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08/08/18

Anatomia do Coração
Localização –
Se localiza na caixa torácica, no mediastino. Subdividido em mediastino
superior e inferior, delimitado por uma linha imaginária que atravessa da
anterior para a posterior, que tem início anteriormente no ângulo de Louis
ou ângulo esternal. O mediastino superior engloba vasos importantes (aorta
por exemplo), mas, não propriamente o coração, que se localiza no
mediastino inferior.
O mediastino inferior ainda é subdividido em três partes –

• Mediastino anterior – logo atrás do esterno, sem estrutura de vasos


sanguíneos e etc.;
• Mediastino médio – local onde reside propriamente o coração;
• Mediastino posterior – que comporta a aorta descendente e o
esôfago;

PERICÁRDIO
O coração é revestido por um tecido de proteção, denominado PERICÁRDIO, similar a Pleura que envolve os pulmões ou o peritônio
que envolve o intestino.
O pericárdio é dividido em:
• Fibroso – tecido mais duro, firme, forte, áspero, que reveste externamente o coração. Se prende a túnica adventícia dos
vasos que se ligam nas extremidades da base do coração, a veia cava, veias pulmonares por exemplo, mantendo certo espaço
para que o coração possa se movimentar;
• Seroso – é a face interna do pericárdio, sendo um tecido mais liso e delicado, pois mantem contato direto com o coração, e
é subdividido em:
o Lâmina Parietal – fica ligado ao pericárdio fibroso;
o Lâmina Visceral – fica ligada ao coração propriamente dito;

Derrame Pericárdico –
Acúmulo de líquido (sangue) na cavidade pericárdica, que é o espaço
entre pericárdio visceral e o pericárdio parietal, diminuindo assim, então,
o espaço para a expansão do coração, prejudicando o movimento de
diástole, quando o ventrículo relaxa para se encher de sangue.

João Victor Mendes Molina – Anatomia III – 1º Bimestre


Se houver tempo, os sintomas a serem notados são – pressão arterial em queda, e então, como medida compensatória, os batimentos
cardíacos podem estar acelerados para buscar manter a pressão estabilizada. Ou seja, o sujeito poderá apresentar pressão baixa e
taquicardia simultaneamente.
A presença de líquido que comprometa a função do coração configura um tamponamento cardíaco, que é resultado de um derrame
pericárdico mais intenso, mais agravado, e para reverter tal quadro é necessário que se extraia o líquido na cavidade pericárdica,
permitindo assim a diástole.

Parte Externa do Coração


Átrio Direito –
O Átrio direito recebe sangue da veia cava superior, inferior e do seio coronário, posteriormente depositando tal sangue no ventrículo
direito.
Na região superior do coração, há a veia cava superior, que é resultado da juncao de duas outras veias, duas tributárias, as veias
braquiocefálica direita e esquerda. A veia braquiocefálica é formada por duas outras veias, a jugular interna e a veia subclávia. Sendo
então, a veia cava superior, responsável por drenar os membros superiores e encéfalo.
A veia cava inferior é responsável por drenar os membros inferiores e o abdome. Mas, o sangue do abdome não é depositado
diretamente na veia cava inferior, mas, na veia porta (do fígado), em que, tal sangue passa por um processamento e posteriormente
é direcionado para a veia cava inferior através da veia hepática, mas, o sangue advindo dos membros inferiores é depositado
diretamente na veia cava inferior.
Átrio Esquerdo –
O átrio esquerdo recebe sangue de 4 veias pulmonares,
superior e inferior direita e superior e inferior esquerda,
diferentemente do direito, que recebe de 2 veias (cavas).
Ventrículo Direito –
Da origem a uma estrutura externa chamada cone arterial,
que dará origem ao tronco pulmonar, que se ramifica
formando a artéria pulmonar direita e esquerda.
Sulcos que delimitam ventrículo esquerdo – sulco coronário
esquerdo, sulco interventricular anterior e o posterior.
Sulcos que delimitam ventrículo direito – sulco coronário
direito, sulco interventricular anterior e o posterior.
Aorta – dividida em:

• Ascendente;
• Arco da aorta;
• Aorta descendente.
Tem origem no ventrículo esquerdo. A aorta descendente
tem origem no arco da aorta e termina no promontório
sacral, dando origem as artérias ilíacas comuns.
Durante seu trajeto até as proximidades da pelve, a aorta
descendente passa pelo tórax e pelo abdome, passando
através do diafragma, por um hiato existente no local, sendo
então, dividida em parte torácica e parte abdominal da aorta
descendente.
A aorta ascendente dá origem a duas ramificações: artéria
coronária direita e coronária esquerda. Tais artérias
participam da irrigação do coração. A artéria coronária
direita é um pouco mais longa, enquanto que a artéria
coronária esquerda é mais curta e se divide, podendo ser
conhecida como tronco da coronária esquerda.
O arco da aorta dá origem a três segmentos: tronco braquiocefálico (que produz duas ramificações: carótida comum direita e
subclávia direita), artéria carótida comum esquerda e artéria subclávia esquerda.
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Parte Interna do Coração
Átrios –
De uma vista interna, possuem um assoalho liso, mas, em determinada
região há a presença de músculos, na região da aurícula, chamados
músculos pectíneos.
O átrio é responsável por depositar o sangue no interior do ventrículo,
sendo capaz de inserir um volume adicional de sangue no interior do
ventrículo, com isso, aumentando o volume de ejeção, não necessitando
de tantos batimentos para manter o débito cardíaco. O átrio precisa ter
uma força capaz de alongar as paredes ventriculares. Para ter tal força, o
átrio conta com os “músculos pectíneos”, presentes na região da aurícula.

A válvula da veia cava inferior está presente


na região inferior do átrio direito, sendo
responsável por diminuir o refluxo de sangue
para a veia cava inferior, uma vez que a
gravidade promove força para tal retorno.
Fossa Oval – é uma cicatriz presente no
interior do átrio, um resquício de uma
abertura que houve entre os dois átrios no
período embrionário, pois, em tal período o
ventrículo direito não precisava bombear
sangue ao pulmão, pois não havia a produção
de surfactante e, portanto, os alvéolos estão colabados e a resistência em tal região é muito alta, e, portanto, se o sangue fosse

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bombeado para tal região precisaria de uma grande força, hipertrofiando muito o ventrículo direito. Após o nascimento, deve ser
fechada tal abertura e forma-se então a cicatriza da fossa oval, se não houver tal fechamento, torna-se uma patologia.
Ósteos das Veias Cavas – estrutura de entrada das veias cavas no átrio (furo)
Crista Terminal – encontrada apenas no átrio direito, delimita o início da aurícula.
Músculos papilares – puxam as laminas cúspides no sentido inferior, não permitindo que se abram no sentido superior.
Prolapso de Válvula – abertura das laminas cúspides no sentido superior (ao contrário do sentido que deveriam se abrir
normalmente). Sintomas – sopro posterior ao infarto.
Insuficiência Valvar – quando há dificuldade no fechamento da valva.
Válvula Semilunar – Pulmonar e Aórtica – é aberta somente quando o ventrículo exerce uma pressão sistólica superior a pressão
diastólica.
Se houver sobrecarga na valva semilunar aórtica, ocorre sobrecarga no ventrículo esquerdo, se houver sobrecarga na semilunar
pulmonar, há sobrecarga no ventrículo direito.
Prolapso da valva mitral – O prolapso da válvula mitral é um problema cardíaco no qual a válvula que separa as câmaras superior e
inferior do lado esquerdo do coração não fecha apropriadamente, o átrio é sobrecarregado e ocorre uma hipertrofia do átrio. A valva
mitral ajuda o sangue no lado esquerdo do coração a fluir em uma única direção. Ela se fecha para evitar que o sangue retorne para
a câmara superior quando o coração contrai (sístole).
Estenose aórtica – é um estreitamento da válvula aórtica. Essa válvula é a que permite o fluxo de sangue desde o ventrículo esquerdo
do coração até a aorta, e dela para o corpo. A estenose impede a válvula de abrir corretamente, forçando o coração a trabalhar mais
para bombear o sangue através da válvula. Em resposta, o ventrículo esquerdo se torna hipertrofiado e aumenta de tamanho. No
início, essas adaptações ajudam a bombear sangue com mais força para vencer a resistência. Mas, com o tempo, ele poderá perder
a sua força para bombear o sangue e evoluir para insuficiência cardíaca.
Estenose valvar – fusão de duas das três lâminas da valva, acarretando um decréscimo na quantidade de sangue que passa pela valva.
Estenose Mitral - A válvula que permite a passagem do sangue que chega dos pulmões no átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo
é a válvula mitral. A estenose dessa válvula acontece quando a válvula diminui seu orifício efetivo, não permitindo a passagem de
quantidade adequada de sangue do átrio para o ventrículo.

Caso Clínico –
Paciente infartado com dispneia – Qual ventrículo está infartado?
Sinais de insuficiência cardíaca esquerda – hipóxia (baixa concentração de O₂) e dispneia.
Ventrículo esquerdo infartado, o sangue começa a se acumular no ventrículo esquerdo, passa a se acumular no átrio esquerdo, se
acumula nas veias pulmonares e no pulmão, acarretando um edema pulmonar. O paciente fica dispneico, não conseguindo respirar
plenamente, pois seus pulmões estão congestionados de sangue, baixando demasiadamente o nível de hematose (processo de troca
gasosa que permite a excreção de CO₂ e absorção de O₂ pelo sangue na região pulmonar) levando a hipóxia e como os pulmões
estarão encharcados de sangue o paciente apresentará dificuldade séria de respiração (dispneia).
Elementos anatômicos afetados em ordem – ventrículo esquerdo, átrio esquerdo, veias pulmonares e pulmão, estarão
congestionados.
Sinais de insuficiência cardíaca direita – ascite (inchaço no abdome), hepatomegalia (inflamação e aumento de tamanho do tecido
hepático), edema de membro inferior e estase jugular (turgência da veia jugular causada pelo seu esvaziamento ineficiente). O edema
de membro inferior e estase jugular podem resultar de congestão da veia cava superior e inferior, devido ao esvaziamento do átrio
direito ineficiente ou insuficiente, em decorrência do bombeamento obstruído ou insuficiente do ventrículo direito, que começa a se
congestionar, congestiona o átrio direito e posteriormente as veias que drenam para tal átrio.
Elementos anatômicos afetados em ordem – ventrículo direito, átrio direito, veias cavas, veia jugular, veia porta.

09/08/18

João Victor Mendes Molina – Anatomia III – 1º Bimestre


Coração e o Período Pré-Natal
Circulação Pré Natal –
Os alvéolos têm uma atração muito forte entre suas moléculas, e por
isso é necessário um surfactante para que os alvéolos não se fechem
(colabem), tal surfactante só passa a ser produzido nos momentos
finais da vida fetal. Com isso, como os pulmões estão ainda em
desenvolvimento, não são capazes de realizar hematose, e, portanto,
não é necessário e tampouco viável que o sangue passe pela região
pulmonar para que seja oxigenado.
Portanto, com a ausência de surfactante, pouco sangue é enviado do
coração aos pulmões, assim, deve haver uma abertura entre o átrio
direito (pois é o local onde chega o sangue placentário, que vem
através da veia cava) e o átrio esquerdo, o chamado Forame Oval, a
partir da chegada ao ventrículo esquerdo o sangue segue seu ciclo
normalmente conhecido.
O sangue placentário chega ao fígado do feto através da veia
umbilical, posteriormente atinge o ducto venoso e drena para a veia
cava, chegando ao átrio direito.
O sangue acaba chegando, em uma fração, ao ventrículo direito, o
qual, é ejetado ao tronco pulmonar, e neste retorna em parte para a
aorta através do canal arterial.
O forame oval não se fecha durante a vida embrionária pois a pressão
exercida dentro do coração ocorre no sentido do átrio direito para o
esquerdo (mantendo o SEPTUM PRIMIUM aberto), e se fecha
posteriormente ao nascimento (encostando no SEPTUM SECUNDUM),
pois a pressão no interior do coração se altera e passa a ser maior no
sentido do átrio esquerdo para o direito, forçando o fechamento do forame oval,
transformando-o em Fossa Oval.
Caso Clínico –
Se a membrana do septo interatrial for defeituosa, acarretará o não fechamento do forame
oval. Se não houver o fechamento do forame oval, o sangue do átrio esquerdo passa a retornar
ao átrio direito, passando duas vezes pela região pulmonar, aumentando a pressão nos vasos
pulmonares, podendo lesar os vasos sanguíneos pulmonares, causando uma hipertensão
pulmonar e um vasotrauma. E ainda, diminuindo o volume de sangue que chega ao ventrículo
esquerdo. Configurando um quadro de insuficiência cardíaca esquerda.
Com o aumento da pressão pulmonar os vasos sanguíneos perdem sua
complacência, agravando o aumento de pressão e refletindo sobre o
ventrículo direito, que trabalhará exaustivamente, levando a lesão no
músculo cardíaco.
Pode então se acarretar um quadro de COR PULMONALE no recém-
nascido. A COR PULMONALE (lesão do músculo cardíaco) se configura
quando a insuficiência cardíaca direita é causada por uma hipertensão
pulmonar. Então, o coração estará enfraquecido por perda de células.
Terapêutica do COR PULMONALE –
Primeiramente, deve-se tentar diminuir a pressão pulmonar, para
atenuar os efeitos do COR PULMONALE, mas, conforme a patologia
progride, o paciente irá apresentar sintomas mais graves, sendo esta
uma doença irreversível, pois, apesar da hipótese de transplante
cardíaco, o novo coração irá ser exposto às situações de hipertensão
pulmonar a que o anterior se expunha.
Após o nascimento, além do forame oval, o canal arterial deve ser
obstruído também, se não for, o recém-nascido sofrerá com os mesmos sintomas do não fechamento do forame oval, acarretando o
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hiperfluxo de sangue aos pulmões. O não fechamento do forame oval é chamado de CIA, e a não obstrução do canal arterial é
chamada de PCA (persistência do canal arterial).

