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Sociolinguística

Caroliny Batista Massariol (UFRJ/Peul/PortVix)


carolinymassariol@gmail.com
Apresentação do tema:
 Pretende-se apresentar, em linhas gerais, o objeto de
estudo da sociolinguística.
Breve introdução aos estudos
sociolinguísticos
Como resposta a essas duas
correntes teóricas, estruturalista
Estruturalismo Gerativismo
e gerativista, que veem a
língua como constituída por
uma realidade abstrata,
desvinculada de fatores
históricos e sociais, surge o
Sociolinguística
modelo teórico da Teoria da
Variação e Mudança, nos
Estados Unidos, na década de
1960, que ganha destaque com
WEINREICH, LABOV e
HERZOG.
Breve introdução aos estudos
sociolinguísticos
Como resposta a essas duas
correntes teóricas, estruturalista
e gerativista, que veem a
Estruturalismo Gerativismo
língua como constituída por
uma realidade abstrata,
desvinculada de fatores
históricos e sociais, surge o
Sociolinguística modelo teórico da Teoria da
Variação e Mudança, nos
Estados Unidos, na década de
1960, que ganha destaque com
WEINREICH, LABOV e
HERZOG.
Breve introdução aos estudos
sociolinguísticos
 ESTRUTURALISMO • SOCIOLINGUÍSTICA
Língua é sistema (estável),
abstrata, social, interna, e Língua é sistema
homogênea . heterogêneo. Acaba
Fala é individual, concreta, externa com a diferença entre
e heterogênea. língua e fala.
Segundo Saussure, o sistema é
estável e sincrônico. Contraria a ideia de
O falante não sabe das mudanças que o sistema se dá
que ocorrem nas sincronias na sincronia. Para
passadas da língua. isso, argumenta com
Apesar de Saussure não estudar o a tese da teoria de
fenômeno social, pontua que a tempo aparente.
língua é composta por uma
convenção estabelecida entre os
integrantes de determinado grupo.
Breve introdução aos estudos
sociolinguísticos
 ESTRUTURALISMO • SOCIOLINGUÍSTICA
Língua é sistema (estável),
abstrata, social, interna, e Língua é sistema
homogênea . heterogêneo. Acaba
Fala é individual, concreta, externa com a diferença entre
e heterogênea. língua e fala.
Segundo Saussure, o sistema é
estável e sincrônico. Contraria a ideia de
O falante não sabe das mudanças que o sistema se dá
que ocorrem nas sincronias na sincronia. Para
passadas da língua. isso, argumenta com
Apesar de Saussure não estudar o a tese da teoria de
fenômeno social, pontua que a tempo aparente.
língua é composta por uma
convenção estabelecida entre os
integrantes de determinado grupo.
Breve introdução aos estudos
sociolinguísticos
 ESTRUTURALISMO • SOCIOLINGUÍSTICA
Língua é sistema (estável),
abstrata, social, interna, e Língua é sistema
homogênea . heterogêneo. Acaba
Fala é individual, concreta, externa com a diferença entre
e heterogênea. língua e fala.
Segundo Saussure, o sistema é
estável e sincrônico. Contraria a ideia de
O falante não sabe das mudanças que o sistema se dá
que ocorrem nas sincronias na sincronia. Para
passadas da língua. isso, argumenta com
Apesar de Saussure não estudar o a tese da teoria de
fenômeno social, pontua que a tempo aparente.
língua é composta por uma
convenção estabelecida entre os
integrantes de determinado grupo.
Breve introdução aos estudos
sociolinguísticos
 ESTRUTURALISMO • SOCIOLINGUÍSTICA
Língua é sistema (estável),
abstrata, social, interna, e Língua é sistema
homogênea . heterogêneo. Acaba
Fala é individual, concreta, externa com a diferença entre
e heterogênea. língua e fala.
Segundo Saussure, o sistema é
estável e sincrônico. Contraria a ideia de
O falante não sabe das mudanças que o sistema se dá
que ocorrem nas sincronias na sincronia. Para
passadas da língua. isso, argumenta com
Apesar de Saussure não estudar o a tese da teoria de
fenômeno social, pontua que a tempo aparente.
língua é composta por uma
convenção estabelecida entre os
integrantes de determinado grupo.
Breve introdução aos estudos
sociolinguísticos
 ESTRUTURALISMO • SOCIOLINGUÍSTICA
Língua é sistema (estável),
abstrata, social, interna, e Língua é sistema
homogênea . heterogêneo. Acaba
Fala é individual, concreta, externa com a diferença entre
e heterogênea. língua e fala.
Segundo Saussure, o sistema é
estável e sincrônico. Contraria a ideia de
O falante não sabe das mudanças que o sistema se dá
que ocorrem nas sincronias na sincronia. Para
passadas da língua. isso, argumenta com
Apesar de Saussure não estudar o a tese da teoria de
fenômeno social, pontua que a tempo aparente.
língua é composta por uma
convenção estabelecida entre os
integrantes de determinado grupo.
Breve introdução aos estudos
sociolinguísticos
 ESTRUTURALISMO • SOCIOLINGUÍSTICA
Língua é sistema (estável),
abstrata, social, interna, e Língua é sistema
homogênea . heterogêneo. Acaba
Fala é individual, concreta, externa com a diferença entre
e heterogênea. língua e fala.
Segundo Saussure, o sistema é
estável e sincrônico. Contraria a ideia de
O falante não sabe das mudanças que o sistema se dá
que ocorrem nas sincronias na sincronia. Para
passadas da língua. isso, argumenta com
Apesar de Saussure não estudar o a tese da teoria de
fenômeno social, pontua que a tempo aparente.
língua é composta por uma
convenção estabelecida entre os
integrantes de determinado grupo.
Breve introdução aos estudos
sociolinguísticos
 ESTRUTURALISMO • SOCIOLINGUÍSTICA
Língua é sistema (estável),
abstrata, social, interna, e Língua é sistema
homogênea . heterogêneo. Acaba
Fala é individual, concreta, externa com a diferença entre
e heterogênea. língua e fala.
Segundo Saussure, o sistema é
estável e sincrônico. Contraria a ideia de
O falante não sabe das mudanças que o sistema se dá
que ocorrem nas sincronias na sincronia. Para
passadas da língua. isso, argumenta com
Apesar de Saussure não estudar o a tese da teoria de
fenômeno social, pontua que a tempo aparente.
língua é composta por uma
convenção estabelecida entre os
integrantes de determinado grupo.
Breve introdução aos estudos
sociolinguísticos
 ESTRUTURALISMO • SOCIOLINGUÍSTICA
Língua é sistema (estável),
abstrata, social, interna, e Língua é sistema
homogênea . heterogêneo. Acaba
Fala é individual, concreta, externa com a diferença entre
e heterogênea. língua e fala.
Segundo Saussure, o sistema é
estável e sincrônico. Contraria a ideia de
O falante não sabe das mudanças que o sistema se dá
que ocorrem nas sincronias na sincronia. Para
passadas da língua. isso, argumenta com
Apesar de Saussure não estudar o a tese da teoria de
fenômeno social, pontua que a tempo aparente.
língua é composta por uma
convenção estabelecida entre os
integrantes de determinado grupo.
Breve introdução aos estudos
sociolinguísticos
 GERATIVISMO
• SOCIOLINGUÍSTICA
Língua é inata.
Língua é um
Língua é um conjunto de regras conjunto de
(obrigatórias ou facultativas). regras variáveis.

