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fazendo um esforço por simetrias, pode-se dizer que nao ha grande diferença entre a
representação cientifica e a repsentação política, ainda que boyle e hobbes tenham se
destacado por uma de cada. A partir deste debate ingles, a ciencia passou a cuidar dos
não-humanos, o cientista passou a ser tradutor da natureza. vale pensar que assim nao há
auto-representação da natureza. decorre outra indagação: os indigenas sao ate hoje objeto da
ciencia, sao somente representados e nao possuem auto-representação pela constituição?
num mesmo discurso, é possível haver tradução e purificação. decorre que a dificuldade de se
analisar isto tem a ver com a força da purificação, que separa ciencia da politica, naturalização
de construtivismo,cria um deus distante, etc e que silencia os hibridos. a tradução é, portanto, a
lacuna dos modernos.
Os modernos ofuscam qualquer analogia com os pré-modernos, por isso também a dificuldade
de se pensar a tradução. Se assume um mundo separado, ainda que a prática mostre o
contrário. Tal jogo de omissões impede que o moderno seja pensado nos termos dos
modernos.
A crítica, por exemplo, sempre opera sob mecanismos de sacrifício de um culpado (liberdade,
desiguladade, etc). O pós-modernismo é, por sua vez, sintoma da descrença apática na
Constituição. Também rejeita quaisquer empirismos e assume a impossibilidade da síntese.
Torna-se necessária uma releitura do moderno e do que ele nega. → o gerativismo, por
exmplo, tenta ser moderno, negando quaisquer traduções. Ora, as línguas estão sempre em
contato, a tradução é cotidiana.
Afinal, não somos tão diferentes dos coletivos pré-modernos. O jeito é estudar os
não-modernos.
REVOLUÇÃO
Por que a purificação, antes privilegiada, parece hoje tão escandalizada? Os híbridos
multiplicaram-se muito. → algo talvez ligado à revolução digital.
Não se explica os quase-objetos de modo moderno, nem mesmo como simples mistura de
entidades puras. os híbridos possibilitam pluralidade de ontologias. A análise deve por em pé
de igualdade as dimensões modernas das não-modernas, para analisar a proliferação dos
híbridos (quase-objetos).
Revendo a história da filosofia, pode-se dizer que a oposição sujeito x objeto de Kant e Hegel é
um marco purificador, ainda que a dialética hegeliana aponte contradições importantes. Ela
tentou percorrer os pré-modernos (teologia de hegel?), mas nao conseguiu bolir o dualismo
sujeito x objeto da fenomenologia de Kant. Outra oposição surgiu com força: natureza x
espírito. Outro marco purificador é o conjunto de semióticas do século XX, que tentam a
autonomia da linguagem. Ocorre que as filosofias são tudo o que não querem ser em seus
discursos. As mediações entre sujeito e objeto são meras etapas para o discurso filosofico e a
autonomia da linguagem está longe de ser percebida na prática. Estruturalismo é fortemente
purificador. Mesmo na fenomenologia husserliana, não há síntese.
Latour, assim como Bourdieu, é crítico de habermas, que ainda defendia a força da razão. A
crítica à habermas é justamente a falta de prática. Sobre este tema, os dois franceses
discorreram... daí as polêmicas.
A linguagem é uma das mediações entre natureza e cultura. O problema foi o distanciamento
autonomista surgido no estruturalismo. A linguagem é fundamental como terceira ferramente
que opera com conjunto com natureza e sociedade. Parece que a pós-modernidade tentou
separar fortemente os três.
Os objetos tem se tornado cada vez mais sujeitos hoje e vice-versa. Ou seja, a metafísica
ocidental nunca se consolidou...
→ o empirismo de latour acompanha os estudos empíricos da tradução?
a tradução é ciência e política e não só um ou outro. ela parece ser elementar para explicar
esta contra-revolução copernicana proposta por Latour.
Como, por outro lado, voltar às origens? Pelas redes, pois são elas que criam espaço e tempo
e não a história.
