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Divisão De Engenharia

Curso de Licenciatura em Engenharia dxe Processamento Mineral

C/N, 3o Ano Turma Única

Disciplina: Mecânica aplicada

Tema:

Resistencia ao cisalhamento dos solos

Discentes:

Emerson Anselmo Pereira

Enoque Junior Enoque

Nelson Seiva Mangaua

Sale Gulamo

Saquina Tomás Cossa

Docente:

Eng. Bruno Bene

Tete, 2019
Índice
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 4
2. OBJETIVOS ................................................................................................................................... 5
2.1 Geral .............................................................................................................................................. 5
2.2 Específicos .................................................................................................................................... 5
3. RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS ................................................................. 6
4. CRITÉRIOS DE RUPTURA .......................................................................................................... 8
4.1 Tipos de rupturas ........................................................................................................................... 8
4.1.1 Critério de Rankine ................................................................................................................ 8
4.1.2 Critério de Tresca ................................................................................................................... 9
4.1.3 Critério de Mohr ..................................................................................................................... 9
4.1.4 Critério de Mohr-Coulomb..................................................................................................... 9
5. MECANISMOS DE DEFORMAÇÃO ......................................................................................... 10
5.1 Resposta do solo ao confinamento .............................................................................................. 10
5.2 Resposta do solo ao cisalhamento ............................................................................................... 11
6. ENSAIOS DE RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO .............................................................. 12
6.1 Ensaios de Campo ....................................................................................................................... 12
6.2 Ensaio de penetração estática do cone – CPT. ............................................................................ 13
6.3 Ensaio de palheta – “Vane test”. ................................................................................................. 15
6.4 Ensaio pressiométrico ................................................................................................................. 17
6.5 Ensaios de laboratório ................................................................................................................. 18
6.5.1 Ensaio de compressão simples - uniaxial ............................................................................. 18
6.5.2 Ensaio de cisalhamento direto .............................................................................................. 21
6.5.3 Cisalhamento direto: ensaio x controle da drenagem ........................................................... 22
7. COMPORTAMENTO TENSÃO X DEFORMAÇÃO DOS SOLOS .......................................... 23
8. RESISTÊNCIA ENTRE PARTÍCULAS ...................................................................................... 24
8.1 Mecanismo de Atrito ................................................................................................................... 24
8.2 Mecanismo de Coesão................................................................................................................. 25
8.3 Embricamento ou “Interlocking” ................................................................................................ 26
9. INFLUENCIA DA TENSÃO NORMAL ..................................................................................... 27
10. EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO ............................................................................................... 29
10.1 Resolução: ................................................................................................................................. 29
10.1.2 Construção do círculo de Mohr: ......................................................................................... 29
10.1.3 Círculo de Mohr: ................................................................................................................ 30
10.1.4 Verificação da solução analiticamente ............................................................................... 30
10.1.5 Uma solução alternativa: o método do polo ....................................................................... 31
11. CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 33
12. REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 34
1. INTRODUÇÃO
Atualmente, a Geotecnia é conhecida, no campo das engenharias, como uma área de grandes
incertezas. Na tentativa de minimizá-las, diversos ensaios e investigações geotécnicas são
desenvolvidos e aprimorados a fim de se alcançar uma melhor determinação tanto dos
parâmetros geotécnicos como da investigação do terreno. Conforme o que é feito
normalmente na prática, em construções de pequeno a médio porte, ou então projetos
executados em regiões em que já exista um conhecimento prévio do solo, as investigações
preliminares feitas chegam a custos relativos de 0,2% a 0,5% do valor total do projeto
segundo Schnaid e Odebrecht (2012). Custos esses que, muitas vezes, fornecem um perfil
estratigráfico que está aquém do conhecimento necessário para uma execução adequada do
projeto. Este trabalho tem como objetivo, estudar a resistência ao cisalhamento dos solos,
descrever os ensaios assim como demostrar as tensões atuantes.
2. OBJETIVOS
2.1 Geral
✓ Estudar a resistência ao cisalhamento dos solos.

2.2 Específicos
✓ Conhecer os ensaios da resistência ao cisalhamento dos solos;
✓ Identificar os tipos de tensões atuantes na resistência ao cisalhamento dos solos.
3. RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS
Define-se como resistência ao cisalhamento do solo a tensão cisalhante que ocorre no plano
de ruptura no instante da ruptura. As Figuras abaixo mostram exemplos de ruptura de solos de
encostas.

Figura 1: Corridas de solo residual e deslizamentos de rocha – Estrada Grajaú-Jacarepaguá,


1996 (foto GeoRio)

Figura 2: Deslizamento de solo residual -


São Conrado, 1996 (foto GeoRio)
A ruptura em si é caracterizada pela formação de uma superfície de cisalhamento contínua na
massa de solo. Existe. portanto, uma camada de solo em torno da superfície de cisalhamento
que perde suas características durante o processo de ruptura, formando assim a zona
cisalhada, conforme mostrado na Figura 3. Inicialmente há a formação da zona cisalhada e,
em seguida, desenvolve-se a superfície de cisalhamento. Este processo é bem caracterizado,
tanto em ensaios de cisalhamento direto, como nos escorregamentos de taludes.

