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19 de novembro a 2 de dezembro
São Paulo, 2015
AFROFUTURISMO
Cinema e Música em uma Diáspora Intergaláctica
Organização:
Kênia Freitas
Vários autores
Revisão:
Patrícia Galleto
Tradução:
André Duchiade
Carlos Calenti
1 Notícia “Google compra fabricante de robôs Boston Dynamics”, no portal G1: <http://
g1.globo.com/tecnologia/noticia/2013/12/googWle-compra-fabricante-de-robo-boston-dynamics.html>
atenção que é terraformante, que procura criar mundo (worlding, em seu
vocabulário), levando em consideração todas as formas de existência em
suas imbricações múltiplas. Assim, ela enxerga a ficção científica, ao mesmo
tempo, como uma ferramenta metodológica e uma inspiração criativa, e,
de fato, como teoria política (GREBOWICZ, MERRICK, 2013, p. 112).
Para Csicsery-Ronay:
Todo o trabalho de Butler como uma escritora de ficção científica é fixado na questão
da destruição e do difícil florescimento – não apenas sobrevivência – no exílio, diáspora,
abdução e transporte – o dom e o fardo terreno dos descendentes de escravos, dos
refugiados, imigrantes, viajantes e dos indígenas também. (HARAWAY, Donna, 2013,
p. 140, tradução livre)
Ficção científica propriamente concebida, como toda ficção séria, não obstante
engraçada, é uma maneira de tentar descrever o que de fato está acontecendo, o que
as pessoas realmente fazem e sentem, como as pessoas relacionam-se com tudo mais
nesse vasto saco, essa barriga do universo, esse ventre de coisas a serem e tumba de
coisas que foram, essa história sem fim. Nela, como em toda ficção, existe espaço para
manter até mesmo o Homem onde ele pertence, no seu lugar no esquema das coisas;
há tempo o bastante para coletar muitas aveias selvagens e também as semear, e cantar
para o pequeno Oom, e ouvir a piada de Ool, e observar salamandras, e ainda assim
a história não acabou. Ainda há sementes a serem coletadas, e espaço no saco das
estrelas. (LE GUIN, online)