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Açúcar, um produto doce e mortal.

Os refrigerantes contêm 25% de açúcar; a cerveja um pouco menos; o tabaco do cigarro é curtido em
açúcar; carnes defumadas Levam açúcar; pasta de dente também; e até o açúcar mascavo, aquele que os
naturalistas consomem, não está livre do açúcar refinado...

Tudo o que comemos se transforma em glicose, proteína e gordura. A proteína e a gordura vão constituir os
tecidos e as células. A glicose é absorvida pelos intestinos e vai pelo sangue até o pâncreas, que libera
insulina. O fígado junto aos dois, glicose e insulina, acrescenta mais outras substâncias e produz o
glicogênio. Este fica estocado no fígado, principalmente, e nos músculos, para se transformar em energia
quando precisamos de combustível. A glicose - o açúcar dos alimentos naturais encontrados em legumes,
verduras, frutas, cereais etc; não causa males à saúde. O problema está nos alimentos industrializados que
contêm grandes quantidades desse doce veneno chamado açúcar.

Uma pessoa de classe média consome 150 gramas de açúcar diariamente, mesmo sabendo que ele afeta o
pâncreas, o baço, os pulmões, o coração, o estômago, os intestinos, a circulação, o fígado, a pele, os ovários,
a vagina, os dentes, os ossos, os olhos, o cérebro e a alma. Além disso, está provado cientificamente que o
açúcar causa uma certa apatia, explicada pelo encontro da insulina com um aminoácido chamado triptofano;
que é rapidamente convertido no cérebro em serotonina, um tranqüilizante natural. Por isso, sempre que
uma pessoa está nervosa, nós oferecemos a ela um "copo de água com açúcar que passa".

Alguns séculos antes de Cristo, os médicos hindus usavam o açúcar como remédio, provavelmente para
conduzir mais rapidamente no organismo as substâncias medicinais às quais era adicionado, mas o processo
de refino, naquela época, era artesanal. Foram os persas, perto do ano 600 d.C., que fabricaram o primeiro
composto da rapadura que podia ser transportado. Então, os europeus conheceram o sabor açucarado desse
produto industrializado e, os portugueses com suas grandes navegações para o Oriente, começaram a ficar
ricos. Quando descobriram o Brasil, Martim Afonso de Souza instalou em São Vicente o primeiro engenho
de açúcar - movido a escravos - no país.

Naquela época, nosso maior freguês era a Inglaterra. Em 1665, chegou a importar mais de 8 mil toneladas
do produto. Coincidência ou não, nesse mesmo ano cerca de 30 mil pessoas morreram, em Londres,
vitimadas pela peste bubônica, apresentando inchações nas axilas e virilhas. A relação entre a nova doença
e o espantoso consumo de açúcar, que, sabe-se, predispõe o organismo a infecções, fora descartada pelas
autoridades médicas, conforme as instruções - e pressões - da corte britânica, já que os nobres iniciavam
altos investimentos em indústrias açucareiras nas suas colônias. O mais interessante é que registros revelam
que não houve mortes entre os pobres - esses não tinham dinheiro para comprar açúcar, produto consumido
apenas entre os mais ricos.

Em 1912, o Dr. Robert Boesler, dentista norte-americano, escrevera que "a moderna fabricação do açúcar
nos trouxe doenças inteiramente novas", entre elas, o diabetes mellitus, a terceira doença que mais mata,
depois do câncer e dos problemas cardíacos. Além disso, será diabética uma em cada cinco crianças que
nascem e, entre jovens e adultos, três em cada cinco têm hipoglicemia - estágio pré-diabético em que o
pâncreas produz insulina demais em resposta ao açúcar ingerido.

A ingestão de açúcar é que causa excesso de glicose. Esse é devolvido à corrente sanguínea em forma de
ácidos gordurosos que logo se acumulam nas coxas, nádegas e ventre, e depois começam a envolver os rins
e coração numa grossa camada de muco e gordura que chega a penetrar no tecido do órgão, deixando-os
enfraquecidos.

Paralelamente, no sistema nervoso, o ramo parassimpático entra em parafuso e começa a contrair o que
devia estar relaxado, relaxando o que era para contrair. Daí surge a sonolência, responsável por
inexplicáveis baixas na produtividade de trabalhadores e de estudantes, e estreitamente relacionada com
muitos acidentes de trânsito.

