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e- )

Sanjay Subrahmanyam
Impérios em
Concorrência
Histórias Conectadas
nos Séculos XVI e XVII

Imprensa
de Ciências
Sociais

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Imprensa de
Ciências Sociais

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1600 189 L courc 9
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' boa - Porrugal
0 47 00 - Fax 21
Indice
794 02 74
wwwiceJ.uJ .pr;·
. · imprensa
imprensa(éui Prefácio .......................................................................................................... 9
cs. ul. pt
Capítulo 1
A janela que a Índia era .............................................................................. 15

Capítulo 2
Instituto Perspectivas indianas sobre a presença portuguesa na Ásia,
de eie
··nc1as Soeiais. . 1500-1700 33
. -
l111pér'10 . S (.atalogaçâo 11a P11b/1wç,10
s cn1 e0n UB!lAHM ANYA ' · 1961 - Capítulo 3
corrêncj, . . M , S anpy
.
SanJa .. · h'IStón,.. s. c.onccrad , XVI e XVII/
y Subrah
• man ya ,n . I os
a� nos sccu Os cronistas europeus e os mogóis ........................................................... 65
1n1prcns e '' 1 •. · . -;- L''.� 1 )0,1: ICS
a d Cic nc,
1S13N ,9 as Soc1a1�, 2012 Capítulo 4
78-972-671-J00-
CDU 94(5) 5 O milenarismo do século xv1 do Tejo ao Ganges ................................... 113

Capítulo 5
O mundo comercial do oceano Índico ocidental, 1546-1565: uma
interpretação polít ica ............................................................................. 153

Capítulo 6
Mogóis e francos numa era de conflito contido ....................................
177
Capítulo 7
O Guzcrate mogol e o mundo ibérico na transição de 1580-1581
...... 199

Con Ciptl' - Capítulo 8


1Pos1
cio t, /J, 1<>1 · J ºªº Scguri• do
-
ç
Portugueses, mogóis, e a política do Oecão, c. 1600 ............................... 233
.''L'V1sãotlÇt10 An·1
(> 11
,_1ts11.11.1 :.1rv.1I 1 10
, • e-·
D ·'
hnpres - 1,c,v, Con
s(/O e (!c lia<Il(ça- d 1 nho Capítulo 9
abmnen o.
,0. i, · M an.i A11 1.1r.1l
l) . ,v1anuel B ·l 1·l io, Manila, Malaca e Meliapor: uma viagem dominica
c:prí5 · .1 & 1-i. I ho,, l.d.1 - !.ou,,l na pelas Índias,
!:' edi //º Ic:wif: 3500%/ 12 c. 1600 ···············································································
························ 271
ç . No
vc1nbro de
2012
.. Capítulo 10
e
A l nda do
· Bulaqi. e o
suitao , ... 295
Estado da I ndi a (1629-1640) ........... .
Bibliografi 37
a
· · ......................
....... ..... ...... ... . . ....... . .... . .. ... . . ............. 3
........ . . . ..
Índice rem � :�� .
361
is ···· ······· · ·
· · · ············· ········ ·····················································
· ·

. Prefácio
Ao abordar diferentes processos históricos q�e ocorrem tanto na
Península Ibérica como nos confins do oceano Indico, e ao articular
as histórias dos vários impérios que, entre os séculos xv1 e XVII, se
encontraram e disputaram o espaço euro-asiático, o livro Impérios em
Concorrência. Histórias Conectadas dos Séculos XVI e XVII conduz­
-nos pelos meandros de geografias muito amplas.
A formulação de Connected histories, ou, em português, histórias
coEectadas, afirma-se como uma alternativa às histórias comparadas.
Ao in�comÕ propõe O autor, as histórias conectadas permitem
o�har simultaneamente, e de uma outra maneira, para processos
históricos que, convencionalmente, pertenceriam a campos de
estudos distintos.
Fazer histórias conectadas supõe a existência, contudo, de um
conhecimento arquivístico muito vasto, um domínio das línguas nas
quais muita desta documentação se encontra, e uma grande consis­
tência metodológica. Ou seja, exige um grau de erudição e sofisti­
cação que não é acessível a todos. Mais a mais sabendo que, desde
0 cultural turn, o historiador deixou de poder fazer história sem
dominar as rotinas de construção documental e textual, bem como
as políticas de arquivo e de memória - convicção potenciada pelo
archival turn que se está agora a viver. Ler as fomes produzidas em
contextos particulares implica conhecer, por conseguinte, e para além
de muitos outros, os contextos de produção dessas mesmas fontes,
e as mutações do seu
estatuto episte mológico ao longo do tempo.
A singularidade do percurso historiográfico de Sanjay Subrah­
manyam caracteriza-se, cm parte, pelo virtuosismo com que esgrime
um conjunta invejável de arquivos e fomes, línguas e historiografias.

9
-11--

Impérios e
m Concorrência·.
Histor
, tas Conectad
as nos Séc ulos XVI e XVII Prefácio
por exem
plo Subrahm
arquivos e an yam traba aspectos corno o paralelismo dos processos de aculturação que ocor­
a; fontes lha de for� 1a
-persas, o q p. ortuguesas, ' igu
. almente fácil os
ue1he perm e os arquivos reram durante· a época moderna, desde a persianização da Índia, à
oor� vez _j) rof ite, para um e as fo ntes m · . do-
.i.::_
u mesm o tema, ocidentalização dos territórios atlânticos, onde hoje se situam os
co·rnb- ref e :-� ente dist"I tas. d m o f ere cer erspecnvas,
E--r .
"Mlloratzo s l. e
nu Ge· · ofrf� r e y P
- Q. · -- -- -e verda eiramentp
arker a ro , .
a-. --- . ----
e s1métncas
Estados Unidos e o Brasil. Ou a simültãneidade do milenarismo,
p p s o das que atravessou o espaço euro-asiático no século xvr, bem como
do qual S n . n n °nnec ed Historie (o f n
t vir t ualidades do
a de problemáticas em torno da construção da identidade individual
se aprese: J y Subrahmanyam ros , x ord, 2004), o livro a partir
ta, os a selecção (ternas abordados no s cap ítulos 4 e 7). Permitindo, ao mesmo
portuguesa Despecialmente vocaciop
p
de textos que aqm.
. e acor n ad ª ara
os públicos de língua tempo, o questionamento de pré-cornr,reensões (corno a de que, e
m�me · nte r- do com P'ar p
aro� e t ker, a1can ra . ao contrário do mundo ocidental, na India da época moderna não
e_ntre- di n
u-eles ·
.,..._-.:=ue _E!ocu- .:. !_ esta s1·metna é extre-
..f..ere -n-t- es ra existiria urna consciência histórica plasmada em narrativas históricas
de Subra, h - �cu] , feito ai-ca m
- - en_tender os encontros
persas e po
- an yam
m
rtuguese· s,
O ra, Subrah
n- ça
ma n yam n ao
d O ª _n escnr· a h -1st . . --:­
o nográfica
consistentes), e de periodizações tradicionais (nomeadamente aquelas
d0mma · so, os arquiv . relacionadas com a emergência da modernidade). A esse respeito,
(em vária - mas també os
s 1mguas) m docu. ment . . .
, t1ca 11 1d1an oiça-se o autor: «para além de repensarmos as nossas noções de/(,....,
lado, trab ' h0I1·an desa . açao
- arqu1·v1s a
alha a ext ' francesa, 1ta periodização», as histórias conectadas conv1dãn1 a «repensar as nossas
e. não-eur ensa Iterat . ' lia. n a, mg· I esa. Por outro
. ope ura de viagen noções de fronteiras e circuito�, re esennar- mapas que emérgern
ms1gnifican us' desde d1p º
lo m atas ' ª com
s p�oduzi'da or eu
ropeus
tes, so p das probferniticas que pretendemos estudar, em -vez de inventarmos
b erc1antes mais· ou
n um
detenn1·na re as d'f I erentes ge
o menos -·prõ5leináticas que encaixem nas cartografias preexisten tes» (p. 19).
na -o possuí d o espaço e gr a f ia
' s desre 11·vro . Inscri
'am uma vis. temp o' tos essa forn1ã., Subrc1hrnanyam consegue conciliar perspectivas
deste li.vro a- o abran g
ente do todo
os
prodtI tores destes
extos
r
sempre c p ocura a]can çar. A
t
. '. perspectiva · que o autor micro, oferecendo descrições densas de situações inesperadas, com
. o lo c ar disso, Sa n Jay
mais recenr, ar as. suas teses e abordagens macro e as suas problemáticas mais gerais, estabele­
p
S ubrahmanyarn tenta
. es na hist . m r e1aça- o com
seJa sobr onografi. a, os. desenvol v1. rnentos cendo relações significativas entre estes dois ângulos de análise. É o
e o mun . seJ·a sobre o próprio a afirmá-lo: «um dos pontos metodológicos que procurarei
ab.tangent , . o .Is J·am1·co e d mundo J'ben , ·co e europeu,
e e m1nu india· no. E
c1 ª dos , ssa v 1.sa- o si. mult demonstrar é que as tensões e as formas de percepção estruturais
dos es aç
p os
dúv'1da, es euro-as1at1cos dura
-º�
. processos p -
o11t1.cos' sociai
aneamente
apenas podem ser lidas a partir da filigrana dos acontecimentos» (p.
te livr nte a' e, oca · ·s e culturais.
A0 pro o. p m od,erna caract . 193). Longe de ser um puro ginzburgiano (pelo contrário, a crítica
eriza, sem
ma'nyam p or "tun.a hiS to- na· . a um enfoque excessivamente micro de muita historiografia europeia
co ver
do saber n enbu1 para dem da deu.am ente po ]'f J o , ni. ca, Subrah- é explícita, bem como a sua inclinação para perspectivas macro), o
histor1o· g ' _ ocratiz'a1· o
a mu'Iti·p raf1c0 D processa de mesmo carácter desafiante e inspirador do autor de O Queijo e os
las etnog . · e facto' na su co nstrução
sobre os raf1 a na.lt.�t1v· a da, . Vermes perpassa muitos dos textos que constituem este volume,
. asiáticos' as, ('as etnografias igual relevo
giosos, d . e o seu i· n p duz1das· p
om verso) a 'n , ro . e,1os curopeus obrigando, a partir das problemáticas emergentes da análise fina de
envolvid mica;, os ou jesuí ; 1 u It1� l �s vozes casos, a repensar leituras tradicionais sobre processos históricos,
os tas, (vozes de reli-
como as nos p acessos o . vo es de. of1c1a1s. J a1·•cos, tanto no mundo ocidental (e sobretudo português), como no mundo
d e J 1 -
1t1 . . d.irectamenr e
e do v1.ce- . oão de Barros. co-ad 1111·n1strat1vos dos.
p
D se . asiático.
. re u Abu'l F us impérios'
naIidades 1 . Franc1. sco d
o
azI, o,u _as d A importância destes casos analisados em detalhe emerge, porém,
. dos v a Gam o su ltão Bulaqi
histo , ncos so ários agentes en a), e . às mult1plas razões quando estes são entendidos nas suas diferentes escalas, i. e., enquanto
b volvidos n e racio-
Esre car anaTise . a tess1nira d
s participantes em processos históricos mais vastos, ou cuja duração
fac11· Jt· a o a
, c ter incIu . o p r o cessos
estabele s1vo dos. não se esgota num só momento, num só lugar. Evitar a tentação
de outra ci rec orres
forma, me��? de relações n ,todológic
1� o de congelar determinados encontros «num memorável momento
não se
llam ta- o . en re p ia . s do . auto r
visíveis· A . cesso.s 111ston
t
, cos C]Ue, Kodak», dando-lhes um relevo que lhes atribui significados, os quais,
-s--.....2..
s1m tOt.nam quando lidos diacronicamente, mostram ser mutáveis, torna-se, então,
-se evidentes
10
11
Impérios em
eoncorrência: Hzst
· órias eonecta
das nos Séculos XVI Prefácio
o problem e XVII
a que 0 h'
presença eu 1s to
ropei.a no S ria,do. r deve confrontar quando estuda a posterior da presença europeia (sobretudo britânica) no subconti­
Focand0 a ul dª A s1a no
s s écu]os
xvr, XVII e .m1c . do xvm.
, 10 nente indiano.
a repensar , 1•ente no cas o ponugu A
doravante
vanos aspe s, r
ctos da h.1s , � ivros como este convidam
Ao tornar visível a co-produção de uma multitude de processos
' s·1muItaneam tona dO 1·rnpe, históricos cujos impactos foram diferenciados para os diferentes
mai·s geral ente m ai. s loc n· o. Esta torna-se,
' en qu a - n sen agentes e espaços neles envolvidos, este olhar múltiplo, a partir
( envo1ve nto part'ic,·1p al ti'do de Geertz - e
m mu, 1 t1.plo
o
ante e m P ro

