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Biologia Celular

8. CICLO CELULAR E MITOSE

Sumário:
• Características das diferentes
fases do ciclo celular
• Descrição geral da mitose
• Fuso mitótico
• Cinetócoros, microtúbulos e
movimento dos cromossomas
• Cariocinese e citocinese
• Controlo do ciclo celular

http://www.micro.utexas.edu/courses/levin/bio304/genetics/celldiv.html
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Mitose e multiplicação celular

Um indivíduo adulto é formado por biliões de células (1013) todas


elas derivadas do zigoto.

A vida média de um eritrócio é de apenas 120 dias.


Em cada segundo são produzidos 2,5 milhões de eritrócios!

As células passam por um ciclo que compreende dois períodos:


- Interfase
- Divisão celular (mitose ou meiose)

Alguns tipos celulares diferenciados raramente se dividem. As


células nervosas após o nascimento, nunca mais se dividem,
permanecendo sempre em interfase.

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Biologia Celular

Características das diferentes fases do ciclo celular

Representação
esquemática do ciclo
celular

Célula de mamífero em cultura


(ciclo de 16 h):
G1: 5h
S: 7 h
G2: 3 h
M: 1 h G0

4n Alterações no conteúdo de
G2
DNA durante as diferentes
DNA

2n M fases do ciclo celular


G1 S G1

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Fases do ciclo celular:


G1: Crescimento e preparação para a replicação dos
cromossomas
Interfase
S: síntese de DNA (replicação)
G2: Preparação para a divisão mitótica
M: Mitose. Separação de cromatídeos e constituição de dois
núcleos idênticos (cariocinese)

Durante a mitose a síntese de RNA é interrompida.

Após a divisão nuclear (ou cariocinese), no final da mitose, ocorre


a divisão do citoplasma (citocinese), resultando duas células
idênticas à original.

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Após a mitose, Fase G1, as células filhas podem:

i) Iniciar nova fase de síntese (Fase S) após uma fase pós-mitótica


de duração normal. (Células embrionárias, células do epitélio
intestinal, folículos capilares, sistema linfático, medula óssea).

ii) Entrar numa fase pós-mitótica prolongada (Fase G0),


permanecendo num estado de quiescência. Podem reentrar mais
tarde em ciclo no fim de G1, (ponto de restrição, R) se devidamente
estimuladas. (Hepatócitos, fibroblastos da pele, células renais,
células do músculo liso, células do pâncreas, do ovário, de pulmão,
endoteliais dos vasos sanguíneos, células da glândula adrenal,
células ósseas).

iii) Iniciar a diferenciação e maturação, saindo do ciclo de divisão.


Células terminalmente diferenciadas. (Neurónios, células da
musculatura esquelética e cardíaca).

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Estrutura do DNA e replicação

Fase S: replicação do DNA

Os ácidos nucleicos são polímeros de nucleótidos

ribonucleósido desoxirribonucleótido

Base
azotada
Grupo
fosfato

ribose desoxirribose
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• Os nucleótidos estão ligados entre si por ligações fosfodiester (5' -


3') formando cadeias.

• O DNA é constituído por duas


cadeias de nucleótidos com
polaridade e antiparalelas,
enroladas em hélice.

• As bases azotadas estão no


centro da molécula,
desoxirribose e grupo fosfato
no exterior.

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Biologia Celular e Molecular

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Biologia Celular e Molecular

Estrutura do DNA

D Duas longas cadeias polinucleotídicas enrolam-se em torno de um


eixo central formando uma hélice dupla;

D As duas cadeias são antiparalelas;

D As bases azotadas de ambas as cadeias estão posicionadas


perpendicularmente ao eixo, localizam-se no interior da hélice e distam
entre si de 3,4 Å (0,34 ηm);

D As bases azotadas de cadeias opostas estão ligadas por pontes de


hidrogénio: A=T e G≡C;

D Cada volta completa da hélice é de 34 Å (3,4 ηm), envolvendo 10


bases;

D O diâmetro da hélice dupla é de 20 Å (2,0 ηm).

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Purinas: adenina (A) e guanina


(G); dois anéis

Pirimidinas: timina (T), citosina


(C); um anel

Ligação entre bases azotadas


por complementaridade: A=T;
C≡G.

Fonte: Nicholl 2002 A temperatura necessária (Tm) para se obter a


desnaturação depende da proporção G/C

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Replicação do DNA

- A replicação é semi-conservativa
- Nas células eucariotas existem várias origens
da replicação; nas células procariotas existe
apenas uma origem de replicação.
- A replicação é bidireccional
- A replicação ocorre na direcção 5’ Æ 3’
- A replicação é descontínua numa das cadeias.
- Na replicação estão envolvidas várias enzimas:

i) DNA helicase, ii) DNA polimerases, iii) SSBPs,


iv) DNA topoisomerases, v) Primase (RNA
polimerase), vi) DNA ligase.

