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Jamais Fomos Modernos (Buno Latour)

A personificação, figura de linguagem protagonista do texto de latour, representa a


personificação real dos supostos objetos da ciência. Esta é uma, dentre outras, analogias ainda
não analisadas, por alguma razão, pelos modernos. É a formação de híbridos que lemos todos
os dias nos jornais. Há uma história duvidosa dos modernos, supostamente única, afinal tudo
muda sempre. Houve aproximações nunca antes vistas com a globalização. As coisas(ser) e o
poder(fazer), parecem não estar tão separados quanto dizem os discursos modernos.
Nossas analises devem entao religar natureza e cultura. As redes, traduções, devem religar o
que foi separado, não podem ser mais uma atividade reduzida ao ambito discursivo. A
concepção não moderna deve por em pé de igualdade as coisas, os coletivos e os sujeitos.
Deve haver uma simetria entre ciência e política
As redes são como os curdos. estão aí vivos e ativos, porém, silenciados pela europa. A
aproximação entre coisas, coletivos e sujeitos evidencia que há uma iconiciade entre elas? Os
selvagens (contínuos) sempre são diferenciados dos modernos (descontinuos, separam tudo),
mas o dito moderno é tão diferente dos pré-modernos (antigos)?
O tema da modernidade está intimamente ligado ao debate entre unidade e diversidade da
história. Porém, o que é tradução para Latour? Algo semelhante ao gradiente de Charles
Peirce? A tradução para ele deve ser pensada de modo complementar à purificação. Ela diz
respeito às redes, que são atividades políticas de articulação (ecologia, cosmologia, discurso,
etc) contínua, enquanto que a purificação tem a ver com as distinções feitas pela crítica
(natureza vs sociedade vc linguagem, vs ser, etc). O paradaxo decorre de que não há na
prática estas distinções da crítica. Como a crítica separou muito, os híbridos passaram a
proliferar cada vez mais sem serem vistos ou discutidos. Cabe à analise simetrica unir o que
fora separado, compreendendo as razoes destas separações. Este p´rocedimento não é
moderno. A tradução deve, portanto,explicar a purificação que a faz existir.
A antropologia, por sua vez, deve tentar unir o separado -->algo semelhante ao cognitivismo
recente, orientação realista? A base das discussões antropológicas está na ciencia, mais
precisamente no debate entrte Hobbes e Boyle, analisado por Shapin e Schaffer. Esta
discussão fundou uma constituição que instaurou as purificaç~/oes no discurso moderno.
O debate sobre a divisão entre ciencia e política entre os autores ingleses mostra que a analise
simetrica deve comtemplar um autor em sua totalidade. Hobbes não falou so de politica e Boyle
nao falou so de experimentação. → Chomsky deve ser analisado nao so como linguista e
matematico como tambem como cientista politico. são dimensoes simultaneas de suas teorias
A simetria é a busca pela boas analogias...
O debate sobre o fato cientifico fez Boyle aproximar-se da teologia crista e é impossivel
desvincular isso de sua teoria política e cientifica. Hobbes por sua vez, queria evitar
intepretações peculiares da biblia, como feita pelos levellers e pelos diggers, defendia a
republica, com um soberano representante dos cidadaos.
Ha um realismo em Boyle que Latour ve com bons olhos. Boyle defendia que tudo pode ser
testemunhado sob manipulação retórica na experimentação e é justamente a manipulação que
fora criticada por Hobbes. Este debate funda a constituição com a autoriade sobre os
não-humanos que caberia entao, à ciência, com ou sem o labaratorio. → veja o paralelo com a
autoriade sobre os selvagens na mesma epoca...discussao sobre antropologia e cultura é
tambem sobre ciencia.
uma ciencia assim como uma lingua ou qualquer outra pratica social, possui suas redes de
práticas → se estas redes morrem, a prática morre

fazendo um esforço por simetrias, pode-se dizer que nao ha grande diferença entre a
representação cientifica e a repsentação política, ainda que boyle e hobbes tenham se
destacado por uma de cada. A partir deste debate ingles, a ciencia passou a cuidar dos
não-humanos, o cientista passou a ser tradutor da natureza. vale pensar que assim nao há
auto-representação da natureza. decorre outra indagação: os indigenas sao ate hoje objeto da
ciencia, sao somente representados e nao possuem auto-representação pela constituição?
num mesmo discurso, é possível haver tradução e purificação. decorre que a dificuldade de se
analisar isto tem a ver com a força da purificação, que separa ciencia da politica, naturalização
de construtivismo,cria um deus distante, etc e que silencia os hibridos. a tradução é, portanto, a
lacuna dos modernos.
Os modernos ofuscam qualquer analogia com os pré-modernos, por isso também a dificuldade
de se pensar a tradução. Se assume um mundo separado, ainda que a prática mostre o
contrário. Tal jogo de omissões impede que o moderno seja pensado nos termos dos
modernos.
A crítica, por exemplo, sempre opera sob mecanismos de sacrifício de um culpado (liberdade,
desiguladade, etc). O pós-modernismo é, por sua vez, sintoma da descrença apática na
Constituição. Também rejeita quaisquer empirismos e assume a impossibilidade da síntese.
Torna-se necessária uma releitura do moderno e do que ele nega. → o gerativismo, por
exmplo, tenta ser moderno, negando quaisquer traduções. Ora, as línguas estão sempre em
contato, a tradução é cotidiana.

Afinal, não somos tão diferentes dos coletivos pré-modernos. O jeito é estudar os
não-modernos.

REVOLUÇÃO

Por que a purificação, antes privilegiada, parece hoje tão escandalizada? Os híbridos
multiplicaram-se muito. → algo talvez ligado à revolução digital.
Não se explica os quase-objetos de modo moderno, nem mesmo como simples mistura de
entidades puras. os híbridos possibilitam pluralidade de ontologias. A análise deve por em pé
de igualdade as dimensões modernas das não-modernas, para analisar a proliferação dos
híbridos (quase-objetos).
Revendo a história da filosofia, pode-se dizer que a oposição sujeito x objeto de Kant e Hegel é
um marco purificador, ainda que a dialética hegeliana aponte contradições importantes. Ela
tentou percorrer os pré-modernos (teologia de hegel?), mas nao conseguiu bolir o dualismo
sujeito x objeto da fenomenologia de Kant. Outra oposição surgiu com força: natureza x
espírito. Outro marco purificador é o conjunto de semióticas do século XX, que tentam a
autonomia da linguagem. Ocorre que as filosofias são tudo o que não querem ser em seus
discursos. As mediações entre sujeito e objeto são meras etapas para o discurso filosofico e a
autonomia da linguagem está longe de ser percebida na prática. Estruturalismo é fortemente
purificador. Mesmo na fenomenologia husserliana, não há síntese.
Latour, assim como Bourdieu, é crítico de habermas, que ainda defendia a força da razão. A
crítica à habermas é justamente a falta de prática. Sobre este tema, os dois franceses
discorreram... daí as polêmicas.
A linguagem é uma das mediações entre natureza e cultura. O problema foi o distanciamento
autonomista surgido no estruturalismo. A linguagem é fundamental como terceira ferramente
que opera com conjunto com natureza e sociedade. Parece que a pós-modernidade tentou
separar fortemente os três.
Os objetos tem se tornado cada vez mais sujeitos hoje e vice-versa. Ou seja, a metafísica
ocidental nunca se consolidou...
→ o empirismo de latour acompanha os estudos empíricos da tradução?