Dr. Dante Rosenthal -- Médico Pesquisador


*Fonte: nutrinforma.com.Br

O AÇÚCAR COMO VÍCIO

Será exagero discutir o açúcar numa história do uso humano de drogas? Não é. O
abuso do açúcar é o vício menos discutido e mais disseminado do mundo. É também
um dos hábitos mais difíceis de abandonar. Os viciados em açúcar, podem tomá-lo
em doses de manutenção ou em quantidades industriais. As profundezas do vício do
açúcar são exemplificadas pelos bulímicos, que podem empanturrar-se de comida
saturada com açúcar e em seguida induzir o vomito ou utilizar um laxante que lhes
permita comer mais açúcar. Imagine-se se um costume semelhante estivesse
associado ao vício da heroína — como este pareceria muito mais odiento e insidioso!
Como sucede com todos os estimulantes, a ingestão de açúcar é seguida de uma
breve euforia, à qual se segue depressão e culpa. O vício do açúcar raramente ocorre
sozinho como uma síndrome; mais comuns são os vícios mistos — açúcar e cafeína,
por exemplo.

Outros padrões destrutivos de uso de drogas acompanham o abuso do açúcar. Alguns


viciados usam comprimidos dietéticos para ajudá-los a controlar o aumento no peso
corporal, tomando tranqüilizantes em seguida para mitigar a excitação causada pelos
comprimidos dietéticos. O abuso do açúcar costuma estar envolvido no
desenvolvimento do abuso alcoólico sério; foi demonstrada uma correlação absoluta
entre alto consumo de açúcar e alto consumo de álcool fora das refeições. Depois do
álcool e do tabaco, o açúcar é a substância viciante mais prejudicial
consumida por seres humanos. O seu uso descontrolado pode constituir uma
dependência química de primeira ordem.

Ao descrever os viciados em açúcar, disse Janice K. Phelps:

As pessoas que estamos a descrever estão realmente viciadas numa das substâncias
mais poderosas existentes — os açúcares. O seu vício em açúcar é real, perigoso, um
problema de saúde tremendamente prejudicial, tão debilitante quanto o vício em
qualquer outra substância. Como qualquer vício, quando a substância química não é
fornecida, eles sofrem sintomas identificáveis de carência; como qualquer vício, o
processo de alimentar a sua fome psicológica com uma substância química é
destrutivo para o corpo; e como qualquer vício, pode chegar-se ao ponto em que
tomar a substância química seja tão doloroso quanto a sua falta. O ciclo de
dependência química torna-se ao mesmo tempo arreigado e intolerável.

AÇÚCAR E ESCRAVATURA

A distorção e a desumanização das instituições e das vidas humanas causadas


atualmente pela cocaína do tipo crack nada são comparadas com as que o desejo da
Europa pelo açúcar provocou nos séculos XVII e XVIII. Pode argumentar-se que algo
aparentado ao trabalho escravo é típico dos primeiros estágios da produção de
cocaína, mas a diferença é essa não ser uma escravatura sancionada por papas
mendicantes e abertamente prosseguida por governos corruptos, porém legítimos.
Outra diferença deve ser observada, por mais brutal que seja, o moderno comércio de
drogas não está envolvido com nada que se assemelhe ao seqüestro e transporte por
grosso, e assassinato em massa, de grandes populações, como foi feito para
impulsionar o processo de produção de açúcar.

É certo que as raízes da escravidão na Europa são muito mais antigas. Durante a era
dourada da Atenas de Péricles, dois terços dos moradores da cidade eram escravos;
na Itália dos tempos de Júlio César talvez metade da população fosse escrava. Sob o
Império Romano a escravidão tornou-se cada vez mais insuportável: os escravos não
tinham direitos civis, e nas disputas judiciais o seu testemunho só era aceite se
obtido através de tortura. Se um proprietário de escravos morresse subitamente ou
sob circunstâncias suspeitas, todos os seus escravos, independentemente da sua
culpa ou inocência, eram expeditamente mortos. É justo dizer que o fato de o Império
se apoiar na instituição escravagista deverá mitigar qualquer admiração que
possamos sentir pela "grandeza que foi Roma". De fato, a grandeza de Roma era a
grandeza de uma pocilga mascarada de bordel militar.

