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FADIGA
EM ELEMENTOS
ESTRUTURAIS DE AÇO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................. 1
10 EXEMPLO ........................................................................................................................................................ 13
10.1 Propriedades da Seção ..................................................................................................................................... 14
10.2 Esforços Solicitantes ........................................................................................................................................ 14
10.3 Verificação à Fadiga ........................................................................................................................................ 15
10.3.1 Número de ciclos ..................................................................................................................................... 16
10.3.2 Verificação das Tensões Máximas no Metal Base ................................................................................... 16
10.3.3 Verificação da face inferior da mesa inferior da viga (metal base) .......................................................... 17
10.3.4 Verificação da face superior da mesa inferior viga (metal base) ............................................................. 18
10.3.5 Verificação da ligação da alma com o enrijecedor ( metal base) ............................................................. 18
10.3.6 Verificação da solda de ligação da mesa inferior com a alma (metal de solda) ....................................... 19
10.3.7 Solda de ligação da mesa superior com a alma ( metal de solda) ............................................................ 19
10.3.8 Verificação da solda de ligação da alma com a chapa de extremidade ( metal da solda) ...................... 19
10.4 Considerações Finais ....................................................................................................................................... 20
10.5 Notas ................................................................................................................................................................ 20
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................................... 21
1 Introdução
A partir da Revolução Industrial e da invenção da máquina a vapor, seguiu-se uma evolução
das máquinas e o desenvolvimento das ligas metálicas. Esses dois fenômenos se
retroalimentam historicamente. Uma aplicação imediata desses novos recursos, máquinas e
ligas metálicas, foi o transporte ferroviário, que tanto envolvia o projeto de máquinas
(locomotivas, vagões, etc.), como o projeto de estruturas (estações e pontes).
Por volta do final do século XVIII e início do XIX, a mecânica já estava razoavelmente
desenvolvida, assim como o cálculo estático, possibilitando a análise do comportamento e o
dimensionamento de elementos estruturais tais como os elementos das pontes e os eixos das
máquinas. Entretanto, um fenômeno bizarro passou a ocorrer com certa frequência em
elementos estruturais sujeitos a solicitações dinâmicas (variáveis no tempo). Eixos
ferroviários, por exemplo, embora projetados de acordo com critérios de resistência estática,
sofriam ruptura repentina após semanas, meses ou anos de operação normal, sem que
houvesse acréscimo de carregamento. Apesar de ensaios de tração realizados no material,
antes da entrada em serviço, revelarem adequada ductilidade, a ruptura em serviço não
apresentava sinais de deformação plástica. E estes mesmos ensaios realizados no material
após a fratura apresentavam as características de ductilidade iniciais.
O mecanismo por traz do fenômeno era desconhecido na época e dizia-se que o material
“cansava” ou “fadigava”. Daí surgiu o nome fadiga, que mais tarde se consolidou no âmbito
das engenharias civil e mecânica como fadiga mecânica.
Atualmente o fenômeno é bem conhecido e estudado e existem métodos para prever a fadiga.
Sabe-se que componentes estruturais sujeitos a carregamentos cíclicos podem falhar por
fadiga do material, ou seja, podem falhar sob tensões bem inferiores ao seu limite de
resistência. Os parafusos nos pés de uma cadeira, os pedais de uma bicicleta, as vigas de uma
ponte e oleodutos sujeitos a variações de pressão são apenas alguns exemplos de componentes
sujeitos a esforços que variam com o tempo, e correm o risco de falhar por fadiga.
A falha por fadiga é de natureza frágil, mesmo para materiais que são normalmente dúcteis
(BEER et al., 2015).
1
2 Por que a fadiga ocorre
A falha por fadiga ocorre devido à formação e propagação de fissuras. É um processo de três
estágios. O primeiro estágio é a formação da fissura. Isso geralmente ocorre em superfícies
livres em que há zonas de concentração de tensões. No estágio 2, a fissura cresce em tamanho,
e no estágio 3, depois de a fissura ter atingido um tamanho crítico, a fratura ocorre (Figura 1).