crítica à história única, moderna é o que possibilita a pluralidade de ontologias. O projeto de


história moderna é vanguardista, o que implica numa concepção peculiar de progresso. →
nota-se os paradoxos do moderno ao vermos que a própria construção de uma nação dita
moderna passa por processos arcaizantes, é eliminação e, ao mesmo tempo, conservação do
passado.
Pior que isso é pensar que os modernos almejam suprimir as origens...Há portanto, assimetria
entre passado (antigos) e futuro (modernos)
O progresso é um conceito que reduz os híbridos quase-objetos, que os modernos não
conseguem explicar. eles, os hibridos, são reduzidos à história única.
→ o vanguardismo de alguns discursos modernos almejam a revisão de um passado que
jamais desapareceu. Chomsky faz isso de modo exemplar ao propor uma linguística
cartesiana. Trata-se de retórica diferente daquela que tenta trazer passado de fato abolido:ler
Wundt, Garder, Herman Paul hoje parece sinonimo de atraso...
O tempo, linear para os modernos, é forma de classificação, está mais para espiral. Somos
sempre uma mistura de tempos. Além disso, não há tradição estável
→ comemos nuggets e pirão
“sempre selecionamos ativamente elementos pertencentes a tempos diferentes” → talvez seja
o caso da inculturação constante do cristianismo.

a tradução é ciência e política e não só um ou outro. ela parece ser elementar para explicar
esta contra-revolução copernicana proposta por Latour.

→ como modernizar as populações do rio negro? como representá-las adequadamente? estas


são perguntas notadamente modernas...

Como, por outro lado, voltar às origens? Pelas redes, pois são elas que criam espaço e tempo
e não a história.
A união entre as três dimensões antes purificadas significa analisar em pé de igualdade o
humano e o não-humano, moderno e não-moderno, dito e não dito. Para os modernos, não há
ontologia para a mediação dos intermediários. eles são sempre considerados mosntros,
misturas. Na análise simétrica, por outro lado, as dimensões supracitadas não são as
respostas, onde os exemplos se encaixam. Natureza, sociedade e linguagem estão, na
verdade, sempre sendo redefinidas em conjunto.
→ portanto, a redefinição do nheengatu acompanha uma redefinição da sociedade falante da
língua e de sua natureza.
Na analise simetrica, cada agente defnie o outro e é por ele redefinido. são mediadores, atores
tradutores do conteúdo. → teoria ator-rede

são, portanto, os mdeiadores redefinidores por excelência, que possibilitam sínteses. daí sim o
tempo se torna dinâmico, a história ganha a vida que os modernos só a percebem no discurso
filosófico. tradução(mediação) é que é a história das coisas.

etimologia

causa > cousa


objeto influencia sujeitos causais. as traduções, portanto, mobilizam povos e coisas.

coisas também são atores


As quatro vertenes filosóficas se misturam facilmente na prática cotidiana e seus
quase-objetos. Afinal, estas divisões entre ser e fazer, natureza, sociedade e linguagem, são
modernas.
Os quase-objetos são reais, traçam redes que, por sua vez, são sociais, seres, e discursos. A
síntese é, portanto, não-moderna, por via do real.
→ aqui entra a discussão cosmopolítica: até que ponto da realidade é modificada pelos
coletivos? o discurso moderno tende a pensar coletivos de modo estável, para poder
classificá-los...
→ a dúvida que paira é a de, até que ponto rede é semelhante a mercado (bourdieu)

RELATIVISMO

a antropologia simétrica deve estudar, para além da cultura, os conhecimentos (linguagem) e


as ontologias (natureza, coisas). Um exemplo de assimetria é a purificação de bachelard, entre
ciência e ideologia. ciência é que deveria ser analisada em detrimento da ideologia. Decorre
que há uma ética da análise simétrica, pois ela dá voz aos detritos, aos perdedores, aos
cientistas fracassados, daí sim se entende melhor porque o vencedor foi de fato vencedor. os
objetos também devem estar em pé de igualdade, pois o que seria de pasteur sem seus
ojbetos?

→ há semelhança entre skopos theory e príncipio de simetria?

uma ciência institucionalizada é uma ciência purificada, que se dividiu o bastante para obter
autonomia...
há um jogo dinamico de distancia e proximidade entre natureza e sociedade. Callon observou
isto afirmando que antropólogo é mediador quando estudar as redes, faznedo analises
simetricas entre ambos os dominios.

foram etnografos que começaram a pensar a tradução cultural. o antropolgo da ciencia deve
ser um etnologo que estuda algo parecido com as culturas? Em certa medida, sim!

ocidentais x outros
nós x eles
humanos x não-humanos
domina e mobiliza a natureza x representa a natureza

por que razão somente os ocidentais dominam a natureza? esta divisão é purificadora por
excelência

foi, portanto, fundamental a volta dos trópicos...


as redes são um macro presente no ocidente e nas sociedades tradicionais → amplia e atualiza
levi-strauss
→ as outras culturas não purificam?
a noção de cultura é muito distanciada, “é outra cultura”. Afinal, não há choque com os outros,
pois a definição de cultura é afastamento da natureza. Há, portanto, naturezas-culturas

há diferentes relativismo:
-o pós-modernismo é um relativismo absoluto, que pensa culturas sem contatos, todas
incomensuráveis, separadas da natureza também.
-na antropologia clássica e no estruturalismo clássico, há uma natureza única, fora das
culturas, que por sua vez, possuem ponto de vista sobre a natureza.
-o universalismo pensa uma das culturas como aquela de acesso privilegiado à natureza
humana, que a separa das outras.
-na antropologia simétrica, todos os coletivos constituem naturezas e culturas. apneas a
dimensão da mobilização irá variar → que seria a mobilização?

ou seja, a volta dos trópicos traz a questão: a natureza é universal?


é possível análise simetrica entre ciencia e conhecimentos tradicionais?
as composições são redes? são analogias?
a análise simétrica estabelece igualdade para uma posterior análise das relações de poder →
talvez aqui caiba a critica á bourdieu, que analisa politicamente antes da simetria

as relações de poder pressupoem que há coletivos maiores que outros.

as ciencias tornam atores os não-humanos


nunca há reflexo e sim redes(traduções) entre quase-objetos, sociedade, natureza e discurso.

ciência é política. é ela quem amplia os coletivos. a politica implicita na ciencia moderna
apresenta impactos peculiares
→ talvez a importancia politica da tradução interlinguistica seja prova disto

análise da assimetria da matemática: purificou a composição

→ algumas comunidades indígenas pensaram a religião cristã e sua religião d emodo simétrico
e a crítica purificou este fenomeno por muito tempo? ou só é possível simetria por parte do
antropólogo?

há sociedades que s efundam com certas ciencias, naturalizando-as de tal forma que elas
mesmas não conseguem mais explicar suas tecnincas.

a ciencia ocidental opera com praticas silenciosas devido à purificação, diferenciando-se de


outros coletivos. a diferenciação é fruto da purificação.

a importancia da empiria: a tradução como prática e como construção de categorias que podem
ser dominadoras. nos construímos a possibilidade de tradução. as ciencias sao redes para a
antropologia simétrica, são construções de comensurabilidades.

o mundo nunca foi desencantado, como disse Weber

modernos são tão bizarros quanto rituais tradicionais: embriologia, fábricas, etc

as redes são sempre limitadas por um canal, ainda que possuam dimensão global.

stengers e callon são teóricos das redes

a ciencia sempre renova as redes, universalizando-as. a ciencia estabiliza objetos que passam
a circular nestas redes. ou seja, a ciencia também é local que se torna global. nao há ciencia
sem contexto, sem intermediários. a rede que conceta local ao globalé que deve ser analisada.
trata-se de observar os agentes e os agenciamentos.

isto nao significa negar as tragedias e conquistas das ciencias. a pior tragedia foi crer que
ocidentais diferem dos demais.
modernos jamas abandonaram a transcendencia. o não-moderno é fortemente processual,
desprovido de meios para durar. quem pode fazer algo durar são os mediadores.

substitui-se entao essencias por tradutores que dao sentido ao mundo.