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Descrição geral da mitose

Prófase
Prometáfase
Mitose Metáfase
Anáfase
Telófase
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Estágios de condensação do DNA:

1.Formação de nucleossomas (Ø = 11
ηm), compactação 5 a 7 x;
2.Formação do solenóide (Ø = 30 ηm),
compactação 40 x;
3.Formação de ansas (Ø = 300 ηm);
4.Formação de cromatídeos (Ø ≈ 700
ηm).

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Prófase

Condensação dos cromatídeos, formação do fuso mitótico


(acromático) e desaparecimento dos nucléolos.

Os microtúbulos do fuso acromático são nucleados a partir dos


centrossomas.

Prometáfase

Período curto em que o invólucro nuclear se desagrega e os


cromossomas mais condensados ainda não se apresentam
ordenados.

Os cromossomas estão ligados, através do cinetócoro, a fibras de


microtúbulos (microtúbulos cinetocoriais). Outras fibras do fuso
(microtublos polares) estendem-se para além do plano equatorial.

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Cinetócoros

Cada cromossoma possui dois cinetócoros. São estruturas


proteícas aderentes ao centrómero (constrição primária) sendo o
local de ligação dos microtúbulos cinetocoriais.

Cada cinétocoro aparece em m.e. como uma estrutura trilaminar


que contém um par de discos densos com cerca de 50 nm de
diâmetro, cada um e uma zona intermédia mais clara de 25 nm de
diâmetro.

Nos cromossomas humanos foram identificadas cinco proteínas


características dos cinetócoros:
Cenp - A, B, C, D e E (Centromere protein).

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Estrutura e localização do
cinetócoro.

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http://www.utexas.edu/courses/utgeneticstamu/kinetchr.htm
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Metáfase

Os cromossomas atingem a máxima condensação e alinham-se no


plano equatorial da célula, formando a placa metafásica. As placas
cinetocóricas ficam orientadas na direcção dos pólos.

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Anáfase
Ocorre a divisão dos centrómeros, os dois cromatídeos de cada
cromossoma separam-se e migram para os pólos, provavelmente
arrastados pelo encurtamento (despolimerização) dos microtúbulos
cinetocoriais.

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Telófase

Ocorre a descondensação dos cromossomas, a reconstituição do


invólucro nuclear e a reorganização dos nucléolos. No final da
telófase ocorre a citocinese (divisão do citoplasma).

Citocinese

Nas células animais, no final da anáfase, forma-se uma


constrição ao nível da zona equatorial da célula mãe, que
progride e divide o citoplasma levando à separação das células
filhas.
A divisão do citoplasma deve-se à acção de filamentos de
actina dispostos em feixe e interligados por moléculas de
miosina II, que formam um anel contráctil na face interna da
membrana plasmática (córtex celular).

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Controle do Ciclo Celular

As células possuem mecanismos para coordenar os processos de


síntese no núcleo e no citoplasma e também para marcar o início e
a conclusão das distintas fases do ciclo celular.

Lee Hartwell, Paul Nurse, and Tim


Hunt - Prémio Nobel da Medicina
em 2001 pelo trabalho realizado no
estudo da regulação do ciclo celular.

http://nobelprize.org/medicine/educational/2001/index.html

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No controle das divisões celulares intervêm dois tipos moleculares:

1) Ciclinas: ciclinas G1 (ciclina D), ciclinas S (ciclinas E e A) e


ciclinas mitóticas (ciclinas B e A).
As ciclinas são polipéptidos cuja concentração varia ao longo do
ciclo celular.

2) Cinases dependentes de ciclinas (Cdks) : Cdk4 e Cdk6 (fase G1),


Cdk2 (fase S) e Cdk1 (fase M).
A sua concentração é constante ao longo do ciclo celular.

As ciclinas activam as Cdks formando complexos moleculares Cdk-


ciclinas. As cinases activadas fosforilam moléculas cruciais para
que ocorra a divisão celular.

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Ciclinas
Ciclinas G1: ciclinas D e E
Ciclinas S: ciclina A
Ciclinas mitóticas: ciclinas B e A

Cinases (Cdks)
Fase G1: Cdk4, Cdk6 e Cdk2
Fase S: Cdk2
Fase M: Cdk1(Cdc2)

Lodish, et al. (2004) Molecular Cell Biology.


http://bcs.whfreeman.com/lodish5e/

Actividade das ciclinas e formação de


complexos ciclinas-Cdks no ciclo celular de
célula de mamífero

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Biologia Celular

Cada ciclina surge em determinada fase do ciclo celular porque a sua


transcrição depende da ciclina expressa anteriormente.