1
de distintos ângulos de análise, conduz, necessariamente, a uma
ac t
Babsburgo ores, des de os p onugueses
XVr, aos
ces s os transnacionais que
desnacionalização das diferentes historiografias. Desde l ogo, desna- '
s
. (
aos otom a s e às su
as es do primeiro século
) na nos e mog tr atégias de construção . cionaliza a própria história da Índia (e mitos como a sua precoce
óis, a outro imperial, até
. '
gar, BIJ"apu
r A ehe,m, s estad o
s as ., .
iau .. «identidade hindu» são aqui desafiados, mostrando os veios da sua
o u seJa, a h
istóri
etc.' ) e ,ª�
, s uas pop
ulações.
c o s (caso de V 1Jaya-
hist oricidade), mas também obriga, evidentemente, a desnaci onalizar
. ponug
ueses na , . a do unpeno p o n u a história de Portugal, já qu_e os «feit os» dos portugueses pa�sam
plenamen A s1 a pas A s e d �s experiências dos
te pane do sa a ser lida (e lue ev e s er lida) co
a ser situados numa encruzilhada de escalas e de outros «fenos»;I
ticos C 0 sp .
· m o relem b roces sos po 1,ItJcos' cuitu mo fazendo igualmente relevantes para quem sobre eles discorreu.
comerc1·al ,
do In_d'ico
ra o autor,
no capítu I O d
ra1·s, e socia · is
· asia- ·, Mas se Subrahmanyam privilegia o espaço euro-asiático, subjacente
mica do c , ocidental d e d'1c
omereiO , . e meados d , ado a o mundo . A ao seu trabalho está, ao mesmo tempo, «uma agenda comparativista»,
não apena m ant1m O f . secu lo XVI, «a dma-
oi
o
s pelo
s P
d et er m m ada por munas fact . proclamando a necess idade de, entre outros, aproximar «os estud os
suges
tivam,en e, 0rtugueses» (p. 176) ores e da Ásia e os do Novo Mundo na época moderna», para o que tem
anos 15 0 � p rop õe-se analis · . N um outro lugar, e
8 e ar a conJunt muito contribuído sistematicamente o trabalho do seu colega e amigo Serge
Guzerate' s 6581, a p. anir do olh;r ura da Uniã o Ibérica, os
Gruzinski.
(ver' a es s
o dommi ' o mogol que dela tem A
. e propo, sn· ' em I·nteracçao os hab'1tames do
o, o capítul - com os por Enfim, olhar todos estes processos de outra maneira, ao revés,
«Ibérica», o 7), exp1 .ica tugueses
ao s er an ndo que esta conju . ntu ou, para citar Caetano Veloso, pelo «avesso do avesso», torna-se um
desafia as a1 i·s ada a p
len artir de, urn ra
e

. · uras_ d a p erspecn· va mais geral . percurso metodológico com efeitos historiográficos centrais quer
tena tido mi·nantes so
bre os .imp
o
(ou nao) n o mundo «ocidental», quer no mundo asiático. Olhar � conexões
forma, ca nª presenç actos que, a
U niao ·- Iben . ca
nsegue-se a imperial , , entre estes impérios, e a maneira corn o se foram moldando mutua­
algo que �uperar a aproxima �
o n u g ue sa no Indico. Desta
se mente, obriga a que, doravante, escrever a história dos impérios
a1, se es ra torna, visiv ' el aos o çao ao espaç o ., .
. as 1at1co como
bel lhos do len
a auton o . eceram ' suba1 terni.z . or po.rque os
europeus
signifique fazer, ao mesmo tempo, a história de vários impérios em
mia dos p ando' .amda vários tempos.
apreciado racess os . q u e .
mc .
nsc1entememe'
se his tóncos
e hegemo nquanto (ou porq Por todas estas razões, este é um livro pr ofundamente inspirador,
o
que aí t'ivera
nizaÇ- . ue ) pane dos m lugar, apenas e a meu ver incontornável para todo aquele que quiser perceber
Por outr ao ocidental. p rocessos de
expansão
gues as na as palavras.. a hi·s tó melhor (e estudar melhor) os processos históricos que ocorreram na
Ásia n-ao p ria da s exp , . A . . época moderna e cujos impactos ainda hoje estamos a viver.
com o q
ue as. font de .,m.ai· s ser fen . , enenc1 a's- unpen·a 1·s p
onu-
o
d'isseram es as1at1ca a- sem con ta . .
s obre s p r r, s1metnc am ente,
es tas m dUz1'das nos Ângela Barreto Xavier
. E,m. contrapan '1da, esrna' s experiênc.1as .
o
se,cu 1 os XVI e
-his tona' XVII Lisboa, 29 de Março de 2012
do 0n. ent ao afirm . ar a n e cessi .
Para a p ali
, resença I.n s m o ,I·n stnucion'al1·-z dade de fazer uma «'pré-
co n ado
.da epoca modern tornavel dos po n t1 » ' Subral1manya m aponta
a num pr g
ident1'f·ica ocesso cu uescs, e de outros e uropeu
Jones e ada na segun
da meta J·
a
e emergênc·ia , s
o seu
grupo, re de do s éculo XVIII, e normalmente
clam ando ea .
esse contr tribuída 'a Will'�ª1: 1
ibuto para a .
11 1s tona
12
13
Impérios em
C oncorrência: His
tórias Conectadas
nos
.
Séculos XVI e XVII
•A J.anela que ,
O capítulo 1,
espon de ao c apítulo
«On the win a lnd1a era», corr
dow that w as
Gan ges de E India ,,, do volu
xplora tions in me From the 'Eagus to the
O capítulo 2, Connected Hi
s torie s , 1-16.
na Ásia, 150 , Pe r sp ec tivas indian as sob
0-1700,,, corr re a presenç portug,iesa
the Portug esponde ao c �
1 5 0 0- 17
uese in A sia apí tulo
00», do volume Fro
•Ün lndian vtews of
Gan ges de E
xp/orations in C m the Tagus to the
stories, 17-44
O capuu o nn ected Hi
ao capítulo
, · · corresponde
, 1o 3, ,, Os cro
rns
· tas europeus e os
«European C mogois,,,
Frorn the Ta hroniclers and
138-179, Capítulo 1
gus to the Ga the Mughals», do vo 1u e
n ges de E
xp lo rati ons in Con nected ":
Hi stoms,
O capítulo
correspond 4, •Ü milenarismo do séc
Tagus to th
e ao capít
ulo ,Sixteemh-
ulo xv1 do Tejo ao anges ,
G A janela que a Índia era 1
from th e
e Ganges,,, Cemury M,·11 · »
Explorations do volume Fr ena n sm
s to the Ganges de
in Conne om the Tagu
O cap ítulo cted His tories, . d bzhisht ki nishânf
5
Hai. Hm
, «O mun do co 102 - 13 7.
Har chashma aAb-i zindagânf
.
mercial do oce
an o Indico oc,. de I
1546-1565
retação polí _mr
: Uma interp
tica,,, corresponde
ao capm, 0'
•The tra
A Índia é o sma1 do Paraíso,
ding world .
tern Indian O
A Poiitical o f th e W es
c ean, 15 46- l 96 5 · 1
on,,, do volu E cada u m dos se u s n.os é O Elixir da v·d ª·
lnterpretati
rations
in Connec me Mu ghals and
ted Histori Franks de E lo
O capítulo es, 21-41. xp ­
a versão e 6, • M ogóis e fran
cos num As sim escrevi·a, c om vei a fortemente patn.o. nc - a, um poeta do
ês do capít
m portugu
i ce t d o .·
a era de conflito
of contain ulo ,Mughals comido ,,, e
. , . dO século xvm, A 1m d S ' wi, c e
m an Age
ed conflict and Fr
1111CIO a ara a r s n an
E xploratio ,,, publicado n ank s
ns in C o volume Mu
C ,ada cidade e a ideia· desta te rra,
onnected H gh a ls and Franks de
O capítulo 7 istories,
1-20.
é c omo se. o Para1,so se t1.ve ss e estendido para a)'I.
na transiçã desta colectâ
ne a, « O
and the lb
o de 1580- Gu zerate mog
Cada jardim tem flores de todas a' s espec1e , · s,
1581,,, corre ol e o mundo ibén co
erian Wor sponde ao c
apí
m t .
tul
· _ é como o firm
id in the Tr o « Mughal Gui arat
e cada cant� 1ro
Mugha& a ansition of 1
nd Fra en o

A terra da India (Hind) está cheia de amor'


a
nk s de
E lorati o ns 58 0- 1581», do volume
O capítulo in C on necte
8, •P ortugxp
e c ada edrinha p arece UIna pé rola.
c. 1600,,, u eses, m og d Histories, 42-70.
correspon óis, e a p olí
d e
Q ua I e, P0 valor de uma mera pero
and Decc ao cap ítulo tic a do Dc c ão,
s, e. 1600,,,
an Poiitic
·
•The Port • la>
ugu ese, the Mighals,
Cada tijolo aqui. e, mais prec10 . so qu e a arg1.1 a do meu c orpo. ,
Exploration do vo lume
s in Conn
nk s on
ected His t o Mu ghals and Fra
O capít�l o ries, 71-103
cana pela 9, « M a n ila, Malaca .
Ao reler e,stes. versos, e pe ? sando na re I açao - entre o estu do da
s lndias e. e Mel iapor.
Mylapore .. 1600,,, cor Um a vi agem domini­
,
er
11i stó ria 1 · 11d'i ana e o da . história em g ? . 1 dev o con fe ss ar que me
. A Dom responde a
o cap ítulo «
l<:
do volum inican Voy
. a·o astrona uta li· 1d1 ano Ra esh Sharma , qu e
a
Ma nila, Melaka,
vei o à memó ria · o pnme
e Fr o agc through
Hzstorzes, 1 m the Tagus ro the G a
80-199.
the ln dies, cir
n ge s de '
., da j anela de uma n,ave sov1e . 't1'ca, - declamo u
ca 1600,,,
Finalment Explorations i
n Co n nected _ o li1ando Para a Terra
e, o capítul
da lnd1a o 1 0,
.
• A
. o, na
. e. C ultura J nd1anas
( 1629-164 l enda do su
Lição ln.1ug ur? I da , dr,1 de H1sr . na· Universidade
Sultan B 0),,, corre ltão Bulaqi e o
Estado da -�oªtJ 2 003.
ulaq1 and sp9nde ao Estado
de Oxford, 2 O eI e f•cvcrc11 c
i
th e c ap
.
and Fr@ ít ulo «The I.cgc
2 Ahmad Sara� i. , Na! Daman, ccl ..S·. ,1yy1'd M u hammad 'Abdullah (Carachi:
ks de E lndia, 162 nd of
xp l orati ons i 8-40,,, do vo
. i-e Urdu, 1987).
n Co nnec lume Mughals
ted Histori
es, 104-142. Anj uman-c 1.ar,1qq
14 15
lmpen - ·as em Con conce�nn
.a: Histórias Con
ectada s n os Sérnlos A janela que a Índia era
. XVI e XVII
ao pnmeiro- . .
mini••stro mdia
Hindustân ham no em A bril . Esta deslocalização de uma história estritamente indiana em favor
ara» («De tod de 1984-. «Sa•re ;ah an
u em . . 0 o m u ndo, ? H dustão . • se accha de uma his tória conectada (em vez da opção pela mais familiar
Q
.
diz que a dist
A ssim, e emb ân cia é a mãe d 6
a o Ject1v1dade?
. I ? é o melhor»).
história comparada) não encerra apenas uma mudança de perspectiva,
. o r a este Se .
ª.
t
de H1stó�ia· _ a
e Cultura In J o texto d 1iça · - ? mau · g ural da Cátedra como à partida poderia parecer. Existem barreiras para lá da forma
osso r�s1st1r dianas ª concreta dos Himalaias ou do oceano Índico. Todos temos a dolo­
a notar a sub ? U v er
r s1dade de Oxford, não
til irorna .meren
t
nte , s .nuaça- o_ a que acabei.
a1udi r. Com rosa consciência (que nos foi dada por Samuel Huntington) de que
o �ualquer
mais do que historiador ac a ideia de «civilizações» como chave-mestra para a nossa abordagem
a maioria, du tua Sul da A sia, e lvez
ambí gua rante mu.nos ta
da história ainda não foi enterrada, o que restringe seriamente a
qu
� ase hostil com a _ anos mantive uma
últimas ' decadas, noçao de «estu , relação
tem s1d · o a ide1·a f dos de area» que, nas nossa capacidade de encarar as questões de espaço com flexibilidade
nós, mesmo ormadOra
que e com uma noção temporalmente dinâmica. Há umas décadas , uma
desta un1v· er . no passado não tenha mo . centra.l para tantos de
s1dade, nva' d0 m · d1an1·stas oriundos conhecida autoridade do Sul da Á sia concluía um livro escrevendo:
trabalho ,a· como - Willia
m J ones e M
J me lev u «Hoje em dia há um certo anacronismo quando se fala em civili­
A siático ' a0 . � do Hin ama O e Atn :,- ax M uel.- ler. O meu
aprofundad
1mp, er
0 da h.isto-
1 º o t o m a n o e à ra
1i • ma Saraw1 ao Sudeste
.
zação ocidental ou em civilização indiana. Até muito recentemente as
e, mais rec na· da Peníns nsox.an1a ' a um estudo mais �ulturas estavam muito distintamente divididas, mas agora, quando a
entemente, ul'a Ibe,nca e India fica a menos de um dia de viagem de Londres , as divisões cultu­
da América a um· nam or dos pa1se , s Baix· os
o com a h1. s ,
atrib· uíd'a a'
es.panhol
, edra de H.
cat
ª· s e existe uma · ton ·
a d o Brasil· e rais começam a desaparecer.» Para depois acrescentar, de maneira
J Ust1t
aIguns dos .
1sto, na India · 1c· aç ã O p ara me ter s.ido bastante paradoxal: «a contribuição da Índia para a riqueza cultural
. que me 1era n,a ' ela deve . do mundo já é muito grande e crescerá à medida que aumentar o
nadar de C m concordare res1.dir no facto de
a1cura, que . m com o afon.sm seu prestígio e a sua influência».5 O que nos é dito é que no passado
Gupta: «Se . fl; Uito adm iro . , o de um hisro-
m _s ' o
isto não qu e sa1r da India,· não se Ja desaparecido , A shin Das
as culturas e as zonas culturais eram normalmente separadas por
en pode exp 1i car
· d.ianos s ,a .de forma alguma di
in · . a Ind1él· .»3 Com golfos vastos e intrans poníveis, e que apenas as modernas comu­
e dev1am fa zer que tod
ou migr , ar para as . -zer i·mediatamente a os. os h .Istoriadores nicações do século xx têm conseguido diss olver esta divisão. Ao
e1e proprio univers·i o m'ar, co · mo Iemm · gues ' mesmo tempo afirma-se que a contribuição da Índia para a riqueza
se tenha do dades de C··ambn. dge
utorado na . ou Ox fo cultural do mundo está, aparentemente, destinada a crescer - o que
. rd (embora
tempofiell
, .1· ·,., afi rm ow do St.
Antony ,s C ' prime1ra' e tenha s ido por pouco quer que is so signifique - apesar da simultânea declaração de que
::, . so · ar era qu
e a a6 enura ollege) O
c iedades a o utras histo, · · q ue D s G u pta pretendia a própria civilização indiana se dissolve à medida que se escrevem
' I)
Esta e, u era- essencial p ara co
. nas e à--3. s- tra ecto .
.