REDISTRIBUIÇAO
as redes devem ser mantidas. por isso, a ciencia não deve morrer, nao é isso que a análise
simétrica propoe. é, portanto, preciso manter o que há de positivo nos modernos. as redes
extensas, as experimentações, o tamanho dos coletivos e a separação da natureza objetiva e
da sociedade livre. dos pré-modernos, ficamos com a não separação das coisas e dos signos,
dos pós-modernos, a desconstrução é em parte, válida, assim como a desnaturalização.
O humano não possui essência. humano é mediação, rede, tradução. é a tradução que
concede forma humana às coisas. o humano combina formas naturais, sociais, discursivas,
existencias e tudo o mais que foi separado.
a ameaça humana está naqueles que buscam uma essencia humana. pensar em essencias e
GERAR TABUS DE TRADUÇÃO. → pensar numa essencia indigena ferida com a essencia do
texto biblico é gerar um tabu para a tradução literária.
o humano também não se reduz a uma mercadoria e a mercadoria não é somente mercadoria
→ crítica à bourdieu

deve haver uma simetria fundamental, a saber, entre humanos e coisas

a natureza, a sociedade e a linguagem existentes estão nas práticas reais de mediação.


a constituição não moderna precisa dar liberdade à tradução, dar liberdade para a
recombinação contínua, que gera historicidade. ela também deve garantir a desaceleração
como produção consensual dos híbridos, uma democracia das coisas, que conceda
democracia religiosa, canais para a discussão oficial e pública sobre a ciência. deve privilegiar
a experimentação em vez da objetividade. parlamento das coisas dá voz aos mediadores, para
falarem sobre os quase-objetos por eles criados.
a tradução pode ser sim uma traição, mas é impossível saber sobre isso.
a traição na representação é crença dos que aceitaram as purificações. afinal, os cientistas só
parecem trair a realidade objetiva pelo fato de construirem(redefinirem) ao memso tempo suas
sociedades e suas naturezas.

já que não se pode dominar as outras culturas, meio ambiente, etc temos de dar voz aos
representantes das culturas, do meio ambiente, etc.

Antropologia perspectivista e o método da equivocação controlada (Viveiros de Castro)

a importância da comparação na pesquisa antropológica: fazer antropologia é comparar


antropologias --> eco do cognitivismo

o que se compara em antropologia é sempre comparações. Esta é a proposta de Marilyn


Strathern, que defende que a cultura é o modo como as pessoas elaboram analogias entre
diferentes domínios de seus mundos. Daí decorree que cada cultura é um processo
muldimensional de comparação. Se estudamos a cultura por meio da cultura(Roy Wagner),
qualquer operação da pesquisa antropológica possui alguma propriedade cultural. Logo,
comparações internas e externas à cultura do antropológo possuem continuidade ontológica.
Entretanto, comparação direta não significa traduzibilidade imediata, assim como a tal
continuidade ontológica não implica numa transparência epistemológica. Como podemos traçar
as analogias das populações amazônicas nos termos de nossas próprias analogias?
O que ocorre quando comparamos nossas analogias antropológicas às analogias das
populações amazônicas?
Perspectivismo e equivocação controlada são abordagens utilizadas.
Levi-strauss colocou pensamento amerindio em posição de prestígio na pesquisa
antropológica, porém a contribuição conceptual destas populações à antropologia ainda não foi
consumada.

TRADUÇÃO

antropologia perspectivista é antropologia híbrida. Híbrida do multiculturalismo antropológico e


ontologia uninaturalista (pesquisar) e da cosmopráxis ameríndia. Ela é unicultural e
multicultural. As populações estudadas são, ao mesmo tempo, agentes teóricos e sujeitos
passivos de pesquisa.
O problema da antropologia não é definir qual relação social é seu objeto e sim qual objeto,
entre o antropólogo e o nativo, constitui de fato uma relação social.
A comparação não é portanto, o primeiro passo da pesquisa. Ela se dá em todo o processo de
investigação.
Cultura é um imenso processo de comparação-->tal como a língua para itkonen é muitos
cognitivistas adeptos do realismo experimental.

tanto o pesquisador quanto o nativo estão articulados em operações intelectuais comparáveis,


ambos estão analisando culturas na prática antropológica e tal análise é sobretudo
comparativa, analógica.
a comparação interna é chamada de "analogia entre domínios" e a comparação externa é a
"invenção da cultura"
como se dá este processo de reconceptualização do antropólogo? aqui que vem o conceito de
equivocação, pois a tradução das práticas nativas e discursos nativos nos conceitos
antropológicos se dá desde o primeiro segundo em pesquisa de campo, quando não antes
dela! É necessário controlar as comparações destas antropologias (do nativo e do pesquisador)
é a tarefa constituiva da disciplina antropologia.
O que é tradução? A tradução cultural é da antropologia, mas...
a comparação está a serviço da tradução. Tradução não é generalização nem interpretação. A
boa tradução trai a língua-alvo...-->walter benjamin
há uma teoria da tradução presente no perspectivismo ameríndio, que pode ou não modificar a
concepção benjaminiana de tradução.
o perspectivismo entende a tradução como processo de equivocação controlada. O
perspectivismo indígena lida com alteridade referencial entre conceitos homônimos. trata-se d
eum modo de comunicação entre diferentes perspetivas.
O conceito de perspectivismo está calcado no pensamento ameríndio, especificamente em sua
cosmologia. Tal cosmologia imagina o universo permeado por humanos e não humanos, ambos
com o mesmo tipo de alma, com mesmos conjuntos de habilidades cognitivas e volitivas. Ou
seja, mesmas almas são mesmos conjuntos de conceitos, pessoas com almas iguais vem as
coisas da mesma forma. Em almas diferentes, há correlatos referenciais. O que as onças vem
como suco de mandioca os humanos vem como sangue. trata-se de uma visão peculiar sobre
diferentes mundos que não deriva da alma, pois ela é a essencia comum de todos os seres. as
diferenças, para o perspectivismo amerindio, estão corporificadas entre os diferentes afetos
das diferentes espécies. Para o perspectivismo, humanos e não-humanos estão
misturados.-->latour é consequencia da influencia do perspectivismo na antropologia
contemporanea.
Perspectivismo amerindio pressupoe unidade espiritual e diversidade corporal, diferente da
concepção moderna natureza vs cultura.Para eles, há uma cultura e múltiplas
naturezas!Trata-se d eum relativismo natural e não de um relativismo cultural, defendido por
algumas antropologias...
ou seja, há unidade representativa(fenomenologica, perceptual) e diversidade objetiva
(multinaturalismo)
as diferentes especies referem-se, portanto, a diferentes coisas, segundo o perspectivismo
amerindio. Há portanto uma constante epistemologia e uma diversidade ontológica.Um mesmo
significado e múltiplos referentes.-->em lugares onde a natureza é tão vasta, a ontologia é
diversificada, parece fazer sentido.
a tradução é a principal tarefa do xamanismo no perspectivismo amerindio. os xamas buscam
sinonimos e evitar homônimos equivocados. ideia é buscar um sinonimo em sua lingua para a
representação da mesma coisa na outra espécie. As diferentes espécies nunca falam sobre a
mesma coisa. --> numa se fala sobre uma mesma ontologia...
Esta ideia parece contra-intuitiva à primeira vista. Ela é a equivocação a ser controlada.