Vascularização do Coração
Composição – artérias coronárias e veias cardíacas. Vascularizam o epicárdio e o miocárdio. A nutrição do endocárdio ocorre por
difusão ou por microvasos diretamente da câmara cardíaca. As coronárias originam-se dos seios da aorta, na sua parte ascendente,
imediatamente superior à valva aorta.
Dependente de 3 válvulas –

• Seio da aorta posterior; • Seio da aorta esquerdo; • Seio da aorta direito.


Como o óstio das artérias coronárias estão presentes na valva da aorta, o sangue flui melhor por tais artérias enquanto a valva está
fechada, portanto, estas artérias são melhor irrigadas durante a diástole.
Caso Clínico – Frequências cardíacas muito elevadas, promovem o infarto, pois, a sístole está sendo intensamente repetida e o tempo
de diástole é diminuído, proporcionando menor volume de sangue circulando pelas artérias coronárias.

Trama Coronariana
A Artéria Coronária Direita tramita pelo sulco coronário direito, seguindo por toda a extensão do sulco. A Artéria Coronária Esquerda
tramita posteriormente pelo tronco pulmonar (por isso também é conhecida como Tronco da Coronária Esquerda), e seguindo pelo
sulco coronário esquerdo, após passar por trás do tronco pulmonar ela acaba, se dividindo em dois outros vasos: Artéria Circunflexa
e a Artéria Descendente Anterior (também conhecida como artéria interventricular anterior). A artéria descendente anterior
percorre o sulco interventricular anterior e a artéria circunflexa segue pelo sulco coronário esquerdo.

Artéria Interventricular Posterior – também conhecida como Artéria Descendente Posterior – localizada dentro do sulco
interventricular posterior – esta artéria pode se anastomosar com a coronária esquerda ou com a coronária direita (mais provável),
ou seja, seu sangue pode advir da coronária esquerda ou da direita. Se seu sangue advir da coronária direita, será observado em
exame que a coronária direita é a dominante, se o sangue advir da coronária esquerda, a coronária esquerda será a dominante.
Artéria Coronária Direita – irriga a parede inferior do coração e lateral do ventrículo direito, e ainda a parede posterior em parte ou
em totalidade (se a coronária direita for a dominante, irrigando ainda, neste caso, parte da parede posterior do ventrículo esquerdo)
do ventrículo direito.
Ramo Circunflexo – irriga a parede lateral do ventrículo esquerdo e parte, ou a totalidade (se a coronária esquerda for a dominante)
da parede posterior do ventrículo esquerdo.
Artéria Coronária Direita se subdivide em:
• Ramo Marginal Direito – irriga a parede lateral do ventrículo direito;
O Ramo Interventricular Anterior se subdivide em ramos:
• Ramo do Cone Arterial – irriga a parede ântero-superior do ventrículo direito;
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• Ramo do Septo Interventricular – irriga a região do forame oval;
• Ramo Diagonal – podem ser mais de um ramo diagonal, e irriga a parede anterior do ventrículo esquerdo;
O Ramo Circunflexo também se subdivide em:

• Ramo Marginal Esquerdo – irriga a parede lateral esquerda;


Caso Clínico I –
Ao longo do tempo, o tecido cardíaco vai se adaptando a suas próprias necessidades metabólicas, promovendo o aumento da
extensão ou da quantidade de vasos sanguíneos irrigando o coração, e, portanto, um infarto pode ser mais grave em um jovem que
em um idoso, pois este último pode possuir maior capacidade de irrigação do tecido cardíaco.
Caso Clínico II –
Se o paciente possuir obstrução na artéria coronária esquerda, e esta for a dominante junto a descendente posterior, o paciente terá
afetado todo o seu ventrículo esquerdo, por outro lado, se a dominante for a direita, ele possuirá uma sobrevida um pouco maior
em seu ventrículo esquerdo, pois a parede posterior deste ainda será irrigada pela descendente posterior que apresentará
suprimento sanguíneo advindo da coronária direita.

Veias do Coração
Veia Interventricular Anterior é uma tributária da Veia Cardíaca Magna, que, por sua vez, é uma tributária do Seio Coronário
(localizado posteriormente).
Veia Cardíaca Interventricular Posterior e Veia Cardíaca Parva – tributam também para o Seio Coronário.
O Seio Coronário, por sua vez, deposita o sangue dentro do átrio direito.

14/08/18

Sistema Elétrico do Coração


A onda P é causada pela disseminação da despolarização pelos átrios, e isso é seguido pela contração atrial, que causa aumento
discreto na curva de pressão imediatamente após a onda P eletrocardiográfica.
Passado mais ou menos 0,16 segundo após o início da onda P, as ondas QRS surgem como resultado da despolarização elétrica dos
ventrículos, o que inicia a contração ventricular e faz com que a pressão ventricular comece a aumentar, como ilustrado na figura.
Portanto, o complexo QRS se inicia pouco antes do início da sístole ventricular.
Finalmente, vê-se a onda T ventricular no eletrocardiograma. Ela representa o estágio de repolarização dos ventrículos quando suas
fibras musculares começam a relaxar. Portanto, a onda T surge pouco antes do final da contração ventricular.
A onda P é dividida ao meio, sendo representado em seu lado esquerdo o ventrículo direito e o lado direito o ventrículo esquerdo.
Podem haver variações no desenho desta onda, podendo representar, por exemplo, um refluxo de sangue, se for no lado direito da
onda, há um refluxo no átrio direito, repercutindo em um volume menor de sangue sendo ejetado pelo ventrículo esquerdo. Se a
onda P estiver muito alta, significa que há um aumento dos sinais elétricos, do tamanho do tecido.

João Victor Mendes Molina – Anatomia III – 1º Bimestre


Em um laudo médico descrito com o “nó sinusal” significa que o nó sinoatrial está ditando o ritmo dos batimentos cardíacos,
compreendido dentro da normalidade.
A sobrecarga sobre os átrios podem ser: volumétrica ou pressórica. Podendo advir de uma estenose (causando uma passagem menor
para o sangue e o consequente refluxo de sangue, gerando a sobrecarga).
Nó Atrioventricular – é responsável por retardar a contração ventricular junto a contração atrial. Este mecanismo é necessário pois,
o ventrículo precisa estar completamente cheio de sangue para que exerça plenamente sua função, ejetando sangue na medida
necessária para gerar a pressão em nível de normalidade sobre as artérias. Este tempo de retardo é imprescindível para que o átrio
termine de escoar a quantidade necessária e normal para o ventrículo. O nó atrioventricular está localizado próximo ao septo
interatrial, na região inferior e anterior.
Esqueleto Fibroso –

Próximo a região onde reside o nó atrioventricular, há uma pequena falha do componente isolante (esqueleto fibroso), por onde
passa o Feixe de His, sendo este um prolongamento do nó atrioventricular, que se bifurca e acessa ambos os ventrículos, tornando
possível que os estímulos elétricos cheguem aos ventrículos.
Entre a onda P e a QRS, há um espaço, denominado espaço PQ, que demonstra o período de tempo que os sinais elétricos utilizam
para percorrer o nó atrioventricular.
Síndrome de Wolff Parkinson White –
A síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW) é uma arritmia cardíaca que faz com que os impulsos elétricos sejam conduzidos ao
longo da via acessória dos átrios até os ventrículos, denominada feixe de Kent, é também uma forma de taquicardia, formada por
uma condução atrioventricular adicional que impede condução normal do estímulo do átrio que vai até o nódulo atrioventricular,
causando o que chamamos de taquicardia supraventricular. A síndrome de WPW é geralmente diagnosticada com o exame do
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eletrocardiograma (ECG) de uma pessoa assintomática. Neste exame é manifestada uma onda delta, que é uma onda no complexo
QRS em formato da letra grega Delta, associada
com um intervalo PR diminuído.
Ramo Direito e Ramo Esquerdo do Feixe de His –
É representado no eletrocardiograma pela onda
QRS. Quando o impulso elétrico termina de
percorrer o feixe de His e começa a percorrer os
ramos (direito e esquerdo) será representado pela
letra Q, despolarizando a porção inicial do septo,
posteriormente, quando atinge proximidades do
ápice e porção final dos ramos, é representado
pela letra R, quando chega as extremidades dos
ramos, as chamadas fibras de Purkinje, é
representado pela letra S.
Portanto, a despolarização ocorre do septo
interatrial, ápice e paredes externas. Portanto, os
ventrículos são inervados por: ramos direito e
esquerdo e fibras de Purkinje. Com isso, se houver
alteração, uma sobrecarga dos ventrículos, por
exemplo, a onda QRS será aumentada.
Supradesnivelamento do segmento ST –
Significa que há obstrução das artérias
responsáveis pela irrigação do ventrículo direito (coronária direita ou marginal direita), devendo ser considerado o risco sério de
infarto agudo do miocárdio.
Alterações no nó atrioventricular ou sinoatrial –
Se houver problema no nó sinoatrial, o nó atrioventricular tentará suprir tal deficiência, emitindo frequências elétricas de batimentos
mais lentos, mas, ainda assim, acarretando o batimento cardíaco. Se houver um problema no nó atrioventricular, deverá ser colocado
um marca-passo no paciente, ditando então o ritmo cardíaco.
Há casos ainda em que, o bloqueio do nó atrioventricular é parcial, sendo então o marca-passo necessário quando os batimentos
caem abaixo de 70, por exemplo, ficando o marca-passo então em “demanda”. Mas, há pacientes em que o marca-passo deve ser
utilizado continuamente, estando o marca-passo em “comando”, sendo utilizado plenamente para o paciente.
Paciente, principalmente com marca-passo em comando, terá limitações com relações a atividades físicas, pois, o marca-passo é
programado com um determinado ritmo de batimento cardíaco, não aumentando tal ritmo pré-programado. Então, tal paciente é
capaz de aumentar o volume de sangue bombeado, mas, não a quantidade de batimentos, devendo passar por acompanhamento
antes de realizar atividade física.
16/08/18

Irrigação do Membro Superior


Sistema Arterial Cervicobraquial –
• Tronco braquiocefálico;
• Artéria carótida comum;
• Artéria subclávia – a direita tem início no final do tronco braquiocefálico e termina no primeiro arco intercostal;
Na região superior do manúbrio há a incisura jugular, compreendendo a região em que passa as artérias do tronco braquiocefálico.
Tateando em ângulo reto sobre a incisura jugular toca-se a traqueia. Contornando a incisura jugular em direção a lateral percebe-se
a parte esternal da clavícula.
Sob a clavícula, por volta da região do meio da clavícula, é localizada a artéria subclávia (que emite pulsação, que pode ser sentida
pelo tato) e mais acima há a veia subclávia.
Obs.: A tonalidade do sangue é distinta quando aferido na artéria e na veia, sendo que, na artéria tem uma cor avermelhada mais clara e mais viva, enquanto que,
na veia, normalmente tem a tonalidade de um vermelho mais escuro.

João Victor Mendes Molina – Anatomia III – 1º Bimestre


Da Artéria Subclávia se originam –
• Artéria Vertebral;
• Tronco Tireocervical – é emitido em direção
superior, buscando a tireoide;
• Artéria Torácica Interna (também conhecida
como Artéria Mamária) – responsável pela
irrigação dos músculos intercostais, e dá
origem a artéria intercostal anterior. Assim
que é emitida, ela passa a ser envolvida pela
pleura parietal;
• Tronco Costocervical – é emitido em direção
posterior e está envolvido na irrigação dos
dois primeiros espaços intercostais;
Obs.: A ponte de safena pode ser acompanhada de uma “ponte de
mamária”, em que, retira-se um segmento da artéria mamária e
coloca-se na região da artéria coronária do coração que esteja com
obstrução. É possível se fazer a ponte de mamária utilizando a artéria torácica interna pois, apesar de
cessar a irrigação através desta artéria, seu prolongamento (artéria intercostal anterior) se
anastomosa com a artéria intercostal posterior (que advém da aorta torácica) e continua ejetando
sangue para esta região.

Obs. II: Ao ser feita a ponte de mamária, o paciente precisará de um dreno de tórax, pois, ao se
segmentar a artéria torácica interna haverá sangramento posterior a cirurgia, e o sangue deverá ser
drenado pois irá se alojar entre a pleura e o tórax, e ainda, devido a incisão cirúrgica, entre a pleura
parietal e a pleura visceral. Se o sangue não for drenado corretamente, o sangue começará a comprimir
os pulmões e diminuir a pressão negativa exercida pela pleura, uma situação denominada de
“hemotórax”.