,- 1
ma abordag , nas de outrª-s essas me smas palavras.
) tentado desenv em que, no mpreender o seu p rop , · A identidade do autor das frases que citei acima não precisa de
, �j

s anos
mais no conrexro.
. , ,, «inte . olv
grativa» ' U er, recuperando em recentes, eu , pro, pno . tenho permanecer um mistério. A maior parte dos leitores já terá reco­
da Un1.vers.1 t1·1iz· ado pel0 tambe,' pane, o co . .
nc e n o . , .
de historia nhecido que o título do meu texto é um jogo de palavras com o
dade de, H m Ja.· , desap
da' Chm· a ar, va'rd (u arecid · O J oseph Fletcher título de uma obra que, durante gerações, para o melhor e talvez
e da' A'sia· m grande,
\ conec , tadas». C e nt r
Regressare.1 a·1), e ao qua I prefi nzado historiador
e s ub vª
. 1o · .
para o pior, foi muito aclamada nos estudos sobre o Sul da Á sia,
va' nas vez r0 chamar «histórias The Wonder that was Jndia, de Arthur Basham. O livro foi publicado
---- - es.a e_s. te t
3
Par a- e m a·ao ] ongo do texto
lndi·an , Octu - n-- a a111 pla a111
osrra da su 4 pela primeira vez em 1954 e o seu subtítulo explicava tratar-se de
Deli, 200 1 ' ean Me
rchant, f 500- f, . a obra, ver As! . «um estudo da história e da cultura do subcontinente indiano antes
c om t . 80O·
oliected Essai1yn D/ a G ta he
. • Sanjay S ubr�h1a introdução 111in1C i s o A s1/P , T Wor!d of ihe da chegada dos muçulmanos». Ao escrever esse livro, Basham, que
tion of Early Inanya111' «C a, 1-20). m Da s G111Jt
Jos.cph F. F Mod crn Eu_ras1.a», nnecred .His' tori 0 ,. a (Nov·1· provavelmente deveria ser visto como um indologista, mais do que
lc
Man� (Al dersrchoh �r,l��1d1es on CMhoid:'; , A s1an Stu cs: N:it�l
die s, v , . to�a rds a reconfigura-
, 5).
n e anel
fslamic Inn . ,n.
er As1a ' ct, ! (1997)
3
.: 735-762·' A. L. l3asham, The Wonder that was India: A suroey of the histmy and culture
13catncc Forbcs of the lndia n sub-conúnent b efore the coming of the Muslims (Londres, 1954).
·
16
17
Impérios em e
oncorrência: H
isto,ri.as Conect
adas nos Séculos
XVJ e XVII A janela que a Índia era
corno um .
historiador
contestam ) , . (e m bora esta po
, . des, eJava sa1·1 e ssa ser um a periodizar a história indiana como se a Índia estivesse separada do
teg1a fa ar a espec1·t· Op im ao qu s
m·1 i·1ar a ma1. 1c1'dade da ,r n ' , e muna
nt · ·-
o . rest o do mundo, seguindo os seus rit mos est rit amente internos até
do que no n ·a d e d ia. E uma estra-
mundO a�gI' nós ' e e' a que est' s
ou, no mun
d0 francof�
0fono pass
ou a ser de ª � b' Jace nte à lógica
ser incorporada no império brit ânico. A vantagem do conceito de
«época moderna» é permitir-nos integrar o Sul da Ásia num conjunt o
a, nuance). no, ai.re
s culturelles
no. m m_ado area
studz·e� de conjunturas históricas mais amplas,- que de facto variam e mudam,
6 A m
bast in h a Intenção a ( m ais adiante regressarei
, ante d'f 1 ere . qui e, apres i ue envolvem, dependend-o-dasã lturas, umas ou outras zonas do
ep oca mod nte de hI·sto, na do S . ent ar um a
concepção
erna» ul da A s1a ' . Sul da Á�a. Por conseguint e, haverá momentos em- que fará mais
deram O do , .' ou Sej·a, para os t rê em part·icular para «a
m s sentido ensinar a história de partes de Bengala ao mesmo tempo que
procedime m, 10 colon·ia1 britânic 'T'ou qua.tr0 se- cuIos que prece-
nto e
necess,an· o· 1 entare1 a história da Birmânia cost eira e da Tailândia, em vez da história do
desse per1o' defender que o meu
do especi'f o não apenas para fa Guzerate. Ou seja, para além de repensarmos as nossas noções de
compreen ico mas ta zer .justi. ça à hisrón.a
são sobre mbéni para periodização, somos obrigados a repensar as nossas noções de fron­
pouco do a ·Inter ven alt er_ ar a 6ase
argt1 menta ção colon. da nossa t eiras e circuitos, a redesenhar mapas que emergem das problemáticas
«moder ·. sera, cert iaI. Ad1 ame
m os então um
nidade ,
coIon1a . am ente' ·1 m que pretendemos est udar, em vez de invent armos problemáticas que
Iugares, m J » e a mo ponante, d'
a' s - po de rnidade qu is t ·
m guir entre a encaixem nas cart ografias preexist entes.
por s1· só ' nao demos ass e e x·
is ·ia a
uma form
a de mode
umir que
o que exist . . ntes e noutros
t
Nada disto pode ser tratado de forma sensat a sem que seja
O cern e r i dade. 1 ia an tes não era, dita alguma coisa, logo de início, acerca da ideia do que é e era a
moderna» ' do . argum ento gira
n

na-, o isenta e m t or n «Índia», e quais os seus possíveis limites. Já, defendi que existem
1 ugar est o da
. /r ou outro ciente de que, O con róprios pro6Iemexp
ª
o u dos seus p
a s.
ressão «época duas concepções radicalmente diferentes de India que continuam,
lugar ua1q ce Em primeiro
r,' ,, , mas não vejo 9 ue� - t ran ito _ us�d 0 em rel nesta última década, a dar forma às discussões tant o ent re acadé­

. ( n t ure

com
za argum º ? evitar em qual m s1 um a carga teleológ
entat
s p ona e
qu
ação à Índia
. ica,
micos como entre leigos. A tensão ent re estas duas concepções é
um assunto que merece at enção. 8 Po� um lado t emos o pont o de
nos qu
e ensinam 1v,a .e nao - s·m1p le er forma de peno · d 1zaç ão de
temen h'istona' s . sm,ente , . vista minoritário que considera que a «India» tal como a conhecemos
te co
m O probl g er a is da ncua Í J· m ec a
� n 1 ca. Aqueles de
que P0de foi inventada num passado não muit o distante, provavelmente pelos
. mas conti ema da velha ca .confrontam-se constan-
brit ânicos, ou talvez pelos indianos e pelos brit ânicos agindo em
Ind1 ana, nu teg
que a «h'IS , a. r a a' cred'J ta' r' CO 01·1a «n1ed·1eva 1 »·' n1a' s sera, conjunt o durante o domínio colonial. Isto é uma manifestação do
Um segu ton me . mo o C o
de catego
ndo in
conven�1 e dieval indiana» ng resso
de História mé todo construtivista mais geral, de origem académica, mas que se
ria univer n t e é que «é d u r a até cerca de J 757?
moda) ' m sa po estendeu a outras partes da elite da sociedade ind�ana. Claro que
as, tambe, l (e. o U n·iversal' ca moderna» e, uma espécie .
vantagen .
s E isto
m aqui' v .
porque,
is.
ª
ejo-a co mo .est ' cada vez menos na
m
existe alguma verdade na noção de que a ideia de India se alterou
e para s1. o um t nc011ven1e · ntc com cenas
significativamente nos séculos XIX e XX, mas é legítimo duvidar de
-- -- m pl't ficar, t udo o que tenha sido fabricado por um mero acto de vont ade
''V,e.,r,,.-�n e creio que nao
des aires c src. conrexto, D - podemos administ rativa ou imposição cartográfica. O segundo ponto de vista,
'Southe,· st uftu' elles asiati u en ys. L0rnbard radicalmente opost o ao primeiro, e que hoje em dia encont ra mais
A si.an stlud. Asn' n ,Lr· ,Is to q aes en partt.cu/1. ,' D( e, la Ve1·ttt des ai. ., .
7 o i es , vol. 34 /t 1
nd thc M r Lcidcn, 1994 . ,�, cultiirelles et de ce!le
cd
expressão polít ica do que apoio académico, é a id_eia de que existe
conhCCJd •.1 . rn cu P o nto .IC VJS (2003)·· 1-20 tcrranean An·'1Iog), ,e Hc arhcr Surhcrland,
e/ : há muito tempo uma noção estável e aut árcica de India, que remete
t e
processo s ndên e·ia rece d1v ta ' crge o b . · y ' joiima/ o,r 1 S•outhet1st
d e í l1udanç',1 n t e. d e escrita V1a 111c 11 t e para o momento em que uma civilização clássica indiana se teria
reactivo e e m u
«su balter ito eº ns1·cIeravclrnente de ma
«rad·ica 1 adapta' t1·vo ·isn'.1 ·Eu· ropa' e que , na',,, u enraizado na planície indo-gangética. Este ponto de vista não se
d o c
d, a vclh, a·" ·olonialis 11., 0 l � 1c 1a tivas C. t1r �e, o pape] i11qu,e.. 1oc.a I'iza toda a agência e afasta muito da concepção do professor Basham, e normalmente vê
te 0na da, 111 1 e as · o pe1-1 C11 1 110
, co1110 pn·nc1paImente ·
0dern1··z.asçn_n inc,ip az.' d,e'es.s. c,stc ponto d,e vist
1,
lnd1a ·. ·. a ostc .
a o e da a cap ns1vamcntc
1nda n1a1s. ar.'1 ·111un. '.·1s d·i· s· mesma
, ,.1nt1ga vis, .�io c . J)rctcnsõcs
s , Sanjay Subrahmanyam, «lndc ouvcrrc ou Indc fcrméc», in \vcs Michaud, cd.,
1

olonial e exótica da Q11.'est-ce que la rniture: Université de tous les savotrs, vol. 6 (Pans, 2001 ), 69-79.
18 19
Impérios em
eoncorrência: Hist
órias Conecta
A janela que a Índia era
sociedade in '
das nos Século s XVI e XVII
d1ana em te�
.
a
(duas comp mos das
três fases _ crono . . . . Prambanan e Borobudur são meros reflexos de modelos indianos
letas e uma lo, g1cas me
termina gros IO c o mpleta) : v1táve1s
so modO no . .uma 10_ic� . preexistentes, por exemplo, embora saibamos com qu a se toda a
segund
a fase de
f10a] do
prime1ro m1le . · ·al e forman .
va, que
certeza que não existiam ainda templos muito grandes no Sul da
co_nfusa- o e n 10 d a er cns
mico' e u
. ma terce
1r
declínio que
term1. 0a com o
a
, . u. ma
tã;
Índia quando Prambanan foi construído. Contudo, des ta condes­
dissolução o ª - que dom1mo 1sla-
u de ressur poderá ainda estar m . cendência surgiu um vocabulário estranhamente útil p ara analisar
A

