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1.

ENSAIOS

2.1. Termográfico

Conforme NBR 15424 (ABNT, 2016) o ensaio termográfico é não destrutivo, com
técnica de inspeção em infravermelho que captura diferentes distribuições de calor. É um
processo de identificação de patologias considerada não invasiva que reconhece a intensidade
de radiação emitida naturalmente pelo corpo sendo proporcional a sua temperatura. O ensaio
permite então identificar regiões com presença de umidade as quais apresentam temperaturas
mais frias se comparadas as demais regiões.

2.2.Percussão em pisos

Os desempenhos a serem avaliados para os sistemas de pisos estão relacionados à


segurança estrutural, segurança ao fogo, segurança no uso e operação, estanqueidade,
desempenho térmico, desempenho acústico, durabilidade e manutenibilidade. Segundo a NBR
15575-3 (ABNT, 2013) os sistemas de piso não podem alterar suas características funcionais
e estéticas além do esperado em função de seu envelhecimento natural ao longo da vida útil.
Neste sentido, a ABNT NBR 13753: 1996 (Revestimento de piso interno ou externo
com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante - Procedimento) determina que a
argamassa de assentamento seja colocada sobre a face não vidrada da peça cerâmica de modo
que toda a superfície fique em contato com a argamassa. Para verificar a aderência das peças a
norma determina que sejam removidas aleatoriamente algumas placas cerâmicas,
imediatamente após o assentamento, observando-se o tardoz, o qual deve apresentar-se
totalmente impregnado de pasta de argamassa colante.

3. COBERTURA

3.1. Telhas de concreto


As telhas de concreto foram instaladas sobre o rufo desatendendo os requisitos da
norma NBR 13858-1:1997 que recomenda o emprego de rufos metálicos da seguinte forma:

Registro 1 – Instalação de rufo metálico em parede paralela ao comprimento da telha de acordo com a NBR
13858-1:1997.

3.2. Rufos

Neste sentido, tem-se que o item 7.2 da ABNT NBR 6118:2014 determina que todos
os topos de platibandas e paredes devem ser protegidos por chapins. Todos os beirais devem
ter pingadeiras e os encontros a diferentes níveis devem ser protegidos por rufos.
A proteção de topo com pingadeiras nas extremidades inferiores evita o escorrimento
de sujeiras para as superfícies das fachadas e penetração de umidade para o interior da parede.
Da mesma forma, o rufo de encosto com pingadeira nas extremidades inferiores, além de
inibir a infiltração entre muros e paredes coladas, impede o escorrimento de água pelas
paredes. Este último deve ser embutido na alvenaria conforme especificação contida na
ABNT NBR 8039:1983.
1- Rufo de encosto ou
externo com pingadeira
1 2 protegendo contra a infiltração de
água entre uma parede e outra.
2- Rufo de capa ou de topo
com pingadeira protegendo contra
a infiltração de água e sujeira.

Registro 2 – Execução de rufos em paredes vizinhas; uma parede é mais baixa que a outra.

4. PAREDES

4.1. Pintura

Sabe-se que as pinturas desempenham um papel importante como revestimento


exterior. Os processos de degradação, natural e precoce a que estão sujeitas as superfícies
pintadas quando não feitas as manutenções devidas traduzem-se no aparecimento de diversas
anomalias (Chai et al, 2011)1 as quais compreendem:

-Perda de aderência: a existência destas anomalias traduz um estado de degradação


avançado; no grupo de anomalias de perda de aderência, consideram-se duas situações
distintas, (a) o empolamento e (b) o destacamento da pintura;
-Fissuração: contrariamente à fissuração que ocorre noutros materiais, as fissuras em
revestimentos por pintura têm, geralmente, dimensões inferiores a 1 mm, sendo difícil
distinguir a sua dimensão sem uma ampliação adequada; o padrão visual das fissuras por
degradação da pintura é em forma de escamas, cuja intensidade está associada ao nível de
degradação;

1
Chai, C.; Brito, J. de; Silva, A.; Gaspar, P. L. Previsão da vida útil de pinturas de paredes exteriores,
Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, R. Sá Nogueira, 1300-055 Lisboa, Portugal,
Número 41, 2011. Disponível em: http://www.civil.uminho.pt/revista/artigos/n41/Pag51-63.pdf

Registro 3 – Definição dos níveis de degradação para anomalias do tipo fissuração.

