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UNIDADE 1 Linguagem coloquial: não segue estritamente

a norma culta gramatical, apresentando gírias e formas


LÍNGUA E COMUNICAÇÃO contraídas. É próprio da linguagem familiar, usado no
dia a dia em bilhetes, cartas, diários íntimos, nas con-
“A língua portuguesa, adornada por ecos tupis e nagôs, versas com amigos.
chama-se brasileira, escorre da boca em versos prosai-
cos, em falas musicais. No carnaval, no dia santo. Na
santeria que rima Jesus de Nazaré com os tambores do
Candomblé. ” Norma culta: segue as regras prescritas pela
(Renato Fiorin Jr.) gramática normativa. É próprio do discurso acadêmi-
cos, sermões, trabalhos científicos, textos literários e
A língua não é una (com n mesmo), ou seja, não é indi- didáticos, cartas e documentos oficiais.
visível; ela pode ser considerada um conjunto de diale-
tos. Alguém já disse que em nenhum país se fala uma
língua só. No Brasil, não é diferente. Cada região tem
seus falares, cada camada da sociedade tem o seu. Po- Todos estes atos de fala são expressos na linguagem e,
de-se dizer que cada indivíduo tem o seu. A esse fenô- só há linguagem quando há interação com o outro. A
meno caracterizamos como variação linguística. interação acontece antes mesmo de aprendermos nos-
A variação linguística acontece porque o pilar principal sa língua materna, e desde a tenra idade, através de
da língua é a comunicação. Desta forma, os falantes fa- expressões faciais e até mesmo de sons incompreensí-
zem rearranjos conforme sua necessidade, muitas ve- veis, lançamo-nos à incrível arte de se comunicar.
zes esses rearranjos marcam a identidade de um grupo Cada texto produzido, tanto oral, quanto escrito, apre-
social. Podemos classificar essa variação de algumas sentam uma intencionalidade.
formas: histórica, regionais, social e estilística. Não pense que os atos de fala são desprovidos de um
propósito. Há um objetivo até mesmo nas famigeradas
Variação histórica (diacrônica): ocorre de acordo com conversas de elevador, quando as pessoas, entediadas,
diferentes épocas vividas pelos falantes, sendo assim travam um diálogo que muitas vezes parece ser pouco
possível, distinguir o português arcaico do português produtivo ou até mesmo dispensável.
moderno. Bem como palavras que há muito tempo fo- Pois bem, as funções da linguagem estão aí para nos
ram usadas e atualmente caíram e desuso. Um grande explicar as minúcias de cada tipo de discurso e conhe-
exemplo é a palavra “vossa mercê”, que atualmente foi cê-las aprimora a comunicação, bem como o entendi-
substituída por “você”. mento da finalidade de um texto. Mas você sabe quais
são as funções da linguagem e para que servem? Bom,
Variação regional (diatópica ou geográfica): este tipo são seis as funções da linguagem, sendo que cada uma
de variação ocorre porque diferentes regiões têm di- delas cumpre um objetivo bem específico em diferen-
ferentes culturas, com diferentes hábitos, modos e tes contextos comunicacionais
tradições, estabelecendo assim diferentes estruturas
linguísticas. A palavra mandioca e aipim são grandes Função referencial ou denotativa (contexto): a denota-
exemplos deste tipo de variação, as duas palavras sig- ção tenta uma relação e uma aproximação mais direta
nificam a mesma coisa, no entanto, são usadas em re- entre o termo e o objeto. O pé do animal, o pé do ser hu-
giões diferentes. mano, seriam expressões denotativas, linguagem cor-
relacionada a um real, que responderia sempre à per-
Variação social (diastrática): acontece, conforme os há- gunta “que é tal objeto”? com o nome do objeto, sem
bitos e cultura de diferentes grupos sociais. Este tipo o recurso da linguagem figurada. Geralmente, o texto
de variação ocorre porque diferentes comunidades apresenta-se na terceira pessoa do singular ou plural,
possuem diferentes conhecimentos, modos de atua- pois transmite impessoalidade. Em alguns textos é
ção e sistemas de comunicação. A gíria e o jargão são mais predominante essa função, como: científicos, jor-
exemplos deste tipo de variação. nalísticos, técnicos, didáticos ou em correspondências
comerciais.
Variação estilística (diafásica): se faz presente na ex-
pressividade individual de uma língua e considera um Exemplo:
mesmo indivíduo em diferentes situações de comu-
nicação: se está em ambiente familiar, profissional, o Texto jornalístico
grau de intimidade, o tipo de assunto tratado e quem Assassinato na Rua da Constituição
são seus receptores.  O funcionário do Ministério da Fazenda, Mi-
sael, 63, matou a tiros a ex-prostituta Maria Elvira, com
quem vivia há três anos. O crime ocorreu na rua da
Constituição, Rio de Janeiro, motivado, ao que parece,
por uma série de traições da mulher. Ao que tudo indi-
ca, os amantes mudavam-se de bairro toda vez que Mi-
sael, avesso de escândalos, descobria uma traição de
Maria Elvira. A polícia encontrou a vítima em decúbito
dorsal, com marcas de seis tiros no corpo.
(Retirado do texto: Operadores da narrativa)

Função emotiva (emissor): a mensagem organiza-se,


centralmente, na posição do emissor, marcado pelo
traço inicial do pronome em 1ª pessoa, ao mesmo tem-
po que envia seus sentires, lembranças, expressões e
confissões a uma 2ª pessoa, apontada, normalmente,
por um “você”. O conjunto todo da mensagem concor-
re, portanto, para aflorar sentimentos e embalar emo- Função fática (canal): se a mensagem centrar-se no
ções. contato, no suporte físico, no canal, a função será fáti-
ca. O objetivo desse tipo de mensagem é testar o canal,
é prolongar, interromper, ou reafirmar a comunicação,
Eu ainda estou aqui não no sentido de, efetivamente, informar significados.
Perdido em mil versões São repetições ritualizadas, quase ruídos, balbucios,
Irreais de mim gagueiras, cacoetes de comunicação (mesmo ges-
Estou aqui por trás de todo o caos tuais), fórmulas vazias, convenções sociais, de super-
Em que a vida se fez fície, testando, assim, a própria comunicação. Certos
“tique” da fala podem caracterizar-se como fáticos:
Tenta me reconhecer no temporal “certo?, entende?, não é?, tipo assim...”
Me espera
Tenta não se acostumar (...) Olá, como vai ?
Eu volto já Eu vou indo e você, tudo bem ?
Me espera Tudo bem eu vou indo correndo
Pegar meu lugar no futuro, e você ?
Eu que tanto me perdi Tudo bem, eu vou indo em busca
Em sãs desilusões ideais de mim De um sono tranquilo, quem sabe …
Não me esqueci Quanto tempo... pois é...
De quem eu sou Quanto tempo...
E o quanto devo a você Me perdoe a pressa
[...] É a alma dos nossos negócios
(Me espera – Sandy) Oh! Não tem de quê
Eu também só ando a cem
Função conativa (receptor): quando a mensagem está Quando é que você telefona ?
orientada para o destinatário, trata-se aí da função co- Precisamos nos ver por aí (…)
nativa. Esta palavra tem sua origem no termo latino co-
natum, que significa tentar influenciar alguém através (Trecho da música  Sinal Fechado, de Paulinho da
de um esforço. A função conativa é também chamada Viola).
de apelativa, numa ação verbal do emissor de se fazer
notar pelo destinatário, seja através de uma ordem, Função poética (mensagem): A função poética da lin-
exortação, chamamento ou invocação, saudação ou guagem tem como principal característica a emissão
súplica. Importa dizer que a função conativa marca-se de uma mensagem elaborada de maneira inovadora,
gramaticalmente pela presença do imperativo e do vo- encontrada predominantemente na linguagem lite-
cativo e pela 2ª pessoa do verbo, É revelada também rária, sobretudo na poesia. O centro de interesse da
nas fórmulas mágicas ou encantatórias – as que se ex- comunicação na função poética é o próprio texto e,
pressam em forma de desejo: “Fique com Deus” ou “Vá por isso, alguns recursos são utilizados para chamar
para o inferno!”. a atenção do destinatário para a mensagem. Forma e
conteúdo ganham um novo arranjo para provocar no
leitor o prazer estético. Recursos como efeitos sonoros
e rítmicos, além do uso das diversas figuras de lingua-
gem, colaboram na tentativa de deslocar a mensagem
de uma estrutura convencional que tolhe a criatividade
artística.
Convite
Poesia DESTA FORMA...
é brincar com palavras É muito importante lembrar que as funções da lingua-
como se brinca gem estão centradas nos elementos da comunicação
com bola, papagaio, pião. (emissor, receptor, código, canal de comunicação e
Só que contexto) e cada uma delas assume um objetivo espe-
bola, papagaio, pião cífico na comunicação. Entender o funcionamento da
de tanto brincar linguagem pode melhorar em muito nossas habilida-
se gastam. des linguísticas. Por isso, bons estudos!
As palavras não:
quanto mais se brinca EXERCÍCIOS
com elas
mais novas ficam. 1. (ENEM-2007) O canto do guerreiro
Como a água do rio
que é água sempre nova. Aqui na floresta
Como cada dia Dos ventos batida,
que é sempre um novo dia. Façanhas de bravos
Vamos brincar de poesia? Não geram escravos,
José Paulo Paes Que estimem a vida
Sem guerra e lidar.
Função metalinguística (código): linguagem utiliza- — Ouvi-me, Guerreiros,
da para falar, explicar ou descrever o próprio código: — Ouvi meu cantar.
esse é o principal objetivo da função metalinguística. Valente na guerra,
Nas situações em que ela é empregada, geralmente na Quem há, como eu sou?
poesia e na publicidade, a atenção está voltada para o Quem vibra o tacape
próprio código: Com mais valentia?
Quem golpes daria
Fatais, como eu dou?
— Guerreiros, ouvi-me;
— Quem há, como eu sou?
Gonçalves Dias.

Macunaíma
(Epílogo)

Acabou-se a história e morreu a vitória. Não havia mais


ninguém lá. Dera tangolomângolo na tribo Tapanhu-
mas e os filhos dela se acabaram de um em um. Não
havia mais ninguém lá. Aqueles lugares, aqueles cam-
pos, furos puxadouros arrastadouros meios-barran-
cos, aqueles matos misteriosos, tudo era solidão do
deserto... Um silêncio imenso dormia à beira do rio Uraricoera. Nenhum conhecido sobre a terra não sabia nem
falar da tribo nem contar aqueles casos tão pançudos. Quem podia saber do Herói?
Mário de Andrade.
Considerando-se a linguagem desses dois textos, verifica-se que
a) a função da linguagem centrada no receptor está ausente tanto no primeiro quanto no segundo texto.
b) a linguagem utilizada no primeiro texto é coloquial, enquanto, no segundo, predomina a linguagem formal.
c) há, em cada um dos textos, a utilização de pelo menos uma palavra de origem indígena.
d) a função da linguagem, no primeiro texto, centra-se na forma de organização da linguagem e, no segundo, no
relato de informações reais.
e) a função da linguagem centrada na primeira pessoa, predominante no segundo texto, está ausente no primeiro.

2. (Mack-2007)

Considere as seguintes afirmações:


I. Encontra-se na tira expressão que representa a função fática da linguagem, aquela que põe em evidência o
contato lingüístico.
II. Os sinais de exclamação (1º. quadrinho) expressam estados emotivos distintos.
III. As respostas da garota (2º. e 3º. quadrinhos) podem ser consideradas exemplos de orações classificadas pela
gramática como reduzidas.
Assinale:
a) se apenas as afirmações I e II estiverem corretas.
b) se apenas as afirmações I e III estiverem corretas.
c) se apenas as afirmações II e III estiverem corretas.
d) se apenas a afirmação III estiver correta.
e) se todas as afirmações estiverem corretas.

3. (Unifesp-2002) Texto I:
Perante a Morte empalidece e treme,
Treme perante a Morte, empalidece.
Coroa-te de lágrimas, esquece
O Mal cruel que nos abismos geme.
(Cruz e Souza, Perante a morte.)
Texto II:
Tu choraste em presença da morte?
Na presença de estranhos choraste?
Não descende o cobarde do forte;
Pois choraste, meu filho não és!
(Gonçalves Dias, I Juca Pirama.)

Texto III:
Corrente, que do peito destilada,
Sois por dous belos olhos despedida;
E por carmim correndo dividida,
Deixais o ser, levais a cor mudada.
(Gregório de Matos, Aos mesmos sentimentos.)