"The fact that different kinds of beings see the same things differently is but a consequence of
the fact that different kinds of beings see different things in the same way."
porque diferentes seres vem as coisas pelo mesmo conhecimento, os diferentes seres vem as
mesmas coisas diferentemente.
as ontologias ameríndias são inerentemente comparativas:pressupoem a comparação dos
diferentes meios pelos quais os corpos experimentam naturalmente o mundo, com uma
multiplicidade afectual.
Trata-se de uma antropologia inversa:há uma origem única para as diferentes versões
conceptuais.UIsto impkica numa negação do próprio objeto da antropologia culturalista,
conforme proposto por Latour (Petite réflexion sur le culte moderne des dieux faitiches)

Levi-strauss defendia que o ser humano nega sua própria universalidade. Etnocentrismo talvez
seria exemplo disto.

a dificuldade de compressnão mutua entre europeus e nativos na colonização se deu, segundo


levi-strauss pela negação do outro. Portanto, a incompreensão não era a essencia desta
relação!
Levi-strauss observou uma assimetria: enquanto europeus se valiam das ciencias sociais em
suas argumentações, pensando que os indigenas nao eram humanos e os nativos pareciam
atentar para dominios das ciencias naturais, pensando que os europeus faziam parte daquela
natureza, que eram deuses. Apesar de apresentar igual ignorancia sobre o outro, o outro do
outro não é exatamente o outro do mesmo.
Tendo esta análise em vista, viveiros de castro postula que o perspectivismo amerindio situa
grandes diferenças no que diz respeito ao corpo e não ao espírito dos seres. Para os europeus,
a diferença ontológica está na alma, na mente(natureza x cultura, não-humano x humano),
enquanto que para os indigenas a diferença ontológica está no corpo. Vale pensar que os
europeus nunca duvidaram que os indigenas tivessem ou nao corpos, diferentemente do
questionamento indígena.Até porque os animais também possuem corpos. E os indigenas
nunca duvidaram que os europeus nao tivessem almas.Até porque animais e espíritos
possuem almas também.
Portanto, o etnocentrismo europeu está em duvidar se outros corpos possuem as mesmas
almas que os humanos, enquanto que o etnocentrismo amerindio consistiu, por sua vez, em
duvidar se outras almas possuiam os mesmos corpos.

A ANTROPOLOGIA dos mal entendidos

para o perspectivismo, a diferença está inscrita nos corpos e os corpos entendidos como
sistema de afetos, diferentemente da morfologia material europeia. Há inumeraveis mitos
amerindios exemplificando isto. nos mitos os intrlocutores não estão falando da mesma coisa,
havendo disjunturas na ação narrativa. Um humano convidado a tomar suco de mandioca
descobre que tomou sangue humano, por exemplo...O ponto é que os interlocutores sabem
que não estão falando sobre a mesma coisa. Humanos e onças dão o mesmo nome a coisas
muito diferentes neste mito, assim como, no caso da colonização, europeus e indios estão
falando sobre a humanidade, estão tentando aplicar suas respectivas auto-descrições ao
respectivo outro.
-->importância dos alemaes da wort und sachen...
daí vem a equivocação, destas diferenças ontológicas, que podem ser permeadas por uma
mesma conceptualização, até porque a conceptualização é um processo homogeneo entre os
humanos
-->pensar a conceptualização como una é ser cognitivista.
este problema está nas etnografias e, consequentemente, em todas as pesquisas de campo
-->só naquelas dos antropologos ou isso pode se extender àquelas feitas pelos tradutores?
a equivocação é intercultural
a vida imita a arte, os eventos imitam os mitos
equivocação não é, portanto, não saber a língua do nativo, ingenuidade ou manipulação de
informação. a equivocação é uma categoria constitutiva da antropologia, principalmente tendo
em vista seu projeto de tradução cultural. Equivocação é, portanto, imanente à
antropologia.porque há equivocação que há antropologia.
-->o ponto é: isso implica falar sobre incomensurabilidade? parece que não... parece que esta
categoria constitutiva da antropologia é que possibilita a tradução, pelo fato de haver um
processo universal de conceptualização.

"To translate is to
emphasize or potentialize the equivocation, that is, to open and widen the
space imagined not to exist between the conceptual languages in contact, a
space that the equivocation precisely concealed."
a equivocação não impede a relação. traduzir é se comunicar pelas diferenças
-->respondendo à minha pergunta anterior:os problemas de comunicação são o pretexto para o
diálogo. parece ser esta também a razão de os estudos da tradução existirem...pesquisar
depois se há teóricos dos estudos da tradução que já leram viveiros de castro.

a suposta incomensurabilidade está longe de impedir as comparações, essencia da


antropologia.
equivocação não é, portanto, uma falha no entendimento e sim uma falha em entender que as
interpretações não saõ as mesmas e as ontologias também não são as mesmas.
nas comsologias amerindias, o mundo real das diferentes espécies depende de seus
respectivos pontos de vista, uma vez que o mundo geral consiste nas diferentes espécies.O
mundo real é o ponto de divergencias entre os pontos de vista das diferentes espécies
coisas e seres são pontos de vista em si mesmos, para citar Deleuze.
A questão amerindia é:
Qual mundo é expresso pelos macacos? e não:como os macacos vem o mundo?-->questão
clássica do relativismo boasiano
***em qual mundo os macacos são o ponto de vista?

os mal entendidos do antropologo com os nativos não é o mesmo mal entendido dos nativos
para com o antropólogo. não há um único mal entendido, porque há diferentes
ontologias!-->paulada!

a questão nao está, por isso, em ver quem está errado. a equivocação é inerente.
o equivoco pressupoe heteregeneidade de premissas. não se trata de uma contradição
dialética, pois a síntese é infinita.-->sempre estamos mudando...
a equivocação é infinita, ou seja, recursiva.
equivocação é uma ferramenta para objetificação. ela é o limite de qualquer relação
social.-->esa itkonen via a realidade como limite de qualquer analogia.

o próprio conceito de cultura é equivocação que surge na tentativa de resolver problemas de


interculturalidade. trata-se de imaginar uma cultura para populações que podem não se
imaginar taõ separadas das demais.-->ecos de latour, equivocação tem a ver com jogo entre
híbridos e purificação.

mesmo quando mal-entendidos são transformados em entendimentos, quando uma população


interpreta os presentes europeus como commodities, os mal-entendidos ainda persistem. o
outro do outro é sempre um outro.

unívoco x equívoco

unívoco é presupor que há um significado único e transcendente. é erro pressupor que unívoco
precede o equívoco, que o equívoco é cópia malfeita da origem unívoca.