-Manchas e alteração de cor: este tipo de anomalias afeta sobretudo a qualidade


visual das fachadas e surge, geralmente, logo nos primeiros anos de vida útil dos
revestimentos por pintura;
-Pulverulência: em situações de degradação avançada, a pulverulência muito
pronunciada pode ser responsável pelo desaparecimento total e localizado da película,
deixando o reboco à vista; este processo marca o fim da vida útil do revestimento.
Neste sentido, além da função estética, a pintura tem como objetivo auxiliar na
proteção do substrato, assumindo a função de uma camada de sacrifício que evita a
degradação precoce da base sobre a qual é aplicada. Em revestimentos de argamassa como é o
caso de paredes de alvenaria com reboco ou emboço, ela protege contra o esfarelamento e
ação da umidade, reduz a absorção de água e inibe o desenvolvimento de fungos e bolores2.

4.2. Juntas de dilatação nas fachadas

De maneira geral segundo a ABNT NBR 13755, as juntas de movimentação em


revestimentos de fachada são juntas seladas, ou seja, preenchidas com selante. A espessura
mínima no ponto mais crítico da junta (profundidade do selante) deve ser de no mínimo 6
mm, mas as prescrições do fabricante devem ser observadas. Devem ser empregados selantes
elastoméricos e as recomendações do fabricante devem ser estritamente seguidas, uma vez
que as propriedades podem variar significativamente.

2
Prof. MSc. Eng. Eduardo Henrique da Cunha, Engenharia Civil – 8º Período – Turma C01, Disc.
Construção Civil II, PUC Goiás. Apostila de Aula. Disponível em:
https://docente.ifrn.edu.br/valtencirgomes/disciplinas/construcao-civil-ii-1/pintura-apresentacao
Registro 4 – Esquema da junta de movimentação com corte total do emboço.

O limitador de profundidade deve ser compatível quimicamente com o selante selecionado e


deve retornar a sua forma original depois de comprimido por um ciclo de trabalho da junta.
Não pode ainda, absorver umidade além daquela de equilíbrio do ambiente e expulsar o
selante quando houver compressão da junta.
As telas de reforço devem resultar posicionadas aproximadamente à meia espessura da
primeira camada e em nenhuma situação podem ficar a menos de 10 mm do chapisco. As
telas devem estar posicionadas de forma centralizada em relação a origem da fissura e ter
largura mínima de 50cm.

Registro 5 – Posicionamento da tela de reforço.


4.3. Ligação ou amarração entre paredes de alvenaria

Na execução de paredes de alvenaria devem ser seguidas as recomendações contidas


na ABNT NBR 8545: 1984 (Execução de alvenaria sem função estrutural e blocos
cerâmicos). Dentre outras recomendações a norma traz especificações quanto a execução de
amarração a ser feita entre os tijolos e blocos constituintes das paredes e entre paredes
justapostas. Em geral a amarração é obtida pelo entrelaçamento geométrico dos tijolos ou
blocos, ou pela introdução de elementos metálicos nas juntas de argamassa durante o
assentamento de forma a garantir a sua amarração. Ainda assim, paredes de alvenaria
executadas com falhas ou ausência de amarração podem gerar fissuras verticais nestes pontos.

Registro 6 – Amarrações das fiadas e cantos de paredes de acordo com especificações da ABNT NBR
8545:1984.
Registro 7 – Ligação de alvenaria com pilar de concreto de acordo com especificações da ABNT NBR
8545:1984.

As fissuras por deficiência de amarração, em geral, ocorrem pela movimentação associada a


ocorrência de outros fenômenos, como variações térmicas, retração ou recalques, por
exemplo, quando a solicitação causada por esta movimentação encontra o plano de fraqueza
da deficiência de amarração, gera fissuras.3 As fissuras nesse caso, são verticais, conforme
esquematizado no Registro seguinte:

Registro 8 – Fissura vertical por deficiência de amarração entre a edificação e o muro.

3
BRICK INDUSTRY ASSOCIATION. Volume changes and effects of movement. Reston: BIA,
1991. (Technical notes, 18).
5. ESQUADRIAS

5.1. Peitoril

Foram identificadas ausência ou prolongamento longitudinal (em determinados casos


também na direção transversal) insuficiente do peitoril nas janelas além da ausência de
pingadeiras em alguns casos. E do mesmo modo, nas demais esquadrias também foi possível
notar falhas de acabamento, onde a pintura sobrepõe as esquadrias.
As lâminas de água devem ser afastadas da fachada através de descontinuidades de
planos causando alterações no fluxo de água. Essa alteração é obtida com o prolongamento
transversal em relação à superfície externa de revestimento de fachada assim como a presença
de pingadeira para que a água, ao cair, não atinja o revestimento externo, manchando-o,
lavando a poeira que se acumulou no peitoril. A projeção para fora da face externa da parede
é de três a quatro centímetros. 4

Registro 9 - O avanço lateral do peitoril evita que o fluxo de água se concentre nas laterais desse elemento,
provocando manchas de umidade, fissuras higroscópicas e sujidade na fachada.

