso parte do oxigênio dissolvido do rio se desprende e a nobreza do rio ,
medida em oxigênio dissolvido, é diminuída. Algumas espécies de peixes fogem da ausência de oxigênio e da
alta temperatura das águas .É um exemplo de poluição física.
Uma industria que reprocessa óleos e graxas joga fora parte da produção e com isso óleos e graxas chegam ao
rio e aderem á superfícies de plantas e animais impedindo sua respiração. É outro tipo de poluição física.
O pobre rio vai recebendo tudo ao mesmo tempo que recebe a contribuição de outros rios mais ou menos
poluídos . São seus tributários ou afluentes.
Curiosidade - numa região estritamente residencial com vala de esgoto a céu aberto essa vala de esgotos
costuma exalar ( cheirar ) um cheiro típico de esgoto. É a decomposição biológica da matéria orgânica (
proteínas, gorduras, etc. ) presente nos esgotos e que são decompostas por microorganismos presentes no
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próprio esgoto e existente nas águas dos rios poluídos ou não poluídos. Pode acontecer que rios poluídos com
esgotos sanitários e despejos industriais não exalem cheiros. A razão é que os despejos industriais inibem a
decomposição biológica dos esgotos sanitários.

6 - O rio começa a receber forte carga de esgotos sanitários

Agora o rio Corumbatai atravessa a cidade. Recebe então alta carga de esgotos sanitários, recebe lixo e restos
da sujeira da cidade. É fácil ver os esgotos correndo nas ruas e chegando ao pobre rio. Uma cor esbranquiçada
é a característica dos esgotos sanitários.
O rio está feio . É escuro. Não há peixes nobres embora ainda exista vida. Um trecho do rio exala mau cheiro,
típico de esgoto em decomposição e quem faz a decomposição do esgoto no rio são bactérias que sobrevivem
ao meio sem oxigênio dissolvido pois todo o oxigênio dissolvido foi retirado por bactérias que alimentam-se da
matéria orgânica dos esgotos .
Uma parte dos esgotos da cidade chega ao rio via canalização de esgotos da cidade, outra via lançamento de
esgotos na rede pluvial ( ato normalmente proibido por legislações de várias cidades ) e parte chega ao rio
escorrendo pelas sarjetas da cidade.
Na cidade existem pessoas com doenças transmissíveis como a cólera. O microorganismo causador da cólera
está no intestino de uma pessoa. Essa pessoa ao defecar lança esse microorganismo nos esgotos que chegam
ao rio . Junto com o microorganismo causador da cólera as fezes humanas carregam também bactérias do tipo
coliforme, típicas de animais de sangue quente mas também existente no solo. O tipo coliforme fecal é só de
intestinos de animais de sangue quente. Por razões práticas como seria impossível acompanhar todos os tipos
de microorganismos que podem causar doenças acompanha-se a poluição bacteriológica de um rio pela
quantidade de coliforme totais e fecais embora como dito o coliforme não cause nada ao homem , é apenas um
indicador de restos de fezes.
Notas-
1 - Numa cidade , junto do ponto onde era lançado o esgoto no rio o local era rico de peixes que vinham comer
a matéria orgânica trazida pelos esgotos e os peixes eram grandes e em grande quantidade levando que
algumas pessoas pensassem que os seus esgotos como um exceção não fossem poluidores.
Essa compreensão é um erro. Os esgotos são poluidores exatamente por lançar nos corpos de água muita
matéria orgânica putrecível e que vai servir de alimentos para toda a cadeia de seres vivos do corpo de água.
Ao se alimentar do alimento em excesso cresce o número de seres e esses seres no seu processo alimentar
retiram o oxigênio dissolvido da massa líquida a tal ponto que começa a faltar oxigênio para os peixes.
2- A importância do organismo coliforme é tão grande para avisar da ocorrência de restos ( ainda que
microscópicas ) de fezes de animais num ambiente que o controle de qualidade de alimentos ( queijos por
exemplo ) é feita pela detecção de coliformes. Se a contagem de coliformes é alta em um queijo isso significa
que faltou higiene ou na preparação ( empregados manuseando a matéria prima do queijo com mãos sujas ) ou
algum rato defecou na fábrica e restos das fezes do rato chegou ao queijo.
Coliforme não mata mas pode indicar falta de asseio no alimento ou na água.

7 - O rio se transforma e se deteriora- mortandade de peixes

Com a grande quantidade de esgotos e despejos jogados ao nosso rio a matéria orgânica putrecível ( medida
pelo teste da DBO ) é atacada pelas bactérias que existem no rio ao longo do seu curso e todo o oxigênio
dissolvido existente na água do rio desaparece ou tende a desaparecer. Espécies nobres de peixes
desaparecem e sobram peixes mais resistentes e menos nobres. Como todo ambiente poluído diminui o
número e variedade de espécies e aumenta o número de exemplares por espécie. De vez em quando morrem
também peixes menos nobres. Chega-se ao final a não se ter nada de oxigênio dissolvido e aí todos os peixes
morrem. As bactérias que exigem oxigênio dissolvido para sobreviver ( chamadas de bactérias estritamente
aeróbias ) desaparecem e sobram as bactérias facultativas ( que vivem seja no ambiente anaeróbio como no
ambiente aeróbio ) e outras formas de vida. O pH do rio fica ácido ( menor que 7 ) e começa a haver mau cheiro
típico do ambiente anaeróbio.
O rio está morto para os propósitos humanos embora tenha um tipo de vida típica de ambiente anaeróbio.
Só que o rio corre , se movimenta, troca ar com a atmosfera e começa a receber córregos menos poluídos. O
rio está deixando a cidade. Já começam a aparecer sinais de recuperação face a chegada de água mais limpa
dos rios afluentes ( tributários ).
Entenda :
poluição pontual - é quando a maior parte da poluição é descarregada num rio em uma região definida. Uma
cidade que coleta todos os seus esgotos e os descarrega em poucos pontos é um caso de poluição pontual .
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poluição difusa - é quando a poluição chega ao rio em muitos pontos. A poluição dos rios por herbicidas e
fertilizantes ( adubos ) é um tipo de poluição difusa. A poluição de uma região por chuvas ácidas é um exemplo
de poluição difusa.
A DBO , demanda bioquímica de Oxigênio é um teste laboratorial que mede o consumo de oxigênio de uma
amostra de água . O teste é feito durante cinco dias e a uma temperatura de vinte graus centígrados. Daí a
expressão DBO ( 5d, 20 0 ) . Há casos em que o teste é feito em maior número de dias.

8 - A recuperação do rio

O rio está deixando a cidade. A contribuição de esgotos cessa ou quase cessa e da mesma forma cessa a
chegada de esgotos industriais. O rio está recebendo a contribuição de novos rios e córregos afluentes (
tributários ) não poluídos . O fato do rio correr com velocidade faz com que o oxigênio da atmosfera se introduza
na massa líquida do rio e com isso comece a haver um pouco de oxigênio dissolvido na massa líquida. É
oxigênio retirado do ar. Quanto mais agitação houver na água do rio , quanto maior a velocidade da água e
corredeiras, tanto mais oxigênio é injetado pela natureza no rio. Com o oxigênio introduzido as bactérias
aeróbias começam a atacar a matéria orgânica dos esgotos e dos despejos. Chegam ao rio novas águas dos
seus novos afluentes com água menos poluída. Novos peixes chegam ao rio via córregos afluentes.
Começa uma depuração no rio. Por quilômetros talvez os óleos e graxas causem problema mas mesmo sendo
uma matéria orgânica estável ( não medida pela DBO e sim pela DQO ) ela vai sendo atacada e transformada
pelo meio biológico do rio que se adapta à água do rio e seus componentes.
Após alguns quilômetros após a cidade o aspecto do rio é melhor e já voltaram alguns peixes trazidos pelos
afluentes não tão poluídos e por pássaros que trazem sempre ovas de peixes de outros locais.
Se formos medir o teor de oxigênio dissolvido do rio em recuperação veremos que ele oscilará de 2 a 5 mg/l. No
trecho mais poluído o teor de oxigênio dissolvido era quase zero.
Com a recuperação do rio aumenta o número de espécies de seres vivos e diminui, por falta de alimento (
esgoto ) o número de exemplares por espécie.
Para se saber do nível de qualidade do rio temos vários caminhos:
Um caminho é teste químico é pegar amostras, levar para laboratórios e medir o teor de oxigênio dissolvido.
Dependendo do teor podemos classificar o rio .
O teste da DBO também pode ser usado pois mede a matéria orgânica putrecível do rio . Outro caminho , mais
difícil é fazer-se testes biológicos sobre as populações existentes no rio e classificar o nível de poluição por
esse critério . Por ser mais difícil as normas legais usam pouco esse critério .
Para efeito de se conhecer a qualidade da água do rio para ser usada para abastecimento de água, ou para ser
usada na irrigação ou para ser água de banho um teste muito usado é medir um tipo de bactéria que existe nos
aparelhos digestivos dos animais de sangue quente e chamada de coliforme. Há as bactérias coliformes fecais
e coliformes totais.
Uma coisa ficou do lançamento de esgotos sanitários. O teor de fósforo do rio está alto . Nos trechos de águas
correntes nada acontece de importante. Se o rio formar um lago e portanto se tiver muita área exposta haverá
problemas. É o que veremos a seguir.
A evolução da degradação por matéria orgânica de um rio e sua recuperação podem ser tratados por equações
matemáticas resultando as chamadas curvas de qualidade. A mais famosa é a de Streeter Phelps. São
tentativas do homem de entender o funcionamento dos rios face á poluição por esgotos sanitários ou por
esgotos sanitários assemelhados .
Nota
1- Entenda - A DQO é um teste de laboratório em amostras de água que usando um reagente forte em
oxidação ( dicromato de potássio ) mede a totalidade da matéria orgânica , putrecível e estável. Notar que
certos despejos como os que tem detergentes ou óleos e graxas e que são altamente poluidores eles não tem
DBO pois a DBO é uma medida de matéria orgânica putrecível . A DQO mede a totalidade da matéria orgânica ,
putrecível e estável.

9 - O rio encontra um lago - o problema da eutrofização

O rio em recuperação carrega sempre sais ricos em nitrogênio ( existem microorganismos que fixam nitrogênio
do ar e sais ricos em fósforo ( trazidos ao rio pelos esgotos sanitários e despejos industriais ). Os detergentes
são produtos que levam fósforo aos rios via esgotos .
Agora o rio forma um lago e temos uma enorme área que sofre insolação, fato menos importante num rio . Com
a insolação e os sais ricos em nitrogênio e fósforo surgem as algas que formam um tapete verde com seu corpo

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verde. É um novo tipo de matéria orgânica criada pela fotossíntese e que vai ser ótima para certos tipos de
peixes que comerão os microorganismos que se alimentam das algas.
O fenômeno de um curso ou corpo de água face aos sais deixar crescer algas chama-se eutrofização o que
significa “ enriquecimento “. Só que as algas em lagos e reservatórios eutrofizados ( ricos em sais com N e P )
crescem em excesso e com a morte dessas algas sua matéria orgânica consome oxigênio dissolvido e pode
diminuir tanto esse teor de oxigênio dissolvido que espécies mais nobres de peixes voltam a desaparecer. Tudo
por causa das algas cujo número aumentou face ao teor de fósforo e nitrogênio e a insolação . Algumas algas
são tóxicas se quisermos usar a água do reservatório e se clorarmos essas águas pode acontecer cheiro na
água clorada. O ideal seria que nas estações de tratamento de esgotos se removesse fósforo para evitar essa
eflorescência de algas. Isso acontece em muitas estações de tratamento de esgotos em países mais
desenvolvidos.
A chegada de restos de fertilizantes trazidos pelas águas de chuva também aumenta o teor de fósforo da água
do rio. Lembremos a fórmula clássica de composição dos adubos : N, P , K.
O rio estava se recuperando mas a formação de um lago e com a conseqüente insolação piorou as condições
do rio.
A proliferação de algas que pode transformar a superfície do lago numa " sopa de ervilhas ". As algas
favorecem o crescimento de tipos de peixes que dela se alimentam . É um desequilíbrio face ao "passado" de
poluição do rio.
Mas o rio ultrapassa o lago e segue abaixo. As algas ao longo do rio vão servindo de alimento para seres
superiores e o problema da eutrofização do lago fica restrito ao lago e não segue rio abaixo.
Notas
1 - Agora entenda:
lagos eutróficos - lagos enriquecido com sais minerais ricos em nitrogênio e fósforo e que face a insolação irá
ter sua população de algas enormemente crescida.
lagos mesotrófico - lagos com baixo teor de sais que causam a eutrofização
lagos oligotrófico - lagos com muito baixo teor de sais que causam a eutrofização
lagos hipereutróficos - lagos com alto teor de eutrofização
O que causa eutrofização é a presença de sais ricos em N ( nitrogênio ) e P ( fósforo ). Como existem seres
aquáticos que retiram N do ar mas o mesmo não acontece com P diz - se que o teor de P nas águas é o grande
fator do aumento da eutrofização de um lago.
Não há leis no Brasil fixando política de combate a eutrofização de cursos de água mas o Conama ( Conselho
Nacional de Meio Ambiente ) e as entidades estaduais e municipais participantes do SISNAMA ( Sistema
Nacional de Meio Ambiente ) podem fixar critérios para limitar o teor de P nos despejos que chegam aos rios.
2 - Normalmente o leigo usa a expressão de que a Amazônia seria o pulmão do mundo ou seja um local onde
haveria a maior produção de oxigênio e fixação do CO2 da atmosfera. Isso no entretanto não é verdade pois a
mata amazônica é já existente e não está crescendo . Entende-se que o pulmão do mundo são as algas que
estão permanentemente nascendo , crescendo ( e com isso fixando o C02 e com isso formando seu corpo ) e
morrendo servindo de alimento de animais superiores. É um crescer e se transformar permanente e com isso
libera oxigênio ( fotossíntese ) e retirada do CO2 da atmosfera ( chamado de captura de carbono ).

10 - O rio começa a se aproximar de outra cidade

O nosso rio agora já bem mais despoluído ( efeito da auto depuração ) segue em direção a outra cidade.
Possivelmente tudo irá acontecer outra vez. Chegarão esgotos sanitários não tratados, lixo da cidade, restos de
varredura e esgotos industriais. Além disso fora da área urbana chegam restos de fertilizantes ( ricos em
nitrogênio e fósforo ) e venenos dos agrotóxicos.
Como minorar tudo isso ?
É o que veremos nos próximos itens deste trabalho .
Deveremos aprender a usar fertilizantes e herbicidas.
Deveremos coletar e tratar esgotos sanitários.
Deveremos coletar e tratar lixo urbano e restos de varreduras das cidades.
Deveremos controlar os despejos industriais.
Deveremos controlar usos inadequados do terreno evitando a erosão do solo . Isso é válido tanto para práticas
agrícolas como para usos urbanos do solo ( movimento de terras para loteamentos, por exemplo ).
É o que veremos a seguir.
Nota - As vezes aparece nos textos de literatura ligada ao meio ambiente aparece a expressão “ antropogênico
“. Trata-se de assunto ou produto ou ação vinda do homem.
Uma intervenção antropogênica é uma ação do homem.
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11 - Como controlar a poluição por agrotóxicos e fertilizantes

A melhor maneira de evitar que agrotóxicos e fertilizantes cheguem aos rios é fazer um uso adequado
dos mesmos , ou com seja, com técnicas que façam que os mesmos sejam usados ao mínimo e com cuidados
agronômicos para que as chuvas arrastem ao mínimo esses produtos pois se as chuvas arrastarem esses dois
tipos de produtos os mesmos chegarão inevitavelmente aos córregos e destes aos rios.
Os restos de embalagens devem ter destino adequado , principalmente as embalagens de herbicidas.
Uma forma de minimizar perdas de certos produtos agrícolas é o uso de produtos em grão e não em pó. O
produto em grão não é arrastado com facilidade pelas águas de chuva e o em pó é arrastado com facilidade e
com isso aumenta o desperdício e mais produtos chegam aos rios.
Nota - O descaso e desconhecimento do uso de agrotóxicos não é somente com suas conseqüências no meio
ambiente. Os aplicadores de agrotóxicos são regra geral as primeiras vítimas do seu uso e podem se
envenenar se não se tomar os cuidados de aplicação nas plantações.

12 - Como tratar esgotos sanitários

Para tratar esgotos sanitários das cidades e se tirar frutos do tratamento ou seja não se poluir os rios é
necessário :
- haver rede de esgoto nas cidades , rua por rua, atendendo casa por casa, prédio por prédio recolhendo águas
servidas de banheiros, da cozinha e de outros locais da casa ,
- deve ser proibido jogar esgotos em redes pluviais e águas pluviais na rede de esgoto. A rede pluvial é para
receber águas excessivas de chuva que correm nas sarjetas,
- bairros com ocupação urbanísticas escassa e sem rede de esgoto devem ser incentivados a infiltrar no
terreno, casa por casa os esgotos usando como auxiliar para isso a fossa séptica,
- a cidade deve ter um sistema de limpeza de ruas com varrição e o destino da varrição deve ser um aterro.
- a cidade deve ter um sistema de coleta de lixo e do destino do lixo deve ser ou um aterro ou a incineração.
Com esses cuidados o esgoto sanitário ( efluente da cozinha, dos banheiros e dos tanques de lavar roupas ) foi
coletado.
Todo esse esgoto está coletado e corre por canalização subterrânea para fora dos limites da cidade . O que
fazer com essa vazão de águas negras ?
Temos que tratar ( modificar as características ) dessas águas.
Basicamente o tratamento de esgotos procura reduzir a matéria orgânica putrecível ( restos de comida ) , fezes
e urinas ( que são restos de comida já transformadas ) e que se forem jogadas no rio irão sofrer oxidação por
microorganismos e os microorganismos irão retirar o oxigênio dissolvido nos rios e com isso o teor de oxigênio
dissolvido irá diminuir e isso altera a biota ( meio biológico ) dos rios receptores dos esgotos. Cabe tratar os
esgotos que na prática é reduzir a matéria orgânica putrecível medida pelo teste de
laboratório da DBO.

13 - Como tratar despejos industriais

Despejos industriais são restos de produtos ( matérias primas e restos de produtos elaborados ) que são
conduzidos para fora da indústria usando a água como veículo de transporte.
Há despejos que são inevitáveis ( despejos da limpeza de tanques ) e há despejos que resultam de problemas
de processo ( partida de produto que não saiu de acordo com o desejado ).
As indústrias devem procurar minimizar a geração de despejos de duas formas:
- consumindo pouca água,
- não desperdiçando matéria prima,
- não misturando despejos concentrados e poluidores com despejos menos poluidores.
Apesar dos cuidados sempre se produzem despejos.
Como sempre existem despejos , deve-se , se esses despejos não forem tóxicos ou explosivos , lançar os
mesmos na rede de esgoto sanitários da cidade e fazer um tratamento conjunto. Enfatiza-se que essa é a
solução ideal, juntar ( se possível esgoto industrial e sanitário e tratá-los juntos ) . Todavia:
- existem cidades sem rede de esgotos,
- existem cidades sem tratamento de esgotos,
- existem cidades com rede e tratamento de esgotos mas o tipo de despejo industrial atrapalha ( envenena ) o
tratamento de esgoto sanitário que é por meio biológico ( um tipo de fermentação ).

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Nesses casos a solução é cada indústria ou grupo de indústrias fazer o seu tratamento de seus despejos
industriais.
Os tratamentos mais comuns de despejos industriais são :
- decantação para remover sólidos grosseiros,
- redução da temperatura por aeração,
- remoção de óleos e graxas usando tanques de separação e retenção de óleo por exemplo do tipo API (
American Petroleum Institute ) ,
- controle da acidez ou alcalinidade ( pH ) usando a adição de ácido em despejos alcalinos e de álcalis em
despejos ácidos,
- aeração de despejos que tenham matéria orgânica putrecível como despejos de industrias alimentícias,
- ataque químico em despejos químicos como os despejos de galvanização,
- precipitação de alguns produtos .
Com esses tipos de tratamento modificamos aspectos dos despejos industriais de forma que eles adquiram
características novas e menos poluentes.
O critério de escolha do tipo de tratamento depende:
- do tipo da indústria,
- da legislação da região,
- da classe do rio receptor dos despejos,
- da aprovação da entidade reguladora de meio ambiente.
Na maioria dos casos resulta do processo de tratamento de despejos industriais um material de baixa umidade
chamado de lodo que tem que ser disposto de forma toda especial como seja:
- tratamento químico,
- aterro,
- queima em alta temperaturas.
Certos tipos de lodo por terem metais pesados são adicionados na fabricação de peças de construção civil
como tijolos e esses tijolos são usados em prédios especiais.
A portaria CONAMA n. 20 de 18/6/2.000 estabelece vários critérios para o descarte de despejos industriais na
natureza entre os quais:
- temperatura dos despejos menor que 40 oC,
- pH entre 5 e 9
- vazão constante dos despejos não podendo a máxima vazão ser superior a1,5 vazão média do período de
funcionamento da fonte poluidora.
O lançamento dos despejos tratados não pode alterar certas características do corpo receptor . A resolução
Conama fixa:
classe classe 1 classe 2 classe 3 classe 4
especial
cor 30 75 75
pH 6a9 6a9 6a9
DBO (mg/l) 35 10
teor máximo
OD ( mg/l) 6 5 4 2
teor mínimo
coliforme 1.000 5.000 20.000
total (org/100
ml)
teor máximo
coliforme 200 1.000 4.000
fecal
(org/ ml)
teor máximo

Nota - no corpo de água de classe especial não pode haver lançamento de despejo industrial , mesmo que
tratado.
Notas

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1 - Modernamente a industria que lança seus despejos em curso de água deve pagar por esse uso, mesmo que
seu despejo esteja com características corretas dentro da legislação. É o conceito de poluidor pagador. Poluidor
porque ele sempre alterará de algo as características do corpo de água.

2 - Na área industrial mais poluída da Alemanha, um seu rio tinha suas condições ácidas e alcalinas oscilantes
durante o dia conforme o fluxo de produção industrial . De manhã o rio era ácido ( pH menor que 7 ) e de tarde
o rio era alcalino ( pH maior que 7 ). Uma indústria da região podia lançar seus esgotos ácidos quando o rio
estava alcalino e com isso a variação do pH do rio era minimizada. Isso chama-se gerência dos recursos
naturais.

3 - Quando existe um derrame descontrolado de despejos industriais na natureza há que se tentar minorar os
problemas. Tem havido recentemente derrame de despejos com óleos na natureza e esses despejos acabam
em rios e mares. As técnica usadas para resolver ou minorar os problemas são:
- procurar reter os óleos com barreiras superficiais nos rios. Como os óleos e graxas são mais leves que a água
essas barreiras seguram os óleos na superfície da água e daí os materiais são retirados,
- nos lagos adiciona-se palha pois a palha é altamente absorvente de óleos e então o óleo é retido.
Os produtos retidos são encaminhados ou para queima ( combustão ) ou para serem enterrados.
Nota - Nos processos industriais gera-se também resíduos secos ( lixo industrial ) que se não for bem disposto
pode poluir as águas. Os resíduos secos são divididos em três classes pela norma ABNT ( Associação
Brasileira de Normas Técnicas ) n. 13.896 .
Classe I - São os mais preocupantes pois são os que tem :
- inflamabilidade
- corrosividade
- reatividade
- toxicidade
- patogenicidade ( causam doenças )
Classe II
São os resíduos sólidos que tem biodegradabilidade, combustibilidade etc. Lixo urbano, restos de indústria de
madeira são exemplos.
Classe III
São os resíduos inertes, como o entulho de material de construção.
Voltemos ao tratamento de esgotos:
O tratamento de esgotos pode usar duas alternativas :
a) processo com equipamentos:
- decantação primária onde a matéria pesada do esgoto é retida
- segue-se uma aeração quando se injeta ar atmosférico rico em oxigênio e com isso a matéria orgânica dos
esgotos é atacada por microorganismos que vem junto dos esgotos e são multiplicados na estação e com isso a
matéria orgânica é decomposta,
- o lodo produzido no processo é encaminhado para um tratamento chamado de digestor.
A estação de tratamento de esgotos é localizada fora da cidade mas não muito pois senão as obras de envio
por tubos enterrados seriam muitos caras.
Os processos mais comuns de tratamento de esgotos chamam-se " lodos ativados " e " filtros biológicos ".
Ambos os processos removem a matéria putrecível da ordem de 80 %.
Existem para pequenas comunidades o processo do RAFA ( reator anaeróbio de fluxo ascendente ) que usa
ambiente sem oxigênio dissolvido ou seja usa um meio anaeróbio.
Sua remoção de DBO é algo menor , da ordem de 60%. Uma fossa séptica é um tipo de RAFA e com remoção
da ordem de 20 a 30 % quando bem operado, fato que nunca acontece.
b) processos com lagoas
Não usa equipamentos mas usa muita área.
Usa algas que são seres clorofilados ( verdes ) que liberam oxigênio que dão condições para que bactérias
removam a matéria orgânica.
A remoção da DBO em lagoas é da ordem de 70 % a 90%.
Não há necessidade da adicionar nem microorganismos, nem nutrientes nem oxigênio. A natureza ( o sol ) faz
tudo . Só que é caro coletar esgotos, enviar esgotos para fora da cidade, adquirir área para as lagoas .
Os efluentes tratados dos esgotos por qualquer processo são enviados então aos rios com sua DBO removida .
Os efluentes tratados trazem problemas aos rios mas muito menos que os esgotos brutos ( sem tratamento ).
No Brasil temos já centenas de estações de tratamento de esgotos sanitários mas precisamos de milhares
delas.
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A DBO dos esgotos brutos é da ordem de 300 mg/l.
Cada pessoa contribui para os esgotos em média com 54 g/l de DBO por dia.
Há estações que tratam apenas os sólidos grosseiros através de uma decantação. Com isso removem cerca de
30 % da DBO.
Há estações ditas biológicas que aerando os esgotos e usando os microorganismos que estão nos esgotos
conseguem remover mais de 80% as vezes chegando a mais de 90% da DBO.
Há estações que alem de remover a DBO procuram remover bactérias do tipo coliforme com o objetivo de
remover quase toda o meio biológico do esgoto se esse esgoto for lançado em cursos de água que sirvam de
manancial de água potável. Para isso fazem a cloração das águas.
Há estações que depois de remover a parte biológica removem produtos ricos em fósforo ( P ) tendo em vista
não eutrofizar corpos de água.

