Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Histórico Da Notação Musical PDF
Histórico Da Notação Musical PDF
Encontram-se, também, vestígios da notação literal em nossas claves1 (Figura 01). Estes
sinais nada mais são que letras:
Figura 01 – Algumas formas que as letras assumiram no decorrer dos séculos em relação às claves atuais.
Fonte: ALALEONA, 1984
1
Sinais colocados no início da pauta para dar nome às notas.
pequenas linhas dirigidas para baixo ou para cima, espécie de pequenos vértices ou acentos,
colocados sobre as sílabas do texto. (ALALEONA, 1984).
Compreende-se, logo, que tal notação estava longe de ser precisa e completa, porque
embora indicando o subir e descer da voz, não indicava o intervalo exato. Era somente um meio
de lembrar melodias que todos tinham no ouvido e conhecidas por tradição. (ALALEONA, 1984)
Sentiu-se, por isso, a necessidade de aperfeiçoá-la. A partir da Idade Média, século VIII,
aproximadamente, a notação musical começa seu desenvolvimento, e quem realizou progresso
decisivo a esse respeito foi o monge beneditino Guido D’Arezzo (Séc. XI - Itália), permanecendo
até hoje os termos musicais propostos por seu tratado. Guido D’Arezzo colocou as neumas sobre
um sistema de quatro linhas, aproveitando, para indicar os graus da escala, tanto as linhas como
os espaços. Hoje são usadas cinco linhas porque se verificou, pela experiência, ser esse número
o mais cômodo e claro. Os livros de canto gregoriano conservam até hoje a notação com quatro
linhas, como nos tempos de Guido D’Arezzo (Figura 03).
2
O contraponto, na música, é uma técnica usada na composição onde duas ou mais vozes melódicas são
compostas levando-se em conta, simultaneamente: a qualidade intervalar e harmônica gerada pela sobreposição de
duas ou mais melodias.
A nova música recebeu a denominação de musica mensurallis (música medida), em
oposição ao canto gregoriano, denominado musica plana, que não possuía medida de tempo.
Quando se começou a cantar a várias vozes, para que se tornasse possível a coordenação
destas, percebeu-se a necessidade da fixação da duração dos sons. Para isto, introduziram-se as
diversas formas (figuras), o que se denominou Notação Proporcional.
A barra de divisão de compassos surgiu inicialmente no século XVI. A pauta tanto podia ter
cinco linhas, para música vocal, ou até 15 linhas, para música instrumental, sendo que as
denominadas tavolaturas (para órgão e alaúde) dos séculos XV a XVIII empregavam em geral
seis linhas.
No século XVII, a harmonia e a tonalidade se consolidaram e, com elas, a escala maior de
DO. A tríade tonal se fixou nos acordes de fundamental, terça e dominante, e os graus da
tonalidade se definiram. Também as claves se definiram, assim como a pauta, em duas séries de
cinco linhas (o sistema de onze linhas, ou dois pentagramas, é denominado endecagrama):
ou
Figura 05 – Endecagramas
Fonte: GOMES, 2011
ADOLFO, Antônio. MÚSICA: leitura, conceitos, exercícios. Rio de Janeiro: Lumiar, 2002.
ALALEONA, Domingos. História da Música: desde a antiguidade até nossos dias. 14 Ed. São Paulo:
Ricordi, 1984.
ALVARENGA, Luiz G. Breve Tratado sobre o Som e a Música. 1 Ed.: Gráfica de Goiás: CERNE, 1992-
2009.
ARCHANJO, Samuel. Lições Elementares de Teoria Musical. São Paulo: Musicália, 1977.
BENNETT, Roy. Como Ler Uma Partitura. Cadernos de Música da Universidade de Cambridge. Jorge
Zahar,1990.
CARDOSO, Belmira e MASCARENHAS, Mário. Curso Completo de Teoria Musical e Solfejo. 8 Ed. São
Paulo/Rio de Janeiro: Irmãos Vitalle, 1973. Vol. 1.
______. Curso Completo de Teoria Musical e Solfejo. 8 Ed. São Paulo/Rio de Janeiro: Irmãos Vitalle,
1973. Vol. 2.
FREDERICO, Renata de Oliveira Pavaneli. O Conto Sonoro, Uma Forma de Explorar a Escrita
Musical. Escola de Educação Infantil Casa da gente. São Paulo, 2008.
LACERDA, Osvaldo. Compêndio de Teoria Elementar da Música. 3 Ed. São Paulo: Ricordi, 1967.
LIMA, Marisa Ramires Rosa de; FIGUEIREDO, Sérgio Luiz Ferreira de. Exercícios de Teoria Musical:
Uma Abordagem Prática. 6 Ed. São Paulo: Embraform, 2004.
MEDAGLIA, Júlio. Música, Maestro!: Do Canto gregoriano ao Sintetizador. São Paulo: Globo, 2008.