Figura 1 - Três estágios do processo de falha por fadiga: (1) formação da fissura;
(2) propagação da fissura; (3) fratura.
Sob altas tensões, que podem levar a deformações de grande amplitude, quando ocorre
deformação plástica importante, as fissuras nucleiam no plano de tensão e deformação de
cisalhamento máximas. Sob tensões mais baixas, ou deformação de baixa amplitude, as
fissuras nucleiam no plano de tensão normal máxima.
É importante lembrar que as tensões de compressão não geram propagação das trincas.
As tensões de tração é que são as responsáveis por este fenômeno.
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eixo de tensão. Neste estágio, a trinca normalmente apresenta estrias características,
correspondentes ao número de ciclos do carregamento. A ponta da trinca que se propaga gera
muita concentração de tensão, causando deformação plástica local à frente da trinca. Essa
zona de deformação plástica cresce até um ponto em que praticamente se iguala à espessura
do material, terminando o estágio dois e iniciando-se o estágio três que é a ruptura catastrófica
da estrutura, também com crescimento perpendicular ao eixo de tensão, porém de forma
instantânea.
As trincas formadas se propagam em cada ciclo de tensão, gerando estrias, também chamadas
de “marcas de praia”. Na Figura 2 é mostrado o aspecto da fratura de uma lança de
empilhadeira, mostrando três trincas de fadiga em formato semi-elíptico e a região posterior
de propagação instável da fratura.
Figura 2 - Aspecto final da fratura de uma lança de empilhadeira, mostrando três trincas de fadiga em
formato semi-elíptico (com as características marcas de praia, indicadas na foto por setas)
e a região de propagação instável da fratura.
Por exemplo, na Figura 3 é mostrada uma fissura de fadiga progressiva em uma viga de ponte
rodoviária que se iniciou na irregularidade associada à solda de uma placa de reforço na mesa
inferior e então se propagou através da mesa e na alma. Como a falha por fadiga pode ser
iniciada em qualquer fissura ou imperfeição, a condição da superfície de um corpo de prova
tem um efeito importante no limite de resistência obtido no teste. O limite de resistência para
corpos de prova usinados e polidos é maior do que para componentes laminados ou forjados
ou para componentes corroídos. Em aplicações dentro ou perto da água do mar ou em outras
aplicações onde a corrosão é prevista, pode-se esperar uma redução de até 50% no limite de
resistência.
Figura 3 – Fissura de fadiga numa viga de aço de uma ponte rodoviária, antes do reparo.
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3 Análise experimental do fenômeno da fadiga
A partir da observação de múltiplas ocorrências do fenômeno da ruptura por fadiga, foram
desenvolvidos métodos de predição da falha por fadiga. O estudo do fenômeno é de
importância para o projeto de máquinas e estruturas sujeitas a cargas cíclicas, uma vez que
grande parte das falhas em serviço tem como causa a fadiga.
Uma abordagem comum é executar ensaios de fadiga, submetendo um componente ou uma
peça de ensaio a um grande número de ciclos de tensão de amplitude constante, e contar o
número de ciclos até que o componente frature (Figura 4).
Figura 4 – Representação da variação da tensão num corpo de prova num ensaio típico de fadiga.
Se o ensaio de fadiga é repetido um grande número de vezes com diferentes faixas de tensão,
pode-se plotar os resultados num gráfico, com o número de ciclos até à falha no eixo
horizontal e a faixa de tensão (S) aplicada no eixo vertical (Figura 5). Como o número de
ciclos até à falha pode ser muito grande, uma escala logarítmica é usada geralmente para o
eixo horizontal. Ajustando uma curva para as medições obtidas dos ensaios, obtém-se uma
curva S-N (tensão versus números de ciclos), também conhecida como “curva de Wöhler”.