Variação não sistemática. Variação


sistematizável.
Mudança instável.
Mudança gradual
O interesse do campo de estudo e lenta.
gerativista é o sistema abstrato de
regras de formação de sentenças
gramaticais.
Breve introdução aos estudos
sociolinguísticos
 GERATIVISMO
• SOCIOLINGUÍSTICA
Língua é inata.
Língua é um
Língua é um conjunto de regras conjunto de
(obrigatórias ou facultativas). regras variáveis.

Variação não sistemática. Variação


sistematizável.
Mudança instável.
Mudança gradual
O interesse do campo de estudo e lenta.
gerativista é o sistema abstrato de
regras de formação de sentenças
gramaticais.
Breve introdução aos estudos
sociolinguísticos
 GERATIVISMO
• SOCIOLINGUÍSTICA
Língua é inata.
Língua é um
Língua é um conjunto de regras conjunto de
(obrigatórias ou facultativas). regras variáveis.

Variação não sistemática. Variação


sistematizável.
Mudança instável.
Mudança gradual
O interesse do campo de estudo e lenta.
gerativista é o sistema abstrato de
regras de formação de sentenças
gramaticais.
Breve introdução aos estudos
sociolinguísticos
 GERATIVISMO
• SOCIOLINGUÍSTICA
Língua é inata.
Língua é um
Língua é um conjunto de regras conjunto de
(obrigatórias ou facultativas). regras variáveis.