14 - Como tratar o lixo e outros restos sólidos urbanos


Uma cidade produz, entre outros, os seguintes produtos residuais :
- lixo coletado casa a casa,
- carcaças de animais mortos ( cachorro, cavalo etc. ),
- restos das varrições das ruas,
- entulho de construção ( material inerte e não poluente ),
- restos de atividades médicas ( resíduos hospitalares ).
Nas cidades maiores e capitais regionais temos ainda :
- material de comercialização proibida e que deve ser destruído como tóxicos,
- dinheiro falsificado
- medicamentos fora de prazo, medicamentos falsos etc.
Nesse campo da gerência de resíduos sólidos, como no campo do esgoto sanitário, não há solução boa se não
houver bom sistema de coleta.
Coletado o material deve-se trata-lo, que pode ser feito :
- em usinas de lixo ( usa equipamentos , são caras e de manutenção difícil ),
- em centros de incineração que são caros, de operação delicada e consomem combustível e podem focos de
poluição se não tiverem dotadas de caros sistemas de controle de emissão de efluentes gasosos,
- em aterros que exigem grande área e produzem o chorume, líquido proveniente de decomposição anaeróbia
do lixo. O chorume deve ser disposto em estação de tratamento de esgotos para remover biologicamente sua
matéria orgânica.
Quando se joga o lixo sem cuidados e ai proliferam moscas e ratos temos o chamado “ lixão “. Se fizermos a
cobertura do lixo com terra temos o chamado aterro controlado. Se o aterro tiver todos os cuidados como
captura de gases, sistema de drenagem do chorume ai chamamos o aterro de aterro sanitário.
A solução de aterros é cara pois exige:
- terreno disponível perto da cidade para que o custo do transporte não seja proibitivo,
- terreno com boa geologia para ceder a terra de cobertura do aterro de lixo,
- operação com tratores para amassar e cobrir com terra as camadas de lixo que chegam diariamente,
- sistema de coleta de gases provenientes da decomposição biológica do lixo . Se não se coletar esses gases
pode ocorrer explosões,
- coleta do suor do esgoto que é o chorume , líquido proveniente da decomposição biológica do lixo.
O lixo hospitalar , ou seja aquele estritamente oriundo de atividades médicas deve ser incinerado ( queimado
em altas temperaturas ) ou disposto de forma bem segura com esterilização e embalagem que depois é
enterrada com cautelas especiais .
Restaria falar dos cemitérios ( restos humanos ) que podem, se não bem projetados e operados, servir para
poluir o lençol freático e os rios pois cemitérios tem um tipo de liquido residual proveniente da decomposição
dos corpos.
Se esses restos não forem bem tratados e bem dispostos eles ficarão abandonados e com isso :
- haverá proliferação de moscas e roedores,
- as águas de chuva levarão esses restos para os córregos e destes para os rios poluindo dessa forma os
corpos de água com a chegada de material putrecível aos mesmos.
Nota-
1) Ao contrário do que pensa o leigo , o lixo urbano não tem valor econômico. Ou seja se alguém receber na
porta da usina o lixo , mesmo não tendo que pagar a parte mais custosa que é a coleta, mesmo recebendo de
graça o lixo , a usina não conseguira tratar o lixo ficando só com o valor da venda dos os subprodutos. Para que
a usina de lixo trate o lixo terá que receber um subsídio alem de ficar com a receita da venda dos subprodutos
gerados.
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Alguns produtos que vão ao lixo desde que separados antes da mistura, tem valor econômico ( pequeno ) . São
eles:
- papel, papelão,
- metais,
- plásticos ( as vezes ),
- restos de comida de restaurantes.
Misturando todo o lixo , o pequeno valor econômico desaparece.
2) Nas grandes cidades funciona de maneira informal a coleta seletiva de:
- restos de papel na zona da cidade com muitos escritórios,
- restos de comida ( lavagens ) de restaurantes que são enviadas a criação de porcos,
- restos de resíduos com óleo que são vendidos para indústrias de refino de óleo lubrificante,
- restos da embalagens de alumínio que são revendidas para a indústria de alumínio ,
etc. etc. no famoso ferro velho que administra a coleta e revenda de papel, vidro, plástico, metais etc.
Nota - Faz uns anos o Ibama decidiu dispor de centenas de quilos de pele de animais silvestres capturados
ilegalmente. A única solução achada foi a queima pois o enterramento poderia ser desfeito e a venda do
produto seria um incentivo ao retorno do uso. As peles foram queimadas e pelo simbolismo do ato foi convidado
o Presidente da República que iniciou o processo de queima. Como o material estava muito seco o início da
queima quase que foi explosivo e quase que queimou o presidente da república.
São fatos inesquecíveis do mundo do meio ambiente.

15 - Como melhorar a qualidade das águas de um rio

Um rio poluído terá suas águas melhoradas se as cidades de sua bacia e não só as que margeiam o rio :
- coletarem e tratarem seus esgotos sanitários,
- coletar e tratar seus despejos industriais e resíduos sólidos industriais,
- tiverem sistemas adequados de coleta e disposição do resíduos urbanos,
- se os agricultores da região forem cuidadosos no uso de agrotóxicos e fertilizantes,
- se os loteadores fizerem obras que não causem erosão e arraste de sólidos,
- e outros cuidados específicos de cada região ( na região aurífera usa-se e dispõe-se nos rios, restos com
mercúrio, fato altamente irresponsável e que deve ser combatido) .
Como se vê para que os resultados apareçam são necessários esforços de muitos.
Quando um rio está poluído pouca coisa se pode fazer e essa pouca coisa é por exemplo aerar o rio ou injetar
oxigênio puro nesse rio. A recuperação da biota do rio pode ser feita e a colocação de peixes de variedades
autóctones ( já existentes ) ou de novas variedades . A colocação de novas variedades é um risco ecológico
pois pode haver uma invasão de espécies que acabam com as espécies nativas.
A proteção das margens e da mata ciliar ( mata das margens ) é uma maneira de proteger e manter suas
margens.
Na verdade as medidas de proteção são medidas de não mudança da natureza ou se for necessário mudar a
natureza que a mudança seja feita:
- sabendo-se o que se vai mudar,
- conhecendo-se as conseqüências no meio ambiente da mudança,
- minorando as mudanças.
Uma tendência mundial é fazer do antigo predador irresponsável um parceiro da preservação. Assim
pescadores que faziam pesca sem critérios e em época de desova e piracema ( subida do rio para reprodução )
podem se associar a clubes de pesca e clubes de amigos da natureza e ajudar a preservar como única
possibilidade de se poder ter pesca e uma rica vida ( biota ) no futuro.
Nota - Pela lei federal n. 5.197 de 3 de janeiro de 1967 , artigo 40 , é proibido a introdução de espécie de
animais não naturais do país .
Há um caso muito conhecido no Brasil . O pássaro pardal não existia no pais e foi introduzido no começo do
século, vindo da Europa. Animal resistente , multiplicou-se e afastou outros pássaros nativos, empobrecendo
assim nossa fauna. A introdução dos pombos que não tem predadores urbanos também criou um problema de
superpopulação urbana com problemas de saúde pública.
Na Austrália a introdução pelo homem do coelho criou um problema ambiental pois havia fartura de comida e
não havia predadores e os coelhos cresceram enormemente em quantidade. Um enorme muro foi construído
nesse país insular ( ilha ) como uma única possibilidade de preservar parte do pais da praga do coelho.

16- Entendendo o sistema institucional de controle de poluição e especificamente o controle de


poluição hídrica
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Os rios e córregos situam-se sempre em pontos baixos das bacias e portanto recebem pelo envio das águas de
chuva todos os restos. Os rios e córregos são portanto estruturas frágeis e altamente propensos ( sujeitos ) a
receber restos , restos esses que se decompõe e mudam o aspecto natural do rio.
Para controlar a poluição temos várias legislações concorrentes que são a legislação federal, a estadual (
distrital no caso único de Brasília ) e municipal ( se houver ).
As legislações federal , estadual e municipal nunca são iguais e vale o princípio conservador de que vale o
critério mais restritivo, ou seja o critério mais exigente.
No nosso caso que é uma apostila de uso por candidatos a concursos federais só interessa saber as exigências
das leis federais.
Há uma integração de entidades que cuidam do controle de poluição que é o SISNAMA - Sistema Nacional de
Meio Ambiente , sistema que procura coordenar as atividades de controle de poluição de todo o tipo pelas áreas
federal, estadual ( distrital ) e municipal .
Para entender a gerência de corpos de água temos que saber da divisão política da gerência dos rios.
São chamados de rios municipais os rios que nascem e tem sua foz ( chegada em outro rio ) no mesmo
município. Por ai se vez que só são municipais pequenos córregos.
São chamados de rios estaduais os que nascem e tem foz dentro do estado.
São chamados de rios federais os rios que cruzam dois ou mais estados. São também classificados como rios
federais os que tem aproveitamento hidroelétrico.

17 - Perguntas e respostas

Antes de emitir de forma pública este trabalho, o rascunho do mesmo foi distribuído por doze colegas e clientes
que mandaram perguntas . As perguntas e respostas estão a seguir.
1 - Um rio pode ter OD ( oxigênio dissolvido ) e DBO ?
Sim, porque o OD mede uma característica imediata e a DBO uma realidade que se impõe após vários ( cinco )
dias. Fazendo uma analogia uma pessoa totalmente endividada pode ter dinheiro quando ganha o salário mas
no fim do mês , pagando o que deve ficará sem nada. No caso o OD é o dinheiro e a DBO são as dívidas.
2- Existe um caso da natureza poluir um rio ?
Quem define as condições de um rio é a natureza. Assim não dá para dizer que a natureza polui. Outra vez o
Rio Negro é negro pela presença de substâncias de origem vegetal da natureza . O Rio Negro está poluído ?
Não.
Só o homem polui ou seja as modificações da natureza feitas pelo homem é que são consideradas poluição.
3 - Quem introduz no tratamento de esgotos sanitários os nutrientes e os microorganismos que fazem a
depuração ?
No tratamento de esgotos sanitários os nutrientes já existem e também já existem os microorganismos que
decomporão a matéria orgânica putrecível. Na estação de tratamento apenas se concentrarão esses
microorganismos.
Recentemente surgiram no mercado firmas que aclimatam e desenvolvem colônias de microorganismos ( cepas
) que teriam melhor capacidade de decomposição. Esses produtos não são necessários.
4 - A simples aeração dos esgotos é eficiente ?
Não . A simples aeração física ( colocação de aeradores ) é pouco eficiente. Devemos associar à aeração a
ação de bactérias para efetivar a decomposição. Uma estação de tratamento de esgoto é um local onde de
forma concentrada se faz a decomposição da matéria orgânica putrecível dos esgotos, a mesma decomposição
que aconteceria nos rios e nas naturezas.
5 - Posso acompanhar a despoluição de um rio pelo teste da DQO ?
Poder pode mas não é tradicional e a DQO mede toda a matéria orgânica ( estável e instável ) e não mede
especificamente a matéria orgânica putrecível, que é a grande questão dos esgotos sanitários .
6- Os detergentes duros causam o mesmo tipo de poluição que os detergentes moles ?
Não . Os detergentes duros alteram a biota do rio de uma maneira e sem tirar do rio oxigênio dissolvido. Os
detergentes moles por serem mais biodegradáveis tiram oxigênio dissolvido do rio. Assim os dois tipos de
detergentes causam modificação nos rios. A vantagem do uso do detergente mole é que se os esgotos com
esse detergente for para uma estação de tratamento de esgotos sanitários ele será decomposto biologicamente
e desaparecerá e o detergente duro por não ser biodegradável passará sem modificação por uma estação de
tratamento de esgotos e irá poluir os rios receptores.
7 - Bebidas jogadas no rio causam DBO ?

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Sem dúvida que leite, cerveja e refrigerantes contem matéria orgânica biodegradável e causam no rio poluição
semelhante a esgotos sanitários . A DBO de um famoso refrigerante é da ordem de 5.000 mg/l e a DBO do
esgoto é da ordem de 300 mg/l.
8 - Por que se deve misturar esgoto sanitário a certos despejos industriais ?
A mistura em geral é benéfica pois:
- gera um único tratamento, economizando custos de operação,
- a mistura pode inibir a ação de certos produtos eventualmente presentes nos esgotos industriais que
inviabilizariam seu tratamento biológico,
- a mistura inocula no despejo industrial nutrientes e microorganismos que talvez o despejo industrial não
tivesse.
Há industrias em área central de cidades que não tem área para ter uma estação de tratamento de despejos
industriais .
9 - Por que a poluição por óleo é preocupante ?
Os óleos quando liberados nos rios e nos mares grudam-se nos peixes e em outros seres e impedem a
oxigenação , base da vida. Os despejos com óleo não podem ser tratados em estações de tratamento de
esgotos pois os óleos não são biodegradáveis ou são muito pouco biodegradável. Assim uma poluição por óleo
se não for tratado por remoção física ( barreiras, uso de papel e palha para absorção ) pouco se pode esperar
por processos convencionais usados no tratamento de esgoto sanitário.
Os óleos, os detergentes duros, os produtos com borracha e plásticos pelo fato de não serem putrecíveis duram
uma enormidade de tempo na natureza agravando sua poluição.

Controle da poluição dos mares por óleos e graxas

1 - Introdução

Óleos e graxas são produtos orgânicos mais leves que a água e não solúveis nesse líquido e que quando
lançados na natureza causam vários problemas face ao fato de serem pouco biodegradáveis, por ficarem na
superfície da água aderindo á flora e fauna impedindo sua respiração e causando vários outros problemas
fisiológicos aos animais e diminuindo a aeração dos corpos de água.
Óleos e graxas podem ter origem vegetal ou animal ou ainda serem ligados á produção e transporte e refino do
petróleo quando sua não biodegradabilidade é maior .
O teor de óleos e graxas num corpo de água é determinado pelo uso de solventes que retiram os óleos e
graxas de amostras do corpo de água.
Vamos conhecer os problemas de poluição, medidas de controle e de despoluição dos óleos do mundo do
petróleo.

2- De onde podem nascer os derramamentos de petróleo

Os derramamentos de petróleo podem vir de várias causas . Estudemos algumas mais comuns:
- transporte marítimo - um navio petroleiro que afunda causa derrame de petróleo. Navios não petroleiros que
afundam também causam poluição por óleo face transportarem e usarem óleo combustível nos seus motores
principais de acionamento.
Quando uma navio petroleiro chega a um porto normalmente está totalmente carregado de petróleo .
Dificilmente um petroleiro trabalha com meia carga pois isso poderia gerar espaço livre nos porões facilitando a
evaporação e acúmulo de gases explosivos.
Ao chegar no porto e depois de descarregar toda a carga de petróleo os porões do petroleiro precisa ser lavado
e drenado de todo o óleo restante nos porões pois porão vazio com resto de óleo pode gerar a evaporação e os
gases são altamente explosivos.
Lavado e drenado os porões de um navio essa água de lavagem tem que ser disposta e então os terminais
petrolíferos tem tanques de acumulação dessas águas que separam por gravidade os restos de óleo da água .
Esses restos deverão se dispostos depois de alguma forma.
- acidentes no transporte ou no armazenamento - os produtos de petróleo em transporte ou armazenados em
tanques por vezes vazam e com isso correm para rios ou mares causando males ao homem, à toda a fauna e
toda a flora. Sendo produtos de pequena biodegradabilidade os restos de óleo podem durar na natureza por

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meses e até anos só sendo dissipados face á evaporação, diluição e decomposição em produtos menos
complexos .
- outra causa importante é o fato de todo o navio transportar óleo combustível, seja petroleiro ou não. Conforme
o navio vai consumindo esse óleo o navio enche por razões de segurança seus porões com água do mar que
será disposta quando o navio for abastecido com nova carga de óleo combustível para seus motores. O
lançamento dessas águas com óleo é uma das fontes de problemas.
- outras causas ligadas às várias etapas de extração, transporte , refino , transporte do produto acabado e
disposição de produtos já usados ( por exemplo o óleo lubrificante ).
Nota - Artigo na Revista Banas Ambiental de Abril de 2.000 pg 20 estima em 2,35 milhões de toneladas/ano o
total de óleo lançado ao mar pelos navios de todo o tipo e por acidentes..

3- Medidas de cuidado para evitar derramamento de óleo e disposição

As medidas cautelares são sempre as melhores medidas para evitar derramamento de óleo mas temos que
reconhecer que esses derramamentos sempre ocorrerão como uma fatalidade.
Quanto à disposição de óleos usados , quanto mais aumenta o reuso do óleo lubrificante aumenta a
possibilidade de surgirem produtos novos e que algumas vezes tem características carcinogênicas exigindo
cuidados de disposição.

4- Como combater a poluição por óleos e graxas

Despejos industriais contendo óleos e graxas devem passar por tanques de gordura que são tanques de baixa
velocidade em que os óleos e graxas tendem a subir para a superfície e ai são retidos. Na indústria de petróleo
os tanques usados são chamados de API ( American Petroleum Institute ) que padronizou esse equipamentos.
Em locais onde se manuseiam produtos petrolíferos como os postos de gasolina deve haver um tanque de
gordura para evitar que esses produtos cheguem à rede de esgotos.
Os óleos e graxas retidos devem ser :
- ou reusados,
- ou transformados,
- ou incinerados,
- ou guardados em recipientes,
- ou encapsulados e adicionados a produtos inertes como tijolos .
Quando ocorre um derrame de óleo então :
- delimitar o corpo de água usando flutuadores que segregam o óleo,
- retirar o óleo com escumadeira ou qualquer outro equipamento de retirada de material flutuante,
- usar produtos altamente absorventes como tiras de papel que aderirão ao óleo facilitando a retirada da água
- usar com cuidados solventes ( dispersantes ) que levará o óleo a se dissolver e com o tempo se vaporizar .
Isso gera um outro tipo de poluição menos controlável por ser mais difusa.
O uso de dispersantes é tão discutível que num acidente marítimo com derramento de petróleo, no trecho do
mar próximo à costa britânica usou-se dispersante ( forma de detergente ) e no trecho próximo à costa francesa
as autoridades sanitárias desse pais não aceitaram o uso de detergente e preferiram usar produtos absorventes
como tiras de papel no sentido de capturar o óleo.
O material retido ou deve ser reusado ou transformado ou incinerado ( sob controle sanitário ) ou estocado ou
encapsulado agregado em produtos inertes.

5 - Leis , decretos e portarias sobre a poluição das águas por óleos e graxas

Decreto n. 50.877 de 29 de Junho de 1961


destaque:
Artigo 2º Fica proibida, terminantemente, a limpeza de motores dos navios e o lançamento dos resíduos
oleosos dela provenientes nas águas litorâneas do país .
Decreto n. 79.437 de 28 de Março de 1977
Promulga a Convenção Internacional sobre Responsabilidade Civil em Danos Causados por Poluição por Óleo
Destaque - definição de óleo
Artigo I item 5
" Óleo significa qualquer óleo persistente, tais como petróleo bruto. óleo combustível, óleo diesel pesado, óleo
lubrificante e óleo de baleia , quer transportado a bordo de um navio como carga ou nos tanques de um navio
quer nos tanques de combustível desse navio. "
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Nota - O posterior decreto federal n. 83540 de 4/Junho /1979 regulamentou a aplicação dessa convenção no
país.
Decreto n. 875 de 19 de Julho de 1993 - Promulga o texto sobre Convenção sobre o Controle de Movimentos
Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu Depósito
( a partir da Convenção da Basiléia - ONU )
No seu anexo I item Y8 e Y9 são enquadrados nessa legislação:
- resíduos de óleos minerais não aproveitáveis par uso que se destinam.
- misturas ou emulsões residuais de óleos /água , hidrocarbonetos;água.
Resolução Conama n. 6 de 17 de Outubro de 1990
Nessa resolução foi aprovada a utilização de dispersante químico ( detergente ) em vazamentos, derrames e
descargas de petróleo nos corpos de água.
O trecho mais expressivo da resolução é :
Considerando que a aplicação de dispersantes químicos para ( derrame ) de óleo é uma opção viável , apesar
de restrições que devem ser observadas, Resolve "
O Ibama exige ser alertado do uso de dispersantes para poder fixar critérios que minimizem os danos á flora e
fauna junto ao derrame.
O dispersante dissolve o óleo e com isso favorece sua dispersão mas o óleo disperso pode causar outros tipos
de poluição que o óleo não disperso não causaria.
Junto ás praias de banho é evidente que o uso de dispersante é interessante pois impera o aspecto visual .
Resolução Conama n. 9 de 31 Agosto de 1993
Disciplina a fabricação , importação , uso e disposição de óleos lubrificantes que após seu uso resulta na sua
deterioração e o surgimento de produtos orgânicos potencialmente carcinogênicos.
Convenção Internacional sobre responsabilidade civil em danos causados por poluição por óleo - 1969
Convenção Internacional para prevenção da poluição por navios - 1973
Lei n. 5.357 de 17-11- 1967 que estabelece penalidade para embarcações e terminais marítimos ou fluviais que
lançarem detritos ou óleos em águas brasileiras.

6 - Notas

Para entender outras leituras sobre controle de poluição por petróleo entenda:
1 - emulsão - mistura do óleo com a água, fato que acontece parcialmente quando se aplica muita energia de
mistura. Emulsionar o óleo é tentar e conseguir misturá-lo parcialmente com a água
2 - coalescência - tendência do óleo a voltar a ficar insolúvel
3- Na poluição por óleos temos que considerar também outros tipos de óleos não petroquímicos como óleos do
beneficiamento industrial das baleias e os óleos comestíveis. No litoral norte do Estado de S.Paulo aconteceu
um afundamento de navio ( de nome Concar ) que transportava óleo de mesa espanhol . Por sorte o transporte
não era a granel , era em latas e com isso a maior parte das latas boiou para alegria dos pescadores que
pegavam as latas nas praias . Pouco óleo comestível chegou aos mares. Os óleos comestíveis embora sejam
biodegradáveis ( aliás eles são comestíveis e portanto obrigatoriamente são biodegradáveis ) eles levam tempo
para de decompor mas são voláteis ( fáceis de evaporar ) e com isso vão desaparecendo com o tempo no mar.
Alem disso eles com a dispersão podem alimentar outros seres vivos e portanto um derrame de óleo comestível
em um corpo de água embora seja altamente indesejável é menos danoso que um derrame de petróleo.
petróleo - óleo de pedra. Produto natural fóssil ( extremamente antigo ) que resultou da decomposição sob
pressão, de restos de vegetais de milhões de anos atrás.

7 - Bibliografia II
Legislação Brasileira de Resíduos Sólidos e Ambiental correlata - Caderno Legislativo n. 004 /99 Volumes I, II e
III - Coletânea do Senador Bernardo Cabral

Dicionário
De
Termos Ambientais

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A

ação civil pública- ação que entidades não governamentais podem promover para preservar o meio ambiente.
A importância esta que a defesa do meio ambiente pode ser feita juridicamente também por órgãos não
governamentais

aceiro - destinação de uma faixa limpa da floresta para conter a marcha do fogo de um incêndio.

adensador- o mesmo que espessador - equipamento que por decantação separa parte da água do lodo.

aeração - introdução nas águas de oxigênio da atmosfera . Isso acontece naturalmente nos corpos de água
face a interface água atmosfera. A aeração é incrementada quando a água está em movimento como nas
corredeiras e cachoeiras. Nas estações de tratamento a aeração é propiciada em forma enérgica face a
equipamentos mecânicos ( aeradores ) ou pela passagem por leitos de pedra ( filtro biológico ).

agenda 21 - documento emitido em 1992 no Rio de Janeiro pela Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento - UNCED conhecida como ECO - 92 ou Rio 92 e que fixa metas a serem
alcançadas para conter a degradação do meio ambiente.

agrotóxicos, classes - Foram estabelecidas pelo decreto federal n. 98.816 de 11/Janeiro /1.990 ( que
regulamentou a lei n. 7.802 ) no seu artigo 20 as classes de toxidez dos agrotóxicos sendo a classe I a mais
tóxica e a classe IV a menos tóxica.

àguas meteóricas - o mesmo que águas de chuva

águas pluviais - é um sistema municipal, ou seja é construído e operado pelo município. Consiste em bocas de
lobo e sistema de tubulações enterradas ( diâmetro mínimo de 300 mm - tubos cerâmicos, concreto ou
plásticos). As bocas de lobo pegam a vazão em excesso que escoa pelas sarjetas da rua e a conduz aos tubos
enterrados. Dai a água vai para o rio mais próximo. A função do sistema pluvial é evitar inundações locais e
proteger a pavimentação que sofre com o alagamento do terreno . Por essas razões o sistema pluvial só existe
em ruas de baixadas onde a capacidade de escoamento é menor e a vazão que chega é grande. Nunca se faz
sistema pluvial em cabeceiras ( zonas altas).
As bocas de lobo precisam ser periodicamente limpas pois os detritos das ruas vão para elas. A profundidade
média dos tubos da rede pluvial varia de 1,5 m a 3 m. São usados tubos de concreto ou de plástico. Podem ser
usados tubos de grés cerâmico ( manilha ).
Semelhante aos esgotos as águas pluviais escoam nos tubos por gravidade ( sem pressão ).
Não há o interesse em conduzir as águas pluviais para locais distantes pois há um pressuposto que suas águas
não são poluídas e suas vazões são muito grandes. O destino das águas pluviais coletadas é portanto o rio ou
riacho mais próximo.
Modernamente a técnica reconhece que nas primeiras chuvas após a seca que as águas pluviais lavam os
telhados e as ruas e com isso suas águas são poluidoras. Há países em que existem estações de depuração
das águas pluviais, em tudo semelhante ás estações de tratamento de esgoto só que são estações que
funcionam temporariamente, só na ocasião das chuvas.
O sistema pluvial não significa obrigatoriamente o uso de sistema subterrâneo. Se num loteamento fizermos
toda a água da chuva escoar superficialmente e não se tendo pontos baixos que acumulam água, então temos
um sistema pluvial totalmente superficial e eficiente além de não exigir manutenção cara.
Águas pluviais não devem ser ligadas ao sistema de esgoto assim como esgotos não devem ser ligados á rede
pluvial. Destino de água pluvial é a sarjeta da rua ou boca de lobo e o destino do esgoto deve ser a rede de
esgoto e depois tratamento antes da disposição num curso de água.

alga - ser microscópico vegetal de cor verde típico de lugar úmido. Há algas azuis esverdeadas. O crescimento
de algas em lagos e em piscinas é fruto da insolação e presença de nutrientes. Nos lagos para evitar a
proliferação de algas que compromete um reservatório para usos nobres a técnica manda procurar limitar a
chegada nas águas de sair ricos em fósforos . Não adianta limitar a chegada de produtos ricos em nitrogênio
pois certos microorganismos presentes nas águas podem retirar nitrogênio do ar.
Às algas existentes nos mares tem sido atribuído o efeito pulmão do planeta pois essas algas estão dentro de
uma cadeia alimentar e portanto estão sendo permanentemente absorvidas nessa cadeia alimentar e se

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reproduzindo fixando o gás carbônico da atmosfera. A floresta amazônica não fixa tanto gás carbônico pois é
uma floresta estável e não tem a taxa de crescimento de massa como tem as algas.

aluvião - sedimentos geralmente bem finos transportados pelo fluxo dos rios e depois depositados no fundo do
rio.

ANA - Entenda o que quer dizer A.N.A - Agência Nacional das Águas e que deve implantar no Brasil a cobrança
pelo uso da água.

antropologia - estudo do homem pelos seus hábitos, atitudes . A sociologia estuda o homem do ponto de vista
de sua participação na sociedade .

antrópico - relativo a tudo o que o homem faz ou se interessa.

antropogênico - impacto do meio causado pelo homem

A.P.I. American Petroleum Institute ( separador ) denominado API é uma grande caixa de gordura que retém
por cortinas o material flutuante ( óleos ) . É um sistema muito usado nas indústrias que manipulam óleos. Essa
capacidade de reter óleos pode ser muito melhorada se for feita uma insuflação de ar por borbulhamento. Em
postos de gasolina face ao problema da troca de óleo deve existir uma caixa de gordura que retém a gordura e
que
periodicamente deve ser ou vendida ou disposta no lixo. O nome do separador vem da entidade americana que
o desenvolveu e o popularizou pelo mundo.