A presença de um complexo activo ciclina-cdk resulta na activação de um


factor de transcrição que é responsável pela indução da transcrição da
ciclina que intervém na fase seguinte do ciclo celular

Uma determinada ciclina desaparece quando o gene que a origina deixa de


ser transcrito e o mRNA e proteína produzidos anteriormente são
degradados.

Como os complexos ciclinas-cdk controlam a progressão no ciclo celular?

Através da sua actividade como cinases colocando grupos fosfato em


aminoácidos (serina, treonina e tirosina) de proteínas alvo.

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Fases de controlo do ciclo celular


No ciclo celular as células permanecem num ponto G1 designado ponto de
restrição até que as condições sejam adequadas para iniciar a divisão
celular

Nas células animais uma proteína designa retinoblastoma (RB) mantém as


células em G1 por sequestração de um factor transcrição designado E2F.

Nota: formas mutantes da proteína RB estão relacionadas com a formação de


tumores na retina)

O crescimento celular ocorre quando um determinado factor de crescimento


se liga a um receptor celular. Verifica-se a amplificação do sinal químico,
através de um efeito cascata, que culmina na produção da ciclina D (ciclina
G1).
A meio de G1 a proteína RB é fosforilada pelos complexos ciclina D-Cdk6 e
ciclina D-Cdk4.

No final de G1 a fosforilação da proteína RB é concluída pelo complexo


ciclina E-Cdk2.

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A fosforilação da proteína RB inactiva-a e provoca a libertação do factor de


transcrição E2F.

A libertação do factor de transcrição resulta na transcrição de genes e


produção de enzimas envolvidas na replicação do DNA, nomeadamente as
DNA polimerases.

O factor de transcrição EF2 activa também a sua própria transcrição


(autoregulação positiva), a transcrição das ciclinas E e A, e ainda a
transcrição da Cdk2.

As células em G1 também se preparam para a síntese de DNA pela


montagem de complexos pré-replicação nos pontos de origem da
replicação do DNA.

A montagem dos referidos complexos inicia-se pela acção de seis proteínas


que formam um complexo de reconhecimento da origem (ORC). A proteína
CDC6 liga-se a cada ORC e recruta outros componentes que irão formar o
complexo pré-replicação.

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As cinases ciclina E-Cdk2 e ciclina A-Cdk2 fosforilam componentes dos


complexos pré-replicação o que desencadeia o início da replicação do DNA
e a transição definitiva G1/S.

Após a fosforilação dos complexos pré-replicação, a proteína CDC6 liberta-


se do complexo de iniciação e é transportada do núcleo para o citoplasma.

A saída da proteína CDC6 parece estar relacionada com o facto de a


replicação ocorrer apenas uma vez para cada origem de replicação.

Uma vez na fase S, o complexo ciclina A-Cdk2 fosforila o factor de


transcrição EF2 e inibe a acção impedindo a sua ligação ao DNA.

A progressão da fase G2 para a fase M (transição G2/M) é controlada pelo


complexo molecular ciclina B-Cdk1 (Cdc2) também designado factor
promotor da maturação (MPF) e factor promotor da mitose.

Este complexo através da fosforilação de vários substratos assegura a


transição fase G2/M.

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O complexo ciclina B-Cdk1 fosforila várias proteínas:

i) Proteínas da lâmina nuclear o que causa a desagregação do


invólucro nuclear
ii) Proteínas relacionadas com a duplicação do centrossoma e a
constituição do fuso mitótico.

Nesta fase ocorre a condensação da cromatina e a ligação dos cromatídeos


de cada cromossoma, através do cinetócoro, a fibras de microtúbulos do
fuso acromático.

A conclusão da mitose e entrada em G1 depende:

i) Separação dos cromatídeos irmãos


ii) Desagregação do fuso mitótico, descondensação da cromatina,
ocorrência da citocinese.

Os acontecimentos anteriores estão relacionados com a degradação de


algumas proteínas, nomeadamente a ciclina B.

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A ciclina B é marcada para destruição pelo complexo promotor da anáfase


(APC).

O complexo promotor da anáfase (APC) é uma proteína do tipo ubiquitina


ligase responsável pela ubiquitinação de proteínas. As proteínas marcadas
com a ubiquitina são destruídas.

A ubiquitina é reconhecida por proteases citoplasmáticas e desse modo


ocorre a degradação das proteínas marcadas.

Um outro substrato do APC é a proteína Pds1p que estabiliza a proteína


Scc1p. A proteína Scc1p permite manter ligados, através do centrómero, os
dois cromatídeos irmãos.