A união entre as três dimensões antes purificadas significa analisar em pé de igualdade o
humano e o não-humano, moderno e não-moderno, dito e não dito. Para os modernos, não há
ontologia para a mediação dos intermediários. eles são sempre considerados mosntros,
misturas. Na análise simétrica, por outro lado, as dimensões supracitadas não são as
respostas, onde os exemplos se encaixam. Natureza, sociedade e linguagem estão, na
verdade, sempre sendo redefinidas em conjunto.
→ portanto, a redefinição do nheengatu acompanha uma redefinição da sociedade falante da
língua e de sua natureza.
Na analise simetrica, cada agente defnie o outro e é por ele redefinido. são mediadores, atores
tradutores do conteúdo. → teoria ator-rede
são, portanto, os mdeiadores redefinidores por excelência, que possibilitam sínteses. daí sim o
tempo se torna dinâmico, a história ganha a vida que os modernos só a percebem no discurso
filosófico. tradução(mediação) é que é a história das coisas.
etimologia
RELATIVISMO
uma ciência institucionalizada é uma ciência purificada, que se dividiu o bastante para obter
autonomia...
há um jogo dinamico de distancia e proximidade entre natureza e sociedade. Callon observou
isto afirmando que antropólogo é mediador quando estudar as redes, faznedo analises
simetricas entre ambos os dominios.
foram etnografos que começaram a pensar a tradução cultural. o antropolgo da ciencia deve
ser um etnologo que estuda algo parecido com as culturas? Em certa medida, sim!
ocidentais x outros
nós x eles
humanos x não-humanos
domina e mobiliza a natureza x representa a natureza
por que razão somente os ocidentais dominam a natureza? esta divisão é purificadora por
excelência
há diferentes relativismo:
-o pós-modernismo é um relativismo absoluto, que pensa culturas sem contatos, todas
incomensuráveis, separadas da natureza também.
-na antropologia clássica e no estruturalismo clássico, há uma natureza única, fora das
culturas, que por sua vez, possuem ponto de vista sobre a natureza.
-o universalismo pensa uma das culturas como aquela de acesso privilegiado à natureza
humana, que a separa das outras.
-na antropologia simétrica, todos os coletivos constituem naturezas e culturas. apneas a
dimensão da mobilização irá variar → que seria a mobilização?
ciência é política. é ela quem amplia os coletivos. a politica implicita na ciencia moderna
apresenta impactos peculiares
→ talvez a importancia politica da tradução interlinguistica seja prova disto
→ algumas comunidades indígenas pensaram a religião cristã e sua religião d emodo simétrico
e a crítica purificou este fenomeno por muito tempo? ou só é possível simetria por parte do
antropólogo?
há sociedades que s efundam com certas ciencias, naturalizando-as de tal forma que elas
mesmas não conseguem mais explicar suas tecnincas.
a importancia da empiria: a tradução como prática e como construção de categorias que podem
ser dominadoras. nos construímos a possibilidade de tradução. as ciencias sao redes para a
antropologia simétrica, são construções de comensurabilidades.
modernos são tão bizarros quanto rituais tradicionais: embriologia, fábricas, etc
as redes são sempre limitadas por um canal, ainda que possuam dimensão global.
a ciencia sempre renova as redes, universalizando-as. a ciencia estabiliza objetos que passam
a circular nestas redes. ou seja, a ciencia também é local que se torna global. nao há ciencia
sem contexto, sem intermediários. a rede que conceta local ao globalé que deve ser analisada.
trata-se de observar os agentes e os agenciamentos.
isto nao significa negar as tragedias e conquistas das ciencias. a pior tragedia foi crer que
ocidentais diferem dos demais.
modernos jamas abandonaram a transcendencia. o não-moderno é fortemente processual,
desprovido de meios para durar. quem pode fazer algo durar são os mediadores.