Texto IV:
Chora, irmão pequeno, chora,
Porque chegou o momento da dor. São acentuados (O acento sempre é grafado na sílaba
A própria dor é uma felicidade... tônica!):
(Mário de Andrade, Rito do irmão pequeno.) → monossílabos tônicos terminados em:
a(s) - lá, cá, já
Texto V: e(s) - pé, mês, fé
Meu Deus! Meu Deus! o(s) - pó, só, nós
Mas que bandeira Obs.: perceba-se a diferença entre: mas (conjunção)
é esta, e más (adjetivo): “Elas são más, mas são bonitas”; dê
Que impudente na gávea tripudia?!... (verbo) e de (preposição): “Não dê embora o livro de
Silêncio! ...Musa! Chora, chora tanto Matemática”, etc.
Que o pavilhão se lave no teu pranto...
(Castro Alves, O navio negreiro.) → Oxítonos terminados em:
a(s) - Pará, sofás, amá-lo.
Dois dos cinco textos transcritos expressam senti- e(s) - você, cafés
mentos de incontida revolta diante de situações ina- o(s) - avô, paletós
ceitáveis. Esse transbordamento sentimental se faz em, ens - ninguém, armazéns
por meio de frases e recursos lingüísticos que dão éu(s), éis, ói(s) - céu, papéis, herói1.
ênfase à função emotiva e à função conativa da lin-
guagem. Esses dois textos são: → Paroxítonos terminados em:
a) I e IV. ão(s), ã(s) - órfãos, órfãs
b) II e III. ei(s) - jóquei, fáceis
c) II e V. i(s) - júri, lápis
d) III e V. us - vírus
e) IV e V. um, uns - álbum, álbuns
r - revólver
x - tórax
UNIDADE 2 n / ons - hífen, prótons
l - fácil
ACENTUAÇÃO GRÁFICA E REFORMA ORTO- ps - bíceps
GRÁFICA ditongos crescentes seguidos ou não de s - ginásio, má-
goa, áreas
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
→ Proparoxítonos - todos são acentuados.
A acentuação de algumas palavras serve para demons-
trar qual a correta pronúncia da palavra. Nossa língua → i e u, seguidos ou não de s, tônicos, em hiato: pi-au-í,
possui vocábulos que se diferem apenas pela posição sa-ú-de, e-go-ís-mo ≠ ju-iz, ru-im. Exceções:
da sílaba tônica, por exemplo: sábia/sabia/sabiá, se- a) quando o i destes casos vier seguido de nh: ra-i-nha,
cretaria/secretária, fábrica/fabrica, saia/saía, doido/ ta-i-nha.
doído. A inexistência do acento poderia causar dificul- b) quando for uma palavra paroxítona e o i ou u tônico
dade na compreensão da palavra. Ao conhecer todas vier antecedido de ditongo2: bai-u-ca, fei-u-ra, bo-cai-
as regras de acentuação, você perceberá que a gramá- -u-va.
tica possibilita que se conheça qual a sílaba tônica de
qualquer palavra, mesmo se ela não tiver um acento → Com o acordo ortográfico, a acentuação nos grupos
gráfico. Na placa abaixo, analise se as palavras estão ee e oo foi totalmente extinta: abençoo, creem, veem,
acentuadas corretamente. enjoo, voo, magoo (verbo magoar).

→ Com o acordo ortográfico, os verbos arguir e redar-


guir perdem o acento no u: argúi -> argui, argúem ->
arguem, redargúis -> redarguis (a pronúncia continua
re-dar-gu-is).

→ Os verbos terminados em guar, quar e quir,


como “enxaguar”, “obliquar” e “delinquir” admitem
duas pronúncias em algumas formas e, portanto, com
o acordo ortográfico, passam a adquirir duas grafias3: facultativo o acento agudo ( ´ ) ou circunflexo ( ^ ) em:
a) se pronunciadas com a ou i tônicos, devem ser acen- algumas oxítonas geralmente de origem francesa: bebé
tuados: enxáguam, delínquo, oblíquem, apazigúem; ou bebê, bidé ou bidê, canapé ou canapê, guichê ou
b) se pronunciadas com u tônico, não recebem acento: guichê, puré ou purê, matiné ou matinê etc.
em-xa-gu-am, de-lin-qu-o, o-bli-qu-em, a-pa-zi-gu-em. paroxítonas ou proparoxítonas cuja vogal tônica é e
ou o seguida de m ou n da sílaba seguinte: sêmen ou
→ Acento diferencial aparece nas seguintes situações: sémen, Fênix ou Fénix, pênis ou pénis, pônei ou pónei,
ás (subst.) X às (contração) bônus ou bónus, Vênus ou Vénus, Antônio ou António,
pôr (verbo) X por (prep.) acadêmico ou académico, gênero ou género, Amazônia
porque (adv. ou conj.) X porquê (subst.) ou Amazónia, fêmea ou fémea, etc. (Obs.: por favor, dê
pôde (pretérito perf) X pode (presente do indicativo) preferência para a acentuação que você utiliza na fala!
Os brasileiros tendem a pronunciar fechadas as vogais:
Com o acordo ortográfico, perdem acento diferencial: gênio, blasfêmia, enquanto os outros países tendem a
para (verbo) X para (prep.) pronunciar abertas: génio, blasfémia. Apenas expuse-
pelo, pelas, pela (verbo) X pelo, pelas, pela (prep. + ar- mos aqui essa regra para que você não estranhe quan-
tigo) do encontrar acentos diferentes em textos estrangei-
pelo, pelos (cabelo) X pelo, pelos (prep.+ artigo) ros).
polo (palavra antiga) X polo(subst.)
pera (fruta) X pera (prep. antiga) → Com o acordo ortográfico, o trema foi eliminado, e
côa, côas (verbo) X coa, coas (prep.+artigo) – o acordo só é utilizado em palavras derivadas de nomes próprios
ortográfico não deixa claro que côa perderá acento. que contenham o sinal: Bündchen, mülleriano.
Deixamos aqui porque somos a favor dessa mudança,
mas só o tempo esclarecerá essa questão. REFORMA ORTOGRÁFICA

Com o acordo ortográfico, torna-se facultativo (isto é: ALFABETO


pode-se eliminar o acento das formas acentuadas):
forma X fôrma: “Qual a forma da fôma de bolo?” O Acordo inseriu mais três letras no nosso alfabeto. Ao
amámos (passado) X amamos (presente) (e todos os invés de 23 letras, agora o alfabeto conta com 26, com
verbos em que o presente e o passado são iguais): “Nós a incorporação do K, W e o Y.
já não acreditamos em você como acreditámos no pas- A utilização das novas letras fica restrita a alguns ca-
sado” sos, como já acontece atualmente.
dêmos (presente subjunt.) X demos (passado) “Daqui •      Nomes próprios de pessoas e seus derivados;
para frente, dêmos o melhor de nós” Exemplos: Franklin, frankliniano; Kant, kantistno; Dar-
win, darwinismo; Wagner,wagneriano, Byron, byronia-
• 1 Esta regra passou a existir após o acordo orto- no; Taylor, taylorista;
gráfico, que entrou em vigor em 2009. Anteriormente, não só •      Nomes próprios de lugares originá-
as oxítonas, mas também as paroxítonas terminadas em éi rios de outras línguas e seus derivados;
e ói eram acentuadas e perderam o acento: colmeia, ideia, Exemplos:  Kuwait, kuwaitiano, Washington, Yokoha-
assembleia, geleia, joia, boia, heroico. ma, Kiev.
• 2 Antes do acordo, o ditongo não impossibilitava a •      Símbolos, abreviaturas, siglas e palavras ado-
acentuação nesta regra: bocaiúva; feiúra. tadas como unidades de medida internacionais;
• 3 Antes da mudança, todo u tônico dos grupos que, Exemplos:  km (quilômetro), KLM (companhia aérea),
qui, gue e gui era acentuado: averigúe, argúis, apazigúe. K (potássio), W (watt), Kg (quilograma), www (sigla de
world wide web, expressão que é sinônimo para a rede
→ Verbos ter e vir, como possuem grafia semelhante mundial de computadores).
no presente para as terceiras pessoas (tem, têm/ vem, •      Palavras estrangeiras incorporadas à língua
vêm), recebem o acento circunflexo no plural. Ex.: “Ele Exemplos: Show, playboy, sexy, playground, windsurf,
tem muitos deveres/ eles têm muitos deveres”. “Ele download, kung fu, yin, yang, megabyte
vem de Arapongas/ eles vêm de Arapongas”.
TREMA
Obs.: os derivados desses verbos levam acento agudo Com a Reforma Ortográfica, o trema – sinal de dois
no singular: “a criança se mantém calma/ as crianças pontos usado em cima do u para indicar que essa
se mantêm calmas”; “o problema provém da má admi- letra, nos grupos que, qui, gue e gui, é pronunciada – é
nistração/ os problemas provêm da má administração” abolido e deixa de fazer parte da língua portuguesa.
O sinal só é mantido em nomes próprios de origem
→ Algumas palavras possuem pronúncia aberta em al- estrangeira e nos seus derivados.
guns lugares e fechada em outros. Por isso, torna-se
EXCEÇÃO:
Nomes próprios de origem estrangeira e nos seus verbo enxaguar:  enxaguo, enxaguas, enxagua, enxa-
derivados. guam; enxague, enxagues, enxaguem.
Exemplos: Bündchen, Müller, mülleriano Já se os verbos terminadas em guar, quar e
quir forem pronunciadas com o “a” ou “i” tô-
ACENTO AGUDO nicos é necessário utilizar a acentuação.
Exemplo:
Não se usa mais os acentos: verbo enxaguar:  enxáguo, enxáguas, enxágua, enxá-
guam; enxágue, enxágues, enxáguem.
1) Ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas
(com acento tônico na penúltima sílaba). ACENTO DIFERENCIAL
Utilizado para permitir a identificar as palavras que
ANTES AGORA têm a mesma pronúncia (homófonas), o acento dife-
Alcaloide Alcaloide rencial também é abolido com a reforma ortográfica.
Alcatéia Alcateia
Androide Androide Deixam de acentuadas palavras como:
apóia (verbo apoiar) Apoia - pára (do verbo parar)/para (preposição);
apóio (verbo apoiar) Apoio - pêra (substantivo)/pera (preposição)
Asteroide Asteroide - péla (verbo pelar)/ pela (junção de preposição e artigo)
Bóia Boia - pêlo (substantivo/pelo (do verbo pelar)
Coréia Coreia - pólo (substantivo)/polo (junção de por e lo)
Celuloide Celuloide
Claraboia Claraboia Exemplos:
Colmeia Colmeia ANTES AGORA
Estréia Estreia As crianças gostam de jogar As crianças gostam de jogar
Européia Europeia pólo polo
Heroico Heroico A moça pára o taxi A moça para o taxi
Idéia Ideia Ela quis uma pêra no lanche Ela quis uma pera no lanche
Jibóia jiboia Fomos ao pólo Norte Fomos ao polo Norte
Jóia joia O gato tem pêlos cinza O gato tem pelos cinzas
Paranoia paranoia
Plateia platéia Observação:
Duas palavras fogem à nova regra:
Obs: As palavras oxítonas terminadas em éis, pôr (verbo) e pôde (o verbo conjugado no pas-
éu, éus, ói, óis continuam sendo acentuadas. sado) continuam com o acento diferencial.
Exemplos: papéis, herói, heróis, troféu, troféus. No caso do pôr é para evitar a confusão com a
preposição por. Já o pôde continua com acen-
2) No “i” e no “u” tônicos das palavras paroxítonas tuação para não ser confundido com pode
quando vierem depois de um ditongo. (o mesmo verbo conjugado no presente).
Nas palavras fôrma/forma o uso do acento é facultativo.
ANTES AGORA
Baiúca Baiuca ACENTO DIFERENCIAL
Bocaiúva Bocaiuva O acordo também retirou o acento circunflexo das pa-
Cauíla Cauila lavras terminadas em ôo(s) e nas conjunções da ter-
Feiúra Feiura ceira pessoa do plural do presente do indicativo ou do
Tuiúca Tuiúca subjuntivo (êem) dos verbos crer, dar, ler, ver e seus de-
rivados.
Obs: Já nas palavras oxítonas, quando o “i”
ou o “u” estiverem em posição final ou se- ANTES AGORA
guidos de “s”, o acento agudo permanece. Crêem Creem
Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí. Dêem Deem
Lêem Leem
3) No “u” tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) Vêem Veem
arguem, do presente do indicativo dos verbos arguir e Prevêem Preveem
redarguir. Vôo Voo
Enjôos Enjoos
4) Nas formas verbais terminadas em guar, quar e quir,
quando forem pronunciadas com “u” tônico. Observação:
Exemplo: A acentuação dos verbos ter e vir e seus derivados não
muda. No plural, é mantido o circunflexo (ex: elas têm, - Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra
eles vêm). Já as palavras com mais de uma sílaba con- iniciada por h.
tinuam recebendo o acento agudo (Ex: ele detém, ele Exemplos:
intervém). anti-higiênico proto-história
anti-histórico sobre-humano
HÍFEN co-herdeiro super-homem
Não se usa mais o hífen nos seguintes casos: macro-história ultra-humano
- Prefixo terminando com vogal e o segundo elemento mini-hotel
começando com as consoantes s ou r. Nessa situação,
a consoante tem que ser duplicada.
ANTES AGORA Exceção: subumano e inábil
anti-religioso antirreligioso
anti-semita antissemita - Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se
contra-regra contrarregra o segundo elemento começar pela mesma vogal.
contra-senha contrassenha Exemplos:
extra-regulamentação preveem anti-ibérico auto-observação micro-ondas
Enjôos extrarregulamentação anti-imperialista contra-almirante micro-ônibus
anti-inflacionário contra-atacar semi-internato
Observação: anti-inflamatório contra-ataque semi-interno
O hífen continua sendo utilizando quando o pre-
fixo termina com r (hiper, inter e super) e a pri-
meira letra do segundo elemento também
Exemplos: hiper-requintado, super-resistente. - Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hí-
fen se o segundo elemento começar pela mesma con-
- Prefixo terminando em vogal e o segundo elemento soante.
começando com uma vogal diferente.
ANTES AGORA Exemplos:
auto-aprendizagem autoaprendizagem hiper-requintado super-reacionário
auto-estrada autoestrada inter-racial super-resistente
extra-escolar extraescolar inter-regional super-romântico
infra-estrutura infraestrutura sub-bibliotecário
auto-estrada autoestrada super-racista
auto-instrução autoinstrução
auto-aprendizagem autoaprendizagem
- Nos prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré
- Prefixo terminado por consoante e o segundo elemen- e pró
to começando por vogal.
Exemplos:
Exemplos: além-mar ex-hospedeiro pré-vestibular
hiperacidez interestelar supereconômico além-túmulo ex-prefeito pró-europeu
hiperativo interestudantil superexigente aquém-mar ex-presidente recém-casado
interescolar superamigo superinteressante ex-aluno pós-graduação recém-nascido
interestadual superaquecimento superotimismo ex-diretor pré-história sem-terra