-nos como gi m ento e regre c o plet a - de mais


o denomi.n ss o às or . estes processos históricos. Este vocabulário aparece numa eno rme,
m

em obras d d o << ig en s. Recordemo-


e refere' nc1·a período muçulmano» fo1· e relativamente desconhecida, obra em três volumes do f alecido
a

que «a ant de há mais conceptualizado


iga cultura . de uma geraç . . historiador francês Denys Lombard, intitulada Le carrefour javanais
a- o. a1, s e afirmava
mana' c
omo acont da r'nd1a não pereceu a . . (A encruzilhada javanesa), que podemos confrontar com o último
mu , tua foi 10· ev . eceu com a . nte a mvest1d a muçul-
1t a,vel» '
da per , s1a», e que . grande trabalho deixa do por Fernand Braudel, o desconcertante
contacto fo mas tam
b . ª 1 gum a «mfluência
�obre a cu
rçado com
novas id . ém que « as 10vaso- es muç üdentité de la France, de 1986. 1 º Eis duas maneiras muito diferentes
ltur ' eias não . ulm anas e o
de fazer a história da longa duração: na última sublinham-se os
.
Ind1.a do s a hmdu que sen. a de e tiveram o ef eno fen·1 1·1zador
. . éculo xvm sperar». D a contrastes internos da França, mas a possibilidade de a própria França
pnme1r a era mai. s co qu1· decorn. a que «a
. inv a ns er v ser o produto de trocas com espaços exteriores às suas fronteiras
da mfluênci so- es muçu Imanas», 0 adora d
. 0 que nos dias das
s

a da Euro q ue ex p 11c «hexagonais» é implicitamente negada; na primei ra, Lombard celebra


pretendo pa que o r ava ter sid · o através
tra' nsform eflores.c1. me o facto de Java es tar livre do fardo de ser uma civilização e, por
reflexão' nt o tm· ha surgido. Não
mas , Profess or
sava não a a verdade � que quan B asham no espantalho desta esse motivo, poder ser um cruzamento que transforma, reorganiza
a r O

penas as s do escreveu e se inspi ra em correntes vindas da China, de Champa, da Índia,


de m · dolo uas 1 · aq
gistas.. Esta ' . d.eias. ,mas as de toda ' ueIas frases expres- do Iraque e mesmo da Holanda. A ironia não passará despercebida.
peIos auto s ide1as Ja u
res act .
ua1s não sa-o nec m·a gyeraçao - , ou mais,
Braudel - o famoso autor de urna obra sobre o Mediterrâneo que
de R omila mo um e ss na e n
Thapar Ea tº a leitura ' � te partilhadas
c pretendia redefinir radicalmente o que era um espaço legítimo para a

u d
m

' Um contra � osa da obra recente


'
nt r:y lndi a ampla
d. idos para ste e re estes ponto -me.nte emonstra.9 investigação histórica - mostra-se incapaz de se libertar das grilhetas
a

o Sudeste s de vis.ta e
A . os normalme nacionalistas ao estuda r o problema da «França». Em acentuado
. . u1 ar, pode ser !.Ot si'at1co, e em espe,c1.
10s
e 1 nte defen- contraste, a visão que Lombard tem da história de Java, que explici­
1medi·ato, . ressante.
O contrast para o Sudes
Já que ra, r te Asiático
a

estatu.t0 am , e aparece l tamente apresentou como um modelo de história regress iva, come­
de «civiliz ente - se e que alg ogo ao n1v , el mais
.
nas lenur a - » para u m a vez - foi çando do presente e recuando para o passado em sucessivas camadas,
as º ess def
e nas mai· mais opt 1m1. stas es . a p. a ne d0 mundo p 1 endido. o baseia-se na ideia de que não se pode compreender Java sem pensar
s p · s a região s · e o contra, rio '
que os ho essi 1n is. tas como u urge como
u nas suas relações com as regiões de Fujian e Guangdong no Sudeste
mens q
uere r m p ali mpsesto,
de R odge da China, de Benua Keling ou do território tâmil, do Hadramaut
rs- e . I--Iam a- o .escre,ver» (par ·
la ras, a, «u
ma pa.' gi·na va .
ma tabu

Nusantara mers a cn zia cm ou mesmo de Madagásca r. Será este um luxo a que um historiador
e vista' na te1 0 e111 Música n ar as pª 1 avras i. mortais
como s· en s f rancês se pode apenas entregar quando estuda uma terra distante, e
do não a ' obras de V]ekke,
0 Cor a
. - ) · A hi.stória
de
çao
n e!r i� fl�encia B g não quando abarca a espinhosa história da própria França? O enigma
�, : o, pela civi'd::�: da m: :;: �oedes ou Schrieke,
s r

ais tarde o 1 0diana ect1 permanece, sobretudo quando se lê uma obra como a mais recente e
atrave
' a um n
ív . ' depoi. s, p · ·vamente m oldªda, demasiado famosa Lieux de mémoire, ainda mais ensismemada, ainda
�s da e e l mai·s l11 el
ass1· 1n ant xperiência s1·ngu i 11itado' pela,l � �1'.Ti:ação islâmica mais «hexagonal» do que a visão braudeliana da França. Porque é
1

r ar , c1 v 1 r z .. - .
processo ºromorfizadas e e- da l--Iolanda. Esta �çao oc1demal
un1direcci I s civilizações
onal·' os g - hes dado o e,statu são
-__ ra' ndes co to de, agentes num
10

m .
Denys Lombard, Le can·efour javanais: Essai d'histoire globale, 3 vols. (Paris,
'Ronn�:1i-::::::----
,1 a Th ap plexos arqu it , .
ccton,cos como
1988); Fernand Braudel, The identity of France, rrad. Siân Reynolds, 2 vols.
ar, Early (Nova Iorque, 1988-1990). Ver também Sanjay Subrahmanyam, «Wriring hisrory
l
ndia, h, o
m the O r 'backwards': Southeast Asian history (and rhe Annales) ar the crossroads», Studies
tg..ms to A in 1-/istory, (N. S.), vol. x (1) (1994): 131-145.
D 1300 (L
ondres' 2002) ·
21
20
Impérios em eo
.
nco . 1a·
rrenc . . Hts" t'orias Conectadas nos Séc
A janela que a Índia era
ulos XVI e XVII
que e, ta-o fácil v
er Java co . dos árabes; depois o reino de Rum, depois o do Ballaha-Ra'i, o reino
da Fran ça ? Ou
. ' e b o
mo u ma e
no da verdade,, ª.
ncruzir'lh da, e na- o
o t ntón
. o dos que furam as orelhas.11
Permit1.-me est
m a er
- da nd1a.�
a digres sao
ap enas par . . .
de um naciona1·
i sm_o extrav
a m s1st1r que as tentações O texto prossegue explicando que este Ballaha-Ra'i é o maior
1 agante e d . declaração seguida de
são um m
a exclusivo da e u m «prese 1:t1s soberano do «Hind» (ashraf al-Hind), uma
mo » c ru não
() sempre te - h isto riograf1· ª do uma descrição do próprio «Hin d , dos seus
» outros governantes e,
mos 1·1ço e pos1· t1v
. S ui ·
da A s1a, e que nem
j temente mais fortess· N as das tradiç
. · o- es h'i s · mais adiante no texto, de algumas noçõ es rudimentares de estru­
to nogra'f'1cas . aparen-
(i qu.e a histon tura social, como a de que no «Hind» «os escribas e os físicos (ahl
, ·a d . o entanto' na- o .
, p retendo c
om isto m smua . r
'J�' a intenção· da frase de Sund. K - (para usar_ e )O. cosameme d'1storcer
a «1- dei. a de In dia» . al-kitâbat wa'l-tibb) pertencem a famílias que só ela podem exercer
s

:>"
' 1
assunto 1 hilnani') nao seJa · estas p rofissõ es».
mp ortant e m s1 mesma um
aparecime
e. N a v er
d ad e u m Em tom semelhante, o texto anónimo persa Hudúd al- 'âlam
nto do termo c rt a re fl e x tem uma secção
complexidade «Índi a» ;oder�a � xão acerca do (Os Limites do Mundo) do final do século
aJudar nos
e multip li
cida n - a_ rel embrar a q ue descrev e o Hindustão imediatamente após a de scrição do
� · -génese de uma def · _ de d.e ..x.roces so s d e m · er
1/ d, e nós saber, _ miç� A p rópria p- : , acçao envolvid
.
. os «Chinistão». Ficamos a saber que esta região se encontra a oeste da
a1avra denva
a, do ter China e do Tibete e a norte do G rande Mar, e que «poss i grandes
u
_ mo ara 6e me , . , co rno a ma10n. a
i e uma deformaçao d ·
dievaI «al-Hm
. d , que por sua vez
» r iquezas, uma população numer
osa e muitos reis » . O autor ou
O m un
l

' termo «Si o mais ant1go · todo o Hindustão o vinho é consi­


nd». Quand e muit o mais limitado compilador acrescenta que «em
dos temp os . º se lêem os encicIope, · ot
med'1eva1s d IStas e geógrafos árabes derado contra a lei e o adultério lícito», além de n ar que «todos
r .
depressa se per s
os habitantes são idólatras» . Os «numerosos ídolo de ouro e prata
muito am cebe tod avia »
b1'guos na de i · , que estes são
,areas mi tação da a ; q e
centrais resta
m poucas
ent'I dad' e. «ai H'm d»
- . Acerca das são zelados por eremitas e brâmanes (zâhi dân wa brahm nân) e u
-gangética des dúvidas ·· t0dos es, «quando um dos che fes morre,
de o P unJ·a 6 at mclti em a p l anície indo- em pelo menos uma das cidad
é Bengal'. ra se m atam» .12 Mas
a sul da
pen'msuIa e, J.,
ª
a Mas o estatuto
d as zonas mais
. todos os inferiores que vivem sob a sua somb
. cem vagos, e embora
. o mais uma vez os limites do espaço permane
XVI «Hin me n s claro 'e, sa_berno
d» e «Hm dustªn» por v . s que nos sécu los xv e e Qa nn auj, incluem igu al­
a sul do
. n· o Narrnada. Se, -
ez es nao m
clL1,1 am o D ecão e áreas compreendam Lahore, Multan, Caxemira
mpa, Khmer e Fansu r - ou
1ist.a, .outros
. scut·. ores
por um la' do, .
exis te esta · - · · mente Kamarup (Assam) e vão até Cha
As1a,t1co insu
e
pe,nsavam' na, v1sao mm1ma-
seja, B arus, na Sumatra. (Por
ac a so o mesmo texto contém uma
Iar, a Ta'I e�poca medieva · 1
A , que o S udeste cidental a um grupo de
panes d0 Su
I da Ara'b'ia,
I and'1a,
o Ca rn 6 °J· a e
(na! guns referência na sua secção sobre o Oceano O
as os raros) ate s umas são cultivadas e as
como o I, . c
«doze ilhas chamadas Britanya, das quai
:i-
total' ten10s. e rnen p
• •