REDISTRIBUIÇAO
as redes devem ser mantidas. por isso, a ciencia não deve morrer, nao é isso que a análise
simétrica propoe. é, portanto, preciso manter o que há de positivo nos modernos. as redes
extensas, as experimentações, o tamanho dos coletivos e a separação da natureza objetiva e
da sociedade livre. dos pré-modernos, ficamos com a não separação das coisas e dos signos,
dos pós-modernos, a desconstrução é em parte, válida, assim como a desnaturalização.
O humano não possui essência. humano é mediação, rede, tradução. é a tradução que
concede forma humana às coisas. o humano combina formas naturais, sociais, discursivas,
existencias e tudo o mais que foi separado.
a ameaça humana está naqueles que buscam uma essencia humana. pensar em essencias e
GERAR TABUS DE TRADUÇÃO. → pensar numa essencia indigena ferida com a essencia do
texto biblico é gerar um tabu para a tradução literária.
o humano também não se reduz a uma mercadoria e a mercadoria não é somente mercadoria
→ crítica à bourdieu
já que não se pode dominar as outras culturas, meio ambiente, etc temos de dar voz aos
representantes das culturas, do meio ambiente, etc.
TRADUÇÃO
"The fact that different kinds of beings see the same things differently is but a consequence of
the fact that different kinds of beings see different things in the same way."
porque diferentes seres vem as coisas pelo mesmo conhecimento, os diferentes seres vem as
mesmas coisas diferentemente.
as ontologias ameríndias são inerentemente comparativas:pressupoem a comparação dos
diferentes meios pelos quais os corpos experimentam naturalmente o mundo, com uma
multiplicidade afectual.
Trata-se de uma antropologia inversa:há uma origem única para as diferentes versões
conceptuais.UIsto impkica numa negação do próprio objeto da antropologia culturalista,
conforme proposto por Latour (Petite réflexion sur le culte moderne des dieux faitiches)
Levi-strauss defendia que o ser humano nega sua própria universalidade. Etnocentrismo talvez
seria exemplo disto.
para o perspectivismo, a diferença está inscrita nos corpos e os corpos entendidos como
sistema de afetos, diferentemente da morfologia material europeia. Há inumeraveis mitos
amerindios exemplificando isto. nos mitos os intrlocutores não estão falando da mesma coisa,
havendo disjunturas na ação narrativa. Um humano convidado a tomar suco de mandioca
descobre que tomou sangue humano, por exemplo...O ponto é que os interlocutores sabem
que não estão falando sobre a mesma coisa. Humanos e onças dão o mesmo nome a coisas
muito diferentes neste mito, assim como, no caso da colonização, europeus e indios estão
falando sobre a humanidade, estão tentando aplicar suas respectivas auto-descrições ao
respectivo outro.
-->importância dos alemaes da wort und sachen...
daí vem a equivocação, destas diferenças ontológicas, que podem ser permeadas por uma
mesma conceptualização, até porque a conceptualização é um processo homogeneo entre os
humanos
-->pensar a conceptualização como una é ser cognitivista.
este problema está nas etnografias e, consequentemente, em todas as pesquisas de campo
-->só naquelas dos antropologos ou isso pode se extender àquelas feitas pelos tradutores?
a equivocação é intercultural
a vida imita a arte, os eventos imitam os mitos
equivocação não é, portanto, não saber a língua do nativo, ingenuidade ou manipulação de
informação. a equivocação é uma categoria constitutiva da antropologia, principalmente tendo
em vista seu projeto de tradução cultural. Equivocação é, portanto, imanente à
antropologia.porque há equivocação que há antropologia.
-->o ponto é: isso implica falar sobre incomensurabilidade? parece que não... parece que esta
categoria constitutiva da antropologia é que possibilita a tradução, pelo fato de haver um
processo universal de conceptualização.