- Nas palavras que perderam a noção de composição. Importante: Todo parágrafo deve ser coeso,
Exemplos: isto é, deve-se perceber nele uma ideia central – o seu
girassol manachuva tópico frasal.
madressilva paraquedas
mandachuva paraquedista
madressilva pontapé Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-gua-
rani: açu, guaçu e mirim.
2) O hífen é usado nos seguintes casos: Exemplos: amoré-guaçu - anajá-mirim - capim-açu.
- O hífen continua sendo utilizando quando o prefixo
termina com r (hiper, inter e super) e a primeira letra do
segundo elemento também EXERCÍCIOS
Exemplos: hiper-requintado - super-resistente
1. Acentue, se necessário, as palavras abaixo:
Faceis - faroizinhos - pegada - tatu - jilo - heroina - mes
- ideia - farol - oasis - comboio - refem - album - martir
- exodo - imã - raiz - moinho - (ele) tem- bau - voo - hi-
fen - reporter - hifens - nectar - merecer - jabuti - taxi UNIDADE 3
- domestico - saude - (eles) vem - jovens - regua - urutu
- para (verbo). DÚVIDAS E ERROS FREQUENTES

2. (PUCC) A última reforma ortográfica aboliu o CONCORDÂNCIA VERBAL


acento gráfico da sílaba subtônica e o acento dife-
rencial de timbre. Por isso, não há erro de acentua- →Regra geral: O verbo concorda com o sujeito em nú-
ção na alternativa: mero e pessoa.
a) surpresa, pelo (contração), sozinho Ex: Eu sou, Tu és, Vós sois, Eles são, Eu era, Tu eras, Ele
b) surprêsa, pelo (contração), sózinho era, Nós éramos.
c) surprêsa, pélo (verbo), sozinho
d) surpresa, pêlo (substantivo), sozinho →Um sujeito composto faz o verbo ser flexionado para
e) n.d.a o plural.
Ex: Pedro e Ana ficaram perdidos.
3. (FGV-RJ) Assinale a alternativa em que todas as
palavras estão corretamente grafadas: →Quando o sujeito composto vem depois do verbo,
a) raiz, raízes, sai, apóio, Grajaú pode ficar no singular.
b) carretéis, funis, índio, hifens, atrás Ex: Diminuirá a fome e o desemprego.
c) buriti, ápto, âmbar, dificil, almoço
d) órfão, afável, cândido, caráter, Cristóvão →Mas se forem substantivos próprios, o verbo deve ir
e) chapéu, rainha, tatu, fossil, conteúdo para o plural.
Ex: Cantaram Caetano e Alexandre Pires.
4. (ITA) Assinale a seqüência sem erro de acentua-
ção: →Sujeitos ligados por conjunções alternativas (ou, nem)
a) pára (verbo), pêlo (substantivo), averigúe, urutu deixam o verbo no singular. Mas se forem de pessoas
b) para (verbo), pelo (substantivo), averigúe, urutu diferentes o verbo pode concordar com o mais próxi-
c) pára (verbo), pêlo (substantivo), averigüe, urutu mo.
d) pára (verbo), pelo (substantivo), averigüe, urutu Ex: O pai ou a mãe pagará o prejuízo.
e) para (verbo), pêlo (substantivo), averigúe, urutú Não pagarão eles nem o filho.

5) (FGV-RJ) Assinale a alternativa que completa as →Uma oração subjetiva deixa o verbo no singular.
frases: Ex: Urge que haja resistência.
I - Cada qual faz como melhor lhe .......
II - O que ....... estes frascos? →O pronome “quem” leva o verbo para a 3ª pessoa do
III - Nestes momentos os teóricos ....... os conceitos. singular.
IV - Eles ....... a casa do necessário. Ex: Foste tu quem saiu?

a) convém, contêm, revêem, provêem →Já o pronome “que” leva o verbo a concordar com a
b) convém, contém, revêem, provém pessoa a que se refere.
c) convém, contém, revêm, provém Ex: Foste tu que saíste?
d) convêm, contém, revêem, provêem
e) convêm, contêm, revêem, provêem CONCORDÂNCIA NOMINAL
É a harmonia que deve haver entre os nomes de um pe-
ríodo:

→Adjetivo com substantivo: O adjetivo concorda em nú-


mero e gênero.
Ex: Escritor talentoso. / Escritora talentosa.
Escritores talentosos./ Escritoras talentosas.

→O adjetivo vai ao plural quando se refere a mais de um


substantivo. Mas vai para o masculino plural se os subs-
tantivos forem de gêneros diferentes.
Ex: Face e boca bonitas. / Nariz e unha sujos.
PARÁGRAFO (Para onde você vai com tanta pressa).
→O parágrafo apresenta uma ideia central, em torno da
qual se agregam outras a ela relacionadas. Aonde expressa ideia de movimento.
→Não há um tamanho preciso para o parágrafo, em Já Onde denota lugar. Ex: Onde você mora?
geral recomenda-se um espaço de 1 a 2 dedos da mar- Emprego inadequado:
gem. A tendência é não usar parágrafos longos. (...) “Viver a Divina Comédia Humana onde nada é eter-
no...”
Exemplo:
A televisão transforma, desfaz e cria hábitos. Os arqui- Obs: Portanto, o correto é não usar a palavra onde
tetos já precisam prever, em seus projetos, um espaço substituído-a por “em que” ou “na qual”.
especial para os receptores de TV. A classe média se
orgulha de exibir seus aparelhos, a alta burguesia e a Alguns sinais de pontuação
possível aristocracia os escondem: a escolaridade é
inversamente proporcional à televisualidade... Os es- PONTO-E-VÍRGULA
petáculos e os eventos são montados tendo em vista Indica uma pausa um pouco mais longa que a vírgula e
o olho grande da TV: este foi um dos ponderáveis mo- um pouco mais breve que o ponto.
tivos por que os imponentes espetáculos dos funerais Quando usar:
dos papas Paulo VI e João Paulo I e da consagração →Para separar duas orações que já contenham vírgu-
desse último foram montados na Praça de São Pedro e las, ou tiverem sentido oposto.
não no interior da basílica... E seria um não mais acabar Ex: “Começa a esboçar, com os pontos soltos de alguns
de exemplos e considerações, sendo suficiente que se sons, a curva de uma frase musical; mas logo se detém,
diga, enfim, que a própria noção de cultura não pode e volta, e se perde numa incoerência monótona.” (Ru-
hoje ser debatida sem levar-se em conta a presença bem Braga).
dos mass media – a televisão, em especial.
(PIGNATARI, Décio Signagem da televisão. São Paulo: →Para separar duas orações quando elas são longas.
Brasiliense, 1984) Ex: “Esse último rasgo do Costa persuadiu a crédulos e
incrédulos; ninguém mais pôs em dúvida os sentimen-
MAU E MAL tos cavalheirescos daquele digno cidadão. ( Machado
→Quando puder ser substituído por “bom”, não tenha de Assis).
dúvidas: empregue MAU.
Ex: Escolheu um mau momento para falar. DOIS-PONTOS
→Já quando puder ser substituído por “bem” use MAL. → Para iniciar uma enumeração.
Ex: Ela escolheu mal as roupas. Ex: Tudo foi verificado: os freios, os faróis, os pneus, o
motor.
A/HÁ
→Na indicação de tempo futuro e distância, você deve → Para introduzir a fala de uma pessoa.
empregar a (sem agá e sem acento). Ex: Estava sentada na sala e ouviu alguém que passou
Ex: Ele chegará daqui a dois meses. na rua dizer:
→Em referência a tempo passado, empregue há (com - Estamos sendo explorados!
agá e acento).
Ex: Ela chegou há uma semana. → Para esclarecer ou concluir algo que já foi dito.
Ex: “O vereador Freitas propôs também a declaração
Obs: Há pode ser substituído por “faz” e é usado com de que, em nenhum caso, fossem os vereadores reco-
sentido de “existe(m)”. lhidos ao asilo dos alienados: cláusula que foi aceita,
votada e incluída na postura...” (Machado de Assis).
MAIS E MAS
→MAS conjunção adversativa, equivale a porém, contu- RETICÊNCIAS
do, entretanto: Indicam uma interrupção na sequência normal da fra-
Ex: Ela disse que compraria o livro, mas não comprou. se.
→MAIS antônimo de menos (ideia de intensidade). →Indicar uma certa indecisão, surpresa ou dúvida na
Ex: “Quanto é mais eu rezo, mais assombração me apa- fala da pessoa.
rece!” Ex: “Nazinha...Por que inventei para a moça esse nome
Ex: Ganso evita polêmica, mas promete mais dancinha. de Nazinha?” (Rubem Braga).
(O Estadão)
ONDE E AONDE →Indicar que, num diálogo, a fala de uma pessoa foi in-
→Só empregue aonde quando a palavra puder ser subs- terrompida pela fala de outra.
tituída na frase por “para onde” Ex: - Você morou muito tempo em São José do Rio
Ex: Aonde você vai com tanta pressa? Branco, não morou?
- Estive lá quase dois anos. Trabalhava com meu tio.
Um lugarzinho parado... Juntos (nas respostas):
- Bem. Lá havia um prefeito, um velho prefeito, o Coro-
nel Barbirato. (Rubem Braga). PORQUÊ

→Sugerir ao leitor que complete o raciocínio na frase. → Substantivo e tem significado de o motivo”, “a razão”.
Ex: Quem vencerá a partida? Ora nosso time é melhor, Vem acompanhado de artigo, pronome, adjetivo ou nu-
o jogo será em nosso campo, portanto... meral.
Ex: O porquê de não estar conversando é porque quero
A VÍRGULA estar concentrada. (motivo)
Estando a oração em ordem direta (seus termos se su-
cedem na seguinte progressão: sujeito → verbo → com- Diga-me um porquê para não fazer o que devo. (uma
plementos do verbo (objetos) → adjunto adverbial), o razão)
uso da vírgula é, de modo geral, desnecessário. Assim:
PORQUE
OBS: Não se separa sujeito e verbo por vírgula;
Conjunção causal, explicativa, ou de finalidade,
NÃO SE USA VÍRGULA: com valor de “pois”, “uma vez que”, “para que”; geral-
Não se usa vírgula separando termos que, do ponto de mente usada em respostas.
vista sintático, ligam-se diretamente entre si: Ex: Não fui ao cinema porque tenho que estudar para
→Entre sujeito e predicado. a prova. (pois)
Todos os alunos da sala      foram advertidos.  Não vá fazer intrigas porque prejudicará você mesmo.
         Sujeito                      Predicado (uma vez que)