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A curva S-N permite estimar o número de ciclos até que um componente provavelmente falhe
sob uma dada faixa de variação de tensão. Por exemplo, para uma faixa de tensão de
150 MPa, a curva S-N da Figura 5 indica que o número de ciclos para a falha é 500.000. Por
exemplo, se é sabido que o componente está sujeito a um ciclo por minuto, pode-se predizer
que ele falhará devido à fadiga depois de aproximadamente um ano.
Observando a Figura 5, nota-se que à medida que cresce o número de ciclos de carregamento,
a tensão máxima que o material é capaz de suportar decai.
Felizmente, não é necessário repetir inúmeros ensaios de fadiga que consomem tanto tempo e
recursos. Diversas curvas S-N já foram publicadas para diferentes materiais e podem servir de
referência.
Para alguns materiais, e em particular para materiais ferrosos, é importante notar que a curva
S-N para um número grande de ciclos se torna uma linha horizontal. Esse valor de tensão é
conhecido como limite de resistência à fadiga (Figura 6). Teoricamente, o componente
poderia sofrer repetidos ciclos abaixo deste nível de tensão indefinidamente e nunca falharia à
fadiga. Isto faz do limite de resistência à fadiga um importante parâmetro de projeto.
O limite de resistência à fadiga é a tensão para a qual a falha não ocorre, mesmo para um
número indefinidamente grande de ciclos de carregamento. Para um aço de baixo carbono,
como o aço estrutural, o limite de resistência é cerca de metade da resistência máxima do aço.
Para metais não ferrosos, como alumínio e cobre, uma curva S-N típica mostra que a tensão
na ruptura continua a diminuir à medida que o número de ciclos de carregamento aumenta.
Para tais metais, o limite de fadiga é a tensão correspondente à falha após um número
especificado de ciclos de carregamento.
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muito grande de ciclos, tipicamente acima de 10.000 ciclos (Figura 7). Como as tensões são
baixas, ocorrem apenas deformações elásticas.
Figura 7 – Representação das faixas para fadiga de alto ciclo e fadiga de baixo ciclo.
Fadiga de baixo ciclo envolve tensões cíclicas elevadas e a falha ocorre depois de poucos
ciclos. Como as tensões envolvidas estão acima da tensão de plastificação do material,
ocorrem deformações elásticas e plásticas. Nestes casos, uma abordagem baseada na
deformação, usando a relação de Coffin-Manson, por exemplo, é preferível em relação à
curva S-N.
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Por essa razão, as curvas S-N publicadas nos códigos de engenharia são normalmente
deslocadas para baixo um certo número de desvios padrão, para reduzir a probabilidade de
falha. A curva da Figura 8, ajustada para a média dos resultados, está relacionada a uma
probabilidade de falha de 50%. Deslocando a curva média para baixo em relação ao eixo
vertical por dois desvios padrão, a probabilidade de falha é reduzida de 50% para 1%
(Figura 9).
- faixa de tensão (r ) - é definida como a diferença entre a tensão máxima (max ) e a tensão
mínima (min );
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- amplitude da tensão (a ) – é definida como metade da faixa de tensão;
Para a situação representada na Figura 10, a tensão média é zero. Mas este é um caso
particular de carregamento. Em alguns casos, pode-se ter uma tensão média diferente de zero,
como mostrado na Figura 11. Essa tensão média terá efeito sobre a vida útil à fadiga do
componente em questão. Uma tensão média de tração (não nula) implicará numa redução da
vida útil à fadiga do componente.
Uma maneira de levar em conta uma tensão média é usar curvas S-N obtidas para valores
específicos de tensão média. Mas isto nem sempre está disponível e pode ser difícil de obter.
Outra abordagem é usar o diagrama de Goodman, que ajusta o limite de resistência à fadiga
de modo a levar em conta uma tensão média.
Num diagrama de Goodman, a tensão média é mostrada no eixo horizontal e a amplitude da
tensão é mostrada no eixo vertical, como representado na Figura 12. Uma linha reta conecta o
limite de resistência à fadiga (e ) para tensão média igual a zero ao limite de resistência do
material (uts ) – que implica em amplitude de tensão zero.