ESTAR FORA DE LÁ

o equívoco não é erro.


A etnografia de Urban diz que sociedade é, com base nos Shokleng, construção discursiva.

fatos brutos vs. fatos institucionais(Searle)


rios casamentos
DADOS CONSTRUÍDO
NATUREZA CULTURA
-->ótimo para criticar lenita

parece que está divisão não é assumida pelos Shokleng. Os mitos shokleng parecem trazes
quase o inverso. Nos seus mitos, shoklengs deixaram marcas nas onças e nas antas, que
agora fazem parte de suas caracteristicas inerentes como seres. Os fatos instituicionais criaram
os fatos brutos! Cultura é que está dada e natureza é construída! Se a onça está no mato, é por
que alguém a colocou lá!

A interpretação de Urban, contrastada com os mitos que compilou trazem equivocações


exemplares! O discurso antropologico e discurso nativo confrontados!
Urban tenta solucionar estes contrastes com a tradução cultural da antropologia clássica. Para
ele, a criação do universo animal é uma metáfora da criação humana. Ou seja, privilegia o
humano na tentativa de explicação. O humano seria o literal e o animal figurativo do humano.
Será que os sheklong concordam com esta explicação?
-->o empirismo de viveiros de castro e latour pode ser aplicado de que maneira nos textos
traduzidos?
Parece que Urban concorda com algumas coisas ditas pelos Shokleng. O que ele nao
concorda, ele explica purificando. Os antropólogos parecem sempre concordar com as
explicações sociológicas so nativos, porém possuem dificuldade de aceitar as explicações
sobre a natureza oriunda destas populações pesquisadas.
a natureza como algo fora da cultura, para urban. Erro do antropólogo?

um antropólogo pode dizer se outro antropólogo está errado, porque ambos estão no mesmo
jogo de linguagem, seguindo convenções semelhantes. O erro de urban foi desconsiderar a
equivocação inerente à sua atividade.trata-se de um erro antropológico.
Houve uma redução do outro às próprias convenções do pesquisador.Urban está cheio de
dualismos epistemológicos:representaçao x realidade, literal x metaforico, etc
NEM TODOS HUMANOS

Viagem de milton nascimento com ongs ambientalistas á amazônia, passando pelo rio jordao e
ficando com os kashinaua. O músico usou a palavra "txai" em seu álbum, pois ela era muito
usada pelos kashinaua para se referir a ele.
pediram a eduardo que escrevesse nota no album sobre significado da palavra, porém os
musicos e produtores queriam que se descrevesse um significado específico atribuído por eles
e não pelos kashinaua.
A palavra representava algo como um irmão adotivo e isso nao implica necessariamente em
ser um amigo, conforme o desejo dos musicos. Milton e sua troupie estavam "equivocados" no
sentido atribuido por este artigo. -->talvez txai seja próximo de "parente".
txai entre justamente em oposição aos iramos consaguineos...

antropologia x perspectivismo
multiculturalista x multinaturalista

o parentesco ocidental tende a possuir relações lógicas.tende à unificação, à assimilação. o


principio de relação perspectivista é, pelo contrario, a diferença. chamar alguem de irmão
adotivo pelos amerindios tem a ver com nomear alguem que nao se enquadra no próprio
parentesco.cria-se uma relação até entao inexistente, é algo generico.

diferença x indiferença, este é o jogo que rege o perspectivismo. nao há espaço para a
identidade ocidental. estabelece-se a diferença onde a indiferença(nao fazer parte do grupo,
daquela realidade) está presumida.
os mitos amerindios tratam muito de casamentos entre humanos e animais, talvez por isso.
portanto, a teoria tradutoria do perspectivismo tenta analisar simetricamente os discursos
antropologicos e amerindios, o que eduardo chama de sinonimos. A tradução isola o que há de
comum entre os discursos.
Traduzir é pressupor redundancia.
a tradução deve mostrar que os dois discursos não falam sobre a mesma coisa, mostrar as
homonímias.
traduçao nao é nem indução tampouco dedução. é o que Gilbert
Simondon called transduction: determinar a não-identidade dos termos comparados.
a identidade entre sangue de humanos e de onça só ilumina a diferença entre humanos e
onças.
mas talvez todo este processo seja uma equivocação.
-->perspectivismo antropológico e a metodologia empírica em estudos da tradução (jakobson e
traduzibilidade, tradução cultural britânica, metodologias sociolinguísticas da traução, os
falantes do nheengatu são exemplo elementar de nativos tradutores, comparadores internos e
externos do ponto de vista linguístico, o perspectivismo possibilita construir aquelas traduções
que não são possíveis de modo imediato). Há continuidade ontológica entre as comparações
internas e externas --> é a continuidade observada por itkonen, do morfema à realidade
objetiva, limite por excelência.
Entretanto, nem tudo é imediatamente traduzível

experimental-realista? pesquisar tradução é comparar traduções?


-presença do cognitivismo
-crítica a Derrida
-rever anotações sobre os videos de anthony pym, pois lá ele tenta diferenciar a tradução
cultural da tradução textual, por meio da empiria.

The cosmopolitical proposal (Isabelle Stengers)

A oção de porposta já vai de encontro com a de teoria. Uma teoria aplica-se a uma realidade
pré-definida. Ela possui uma autoridade sobre uma realidade supostamente única que a
cosmopolítica não acredita existir. A proposta cosmopolítica parte da necessidade, apontada
por Latour, de se reduzir o ritmo e de se pensar em algo que fala sentido em situações
concretas. Não se trata de uma superação da política. Ela traz uma ecologia política, uma vez
que uma teoria não se basta em si mesma, necessita do oikos.
A cosmopolítica se distancia do cosmopolitismo, discutido inicialmente por Kant,
relacionado à sociedade civil burguesa em ascensão na europa do XVIII. Há aí uma ética
alternativa à ética cosmopolita, pois o cosmos para kant tem a ver com um mundo do bem
comum, baseado naqueles que se expressam livremente. Este é o mundo da filosofia do direito
estudada por Hegel e desenvolvida por Kant, que deu bases para os direitos humanos,
calcados na noção de cidadania. Daí entra como chave a figura do idiota, emprestada de
Dostoievski. Na grecia antiga o idiota não era cidadão, exatamente por não aderir ao standard
grego, viver sob suas peculiaridades, língua e culturas locais.
O idiota é justamente aquele que é mais lerdo, que anda no ritmo reduzido. Ele dá uma
lição de humildade àquels que crem na autoridade científica. O ritmo reduzido é que, para
Stengers, pode possibilitar a construção de um mundo comum, que não é descartável em si
mesmo. Mas este construtivismo deve ser bem detalhado, pois difere de outros construtivismo,
como aqueles da sociologia, que politiza a ciencia.
O cosmos da cosmopolítica constitui diferentes mundos(ou realidades) em conflito e
suas possíveis articulações. Cosmos é um criador de equalização (simetria de poder) e não de
equivalência. Nenhuma das vozes em jogo dominam a situação discutida. Há um ar de
indeterminação, de susto. Os sustos e os murmúros devem, de alguma forma, ser ouvidos
coletivamente.
→ a crítica à equivalência política de Stengers é compatível com a crítica à equivalência
tradutória, feita por Pym?

