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O homem bíblico
Para a maioria das pessoas, o homem é distinguido por suas características físicas,
principalmente no âmbito sexual, mas a primeira informação que temos na Bíblia se choca
com essa visão. O primeiro dado bíblico que temos acerca do homem é sua criação em Gênesis
1:26. É claro que nesse texto está incluso a criação da alma tanto do homem quanto da
mulher: “macho e fêmea os criou” (Gn 1.27), mas podemos perceber com o desenrolar da
revelação que, à luz desse texto em seu contexto, poderemos extrair implicações sobre a
identidade masculina, ou o que será requerido dela.
Tendo sido criado pelo SENHOR, o homem fora colocado no jardim do Éden para o
cultivar e o guardar. Todavia, como vimos no texto anterior, Deus havia criado macho e fêmea,
mas, até então, o homem no capítulo 2 versículo 15 estava só, como é dito em Gênesis 2.18.
Entre sua criação e sua colocação no Éden, Deus expressa uma ordem ao homem, que é lida
em Gênesis 1.26,28. Ele deveria dominar e reger a criação e ainda se multiplicar. Quando a
mulher é criada (toma corpo físico) em Gênesis 1.18-25, essa ordem não é repetida, como
seria lógico fazer, pensando que os dois dividiriam o trabalho de cumprir igualmente essa
mesma ordem. Com isso, é perfeitamente possível que entender que a ordem de administrar a
criação cai apenas sobre os ombros do homem. Isso não exime a mulher de participar dessa
administração, mas como fora citado no versículo 18 do capítulo 2, ela seria uma auxiliadora
que o ajudaria e corresponderia a ele. Ou seja, para o homem fora designado o papel de
governo e para a mulher, o papel de auxílio.
A partir daqui já podemos destacar o primeiro fator que caracteriza o homem como
“homem”: seu serviço ao Criador através do cuidado para com a criação. Tanto pesa sobre o
homem a gerência da criação, no tocante a mantê-la em harmonia diante de seu Criador,
quanto administra-la de forma sábia para o seu sustento. Em face disso, percebemos o alto
nível de distorção em que vivemos – o homem se abstêm de seu papel, negligenciando
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Outro destaque que merece ser dado seguindo o princípio bíblico é de que o homem
deve fazer tudo isso de conformidade com a lei do SENHOR, como mencionado anteriormente.
Ainda na narrativa de Gênesis 2.15, uma das atribuições do homem era “guardar”. A palavra
guardar (?????????????? trans:“vlishamarah”) no texto hebraico original possuí a ideia de
observar, salvar, vigiar de perto, com o fim de que nenhuma ameaça entrasse no jardim do
Éden. Esse lugar era o local de encontro de Deus com o homem, ou seja, era o “templo” ou
“santuário” onde Adão se comunicava com seu Criador, e, portanto, ele deveria mantê-lo
sempre livre de qualquer coisa que violasse aquele lugar. Aplicando isso para nós, o Éden hoje
é o nosso lar, nossa casa, e é obrigação do homem mantê-lo a salvo de qualquer ameaça.
Outro ponto importante que deve ser tratado (embora tenha sido mencionado
anteriormente) é área de atuação do homem em detrimento da mulher.
Nossa sociedade por vezes proclama palavras de ordem como “igualdade”, “direitos
iguais”, “somos todos iguais”, e ainda atacam o cristianismo como sendo uma força que
perverte essas ditas “verdades”. Todavia, o conceito é altamente deturpado, o que tem levado
muitos homens a se distanciarem cada vez mais da execução de seus papéis, quando não os
fazem trocar totalmente de lugar. A falsa luta por liberdade esconde, na verdade, uma
profunda tentativa de distorcer o que as Escrituras ensinam sobre os perfis de gênero.
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Em lugar algum das Escrituras se verá qualquer indício de que o homem é melhor ou
possui maior importância para Deus. Se nossa ótica é genérica, ou seja, se observamos homem
e mulher como seres humanos, sem dúvida alguma Deus olha para ambos de forma igual.
Ambos são imagem de Deus, ambos possuem características que foram impressas em nós pelo
próprio Criador (o que chamamos de atributos comunicáveis, exemplo: capacidade de
raciocínio, capacidade para amar, senso de justiça), embora essa imagem esteja manchada por
causa do pecado. Todavia, tanto o homem quanto a mulher foram criados com suas
particularidades essenciais, ou seja, com traços comportamentais, emocionais e biológicos, o
que implica dizer que do ponto de vista de gênero, homens e mulheres não são iguais, e é
exatamente assim que a Escritura trata a ambos. Um exemplo disso, como já vimos são os
papeis do homem e da mulher com relação ao cuidado da criação. O homem fora criado para
governar e dominar a criação, mantendo-a em harmonia diante de Deus, e a mulher fora
criada para auxiliar o homem nessa tarefa.
A visão social é de que homens e mulheres são iguais, e que, portanto, devem atuar
nas mesmas áreas sem distinção de gênero. Basta olhar para características de ambos os sexos
para se perceber que isso se trata de uma grade distorção. Como poderemos submeter uma
mulher a um trabalho braçal, sabendo que dentro de pouco tempo ela será prejudicada por
não ter força física suficiente para exercer essa função? Ou ainda como poderemos colocar um
homem para lidar com crianças em uma creche, se o senso materno não está presente nele,
para que ele possa desempenhar esse papel? Não estamos dizendo que não haja a
possibilidade de se ter uma mulher forte, ou um homem habilidoso com crianças, mas estamos
afirmando que, naturalmente, ambos têm aptidões que potencializam a realização das tarefas
nas quais adequadamente se encaixam.
Um caso que pode ser levantado para corroborar a completa modificação no perfil
masculino é a criação dos filhos. Sem pais que entendem e vivem de acordo com a verdadeira
masculinidade, os filhos não vendo a imagem paterna de educação e correção, crescem sem
limites, rebeldes, contumazes, desrespeitando todo tipo de autoridade que se impõe sobre
eles, e com isso cada vez mais vemos o crescimento de jovens inconsequentes que não se
importando com o bom convívio em sociedade, cometem todo o tipo de absurdo sendo
irresponsáveis.
Por outro lado, vemos também o outro extremo disso, homens que se comportam de
maneira selvagem alegando que “isso é ser homem”. São rudez e descorteses com suas
esposas, maltratam seus filhos, ignoram o atendimento às necessidades emocionais de ambos,
e distribuem grosserias aos que o rodeiam. Por trás de toda essa carapaça rude, existe na
verdade um homem que, ao ser cobrado ou pressionado acerca do cumprimento de seu papel,
foge disso por meio desse comportamento, ou mesmo cinicamente se exime de agir,
ignorando suas responsabilidades. Uma prova desse tipo de comportamento pode ser vista no
relato da queda em gênesis 3. Quando Adão é chamado à responsabilidade diante de Deus,
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sobre a perda de sua inocência por reconhecer que estava nu através do comer do fruto
proibido, Adão não assume sua responsabilidade e culpa Eva de ter oferecido o fruto. Eva, por
sua vez, aponta a culpa para a serpente. Se Adão tivesse cumprido seu papel de gerente da
criação e assumisse sua responsabilidade no ato, o referencial de atitude teria se mantido, e
Eva teria se espelhado nisso para assumir também as suas ações. Todavia, como o padrão foi
quebrado e o homem, que é o representante de toda criação abandonou seu posto, ela por
sua vez o seguiu. Veja que por meio de uma atitude covarde, todo um efeito dominó foi
deflagrado, pelo motivo de o homem não ter cumprido seu papel.
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