→ Entre o verbo e seus objetos. Cuidados na escrita


O trabalho custou            sacrifício             aos →Usar um vocabulário mais culto;
V.T.D.I.               O.D.                             Evite:
realizadores.                             →Utilização de gírias, estrangeirismos; se for a fala de
O.I. um personagem sempre entre aspas;
→Repetição de palavras e empregos de palavras desne-
→ Entre nome e complemento nominal; entre nome e cessárias;
adjunto adnominal. →Abreviações;
Ex: A surpreendente reação do governo /contra os →A utilização de “Deus” no texto;
Adj. Adn. Nominal Nome Adj. Adn. →Não use letras minúsculas no início das frases;
→Letras maiúsculas no meio de frases (sem ser prece-
sonegadores despertou reações entre os dida por ponto);
Compl. Nom. →Letra de fôrma pode ser usada, mas não misture dife-
rentes tipos de letras;
empresários. →Letra legível;
→Acentue de forma correta;
O USO DOS PORQUÊS →Observe a ortografia;
→Como utilizar siglas?
Separados (nas perguntas): Ex: Organização das Nações Unidas -(ONU)
→Por que: 2 empregos diferenciados Não rasure, se errar passe um traço em cima da pala-
“Por qual razão” ou “Por qual motivo”: vra; não use parênteses, pois são para explicar.
Ex: Por que você não vai ao cinema? (por qual razão)
Não sei por que não quero ir. (por qual motivo) EXERCÍCIOS
“Pelo qual” e flexões:
Ex: Sei bem por que motivo permaneci neste lugar. 1. Indique qual é a frase cujo uso do “porquê” está
(pelo qual). correto.
Por quê a) Ontem fomos à praia porquê fazia sol.
Quando a palavra que estiver em final de frase recebe- b) Por que recebi ontem, fui ao mercado fazer compras.
rá acento e também se vier antes de pausa, através de c) Fernanda não foi trabalhar hoje porque está doente.
um ponto, seja final, interrogativo, exclamação, o por d) Mudei de canal por quê quis.
quê deverá vir acentuado e continuará com o significa- e) O paciente não entendeu o por que de tanta preocu-
do de “por qual motivo”, “por qual razão” pação.
Ex: Vocês não comeram tudo? Por quê?
Andar cinco quilômetros, por quê? Vamos de carro. 2. Marque a opção que preencha corretamente as
lacunas: a) Os amigos conversando sobre futebol lembraram-se
Marcelo e Carolina namoraram durante três anos de Marcos o melhor jogador que já conheceram.
e estavam juntos ______________ se amavam. b) Os amigos, conversando sobre futebol, lembraram-
______________ agora, depois de tanto tempo, ela -se de Marcos, o melhor jogador que já conheceram.
resolvera romper o relacionamento? Estaria ela infe- c) Os amigos conversando sobre futebol, lembraram-se
liz? ___________? Na verdade, ele nunca entenderá o de Marcos o melhor jogador que já conheceram.
_____________ da atitude da namorada. d) Os amigos conversando sobre futebol lembraram-
a) porque, por que, por quê, porquê. -se, de Marcos, o melhor jogador que já conheceram.
b) por que, porque, porquê, por quê.
c) por quê, porquê, porque, por que.
d) porque, por quê, por que, porquê. UNIDADE 4
e) porque, por que, porquê, por quê.
INTRODUÇÃO À LITERATURA
3. Ele chegou _____ tempo de acompanhar o segundo
tempo da partida de futebol. “Literatura é arte literária. Somente o escrito com o
_____ várias diferenças entre o verbo “haver” e a pre- propósito ou a intuição dessa arte, isto é, com os artifí-
posição “a”. cios de invenção e de composição que a constituem, é,
_____ muitos anos não viajava para o exterior. a meu ver, literatura”.
_____ dois meses da promoção, pediu demissão da (José Veríssimo)
empresa onde trabalhava.
O office-boy entregou _____ funcionária os documen- “O poeta sente as palavras ou frases como coisas e não
tos. como sinais e a sua obra como um fim e não como um
A alternativa que preenche corretamente as lacunas meio; como uma arma de combate”.
das orações acima é: (Jean-Paul Sartre)
a) há – há – há – à – a
b) a – há – há – a – à “Literatura é a linguagem carregada de significado.
c) a – há – a – há – à Grande literatura é simplesmente a linguagem carrega-
d) à – a – a – a – há da de significado até o Máximo grau possível”.
(Erza Pound)
4. Empregue corretamente os termos “mas” e
“mais”: A CRIAÇÃO ARTÍSTICA
Ele saiu cedo de casa, _____ o congestionamento o A arte é um tipo especial de conhecimento e de inter-
atrasou. pretação da realidade. Cada artista, com sua sensibi-
Sem _____ nem menos, decidiu viajar para a Europa. lidade, capta e interpreta os fenômenos da vida e do
Giovana era a aluna _____ inteligente de sua turma. mundo. Esse mundo ficcional será diferente do mundo
Eles estavam felizes, _____ a chuva atrapalhou a ceri- real, objeto da Ciência.
mônia de casamento ao ar livre. A obra literária, por ser produto de ficção, não pode ser
a) mais – mas – mas – mais submetida à verificação extratextual, ou seja, ninguém
b) mais – mais – mais – mas sairá por ai procurando a certidão de nascimento de
c) mas – mais – mais – mas Dom Quixote, personagem de Miguel de Cervantes. Isso
d) mas – mas – mas – mais porque Dom Quixote só existe enquanto criação verbal
desse escritor. Mas como nenhum artista cria a partir
5. Assinale a sequência que complete corretamente do nada, a obra de arte é fruto do modo especial do
as sentenças: artista em ver e interpretar o mundo.
Os turistas foram ao Cristo Redentor, ________ pude- A liberdade criadora do artista é que permite ao es-
ram observar a bela paisagem da cidade. critor superar o seu mundo real, ou seja, por meio da
________ você vai depois do expediente? arte, o ser humano pode ir além da sua realidade, pode
Nas metrópoles brasileiras, ________ o trânsito é con- transcender-se.
gestionado, um simples trajeto pode demorar horas. Portanto, a literatura é a arte da palavra, através da
Ele conquistou um lugar na empresa ________ nin- qual o escritor capta, interpreta e transforma os fenô-
guém mais chegou. menos do mundo, criando uma realidade ficcional.
a) aonde, aonde, onde e aonde.
b) onde, aonde, onde e aonde. Traduzir-se
c) aonde, onde, aonde e onde. Uma parte de mim
d) onde, onde, onde e aonde. é todo mundo:
outra parte é ninguém:
6. Escolha a alternativa em que a oração está pon- fundo sem fundo.
tuada adequadamente: Uma parte de mim
é multidão: Quanto à forma, o texto literário pode ser escrito em:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim PROSA
pesa, pondera: O texto lido foi escrito em prosa: as linhas ocupam qua-
outra parte se toda a extensão horizontal da página; o texto divide-
delira. -se em blocos chamados parágrafos.
Uma parte de mim
almoça e janta: POESIA
outra parte Na poesia, as linhas não ocupam a extensão horizontal
se espanta. da página; o texto divide-se em blocos chamados es-
Uma parte de mim trofes; cada linha é denominada verso.
é permanente:
outra parte ESTÉTICA E LITERATURA
se sabe de repente. A arte tem o poder especial de nos emocionar, de nos
Uma parte de mim envolver no mundo das sensações. O ser humano, por
é só vertigem: isso, sente uma natural atração pelas coisas bonitas,
outra parte, por tudo aquilo que tem o dom da beleza. Essa tendên-
linguagem. cia e a capacidade para o que é belo chama-se senti-
Traduzir uma parte mento estético, e é com ele que a arte trabalha.
na outra parte A estética é a disciplina que estuda as condições e os
_ que é uma questão efeitos da criação artística, ou então o estudo racional
de vida ou morte _ do belo na sua atuação sobre a pessoa e a diversidade
será arte? de emoções e sentimentos que este provoca no ser hu-
(Ferreira Gullar) mano.

O QUE É LITERATURA? FUNÇÕES DA LITERATURA


O termo literatura, que vem do latim littera (letra), ser- Se a arte é um modo especial de conhecimento (de in-
via, até os fins do século XIX, para designar um conjunto terpretar o mundo) podemos dizer que literatura tem
muito amplo de atividades escritas. Disciplinas, como uma função cognitiva, isto é, ajuda as pessoas am-
história, geografia ou física, eram partes integrantes pliando os seus conhecimentos a respeito da vida e do
da “literatura”, porque essa última abrangia tudo que universo. Portanto, de uma forma artística, podemos
fosse escrito e impresso. No fim do século XIX, o termo aprender muitas coisas com a literatura.
literatura passa a designar apenas as atividades intrin- Já vimos também que a arte tem a especial capacidade
secamente artísticas ou estéticas da linguagem verbal, de emocionar, de provocar em nós um mundo de sen-
ou seja, aquelas em que a palavra é utilizada para se sações. A literatura, sendo arte, também possui essa
construir prioritariamente a beleza e a invenção. função estética, pois atinge uma dimensão importante
Partindo dessas observações preliminares, podemos do ser humano: o prazer pelas coisas belas.
traçar um conceito de literatura: Ao ler um romance ou um poema, você se deixa en-
- Uma realidade inventada ou recriada é chamada ge- volver por essas sensações que a leitura provoca e,
nericamente de ficção: ao final, sente-se psicológica ou moralmente aliviado,
purificado e satisfeito, após ter passado por possíveis
LITERATURA É FICÇÃO tensões. Ao provocar essa sensação de alívio, a obra li-
Assim como um pintor inventa cenas utilizando tela, terária cumpriu outra de suas funções: a catártica, pois
forma e cores, um escritor inventa realidades utilizan- lhe provocou a catarse, ou seja, o alívio das tensões e
do palavras. purificações das paixões. Essas três funções da litera-
Quem produz o texto literário é o escritor, valendo-se tura (Cognitiva, Estética e Catártica) foram definidas
da língua. Por isso, o texto é sempre uma combinação por Aristóteles em “Poética”.
pessoal, subjetiva, de palavras, que revela a maneira Modernamente, o filósofo francês Jean-Paul Sartre en-
particular pela qual determinado escritor recria e inter- fatiza outra finalidade da literatura. Segundo ele, cabe
preta a realidade. à literatura a tarefa de instrumento de conscientização
das pessoas e transformação da sociedade. A literatura
Literatura é ficção; é a recriação de uma realidade, teria, pois, uma função social, fazendo o papel de agen-
através de palavras. Estas palavras são combinadas te da participação e de transformação social: é a litera-
de maneira pessoal, subjetiva. A combinação revela a tura engajada nas lutas sociais.
maneira individual de cada escritor interpretar a rea- Pelo que vimos, a literatura é plurifuncional. Alguns es-
lidade. critores poderão enfatizar algumas funções, mas o que
for realmente bom deverá torná-las bem entrosadas e
articuladas entre si. do leite
A função de uma obra literária depende dos objetivos e da carne
das intenções do autor. Alguns consideram a literatura do açúcar
apenas um artefato estético, criado para a contempla- do pão.
ção da beleza; já outros esperam que seja veículo de  
análise e crítica em relação à sociedade e à vida. O funcionário público
Muitas vezes, o autor procura brincar com as palavras, não cabe no poema
ou seja, fazer com elas um jogo de experiências sono- com seu salário de fome
ras. A obra tem,nesse caso, uma função lúdica. sua vida fechada
em arquivos.
Observe: Como não cabe no poema
o operário
A onda que esmerila seu dia de aço
e carvão
a onda anda nas oficinas escuras
aonde anda  
a onda? – porque o poema, senhores,
a onda ainda está fechado: “não há vagas”
ainda onda Só cabe no poema
ainda anda o homem sem estômago
aonde? a mulher de nuvens
aonde? a fruta sem preço
a onda a onda  
O poema, senhores,
Num poema como A onda, de Manuel Bandeira, a inten- não fede
ção lúdica é clara. Podemos dar-lhe uma interpretação nem cheira.
mais complexa, vendo no texto uma representação do (Ferreira Gullar)
movimento das constantes transformações da vida, ou
simplesmente apreciar o jogo que o poeta faz com a pa- OS NÍVEIS DE LEITURA DE UM TEXTO LITERÁRIO
lavra onda, substituindo sua sílaba tônica, que sempre → A leitura superficial, horizontal que se limita à com-
retorna, num movimento ondulatório que é o próprio preensão dos elementos mais imediatos e concretos
significado do poema: do texto. Por meio dela o leitor aprende o significado
literal, ou aquilo que o texto diz.
“a onda anda/ aonde anda/ a onda?” → A leitura em profundidade ou leitura vertical requer
a interpretação dos elementos de significação literal. O
Certas épocas literárias são marcadas pela importân- leitor busca aquilo que o texto quer dizer. Nesse nível, o
cia que os autores atribuem à perfeição formal de suas texto se revela plurissignificativo.
obras. Os temas passam para um segundo plano, só
interessando a beleza estética. Quando isso ocorre, a O TEXTO E O LEITOR
literatura aliena-se da realidade. É o que chamamos de “A verdade é que minha atroz função não é resolver e
arte pela arte, característica, por exemplo, do Parna- sim propor enigmas, fazer o leitor pensar e não pensar
sianismo, movimento literário do final do século XIX. por ele”.
Se, ao contrário, a forma e o trabalho com a palavra são (Mário Quintana)
preteridos, reduz-se a obra a panfleto, a mero instru-
mento de propaganda. Isto não impede que existam Quintana não sugere que toda obra deva ser um com-
autores de valor realizando uma literatura engajada, plicado enigma e cada leitura, uma penosa decifração.
isto é, comprometidos com a defesa de certas idéias Sua frase apenas caracteriza a obra literária como uma
políticas, filosóficas ou religiosas. provocação. Isso nos faz pensar sobre o papel desem-
penhado pelo leitor em sua relação com o texto.
Não há vagas A obra literária constitui uma estrutura significante. Os
  seus significados só se concretizam no momento da
O preço do feijão leitura.
não cabe no poema. O preço O leitor, por sua vez, não é um elemento passivo, nem
do arroz apenas recebe “coisas feitas”. A ele compete tornar
não cabe no poema. vivos os significados que existem potencialmente na
Não cabem no poema o gás obra.
a luz o telefone A leitura, portanto, também consiste num ato criativo.
a sonegação
EXERCÍCIO um rato”. No último verso, ocorre a identificação:
“O bicho, meu Deus, era um homem”.
a) Que efeito de sentido causa a identificação por ne-
1-(UFES) “Mas que significam as palavras? Que sig- gativas?
nificam, na verdade, as palavras? Que significa a b) A comparação do “bicho” com cão, gato e rato suge-
palavra verdade, a palavra mentira ou a palavra re ao ser humano que condição?
amor?” LYRA, Bernadette c) Que sentimento o eu lírico manifesta na expressão
A afirmativa incorreta em relação ao conceito de li- “meu Deus”?
teratura é: 2) Os dois textos retratam uma cena mais ou menos
comum na realidade brasileira, contudo apresentam
a) Literatura é linguagem carregada de significado. diferenças quanto ao enfoque e ao tratamento dado ao
b) No texto literário, as palavras possuem predominan- assunto.
temente o sentido denotativo. a) O texto II, considerando o título, parece enfocar es-
c) Em literatura, cada palavra tem mil faces secretas pecialmente o quê?
sob a face neutra. b) E o texto I?
d) O texto literário é plurissignificativo, passivo de vá-
rias interpretações. UNIDADE 5
e) A linguagem literária é predominantemente conota-
tiva e metafórica. GÊNEROS LITERÁRIOS