A escravatura diminuiu com a dissolução do império, à medida que todas as


instituições sociais se dissolviam no caos do início da Idade das Trevas. O feudalismo
substituiu a escravidão pela servidão. A servidão era um pouco melhor do que a
escravidão: o servo podia ao menos manter um lar, casar-se, cultivar a terra e
participar da vida comunitária. Mais importante, talvez, era o servo não poder ser
separado da terra ou transportado para longe dela. Quando a terra era vendida,
quase sempre o servo ia junto com ela.

Em 1432, o príncipe português Infante D. Henrique, que era mais gestor e empresário
do que explorador estabeleceu a primeira plantação comercial de cana-de-açúcar na
ilha da Madeira. Fizeram-se plantações de açúcar nas outras possessões atlânticas de
Portugal mais de sessenta anos antes de haver contacto com o Novo Mundo. Mais de
mil homens — entre eles devedores, condenados e judeus não-convertidos — foram
levados da Europa para trabalhar em explorações açucareiras. As suas condições
eram de quase servidão — algo semelhantes às dos colonos penais e servos
contratados que povoaram a Austrália e algumas colônias americanas do Atlântico
médio.

A cana-de-açúcar foi a primeira plantação a ter cultivo comercial no Novo Mundo.


Calcula-se fiavelmente que por volta de 1530, menos de quarenta anos após o
contacto inicial com a Europa, mais de doze plantações de açúcar laboravam nas
índias Ocidentais.

No seu livro Seeds of Change, Henry Hobhouse escreve sobre o início da escravidão
de africanos. Em 1443, um dos capitães do Infante D. Henrique, regressando de uma
viagem, trouxe notícias da captura, no mar, de uma tripulação de árabes e
muçulmanos negros:
Estes homens, de origem mista árabe-negra e muçulmanos afirmavam ser de uma
raça orgulhosa e inadequados para a servidão. Argumentaram vigorosamente que
havia no interior de África rnuitos negros pagãos, os filhos de Hã, que dariam
excelentes escravos, os quais eles poderiam escravizar em troca da sua liberdade.
Assim começou o tráfico de escravos moderno — não o tráfico transatlântico, que
estava ainda para vir, mas o seu precursor, o tráfico entre a África e o sul da Europa.

Hobhouse prossegue, descrevendo a escravatura ligada ao açúcar no Novo Mundo:

A escravatura ligada ao açúcar era bem diferente. Era a primeira vez desde os
latifúndios romanos que se usava a escravatura em massa para uma produção
agrícola destinada ao comércio (e não à subsistência), em grande escala. Era também
a primeira vez na história em que uma raça fora selecionada exclusivamente para um
papel servil. A Espanha e Portugal excluíram voluntariamente a escravidão de
indianos, chineses, japoneses ou europeus para trabalharem nas Américas.

O próprio tráfico de escravos era uma espécie de vício. O início da importação de


mão-de-obra escrava para o Novo Mundo teve somente um objetivo, o de sustentar
uma economia agrícola baseada no açúcar. A loucura pelo açúcar era tão
avassaladora que mil anos de condicionamento ético cristão nada
significaram. Uma explosão de crueldade e bestialidade e humanas de proporções
incríveis foi placidamente aceite pelas instituições da sociedade educada.

Sejamos absolutamente claros: o açúcar é totalmente desnecessário à dieta


humana; antes da chegada do açúcar industrial de cana e de beterraba, a
humanidade vivia muito bem sem o açúcar refinado, que é praticamente sacarose
pura. O açúcar não contribui com nada que não possa ser obtido em outra fonte. Ele
provoca um estímulo rápido, nada mais. Todavia para obter esse estímulo, a cultura
dominadora da Europa dispôs-se a trair os ideais do. Iluminismo através do conluio
com os traficantes de escravos. Em 1800, virtualmente cada tonelada de açúcar
importada para Inglaterra foi produzida com trabalho escravo. É espantosa a
capacidade que tem a cultura-dominadora de suprimir estas realidades.

Se parecer que estamos a descarregar muita ira contra o hábito de consumir açúcar é
porque, de muitas formas, o vício do açúcar parece um destilado de todas as atitudes
equivocadas que acompanham o nosso modo de pensar as drogas.