Ramos do Tronco Tireocervical –


• Artéria Tireóidea Inferior – que faz a irrigação da região inferior da glândula
tireoide;
• Artéria Cervical Transversa – avança um pequeno vaso em sentido póstero-
lateral e emite dois ramos:
o Artéria Cervical Superficial – irriga o esternocleidomastóideo;
o Artéria Dorsal da Escápula;
• Artéria Supraescapular – avança em direção ao acrômio;
Ramos do Tronco Costocervical –

• Artéria Cervical Profunda;


• Artéria Intercostal Suprema – emite
as ramificações:
o 1ª artéria intercostal;
o 2ª artéria intercostal.
Artéria Axilar –
Tem início na margem inferior da 1ª costela.
A borda inferior do músculo redondo maior
delimita o final da artéria axilar,
determinando ainda o início da artéria
braquial.
Dá origem aos ramos –
• Artéria torácica superior – na
primeira porção da artéria axilar;
• Tronco toracoacromial – na segunda
porção da artéria axilar, embaixo do
músculo peitoral menor;
• Artéria torácica lateral - na segunda
porção da artéria axilar, embaixo do
músculo peitoral menor;

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• Artéria Subescapular – na terceira porção da
artéria axilar, após o músculo peitoral menor;
• Artéria Circunflexa Umeral Anterior - na
terceira porção da artéria axilar;
• Artéria Circunflexa Umeral Posterior - na
terceira porção da artéria axilar;
Artéria Braquial –
Tem início na margem inferior do músculo redondo
maior.
Se divide em Artéria Radial e Artéria Ulnar. A artéria
braquial emite:
• Artéria braquial profunda, que emite:
o Colateral média;
o Colateral radial – acessa a artéria
recorrente radial;
o Artéria recorrente radial – que acessa
a artéria radial.
• Artéria colateral ulnar superior;
• Artéria colateral ulnar inferior;
Essas duas últimas emitem:

• Artéria recorrente ulnar ramo anterior e ramo


posterior.
Da Artéria Ulnar, têm origem a:
• Artéria Interóssea Comum – possui um ramo
em sentido retrogrado e um ramo emitido em
direção palmar, são denominados:
o Artéria Interóssea Recorrente – ramo
retrogrado – atravessa a membrana
interóssea, e na face posterior do
antebraço ela se anastomosa com a
Artéria Colateral Média, formando
um vaso chamado de Artéria
Interóssea Posterior;
o Artéria Interóssea Anterior – ramo que desce em direção palmar;
Há ainda um vaso que por vezes tem origem na artéria interóssea comum e por vez na artéria interóssea recorrente anterior,
denominado:
• Artéria Acompanhante do Nervo Mediano.

Irrigação da Mão –
Arco Palmar Superficial –
A artéria ulnar se direciona diretamente para a mão, se anastomosando com o ramo superficial da artéria radial e formando: Arco
Palmar Superficial.
Do Arco Superficial são emitidas as Artérias Digitais Palmares Comuns (3 ou 4 artérias), estas artérias trafegam até a parte inicial dos
dedos, a base dos metacarpos, se bifurcando, e cada uma das artérias digitais comuns formando duas artérias digitais próprias.
Portanto, o objetivo principal do arco superficial é irrigar os dedos.
Arco Palmar Profundo –
É formado pelo ramo profundo da Artéria Ulnar se anastomosando com a artéria radial, que passa na regiao da tabaqueira anatomica.
O arco profundo então emite duas artérias: Artéria Principal do Polegar e a Artéria Radial do Indicador, além dessas, ainda emite as
Artérias Metacarpais Palmares.

João Victor Mendes Molina – Anatomia III – 1º Bimestre


As Artérias Metacarpais Palmares, quando na região da falange média, se anastomosam com as Artérias Digitais Palmares Próprias.
Há ainda dois ramos dorsais, um saindo da artéria ulnar e outro da artéria radial, que saem da anterior em direcao a posterior do
punho e ambas se anastomosam, esta estrutura então emite
Artéria interóssea anterior, quando chega a região final do antebraço, se direciona para posterior e chega a região dorsal se ligando
aos ramos dorsais.

Drenagem Venosa dos Membros Superiores


As veias, diferentemente das artérias, iniciam-se nas mãos e progridem até o coração. Na sua organização há a presença de dois
compartimentos, um superficial e outro profundo. O compartimento superficial encontra-se rente a tela subcutânea, já o profundo
está localizado após os músculos.
OBS: As veias do compartimento superficial estão presentes logo após a tela
subcutânea, sendo assim elas são de fácil visualização. Já as veias do
compartimento profundo estão localizadas após o músculo, sendo necessário
a “retirada” de várias camadas para que estas sejam visualizadas. Quando, por
exemplo, é necessário algum procedimento cirúrgico nessas veias profundas
após a incisão na pele encontra-se a tela subcutânea, abaixo da tela estão as
veias superficiais, continua a adentrar até encontrar uma fáscia muscular, após
incisar a fáscia e rebater encontramos a musculatura, após rebater o músculo
na parte mais profunda encontram-se as veias profundas.
Assim como ocorre com as artérias, na irrigação venosa também há a presença
de dois arcos. Um arco é denominado de arco venoso palmar superficial e o
outro de arco venoso palmar profundo. Essa estrutura possui uma grande
quantidade de veias que vão para os dedos, denominadas de trama venosa. A
trama venosa palmar (ou rede venosa palmar) são formados por várias veias
de menor calibre.
Os dois arcos que estão na palma da mão irão seguir em direção do punho e
nessa região haverá a formação de dois ramos. Esses dois ramos irão se unir
(de uma forma inespecífica) e vão formar um ou dois vasos, denominados de
veias radiais (geralmente são duas veias radiais) – como são duas veias
geralmente são de menor calibre e fazem a drenagem da parte palmar.
Na parte ulnar também há a formação de veias – as veias ulnares (geralmente
são duas mas pode ser apenas uma). Portanto os dois arcos podem se juntar e
formar duas veias em cada lado: veias radiais e veias ulnares.
Essas veias irão subir e seguir até a região do cotovelo. Nessa região haverá a produção da veia recorrente ulnar que irá se
anastomosar com outra veia, a veia colateral ulnar, formando um arco. No lado radial também haverá há presença de uma veia
recorrente, a veia recorrente radial, e essa irá se anastomosar com a veia braquial profunda (não há a veia colateral no lado radial).
Essa anastomose também formará um arco. (Essa organização venosa não tem importância clínica).
Esses vasos que passaram pela estrutura do cotovelo tem tendência em fazer uma junção, tanto do lado ulnar como da radial. No
momento da junção pode ocorrer a formação de um único vaso ou de dois vasos (que é o mais comum). Depois da junção elas passam
a se chamar de veias braquiais. A maneira que essas veias irão se organizar é muito variável, portanto o trajeto delas na região do
úmero pode ser de várias maneiras em uma mesma pessoa. As veias braquiais irão seguir até a região do ombro e vão terminar ai.
Caso Clínico – Essa estruturação venosa está sempre comprimida pela musculatura do braço. Em algumas situações quando não há a contração dessa
musculatura há uma drenagem ruim, nesse tipo de paciente pode ocorrer um distúrbio de coagulação formando um coagulo que oclui essa drenagem podendo
originar o surgimento de uma trombose venosa profunda. A trombose venosa profunda é a formação de um coagulo em um vaso (pode ser uma radial, ulnar ou
braquial) que está nesse compartimento. O sintoma desse paciente é um edema no local. Esse edema se apresenta de forma rígida, com um sinal de empastamento
muscular (o musculo possui muito sangue que comprime a fáscia muscular – o músculo fica muito rígido). Outro sinal é dor no local de edema no momento de
palpação, pois ocorre inflamação devido grande volume de sangue que ocasiona pequenas fissuras. Além da dor a região do edema irá se apresentar vermelho e
com a temperatura elevada.

A trombose venosa é mais comum nos membros inferiores, mas pode acontecer no membro superior principalmente devido ao AVC. Uma complicação por esse
problema é: se o trombo que está ali sofrer uma fragmentação originando êmbolos que poderão seguir pelas veias até chegar e parar no coração. Sendo assim há
a possibilidade de um trombo chegar ao coração e a partir daí ir para o pulmão. Quando ele vai para o pulmão sua passagem é através de uma artéria que possui
a tendência de diminuir de calibre, logo há um momento que o diâmetro do embolo é maior que o da artéria o que proporciona o fechamento desta. Se for na
artéria pulmonar é denominado de embolia pulmonar. Nesses casos a recomendação é de repouso ao paciente, pois sem movimentação não a movimentação dos
músculos não havendo a fragmentação e a formação de êmbolos, além da prescrição de anticoagulantes.

João Victor Mendes Molina – Anatomia III – 1º Bimestre


A embolia pulmonar pode gerar uma insuficiência respiratória pois o sangue chega na região e não consegue atravessar, isso faz com que o sangue de toda a área
pulmonar seja deslocado para outras regiões, ocasionando a não oxigenação correta do sangue (menos oxigênio que o normal) – Se a área for grande pode levar
a muitas complicações até mesmo a óbito.

OBS.: Não é possível que um embolo surgido na região da mão cause o bloqueio das veias até chegar no coração pois a tendência das
veias é aumentar o calibre.
Irrigação da região dorsal da mão –
Na parte dorsal não haverá um arco dorsal e sim uma trama ou rede venosa dorsal.
São vários vasos se organizando como se fossem uma teia de aranha, um
emaranhado. Nessa rede irá se formar dois vasos importantes, um próximo do
polegar e um outro próximo ao dedo mínimo. O que está na face medial é
denominada de veia basílica do antebraço (próximo ao dedo mínimo). Esta veia
avança no dorso da mão em direção ao punho, ao passar pelo punho ela segue por
toda a região do antebraço até o cotovelo. Na parte lateral perto ao polegar a veia
é a veia cefálica do antebraço. Esta faz o mesmo trajeto que a basílica (depois do
punho elas se anteriorizam para o antebraço até o cotovelo – fossa cubital). E, entre
essas duas veias há a veia intermedia do antebraço.
Próximo ao cotovelo essas veias já começam a se organizar para ocorrer a junção.
A veia basílica do antebraço sobe reto e pode sofrer uma bifurcação que leva em
encontro a veia cefálica do antebraço. A tributação (ramificação) da veia basílica do
antebraço é denominada de veia intermedia do cotovelo (é a que comunica a veia
basílica do antebraço com a veia cefálica do antebraço). Além dessa organização
também pode apresentar, ao invés da ramificação da veia basílica, uma ramificação da veia cefálica, se isso ocorrer será essa que vai
ser denominada de veia intermedia do cotovelo. NÃO HÁ A PRESENÇA DE DUAS VEIAS INTERMEDIA DO COTOVELO, apenas uma, ou
é a ramificação da basílica ou a ramificação da cefálica.
OBS: A veia que recebe a ramificação fica mais calibrosa (entretanto pode acontecer da veia possuir o mesmo tamanho sendo assim
a veia intermedia do cotovelo será muito fina).
A veia intermedia do antebraço pode drenar na intermedia do cotovelo, desta forma seu sangue irá para a veia que recebe a
ramificação. Ou também a veia intermedia do antebraço pode fazer uma ramificação e enviar o sangue tanto para cefálica como a
basílica e essas irão possuir calibres iguais.
Após a região do cotovelo (fossa cubital) as veias cefálica do antebraço e a basílica do antebraço passam a ser chamadas apenas de
veia cefálica e veia basílica.
OBS: Sempre a inferior é tributaria da superior (a distal é tributaria da proximal).
A veia basílica mais ou menos no terço médio do braço perfura a fáscia do músculo e troca de compartimento (vai para o profundo).
Quando ela chega próxima a cabeça do úmero, a veia basílica e as braquiais irão se anastomosar (veias braquiais são tributarias das
basílicas) e seguem juntas através da basílica. Quando elas passam pelo músculo redondo maior elas passam a ser chamadas de veia
axilar. Enquanto isso a veia cefálica continua lateralmente, sobe pelo sulco do deltoide com o peitoral maior e entra na fáscia do
músculo (tornando-se profunda) e faz sua anastomose com veia axilar. A partir do momento que essas veias se anastomosam e
passam pela região da clavícula elas são denominadas de veia subclávia.
A veia subclávia irá receber dois importantes ramos: a veia jugular externa e a veia jugular interna. A veia jugular interna juntamente
com a veia subclávia irão dar origem a outra veia, a veia braquiocefálica, podendo ser direita ou esquerda. As duas veias
braquiocefalicas (uma de cada lado) irão se juntar e formar a veia cava.
OBS.: Em algumas circunstancias utilizam a veia cefálica para passar fio de marca-passo ou até mesmo intracath. Isso ocorre pois ela é bem próxima a estrutura
da pele e possui também um calibre grande.

