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E FASCINANTE
Torrieri Guimarães
(Folha da Tarde, 31-1-84)
PENA DE MORTE- UM REMÉDIO SOCIAL
URGENTE
LIVRARIA E EDITORA UNIVERSITÁRIA
DE DIREITO IlDA.
PENA DE MORTE -
UM REMÉDIO SOCIAL
Urgente
ASPECTOS:
*JURÍDICOS
*SOCIAIS
* ECONÔMICOS
* FILOSÓFICOS
s• Edição (revista e ampliada)
r
ÍNDICE
PREFÁCIO . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . . . 7
MANIFESTAÇÃO DO TITULAR DE DIREITO PENAL DA
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO . . . . . . . . . . . . 8
CITAÇÕES CURIOSAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
rnTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
NOVO CONCEITO DE PENA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 15
CLASSIFICAÇÃO DAS PENAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
PEQUENO HISTÓRICO DA PENA DE MORTE . . . . . . . . 19
a) Pena de Morte no Direito Comparado . . . . . . 19
b) Pena de Morte no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
c) Pena de Morte na Bíblia Sagrada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
PRESSUPOSTOS OBRIGATÓRIOS PARA A APLICAÇÃO
DA PENA DE MORTE . . . . . . . . . . . . . . . . .. .. . . . 27
RErnÇIDÊNCIA E PENA DE MORTE .. . . . . . 31
CRIMES DE MAIOR GRAVIDADE . . .. . . . 33
A FORMA DE EXECUÇÃO DA PENA DE MORTE . . . 35
a) A Sentença que Condenou Cristo . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 36
PENA DE MORTE -UM INSTITUTO DE DIREITO PENAL . . . . 39
PRINCIPAIS ARGUMENTOS CONTRÁRIOS À PENA DE
MORTE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
ARGUMENTOS FAVORÁVEIS À PENA DE MORTE . . . . . . . 45
(Contestação aos Argumentos Anteriores)
1) A Pena de Morte e os Direitos Humanos . . . . . . . . . . . . . . 45
2) A Pena de Morte e a Religião . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3) A Pena de Morte e o Fator Econômico . . .49
4) A Pena de Morte em Caso de Guerra . . . . . . . 51
5) A Pena de Morte e seu Poder Intimidativo .. 53
6) Crítica às Estatísticas de Sutherland . . . . .56
7) A Pena de Morte e o Erro Judiciário . . . . . .57
8) A Pena de Morte e o "Contrato Social" . . . . . . 59
9) A Sociedade Pode ser Culpada? . . . . . . . . . . . .60
10) As Causas da Criminalidade- Um Problema Eterno .62
11) A Pena de Morte Não é "Assassinato Legal" .63
12) A Pena de Morte Como Profilaxia . . . .63
13) Um Equihbrio Para a Política Criminal .64
14) O "Galho Podre"- e a "Figueira Estéril" .65
15) "Se te Baterem no Lado Direito... " . . . .65
16) "Amar ao Próximo Como a Ti Mesmo" .66
17) A Pena de Morte não é Horrível .. .67
18) A Pena de Morte é Uma Lei Natural .69
19) A Lição das Colméias . . . . . . . . 70
20) A Pena de Morte e o Direito de Punir .71
21) Pena de Morte para Pobres e Ricos .72
22) Esforços Inúteis .72
23) Sentimentalismo ou Realidade? . 74
24) A Defesa da Sociedade em Primeiro Lugar . 74
25) Delinqüentes Irrecuperáveis . . . . . . . . . 75
26) Pena de Morte - A Preferida pelos Presidiários .78
27) Será Possível Extingüir as Prisões? . . 79
28) A Pena de Morte Será "Letra Morta"? .81
29) Pena de Morte Para Inimputáveis . . .82
30) Opinião Pública Sobre a Pena de Morte .84
31) Pena de Morte e Democracia . . . . . . .85
32) Por Omissão de Alguns, Cem Mil Pessoas Morrem por Ano .86
33) O Bom Senso dos Imortais: Cesare Beccaria, Magalhães
Noronha e Nelson Hungria . 88
RESUMO . . . .91
CONCLUSÃO .93
APELO FINAL . . 94
BIBLIOGRAFIA .95
PREFÁCIO
(Jesus Cristo)
(Lei de Moisés)
(Santo Agostinho)
"O galho podre deve ser cortado para que não contamine
o restante da árvore; o mesmo deve ser feito com o delinqüente
que destrói a sociedade."