Variação não sistemática. Variação


sistematizável.
Mudança instável.
Mudança gradual
O interesse do campo de estudo e lenta.
gerativista é o sistema abstrato de
regras de formação de sentenças
gramaticais.
Breve introdução aos estudos
sociolinguísticos
 GERATIVISMO
• SOCIOLINGUÍSTICA
Língua é inata.
Língua é um
Língua é um conjunto de regras conjunto de
(obrigatórias ou facultativas). regras variáveis.

Variação não sistemática. Variação


sistematizável.
Mudança instável.
Mudança gradual
O interesse do campo de estudo e lenta.
gerativista é o sistema abstrato de
regras de formação de sentenças
gramaticais.
Breve introdução aos estudos
sociolinguísticos
 GERATIVISMO
• SOCIOLINGUÍSTICA
Língua é inata.
Língua é um
Língua é um conjunto de regras conjunto de
(obrigatórias ou facultativas). regras variáveis.

Variação não sistemática. Variação


sistematizável.
Mudança instável.
Mudança gradual
O interesse do campo de estudo e lenta.
gerativista é o sistema abstrato de
regras de formação de sentenças
gramaticais.
Breve introdução aos estudos
sociolinguísticos
 GERATIVISMO
• SOCIOLINGUÍSTICA
Língua é inata.
Língua é um
Língua é um conjunto de regras conjunto de
(obrigatórias ou facultativas). regras variáveis.

Variação não sistemática. Variação


sistematizável.
Mudança instável.
Mudança gradual
O interesse do campo de estudo e lenta.
gerativista é o sistema abstrato de
regras de formação de sentenças
gramaticais.
Breve introdução aos estudos
sociolinguísticos
 GERATIVISMO
• SOCIOLINGUÍSTICA
Língua é inata.
Língua é um
Língua é um conjunto de regras conjunto de
(obrigatórias ou facultativas). regras variáveis.

Variação não sistemática. Variação


sistematizável.
Mudança instável.
Mudança gradual
O interesse do campo de estudo e lenta.
gerativista é o sistema abstrato de
regras de formação de sentenças
gramaticais.
Breve introdução aos estudos
sociolinguísticos
 GERATIVISMO
• SOCIOLINGUÍSTICA
Língua é inata.
Língua é um
Língua é um conjunto de regras conjunto de
(obrigatórias ou facultativas). regras variáveis.