4
RIPPER, E. Como evitar erro na construção.2. ed. São Paulo: Pini, 1986. 122p.
Deve ser prevista a vedação da junta entre pingadeira e contramarco com selante à
base de silicone, bem como os cantos das pingadeiras e o perímetro externo da janela –
conexão janela/parede.

a) b)

c)
Registro 10 – Barreiras de vedação a) da junta entre pingadeira e contramarco; b) dos cantos das pingadeiras e c)
perímetro externo da janela – conexão janela/parede.

Foi verificada ainda, peitoril sem a projeção para fora da face externa da parede e
ausência de lacrimal. A aplicação inadequada e ausência de lacrimal faz com que ocorra
infiltrações, quando a água entra em contato direto com a superfície do revestimento externo
como a demonstração do Registro a seguir:
Registro 11 – Esquematização demonstrativa da importância do lacrimal.

6. FUNDAÇÃO

6.1. Efeito Tschebotarioff.

Ao se executar um aterro sobre um solo argiloso, sabe-se que a argila possui elevada
capacidade de deformabilidade, o que acarretará, em consequência da aplicação da sobrecarga
causada pelo aterro, um adensamento à medida que a água for expulsa dos seus vazios, no
caso de ser uma argila saturada ou acomodação das partículas constituintes com redução do
índice de vazios se for um solo não saturado5.
Esse adensamento do depósito argiloso oca vertical, pode ser entendido como uma
redução na espessura da camada argilosa. Este fenômeno por fim, causará esforços laterais e
consequentemente flexão nas estacas ou linhas de estacas nas estruturas do entorno, uma vez
que estas funcionarão como uma restrição ou uma contenção para a tendência de
deslocamento que a camada de argila sofrerá.

5
VELLOSO, D. A.; LOPES, F. R. Fundações, vol. 2: Fundações Profundas. Nova Ed., São Paulo:
Oficina de Textos, 2010.
Registro 12 – Outras situações do Efeito Tschebotarioff. Fonte: VELLOSO, 2010.

6.2. Recalque de Fundações

Se entende como recalque a movimentação vertical da fundação por causa de deformações


que ocorrem no solo devido às cargas a que ele é submetido. Os recalques se apresentam
diferente dependente do tipo de solo que a edificação se encontra, em solos arenosos é de
forma rápida, porém em solos argilosos de forma lenta. Além do tipo de solo é influenciado
pelo tipo de fundação escolhida para suportar os esforços. As fissuras se apresentam de
maneira diferenciada pelo local onde o recalque acontece, de modo geral as aberturas das
fissuras são diretamente proporcionais à sua intensidade. Dependendo da intensidade, pode
ocorrer sérios danos na estrutura6.
6
REBELLO, Y. C. P. Fundações – Guia Prático de Projeto, Execução e Dimensionamento. São Paulo:
Zigurate, 2008.
O Registro seguinte mostra os principais tipos de recalque por fundação e suas principais
consequência, demonstrando os tipos de fissuras que podem ocorrem em uma estrutura,
vertical, horizontal e inclinada. Estas dependem da região que ocorreu o recalque na
fundação, nas extremidades ou na região central da edificação, podendo ocasionar conforme a
indicação uma fissura característica7.

Figura 1 – Configurações típicas de fissuras devido ao recalque de fundações.


7
ALEXANDRE, I.F. Manifestações patológicas em empreendimentos habitacionais de baixa renda
executados em alvenaria estrutural: uma análise da relação de causa e efeito. 2008. 171f. Dissertação (Mestrado
em Engenharia) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008.
Figura 2 – Configurações típicas de fissuras devido ao recalque de fundações.
Figura 3 – Configurações típicas de fissuras devido ao recalque de fundações.

Como forma de evitar a manifestação de patologias, antes do início das obras, é importante
realizar medidas preventivas com o objetivo de identificar situações passíveis da ocorrência
delas, como um programa de sondagens para o reconhecimento mínimo das características do
solo, para, através deste, determinar o tipo de fundação e sua dimensão mais adequada.
As medidas corretivas para os casos de patologias já existentes deverão ser determinadas
considerando as causas que originaram o problema, com o intuito de minimizá-las ou suprimi-
las. Há casos em que apenas a recuperação do elemento trincado não é o suficiente, sendo
necessário tratar a causa da fissura para que, recuperando o elemento, este não volte a fissurar.
Constatada a ocorrência de recalques da fundação, a recuperação do elemento fissurado
deverá ser realizada apenas quando o recalque tiver estabilizado e a obra estiver estável. Caso
contrário, o tratamento deverá ser realizado primeiro para combater a causa do recalque e
depois o tratamento dos seus efeitos.