(Kant)
10 AUGUSTO DUTRA BARRETO
"A espada sem a balança é a força brutal; a balança sem a
espada é a impotência do Direito.
Uma não pode avançar sem a outra, nem haverá ordem ·
jurídica perfeita sem que a energia com que a justiça aplicar a
espada seja igual a habilidade com que manejar a balança."
(Jhering)
(o autor)
"É melhor fazer morrer sem fazer sofrer do que fazer sofrer
sem fazer morrer."
(Gabriel Tarde)
(o autor)
PENA DE MORTE- UM REMÉDIO SOCIAL 11
"A pena de morte não é horrível. Horríveis são os crimes
que se pretende combater através delas."
(Giuseppe Maggiore)
(o autor)
(dito popular)
(Montesquieu)
Nelson Hungria
r!
INTRODUÇÃO
Reclusão \
No Código Penal Principais Detenção
Brasileiro : Multa
(Antes de 1984)
Perda da Função Pública
Acessórias Interdição de Direitos
Publicação da Sentença
III- de Multa
PEQUENO HISTÓRICO DA PENA DE MORTE
-
Para não cansar o leitor vamos citar apenas alguns países que
atualmente adotam (ou, até a pouco tempo, adotavam) a pena de morte,
para crimes comuns (não militares).
a) Vaticano: incluiu a pena de morte em seu Código, pela Lei de
7 de junho de 1929.
b) Estados Unidos: 1.2. Estados desta Nação fazem uso da _.pena
capital, para os mais diversos crimes, tais como: estupro, roubo, seqües-
( tro ou morte de crianças, homicídios qualificados, etc. Na Geórgia, até
o aborto é punido com a morte.
c) França: até 1981, havia pena de morte neste país para 13 delitos,
tais como; seqüestro de crianças, latrocínios e outros crimes de grande
reprovação social.
Livro de Êxodos
Capítulo 21 -Versículo 12 "Quem ferir alguém çausando a morte,
certamente morrerá".
- Versículo 14 "Mas se alguém se ensoberbecer contra
seu próximo, matando-o com engano, ti-
ra-o para fora para ser apedrejado e mor-
to."
-Versículo 15 "O que ferir a seu pai ou a sua mãe certa-
mente morrerá." (Obs. morte por simples
ferimento).
-Versículo 16 "Quem furtar algum homem, certamente
morrerá." (Obs. morte por furto).
- Versículo 23 " Mas se houver morte, então darás vida
por vida."
- Versículo 29 "Mas se o boi era antes escomeador e seu
dono era conhecedor disso, e não o guar-
dou, e esse boi matou homem ou mulher,
o boi será apedrejado juntamente com seu
dono." (Obs. morte por crime culposo).
Capítulo 22 -Versículo 18 "A feiticeira não deixarás viver."
-Versículo 19 "Todo aquele que se ajuntar com animal,
morrerá."
- Versículo 20 "O que sacrificar aos deuses e não só ao
Senhor, será morto."
Livro de Levítico
Capítulo 20 -Versículo 02 "Qualquer que der a sua semente a moto-
que (deus pagão) certamente morre~."
-Versículo 10 "Também o homem que adulterar com
mulher de outro, certamente morrerão ·
ambos."
- Versículo 13 "Quando também um homem deitar com
outro homem como se fosse este mulher,
24 AUGUSTO DUTRA BARRETO
ambos fizeram abominação; certamente
morrerão."
Capítulo 21 -Versículo 09 "Quando a filha de um sacerdote se pros-
tituir, profana a seu pai. Com fogo será
queimada."
-Versículo 14 "Tira o que tem blasfemado para fora e
toda a congregação o apedrejará.".