Anatomia Circulatória Da Cabeça E Pescoço


A artéria carótida comum antes de iniciar sua bifurcação para se dividir em artéria carótida interna e artéria carótida externa ela sofre
uma expansão e forma um seio, o seio carotídeo ou carótico. Esse seio possui influência direta com o que vai acontecer dentro da
caixa craniana. Ele é o local da carótida que há vários barorreceptores que percebem alterações no aumento da pressão arterial.
Assim que há uma passagem de sangue maior nesse local é possível que o sistema se organize para possuir uma pressão maior ou
menor.
OBS: Ao massagear o seio carotídeo de forma intensa e seguida é possível induzir a bradicardia.

João Victor Mendes Molina – Anatomia III – 1º Bimestre


Entre as carótidas interna e externa é encontrada um glomo carotídeo, ele tem seus prolongamentos nervosos que penetram o seio
carotídeo. Ele é um receptor químico e faz a verificação dos níveis de oxigênio e gás carbônico (sua verificação é mais eficaz para os
níveis de oxigênio do que para o de gás carbônico).
OBS’: Tanto o seio carotídeo como o glomo carotídeo são fundamentais para que o sistema hemodinâmico funcione corretamente.
OBS’’: Placas de ateroma após o seio carotídeo congestiona sangue, já quando essas placas se encontram antes do seio deixa ele
desprovido de sangue. O fato do seio estar desprovido de sangue dá a entender que a pressão está baixa, o que é uma informação
errada, mas mesmo assim ele elabora uma resposta para que a pressão se eleve o que pode fazer com que o indivíduo fique
hipertenso gerando uma resposta do sistema nervoso.
OBS’’’: Endarteriectomia – cirurgia para remover uma placa de ateroma antes da formação do seio.

Carótida externa:
Na carótida externa há uma série de vasos se organizando para fazer a irrigação da face.
A primeira estrutura, ramificação da carótida externa é a artéria tireóidea superior. Ela vai irrigar tanto a parte superior da glândula
tireoide tanto como a região da laringe e os músculos que estão nessa área, músculos denominados de infraioides.
Logo depois, tem-se uma outra estrutura arterial de uma calibre um pouco maior, denominada de artéria lingual. Ela vai irrigar uma
região um pouco maior, devido a isso seu maior calibre. Ela irriga todo o assoalho da boca e os músculos ali presentes (a parte mais
profunda desse assoalho pertence a língua) e a região da faringe. O primeiro ramo da artéria lingual, na parte posterior é denominado
de ramo dorsal da língua ele é responsável pela irrigação do assoalho da boca (aproximadamente um terço posterior desse assoalho)
e parte da parede da orofaringe. Após isso, na parte superficial do assoalho há o ramo denominado de artéria sublingual (está bem
próxima da tela subcutânea, sendo de fácil acesso quando necessário um procedimento cirúrgico). Existe também duas glândulas, a
glândula submandibular e a sublingual, essas duas glândulas também recebe sangue da artéria sublingual (a glândula sublingual
recebe potencialmente sangue dessa artéria e a glândula submandibular é irrigada uma pequena parte, não totalmente – outra
artéria irriga potencialmente essa glândula). Na parte terminal do vaso, há o terceiro ramo da artéria lingual, denominado de artéria
profunda da língua. Essa artéria irriga a parte profunda do assoalho e a parte anterior e média da língua. Portanto a maior parte da
estrutura da língua, na sua estrutura mais profunda é irrigada por essa artéria.
A terceira ramificação da carótida externa é a artéria facial. Essa arteira irriga toda a região da face. Sua primeira ramificação irá
nutrir a região do palato mole e é chamada de artéria palatina ascendente. Após isso, a artéria facial avança no sentido lateral, passa
inferiormente a mandíbula e se exterioriza. Antes que ela se exteriorize há a produção de outro ramo, os ramos glandulares, que
irriga potencialmente a glândula submandibular. Logo depois, as artérias glandulares irão fazer ramificações que irriga os músculos
da região do queixo, essa ramificação é denominada de artéria submentual (a artéria submentual é uma ramificação do ramo
glandular). A partir de agora a facial vai ascender e sempre na região externa, assim que ela chega inferiormente aos dentes ela emite
uma ramificação: artéria labial inferior. Embora essa artéria esteja próxima aos dentes ela não é responsável pela irrigação dos deles.
Após isso ela vai produzir sua outra ramificação, a artéria labial superior. Essas duas últimas artérias são responsáveis por nutrir a
gengiva.
Depois da formação da artéria labial superior irá surgir a última ramificação da artéria facial, ou a parte terminal dela, denominada
de artéria angular.
Na quarta ramificação da carótida externa (logo após a facial) há uma projeção no sentido posterior, avançando até o processo
mastoide passando por ele e seguindo até o osso occipital, recebendo o nome de artéria occipital. Essa artéria forma uma teia arterial
nesse local.
A artéria auricular posterior é a quinta ramificação, ela irriga a orelha interna, células mastoides, pavilhão da orelha, a glândula
parótida e a ATM.
Após há a artéria maxilar, que é o sexto ramo da artéria carótida externa. Na sequência a formação desse vaso haverá o surgimento
da artéria temporal superficial, que é a parte terminal da artéria carótida externa, sendo essa o último ramo.
A artéria temporal superficial solta um ramo que vai para posterior e outro que vai para a anterior, denominados respectivamente
de: artéria temporal superficial posterior e artéria temporal superficial anterior. Ela irriga todo o couro cabeludo da parte temporal
e o músculo temporal.
Artéria maxilar vai ter várias ramificações no seu trajeto. Entre elas há uma que ascende, atravessa o forame espinhoso e vai para
dentro do crânio (entre todas as artérias da carótida externa essa é a única que adentra o crânio), ela chama artéria meníngea média
e nutri a estrutura da dura-máter, a meníngea. A primeira ramificação, antes da meníngea média, descende pela estrutura
mandibular, externamente ao osso e penetra o forame da mandíbula que dá acesso ao canal da mandíbula, ela segue internamente
por esse canal, passando pela face inferior dos alvéolos dentários, seu nome é artéria alveolar inferior. No momento que essa artéria
está para passar pelo forame ela faz uma ramificação, que vai seguir pela face medial da mandíbula, essa ramificação é denominada

João Victor Mendes Molina – Anatomia III – 1º Bimestre


de ramo milo-hióide (ramo da alveolar inferior). Esse ramo passa através o sulco milo-hióide, ela irriga o musculo milo-hióide e o
ventre anterior do digástrico.
A artéria alveolar inferior dentro da estrutura óssea produz ramos alveolares que se bifurcam, mais ou menos na estrutura dos
alvéolos, para originar os ramos dentais e peridentais. Esses ramos irrigam a polpa e periodonto dos dentes inferiores. Prosseguindo
ela atravessa o forame mentual originando a artéria mentual, que é externa ao osso, na região do queixo. Ela irriga o lábio inferior e
gengiva vestibular anterior inferior.
A partir de agora, na artéria maxilar, sua parte final faz três ramificações bem próximas. A primeira ramificação é a artéria
esfenopalatina, que irriga a porção anterior do palato duro. Essa artéria adentra a fossa esfenopalatina, nessa fossa há o forame
nasopalatino, essa artéria atravessa esse forame e adentra internamente na cavidade nasal, irrigando o septo e o assoalho da
cavidade nasal. Dentro da cavidade ela segue no sentido anterior ao assoalho, atravessando o forame incisivo aparecendo na
cavidade oral, avançando pelo palato duro, no sentido retrógrado (sentido posterior), irrigando na cavidade oral a gengiva dos dentes
próximos a região do palato duro.
Na região de início da esfenopalatina há a artéria infra-orbital ela vai acessar a fissura orbital inferior e ganhar a cavidade orbital. Ela
entra no forame infra-orbital que permite o atravessamento ósseo a partir da orbita e se exterioriza na parte frontal da maxila. O
objetivo do vaso é atravessar a estrutura óssea para passar pelo seio da maxila e liberar alguns ramos: a artéria alveolar superior
anterior e a artéria alveolar superior posterior, que através desses ramos, quando elas se aproximam na região dos alvéolos elas
sofrem anastomose e produz os ramos alveolares e desses ramos os ramos dentais.
Na parte externa posteriormente a maxila há a artéria alveolar posterior. Ela avança em direção a parede posterior a maxila e vai
soltando vários ramos fininhos (nessa região da máxima há vários forames fininhos que são atravessados por esses ramos), entrando
na estrutura dos seios, seguindo, sofre anastomose com os ramos da infra-orbiral e irriga os dentes posteriores.
Resta um único vaso, a artéria palatina descendente, que é ramo da maxilar. Quando ela chega na região dos forames ela bifurca e
atravessa esses forames palatino maior e menor, sendo denominadas de artéria palatina maior e artéria palatina menor. A artéria
palatina maior se anastomosa com a artéria esfeno-palatina e nutri toda a estrutura da mucosa do palato duro e da gengiva. E a
palatina menor vai nutrir a região do palato mole.

Irrigação Do Membro Inferior


Irrigação da pelve:
Essa irrigação vai ter início a partir da aorta.
OBS: Aorta descendente é “fragmentada” de acordo com o local que ela passa. Acima do músculo diafragma é denominada de aorta
torácica, quando passa pelo músculo diafragma é denominada de aorta abdominal e, quando ela passa pelo promontório sacral ela
se bifurca e produz as artérias ilíacas comuns, existindo a artéria ilíaca comum direita e a artéria ilíaca comum esquerda.
A ilíaca comum (tanto a direita como a esquerda) se bifurca e origina duas ramificações, a artéria ilíaca interna e a artéria ilíaca
externa (calibre maior). A artéria ilíaca externa deixará a pelve para fazer irrigação do membro inferior, já a artéria ilíaca interna se
divide em dois troncos, um anterior e outro posterior, para fazer a irrigação da pelve. Nesses dois troncos há vários ramos
responsáveis pela irrigação dessa pelve.
OBS’: Esses vasos se encontram “escondidos” atrás do peritônio. As vísceras do peritônio não tem contato direto com a aorta, mesmo
que receba sangue dela. Isso tende acontecer também na cavidade pélvica, exceto os que se localizam dentro da cavidade
subperitoneal. As vísceras pélvicas, como a bexiga, próstata, útero, que se localizam na cavidade subperitoneal tem contato direto
com esses vasos.
OBS’’: Em um procedimento cirúrgico nesses vasos via abdômen é necessário incisar o peritônio e rebater para chegar neles.
Entretanto quando acessar pelo assoalho pélvico não é necessário passar pelo peritônio, pois assim que estiver na cavidade pélvica
já está em contato com a vasculatura.

João Victor Mendes Molina – Anatomia III – 1º Bimestre


Artéria ilíaca interna:
Essa artéria se bifurca e forma dois troncos: um no sentido sacral – tronco posterior; e o outro no sentido ilíaco – o tronco anterior.
Tronco posterior:
A partir do tronco posterior há vasos que trabalham próximo a estrutura da coluna, do ilíaco e sacral. O primeiro ramo que trafega
na região do ilíaco (fossa ilíaca) e da coluna lombar é a artéria ilío-lombar. Logo depois, há artérias que podem ser duplas, triplas e
se organizam na forma que tenham que atravessar os forames sacrais, a ideia disso é fazer a nutrição da parte posterior do sacro
(dos glúteos, em especial o músculo glúteo máximo), essas artérias são denominadas de artérias sacrais laterais. A última ramificação
é como se o tronco posterior continuasse até se tornar bem fino e acabar. Quando o tronco passa pelo plexo lombo sacral e se
exterioriza através do assoalho da pelve ele passa a se chamar artéria glútea superior, essa artéria é a parte final do tronco posterior
da artéria ilíaca interna.

Tronco anterior:
Já no tronco anterior a primeira ramificação é uma artéria que fara um papel extremamente importante durante uma parte da vida
e depois ela perde um pouco de sua função, a artéria umbilical. Essa artéria, após o nascimento, sua parte distal atrofia e fica como
um ligamento. No trajeto da artéria umbilical até a cicatriz umbilical há outra ramificação denominada de artéria vesical superior,
embora não é mais necessário levar sangue na cicatriz umbilical é necessário levar sangue na bexiga (e na mulher ao útero). Essa
última artéria produz a artéria uterina (no caso das mulheres – no homem há apenas a artéria vesical superior).
OBS: A parte distal da artéria umbilical somente atrofia após emitir o ramo da artéria vesical superior. Sendo assim, seu início continua
sendo a artéria umbilical, não atrofia.
Após isso há uma nova ramificação, e no seu trajeto ela atravessa pelo forame obturado, sendo denominada de artéria obturatória.
Ela irriga a parte externa da pelve, uma parte do assoalho e a face medial da coxa. Na sequência há uma nova ramificação, que é o
complemento da artéria vesical superior, sendo essa a artéria vesical inferior. Ela se aprofunda e faz irrigação na parte inferior da
bexiga. Depois, próximo ao reto, há a artéria retal média, ela desce paralelamente ao reto nutrindo toda essa região. Há também a
artéria pudenda interna, que possui um trajeto que avança no sentido interno da pelve, próximo a espinha isquiática, atravessa o
forame isquiático e ganha a parte externa da pelve (junto com o plexo lombo sacral), seguindo por baixo (pela parte inferior) do
assoalho até chegar na região do púbis, quando chega nessa região ela atravessa a fáscia muscular e volta para dentro da pelve. Se
for uma estrutura feminina ela emite ramos e irriga essa região, principalmente a região do clitóris, entretanto se for na estrutura
masculina ela irá originar outra artéria, a artéria dorsal do pênis (que é a parte terminal da artéria pudenda interna). E por fim, sua
parte terminal, a última ramificação, a artéria glútea inferior.

