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Notícias AGÊNCIA FAPESP 02/11/2004

Novas estratégias contra o Alzheimer


28/10/2004

Agência FAPESP - Duas pesquisas independentes trazem boas novidades para portadores da doença
de Alzheimer. Na primeira, cientistas do Instituto Nacional para Ciências da Longevidade, no Japão, e do
Instituto de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos, anunciaram uma nova vacina que tem se
mostrado eficiente na redução da patologia da doença. O outro estudo, apresentado na terça-feira
(26/10), na reunião anual da Sociedade para a Neurociência, em San Diego, na Califórnia, identificou
uma proteína que impede a progressão do mal de Alzheimer no tecido cerebral.

A doença é caracterizada pela perda progressiva da função cognitiva provocada pelos depósitos da
proteína beta-amilóide no sistema nervoso central. Os cientistas acreditam que se esses depósitos
puderem ser barrados ou diminuídos, o problema deverá ser combatido com eficiência.

O estudo feito por japoneses e norte-americanos, publicado na edição atual do Journal of Alzheimer's
Disease (vol.6, nº 5), apresenta os resultados da nova vacina. Os pesquisadores aplicaram oralmente
em camundongos a solução, composta de DNA da proteína beta-amilóide, a um vetor, um vírus adeno-
associado. Segundo relataram, não apenas os níveis da proteína diminuíram como a resposta imune
modulada pelas células-T também foi significativamente reduzida.

Uma única dose da vacina foi o suficiente para aumentar a produção de anticorpos contra a proteína
beta-amilóide por mais de seis meses. Exames nos tecidos cerebrais dos animais mostraram que os
depósitos amilóides extra-celulares claramente diminuíram, comparados com exemplares que não
receberam a vacina.

“Essa nova terapia parece ser realmente efetiva para a prevenção e tratamento da doença”, disse Hideo
Hara, líder do estudo. De acordo com o cientista japonês, a vacina não induziu reações fortes das
células-T e não apresentou sinais de causar meningoencefalite – inflamação que atinge o encéfalo e
meninges. Vacinas anteriores para o mal de Alzheimer foram mal-sucedidas por terem provocado
problemas colaterais como esse.

Evolução bloqueada

O outro estudo que acaba de ser anunciado resultou na identificação de uma proteína capaz de
suspender a progressão do Alzheimer no tecido cerebral humano. Conhecida como transtirretina, a
proteína protege as células cerebrais da deterioração gradual ao bloquear a ação da proteína beta-
amilóide, impedindo que ela interaja com o tecido cerebral.

A pesquisa, também com o uso de camundongos, foi feita na Universidade de Wisconsin-Madison e


financiada pela organização norte-americana Institutos Nacionais de Saúde (NIH). “Apesar de mais
estudos serem necessários para entender como a transtirretina pode ser empregada no tratamento de
pacientes com Alzheimer, os resultados atuais são promissores”, disse Kenneth Olden, diretor do NIH.

Jeff Johnson, professor da Universidade de Wisconsin-Madison e líder do estudo, descobriu o efeito da


transtirretina enquanto estudava camundongos com genes defeituosos obtidos de pacientes humanos
com mal de Alzheimer.

Os genes levaram os animais a produzir níveis anormais da proteína beta-amilóide, mas o uso da
transtirretina fez com que não apresentassem sintomas da doença. “Temos inclusive um camundongo
cujo cérebro foi mergulhado em beta-amilóide e que não mostrou sintomas”, contou o cientista.

Johnson imagina um momento em que os membros de uma família com predisposição genética para a
doença de Alzheimer poderão receber um medicamento capaz de estimular a produção da transtirretina.
“Esperamos que os resultados que obtivemos estimulem novas abordagens para o tratamento da
doença, que estejam focadas mais na prevenção da perda das células cerebrais do que no tratamento
dos sintomas resultantes”, disse.

Numa Arvore, um possível remédio contra Alzheimer


Pesquisadores produzem composto químico que protege a substancia de
comunicação entre neurônios.

Araraquara (SP) - Um grupo de pesquisadores do Instituto de Química da


Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Araraquara, deu um
importante passo para a luta contra a doença de Alzheimer ao obter a
patente provisória de um novo composto químico derivado de uma
substancia chamada spectalina.

Estima-se que 1,5 milhão de brasileiros, cerca de 6% da população acima


de 60 anos, sofram do Mal de Alzheimer. A doença, descoberta em 1906,
mas para a qual ainda não existe cura, aumenta o ritmo da destruição das
células nervosas no cérebro, o que provoca a perda de memória, de
habilidade motora e da capacidade intelectual.

"Temos a esperança de que o composto poderá se tornar um ótimo


medicamento para amenizar os principais sintomas da doença", afirma a
docente do IQ Vanderlan da Silva Bolzoni, coordenadora do trabalho.

Depois de estudar, durante cinco anos, 1.677 extratos de 709 espécies de


plantas da flora paulista, no Projeto Biota-Fapesp, a equipe da
pesquisadora isolou 150 substancias entre elas a mencionada spectalina,
uma substancia extraída da Senna spectabilis, mais conhecida como cássia
do nordeste ou tula-de-besouro, uma árvore de seis metros de altura que
floresce em todo o território brasileiro.