TEXTO LITERÁRIO E TEXTO NÃO LITERÁRIO Gênero Literário é o conjunto de características que
permitem classificar uma obra literária em determina-
Texto I da categoria. São três os gêneros literários: épico ou
O Bicho narrativo, lírico e dramático. Existe uma teoria antiga e
uma concepção moderna dos gêneros.
Vi ontem um bicho Na teoria clássica - a mais antiga-, que vigorou até o sé-
Na imundice do pátio culo XVIII, admite-se a existência de três gêneros fixos
Catando comida entre os detritos. e imutáveis: o épico, o lírico e o dramático. Esses gêne-
ros diferem também quanto ao seu prestígio. A comé-
Quando achava alguma coisa, dia, por exemplo, era considerada menos nobre que a
Não examinava nem cheirava: tragédia. Na Antiguidade, não se admitia a mistura de
Engolia com voracidade. gêneros, pois cada um apresentava características pró-
prias e exclusivas.
O bicho não era um cão, Na teoria moderna, reconhecem-se os mesmos gêne-
Não era um gato, ros fundamentais: narrativo (ou épico), lírico e dramáti-
Não era um rato. co. No entanto, não há diferenças de prestígio, ou seja,
uma obra não será considerada melhor ou pior por per-
O bicho, meu Deus, era um homem. tencer a determinado gênero. Admite-se a fusão de gê-
(Manuel Bandeira) neros ou espécies, como ocorro na tragicomédia, que
combina elementos da tragédia e da comédia.
Texto II
Descuidar do lixo é sujeira IMPORTANTE: Nenhuma obra pertence inteira
e absolutamente a um gênero: um texto narrativo, por
Diariamente, duas horas antes da chegada do cami- exemplo, pode apresentar trechos líricos; um poema
nhão da prefeitura, a gerência (de uma das filiais do Mc lírico pode apresentar passagens narrativas.
Donald’s) deposita na calçada dezenas de sacos plás-
ticos recheados de papelão, isopor, restos de sanduí- A palavra lírica origina-se de lira, instrumento musical
ches. Isso acaba propiciando um lamentável banquete muito utilizado pelos gregos.
de mendigos. Dezenas deles vão ali revirar o material e Havia, portanto, entre o som e a palavra uma junção
acabam deixando os restos espalhados pelo calçadão. que perdurou até o século XV, quando os poetas se dis-
(VEJA. São Paulo. 23-29/12/92) tanciaram da música e os poemas passaram a ser lidos
ou declamados.
EXERCÍCIOS
GÊNERO LÍRICO
1) Na terceira estrofe do texto I, o eu lírico começa a O gênero lírico é certo tipo de texto no qual um eu lírico
identificar o “bicho” que comia comida no lixo. Pri- (a voz que fala no poema, que nem sempre corresponde
meiramente, a identificação é feita por negativas. a do autor) exprime suas emoções, ideias e impressões
“O bicho não era um cão/ Não era um gato/ Não era ante o mundo exterior. Normalmente há os pronomes e
os verbos em primeira pessoa, além do predomínio da
função emotiva da linguagem. (Vinícius de Moraes)
Embora o lirismo também possa ocorrer na prosa, a
expressão mais direta e natural do gênero é a poesia. Texto II
Pertencem ao gênero lírico os poemas em geral, de- Flores
pendendo de como o lirismo é apresentado, obtêm-se
textos de nomes diferentes. Olhei até ficar cansado
De ver os meus olhos no espelho
→ Ode e hino – Os dois nomes vêm da Grécia e signifi- Chorei por ter despedaçado
cam “canto”. Ode é a poesia entusiástica, de exaltação. As flores que estão no canteiro
Hino é a poesia destinada a glorificar a pátria ou dar Os punhos e os pulsos cortados
louvores as divindades. E o resto do meu corpo inteiro
Há flores cobrindo o telhado
→ Elegia - é a poesia lírica em tom triste. Fala de aconte- E embaixo do meu travesseiro
cimentos ou da morte de alguém. O “Cântico do Calvá- Há flores por todos os lados
rio, de Fagundes Varela, é, sem dúvida, a mais famosa Há flores em tudo que eu vejo
elegia da literatura brasileira, inspirada na morte pre- A dor vai curar essas lástimas
matura de seu filho. O soro tem gosto de lágrimas
As flores têm cheiro de morte
→ Idílio e écogla - São poesias pastoris, bucólicas. A A dor vai fechar esses cortes
écogla difere do idílio por apresentar diálogo. Flores
Flores
→ Epitalâmio – poesia feita em homenagem às núpcias As flores de plástico não morrem
de alguém. (Titãs)

→ Sátira - Poesia que se propõe a corrigir os defeitos GÊNERO ÉPICO


humanos, mostrando o ridículo de determinada situa- Uma das principais características dos textos que per-
ção. tencem ao gênero épico é a presença de um narrador,
que quase sempre conta uma história. Isso implica
→ Soneto – é uma composição poética de quatorze certo distanciamento entre o narrador e o assunto tra-
versos distribuídos em dois quartetos e dois tercetos. tado, o que não ocorre no gênero lírico. Além disso, os
Apresenta sempre métrica – mais usualmente versos textos épicos pressupõem a presença de um ouvinte ou
decassílabos ou alexandrinos (doze sílabas poéticas). de uma plateia.
Os textos épicos são geralmente longos e narram histó-
EXERCÍCIO rias de um povo ou de uma nação.
Envolvem aventuras, guerras, viagens, gestos heroicos;
1) Discuta a presença do lirismo nos textos abaixo: apresentam um tom de exaltação, valorização de he-
róis e seus feitos.
Texto I Dentre as principais epopeias, destacamos:
Soneto da fidelidade → Ilíada e Odisseia de Homero (Grécia, narrativas sobre
a guerra entre Grécia e Troia)
De tudo, meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto → Eneida de Virgílio (Roma, narrativa dos feitos roma-
Que mesmo em face do maior encanto nos)
Dele se encante mais meu pensamento.
→ Os Lusíadas de Camões (Portugal, narra os feitos dos
Quero vivê-lo em cada vão momento portugueses)
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto Os fatos do gênero épico sempre eram retirados da His-
Ao seu pesar ou seu contentamento. tória ou da Mitologia. Mas com o surgimento da prosa,
principalmente do romance e do conto, passou-se a
E assim, quando mais tarde me procure denominar de gênero épico todas as obras que não são
Quem sabe a morte, angústia de quem vive classificáveis como líricas (sentimentais ou pessoais)
Quem sabe a solidão, fim de quem ama ou dramáticas (teatrais).
Estas são as principais manifestações do gênero épico:
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama → Em verso:
Mas que seja infinito enquanto dure. Epopeia
Poema épico fluísse em silêncio pelos cômodos, mimetizada com
Poemeto épico os móveis e as sombras. Uma fina saudade, porém,
começou a alinhavar-se em seus dias. Não saudade da
→ Em prosa: mulher. Mas do desejo inflamado que tivera por ela. En-
Romance tão lhe trouxe o batom. No outro dia um corte de seda.
Novela À noite, tirou do bolso uma rosa de cetim para enfei-
Conto tar-lhe o que restava dos cabelos. Mas ela tinha desa-
Crônica prendido a gostar dessas coisas, nem pensava mais em
Apólogo lhe agradar. Largou o tecido numa gaveta, esqueceu o
Fábula batom. E continuou andando pela casa de vestido de
Parábola chita, enquanto a rosa desbotava sobre a cômoda.
(Marina Colasanti)
GÊNERO DRAMÁTICO
Drama, em grego, significa ação. Ao gênero dramático Texto II
pertencem os textos, em poesia ou prosa, feitos para Trechos: Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna
serem representados. Isso significa que entre o autor e
o público desempenha papel fundamental todo o elen- Palhaço: Auto da Compadecia! Uma história altamente
co que participa da encenação. moral e um apelo à misericórdia. João Grilo: Ele diz “à
O gênero dramático compreende as seguintes modali- misericórdia”, porque sabe que, se fôssemos julgados
dades: pela justiça, toda a nação seria condenada”.
João Grilo: Esse era um cachorro inteligente. Antes de
→ Tragédia - é a representação de um fato trágico, apto morrer, olhava para a torre da igreja toda vez que o sino
a suscitar compaixão e terror. Aristóteles afirmava que batia. Nesses últimos tempos, já doente para morrer,
era uma representação de uma ação grave, de alguma botava uns olhos bem compridos para os lados daqui,
extensão e completa, em linguagem figurada “com ato- latindo na maior tristeza. Até que meu patrão enten-
res agindo, não narrando, inspirando dó e terror”. deu, como a minha patroa, é claro, que ele queria ser
abençoada e morrer como cristão. Mas nem assim ele
→ Comédia - é a representação de um fato inspirado na sossegou. Foi preciso que o patrão prometesse que vi-
vida e no sentimento comum, de riso fácil, geralmente nha encomendar a benção e que, no caso de ele mor-
criticando os costumes. Sua origem está ligada às fes- rer, teria um enterro em latim. Que em troca do enterro
tas populares gregas de celebração à fecundidade da acrescentaria no testamento dele dez contos de réis
natureza. para o padre e três para o sacristão.

→ Drama - é a mistura de elementos trágicos e cômicos Texto III


alternando o prazer e a dor, por ter esse caráter híbrido Fanatismo
o drama se aproxima mais da vida humana.
Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida.
→ Farsa - pequena peça teatral, de caráter ridículo e ca- Meus olhos andam cegos de te ver!
ricatural, criticando a sociedade e seus costumes. Não és sequer razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!
EXERCÍCIOS
Não vejo nada assim enlouquecida...
Texto I Passo no mundo, meu Amor, a ler
Para que ninguém a quisesse No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!
Porque os homens olhavam demais para sua mulher,
mandou que descesse a bainha dos vestidos e pa- “Tudo no mundo é frágil, tudo passa...”
rasse de se pintar. Apesar disso, sua beleza chamava Quando me dizem isto, toda a graça
atenção, e ele foi obrigado a exigir que eliminasse os Duma boca divina fala em mim!
decotes, jogasse fora os sapatos de saltos altos. Dos ar-
mários tirou as roupas de seda, das gavetas tirou todas E, olhos postos em ti, digo de rastros:
as joias. E, vendo que, ainda assim, um ou outro olhar “Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
viril se acendia à passagem dela, pegou a tesoura e tos- Que tu és como Deus: Princípio e Fim!...”
quiou-lhe os longos cabelos. Agora podia viver descan- (Florbela Espanca)
sado. Ninguém a olhava duas vezes, homem nenhum
se interessava por ela. Esquiva como um gato, não mais 1) Identifique o texto a que se refere cada uma das
atravessava praças. E evitava sair. Tão esquiva se fez, afirmativas:
que ele foi deixando de ocupar-se dela, permitindo que a) O texto lido é uma história para ser representada em
um palco. b. Ao contrário do texto II, o poema de Manuel Bandei-
b) O texto lido resume-se às confissões dos sentimos ra tem seu enfoque na emoção, pois apesar de possuir
íntimos do eu-lírico. uma temática cotidiana a formo como o autor escreve
c) O texto lido é uma narrativa. o texto faz com que ele deixe de ser informativo, o poe-
ma busca despertar a emoção e a reflexão crítica do
2) Assinale as alternativas corretas: leitor.
a) Nós leitores, tomamos conhecimento dos fatos atra-
vés da fala de um narrador, nos três textos. UNIDADE 5
b) Narrador só existe no texto I. No texto II, tomamos Resposta esperada:
conhecimento dos fatos por meio do diálogo das per- Resposta pessoal, porém o interessante é ob-
sonagens e das rubricas. servar que o Gênero Lírico mantém algumas
c) Não há narrador em nenhum dos textos. características de sua origem, pois ambos os
textos, que são respectivamente um poema de
Vinícius de Moraes e uma música da banda Ti-
GABARITO tãs apresentam a junção entre o som e a pala-
UNIDADE 1 vra, ou seja, se a poesia perdeu o acompanha-
1-C mento musical, ela manteve sua ligação com a
2-A musicalidade. Outra característica presente é
3-C o fato da voz que fala exprimir emoções, nor-
malmente esse gênero literário apresente os
UNIDADE 2 pronomes e os verbos em primeira pessoa.
1 – Fáceis – faroizinhos – pegada – tatu – jiló – heroína
– mês – ideia – farol – oásis – comboio – refém – álbum
– mártir – êxodo – imã – raiz – moinho – (ele) tem – baú
– voo – hífen – repórter - hifens – néctar – merecer –
jabuti – taxi – domestico – saúde – (eles) vem – jovens
– régua – urutu – para (verbo).
2–A
3–B
4–A
5–A