Figura 3: Zona fraca, zona cisalhada e superfície de cisalhamento (LEROUEIL, 2001).

A análise da estabilidade de uma determinada estrutura é feita seguindo a metodologia


mostrada na Figura 4:

a) recolhe-se amostra indeformada no campo;


b) realizam-se ensaios de laboratório;
c) determinam-se os parâmetros que definem o comportamento tensão x deformação x
resistência;
d) utilizam-se teorias e metodologias de dimensionamento que fornecem o Fator de
segurança.
Figura 4: Esquema de dimensionamento.

4. CRITÉRIOS DE RUPTURA
A ruptura é um estado de tensões arbitrário, o qual é escolhido na curva tensão x deformação,
dependendo do critério de ruptura escolhido.

Independente do critério de ruptura, em geral trabalha-se com o conceito de Envoltória de


ruptura (ou de resistência) a qual define o lugar geométrico dos estados de tensão na ruptura.
Assim sendo, estados de tensão inferiores aos da envoltória correspondem a situações de
estabilidade. A região acima da envoltória corresponde a estados de tensão impossíveis de
ocorrer.

4.1 Tipos de rupturas


4.1.1 Critério de Rankine
A ruptura ocorre quando a tensão de tração se iguala à tensão normal máxima ( max)
observada em ensaio de tração.
4.1.2 Critério de Tresca
A ruptura ocorre quando a tensão de cisalhamento se iguala à tensão de cisalhamento máxima
(𝜏max) observada em ensaio de tração.

4.1.3 Critério de Mohr


A ruptura ocorre quando no plano de ruptura a combinação das tensões normais e cisalhantes
(σ, τ) é tal que a tensão de cisalhamento é máxima; isto é, esta combinação de tensões,
avaliada através do círculo de Mohr, resulta numa em uma Envoltória curva que circunscreve
os círculos correspondentes à ruptura.

Figura 5: Envoltória de Mohr.

4.1.4 Critério de Mohr-Coulomb


Este critério assume que a Envoltória de Mohr é definida por uma linha reta, definida como:
𝜏 = 𝑐 ′ + 𝜎 ′ × 𝑡𝑎𝑛𝑔∅′

É importante observar que para um determinado solo, a Envoltória de Ruptura varia em


função do tipo de ensaio; isto é, 𝑐 ′ e ∅ variam com:

i. condições de drenagem;
ii. velocidade de ensaio (argilas);
iii. direção do ensaio (solo anisotrópico);
iv. trajetória de tensões (variação de 𝜎2 );
v. compacidade da amostra.

5. MECANISMOS DE DEFORMAÇÃO
Em um meio granular, as deformações são decorrentes de:

I. distorção (ou quebra) da partícula;


II. deslocamento relativo entre partículas como resultado de deslizamento ou rolamento.

Estes 2 mecanismos sempre ocorrem simultaneamente. Entretanto, a magnitude das


deformações causadas pelo deslocamento relativo entre partículas é muito superior à
originada da distorção da partícula.

5.1 Resposta do solo ao confinamento


Segundo Denise M. S. Gerscovich (2010), Grandes deformações volumétricas podem ser
geradas a partir do aumento da tensão de confinamento (Figura 6). As deformações
volumétricas geradas pela compressão isotrópica (𝜎𝑥 = 𝜎𝑦 = 𝜎𝑧 ) são geradas pela alteração de
posição das partículas. Neste processo as partículas sofrem rolamento e deslizamento relativo,
mobilizando tensões cisalhantes nos contatos. Entretanto, ao longo de um plano, estas tensões
cisalhantes se anulam. Isto é, apesar da existência de tensões cisalhantes nos contatos entre
partículas, a tensão cisalhante em qualquer plano é nula (Figura 7).
Figura 6: deformação normal.

Figura 7: Trajetória de tensão para condição isotrópica.

5.2 Resposta do solo ao cisalhamento


No cisalhamento alguns solos sofrem, além das deformações cisalhantes, compressão ou
expansão, conforme mostra a Figura 8.
Figura 8: deformação sob cisalhamento.

6. ENSAIOS DE RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO


6.1 Ensaios de Campo
Como a retirada de amostras indeformadas implica, apesar de todos os cuidados e expedientes
sofisticados, numa possível deformação da amostra, procura-se, mais modernamente executar
ensaios “in situ” capazes de traduzir as reais características de resistências das camadas de
solos. Dentre os ensaios “in situ” mais empregados no Brasil para determinação de
parâmetros de resistência ao cisalhamento e de deformabilidade no campo destacam-se o:

➢ Ensaio de palheta ou "Vane Shear Test";


➢ Ensaio de penetração estática do cone (CPT) ou "Deep sounding";
➢ Ensaio pressiométrico (câmara de pressão no furo de sondagem).

