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Universidade Federal do Ceará

Introdução à Linguística – Centro de Humanidades


Luís Eduardo de Oliveira Rodrigues

Fichamento

Antes dependente das diferentes áreas do conhecimento (História, Psicologia e afins),


após os estudos de Saussure, posteriormente organizados e publicados em Curso de
Linguística Geral por seus alunos e seguidores, houve uma fomentação dos estudos
linguísticos, agora autônomos de seus “padrinhos intelectuais” (as diferentes áreas do
conhecimento). No entanto, para trabalhar em um campo mais suscetível ao estudo
sistemático, Saussure diferencia a língua (produto social da faculdade da linguagem e
conjunto de convenções necessárias para o exercício da faculdade nos indivíduos), e a fala
(resultado das combinações, feitas individualmente, dos códigos presentes na língua).
Sendo seu objeto de estudo a língua, a sua dissecação passa a ser denominada
Estruturalismo devido à metodologia estrutural adotada. Sua metodologia é, até mesmo,
referência em outras áreas de estudos.
A abordagem de Saussure aproxima os estudos linguísticos da Psicologia Social ou de
Sociologia, diferente de Chomsky, norte-americano estudioso da área que a aproxima da
Biologia ou Psicologia Cognitiva, com sua teoria do Gerativismo, onde afirma a linguagem
como uma capacidade humana inata ao ser humano. Para Chomsky, o ser humano possui a
competência (um conjunto de regras mentais do indivíduo que se ligam com sua capacidade
inata de adquirir linguagem), e o desempenho (diz respeito ao comportamento linguístico do
falante, visto suas crenças, pressupostos, desejos e afins).
Apesar de descrever teorias sobre a linguagem e a língua, não podemos afirmar todo
sistema de signos como uma linguagem, apesar de o contrário ser verídico. Para o estudo de
todo e qualquer sistema de signos, temos a Semiologia, por Saussure, ou Semiótica, por
Peirce. As teorias corrobora para um maior entendimento do fenômeno da linguagem, mas
podemos apontar a Linguística com uma dupla-flecha: a linguística geral e a linguística
descritiva. A primeira seria o objeto da língua no seu estado ideal de uso e de forma, sua
execução plena à regra. A descritiva seria o que de fato ocorre, podendo refutar ou não a geral.
Em termos de adequação da linguagem, tem-se que um bom estudo para descrever a
passagem da língua, na sua execução de fato, seria o método da perspectiva sincrônica, onde
o uso da língua é estudado em dado momento, da forma como é, relativizando apenas dentro
desse escopo. Feito tal análise, tem agora a possibilidade do estudo da perspectiva diacrônica,
onde a passagem do tempo entre um momento e outro da língua e sua execução é analisada e
discutida. Dentre esses estudos sincrônicos, é possível inferir ainda um funcionalismo, onde
encara-se o contexto do falante e do ouvinte como crucial para a explanação do enunciado,
fazendo da língua, antes de tudo, um instrumento social.

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