UNIDADE 3
1–C
2–A
3–B
4–C
5- B
6–B
UNIDADE 4
EXERCÍCIO
B
EXERCÍCIOS
. Resposta esperada:
A identificação por negativas é utilizada para criar um
suspense em relação ao final do poema, é uma prepa-
ração para o impacto final.
A comparação com animais sugere uma condição infe-
rior desse indivíduo que está à margem da sociedade.
Na expressão “Meu Deus”, o eu-lírico demonstra um
sentimento de indignação por ser um homem a estar
numa situação tão humilhante. Toda construção do
poema proporciona que ao final o leitor também sinta
esse sentimento expresso pelo eu-lírico.
2. Resposta esperada:
a. Sendo um texto jornalístico para ter um foco princi-
pal a sujeira que os mendigos deixam na rua e não o
fato de estarem se alimentando de lixo.
MATEMÁTICA
UNIDADE 1 UNIDADE 4
NÚMEROS NATURAIS RAZÕES E PROPORÇÕES

UNIDADE 2 UNIDADE 5
NÚMEROS RACIONAIS POTENCIAÇÃO

UNIDADE 3
EXPRESSÕES NUMÉRICAS
UNIDADE 1 FATORAÇÃO
Fatorar um número é fazer decomposição em fa-
NÚMEROS NATURAIS tores primos.
Para decompor um número natural em fatores
São números inteiros não negativos: primos, basta dividirmos o número dado pelo seu
IN = {0,1,2,3,...} menor divisor primo. A seguir dividimos quociente
obtido pelo seu menor divisor primo. Repetindo-
DIVISÃO DE NÚMEROS NATURAIS -se o processo até encontrarmos o quociente igual
a 1.
Exemplo: Dividir o número 37 por 7
Exemplo
Fatorar o número 420


Note que:
37 = 7 . 5 + 2 , então

→ Na divisão vale a relação abaixo:


Dividendo = divisor . quociente + resto
420 = 22. 3 . 5 . 7
É importante lembrar de que:
→ A divisão só existe se o divisor for diferente de MÁXIMO DIVISOR COMUM (M.D.C.)
zero
Divisor ≠ 0 O máximo divisor comum de dois ou mais núme-
ros é o maior número que divide todos eles simul-
→ O resto é sempre menor que o divisor taneamente. Se os números não compartilharem
Resto < divisor divisores comuns, seu MDC é 1.
Para calcular o M.D.C dos números 12 e 18 deve-
MÚLTIPLOS E DIVISORES mos primeiro determinar os seus divisores tere-
mos:
Ao dividirmos dois números naturais podemos
encontrar no resultado um número natural. Por
exemplo, 52 dividido por 4 dá 13. Então, dizemos
que 4 é um divisor ou fator de 52. Também pode-
mos dizer que 52 é múltiplo de 4.
Em geral, seja m e n dois números naturais quais-
quer, se existir um terceiro número natural q tal D12 = {1,2,3,4,6,12}
que m = n.q, então n se diz um divisor de m ou m D18 = {1,2,3,6,9,18}
é múltiplo de n. Divisores comuns: 1,2,3,6
m=n.q M.D.C. :6
52 = 4 . 13
Exemplo: Também podemos calcular o MDC a partir da fato-
40 é divisível por 5 ração individual de cada número:
40 é múltiplo de 5 12 = 22 . 31 18 = 21 . 32
5 é divisor de 40 Basta multiplicar os fatores comuns (2 e 3) com os
resto igual a 0 menores expoentes
m é divisível por n M.D.C. = 21 . 31 = 6
n é divisor de m
MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM
Número natural primo
É todo número natural que possui exatamente É o menor número que é múltiplo de um conjunto
dois divisores naturais. Então, poderíamos dizer de números simultaneamente.
que o número primo é divisível por 1 e por ele mesmo. Para calcular o MMC basta multiplicar todos os fatores
Os primeiros números primos em ordem crescente com os maiores expoentes.
são:
2,3,5,7,11,13,17,19,23,29,31,37,41... Exemplo:
MMC entre 20, 24 e 36
6. Duas pessoas, fazendo exercícios diários,
partem simultaneamente de um mesmo ponto
e, andado, contornam uma pista oval que cir-
cunda um jardim. Uma dessas pessoas dá uma
volta completa em 12 minutos. A outra, andan-
do mais devagar, leva 20 minutos para comple-
tar a volta. Depois de quantos minutos essas
duas pessoas voltarão a se encontrar no mesmo
ponto de partida?
M.M.C. = 2.2.2.3.3.5 = 23.32.5 = 360 a) 12
b) 20
O M.M.C. sera dado pelo produto do(s) fator(es) c) 60
comum(ns) ou não comum(ns) com o (s) maior(es) d) 120
expoente(s) em que eles se apresentam nas suas e) 36
respectivas decomposições.
7. Regina possui 3 pedaços de fitas, com tama-
EXERCÍCIOS nhos dados em centímetros de 630, 810 e 540,
que serão utilizados na confecção de alguns
1. Determine o que é pedido em cada alterna- enfeites. Ela pretende cortá-los em pedaços do
tiva: maior tamanho possível, de forma que não haja
a) Dê no mínimo cinco múltiplos de cada número a se- sobras e que todos os pedaços tenham o mesmo
guir. tamanho. Qual será o tamanho desses pedaços
M(2): em centímetros?
M(17): a) 56
b) 90
b) Determine os divisores de cada número dado. c) 45
D(10): d) 2
D(48): e) 10

2. Realizar a decomposição em fatores primos 8. Uma editora recebeu pedidos de três livrarias,
dos seguintes números: como mostra o quadro abaixo.
a) 30
b) 55
c) 64
d) 72
Como a editora deseja remeter os três pedi-
3. Calcular o MDC dos seguintes números: dos com a mesma quantidade de livros e com
a) 6, 15 o maior número de livros possível por pacote.
b) 70,105,135 Quantos pacotes no total, serão utilizados pela
c) 3, 5 editora?
a) 650
4. Calcular o MMC dos seguintes números: b) 100
a) 6, 15 c) 11
b) 12, 20, 24 d) 20
c) 13,37 e) 5
d) 48, 64, 96
9. Ao separar o total de suas figurinhas, em gru-
5. Num país, a eleição para presidente ocorre a pos de 12, de 15 e 20, Caio obervou que sobra-
cada 5 anos e para prefeito, a cada 4 anos. Se vam sempre 7 figurinha fora dos grupos. Se o
em 2012 houve coincidência das eleições para total figurinhas for compreendido entre 200 e
esses cargos, qual o próximo ano em que elas 300, qual será a soma dos algarismos do núme-
voltarão a coincidir? ro de figurinhas de Caio?
a) 2032 a) 247
b) 2020 b) 60
c) 2012 c) 6
d) 2023 d) 13
e) 2024 e) 3
10. (UEL-2017) Os povos indígenas têm uma for- PROPRIEDADE FUNDAMENTAL
te relação com a natureza. Uma certa tribo in-
dígena celebra o Ritual do Sol de 20 em 20 dias, Multiplicando-se ou dividindo-se os termos de
o Ritual da Chuva de 66 em 66 dias e o Ritual da uma fração por um mesmo numero diferente de
Terra de 30 em 30 dias. A partir dessas informa- 0(zero). Obtém-se uma fração equivalente á fração
ções, responda aos itens a seguir. dada.
a) Considerando que, coincidentemente, os três rituais
ocorram hoje, determine a quantidade mínima de dias SIMPLIFICAÇÃO DE FRAÇÕES
para que os três rituais sejam celebrados juntos nova-
mente. Justifique sua resposta apresentando os cálcu-
los realizados na resolução deste item.
42
b) Hoje é segunda-feira. Sabendo que, daqui a 3960 Seja a fração simplificá-la o máximo possível.
dias, os três rituais acontecerão no mesmo dia, deter- 56
mine em que dia da semana ocorrerá esta coincidên-
42 24 3
cia. Justifique sua resposta apresentando os cálculos = =
realizados na resolução deste item. 56 28 4

UNIDADE 2 COMPARAÇÕES DE FRAÇÕES


Na comparação de duas ou mais frações, de mes-
NÚMEROS RACIONAIS mo denominador, a maior delas é aquela que tem
maior numerador.
2 1 4
Um número racional é um número que pode ser Ex: Comparando as frações: , e .
5 5 5
a 1 2 4
escrito na forma onde a e b são números intei- Temos: < , < .
b 5 5 5
ros com b diferente de 0. Nas frações de denominadores diferentes, preci-
samos obter frações equivalentes a elas e que te-
Exemplos: nham denominadores iguais.
3 5
Comparar as frações e
4 6
2 0 25
2= 0= 0,25=
1 1 100 1) Encontrar o m.m.c entre os denominadores:
m.m.c=12
2) Encontrar as frações equivalentes com denomi-
nadores iguais a 12.
12 1
12%= 0,33...=
100 3
3 9 5 10 3 5
= = Logo: <
5 4 12 6 12 4 6
Temos uma fração :
8
- 5 é chamado numerador NÚMERO MISTO
- 8 é chamado denominador
Leitura: cinco oitavos
21
O conjunto dos números racionais é apresentado Dada a fração podemos representá-la de
pela letra Q e definido por: 4
modo diferente pois, 21 dividido por 4 = 5 e resto 1.
a
Q={ /a Zeb Z*}
b
21 1
=5
FRAÇÕES EQUIVALENTES 4 4
Para transformar um número misto em fracioná-
rio, basta multiplicar o inteiro pelo denominador
2 4 8
Os números: , , estão de formas diferen- e somar com o numerador e repetir o mesmo quo-
4 8 16 ciente.
tes, porém representam a mesma quantidade.
NÚMEROS DECIMAIS FINITOS
3 5 3.5 15
. = =
Qualquer número decimal pode ser escrito na for- 4 7 4.7 28
ma de fração com denominador igual a 10, 100,
ou alguma potência de 10. Para se converter um DIVISÃO
número decimal finito em uma fração, escreve- Para se dividir duas frações, basta multiplicar a
mos este número no numerador sem a vírgula e no primeira com o inverso da segunda.
denominador o número 1 seguido de tantos zeros
quanto forem as casas decimais.
3 5 3 7 21
: = . =
Ex: Colocar os números decimais na forma de fra- 4 7 5 5 25
ção irredutível
NÚMEROS DECIMAIS
Adição e Subtração
0, 25 100 25 1
0,25= . = =
1 100 100 4 Para se somar ou subtrair dois números decimais,
devemos colocá-los uns sobre os outros de modo
que fique vírgula sobre vírgula e daí somar ou sub-
100 256 64
2,56= . = = trair como fazemos com números inteiros.
100 100 25
0,36 +0,223= 0,36
Números decimais infinitos e periódicos + 0,223
Para se converter um número decimal infinito pe- 0,583
riódico em uma fração, escreve-se no numerador
da fração o período da dízima e no denominador MULTIPLICAÇÃO
quantos noves forem o número de algarismos do Para se multiplicar dois números decimais, efe-
período da dízima. tuamos a multiplicação como se fossem inteiros.
Depois somamos o número de casas decimais dos
dois termos e este será o número de casas deci-
36
0,3636... = (período=2 algarismos) mais do resultado (incluindo os zeros à direita).
99
Números decimais infinitos e não-periódicos Ex: 0,25x 0,36=
São os chamados números irracionais(I) e não 0,25 (2 casas)
podem ser expressos em forma de fração. Ex: 2 X0,36 (2 casas)
=1,41421… π=3,14159… 150
75+
OPERAÇÕES ENTRE NÚMEROS RACIONAIS E EX- 0,0900 (4 casas)
PRESSÕES NUMÉRICAS
Divisão
NÚMEROS FRACIONÁRIOS Para se dividir dois números decimais, multiplica-
mos ambos por 10, 100, 1000, etc. de acordo com o
Adição e Subtração número que tiver mais casas decimais. Efetuamos,
Para se somar ou subtrair duas frações basta dei- então, a divisão normal:
xá-las com o denominador comum e então somar
ou subtrair seus numeradores. Ex: 12,52 ÷ 1,2 (x100) = 1252 ÷ 120 = 11,27
2 3 2+3 5
+ = = EXERCÍCIOS
4 4 4 4
1. Simplifique as frações, através das divisões
sucessivas, até torná-las irredutíveis:
3 2 9 8 1
- = - =
4 3 12 12 12 8 20 32
a) 24 b) 100 c) 80
MULTIPLICAÇÃO
Para se multiplicar duas frações, basta multiplicar
18 80 50
seus respectivos numeradores e também seus de- d) e) f)
nominadores. 60 60 72
2. Coloque em ordem crescente as frações:
e) 0,444...
a) f) 3,1313...
g) 0,8333...
h) 4,356356...
b)
6. Efetue:

c) a) 0, 34 + 2,1

3. Transforme os números mistos em frações ou b) 1,7 + 1,07


vice-versa:
c) 1, 25 3,1

d) 2,04-1,96
26 125 47
a) b) c)
5 8 6 e) 5,1.2,15
3 5 2
d) 2 e) 3 f) 1 f) 20.0,4
5 1 7
g) 2,45| 5
4. Efetue:
h) 20|0,2
1 2
a) + =
3 5 i) 20÷0,2

j) 0,639 ÷ 0,3
1 5 2
b) + + =
6 4 3
7 3 UNIDADE 03
c) 2 − + =
6 4 EXPRESSÕES NUMÉRICAS

Como resolver a expressão ?