O AÇÚCAR E O ESTILO DOMINADOR

Quando aumenta a distância temporal que nos separa do paraíso de parceria original,
quando a conexão com a matriz vegetal/feminina da vida planetária desliza para o
passado longínquo, aumenta a força da neurose cultural e proliferam as
manifestações do ego indomado e as teorias dominadoras da organização social. A
escravatura, praticamente desconhecida durante o período Medieval, quando a noção
de propriedade privada restringia a posse de qualquer bem a alguns poucos
privilegiados, regressou triunfante para preencher a necessidade de mão-de-obra
intensiva no cultivo colonial de açúcar. A visão que tinha Thomas Hobbes da
sociedade humana como a inevitável sujeição dos fracos pelos fortes, e a noção de
Jeremy Bentham sobre a base econômica absoluta de todos os sinais de mérito social,
assinalam que os valores orientados para a nutrição da terra, e participação com ela
numa vida de equilíbrio emocional e natural, foram trocados pela voraz
autocentralidade da ciência faustiana. À alma do planeta, que o monoteísmo cristão
reduzira às dimensões de um ser humano, é finalmente negada qualquer existência
pelos herdeiros do racionalismo cartesiano.

O palco está pois montado para a evolução de uma auto-imagem humana totalmente
desprovida de alma, vagueando num universo morto, vazio de significado e
desprovido de bússola moral. A natureza orgânica é vista como guerra, o significado
torna-se "contextual", e o cosmos é esvaziado de sentido. Este processo de
aprofundamento da psicose cultural (uma obsessão com o ego, o dinheiro e o
complexo de drogas álcool/açúcar) alcança o seu auge em meados do século XX, com
a estarrecedora afirmação feita por Sartre de que "a natureza é muda".

A natureza não é muda, mas o homem moderno é surdo — ensurdecido por não se
dispor a ouvir a mensagem de solidariedade, equilíbrio e cooperação que é a
mensagem da natureza. No nosso estado de negação devemos proclamar a mudez da
natureza — que outro modo temos de conseguir evitar encarar os crimes horrendos
que cometemos durante séculos contra a natureza e uns contra os outros? Os nazis
diziam que os judeus não eram seres humanos verdadeiros, e que portanto o seu
assassínio em massa era desprovido de qualquer conseqüência. Alguns industriais e
políticos usam uma argumentação semelhante, negando a alma do planeta para
desculpar a sua destruição, a destruição da matriz necessária a toda a vida.

Só um vício terminal por relação com o ego e os estilos brutais de dominação poderia
originar um ambiente mental no qual estas declarações pudessem parecer plausíveis,
quanto mais verdadeiras. O açúcar é um separador de águas nestas questões, pois o
açúcar e a cafeína que consigo se disseminou, são drogas que reforçam e sustentam
a ênfase irrefletida que a civilização industrial coloca na eficiência, à custa dos
valores humanos arcaicos.

Capítulos do Livro "O Pão dos Deuses", de Terence Mckenna.

Açúcar Branco
Até cerca de 300 anos atrás a humanidade não usava aditivos doces na sua dieta ordinária. Os
povos antigos, civilizações passadas, brilhantes exércitos não conheciam o famoso aditivo doce.
O mel era usado eventualmente, mais como remédio.
Este processo histórico prova que o açúcar branco é desnecessário como alimento. Foi só a partir
dos dois últimos séculos que o açúcar começou a ser produzido e consumido de forma cada vez
mais intensa. Com a sofisticação da técnica, purificou-se mais ainda o açúcar de cana retirando-se
dele apenas a sacarose branca. Hoje somos uma civilização, consumidora de milhares de
toneladas diárias de açúcar.
O açúcar branco é o resultado de um processamento químico que retira da garapa a sacarose
branca e adiciona produtos químicos – desconhecidos em sua maioria –, sendo que aditivos como
clarificantes, antiumectantes, precipitadores e conservantes pertencem a grupos químicos
sintéticos muitas vezes cancerígenos e sempre danosos à saúde. Devemos considerá-lo como um
produto quimicamente ativo, pois, sendo o resultado de uma síntese química e um produto
concentrado. Quando são retiradas da garapa e do mascavo suas fibras, proteínas, sais minerais,
vitaminas etc., resta apenas o carboidrato, pobre, isolado, razão pela qual devemos considerar o
açúcar como um produto químico e não um alimento.

O corpo humano não necessita de açúcar branco.