treA s grandes ,' � : r enc1a m


ao Hind. No
destas fontes , 6 categ ori a
s geog ra f outras desoladas»).
ara es·· o ic a «Hind» como entidade à parte
ma1ment
e 'a ar, ea
«H'md» '« Sin »
d (ou China) , , ·
s q ue se destacam . Já aqui se nota uma imagem do
, , de imagens estereotipadas e «de
eram ar
nb'1guas e po
o nd-e se f
al ava p, ers a) . M
e « A . Jam » (mf or- ou, melhor dizendo, da existência
as as. f.t0ntc1ras das três agens não definem um conj unto
texto do fm r ve,-zes
até «'AJa · m» d marca» do «Hind» ; contudo, essas im
assentes emyrocessos de efectiva
de limites geográficos ou culturais
aI do séc esaparece . , com o se vê no
uIO XII Akh b A
ar as-SzAn w ao contráno, perguntando se as
Os pov os do a' l H' znd, que diz que: interacção. Podemos pô r a questão
H '
m d _definjdo como «Hind» possuíam
q ue os reinos dO
mundo :sao
e d a C h in
- em a ( ªhL al-Hznd wa'l -Szn) , concordam pessoas que viviam neste espaço
se conta entr 1de�t1dade. Q uem estava «dentro»
unân·ime, � e O s uatr nú mero de u
o _ e o dos árab (""z q �ro. O q ue primeiro a noções seguras dos limites da sua
q
em que med ida estas percepções represen-
ric0, -o. ma,1sninguém du vida', qt..1e e- o es ,,.u lk a-l arab) ; e' sua op1111ao · ·- e quem estava «fora , e
»
magn'f i ic o, . m·a1· or de to..
u
q e e inu 1 t1.ap O e s o. bei - ,1110 d do .s os. 1.e mos, o mais.
.
assáve] · remo da Chai g 1..'(;:,; j el1g1�0 (al dfn al-kabir)
- 11 J can Sauvagct, cd. e trad., Ahbâ
r as-Sín wa'l-Hind: Relation de la Chine et de
na al-Sm) vem depois do l'lnde (Paris, l 948), l l-12. • .
alam, the regwns of the world: a Persian
1 Vladimir Minorsky, ed., Hudad ai-'
2
(Carachi, 1980).
geography, ]27 A. H.-982 A. D.
23
22
Impérios em eoncorrência.. Hist. o,nas A janela que a Índia era
. Con,ectadas nos 5éculos
XVI e XVII
tavam um refl . º
exo s1 gn 1fic · anv . realmente na corte, mas sim o facto de Alaol acreditar que o gover­
uma va i.e o do nante de Arakan só podia ter pretensões imperiais se acumulasse esta
!. � dade de, processos h º , . dentro e do fora dos limites de
dos 1m1tes da I . 1st oncos ·) Na mm · ·1as diversidade de povos sob a sua protecção.
nd1a que encon ,· ha opm1ão · · as 1de
expressam .
-se mu1to mai·s tramos nos
seculos xm x1v ou xv ' Numa análise recente do império-mundo dos Habsbu rgos nos
f0rtem ente como º
que com0 pret
en sões inte def1 m·ções 'externas do tempos da União Ibérica, entre 1580 e 1640, o historiador francês
r nas · Apesar dos mter
a. ,presentados por Chr
istopher B
· essames argumentos Serge Gruzinski mostrou como as formações imperiais modernas
J a neste penod , · ara a cir culação de ideias polí­
se tornaram arenas privile giadas p
ayly e Outro
. o, de um «ve Ih s acerca da existência,
contmuan·am o. patn. oti.·smo», em ge ti cas, instituições, formas de arte e expressão religiosa. Insist iu
15
' rel ral estas noções
processos P0!1 . a tivamente c1rcu. nscntas, ate porque muitos dos na necessidade de tornar inteligíveis estes processos afastando-nos
t1cos do
período m1�1. �avam
Que _processos-chave at é contra elas. 13
, do modelo europeu de «micro-história» e aproximando-nos dos
nos permmrão pen
SuI da Asia ·)
D ada a exigui sar a epoca moderna no objectos e dos processos em toda a sua complexidade - de que
reflexo_ es brev dade de espa ço, . al pintado por índios numa igreja
es sobre quest . gosta, na. de fazer quatro se rá um bom exemplo o mur
turaç, a_o. Pode º o-es de 1mpér'10, come . bl no século xvn conter referências
. d1zer-se que co rcio viagens e acu1- da cidade mexicana de P ue a
1·mpenos - ªJ m o sécul0 XV se ·m1c1 · ·a a' rande era do. s a contactos - directos ou mediados - com a Flandres e o Japão.
go q
recentes nos. t ue a nossa preocupaça- o com os e g
em levado
a e,s, quecer. Est s stados -nação ' mais
. Historiadores da arte no império mogol ou no Irão dos safávidas
as quai. s '
demos in .
cl � , formaçoes _ imp . en. a1s, entre i ent1f1 cam- sei medi tãmé1te -ci5in-
istõ;perce6emos que os vecfores­
u i r o s mo g óis, os otom riai
a wafisar não são 1mpenais- mas sim inter mpe S:-O comérci o
e os Hab� i
�ur os anos, os portuguese. s
de formas m g. espanhóis, c,olºd I em com a hºISt , . , eg ma não e stav a suj eito
na época . mode rna pãssava por alfând as s
u1tas vezes ine ona do Sul da As1a
contar que n
as, v es, pera
spera das . c
orno cuno .
. s1dade, podena à idera de fronteiras políticas no mesmo
sentido do comércio de
estava sob' o s d a conqu ista m gol os �eus produtos - mesmo
c o
C. hengi·z- Khan mando de u m a nti.go s�ubdi to
de S u rrate, a fortaleza �empo�-mais recentes. Este co�1i�rcio e
mica - podem conduzir­
e
libertos da Af, . que a guarniç<ão m ,
· e 1u1a otomano chamado es tando -foraêle-mo cta a história econó
ncª 0n·ent al, be ' e.scravos negros e homens -nos a direcções inesperadas . Há uns
anos o antropólogo Chris
tinha'm I·do, p n, co , mo ma' laios e . dagem antropológica do
de m<ão-de-ob
rovavelmente
atra ve 's _ J avaneses que para la Fuller, ao escrever um livro com uma abor
' d e m e phor Flame (A Chama de
ra m,·1·itar no c
, _an1smos de recru tamento hinduísmo, escolheu para título The Cam
m poeta beng tado da Ind,ª português. Ou poderi·a
mencionar u Es a rand_e parte da_ cânfora usada
Norte d,e A ra ali do sec Cânfora). 1 6,Mas fê-lo sabendo que um g
, u1 o xvII na � xvrr (e ate antes) vmha do porto
ka
ter s ido rapta n ehamado Sayyid AIao'I que ,orte birmanesa o
. d no Sul da India nos séculos XVI e ,
. )17 Nessa mesma epoca, uma
atra.
e que viv
dO� vendido
. por met ,.,cadores de esc
ali chegou depois de de Barus e seus arredores, na Sum
· eu o suf,cie península e � arquip_élago m�lai�s,
de 1660. Nu nte para v . ravos portugueses, boa parte do Sudeste Asiát ico, a
m dos seus p er <a mva) sa- o m . apenas para ocas10es festivas ou ntua 1 s,
«de diversas, º oemas, O J adrn � ogoI da região
avªrz, AI aol escreve com o
na década u savam tecidos indianos não
s obs ervar nas ricas colecções ?º
de, Rosl1a n
terra's, diverso mas para uso diário, como po?emo
. [A rª kan ] se vêm pôr a.'.
s povo s, .
tendo ouvi·do f par te da prata cunhada em rupias
eg1pcio s, s,,igno alar na nqueza Ashmolean Museum. E a ma10r
. sombra .. do seu rei:. ara , bes, ta1:!_e Potosí,_n9 __:7ice-reino espanhol
1ahores, 111 u ' tu�cos,. abiss ínio s , rum .
s
no im ério mo o i vinha da dis
1t an . ,s, kh w�s: Como é que se pode, então,
e bengali.s » · 11 es, sm. dh,es, , caxem,res dak . orasanes, usbeq ues , do Peru, e do Japão dos TÓkuga
O que interess · s hm es, hindis, kamarupes
a não é / e todos estes· .
� C. A. .BaY1 Y, grupos emveram mondes mêlés de la Monarchie catholique et autres
Govern nent On.gm . s o/ Nat. ·onalit 1; . ruzi. nski ' «Les . SS, vo J · 5 .6, 11· 0 1 (2001)
S.erg,c G . :· 85-117
i, ; m the Making /
o Modern i y in South A . . 'connected h 1scone s '», Annales H ame: 11opular Hmduzsm and . socie. ty m .
lndz.a
I ra uma
Runs 1/11roug análise dest··15 f onres
bulia (De li l º 5 ta: Patnotism mui Lthiccd ir, C. J. Fulle r, The camphor fl
º , ver Sanja ' 9,8 ) . . . , . 6-· ,. . , . >- ·
]os Gomm h..rt: The Mrauk-U K y Su l . (J>rincecon, 1992).
dans l_es somce s aia es et persanes. _I 10ductron
ans e acq I ngdom anel lt br· a im.,lllyam, «J\nd a K1vc r 11 Nouha Stéphan, «Le camphrc
n
J u icl.. i
-e CI, e d s ., _ Barus (Sumatra) , La Site de Lobu
. ami. .me Fro,lynlio.,f . Bc.
B de
Politi.cal ) Cu tu · CIaud,e Gtriºllot, cd.., J-fistoir, e225
s s
.tng..1 1 eont,cxc» ,. m. '
e
-1800 (Leid � l and Commerci,d. jn' ,e M
i et usage s», m
· c1 <J; 8un11e1: LxpLonng ent s (Pa ns, 199 8) -241.
e1l, 2ª0 02 te1act1on in th Tua, I: Études et Do cum
), 107-126 · e Inc11ª17 Ocea
n \'t/orLd, 1200-
25
24
1
era
A janela que a Índia

.vamente _ defendendo e. stender-


sempre p
u um nsco real '
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Séculos XVI e XV!I - mesmo que nem e a h mP ·? Corremos aqui
ers as i

o ja icos da «G rande
ª de -se até ao Camb ultura� ; s J nominados teór
separar as trajectórias destas regiões, mesmo do ponto de viSt ialismo c 40 do século xx.
o do imper � p �
to se : Í ia e o Irão nos últimos
Ín dia»' cuja presença tan
s anos 30 e
uma história da vida quotidiana e dos seus objectos ?
os no
entre a nd
m

r l ç es
Apercebemo -nos de algumas destas relações quando olha s Mas se olharmos
para a . l'smos recentes cau saram grand
mos a o
ci
e a

para os relatos de viagens escritos durante este per íodo, não ap s tempos perceb !11 , �
e ºs ue ;:t�o sentido. Se , por um lado, a
ena os na o

os conhecidos cadernos dos ho mens europeus e, ma i s ta


rde, da
estragos histo
nograficos nu1:' recusa liminarmente . reconhecer }
s

s dos ente no I vidas e mo g ,


memsahibs, mas os elaborados p or visitantes de D eli vindo hist oriografia corr o om ínios safá
o
t
ra o is

de Patna e _n·ocas e
n parecem querer
domínios otoman os ou de Samarc anda ou por via j ant es múltiplas relaço- es ad_ores 1. d'ianos muitas vezes
r e s d

rumo a Isfahan. Estes relatos de viagens no mundo indo -pe or outro, os


histon 0 orte de J ahangir, em que o balofo
a c
ão, env?lve num
rsa
ffar osa pintura
moderno, sobre os quais tenho vindo a traba lhar com Muza levar à letra a fam :i , p é obr e um le
Alam, apontam não só para nexos int eressant es mas também pa e imponente
imperador mo � as de pé sobre um corde�ro.
d e s

b para
ra

ausê ncias curiosas. Para mim, o facto de a China desaparece


r �� s
abraço um m
inúsculo �hah A �< s�lvar a história da naçao» ( o
i_a asiao par . a do o local . e
textos do Sul da Ásia após o século xv, enquanto a Sul da �s Eis uma boa oc e c id ), não
só realçan
fur­
Central e do Irão aparecem com ainda mais força, tem algum sig� ­ usar um a fras
e muito
c nh
; d o como
uma forma_ de «b1
u ­
o
m ovn:1 e�ta
i

ficado. O s viajantes de Isfahan ou de Istambul trat am os dom ín � ualm_ente r�


re gional, ou grad 'i D uara), mas
d n ndo

o d� ra�: vanaçoes p�r


i s

mo góis simult an eamente c omo uma re giã o perfeita m e nte f ami ­ vocabulán c m algumas
t
ã (
n
ca » \ nao
liar e como uma terra de maravilhas ('ajâ'ib) e riquezas sem pa
r.
-n�s lateralmente,
no senu . \i 19 Este movimento lateral
o no a d o o
do a
z
Recordam-nos que o factor imperial e xplica alguma da disper�ã o _do
s J oseph Fletcher ou S ? G ::rt� forn1a de interacção - ? J
u i ':1.e

«ac�lturaçao».
er e r

grupos, com rajputs e pathans a irem do N orte para o Sul da Indi a, e omo e�:_, ��-âôs - meus temas, a
só engloba c n�o lhe �ou
khatris e brâmanes saraswat para Cabul e Ghazna. Mas mostram-nos 1oicãinente rnele ermo pro -r:
va
����º- infticÕ e-certamente __
5Íe o v t·n o retrata-lo
Ü m t em pretend
igualmente que e xistia m espaços maiores com uma cul tura partilhada .- - --

_JL a fir m q e é ,
Re .-a o e-Me�-
-a Ber iase5t
Jvill1 e·--:-- � i á,-ve1-s e-yr--· - ntes que
_eexiste
que transcendia fronteiras imperiais, e que permitia aos escribas,
s
c
u

o velhÕ signih a
o s
fi
- de - duas cu t ur - s anos 80 retom
poetas, homens da anilharia, físicos e mesmo artesãos moverem-se c01110 o en - c-�-ntr? -- 1 , d' Nathan-Wa'cht-el2-�º -a uuTida_de-, pelo
a s ou

�oduzem uma 10� -� ;- �u a su


através das fronteiras demarc adas pelos recentes «estudos d e área».
de- form a
pl a u 1vel e
n o1 20-o s
que não gostam do
Esta viagem podia ser literal mas também meta fórica: seria interes­ E_ - �� - n::_ - érica- es p n �e� s métissage ou Õ .esp, an· hol
s

oc'asocia Kin c
o
. r
a
p f
r
s
o
sante um estudo das narrativas d e sonho dos s éculos xv1 e XVII e meno r O de principio, a
.- dem se pr
eferirem, usa por questões
ra a n

dos espaços geográfic os que abarcavam. Por al guma razão o su ltã_


a

u
:::i�a}� emb�ra r�si: ::��I:� :��br�dism-o». Q :�í��! :st��:;�
o

Bahadur do Guzerate se gabava na década de 1530 de que se «queria


e
t

xnn açoe eitos par


aop
ir a Portugal e ao Brasil, e a Turqu ia e a Arábia e a Pérsia» 18 lhe todas as apro
t l ç - d conc ex�m º
i e desta cons : � : l ntar? U m t ��;J� ��
e
bastava comer um pouco de bangue. ci
a
p
e

as que cas
e para os problem
ie
1oroemos o
a

Retomo aqui uma questão que mencionei atrás, a distinção, na


onal dad o s

ecedor.
te d e
e m eados
o
r
o

, en te e cl se' culo x1v___ -- --a


noção de área, entre area studies e aire culturelle. Para os propósitos P� dera ser novam
. 1 ar o Sul da Índia e
s a
r� � dos do
b tÜ do nos anos
60, --t>
e ,
m e
aç tri, teria
nt
d? historiador do séc ulo xv1, qual é a noção apropriada de �º'.ª _y1 ª�! !g y_Há�duas ge
A · Nilakantha Sas
s s o re
o
K
r

aire culturelle? Será que o mundo persa, que se estendi a d a As1a do seculo XVII. , , c o ·
historiadores
. .
.
maior par.te dOs
m
.
o
Men or até ao Decã o, ou nalgumas versões até mes mo à B irrnânia g Nanatives . · , of
. n.. Qu.estionm
e à Tailândia, nã o preenche os critérios pa ra ess a definição? Se -----..-=--, R suúng Hi.5wry 1'
fr om the N atw
recuarmos a uma ép oca anterior, que dizer da cosmopólis sân scri ta,
r: ire
· de
i•, Prascnpt Oua:,l, e 95) c;ip. 2. - eG off e Pierre Nora,
ra
sobre a qual Sheldon Pollock e outros e screveram tão scdutoramente
º in Jacq ues L
Modern China (Clt1g c ::cul t�rat ion»,
20 Nathan a; 1�c ;' , l24 -1 6.
4
W s, 974)
l'hist:oire, vol. 1 (I ;in