Variação não sistemática. Variação


sistematizável.
Mudança instável.
Mudança gradual
O interesse do campo de estudo e lenta.
gerativista é o sistema abstrato de
regras de formação de sentenças
gramaticais.
Breve introdução aos estudos
sociolinguísticos
 A sociolinguística tem vários campos de
atuação, que são:
 Etnolinguística;
 Sociologia da Linguagem ;
 Geografia Linguística;
 Sociolinguística Paramétrica;
 Sociofuncionalismo;
 Sociocognitivismo;
 Teoria da Variação e Mudança Linguística;
 Sociolinguística histórica.
Breve introdução aos estudos
sociolinguísticos
 A sociolinguística tem vários campos de
atuação, que são:
 Etnolinguística;
 Sociologia da Linguagem ;
 Geografia Linguística;
 Sociolinguística Paramétrica;
 Sociofuncionalismo;
 Sociocognitivismo;
 Teoria da Variação e Mudança Linguística;
 Sociolinguística histórica.
1. CONHECENDO A SOCIOLINGUÍSTICA
 A sociolinguística é uma das áreas dentro da
Linguística que investiga as relações entre língua e
sociedade.
 Observa as regras da língua, ou seja, vê a língua
como um sistema organizado diante das mudanças
e variabilidade.
 Essas regras podem se comportar de duas formas:
categóricas(regras que sempre se comportam da
mesma forma); variáveis (regras as quais ocorrem
de maneira variada).
 A língua varia de acordo com questões internas e
externas da língua.
1. CONHECENDO A SOCIOLINGUÍSTICA
 A sociolinguística é uma das áreas dentro da
Linguística que investiga as relações entre língua e
sociedade.
 Observa as regras da língua, ou seja, vê a língua
como um sistema organizado diante das mudanças
e variabilidade.
 Essas regras podem se comportar de duas formas:
categóricas(regras que sempre se comportam da
mesma forma); variáveis (regras as quais ocorrem
de maneira variada).
 A língua varia de acordo com questões internas e
externas da língua.
1. CONHECENDO A SOCIOLINGUÍSTICA
 A sociolinguística é uma das áreas dentro da
Linguística que investiga as relações entre língua e
sociedade.
 Observa as regras da língua, ou seja, vê a língua
como um sistema organizado diante das mudanças
e variabilidade.
 Essas regras podem se comportar de duas formas:
categóricas(regras que sempre se comportam da
mesma forma); variáveis (regras as quais ocorrem
de maneira variada).
 A língua varia de acordo com questões internas e
externas da língua.
1. CONHECENDO A SOCIOLINGUÍSTICA
 A sociolinguística é uma das áreas dentro da
Linguística que investiga as relações entre língua e
sociedade.
 Observa as regras da língua, ou seja, vê a língua
como um sistema organizado diante das mudanças
e variabilidade.
 Essas regras podem se comportar de duas formas:
categóricas(regras que sempre se comportam da
mesma forma); variáveis (regras as quais ocorrem
de maneira variada).
 A língua varia de acordo com questões internas e
externas da língua.
1. CONHECENDO A SOCIOLINGUÍSTICA
 A sociolinguística é uma das áreas dentro da
Linguística que investiga as relações entre língua e
sociedade.
 Observa as regras da língua, ou seja, vê a língua
como um sistema organizado diante das mudanças
e variabilidade.
 Essas regras podem se comportar de duas formas:
categóricas(regras que sempre se comportam da
mesma forma); variáveis (regras as quais ocorrem
de maneira variada).
 A língua varia de acordo com questões internas e
externas da língua.
1.1 Primeiras noções: variedade, variação,
variável e variante
Variedade e Variação
Variedade: nome dado à fala característica
de determinado grupo.
(LER CAMACHO, p. 57)
 Variação: processo pelo qual duas formas
ocorrem no mesmo contexto com o mesmo
valor de verdade.
1.1 Primeiras noções: variedade, variação,
variável e variante
Variedade e Variação
Variedade: nome dado à fala característica
de determinado grupo.
(LER CAMACHO, p. 57)
 Variação: processo pelo qual duas formas
ocorrem no mesmo contexto com o mesmo
valor de verdade.
1.1 Primeiras noções: variedade, variação,
variável e variante
Variedade e Variação
Variedade: nome dado à fala característica
de determinado grupo.
(LER CAMACHO, p. 57)
 Variação: processo pelo qual duas formas
ocorrem no mesmo contexto com o mesmo
valor de verdade.
1.1 Primeiras noções: variedade,
variação, variável e variante
Variável e Variantes
 Variável dependente: é o fenômeno linguístico.
 Variáveis independentes: são os fatores sociais e
linguísticos que atuam sobre a variável dependentes.
 Variantes: são as formas individuais que disputam pela
expressão da variável.
 Exemplo:
Variável dependente: expressão do sujeito
pronominal.
Variantes: presença e ausência do sujeito.
Variáveis independentes: contexto comunicativo,
pessoa pronominal.
1.1 Primeiras noções: variedade,
variação, variável e variante
Variável e Variantes
 Variável dependente: é o fenômeno linguístico.
 Variáveis independentes: são os fatores sociais e
linguísticos que atuam sobre a variável dependentes.
 Variantes: são as formas individuais que disputam pela
expressão da variável.
 Exemplo:
Variável dependente: expressão do sujeito
pronominal.
Variantes: presença e ausência do sujeito.
Variáveis independentes: contexto comunicativo,
pessoa pronominal.
1.1 Primeiras noções: variedade,
variação, variável e variante
Variável e Variantes
 Variável dependente: é o fenômeno linguístico.
 Variáveis independentes: são os fatores sociais e
linguísticos que atuam sobre a variável dependentes.
 Variantes: são as formas individuais que disputam pela
expressão da variável.
 Exemplo:
Variável dependente: expressão do sujeito
pronominal.
Variantes: presença e ausência do sujeito.
Variáveis independentes: contexto comunicativo,
pessoa pronominal.
1.1 Primeiras noções: variedade,
variação, variável e variante
Variável e Variantes
 Variável dependente: é o fenômeno linguístico.
 Variáveis independentes: são os fatores sociais e
linguísticos que atuam sobre a variável dependentes.
 Variantes: são as formas individuais que disputam pela
expressão da variável.
 Exemplo:
Variável dependente: expressão do sujeito
pronominal.
Variantes: presença e ausência do sujeito.
Variáveis independentes: contexto comunicativo,
pessoa pronominal.
1.1 Primeiras noções: variedade,
variação, variável e variante
Variável e Variantes
 Variável dependente: é o fenômeno linguístico.
 Variáveis independentes: são os fatores sociais e
linguísticos que atuam sobre a variável dependentes.
 Variantes: são as formas individuais que disputam pela
expressão da variável.
 Exemplo:
Variável dependente: expressão do sujeito
pronominal.
Variantes: presença e ausência do sujeito.
Variáveis independentes: contexto comunicativo,
pessoa pronominal.
1.1 Primeiras noções: variedade,
variação, variável e variante
Variantes