Artéria ilíaca externa:


Essa artéria passa pelo ligamento inguinal e, partir do momento que ela atravessa a parte inferior desse ligamento passa a ser
chamada de artéria femoral.
OBS: Cateter ANGIOGRAFIA – entra com a agulha pela: artéria femoral artéria ilíaca externa artéria ilíaca comum aorta abdominal (parte da aorta
descendente) aorta torácica (parte da aorta descendente) arco da aorta aorta ascendente seio da aorta.

João Victor Mendes Molina – Anatomia III – 1º Bimestre


OBS.: No procedimento de ANGIOPLASTIA têm-se que passar o seio aórtico e adentrar o óstio da coronária que apresentou problema quando realizado a
angiografia. Sendo assim, a angioplastia somente é realizada após a detecção do local de lesão da coronária. Como por exemplo, se o problema encontra-se na
coronária descendente anterior o fio-guia irá passar por todos os vasos citados no procedimento de angiografia, mas ao invés de parar no seio aórtico ele adentra
pelo óstio da coronária, atravessa o tronco da coronária esquerda e segue pela artéria descendente anterior até seu local lesado. Ao chegar no local da lesão
coloca-se o fio-guia entre a parede vascular e a placa de ateroma, nesse fio guia há a presença de um balonete, quando localizado corretamente o local insufla o
balonete e abre a artéria. Se houver um quadro inflamatório devido a placa de ateroma há a possibilidade que a parede do vaso lesado “desabe” quando se tira o
balonete, sendo assim é necessário a utilização de um stent que serve para sustentar a parede do vaso. Para colocar o stent tem que passar novamente o fio guia,
ir no mesmo local, inflar o balonete e quando isso ocorre o stent arma e fica como uma espécie de pilar. No procedimento de angiografia/angioplastia é muito
utilizada a artéria femoral porque o calibre dos vasos do trajeto são maiores facilitando no momento de passar o cateter, e seu caminho também é mais retilíneo.

A ramificação da artéria femoral surge de maneira ascendente, sendo denominada de artéria epigástrica superficial. Uma ramificação
que avança no sentido da pelve, na asa do ilíaco, pela parte externa é denominada de artéria circunflexa ilíaca superficial. Logo
depois, há a artéria pudenda externa superficial e a artéria pudenda externa profunda.
OBS: A femoral assim que se forma tem que irrigar a parte lateral da pelve (artéria circunflexa ilíaca lateral), a parede do abdômen
(artéria epigástrica superficial) e a parte externa da genitália (artéria pudenda externa profunda).
Na margem lateral da artéria femoral tem o músculo sartório, que juntamente com músculo adutor longo e o ligamento inguinal
formam o trígono femoral. O músculo adutor curto e o músculo ílio-psoas formam o assoalho do trígono femoral.
Assim que a femoral passa pelo trígono há a artéria femoral profunda, essa artéria, ao contrário da artéria femoral, já busca a parte
posterior da coxa. A femoral profunda produz uma ramificação: a artéria circunflexa femoral. A artéria circunflexa femoral se bifurca
em artéria circunflexa femoral lateral e artéria circunflexa femoral ascendente. Da artéria circunflexa femoral lateral há a produção
de um ramo muito longo, denominado de ramo descendente da artéria circunflexa femoral lateral. Essa ramo é importante pois
será uma “colateral” do joelho. No trajeto ao joelho essa artéria solta de 3 a 5 ramificações denominadas de artérias perfurantes.
A medida que artéria femoral descende ela entra no canal do adutor, que é formado na face posterior pelo adutor magno, na face
medial pelo musculo grácil, em sua face ânterolateral pelo músculo sartório e pelo músculo vasto medial. Esse canal termina em uma
abertura na parte tendinosa do músculo adutor magno próximo ao côndilo medial do fêmur, denominado de hiato adutor. Após
atravessar o hiato a trama vasculo-nervosa que atendia pelo nome de femoral, receberá o nome agora de poplítea (tanto artéria,
como veia, como nervo).
Antes da artéria femoral atravessar o hiato do adutor, e trocar o seu nome para artéria poplítea, ela emite uma última ramificação:
artéria descendente do joelho.

Anastomoses do joelho:
Na estrutura do joelho, na sua parte frontal, há uma grande trama venosa e uma das artéria que vão trazer sangue nessa anastomose
é oriunda da artéria femoral que é a artéria descendente do joelho, que se localiza na face medial. Já na face lateral há o ramo
descendente da artéria circunflexa femoral lateral (que é ramo da artéria circunflexa femoral lateral que, por sua vez, é ramo artéria
circunflexa e essa é uma ramificação da artéria femoral profunda). Essas duas estão chegando na parte frontal do joelho para realizar
anastomose.
Além dessas duas artérias nós teremos outras quatro artérias que serão ramos da artéria poplítea, essas artérias são: a artéria
superior lateral do joelho; artéria superior medial do joelho; artéria inferior lateral do joelho; e artéria inferior medial do joelho.
Todas essas artérias irão se originar na face posterior, mais especificamente na fossa poplítea, mas irão realizar anastomose na face
anterior do joelho.
OBS: Músculos formadores da fossa poplítea: músculo semimembranáceo; músculo semitendineo; músculo bíceps femoral; e as duas
cabeças do músculo gastrocnemio.
OBS’: As artérias que são chamadas “superiores” estão localizadas no côndilo do fêmur e as “inferiores” no côndilo da tíbia.
Há também as artérias surais que são ramos mais finos que surgem também da poplítea, e que adentram na parte profunda e irrigam
o músculo gastrocnemio e uma pequena parte do músculo sóleo.
Ao retirar a musculatura do musculo soleo percebe-se que a artéria poplítea sofre uma bifurcação (na parte mais profunda), sendo
denominadas de: artéria tibial anterior e artéria tibial posterior (na clínica médica ela é denominada de tronco tíbio-fibular). A partir
desse tronco que descende ela irá também bifurcar e originar a artéria fibular.
OBS: Portanto a artéria fibular é um ramo da artéria tibial posterior (ou tronco tíbio-fibular).
OBS’: Na clínica é descrito que o tronco tíbio-fibular origina a artéria tibial posterior e a artéria fibular.
A artéria fibular chega até a região do maléolo lateral (ou maléolo fibular). Ao contrario dela, a artéria tibial posterior avança através
do maléolo medial (ou maléolo tibial) e chega até a planta do pé, nutrindo toda essa região. Quando essa artéria chega na planta do
pé ela sofre uma ramificação formando a artéria plantar medial e a artéria plantar lateral. Ambas seguem em direção aos

João Victor Mendes Molina – Anatomia III – 1º Bimestre


metatarsos, se anastomosam e formam o arco plantar profundo. Do arco profundo surgem as artérias metatarsais plantares e os
ramos digitais.
A artéria tibial anterior surge anteriormente e descende até a região do pé (nesse trajeto não é possível fazer a palpação do seu
pulso, entretanto quando se aproxima do tornozelo no 1º retínaculo ela se mistura com os tendões e é possível). Ela seguirá na face
profunda dos músculos extensores.
Próximo ao tornozelo ela passa pelo 2º retináculo, a partir desse momento ela sofre uma bifurcação e troca de nome, a que segue
em direção ao primeiro metatarso é denominada de artéria dorsal do pé. Essa artéria sofre um curvatura seguindo no sentido lateral
e passa a ser denominada de artéria arqueada. A partir dessa artéria surge as artérias metatarsais dorsais e os ramos digitais. Já o
outro ramo da bifurcação é a artéria dorsal lateral.
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CASO CLINICO: Um homem de 65 anos de idade foi avaliado por um interno da cirurgia, pois apresentava histórico de dor nas nádegas
e impotência. Ao exame, ele apresentava pulso periférico reduzido no pé esquerdo comparado com o direto. Na anamnese, o
paciente revelou que sofreu dor intensa na nádega do lado esquerdo após caminhar 90 metros. Após um curto período de repouso
ele pôde caminhar outros 90 metros antes que os mesmo sintomas aparecessem novamente. Ele também notou que, ao longo do
último ano, era incapaz de obter uma ereção. Ele era tabagista intenso e não fazer uso de medicamentos.

Drenagem dos Membros Inferiores


Veias Superficiais Do Membro Inferior – As duas principais veias superficiais no membro inferior são as veias safenas magna e parva.

A veia safena magna é formada pela união da veia dorsal do hálux e o arco venoso dorsal do pé. A veia safena magna:
• Ascende anteriormente até o maléolo medial;
• Segue posteriormente ao côndilo medial do fêmur (cerca de quatro dedos posteriormente à margem medial da patela);
• Anastomosa-se livremente com a veia safena parva;
• Atravessa o hiato safeno na fáscia lata;
• Desemboca na veia femoral.
A veia safena magna tem 10 a 12 válvulas, que são mais numerosas na perna do que na coxa. Essas válvulas geralmente estão
localizadas logo abaixo das veias perfurantes. As veias perfurantes também têm válvulas. As válvulas venosas são projeções de
endotélio com seios valvulares caliciformes cujo enchimento vem de cima. Quando os seios estão cheios, as válvulas ocluem a luz da
veia, evitando, assim, o refluxo distal de sangue e tornando o fluxo unidirecional. O mecanismo valvular também divide a coluna de

João Victor Mendes Molina – Anatomia III – 1º Bimestre


sangue na veia safena em segmentos menores, reduzindo a pressão retrógrada. Os dois efeitos facilitam o trabalho da bomba
musculovenosa (analisado na Introdução) para superar a força da gravidade e reconduzir o sangue ao coração.
Enquanto ascende na perna e na coxa, a veia safena magna recebe várias tributárias e comunica-se em vários locais com a veia safena
parva. As tributárias das faces medial e posterior da coxa costumam se unir para formar uma veia safena acessória. Quando presente,
essa veia é a principal comunicação entre as veias safenas magna e parva. Além disso, vasos bem grandes, as veias cutâneas lateral
e anterior, originam-se de redes venosas na parte inferior da coxa e entram na veia safena magna superiormente, logo antes de sua
entrada na veia femoral. Perto de seu fim, a veia safena magna também recebe as veias circunflexa ilíaca superficial, epigástrica
superficial e pudenda externa.
A veia safena parva origina-se na face lateral do pé, a partir da união da veia dorsal do quinto dedo com o arco venoso dorsal. A veia
safena parva:
• Ascende posteriormente ao maléolo lateral como uma continuação da veia marginal lateral;
• Segue ao longo da margem lateral do tendão do calcâneo;
• Inclina-se em direção à linha mediana da fíbula e penetra na fáscia muscular;
• Ascende entre as cabeças do músculo gastrocnêmio;
• Drena para a veia poplítea na fossa poplítea.
Embora as veias safenas recebam muitas tributárias, seus diâmetros se mantêm razoavelmente constantes no trajeto de ascensão
no membro. Isso é possível porque o sangue recebido pelas veias safenas é continuamente desviado dessas veias superficiais na tela
subcutânea para as veias profundas, situadas internamente à fáscia muscular, através de muitas veias perfurantes.
As veias perfurantes penetram na fáscia muscular perto do local onde se originam das veias superficiais e têm válvulas que permitem
o fluxo sanguíneo apenas das veias superficiais para as veias profundas. As veias perfurantes atravessam a fáscia muscular em um
ângulo oblíquo, de modo que, quando os músculos se contraem e a pressão aumenta no interior da fáscia muscular, as veias
perfurantes são comprimidas. A compressão também impede o fluxo sanguíneo das veias profundas para as veias superficiais. Esse
padrão de fluxo sanguíneo venoso – da região superficial para a profunda – é importante para o retorno venoso apropriado do
membro inferior, porque permite que as contrações musculares impulsionem o sangue em direção ao coração contra a força da
gravidade (bomba musculovenosa – ver Figura I.25, na Introdução).
Veias Profundas Do Membro Inferior –
As veias profundas acompanham todas as grandes artérias e seus ramos. Em vez de ocorrerem como uma veia única nos membros
(embora muitas vezes sejam ilustradas e denominadas como uma veia única), as veias acompanhantes geralmente são pares, muitas
vezes interconectadas, situadas ao lado da artéria que acompanham. Estão contidas na bainha vascular com a artéria, cujas pulsações
também ajudam a comprimir e deslocar o sangue nas veias.
Embora o arco venoso dorsal drene basicamente pelas veias safenas, as veias perfurantes penetram na fáscia muscular, formando e
suprindo continuamente uma veia tibial anterior no compartimento anterior da perna. As veias plantares medial e lateral da face
plantar do pé formam as veias tibiais posteriores e fibulares, situadas posteriormente aos maléolos medial e lateral. As três veias
profundas da perna fluem para a veia poplítea posterior ao joelho, que se torna a veia femoral na coxa. As veias que acompanham
as artérias perfurantes da artéria femoral profunda drenam sangue dos músculos da coxa e terminam na veia femoral profunda, que
se une à parte terminal da veia femoral.
A veia femoral segue profundamente ao ligamento inguinal para se tornar a veia ilíaca externa. Em vista do efeito da gravidade, o
fluxo sanguíneo é mais lento quando uma pessoa fica parada de pé. Durante o exercício, o sangue recebido pelas veias profundas
proveniente das veias superficiais é impulsionado por contração muscular para as veias femorais e, depois, para as veias ilíacas
externas. As válvulas competentes impedem o refluxo. As veias profundas são mais variáveis e se anastomosam com frequência
muito maior do que as artérias que acompanham. Tanto as veias superficiais quanto as veias profundas podem ser ligadas, se
necessário.
Caso Clínico - Enxertos de veia safena - Muitas vezes, a veia safena magna é usada na revascularização do miocárdio porque (1) é facilmente acessível, (2) há
distância suficiente entre as tributárias e as veias perfurantes, o que permite retirar segmentos de comprimento útil, e (3) sua parede contém maior percentagem
de fibras musculares e elásticas do que outras veias superficiais. Os enxertos de veia safena são usados para superar obstruções nos vasos sanguíneos (p. ex., em
um trombo intracoronariano). Quando parte da veia safena magna é removida para fazer uma derivação, a veia é invertida para que as válvulas não obstruam o
fluxo sanguíneo no enxerto. Como há muitas outras veias na perna, a retirada da veia safena magna raramente causa um problema importante no membro inferior
ou afeta muito a circulação, desde que as veias profundas estejam intactas. Na verdade, a retirada dessa veia pode facilitar o padrão de drenagem da região
superficial para a região profunda a fim de tirar vantagem da bomba musculovenosa.

