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Tema:
Discentes:
Sale Gulamo
Docente:
Tete, 2019
Índice
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 4
2. OBJETIVOS ................................................................................................................................... 5
2.1 Geral .............................................................................................................................................. 5
2.2 Específicos .................................................................................................................................... 5
3. RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS ................................................................. 6
4. CRITÉRIOS DE RUPTURA .......................................................................................................... 8
4.1 Tipos de rupturas ........................................................................................................................... 8
4.1.1 Critério de Rankine ................................................................................................................ 8
4.1.2 Critério de Tresca ................................................................................................................... 9
4.1.3 Critério de Mohr ..................................................................................................................... 9
4.1.4 Critério de Mohr-Coulomb..................................................................................................... 9
5. MECANISMOS DE DEFORMAÇÃO ......................................................................................... 10
5.1 Resposta do solo ao confinamento .............................................................................................. 10
5.2 Resposta do solo ao cisalhamento ............................................................................................... 11
6. ENSAIOS DE RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO .............................................................. 12
6.1 Ensaios de Campo ....................................................................................................................... 12
6.2 Ensaio de penetração estática do cone – CPT. ............................................................................ 13
6.3 Ensaio de palheta – “Vane test”. ................................................................................................. 15
6.4 Ensaio pressiométrico ................................................................................................................. 17
6.5 Ensaios de laboratório ................................................................................................................. 18
6.5.1 Ensaio de compressão simples - uniaxial ............................................................................. 18
6.5.2 Ensaio de cisalhamento direto .............................................................................................. 21
6.5.3 Cisalhamento direto: ensaio x controle da drenagem ........................................................... 22
7. COMPORTAMENTO TENSÃO X DEFORMAÇÃO DOS SOLOS .......................................... 23
8. RESISTÊNCIA ENTRE PARTÍCULAS ...................................................................................... 24
8.1 Mecanismo de Atrito ................................................................................................................... 24
8.2 Mecanismo de Coesão................................................................................................................. 25
8.3 Embricamento ou “Interlocking” ................................................................................................ 26
9. INFLUENCIA DA TENSÃO NORMAL ..................................................................................... 27
10. EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO ............................................................................................... 29
10.1 Resolução: ................................................................................................................................. 29
10.1.2 Construção do círculo de Mohr: ......................................................................................... 29
10.1.3 Círculo de Mohr: ................................................................................................................ 30
10.1.4 Verificação da solução analiticamente ............................................................................... 30
10.1.5 Uma solução alternativa: o método do polo ....................................................................... 31
11. CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 33
12. REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 34
1. INTRODUÇÃO
Atualmente, a Geotecnia é conhecida, no campo das engenharias, como uma área de grandes
incertezas. Na tentativa de minimizá-las, diversos ensaios e investigações geotécnicas são
desenvolvidos e aprimorados a fim de se alcançar uma melhor determinação tanto dos
parâmetros geotécnicos como da investigação do terreno. Conforme o que é feito
normalmente na prática, em construções de pequeno a médio porte, ou então projetos
executados em regiões em que já exista um conhecimento prévio do solo, as investigações
preliminares feitas chegam a custos relativos de 0,2% a 0,5% do valor total do projeto
segundo Schnaid e Odebrecht (2012). Custos esses que, muitas vezes, fornecem um perfil
estratigráfico que está aquém do conhecimento necessário para uma execução adequada do
projeto. Este trabalho tem como objetivo, estudar a resistência ao cisalhamento dos solos,
descrever os ensaios assim como demostrar as tensões atuantes.
2. OBJETIVOS
2.1 Geral
✓ Estudar a resistência ao cisalhamento dos solos.
2.2 Específicos
✓ Conhecer os ensaios da resistência ao cisalhamento dos solos;
✓ Identificar os tipos de tensões atuantes na resistência ao cisalhamento dos solos.
3. RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS
Define-se como resistência ao cisalhamento do solo a tensão cisalhante que ocorre no plano
de ruptura no instante da ruptura. As Figuras abaixo mostram exemplos de ruptura de solos de
encostas.
4. CRITÉRIOS DE RUPTURA
A ruptura é um estado de tensões arbitrário, o qual é escolhido na curva tensão x deformação,
dependendo do critério de ruptura escolhido.
i. condições de drenagem;
ii. velocidade de ensaio (argilas);
iii. direção do ensaio (solo anisotrópico);
iv. trajetória de tensões (variação de 𝜎2 );
v. compacidade da amostra.
5. MECANISMOS DE DEFORMAÇÃO
Em um meio granular, as deformações são decorrentes de:
Figura 10: Equipamento para ensaio de palheta no campo e em tamanho reduzido para
laboratório, do Laboratório de Ensaios Especiais em Mecânica dos Solos da UFJF.
𝟏
𝑴𝑳 = 𝝅 ∙ 𝑫𝟐 ∙ 𝑯 ∙ 𝒄𝒖
𝟐
𝝅
𝑴𝑩 = 𝑫𝟑 𝒄𝒖
𝟏𝟐
𝟔 𝑻
𝑺𝒖 = ∙
𝟕 𝝅𝑫𝟑
Dependendo da importância da obra a realizar, das características dos solos e das condições
de ocorrência justifica-se a realização dos ensaios com a finalidade específica de obter os
parâmetros de resistência ao cisalhamento (“c” e “𝝋”). Nos itens seguintes será apresentada
uma descrição genérica-conceitual dos ensaios, e uma análise sucinta referente à
determinação de c e 𝝋, deixando o detalhamento da execução das operações dos ensaios para
as aulas práticas, específicas do curso.
