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Assis – SP
2018
Lara Pires dos Santos
Turno: diurno
Assis – SP
2018
RESUMO
1 INTRODUÇÃO..............................................................................................................5
2 DESENVOLVIMENTO.................................................................................................9
3 CONCLUSÃO..............................................................................................................16
4 BIBLIOGRAFIA..........................................................................................................19
5
1 INTRODUÇÃO
Já o mais civilizado,
4
CHARTIER, Roger. A História Cultural: entre prática e representações. Trad. de Maria Manuela
Galhardo. Lisboa: Difusão Editora, 1988, p. 91-92.
5
TODOROV, Tzvetan. O medo dos bárbaros: para além do choque das civilizações. Petrópolis: Editora
Vozes, 2010. p 27.
7
sou”, o que, em outras palavras, significa dizer que o mundo estranho é um enorme
espelho que reflete o que é familiar ao destacar tudo aquilo que nos é estranho.
Nessa perspectiva, as ideias de Nobert Elias serão aqui apresentadas no sentido
de expor as transformações formadoras da referência do eu europeu, do civilizador, o
qual a partir do século XV entra em contato com o outro, ou seja, as culturas do Novo
Mundo. Portanto, o texto de O Processo Civilizador será tido como ponto de partida
para a compreensão da temática da alteridade abordada em Todorov, uma vez que
descreve o processo civilizador europeu e enfatiza as mudanças nas estruturas de
personalidade e comportamento dos indivíduos da sociedade europeia. Isto é, Elias
analisa um processo influente, por exemplo, nos viajantes referidos em Viajantes e
Indígenas.
9
2 DESENVOLVIMENTO
9
OLIVEIRA, T. MENDES, C.M.M. A prática docente como ação política: um olhar histórico. Educere
et Educare - Revista de Educação. Vol 2, n. 4, jul/dez 2007, p. 327 – 340. p. 328.
10
10
ELIAS, N. O processo civilizador: Formação do Estado e Civilização. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,
1993, v. II. p. 263.
11
ELIAS, N. O processo civilizador: Uma história dos costumes. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1994, v
I. p. 73.
12
13
SILVA, Kalina V.; SILVA, Maciel H. Discurso. In: SILVA, Kalina V.; SILVA, Maciel H. (Org.).
Dicionário de Conceitos Históricos. São Paulo: Contexto, 2005. p. 101.
14
pertencentes ao Império Inca e se valerá delas para fazer alianças para garantir o apoio
de um considerável número de guerreiros índios.
A linguagem é, pois, um instrumento equívoco, podendo ser utilizada tanto para
integrar-se à comunidade, como para manipular outrem. Montezuma privilegia a
primeira função, Cortez a segunda. Embora os incas venerassem o domínio simbólico
da linguagem, apenas os espanhóis perceberam a utilidade prática da língua, utilizando-
a como instrumento político de manipulação e controle sobre o outro.
O padre Las Casas difere-se pelo fato de acreditar em uma colonização pacífica
e difundir amplamente o cristianismo entre os nativos, pois acreditava no igualitarismo
e defendia que o poder espiritual deveria sobrepor o temporal. Porém, não pretendia
interromper a anexação dos índios, a proposta era apenas a de que esta anexação fosse
realizada pelos padres ao invés de soldados. Com isso, aponta Todorov,
“Se a compreensão não for acompanhada de um reconhecimento
pleno do outro sujeito, então essa compreensão corre o risco de
ser utilizada com vistas à exploração, ao ‘tomar’; o saber será
subordinado ao poder.”14
14
TODOROV, Tzvetan. Amar. In: A conquista da América: a questão do outro. São Paulo: Martins
Fontes, 2003. p. 190.
16
3 CONCLUSÃO
15
TODOROV, Tzvetan. Amar. In: A conquista da América: a questão do outro. São Paulo: Martins
Fontes, 2003. p. 183.
17
16
DUSSEL, Enrique. 1492: o encobrimento do outro. A origem do mito da modernidade. Petrópolis:
Editora Vozes, 1993. p. 64-65.
17
DE HOLANDA CAVALCANTE, Daniel Sousa. Espaços do Mal X Espaços do Bem: os Estados
Unidos e a Guerra contra o Terror no início do século XXI. Anais do XXVI Simpósio Nacional de
História – ANPUH • São Paulo, julho 2011. p. 1.
18
fazer uma distinção entre combatentes e não combatentes.” (COLBY, 1927, p. 281). A
partir dessas colocações, e após mencionar as ações britânicas na África do Sul durante
a Guerra do Boer, qualificada por alguns comentaristas como “brutais”, Colby intercede
em defesa dos britânicos: “(...) contra ardilosos povos selvagens e semi-selvagens, e
contra unidades tribais que guerreiam como tribos completas, o método deve ser (...)
‘mais brutal’.” (COLBY, 1927, p. 283).
Em face desse cenário, métodos militares modernos, como os bombardeios, são
justificáveis mediante a selvageria do inimigo, sendo esta a tônica geral das ações
britânicas no Afeganistão, prossegue o autor. Do mesmo modo, e em vista da disposição
de tribos selvagens em devastar e aniquilar seus inimigos, “ideias humanitárias
excessivas” não devem impedir reações mais rígidas e métodos mais adequados à
selvageria encontrada. Quando confrontado com o argumento de que a Alemanha fez
uso de gás venenoso no curso da Primeira Grande Guerra, e o consequente uso em
resposta de armas químicas similares pelos Aliados, Colby pondera que não se trata de
um ato de selvageria e que as leis da guerra permanecem válidas nesse caso, ocorrendo,
tão somente, um temporário afastamento dessas.
A suspensão da aplicação da lei da guerra no trato de selvagens ou povos não
civilizados atende, ademais, a critérios econômicos, evitando maiores esforços e perdas
desnecessárias. Talvez mais importante para fins de análise da legalidade das ações das
nações civilizadas é a conclusão de que os povos não civilizados não desfrutam do
status de pessoa jurídica de Direito Internacional – não são reconhecidos como Estados
e, desse modo, não se beneficiam das provisões legais aplicáveis aos Estados já
reconhecidos:
“(...) em puro sentido legal, ele (o comandante Ocidental) não
está vinculado a obedecer os preceitos do direito internacional
contra qualquer nação que não é parte nas convenções relativas
a qualquer ponto particular em questão.”18
18
COLBY, Elbridge. “How to Fight Savage Tribes.” The American Journal of International Law, vol. 21,
no. 2, 1927, p. 279-288. p. 287.
19
4 BIBLIOGRAFIA
ELIAS, N. O processo civilizador: Uma história dos costumes. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar Ed., 1994, v I.
Filósofo e crítico literário Tzvetan Todorov morre, aos 77, em Paris. Folha de São
Paulo, 2012, acesso em 17 de novembro de 2018. Disponível em <
http://folha.com/no1856526>.
Salgado-Neto, Geraldo & Salgado, Aquiléa. (2011). Sir Francis Galton e os extremos
superiores da curva normal. Revista de Ciências Humanas. 45. 223-239.
SILVA, Kalina V.; SILVA, Maciel H. Discurso. In: SILVA, Kalina V.; SILVA, Maciel
H. (Org.). Dicionário de Conceitos Históricos. São Paulo: Contexto, 2005.
20
TODOROV, Tzvetan. O medo dos bárbaros: para além do choque das civilizações.
Petrópolis: Editora Vozes, 2010.