-Versículo 17 "Quem matar a alguétp, certamente mor-
rerá." ·
Livro de Números
Capítulo 25 -Versículos 3; 4 e 5: Mandam aplicar a pena de morte
(forca) aos que se juntarem com as filhas
dos moabitas.
--Versículo 08 Nesta passagem temos o relato de um ci-
dadã~ que, ao praticar um ato sexual proi-
bido, foi atravessado, juntamente com a
mulher, pela lança de um sacerdote.
- Versículo 09 Outro relato trágico: 24 mil pessoas que
morreram por castigo à prostituição.
Capítulo 25 -Versículo 19 "O vingador do sangue matará o homici-
da; encontrando-o, matá-lo-á."
- Livro de Deuteronômio
Capítulo 22 -Versículo 20, 22, e 24: "Todas estas passagens rela-
-tam um caso de apedrejamento de uma
mulher por não ter preservado à sua vir-
gindade.
No 'Novo Testamento, Cristo também defendeu a pena de morte,
em várias ocasiões.
Notemos que, em São Mateus Cap. 5 Versículo 17, Ele afirmou que
não veio destruir a Lei, mas antes, cumpri-la.Essa Lei, da qual Cristo se
refere, pela melhor interpretação, é a Lei do Velho Testamento, (que tinha
pena de morte).Como se isso não bastasse, em várias passageils, o Mestre
declarou-se favorável à Lei de Talião, usando as seguintes palavras:
Livro de São Mateus
Capítulo 26 - Versículo 52 "Então Jesus lhe disse: Embainha a tua
espada pois todos os que lançam mão da
espada, com espada perecerão."
PENA DE MORTE- UM REMÉDIO SOCIAL 25
Livro de Apocalipse
Capítulo 13 -Versículo 10 "Se alguém leva para cativeiro, para cati-
veiro vai. Se alguém matar à espada, ne-
cessário é que seja morto à espada. Aqui
está a preservação e·a fidelidade dos san-
tos."
Por estes relatos, e outros que serão feitos no decorrer deste traba-
lho, podemos perceber que a pena de morte sempre fez parte da civiliza-
ção. Muitos a repudiam por falta de conhecimento histórico.
.I
PRESSUPOSTOS OBRIGATÓRIOS PARA A
APLICAÇÃO DA PENA DE MORTE
É evidente que a pena de morte não deverá ser aplicada para qual-
quer delinqüente mas, tão somente, para aqueles que tenham preenchido,
pelo menos, estes quatro pressupostos que, a seguir, sugerimos:
lQ) Que seja o agente irrecuperável. Todos os meios no sentido
de recuperar o delinqüente devem ser empregados. A principal preocu-
pação do Estado deve ser a de reintegrar o delinqüente à sociedade
através do amor, do trabalho, da escola, etc. Nisto todos concordamos.
Mas se, apesar de todos esses meios terem sido empregados pelo
Estado, o paciente não apresentar nenhuma melhora?
Parece estranho, um delinqüente, fisicamente humano, não poder
ser recuperado. Entretanto, para os estudiosos de criminologia, psiquia-
tria, sociologia e outras ciências afins, a existência de personalidades
irreversíveis, sempre foi ponto pacífico e, na prática, milhares de casos
têm confirmado esta dolorosa verdade.
Notemos este caso citado pelo Excelente Procurador de Justiça, Dr.
Alberto Marino Júnior.
-Um presidiário, reincidente em vá~ios crimes de sangue, recebia
na preisão toda a assistência possível. Um dia, ao ser.Jevado para o pátio
para tomar sol, encontrou um objeto semelhante a umà faca, ali deixado
por outro presidiário. Ao apoderar-se da arma, imediatamente , tomou a
seguinte deliberação: vou matar gente ... (era este o seu hobby).
Aproveitou um descuido do guarda, pulou o muro, e esfaqueou seis
pessoas.
Certamente este homem é um delinqüente nato, daqueles que Cesar
Lombroso demonstrou existir com a sua bem conhecida teoria exposta
em "L'Uomo Delinquente".