17 4
d) . = 2+3 . 4 = 5 . 4 = 20 (ou)
7 17 2+3 . 4 = 2+12 = 14 ?

Para que estas dúvidas não apareçam, apresenta-


6 25 9
e) . . = mos um procedimento sequencial para se resolver
5 3 2 expressões:
1º passo: Resolver raízes e potências (na ordem
em que aparecerem).
4 2
f) : = 2º passo: Resolver multiplicações e divisões (na
5 3 ordem em que aparecerem).
3º passo: Resolver adições e subtrações (na ordem
em que aparecerem).
4
g) :2 =
5 PORCENTAGEM
A expressão x %, que lê-se “x por cento”, é chama-
do de taxa percentual e representa a razão
100 25
h) : = x x
34 17 , isto é: x % = , em que x é um número real
100 100
5. Transforme os números decimais em núme- qualquer.
ros fracionários:
a) 0,3 Quanto vale 17% de R$ 420,00?
b) 0,45 Vejamos como podemos resolver essa questão de
c) 12,5 três modos diferentes:
d) 4,155 a) Sabendo-se que 100% de R$ 420,00 são os pró-
prios R$ 420,00, podemos encontrar 17% de R$ 1  8
420,00 com uma regra de três:  − 3
i)
3 + 5
PORCENTAGEM VALOR 6 7
1−
100 420 7 3
17 X

100x = 420.17 2. (ENEM) O contribuinte que vende mais de R$


x = 71,4 20 mil de ações em Bolsa de Valores em um mês
deverá pagar Imposto de Renda. O pagamento
b) Sabendo-se que 17% representam o mesmo para a Receita Federal consistirá em 15% do lu-
cro obtido com a venda das ações.
Um contribuinte que vende por R$ 34 mil um
17
que , temos: lote de ações que custou R$ 26 mil terá de pagar
100 de Imposto de Renda à Receita Federal o valor
de
17
17% de 420= .420=71,4
100 a) R$ 900,00.
c) Sabendo-se que 17% representa o mesmo que b) R$ 1 200,00.
0,17, temos: c) R$ 2 100,00.
17% de 420 = 0,17 × 420 = 71,4 d) R$ 3 900,00.
e) R$ 5 100,00.
Ou seja, 17% de R$ 420,00 são R$ 71,40

ATENÇÃO: 3. Um comerciante vende um televisor por R$


Um aumento de 10% seguido de um aumen- 354,00 tendo um lucro de 18% sobre o preço de
to de 10% não é um aumento de 20%, pois: custo. Qual o preço de custo de cada televisor?
110% . 110% . x = 121% x = (100 + 21)% . x
Corresponde a um único aumento de 21%!
Um desconto de 10% seguido de um desconto de
10% não é um desconto de 20%, pois:
90% . 90% . x = 81% x = (100 – 19)% . x
Corresponde a um único desconto de 19%!

EXERCÍCIOS
4. Na compra de uma par de tênis paguei com
1. Resolva as expressões abaixo: um acréscimo de 6% por ter feito o pagamento
em 30 dias. Se paguei R$ 37,10 pelo par de tênis,
a)10|30.3+4|2 qual era o preço original?

b) 13.7+10+3+8|2

c) (1+45:9):2

d) 3+15:5-(12.3)

e) (8,25:5+2)-0,45.3

5. (UEL) O Brasil tem 12% de toda a água dis-


1  1
f) 0,125 + +  −  + 1 ponível para consumo no mundo. Porém, 80%
6  8 desse volume se encontra na Amazônia, onde
vivem apenas 5% da população brasileira. De
 1 1 3
g)  2 + +  ÷ +1 acordo com esses dados, que percentual de
 2 8 8 toda a água disponível para consumo no mundo
tem os habitantes da região amazônica?
 3 2 1 1
h)  −  ÷  +1  a)9,6 %
 4 3 5 2 b)9,2 %
c) 8,2%
d) 6,8% c) 10,00
e) 4,0% d) 5,00
e) 4,00
6. Dentre os 1.250 médicos que participaram de um
congresso, 48% eram mulheres. Dentre as mulhe- 10. (PUC-MG) Um comerciante elevou o preço de
res, 9% eram pediatras. Quantas mulheres pedia- suas mercadorias em 50% e divulgou, no dia se-
tras participaram desse congresso? guinte, uma remarcação com desconto de 50%
em todos os preços. O desconto realmente con-
7. (ENEM) Uma enquete, realizada em março de cedido em relação aos preços originais foi de:
2010, perguntava aos internautas se eles acredita- a) 40%
vam que as atividades humanas provocam o aque- b) 36%
cimento global. Eram três as alternativas possíveis c) 32%
e 279 internautas responderam à enquete, como d) 28%
mostra o gráfico: e) 25%

11. (Unifor-Ce) No mês de outubro, devido à


Analisando os dados do gráfico, quantos inter- crise atual, o dono de uma confecção reduziu
nautas responderam “NÃO” à enquete: os preços de setembro em 10%. Não obtendo
o aumento de vendas desejado, em novembro
a) Menos de 23. os preços foram novamente reduzidos em 10%.
b) Mais de 23 e menos de 25. Uma mulher que compra um vestido por R$
c) Mais de 50 e menos de 75. 145,80 está economizando, em relação ao pre-
d) Mais de 100 e menos de 190. ço de setembro, a quantia de:
e) Mais de 200. a) R$ 36,45
b) R$ 34,20
c) R$ 32,00
8. Em um exame vestibular, 15% das questões d) R$ 30,61
eram de matemática, das quais 8% eram de e) R$ 29,16
geometria. Qual a porcentagem de questões de
geometria que compunham esse exame? 12. Uma loja aumenta 20% o preço de uma par
de sapatos que custa R$ 40,00. Ao entrar em li-
quidação, essa loja passa a oferecer o mesmo
par de sapatos com um desconto de 20% para
pagamento à vista. Quanto você irá pagar pelo
mesmo par de sapatos se compra-los à vista?

9. (ENEM) Para aumentar as vendas no início do


ano, uma loja de departamentos remarcou os
preços de seus produtos 20% abaixo do preço 13. (Unisinos-RS) Um tanque de combustível
original. Quando chegam ao caixa, os clientes contém 240 litros de gasolina com 3% de álcool.
que possuem o cartão fidelidade da loja têm di- Quantos litros de álcool puro devem ser adicio-
reito a um desconto adicional de 10% sobre o nados à mistura para que ele tenha 4% de ál-
valor total de suas compras. cool?
Um cliente deseja comprar um produto que cus-
tava R$50,00 antes da remarcação de preços.
Ele não possui o cartão fidelidade da loja. Caso
esse cliente possuísse o cartão fidelidade da
loja, a economia adicional que obteria ao efe-
tuar a compra, em reais, seria de

a) 15,00
b) 14,00
14. (Vunesp-SP) Num tonel de forma cilíndrica,
está depositada uma quantidade de vinho que v=200/4=60km/h
ocupa a metade de sua capacidade. Retirando-
-se 40 litros do seu conteúdo, a altura do nível PROPORÇÕES
de vinho baixa 20%. O número que expressa a A igualdade entre duas razões é chamada de pro-
capacidade desse tonel em litros é: porção. Envolvendo, assim, quatro números: a, b,
a) 200 c e d.
b) 300
c) 400 a/b=c/d
d) 500
e) 600 Lê-se: a está para b assim como c está para d.

15. (PUC-MG) Uma pessoa adquire um carro por


R$6.000,00 e gasta 5% desse valor com despe- PROPRIEDADE FUNDAMENTAL DAS PROPOR-
sas de transferências e reparos. Desejando ob- ÇÕES
-ter um lucro de 12% sobre o capital emprega- Considere os números a, b, c e d, tais que assim, te-
do, deverá vender esse carro por: mos que “o produto dos meios é igual ao produto
a) R$ 6.305,00 dos extremos”.
b) R$ 7.056,00
c) R$ 7.102,00 a.d=b.c
d) R$ 7.200,00
e) R$ 7.800,00 GRANDEZAS DIRETAMENTE PROPORCIONAIS
Duas grandezas são diretamente proporcionais se, au-
16. (Fuvest-SP) Uma loja vende seus artigos nas mentando uma delas, a outra aumentar na mesma ra-
seguintes condições: à vista, com 30% de des- zão da primeira.
conto sobre o preço da tabela, ou no cartão de Duas grandezas A e B de medidas a e b, respectivamen-
crédito, com 10% de acréscimo sobre o preço da te, são chamadas de diretamente proporcionais, se e
tabela. Um artigo que, à vista, sai por R$700,00, somente se, para cada par (a,b) temos a/b=k (k é uma
no cartão, sairá por: constante não nula)”. As grandezas são diretamente
a) R$ 1.100,00 proporcionais quando variam sempre na mesma razão
b) R$ 1.300,00 (k).
c) R$ 1.010,00
d) R$ 9.800,00 Exemplo:
e) R$ 770,00 Abastecendo o carro em um posto onde o com-
bustível custa 2,50 o litro, o preço que pagamos é
UNIDADE 4 sempre proporcional ao volume colocado:
1L= 2,50
RAZÕES E PROPORÇÕES 2L= 5,00
3L= 7,50
RAZÕES Reparem que:
A razão entre números reais a e b é o quociente de a por
b, isto é a/b. 2,50/1=5,00/2=7,50/3=k

Exemplo: GRANDEZAS INVERSAMENTE PROPORCIONAIS


Dos 360 alunos do 3o colegial, 90 são meninos e Duas grandezas são inversamente proporcionais se,
270 são meninas. A razão entre o número de meni- aumentando uma delas, a outra diminuir na mesma
nos e o de meninas é: razão da primeira.
Duas grandezas A e B de medidas a e b, respectivamen-
(nº de meninos)/(nº de meninas)= te, são chamadas de inversamente proporcionais, se e
somente se, para cada par (a, b) temos: a.b=k, onde k é
90/270=1/3 um valor constante positivo chamado de constante de
Logo, para cada 1 menino, existem 3 meninas. proporcionalidade inversa.

Exemplo: A velocidade média de um móvel é a Exemplo:


razão entre o espaço percorrido e o tempo gasto
para percorrê-lo. Um carro que percorre 200 Km Se estamos viajando a 50km/h, o tempo da viagem
em 4 horas tem a velocidade média dada pela ra- será de 4 horas. Aumentando a velocidade para
zão: 100km/h, o tempo de viagem diminui para 2 horas.
50.4=100.2=k máquinas número de calças horas por dia
de costura
REGRA DE TRÊS SIMPLES
É aplicada em problemas que envolvem dois pa- 5 30 6
res de grandezas proporcionais sendo que, destes
quatro valores, três são conhecidos (daí o nome) e 3 x 8
o quarto valor é o desejado.
Quando isso acontece, precisamos resolver por
Quando as duas grandezas são diretamente partes: vamos supor, inicialmente, que mudem
proporcionais apenas as horas de trabalho. Então, a nova per-
Exemplo: Se um padeiro faz 60 pães com 4kg de fari- gunta é: 5 máquinas de costura confeccionam
nha, quantos pães ele fará com 6kg de farinha? quantas calças operando 8 horas por dia?