18
Garc ia da Ona, Colóquios dos Simples e Drogas da Índia, vol. 1, cd. conde de 27
18 9 1 ) , 97.
_
f.1ca\ho (Lisboa,

26
Impérios em Conco
A janela que a Índia era
.s
rre•nc1.a·. Histo.na Conect. adas nos Séculos XVI e XVII
ompor versos
( des .
crito sem h . maior parte da vida na Deli mogol, sabia cit e c
ar
. esnação est nstrava u ma grande familiaridade com 0
em persa e rekhta, e demo
a
e esta do co
t1·ca hindu na
sua forma
mo u m centro de cultura p. olí. -
-s. p .. a Bedil aos mai s famosos
1
1 à i· ncorporaç-ao ' . A u. a' 'antig · a e militante ' que res1st1 a mundo mais alargado do persa desde Mirz
f1s1ca e à influenc çou-se sobre u ma espécie
m ai

poetas do I rão. Ao mesmo tempo debru


r
sultan atos
do Dec ão· H 0J. 1 a cultural de D eli bem como dos
'. porar na panópli a dos seus
que tra balha .n: di_a' contu do, a mai or _ panes do
s de «folclore vern áculo», que tentou incor
so bre Vij o . A ssim, por exemplo , fa zia
e em

Stein até Ph_ il


hp Wagoner _ s
a y n a ar desde o desaparecido Burcon interesses e formas de conheciment
e nu ma das suas outras obras ,
a

Em Opos.1çao · a 1t?entam 0 err


. o des te p onto de vista.
- 21 comentários no seu relato de viagem
' ind'1cam a a ben . crenças po pulares acerca de pessoas como 0
O rmuz e do u ra a mflue
' A n c,as externas' quer de o Mirât al-lstilah, às
golfO Pérsico , , . -. ndária do Norte da Índia que
que se po- dem _ o bservar
o u do N o
ne da lnd1 a e do D ec_ao, famoso La! Bujhakkar, uma figura le
- . . Chi lli, conseguia resolver todo �
j na
gan1 zaçao fisc na arqu1te
ctura ' nos sist . e mas de trngaçao, como o igualmente famoso Shaikh
/ reis. or . N-ao era u
aI e mili t
ear e a té m
esmo nos títulos dos seus tipo de enigmas e pro blemas. Mu
khlis citava de me mória versos em
L m a cultur e vendra , que en volviam a mít ic a
cruzamento
de processos
a virge m,
mas u ma cuI tur a fo rmada pe o braj bhasha escritos pelo poeta D
. av, e compôs um verso persa quando
com I im ·
nes no su bco de a cu I r aç-ao, de t·m 1 dos por circu nos
j personagem vaishnava de Uddh
nt r que re za assim:
. ente m
tu
Vijayanagar h'
mdu resis
· dian ' o ou fora dele . O mito de um se encontrava em Garh Muktesa
in

mente u ' tindo a o posn. ·


' ma pro,duç-ao compl ' ores mu çuI manos era , o bvia-
tardios do . ex a e
' , m pane encen ada pelos ide ó1ogos
unpe n.o em de m direcção à selva,
dos ponugue clín io , em pan , Ó Mukhlis , deixei a cidade e
s. es . e devedora da mt · er ve nçao
da l,ndia pen.i que, na busca de aJ uda e On
sofri as agruras da via gem .
n. s ular, pensa . tra o. do mínio «mouro»
s centenas de vezes
No ano de 1158 dou graça
eram se
us amigos n . ra m q ue t io s» de Vijay an agar
os reis «gen
-me no Ganges.
por poder de novo banhar
cuI o xv1
ti . , aturais. E se e, ver
ham J a aban da se
. donado esta -1 _ ' de, que e. m meados do. - Não preciso de destacar
a justaposição interessante do ba nho
n
na opiniã , usao ' r•es qu ,1c1o s dela pe rs 1. sn ra J11
o de aut neira informal
poderíamos
ores po st
erio res ·
'
.
me1 umdo hoI andeses e franceses. no Ganges e o uso
do calendário da Hégira, ou a ma
a h1s ' tó a b r dar este probl
ema a v á n.o s. n , . é por ele tec ido numa narrativa em prosa
como o verso braj bhasha
o
,ª b' ria de uma gt.ande for 1ve 1s e e scalas desd
' , te de insistir que escricores como Mukhlis e
persa . Nem talve z necessi
e
1ografia
de um m . m ça.- o políticª co t
di· v ,'duo que mo Vija yanaga r a e à actual historiografia ir aniana, mesmo qu e
a
de. acuIturaçã encarn asse ª1 Bedil são de difícil acesso
o· U m guns destes processos se lo calizam nu m espaço
cuJ as. vi·
da e ep , oca tê111
claro exempl
O deste úl t · escre vam em persa
, precisamente porque
, i·m e Muz si·do objecto m�o é u ma pe rso.nagem fia nacional e nacionalista cont emporânea
affar AI am e . cultural que a historiogra
,. ' enquanto 0 d uma 111vest1gação fe ita por A bifurcação que inicialmen te precisamos
m
a sua cn. aç
ão iteraria 22 I
r u rros est
udo s recentes se dedicam tem dificuldade em ace itar.
sécu] 0 xvm · '-e ) t·iro-m D uara) poderá condu zir-nos a u ma co po­
A nand R e a c nesa- o e escricor khatri do de re alizar (se se guirmos
ai - D·m , a111 Mukhli
s ami. go que a comunidade e a sua histór ia não se
o
Ali Khan logia mais compl exa, em
o

que v-ao des A rzu e autor ', ínt·1111 º do conhecido S·ir aJ· ent� m_a� onde a hist ória de certas
, . d e u m v o1 . s na cional a brang
d e a Jex,cogr mos ° conJunc . o põ e m à histór ia
reI atos de v.
iagens. Mu ªt· a. o ron1 ancc ' pass an
'ª o de e sc ri to
. de certos md1 v1duos pode transcender e
co munidades ou mesmo
u

khris, CUJ a fa do po r crónicas e naciona is ou


r �gionais.
111,1·1 1a er'a d0
p un jab mas que vi veu abrange r v árias histórias tantes ,_ n:1 ª1s_ u ma ve z, ao
ssando por m�
�( 21 Bu
n011 Sre·111, D esejava conclu ir regre
Cambridge ' l 98 Vi;. ayanag,ar (Th
e New «ép oca modern a
», e �ost ana d_e 111� 1st1r que é parti­
and th.e lsl 9); Ph . pro bl m d
am· . .on 'li l"ip B . W: g�er, «'SulrCa arnb:�Lf� / f/sto,y <f lncLia), vol. ,. !, 2 fa zê-l o aqw, ?ª U� 1ve da
:s1 de de Oxford.
a a

cularmente apro priado


e
Stu
��es, vot' 5t:�1 of H ind: n an 1 g 11 a a sede de
(1996): 851 88ulture ar Vi J···1. H 1Ju K111gs': Dress ' 'J1t·lcs ara ,m_m, n:o _ e a pen s _
A ce 4 y.in agan, Ox f d, p e lo menos p
. r ca d e
, - 0 · ', 7he }ounwl of As1art Por qu e
a l
A n a
venng tI 1c F mi i . n d Ra111, ver M . · . .
t s1a Research, vo]arl. 6Norcs on thc ·1�'LlVcl ._,.affar Ala111 e S· .a y S b a 11
or

u ma po dero s a c
orrent e ?� e�tudos 1�do l?�1cos _ eA �es1dêncj a de
eno bnta m co na In dia.
° 2 1996): 3 -Accounrof·1 IIJ. a uvos do 1mp
u r 111a11 ya111 ,,,D1sco- or es sigrnfic
A..
l 1roars 11c n mu tos his i d
W rcma·n y n'.vc· rs n( 1 1 154; tarnbé 1 An.1 11d Ram Mukhlis» ' So11th ma is proeminentes histo-
Th,e /nd1c de onde alguns dos
tor a

É também a universida
i
-
m f.cono
m lc· cmeL s·oc1ccr'.· TI1C CC() 1ogy. of 1-1 1 1 'Sl 1·11 1 1·1
. 'nu J)j lllkan, ,,"!'hroug 1
·111d1'.1n
1
ial Jctis··to,), 1 e wo rld o f Pcr s1an»,
Rl'Vn�, v 01
· 3 S, n." 1 (2001): 33-5
1
29
8.
1

28
Impérios em eonconência: Histórias Co
nectadas nos Séculos XVI e XVII

o que ª Chma se
- se para a Índia
apenas um ' tinh a, tor. nado para o Vietname. Era
até a I nd1ª «trad 1c10n
a questão º
com as suas ald . de te m po · uta, ve,l
h e1as - repúbt·icas, o s . · al» e 1rn
do om 0 zer h . arc . .
. m a ;a;manz,. e o mundo feliz
eu sISre
. hicus se r mv· ent d
no estereo, npo a ' ou pel o menos se transformar
a
dominante na 1.mag'.
A «. mo.derni·dad m aça- o sobre o passado indiano.
e», tal como tod
sena v1stª co a s a s f �rmas de ve rdadeira mudança,
_ mo u m pr
m e s ente do Oc1d ente, uma b enção A
· atd1·çao' c0mo
. o grande poeta te, ou urna
1ronicamente lugu G U ruJa ·
sobre O comet , a H alley:
d a Appa R ao escrevena Capítulo 2
Os poeta, s inve
Perspectivas indtanas sobre a presença
nt
. º am coisas
Boas
' , n1as e 111 d
Os erud"itos nã Iferente s.
o confi.am
Em .nenhun1 d
Os. mgl eses sab
os seus do1do
' em .
.
s mitos. portuguesa na Asia, 1500-1700
Vêe�1 o que
.os
Ensmado po 1 olh os. nao vêem .
A verd 1 e es.aprend", É _o que dizem �ersas e fenícios, e não tenho intenção
.
ade das co . .
isas nl
, como elas são de o Jl_.dgar verdadeiro ou falso [ ...]. Porque a maior parte
_z;
das [cidades] que em tempos foram grandiosas são agora
pequenas; e aquelas que foram pequenas eram grandiosas
no meu tempo. Sabendo, por isso, que a prosperidade
humana não se detém muito tempo no mesmo sítio'
concederei a minha atenção a ambas.
Heródoto, As Histórias.'