7. PISOS
7.1. Rejuntes

O rejunte é o material de preenchimento das juntas de assentamento, que são espaços


entre as peças cerâmicas. Ele é importante porque mantém os revestimentos vedados,
protegendo contra a umidade, evitando a penetração de água e até impedindo que as peças
descolem da argamassa. Assim o rejunte deve evitar a passagem da água que pode levar ao
surgimento de manchas provenientes de lixiviação, danos por ciclos de
secagem/umedecimento e outras patologias.

7.2. Juntas de movimentação, dessolidarização e dilatação (pisos cerâmicos)

As juntas de movimentação, de dessolidarização e dilatação devem ser executadas


conforme ABNT NBR 13753 (Revestimentos de piso interno ou externo com placas
cerâmicas e com utilização de argamassa colante – procedimento).
Quanto a execução da junta de dilatação a sua vedação dever ser tal que permita a livre
movimentação da estrutura. Recomenda-se a abertura da junta, limpeza do suporte, proteção
da superfície contígua à junta, enchimento do fundo da junta com tarugo de polietileno de
seção circular (diâmetro depende da abertura da junta), aplicação de primer nas bordas e
vedação da junta com material flexível.

Registro 13 – Detalhe da execução da junta em locais com piso cerâmico.


Posteriormente, realizar o assentamento dos revestimentos cerâmicos de acordo com
as especificações contidas na NBR 8214: 1983. Assegurar o preenchimento mínimo do
tardoz, evitando que a água infiltre e encontre caminho livre por trás das placas, sendo
impossível prever seu ponto de saída e a origem de eflorescências e problemas semelhantes.
Atentar-se a execução das juntas de dessolidarização e movimentação conforme
especificação da ABNT NBR 13753: 1996. As juntas de dessolidarização são espaços deixado
em todo o perímetro do piso revestido e no encontro deste com a fachada para aliviar tensões
provocadas pela movimentação da base ou do próprio revestimento e devem aprofundar-se até
a superfície da parede e ser preenchida com material deformável, sendo em seguida vedada
com selante flexível, conforme apresentado a seguir:

Registro 14 – a) Junta de movimentação; b) Junta de dessolidarização. Esta junta deve ter espessura mínima de 5
mm de acordo com ABNT NBR 13753: 1996.

Em áreas exteriores e em pisos interiores expostos diretamente a insolação e/ou


umidade, as juntas de movimentação devem ser executadas sempre que a área for igual ou
maior que 20m², ou sempre que uma das dimensões do revestimento for maior que 4m. A
junta deve aprofundar-se até a base, ou até a camada de impermeabilização quando existir,
devendo ser preenchida com material deformável, sendo em seguida vedada com selante
flexível.

7.3. Assentamento
A ABNT NBR 13753: 1996 (Revestimento de piso interno ou externo com placas
cerâmicas e com utilização de argamassa colante - Procedimento) determina que a argamassa
de assentamento seja colocada sobre a face não vidrada da peça cerâmica de modo que toda a
superfície fique em contato com a argamassa. Para verificar a aderência das peças a norma
determina que sejam removidas aleatoriamente algumas placas cerâmicas, imediatamente
após o assentamento, observando-se o tardoz, o qual deve apresentar-se totalmente
impregnado de pasta de argamassa colante.
Em vista disso, foi realizado ensaio de percussão com martelo de plástico duro no
entorno da região com dano, de maneira a determinar sua extensão, bem como nos demais
cômodos da sala, identificando possíveis falhas de assentamento. O ensaio permite verificar
as condições de assentamento das peças do piso, verificando se estão com o verso totalmente
preenchido com argamassa. Peças com problemas apresentam, quando percutidas, som
“cavo”.
As peças de porcelanato empregadas no piso em questão possuem dimensões 60 x 60
cm, ou 3600 cm². Segundo a ABNT NBR 13.753: 1996, a utilização da dupla colagem é
obrigatória quando o revestimento conter garras em seu tardoz (verso da peça) com
profundidade superior a 1mm e quando a área do revestimento for superior a 900 cm², ou seja,
placas com 30x30cm já se enquadram nesta exigência.