Os ensaios de CPT e “Vane Test” têm por objetivo a determinação da resistência ao


cisalhamento do solo, enquanto o ensaio “Pressiométrico” visa obter uma espécie de curva de
tensão-deformação para o solo investigado, conforme pode ser resumido na tabela 1 Neste
contexto de estudo da resistência dos solos, ressalta-se que o ensaio de campo “SPT –
Standard Penetration Test”, muito difundido e utilizado no país, não determina diretamente os
parâmetros de resistência de um solo (obtém o número de golpes para perfurar determinado
comprimento no furo – “30 cm” finais a cada metro...).
Tabela 1 – Principais ensaios de campo disponíveis e suas características

Tipo de solo Principais


Melhor aplicável Não aplicável características que
Tipo de ensaio podem ser
determinadas
Ensaio padronizado Granulares Avaliação qualitativa
de penetração do estado de
compacidade ou
consistência.
Comparação
qualitativa da
estratigrafia do
subsolo.
Ensaio de penetração Granulares Avaliação contínua
estática do cone da compacidade e
(CPT)* resistência de solos
granulares.
Avaliação contínua
de resistência não
drenada de solos
argilosos.
Ensaio de palheta Coesivos Granulares Resistência não
drenada de solos
argilosos.
Ensaio preciométrico Granulares Coeficiente de
empuxo no repouso;
compressibilidade e
resistência ao
cisalhamento.
* Ensaio não determina “c” e/ou “φ”

6.2 Ensaio de penetração estática do cone – CPT.


O ensaio de penetração estática do cone, também conhecido como Deep Sounding, foi
desenvolvido na Holanda com o propósito de simular a cravação de estacas e está
normalizado pela ABNT através da norma NBR 3406. O ensaio de CPT permite medidas
quase contínuas da resistência de ponta e lateral devido à cravação de um cone no solo, as
quais, por relações permite identificar o tipo de solo, destacando a uniformidade e
continuidade das camadas. Permite, também, determinar os parâmetros de resistência ao
cisalhamento e a capacidade de carga dos materiais investigados. Apresenta como
desvantagens a não obtenção de amostras para inspeção visual, a não penetração em camadas
muito densas e com a presença de pedregulhos e matacões, as quais podem tornar os
resultados extremamente variáveis e causar problemas operacionais como deflexão das hastes
e deterioração na ponteira HACHICH, W. (1998). O equipamento para execução do ensaio
CPT consta de um cone de aço, móvel, com um ângulo no vértice de 600 e área transversal de
10 cm2. O ensaio consiste em cravar o cone solidário a uma haste e medir o esforço
necessário à penetração. São feitas medidas de resistência de ponta e total (Figura 9). Os
dados permitem obter, ainda, boas indicações das propriedades do solo, ângulo de atrito
interno de areias, e coesão e consistência das argilas.
Figura 9: Resultado de um ensaio de penetração do cone – CPT.

6.3 Ensaio de palheta – “Vane test”.


O “Vane test” foi desenvolvido na Suécia, com o objetivo de medir a resistência ao
cisalhamento não drenada de solos coesivos moles saturados. Hoje o ensaio é normalizado no
Brasil pela ABNT através da norma NBR 10905. O equipamento para realização do ensaio é
constituído de uma palheta de aço, formada por quatro aletas finas retangulares, hastes, tubos
de revestimentos, mesa, dispositivo de aplicação de um momento torçor e acessórios para
medida do momento e das deformações. O equipamento está apresentado na figura 10. O
diâmetro e a altura da palheta devem manter uma relação constante 1:2 e, sendo os diâmetros
mais usuais de 55, 65, e 88mm. A medida do momento é feito através de anéis
dinamométricos e vários tipos de instrumentos com molas, capazes de registrar o momento
máximo aplicado. O ensaio consiste em cravar a palheta e em medir o torque necessário para
cisalhar o solo, segundo uma superfície cilíndrica de ruptura, que se desenvolve no entorno da
palheta, quando se aplica ao aparelho um movimento de rotação. A instalação da palheta na
cota de ensaio pode ser feita ou por cravação estática ou utilizando furos abertos a trado e/ou
por circulação de água. No caso de cravação estática, é necessário que não haja camadas
resistentes sobrejacentes à argila a ser ensaiada. Com a palheta na posição desejada, deve-se
girar a manivela a uma velocidade constante de 6º/min, fazendo-se as leituras da deformação
no anel dinamométrico de meio em meio minuto, até rapidamente, com um mínimo de 10
rotações a fim de amolgar a argila e com isto, determinar a sensibilidade da argila (resistência
da argila indeformada/ resistência da argila amolgada).

Figura 10: Equipamento para ensaio de palheta no campo e em tamanho reduzido para
laboratório, do Laboratório de Ensaios Especiais em Mecânica dos Solos da UFJF.