13/09/18

Anatomia das Vias Aéreas


Observações iniciais:

João Victor Mendes Molina – Anatomia III – 1º Bimestre


No estudo das vias aéreas superiores é necessário saber dos ossos pneumáticos que irão formar os seios paranasais, e saber também
onde esses seios são drenados, pois as complicações nesses seios originam a sinusite (inflamação dos seios). Além disso, dentro da
estrutura nasal tem a organização para umidificar e aquecer o ar. Problemas na infância comprometem a respiração do indivíduo.
Se perder a estrutura entre caixa torácica e pulmão (pleura) não ocorre mais a negatividade pressórica do pulmão e compromete a
ventilação pulmonar. Não há nenhum ligamento ou musculo que prende a caixa torácica ao pulmão, apenas um mecanismo
pressórico. Qualquer perda desse mecanismo pode acarretar o colabamento do pulmão (ex. furar a pleura visceral, entrando ar na
cavidade pleural, compromete a ventilação pulmonar).

Parte superior:
Duas cavidades que faz com que o ar acesse a via aérea: cavidade nasal e a cavidade oral. Quando diz respeito a respiração o ideal é
utilizar a cavidade nasal, para que o ar se aqueça ou se umidifique, entretanto se não for possível usa-se a cavidade oral. A parte
nasal e oral localiza-se próximo a faringe, e também do esôfago. Toda a região se encontra muito próximo umas às outras. Quando
falar de vias aéreas superiores elas se concentram no viscerocranio (na face), exceto uma pequena parte que está no osso frontal,
que é o seio frontal.
OBS: Ossos que formam o viscerocranio: esfenoide, etmoide, maxila, mandíbula, osso zigomático, ossos nasais, vômer, palatino e o
lacrimal. Desses ossos apenas o esfenoide, maxila e o etmoide são pneumáticos, sendo assim são os que terão os seios nasais.
Nós temos quatro seios paranasais, três deles contidos no viscerocranio e um no osso frontal, são eles: seios esfenoides, seios
maxilares, seios etmoidais e seios frontais.
Esses seios são revestidos por uma mucosa idêntica a cavidade do nariz, podendo ter problemas com vírus e bactérias e sofrer um
quadro infeccioso, proporcionando a sinusite.
O seio maxilar é o que possui a estruturação mais complexa no sistema de drenagem,
de todos os seios esse é o que tem maior dificuldade de drenar o seu conteúdo
(qualquer mudança que tenha na mucosa desse seio prejudica a parte de saída),
sendo assim ele é o que possui a maior tendência em acumular secreção e,
consequentemente, proporcionar dor ao indivíduo.
O seio maxilar é muito próximo as radículas dentais, com isso em um tratamento
odontológico (exodontia) é possível perfurar o seu assoalho, tendo uma comunicação
entre o alvéolo dentário e o seio maxilar. Desta forma, quando o indivíduo que possui
essa comunicação entre a estrutura da raiz dentaria e o assoalho do seio se alimenta
ocorre a saída desses alimentos pelo nariz. Em função disso pode-se gerar um quadro
infeccioso. Uma outra situação, são os dentes inclusos (dente do sisu), esses dentes
quando começam a se desenvolver podem também perfurar o assoalho e gerar um
quadro de abscesso, este abscesso pode começar crescer para dentro do seio maxilar
até o ponto de rompe-lo.
OBS: Os seios precisam estar livres, possuindo ar dentro deles. Quando o seio está congestionado não é possível sua visualização na
radiografia.

Cavidade nasal:
Esses seios irão drenar para dentro da cavidade nasal. Se estiver entrando com o equipamento tem-se que direcionar sempre para a
parte lateral, que é onde está o etmoide, onde se localizam os seios. Há nervos que adentram essa cavidade, artérias e veias. Qualquer
problema que ocorre nesse local gera um quadro doloroso muito grande e um grande sangramento.
OBS: Elementos formadores do septo nasal: cartilagem septal (parte inicial do septo), osso vômer (parte inferior do septo), lâmina perpendicular
do etmoide (parte superior do septo). Existe uma relação direta com o septo, maxila e osso palatino.

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Com a remoção do septo observa-se a parede
lateral. Nessa parede é possível observar três
conchas nasais, sendo uma considerada osso (a
concha nasal inferior) e as outras duas são processos
ósseos do osso etmoide (concha nasal superior e
concha nasal média).
Essas conchas estão relacionadas com a função
olfatória e respiratória:
Função olfatória – Concha nasal superior,
leva uma pequena parcela do ar para
próximo a mucosa que tem os receptores
olfatórios
Função respiratória – Concha nasal inferior e
concha nasal média conduzem o ar para a
nasofaringe (aquecimento e umidificação da
concha aérea).
Em cada concha há, na parte inferior, uma pequena abertura que são denominados: meato superior; meato médio; meato inferior.
Esses meatos nasais ficam localizados entre a parede da cavidade e a estrutura da concha.
OBS’: Passagem de sonda nasogástrica, nasoenteral: ao passar a sonda erroneamente (buscando a cavidade do teto), pode-se
prejudicar a concha nasal superior que é onde está localizada os receptores olfatórios e, desta forma, prejudicar a função olfatória
do indivíduo. A ideia desse procedimento é passar pela cavidade nasal sem prejudicar a mucosa, sem ocorrer o sangramento. Para
ser feita a passagem corretamente têm-se que ir em direção ao assoalho, passando pelo meato nasal inferior e acessar a parte da
faringe.
OBS’’: Membranas inflamadas Rinite, leva o edema da
mucosa nasal (inflamação da mucosa nasal). As conchas
nasais estão entumecidas, não conseguindo prosseguir
com o ar, tendo que respirar com a boca aberta.
Geralmente a renite está relacionada com algum
processo alérgico. A maioria dos indivíduos que tem esse
problema possui uma hiper reação a algo. Geralmente o
indivíduo que tem quadro de rinite, possui também o de
sinusite e vice-versa.

OBS’’’’: Desvio de septo: O paciente que


apresenta rinite desde criança tende a possuir
desvio de septo. Isso ocorre pois o quadro inflamatório das conchas nasais promove a dificuldade em respirar pelo nariz, logo esse
indivíduo respira pela boca fazendo com que o ar passe entre a língua e os processos palatinos. Essa passagem de ar promove uma
pressão no palato duro (que ainda não está totalmente ossificado na infância) deslocando-o superiormente. Com esse movimento
de elevação o septo que está localizado acima dele também deveria se elevar, entretanto isso não ocorre e ele se desloca
lateralmente. Sendo assim, a elevação do processo palatino da maxila devido a inflamação das conchas nasais desloca o septo
lateralmente.
Síndrome da Respiração Oral –
O indivíduo respira muito pela cavidade oral, e, com isso, seu palato vai se ovalando em direção superior, amassando o septo nasal
(que não consegue subir) causando o desvio de septo.
OBS’’’’’: É muito comum que ocorra o desvio de septo e no lado que ficou “livre” haja o crescimento das conchas nasais. Esse aumento
das conchas pode ser uma das causas do ronco ou até mesmo da apneia noturna. O tratamento pode ser feito por meio de
medicamentos ou de forma cirúrgica, retirando o excesso de tecido, entretanto por ser uma região muito vascularizada pode ocorrer
novamente o crescimento – esse quadro é popularmente conhecido como “carne crescida do nariz”.
OBS’’’’’’: Tonsila faríngea: A tonsila é um tecido linfoide que possui uma série de células imunológicas. Quando ocorre um quadro
inflamatório há uma resposta imunológica intensa o que proporciona o seu crescimento e, consequentemente, a obstrução da
passagem do ar (devido o bloqueio dos coanos), nesse momento a tonsila faríngica passa a ser denominada de adenoide.
Adenoidite –
A inflamação das tonsilas faríngeas (adenoides) é denominada adenoidite. Esse distúrbio pode obstruir a passagem de ar das
cavidades nasais através dos cóanos para a parte nasal da faringe e exigir a respiração bucal. A infecção das tonsilas faríngeas

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aumentadas pode disseminar-se para as tonsilas tubárias,
causando edema e fechamento das tubas auditivas. O
comprometimento da audição pode resultar de obstrução nasal e
da obstrução das tubas auditivas. A propagação da infecção da
parte nasal da faringe para a orelha média causa otite média
(infecção da orelha média), o que pode acarretar surdez
temporária ou permanente. Por vezes as tonsilas palatinas e
faríngeas são removidas na mesma cirurgia (tonsilectomia e
adenoidectomia).
Seios Etmoidais –
Compreendem diversas cavidades - células etmoidais - que estão
localizadas entre a cavidade nasal e a órbita. São supridos pelos
ramos dos nervos nasociliares.
As células etmoidais anteriores drenam direta ou indiretamente
para o meato médio do nariz através do infundíbulo.
As médias se abrem diretamente no meato
nasal médio e são chamadas de “células da
bolha” porque formam a bolha etmoidal.
As posteriores se abrem diretamente no
meato superior do nariz.
Seios esfenoidais –
Estão no corpo do esfenóide. Devido a estes
seios, o corpo do esfenóide é frágil. São
supridos pelas artérias etmoidais
posteriores e o nervo etmoidal posterior.

Cavidade oral:
Palato mole, quando vai fazer uma
deglutição é necessário que a estrutura do palato mole seja elevada, para abrir a
estrutura da orofaringe e impedir que o alimento faça um refluxo para a nasofaringe
(superiormente). A gravidade também dificulta tal refluxo. Durante um reflexo de
vomito não ocorre essa elevação, devido a isso sai vomito também pelo nariz.
Entre a língua e o palato mole há um orifício que é denominado de istmo da fauces,
esse istmo é a passagem da cavidade oral para a parte oral da faringe, ou seja a
orofaringe, é o local onde reside úvula.
Os componentes formadores istmo das fauces são: pregas ou arcos. Duas pregas vão
do palato mole até a língua sendo denominadas de pregas palato glosso (língua) e
outras duas pregas que vão do palato mole até a faringe sendo chamadas de pregas
palato faríngea. Se observarmos as pregas palato glosso, tanto do hemilado direito
como do esquerdo, veremos o arco palato glosso e, quando observarmos as pregas
palato faríngeo veremos o arco palato faríngeo, que está localizado na parte mais
profunda.
Entre as duas pregas há a tonsila palatina (amigdala), nessa região há várias células
de defasa. Na infância é comum ocorrer o aumento desse local, por ela trabalhar de
forma mais intensa, pois sempre que a criança entra em contato com um
microrganismo desconhecido ele é encaminhado para a região da tonsila, fazendo
com que ela trabalhe mais e aumente de tamanho, se o aumento for excessivo é
necessário fazer o tratamento cirúrgico.
OBS: Quando passa pelo istmo das fauces já se localiza na faringe. A estrutura que
limita a cavidade nasal e a faringe é o coanus, enquanto que, a estrutura que faz a
limitação entre a cavidade oral e a faringe é o istmo da fauces.

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Obs.: A cavidade epiglote determina o que será levado para o esôfago e para a traqueia.