Farinha Pães máquinas de número de horas por dia


costura calças
4kg 60
5 30 6
6kg x
x 8
Percebemos que quanto maior for a quantidade
de farinha, proporcionalmente maior será a quan- Como são grandezas diretamente proporcionais
tidade de pão, logo as grandezas são diretamente temos:
proporcionais.
30/x=6/8,6x=30.8 ∴x=40
Assim: 4/6=60/x, 4x=360 ∴x=90 pães
Mas o que significa esse valor que acabamos de
Quando as duas grandezas são inversamente encontrar?
proporcionais Volte à linha da tabela em que aparece x. Como x=
Exemplo: Um trem rodando à velocidade média de 40, sabemos que são produzidas 40 calças quando
45km/h, vai de uma cidade a outra em 8 horas. Em utilizadas 5 máquinas operando 8 horas por dia.
quantas horas percorreria o mesmo trajeto se rodasse Mas sabemos que o problema pede o número de
à velocidade média de 60km/h? calças produzidas em 8 horas, mas utilizando 3
máquinas e não 5. Logo:
velocidade do trem tempo de viagem
máquinas de número de horas por dia
45km/h 8h costura calças

60km/h x 5 40 8

Observe que, se a velocidade do trem aumenta, o 3 x


tempo de viagem diminui na mesma razão, logo as
grandezas são inversamente proporcionais. Como são grandezas diretamente proporcionais
temos:
Assim: 45/60=x/8,45.8=60x∴x=6 horas
5/3=40/x,5x=40.3∴x=24

REGRA DE TRÊS COMPOSTA Concluindo, 3 máquinas trabalhando 8 horas por


Uma regra de três é composta se, e somente se, os dia, produziriam 24 calças.
problemas envolvem três ou mais grandezas.
EXERCÍCIOS
Exemplo: Se 5 máquinas de costura preparam 30
calças operando 6 horas por dia, quantas calças 1. Se e , a razão entre x e y é:
prepararão 3 dessas máquinas operando 8 horas a) maior que 1
por dia? b) igual a
c) um número inteiro
d) um número negativo
e) um número entre 0 e
2. Dividindo-se os números inteiros x e y ob- e) 1248
tém-se quociente 2 e resto 29. Se a razão entre
e é 3, então é igual a: 7. Se a, b e c são diretamente proporcionais a
a) 68 6, 9 e 12, nessa ordem, e a+b=60, então o valor
b) 76 de c é:
c) 84 a) 24
d) 87 b) 12
e) 96 c) 96
d) 48
3. Se x, y, 20 são diretamente proporcionais a e) 63
20, 30, 100 então podemos afirmar que x e y va-
lem respectivamente: 8. As idades de Marco, Gabriela e Gregório são
números inversamente proporcionais a 3, 4 e 6.
A soma das idades dos três é 45 anos. Qual é a
idade do mais novo entre eles?

4. Os números x, y e z são respectivamente pro-


porcionais aos números 3, 5 e 6. Admitindo-se
que x+y+z=420, quanto valem x, y e z?
9. Uma barra metálica é formada de cobre e es-
tanho na proporção de 5 para 2. Se eu quiser
obter uma barra nas mesmas condições, que
massa de cobre eu devo juntar a 9,4kg de esta-
nho?

5. Na tabela abaixo estão indicadas as medidas


de duas grandezas M e D que são inversamente
proporcionais.

M x 15 1/3 10. Um grupo de homens trabalhando 8 horas


por dia capina um terreno em 18 dias. Traba-
lhando 6 horas por dia, em quantos dias eles
N 1/2 3 y capinariam o mesmo terreno?

Determine x e y.

11. Se 30 meninas recolhem 720 caixas de mo-


rango em 8 horas, quantas meninas serão ne-
6. Num determinado concurso a razão entre o cessárias para recolher 1080caixas em 6 horas?
número de vagas e o número de candidatos é de
1 para 4. Havendo 1560 inscrições, o número de
candidatos não aprovados é de:
a) 390
b) 520
c) 1040
d) 1170
ao produto de a, n vezes, veja:
12. Um carro percorre 504km em 7 horas. Man- a^n=a•a••• a•a
tendo a mesma velocidade, quantos km ele per- (n fatores)
correrá em 11 horas?
No símbolo acima, a letra “a” é a base e a “n”, o
expoente.
Ex.:5^3=5•5•5 = 125

Atenção: ao resolver uma potência, deve-se olhar


com cuidado o sinal da base e se o expoente é par
ou ímpar.

13. Precisamos de 18kg de enxofre para produ- positivo^(par ou ímpar)=positivo


zir 51kg de ácido sulfúrico. Quantos quilogra- negativo^par=positivo
mas de enxofre são necessários para produzir negativo^ímpar=negativo
1836kg de ácido sulfúrico?

EXPOENTE INTEIRO NEGATIVO


Para transformar um expoente inteiro negativo
em positivo, basta inverter a base.

a^(-n)=1/a^n
ou
a/b^(-n)=b/a^n
14. Sabe-se que 5 máquinas, todas de igual efi-
ciência, são capazes de produzir 500 peças em 5 Ex.: :6^(-2)= 1/6^2
dias, se operarem 5 horas por dia. Se 10 máqui- ou 2/3^(-3)= 3/2^3
nas iguais às primeiras operassem 10 horas por
dia durante 10 dias, o número de peças produ-
zidas seria:

PROPRIEDADES DA POTÊNCIA

P.1) Produto de potências de mesma base:


Conserva-se a base e soma-se os expoentes.
15. Se 45 pedreiros executam uma obra em 16
dias, trabalhando 7 horas por dia, quantos pe- a^m÷a^n=a^(m+n)
dreiros serão precisos para executar a mesma
obra em 12 dias, trabalhando 10 horas por dia? Ex.: 6^2.6^3=6^(2+3)=6^5

P.2) Divisão de potências de mesma base:


Conserva-se as bases e subtrai-se os expoentes.

a^m÷a^n=a^(m-n)

Ex.: 3^5÷3^2=3^(5-2)=3^3

P.3) Potência de um produto:


UNIDADE 5 Eleva-se cada fator ao expoente do produto.

POTENCIAÇÃO P.4) Potência de um quociente:


Eleva-se o numerador e o denominador ao ex-
EXPOENTE INTEIRO POSITIVO poente.
Dado um número real “a” qualquer, sendo ”n” um
número inteiro positivo define-se por a elevado n
(a.b)^n=a^n.b^n Então: é o número 100.000.000.000 em notação
Ex.: (3.4)^2=3^2.4^2 científica.

P.5) Potência de potência: Exemplo:


Conserva-se a base e multiplica-se os expoentes. O raio médio da terra é de aproximadamente
6370000 metros, como podemos escrever esse nú-
(a^m ).^n=a^(m.n) mero em notação científica?
Os passos ainda são os mesmos, porém notamos
Ex.: (3^2)^3=3^(2.3) que temos três primeiros números naturais: 6, 3 e
7.
P.6) Expoente fracionário: Como na notação nós procuramos deixar apenas
O denominador do expoente torna-se índice da um número natural, vamos colocar a vírgula logo
raiz onde o radicando é a base elevada ao nume- após o primeiro natural, no caso 6, assim: 6,37.
rador do expoente. Depois, contamos naturalmente as casas após a
vírgula, mesmo que os outros números não sejam
a^(m/n)=√(n&a^m ) n≠0 zeros. No caso, 6 casas após o 6.
Assim:
Ex.: 4^(1/2)=√(2&4^1 )
6 é o número natural
Veja: (-2)^2≠-2^(2,) pois(-2)^2=4 e -2^2=-4 6 é o número de casas

NOTAÇÃO CIENTÍFICA Dessa forma, 6,37.10^6 é o número escrito em no-


tação científica.
Iremos rever conceitos matemáticos, que serão
muito úteis durante o decorrer do cursinho. Um
deles é o conceito de notação cientifica. E para os números pequenos? Faremos o seguinte
A notação científica é uma forma concisa exemplo: 0,00004 em potência de 10.
de representar números, em especial muito O número natural mais próximo da vírgula (mais à
grandes (112000000000) ou muito pequenos esquerda) é o 4, e podemos contar 5 casas da vír-
(0,000000000092). Para facilitar nossos cálculos, gula até ele.
representaremos esses números através de uma Assim:
potência em base 10.
Geralmente, usa-se o seguinte formato: onde é um 4 é o número natural
número entre 1 e 10, e é o expoente de 10. 5 é o número de casas

Exemplo: Como o número de casas vai para a direita, nosso


O cérebro humano tem cerca de 100.000.000.000 expoente vai ser negativo: -5.
neurônios. Assim: 4.10^(-5) é o número escrito em notação
Como podemos escrever o número de neurônios científica..
do cérebro, através de uma potência de 10? Dessa
forma: Note a diferença entre os números grandes
1o Passo- Destacamos o número natural, que an- para os números pequenos.
tecede os zeros, que neste caso é o número 1.
2o Passo- Contamos o número de casas decimais Grandes – a vírgula vem se deslocando da direita
após esse número natural (indiretamente conta- para esquerda, ex: 12000
mos o número de zeros).
3o Passo- Escrevemos o número natural de novo, 12000,
multiplicamos pela base 10 e escrevemos a potên- 1200,0 .10^1
cia dessa base de acordo com as casas que conta- 120,00.10^2
mos. 12,000.10^3
Assim: 1,2000.10^4

1 é o número natural Dessa forma, o expoente é sempre positivo.


11 é o número de casas
Pequenos – a vírgula se desloca da esquerda para
Então: 1.10^11 é o número 100.000.000.000 em no- a direita, ex: 0,00872
tação científica
0,00872 b) 3 4
00,0872.10^(-1)
000,872.10^(-2) c)1^10
0008,72.10^(-3)
d) 5 0
Portanto, o expoente é sempre negativo.
e) (−2) 5
ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO
f ) (−5) 3
Para somar dois números em notação científica, é
necessário que o expoente seja o mesmo. Ou seja, g) (−2 0 )
um dos valores deve ser transformado para que
seu expoente seja igual ao do outro. A transfor- h) (−4)1
mação segue o mesmo princípio de equilíbrio. O
resultado possivelmente não estará na forma pa- i) 10^3
dronizada sendo convertido posteriormente.
j) 10 9
Exemplo:
k) 2 −3
4,2.10^7+3,5.10^5=
4,2.10^7+0,035.10^7= l) 3 −3
4,235.10^7
m) (-2) −3
6,32.10^9-6,25.10^9=
0,07.10^9=
1
7.10^7 n) ( ) −3
3
MULTIPLICAÇÃO 2
o) ( ) − 4
Multiplicamos os números naturais e somamos os 3
expoentes de cada valor. O resultado possivelmen-
− 2 −3
te não será padronizado, mas pode ser convertido. p) ( )
5
Exemplo:
2) Determine o valor das expressões:
(6,5.10^8 ).(3,2.10^5 )=
(6,5.3,2).10^(8+5)= a)
20,8.10^13=
2,08.10^14
2 −2 1
b) 2 −1 + 6.( ) − (− ) −1
DIVISÃO 3 3
1 1 −1 0
Dividimos os números naturais e subtraímos os ex- c) ( ) − 4 ÷ ( ).(4 −1 ) 2 + ( )
poentes de cada valor. O resultado possivelmente 2 2 3
não estará padronizado, mas deverá ser corrigido.
3 – Transforme em notação científica:
Exemplo:
a) 2354000
8.10^17/2.10^9 = b) 6020000000000
8/2.10^(17-9 )= c) 0,1417
4.10^8 d) 0,0000923
e) 33000000
EXERCÍCIOS f) 98.108

1- Calcular 4 - Efetue:
a) 567400+3.104
a) 2 3 b) (9.109).(7.10 -3)
c) 0,00024+ 3.10 -5
d) 1,66.10 -19 / 0,0008 5- X=1/10, y=5/3
6- 1170
GABARITO 7- D
8- 10 anos
UNIDADE 1 9- 23,5
10- 24
1) 11- 60 ou 30 a mais
a)M(2):0, 2, 4, 6, 8… M(17): 0, 17, 34, 51, 68... 12- 792
b) D(10): 1, 2, 5, 10. D(48): 1, 2, 3, 4, 6, 8, 12, 16, 24, 13- 648
48. 14- 4000
2) 15- 126
a) 2.3.5 b) 5.11 c) 2.2.2.2.2.2=2^6
d)2.2.2.3.3=2^3.3^2 UNIDADE 4
3) a) 3 b) 5 c) 1
4) a) 30 b) 120 c) 481 d) 192 1)
5) A a) 8
6) C b) 81
7) B c) 1
8) C d) 1
9) D e) -32
10) a) 660 b) Sábado f) -125
g) -1
UNIDADE 2 h) -4
i)1000
1) a) b) c) d) e) f) j)1.000.000.000
2) a) b) c) k)1/8
3) a) b) c) d) e) f) l) 1/27
4) a) b) c) d) e) f) g) h) m) -1/8
5) a) b) c) d) e) f) g) h) n) 27
6) a)2,44 b)2,77 c)-1,85 d)0,08 e)10,965 f)8 g)0,49 o) 81/16
h)100 i)0,01 j)0,213 p) - 125/8

UNIDADE 3 2)
a) 58 b) 17 c) 513
1-
a) -78 b) 108 c) 3 d) -30 e) 2,3 3)
f) 1,16... g)15/8 h)5/102 i)-68/45 a) 2,354.10^6
2- B b) 6,02.10^12
3- R$ 300,00 c) 1,417.10^(-1)
4- R$ 35,00 d) 9,23.10^(-5)
5- A e)3,3.10^7
6- 54 f) 9,8.10^9
7- C
8- 1,2% 4)
9- E a) 5,974.10^5
10- E b) 6,3.10^7
11- B c) 2,7.10^(-4)
12- R$ 38,40 d) 2,075.10^(-16)
13- 2,4
14- C
15- B
16- A

UNIDADE 4
1- A
2- B
3- 3 X=4 e y=6
4- X=90, y=150, z=180

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