Se a condição de carga cíclica resultar num ponto abaixo da linha de Goodman, o componente
estará seguro quanto à falha por fadiga.
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Existem algumas variações diferentes desse diagrama, como as mostradas na Figura 13. Note
que essas abordagens só podem ser usadas para determinar se um componente terá uma vida
útil à fadiga infinita. Elas não permitem determinar a vida útil à fadiga do componente.
A Regra de Miner permite levar em conta o dano acumulado decorrente de cada uma das
diferentes faixas de tensão identificadas com o Método Rainflow. De acordo com a Regra de
Miner, o dano D é calculado como a soma das contribuições de danos por fadiga para cada
faixa de tensão.
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ni
D= N
i i
onde
ni é o número de ciclos para uma faixa de tensão Si;
Ni é o número de ciclos para a falha para uma faixa de tensão Si;
As contribuições individuais são calculadas dividindo o número de ciclos (ni ) pelo número de
ciclos relacionados à falha para aquela faixa de tensão. As contribuições de dano de todas as
faixas de tensão são então somadas. Se o total somado de fração de dano for maior do que 1,
considera-se que houve falha por fadiga.
No exemplo representado na Figura 15, a soma da fração de dano é D = 0,94. Como esse
valor é menor que 1, isto indica que não deve ocorrer uma falha por fadiga neste caso.
n1 n2 n3
= 0,55 = 0, 26 = 0,13
N1 N2 N3
8 Fratura mecânica
Se a estrutura que está sendo avaliada possui uma fissura, a abordagem S-N não é adequada
para determinar a vida útil à fadiga. Se as dimensões da fissura são conhecidas, é possível
determinar a vida útil do componente, usando uma abordagem de Mecânica da Fratura
Elástico-linear. Isso envolve calcular o tamanho crítico de fissura que resultaria em fratura, e
usar uma lei de crescimento de fissura para calcular o tempo requerido para que a fissura
cresça até o tamanho crítico, como a Lei de Paris, representada graficamente na Figura 16.
Figura 16 – Representação da lei de Paris, para determinação do crescimento de fissuras por fadiga.
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9 Tratamento do problema da fadiga mecânica
9.1 O Estado Limite de Fadiga (ELF)
Paik e Thayamballi (2009) pontuam que os estados limites são classificados em quatro
categorias: estados limites de serviço (ELS), estados limites últimos (ELU), estados limites de
fadiga (ELF) e estados limites acidentais (ELA).
O ELF é tratado como uma categoria especial de estado limite. A ABNT NBR 8681:2004
prescreve acerca dele no item 5.1.8 (Verificação da segurança em relação aos estados limites
últimos de fadiga), nos seguintes termos:
A verificação da segurança em relação aos estados limites últimos de fadiga deve ser feita de acordo com
os critérios definidos em Normas referentes ao tipo de construção e de material considerados.
A verificação de fadiga segundo a norma brasileira para estruturas de aço (NBR8800) segue a
metodologia adotada na norma americana do AISC. Se for aplicado um carregamento mais de
20000 vezes durante a vida útil de um elemento estrutural, este deverá ter sua resistência
verificada de acordo com as exigências aplicáveis para o caso de fadiga. Se a peça está sujeita
a menos de 20000 ciclos de solicitação durante sua vida útil, não é necessário fazer a
verificação à fadiga. Entretanto, a estrutura deverá ser projetada, detalhada e fabricada de
forma a minimizar concentrações de tensões e mudanças abruptas de seção transversal.
Em uma estrutura sujeita à fadiga, usualmente não se admite que o limite de escoamento seja
ultrapassado, pois se as tensões solicitantes chegam a plastificar a liga, pode ocorrer a
chamada fadiga de baixo ciclo, quando o material rompe para um número relativamente
pequeno de solicitações.