 Variante padrão: normalmente é a


variante que goza de prestígio social e
tende a ser conservadora.
 Variante não padrão: às vezes é
estigmatizada e tende a ser inovadora.
1.1 Primeiras noções: variedade,
variação, variável e variante
Variantes

 Variante padrão: normalmente é a


variante que goza de prestígio social e
tende a ser conservadora.
 Variante não padrão: às vezes é
estigmatizada e tende a ser inovadora.
1.1 Primeiras noções: variedade,
variação, variável e variante
Variantes

 Variante padrão: normalmente é a


variante que goza de prestígio social e
tende a ser conservadora.
 Variante não padrão: às vezes é
estigmatizada e tende a ser inovadora.
1.2 As forças que agem sobre a língua:
os condicionadores
 A variação linguística não é aleatória,
havendo, portanto, condicionadores.

 Condicionadores: “são os fatores que


regulam, que condicionam nossa escolha
entre uma ou outra variante” (p. 20).
Existem dois tipos de condicionadores,
que são: linguísticos e extralinguísticos.
1.2 As forças que agem sobre a língua:
os condicionadores
 A variação linguística não é aleatória,
havendo, portanto, condicionadores.

 Condicionadores: “são os fatores que


regulam, que condicionam nossa escolha
entre uma ou outra variante” (p. 20).
Existem dois tipos de condicionadores,
que são: linguísticos e extralinguísticos.
2. A variação vista dentro da língua

 A variação ocorre em todos os níveis


linguísticos:
 Lexical;
 Fonológico;
 Morfológico;
 Sintático;
 Discursivo;
 Pragmático.
2.1 O lugar da variação dentro da
língua: os níveis de análise linguística
 Variação lexical: aipim-mandioca-macaxeira.
 Variação fonológica: rotacismo (chiclete, chicrete).
 Variação morfológica: tu x você; nós x a gente.
 Variação sintática: construções relativas; posição do clítico.
 Variação discursiva: marcadores discursivos – “são elementos
que servem não apenas à organização da fala e à manutenção
da interação entre falantes e ouvinte, mas também que atuam
no encadeamento coesivo das partes de um texto”.
 Variação pragmática: uso de você x tu (item mais marcado x
item menos marcado).
2.3 As forças de dentro da língua: os
condicionadores internos
 Condicionadores fonológicos  1) contexto
fonológico seguinte: -r- fraco condiciona a
monotongação do ditongo [ey]; 2) saliência fônica.
 Condicionador morfológico  ex: classe
morfológica da palavra.
 Condicionador sintático  ex: ordem dos
constituintes.
 Condicionador semântico  ex: animacidade.
3 A variação vista fora da língua

 Variação regional;
 Variação geográfica;
 Variação social;
 Variação estilística;
 Variação entre fala e escrita.
3 A variação vista fora da língua

Variação Regional
 Preconceito;
 Caricatura;
 Colonização.
3.1 O lugar da variação fora da língua e as
forças externas: os tipos de variação e os
condicionadores extralinguísticos
Variação Social
 Escolaridade
Estudos sociolinguísticos comprovaram que o nível de escolaridade
possui influência sobre o comportamento linguístico dos falantes.