Faringe:
É dividida em três partes, em cada região que ela se localiza
ela terá um nome especifico. Posterior a cavidade nasal ela é
denominada de nasofaringe; quando ela passa
posteriormente a cavidade oral é denominada de orofaringe;
e sua última parte é denominada de laringofaringe.
OBS: Intubação endotraqueal (ou orotraqueal) – Acessar a
cavidade oral, passar pelo istmo da fauces, passar pela
laringe e acessar a traqueia (não o esôfago).
OBS’: Problemas na nasofaringe poderão chegar a orelha
média em função da próxima localização a tuba auditiva.
Nasofaringe:
Região da Faringe próxima a cavidade nasal, delimitada pelo
Coanos, que são aberturas que separam a cavidade nasal da
nasofaringe. Eles ficam localizados entre o septo nasal e a
parede do etmoide, um em cada lado do septo.
O coanos delimitam a nasofaringe superiormente, desde o
coanos até a região da úvula é a nasofaringe.
OBS: Passagem da sonda através da narina: narina meato
nasal inferior coanos nasofaringe.
Os elementos da nasofaringe são: óstio faríngeo da tuba
auditiva; toro tubário, ele faz uma descendência em região a
nasofaringe e chega até a região da orofaríngea formando
uma prega, a prega salpingofaringea; há também a prega
salpingopalatina (que é uma parte anterior do toro tubário);
toro do levantador, está na região do óstio faríngeo; e, na
parte superior da nasofaringe, há a tonsila faríngea.
Orofaringe:
Delimita-se desde a parte final da úvula (ou então da parte inicial das pregas palato grosso e palato faríngea) até a cartilagem epiglote.
Laringofaringe:
É delimitada a partir da borda da epiglote até o adito da laringe (que é uma abertura para dentro da laringe, a partir do momento
que se atravessa o adito já é a laringe).
OBS: Durante o movimento de deglutição há alguns músculos que estão sobre o osso hioide e esses músculos proporcionam a
elevação desse osso, como o hioide está intimamente ligado a cartilagem epiglote, essa elevação faz com que a cartilagem epiglote
deite, tampando a abertura do adito da laringe. Já quando o osso hioide abaixa a cartilagem fica em pé e proporciona a abertura do
adito. Na deglutição de algum alimento é necessário que ele venha da cavidade oral e não consiga acessar o adito da laringe, para
que isso ocorra a epiglote funciona como um “toldo” sobre o adito que faz com que o alimento passe sobre a epiglote e não adentre
pelo adito. No momento da inalação esse toldo é recolhido, assim é possível entrar pelo adito e se encaminhar até a traqueia. Sendo
assim, a epiglote funciona como uma comporta, o qual decide se o que está vindo pela orofaringe ou nasofaringe vai para esôfago
ou para a traqueia.
OBS: Na base da língua até a epiglote há a valécula epiglótica. Que é o espaço entre a base da língua e a cartilagem epiglótica, ficando
antes do istmo da fauces. A valécula é muito importante pois é nela que o laringoscópio irá se alojar no procedimento de intubação,
visto que, o laringoscópio não deve ultrapassar o istmo da fauces. Quando o laringoscópio se localiza na valécula ele proporciona o
deslocamento da epiglote para anterior e, consequentemente, a abertura do adito da laringe.
Caminho do laringoscópio: cavidade oral (localizar a língua, palato mole a úvula) chegar até as pregas palatoglosso e palatofaríngeo
(istmo das fauces) NÃO adentrar pelas pregas e seguir pela língua até chegar na região da valécula epiglótica alojar o
laringoscópio na valécula epiglótica. PQP

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Quando vai realizar a intubação em um indivíduo o tubo adentra pela: cavidade oral passa pelo istmo das fauces entra pelo adito
da laringe laringe traqueia.

Laringe:
É uma estrutura localizada entre músculos e cartilagem.
Há nessa região as cordas vocais, ou pregas vocais, que precisar abduzir ou aduzir. Entre as cordas haverá a rima da glote, que poderá
abrir ou fechar conforme o movimento das pregas vocais. As pregas irão abduzir (se distanciar) no momento da inspiração e aduzir
na face expiratória, além de serem potencialmente aduzidas no momento da fala, o que proporciona a aproximação das cordas vocais
e, quando o ar passa sobre elas causa uma vibração que gera o som.
OBS: PEEP fisiológica: é a pressão positiva expiratória final, ou seja, você inspira, o pulmão enche de ar, após isso ocorre a expiração
e o pulmão vai esvaziando, mas, não esvazia totalmente, sobrando um volume residual, esse volume colabora com a manutenção da
abertura dos alvéolos, e em parte isso é dado pelo movimento das cordas vocais.
Osso hioide:
Na parte inferior desse osso há uma cartilagem, que a partir dos 30 anos se ossifica, denominada de cartilagem tireóidea, essa
cartilagem possui forma de semi lua, não tendo formação de parede na face posterior (sendo assim, é possível adentrar por essa
face). Logo depois, há outra cartilagem denominada de cartilagem cricóidea, que, diferentemente da tireóidea, possui a forma de
um anel, sendo mais largo na parte posterior e mais estreito na anterior, então a cricóidea é totalmente fechada. Há também a
cartilagem aritenóide, essa cartilagem repousa sobre a face posterior da cricóidea, existindo uma articulação sinovial entre essas
duas cartilagens. A cartilagem aritenóide tem dois processos, um deles é denominado processo muscular e outro denominado de
processo vocal.
A cartilagem tireóidea está na frente, servindo como sustentação para o ligamento vocal, a cricoide em baixo sustentando as
aritenóides, e as aritenóides ligando-se também ao ligamento vocal. O movimento da aritenóide faz com que os ligamentos vocais se
distanciem ou se aproximem.
i. Ligamento tireo-hióide mediano: está presente entre o hioide e a cartilagem tireoide, esse ligamento se torna mais fino
quando avança para lateral e passa a se chamar membrana tireo-hióide. Há também o ligamento tireo-hióide lateral.
ii. Ligamento cricotireóideo mediano: pode ser utilizado para fazer uma cricotomia (quando ocorre um acidente e o indivíduo
encontra-se com as vias aéreas obstruídas, então com um objeto perfurante perfura esse ligamento e faz um via aérea
artificial).
iii. Ligamento cricotraquial;
iv. Ligamento vocal: esse ligamento possui um tecido de revestimento que é denominado de prega vocal;
v. Ligamento vestibular: produz a prega vestibular.
OBS: O deslocamento é maior na prega vocal do que a prega vestibular.
vi. Pregas ariepiglóticas;
OBS’: Delimitação do adito da laringe: Frontalmente o adito é delimitado pela cartilagem epiglótica, lateralmente é delimitado pela
prega ariepiglótica e posteriormente pelas cartilagens aritenóides.
vii. Cartilagem corniculada (ou tubérculo corniculado).

João Victor Mendes Molina – Anatomia III – 1º Bimestre


viii. Cartilagem cuneiforme: localiza-se no meio da prega ariepiglótica e tem a função de auxiliar na estruturação dessa prega.

OBS’: Os denominados anéis traqueais são na verdade semi círculos;


Músculos da laringe – Os músculos da laringe são divididos em extrínsecos e intrínsecos –
Os músculos extrínsecos da laringe movem a laringe como um todo. Os músculos infrahióideos abaixam o hioide e a laringe, enquanto
os músculos supra-hióideos (e o estilofaríngeo, um músculo da faringe) são elevadores do hioide e da laringe.
Os músculos intrínsecos da laringe movem os componentes da laringe, alterando o comprimento e a tensão das pregas vocais e o
tamanho e formato da rima da glote. Todos, com exceção de um, são supridos pelo nervo laríngeo recorrente, um ramo do NC X. O
músculo cricotireóideo é suprido pelo nervo laríngeo externo, um dos dois ramos terminais do nervo laríngeo superior.
É mais fácil compreender as ações dos músculos intrínsecos da laringe quando estes são considerados como grupos funcionais:
adutores e abdutores, esfíncteres, e tensores e relaxadores. Adutores e abdutores: Esses músculos movimentam as pregas vocais
para abrir e fechar a rima da glote.
João Victor Mendes Molina – Anatomia III – 1º Bimestre
Os principais adutores são os músculos cricoaritenóideos laterais, que tracionam os processos musculares anteriormente, girando as
cartilagens aritenóideas e causando a oscilação medial de seus processos vocais. Quando esta ação é associada à dos músculos
aritenóideos transverso e oblíquo, que tracionam as cartilagens aritenóideas juntas, o ar empurrado através da rima da glote causa
vibrações dos ligamentos vocais (fonação). Quando os ligamentos vocais são aduzidos, mas os músculos aritenóideos transversos não
atuam, as cartilagens aritenóideas permanecem afastadas e o ar pode passar ao largo dos ligamentos. Essa é a posição do sussuro,
quando a respiração é transformada em voz na ausência de tom. Os únicos abdutores são os músculos cricoaritenóideos posteriores,
que tracionam os processos musculares posteriormente, girando os processos vocais lateralmente e assim alargando a rima da glote.

Manobra de Valsalva – Movimento de Tosse – PQP –

As ações esfincterianas das pregas vestibulares e vocais são importantes durante a manobra de Valsalva, o esforço expiratório contra
a via respiratória fechada, como tosse, espirro ou esforço durante a defecação ou levantamento de peso. As pregas vestibulares e
vocais são amplamente abduzidas durante a insuflação pulmonar na inspiração profunda. Na manobra de Valsalva, as pregas
vestibulares e vocais são firmemente aduzidas ao fim da inspiração forçada. Em seguida, há forte contração dos músculos abdominais
anterolaterais para aumentar as pressões intratorácica e intra-abdominal. O diafragma relaxado transmite passivamente a pressão
abdominopélvica aumentada para a cavidade torácica. Como a elevada pressão intratorácica impede o retorno venoso para o átrio
direito, usa-se a manobra de Valsalva para estudar os efeitos cardiovasculares do aumento da pressão venosa periférica e da
diminuição do enchimento cardíaco e do débito cardíaco.

20/09/18
A Traqueia
A traqueia desce anteriormente ao esôfago e entra no mediastino
superior, inclinando-se um pouco para a direita do plano mediano.
A face posterior da traqueia é plana no local onde está em contato
com o esôfago. A traqueia termina no nível do ângulo do esterno,
dividindo-se nos brônquios principais direito e esquerdo. A traqueia
termina acima do nível do coração e não é um componente do
mediastino posterior.
A traqueia possui diversos semi anéis de cartilagens que impedem
que a traqueia se feche quando em situação de inspiração, em que
é gerada uma pressão negativa para puxar o ar para dentro dos
pulmões, exercendo certa força para colabar a traqueia, sendo
enfrentada pelos semi anéis de cartilagem.
Por conta da organização do sistema circulatório e respiratório, os
brônquios principais (que são continuações da traqueia) se bifurcam
em uma região denominada Carina, e o brônquio direito se prolonga
de forma mais verticalizada que o esquerdo, pois este ultimo passa
por baixo do arco da aorta, e o pulmão esquerdo divide espaço com
o coração.
A partir da laringe, as paredes das vias respiratórias são sustentadas por anéis de
cartilagem hialina em formato de ferradura ou em C. As vias respiratórias
sublaríngeas formam a árvore traqueobronquial. A traqueia, situada no mediastino
superior, é o tronco da árvore. Ela se bifurca no nível do plano transverso do tórax
(ou ângulo do esterno) em brônquios principais, um para cada pulmão, que seguem
em sentido inferolateral e entram nos hilos dos pulmões.
O brônquio principal direito é mais largo, mais curto e mais vertical do que o
brônquio principal esquerdo porque entra diretamente no hilo do pulmão. O
brônquio principal esquerdo segue inferolateralmente, inferiormente ao arco da
aorta e anteriormente ao esôfago e à parte torácica da aorta, para chegar ao hilo do pulmão.
Nos pulmões, os brônquios ramificam-se de modo constante e dão origem à árvore traqueobronquial. Observe que os ramos da
árvore traqueobronquial são componentes da raiz de cada pulmão (formada pelos ramos da artéria e das veias pulmonares, além
dos brônquios).
Barotrauma – pressão em excesso exercida sobre os alvéolos.
Volutrauma – volume exagerado de ar exercido sobre os alvéolos.
João Victor Mendes Molina – Anatomia III – 1º Bimestre
Trama Vasobrônquica – junção de elementos de brônquios, artérias e veias, que percorrem o tecido pulmonar. É importante lembrar
que os brônquios são intimamente acompanhados por artérias e veias.
Traqueostomia
A incisão transversal da pele do pescoço e da parede anterior da traqueia, estabelece uma via respiratória em pacientes com
obstrução das vias respiratórias superiores ou insuficiência respiratória. Os músculos infra-hióideos são retraídos lateralmente, e o
istmo da glândula tireoide é dividido ou retraído superiormente. É feita uma abertura na traqueia, entre o primeiro e o segundo anel
traqueal ou através do segundo, do terceiro e do quarto anel. Em seguida, um tubo de traqueostomia é introduzido na traqueia e
fixado.
A traqueostomia é realizada em pacientes que possuem grande dificuldade respiratória, seja, por obstrução das vias aéreas
superiores ou pacientes que possuem dificuldade de ventilação e precisariam ser entubados, sendo optado então pela traqueostomia
para diminuir o espaço morto, para abrandar a dificuldade de ventilação do paciente, e livrá-lo o quanto antes da ventilação mecânica.