No instante da ruptura o torque máximo (T) aplicado se iguala à resistência ao cisalhamento


da argila, representadas pelos momentos resistentes do topo e da base do cilindro de ruptura e
pelo momento resistente desenvolvido, ao longo de sua superfície lateral, dado pela
expressão:
𝑻 = 𝑴𝑳 + 𝟐𝑴𝑩

Onde: T = torque máximo aplicado à palheta; 𝑴𝑳 =momento resistente desenvolvido ao longo


da superfície lateral de ruptura; 𝑴𝑩 =momento resistente desenvolvido no topo e na base do
cilindro de ruptura, dados por:

𝟏
𝑴𝑳 = 𝝅 ∙ 𝑫𝟐 ∙ 𝑯 ∙ 𝒄𝒖
𝟐

𝝅
𝑴𝑩 = 𝑫𝟑 𝒄𝒖
𝟏𝟐

Onde: D = diâmetro do cilindro de ruptura; H = altura do cilindro de ruptura; 𝑺𝒖 = resistência


não drenada da argila. Substituindo as duas últimas equações na anterior e fazendo-se H = 2D,
tem-se o valor da coesão não drenada da argila, expresso pela fórmula:

𝟔 𝑻
𝑺𝒖 = ∙
𝟕 𝝅𝑫𝟑

6.4 Ensaio pressiométrico


Segundo HANDY, R.L. (1986), Este ensaio é usado para determinação “in situ”
principalmente do módulo de elasticidade (e da resistência ao cisalhamento de solos e rochas),
sendo desenvolvido na França por Menard. O ensaio pressiométrico consiste em efetuar uma
prova de carga horizontal no terreno, graças a uma sonda que se introduz por um furo de
sondagem de mesmo diâmetro, realizado previamente com grande cuidado para não modificar
as características do solo. O equipamento do ensaio, chamado pressiométrico, é constituído
por três partes: sonda, unidade de controle de medida pressão-volume e tubulações de
conexão. A sonda pressiométrica é constituída por uma célula central ou de medida e duas
células extremas, chamadas de células guardas, cuja finalidade é estabelecer um campo de
tensões radiais em torno da célula de medida. Após a instalação da sonda na posição de
ensaio, as células guardas são infladas com gás carbônico, a uma pressão igual a da célula
central. Na célula central é injetada água sob pressão, com o objetivo de produzir uma pressão
radial nas paredes do furo. Em seguida, são feitas medidas de variação de volume em tempos
padronizados (15, 30 e 60 segundos após a aplicação da pressão do estágio). O ensaio é
finalizado quando o volume de água injetada atingir 700 a 750 cm³. Com a interpretação dos
resultados de pares de valores (pressão x ∆volume) obtidos no ensaio, se determina o módulo
pressiométrico, entre outros valores de pressão.
6.5 Ensaios de laboratório
São diversos os tipos de ensaios de laboratório que buscam, com maior grau de sofisticação,
representar com fidelidade e exatidão as condições possíveis de ocorrências. Dentre os
principais ensaios de laboratório temos:

➢ Ensaio de Compressão Simples;


➢ Ensaio de Cisalhamento Direto;
➢ Ensaio de Compressão Triaxial;

Dependendo da importância da obra a realizar, das características dos solos e das condições
de ocorrência justifica-se a realização dos ensaios com a finalidade específica de obter os
parâmetros de resistência ao cisalhamento (“c” e “𝝋”). Nos itens seguintes será apresentada
uma descrição genérica-conceitual dos ensaios, e uma análise sucinta referente à
determinação de c e 𝝋, deixando o detalhamento da execução das operações dos ensaios para
as aulas práticas, específicas do curso.

6.5.1 Ensaio de compressão simples - uniaxial


Segundo HANDY, R.L. (1986), Consiste em ensaiar corpos de provas em uma prensa aberta
em que só se tem condição de aplicar a pressão axial 𝝈𝟏 , uma vez que, sendo a prensa aberta,
não há condição de aplicar pressões laterais, isto é, 𝝈𝟑 = 0. Tem-se assim um só círculo de
Mohr e 𝝋 =0. Logo sua aplicação em solos se limita a solos puramente coesivos. Os
resultados desses ensaios são extremamente limitados na sua interpretação e utilização prática
em geotecnia. Podem ser utilizados para identificar a consistência das argilas e, quando
ensaiadas em amostras naturais e amolgadas, permite determinar a sensibilidade das argilas
(relação natural/amolgado).

A Figura 11 ilustra a realização do ensaio de compressão simples - aplicação de carga em


apenas um eixo – uniaxial, logo após o termino do rompimento do corpo de prova (“CP”),
onde se vê o mesmo já rompido – “cisalhado” (quando resultou em tensão cisalhante
máxima). O CP foi deixado na prensa até a ocorrência de uma deformação excessiva (plano
de ruptura ficou visível).
Figura 11: Ensaio de compressão simples: amostra após ruptura.

A velocidade de aplicação da carga na prensa é controlada e padronizada. Como no ensaio


não se tem condição de aplicar 𝝈𝟑 , mesmo realizando no mínimo três ensaios para definir sua
resistência, esperam-se valores aproximados para o mesmo material, ensaiados nas mesmas
condições. Isto resulta no traçado de um só círculo (Figura 12), e a direção do traçado da linha
de envoltória de resistência será a horizontal (linha que tangencia “todos os círculos”).
Figura 12: Envoltória de resistência de ensaio de compressão simples.