"Nosso trabalho foi o de modificar a estrutura molecular desta


substancia e acrescentar funções para torná-la um fármaco", explica.

Descoberta por acaso

Estudada como antiinflamatório, analgésico e antitumoral desde 1995, as


novas propriedades da planta foram descobertas por acaso, durante os
experimentos da sua ação contra tumores.

"O composto não impede a morte das células nervosas, mas evita a
destruição de outra substancia que faz a comunicação entre os neurônios,
a acetilcolina, um neurotransmissor, associado a formação da memória",
explica Vanderlan.

Os medicamentos mais utilizados contra os sintomas de Alzheimer


atualmente conhecidos no mercado não conseguem fazer com que o organismo
desacelere a eliminação dos neurônios – e ainda provocam muitos
efeitos colaterais.

Mas as pesquisas continuam. Uma equipe chefiada pelo bioquímico da


Universidade Federal do Rio de Janeiro, Sergio Ferreira, por exemplo,
relata a identificação de mais oito substancias que retardam e inclusive
paralisam as células nervosas.

Baixo potencial tóxico


O grande diferencial da spectalina que chamou a atenção da comunidade
científica é o seu baixo potencial tóxico.

"Como combatemos os níveis da acetilcolinerase, que destrói a


acetilcolina e está em quase todas as partes do corpo humano, os
medicamentos utilizados pelos pacientes de Alzheimer possuem vários
efeitos colaterais, principalmente por se tratar de uma substância
associada a contração muscular, ao coração e a digestão", aponta
o medico Newton de Castro, pesquisador da UFRJ que estudou a toxidade da
substancia.

Nos testes utilizando a spectalina não foram constatados os mesmos danos


verificados pelos medicamentos já comercializados. Mas Castro considera
os resultados ainda bastante preliminares.

"Como se trata de uma doença crônica, ou seja, que acompanha o paciente


pelo resto da vida, necessitamos de mais estudos para ter certeza de que
as reações adversas não venham a se manifestar", afirma.

Melhora na memória

Já em experimentos com 20 camundongos realizados pela veterinária da


UFRJ Monica Rocha, a spectalina proporcionou melhora significativa na
memória dos animais, porque impediu a eliminação da acetilcololina, que
melhora a capacidade de reter informações, sem interagir com outras
substancias do sistema nervoso central.

Embora já tenham sido testados, com excelentes resultados, cinco


diferentes compostos baseados na substancia, segundo os pesquisadores, é
ainda cedo para se pensar em medicamento com produção em larga escala.

"Em média um medicamento leva sete anos para chegar ao mercado. No


presente caso, faltam ainda os testes clínicos", ressalva Castro.

Na Unesp, o químico Cláudio Viegas, pesquisador do IQ, estuda agora


novas concentrações dos compostos para tornar viável, a custos
economicamente acessíveis, um futuro processo de produção de remédios.
"Assim será possível oferecer medicamentos mais baratos à população",
conclui Vanderlan.

Fonte: http://www.estadao.com.br/ciencia/aplicada/2004/jul/05/120.htm

Sálvia ajuda no combate ao Alzheimer


Estudo português revela que o extrato desta planta
Contribui para a melhoria
Da função cognitiva e comportamental
Dos doentes de Alzheimer.

Os extratos de uma espécie de sálvia encontrada nas serras d'Aire e Candeeiros (Salvia
sclareoides) podem ajudar a controlar o desenvolvimento da doença de Alzheimer. As
conclusões são de um estudo conduzido por investigadores portugueses desde 1992 e que se
encontra em fase de registro de patente.

“Vários extratos da espécie de sálvia que estudamos provocam inibições bastante potentes
de enzimas envolvidas na patologia de Alzheimer", disse à Agência Lusa Amélia Pilar
Rauter, diretora do Grupo de Química dos Glicídios da Faculdade de Ciências da
Universidade de Lisboa, que lidera a pesquisa com Jorge Justino, presidente do Conselho
Diretivo da Escola Superior Agrária de Santarém. (ESAS)

O estudo demonstrou a ação dos extratos desta espécie de sálvia em duas enzimas envolvidas
nas neurotransmissões cerebrais o que, segundo Jorge Justino, não permite curar, mas
controlar a progressão da patologia. A importância desta descoberta está no baixo custo, na
atividade biológica relevante e na ausência de toxicidade. De acordo com este investigador,
até a infusão em água (chá) desta planta pode ser utilizada como terapia na doença de
Alzheimer.

A sálvia, de que existem mais de 1400 espécies, é uma das plantas aromáticas e medicinais
mais utilizadas na medicina popular. Entre os seus princípios ativos já conhecidos estão
alguns associados à atividade cardíaca, antibacteriana, inseticida, fungicida e ao combate às
células cancerígenas dos pulmões.

O conhecimento e as pesquisas já desenvolvidas nesta área levaram a que a ESAS


submetesse à tutela a aprovação e abertura, no próximo ano letivo, de um mestrado em
"Plantas Medicinais com Aplicação Industrial", revelou à Lusa o investigador português.

13/8/2008
http://performance. clix.pt/html/ fitoterapia_ desc.asp? id=533

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