As instituições escolares ditam “normas, padrões estéticos e morais em


face da conformidade de dizer e de escrever” (VOTRE, 2013, p. 51),
ocasionando a preservação da variedade valorizada socialmente, em
detrimento da variedade falada pelos estudantes.
3.1 O lugar da variação fora da língua e as
forças externas: os tipos de variação e os
condicionadores extralinguísticos

Variação Social
 Nível socioeconômico
A classe social pode determinar os usos linguísticos dos
indivíduos. Em síntese, a variante padrão é relacionada às
classes favorecidas socialmente, ao passo que a não padrão
é associada as classes desfavorecidas socialmente.
3.1 O lugar da variação fora da língua e as
forças externas: os tipos de variação e os
condicionadores extralinguísticos
Variação social
 Sexo/gênero

 Para Scherre e Yacovenco (2011), o princípio da marcação exerce


influência na escolha das mulheres: formas linguísticas menos
marcadas são mais frequentes na fala de mulheres, enquanto as
formas linguísticas mais marcadas têm maior frequência na fala de
homens.
3.1 O lugar da variação fora da língua e as
forças externas: os tipos de variação e os
condicionadores extralinguísticos
Variação Social
 Faixa etária
A fala dos indivíduos também varia de acordo com a faixa etária:
crianças, jovens, adultos e idosos de uma mesma comunidade falam
de maneiras diferentes. Esse fator social nos permite observar como a
variação e/ou a mudança linguística processam-se ao longo dos anos.
3.1 O lugar da variação fora da língua e as
forças externas: os tipos de variação e os
condicionadores extralinguísticos
Variação Estilística- Labov

Isolamento de estilos contextuais: A1 – Fala fora da entrevista


formal; A2 – Fala com uma terceira pessoa; A3 – Fala que não
responde diretamente a perguntas; A4 – Parlendas e rimas infantis; A5
– Risco de vida; B – A situação de entrevista; C – Estilo de leitura; D –
Lista de palavras; D’ – Pares mínimos
3.1 O lugar da variação fora da língua e
as forças externas: os tipos de variação
e os condicionadores extralinguísticos
Variação Estilística
Labov (2008[1972]) define estilo como a atenção que se presta à fala.
Dessa maneira, para o autor, a mudança de estilo de fala em um
indivíduo ocorre à medida que ele alterna a monitoração sobre a sua
fala.
Para Allan Bell (2001), a mudança de estilo de fala é influenciada pela
audiência do falante.
 Coupland (2014, p. 296), a mudança de estilo para demarcar
pertencimento ou distanciamento
4. Comunidade de prática, redes
sociais e comunidade de fala
 COMUNIDADE DE PRÁTICA: “Um agregado de
pessoas que se reúnem em torno do envolvimento
mútuo em um esforço. Formas de fazer as coisas,
formas de falar, crenças, valores, relação de poder.
 Em suma, as práticas surgem no decurso deste esforço
mútuo. Como um social, uma Comunidade de Prática é
diferente da comunidade tradicional, principalmente
porque é definido simultaneamente por seus membros e
pela prática em que essa associação se envolve”. (LAVE
& WENGER, 1992: 464, tradução minha)
4. Comunidade de prática, redes
sociais e comunidade de fala
 REDES SOCIAIS: “As abordagens de redes sociais
(RS) não se baseiam no uso de linguagem
compartilhada ou avaliações compartilhadas, mas sobre
os laços sociais com os quais as pessoas se envolvem,
como amigos íntimos, colegas e vizinhos. Uma RS
mede as conexões reais em uma “comunidade” cujos
membros se conhecem e avaliam a extensão a que
esses membros são diferencialmente fundamentados
nessa comunidade”. (BRITAIN E MATSUMOTO, 2008,
p.8, tradução minha),
4. Comunidade de prática, redes
sociais e comunidade de fala
 COMUNIDADE DE FALA: “um grupo que compartilha
as mesmas normas em relação à língua” (LABOV, 1972:
p. 158, tradução minha).
5. TEMPO REAL E TEMPO
APARENTE
 Ao analisarmos um fenômeno linguístico,
utilizando a Teoria da Variação e Mudança
Linguística, observamos se a variação de
determinado fenômeno se encontra estável ou
em progresso. Em outras palavras, avaliar se
determinado fenômeno linguístico se encontra
em mudança ou apenas em variação estável, só
é possível se: 1- na amostra analisada, há
diferentes informantes de idades variadas
(estudo tempo aparente), ou se 2- há amostras
de sincronias distintas (estudo tempo real)
5. TEMPO REAL E TEMPO
APARENTE
 TEMPO APARENTE: Esse tipo de estudo,
segundo Labov (1994), é quando observamos a
mudança linguística através das faixas etárias
dos entrevistados de uma amostra, que remete
somente a um dado momento sincrônico.
Acredita-se que os informantes tornam-se
linguisticamente estáveis entre os 15 e 20 anos.
Dessa forma, se levarmos em conta um falante
de 50 anos no ano de 2017, a variação da
língua dele corresponde a quando ele tinha 15
ou 20 anos, ou seja, corresponde à fala dos
anos 1982 a 1987.
5. TEMPO REAL E TEMPO
APARENTE
 TEMPO REAL- há dois tipos de estudo,
tendências e painel.
 Tendências: comparam-se amostras diferentes
de fala da mesma comunidade linguística em
sincronias distintas, sendo que essas amostras
são estratificadas seguindo os mesmos
parâmetros no que se refere às diferentes
sincronias. Por meio dessa análise, é possível
que notemos se está ocorrendo mudança ou se
a variação se encontra estável nas sincronias
analisadas.
5. TEMPO REAL E TEMPO
APARENTE
 TEMPO REAL- há dois tipos de estudo,
tendências e painel.
 Painel- o pesquisador “[...] tenta localizar os
mesmos indivíduos que foram os sujeitos do
primeiro estudo e monitora quaisquer alterações
em seu comportamento, submetendo-os ao
mesmo questionário, entrevista ou experiência.”
(Labov, 1994, p. 76, tradução minha)
PRÁTICA
ESTUDO ESTILÍSTICO- SUJEITO
PRONOMINAL
 PRESENÇA: Sobre a bolsa Pad que eu
tava até conversando com Marcel e
Renzo aqui (exemplo retirado do corpus,
gravação realizada em uma reunião em
Alegre).
 AUSÊNCIA: [...] assim, todas as gestões,
pelo menos às últimas que eu
acompanhei (exemplo retirado do corpus,
gravação realizada em uma reunião em
Alegre);
SITUAÇÃO PRESENÇA DE PESO
COMUNICATIVA SUJEITO RELATIVO
PRONOMINAL
N %