P = Carga na ruptura medida na prensa

A = Área do corpo de prova (conhecida)

Os parâmetros de resistência obtidos no ensaio são:

𝑷 𝝈𝟏
𝝈𝟏 = 𝑺𝒆𝒏𝒅𝒐 𝝋 = 𝟎, 𝒕𝒆𝒎𝒐𝒔 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒄𝒐𝒆𝒔𝒂𝒐: 𝝈𝟏 = 𝟐𝒄 ∶ 𝒄 = =𝒓
𝑨 𝟐

Os dados da interpretação do ensaio podem ser vistos na Figura 13. Então conclui-se que o
ensaio só é aplicável em solos puramente coesivos, onde 𝝋 = 0. Em função de seus resultados
pode-se obter a sua classificação (Tabela 2) quanto a sua consistência, em se tratando de
ocorrência de solo argiloso (predominância de “finos”), onde o valor “Rc” é dado como
“resistência à compressão simples” do solo.

Figura 13: Interpretação do ensaio de compressão simples.


Argilas Faixa valor Rc
Muito mole 𝑅𝑐 < 2.5 𝑡/𝑚2 (25 𝐾𝑃𝑎)
Mole 2.5< Rc <5.0 𝑡/𝑚2
Média 5.0 <Rc <10.0 𝑡/𝑚2
Rija 10.0 < Rc< 20.0 𝑡/𝑚2
Muito rija 20.0 < Rc < 40.0 𝑡/𝑚2
Dura Rc >40.0 𝑡/𝑚2 (400 KPa)
Obs

1 KPa = 1 0 𝐾𝑁/𝑚2

1 𝑡/𝑚2 = 10 KPa

1 𝑘𝑔/𝑐𝑚2 = 100 𝑡/𝑚2

1 𝑘𝑔/𝑐𝑚2 = 100KPa

1 𝑡/𝑚2 = 0.1 0 𝑘𝑔/𝑐𝑚2

Em face da limitação deste ensaio tem-se dois outros tipos de ensaios costumeiramente
empregados para a determinação da resistência ao cisalhamento dos solos: o ensaio de
cisalhamento direto e o ensaio de compressão triaxial.

6.5.2 Ensaio de cisalhamento direto


Segundo HIGASHI, R.A.R. (2006), O ensaio de cisalhamento direto é o mais antigo
procedimento para a determinação da resistência ao cisalhamento e se baseia diretamente no
critério de Mohr-Coulomb. No ensaio, a amostra (corpo de prova) de solo a ser ensaiada é
colocada em uma caixa bipartida – metade de sua altura fica na parte inferior da caixa e a
outra metade fica na parte superior. Esta caixa bipartida será a responsável por permitir o
deslocamento da sua parte superior em relação a inferior, levendo o solo à ruptura, que
ocorrerá diretamente no plano que ocorre entre as partes da caixa, ou seja, na sua “meia
altura”. O ensaio é realizado aplicando-se previamente uma tensão normal (𝝈) perpendicular
ao plano principal da amostra (onde haverá a ruptura) e uma força T no sentido paralelo ao
plano de cisalhamento da amostra, o que implicará na atuação de uma tensão cisalhante (𝝉),
que será responsável pela ruptura, como mostra a Figura 14.
Figura 14: Ensaio de cisalhamento direto: tensões atuantes e amostra após ruptura.

A força vertical N, aplica-se inicialmente na amostra é definida a partir do nível de tensões


esperado para o solo em serviço, nível de tensão que vai atuar no campo ou em caso de uma
obra. Portanto, este valor é adotado. Já a força tangencial T é aplicada ao anel que contém a
parte superior do corpo de prova, provocando seu deslocamento, por ação do equipamento
que uma vêz ligado irá movimentar-se segundo uma velocidade constante (valores baixos),
fazendo aumentar a força T atuante no plano do solo. Faz-se necessário então, medir a
evolução da força suportada pelo solo, ao longo do ensaio.

6.5.3 Cisalhamento direto: ensaio x controle da drenagem


Segundo HIGASHI, R.A.R. (2006) Este ensaio é muito prático, porém, não permite a
determinação de parâmetros de deformabilidade do solo e a obtenção dos valores da pressão
neutra durante a realização do ensaio. O controle das condições de drenagem é difícil no
ensaio, pois não há como impedi-la. Na Figura 15 observa-se o esquema do equipamento com
a amostra em condição de ensaio. Nota-se que ele pode ser executado com drenagem, pela
presença de pedras porosas (parte superior e inferior), ou sem drenagem, com a ressalva de
que é impossível impermeabilizar totalmente o sistema. As saídas de drenagens são para
melhorar o processo da garantia desse expediente e não para medir a pressão neutra, pois, isso
não será possível no ensaio de cisalhamento direto.
Figura 15: Esquema do ensaio de cisalhamento direto: drenagem da amostra.