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por dia de trabalho). Um virabrequim de automóvel é carregado cerca de meio bilhão de vezes
se o automóvel rodar 320.000 km. Uma lâmina de uma turbina pode ser carregada
individualmente várias centenas de bilhões de vezes durante sua vida útil.
O procedimento básico a ser adotado para uma verificação de fadiga consiste das seguintes
etapas:
A vida útil da estrutura não deve ser considerada inferior a 50 anos, a menos que haja
indicação contrária.
condição de
de até observação
carregamento
1 20000 100000 Equivale a aproximadamente uma aplicação por dia, durante 50 anos
4 > 2000000 Equivale a aproximadamente 100 aplicações por dia, durante 50 anos
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9.7 Combinação de ações a ser considerada
De acordo com o Anexo K da ABNT NBR 8800:2008, para a verificação de fadiga, deve-se
considerar a combinação frequente de fadiga, dada pela Eq. (1):
m n
Fd,fad = FGi, k + ψ1 FQj, k (1)
i =1 j =1
onde:
10 Exemplo
Verificar à fadiga os elementos que compõem a viga de rolamento dada, levando em
consideração as recomendações da norma ABNT NBR 8800:2008.
A viga de rolamento foi projetada com um perfil soldado VS 850x131, com vão de 12 m.
Existem enrijecedores de alma a cada 1500 mm, constituídos por chapa de #16 mm, soldados
com solda de filete de 9 mm em todo o seu perímetro. O caminho de rolamento da ponte
(trilho) é constituído por uma barra de aço de seção quadrada de 60x60 mm, fixada de acordo
com o esquema que se usa para trilhos TR35. O aço do perfil possui fy = 300 MPa.
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A ponte rolante considerada é de 20 toneladas, sendo 10 toneladas por cada roda, com as
rodas espaçadas de 3300 mm.
Ix = 200213,74 cm4
Wx = 4710,91 cm3
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Figura 19 - Linha de influência para o momento fletor.
Vmáx = 238 kN
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10.3.1 Número de ciclos
Admitindo que a ponte rolante realize um ciclo de carregamento de 4 a 5 vezes por hora,
durante 24 horas por dia, 30 dias por mês, 12 meses por ano, durante 20 anos, seriam
realizados nesse prazo em média 800000 ciclos. Assim, o número de ciclos, admitindo a vida
útil de 20 anos, para o cálculo de fadiga é de 800000.
A tensão normal de compressão que a alma sofre logo abaixo da roda, conforme o esquema da
figura 7, é dada por:
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A tensão de cisalhamento máxima na alma causada pela ponte rolante nas extremidades da
viga de rolamento é dada por:
Caso haja emenda de perfis no local de tensão normal máxima pode-se considerar a categoria
de tensão B, Cf = 120×08 e TH = 110 MPa, conforme o item 5.1 da Tabela K.1. Calculando-
se SR tem-se:
0 , 333
327 120 10 8
SR = = 169 MPa 110 MPa
800000
SR → OK!
Conclui-se que não haverá ruína por fadiga na face inferior da mesa inferior.
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10.3.4 Verificação da face superior da mesa inferior viga (metal base)
Para a verificação da face superior da mesa inferior considera-se a categoria de tensão B,
Cf = 120×108 e TH = 110 MPa, conforme o item 3.1 da Tabela K.1. O valor de SR é
calculado a seguir:
0 , 333
327 120 10 8
SR = = 169 MPa 110 MPa
800000
=
M máx y
=
61600
(42,5 − 1,27 ) = 12,69 kN/cm2 = 126,9 MPa
Ix 200213
SR → OK!
Neste caso, não se deve soldar os enrijecedores à face superior da mesa inferior. Deve-se
atender a recomendação do item 5.4.3.1.3 da NBR 8800:2008 de interromper os enrijecedores
antes de chegarem à mesa tracionada, de forma que a distância entre o enrijecedor e a solda na
junção da mesa com a alma fique entre 4tw e 6tw.