O que é realmente necessário é a glicose, ou seja, a menor partícula glicídica dos carboidratos. A
glicose, por sua vez, é importante para o metabolismo, pois produz energia ao ser “queimada”.
Embora se diga que “açúcar é energia”, sabemos bem que a citação é apenas modesta, pois, na
verdade, deveríamos dizer que “açúcar é superabundância de energia química concentrada” e eis
aí o problema: açúcar é sempre excesso de energia, além das necessidades reais, e este excesso
tende a depositar-se, a exigir trabalho orgânico extra, a diminuir o tempo de vida, pois a célula só
usa o que necessita, todo o resto passa a “estorvo” metabólico.
Outro fato importante é que, ao consumir um produto extremamente concentrado, isolado,
exigiremos do organismo uma complementação química. Por exemplo, vai exigir muito cálcio e
magnésio do metabolismo e das reservas; ele “rouba” os nossos depósitos de um modo
diretamente proporcional a quantidade ingerida. Podemos dizer então que o açúcar é
descalcificante, desmineralizante, desvitaminizante e empobrecedor metabólico. Açúcar não é
“alimento”, mas um poderoso “antinutriente”, um grande ladrão.
Razão pela qual Willian Dufty, em seu mais que consagrado livro sobre o açúcar, o “Sugar Blues”,
considera-o como uma “droga doce e viciante que dissolve os dentes e os ossos de toda uma
civilização”. Seus efeitos nunca são imediatos, mas lentos, acumulativos, insidiosos, drenando a
saúde aos poucos.
O consumo da droga doce vem aumentando nos últimos anos. Se levarmos em conta que não
necessitamos de açúcar, tudo o que se consome é excessivo, supérfluo, além do que o corpo
precisa. Lembramos que 100 por cento dos carboidratos (farinhas, cereais, açúcar das frutas,
etc.) transformam-se em glicose, 60 por cento das carnes ingeridas e até mesmo 15 por cento
das gorduras e óleos também se convertem em glicose; é assim que normalmente mantemos as
necessidades bioquímicas do corpo. Isso explica por que povos antigos não necessitavam de
açúcar extra. Se julgarmos que açúcar é essencial, então devemos ter como certo que cada
viking, mongol, huno, árabe, grego ou romano deveria consumir cerca de 300gr por dia de um
açúcar que naquelas épocas absolutamente não existia.
Os conhecimentos e conceitos científicos, principalmente em nutrição, têm sido manipulados,
truncados e adulterados. Devemos entender que a alimentação comum, sem aditivos doces,
contém quantidades suficientes de glicose que são armazenadas no fígado sob a forma de
glicogênio; em situações de necessidade essas reservas de energia são mobilizadas e entram na
circulação sanguínea.
Hoje, ingerimos mais “energia” do que precisamos. Paradoxalmente, quem come muito açúcar
fica dependente organicamente do mesmo e tende a ter menos força. Grandes consumidores de
açúcar geralmente são fracos, astênicos, que não podem fazer quase nada sem usar um pouco
de doce.
Aqui, num dos maiores produtores de açúcar do mundo, (Brasil) consomem-se cerca de 200 g por
dia / pessoa, o que é pouco comparado aos EUA: 400 g em média, por dia. É claro que somos
obrigados a falar em termos de média de consumo, pois existem aqueles que não usam nada, até
grandes viciados que usam perto de 1000 g diárias e até mais.
Mas um povo como o nosso, usando 200 g diárias per capita consome cerca de seis quilos por
mês, o que admite 72 quilos por ano, e tudo isso além das necessidades metabólicas, geralmente
ingeridos por puro “prazer”, ou seja: docinhos, chocolates, sorvetes, tortas, pudins, sucos ultra-
açúcarados etc. Isso nos leva a consumir quase uma tonelada do pó branco em cada dez anos de
vida. Então um homem de 35 anos geralmente fez passar pelo seu sangue, até hoje, cerca de
três toneladas de açúcar. Perguntamos se, sinceramente, as autoridades e os profissionais ligados
à saúde acham que tal abuso não causa dano algum.