Segundo KORMANN, A. C. M. (2002), Ensaios em areias são feitos sempre de forma a que
as pressões neutras se dissipem, e os resultados são considerados em termos de tensões
efetivas. No caso de argilas, pode-se realizar ensaios drenados, que são lentos, ou não
drenados. Neste caso, os carregamentos devem ser muito rápidos, para impossibilitar a saída
de água. Pelas suas restrições, o ensaio de cisalhamento direto é considerado menos
interessante que o ensaio de compressão triaxial. Entretanto, pela sua simplicidade, ele é
muito útil quando se deseja medir simplesmente a resistência, e, principalmente, quando se
deseja conhecer a resistência residual.

Durante muitos anos o ensaio de cisalhamento direto foi praticamente o único para
determinação da resistência dos solos devido a sua simplicidade. A necessidade de maiores
sofisticações para representar as ocorrências de campo, tem sido em muitos casos, substituída
pelos ensaios de compressão triaxial.

7. COMPORTAMENTO TENSÃO X DEFORMAÇÃO DOS SOLOS


As curvas de ruptura (tensão x deformação) típicas obtidas nos ensaios de resistência têm uma
das formas mostradas na Figura 16. Na rutura frágil depois de atingir a 𝝉𝑹 , a resistência cai
acentuadamente ao se aumentar a deformação. Obtem-se para o valor máximo o que se
denomina de resistência de “pico”. Na rutura plástica o esforço máximo é mantido com a
continuidade da deformação. Pode-se obter assim a chamada resistência “residual”. A ruptura
“Frágil” é típica de ocorrência em argilas rijas e duras ou areias compactas enquanto que a
ruptura “Plástica” é típica de ocorrência em argilas moles ou médias ou areias fofas ou pouco
compactas.

Figura 16: Aspecto das curvas tensão x deformação dos solos.

Fatores que influenciam os resultados dos ensaios

Areias: Compacidade, forma das partículas e distribuição granulométrica.

Argilas: Estado de adensamento do solo, sensibilidade de sua estrutura, condições de


drenagem e velocidade de aplicação das cargas e a ocorrência de pressão neutra.

8. RESISTÊNCIA ENTRE PARTÍCULAS


8.1 Mecanismo de Atrito
A resistência entre partículas pode ser vista por analogia à lei de Coulomb que define
resistência ao deslizamento de um corpo rígido sobre uma superfície plana (Figura 17). No
momento do deslizamento a tensão tangencial se iguala à resistência ao cisalhamento; isto é

𝝉𝒎á𝒙
𝝉 = 𝝉𝒇 = 𝑨

Esta resistência depende da tensão normal e do coeficiente de atrito entre o corpo e o plano.
Em termos de tensões, a lei de Coulomb define uma linha reta e pode ser escrita como:

𝝉𝒎á𝒙 = 𝑾𝝁 = 𝑾 × 𝒕𝒂𝒏∅ 𝒐𝒖 𝝉𝒇 = 𝝈 × 𝒕𝒂𝒏∅

onde ∅ é denominado ângulo de atrito, função do tipo de solo, compacidade, etc.


Figura 17: Esquema resistência entre partículas.

A curva tensão x deformação para esta condição indica um crescimento crescente das tensões
cisalhantes e deformações até se atingir a condição de ruptura (Figura 18).

Figura 18: Curva Tensão-deformação resultante do mecanismo de atrito.

8.2 Mecanismo de Coesão


No caso dos solos coesivos (argilo minerais) ou cimentados, a presença de uma ligação entre
partículas faz com que o esforço necessário para movimentação relativa do bloco seja
aumentado de uma parcela que independe da tensão normal (Figura 19); denominada coesão,
isto é (H/Área) = 𝝉𝒇 = 𝒄 Neste caso a equação englobando os dois mecanismos fica escrita
como:

𝝉 = 𝒄′ + 𝝈′ × 𝒕𝒂𝒏∅
Figura 19: Coesão entre partículas.

8.3 Embricamento ou “Interlocking”


O embricamento é definido com o trabalho necessário para movimentar a partícula
ascendentemente. No caso do solo fofo (Figura 20a) os grãos movimentam-se
horizontalmente, sendo mobilizada a resistência entre grãos. Já no caso do solo denso (Figura
20b) existe um trabalho adicional para superar o embricamento entre partículas, causando
necessariamente uma expansão volumétrica durante o cisalhamento (dilatância). Assim,
quanto mais denso for o solo, maior a parcela de interlocking e, conseqüentemente, maior a
resistência do solo.

Figura 20: Embricamento ou “Interlocking”.

Considerando 2 partículas A e B (Figura 21), estas podem ser representadas por um plano
inclinado de ângulo 𝜶.
Figura 21: Esquema Embricamento (interlocking).