"To translate is to
emphasize or potentialize the equivocation, that is, to open and widen the
space imagined not to exist between the conceptual languages in contact, a
space that the equivocation precisely concealed."
a equivocação não impede a relação. traduzir é se comunicar pelas diferenças
-->respondendo à minha pergunta anterior:os problemas de comunicação são o pretexto para o
diálogo. parece ser esta também a razão de os estudos da tradução existirem...pesquisar
depois se há teóricos dos estudos da tradução que já leram viveiros de castro.
os mal entendidos do antropologo com os nativos não é o mesmo mal entendido dos nativos
para com o antropólogo. não há um único mal entendido, porque há diferentes
ontologias!-->paulada!
a questão nao está, por isso, em ver quem está errado. a equivocação é inerente.
o equivoco pressupoe heteregeneidade de premissas. não se trata de uma contradição
dialética, pois a síntese é infinita.-->sempre estamos mudando...
a equivocação é infinita, ou seja, recursiva.
equivocação é uma ferramenta para objetificação. ela é o limite de qualquer relação
social.-->esa itkonen via a realidade como limite de qualquer analogia.
unívoco x equívoco
unívoco é presupor que há um significado único e transcendente. é erro pressupor que unívoco
precede o equívoco, que o equívoco é cópia malfeita da origem unívoca.
ESTAR FORA DE LÁ
parece que está divisão não é assumida pelos Shokleng. Os mitos shokleng parecem trazes
quase o inverso. Nos seus mitos, shoklengs deixaram marcas nas onças e nas antas, que
agora fazem parte de suas caracteristicas inerentes como seres. Os fatos instituicionais criaram
os fatos brutos! Cultura é que está dada e natureza é construída! Se a onça está no mato, é por
que alguém a colocou lá!
um antropólogo pode dizer se outro antropólogo está errado, porque ambos estão no mesmo
jogo de linguagem, seguindo convenções semelhantes. O erro de urban foi desconsiderar a
equivocação inerente à sua atividade.trata-se de um erro antropológico.
Houve uma redução do outro às próprias convenções do pesquisador.Urban está cheio de
dualismos epistemológicos:representaçao x realidade, literal x metaforico, etc
NEM TODOS HUMANOS
Viagem de milton nascimento com ongs ambientalistas á amazônia, passando pelo rio jordao e
ficando com os kashinaua. O músico usou a palavra "txai" em seu álbum, pois ela era muito
usada pelos kashinaua para se referir a ele.
pediram a eduardo que escrevesse nota no album sobre significado da palavra, porém os
musicos e produtores queriam que se descrevesse um significado específico atribuído por eles
e não pelos kashinaua.
A palavra representava algo como um irmão adotivo e isso nao implica necessariamente em
ser um amigo, conforme o desejo dos musicos. Milton e sua troupie estavam "equivocados" no
sentido atribuido por este artigo. -->talvez txai seja próximo de "parente".
txai entre justamente em oposição aos iramos consaguineos...
antropologia x perspectivismo
multiculturalista x multinaturalista
diferença x indiferença, este é o jogo que rege o perspectivismo. nao há espaço para a
identidade ocidental. estabelece-se a diferença onde a indiferença(nao fazer parte do grupo,
daquela realidade) está presumida.
os mitos amerindios tratam muito de casamentos entre humanos e animais, talvez por isso.
portanto, a teoria tradutoria do perspectivismo tenta analisar simetricamente os discursos
antropologicos e amerindios, o que eduardo chama de sinonimos. A tradução isola o que há de
comum entre os discursos.
Traduzir é pressupor redundancia.
a tradução deve mostrar que os dois discursos não falam sobre a mesma coisa, mostrar as
homonímias.
traduçao nao é nem indução tampouco dedução. é o que Gilbert
Simondon called transduction: determinar a não-identidade dos termos comparados.
a identidade entre sangue de humanos e de onça só ilumina a diferença entre humanos e
onças.
mas talvez todo este processo seja uma equivocação.
-->perspectivismo antropológico e a metodologia empírica em estudos da tradução (jakobson e
traduzibilidade, tradução cultural britânica, metodologias sociolinguísticas da traução, os
falantes do nheengatu são exemplo elementar de nativos tradutores, comparadores internos e
externos do ponto de vista linguístico, o perspectivismo possibilita construir aquelas traduções
que não são possíveis de modo imediato). Há continuidade ontológica entre as comparações
internas e externas --> é a continuidade observada por itkonen, do morfema à realidade
objetiva, limite por excelência.
