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Resenha realizada como requisito avaliativo à disciplina Economia Política, ministrada pelo Prof. Me.
Pedro Henrique Brandão, parao curso de Bacharelado em Direito da Universidade Federal do Pará em 31
de Agosto de 2017.
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Discente do curso de Bacharelado em Direito da Universidade Federal do Pará - TURMA 040N/2017
serviços, garantindo o equilíbrio entre o que foi recolhido e o consumo da produção.
Quanto às poupanças, estas seriam convertidas em investimento para as empresas
comprarem bens de capital. Dessa forma, com a venda de tudo que foi produzido,
haverá a prosperidade.
Entretanto, ocorrem outras variáveis. Os indivíduos com mais renda tendem a
acumular mais poupança, o que demandaria ainda mais investimentos. Keynes detecta
que existe um limite para as oportunidades de investimento, causando a queda deste
perante as poupanças e impedindo que toda a produção seja consumida. Assim sendo, as
empresas passam a reduzir a produção, acarretando a diminuição da renda da população,
a qual minimiza seus gastos. Esse processo se acentuará até que o consumo das
poupanças seja compatível com os investimentos.
Os autores afirmam que Keynes considera como causa das crises do
capitalismo, a inépcia dos proprietários das empresas em diversificar os investimentos.
Por isso, seria necessário que o governo, por meio de empréstimo, utilizasse o dinheiro
das poupanças para a realização de políticas públicas como escolas e hospitais.
Contudo, o economista compreendia que políticas relacionadas à redistribuição de renda
não seriam interessantes para as classes mais ricas, detentoras do poder governamental.
Após a exposição das ideias de Keynes, Hunt e Sherman demonstram como os
Estados Unidos saíram da Grande Depressão com a eclosão da II Guerra Mundial, a
qual absorveu a mão-de-obra ociosa do país e propiciou uma oportunidade de
investimento.
O fim da Grande Depressão incitou o reaparecimento das velhas teorias
neoclássicas, sustentadas por complicadas fórmulas matemáticas, cujo representante
mais célebre é Paul A. Samuelson. As obras deste autor explicam de forma mais simples
as teorias keynesianas, propondo uma fusão entre estas e as doutrinas neoclássicas.
Com o fim da guerra, o governo americano adotou a concepção de Keynes,
expressa na Lei do Emprego, na qual se tornava obrigatória a intervenção estatal para a
manutenção do emprego.
Apesar de ocorrerem algumas recessões, Os Estados Unidos não passaram
mais por grandes depressões após a II Guerra Mundial. O motivo para o desempenho da
economia americana pós-guerra reside na militarização do país, cujo governo investe
maciçamente na indústria bélica de bens de capital. As despesas governamentais
formaram o complexo industrial-militar, o qual movimenta a economia americana,
gerando emprego e adquirindo equipamentos bélicos modernos. Segundo Hunt e
Sherman, os gastos militares funcionam nos Estados Unidos como as pirâmides serviam
à economia do Antigo Egito, uma forma de regular a produtividade e não elevar a
demanda, proporcionando a prosperidade norte-americana.
Não obstante, o militarismo, como instrumento da política econômica, mostra
como efeito a negligência às necessidades sócias da população, podendo causar um
colapso na sociedade.
O capítulo demonstra como as teorias keynesianas trouxeram uma nova
abordagem para as premissas neoclássicas, ao questionar a autorregulação do mercado e
propor mecanismos de controle dos gargalos do capitalismo. Hunt e Sherman analisam
esta doutrina, comparando-a com as visões de Marx e Hobson, a fim de construir um
panorama acerca do pensamento econômico da época. É fundamental o arcabouço
histórico que expõe a necessidade dos economistas em justificar o capitalismo e tentar
salvá-lo.
Para possibilitar a compreensão dos mais diversos interessados em economia, a
linguagem do texto evitou a utilização de termos muito técnicos da área, esclarecendo
os conceitos de forma clara, bem como trazendo a doutrina para a época da publicação
do livro. Outro aspecto relevante é a presença de dados comprobatórios das informações
fornecidas.
Portanto, a leitura do capítulo possibilita o conhecimento da Teoria de Keynes
e suscita a curiosidade em verificar suas repercussões.