Açúcar Branco Como Causa de Câncer e Doenças Modernas


Sabemos bem que o açúcar é o principal representante da alimentação industrializada moderna.
Temos consciência de que 85 por cento das doenças modernas são provocadas pela poluição
alimentar e por uma nutrição desequilibrada. Por ser considerado então como um produto
antibiológico, ou antivida, ele está diretamente ligado à causa ou à colaboração para o
surgimento de várias doenças, como a arteriosclerose, o câncer, a leucemias, o diabetes, as
varizes, as enxaquecas, as distonias neuro-vegetativas, insônia, asma, bronquite, distúrbios
menstruais, infecções, pressão alta, prisão de ventre, diarréias crônicas, perturbações e doenças
visuais, problemas de pele, distúrbios glandulares, anomalias digestivas variadas, cáries dentárias,
problemas de crescimento, osteoporose, ossos fracos, doenças do colágeno, doenças de auto-
agressão etc.
Podemos considerar também o açúcar como cancerizante, pois é imunodepressor, quer dizer, faz
diminuir a capacidade do organismo quanto às suas defesas e principalmente por eliminar o
importante íon magnésio, devido à forma excessiva como é consumido hoje.
A incidência do câncer de mama pode variar consideravelmente de um país para outro. Muito rara
no Japão, por exemplo, a doença torna-se comum entre as japonesas que imigram para os
Estados Unidos. Depois de estudar diversos fatores que explicassem o fenômeno, os cientistas
Stephen Seely, da Universidade de Manchester, na Inglaterra, e D. F. Horrobin, do Instituto e
Pesquisa Efamol, de Kentville, no Canadá, concentram suas atenções num deles, a alimentação –
e, em artigo publicado na última edição da revista inglesa New Scientist, levantaram a hipótese
de que uma das causas do câncer de mama possa ser o açúcar.
Seely e Horrobin compararam os índices de consumo per capita de açúcar e as taxas de
mortalidade por câncer de mama em vinte dos países mais ricos do mundo. Revelou-se que as
nações que mais comem açúcar são exatamente as que apresentam mais óbitos – por ordem
decrescente, a Grã-Bretanha, a Holanda, a Irlanda, a Dinamarca e o Canadá.
Os cientistas avançam uma explicação para as propriedades cancerígenas das sobremesas. Uma
parte da glicose contida no açúcar – cerca de 30 por cento – vai direto para a corrente sanguínea.

Para fazer face e esse súbito aumento da taxa de glicose no sangue, o pâncreas produz mais
insulina, o hormônio encarregado de queimar açúcar. O tecido mamário depende desse hormônio
para crescer. O mesmo acontece com as células do câncer de mama. Seely e Horrobin supõem
que a inundação do seio pela insulina, em seguida à ingestão de açúcar, criaria assim as
condições ideais para o surgimento do tumor.

Açúcar Como Fator Principal da Hipoglicemia e Diabetes


Um dos efeitos mais diretos dos excessos de consumo do açúcar é a hipoglicemia, ou seja, falta
de açúcar no sangue. Hipoglicemia é um distúrbio que se manifesta sob variadas formas,
determinando mais comumente langor, fraqueza, sensação de desmaio iminente, vertigens,
tonturas, prostração, angústia, depressão, palpitação cardíaca, sudorese, sensação de irrealidade
etc. A depressão provocada é variável, dependendo do indivíduo, podendo ser ausente ou fraca
ou até mesmo extremamente forte, incapacitante.
Sabemos que muitas pessoas são tratadas pela psiquiatria e até internadas por depressão, cuja
única origem é hipoglicemia, ou falta de açúcar em demasia, e se pesquisarmos, grande parte
desses pacientes usa muito açúcar. O mecanismo é muito simples: ao consumirmos açúcar em
demasia, o organismo, através das células beta das ilhotas de Langherhans do pâncreas, produz
muita insulina, que é o hormônio responsável pela “queima” da glicose do sangue. Ora, quanto
mais açúcar é consumido, mais insulina é produzida.
Com o tempo, e com o consumo continuado, o pâncreas produz mais insulina do que o
necessário, pois a sua liberação depende da avaliação da intensidade de estímulos gástricos e da
dosagem de glicose proveniente do sistema porta e hepático. Um pouco mais de insulina
determina queima a mais de glicose, gerando falta.
O nosso organismo dispõe de um sistema de regulagem que mantém entre 70 e 110 mg de
glicose em cada 100 ml de sangue. Mais insulina do que o normal vai produzir uma queda destes
níveis, determinando hipoglicemia. O cérebro é o órgão mais diretamente afetado com isso, daí
os mais freqüentes sintomas de depressão, tremores, agitação. O tratamento em caso de
hipoglicemia é o primeiro uma boa avaliação e depois diminuição lenta do consumo de açúcar,
paralelo a uma dieta bem apropriada. Quase é necessário acompanhamento médico abalizado.
A evolução natural da hipoglicemia, embora muito variável, é o diabetes. Dependendo de uma
série de fatores o pâncreas pode entrar em “cansaço” após anos de produção excessiva de
insulina; ele começa a produzir menos do que o necessário e como resultado começam a
aumentar no sangue os níveis de açúcar, determinando uma hiperglicemia. Nesta situação os
sintomas já são completamente diferentes da hipoglicemia. Aqui o paciente não sente nada, a
não ser muita sede, muita vontade de urinar e talvez muita fome. O açúcar circulante começa a
ser depositado e os problemas do diabetes vão surgindo.
Parece-nos importante que antes de pesquisar um vírus como causa do diabetes, que se
compreenda a importância do excesso de consumo de açúcar como gênese mais direta da
doença, talvez devido ao enfraquecimento biológico-imunológico que permita a penetração de um
vírus. A verdade é que as estatísticas e os estudos de médicos integralistas apontam que
diabéticos comuns consumiram muito doce e que diabéticos insulino-dependentes tiveram
parentes que o faziam ou eram já diabéticos. Dados oficiais já apontam hoje que perto de 30 por
cento da população do 1° mundo é pré-diabética e hoje cresce o número de diabéticos no
mundo.