A destruição da proteína Pdsp1 está relacionada com destruição da proteína


Scc1p e a separação dos cromatídeos irmãos na anáfase.

O decréscimo da actividade das Cdks mitóticas, permite a reorganização do


invólucro nuclear e do aparelho de Golgi; no final ocorre a citocinese.

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As células monotorizam as condições ambientais envolventes bem como o


seu próprio estado fisiológico.

Na ausência de nutrientes ou factores de crescimento, as células retiram-se


do ciclo e entram em G0.

As substâncias indutoras da divisão celular provenientes do exterior, são


produzidas por células vizinhas (secreção parácrina), ou por células
distantes (secreção endócrina).

Estas substâncias indutoras da proliferação celular actuam na fase G1


induzindo a síntese de ciclinas G1 (ciclina D) e a formação de complexos
com as Cdks.

As células tem capacidade para responder a situações de stress,


nomeadamente mutações do DNA, ausência de O2, ausência de
disponibilidade de nucleósidos trifosfato. Quando alguma destas situações
se verifica a progressão no ciclo celular é parada num dos pontos de
controlo.
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Principais pontos de controlo do


ciclo celular:
- No final de G1, antes da fase S de
replicação (Ponto de Restrição).
- Transição G2/M, antes do início
da mitose.
- Durante a mitose na metáfase

Ponto de controle G1 (ou ponto de restrição): período do ciclo, no


final de G1, onde a célula toma decisão (ou não) de se dividir. A
decisão é tomada mediante a presença de substâncias indutoras
provenientes de outras células.

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Ponto de restrição. Este ponto de controlo assegura que a célula


possui dimensão suficiente para se dividir, e que existem nutrientes
em quantidade para suportar as duas células filhas resultantes.
No ponto de restrição actuam os complexos ciclina D+Cdk4 e
ciclina D+Cdk6.
As células que não recebem um sinal para continuar o ciclo saem e
entram em G0.

O ponto de controlo no final de G2 assegura que a replicação correu


bem e que o DNA não tem erros.

O ponto de controlo na metáfase assegura que todos os


cromossomas se encontram associados a um microtúbulo
cinetocorial.

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A proteína citoplasmática p53 (factor de transcrição p53) controla o estado


do DNA antes que a célula entre na fase S.

Em células normais o nível da p53 activa é baixo. Uma outra proteína, a


Mdm2 modula a actividade da p53 e assegura os baixos níveis de p53 em
situações de normalidade.

Para funcionar como factor de transcrição a p53 precisa de ser activada


primeiro por fosforilação e depois por acetilação.

A Mdm2 ligada à p53 impede a sua fosforilação. Além disso, a Mdm2


exporta continuamente a p53 do núcleo para o citoplasma onde é degrada
por acção enzimática.

Quando o DNA sofre danos o ciclo celular é bloqueado em G1 ou em G2.

Nesta situação a proteína p53 passa à forma activa por acção de cinases e
acetilases. A activação da p53 origina a sua dissociação da Mdm2,
resultando ainda um acréscimo nos níveis da p53.

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A p53 regula os mecanismos da proliferação celular, activa a transcrição de


alguns genes e a inibição da expressão de outros.

A p53 promove a transcrição de: p21, GADD45 e 14-3-3σ

A p53 inibe: a transcrição dos genes para as ciclinas

A p21 inibe a ligação das ciclinas G1 com as Cdks, bloqueando a


continuação do ciclo celular, ; a GADD45 atrasa o processo da replicação; a
14-3-3σ bloqueia a entrada na mitose.

Assim, em caso de lesão do DNA, a p53 bloqueia o ciclo celular


provocando inclusivamente a morte celular

Se a p53 não induzir a acção da p21, a célula com lesões graves continua a
proliferar desordenadamente originando cancro.

Cerca de 50% dos tumores malignos humanos apresentam mutações do


gene da proteína p53.
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A ocorrência de danos no DNA desencadeia um processo de apoptose, a


morte programada da célula. Neste processo de suicídio celular estão
envolvidas enzimas designadas caspases.

A proteína p53 activa o mecanismo de apoptose activando a transcrição de


um gene designado Bax.

A forma norma da proteína Bax é um heterodímero que está em equílibrio


com outra proteína designada Bcl2, a qual é um inibidor da apoptose.

Quando a p53 activa a transcrição do gene Bax o balanço existe em favor


da Bax em detrimento da Bcl2 e o ocorre a apoptose

A activação de oncogenes, genes associados ao aparecimento de tumores,


pode provocar um incremento na concentração da forma activa (fosforilada)
de Bcl2 o que impede a apoptose e origina células imortais que se dividem
de forma indefinida.

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