Registro 15 – Detalhe do assentamento de peças cerâmicas com dupla colagem.

Ainda de acordo com a norma, na aplicação das placas cerâmicas, os cordões de


argamassa colante devem ser totalmente desfeitos, formando uma camada uniforme,
configurando-se impregnação total do tardoz pela argamassa colante, o que não foi verificado
nas peças cerâmicas descoladas do piso.

7.3.1. Recomendações para assentamento das placas

A NBR 13.753 termina os procedimentos para assentar as placas cerâmicas com área
igual ou maior que 900 cm² são:
a) espalhar e pentear a argamassa - colante no contrapiso e no tardoz das placas
cerâmicas (dupla colagem);
b) aplicar cada placa cerâmica ligeiramente fora da posição, de modo a cruzar os
cordões do tardoz e do contrapiso e em seguida pressioná-la, arrastando-a até a sua posição
final;
c) atingida a posição final, aplicar vibrações manuais de grande frequência,
transmitidas pelas pontas dos dedos, procurando obter a maior acomodação possível, que
pode ser constatada quando a argamassa colante fluir nas bordas da placa cerâmica.
Ainda diante da norma, esta determina que sejam feitas juntas de movimentação e de
dessolidarização sempre que a área do piso for igual ou maior que 32m² ou sempre que uma
das dimensões do revestimento for maior que 8 m.
- Onde há mudança de materiais que compõem a base, nas bases de grandes dimensões
e sujeitas a flexão e nas regiões onde ocorrem momentos fletores máximos positivos ou
negatives, devem ser executadas juntas de movimentação;
- No perímetro da área revestida e no encontro com colunas, vigas e saliências ou com
outros tipos de revestimentos, devem-se projetar e construir juntas de dessolidarização;
- A largura ‘L” destas juntas, mostrada na figura seguinte, deve ser dimensionada em
função das movimentações previstas para o revestimento e em função da deformabilidade
admissível do selante;
- A junta deve aprofundar-se até a base, ou até a camada de impermeabilização quando
existir, devendo ser preenchida com material deformável, sendo em seguida vedada com
selante flexível.
Registro 16 – Juntas de dessolidarização e de movimentação como determina a NBR 13.753.

8. PATOLOGIAS

8.1. Definições de fissuras, trincas e rachaduras

Fissuras, trincas e rachaduras são manifestações patológicas das edificações


observadas em alvenarias, vigas, pilares, lajes, pisos entre outros elementos, geralmente
causadas por tensões dos materiais. Se os materiais forem solicitados com um esforço maior
que sua resistência, acontece a falha provocando uma abertura, e conforme sua espessura será
classificada como fissura, trinca, rachadura, fenda ou brecha.

Anomalia Abertura (mm)


Fissura capilar Até 0,2
Fissura De 0,2 a 0,5
Trinca De 0,5 a 1,5
Rachadura De 1,5 a 5,0
Fenda De 5,0 a 10,0
Brecha Acima de 10
Registro 17 – Denominação das fissuras8.

A classificação das fissuras é muito importante para se definir o método de


recuperação delas, basicamente podemos classificá-las quanto:
✓ à forma: geométricas ou mapeadas;
✓ à atividade: ativas ou passivas;
✓ à variação de abertura: sazonais ou progressivas.
As fissuras podem ser classificadas de acordo com seu comportamento em ativas
(vivas), quando aumentam ao longo do tempo, ou inativas (mortas), quando a fissura se
encontra estabilizada. Para um melhor entendimento, as definições estão apresentadas a
seguir:
 Fissuras ativas ou vivas: são aquelas que apresentam variações sensíveis de abertura e
fechamento. Se estas variações oscilam em torno de um valor médio (oscilantes) e podem ser
correlacionadas com a variação de temperatura e umidade (sazonais), então as fissuras,
embora ativas, não indicam ocorrência de problemas estruturais.
Caso tenderem a apresentar uma abertura sempre crescente (progressivas), podem
representar problemas estruturais, que devem ser corrigidos antes do tratamento das fissuras.
As causas desses problemas devem ser determinadas através de observações e análise da
estrutura.
 Fissuras passivas ou mortas: são causadas por solicitações que não apresentam
variações sensíveis ao longo do tempo. Podem ser consideradas estabilizadas.

8
OLIVARI, G. Patologia em edificação. Trabalho de Conclusão de Curso. São Paulo: Universidade Anhembi Morumbi. 2003.
Figura 4 – Relação entre abertura de fissuras e danos em edifícios.

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