O Açúcar Branco é Apontado Como Principal Causa da Diminuição da Resistência às


Infecções, Subnutrição e Morte no Terceiro Mundo
Existe muita preocupação na diminuição da mortalidade infantil no Terceiro Mundo, onde impera
a desnutrição, a diarréia, e as doenças carenciais. Porém não se tem prestado atenção à presença
do açúcar como fator desmineralizante e desvitaminizante, usado em abundância na dieta das
crianças nos países subdesenvolvidos. Vários estudos têm mostrado que a quantidade de
proteínas na dieta desses povos é freqüentemente próxima daquela apontada pela FAQ como
básica para o desenvolvimento e crescimento (0,635 g por quilo de peso por dia além dos dois
anos de idade). Então se acredita que a causa dos problemas relacionados com essas crianças
seria devido à má higiene, a agentes vetoriais de doenças, verminose, falta de saneamento
básico, leite materno fraco etc. Estes são estudos mais modernos, pois até agora se coloca que a
falta de proteínas na alimentação é causa determinante.
Califórnia, cientistas da Escola de Odontologia da Universidade de Loma Linda provaram que o
poder bactericida dos leucócitos (capacidade das células de defesa destruírem bactérias) diminui
muito quanto mais alta a taxa de açúcar no organismo.
A célula de defesa de uma pessoa que não usa açúcar é capaz de destruir cerca de 14 bactérias
invasoras, ao passo que se essa mesma pessoa ingerir 24 colherinhas rasas de açúcar branco o
seu leucócito é capaz de destruir apenas uma bactéria.
Existem muitos livros hoje publicados que apontam a ação negativa do açúcar. Num interessante
trabalho dos Drs. Wilder e Kay, denominado “Handbook of Nutrition” encontramos a seguinte
citação: “O açúcar não supre coisa alguma à nutrição, apenas calorias. As vitaminas oriundas de
ouros alimentos são erosadas pelo açúcar para poder liberar calorias”.
Apesar das inúmeras provas contra o açúcar como as apresentadas aqui, verificamos a
continuidade de uma intensa propaganda aconselhando seu uso e, o que é pior, médicos mal-
informados permitindo e incentivando o consumo do mesmo. Temos o exemplo do Dr. L.
Rosenvold que, na pág. 22 do seu livro “Nutrition for life”, afirma o seguinte: O açúcar branco é
um alimento quase ideal, barato, limpo, branco, portátil, imperecível, inadulterável, livre de
germes, altamente nutritivo, completamente solúvel, totalmente digerível, não requer cozimento e
não deixa resíduos. Seu único defeito é a sua perfeição. É tão puro que o homem não pode viver
dele”.
Hoje existem toneladas de livros escritos sobre nutrição; qualquer um julga-se capaz de publicar
algo no gênero.
O Doutor Rosenvold apontou apenas duas verdades na frase acima, que o açúcar é branco e
portátil... O maior absurdo da sua citação é que o açúcar é altamente nutritivo “... Curioso é que
o açúcar só tem glicose, sendo pobre em tudo o mais...”.

O Que Usar? Não Precisamos de Açúcar?


