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Diferença de ficção, ficção cientifica e fantasia

Mottola, Luiz Carlos Monte.

“The term "speculative fiction", like most genre names, does not have a clear-cut or universally
agreed-upon definition. The term appears to have been coined by Robert A. Heinlein, a popular
and respected writer of "hard-core" science fiction (i.e. science fiction that relies on the scientific
accuracy of the problems and solutions included in the work). In an essay written in 1948, "On
Writing of Speculative Fiction", he explicitly used the term as a substitute for "science fiction."
Once the term went into popular use, editors, readers, academics and some writers developed a
tendency to think of speculative fiction as an umbrella term covering everything from science
fiction and fantasy to magical realism.” (The Handmaid's Tale About Speculative Fiction, 2009)¹

Vida inteligente fora da terra, animais exóticos, tecnologia com viés místico, romances
impossíveis, utopias e distopias, todos esses elementos são pontos comuns em obras literárias,
filmes e jogos dos gêneros de ficção e fantasia, mas ainda que sejam símbolos marcantes do
gênero, o que define e diferencia uma crônica futurista de uma narrativa surrealista são
características únicas de cada gênero, tal como dos gêneros mais abrangentes como: terror
dramático, romance lírico e suspense narrativo.
No meio da fantasia é amplamente usado o sobrenatural e mágico no cenário, criação de raças
civilizadas inexistentes na realidade, animais com vinculo espiritual com a natureza, e conflitos
políticos diretamente ligados a questões de ética e tradições que somente existem no tal cenário
personalizado, ao nível de ser criado uma realidade oposta à do escritor e consumidores,
costuma-se utilizar a narrativa de jornada do herói, que consiste numa serie de eventos que
levam crescimento e desenvolvimento do protagonista com ações que impactam o mundo ao seu
redor, temos como exemplo clássico O Hobbit, livro de J. R. R. Tolkien, um universo inspirado
na cultura medieval, com magia presente em vários personagens e jornada de objetivos.
Diferencia-se da ficção pelo nível de surrealismo, enquanto a fantasia cria um novo mundo
impossível, a ficção extrapola conceitos já existentes no dia a dia, como uma super valorização
da tecnologia já existente ou aprofundamento dos dramas humanos internos, é comum na ficção
social falar sobre a luta de classes e rebeldia contra uma ditadura ou grupo opressor, tal como
narrar o processo de desumanização do individuo que entra em conflito com a sociedade ao seu
redor, um exemplo marcante é Laranja Mecânica, obra de Anthony Burgess, situado na
sociedade inglesa, vangloria a violência juvenil e insere protagonismo de anti-herói, repleto de
simbolismo e sátira profunda a elementos da indústria e livre arbítrio do indivíduo rebelde e o
estado que o cerca.
Um famoso ramo da ficção, é sua vertente cientifica, ainda aplicando questões existenciais e
filosóficas, mas diretamente entrelaçado a uma tecnologia que compõe a essência do cenário,
seja pela nova concepção de vida racional mas não biológica de um androide, ou a apoteose
humana de alterar planetas inteiros a sua própria vontade simplesmente por ter poder bélico e
mecânico para tal, tende a exagerar tecnologias já existentes como o carro, imaginando qual será
sua evolução em um futuro distante, quais serão as organizações das cidades totalmente
conectadas ao meio cibernético de rede, e a valorização do corpo aprimorado por nano
tecnologia em contraste ao ato de decorar com simbolismos atuais conhecido como “tatuagens e
piercing”, um livro que bebe diretamente dessa essência é Ozob Protocolo Molotov, do escritor
brasileiro Leonel Caldela, retrata o mundo visto por um clone anarquista que se vê explorado e
sem sentido se não gerar o caos em um mundo cyberpunk.
“Significado de Fantasia

substantivo feminino

Imaginação criadora; ficção.

Coisa que não tem existência real, mas apenas ideal.” Dicionário Editora Língua Portuguesa

The Handmaid’s Tale About Speculative Fiction, Margaret Atwood, 2009 ¹.


Diferença de ficção, ficção cientifica e fantasia
Mottola, Luiz Carlos Monte.

Para facilitar a compreensão quanto as diferenças e categorias, podemos organizar nas seguintes
tabelas
Quanto ao tom: Drama: histórias fiéis às emoções dos personagens e, portanto, carregam uma
carga emocional maior.
Comédia: histórias que utilizam do humor justamente para evitar uma grande carga emocional.
Comédia: histórias que utilizam do humor justamente para evitar uma grande carga emocional.
Quanto à Realidade: Fatualismo: história real, apoiada em fatos. Aqui entram as biografias e
eventos históricos
Realismo: história ficcional que poderia ter ocorrido em nosso mundo. Aqui entram livros de
diversas épocas
Ficção Científica: história ficcional baseada em alguma tecnologia. Apesar de ser temperada
com elementos irreais, se preocupa em fornecer uma explicação baseada em elementos reais.
A Ficcção Científica ainda abrange uma porção de subgêneros:
Steampunk: baseada em tecnologias com um funcionamento inteiramente mecânico, geralmente
utilizando o vapor como fonte de movimento (vapor, do inglês steam). É tida como uma
História alternativa do mundo, caso ele continuasse evoluindo a partir da Revolução Industrial
sem as tecnologias eletrônicas. Como em “Leviatã”, do Scott Westerfield.
Cyberpunk: baseada em tecnologias eletrônicas e em mundo mais digital. É usualmente vista
como um futuro próximo e distópico. Como em “Neuromancer”, do William Gibson.
Apocalíptica: baseada em alguma tecnologia que está prestes a destruir o mundo e/ou salvá-lo
de seu fim iminente. Essa tecnologia não necessariamente é terrestre, como vemos em “A
Guerra dos Mundos”, de H. G. Wells.
Pós-Apocalíptica: baseada em uma tecnologia limitada ou ausente, o que restou ao mundo após
quase ter sido destruído. Como em “A Estrada”, de Cormac McCarthy.
Space Opera: baseada em tecnologias extremamente avançadas, que acabaram permitindo
explorações interplanetárias. Como em “A Guerra do Velho”, do John Scalzi.
Fantasia: história ficcional com vários elementos que fogem à nossa realidade: magias, criaturas
mágicas, mundos alternativos ou paranormalidade. Ao contrário da ficção científica, ela não
está preocupada em fornecer uma base real para as irrealidades; inclusive, muitos elementos
precisam ser simplesmente aceitos dentro das leis que regem o universo onde se passa a história.
A fantasia também pode ser dividida em vários subgêneros, podemos dividi-la quanto ao
nível de fantasia empregado:
Alta Fantasia: quando os elementos fantasiosos são abundantes e/ou a trama gira em torno deles.
Geralmente é caracterizada por um mundo alternativo, com seu próprio conjunto de regras
(mesmo que esse mundo esteja escondido sob o nosso). Como em “As Crônicas de Nárnia”, de
C. S. Lewis.
Baixa Fantasia: quando os elementos fantasiosos não são enfatizados; eles fazem parte do
mundo alternativo, geralmente em pouca quantidade, porém o foco da narrativa está mais nos
personagens e em seus desenvolvimentos do que na fantasia em si. Mesmo que os elementos
fantasiosos sejam importantes, a maneira como os personagens os enxergam é ainda mais.
Como em “A Guerra dos Tronos”, de George Martin.

The Handmaid’s Tale About Speculative Fiction, Margaret Atwood, 2009 ¹.

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