Neste caso, considerando-se o esforço horizontal H = Tf, o equilíbrio pode ser escrito como:

∑ 𝑭𝑿 = 𝑻𝒇 − 𝑵𝒔𝒊𝒏𝜶 − 𝑻𝒄𝒐𝒔𝜶 = 𝟎

∑ 𝑭𝒀 = 𝑻𝒇 − 𝑵𝒄𝒐𝒔𝜶 − 𝑻𝒔𝒊𝒏𝜶 − 𝑾 = 𝟎

Onde: 𝑻 = 𝑵𝝁 = 𝑵 × 𝒕𝒂𝒏∅

Resolvendo o sistema, tem-se

𝑻𝒇 = 𝑵(𝒔𝒊𝒏𝜶 + 𝒕𝒂𝒏∅′ 𝒄𝒐𝒔𝜶

(𝒔𝒊𝒏𝜶+𝒕𝒂𝒏∅′ 𝒄𝒐𝒔𝜶 ) 𝒕𝒂𝒏∅′ + 𝒕𝒂𝒏𝜶


𝑾 = 𝑵(𝒄𝒐𝒔𝜶 − 𝒕𝒂𝒏∅′ 𝒔𝒆𝒏𝜶 Ou 𝑻𝒇 = 𝑾 (𝒄𝒐𝒔𝜶−𝒕𝒂𝒏∅′ 𝒔𝒆𝒏𝜶) = 𝒘 𝟏− 𝒕𝒂𝒏∅′ + 𝒕𝒂𝒏𝜶 𝒘𝒕𝒂𝒏(∅′ +

𝜶)

Em termos de tensão (F/Área)

𝑇𝑓 = 𝜎 × 𝑡𝑎𝑛(∅′ + 𝛼)

onde 𝜶 é o angulo de dilatância.

9. INFLUENCIA DA TENSÃO NORMAL


Se a tensão normal aumenta, a tendência de movimento ascendente diminui; isto é, reduz o
efeito de dilatância. No limite é possível imaginar uma tensão normal alta o suficiente para
impedir a dilatância. Assim sendo o valor de 𝜎 varia com o nível de tensão normal. Quanto
maior a tensão normal menor 𝜶. Neste caso a envoltória de Coulomb passa a ser curva,
conforme mostrado na Figura 22.
Figura 22: Envoltória de Coulomb.

Em resumo, o mecanismo de interlocking interfere na resistência do solo da seguinte forma:

Para determinado valor de tensão normal (𝝈) → ↓ índice de vazios (e) ↔ ↑ embricamento;

Para determinado índice de vazios (e) → ↓ tensão normal (𝝈) ↔ ↑embricamento.

Combinação dos mecanismos de resistência

Combinando os 2 mecanismos, a resistência ao cisalhamento entre partículas fica definida


pelo esquema da Figura 23.

Figura 23: Resistência entre partículas.

Neste esquema, a envoltória de resistência é definida pela equação de uma reta, segundo o
critério de Mohr-Coulomb, dada por:

𝜏 = 𝑐 ′ + 𝜎 ′ × 𝑡𝑎𝑛∅
Cujos termos são:

𝑐 ′ = intercepto de coesão

∅′ = angulo de atriro

10. EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO


O peso específico de um solo seco pré-adensado (ko = l,5). é γd = 19,6 kN/m3. Se a superfície
do terreno for horizontal, pode-se então afirmar que a tensão horizontal em qualquer ponto
representa a tensão principal maior σ1. Pede-se determinar através da construção do círculo de
Mohr:

a) As componentes de tensão normal e de cisalhamento (que atuam no plano AA' da


figura abaixo. Verificar a solução analiticamente.
b) O valor da máxima, tensão de cisalhamento nesta profundidade.
c) O valor da tensão normal nos planos de cisalhamento máximo.

Figura 24: Estado de tensão no ponto P.

10.1 Resolução:
10.1.2 Construção do círculo de Mohr:
Convenção de sinais adotada:

➢ Tensão normal positiva --- compressão


➢ Tensão cisalhante positiva --- tendência a provocar rotação no sentido anti-horário do
plano em que atua.
Cálculo de 𝜎𝑣(𝜎3)𝑒 𝜎ℎ(𝜎1):

𝜎𝑣 = 𝑦𝑑 ∙ 𝑧

𝜎𝑣 = 19.6 × 10 = 196 𝑘𝑁/𝑚2

𝜎ℎ = 𝑘𝑜 𝜎𝑣 (𝑠𝑜𝑙𝑜 𝑠𝑒𝑐𝑜, 𝜎ℎ = 𝜎ℎ′ 𝑒 𝜎𝑣 = 𝜎𝑣 ′

𝜎ℎ = 1.5 × 196 = 294 𝑘𝑁/𝑚2

10.1.3 Círculo de Mohr:

Figura 25: Tensões que atuam no ponto AA''(ponto P1).

𝛼 = 120, ângulo que a normal ao plano AA’ forma com a direção da tensão principal maior
σ1 .

Da figura vem: 𝜎𝑛 = 220.5 𝑘𝑁/𝑚2 𝜏𝑛 = −42,4 𝑘𝑁/𝑚2

10.1.4 Verificação da solução analiticamente


Da resistência dos matérias vem:

𝜎1 + 𝜎3 𝜎1 − 𝜎3
𝜎𝑛 = + cos 2
2 2

𝜏𝑛 = (𝜎1 − 𝜎3 )/2 𝑠𝑒𝑛 2

294+ 196 294−196 1


𝜎𝑛 = + ∙ (− 2) = 220.5 𝑘𝑁/𝑚2
2 2

294−196
𝜏𝑛 = ∙ (−0.87) = −42.4 𝑘𝑁/𝑚2
2
10.1.5 Uma solução alternativa: o método do polo

Polo (0p) é um ponto do círculo de Mohr com a seguinte propriedade:

"Uma reta traçada de Op a qualquer ponto P do círculo de Mohr será paralela ao plano
sobre o qual atuam as tensões representadas por P".