𝑷 𝝈𝟏
𝝈𝟏 = 𝑺𝒆𝒏𝒅𝒐 𝝋 = 𝟎, 𝒕𝒆𝒎𝒐𝒔 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒄𝒐𝒆𝒔𝒂𝒐: 𝝈𝟏 = 𝟐𝒄 ∶ 𝒄 = =𝒓
𝑨 𝟐
Os dados da interpretação do ensaio podem ser vistos na Figura 13. Então conclui-se que o
ensaio só é aplicável em solos puramente coesivos, onde 𝝋 = 0. Em função de seus resultados
pode-se obter a sua classificação (Tabela 2) quanto a sua consistência, em se tratando de
ocorrência de solo argiloso (predominância de “finos”), onde o valor “Rc” é dado como
“resistência à compressão simples” do solo.
1 KPa = 1 0 𝐾𝑁/𝑚2
1 𝑡/𝑚2 = 10 KPa
1 𝑘𝑔/𝑐𝑚2 = 100KPa
Em face da limitação deste ensaio tem-se dois outros tipos de ensaios costumeiramente
empregados para a determinação da resistência ao cisalhamento dos solos: o ensaio de
cisalhamento direto e o ensaio de compressão triaxial.
Segundo KORMANN, A. C. M. (2002), Ensaios em areias são feitos sempre de forma a que
as pressões neutras se dissipem, e os resultados são considerados em termos de tensões
efetivas. No caso de argilas, pode-se realizar ensaios drenados, que são lentos, ou não
drenados. Neste caso, os carregamentos devem ser muito rápidos, para impossibilitar a saída
de água. Pelas suas restrições, o ensaio de cisalhamento direto é considerado menos
interessante que o ensaio de compressão triaxial. Entretanto, pela sua simplicidade, ele é
muito útil quando se deseja medir simplesmente a resistência, e, principalmente, quando se
deseja conhecer a resistência residual.
Durante muitos anos o ensaio de cisalhamento direto foi praticamente o único para
determinação da resistência dos solos devido a sua simplicidade. A necessidade de maiores
sofisticações para representar as ocorrências de campo, tem sido em muitos casos, substituída
pelos ensaios de compressão triaxial.
𝝉𝒎á𝒙
𝝉 = 𝝉𝒇 = 𝑨
Esta resistência depende da tensão normal e do coeficiente de atrito entre o corpo e o plano.
Em termos de tensões, a lei de Coulomb define uma linha reta e pode ser escrita como:
A curva tensão x deformação para esta condição indica um crescimento crescente das tensões
cisalhantes e deformações até se atingir a condição de ruptura (Figura 18).
𝝉 = 𝒄′ + 𝝈′ × 𝒕𝒂𝒏∅
Figura 19: Coesão entre partículas.
Considerando 2 partículas A e B (Figura 21), estas podem ser representadas por um plano
inclinado de ângulo 𝜶.
Figura 21: Esquema Embricamento (interlocking).
Neste caso, considerando-se o esforço horizontal H = Tf, o equilíbrio pode ser escrito como:
∑ 𝑭𝑿 = 𝑻𝒇 − 𝑵𝒔𝒊𝒏𝜶 − 𝑻𝒄𝒐𝒔𝜶 = 𝟎
∑ 𝑭𝒀 = 𝑻𝒇 − 𝑵𝒄𝒐𝒔𝜶 − 𝑻𝒔𝒊𝒏𝜶 − 𝑾 = 𝟎
Onde: 𝑻 = 𝑵𝝁 = 𝑵 × 𝒕𝒂𝒏∅
𝜶)
𝑇𝑓 = 𝜎 × 𝑡𝑎𝑛(∅′ + 𝛼)
Para determinado valor de tensão normal (𝝈) → ↓ índice de vazios (e) ↔ ↑ embricamento;
Neste esquema, a envoltória de resistência é definida pela equação de uma reta, segundo o
critério de Mohr-Coulomb, dada por:
𝜏 = 𝑐 ′ + 𝜎 ′ × 𝑡𝑎𝑛∅
Cujos termos são:
𝑐 ′ = intercepto de coesão
∅′ = angulo de atriro
10.1 Resolução:
10.1.2 Construção do círculo de Mohr:
Convenção de sinais adotada:
𝜎𝑣 = 𝑦𝑑 ∙ 𝑧
𝛼 = 120, ângulo que a normal ao plano AA’ forma com a direção da tensão principal maior
σ1 .
𝜎1 + 𝜎3 𝜎1 − 𝜎3
𝜎𝑛 = + cos 2
2 2
294−196
𝜏𝑛 = ∙ (−0.87) = −42.4 𝑘𝑁/𝑚2
2
10.1.5 Uma solução alternativa: o método do polo
"Uma reta traçada de Op a qualquer ponto P do círculo de Mohr será paralela ao plano
sobre o qual atuam as tensões representadas por P".
A paralela ao plano AA' traçada a partir de 0p determinará finalmente o Ponto P1, solução do
problema.
𝜎 −𝜎 2 𝜎1 − 𝜎3
𝜏𝑀𝐴𝑋 = √( 𝑋 2 𝑧 ) + 𝜏𝑋𝑍 2 = 2
𝜏𝑀𝐴𝑋 = ±49 𝑘𝑁/𝑚2
(𝜎1 + 𝜎3 ) (𝜎𝑋 + 𝜎𝑍 )
𝜎𝑛 = = = 𝐼𝐼
2 2
𝜎𝑛 = 245 𝑘𝑁/𝑚2
Os planos de cisalhamento máximo (positivo e negativo) são planos diedros aos planos
principais.