A autora cita alguns exemplos que problematizam a presença e a representação,


discussões basilares para a cosmopolítica. Um deles é o caso dos experimentos com animais,
que gera impasses éticos. Ela destaca os casos nos quais a experimentação aparenta possuir
uma causa legítima. As tentativas de equivalência como, por exemplo, criar escalas para
mesurar qual animal sofre mais e qual sofre menos são, para a autora, problemáticas. As
escalas são altamente manipuláveis, deixando as consequencias de tais manipulações sob
atenção de algum mercado, que decidirá sobre elas. “isso não é comigo, é com OMS, é com
comissão de ética”.
Deve-se pensar que os experimentos seguem uma séria de rituais, dentre os quais
legitimam a transparência e os avanços que a ciência traz para o conhecimento universal. A
ideia é forçar os cientistas a se expor, a decidirem. → O laboratório, segundo Latour, foi
fundado para os cientistas decidirem pela natureza.
Trata-se de, ao inves da equivalencia, propor uma perspectiva etho-ecológica, na qual o
ethos está intimamente ligado ao oikos. O laboratório é um exemplo ótimo para isso, uma vez
que os cientistas modelam a realidade e se modelam por ela. Ele transforma o ambiente e é
por ele transformado. No que o pesquisador se torna ao longo da experimentação? esta parece
ser uma boa questão. Quais sao as necessidades do pesquisador e as consequencias às suas
vítimas? Isto é definido como um evento cósmico.
→ num exercício de aplicação, quais são os impactos da tradução? nela os costumes de
populações falantes são remodelados.
O estranho mundo em que vivemos segue inumeros rituais. dentre eles, sempre se fala sobre
os sacrificos por que se deve passar quando se vive sob um ética competitiva. o sacrifício é a
possibilidade de sobrevivência. Há inumeras cerimonias para reconher os vencedores, que
conquistam créditos, medalhas, etc. E se não houvessem tais comemorações?
Parece que buscar a paz num mundo estranho como o nosso é intolerável. A proposta idiótica
mostra nosso estatuto etho-ecológico, nossa aceitação das guerras econômicas como algo
comum.
A ecologia política busca, portanto a criação de um ambiente dissociado de categorias
pré-estabelecidas, que despreza o geral, o comum da ética kantiana, para a criação de uma
memória ativa. Não haverá juízes externos que asseguram interesses que prevalecem.
→ o que seria um juíz externo? a ONU, Deus transcendente?
Nenhum dos participantes poderão se sentir subordinados a uma teoria ou algo
semelhante. Ou seja, o ethos do pesquisador não pode ser reduzido a um representante de
uma teoria. Isto leva a dizer que a cosmopolítica possui uma dimensão utópica. Mas é uma
utopia que visa a uma transformação que afetará, literalmente a tudo (realidades) e a todos
(seres). O pressuposto é de que vivemos num mundo perigoso, no qual qualquer proposição
pode ser falsificada, onde nós é que inventamos a política e ao mesmo tempo podemos,
infelizmente, reduzí-la a um jogo vazio de participantes, destruindo assim nossas realidades.
Há um compromisso com as pessoas do mundo, que podem ser vítimas da ciência.
Ora, a ciência de Gelileu e Newton não explicou nada. Eles criaram redes, com eventos
associados a ua nova era que necessitava ser explicada. Não há estabilidade ontológica nestas
redes, como em qualquer rede, a função delas foi concetar humanos a não-humanos. Não
salvar a humanidade, como já afirmaram alguns cientistas, com promessas de que a ciência
levada a países não industrializados traria o progresso. A ciência galileana é empreendedora.
→ ciencias empreendedoras separam ethos do oikos ou concetam-lhes de maneira
diferente?
empreendedor x ativista
partes interessadas x se interessam por aquilo que ninguem se interessa

→ pode-se dizer que há hoje uma crise empreendedora? Talvez não, pois isto é sempre
silenciado, porém e ecologia política permite evidenciar sinais de crise.

ecologia política é anti-mecânica e anti-harmônica (biológica): ambas as argumentações


se purificam, valendo-se da intuição e do instinto, em detrimento dos artifícios do pensamento.
Ao invés disso, a ecologia política propõe o reino dos actantes, tal como a química do século
XVIII (Boyle, Lavoisier,etc), afinal tudo está em constante mutação, há várias realidades, uma
vez que elas estão sendo constantemente modificadas. Estas premissas foram negadas da
química, quando ela passou a ser rebaixada, como física aplicada. Ou seja, a multiplicidade
ontológica é elementar com esta química. A obra de François Julien Propensitivity of things,
traz tal aproximação com clareza.
Desta forma, só se pode propor uma democracia desprovida de essências humanas,
pensando a política sobretudo como arte. Como inserir a participação de quem não quer falar
ou de quem não tem nada a propor, como o idiota? Esta é a arte de criar realidades que a
ethoecologia quer porpor, baseada na manipulação química.
→ até que ponto a tradução não cria realidades? até que ponto com a reescritura sobre a terra,
a terra já não é redefinida?

Nenhum dos conhecimentos existentes é suficiente, nenhum dá conta de todas as


discussões. A figura do palaver, - referente às negociações africanas pré-colonias, com as
quias os portugueses se depararam -, que dá sentido ao mundo quando conta um causo e
discute de modo comunitário. São discussões sobre decisões referentes a uma dada
comunidade.Semelhante é a mágica, que nos possibilita sair transformados. Acreditamos que
uma magia pode mudar algo em nós. A magia também possui uma dimensão experimental,
diferente do profetismo cristão. A salvação pela magia tem a ver com uma reunião. a eficácia
do ritual não está na manifestação da deus e sim na reunião de pessoas, que transforma cada
um dos protagonistas, algo impossível de ocorrer com cada um isoladamente.

eficácia x invenção do interesse geral


prática x ideal sem confirmação empírica, muitas vezes maquiavélico

colocar as coisas como actantes parece ser um modo de se proteger da ficção “humanos de
bem irão decidir em nome dos interesses gerais”. Daí, na prática, pensar: como as discussões
podem dar conta daqueles que não tem nada a dizer, sem forçá-los ou seduzi-los a dizer algo?
A proposta então é a da união entre especialista e diplomata
→ seria a uniao entre profeta e principal? o tradutor é especialista em diálogo com diplomatas,
ou isto ainda é ideal?

especialista x diplomata
sua prática não é afetada pela questão x sua prática e existencia são afetados pelas decisões
a capacidade de consulta aos diplomatas é sintoma de volta dos trópicos... os invisíveis devem
ser percebidos, convocados e consultados.
→ pensando serem os nativos invisíveis, Venuti falha ao pensar que os tradutores são
invisíveis, uma vez que eles costumam aceitar toda a lógica supostamente moderna, de
negação das mediações.
a consulta in loco, ou in oikos é fundamental. A riogor, a presença dos diplomatas e de todos
mais que serão afetados pelas decisões não garante nada, mas faz parte da tentativa de por
todos em igualdade, ao invés de pensar que um representante do povo equivale ao interesse
comum desta comunidade, algo demasiado cosmopolita. Por essa razão, a proposta
cosmopolítica não é representativa. O foco na eficácia faz com que os participantes sintam
aquele susto mencionado no início. Além disso, a ideia não é consumar o debate e sim
prolongá-los, de modo experimental, ao inves do “and so...”.
→ Trata-se de um construtivismo próprio deste autores.

há neste link uma resenha sobre este texto de Stengers:

http://www.smallwonderfound.org/wonders/pages/media-stengerscosmo-wonders2.html

Whose cosmos, which cosmopolitics? (Bruno Latour)

texto é reposta direta a Ulrich Beck.