Como determinar o polo:

➢ Selecionar um ponto do círculo de Mohr que represente as tensões atuantes sobre um


plano cuja orientação seja previamente conhecida. Neste exemplo, podem ser
escolhidos os pontos A ou B.
➢ Traçar a partir deste ponto uma reta paralela à direção do plano. Sua intersecção com o
círculo de Mohr determinará um ponto com as propriedades de polo. Verificar.

Figura 26: Tensões que atuam no ponto AA''(ponto P1).

A paralela ao plano AA' traçada a partir de 0p determinará finalmente o Ponto P1, solução do
problema.

Tente repetir o problema agora selecionando o ponto B.

10.1.6 Máxima tensão de cisalhamento

Corresponde aos segmentos CD e CE, raio do círculo da figura 25.

𝜎 −𝜎 2 𝜎1 − 𝜎3
𝜏𝑀𝐴𝑋 = √( 𝑋 2 𝑧 ) + 𝜏𝑋𝑍 2 = 2
𝜏𝑀𝐴𝑋 = ±49 𝑘𝑁/𝑚2

Tensão normal nos planos de cisalhamento máximo

Corresponde ao centro C do círculo da figura 25.

(𝜎1 + 𝜎3 ) (𝜎𝑋 + 𝜎𝑍 )
𝜎𝑛 = = = 𝐼𝐼
2 2

𝜎𝑛 = 245 𝑘𝑁/𝑚2

Os planos de cisalhamento máximo (positivo e negativo) são planos diedros aos planos
principais.

Tensões em Solos - Exercícios Resolvidos / Propostos. Pág. 1 & 2.


11. CONCLUSÃO
A capacidade dos solos em suportar cargas, depende de sua resistência ao cisalhamento, isto
é, da tensão 𝜏𝑟 que é a máxima tensão que pode atuar no solo sem que haja ruptura. Terzaghi
(conhecido como o “pai” da Mecânica dos Solos) conseguiu conceituar essa resistência como
consequência imediata da pressão normal ao plano de ruptura correspondente a pressão grão a
grão ou pressão efetiva. Isto é, anteriormente considerava-se a pressão total o que não
correspondia ao real fenômeno de desenvolvimento de resistência interna, mas, na nova
conceituação, amplamente constatada, conclui-se que somente as pressões efetivas mobilizam
resistência ao cisalhamento.
12. REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Peso Específico Seco. In: Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia
Geotécnica, 2010, Gramado/RS. Anais do Congresso Brasileiro de Mecânica dos
Solos e Engenharia Geotécnica, 2010.
2. GIACHETI, H.L. et al. Ensaios de Campo na Investigação Geotécnica e
Geoambiental. In: COBRAMSEG, 16, 2014, Goiânia. Anais. Goiânia: Rudder, 2015.
p.1-24.Disponível em:
<http://www.cobramseg2014.com.br/anais/2006/arquivos/2006.532.pdf >. Acesso em:
30 Set. 2019.
3. HACHICH, W. et al. Fundações: teoria e prática. Pini. São Paulo, SP. 2ªed. 1998.
4. HANDY, R.L. Borehole Shear Test and Slope Stability. Use of In Situ Tests in
Geotechnical Engineering, ASCE, 1986, pp. 161-175.
5. HANDY, R.L. SCHMERTMANN, J.H. LUTENEGGER, A.J. Borehole Shear Test in
a Shallow Marine Environment, ASTM STP 883, 1985, p 140-153.
6. HIGASHI, R.A.R., Apostila de Aula. 2014. UFSC, Florianópolis, SC.
7. HIGASHI, R.A.R. Metodologia de uso e ocupação dos solos de cidades costeiras
brasileiras através de SIG com base no comportamento geotécnico e ambiental. 2006.
398 f. Tese (Doutorado) - Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianópolis, 2006.
8. KHOURY, C. MILLER, G.A. Influence of flooding on Borehole Shear Test.
Resultados no Unsaturated Soils, 2006, Vol. 1, p. 235-246.
9. KORMANN, A. C. M. Comportamento geomecânicoda Formação Guabirotuba:
estudos de campo e laboratório. 2002. 429 f. Tese (Doutorado) - Curso de Engenharia
de Solos, Departamento de Engenharia de Estruturas e Fundações, Escola Politécnica
da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002. Cap. 4.
10. LUNNE, T., ROBERTSON, P.K., POWELL, J.J.M. Cone Penetration Testing in
Geotechnical Practice. EF Spon/Blackie Academic, Routledge Publishers, London,
1997, 312p.
11. LUTENEGGER, A.J. HALLBERG, G.R. Borehole Shear Test in Geotechnical
Investigations. Laboratory Shear Strengh of Soil. ASTM STP 740, 1981, p 566 578

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