área de preservação permanente - independente de delimitação são áreas de preservação permanente os


mananciais, as matas ciliares, mangues, restingas, zonas de grande declividade e outras regiões de interesse
específico.

asbesto - ( amianto ) - fibra natural de amianto muito usada para produzir tubos e caixas de água e outros
usos. Sob suspeita tende a ter seu uso estritamente controlado assim como suas técnicas de produção.

aterros - locais em terrenos onde se enterram produtos . Há aterros para lixo doméstico, para lixo industrial e
de outros tipos. Para aterros industriais há classificação de tipos de aterro que podem receber tipos de
resíduos.

aterro controlado - aterro de lixo urbano em que alguns cuidados são tomados mas não são tomados todos os
cuidados necessários e desejáveis. No aterro controlado há cobertura do lixo por terra. É muito melhor que o
chamado lixão , depósito ao céu aberto de lixo com a catação manual por mulheres, crianças e velhos e
proliferação de ratos e baratas alem dos riscos de acidentes e contaminação dos catadores que trabalham
quase sempre com as mãos nuas.

aterro sanitário - aterro de lixo urbano feito com cuidados técnicos. O solo tem drenagem, o lixo é coberto com
terra argilosa e há retirada de gases. O chorume , líquido proveniente da decomposição anaeróbia do lixo, é
disposto para o tratamento.
Realisticamente o aterro sanitário é caro, consome áreas próximas à zona urbana e exige área de empréstimo
para fornecer solo argiloso de cobertura.

ATPF - trata-se de sigla de documento do Ibama e quer dizer Autorização para Transporte de Produto Florestal

autodepuração dos corpos de água - um rio ao receber uma carga de poluição tem suas características
químicas e bioquímicas alteradas. Diminui o número de espécies e aumenta o número de seres de uma mesma
espécie. Se não acontecerem novas cargas polucionais o rio vai recebendo novos afluentes e sofre aeração
face seu movimento e o contato com o ar atmosférico . Com isso os poluentes se biodegradáveis vão sofrendo
a ação de bactérias existentes no rio ou trazidas por esgotos e possivelmente dai a uns quilômetros o rio
adquire sua condição inicial sem poluição . É a autodepuração dos corpos de água. São indicativos da melhoria
do rio:
- critério químico - o teor de oxigênio dissolvido volta a ter altos valores ( . 5 mg/l )

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- critério biológico - aumenta o número de tipos de seres e diminui a quantidade de um tipo específico de ser.
No caso dos rios , rios menos poluídos tem peixes de alta nobreza que precisam de alto teor de oxigênio
dissolvido.
Várias equações matemáticas procuram simular o que acontece na autodepuração dos rios. A equação mais
famosa é a de Street Phelps.

bacia hidrográfica - área contribuinte hidraulicamente para um rio. Da região de Brasília nascem três bacias
hidrográficas, a bacia do Rio da Prata, São Francisco e Amazonas . A cidade de S.Paulo está na bacia
hidrográfica do Rio da Prata, ou seja as águas que caem nessa cidade correm para um córrego afluente por
exemplo do Rio Tietê que é afluente do Rio Paraná que desemboca no Rio da Prata.

bactéria - microorganismo heterotrofo. - vive da matéria orgânica já existente. Seu processo alimentar é
portanto semelhante ao dos animais que são heterotrofos.
No processo de tratamento de esgotos sanitários as bactérias são fundamentais pois a remoção da matéria
orgânica é feita via aeração bioquímica usando as bactérias.

balanço de massa - - procedimento de verificação da constância de um produto num processo de


transformação. Assim se temos um despejo ( 3m3 por semana ) com o teor de 100 mg/l de mercúrio se
transformarmos esse despejo e precipitarmos um alto teor de mercúrio obtendo-se um despejo com 1 mg/l
depois de um ano se terá no lodo retido uma quantidade de mercúrio igual à:
Esse é um exemplo de balanço de massa.
vazão de entrada 3m3 por semana teor de mercúrio 100 mg/l = 100 g / m3
logo a vazão de mercúrio é 300 por semana. Se o processo produz um efluente com 1 mg/l então fica retido no
lodo 99 g por m3 e 3 x 99 g por semana = 297 g/semana. Como um ano tem 12x4 = 48 semanas então a
quantidade de lodo retida no processo será após um ano = 297 x 48 = 14.256 g.
No balanço de massas há a necessidade de haver um produto conversativo ou seja que seja constante no
processo. Os elementos da química atendem a essa característica pois não se transformam. A quantidade de
nitrogênio , carbono, mercúrio e qualquer outro elemento é a mesma hoje e há vinte milhões de anos atras. O
mesmo não se aplica a produtos que possam sofrer transformação durante o processo em estudo. A água pode
se combinar com outros produtos deixando de ser água.
Num processo de secagem de lodo onde não haja transformação química a quantidade de água pode ser
usada como parâmetro de controle de um balanço de massas.

bento - seres vivos que vivem no fundo do mar.

biodegradável - produto que pode ser decomposto em outros produtos mais simples pela ação de bactérias.
Os esgotos sanitários são biodegradáveis. Curiosidade- a madeira, o papel ( celulose ) são produtos
essencialmente orgânicos não biodegradáveis para bactérias comuns mas são biodegradáveis ( digeríveis )
para a praga do inseto cupim . O inseto cupim que tem suco gástrico ( suco do estômago ) capaz de digerir
celulose é biodegradável na ingestão de galinhas e seres humanos. É um exemplo de cadeia alimentar. Uma
semente de uma árvore se transforma em uma árvore rica em celulose. A árvore vira depois de beneficiamento
uma mobília e dai o cupim ataca e se alimenta do material da mobília . O cupim por vezes é comido com gula
por uma galinha e nós comemos a galinha. Na verdade estamos comendo uma cadeia alimentar ( chamada de
cadeia trófica ) que começou no CO2 .

biodiversidade - um meio biológico não poluído tende a ter:


- grande diversidade de tipos de vida,
- pequena número de exemplares de cada tipo de vida.
Assim na floresta amazônica temos tanto na flora ( vegetais ) e na fauna ( animais ) grande diversidade de tipos
de vida. De cada tipo de vida ( por exemplo o homem ) temos pequena concentração, algo como uma tribo de
índios distribuída em dezenas de quilômetros quadrados. Já numa área de sitio de produção agrícola temos
uma enorme concentração de gente ( uma família em cada quilômetro quadrado ) e poucos tipos de vida pois
as plantações e as criações de animais expulsam os tipos de vida indesejáveis.
Num prédio de apartamentos talvez tenhamos dezenas de pessoas por metro quadrado de projeção no terreno
e pouquíssimas espécies de animais e de vegetais.

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Logo numa floresta temos enorme biodiversidade e numa área urbana temos uma mínima biodiversidade.
Conforme um ambiente se polui diminui a biodiversidade e há casos de espécies que desaparecem da face da
Terra pois essa espécie era do tipo especialista e tinha enorme dificuldade de se alimentar de produtos em
geral.
Exemplo de seres não especialistas que sobrevivem a tudo pela sua capacidade de se alimentar e se reproduzir
- homens e baratas. Exemplo de ser especialista - urso panda que precisa para sua alimentação tipos especiais
de bambu.

biogás - gás produzido a partir de matéria orgânica. Há gás produzido a partir da decomposição do lixo urbano,
do lodo das estações de tratamento de esgotos e biogás produzido a partir da decomposição natural de matéria
orgânica por exemplo dos pântanos.

bioremediação- o termo é genérico e quer dizer resolver ( remediar) usando meio biológico. Na prática esse
termo é usado para o tratamento de solos poluídos usando-se as bactérias do próprio solo .

biossólido ( biomassa ) - matéria orgânica passível de ser tratada biologicamente. Por vezes chama-se de
biomassa ao lodo do esgoto ou qualquer material rico biologicamente. Por exemplo : as plantações de cana de
açúcar são ricas em biomassa.

biota- conjunto de seres vivos , animais e vegetais de um local.

Captura de carbono - Considerando que o crescimento vegetal se faz a partir da fixação do CO2 da atmosfera
a idéia da captura ( fixação ) do carbono é promover através do reflorestamento a diminuição do CO2 da
atmosfera. Notar que as matas existentes por estarem já suas árvores na idade adulta fixam pouco o gás
carbônico e as árvores em crescimento fixam muito gás carbônico necessário ao seu desenvolvimento.
A mata amazônica era chamada " pulmão do mundo " pela sua enorme área mas é uma mata já existente e
com baixa taxa de crescimento. Um reflorestamento é mais fixador de gás carbônico do que uma área
equivalente de mata virgem.

Carcinogênico - que leva ao câncer.

carga polucional . Para estudos de planejamento é usual atribuir a cada pessoa moradora em uma região de
uma capacidade polucional proveniente dos seus esgotos. Assim a contribuição média por pessoa é estimada
em 54 g de DBO por habitante dia. Isso quer dizer que uma população de 1.000 pessoas lança nos rios de sua
região um esgoto tal que esse esgoto vai retirar dos rios uma quantidade de 54 x 1.000 g de oxigênio ou seja
54.000 g ou seja 54 kg de oxigênio

Catri - sigla do documento Certificado de Autorização para Destinação de Resíduos Industriais , documento que
libera depois de análise química a destinação final de um resíduo sólido industrial.

cemitérios - tipos de aterro para se enterrar seres humanos e animais. A CETESB tem normas extremamente
bem detalhadas para evitar que os restos de decomposição dos corpos poluam o ambiente. Há casos de rios
poluídos por efluentes líquidos de decomposição de corpos.

chorume - líquido proveniente da decomposição do lixo doméstico. É altamente poluidor, mais concentrado em
DBO várias vezes maior que a DBO do esgoto sanitário.
O chorume como despejo biodegradável que é, pode e deve ser tratado por via biológica em lagoas de
oxidação ou em estações mecanizadas.

chuvas ácidas - chuvas com alta acidez e que na maior parte das vezes tem origem da mistura do vapor da
atmosfera com resíduos gasosos industriais . Por vezes ocorrem chuvas ácidas em locais distantes centenas de
quilômetros do local do lançamento na atmosfera dos despejos gasosos.

ciclone e anticiclone - ciclone - sistema de baixa pressão onde a pressão cresce do centro para a periferia e o
sentido da circulação horizontal é no sentido horário. No anticiclone a pressão decresce do centro para a
periferia e o sistema gira horizontalmente no sentido antihorário .
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classificação dos seres vivos - os seres vivos são classificados em oito níveis a saber : reino ( animal ou
vegetal ) , sub-reino, filo, classe, ordem, família, gênero, espécie. Vejamos para três seres vivos suas
classificações:
o homem mosca
reino animal animal
sub-reino metazoário metazoário
filo cordados artrópodo
( vertebrado)
classe mamífero inseto
ordem primata díptero
família hominíade muscídeo
gênero homo musca
espécie homo sapiens musca doméstica
Ref. " Expedição Ecológica ao fundo do quintal " de Samuel M. Branco.

clonagem - técnica de produzir um ser vivo com base em simples células vivas ou mortas mas que tenha o
padrão genético da espécie. Assim foi feita com a ovelha Dolly , rigorosamente igual a uma ovelha que cedeu
células com padrão genético. Na Austrália pretende-se recriar um animal extinto há mais de sessenta anos , o
tigre da Tasmânia do qual se tem apenas um cadáver . Com a extração de algumas células desse cadáver, e a
injeção dessas células em um óvulo de um animal próximo ao tigre ter-se- ia o desenvolvimento de um novo
tigre da Tasmânia.
Se essa experiência der certo a recuperação de centenas de animais desaparecidos pode virar realidade.

cloração - técnica da adição de produtos ricos em cloro como por exemplo o gás cloro, o hipoclorito de sódio
ou de cálcio tendo em vista a desinfeção da água. Procura-se manter um mínimo de cloro livre na água após a
cloração. Normalmente o teor mínimo de cloro livre deve estar na faixa de 0,5 a 1,0 mg/l. Chama-se cloração ao
" break point " uma cloração com alta dosagem e que graças a isso consegue reagir com certos compostos
orgânicos mais estáveis e que não foram alcançados pela cloração com baixos teores. Aplicando-se a cloração
com altos teores o cloro livre que resulta na água é menor que o cloro livre com pequenas adições. Ou seja na
faixa de altas dosagens chama-se break point a dosagem em que todas as matérias orgânicas foram atingidas
e a partir desse ponto quanto mais dosarmos de cloro mais cloro livre se terá.

clorofila - produto existente em todos os vegetais, de cor verde , e que permite que o gás carbônico
atmosférico seja transformado em matéria orgânica da planta.

Código Florestal - corresponde à lei federal n. 4.771/65 que regula o uso e preservação de florestas.

coleta seletiva - usada na coleta de lixo quando se tomam cuidados específicos de um tipo de coleta. Exemplo
coleta de lixo hospitalar cujo destino deve ser a incineração.
A coleta de alguns materiais por razões econômicas é também uma coleta seletiva. Exemplo coletar papel, latas
de alumínio etc.

coliforme - classe de bactérias que existem no sistema digestivo de animais e na terra. Usa-se o teor de
coliformes numa água para se ter uma idéia de sua contaminação por fezes de animais. A cloração reduz
enormemente os coliformes e por comparação estima-se que reduza microorganismos causadores de doenças
ao homem como os microorganismos que causam a cólera, a desinteria etc.
O controle de coliformes é portanto um controle microbiológico de sistemas de saneamento. Os coliformes
típicos dos intestinos são chamados de coliformes fecais.

comensal - o que se alimenta

compostagem - produto resultante do tratamento do lixo urbano e que pode depois ser usando em certos tipos
de adubação

Conama - Conselho Nacional do Meio Ambiente - O Conama é órgão consultivo e deliberativo e o Ibama é o
órgão executivo.
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condutividade elétrica- característica de conduzir energia elétrica. Numa água isso é função da existência de
sólidos dissolvidos.

Conferências Mundiais mais importantes sobre Meio Ambiente


A primeira foi em Estocolmo, capital da Suécia, em 1972.
A segunda foi no Rio de Janeiro em 1.992
Na conferência de Estocolmo foi publicado o documento " Uma terra somente ".
Na época ( 1972 ) ficou famosa uma frase de um governador de estado brasileiro que declarou , por não haver
na época nenhuma mentalidade conservacionista:
" - industriais do mundo, tragam suas poluições para meu estado " .
Era a idéia de que pior que a poluição é o subdesenvolvimento. Acredito que hoje ele não diria essa frase.
O relatório da reunião do Rio de Janeiro tem o nome de Agenda 21.

Conferência de Kyoto - Convenção do Clima


Um de seus pontos foi estudar o problema do aquecimento do planeta ( efeito estufa ) face á combustão de
produtos com petróleo e a queima de madeira fatores que agravam o aumento do CO2 na atmosfera. O
documento final da reunião denominou-se Protocolo de Kyoto.

cone Imhoff - cone de um litro de capacidade usado para medir sólidos sedimentáveis.
O teste é feito durante uma hora sendo então anotado o volume de sólidos que estão depositados no fundo do
cone.

conflito de legislação - quando em casos de meio ambiente são aplicáveis várias legislações ( federal,
estadual e municipal ) a tendência é ser válida a mais restritiva .

contabilidade ambiental - na análise de alternativas da solução de um problema procurar aprofundar o estudo


dos impactos diretos e indiretos de cada solução para escolher a alternativa que contabilizando todas as
vantagens e desvantagens é a que menos prejudica o meio ambiente. Por exemplo para abastecer de água
uma cidade havia duas alternativas. Fazer uma barragem num rio ou pegar água do lençol profundo ( poço
profundo) . A primeira vista o impacto ambiental da barragem era maior . Analisado com mais cuidado a
contabilidade ambiental verificou-se que o sistema de bombeamento de poços profundos tem baixa eficiência e
requer mais energia e exigiria ampliação da barragem geradora de energia e com isso o dano ambiental era
maior. Optou-se pelo uso da captação superficial por barragem do rio.

Convenção da Basiléia - Em 1989 foi feito um acordo internacional referente ao transporte entre países de
cargas perigosos. O Brasil é signatário

Coprocessamento - expressão muito usada quando um resíduo é queimado num forno que atende a outro uso
. Essa prática é muito comum usando fornos de cimento face á alta temperatura que nesses fornos ocorre,
ocasionando a decomposição da maioria dos produtos orgânicos.

corredor ecológico - criação de uma área tipo corredor ligando dois ecossistemas semelhantes e com isso
melhorando a preservação de espécies.

desenvolvimento autosustentado - é o desenvolvimento que pode ser mantido por muito tempo pelo fato de
não consumir ou não destruir a natureza de forma violenta. O lançamento de lixo em córregos é um tipo de
atitude não autosustentado pois a capacidade de autodepuração de rios é limitada. O tratamento do lixo e sua
utilização na agricultura é um exemplo de atitude de desenvolvimento autosustentado.

desinfeção - ação de eliminação da maioria dos seres vivos de uma ambiente ( por exemplo água em um
reservatório ) . Os produtos clorados como o hipoclorito de sódio, o hipoclorito de cálcio , o gás cloro , a ozona
são produtos industriais que fazem desinfeção de águas, esgotos e ambientes.

detergente duro - detergente que não sofre decomposição biológica . Não é viável de ser tratado por processo
biológico
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detergente mole- é o detergente que se decompõe num processo biológico seja na natureza seja em uma
estação de tratamento por via biológica.

DBO - teste laboratorial que padroniza a medida do grau de poluição bioquímica de uma água residuária . O
teste mede quanto de oxigênio um litro de despejo retira via oxidação biológica de uma água super oxigenada.
O teste é feito a 200 durante cinco dias ou durante vinte dias. O padrão mais usado é cinco dias.
Exemplo - DBO de um esgoto sanitário - 260 mg/l , de um despejo industrial - 430 mg/l e do chorume da
decomposição do lixo doméstico - 2.700 mg/l.

DQO - Assim como a DBO mede a matéria orgânica biodegradável houve a necessidade de criar um teste
laboratorial que medisse a totalidade da matéria orgânica , biodegradável e não biodegradável. Isso é feito pelo
teste da DQO - Demanda Química de Oxigênio . Usa - se nesse teste um oxidante enérgico que é o dicromato
de potássio. O valor da DQO é o total de miligramas de oxigênio gasto para oxidar a matéria orgânica total do
despejo. Por medir toda a matéria orgânica de um despejo ( biodegradável e não biodegradável ) a DQO é
quase sempre maior que a DBO. Há alguns poucos produtos orgânicos que tem DBO e não reagem no teste da
DBO. Regra geral DQO> DBO . Quanto maior a relação DQO/DBO menos biodegradável é um despejo. Assim
despejos de indústria de papel tem alta relação DQO/DBO e despejos das indústrias alimentícias que são
tipicamente biodegradáveis tem baixa relação DQO/DBO . Um despejo totalmente biodegradável teria
DQO/DBO = 1.

deflúvio - parte da água de chuva que escorre superficialmente até um corpo de água e não se infiltra no
terreno. O equivalente a " run off " .

despejos inorgânicos - são os restos da indústrias inorgânicas como as galvanizações, indústrias de


processamento de minérios etc.

despejos orgânicos não biodegradáveis - como os despejos de indústria de papel. Tem muita matéria
orgânica não biodegradável. Outro exemplo de despejo orgânico não biodegradável são os despejos de
tinturaria, de produção de inseticidas e outros tipos de biocidas ( bio - vida , cida- morte ). Incluam-se aí os
despejos petroquímicos que liberam óleos que no meio aquático são mortais a todos os tipos de vida. Os
despejos orgânicos não biodegradáveis são ainda terríveis do ponto de vista do meio ambiente pelo fato de não
se degradarem facilmente e portanto talvez depois de vários anos encontrar-se-ão efeitos dos mesmos na
natureza. Uma das tentativas de recolher despejos oleosos é fazer com que os mesmos sejam absorvidos por
material poroso como palha.

dique de contenção - construção com terra ( ou outro material ) feita em volta de um reservatório de produtos
químicos para conter esse produto caso haja um derramamento .
Há casos de diques de contenção para proteger áreas urbanas de inundações de barragens. Caso da cidade de
Mairiporã , SP.

direção de ventos e das correntes - diz-se que um vento é sul se vem do Sul. Ao contrário uma corrente
marítima ou lacustre - ( de lago ) sul é a corrente que vai para o Sul

divisor de águas - limite de uma bacia hidrográfica . Normalmente o divisor de águas é definido por aspecto
morfológico ( formato ) da bacia. Há casos de por razões geológicas uma bacia captura água subterrânea de
outra bacia.

drenagem - sistema de secagem ou de direcionamento da água em contato com o solo ( lodo ) . São usados os
termos drenagem sanitária ( rede de esgoto de um local ) e drenagem pluvial que é o sistema de destinação
das águas pluviais.

ecologia - ciência que estuda as relações entre os seres vivos

ECO - 92 - ver agenda 21 nesta apostila

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ecossistema - local onde existe uma unidade biológica e uma interdependência entre os seres vivos. Exemplos
de grandes ecossistemas: o cerrado, a mata atlântica.

efeito estufa- aumento da temperatura da terra atribuído ao acúmulo de gases na atmosfera. No último século
esse aumento teria sido da ordem de 0,5 0 C. Uma possível causa do efeito estufa está relacionada com o
aumento do gás metano.

EIA RIMA - estudo que deve preceder obras de vulto e que define os cuidados necessários para proteger o
meio ambiente.

endemia - situação que uma doença transmissível fica restrita a um único local. Na epidemia a doença
aumenta o número e amplitude geográfica de ataque e na pandemia a amplitude é enorme

entropia - medida da energia não utilizável . Cada processo de transformação de energia gera um tipo de
energia mais pobre dizendo-se com isso que cada transformação aumenta a entropia do universo.

esgotos sanitários - tudo o que é coletado como água servida de uma cidade. Inclui os esgotos residenciais ,
do comércio , de instituições como escolas, prefeitura etc. e pequenas indústrias como por exemplo os
efluentes líquidos de uma panificadora, de uma pequena tinturaria, de um açougue etc.

esgoto industrial - ou despejo industrial - restos de lavagem dos processos industriais e águas de refrigeração.
Os esgotos industriais podem ser divididos em:
- despejos biodegradáveis - são os que podem ser ligados sem maiores problemas à rede de esgoto sanitário e
sofrer o tratamento em comum.
- despejos orgânicos não biodegradáveis
- despejos de origem da Química Mineral - por exemplo despejos com ácidos, com cianetos ou cromatos etc.
Em várias legislações de controle de meio ambiente procura-se controlar nos despejos industriais:
- teor de óleos e graxas pelo dano ambiental que esses produtos causam á vida aquática,
- pH - pelo dano à biota
- sólidos sedimentáveis - para não haver formação de lodos,
- alta temperatura - causa perda de oxigênio dissolvido pelo aumento da temperatura das águas do rio,
- matéria orgânica biodegradável - retira oxigênio dissolvido face à decomposição da matéria orgânica
putrecível,
- vazão variável - para evitar os danos das descargas. É melhor sempre cortar picos de descargas do que
concentra-las.

esterilização - ação que pretende eliminar totalmente os microorganismos de um ambiente. Pode-se usar por
exemplo os produtos clorados em alta dosagem.

estuário - área, local , de chegada de um rio em outro corpo de água

ETA - abreviação de estação de tratamento de água, unidade que pega água de um corpo de água ( rio, lago
etc. ) e a transforma em água potável.

ETE - abreviação de estação de tratamento de esgotos . Transforma pelo tratamento o esgoto em um líquido
menos poluidor.

eutrofização- . os lagos recebem as contribuições dos rios e nesse processo contínuo dois problemas podem
começar a aparecer denotando o envelhecimento de um lago.
Primeiro - acúmulo de lodo face ao material sólido insolúvel ( por exemplo a areia ) que os rios sempre trazem
Segundo - se houver na região drenada pelos rios o uso de produtos ricos em nitrogênio e fósforos ( caso de
esgotos e fertilizantes ) poderá acontecer um crescimento exagerado de algas ( eflorescência ) e toda a
superfície do lago torna-se verde face à clorofila das algas ( seres vegetais ). O crescimento exagerado do
número de algas é um fator de desequilíbrio do meio ambiente do lago e no caso da água do lago ser usada
para fonte de água bruta para uso humano isso pode dar gosto e cheiro á água que em algum momento será
clorada. A literatura americana diz que um lago intensamente eutrofizado é algo como uma sopa verde ( sopa
de algas ).

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F

filtro biológico - leito de pedras de mão ( de vários centímetros ) onde o esgoto sanitário já decantado ( no
decantador primário ) passa e sofre oxidação biológica. Essa oxidação biológica é causada pelo arraste de ar e
pelos microorganismos que aderem à superfície das pedras do filtro. O líquido que passa arrasta o lodo
biológico formado no filtro , lodo esse que é retido no decantador secundário. O filtro biológico é mais fácil de
operar que uma estação de lodos ativados mas tem menos capacidade de se adaptar a variações rápidas das
características dos esgotos. A eficiência a esperar de uma estação de tratamento de esgotos com o sistema de
filtro biológico é de 80 a 90 % de remoção da DBO. Esse sistema de tratamento pode ser empregado para
despejos industriais biodegradáveis.

flotação - técnica de injeção de ar em esgotos industriais para remover partículas leves e gorduras . Esse
material é retido na superfície dos tanques e removido. Usa - se a flotação tanto em despejos industriais, em
despejos de refinaria como em esgotos sanitários antes da disposição no mar.

flona - flona significa " floresta nacional " , área de interesse de preservação do meio ambiente. Pelo texto do
decreto federal n. 1.298 ( 27/10/1.994 ) são áreas de domínio público, providas de cobertura vegetal nativa ou
plantada , estabelecidas com vários objetivos preservacionistas como : estudo de manejo , proteção de
recursos hídricos, pesquisas etc. .

floresta, tipos :
- natural ou nativa - a que nasceu ou cresceu sem cuidados humanos, o contrário de floresta proveniente de
reflorestamento com objetivo econômico
- primitiva - a que existe desde antes da chegada do homem
- floresta regenerada - a que foi destruída e recuperada pelo homem ou pela própria natureza

fotossíntese - processo em que os vegetais recolhem o gás carbônico da natureza e usando a clorofila ,
transformam o C02 em matéria orgânica de seu corpo. A clorofila ( tom verde ) é o produto essencial nessa
transformação. Os vegetais serão depois alimento para certos animais e começa a escada alimentar.

gestão ambiental - uso dos recursos do meio ambiente de forma que sejam minimizados as conseqüências de
sua transformação e garantida sua produção ambiental ao longo dos anos. Cada meio ambiente tem uma
resiliência ou seja a capacidade de suportar danos e modificações. A gestão ambiental procura fazer
modificações que sendo necessárias ao homem altere de pouco as características do meio ambiente.
Segundo a Enciclopédia Britânica citada na Ref. Bibliográfica 12 seria a gestão ambiental:
" O controle apropriado do meio ambiente físico , para propiciar o seu uso com o mínimo de abuso, de modo a
manter as comunidades biológicas, para o benefício continuado do homem".
H

habitat - ambiente de um ser vivo.

heterotrófico - ser que não produz sua própria matéria orgânica dependendo de outros seres para isso. Os
animais são o melhor exemplo de seres heterotróficos. As bactérias também são na sua maioria seres
heterotróficos . Os seres tipicamente não heterotróficos ( seres autróficos ) são os vegetais . As algas são um
exemplo. Produzem a matéria orgânica de seus corpos a partir de compostos minerais ( gás carbônico ,
nutrientes minerais e água ).

hidrologia - estudo do ciclo da água . As grandes massas de água do oceano e de outros corpos de água
sofrem a ação do calor vindo do sol. Face ao calor parte das águas evapora subindo sob forma de vapor para
formar as nuvens. As nuvens ao encontrar temperaturas frias ou por excesso de vapor se condensam e formam
as chuvas . A qualidade da água da chuva na sua formação é só de água. Ao cair podem arrastar poeira e
produtos químicos diversos podendo gerar chuvas poluidoras ( por exemplo chuvas ácidas ) . O local de queda
das chuvas pode ser bem distante do local da evaporação pois as nuvens são levadas pelos ventos. As águas
de chuva caem ou em corpos de água ou no solo. As águas que caem no solo podem se infiltrar no solo ou
correr superficialmente para rios e lagos. A quantidade de água que se infiltra no solo depende da geologia do
solo , do formato da bacia , do revestimento vegetal do terreno. As águas que caem nos rios por esses vão
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retornando aos oceanos ou lagos via o sistema de rios. As águas que caem no solo formarão o lençol freático
que alimenta os rios tanto na época das águas como na época da seca. Dependendo da geologia da região as
águas infiltradas alimentarão rios das imediações ou poderão andar centenas de quilômetros e alimentar o
lençol subterrâneo .É o lençol subterrâneo o lençol que alimenta os poços profundos . O balanço de todo o ciclo
da água é a hidrologia ou seja o estudo do ciclo hidrológico.
A salinidade dos mares esta ligada ao fato das águas dos rios erodirem o solo e transportarem por isso sais
minerais que ficam retidos e se acumulam nos mares pois no processo de evaporação formador das nuvens só
sai água pura dos mares e com isso acumula-se sal nos mares.

húmus- material orgânico resultado da ação de organismos do solo . É um material muito rico biologicamente e
é usado pela natureza e pelo homem como adubo. O húmus ocupa camadas bem superficiais da terra.

IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, órgão vinculado ao
Ministério do Meio Ambiente, correspondendo ao braço executivo desse ministério .

impacto ambiental - alteração de um meio ambiente pela ação do homem. Os estudos de impacto ambiental
são estudos que devem ser anteriores à ação de transformação da natureza para verificar o que pode ser
modificado e como minorar a transformação .
A própria constituição brasileira prevê a necessidade dos estudos de impacto ambiental antes da realização de
grandes obras e que o estudo do impacto ambiental tenha grande publicidade pressupondo dessa forma o
principio de que a proteção do meio ambiente seja de interesse de todos.

intemperismo - ação da natureza ( chuvas, ventos ) e que modificam e desagregam materiais resistentes como
rochas.

Imunológico - relativo à capacidade de resistir a agressões microbiológicas externas

Incineração - processo de queima de resíduos sólidos de todo o tipo ( lixo, tóxicos etc. ) ou de lodo. A diferença
entre resíduo sólido e lodo é uma questão de umidade e com isso de trabalhabilidade. O lodo ainda é um
líquido ( ocupa o volume interno de um recipiente que o contem ) e o resíduo sólido não o faz. Numa linguagem
simplista o lodo é um xaropão muito denso e o resíduo sólido é algo como um material terroso. O grande
inimigo de lodos e resíduos é a umidade ou seja o teor de água. Todos os processos de retirada de água são
importantes pois assim não somos obrigados a transportar e manusear água. Retirada a maior parte da
umidade de um lodo ou resíduo uma solução para seu descarte ( abandono ) , alem de se tentar seu reuso na
própria indústria é incorporar o lodo em materiais de construção . Assim lodo com metais pesados são
misturados com cimento, areia e pedra para se fabricar peças de construção civil em prédios públicos tomando
cuidados em d não usar essas peças em áreas externas ou enterradas para evitar que as águas de chuva ou as
águas subterrâneas possam lixiviar (dissolver ) os produtos com metais pesados que estão nessas peças.

inversão térmica - fenômeno comum de acontecer em meses frios. O não aquecimento das camadas de ar
mantém as camadas de ar sem renovação e os efluentes gasosos liberados por fontes poluidoras não tem
como se dispersar e com isso o ar fica carregado de impurezas.

I S O - A ISO é a organização International Standard Organization ou seja Organização de Normas


Internacionais. É um foro mundial onde são preparadas e emitidas normas para uso internações. Atenção :
normas americanas, inglesas ou alemãs são normas estrangeiras e não internacionais. Normas internacionais
são as normas feitas por representantes de todos os países do mundo.
O conjunto de normas da ISO para o meio ambiente é a série ISO 14.000.
A norma BS 7.750 é a norma britânica para o meio ambiente.
Na ABNT o Comitê CB - 38 é o comitê responsável pela norma 14.000 e normas subsequentes ( NB 14.001 )..
Por exemplo a norma ISO 14.021 é. para avisos ambientais. Um produto que deseje informar como ele é
reciclado deve indicá-lo usando a fita de Mobius com a indicação do índice de reciclagem em porcentagem. A
fita de Mobius é feita com três flechas dispostas em triângulo orientado por flechas em sentido horário.

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jar test - o teste dos jarros. Teste para determinar as condições ótimas do pH para o tratamento de uma água e
o teor mínimo de reagentes ( cal e sulfato de alumínio )

jorrante , poço - tipo de poço profundo em que a água do lençol profundo estando confinada em camadas
impermeáveis , depois de rompidas essas camadas a água em pressão sobe podendo alcançar e ultrapassar o
nível do solo.

legislação - regras produzidas pelo poder público ( federal, estadual e municipal ) que definem
obrigatoriedades. Na Europa além do poder federal ( nacional ) existe um poder extranacional oriundo da união
dos países europeus.
Leis são regras de seguimento obrigatório aprovadas pelo poder legislativo ( senadores, deputados federais ,
estaduais e vereadores ) . Decretos são emitidos pelo poder executivo e regulam as leis sem criar novas
obrigações. Portarias, atos são prescrições meramente técnicas e administrativas que devem ter sido previstas
por leis e decretos.

lei dos crimes ambientais - lei federal n. 9.605 que estabelece quais atitudes são consideradas como crime
ambiental.

lençol freático - superfície superior da manta de água que existe no solo face à infiltração de águas das
chuvas.

limnologia - estudo do meio ambiente dos corpos de água não salgadas.

lodo do esgoto - O esgoto bruto depois de passar pela grade, caixa de areia, decantação primária , aeração e
decantação secundária tem sua DBO removida de cerca de 80 a 90%. Segue-se as vezes a cloração do
efluente tratado que então é jogado em um corpo de água. Modernamente procura-se que o efluente tratado
seja reusado por exemplo em industrias como água menos nobre ( água de refrigeração ).
No processo de lodos ativados produz-se continuamente lodo e esse lodo tem que ser tratado para diminuir seu
volume já que seu teor de água é enorme. A secagem do lodo pode reduzir seu volume para 1% do volume
inicial ( volume com água ).
Tanto o lodo biológico como o lodo primário são enviados para sofrer digestão ( oxidação ) biológica em
disgestores . O lodo digerido ( transformado e estabilizado ) deve agora ser seco para diminuir de volume.
Usam-se como dispositivos de secagem :
- leitos de secagem ao ar livre,
- centrifugas
- filtros prensa
- filtros a vácuo.
O lodo seco do tratamento de esgotos sanitários deve ser ou usado como adubo ( ele é péssimo adubo ) ou
enterrado ou queimado em incineradores.
As experiências de uso do lodo digerido e seco do esgoto esbarram com muitas dificuldades. Esse lodo ainda
em microorganismos perigosos, o contato com o lodo deve ser feito com cuidado face à presença de pedaços
de vidro e seu uso como adubo é difícil pois tem muitas sementes indesejáveis que se desenvolvem ( sementes
de tomate por exemplo ) . Um outro destino do lodo é ser seco em incineradores. No processo de queima em
incineradores temos problemas de poluição atmosférica e cinzas. As cinzas devem ser enterradas ou
embaladas e guardadas e para combater a poluição atmosférica usam-se por exemplo precipitadores
eletrostáticos.
Nas grandes cidades junto com a queima de lodo do esgoto queimam-se : remédios vencidos ou falsificados,
tóxicos, papel moeda velho ou falsificado etc.

lodos ativados para tratamento de esgotos - processo de tratamento de esgotos sanitários e de despejos
orgânicos biodegradáveis ( por exemplo os de origem de indústria de alimentos ) . O objetivo é remover a
matéria orgânica biodegradável medida pelo teste padrão da DBO ( medida após cinco dias e a temperatura de
vinte graus ). Os esgotos sanitários tem DBO da ordem de 200 a 400 mg/l . Efluentes industriais podem ter DBO

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na faixa de 500 mg/l a 3.000 mg/l. O chorume, efluente da drenagem do tratamento do lixo urbano pode ter
DBO maior que 3.000 mg/l. O sistema de lodos ativados é composto de :
- grade - para proteger os equipamentos mecânicos da entrada de resíduos de grande tamanho
- caixa de areia - para retirar a areia que vem junto dos esgotos e pode causar abrasão ( raspagem ) nas
bombas
- decantador primário - remove sólidos grosseiros ( areia, pedaços de materiais )
- tanque de aeração - local onde estão instalados aeradores ou insufladores de ar e graças a essa aeração a
matéria orgânica dos esgotos é oxidada e incorporada a um novo tipo de lodo chamado lodo ativado
- decantador secundário - tem o objetivo de reter o lodo biológico ( ativado ) criado no processo.

mangue - normalmente uma região lodosa e resultante da deposição de sólidos ( lodo ) quando da chegada de
rios no mar. Pelas suas características geológicas o mangue torna-se uma região rica em vida vegetal e animal
sendo um ecossistema com altíssima biodiversidade.

margem de um rio - lados do rio . Por convenção a margem direita é a de quem olha o rio com costas para
montante e vista para jusante.
mata ciliar - mata que fica ao lado de um rio e que tem a função de:
- proteger as margens contra ocupação humana desordenada,
- proteger barrancos contra a erosão,
- impedir a chegada abrupta de águas superficiais aumentando com isso a infiltração

material particulado - em estudos de controle de poluição atmosférica é o material que existe no ar e que pode
ser retido em um filtro.

médias numéricas de análise - forma de tratar grande quantidade de informações numéricas substituindo por
um valor. A média aritmética soma todos os valores e os divide pelo número dos valores. A média geométrica
multiplica os valores e extrai a raiz enézima desses valores.
exemplos - a média aritmética de 4, 8 e 18 é = ( 4+ 8+ 18 ) /3 = 30/3 = 10.
A média geométrica dos mesmos números é = ( 4 x 8 x 18 ) 1/3= ( 576 ) 1/3= 8,32.
A média geométrica estigmatiza os conjuntos de números que tenham um valor mais baixo sendo usada em
situações onde danos são de difícil recuperação.
Se num estudo de meio ambiente tivermos que dar notas a danos a paisagem e admitindo-se que o paisagismo
seja algo recuperável o uso da média aritmética é possível. Danos causados por derrames de óleo talvez
possivelmente tenham que ser tratados por médias geométricas.

meio aeróbio e ou anaeróbio - um corpo de água não poluído tem sempre oxigênio dissolvido face às trocas
com o oxigênio do ar e isso altamente incrementado com o movimento das águas. Assim os corpos de água
não poluídos tem alta taxa de oxigênio dissolvido ( algo como 5 a 10 mg/ litro de água ) . Esse meio é chamado
de meio aeróbio.
Despejos com altas temperaturas criam poluição física e diminuem o teor de oxigênio dissolvido. Despejos
orgânicos biodegradáveis são oxidados pelo oxigênio do rio e com isso diminui o teor de oxigênio dissolvido do
rio podendo até eliminá-lo . Ai temos o estado ( ambiente ) anaeróbio. No ambiente anaeróbio desenvolvem-se
tipos de vida típicas desse ambiente e completamente diferentes dos microorganismos e organismos que
existem no meio aeróbio. Certas espécies de peixes exigem águas com alto teor de oxigênio dissolvido (
exemplo trutas ) e outros peixes conseguem sobreviver com águas de baixo teor de oxigênio dissolvido.
Quando muda de forma rápida o teor de oxigênio dissolvido de um corpo de água podemos ter uma
mortandade de peixes como possivelmente podem ser as mortandades da Lagoa Rodrigo de Freitas no Rio de
Janeiro.

método Delphi - sistema de consulta a especialistas para resolver de maneira rápida e eficiente problemas
complexos e de múltiplas especialidades. O método do " brain storm " é um tipo de reunião que explora a
criatividade de múltiplos especialistas. Esses métodos são importantes na engenharia de meio ambiente por ser
ela essencialmente multidisciplinar . Antes de aplicar esses métodos procurar uniformizar a nomenclatura pois
ela varia e conflita de especialidade para especialidade ligada ao meio ambiente.

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montante e jusante. Dado um ponto no rio as águas desse rio que estão acima são as águas de montante e as
águas que estão abaixo são as águas de jusante

mutação - mudança genética

mutagênico - situação que um ser sofre danos em sua estrutura genética por causa de um produto ou meio.
Os descendentes dos seres vivos que sofreram a situação mutagênica carregam a mutação ( mudança ). Ver
artigo 22 do decreto federal 98.816 de 11 de Janeiro de 1990. Esse decreto regula todos os aspectos de uso da
agrotóxicos no país.

nível trófico - nível da escala de evolução dos seres vivos.

norma - documento técnico emitido por entidade com respeitabilidade e que fixa critérios técnicos. A entidade
pode ser ligada ao poder público ou ser uma iniciativa de cidadãos. No Brasil a entidade mais conhecida para
fazer normas é a ABNT ou seja Associação Brasileira de Normas Técnicas . O governo federal tem a entidade
INMETRO que trabalha também na normalização técnica. No Brasil , se não existir norma técnica estatal ( do
poder público ) as normas da ABNT são obrigatórias ( Ver Código de Defesa do Consumidor )
Para decisões colegiadas ( decisão por maioria de representantes ) é usada por vezes a expressão " resolução
".

nutrientes - produtos ricos em substâncias minerais ( principalmente N e P ) assimiláveis por processos


biológicos . Todo o processo fermentativo exige a presença de nutrientes para seu desenvolvimento. Quando
temos um processo biológico que temos interesse em melhorá-lo e há falta de nutrientes é comum adicionar
esses produtos. Os esgotos sanitários são ricos em nutrientes e por isso no tratamento biológico de despejos é
recomendável adicionar esgotos sanitários. Nos processos biológicos em que não se deseja seu
desenvolvimento como o crescimento de algas em lagoas com tendência de sua proliferação procura-se
diminuir a chegada de nutrientes. Nesse caso procura-se eliminar produtos ricos em fósforo pois não adianta
reduzir a chegada de produtos ricos em nitrogênio pois esse nitrogênio pode ser obtido do próprio ar
atmosférico.

Órgãos estaduais e federais responsáveis pelo controle de poluição


Citemos alguns
Acre - Instituto do Meio Ambiente do Acre
Tocantins - Instituto Natureza do Tocantins - NATURATINS
Alagoas - Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas
S.Paulo - CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
Santa Catarina - FATMA - Fundação do Meio Ambiente
Rio de Janeiro - Feema - Fundação Estadual do Meio Ambiente
e outros.
O órgão federal que cuida da legislação ambiental é o IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis e o CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente . O IBAMA é um órgão
federal ligado ao Ministério do Meio Ambiente

oxigênio dissolvido - é o teor de oxigênio que as águas não poluídas de rios e córregos tem face o contato
água atmosfera. Nos rios não poluídos o teor de oxigênio dissolvido chega , dependendo da temperatura, a
valores na faixa 5 a 10 mg/l. O teor de oxigênio dissolvido é usado em todos os países como um dos mais
importantes critério de qualificação dos rios. Rios poluídos tem valores próximo a zero de oxigênio dissolvido.
Rios poluídos em corredeiras voltam a ter altos teores de oxigênio dissolvido mas devido á matéria orgânica da
poluição esse oxigênio dissolvido rapidamente volta a valores próximos a zero.

organoclorados - produtos provenientes da cloração de águas com muita matéria orgânica ou esgotos . Os
produtos organoclorados são limitados nas normas de água potável pelo receio que se excessivos possam ser
cancerígenos.

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P

parasita - diz se que um ser é parasita de outro se tira vantagens e em nada contribui podendo até ser
maléfico.

pasteurização - diminuição ( não eliminação ) de microorganismos por ação de choque térmico. É chamada de
esterilização parcial. A cerveja é o chopp depois de pasteurizado. A cerveja pode ser conservada mais tempo
que o chopp pois os microorganismos do chopp foram reduzidos. A pasteurização do leite é para eliminar
microorganismos causadores de doenças. A pasteurização do leite é obrigatória. A idéia da pasteurização
provem das idéias de Louis Pasteur, químico francês do final do século passado.

patogênico - ser vivo que transmite doença ao homem. Inúmeros seres vivos da natureza causam doenças ao
homem. O vírus da gripe por exemplo.

pentacloro fenol - pó da china - inseticida poderoso usado para preservar madeira . Sua disposição no terreno
causou um dos mais difíceis problemas de poluição do solo de S.Paulo . A solução foi recolher o material
disperso no solo e queimá-lo ( incinerá-lo ) em altas temperaturas em um forno

piracema - tendência de peixe em procurar águas mais altas dos rios para desovar. Na construção de
barragens é necessário construir-se escadas para que o peixes possam subir o rio evitando o bloqueio causado
pela barragem.

plâncton - seres vivos microscópicos dos corpos de água e que são utilizados por seres superiores para sua
alimentação.

plantas carnívoras - são vegetais que se alimentam de animais ou outras plantas.


São exceções à regra de que são os animais que vivem dos vegetais .

pluma - termo muito usado em estudos de controle de poluição do ar e do solo e refere-se ou a porção gasosa
emitida pela chaminé ( e que forma algo como uma pluma ) ou à massa do terreno contaminado.

PNUMA - sigla do programa das Nações Unidas ( ONU ) para o Meio Ambiente.

poços profundos e rasos - poço escavado no terreno com grande profundidade ( maior que cinqüenta metros
) e do qual se retira água do lençol profundo. A parte superficial do poço ( primeiros dez metros ) é
impermeabilizada pois a água superficial geralmente é de menor qualidade. O poço raso ( poço freático ) ao
contrário tem pequena profundidade ( menos que vinte metros ) e depende da sua alimentação de água do
terreno entre cinco metros abaixo do nível do solo até o seu fundo. Notar que sempre se foge da água do solo
extremamente raso pois essas águas não sofreram praticamente nenhuma filtração.
As águas dos poços profundos são do tipo " se forem boas são ótimas, mas se forem ruins são péssimas ", ou
seja as águas de poços profundos são de total qualidade bacteriológica e costumam não ter gosto ou cheiro. Se
no entretanto a água subterrânea na sua viagem de talvez centenas de quilômetros tiver atravessado um lençol
com produtos que dêem cheiro ou gosto a água , por serem produtos solúveis é quase impossível
economicamente retirar esses produto da água tornando-a imprestável.
Algumas águas de poços profundos sobem à superfície com alta temperatura o que não chega a ser um
problema para seu uso. Poços jorrantes são chamados nos meios não técnicos como poços artesianos e os
poços não jorrantes são chamados de poços semi-artesianos.

poluição atmosférica , estudos de controle - no estudo do controle de poluição atmosférica devemos


considerar :
- fontes de poluição , se estacionária ( fixa ) ou móvel ,
- padrões de qualidade do ar - resolução CONAMA n. 03 de 28/junho/1990 que listou os poluentes como
divididos em partículas totais em suspensão, partículas inaláveis, dióxido de enxofre, monóxido de carbono,
ozônio e dióxido de nitrogênio.
- dispersão de poluentes - o vento é o grande fator de dispersão . Para isso temos que conhecer a rosa dos
ventos que é um desenho onde se mostram os ventos dominantes, os ventos críticos ( menos intensos )
Os modelos de estudo da poluição atmosférica são :
- modelo da caixa ( método simplificado )
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- modelo da pluma
- modelo matemático ( método simplificado )
Ver Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar - Pronar - resolução Conama n. 15/88 de 15.06.88

poluidor- agente que altera as condições naturais e prejudica o meio ambiente .

poluidor pagador - uma atividade econômica que polua dentro de limites aceitáveis dentro da lei um curso de
água deverá pagar pela poluição limitada que causa. Assim uma industria que tem um despejo com DBO de
2.000 mg/l e o reduz para uma DBO de 100 mg/l ( 95% de remoção ) estará cumprindo a lei mas deverá pagar
por jogar no rio a carga orgânica correspondente a 100 mg/l.

precipitação química - técnica de precipitar ( levar ao fundo ) produtos usando coagulantes químicos ou pela
alteração do pH. São comumente usados como coagulantes o sulfato ferroso, sulfato férrico, o sulfato de
alumínio. A alteração do pH pode ocasionar a precipitação química.

queima controlada - técnica de uso de fogo sob cuidados . A queima controlada é prevista e disciplinada pelo
Código Florestal ( lei n. 4.771/65 )

raticida- produto que mata ratos. O sufixo cida significa morte. Suicida o que se mata, homicida o assassino de
uma pessoa. Biocida é o termo genérico de produtos que causam morte em geral. Os agrotóxicos são biocidas.

reflorestamento - técnica de replantar árvores em região devastada. Normalmente se tem uma idéia de que
todo o reflorestamento gere uma mata homogênea e portanto menos bela pela falta de beleza da uniformidade.
Temos na cidade do Rio de Janeiro um caso de reflorestamento que gerou uma mata não uniforme. Foi o caso
da Floresta da Tijuca, um belo exemplo de reflorestamento feito pela mão do homem e feito há séculos atrás.

responsabilidade objetiva. Principio de direito que estabelece que ocorrido um dano , mesmo que o
responsável pelo dano tenha tomado todas as providências de segurança ele ainda é o responsável pelo dano,
tendo que indenizar a quem prejudicou.
Assim se uma industria deixou vazar um despejo e matou gado , mesmo que essa industria tenha tomado todos
os cuidados da boa técnica, ela é responsável pela indenização. Se uma pessoa compra um carro novo , zero
quilômetros , e sai com ele e na estrada quebra o eixo da direção e mata uma pessoa, o dono do carro deverá
indenizar a família do acidentado. Claro que o comprador do carro poderá acionar o dono da loja que vendeu o
carro por venda de equipamento com falha mecânica .

reuso ( da água ) - técnica que permite reusar águas residuárias para outro uso industrial. Chama-se reuso
direto o uso do despejo depois de sofrer um tratamento. Chama-se reuso indireto quando o despejo tratado é
lançado num corpo de água, sofre depuração natural e depois da diluição no corpo de água é reusado.
Praticamente todas as águas captadas de rios levemente poluídos são exemplos de reuso indireto da água. No
Brasil temos dezenas de casos de reuso direto , principalmente para refrigeração industrial.

rotulagem - técnica de comunicação visual (estampa ) prevista quando do transporte de cargas perigosas. Ver
por exemplo o artigo 8o de decreto n. 98.973 de 21 de fevereiro de 1.990 e que chama a norma ABNT NBR
7.500

run off - o mesmo que deflúvio superficial - corresponde à parte da água da chuva que não se infiltra e corre
pela superfície até os corpos de água. Em português o mesmo que deflúvio superficial.
O run off é maior em solos argilosos, em solos não cobertos por vegetação pois nessas condições nada
colabora com a infiltração da água no solo.

sazonalidade - aspecto que muda com a época do ano. Certas indústrias são sazonais e por isso sua
interferência com o meio ambiente varia com o tempo. A indústria da cana depende de safra e portanto é uma
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indústria sazonal. A indústria de alimentação prepara no inverno produtos para o verão e vice versa. A
sazonalidade industrial é mais típica da industrialização de produtos alimentícios. A industria ligada ao petróleo
é não sazonal ou seja sua produção depende pouco da época do ano.

simbiótico - é uma relação de parceria de dois seres onde um de alguma forma ajuda o outro. Certos grandes
animais permitem que pássaros comam pequenos insetos que se instalam na sua pele. Com isso os pássaros
se alimentam e os grandes animais sofrem menos com coceiras. É um tipo de relação simbiótica. O oposto de
relação simbiótica é a relação parasitária quando só um dos parceiros tem vantagens. A relação parasitária é
encontrada em animais e vegetais.
Alguns autores incluem na relação simbiótica as relações em que ambos os participantes são mutuamente
prejudicados e não mutuamente favorecidos .

SISNAMA - sigla do Sistema Nacional do Meio Ambiente - sistema criado por lei e que reúne os órgãos
governamentais ( federais, estaduais e municipais ) envolvidos com a proteção do meio ambiente.

sistema de esgotos. Recolhe as águas sujas provenientes das instalações sanitárias das casas e prédios em
geral . Essas águas sujas são provenientes de banheiros, cozinhas .
O esgoto na saída da casa é um líquido esbranquiçado com pouco material flutuante . Para todos os efeitos de
estudo de condução o esgoto é como água.
Deve haver rede coletora de esgotos em todas as ruas. A profundidade mínima da rede de esgoto é de cerca
de 1,5 m e a máxima é da ordem de 3 metros. A tubulação mínima de esgotos na rua é de 150 mm . Os tubos
de esgotos nas ruas são feitos de cerâmica, ou plástico ou concreto. As redes se ligam em pontos especiais
chamados de poços de visita ou denominados postos de inspeção. Devem existir poços de inspeção a cada
150 m.
Quando cresce a rede de esgoto usamos adicionalmente às tubulações de coleta casa a casa , tubulações
maiores chamadas de coletores tronco. As tubulações maiores junto aos rios chamam-se interceptores e as
tubulações que levam os esgotos para longe das cidades denominam-se emissários.
O líquido da rede de esgoto escoa por gravidade ou seja sem pressão e tão somente graças à declividade das
tubulações. Topograficamente os esgotos ( e as águas pluviais ) sempre descem .
O destino certo dos esgotos seria uma estação de tratamento , unidade que modifica a qualidade química e
biológica dos esgotos . O esgoto tratado pode então ser lançado em rios. lagos ou no mar. No Brasil menos de
10% dos esgotos são tratados e portanto eles são lançados " in natura " ( sem tratamento ) nos corpos de água
e esses corpos de água ficam poluídos com o recebimento dos esgotos. Aumenta a poluição dos cursos de
água o recebimento de lixo, despejos industriais, águas pluviais poluídas e tudo o mais.

sistema de coleta de esgoto sanitário versus sistema pluvial. A boa técnica recomenda que não haja envio
de esgoto sanitário para o sistema pluvial e não haja o envio de água pluvial para o sistema de esgoto. É o
sistema separador absoluto. Em Paris, cidade que chove pouco ( como no resto da Europa ) no centro da
cidade vigora o sistema unitário ou seja as águas de chuva são enviadas para o sistema de esgotos. É o
sistema " tout a l `egout " ou seja tudo para o esgoto. Algumas cidades inclusive aceitam que lodos e cinzas de
tratamento de lixo sejam lançados na rede de esgoto antes do tratamento.

sociologia - estudo do homem integrado aos outros homens.