Pleura –
A cavidade pleural — o espaço virtual entre as camadas de pleura — contém uma camada capilar de líquido pleural seroso, que
lubrifica as superfícies pleurais e permite que as camadas de pleura deslizem suavemente uma sobre a outra, durante a respiração.
A tensão superficial do líquido pleural também propicia a coesão que mantém a superfície pulmonar em contato com a parede
torácica; assim, o pulmão se expande e se enche de ar quando o tórax expande, ainda permitindo o deslizamento, de forma muito
semelhante a uma película de água entre duas placas de vidro.
A pleura visceral (pleura pulmonar) está aposta ao pulmão e aderida a todas as suas superfícies, inclusive as fissuras horizontal e
oblíqua. Na dissecção de cadáveres, em geral não é possível dissecar a pleura visceral da superfície do pulmão. Ela torna a superfície
do pulmão lisa e escorregadia, permitindo o livre movimento sobre a pleura parietal. A pleura visceral é contínua com a pleura parietal
no hilo do pulmão, onde estruturas que formam a raiz do pulmão (p. ex., o brônquio e os vasos pulmonares) entram e saem.
A

pleura parietal reveste as cavidades pulmonares, aderindo, assim, à parede torácica, ao mediastino e ao diafragma. É mais espessa
do que a pleura visceral, e durante cirurgias e dissecções de cadáver, pode ser separada das superfícies que reveste. A pleura parietal
tem três partes — costal, mediastinal e diafragmática — e a cúpula da pleura (pleura cervical).

João Victor Mendes Molina – Anatomia III – 1º Bimestre


A parte costal da pleura parietal (pleura costovertebral ou costal) cobre as faces internas da parede. Está separada da face interna da
parede torácica (esterno, costelas e cartilagens costais, músculos e membranas intercostais e faces laterais das vértebras torácicas)
pela fáscia endotorácica. Essa camada extrapleural fina de tecido conectivo frouxo forma um plano de clivagem natural para a
separação cirúrgica da pleura costal da parede torácica.
A parte mediastinal da pleura parietal (pleura mediastinal) cobre as faces laterais do mediastino, a divisória de tecidos e órgãos que
separam as cavidades pulmonares e seus sacos pleurais. Continua superiormente até a raiz do pescoço na forma de cúpula da pleura.
É contínua com a pleura costal anterior e posteriormente e com a pleura diafragmática na parte inferior.
Superiormente à raiz do pulmão, a parte mediastinal é uma lâmina contínua em sentido anteroposterior entre o esterno e a coluna
vertebral. No hilo do pulmão, é a parte mediastinal que se reflete lateralmente sobre a raiz do pulmão e torna-se contínua com a
pleura visceral.
A parte diafragmática da pleura parietal (pleura diafragmática) cobre a face superior (torácica) do diafragma de cada lado do
mediastino, exceto ao longo de suas fixações (origens) costais e no local onde o diafragma está fundido ao pericárdio, a membrana
fibrosserosa que envolve o coração. Uma camada fina, mais elástica de fáscia endotorácica, a fáscia frenicopleural, une a parte
diafragmática da pleura às fibras musculares do diafragma.
A cúpula da pleura cobre o ápice do pulmão (a parte do pulmão que se estende superiormente através da abertura superior do tórax
até a raiz do pescoço — Figuras 1.30B e C e 1.31A). É uma continuação superior das partes costal e mediastinal da pleura parietal. A
cúpula da pleura forma uma abóboda sobre o ápice, cuja parte mais alta situa-se 2 a 3 cm superiormente ao terço medial da clavícula,
no nível do colo da costela I. A cúpula da pleura é reforçada por uma extensão fibrosa da fáscia endotorácica, a membrana
suprapleural (fáscia de Sibson). A membrana fixa-se à margem interna da costela I e ao processo transverso da vértebra C VII (Figura
1.30C).

Pulmão –
O pulmão direito apresenta fissuras oblíqua direita e horizontal, que o dividem em três lobos direitos: superior, médio e inferior. O
pulmão direito é maior e mais pesado do que o esquerdo, porém é mais curto e mais largo, porque a cúpula direita do diafragma é
mais alta e o coração e o pericárdio estão mais voltados para a esquerda. A margem anterior do pulmão direito é relativamente reta.
O pulmão esquerdo tem uma única fissura oblíqua esquerda, que o divide em dois lobos esquerdos, superior e inferior. A margem
anterior do pulmão esquerdo tem uma incisura cardíaca profunda, uma impressão deixada pelo desvio do ápice do coração para o
lado esquerdo. Essa impressão situa-se principalmente na face anteroinferior do lobo superior e costuma moldar a parte mais inferior
e anterior do lobo superior, transformando-a em um processo estreito e linguiforme, a língula, que se estende abaixo da incisura
cardíaca e desliza para dentro e para fora do recesso costomediastinal durante a inspiração e a expiração.
Os pulmões estão fixados ao mediastino pelas raízes dos pulmões — isto é, os brônquios (e vasos brônquicos associados), artérias
pulmonares, veias pulmonares superior e inferior, plexos pulmonares de nervos (fibras aferentes simpáticas, parassimpáticas e
viscerais) e vasos linfáticos (Figura 1.34). Se a raiz for seccionada antes da (medial à) ramificação do brônquio principal (primário) e
da artéria pulmonar, sua configuração geral é:
• Artéria pulmonar: no extremo superior à esquerda (o brônquio lobar superior ou “epiarterial” pode estar localizado no
extremo superior à direita);
• Veias pulmonares superior e inferior: nas extremidades anterior e inferior, respectivamente;
• Brônquio principal: aproximadamente no meio do limite posterior, e os vasos brônquicos seguem em sua face externa
(geralmente na face posterior nesse ponto).
Hilo Pulmonar –
Hilo pulmonar são orifícios localizados nas porções internas dos pulmões. A região do hilo localiza-se na face mediastinal de cada
pulmão sendo formado pelas estruturas que chegam e saem dele, onde temos: os brônquios principais, artérias pulmonares, veias
pulmonares, artérias e veias bronquiais e vasos linfáticos.
O hilo do pulmão é uma área cuneiforme na face mediastinal de cada pulmão através da qual entram ou saem do pulmão as estruturas
que formam sua raiz. O hilo pode ser comparado à área da terra na qual as raízes de uma planta penetram o solo. Medialmente ao
hilo, a raiz está encerrada na área de continuidade entre as lâminas parietal e visceral de pleura — a bainha pleural (mesopneumônio).
ÁRVORE TRAQUEOBRONQUIAL
A partir da laringe, as paredes das vias respiratórias são sustentadas por anéis de cartilagem hialina em formato de ferradura ou em
C. As vias respiratórias sublaríngeas formam a árvore traqueobronquial. A traqueia (descrita junto com o mediastino superior, adiante
neste capítulo), situada no mediastino superior, é o tronco da árvore. Ela se bifurca no nível do plano transverso do tórax (ou ângulo
do esterno) em brônquios principais, um para cada pulmão, que seguem em sentido inferolateral e entram nos hilos dos pulmões.

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• O brônquio principal direito é mais largo, mais curto e mais vertical do que o brônquio principal esquerdo porque entra
diretamente no hilo do pulmão;
• O brônquio principal esquerdo segue inferolateralmente, inferiormente ao arco da aorta e anteriormente ao esôfago e à
parte torácica da aorta, para chegar ao hilo do pulmão.
Nos pulmões, os brônquios ramificam-se de modo constante e dão origem à árvore traqueobronquial. Observe que os ramos da
árvore traqueobronquial são componentes da raiz de cada pulmão (formada pelos ramos da artéria e das veias pulmonares, além
dos brônquios).
Cada brônquio principal (primário) divide-se em brônquios lobares secundários, dois à esquerda e três à direita, e cada um deles
supre um lobo do pulmão. Cada brônquio lobar divide-se em vários brônquios segmentares terciários, que suprem os segmentos
broncopulmonares.
Além dos brônquios segmentares
terciários, há 20 a 25 gerações de
bronquíolos condutores ramificados
que terminam como bronquíolos
terminais, os menores bronquíolos
condutores. A parede dos
bronquíolos não tem cartilagem. Os
bronquíolos condutores transportam
ar, mas não têm glândulas nem
alvéolos. Cada bronquíolo terminal dá
origem a diversas gerações de
bronquíolos respiratórios,
caracterizados por bolsas (alvéolos)
de paredes finas e dispersos, que se
originam de suas luzes. O alvéolo
pulmonar é a unidade estrutural
básica de troca gasosa no pulmão.
Graças à presença dos alvéolos, os
bronquíolos respiratórios participam
tanto do transporte de ar quanto da
troca gasosa. Cada bronquíolo
respiratório dá origem a 2 a 11 ductos
alveolares, e cada um deles dá origem
a 5 a 6 sacos alveolares. Os ductos
alveolares são vias respiratórias alongadas, densamente revestidas por alvéolos, que levam a espaços comuns, os sacos alveolares,
nos quais se abrem grupos de alvéolos. Novos alvéolos continuam a se desenvolver até cerca de 8 anos de idade, período em que há
aproximadamente 300 milhões de alvéolos.
Drenagem de Tórax –
Toracocentese
Às vezes é necessário introduzir uma agulha hipodérmica na cavidade pleural, através
de um espaço intercostal (toracocentese), para colher uma amostra de líquido ou para
retirar sangue ou pus. Para evitar lesão do nervo e dos vasos intercostais, a agulha é
introduzida superiormente à costela, em posição suficientemente alta para evitar os
ramos colaterais. A agulha atravessa os músculos intercostais e a parte costal da pleura
parietal, entrando na cavidade pleural. Quando o paciente está em posição ortostática,
há acúmulo de líquido intrapleural no recesso costodiafragmático. A introdução da
agulha no 9º espaço intercostal na linha axilar média durante a expiração evita a
margem inferior do pulmão. A agulha deve ser angulada para cima, a fim de evitar a
penetração no lado profundo do recesso (uma fina camada da parte diafragmática da
pleura parietal e diafragma sobre o fígado).
Pneumotórax, hidrotórax e hemotórax –

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A entrada de ar na cavidade pleural (pneumotórax), resultante de uma ferida penetrante da pleura parietal por um projétil de arma
de fogo, por exemplo, ou por ruptura de uma lesão pulmonar para a cavidade pleural (fístula broncopleural), provoca o colapso do
pulmão. Costelas fraturadas também podem romper a pleura visceral e o pulmão, causando pneumotórax. O acúmulo substancial de
líquido na cavidade pleural (hidrotórax) pode ser consequência de derrame pleural
(passagem de líquido para a cavidade pleural). Em uma ferida no tórax, também pode
haver entrada de sangue na cavidade pleural (hemotórax). A lesão de um grande vaso
intercostal ou torácico interno é uma causa mais frequente de hemotórax do que a
laceração pulmonar. Se houver acúmulo de ar e líquido (hemopneumotórax, se o líquido
for sangue) na cavidade pleural, observa-se um nível hidroaéreo (linha nítida e
horizontal, qualquer que seja a posição do paciente, indicando a superfície superior do
líquido) na radiografia.
Para a inserção do dreno transpassa-se as musculaturas:
I. Latíssimo do dorso;
II. Serrátil anterior;
III. Intercostais externos;
IV. Intercostais internos.
Obs.: É importante ressaltar que ao inserir o dreno, deve-se atentar as artérias que, normalmente, repousam sobre as faces inferiores
das costelas.
Músculos inspiratórios –
Inspiração Normal –

• Diafragma;
• Intercostais externos.
Inspiração Forçada –
• Esternocleidomastóideo;
• Escalenos;
• Serrátil anterior e posterior na porção superior do tórax;
Músculos expiratórios –
Expiração forçada –
• Intercostais internos;
• Serrátil posterior e inferior;
OBS.: Enfisema pulmonar: pode ocorrer de várias formas, a forma básica ocorre por desequilíbrio de proteases que destroem algumas proteínas e proporcionam a
perda de elasticidade do pulmão. O indivíduo portador da patologia possui os alvéolos preservados mas os tecidos pulmonares não têm mais elasticidade e o
pulmão fica muito grande. Com o passar dos anos o pulmão se enche de ar mas não consegue fazer com que o ar saia, sendo assim há uma dificuldade respiratória.
Por conta do enfisema pode ocorrer uma insuficiência respiratória. A insuficiência é a incapacidade do pulmão de realizar suas funções. Pacientes enfisematosos
possuem o tórax distendido, e, portanto, realizam a inspiração forçada regularmente, e, com isso, ao realizarem outra tarefa cotidiana que utiliza os músculos da
inspiração forçada dificulta a respiração deste indivíduo, pois ele as utiliza regularmente para a respiração, tarefas como: levantar um talher, fazer a barba, etc.

Circulação Pulmonar –
Pesquisar
Pulmão trabalha com circulação dupla, funcional e nutricional. O ramo de artérias e veias que nutrem o sistema respiratório inferior
recebem a denominação de artéria brônquica e veia brônquica.

Circulação pulmonar: O ventrículo esquerdo impulsiona o sangue rico em oxigênio que chega ao coração, proveniente da circulação
pulmonar, por meio das artérias sistêmicas (aorta e seus ramos), e há troca de oxigênio e nutrientes por dióxido de carbono no
restante dos capilares do corpo. O sangue pobre em oxigênio retorna ao átrio direito através das veias sistêmicas (tributárias das
veias cavas superior e inferior). Esse circuito, do ventrículo esquerdo ao átrio esquerdo, é a circulação sistêmica.

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