Entretanto, nem tudo é imediatamente traduzível
A oção de porposta já vai de encontro com a de teoria. Uma teoria aplica-se a uma realidade
pré-definida. Ela possui uma autoridade sobre uma realidade supostamente única que a
cosmopolítica não acredita existir. A proposta cosmopolítica parte da necessidade, apontada
por Latour, de se reduzir o ritmo e de se pensar em algo que fala sentido em situações
concretas. Não se trata de uma superação da política. Ela traz uma ecologia política, uma vez
que uma teoria não se basta em si mesma, necessita do oikos.
A cosmopolítica se distancia do cosmopolitismo, discutido inicialmente por Kant,
relacionado à sociedade civil burguesa em ascensão na europa do XVIII. Há aí uma ética
alternativa à ética cosmopolita, pois o cosmos para kant tem a ver com um mundo do bem
comum, baseado naqueles que se expressam livremente. Este é o mundo da filosofia do direito
estudada por Hegel e desenvolvida por Kant, que deu bases para os direitos humanos,
calcados na noção de cidadania. Daí entra como chave a figura do idiota, emprestada de
Dostoievski. Na grecia antiga o idiota não era cidadão, exatamente por não aderir ao standard
grego, viver sob suas peculiaridades, língua e culturas locais.
O idiota é justamente aquele que é mais lerdo, que anda no ritmo reduzido. Ele dá uma
lição de humildade àquels que crem na autoridade científica. O ritmo reduzido é que, para
Stengers, pode possibilitar a construção de um mundo comum, que não é descartável em si
mesmo. Mas este construtivismo deve ser bem detalhado, pois difere de outros construtivismo,
como aqueles da sociologia, que politiza a ciencia.
O cosmos da cosmopolítica constitui diferentes mundos(ou realidades) em conflito e
suas possíveis articulações. Cosmos é um criador de equalização (simetria de poder) e não de
equivalência. Nenhuma das vozes em jogo dominam a situação discutida. Há um ar de
indeterminação, de susto. Os sustos e os murmúros devem, de alguma forma, ser ouvidos
coletivamente.
→ a crítica à equivalência política de Stengers é compatível com a crítica à equivalência
tradutória, feita por Pym?
→ pode-se dizer que há hoje uma crise empreendedora? Talvez não, pois isto é sempre
silenciado, porém e ecologia política permite evidenciar sinais de crise.
colocar as coisas como actantes parece ser um modo de se proteger da ficção “humanos de
bem irão decidir em nome dos interesses gerais”. Daí, na prática, pensar: como as discussões
podem dar conta daqueles que não tem nada a dizer, sem forçá-los ou seduzi-los a dizer algo?
A proposta então é a da união entre especialista e diplomata
→ seria a uniao entre profeta e principal? o tradutor é especialista em diálogo com diplomatas,
ou isto ainda é ideal?
especialista x diplomata
sua prática não é afetada pela questão x sua prática e existencia são afetados pelas decisões
a capacidade de consulta aos diplomatas é sintoma de volta dos trópicos... os invisíveis devem
ser percebidos, convocados e consultados.
→ pensando serem os nativos invisíveis, Venuti falha ao pensar que os tradutores são
invisíveis, uma vez que eles costumam aceitar toda a lógica supostamente moderna, de
negação das mediações.
a consulta in loco, ou in oikos é fundamental. A riogor, a presença dos diplomatas e de todos
mais que serão afetados pelas decisões não garante nada, mas faz parte da tentativa de por
todos em igualdade, ao invés de pensar que um representante do povo equivale ao interesse
comum desta comunidade, algo demasiado cosmopolita. Por essa razão, a proposta
cosmopolítica não é representativa. O foco na eficácia faz com que os participantes sintam
aquele susto mencionado no início. Além disso, a ideia não é consumar o debate e sim
prolongá-los, de modo experimental, ao inves do “and so...”.