Assembleia geral
estudantil da 47,4 0.199
Ufes- Goiabeiras 9/19
Reunião de uma força 49/65 75,4 0.483
política estudantil no
campus Goiabeiras
Reunião de uma força 164/ 209 78,5 0.515
política estudantil no
campus de Alegre
Conversa informal entre 24/27 88,9 0.663
amigos
TOTAL 246/320 76,9 Input: 0.808
ESTUDO HISTÓRICO

O sujeito pronominal pode ocorrer de forma


preenchida ou não preenchida,
conforme podemos observar no exemplo
abaixo:
“Meu bem, eu sei que é feio um homem ser
chorão. Mas Ø procuro consolar-me
commigo mesmo” (Carta de Oswald
Guimarães, de 8 de dezembro de 1919).
Hylda e Oswald
Corpus
FORMALIDADE
DISCURSIVA
 formal/distante: “O velho telegraphou ao Jeronymo
comunicando a n/ chegada e agradecendo os favores que
nos fes e as attenções que me dispensou. Amanhã Ø vou
escrever a Dondon e Officiaes do 58º bem como ao Tio
Asamor [...] O Serviço do “Moreno está bem adiantado e vae
ficar esplendido. Ø Cheguei bem do trabalho” ( Carta datada
de 2 Novembro de 1916).
 íntimo/envolvido: “Eu deveria tambem ficar na moita, mas Ø
não quis.[...] . E... depois, eu sou a fera!!. Você tambem tem
muito genio, não é?” (Carta datada de 19 de Maio de 1917).
1ª PESSOA
Envolvimento Frequência da Peso Relativo
expressão do
sujeito
pronominal
Menor 11,1% (47/425) 0,456
envolvimento
Maior 21,7% (38/175) 0,605
envolvimento
Total 14,2% (85/600) Range: 149
Input: 0,103
Significância: 0,031
2ª PESSOA

Envolvimento Frequência da Peso Relativo


expressão do (Oswald)
sujeito
pronominal
(Oswald)
Menor 13,8% (4/29) 0,193
envolvimento
Maior 28,3% (13/46) 0,711
envolvimento
Total 22,7% (17/75) Range: 518
Input: 0,154
Significância: 0,009
REFERÊNCIAS

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Disponpivel em: http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs/index.php/abralin/article/view/32348/20548.
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