Ciência iniciada por Augusto Comte que a chamava ciência do social. Os hábitos da convivência, a moral, a
religião, os costumes, o folclore são alguns dos aspectos estudados pela sociologia. A política é a parte da
administração do social.

sólidos - expressão que se refere á tudo o que não é água num despejo ou numa amostra de água bruta.
Esses sólidos dividem-se em sólidos solúveis ( dissolvidos ) e sólidos insolúveis ( em suspensão ) e também se
dividem em sólidos voláteis ( normalmente os orgânicos ) e sólidos fixos ( minerais ).

solos - dependendo do ramo de conhecimento o termo solo tem um significado. Para usos agrícolas o solo é
uma coisa . Para execução de obras de engenharia o termo solo tem outro significado e totalmente diferente do
solo agrícola que é o solo passível de aproveitamento econômico com as plantações.
De qualquer forma há sempre interesse em definir e classificar solos. Para obras de transformação da natureza
o solo é a parte superficial da manta terrestre que pode ser trabalhada com equipamentos manuais ( enxada ,
picareta) não exigindo equipamento mecânico. Os solos podem ser divididos em : solos argilosos, solos
arenosos e solos siltosos. A divisão é feita pela granulometria dos componentes sendo que a menor
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granulometria é a dos solos argilosos ( os solos mais impermeáveis ) . A maior granulometria é a dos solos
arenosos e que são os solos mais permeáveis. Os solos siltosos são os solos intermediários .

Standard Methods - nome do mais famoso conjunto de normas para análise laboratorial de amostras de
águas, esgotos e águas residuárias. É usado em todos os países do mundo como referência. Seu nome
completo é : " Standard Methods for the Examination of Water and Waste Water " editado pela American Públic
Health Association

tanque séptico - ou fossa séptica - tanque enterrado que recebe esgotos de residências e que transforma esse
esgoto em líquido menos poluidor e mais fácil de ser infiltrado.
Os tanques sépticos são usados para tratar esgotos de residências isoladas ou em locais sem rede de esgotos.
O efluente da fossa séptica normalmente é enviado a um buraco no terreno onde será infiltrado. Esse buraco
chama-se sumidouro e sua profundidade não deve ser maior que o nível do lençol freático . Assim o efluente da
fossa será obrigado a sofrer uma filtração no terreno antes de alcançar o lençol freático.

teratogênico - situação de criação de deformações em seres vivos. Teme-se que alguns herbicidas possam
fazer isso. No caso mais grave temos os produtos mutagênicos cujas deformações são transmitidas aos
descendentes. O decreto federal n. 98.815 regula os cuidados para evitar situações como mostradas. Esse
decreto regula o uso de agrotóxicos.

terreno de marinha. São terrenos próximos ao mar e que sendo da União podem ser ocupados por
interessados desde que paguem taxas anuais. Os terrenos de marinha nada tem a haver com a Marinha de
Guerra e não são por ela administrados de nenhuma forma.

tipos de tratamento de esgotos sanitários. Os esgotos de cidades, sejam as pequenas ou as enormes


podem ser feitos por várias alternativas depois de coletados rua por rua , enviados a coletores tronco e depois a
emissários que os levam para fora da cidade e até o local de tratamento. As alternativas de tratamento são :
- processo por lagoas - exige muita área e pouco equipamento e pouca operação
- processo por equipamentos - exige menos área mas exige equipamentos e operação por pessoal qualificado
em equipamento eletromecânico.
A eficiência de um tratamento é comumente medida pela redução da DBO ( Demanda Bioquímica de Oxigênio )
teste padrão laboratorial que leva cinco dias e temperatura de 200. Consegue-se com os tratamentos, eficiência
de até 90% ou seja o efluente ( líquido tratado que sai do tratamento ) polui 1/10 do esgoto bruto. A DBO dos
esgotos sanitários varia entre valores próximos a 300 mg/l
Muitos dos tratamentos geram um produto algo pastoso denominado lodo e que precisa sofrer perda de água
para com isso diminuir enormemente seu volume e então ser disposto .

transgênicos ( produtos ) - são produtos que sofreram modificação do seu aspecto genético e portanto
hereditário, tendo em vista modificar um aspecto. Assim a soja transgênica é mais resistente à pragas, salmões
transgênicos crescem mais rapidamente etc.

tratamento de esgotos sanitários - transformação física, química e bioquímica dos esgotos para diminuir os
impactos ambientais de sua disposição nos corpos de água.
O esgoto sanitário contem muita matéria orgânica biodegradável
poluente . Não confundamos resíduos poluentes com resíduos venenosos. Se lançarmos leite, cerveja , restos
de comida aos rios esses resíduos se decomporão no curso de água e retirarão o oxigênio dissolvido que está
no curso de água podendo chegar a matar os peixes e outras formas de vida. Esses resíduos são poluidores
mas não são venenosos ao homem. Despejos com ácidos não retiram oxigênio dos rios mas são venenosos ao
meio biológico e ao homem. Esses despejos são portanto poluidores e são venenosos.

tratamentos de esgotos - níveis - esquematicamente os tratamentos de esgotos se dividem em três níveis:


- tratamento primário - só decantação - remove sólidos grosseiros. Eficiência em remoção de DBO - cerca de
30%
- tratamento secundário - ou por precipitação química ou usando meio biológico rico em bactérias . Eficiência
em remoção de DBO - da ordem de 80 % ou mais. No Brasil temos algumas centenas dessas estações e

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precisaríamos ter milhares , praticamente uma em cada cidade pequena e várias estações em cada cidade
média ou grande.
- tratamento terciário - além de remover a DBO procura remover nutrientes ( sais ricos em nitrogênio e fósforo )
. Não temos mais que dez no pais.

tratamento do lodo de uma estação de tratamento de esgotos ( E.T.E.) - esse lodo não existia no esgoto
bruto ( sem tratamento ) e passa a existir depois do tratamento do esgoto. O lodo do esgoto embora de
pequeníssima vazão se comparada com a vazão de esgoto sanitário é altamente poluidor e deve ser tratado
para:
- reduzir seu volume ( reduzir sua umidade )
- alterar suas características químicas.
Os processos de tratamento do lodo do tratamento de esgotos sanitários assim como de vários tipos de lodo do
tratamento de despejos industriais são:
- leitos de secagem do lodo. São enormes tanques de alvenaria ou concreto com fundo de areia
grossa em que o lodo é lançado e perde umidade face á evaporação e drenagem inferior. O volume
do lodo se altera bastante reduzindo-se. O lodo seco pode ser ou enterrado ou usado como adubo de
má qualidade ou em grandes cidades pode ser incinerado.
- filtro prensa - equipamento mecânico em que o lodo é enviado para compartimentos dotados de
lonas porosas e é pressionado dentro dessas bolsas de lona. O líquido sai dos filtros prensa é volta
para o tratamento0do despejo e a torta seca ( lodo seco ) retido dentro das lonas é o lodo a ser
destinado ou a aterro ou a incineração.
filtro a vácuo - outro equipamento mecânico que por vácuo retira umidade do lodo úmido gerando uma
torta seca.
centrifugação - outro equipamento mecânico que retira umidade do lodo e reduz com isso o volume do
lodo facilitando o transporte e destinação final do lodo que pode ser seu enterramento ou queima.
Há casos de lodos de indústrias altamente poluidoras que o lodo seco não é nem enterrado nem
queimado. Esse lodo depois de seco ( para reduzir volume )é colocado em recipientes e simplesmente
estocado a espera que no futuro saibamos o que fazer com ele. Em Goiânia existe um depósito de lixo
atômico esperando pela evolução da tecnologia...

trihalometanos - tipo de organoclorado

turbidez - medida da transparência de um líquido . A turbidez é causada por sólidos em suspensão . A turbidez
da água é um dos principais medidas de sua potabilidade. A preocupação com a turbidez é devido ao fato de
em havendo poluição microbiológica esta estará abrigada em colônias , grumos e esses corpos sempre
denunciarão turbidez à água. Remover turbidez é essencial para se tratar água de abastecimento. Pode-se
beber água com cor mas o mesmo não é aceitável quanto à turbidez. A cloração de águas para o
abastecimento deve ser antecedida da remoção da turbidez.

umidade - presença de água. A presença de água é essencial para a vida. Nos processos biológicos que não
se deseja desenvolver limitar a umidade é essencial . Fungos e outros microorganismos indesejáveis num
ambiente são controlados pela eliminação da umidade.
Nos lodos a umidade é um problema pois há casos de lodos que 99,9% deles é a umidade . A retirada da
umidade do lodo reduz brutalmente seu volume facilitando seu transporte e disposição.

uso consultivo da água - diz-se que um uso é consultivo da água quando há uma redução na vazão do corpo
de água. Um exemplo clássico disso é o uso da água para irrigação. Com a formação da névoa úmida ocorre
grande aumento de área exposta e ocorre grande evaporação. Com a evaporação a bacia perde vazão hídrica.
É um exemplo clássico de uso consultivo. Já o uso da água de um rio para abastecimento é um caso de uso
não consultivo pois a maior parte da vazão volta para a bacia na forma de esgoto bruto (não tratado ) ou esgoto
tratado.
No caso de indústria de bebidas temos um caso de uso consultivo admitindo-se que a vazão incorporada à
bebida não fique na bacia hidrográfica onde se localiza a indústria.

usuário pagador - Termo recente e usado em todo o mundo . É todo o usuário de recursos hídricos mesmo
que não degrade a água. Assim por esse principio jurídico administrativo quem usa água deverá pagar por ela.
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Pagarão pelo uso da água: cidades que pegam água do lençol superficial ( rios ou lagos ) , água do lençol
profundo ( poços profundos ). Até o transporte fluvial deverá pagar uma taxa por usar a água como meio de
locomoção . Os recursos advindos dessa cobrança são normalmente usados em obras de melhoria dos
recursos hídricos. A idéia de cobrar pelo uso da água vem da idéia da valorização da água . A água tem um
valor econômico e deve ser usada como um bem econômico e portanto deve ser bem usada. Por esse principio
se numa bacia hidrográfica a água é escassa ela tem alto valor e nessa bacia não deve se localizar uma
atividade econômica que demande muita água.

Meio Ambiente Perguntas mais freqüentes

EXERCÍCIO 1
1- O que se deve fazer com restos de embalagens de agrotóxicos ?
Embalagens vazias de agrotóxicos nunca estão totalmente vazias podendo ter restos de venenos pois o
agrotóxico incorretamente usado é um veneno.
Pelo decreto federal n. 3.550 as embalagens vazias devem ser devolvidas aos comerciantes ou a centros de
recebimento que as devolverão aos fabricantes que deverão dar destino adequado. Um dos destinos é a
incineração sob severo controle técnico sanitário .

2- O que significa chuva ácida


São chuvas com pH abaixo de sete ( zona ácida ) e essa acidez é proveniente de resíduos gasosos que certas
indústrias lançam à atmosfera. Por vezes a fonte de poluição está a centenas de quilômetros do local da chuva
ácida.
Combate-se a chuva ácida controlando a emissão de poluentes gasosos.
Na Europa discute-se muito o problema face à proximidade dos países e a mútua interferência dos fenômenos
atmosféricos.

3- O que são plantas transgênicas ?

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Plantas transgênicas são plantas ( organismos ) modificados geneticamente em laboratório usando as técnicas
da engenharia genética, ou seja por uma técnica humana. A mudança genética feita pela própria natureza não
se inclui na definição de produtos transgênicos. Na essência se introduz uma seqüência de DNA ( genes )
provenientes de outra espécie ou da própria espécie modificada.
O objetivo da planta transgênica é se obter um novo produto que tenha novas qualidades . Um exemplo é um
produto mais resistente à pragas pois as pragas agrícolas podem consumir uma parte enorme da produção . O
uso de plantas transgênicas diminui o uso de agrotóxicos.
Acredita-se que mais da metade da produção de soja fora do pais e dos grandes países produtores seja de soja
transgênica.
Para se produzir no país produtos transgênicos é necessário a obtenção do CQB - Certificado de Qualidade em
Bio segurança , emitido pelo CTNBio ( Comissão Técnica Nacional de Bio Segurança ).
Há polêmicas sobre o uso dos transgênicos , polêmicas ligadas ao desconhecimento de todas as
conseqüências do uso desse produtos.

4- Como se deve entender um cadastro por GPS ?


Resposta a partir de informações do catálogo comercial da firma ENGEMAP.
" Global Position System ( Sistema de Posicionamento Global ) conhecido por sua sigla GPS , consiste em uma
tecnologia para levantamento de coordenadas em campo através da captura de sinais eletrônicos por meio de
um coletor de dados. Estes sinais são emitidos através de uma constelação de satélites. Os satélites ativos,
num total de 24, circulam a Terra em órbitas elípticas ( quase circulares ) com altitude média de 20.200 km , de
forma que, em qualquer parte do globo terrestre, incluindo os polos, é possível captar sinais de pelo menos
quatro satélites ( número mínimo de satélites para obter uma coordenada ) . O levantamento de dados por GPS
permite a execução de trabalhos em diversas áreas de aplicação como por exemplo : rodovias, meio ambiente,
concessionárias de utilidade pública, agricultura de precisão, segurança pública, telecomunicações. "

5- Explicar co-processamento de resíduos


A indústria usa fornos que precisam de combustível para queima e produção de calor. Nasceu ai a idéia de
lançar aos fornos restos orgânicos de difícil disposição como resíduos oleosos, borras de tinta, pneus etc. Com
isso economiza-se combustível mas pode - se ter aumento e mudança de poluentes gasosos provenientes
dessas matérias. Desde que haja um estudo do material a queimar e mudanças no processo de combustão
essa idéia de lançar esses produtos aos fornos é uma idéia utilizável. Pela alta temperatura e grande porte os
fornos de cimento tem sido muito usados para essa prática.
Essa prática vem sendo acompanhada pelas autoridades sanitárias com bons resultados.
As indústrias de cimento ganham por que cobram para receber e ganham o material combustível. As indústrias
poluidoras dão um destino adequado aos seus despejos (líquidos ) e resíduos sólidos.
Existe Resolução Conama n. 264 de 26 de Agosto de 1999 sobre o assunto.

6- O que são os POP ?


POP é a abreviatura de Poluente Orgânico Persistente .
Entendamos.
Poluente - produto natural ou artificial que lançado pelo homem causa grande dano ao meio ambiente. Venenos
são poluentes, mas produtos alimentícios jogados em grande quantidade num ponto do rio também são
poluentes.
Orgânico - produto que tem carbono. No passado entendia-se como orgânico o produto feito pela natureza.
Hoje prevalece a definição de que é orgânico o que tem carbono na sua molécula tal como a celulose, a
sacarose, o álcool, etc. etc.
Persistente - produto que permanece na natureza por muito tempo por ser de difícil assimilação pelos
microorganismos .
Um exemplo clássico de POP são os inseticidas.

7- CITES
Trata-se de sigla de convenção internacional que luta contra o comércio em todo o mundo de espécies
ameaçadas de extinção.
Uma das punições alem de multa é cadeia. Em Cingapura foi preso em Novembro /2.000 um traficante de aves
brasileiras face seu tráfico de araras azuis de lear .
Solicitamos aos nossos treinandos que nos ajudem a descobrir o significado de CITES

8- Entenda a Escala de Richter para medir terremotos


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Para dar uma idéia da influencia dos terremotos ou do tremer da terra o Físico Richter criou a Escala de Richter
que procura com o auxílio de sismógrafos ( registradores de tremores ) dar uma noção do grau de um
terremoto. A influência do terremoto num local depende da distância ao local onde ocorreu o sismo ( epicentro )
.
Segundo a Escala de Richter:
menos que 3,5 - só sensível nos sismógrafos
entre 3,5 e 5,5 - sensível às pessoas mas sem danos às edificações
entre 5,5 a 6 - pequenos danos à prédios com estruturas e danos a prédios rudimentares
entre 6 a 7 - pode causar grandes danos em alguns locais
entre 7 e 8 - pode causar grandes danos em vastas áreas
mais que 8 - devastador em enormes áreas

9- Efeito estufa
Ocorre o efeito estufa quando o calor solar é retido na atmosfera e não é dissipado.
O fenômeno é agravado com a queima de combustíveis fósseis ( derivados do petróleo, carvão coque Tc).
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática ( Haia, Holanda, ano 2.000 ) foi convocada para
estudar entre outros esse fenômeno.
O Brasil defendeu a tese da adoção do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ( MDL ).

10- FSC ( Conselho de Manejo Florestal )


Entidade que atesta que a madeira extraída o foi em obediência a normas ambientais que minimizam os danos
ao meio ambiente.

11- Extração Florestal de baixo impacto


Na Extração Florestal de baixo impacto é feito um levantamento de área a ser extraída madeira, as árvores são
escolhidas e rotuladas, é feito um plano de acesso a essas árvores e na sua retirada as árvores não escolhidas
são preservadas .
Uma área que sofreu a extração florestal de baixo impacto só deve ser outra vez mexida com finalidade
extrativa depois de 30 anos, prazo de recuperação arbórea.
Quando se extrai madeira sem a técnica da extração florestal de baixo impacto temos a extração convencional
com perda de muitas árvores sem valor econômico na data da extração , arrancadas pela ação sem
planejamento de tratores.

12 - O que é FISPQ ?
Quando no transporte de produtos potencialmente perigosos deve existir no meio de transporte , devidamente
preenchida a FISPQ - Folha de Informações de Segurança de Produtos Químicos , documento que atesta e
informa o produto transportado.

13- O que é SEMA ?


A SEMA ( Secretaria Especial do Meio Ambiente ) era o órgão federal que cuidava da política federal do Meio
Ambiente.
O IBAMA é hoje o órgão que substituiu a SEMA. As portarias da SEMA continuam em vigor, ou seja foram
incorporadas pelo sistema atual.

14- O peixe boi se pesca ou se caça ?


O peixe boi é um mamífero aquático da ordem dos sirênios. Existe o peixe boi fluvial e ou peixe boi marinho.
Como é típico de alguns mamíferos a reprodução do peixe boi é pequena exigindo um cuidado pois é uma
espécie ameaçada. Os peixes reproduzem-se em enorme quantidade sendo que portanto os cuidados com a
preservação de espécies muito menor se comparados esses cuidados como os cuidados de certos mamíferos (
baleias, urso panda, peixe boi etc. ).
Logo do ponto de vista conceitual a captura do peixe boi é uma caça assim como baleias e outros seres
terrestres. .

15 - O que significam as siglas SGA e RRR ?


Respostas
SGA - Sistema de Gestão Ambiental
RRR - Sigla de três letras que recomendam três posturas ambientais :
R - redução de consumo de matérias primas
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R - reaproveitamento de perdas de matéria prima
R - reciclagem - volta de resíduos

16 - Qual a diferença das normas ISO e BS ?


As normas BS são as normas britânicas e só lem tem validade legal embora sirvam como referência em muitos
países pela experiência que carregam.
As normas ISSO são normas internacionais ou seja foram aprovadas em encontros técnicos de especialistas de
muitos países.
ISO 14.001 norma ambiental da International Standard Organization ( Organização Internacional de
Normalização )
BS 8.800 norma ambiental da British Standard - Norma Britânica

17 - Por que a barata é considerada um ser cosmopolita ?


Cosmos quer dizer mundo e polis quer dizer cidade . Cosmopolita é um ser que está em vários países do
mundo.
A barata é um ser cosmopolita pelo fato de se alimentar não especificamente ou seja para ela qualquer produto
( ou quase todos ) são digeríveis e elas se reproduzem muito. Assim ela está em toda parte. Para mostrar a
adaptabilidade e capacidade de sobrevivência desse ser diz-se que se houver uma guerra nuclear total ,
certeza de sobrevivência , só as baratas.
Um exemplo oposto das baratas são os seres especializados e de pequena reprodução. Para sobreviver
precisam de alimentos específicos e se reproduzem pouco. Um exemplo típico é o urso panda..

18 - O que é o corredor ecológico ?


Quando temos duas áreas semelhantes em meio ambiente e que foram cortadas pelo pasto de uma enorme
fazenda ou separações de outras características existe a possibilidade de se procurar integrar as duas áreas
semelhantes por uma faixa protegida que funcionaria como um corredor ecológico, ou seja uma faixa que
procuraria ser uma zona com as mesmas características das duas áreas semelhantes mas separadas.

19 - O que é um predador ?
Animal predador é aquele que habitualmente se alimenta de outro de outra espécie. Há predadores e
predadores de predadores. Há animais sem predadores. Na Austrália foi introduzido um coelho para ser o
predador de outro animal. Por falta de predadores os coelhos tornaram-se uma praga , praga igual aos pombos
urbanos que não tem predadores nas cidades . No campo os pombos tem como predadores as águias e
gaviões.
O homem é chamado de predador dos predadores.

20 - Sou contador . Existe Contabilidade Ambiental ?


Existe e já aconteceu em Abril / 2.000 um curso sobre isso promovido pelo IBEA Instituto Brasileiro de Estudos
Ambientais . O curso contou com apoio do BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
Os temas do curso foram :
- contabilidade na avaliação do risco ambiental,
- mensuração de custos
- eco eficiência
- risco ambiental - mensuração e avaliação
- indicadores de desempenho ambiental
- outros.
Na Revista Meio Ambiente Industrial de Maio Junho de 2.000 existe um interessante artigo " A influência do
meio ambiente na gestão contábil financeira " onde o autor Marcelo Henriques de Brito apresenta esse tema.

21 - O que é Desenvolvimento Sustentável ?


É sustentável algo que se mantém indefinidamente com suas características. Um desenvolvimento sustentável
é o desenvolvimento que se faz hoje e não compromete o futuro. Por exemplo o uso da cana de açúcar é um
tipo de uso energético sustentável pois a cana depende da luz solar que chega permanentemente e
rotineiramente à terra vindo do sol. A geração hidroelétrica idem pois usa energia solar que gera chuvas ou seja
água em pontos altos que passando por tubos movimenta eixos e com isso a energia mecânica dos eixos
girantes gera energia elétrica.

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O uso de produtos fósseis é não sustentável pois usa um combustível finito . O fato de se descobrirem novos
campos petrolíferos é ótimo mas o uso é não sustentável. No mundo existe uma determinada quantidade de
petróleo, independente de se conhecer ou não . Com seu consumo ele tende a ser consumido e se extinguir.

22 - O que são os CFC e sua relação com o buraco de ozônio ?


CFC significa clorofluorcarbono e eles tem importância na criação do chamado " buraco de ozônio " . O
surgimento do buraco de ozônio tende a aumentar a radiação ultravioleta e com isso pode-se agravar doenças
como o câncer de pele.

23 - O que um agricultor deve fazer com as embalagens vazias de agrotóxicos ?


Embalagens vazias, que as vezes não estão tão vazias , restos de agrotóxicos e até tampas de recipientes de
agrotóxicos devem depois de usados devem ser devolvidos aos comerciantes que os venderam que por sua
vez devem devolver esses produtos a centro de triagem ou para os fornecedores .

24 - O que é lixiviação ?
Lixiviação é a ação de lavagem e arraste que as águas fazem nos terrenos.
Não deixa de ser um desgaste hidráulico com ações físicas ( só arraste ) e ações químicas ( reações de
transformação )

25 - O que é chorume e necrochorume ?


Quando se um lixo em um lixão ou num aterro ele tende a se decompor e nessa ação de decomposição
biológica há uma liquefação. Esse verdadeiro suor da decomposição do lixo urbano chama-se chorume e que
costuma ser dezenas de vezes mais concentrado em poluição que o esgoto sanitário. A medida da
concentração de um líquido poluidor de origem orgânica putrecível é a DBO - Demanda Bioquímica de
Oxigênio.
Os cemitérios são também um local de disposição de restos orgânicos e tem o seu chorume. Sendo os
cemitérios locais normalmente de prefeituras e de ordens religiosas e atualmente de empreendimentos
imobiliários eles sempre que possível foram localizados em locais altos para evitar que o seu líquido
proveniente da decomposição dos cadáveres atacasse o lençol freático.
O líquido proveniente da decomposição de cadáveres por vezes é chamado de necrochorume.

26 - Como entender a numeração das resoluções do Conama se elas tem as vezes o mesmo número ?
As resoluções Conama desde 1993 até 1997 tinham numeração crescente ou seja em cada ano a primeira
resolução levava o número um do ano e daí se seguia a numeração.
Assim era obrigatório que junto com o número de uma resolução se citasse o ano ( data e mês ).
A partir de Agosto de 1997 as resoluções são numeradas seqüencialmente independente do ano. Assim temos
a Resolução 226 . Não obrigatoriamente devemos dizer que ela é de 20 de agosto de 1997.

27 - Como iremos dispor de pneus já usados ?


Pela Resolução Conama n. 258 de 26 de Agosto de 1999 os fabricantes e importadores de pneus deverão
progressivamente se responsabilizar para receber de volta carcaças de pneus usados e fazer uma adequada
disposição.
Ainda não se tem uma tecnologia econômica para dispor desse produtos que se considera um enorme passivo
ambiental.

28 - DBO ou DQO na caracterização de efluentes industriais e domésticos ?


Pergunta - Nos estudos de controle de poluição hídrica as vezes aparece a determinação DQO ( Demanda
Química de Oxigênio ) e as vezes a DBO ( Demanda Bioquímica de Oxigênio ) . Qual das duas usar ? Quando
usar uma ou outra ?
Resposta- A DQO é um ensaio químico de oxidação e ataca tanto a matéria orgânica biodegradável como a
matéria orgânica não biodegradável ( estável ).
Quando vamos fazer um estudo inicial de um despejo devemos fazer as duas determinações . Se a DQO for
pouco maior que o dobro da DBO então o despejo é considerado biodegradável. Se a DQO for muito maior que
o dobro da DBO temos nesse despejo muita matéria orgânica estável e então a DQO deve ser o teste mais
importante de acompanhamento .
O teste da DBO por ser um teste bioquímico ( usa microorganismos ) ele é um teste bem mais sujeito a erros e
variações que o teste da DQO.
Uma estação de tratamento de esgotos sanitários deve ser controlada pela DBO.
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29 - Defina-se selo ambiental


Chama-se selo ambiental um sinal padrão adicionado pelo fabricante avisando que o produto atende a
determinada legislação ambiental. O uso do selo caracteriza-se por ser optativo.

30 - O que é aerossol ? Há perigo de aerossóis de uma estação de tratamento de esgotos chegarem à


residências próximas ?
Aerossóis são partículas sólidas ou líquidas suspensas no ar e cujo tamanho varia de 0,001 a 1 mm . Os
aerossóis podem ser formados pela ação de aterradores numa estação de tratamento de esgotos. Então existe
a possibilidade concreta de residências muito próximas de uma estação de tratamento de esgotos receberem
via ar microorganismos potencialmente patogênicos.

31 - Qual a diferença de animal exótico, doméstico, domesticado e silvestre ?


Os animais de nossa fauna são os animais silvestres e alvo de uma atenção especial do governo. Tatu, jacaré,
onça , curió etc. são animais silvestres.
Os animais não silvestres são os denominados animais exóticos ( fauna exótica ) . Cachorro, cavalo, boi,
pombo e ratos são animais exóticos pois foram introduzidos pelos colonizadores. Não existe uma preocupação
legal na sua preservação embora o governo os tutele contra maus tratos.
Animal doméstico é o animal que por cruzamentos imemoriais foi criado com o homem . Cachorro , galinha,
cavalo , boi são animais domésticos.
Animais domesticados são aqueles animais que foram pacientemente ensinados um a um a ter regras de
convivência com o homem , embora mantenham seus instintos selvagens.
O lobo guará que come comida todas as noites no Colégio Caraça ( MG ), certos animais de circo são também
exemplos de animais domesticados.
Vale a regra ; Cria de animal doméstico é doméstico. Cria de animal domesticado não é domesticado.
Claro que as linhas divisórias por vezes são ultrapassadas. Há inúmeros casos de cachorros que atacam e
matam pessoas próximas.