É necessário reaprender a sentir o sabor natural dos alimentos, sem acrescentar nada.
Eventualmente poderemos usar mel ou açúcar natural de cana, o mascavo, em pequenas
quantidades.
Percebemos que assim teremos até mais energia do que o normal, apenas por ter evitado
desgastes excessivos com ingestão de superabundância de energia química. Apenas os cereais
integrais, as frutas, os legumes etc. têm a capacidade de fornecer aquilo de que necessitamos.
No caso de desportistas e pessoas que produzem desgaste físico, uma certa quantidade de mel
pode ser usada sem problemas.
No caso de diabéticos e hipoglicêmicos, aconselhamos o acompanhamento médico para evitar
problemas mais sérios, evitando inclusive orientadores naturistas e macrobióticos que não tenham
conhecimentos e experiência em termos de bioquímica e fisiologia, fisiopatologia e clínica médica.
Para pessoas que não têm grandes problemas, mas querem parar de consumir açúcar, sugerimos
uma eliminação lenta, gradativa, porém consciente, de doces, refrigerantes, sorvetes etc., até
adotar uma dieta mais natural e equilibrada. Aproveitamos para alertar que muitos alimentos
industrializados e manipulados possuem açúcar, muitos dos quais nem imaginaríamos, como: pão
branco comum, pão integral de supermercados, macarrão em pacotes, enlatados, carnes
condicionadas, biscoito e bolachas salgadas etc.
Para aqueles que usam adoçantes artificiais, sacarina e ciclamatos, aconselhamos abolir o hábito
imediatamente, pois representam produtos muito perigosos. Apesar da comprovação de que são
substâncias cancerígenas, verbas astronômicas são gastas por laboratórios interessados em
pesquisa do tipo: “Ainda não conseguimos provar que adoçantes sintéticos não produzem
câncer”.
Em termos de história, relativamente recente, o homem aprendeu a obter açúcar bruto (mascavo
e amarelo), e somente nas últimas décadas os países desenvolvidos começaram a produzir
enormes quantidades (dez mil toneladas) de açúcar branco refinado, contendo 99,75 por cento
de sacarose, tornando-o um reagente químico. Lado a lado com esta depuração houve um
aumento no consumo de açúcar branco atingindo, nos países altamente desenvolvidos, 100/140 g
diárias por pessoa.
Tornou-se tão letal, que o nutricionista britânico Dr. A. Yudtkrin batizou seu livro sobre o
problema de açúcar “Puro, Branco e Mortal” enquanto o Doutor Hall, cientista canadense,
intitulou seu capítulo sobre açúcar, “O Vilão – Açúcar Refinado”.

Fonte: Dr. Márcio Bontempo Livro "Relatório Orion" (L&PM Editores - Edição: 1985)

Soluções em Açúcar:
Açúcar Demerara: Feito do açúcar mascavo através de um processo de centrifugação. Tem
sabor mais suave que o açúcar mascavo. Este açúcar é uma opção para as pessoas que querem
deixar de usar o açúcar refinado.

Açúcar Mascavo: Açúcar de cana integral, que não passa pelos processos de refino e
industrialização. Tem coloração marrom e sabor como o de rapadura moída. Rico em cálcio, ferro,
potássio e diversas vitaminas. Não é aconselhável para diabéticos.

Fontes: Livreto Mundo Verde.

O LIVRO NEGRO DO AÇÚCAR


Algumas verdades sobre a indústria da doença

...
A glicose, leia-se o açúcar dos alimentos, não faz mal à saúde. O problema está no açúcar refinado. Durante
o refino, inúmeros produtos químicos são utilizados para que o veneno doce fique branco, bem
solto e bonito. Nesta hora, as fibras, os sais minerais, as proteínas e demais nutrientes são
eliminados e o que sobra é um produto químico que é apenas calorias vazias. Afora isso, o
consumo de açúcar produz um estado de superacidez que desmineraliza o organismo. O corpo então passa
a ter falta de cálcio, magnésio, zinco, cobre e selênio, dentre outros nutrientes.

A sacarose é constituída de duas moléculas, uma de glicose e outra de frutose. A glicose que o açúcar
refinado fornece à dieta é supérflua e nociva; a frutose, por sua vez, é a matéria-prima para formar
colesterol. Assim, o açúcar refinado contribui duplamente para elevar o colesterol, já que a glicose estimula
a produção de insulina e esta sinaliza para maior produção de colesterol pelo fígado.
Para aqueles que consideram o colesterol um verdadeiro assassino culpado pelas doenças cardiovasculares,
lembro que tanto a hiperinsulinemia quanto a hiperglicemia fenômenos exacerbados pelo consumo de
açúcar - são fatores maléficos mais importantes do que o colesterol.
...
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