Você está na página 1de 4

SELMA CALASANS RODRIGUES- O FANTÁSTICO

1) O FANTÁSTICO NA LITERATURA
Fantástico: refere-se ao que é criado pela imaginação- imaginário, fabuloso, o que não
existe na realidade.
Literatura: universo sempre ficcional, por mais que se queira aproximá-la do real
 Fantástico questionado:
Século XVIII: racionalismo crescente: ILUMINISMO: época de florescimento do
fantástico: se torna matéria literária;
- só se torna possível ao ser colocado no quadro da verossimilhança.
A experiência inverossimel é assumida por um personagem narrador: um eu que conta a
história dentro da história- esse personagem explica essa falta de realidade dos fatos
durante o curso narrativo;
Para cada explicação verssimil, há um elemento fantástico que quebra essa
verossimilhança.
Sucessivas explicações racionais não dão conta de solucionar o mistério: permanece a
dúvida, a ironia;
Discurso da razão e da desrazão: homem circunscrito a própria realidade: ele( homem)
admite o mistério e faz uma espécie de debate com ele;
Hesitação: contamina o leitor, que permanece com a explicação do fantástico
predominante sobre as explicações subjetivas.
A literatura se nutre do frágil equilibro que balança a favor do invrerossímil e acentua-
lhe a sua ambiguidade;
 Fantástico naturalizado:
Gabriel garcía marquez: narração em terceira pessoa: personagens autônomos
Transita do verossímil ao inverossímil sem interrupção
Personagens são integrados em um ambiente onde o verossímil se assimila com o
inverossímil;
Coerência narrativa: verossimilhança interna .
2) Fantásticos ou fantástico?
Textos fantásticos que fogem ao realismo estrito século XIX (Realismo/ naturalismo):
fantástico em seu sentido mais amplo: lato sensu
Forma mais antiga de narrativa: fantástico
Romance psicológico: importante: imitação de um mundo real
 Ligação dos motivos dentro da literatura fantástica é mágica;
Borges: magia: vinculo inevitável entre coisas distantes
Causalidade mágica; um tipo de convenção literária que se opõe as “convenções realistas”
Narrativa fantástica- autores contemporâneos- ela expõe a máquina ficcional, sua
estrutura, enquanto a narrativa realista tenta esconde-la a partir dos recursos da
verossimilhança.
 Nascimento do fantástico:
Entre os séculos XVIII e XIX ( TODOROV, CAILLOS, BRESSIÈRE)
Ficção fantástica: debate sobre o real;
Século XIX: desenvolvimento do fantástico: ciência: pensamento de que o mundo real
pode ser aparência;
Ciência: aliada da literatura fantástica: encoraja a encontrar mundos imaginários, o
incentiva a falar de mundos ignorados
Hoffman: renovador do gênero;
Questão da verossimilhança;
 Literatura e realidade: a verossimilhança
Relação entre realidade e literatura:
Literaturas: as palavras tornam viável a sua produção
- arte como elaboração do real: Platão e Aristóteles: recriação do real na arte: mímesis
Verossimilhança: um modo de realização da mímesis
Texto verossímil: convence o leitor por sua fidelidade a natureza
Platão: existência de um mundo de aparências: projeção do mundo das ideias
Phantasma: projeção da verdade contida no mundo das ideias: o artista imita um
simulacro;
Aristóteles: Poética: arte como conhecimento: meta: verossimilhança mimesis- criação
de uma nova realidade;
Produzir algo verossímil: agir sobre a physis
Physis: capacidade da natureza em produzir seres completos.
Criação de formas de existência com leis próprias: mecanismos de expressão: metáfora,
metonímia, alegoria
Obra poética: pode iluminar o real, mas não pode copiá-lo literalmente;
Homero: verossimilhança: encontrar uma unidade dentro da obra, sem se deixar levar por
irracionalismos;
Estética- Renascimento: séc: XVII e séc: XVIII:
Verossimilhança como ideal artístico: imitação de um modelo: palavra ideal
Imitatio: poesia clássica
Sociedade: estamento alto: recusa lugar para o estupido e para o vulgar;
Romantismo: estética pessoal no primeiro plano da criação artística: culto ao eu;
Lugar da verossimilhança: imitação do modelo clássica é enterrada;
Rousseau: vontade artística subjetiva, romântica: conhecimento do outro através da
subjetividade;
Realismo/ Naturalismo: imitação séria do cotidiano: realidade social;
| Verossimilhança: proximidade com a vida concreta (imitação): imparcial, impessoal
e objetiva: cada artista tem sua maneira de representar
- mecanismos sociais e repercussão na vida do individuo;
Aplicar sobre o material da realidade as leis especificas da construção;
Inicio do século XX: Clarice, Jyce, Virginia Wolf): realidade social tout court.
Baudelaire: nada do que existe satisfaz;
Uso livre e dessacralizado do texto do outro (intertextualidade)
Barthes: História da literatura: inadequação da linguagem ao real;
Possuímos metáforas das coisas: não correspondem de forma alguma às entidades
originais;
Verossimilhança: convenção artística relacionada a estética de uma época
 Fantástico strictu sensu
- Rejeição no século das Luzes: pemsamento teológico medieval e metafísica;
Pensamento do mundo sem o auxílio da religião ou explicações metafisicas;
Bressière: fantástico nasce a partir da fratura da racionalidade
Homem: reinventa o fantástico a partir do pensamento as época:
Literatura: canal para a projeção de elementos inquietantes e inexplicáveis a partir da
racionalidade
Sobrenatural: século XVIII e século XIX: de natureza humana, nunca teológica;
Diabo, contaminação da realidade com o sonho, duplo, magnetismo, hipnotismo, viagem
no tempo, catalepsia;
Todorov: definição do efeito fantástico a partir do conceito da hesitação: incerteza do
leitor face a um acontecimento sobrenatural;
Parte da própria personagem: se projeta no leitor real
Hesitação entre explicação racional ou sobrenatural.
Todorov: primeira condição para a existência do fantástico: hesitação do leitor;
- Se ao sobrenatural é dado uma explicação racional: passa a fazer parte do estranho;
Sobrenatural aceito sem quesinamento: maravilhoso;
Se define a partir do gênero e que são vizinhos
Lovecraft: fantástico se situa na experiência do leitor real: que necessariamente deve ser
a do medo;

Você também pode gostar