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São
Paulo: Companhia das letras, 2007.
São intermináveis os exemplos para essa regra geral, que dissipa completamente
a tese reacionária de que a veneração do tradicional ou canônico deve ser oposta
às inovações da arte e pensamento contemporâneos. Isso é muito diferente da
observação mais severa – e verdadeira – de Walter Benjamin de que todo
documento de civilização é também um documento de barbárie, uma noção que
me parece essencialmente uma verdade humanista trágica de grande relevância,
completamente sem efeito sobre os novos humanistas, para quem a cultura
aprovada é salutar de um modo não adulterado e, enfim, descomplicadamente
redentor.