Outro caso narrado pelo Sr. Coronel Altino Magno Fernandes da
PM de São Paulo, que foi Diretor de uma instituição de menores:
-Um menino, de apenas 14 anos de idade, quando foi apreendido
pela polícia, já havia matado 5 pessoas adultas usando um meio cruel e
todo particular: com uma torquês, torcia o umbigo das vítimas até matá-
las.
Possivelmente este menino também tenha sido impulsionado pela
infeliz e incurável tendência - destruir o ser humano.
28 AUGUSTO OUTRA BARRETO
Poderíamos citar aqui dezenas de casos tão horríveis como estes,
mas nos reservaremos para outro tópico, sobre "Delinqüentes Irrecupe-
ráveis", onde abordaremos o tema com mais profundidade.
2!!) Que seja o agente perigoso. Há hipóteses em que o delinqüen-
te, por seu comportamento, manifesta periculosidade real ou presumida.
Exemplos: O delinqüente que pratica um crime com torpeza ou cruelda-
de, demonstra periculosidade real.Perigosos, presumidamente, são os
deficientes mentais que tenham tendência para o crime, os reincidentes
em crimes dolosos, etc.
32) Que haja certeza da existência do fato e da autoria. Há um
princípio jurídico-penal, bem conhecido, que não permite ao juiz pronun-
ciar sentença desfavorável ao réu, sem estar,absolutamente certo, da
existência do fato e de sua autoria. Se o nexo de causalidade entre o fato
e seu autor não ficar claramente provado, aplica-se o princípio: "ln dubio
pro reo~'.
Em se tratando de pena de morte, o zelo da justiça deve estar bem
presente para que não aconteça, em hipótese alguma, o chamado "erro
judiciário".
A propósito, um trecho de Battaglini, citando a resposta do Rei à
Exposição de Motivos, do Código Penal Italiano.
"Assim deve acontecer, sem dúvida em relação a pena de morte que,
não deve ser executada senão quando as provas sejam evidentes e a
responsabilidade do acusado rigorosamente comprovada... Se não ocor-
rer exatamente assim, deverá intervir a clemência do Rei, para evitar a
mais longínqua possibilidade que .se convencionou chamar de erro judi-
ciário".
42) Que o crime (ou crimes) praticado pelo réu tenha alcançado
grande repro ação social._Acrescentamos mais este pressuposto de
êãià er o6jetivo porque, ainda que reuna todos os pressupostos anteriores,
não nos parece razoável a aplicação da medida extrema se, por exemplo, _
um delinqüente, ainda que comprovadamente irrecuperável, demonstrou
a sua periculosidade através de duas tentativas de homicídio.
Não tendo alcançado a "Meta Optata", houve, apenas, o perigo de
dano e a reprovação social, nesta hipótese, não é acentuada!-
Por outro lado, pode o delinqüente, ser reincidente de lesões corpo-
rais dolosas. Neste caso, embora tenha havido consumação, os crimes
representam, apenas, gravidade média.
O julgador, analisando o caso concreto, decidirá se houve reprova-
ção social suficiente para merecer pena de morte. Isto será fácil, por
exemplo, num caso de estupro de criança.
PENA DE MORTE- UM REMÉDIO SOCIAL 29
Muitos têm nos criticado porque não colocamos nenhum pressu-
pOSto sobre a ~uração da c.Ylp.ahilida..de.
Entendemos que a Defesa Social não deve depender da culpabili-
dade do delinqüente.
Se, em certos casos, pela influência do meio, o homem é forçado à
delinqüência; e se, noutros casos, pela defeituosa formação genética, os
seres humanos nascem com acentuada tendência para o crime, podemos
afirmar que, de certo modo, todos os delinqüentes podem alegar a irres-
ponsabilidade penal.
Enquanto o Direito Penal estiver excessivamente preocupado com
a insolucionável questão da culpabilidade, a justiça continuará indecisa
e a Defesa Social, profundamente prejudicada.
Nós pensamos em "remédio", não em pena. E o fundamento para a
aplicação deste remédio é a Defesa Social, não a culpa do delinqüente.