A noção de sociedade está longe de ser equivalente a de estado-nação. Latour se baseia na


definição de sociedade de Tarde, relacionada à associação que, diferentemente da concepção
Durkheimiana, não está limitada aos humanos. Além disso, não pode ser observada de modo
distanciado.

As redes transcendem fronteiras nacionais e a dimensão global, conforme discutido e jamais


Fomos Modernos, é invenção científica por excelência. As ciências visam a ser redes globais.
→ A própria definição de rede de Latour parece estar intimamente ligada à associação de
Tarde.
Beck analisou o caso paradigmático da conferência de Valladolid, na qual se discutia se
indigenas eram ou não humanos. A decisão de serem eles humanos estava ligada ao interesse
em justificar a catequização contra-reformista. A análise de Beck cnetra-se no debate entre
europeus, embora os indigenas também discutiam sobre a humanidade dos europeus,
conforme analisado por Viveiros de Castro, no artigo acima. Os indigenas valiam-se de
diferentes ferramentas experimentais que os europeus. Viveiros de Castro destaca o
multinaturalismo ameríndio, que fazia com que a discussão girasse em torno de serem os
europeus seres providos de corpos. Para o perspectivismo, retomando, há uma mesma cultura
nos seres e diversidade natural, ou seja, diversidade ontológica.
Cada lado do debate conduziram experimentos próprios, baseados entao em premissas
próprias, podendo dizer que o experimento amerindio fora tão cientifico quanto a antropologia
europeia.
→ aqui já há um exercício exemplar de análise simétrica
a experiencia de ver se corpos apodrecem e se afogam é fundamental para o perspectivismo.
→ foi com base neste perspectivismo que os baniwa ressignificaram kamiko e passaram e
receber bem os evangélicos
diversidade ontológica é volta dos trópicos...

Vale indagar: todos os europeus estavam de acordo entre si sobre a opinião da conferencia de
valladolid? → não há história única, mesmo na europa... a história única, para Renato, é bae do
evolucionsimo
Tal negociação possui, no mínimo, quatro partes:prós e contras de cada lado das
experimentações.
Há vários modos de ser o outro, conforme discutido por Viveiros de castro em sua discussão
sobre tradução.
o internacionalismo filosófico de Beck é também etnocêntrico. ele remonta aos estóicos e a
Kant. Pensam num único cosmo e, consequentemente, num mononaturalismo. Ora, os conflitos
não são somente sociais...
Pessoas bem intencionadas, como Beck e Bartolomeu de las casas, não resolvem ou previnem
conflitos...
O cosmopolitismo é ainda mais razoável que o humanismo de habermas, que opera redução
racionalista em prol da comunicabilidade.

cosmopolitanismo x cosmopolitica
cosmos dado x construir cosmos

cosmopolitanismo visou a uma ética transnacional. A cosmopolítica, por sua vez, é a cura da
doença da tolerância. questões de guerra e paz não envolvem unicamente humanos...
pare o cosmopolitismo, a guerra é, a rigor, oriunda das diferentes culturas, que recortam um
mesmo e único mundo objetivo. a solução para esta ética é simplista, uma vez que as
diferentes culturas são superfícies de uma realidade objetiva. é a natureza única que deve
reger o conflito para o cosmopolitismo. uma natureza humana única, por exemplo...
daí decorre que somente humanos estão na mesa de negociação.
para shapin, schaffer,latour e stenger, ciência e política duas duas faces da mesma moeda, tal
como significante e significado.
há guerras entre mundos e não guerra mundial. ocidentais lidam de modo pedagógico com a
guerra, pensar que sempre estão no controle, que é impossível perder a guerra que criaram.
em que mundos já pisamos para opinar sobre os indígenas?

o que se propoe com a cosmopolítica é de que os direitos universais deverão ser construídos
juntos, de modo multinatural, sem pensar em línguas francas, sem pensar em deuses como
representações. o cosmopolido (cosmopolita) nega os horrores do nosso tempo e cre que se
deve largar os deuses para se discutir a paz mundial. entretanto, ocorre que em muitas guerras
são deuses e não humanos que estão em conflito.
a ética kantina tenta ir do particular ao universal, fazendo com que as pessoas se despaguem
de suas tradições, de sua terra. O indutivismo que vai do particular para o universal não parece
ser o problema e sim a rapidez com que se cristalizam definição, sem a composição lenta, a
reduzida de ritmo, experimental por excelência. Outro ponto é o privilégio aos humanos. Se as
discussões se limitam aos humanos, já estamos em paz.

Este etnocentrismo silencioso do cosmopolitismo não enxerga que, para o perspectivismo


ameríndio, somos absorvidos facilmente pelos indigenas, pois não somos universais, não
estamos no topo hierárquicos para os ameríndios. Viveiros de castro destrinchou este tema.

Além disso, um paradoxo comum nos discursos científicos e éticos é o seguinte: a ciência é da
natureza ou do coidente? em alguns momentos do primeiro, em outros momentos do segundo,
conforme os interesses argumentativos. A ciência possui um acesso supostamente privilegiado
à naturea única e objetiva, porém a ciência em seu discurso pertence à natureza e não a
alguns humanos.

O mundo comum é de fato digno de ser desejável pelos ocidentais, mas ele deve ser pensado
em negociação, o que implica que seja discutido por diferentes populações, tendo em vista
diferentes ontologias. este é um construtivismo formulado por todos os autores resenhados pra
esta aula. Ela se baseia na importância da mediação das realidades. Tanto as realidades
quanto as mediações possuem história e são heterogeneas. Trata-se, portanto, de realidades
abertas a múltiplas intepretações e a constantes reparos.

A ciência dita moderna criou critérios de objetividade e certeza proporcional ao grau de


artificialidade, e complexidade das mediações. O laborátorio torna isto óbvio, uma vez que os
fatos são selecionados, há bons e maus fatos. A pergunta é sempre: “como você provou isto?”
e o “como” é a mediação por excelência. Portanto, não se trata de opor naturalismo e
construtivismo e sim de distinguir entre boas e más construções.
→ assim como em Itkonen, há boas e más analogias. o exagero analógico é tão problemático
quanto uma naturalização ou uma sociologização.
Por isto a ideia de naturezas-culturas. A multiplicidade de ontologias é negada não só pela
ciencia, como para qualquer fundamentalismo, que presume que as realidade não são abertas
a intrepretações. O naturalismo é, protanto, tão fundamentalista que o fundamentalismo
religioso.
Portanto, as questões: como debater? como dialogar? estão longe de serem consumadas e
seguidas por apriorismos. É isto que tem ocorrido nas guerras, fundamentalistas de todos os
lados batendo cabeça. Desta forma, não há paz possível, pois não há nada para se discutir! Os
orientais, supostamente inimigos da modernização, são taõ modernizados quanto.
O construtivismo não ser deve também um desconstrutivismo, conforme discutido por Viveiros
de Castro. É possivel comparar boas e más fabricações das realidades.
A diplomacia experimental só pode ocorrer instaurando-se o conflito cotidiano de ideias.
Os filosofos modernos, base para a ética transnacional, não puderam acompanhar a
globalização. Mercem, portanto, seu crédito.
A cosmopolítica não se baseia, portanto, numa primeira realidade, deve partir do zero, pensar
que o tal mundo comum ainda não existe, porém pode ser construído, tal como proposto por
Julien.