M máx y
= =
61600
(42,5 − 1,27 − 4 0,95) = 11,52 kN/cm2 = 115,2 MPa
Ix 200213
Considerando que a ligação entre a alma e o enrijecedor pode ser enquadrada no item 5.7 da
Tabela K.1, com a categoria de tensão C, Cf = 44×108 e TH = 69 MPa, tem-se o valor de SR
dado por:
0 , 333
327 44 10 8
SR = = 121 MPa 69 MPa
800000
SR → OK!
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10.3.6 Verificação da solda de ligação da mesa inferior com a alma (metal de
solda)
Considerando que as soldas que unem as mesas e a alma do perfil podem ser limitadas pelo
processo de verificação à fadiga, optou-se por determinar a perna mínima da solda que atende
aos requisitos da NBR8800:2008.
A ligação da mesa com a alma do perfil é uma solda longitudinal de filete, contínua dos dois
lados, sendo caracterizada pelo cisalhamento da garganta da solda conforme o item 8.2 da
Tabela K.1 da NBR 8800:2008. Para esta situação, tem-se categoria de tensão F, constante
Cf = 150×x1010 e TH = 55 MPa. A expressão para o cálculo de SR é dada pela Eq. (3):
0 ,167
11 10 4 C f
SR = TH (3)
N
0 ,167
11 10 4 150 1010
SR = = 77,54 MPa 55 MPa
800000
SR ,
15,64
MPa 77,54 MPa → twe 2 mm
t we
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O valor de SR para esta situação é dado por:
0 ,167
11 10 4 150 1010
SR = = 77,54 MPa 55 MPa
800000
SR ,
22,64
MPa 77,54 MPa → twe 3 mm
t we
Deve-se notar que os valores mínimos encontrados para as pernas das soldas são pequenos em
relação aos que se utilizam na prática, não sendo portanto valores limitantes.
10.5 Notas
O item 10.3.7 trata da verificação da solda de ligação da alma com a mesa comprimida. Na
ausência de prescrição específica para tal situação da NBR 8800:2008 sugere-se a revisão do
tema nos seguintes textos:
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Referências
1. ABNT NBR 8800:2008 - Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e
concreto de edifícios. Associação Brasileira de Normas Técnicas, Rio de Janeiro: 2008.
3. AISE Technical Report N° 13: Guide for the design and construction of mill buildings.
Association of Iron and Steel Engineers, Pittsburg: 2003.
5. BELLEI, Ildony H.; Edifícios industriais em aço – projeto e cálculo, São Paulo: PINI,
1994.
7. FISHER, M. J.; VAN DE PAS, J. P. New fatigue provisions for the design of crane
runway girders. Engineering Journal, p. 65-73, 2002.
8. FISHER, M. J. Steel Design Guide 7: Industrial Buildings – Roofs To Anchor Rods, 2nd
ed. United States: AISC, 2004. 104p.
9. LITTLE, Robert E.; Statistical design of fatigue experiments, Elsevier Science Ltd, 1975.
10. PAIK, Jeon Kee; THAYAMBALLI, Anil Kumar. Ship-Shaped Offshore Installations -
Design, Building, and Operation. Published online by Cambridge University Press: 17
September 2009 (chapter 7 - Fatigue Limit-State Design).
Fonte: https://www.cambridge.org/core/books/abs/shipshaped-offshore-
installations/fatigue-limitstate-design/6921BAF62008AB026264EFE09E525085
(acessado em 30/05/2022)
11. QUEIROZ, Gilson; Elementos das estruturas de aço, Belo Horizonte, 1986.
12. Kühn, B.; Lukić, M.; Nussbaumer, A.; Günther, H.P.; Helmerich, R.; Herion, S.; Kolstein,
M.H.; Walbridge, S.; Androic, B.; Dijkstra, O.; Bucak, Ö. Assessment of Existing Steel
Structures: Recommendations for Estimation of Remaining Fatigue Life. First Edition,
February 2008.
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