32 - Pergunta - Nasceu em minha fazenda uma ninhada de veados. Tenho provas testemunhais do fato.
A fêmea sei que não é minha pois é um ser que vaga por muitos locais, mas a ninhada nasceu em
minhas térreas. Posso ficar com a ninhada?
Não. Animais silvestres são protegidos pela legislação e não podem ser capturados ou mantidos presos. Pelo
seu raciocínio não haveria mais animais silvestres no Sul do país pois eles na sua maioria nasce em terrenos
particulares.
Se você quer ter animais silvestres em cativeiro ( sua fazenda ) a única solução é comprá-los de criadouros
registrados no Ibama.

33 - Comprei num país vizinho e limítrofe com o nosso alguns animais silvestres capturados naquele
país que não tem uma legislação de meio ambiente tão rígida como a nossa . Posso manter esses
animais na minha fazenda aqui no Brasil ?
Não.
Animais silvestres de espécies nativas existentes no Brasil aqui não podem ser mantidos em cativeiro pois
senão não haveria fiscalização possível pois todos diriam que os caçaram perto da fronteira mas fora do pais.
Nota - Os jornais da semana 10 a 16 de dezembro de 2.000 noticiaram um trágico acidente em um circo com
tigres amestrados ( domesticados ) na índia. Depois de anos de treinamento e que foram treinados a executar
piruetas entre elas atravessar um aro com fogo, num número com platéia, um tigre errou o número e perdendo
suas referência atacou o domador. Outros tigres fizeram o mesmo e o domador foi estraçalhado.
Esse é um trágico exemplo de animal domesticado ( nem tanto ) e não de um animal doméstico.

34 - Pergunta de uma consulente.


Um resíduo industrial com determinado tipo de metal pesado foi enviado para um incinerador que
felizmente face sua tecnologia não libera esse metal pesado para a atmosfera. Fiquei surpresa de saber
que o teor de metal pesado nas cinzas do incinerador é muito mais alto que o resíduo. Como explicar . O
que fazer com as cinzas com esse alto teor de metal pesado ?
Resposta
Segundo a Teoria de Lavoisier os elementos não se perdem ou não se transformam. Apenas combinam-se de
várias formas. O teor hoje de mercúrio do mundo é o mesmo teor de mercúrio de 3.000.000 anos atrás. Se o

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resíduo é enviado ao incinerador e de lá não sai e como as cinzas são uma parte pequena do material de
origem então a concentração de metal pesado nas cinzas é brutalmente maior que no resíduo.
Como dispor as cinzas ?
Respostas:
- aterro protegido,
- encapsulamento e armazenamento,
- uso como inerte em produtos que não vão ter contato com água como tijolos, peças de concreto etc.
- última e melhor solução - usar as cinzas como matéria prima e processá-la reobtendo o metal . No estado de
S.Paulo existe uma empresa que recebe resíduos com mercúrio (cobra para receber esse resíduo ) , processa
o resíduo e obtém mercúrio que é recolocado no mercado.

35 - Pergunta de um vestibular
" Escolha a melhor alternativa para a questão a seguir :
O celacanto, peixe que habita mares a nordeste da África do Sul tem a característica seguinte:
a) sua espécie tem mais de 400 milhões de anos,
b) sua espécie tem menos de 250 milhões de anos
c ) o celacanto é um molusco
Resposta
A alternativa c está errada pois o celacanto é um peixe.
A alternativa b está errada pois nenhum ser vivo pode ser classificado como " fóssil vivo " por ter menos idade.
A alternativa a está certa .
Nota - O celacanto é um peixe chamado de fóssil vivo pelo fato de se ter dele exemplares fósseis com idade
presumida de mais de 400 milhões de anos. Em 1938 foi achado um exemplar vivo do celacanto mostrando que
a espécie tinha sobrevivido a tudo sendo pois um fóssil vivo. A partir da descoberta de 1938 foram capturados
vários outros exemplares desse peixe cujas características não se modificaram nesse enorme período de
tempo.

36 - Quais as entidades que podem interditar um local de banho por ter condições sanitárias
inadequadas ?
Pela resolução Conama n. 20 de 18/6/1986 qualquer uma das três autoridades, federal, estadual e municipal
pode interditar um local de banho. No caso de Brasília o poder é chamado de poder distrital e tem poderes para
interditar o uso dos lagos da cidade.

37 - Pode uma normal legal brasileira citar literatura estrangeira ?


Sim, pode. Por falta de experiência brasileira e pela sua alta qualidade reconhecida no mundo inteiro as normas
brasileiras de qualidade usam por exemplo a publicação " Standard Methods for the examination of Water and
Waste Water " como texto de referência. Ver Resolução Conama n. 20 de 18/6/1986.

38 - Um exemplo de corredor ecológico


A TV Globo mostrou neste mês de dezembro um caso interessante de criação e uso de corredor ecológico.
Como uma estrada de rodagem atravessava um parque florestal e muitos animais morriam ao atravessar essa
estrada foram construídas passagens subterrâneas e a passagem superior foi desestimulada face a construção
de alambrados.
O sistema está funcionando a contento.

39 - Um queijo com teor alto de coliformes é inadequado para comer ?


Resposta
Sim e não.
Coliforme é um tipo de bactéria que existe no sistema digestivo de animais e existe também no terreno.
Coliforme fecal é só do sistema digestivo.
Os coliformes são expulsos via fezes de animais. Se o animal não tiver doenças transmissíveis ele não
transmitirá doenças. Assim quando um produto como queijo ou água tem muito coliformes então significa que
esses produtos tiveram contato com restos de fezes de animais. Se esses animais forem sãos nada acontecerá.
Se os animais tiverem doenças transmissíveis pelas fezes o alimento está contaminado e sua ingestão pode
causar doenças.
As normas usam critérios de segurança e repudiam todo e qualquer alimento que tenha um excesso de
coliforme pois as normas não podem estudar caso a caso o tipo de contaminação e tipo de contaminador.

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40 - Por que o Conama emite Resoluções e a sociedade não se usa o poder do Ministério em emitir atos
?
Recordemos. Quem emite leis é o poder legislativo.
Quem emite decretos é o poder executivo, detalhando leis.
Quem emite atos é um ministro , detalhando decretos.
Para aumentar a representação da sociedade foram criados por lei , e isso lhe dá a força de lei, os conselhos
com participantes de vários segmentos da sociedade , de maneira que a sociedade possa participar mais
intensamente da feitura de normas técnicas e da própria legislação.
Como as resoluções do Conama não são leis e são a elas subordinadas as resoluções do Conama apenas
complementam e explicitam critérios gerais fixados pelas leis e decretos.

41 - Por que é necessária a autorização do Conama para se fazer obras de saneamento se elas são
intrinsecamente boas ?
Sim , uma obra de saneamento é intrinsecamente boa mas por vezes seu vulto e sua localização podem trazer
problemas que devem ser estudados e equacionados .
Assim uma estação de tratamento de esgotos gera um enorme vazão de lodo tratado e que deve ser disposto
com cuidados. Se não houver esses cuidados poderemos ter problemas.
Uma captação de água em um rio para abastecer uma cidade é uma obra meritória mas pode haver usuários a
jusante ( abaixo ) desse rio e que podem ter opinião totalmente contrária à essa captação.
A resolução Conama n. 5 de 15 de junho de 1988 estabelece exatamente os critérios de licenciamento de obras
de saneamento.

42 - O Brasil já exportou legalmente resíduos perigosos ?


Sim . Pela Resolução Conama n. 19 de 19 de setembro de 1994 , o Brasil permitiu temporariamente que
indústrias que tivessem resíduos contendo bifenilas policloradas (ascarel - produto de certos transformadores
elétricos ) fossem exportados pois não tínhamos na época tecnologia para processar esse produto altamente
venenoso.

43 - Como diferenciar as licenças do Ibama para empreendimentos ?


São três as licenças , regulamentadas pela Resolução n. 237 de 19 de dezembro de 1997.
1 - Licença prévia - é quando se está estudando um empreendimento imobiliário , industrial etc. Os planos são
apresentados para aprovação do órgão ambiental.
2- Licença de instalação - é quando vamos iniciar a instalação , de acordo com os planos aprovados no item 1 -
Licença prévia
3 - Licença de Operação - ato do poder público autorizando o pleno uso se obedeceu ao planejamento e se os
frutos são os previstos .

44 - Por que é proibido importar pneus usados ?


Sim, é proibido pela Resolução Conama n. 235 de 7 de janeiro de 1998 importar pneus usados. A razão é que
estavam sendo importados pneus usados e semi usados por uma única razão. Era uma maneira de se dispor
desse material cuja destinação correta ou é muito difícil ou muito antieconômica e portanto era um problema
para os países ricos ficar com eles.

45- O que é genoma ?


Genoma é o conjunto formado por um cromossoma de cada tipo na espécie estudada.
O ser humano tem 23 pares de cromossomos.
O Projeto Genoma tem o objetivo de descodificar o DNA ( tipo de acido nucleico ) .
No DNA está o código das informações genéticas do indivíduo.
46 - Simbiose e mutualismo são a mesma coisa ?
Sim , são. Na relação simbiótica os seres participantes trocam interesses. Ninguém explora ninguém. Um
oposto de relação simbiótica é a relação parasitária onde um ganha algo em função do outro perder algo.

47 - O que são habitat e nicho ecológico ?


USA-se a expressão habitat para dizer onde está o ser vivo e nicho ecológico para indicar o que ele faz (
profissão , captura de comida por exemplo ).

48 - O que é mimetismo ?

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Mimetismo é a técnica de certos animais de adquirir forma ou cor para se proteger de seus predadores. A coral
falsa adquire as características da coral verdadeira para espantar os seus predadores. Certos animais ficam
com a características do local onde habitam para se esconder dos predadores .

49 - O teste da DBO ( Demanda Bioquímica de Oxigênio ) é efetuado em cinco dias . Por que ?
Por razões meramente históricas. Esse teste foi desenvolvido na Inglaterra e nesse país nenhum rio tem curso
maior que cinco dias. Face a isso esse tempo foi padronizado. Em alguns países existe o teste de vinte dias. Na
Suécia por razões trabalhistas e por causa disso os laboratórios não terem de trabalhar em fins de semana o
teste da DBO é feito em sete dias.

50 - No teste da DBO adicionam-se microorganismos e nutrientes. E se o rio em que o despejo for


lançado não tiver esses produtos ?
Resposta - Em todos os rios costuma haver microorganismos ( bactérias ) e nutrientes e se o despejo fosse
estéril e sem nutrientes daria um teste da DBO muito baixa e fora da realidade. No curso de água seguramente
haverá microorganismos e nutrientes.

51 - Os tratamentos biológicos de despejos biodegradáveis são eficientes mesmo que a matéria


orgânica esteja solúvel ( caso da sacarose ) ou insolúvel ?
Sim. Em ambos os casos o tratamento por meios biológicos é possível pois as bactérias desenvolver-se-ão
graças ao alimento introduzido .

52 - O que é mais saudável. Beber café em copo de plástico transparente ou em copo de plástico branco
?
Copo de plástico transparente indica que o plástico deve ser de primeira geração ou seja não é plástico
reciclado. Copo de plástico branco pode ser plástico reusado e que foi pintado com cor branca. O calor do café
poderá inclusive atacar a tintura.

53 - É possível reutilizar o plástico de garrafas de bebidas ?


O polietileno tereftalato , matéria prima do produto PET e que é usado nos recipientes de bebidas , depois de
virar resíduo só pode ser usado em fins menos nobres ( sacos de lixo, cerdas de vassouras etc. ) e nunca mais
para embalar alimentos. O Ministério da Saúde assim o impede.

54 - Só a aeração física de despejos biodegradáveis é algo importante e decisivo na sua depuração ?


Não. Só a aeração é pouco efetivo para depurar um despejo pois o oxigênio é pouco solúvel na água e com
isso por mais intensa que seja uma aeração o teor máximo de oxigênio introduzido é inferior a 10 mg/l e a
demanda pode ser de centenas de milhares de mg/l. Daí a importância das bactérias associadas a aeração
continua e permanente pois estas retiram o oxigênio do líquido e digerem a matéria orgânica introduzindo-a no
seu organismo e a aeração continua mantém um teor mínimo de oxigênio dissolvido no corpo de água.

55 - Qual a vantagem de se introduzir oxigênio puro ao invés de ar no tratamento biológico de despejos


biodegradáveis ?
A vantagem é que do ar , só parte é oxigênio. O ar contem vários outros gases que são inertes ao tratamento
biológico ( vapor de água, CO2 , nitrogênio etc. )
A introdução de oxigênio puro faz com que se introduzirmos uma tonelada de oxigênio puro tudo é aproveitado
e se introduzirmos uma tonelada de ar só parte é aproveitada e o resto vai para o ar e se perde.

EXERCÍCIO 2
1- Univ. Federal de Pelotas
Uma unidade natural formada por várias populações de diferentes espécies que integram entre si e com o meio
ambiente é chamada de :
a) nicho ecológico
b) comunidade
c) biocenose
d) habitat
e) ecossistema

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2- Em ligações telefônicas para firmas e quando a pessoa procurada demora para atender aparece uma música
de espera . Qual a função da música ?

3- Nos grampeadores de papel há dois dispositivos alternativos de fixação do grampo. Qual cada função ?

4- Há quanto tempo está no cargo o atual superintendente do Ibama ?

5 - O IBAMA sucedeu a que órgão federal ?

6- Os hidrômetros domiciliares referem-se a que função e grandeza física ?

7- A expressão técnica de chuva é precipitação pluvial . Qual a diferença de um pluviômetro e de um pluviógrafo


?

8 - Na propaganda oficial de uso de agrotóxicos há uma regra de que depois de lavar pelo menos por três vezes
com água o recipiente e jogar o produto da lavagem no sistema de dosagem de agrotóxicos para as plantações,
a embalagem de agrotóxicos devidamente lavada deve receber um furo na sua parte inferior .
Qual a razão da citação desse furo numa propaganda oficial ?

9- A grafia correta do nome dos meses é com inicial maiúscula ou minúscula ?

10 - Quando se usa um aparelho de fax quem deve apertar o comando de partida ?


a) quem deseja enviar uma carta
b) quem ligou telefonicamente
c) quem colocou um papel no local correto do fax

11 - Na luta política no Congresso por vezes os partidos da minoria saem do plenário e por causa disso um
projeto não pode ser votado. Nesse caso podemos garantir o que sobre o número de parlamentares da maioria
?

12- Pegue um mapa-múndi escolar brasileiro e meça a distância de 1 cm entre dois pontos A e B próximos da
linha do Equador. Agora pegue dois pontos C e D na Groenlândia distantes no mapa também 1 cm. Na
realidade qual a maior distância : AB ou CD ?

13 - Ulbra SP
Os raios solares atravessam as camadas atmosféricas e aquecem a Terra. A Terra devolve o excesso de calor
sob a forma de radiação ultravioleta . Os gases poluentes absorvem parte da radiação e o calor que deveria ser
eliminado fica na atmosfera.
Esse fenômeno é :
a) efeito pororoca
b) queimada
c) efeito do ozônio
d) chuva ácida
e ) efeito estufa

14 - Os odômetros dos carros medem que grandeza física ?

15 - Uma caixa de água com formato paralepipédrico com as medidas a seguir , tem qual volume expresso em
litros ? Altura livre interna - 0,85 m , largura 130 cm e largura 70 cm.

16 - Um centímetro cúbico tem quantos mililitros ?

17 - A produção de cervejas é feita medida tradicionalmente em hectolitros . Em metros cúbicos quanto vale um
hectolitro ?

18 - Qual a diferença bioquímica de cerveja e chopp ?

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19 - Qual a capacidade em litros de um lata de refrigerante de guaraná ?

20 - Há uma tradição ( verdadeira ) que os transportadores via caminhão de gasolina preferem encher seus
caminhões nos pontos de abastecimento durante as horas mais frias do dia e descarregar seu produto nas
horas mais quentes..
Face a isso podemos inferir que o sistema comercial de compra e venda de combustível é pelo sistema
gravimétrico ou volumétrico ?

21 - No mundo inteiro as restrições à pesca são menores que as restrições à caça . Por que ?

22 - As Ilhas Galápagos ficaram famosas graças a que cientista ?

23 - As Ilhas Galápagos ficam muito próximas ou muito distante do território principal do seu país ?

24 - As Ilhas Galápagos pertencem a que país ?

25 - As Ilhas Galápagos situam-se no hemisfério norte ou hemisfério sul ?

26 - Quantos estados brasileiros são cruzados pela Linha do Equador ?

27 - Escolha a melhor alternativa. Nos meses menos frios qual a menor distância entre os EUA e a Rússia ?
A - 235 km
B- 1.500 km
C - 35 km
D - 3.800 km

28 - O território de Fernando de Noronha faz parte de que estado brasileiro ?

29 - Nos mapa-múndi ( planisfério político ) escala 1 cm : 1.250 km , o Brasil está a esquerda do leitor e a
Austrália está a direita do leitor. A linha divisória de Leste e Oeste passa por uma cidade inglesa de marcante
importância cartográfica . Qual é esta cidade ?

30 - No mapa-múndi costuma-se usar cores para diferenciar países . A regra é que dois países limítrofes tem
que ter cores diferentes a menos que se toquem apenas em um ponto . Se dois países se tocarem em trecho
precisam ter cores diferentes . Qual o menor número de cores para se colorir esse mapa-múndi ?

31 Pasteurização e Pasteur tem algo em comum ?

32 - Quantos fusos horários tem o Brasil ?

33- Milenarmente o homem cruza espécies diferentes de animais para fins específicos.
Dar um exemplo .

34 - Pegue um mapa-múndi e dê a longitude e latitude da cidade do Cairo - Egito.

35 - O Chile só tem um fuso horário . Por que ?

36 - Dê um exemplo de atividade humana que depende da fixação de vários fusos horários, num mesmo país.

37 - Nas contas bancárias alem do número da conta há um digito de controle. Qual sua função ?

38 - Um mapa tem a escala de 1: 45.000. Foi medida uma área de formato irregular ( no mapa ) de 3,4 cm2.
Qual a área real ( escala 1 : 1 ) ?

39 - Qual a diferença de ar atmosférico e o gás oxigênio ?

40 - Qual a ilha habitável do Brasil que dista do continente uma distância algo semelhante a que as Ilhas
Galápagos distam do continente ? Qual o estado brasileiro mais próximo dessa ilha ?
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41 - O leite distribuído nas casas passa ( ou deve passar ) pelo processo que poderia ser chamado de "
pequena esterilização " ?

42- Pasteur descobriu a existência dos micróbios ou descobriu que se existe um processo biológico (
fermentação, doenças ) então está presente um microorganismo e ele é a causa do processo.

43 - A correlação científica da correlação de certas doenças e microorganismo data de :


a) mais de duzentos anos e menos de trezentos anos
b) menos de cento e cinqüenta anos
c) mais de trezentos e cinqüenta anos

44 - A linha internacional de mudança de datas cruza que país ?

45 - Construa uma frase onde exista uma palavra de uso comum e que tenha três consoantes juntas. Depois ,
abstraindo-se de palavras de uso incomum construa uma frase com uma palavra comum com quatro
consoantes juntas.

46- Ação antrópica quer dizer o que ?

47 - O que é biocenose ?

48 - O Brasil possui espécies endêmicas ? Se não porque não e se sim dê um exemplo.


Aliás, o que é mesmo espécie endêmica ?

49 - Qual a diferença entre endemia, epidemia e pandemia ?

50 - Nossas palavras científicas tem muitas vezes origem no grego ou no latim. Nas duas palavras a seguir,
com conceitos semelhantes, qual a de origem grega e qual a de origem latina : saneamento e higiene.

51- Tenho o telefone celular ( fictício ) 98765432 na região de DDD 011 e estou no momento na região de DDD
( 035 ) . Quero falar com meu amigo Alberto de telefone ( fictício ) 99887766 da região de DDD 041 e que está
viajando estando numa região de DDD 0 75.Que número devo discar para falar com Alberto ?

52 - A divisa entre os municípios de Poá ( SP ) e Suzano é o rio Guaió. Na região há um time de futebol
chamado de Guaioense Futebol Clube. Qual é a característica curiosa da língua portuguesa nessa
denominação ?

53- Por que as tampas de ferro fundido de inspeções de poços de visita são sempre redondas. A explicação
tem raízes geométricas e evita vandalismo.

54- Nas portas para o exterior de alguns prédios, está escrito de forma bem didática e em inglês : " PUSH ".
Devemos puxar ou empurrar a porta ?

55 - Recebi às 9h00 da manhã de um amigo multimilionário que mora na mesma cidade que eu , via um
portador, um cheque de R$ 14.000,00 nominal a mim e lamentavelmente cruzado. Seu emitente viajou para
lugar incerto para uma pescaria e não levou telefone celular . Está pois incomunicável. Preciso hoje receber
esse dinheiro em espécie para fazer um excelente negócio mas não conheço ninguém da agência emissora
para pedir um quebra-galho liberando o dinheiro e não tenho outra fonte de recursos.
Como eu fiz e consegui sacar esse dinheiro no mesmo dia e dentro do horário bancário mesmo sendo o cheque
cruzado ?

56 - Uma pessoa candidatou-se ao cargo de especialista em matemática financeira de uma organização. Ao


fazer a entrevista final declarou que desejava sair do seu atual emprego pois seu salário estava defasado de
120%. O candidato foi descartado por erro matemático . Qual foi o erro ?

57 - Uma pessoa que não tenha aumento no salário por dois meses e em cada mês a inflação foi de 20 %
quanto tem reduzida a sua capacidade de compra ?
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58 - Qual a diferença de uma norma técnica internacional e uma norma técnica do exterior ?

59 - Como é declividade na língua inglesa ?

60 - Em um dicionário inglês é usada a cedilha ?

61 - Foi contratado um profissional de sistemas para criar um sistema de atendimento telefônico sem
telefonista. Como primeira parte do seu trabalho o profissional propôs o seguinte sistema de códigos a serem
acionados pelos consulentes telefônicos externos:
" Digite um dos números a seguir para ser atendido pelo departamento específico :
1- Secretaria
2- Administração de pessoal
3- Biblioteca
4- Manutenção
5- Engenharia
6- Planejamento econômico
7- assessor de imprensa
8- Sistemas áudio visuais
9- segurança
10- Presidência
11- Vice Presidência
Apresentada a idéia o profissional foi demitido por incompetência técnica .
Qual a razão da demissão ?

62 - Qual a diferença visceral de carteira de identidade e passaporte ? Para facilitar adiantamos que essa
principal diferença não está ligada a questão de divisão de viagens nacionais e viagens ao exterior . A diferença
visceral está em outro aspecto desses dois documentos. Como uma dica ,
carteiras de identidade são mais próximas para democracias e passaporte para ditaduras.

63 - Quais são as cores oficiais do Brasil ? Para facilitar, avisamos que não são quatro .

64 - Qual a diferença entre decano e mais idoso ?

65 - Numa região muito bem suprida de campos de aviação e num dia sem nuvens acaba totalmente o
combustível de um pequeno avião para seis pessoas . O que acontecerá se o piloto for razoavelmente
competente ?

66- Que letras do alfabeto latino e em que quantidade, aparecem nos relógios com numeração com algarismos
romanos indicando que são quatro horas da manhã ?

67- Atenção - pegadinha - quando o ponteiro pequeno e o ponteiro grande de um relógio cruzam-se em cima do
algarismo seis que horas são ?

68 - Um posto meteorológico tinha entre outros os seguintes equipamentos:


- higrômetro
- evaporímetro
- termômetro de máxima
- barômetro
Qual desses equipamentos existe rotineiramente nas residências ?

69 - A equipe da Petrobrás que foi ajudar na despoluição do mar perto das ilhas Galápagos levou alguns
equipamentos de combate à poluição por óleos. Indicar qual equipamento dos a seguir é não indicado para ser
usado nessa situação :
a) flutuadores
b) aerador
c) mantas absorventes
d) bombas de sucção
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RESPOSTAS EXERCÍCIO 2
1- Ecossistema.

2- O sistema telefônico tem um dispositivo automático de desligamento após x minutos de silêncio. A


musiquinha impede o desligamento.

3- A maior parte das secretárias e funcionários administrativos não conhece e não usa as duas funções . Há a
posição de agarramento total ( pernas para dentro ) e de agarramento parcial ( pernas para fora ) . O
agarramento total é para a junção de papéis que devem ficar permanentemente juntos ( por exemplo um
relatório ) e o agarramento parcial é para situações transitórias e que devem se separar ( por exemplo um papel
atado a um cheque avisando a data do depósito ).

4- O atual superintendente do Ibama está no cargo (estamos em fev. /2001 ) há menos de três meses.

5- SEMA - Secretaria Especial do Meio Ambiente.

6- Os hidrômetros domiciliares totalizam volumes de água.

7- O pluviômetro mede a intensidade da chuva e o pluviógrafo mede a intensidade e registra a informação.

8- Deve-se fazer o buraco para desestimular uma possível ( e condenável ) utilização futura da embalagem para
guardar produtos . Destino de embalagem de agrotóxicos é o posto de venda que deve devolver o mesmo para
o fabricante que deverá fazer o devido descarte.

9- Os nomes dos meses na ortografia oficial iniciam com letra minúscula.

10 - c) Que devem apertar o botão de partida é a pessoa que está enviando o fax , ou seja a que colocou o
papel no local correto do fax.

11- O número de parlamentares da maioria é inferior ao " quorum " exigido para a votação de uma matéria
específica .

12 - A distancia AB ( real ) é maior que CD. O globo terrestre ( formato próximo de uma esfera ) ao ser
representado de forma plana em mapas introduz distorções. A forma mais comum de representação dos mapas
( chamada projeção de Mercator ) é muito mais fidedigna proximamente á Linha do Equador e exagera (
aumenta as dimensões ) dos locais bem distante da Linha do Equador. Essa é a razão de a Groenlândia
parecer tão grande. É que ela está muito distante da linha do Equador.
Se no mapa AB = CD então na realidade AB > > CD pois CD está representada exagerada .

13 - efeito estufa

14 - distância medida em km e seus décimos .

15 - Volume = 0,85 m x 1,30 m x 0,70 m = 0,77 m3


1 m3 = 1.000 litros
Logo 0,77 x 1000 = 770 litros

16 - 1 cm = 0,0 1 m 1 cm3 = 1/1000 000 m3 1 m3 = 1.000 l


1 cm3 = 1/1.000 l 1cm3 = 1ml

17 - 1 hl = 100 l 1 m3 = 1.000 l 1hl = 0,1 m3

18 - Chopp é a bebida fermentada e não pasteurizada. É rica de microorganismos provenientes de sua


fabricação. O chopp pode estragar com facilidade . Cerveja é o chopp que sofreu pasteurização .