Introdução
s, na opinião da generalidade dos autores,
As fontes portuguesa
papel sig_nifi c at ivo n a def ini ç�o da no ssa
de s em penharam um
ria pol ític a e económ i ca d a Asia nos sé­
compreensão da h i stó
icilmente poderemos conceber a historiografia
culos xvr e xv11. Dif
estado de Vij ayan ag ar, no Sul da Índia, por
contemporânea do
darmos que _ esta assenta, em g rande medida,
exemplo, sem recor
eses de Dom1_ngos Paes e �ernão Nunes, publi ­
nos relatos portugu
vez por David Lopes no fmal do século x,x, e
cados pela primeira
lês por Robe�t Sewe!l na sua obra A Forgotten
tradu zi dos para ing
ar. O_ própno p avid Lop es escrev eri� sobre
Empire _ Vijayanag s,
«Não existe em lmgua nenhu ma, que ibamo
sa
estes textos que que r n a p arte h i stórica p r opria-
possa comparar,
cousa que se lhe
7he Histories, rrad. Aubrey de Sélincourt, rev. John
Marincola

-r velchcr
,elu""u /Joet u N arayan·1' l>'ªº e J
1
Heródoto,
4-5.
ry jirom lndi , . o. e trad., /-ii.b1·s..u
a (M.,1d1s 1s on the l"a (Londres, 1996),
on, 2003) 7 kt.
, ,. 7w
. ent1eth-Ce11 tll1)' 33
, - .
32
Impérios em Con
corr·
encza:
. Hzst
' órias Co
nectadas nos Séc Perspectivas indianas da presença portuguesa na Ásia, 1500-1700
ulos XV! e XVII
mente dita' quer .
co
produt os, c ostu mo descnpça-o do pais (e em . . realizados [...]. Mas noutros a informação veiculada por viajantes ou
mes' etc.»,.2 e especial da capit al)
' '
estas fontes era Sewell � onc diplomatas ve_nezianos, ingleses _ou f�ances�s é tão importante que não
m «realmente ordava, afirmando que
farma extraord de va1or mcal a podemos, simplesmente, negligenciar. Afinal, o estado otomano dos
'man, ·a a condiç cul'ave1, esclarecendo de
moment os du' ' a- o de V1..Jaya séculos xrv a xvr definia-se como um estado à conquista dos infiéis. Isto
. b'i os da sua nag ar bem c omo vários significa que existiram contactos estreitos com mercadores venezianos,
mais recente e , . histo,na· ». 3 Bu .
cept1c o, que n on Stem , um historiador príncipes balcânicos e, ocasionalmente, membros das casas reinantes
«estes mercad suger1·u (ta1ve . . da Europa ocidental desde os primeiros tempos da história otomana.
. or es ave z 11 1 JUst 1 · ·
ica
md1a ' nas O suficie· m ntureir o s p ortuguese s - t damem . e) que O uso crítico das fontes europeias constitui assim um grande desafio
. e p ara co rn·g1r· as su . na o sa 61am lín guas
es. clarec1mento . as �mpress o- es . . ao historiador otomanista.6
s Obtid os a par . .
de m · d'ianos»' co
ncedeu que
tir de op1r n o es ver bais . v1sua1s com .
-
çoes», refenn . e s tes textos ou escntas
do que o se «não eram meras . �urioso, e digno de nota, é que esta relação_e_!l_!re ..9s �rtugueses
em numer o s u co mven-
as c Ort es d o s nteúd o, «.fora autem1ca · d o p or acros �-- s1a se ten a mantl o un amentalmente assimétrica. Ou seja, as
com e1es rela u l da In d1a
cionados».4 A b em _ c omo p o r [ontes asiáticas sobre a istóna os portugueses n o contment'ê entre
culo XVI sob n textos
Oda Nobunag ossa viç do Japao d_e 1500 e 1700 têm sido, na sua maioria, ignoradas, na premiss��
do teste'munh a ou Toyotº . finais do sé­
o de aut om1 H1
Valignan o que ores jes dey osh1 depende ainda ue o ue o s as1át1cos tinham a a1zêr ac�réa da presença p ortuguesa
uítas c°mo L .
nessa a1tura uís F"r o,1s ou Alessandro não ser_ia d<:__especial interesse ou relevâ�Ciª-, As raízes deste preco n-­
d os estad'os lá vi·veram. .
mogol' safáv As v1s o- es c o ceito não são difíceis de encontrar. Há pouco mais de um quarto
men or grau, ida e otom nte
. mporâneas
a marca dos ano carrega de século, um dos mais inovadores hist oriadores contemp orâne os,
outr os e es critos de ob m , am da que em
uropeus' que se r v
que trat re s1 ·
dir· am na . ad o res p o rtug ueses e Michel de Certeau, ainda insistia que «a hist oriografia separa o seu
, em os com
citado Bu.tto . ª1guma cautel A,s1a l
entre 1500 e .
. . 1 700. Mesmo tempo presente de um tempo passado», e que «longe de ser auto ­
n Stem) este a O 1 cept1c
sua utilidade s relatos, p ou 1s m 0 ( c o m o o acima · -evidente, esta construção é uma característica unicamente ocidental».
ou a n o
s sa c.os se at 1.eve - Sem referir historiadores da Índia mogol (que nos anos 60 e 70 não
na inocêneia . capacidade rao a negar a
· e omn1sc • p
destruir, · ao mesm ienc1a do ol ara os usa't.• e ontudo, ms1stlí
A •
• • • escasseavam) mas sim o antr_?pólogo estruturalista Louis Dumont,
o tem p
h ·
ar europeu' ain .
exercício pa, r o, . . ' -da que sep para Certeau concordava .que na_Ind'a «as n ovas formas nunca afastam
t'icuI annent , o fan tasma saidia . no, nao se nos af'1gura as amigas»; sugeria também que em sociedades tão distantes entre
a posiçã' o eq . e Ut11· ou pe
u1-116rada de ninente · º E .
uma reputa m vez si c omo as da Índia, Madagáscar e Da omé não se encontrava a
da Otoman.1s , d'isso citemos capacidade para impor «um corte entre um presente e um passado»,
Em cer tos ta:
parti.r de p rov casos . os estudos co o que, por sua vez, significava que aos do cumentos pr o duzid o s
as 1 oca,' s. ou nst
baseadas em ru.ídos quase exclusivamente a fora d o « Ocidente» nunca seria permitido mais d o que um estatuto
Istªrn bul po
--- dem, de facto, ser epistemológico de curiosidade exótica de val or limitado. 7 Em vão se
2
. C0h1ronzca
do s
Nacr onal, 1897) X R ez.s de Bisnaga p
, xxv procura um reconhecimento de obras c om o La vision des vaincus
n ScwellL A Fi1. ' ubl. por Dw
·

J R0 be • id Lo pcs (Lis (A Visão dos Vencidos) de Nathan Wachtel, tant o aqui com o nos

,, ln
º1 dza, re irnpressã �rgotten l::mpire (Vz; boa: Imprensa
' o ( ova
Deli, 19
a ya n a gar escrit os dos principais historiadores da ép oca m oderna.
' Buno n Srein , Vz ): A Contributum to the H1sto1)'
(Carnbridgc, 19 :;ayanagara ( 82) Vlll Nas últimas décadas, porém, os especialistas em história da Ásia
Bur�o ': Stein on89)Vij; \:le�ltarnbérn Sanj:; ;. ' :�1hb11·1 11� /ge History o/ l
3 T h e N
raramente adaptaram esta posição , quer em trabalhos sobre o Japão
E sra' e· a posi y ' 'g. r»' Soi1th Asza S b ' ' 1 ny·1' rn ' Agrecrng · ndza, vol. ,, 2 dos Tokugawas ou sobre a China das dinastias Ming e Ch'ing. Hist o ­
f?, çJ def, Re searlh ro Disagree:
3;;- :{�tce: South lndza :�.d'id\en'. Joan-P,1u Rub/ x�,, 11• 2 (1997): 127-139.
«
o
riad ores da China c omo Jacques Gernet têm sido bastante críticos
0

. . Apenas pod . ioug Eitro s, ravel and C


pean
� or pr'.a c�_ nf_ issão do aeumri: con�r,1srar a irn od[f�iers; l 250-7625 (Cambridge, 2000
thnology in the
utr as aSl'ltJ . s X e el i s . ),
1i1· sto n. ador ' e.i j » ( ll1), e, por .isnao s,. · ei «especn . ' '1 ,l c, o nclLrso- es d.1 obra com a
. lis
d 6
Suraiya Faroqhi, Approaching Ottoman HistOJ)'.' An lntroduction to the Sour ces
s . a o b ra 1. ern lrn gua, s I o Su 1 da , . ou (Cambridge, 1999), 110.
Str l d,l r·nd'raeuropeu, rnais do gueodl, su tr r d, s . e I nd,a I Michcl de Certcau, The Writing of HistOJ)', trad. Tom C onley (N o va forque,
'». e Lun a reconata . .uça•io •<,ltitutl e,5 europei·as por um
7
Srr das rc,iil dades hi 1988), 3-5.
stóric.1s do
35
34
Impérios em Concorrên
cia.· Hz.st,onas Con ., Perspectivas indianas da presença portuguesa na Ásia, 1500-1700
ectadas nos 5ec ulos X VI e XVII
acerca do uso de
fontes. oc1'denta.is�
?1ªl-entendidos e fals as rep
afirmando que se
baseiam em
Para uma tipologia das fantes
. res e nta ç
mvés, 0 hIst oriador se deve . oes de natureza grave' e que' ao Muitos historiadores considerarão pouco excepcional, na
a co
. mpreender as relaçõ apoiar em f ontes
ch'mesas, de forma teoria, esta última afirmação. Contudo, na prática, não será assim.
Mm. g e Ch''mg. s es e nt re a Ch.ma e ª O conceito de uma historiografia sobre a «expansão europeia»
Felizmente, outr . Europa nas épocas .
cais· O. trabaIho os tiveram pos1· baseia-se, ainda hoje e em grande parte, na ideia de que os teste­
do falecido Jean çoe- s menos radi-
a exam1?ar a sit . Aub', m.' por exemp munhos europeus são suficientes para reconstruir a natureza e a
uação no None lo, dedicava-se
_ a'no Ind·ico o
oce de Afnca' na · lógica da presença europeia nas diferentes partes do globo. Por essa
·
cidental no in'rcio ' A, sra ocidental e no
nao apenas em po · do sec, ulo xv razão ainda é sugerido que as fontes não-europeias e, portanto, os
rtuguês espa h . 1, usando documentos
e em especial em l e Italiano, mas pontos de vista não-europeus, são maioritariamente irrelevantes para
persa.9 .É-nos� � também em árabe
que os sucessos
e os fracassos
e ordado, ao ler
mos o seu trabalho, o historiador dos portugueses ou dos holandeses na Ásia. 11 Onde
durante O. re·ma
do de D. Ma
dos portugue.ses
em aguas , . . residirão as raízes de tal posição? Será este, certamente, o ponto de
nuel d_ep�nd1a . as1át1cas
desenvolv1ment m, até. certo ponto, de partida para qualquer análise das fontes asiáticas sobre a presença
os políticos e
otomano e no I ra- econom1cT,os no portuguesa na Ásia.
o. Da mesma m Egipto, no império
de Char·]es Bo ane·ira, h e Gr As raízes deste preconceito estarão, como já vimos com Certeau,
xer reproduz e eat Ship from Amacon
neses. crucia<IS m va11· oso apê º na noção de que na Ásia, ao contrário do Ocidente, os modelos
· para a com ndice documentos japo-
arquipe']ª?º' no preensão da e
xpulsão dos por de tempo raramente seriam monotónicos e que por essa razão a
final da década tugueses do
(ou J urgis E . de 1 630. Mai sucessão e a causalidade históricas, no modelo de Tucídides, quase
lisonas) daria . s tarde G . eorge Elison
os tratados fI� o . mais um pass
o . nesta anali, se ao escudar nunca preocuparam os autores autóctones. 12 Os modelos «atempo­
so'f'icos Jap oneses sObre
numa tentat1v
ª
de perceber O o cnsti_·anis
que e , que te
· mo desse período,
rais» e «imutáveis» no seio dos quais os autores asitáticos teriam
organizado os seus documentos descritivos não seriam especialmente
tokugawa nas
moti·vos ten. am
suas po]'1t1-cas
antip " onuguesas
ª
n mou· vad o o regi· me apropriados à análise histórica no sentido em que hoje a entendemos.
encontrado u e de que forma estes
com a' obra bas m a expressa-o , .1 ' Mas, por essa ordem de ideias, poder-se-ia argumentar que autores
tante mai· s ger de o] ' · ca. Em conjunto
ogi como Jacob van Leur e Louis Dumont, que defendem a noção de
tiva tokugawa al de Rona]d 'T'
de cn· ar uma orde 1 ob y , que, ana . 1.isa a tenta- uma Ásia relativamente imutável e estruturalmente estável antes da
Japão' estes_ 1.ivr m no Leste dª As.,a .
dos ac . os demonstra . ram-nos que a centrada n o chegada dos portugueses, mais não faziam do que usar as categorias
, ontec1mentos mai. s pe rc ep çao
- correcta de um e percepções internas aos sistemas de pensamento asiáticos. 13
na Asia - a su importa' nte.s
a expu]sao - d da h'1stóna · d É indiscutível que as noções cíclic,as de tempo dominam certas
na document o Jap
' a- o - resi . os portugueses
ação. ?? rtugu de em grande me categorias do pensamento clássico na India ou na China. Mesmo no
uma socied d ª
e as1at1ca. 10
esa, mas na
documentaç
dida, não
ão produzida por caso do mundo malaio, um texto popular da colecção Raffles, anali-

11
�] acques Gern . Ver, por exemplo, as afirmações extravagantes feitas cm Gijs Kruijtzer,
1985). er, Ch.ma and «Madanna, Akkanna and the Brahmin R.cvolution: A study of memality, group
the Christz.an
lmpact tr. behaviour and personaliry in scvcnreenrh-cenrury India», }ournal of the Economic
9 Cf· Je
J,e Sulran» , an Aubin' " L•1 cn. se ég .- ' .id·.1 anet Lloyd (Cambridge,
anel Social History of the Orient, vol. XLV, n. 2 (2002): 232-267.
0


Moyen Orien ypue ne de 1
RoYaume d, t et Oce,an n 510(-15 2.. Yem 12
Ver Narayana Rao e David Shulman, «Hiscory, Biography and Poetry at rhe
Ormuz au Indzen, vol � se, Louis XII ec
,o C
harles R. Box déb
. ld ]apan tr
O er, r�: xv1e _sic cle» , M �
VI 1989)
re Lurn-lnd1
, _ 123-1 50; Aubin , «Lc T:rnjavur Nayaka Court», Social Analysis, n. 25 (1989), número especial editado por
0