→ Trata-se de um construtivismo próprio deste autores.
http://www.smallwonderfound.org/wonders/pages/media-stengerscosmo-wonders2.html
Vale indagar: todos os europeus estavam de acordo entre si sobre a opinião da conferencia de
valladolid? → não há história única, mesmo na europa... a história única, para Renato, é bae do
evolucionsimo
Tal negociação possui, no mínimo, quatro partes:prós e contras de cada lado das
experimentações.
Há vários modos de ser o outro, conforme discutido por Viveiros de castro em sua discussão
sobre tradução.
o internacionalismo filosófico de Beck é também etnocêntrico. ele remonta aos estóicos e a
Kant. Pensam num único cosmo e, consequentemente, num mononaturalismo. Ora, os conflitos
não são somente sociais...
Pessoas bem intencionadas, como Beck e Bartolomeu de las casas, não resolvem ou previnem
conflitos...
O cosmopolitismo é ainda mais razoável que o humanismo de habermas, que opera redução
racionalista em prol da comunicabilidade.
cosmopolitanismo x cosmopolitica
cosmos dado x construir cosmos
cosmopolitanismo visou a uma ética transnacional. A cosmopolítica, por sua vez, é a cura da
doença da tolerância. questões de guerra e paz não envolvem unicamente humanos...
pare o cosmopolitismo, a guerra é, a rigor, oriunda das diferentes culturas, que recortam um
mesmo e único mundo objetivo. a solução para esta ética é simplista, uma vez que as
diferentes culturas são superfícies de uma realidade objetiva. é a natureza única que deve
reger o conflito para o cosmopolitismo. uma natureza humana única, por exemplo...
daí decorre que somente humanos estão na mesa de negociação.
para shapin, schaffer,latour e stenger, ciência e política duas duas faces da mesma moeda, tal
como significante e significado.
há guerras entre mundos e não guerra mundial. ocidentais lidam de modo pedagógico com a
guerra, pensar que sempre estão no controle, que é impossível perder a guerra que criaram.
em que mundos já pisamos para opinar sobre os indígenas?
o que se propoe com a cosmopolítica é de que os direitos universais deverão ser construídos
juntos, de modo multinatural, sem pensar em línguas francas, sem pensar em deuses como
representações. o cosmopolido (cosmopolita) nega os horrores do nosso tempo e cre que se
deve largar os deuses para se discutir a paz mundial. entretanto, ocorre que em muitas guerras
são deuses e não humanos que estão em conflito.
a ética kantina tenta ir do particular ao universal, fazendo com que as pessoas se despaguem
de suas tradições, de sua terra. O indutivismo que vai do particular para o universal não parece
ser o problema e sim a rapidez com que se cristalizam definição, sem a composição lenta, a
reduzida de ritmo, experimental por excelência. Outro ponto é o privilégio aos humanos. Se as
discussões se limitam aos humanos, já estamos em paz.
Além disso, um paradoxo comum nos discursos científicos e éticos é o seguinte: a ciência é da
natureza ou do coidente? em alguns momentos do primeiro, em outros momentos do segundo,
conforme os interesses argumentativos. A ciência possui um acesso supostamente privilegiado
à naturea única e objetiva, porém a ciência em seu discurso pertence à natureza e não a
alguns humanos.
O mundo comum é de fato digno de ser desejável pelos ocidentais, mas ele deve ser pensado
em negociação, o que implica que seja discutido por diferentes populações, tendo em vista
diferentes ontologias. este é um construtivismo formulado por todos os autores resenhados pra
esta aula. Ela se baseia na importância da mediação das realidades. Tanto as realidades
quanto as mediações possuem história e são heterogeneas. Trata-se, portanto, de realidades
abertas a múltiplas intepretações e a constantes reparos.
Há, portanto, importante revisão do construtivismo neste artigo, para tentar recolocar a crítica
no contexto atual.