REINCIDÊNCIA E PENA DE MORTE
J
PENA DE MORTE - UM INSTITUTO DE
DIREITO PENAL
***
2 2) A pena de morte é desnecessária porque pode ser substituída·
por penas detentivas de longa duração.
***
3 2) Referindo-se ao "Contrato Social" de Rousseau, diz B_ec_c aria·
NA pessoa ced(f mínima parte de sua liberdade, não ficando privada de
todos os direitos. Não poderia conferir à sociedade o poder de matá-la".
***
4 2) _Q~o judiciário, (sempre o preferido argumento dos que
pretendem combater a pena dé morte), não possibilita a reparação do
dano, porque a vida não pode ser devolvida e nem substituída. .
Os juízes, sendo humanos, estão sujeitos a erros. Há, portanto,
a possibilidade de um inocente ser condenado à morte.
***
52) O ser humano sempre foi avesso à pena de morte. Mesmo nos
países onde ela existe, os juízes vacilam em aplicá-la.
João Barbalho, citado por Pontes de Miranda "in" "Comentá~
rios à Constituição de 1967", afirma que, antes de 1890, quando existia
a pena de morte no Brasil, os encarregados da aplicação d~ pena
sempre se recusaram em aplicá-la. "Certa feita- relata o citado jurista
- por ocasião de ser executado o Frei Caneca, no Recife, não tendo
chegado o carrasco, os sentenciados, todos, se recusaram a :fàzer-lhe
42 AUGUSTO DUTRA BARRETO
as vezes, e foi o próprio mártir, uma das mais típicas e curiosas figuras
da história política do Brasil, que sugeriu, em vez da forca, o arcabuz".
***
6Q) Ainda no aspecto da prevenção geral, muitos procuram de-
monstrar a inutilidade da pena de morte afirmando que, nos países onde
ela existe, a criminalidade não tem diminuído.
Beccaria relata que a Imperatriz Izabel, na Rússia, proibiu a
pena de morte durante vinte anos e, nem por isso, a justiça ficou
enfraquecida.
Sutherland, em "Princípios de Criminologia", citado por Ma-
galhães Noronha, afirma que nos Estados Unidos, "a taxa de homicí-
dios que autorizam a pena de morte, é o dobro da apresentada pelos
países que a aboliram." Diz ainda que, na Europa, "o número de
homicídios é menor nos países que não adotam pena de morte".
***
7Q) Na dogmática penal modema, a pena tem caráter mais ten-
dente à recuperação do que castigo. A chamada "Lei de Talião", que
autoriza pena de morte, não seria aceitável para a época atual.
***
8Q) A vida de qualquer ser humano é intangível. A pena de morte
infringe os Direitos Humanos.
* * *
9Q) O Estado, através do seu ordenamento jurídico penal, proíbe
o homicídio. Logo, não poderia, esse mesmo Estado, desrespeitar o que
está proibido. Se o Estado executar a pena de morte estará, pelo exem-
plo, incentivando a prática do homicídio.
Geber Moreira adverte: "Creio que é tempo da humanidade
aprender que o espetáculo da morte não educa para a vida".
O Marquês de Beccaria também apresenta o seu manifesto
com estas palavras: "Não é absurdo que as leis, que exprimem a vontade
PENA DE MORTE - UM REMÉDIO SOCIAL 43
geral, que aborrecem e punem o homicídio, autorizem um morticínio
público para afastar os cidadãos do assassínio?"
***
102) A criminalidade é conseqüência dos problemas sociais. Para
combatê-la devemos, antes, eliminar esses problemas que são as cau-
sas. A pena de morte não elimina essas causas.
***
11 2) Para a maioria dos religiosos, a vida humana, tendo sido
doado por Deus, somente Ele poderá tirá-la. Ao homem não foi dado
tal poder.
Tanto é assim que no 62 Mandamento do Decálogo, previsto
no Capítulo 20, Versículo 13, do Livro de Êxodos, encontra-se a
seguinte expressão: "Não Matarás".
ARGUMENTOS FAVORÁVEIS À
PENA DE MORTE
(Contestação aos argumentos anteriores)
I~