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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

TUTORIA
LINGUÍSTICA

Curso: Letras – Literatura


Semestre: 2015.2
Aluno (a): Douglas Batista de Menezes
Matrícula: 113070029
Nota P1: ___
Nota P2: __
2

A LÍNGUÍSTICA COMO CIÊNCIA QUE BUSCA CONSOLIDAR AS


INVESTIGAÇÕES SOBRE A LINGUAGEM HUMANA

Douglas Batista de Menezes

A linguística, enquanto ciência, tem por objetivo o estudo da linguagem humana, pois
trata por estudar os aspectos fonéticos, morfológicos, semânticos, sintáticos, sociais e
psicológicos.

O termo “linguística” pode ser definido como a ciência que estuda os fatos da
linguagem, como pode ser constatado na afirmação de MARTINET (1978):

A linguística é o estudo científico da linguagem humana. Diz-se que um estudo é


científico quando se baseia na observação dos fatos e se abstém de propor qualquer
escolha entre tais fatos, em nome de certos princípios estéticos ou morais.
‘Científico’ opõe-se a ‘prescritivo’. No caso da linguística, importa especialmente
insistir no caráter científico e não prescritivo do estudo: como o objeto desta ciência
constitui uma atividade humana, é grande a tentação de abandonar o domínio da
observação imparcial para recomendar determinado comportamento, de deixar de
notar o que realmente se diz para passar a recomendar o que deve dizer-se. 1

O fundador desta ciência foi o suíço Ferdindand de Saussure (1857-1913) que


lecionou Linguística Geral na Universidade de Paris e Genebra por mais de 20 anos. Seus
conceitos e teorias acerca de fenômenos linguísticos foram proferidos durante suas aulas.

Os estudos Saussurianos somente foram publicados três anos após sua morte. Os
alunos Charles Bally e Albert Sechehaye reuniram os materiais e publicaram o livro “Curso
de Linguística Geral”. Além de Saussure, outros linguistas notáveis merecem destaque:
Umberto Eco e Noam Chomsky.

Os estudos linguísticos tomaram vários rumos nos diversos países em que se


desenvolveram, definindo escolas ou correntes teóricas. Entre elas, destacam-se o
Gerativismo que procura mostrar a capacidade que o indivíduo tem de compreender uma frase
mediante um número finito de regras e elementos combinados, o Pragmatismo que aborda a
relação entre o discurso que envolve o indivíduo e a situação comunicativa em que ele é
produzido e o Estruturalismo que entende a língua como um sistema articulado em que todos
os elementos estão interligados.
1
MARTINET, André. Elementos de linguística geral. 8 ed. Lisboa: Martins Fontes, 1978.
3

Em seus estudos e teorias sobre a linguagem humana e suas características, Saussure


nos mostra relações entre elementos, as dicotomias de Saussure, como são mais conhecidas.

A primeira dicotomia é a relação que dá entre língua e fala. O suíço define língua
(langue) como um conjunto de valores opostos e está inserida na mente humana como um
produto social, ou seja, a língua é imposta ao indivíduo.

A fala (parole), é a atividade prática da língua, a maneira como cada um,


individualmente, a utiliza. Desta maneira, podemos entender que existem fatores externos a
influenciar a fala de cada indivíduo. São esses fatores que a linguística busca entender e
identificar.

Como podemos observar a seguir:

O estudo da linguagem comporta, portanto, duas partes: uma, essencial, tem por
objeto a língua, que é social em sua essência e independente do indivíduo; esse
estudo é unicamente psíquico; outra secundária tem por objeto a parte individual da
linguagem, vale dizer a fala, inclusive a fonação e é psico-física (grifos nossos),
(CLG, 2006, p. 27)2

A segunda dicotomia presente na teoria Saussuriana é a relação existente entre


significante e significado. Para o teórico suíço, o signo linguístico, isto é:

O signo linguístico une não uma coisa e uma palavra, mas um conceito e uma
imagem acústica. Esta não é som material, coisa puramente física, mas a impressão
(empreinte) psíquica desse som, a representação que dele nos dá o testemunho de
nossos sentidos; tal imagem é sensorial e, se chegamos a chama-la “material”, é
somente neste sentido, e por oposição ao outro termo da associação, o conceito,
geralmente mais abstrato. (SAUSSURE, 2006. P.79)3

O signo linguístico compõe-se de duas faces básicas. A primeira é o significado, o


conceito do que se tem em mente, a imagem acústica do signo linguístico. A segunda é o
significante, a realização material deste conceito, através de fonemas e letras.

Saussure nos apresenta ainda, a ideia de estudos sincrônicos e diacrônicos (Sincronia e


Diacronia). Tais visões destacavam os estudos das transformações na língua ao longo do
tempo, ou seja, a partir de um dado momento (sincronia), os estudos começaram a ser
realizados levando-se em consideração as transformações decorridas mediante as sucessões
históricas (diacronia).

2
SAUSSURE, F. de. Curso de Linguística Geral. Organizado por Charles Belly e Albert Sechehaye. 2º. ed.
São Paulo: Cultrix, 2006.

3
SAUSSURE, F. de. Curso de Linguística Geral. Organizado por Charles Belly e Albert Sechehaye. 2º. ed.
São Paulo: Cultrix, 2006.
4

As teorias Saussurianas não são aceitas por todos no meio acadêmico, sendo assim,
objeto de grande discussão e estudo. De acordo com BAGNO (2011) em suas primeiras
palavras no livro “Preconceito linguístico, o que é, como se faz”:

Existe uma regra de ouro da linguística que diz: “só existe língua se houver seres
humanos que a falem”. E o bom e velho Aristóteles nos ensina que o ser humano “é
um animal político”. Usando essas duas afirmações como os termos de silogismo
(mais um presente que ganhamos de Aristóteles), chegamos à conclusão de que
“tratar da língua é tratar de um tema político”, já que também é tratar de seres
humanos.4

Desta forma, podemos concluir sobre a importância dos estudos linguísticos acerca da
linguagem humana, de suas peculiaridades, características e evoluções. A ciência da
linguística trabalha nessa perspectiva: de encontrar respostas e analisar os casos. Sendo assim
torna-se fundamental o estudo da linguagem a fim de entender suas manifestações e
influências, sejam elas nos aspectos fonéticos, morfológicos, semânticos, sintáticos, sociais e
psicológicos.

REFERÊNCIAS
4
BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico. O que é, como se faz. Ed. 54. Ediçoes Loyola. São Paulo. 2011.
5

BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico. O que é, como se faz. Ed. 54. Edições Loyola.
São Paulo. 2011.

DUARTE, Vânia Maria Do Nascimento. Linguística; Brasil Escola. Disponível em


<http://brasilescola.uol.com.br/portugues/linguistica.htm>. Acesso em 10 de dezembro de
2015.

FÁVERO, Leonor Lopes; KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. Linguística Textual:


introdução. Cortez, 1983.

FIORIN, José Luiz et al. Introdução à linguística volumes 1 e 2. 2003.

MARTINET, André. Elementos de linguística geral. 8 ed. Lisboa: Martins Fontes, 1978.

SAUSSURE, F. de. Curso de Linguística Geral. Organizado por Charles Belly e Albert
Sechehaye. 2º. ed. São Paulo: Cultrix, 2006.

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