Há, portanto, importante revisão do construtivismo neste artigo, para tentar recolocar a crítica
no contexto atual.

Política ontológica. Algumas ideias e várias perguntas (Annemarie Mol)

A realidade é aberta e contestada pela prática e a própria tecnologia, junto da ciência,


tentam afirmar isto. Decorre que pensar em múltiplas ontologias é pensar que a realidade é
localizad histórica, cultural e materialmente. Science studies reanalisaram o laboratório, local
no qual a realidade é trasnformada e onde se concebem novas formas de se fazer a realidade.
Os objetos, por sua vez, transportam com eles novas realidades, novas ontologias.
A tradução se vale do termo perspectivismo, na minha opinião erroneamente, pois a
autora começa a tratar do relativismo cultural, que trata dos multiplos recortes da relidade única
e não das diferentes realidades observadas pela mitologia ameríndia. Em vez deste relativismo
cultural, há uma diversidade ontológica, na qual os objetos que hoje usamos, poderiam ter sido
outros. O que a tradutora colocou como história construtivista, próxima da filosofia de Foucault.
Mol opera com classificação semelhante àquela realizada por Latour, para identificar
diferentes relativismos. Há, portanto, diferentes versões dos objetos construídos.
→ as versões, performações, seriam as traduções? talvez...
Mol traz o estudo de caso da anemia, construída de diferentes maneiras. Coexistem
hoje, ao menos três modos diferentes de se definir o que é uma anemia, pois há três diferentes
técnicas para se dizer que uma pessoa é anêmica. São três formas de diagnosticar coisas
diferentes, ainda que possam ser dependentes umas das outras. Não se trata, portanto, de
objetos discretos. Aliás, uma mesma pessoa pode passar de uma performance de anemia para
outra. Ocorre que isto não se discute entre pesquisadores.
Portanto, conforme descrito por Latour, somos rodeados por diferentes realidades que
coexistem no presente.
→ assim como uma língua, pensada diacronicamente, é um conjunto de sincronias no
presente.
Quem, onde e como se discute sobre a definição destes diferentes objetos, como a
anemia, por exemplo? Mol faz separação, ao meu ver, um tanto quanto purificadora, entre
Estado e Mercado. Este momento decisivo parece sempre ser deslocado para uma instância
diversa. Uma decisão passa, então a ser um fato, ou seja, fatos são decisões silenciadas. É
neste dinâmica que se encontram os pormenores das técnicas de mediação.

→ as traduções são seleções silenciadas sobre os textos e instituições como a


acadêmica parecem querer esclarecer algumas seleções. Infelizmente, elas acabam atuando
mais como a crítica, descrita por Latour, purificando tudo e culpando a todos.
Daqui surgem muitas questões: onde estão as opções para a formação de políticas
ontológicas?
→ é possível ser a tradução uma política linguística em são gabriel? o que elas são ou
podem ser na prática?
As políticas ontológicas devem implicar que tornemos as opções de performação mais
explícitas? A autora acha que não, senão poderiam haver opções para todo lado.

os objetos performados não vêm sozinhos, trazendo consigo outras modulações de


outros objetos. Ou seja, há múltiplas implicações de uma performação: com a trdução de uma
língua em legitimação, surgem novos gêneros discursivos, que vem a ser novas práticas, que
podem expandir ou restringir significado das práticas tradicionais.
→ esta visão daos impactos das performações ilumina a história da tradução, pois a
tradução para o nheengatu já trouxe diferentes efeitos para a língua e para as populações
amazônicas.
No caso das diferentes performações de anemia, estão implicadas diferentes definições
sobre humano, homem, mulher, grávida, criança, etc Uma vez que há performações mais
purificadoras que outras, que podem coexistir, como no caso da tradução missionária e das
demais traduções para as línguas indígenas, pode-se discutir sobre a performação mais
adequada? Ou seja, as performações do nheengatu envolvem redefinir não somente a língua,
mas também redefinir o papel de seus falantes bem como dos demais agentes envolvidos na
região como, por exmeplo, missionários, ativistas, pesquisadores, etc
Estas redefinições nada mais são do que interferências nas realidades e, devido às
contínuas interferências, que geram redefinições constantes, há uma instabilidade inerente às
políticas ontológicas.
uma vez que as várias performações dos objetos podem ser subordinadas umas à
outras, pode-se pensar que os missionários dependem da formação linguística, acadêmica por
excelência. não é incomum ouvir no discurso da SIL um elogio à linguística moderna. Vale
pensar: até que ponto o texto bíblico depende dos missionários para sobreviver? mesmo os
chamados livros de sabedoria (salmos, provérbios, jó, eclesiastes) precisam dos missinários
para fazer sentido? Ou são as populações que tabém concentram atenção nestes textos
não-modernos?
O jogo entre as diferentes performações são muito semelhantes à histórica semântica,
pois as palavras relacionam sentidos, de modo a haver uma rede, uma genealogia nada
simples, pois sentidos podem ir e voltar, mesclar-se ou fundir-se. Desta forma, as diferentes
performações do nheengatu permitem dizer que ela é e não é língua indígena. É isto que se
observa entre as diferentes opiniões sobre a língua, do ponto de vista de diferentes populações
do rio negro (yanomami, tukano, baniwa, baré, etc). Ela pode ser língua de missionários, que
amedontra língua nativa e, ao mesmo tempo, é língua de etnogênese. Esta falta de lógica das
relações entre os vários objetos não é contemplada pelas noções tradicionais de política.

As intervenções, em termos genéricos, podem seguir modelos estatais ou


mercadológicos.
→ distinções bem categóricas
se é importante notar se as pessoas preferem seguir modelos estatais ou
mercadológicos para que sejam por eles representados, também é válido pensar como as
pessoas são representadas nas práticas de conhecimento.
→ clara aproximação entre política e ciência
as informações de representação são comumente silenciadas, assim como descrito por
Bruno Latour, que defende que a ciência ocidental precisou silenciar algumas informações para
ser mais efetivas.

Quem pode, então, fazer política ontológica?

Concluindo, há complexas interconexões que unem as diferentes performações dos


objetos. Porém, quais actantes podem decidir sobre as opções fornecidas pelas diferentes
performações? Poderá ser alguém que se sente representado pelo Estado? Alguém
representado pelo mercado? ou deve ser alguém que visa ao benefício de todos? O foco da
análise deve privilegiar agente definidor (conversão religiosa) ou defindo (etnômios)? Eis as
muitas perguntas...

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