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A pasteurização é feita com o chopp já na garrafa e que passa por banhos seguidos e alternados de água fria e
quente. Com esse choque térmico mata-se a maior parte dos microorganismos usados na fermentação do
chopp e que continuavam na bebida e aumenta a vida útil da bebida.

19 - 350 ml ou seja 350 cm3 ou seja 0,35 litros.

20 - Toda a comercialização da gasolina é feita volumétricamente. Nos momentos frios o volume de 1 kg de


gasolina é mínimo e nos momentos mais quentes ( hora de abastecer os postos descarregando os caminhões )
o mesmo 1 kg de gasolina é máximo. Logo para o dono do caminhão é vantajoso carregar no frio e descarregar
no calor. Se o sistema fosse gravimétrico ( por peso ) a temperatura não influenciaria.

21 - Os peixes reproduzem-se em quantidades enormemente maiores que os animais terrestres. Comparar o


número de filhotes em uma ninhada de um ser humano , do urso panda e o número de filhotes de uma tainha. A
maior capacidade de reprodução permite uma maior captura sem que isso signifique o fim da espécie.

22 - Darwin. As ilhas Galápagos, bem distantes do continente foram povoadas há milhões de ano por animais
vindos do continente e como as características ambientais fossem diferentes do continente evoluíram
diferentemente. Ao ver isso Darwin propôs sua teoria da evolução das espécies.

23 - As ilhas Galápagos são muito distantes do continente o que ajudou a manter sua diferenciação de
espécies. Se as ilhas fossem próximas seriam permanentemente inoculadas com espécies vindas do continente
.

24 - Equador

25 - Hemisfério Sul . Olhe no mapa-múndi escolar que deve existir na sua casa.

26 - São quatro os estados: Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.

27 - Por incrível que pareça a alternativa certa é A . No inverno a distância é nula. Estamos falando do Estreito
de Behring que liga o Alasca ao território continental da antiga URSS.

28 - Pernambuco.

29 - Greenwich - Inglaterra - Por convenção internacional o meridiano que lá passa é considerado hora zero.
GMT , usado na referência de horas significa Greenwich Meridian Time - Hora ( referida ) ao Meridiano de
Greenwich. Greenwich é uma pequena cidade próxima a Londres e onde existiu um observatório astronômico.

30 - Qualquer que seja o mapa e obedecidas as regras expostas , sempre quatro cores são suficientes. O ramo
do conhecimento humano que explica o chamado " fenômeno das quatro cores dos mapas " é a Topologia -
ramo da Matemática . Topologia significa algo como a matemática das formas e sem medidas numéricas de
dimensões.

31 - Pasteurização foi criada ( ou desenvolvida ) por Louis Pasteur e é um processo de diminuir ( sem eliminar )
os microorganismos presentes em certos alimentos. Por banhos alternativos , frios e quentes , os
microorganismos são eliminados na sua maioria . Com isso consegue-se maior vida útil dos alimentos e a
eliminação de certos microorganismos patogênicos ( que transmitem doenças ) .

32 - O Brasil tem três fusos horários. Exemplos - Brasília tem o seu fuso horário, Mato Grosso tem um outro
fuso horário diferente uma hora de Brasília e o Acre tem um fuso horário diferente duas hora de Brasília.
Alguns dizem que o Brasil tem quatro fusos horários pois incluem o fuso de Fernando de Noronha.

33 - Asno e égua cruzados ( espécies diferentes ) geram o burro, na maioria esmagadora das vezes como
espécie híbrida, o burro é estéril. O homem faz o cruzamento para obter vantagens das duas espécies.

34 - Cairo no Egito tem coordenadas aproximadas de 30 graus Leste de longitude e 30 graus Norte de Latitude.

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35 - O Chile é muito comprido e pouco largo . Portanto o território chileno é cruzado por poucos meridianos e
muitos paralelos. Quem define a necessidade de existirem muitos fusos horários são os meridianos.
Num mapa-múndi localize o Chile , linhas imaginárias como os meridianos e paralelos .

36 - Exemplos :
- fixação de horas limites para os pequenos aviões poderem subir ou descer por vôos visuais ( sem
instrumentos ),
- fixação legal de período salubre e insalubre de trabalho. A falta de luz natural pode gerar condições insalubres
de trabalho.

37 - O digito de controle procura ( quase sempre consegue ) impedir que ao digitar uma conta bancária no
sistema de computador , se acontecer por exemplo uma inversão de algarismos o digito de controle denuncia e
aborta a operação. Assim se eu desejo acionar a conta bancária hipotética 5549 - 1 e digito erradamente 5594 -
1 o dígito de controle impede a seqüência da operação. É um dispositivo que ajuda a ocorrer erros involuntários
de quem aciona um sistema de computação em geral. Os números das carteiras de identidade também tem
esse( s) dígito ( s ) de controle.

38 - A área real vale


1 cm no mapa vale 45.000 na realidade ou seja 45.000 cm ou seja 450 m .
1 cm 2 vale então 450 x 450 = 202.500 m2
Como 1 há vale 10.000 m2 então 1 cm2 nesse mapa vale 202.500 / 10.000 = 20,25 há
3.,4 cm2 x 20,25 = 68,85 há

39 - O ar atmosférico é uma mistura de gases ( O2 , N2, CO2 etc. ) . Para a respiração dos seres vivos só
interessa o O2. Os outros gases são inócuos. Todavia se num ambiente eu retirar oxigênio e só tiver N2 a
pessoa morre por falta de oxigênio apesar do N2 ser inócuo mas ocupou o espaço onde podia haver oxigênio .

40 - O Brasil tem essa ilha e chama-se Ilha de Trindade e o seu estado mais próximo é o Espirito Santo . É uma
ilha habitável e lá costuma ficar uma guarnição da Marinha Brasileira.

41 - Sim . A pequena esterilização é a pasteurização , criada pelo Químico francês Louis Pasteur, o maior
médico do mundo em todos os tempos .

42 - Pasteur não descobriu a existência dos micróbios . Os micróbios na época de Pasteur já eram conhecidos
há muito e entendia-se erradamente então que eles eram conseqüência da doença. Pasteur de forma genial
inverte a ordem e declara que os micróbios são as causas de certas doenças e se impedirmos desses
micróbios atingirem o corpo então não haverá a doença. A desinfeção ( esterilização ) dos ambientes e
alimentos ( por exemplo a água ) é uma forma de impedir que os micróbios ataquem.

43 - Alternativa b - Meados do século XIX

44 - Rússia ( Comunidade dos Países Independentes ) .

45 - O maior obstáculo para construir essas frases é a falta de observação. Nessa frase anterior há uma palavra
com três consoantes juntas ( obstáculo ) e uma palavra com quatro consoantes juntas ( construção ).

46 - Ação antrópica é a ação do homem sobre a natureza.

47 - Biocenose - conceito por vezes citado mas que pouco diz. Algo como um grupo de seres vivos que vivem
em equilíbrio num conjunto de seres geneticamente iguais.

48 - Espécie endêmica é aquela espécie típica de um só local. O Brasil tem no mínimo uma espécie de animal
que só nós temos. Claro está que esse animal não pode estar nem na Amazônia nem no Pantanal pois se
estivesse em qualquer um desses dois locais , com enorme possibilidade estaria nas matas dos países vizinhos
e não seria então endêmico do Brasil. Uma espécie endêmica de um local é mais fácil de se encontrar em ilhas
( como as Ilhas Galápagos - Equador ).
No Brasil , litoral sul do país, litoral norte do estado de S.Paulo temos a ilha da Queimada Grande com uma
espécie só existente nesse local ( fenômeno igual ao desenvolvimento de espécies das Galápagos ) . Essa
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espécie é a cobra jararaca ilhoa , com veneno terrível. Atribui-se o veneno terrível dessa cobra o fato dela ter
péssima visão . Assim só as cobras com veneno mais mortal podiam capturar as presas mordidas e inoculadas
com seu veneno e que morriam próximas ao local do ataque da cobra. As cobras com veneno menos mortal
perdiam suas presas que fugiam depois da picada e iam morrer muito longe do local do ataque a cobra não
podia ir capturar essas presas face sua má visão.

49 - endemia - acontece num local restrito


epidemia - acontece em muitos locais
pandemia - acontece em quase todos os locais.

50 - Embora Saneamento e Higiene signifiquem praticamente a mesma coisa saiba que :


saneamento vem do latim salus,
higiene vem do grego hygea.

51 - Eu não preciso saber onde está Alberto pois isso por vezes é impossível saber. Eu devo sempre discar
para onde Alberto tem sua base. O sistema telefônico que procure ( por computador ) onde ele está . Também
não interessa saber onde estou .
Logo devo discar 0XX 41 99887766.

52 - Na expressão Guaioense as cinco vogais estão juntas.

53 - Tampões de formato circular jamais podem ser jogados dentro dos poços de visita. Tampões de qualquer
outra forma (retangulares, elípticos ) podem ser jogados no fundo do poço de visita.

54 - Empurrar. Só se puxa se tiver escrito " exit ".

55 - Facílimo ; Basta abrir uma conta no banco e agência igual a do emitente e depositar o cheque que será
pago na hora, instantaneamente e sem pedir favor a ninguém.
Cheque cruzado diz apenas que o cheque, antes de ser pago, deve ser depositado num banco e da forma
descrita isso aconteceu.

56 - Qualquer pessoa que trate com Matemática Financeira sabe que ninguém pode estar prejudicado em mais
de 100 %. Estar prejudicado em 100% quer dizer que ele perdeu tudo. Estar prejudicado em 160% significa
perder tudo e ainda dar 60%.

57 - Inflação é perda do poder de compra. Se a pessoa ganhava 100 depois de um mês com inflação de 20 %
passa a ganhar 80 e depois de mais um mês com 20% de inflação e sem aumento passa a ganhar 0,80 x 80 =
64. Logo sua perda após dois meses é de:
( 100-64) /100 = 36% .

58 - Norma técnica internacional - norma emitida em congresso convocado e participantes muitos países para
estabelecer rotinas . Exemplo fixação de comércio entre países , regras de navegação , regras de medidas (
Convenção do metro ). Exemplo de norma do exterior : norma americana de espessura de chapas de aço,
norma alemã de diâmetros de parafusos etc.

59 - " Slope " .

60 - Em todos os dicionários existe a palavra com cedilha " façade " proveniente do francês " fachada ".

61 - A demissão foi justa. Como pode haver um sistema com o número 1 e o número 11 ?
Ao discar 1 já está dirigindo a ligação para um ramal.

62 - Na carteira de identidade não existe espaço para anotações e no passaporte existe o espaço de
anotações. Com o passaporte pode-se com maior facilidade saber onde a pessoa esteve. Com a carteira de
identidade isso é impossível.

63 - As cores oficiais do Brasil são : verde e amarelo. Só isso .

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64 - Decano é o com mais tempo no cargo . Assim numa escola o Prof. João com 56 anos e há vinte anos
trabalhando numa escola é o decano da escola pois o outro professor tem 57 anos mas tem apenas quinze
anos de trabalho na escola.

65 - Sem combustível o avião desce e se até descer, existir um campo de aviação ele pousa com suavidade e
talvez nenhum passageiro perceberá que o avião está com os motores desligados.
Todavia, sem combustível o avião não poderá ter uma segunda chance e nem poderá usar os motores ( que
estão desligados ) para melhor se posicionar em altura e posição. O piloto tem que ser competente.
As diferenças de um planador e um avião a motor ( qualquer que seja ) é o ângulo de descida ( maior num
avião com motor ) e a dirigibilidade ( maior num planador ).

66 - São quatro letras I ( IIII ) . Em relógios ( por tradição ) não se usa para a quantidade quatro o símbolo IV.
Olhe essa verdade num relógio de pulso com algarismos romanos .

67 - Essa hora não existe pois se o ponteiro grande está em cima do seis isso indica meia hora e portanto o
ponteiro pequeno não pode estar em cima do seis e deve estar a meio caminho entre seis e sete. Experimente
isso no seu relógio.

68 - Termômetro de máxima. O chamado termômetro clínico ( um termômetro de máxima ) deixa gravada a


maior temperatura medida. Por causa disso para cada nova utilização devemos movimentar o termômetro para
voltar a marcação inicial próxima de 36 graus centígrados ( temperatura normal do corpo humano ) .
Lembremos :
- higrômetro - mede a umidade do ambiente
- evaporímetro - mede a evaporação no local
- barômetro - mede a pressão atmosférica.

69 -
A resposta certa é a b.
Veja:
aerador - não tem nenhuma finalidade. no caso
Flutuadores podem ajudar a segregar a parte do mar com óleo,
Mantas absorventes ajudam a retirar óleo da água,
bombas de sucção ajudam a retirar o óleo segregado da água.

EXERCÍCIO 3
PERGUNTAS

1) O assunto " queima controlada " é


a) previsto e regulamentado pelo Código Florestal
b) não previsto na legislação atual
c) proibido sempre, para preservar florestas

2) O que é um aceiro de uma floresta ? :


a) parte da floresta que vai produzir lenha para produção de aço
b) faixa da floresta mantida limpa para ajudar a combater incêndio
c) área prevista pela legislação para ser desapropriada

3 ) Uma área de formato retangular tem as seguintes medidas: comprimento 1,2 km e largura 250 m . Qual a
melhor resposta para expressar essa área em hectares ?
a) 30 ha
b) 60 ha
c) 3 ha
d) 6 ha

4) O atual Código Florestal é a lei :

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a) decreto federal n. 23.793
b) estadual n. 11.235
c) lei federal n. 4.771/65

5) O Código Florestal no tocante à florestas :


a) restringe-se à florestas em áreas públicas e ou devolutas
b) abrange prescrições sobre florestas em áreas particulares e públicas
c) só abrange florestas em áreas particulares depois de desapropriação

6) O emprego do fogo para o combate de pragas e a doenças da agropecuária e em operações de controle


fitossanitário é ou não regido pelo decreto n. 1.282 de 1994.
a) não é regido
b) é regido pelo decreto
c) é regido pelo decreto mas restrito à parte da bacia amazônica.

7) Escolha a melhor resposta. Uma pequena cidade joga seus esgotos sanitários sem tratamento num grande
rio e no local de lançamento a quantidade de peixes é grande. Isso prova que :
a) nessa cidade, como absoluta exceção, os esgotos sanitários não são tóxicos
b) os esgotos sanitários são poluidores mas não tem necessariamente produtos químicos tóxicos
c) nos esgotos sanitários existem presentes grande quantidade de hormônios

8) Segundo resolução do Conama para rios de classe mais nobre o lançamento de esgotos sanitários deve:
a) ser precedido de tratamento por lodos ativados
b) ser precedido de tratamento por filtro biológico e cloração
c) não pode ser feito, independente do nível de tratamento.

9) Considere-se uma tonelada de madeira verde. Essa quantidade de madeira verde é transformada em carvão.
Essa quantidade de carvão resultante:
a) tem maior capacidade calórica
b) tem menor capacidade calórica e muito menor peso
c) tem menor capacidade calórica e maior peso
d ) nenhuma das respostas anteriores

10) Escolha a melhor alternativa a seguir, do número de árvores da Floresta Amazônica no seu trecho brasileiro
:
a) 1.000.000 árvores
b) 2.500.000 árvores
c) mais de 3.450.800 árvores
d) nenhuma das respostas anteriores.

11) Foi plantada a semente de uma árvore, semente essa com o peso de dois gramas . Após cento e vinte anos
a árvore tem uma tonelada de peso. Essa árvore foi cortada e foi posta para secar em uma estufa onde
praticamente toda a umidade foi retirada. O peso do tronco que era de uma tonelada ( 1.000 quilos ) ficou com
quatrocentos quilos. Seiscentos quilos eram praticamente de água e produtos voláteis. Analisemos agora os
quatrocentos quilos ( material seco ) que resultou. Do peso da semente ( dois gramas ) temos quatrocentos
quilos ou seja quatrocentos mil gramas. De onde vieram mais de 80% desse acréscimo de peso ?
a) do gás carbônico do ar,
b) dos nutrientes do solo,
c) da terra,
d) dos fertilizantes químicos ,
e) dos sais presentes nas águas do terreno,
f) nenhuma das respostas anteriores.

12) Um lago eutrofizado quer dizer:


a) lago com falta de nutrientes
b) lago com excesso de nutrientes
c) lago com falta de matéria orgânica
d) nenhuma das respostas anteriores.
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13) Nos processos de tratamento de despejos temos os tratamentos físicos cuja principal função é separar
produtos sem transformá-los, temos os tratamentos químicos que transformam produtos sem a presença
obrigatória de microorganismos e temos os tratamentos biológicos com a presença obrigatória de
microorganismos. No caso de derrame de óleo em cursos de água o primeiro tratamento é de que tipo?
a) tratamento químico seguido de tratamento biológico
b) tratamento biológico seguido de tratamento químico
c) tratamento físico
d) nenhuma das respostas anteriores.

14 ) Os chamados crimes ambientais , são definidos por :


a) portaria do IBDF complementado pela legislação municipal
b) lei federal
c) decreto estadual

15 ) O Conama é um órgão
a ) distrital
b) estadual
c) municipal
d ) federal

16 ) O chorume em relação ao esgoto sanitário é:


a) várias vezes mais poluidor
b) menos poluidor
c) tão poluidor como o esgoto sanitário

RESPOSTAS EXERCÍCIO 3

1- A queima controlada é uma técnica do uso do fogo prevista e orientada pelo Código Florestal , lei n. 4.771/65
. Alternativa a.

2) Aceiro é um trecho da floresta que é mantido sem vegetação e que com isso pode bloquear o avanço de um
incêndio florestal. Alternativa b.

3) Calculemos ; 1,2 km = 1.200m A área em pauta vale em metros quadrados = 1.200 x 250 = 300.000 m2 Um
hectare significa 100m x 100m = 10.000 m2 .Logo 300.000/10.000 = 30 ha e a alternativa certa é: a

4) O atual código Florestal é a lei federal 4.771/65 . Alternativa c.

5) O Código Florestal abrange florestas em áreas públicas e particulares. Alternativa b.

6) A alternativa certa é a alternativa b.

7) A resposta certa é a alternativa b. Os esgotos sanitários são poluidores e não tóxicos. Os esgotos sanitários
são ricos em matéria orgânica e nutrientes e com isso enriquecem ( em demasia ) os corpos de água e com
isso fazem crescer as espécies e com isso desequilibram o meio biológico. O excesso de matéria orgãnica vai
demandar oxigênio dissolvido do rio podendo levar à diminuição ou mesmo extinção do oxigênio dissolvido e
com isso muitas espécies de seres vivos desaparecerão e surgirão outras espécies e as novas espécies com
grande número de exemplares.

8) Pela resolução do Conama - Conselho Nacional do Meio Ambiente para rios de maior nobreza não se pode
jogar nenhuma espécie de esgoto, mesmo tratado. Resposta certa é a alternativa c. As soluções para os
esgotos de cidades que estejam na bacia desse rio são:
- tentar infiltrar ( nem sempre o terreno permite ),
- exportar o esgoto para outra bacia.

9) Dada uma porção de madeira verde , mais de 70% de seu peso é devido á água. A preparação do carvão é
uma queima parcial que expulsa quase toda a água. Com isso o produto resultante tem menos poder calórico,
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mas a perda do poder calórico é muito mas muito menor que a redução de peso. Logo a resposta certa é a
alternativa b.

10 ) A pergunta é : qual a melhor alternativa entre as apresentadas. As alternativas a e b estão erradas cada
uma delas face seu número extremamente reduzido e pelo fato de apresentarem números redondos. A
alternativa c é a certa pois na Floresta Amazônica existem mais de 3.450.800 árvores. Como c é certa a
alternativa d é errada.

11) Por incrível que pareça a resposta certa é a a.


A maior parte da parte seca de uma árvore vem do processo da fotossíntese que captura o CO2 do ar e via
clorofila fixa esse gás no processo alimentar da árvore. É a chamada captura do carbono.

12) Resposta certa é a b. Um lago eutrófico é um lago com excesso de nutrientes ( sais ricos em nitrogênio e
sais ricos em fósforo ) . Esses nutrientes podem ter como origem os esgotos sanitários , principalmente os sais
ricos em fósforo. Lagos eutróficos tendem a ter algas e ficarem cobertos com verde. Uma piscina abandonada
fica verde face aos sais que tem e face às algas que proliferam alimentando-se desses sais. Um lago eutrófico
chega ao extremo de ser chamado de lago tipo sopa de ervilha.

13 ) No caso de derrame de óleo em cursos de água o primeiro tratamento de recuperação do curso de água é
o processo físico, alternativa c. Usam-se barreiras flutuantes tendentes a reter o óleo que sendo mais leve que
a água está sobrenadando. Usam se também produtos absorventes como papel e tecidos que tendem a serem
grudados pelos óleos. Nas refinarias e outros locais que manipulam óleos e graxas deve haver separadores
água óleo que são caixas de gordura enormes que face ao fato de óleos e graxas serem leves ficam retidos na
superfície desses tanques e dai são removidos para serem enterrados ou queimados.

14) Crime só pode ser definido por lei federal. Logo a alternativa certa é a alternativa b.

15) O Conama é um órgão federal , integrante do Ibama. Alternativa d .

16) O chorume, líquido proveniente da decomposição do lixo doméstico, é várias vezes mais poluidor que o
esgoto sanitário. Para se medir a " força " poluidora de um despejo o teste usado é o teste bioquímico da DBO -
Demanda Bioquímica de Oxigênio. Para o esgoto sanitário a DBO é da ordem de 300 mg/l . A DBO do chorume
pode chegar e ultrapassar 2.000 mg/l. Para despejos industriais de industrias bioquímicas ( por exemplo
despejos de indústrias de alimentos ) também se usa esse teste.
Alternativa certa é a alternativa a.

EXERCÍCIO 4
Perguntas

1- No Brasil e atendendo à boa técnica , o destino da água coletada em bocas de lobo é:


a) estação de tratamento de águas residuárias
b) rede de esgoto
c) infiltração
d) um corpo de água

2- Um despejo tem DBO de 500 mg/l e DQO de 3.000 mg/l. A relação DQO /DBO é portanto de seis. Admitindo-
se que diferença DQO - DBO seja de matéria orgânica não biodegradável, se submetermos esse despejo a um
tratamento biológico a relação DQO/DBO vai:
a) diminuir
b) ficar a mesma
c) aumentar
d) n.r.a.( nenhuma das respostas anteriores )

3- Um lodo úmido tem um teor de água de 99,9% e foi seco em uma desidratadora e o teor de água ficou de
99%. Pergunta-se quanto reduziu-se o volume do lodo comparando o úmido e o seco?
a) mais de 80%
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b) entre 50 a 80%
c) entre 10 a 50 %
d) nenhuma das alternativas anteriores

4 ) Um despejo industrial tem DBO de 4.000 mg/l e DQO de 4.500 mg/l. Para esse despejo diminuir seu
potencial poluidor :
a) o tratamento biológico é altamente recomendado
b) o tratamento biológico é apenas paliativo
c) não se recomenda o tratamento biológico

5) Um despejo com matéria polucional totalmente dissolvida e biodegradável pode ser tratado pelo processo
dos lodos ativados ?
a) não pode
b) pode
c) não é o ideal e não removerá a parte dissolvida

6) O mesmo enunciado da pergunta anterior mas em vez de lodos ativados o processo é o de filtro biológico. É
recomendável esse processo ?
a) não
b) é recomendável
c) só se adicionarmos sais ricos em cálcio

7) Em tratamento biológico aeróbio de despejos industriais , se houver ausência de sais de nitrogênio e


fósforos, recomenda-se a mistura com esgoto sanitário. A razão da mistura é:
a) melhorar a inoculação de microorganismos redutores
b) adicionar nutrientes
c) regularizar vazões

8) É recomendável o uso exclusivo de decantação no caso de despejos com a matéria polucional solúvel ?
a) não
b) sim
c) faltam elementos para dar um parecer

9 ) Um industria que joga despejos em um rio , despejos com temperatura de 67 0 C está causando uma
poluição:
a) química
b) física
c) depende do pH

10) Um despejo tem 4.900 mg de sólidos totais do resultado do exame laboratorial constatou-se que que o SS
desse despejo tem valor de 4.300 mg/l. Qual o teor de sólidos dissolvidos ?
a) 3560 mg/l
b) 9.200 mg/l
c) 600 mg/l
d) faltou informar o teor de sólidos voláteis

11 ) Qual a melhor alternativa de resposta quanto à expectativa de remoção de DBO de um tratamento com
filtro biológico aplicado a um esgoto doméstico ?
a) superior a 70%
b) inferior a 50 %
c) inferior a 40 %
c) superior a 99, 9 %

12 ) Qual a denominação do efluente líquido da decomposição do lixo doméstico ?


a) efluente negro
b) efluente orgânico
c) efluente inorgânico

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d) chorume

13 ) Em termos de DBO o efluente líquido da decomposição do lixo doméstico como se compara em teor com a
DBO dos esgotos sanitários :
a) é quase igual ao do esgoto doméstico
b) é menor ao do esgoto doméstico
c) é algo maior que o do esgoto doméstico
d) é várias vezes maior que o do esgoto doméstico

14 ) Qual a melhor alternativa de valor da DBO do esgoto doméstico ?


a) 10 mg/l
b) 50 mg/l
c) 2.300 mg/l
d) 300 mg/l

15 ) Uma pequena cidade com cerca de 3.000 habitantes joga todos os seus esgotos em um rio e sem
tratamento. Qual a melhor estimativa dessa carga orgânica desses esgotos por dia ?
a) 150 kgf
b) 30 kgf
c) 45.000 kgf

16 ) A secagem do lodo em leitos de secagem tem o objetivo de:


a) remover a DBO
b) reduzir a DQO
c) simplesmente reduzir o volume do lodo
d) esterilizar o lodo

17) No tratamento primário de esgoto sanitário qual a expectativa de redução de DBO:


a) 75 %
b) 10 %
c) 30 %

18 ) Uma semente de 2 g foi plantada e depois de vinte anos virou uma frondosa árvore com um peso de 2.500
kgf. Essa árvore foi cortada e colocada numa estufa sendo desidratada. A árvore cortada desidratada ficou
pesando cerca de 750 kg. A pergunta é sobre o aumento de massa que cresceu de 2 g para 750.000 gramas.
Esse aumento de massa tem na sua maioria ( mais de 70 % ) origem em:
a) matéria do solo
b) da adubação correta
c) dos nutrientes N, P e K
d) do gás carbônico da atmosfera
e) da umidade do terreno
f) de micronutrientes

19) A ênfase na qualidade da água para uso geral é definida por um grupo de
parâmetros definidos para água proveniente de atividades domesticas e industriais .
Assinale a opção mais completa :
a ) DBO , DQO , SS , ST, pH , P , N , Metais pesados ;
b) - DBO , DQO , SS , O& G , P , pH, N , Metais pesados ;
c) – DBO , ORG.SOLUV. , sais tóxicos , metais pesados; cor e turbidez, nutrientes ( N e P ) , ABS ,óleo e
materiais flutuantes, odor , temperatura , poluentes listados como tóxicos ; pH ,
d)—TOC , DBO , DQO , SS ,

20 ) Das substancias mencionadas qual aquela mais susceptível para tratamento por meios biológicos:
a) hidrocarbonetos alifaticos ;
b) triclorofenois ;
c) glicois;
d) glicose ;

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21) Quais os processos mais comumente empregados na insuflação de ar para o processo de oxidação biológica
;
a) aeradores de superfície e ar difuso ;
b) cascatas corredeiras ;
c) aeradores de superfície , ar difuso , jatos , rodas de pás ;
d) canais com chicanas ;

22) – Qual o indicador de poluição por esgoto domestico mais conhecido na avaliação da qualidade da água :
a) pH
b) cor
c) coliforme fecal
d) mercúrio

23) - Na literatura técnica o que significa VOC:


a) Valores Oficiais de carbono
b) Veiculo de Oxigenação Carbonácea
c) Volatile organic compounds

24) - Qual a contribuição de microorganismos indicadores ( coliforme fecal x 10E6 ) de um ser humano no esgoto (
per capita )
a) 13
b) 260
c) 3.3
d) 0.29

25 ) - A formação de cloroaminas é um fenômeno que surge na :


a) cloração da água ao ‘break-point”;
b )na oxidação biológica de produtos aminados
c) nos produtos contendo amido durante a cloração

26 ) – Qual a Resolução do CONAMA que regulamenta a instalação de empreendimentos que afetam direta ou
indiretamente os valores a seguir: a saúde , a segurança , e o bem estar da população ; atividades sociais ;
a) nº 9 de 6 /12 /90
b) n.º 1 de 23 / 1 / 86
c) n.º 5 de 6 / 8 / 87

27 ) – A qualidade das águas no território nacional são, classificadas por qual dispositivo legal :
a) A Constituição Federal ;
b) Resolução CONAMA n.º 10 de 6 /12 / 90
c) Resolução CONAMA n.º 8 de 6 /12 /90
d) Resolução CONAMA n.º 20 de 18 /6 / 86

28 )- Quais das alternativas , de modo simplificado, é o conjunto de tratamentos ,


mais adequado para tratamento dos efluentes líquidos de uma refinaria de petróleo de forma a atender à
legislação :
a) Lagoa de decantação , tratamento biológico por lodos ativados , flotador ;
b) Lagoa de decantação , API , lagoa de estabilização;
c) lagoa de decantação , separador de óleo de placas paralelas , lagoa aerada , lagoa de decantação;

29 )- A remoção do óleo nos efluentes líquidos de refinarias modernas é realizada por :


a) equipamento API ;
b) centrifugas ;
c) separador de placas paralelas ;
d) filtro-prensa ;
e) incineradores;

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30 ) - Qual a emissão de SO2 de uma planta de dessulfurização processando 30000 ton. / ano de gás contendo
0,4 % de H2S e equipada com um processo que recuperação de enxofre de 2 estágios com uma eficiência de 93.5
% em media ;
610
611
a) 10 ton./ ano ;
b) 3 ton. / ano ;
c) 210 ton. / ano ;

31 ) Dentre as opções abaixo , quais os processos considerados como pré –tratamento:


a) peneiramento, equalização e remoção de óleos e graxas ;
b) adsorsão , tratamento anaeróbio , filtração de lodo ;
c) coagulação , denitrificação ;

32) Lagoas aeradas são muito empregadas no tratamento biológico de complexos petroquímicos e de refinarias .
Qual a profundidade dessas lagoas em media :
a) 10 a 15 m .
b) 8 a 5 m.
c) 2 a 4,5 m.

33) Lagoas aeróbias e facultativas são diferenciadas pela energia necessária para :
a) manter os sólidos em suspensão :
b) - aumentar o tempo de residência do lodo ;
c) quebrar os flocos de colônias formados ;

34 ) Quais os principais mecanismos que contribuem para a liberação de Compostos Orgânicos Voláteis ( por
exemplo , benzeno ) em uma estação de tratamento biológico :
a) – volatilização , arraste gasoso , biodegradação ;
b) – biodegradação ;
c) – arraste no lodo ;

35) Os sólidos em suspensão são eliminados de um efluente liquido pelos seguintes processos :
a) troca ionica , osmose reversa, eletrodiálise ;
b) denitrificação ;
c) sedimentação , flotação , peneiramento;

36) As cargas muito variáveis de substancias poluentes podem ser atenuadas por qual processo unitário:
a) neutralização ;
b) alcalinização ;
c) equalização ;

37) Dos produtos abaixo quais são os inibidores da nitrificação no processo dos lodos ativados
a) acetona
b) resíduos de cervejaria
c) melaço

38 ) Ao se despejar efluentes industriais em estações de tratamento de esgotos domésticos , alguns aspectos


devem ser considerados .Qual das opções deve ser considerada a mais importante:
a) efeito da qualidade do efluente , efeito da qualidade do lodo , efeito da temperatura , manuseio do lodo ;
b) quantidade de nutrientes , vazão , concentração de SS ;
c) presença de VOC , concentração de óleos e graxas ;

39 ) As variações de teor em nitrogênio são causadas por microorganismos que oxidam amônia para nitrato e
nitrito como produtos intermediários. Quais são os microorganismos responsáveis disso :
a) M. PARCIVELLA , H. hydrosiis , Norcadia ssp ;
b) Beggiata ssp ;
c) H . hydrossis tipos 0041 e 0675
d) Nitrosomas e Nitrobacter
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40 ) O crescimento desordenado de filamentos em um tratamento biológico pode ser afetado por :


baixo pH , baixa taxa de O .D . , baixa taxa de F / M , presença de sulfetos , deficiência de nutrientes .A cada uma
dessas causas corresponderá pelo menos uma ação para controle. Indique a melhor :
a) uso de fenol como algicida;
b) emprego de cloro ;
c) emprego de água oxigenada ;
d) aumento na remoção de lodo ;

41) No processo de lodos ativados o teor de oxigênio dissolvido no tanque de aeração é mantido em que faixa ?
a) menor que 0,5 mg/l
b) maior que 9 mg/l
c) 2 mg/l

42) No ensaio de um aerador , o oxigênio dissolvido na água do reservatório deve ser eliminado . Qual o sal que
deve ser empregado para esse fim:
a) -bicarbonato de sódio ;
b) permanganato de potássio ;
c) -bicromato de sódio ;
d) sulfito de sódio;

43) O que é a “sag curve “:


a) plotagem da concentração de oxigênio ao longo de um curso de água ;
b) variação da DBO em uma bacia de aeração ;
c) diminuição de microorganismos em função da oxigenação;

44) O que é eutrofização :


a) crescimento excessivo de algas
b) diminuição da concentração de oxigênio na água ;
c) envelhecimento de um lago

45) Das opções abaixo quais representam em uma água residual , respectivamente a concentração de material
orgânico e a matéria orgânica total :
a) DBO-DQO
b) TOC-TOD ;

46) Qual a lei que expressa a sedimentação de partículas discretas , considerando-as esféricas :
a) Manning ;
b) Newton-Stokes ;
c) Buchner ;

47) Na transferencia de oxigênio no processo dos lodos ativados o teor médio a se ter no tanque de aeração é
próximo de qual valor ?
a) na faixa de 2 mg/l
b) maior que 10 mg/l
c) menor que 1 mg/l

48) No caso de óleo em emulsão , qual o parâmetro que irá romper a emulsão se for modificado :
a) tensão superficial ;
b) pH :
c) alteração do numero de Reynolds ;

49) A forma como uma pluma de uma chaminé se comporta é indicadora de :


a) tipo de estabilidade atmosférica ;
b) número de partículas sólidas nos fumos ;
c) função do gradiente de temperatura vertical da atmosfera ;

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50) Na avaliação da concentração de poluentes em um dado ponto ( forma expedita) emitidos por uma chaminé
,estão disponíveis vários modelos matemáticos para essa estimativa , Qual o mais clássico:
a) Holland ;
b) Briggs ;
c) Tenessee Valley Administration ;
d) Gaussiano

51) Em um evento de poluição do ar , qual o fenômeno atmosférico que melhor concorrerá para sua eliminação:
a) chuva ;
b) elevação da temperatura ;
c) vento ;

52) Para a remoção de materiais particulados , qual o mais indicado por sua baixa perda de carga ,
a) eficiência de remoção de partículas finas e neblinas :
b) torre de absorção ;
c) filtro de mangas ;
d) ciclones ;
e) precipitador eletrostático ;

53) Dos mencionados qual o mais critico para remoção numa água residual industrial:
a) chumbo ;
b) níquel ;
c) flúor ;

54) Da serie I S O 14000 qual aquela que permite certificação :


a) I S O 14011 ;
b) I S O 14024 ;
c) I S O 14001 ;

55) No desenvolvimento da norma I S O 14001 , há um conceito fundamental que é :


a) desenvolvimento sustentável ;
b) comprometimento com a comunidade ;
c) melhoria continua :

56) O fato de uma corporação estar certificada pela serie I S O 14000 , a isenta das obrigações legais sobre
controle de poluição:
a) sim ;
b) não ;

57) Deve haver uma intima relação entre o Serviço de Gerenciamento Ambiental e o Serviço de Segurança e
Higiene Ocupacional principalmente nas atividades :
a) uso de EPI ;
b) tipos de extintores ;
c) riscos tidos como intoleráveis na BS 8800;

58) A elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental ( E I A ) e do Relatório de Impacto Ambiental deve ser
efetuado por :
a) membros da corporação ;
b) um consultor ;
c) conjunto de especialistas multidisciplinares externos à corporação

59) Dentre as citadas abaixo quais os processos clássicos para elaboração do EIA-RIMA , quanto à avaliação dos
impactos ao meio ambiente :
a) matriz de Leopold , lista do Batellle Institut , do Banco Mundial ;
b) do FMI ,do CONAMA ,
c) da USEPA ;

60) A análise do ciclo de vida é mais abrangente que o EIA –RIMA:


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a) sim
b) não

61) A Rotulagem Ambiental , propósito da I S O 14024 é :


a ) obrigatória ;
b) voluntária ;
c) compulsória ;

62) O incidente de Bophal ocorreu na :


a) Europa
b) Índia
c) E.U.A.

63) O EXXON VALDEZ foi um desastre ecológico do tipo:


a) desprendimento de cloro;
b) vazamento de petróleo ;
c) explosão de nitrato de amônia ;

64) Na área de resíduos sólidos para o transporte qual a norma que refere-se à simbologia a ser usada nos
equipamentos de transporte:
a) NBR 7.500
b) NBR 7501
c) NBR 5.700

65) O processo de incineração de produtos tóxicos é um meio de disposição de resíduos tóxicos bastante
empregado. Entretanto ainda existe a questão de:
a) cinzas ;
b) não resolve a questão das emissões atmosféricas ;
c) não é bem aceita pelas ONG”S

66) Os PCB encontrados em uma unidade fabril , devem sofrer um sistema de tratamento provisório, antes de uma
remoção ” definitiva “. Qual seria esse tratamento :
a) ‘land-farming ‘-
b ) reciclagem;
c ) confinamento seguro ;
67) A reciclagem e disposição de óleos lubrificantes usados é regulamentada por :
a) - Resolução CONAMA n. 9 DE 31 / 8 /93 ;
b) -NBR 10004 ;
c) Lei n. 6.938 12 / 4 / 90

68) A Norma 10004 agrupa os resíduos sólidos em categorias. Assinale a opção correta:
a ) normais , deletérios , explosivos ;
b) biológicos , tóxicos , implacáveis;
c ) perigosos , não inertes , inertes;

69) Para a classificação dos resíduos sólidos a ABNT estabeleceu um conjunto de normas para padronizar , a
nível nacional, a classificação dos resíduos. São elas:
a ) classificação , lixiviação , solubilização , amostragem ;
b ) origem , densidade , ponto de ebulição , ‘flash-point”; teor em metais pesados ;
c) quantidade de microorganismos infecciosos, teor em inflamáveis , poder toxico em termos equivalente de
mercúrio ;

70) Na incineração de produtos tóxicos , preferencialmente organoclorados há sem dúvida o desprendimento de


acido clorídrico , porem não é esse produto que torna a incineração uma operação discutível .São emitidas
substancias toxicas de alta periculosidade , e a principal é :
a) ciclofosfamina ;
b) cloreto de vinila ;
c ) benzidina ;
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d ) dioxinas;

71) Na disposição final de resíduos sólidos do tipo lodo de tratamento biológico de produtos petrolíferos e
alimentícios , é recomendável o uso do “land-farming “ ?
a - sim ;
b - não

72) As águas de lavagem das torres de resfriamento podem ser despejadas nos esgotos sem tratamento prévio :
a) sim ;
b) não

73) Os CFC são responsáveis pela destruição da camada de ozônio ou pelo efeito estufa :
a) efeito estufa
b ) destruição da camada de ozônio

74) Como camada impermeabilizante em um aterro industrial Classe II_, qual o tipo de manta que a boa técnica
sugere, preferencialmente para despejos de óleos e graxas ;:
a) polietileno alta densidade ;
b ) bidim ;
c ) papel alcatroado ;

75) Para instalação de locais para sistemas de tratamento de resíduos , devem ser evitadas áreas do tipo :
a ) APAs , APMs , áreas urbanas :
b) Podendo ser instaladas em locais longe de mananciais , mangues , terrenos preferencialmente argilosos e com
condutividade hidráulica ( cm/ seg. )acima de 10

RESPOSTAS EXERCÍCIO 4
1) d . O destino correto de águas coletadas em bocas de lobo e que são chamadas de águas pluviais é um
corpo de água, riacho, rio ou lago.

2) c. O tratamento biológico remove principalmente a parte biodegradável ( DBO ) e nada faz quanto à parte
orgânica estável. Logo reduz a DBO e mantém a parte DQO - DBO e com isso aumenta a relação DQO/DBO.

3) a. De cada 1000 litros 1 é de sólidos e 999 é água. Com o processo de secagem 1 de sólidos terá 9,9 g de
água ou seja a redução de volume é enorme e maior que 80%

4) a . Como a DQO e a DBO são quase iguais há pouca matéria orgânica estável e portanto o tratamento
biológico é altamente recomendável.

5) b. O processo de lodos ativados é para águas residuárias orgânicas biodegradáveis tanto em suspensão
como em solução ( dissolvida ).

6) b. Como o processo de lodos ativados o filtro biológico também pode ser aplicado e a matéria orgânica
solúvel e insolúvel vai virar lodo após passar pelo filtro.

7) b. Para o sucesso de tratamento biológico de efluentes de qualquer origem são necessários nutrientes ricos
em N e P. Uma fonte barata desses nutrientes é o esgoto sanitário.

8) a. Não se deve usar decantação em caso de despejos com teor polucional solúvel pois a decantação não
remove produtos solúveis.
9 ) b. Um despejo com temperatura de 67 0 C causa se lançada num rio uma poluição física.

10 ) c. Os sólidos dissolvidos e os sólidos em suspensão ( SS ) somam o teor de sólidos totais. Logo o teor de
sólidos dissolvidos será ST = SS + SD
SD = 4.900 - 4.300 = 600 mg/l

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11 ) a. A literatura indica que a melhor alternativa é a de remoção de mais de 70% de DBO

12) d. A denominação técnica é chorume.

13) d. A DBO do chorume é várias vezes maior que a DBO do esgoto sanitário .

14) d. A DBO média de um esgoto sanitário é de 300 mg/l.

15 ) a. A contribuição percapita é da ordem de 50 g/dia. 3.000 x 50 g = 150.000 g = 150 kgf

16 ) c. Secagem de lodo só seca ( reduz volume ) do lodo.

17 ) c. Essa é a média da expectativa de resultados de estações de tratamento de esgotos.

18) d. Toda a matéria orgânica da árvore vem da fotossíntese e isso significa o uso do CO2 da atmosfera.

19) c -- Os parâmetros mais importantes e que definem a qualidade da água residual , tanto em seu potencial
poluente , como para efeito do projeto básico de tratamento e para em casos de ensaios de tratabilidade .

20) d. – A glicose é a mais susceptível de degradação biológica . As outras substâncias podem eventualmente
ser objeto de degradação , porém em condições especificas .

21) c. – Na operação de aeração os dispositivos para introdução do ar na água residuária a ser tratada são os
mencionados na opção c .

22 ) c . Os microorganismos coliforme são empregados como indicador de poluição fecal .

23) c - VOC significa " volatile organic compounds " ou seja compostos orgânicos volateis. Em linguagem de
laboratório são as perdas por calcinação .

24) a - o número 13 corresponde ao expoente da potência dez exprimindo o número de coliformes fecais (
densidade por grama de fezes )

25 ) a . A formação de cloroaminas acontece ao se efetuar uma cloração acima de 0.5 mg/l em águas contendo
substâncias nitrogenadas .

26-b- A Resolução n. 1 é a que estabelece esses critérios e outros na execução do EIA-RIMA .

27) -c- A Resolução n. 20 relaciona , define , e estabelece parâmetros das diferentes qualidades de água do
território nacional , bem como os parâmetros de lançamento de efluentes líquidos contaminados .

28 )-c- A opção c é a mais empregada e portanto a melhor alternativa.

29 ) b. O separador de óleo com placas paralelas é atualmente o equipamento mais eficiente na remoção de
óleos em águas residuárias . Suas vantagens são: menor espaço ocupado para uma mesma vazão de um API (
separador clássico empregado nas refinarias) Por exemplo , um separador de placas paralelas com uma carga
hidráulica de 0.5m3/h.m2
Separa gotículas com 0 .006 cm .

30 ) c- A quantidade de SO2 emitida é de 210 ton./ano .O cálculo é o seguinte :para instalações de gás , o fator
empregado é: :
30000 ton./ ano x 0.4 % de H2S corresponde a 120 ton. / ano de H2S, em termos de SO2 o valor da emissão
será de 224,5 ton . / ano ( SO2).

31-a- As operações consideradas como pré-tratamento são peneiramento


( grades ) , equalização ( para diminuir choques de variação de qualidade química ) e remoção de oleos e
graxas.
Equalização para homogeneizar as flutuações de vazão e concentração;
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Neutralização para ajustar o pH para as operações que se seguem ;
O peneiramento é para a remoção de sólidos grosseiros que poderão danificar os equipamentos.

32-c- A profundidade adotada para lagoas airadas varia entre 2,4 à 5m de profundidade na qual a oxigenação é
obtida por unidades de ar difuso ou mecânica e por meio da aeração superficial induzida.

33-a- No tipo lagoa aeróbica aerada o oxigênio dissolvido e o sólido de suspensão são mantidos uniformemente
em todo o volume da bacia.
Na lagoa facultativa o oxigênio é mantido nas camadas superiores na bacia, porém somente uma porção dos
sólidos em suspensão é mantido em suspensão.

34-a- Os principais mecanismos que contribuem para a liberação dos compostos orgânicos voláteis ( VOC ) nos
tratamentos são a volatilização e o arraste gasoso, segundo., os estudos mais atuais.
Sendo assim, é importante a eliminação prévia dos VOC dos efluentes líquidos para não tornar a bacia de
aeração um ponto de poluição atmosférica.

35) c.- Os SS são eliminados pelos processos de : peneiramento ( sólidos grosseiros ); sedimentação ( areia e
sólidos facilmente decantáveis ); flotação ( no caso de sólidos em suspensão dificilmente decantáveis, por
exemplo : fibras e materiais flutuantes ),

36) c - O processo empregado para atenuar a variação de cargas de DBO é a equalização;


em alguns casos a bacia de equalização pode ser equipada com um aerador para efetuar mistura e oxigenação.

37) a- A acetona, bem como outros produtos do tipo clorofôrmio, tiocianato de potássio são inibidores da
nitrificação no processo de lodos ativados.

38) a- Os parâmetros a serem considerados são : os efeitos da qualidade do efluente lançado no esgoto,
quantidade de sólidos em suspensão, portanto efeitos na qualidade do lodo ( presença de metais pesados ),
temperatura de lançamento.

39) d - Os microorganismos responsáveis são : os Nitrosomas e Nitrobacter.

40) a - De um modo geral emprega-se a alternativa a .

41) c - O teor limite de oxigênio dissolvido em tanques de aeração é da ordem de 2


mg/l. Lembrar que abaixo de 0,5 mg/l estamos nos aproximando da falta de oxigênio e
que os teores máximos de oxigênio dissolvido em rios sem poluição é da ordem de 5 a
7 mg/l.

42) d- O captor de oxigênio empregado é o sulfito de sódio.

43 ) a - “ Sag curve “ é a plotagem da concentração de oxigênio ao longo de um curso de água, após o


lançamento de um efluente contaminado com DBO, até se aperceber da recuperação do nível de oxigênio
dissolvido.

44) a. É o crescimento excessivo de algas em um lago.

45) a. Os dois parâmetros a serem considerados primordialmente são : DBO e DQO.

46) b .A lei é a de Newton- Stokes.

47) a – o teor máximo a se ter nos tanques de aeração de lodos ativados costuma ser na faixa de 2 mg/l. Não
se procura aumentar esse teor pois pouco auxiliaria e demandaria custo adicional de energia elétrica. No caso
de filtro biológico como quem propicia a aeração é o movimento de queda do esgoto não se controla esse teor
mas que deve ser no mínimo maior que 0,5 a 1,0 mg/l. Se acontecer a ocorrência de teores mais baixos a única
solução é ou diminuir a vazão por filtro ou fazer uma reformulação completa na estação.

48) b- A quebra de uma emulsão oleosa é geralmente obtida por uma variação do -pH da emulsão.

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49) c - A forma da pluma de uma chaminé é função do gradiente e temperatura


vertical da atmosfera.

50) d. - A apreciação rápida da concentração de poluentes emitidos em uma determinada área é feita pelo
processo clássico denominado Gaussiano; outros processos mais sofisticados também são disponíveis.

51) c- O evento que concorre para a dispersão da concentração dos poluentes na atmosfera é o vento.

52) e- O equipamento mais adequado para as características especificadas é o precipitador eletrostático.

53) c - O flúor é um elemento de difícil remoção; o melhor processo conhecido é o emprego de resinas de troca
iônica específica.

54) c . - Da série I S O 14000 aquela que é certifícável para o Serviço de Gerenciamento do Meio Ambiente é a
I S O 14001, já bastante difundida no Brasil.

55) c - O conceito fundamental na implementação da I S O 14001 é a “ MELHORIA CONTÍNUA “.

56) b. Uma certificação pela I S O 14000 não isenta a corporação das obrigações
legais vigentes.

57) c .- A norma BS 8800 que trata da certificação dos Serviços de Segurança e


Saúde Operacional , estabelece uma interface comum entre segurança e meio ambiente
em várias de suas colocações, na área de riscos, principalmente os intoleráveis (
que também afetam o meio ambiente ) devem ser abordados pelos dois serviços (
Segurança e Meio Ambiente ).

58) c.- A elaboração EIA–RIMA, por lei deve ser elaborado por um conjunto de
especialistas multi- disciplinares EXTERNOS.
A escolha dos especialistas dependerá do local em que se pretenderá implantar o
empreendimento ( por exemplo : na borda marítima haverá necessidade de biólogos
marinhos, onde houver sítios arqueológicos exigirá a presença de arqueólogos, Tc...
)

59) a - Os processos clássicos de elaboração EIA–RIMA para uma abordagem primária são : - Matriz de
Leopold, Lista do Battele Institute e Lista do Banco Mundial.
Outras metodologias mais sofisticadas devem ser empregadas para um estudo mais aprofundado.

60) a- A análise do ciclo de vida é mais abrangente pois irá atingir influências do produto além dos limites
previstos na metodologia da elaboração do EIA-RIMA.

61) b- A rotulagem ambiental é de caráter voluntário, entretanto, convém frisar que em alguns mercados o
consumidor seguia pela existência de rótulos, quase que tornando-os obrigatórios, apesar de não ter
conhecimento da origem do rótulo.

62) b - O incidente de Bophal ocorreu na Índia em 1.984 . Foi um desprendimento de 25 tons. de metilisocianato
provocando 2.000 mortes e 200.000 intoxicados.

63) b - O navio EXXON VALDEZ na costa do Alasca teve seus tanques de petróleo rompidos provocando danos
no meio ambiente da ordem de 6 ( seis ) bilhões de dólares.

64) a - A norma referente à classificação é a NBR 7.500- classificação para o transporte de cargas perigosas.

65) a-- Hoje em dia admite-se que grande parte dos materiais tóxicos permanecem nas
cinzas, inclusive as de dioxina.

66) c- A legislação prevê que antes da remoção definitiva os PCB tenham um


confinamento seguro, segundo a Instrução Normativa do SEMA de 10 de junho de 1.983.

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67) a - A reciclagem e disposição de óleos lubrificantes usados é regulamentada
pela Resolução CONAMA Rn. 9 de 31 de agosto de 1.983.

68) c - A norma NBR 10.004 classifica os resíduos sólidos em perigosos não inertes
e inertes.

69) a - Os ensaios básicos são classificação, lixiviação e solubilização..

70) c. - O produto que é o ponto nevrálgico na recusa da instalação de


incineradores pelas ONG’s é a liberação de dioxina.

71) b- A disposição final de resíduos sólidos e efluentes tratados para uso em “ land-farming “ são aqueles
provenientes da indústria alimentícia.
Em alguns casos pode-se empregar os lodos das refinarias de petróleo.

72) a- Normalmente podem . Sua vazão é pequena comparada com a vazão de esgotos do
pessoal da unidade produtiva.

73) b- Os CFC são responsáveis pela destruição da camada de ozônio.

74) a - A manta mais indicada é o polietileno de alta densidade, desde que devidamente protegido contra
perfurações e choques.

75) a - As APAs ( Áreas de Proteção Ambiental ). As APMs ( Áreas de Proteção de Manancial e Áreas Urbanas
) não podem servir como local de aterro para disposição de resíduos sólidos de qualquer natureza.
.

ASSUNTO PÁGINA

3. Fauna. -------------------------------------------------------------------- 1
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3.1 Classificação taxonômica da fauna silvestre brasileira.
3.2 Manejo da fauna silvestre brasileira in situ e ex situ.
3.3 Convenções internacionais voltadas à proteção
de espécies em que o Brasil é signatário.
3.3.1 Convenção da Biodiversidade. ---------------------------------- 16
3.3.2 Convenção Internacional sobre o Comércio das
Espécies da Fauna e Flora em Perigo de Extinção (CITES). -- 19
3.3.3 Comissão Baleeira Internacional (CIB).

4 Gestão e manejo dos recursos ambientais. -------------------- 21


4.1 Zoneamento ecológico-econômico.
4.2 Manejo florestal sustentável.
4.3 Gestão e manejo em unidades de conservação. ------------- 26
4.4 Proteção da biodiversidade.
4.5 Instrumento de controle e licenciamento.
4.6 Silvicultura, projetos de florestamento e reflorestamento. -- 31
4.7 Educação ambiental. ------------------------------------------------- 45
4.8 Manejo de bacias hidrográficas.
4.9 Prevenção e combate a incêndios florestais. ------------------ 47
4.10 Proteção e manejo de cavernas.

5 Aspectos socioeconômicos. ---------------------------------------- 55


5.1 Políticas públicas.
5.2 Noções gerais de economia ambiental.
5.3 Agenda 21 – desenvolvimento sustentável. -------------------- 55
5.4 Meio ambiente, sociedade e noções de Sociologia e de Antropologia.
5.5 Elaboração, avaliação e seleção de projetos.

Textos adicionais complementares

Gerência Ambiental ----------------------------------------------------- 58


Poluição da águas e o seu Controle ---------------------------------- 75
Dicionário de termos Ambientais ------------------------------------- 90
Meio Ambiente Perguntas mais freqüentes 215 testes---------- 108

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