H. L Scnevirarne sobre ldentity, Consciousness anel the Past: The South Asia Scene:
ade. 1555-/ :eat 5hip fi-o cum, vol. 11 (1973)
1ªge 0f 64 0 m A m ac. . 115-130. Posteriormente já abordámos esta questão com alguma profundidade in
:;!' b Christianit), (Ltsb oa, 1959)·, G . a�:· Ann als of Macao and the
10 y « . m· ear1y e or ge Elis Yclcheru Narayana Rao, David Shulman e Sanjay Subrahmanyam, Textures of Time:
', Re. opentng the quesrio m �d,ern Japan (Ca1nb11·' � n, Dc:i1s dc:stroyed: The
Tokuga n ° Sakok d Writing History in South India, 1600-1800 (Nova Deli, 2001).
eomo O seu
w,i Bakufu»,
Thejournal u': Diplomacy �e, Mass., 1973); Ronald u Louis Dumont, Homo Hierarchicus: 77,e Caste System and its lmplications,
. 0 r;ap. an tn ri ic, I cgm
Asia m · the esw o mais el bº:;do'l ·
d Stu dies vo··l· ,
111 n.
. . mau. on of. rhc
" 2 (1977): 323-363 trad. Mark Sainsbury (Chicago, 1980); J. C. Van Leur, lndonesian li-ade and Society:
develop e�t em State and ' bem
m or 'l tªhe I
okugawa Bak d1/J/-0mac), · Essays in Asian Social and Economic History (Haia, 1955).
uli m ear . l y mo dem Japan:
t
1 (P11.· nc. cron, 19
84).
37
36
na Ásia, 1500-1700
Impérios em Concorr
e'nci.a: Hist órias C Perspectivas indianas da presença portuguesa
o n ectadas n os
, ulos XVI e XVII
Sec
a ser le vad o a sério, também
sado por Luís Filipe
Thomaz, que des Embo ra dificilmente este mito poss
e de se j armos compreender as
portugueses e sua p
_ osterior que
creve ª to mada de M a laca pelos
, não o podemos descartar total�en s te ,
, . al, o facto de portugue ses,
um modelo c1c .
1ico mais ou_ men
da ' es
, . ta orga mz . ado e m termos de mentalidades dos europeus na Asia . Afin
dete rminadas zonas d a Ásia
e ' finalmente
' retn·bm· çao - . t4 Neste tex
os ng1do d
' e t ransgressão ' controlo holandeses e in gleses acreditarem que
a riamente viole ntas terá t ido
Bendahara ' os port
ug
to' composto
por um tal D atu nos séculos xvr e xvn eram extraordin
. _ ueses ga nham Mal ortamento.
16
gema dáss1c o, ou seJ a, a c a atr a ves, de um estrata- algum e feito no seu comp
convencendO o iniciar a no ssa análise é um
de terra «t-ao grand
e quanto
su I tao - a dar-lh es um pedaço O te xto mala io escolhido para nte, mesmo
o co e a uma categoria mu ito difere
era tão extens
o quanto a
, u r o de um amm · a1» (e que de f a cto e xemplo extremo. Pertenc
s m ais comuns,
no mundo malaio, das literaturas hika
. area med·d 1 yat e sejarah, a
da pele d0 arn
forte constru1do ne
' mal) · o sultão fugi·r1·a
a por umª
ao ser atacad
corre i· a de couro feita
. provavelmente as mais influenciad
as pe la tra dição croníst ica islâ­
o a p a rnr d e um
ss� terra, e dur ue e xistia n a maior parte da Ásia
dominaram. D epo. ante a I gum
tempo os portugueses mica.17 Esta tradição cronística, q
Malaca ' foram for
1s vieram os h
olandeses ocidental nessa época,
pode também ser encontrad a no Norte d a
çªd_os a apelar ' e deseJ· ando co merciar em finais do século xvn, também no
em J ohor) ·
Este enviou o à aJU· d a d o suJ ta- o (que se refug·iara Índia e no D ecão e , a partir de
s seus guerre1.r mo gol, quase cada um dos prin­
questão que os h os a Sul d a Índia . No caso do estado
. olandeses
não consegu1.r mok que resolveram a u nto de crónicas e relatos, alguns
f01 restaurada _ rn esol ver. A honr a malaia cipais reinados produziu um conj
o a Akbar Nâma (qu e inclui a
h lan a r
Este é, sem d:uv1. º deses e malaios v1vera 1n fe1·1z 1 de carácter mais « oficial» - com
. da' um caso _ º º es para sempr e . llami's - do qu e outros. As cró
nicas
asiáticas. To c l áss. ·ICO da_ <<fªJ 1b1 J"1 d Â'fn-i Akbarf) de Abu '! Fazl 'A
dOS, OS «fa�tos» a de» d as fontes e f oram e scritas mais ou me no s
do sultão até a principais estao
erra d os, d e sd e o nome
podem ser subdivididas entre as qu it e aquelas (muitas
rnan e1ra como aconte cimentos descr os
passando pelª d os pon u gu eses ao me smo tempo que os
ura ção do - to maram M alaca, são rcla;os retrospectivos, de datas
,xto com
te
o fonte, 0 .
. míni·o po
do n vezes ch amadas «apócrifas») que
histonador é . ugue� s. Para defe n der este dor da Asia portu guesa está fami-
de relat.1vi.smO c . forçad mu ito mais tardias. O historia
ultur'al·
Afmal de cont o ª adopta r uma espéci·
e
artefacto, e
. d eve ter ai gum
signific'ado p
a s ' tamb'em este texto é um
H amilton, e outros. Para uma breve análise deste mito, ver também Gilles Tarabou t,
ziram. Pelo m r a . s guerriers sont rois: S ouveraineté, p ouvoir et
en ' os ma1 aios que o produ- «Au 'royaume ' des Brahmanes, leass
. s mostra um a
empm.camente
o
ontO d e . e H. Stern, eds. De la royauté l'Et
p à at duns le
defens,aveJ · v1sta, mesmo que não sej a statu t au Kéral a», in J. Pou chepad 199 1): 108 -10 9.
0s
historiad r s monde indien (C ollection P uru
sartha n. 13, Paris,
0

yam, The poli­


desdém. Mas � ; da expansão europe. Para uma análise p rel i min a r desta qu estão, ver S anjay S ubrahme an199 0), 254-259.
ao ia afastam-se agora com
16
ia. 1500-1650 (Cambrid g ,
, Jue O fazem deve . tical economy of corn merce: Southern !nd o sp um sultanato,
e uropeus malaias do p rí do re eita nte a
s er t.e cor d Para uma int roduçã o às fonttesd'A
n a e
do p,enado textos
tamb,e m co n . · ado que os
17
tem ps d'!s kan dar M uda. 1607-1636
U ma l enda per te 'l m m
tjéh a u
ver D enys Lombard , Le Sultanaocup a-se essenc1almc nte de três text os: B ustan
s1s· tente refer at en a1 bastante c u r io so .
L b d
dª pescaria d ente ,a cen a (Paris, 1967 ), 19-2 2. om ar
com p êndio i nt itulado Adat
e "r i ,am1·1nadu, s z. onas de Kerala e da Costa imo Hikayat Aceh; e o
Barbosa e que surgida pe1 . us-Sala tin de N ur al -D in ; o anón t 14 u pra, com p ara o text o q ue
a pn e i. r a ve em D ua rte s c it ados na no a s
Aceh. Th omaz, n os seus est udo em mais veracida de f actu al, tais c omo o Sejarah
ª
d eompanhi
acaba por ª
a lng�I esa
Pf r ec e r nos e f' m
iau.·os dos- pnme1ros
z
cita com tros qu e con s i d era ter
C. C. Brown (Kuala
zidos dois manuscritos, um p or
ou
das I n · · cap·1taes
desmembrame dºias, reiata u Melayu, de que foram tradu mp ur, 1975). Cont udo,
nto graduª1 m t.·itua 1 Slll.c1da .
através do
- G. She l bear (K u �la �u
Lump ur, 1970), e o outro pordW
l a
como m0d o p olog ia afmnou q ue est es escritos
de fac-·i1tt· a r a sucessão real. 1 s s m a t v i n do a área da antro
pelo men o u u or
-se, out r?s e scrit_os a�i�ticos d? p eríodo) são na
� . u1s "d1 .
- F malaios (e p or implicaçã o, p resqume h1st0nc1 dade, v1st0 q ue a história
.R.
�alais (d'ap respc1, F Thomaz, «L.i pns
Cultural Con t e lllanuscrit P\.,af f lcs 3 e de M-11
act an d ·r.
·
2 d· e la Ro' .a1 Ica pa. r . 1cs. J lonug a1s vu e par 1 cs·
sua m aioria « rasos» e não
é «um género ocidental pósof-rena
têm ualq uer sc n n do da
scentista »_; cf. Sh lly Errington, udi
e
o Asz an St
«Some comments
es, vol. xxxv111,
Past», 7'h ou l f
on Stylc in the M eanings cmthe
e J rn a
Y· Asn' r ic soc1cty
, , 1986) , · », in. Swdi
« Os F _ , ext
gue,s
ran, ua
, ra de Ml ·,1Il·nt,em1· r•t es on
ar �e :e bas eia �u ma_ �nálise
at f-!ang Tuah.
D om ingueº',· e dna ter e_ ation- (L. ciden do H(, k ay
,1 ca » · ve tamb m ,.íhornaz,
. n.º 2 (1979): 231-244, q�e estapop 1111.ao, como 1mp lic1ramente f anam mu1tos outros
Europeus (E 1 s. A Abertura d o M . ' 112 Lu1s Fi lip,e B· ·,lrrcto e Franc isco Contente
r e
Evidentemente contesrana eríodo, c omo Victor
Lie berman, «H ow reliable is
vol. 11): 209-211 17 I1 o n1cnag em ,1. L·u1:m s
do: Estudos·
de A l bu
ele Hn5 on · ·a elos Descobri111ento5 historiadores da Ás ia destee ?p S ome new comparisons», Joumal of Southeast Asian
15 Cf. qu erq ue), 2 U Kala's Burmese Chronicl6): 236-255.
M · L· ·Damcs, vo ls. (Lisboa , 1987,
1918-1921) , e
relatos po
cd. e tr·d.,
�'h
, e Stu dies, vo l. XVII, n. º 2 (198
stcrior:s d ��ok o/ Duarte Barbosa, 2 vo ls. (Londres,
W1ll1am Keelin 39
,g, John J ourdain, Alcxander
38
Impérios em Conc
.orren
, cz.a·. Hzs. torz
- ·as Coneaadas Perspectivas indianas da presença portuguesa na Ásia, 1500-1700
nos Séculos XVI e XVII
liarizado com
. a cro , .
cromstas como _ nica eorno fonte para o , arquivos portu gueses têm algu mas cartas (as Cartas Orientais da ·f,..__,
Joao de Barro ._ secu lo xvr dispõe de
Castanheda' s, Dam·1a o de G ois,
Torre do Tombo, por exemplo), mas em gerafos seus destinatários
Gaspar Correi , · Fernão Lopes de
formam Um V a e nIO · g o d O
eramportugueses. Mas existe outra correspondência, especialmente
er ·
º dade1ro tesouro. M C � o, que em conj unco
ut nas denominadas colecções persas de inshâ', que pode ser alt amente
rado com' dig amos, Abu'! as que dizer de
Lahori a Faz!, ou de B Couto compa- instrutiva. O calendário preparado por Riazul Islam sobre as rela-
r ?e Pâdshâh Nârn _ o car r o com 'Abd al-Hamid ções indo-persas contém nu merosos exemplos interessantes desse
reinad� �O �� a ' d0 sec
lo XVII, qu e se ocupa do
ahJahan? u género. 19 Além disso, as cartas dirigidas pelos monarcas e magnatas
. Isto faz parte da questao - asiáticos aos portugueses servirão para equilibrar e contribuir para
important . e e , c?mpree que este ea ,
forma sistem, n dermos que pi�u 1 O pretende tratar. Mais uma recentralidade historiográfica. Disto são exemplo as cartas
at1ca pre. ci. sam os de qu estionar de escritas em persa pelo sultão do Guzerate, Bahadur Shah (r. 1526-
Portugueses n , o que as f ontes asi,atic
europ eias) n_a
a A s1·ª que as f as nos dºizem sobre os -1537) a D. João III na década de 1530, sobre a concessão de Diu
ontes portug .
o no u e sas (e mais
outra questão· s deix· am entrever. O q em geral as aos portugu eses. 20 Uma dessas canas diz:
· ��e fontes a u e, por sua
sugiro uma es siáticas�· para vez, nos leva a
pe cie · f ac i 1_nar
· Comandante do estado (mubâriz al-daula) e de alturas e fortunas
(1) Crónic . d e tipologi
a das {antes o no sso trab�lb.2., exaltadas Rey Don João, Rei de Portugal, que Deus fortaleça as funda­
as: E n contram se - . a siát icas:
exemP10, as c ó por quase to . ções do vosso estado e altura e fortuna por muito tempo. Deixai­
r nicas Ha d a a A,s1a· oCiden -me apresentar-vos esta carta que transporta caravanas de orações
como al-Shiºh drami das ci·d t al (p or
r' tradu·zid a d
. es d a c ost a do Sul da Arab , 1a,
· com fragrâncias agradáveis, e pessoas com louvores cor-de-rosa.
do século xv1) · as por R. B
, no Norte S
· eqeant ou as A intenção desta carta é afirmar o seguinte: Que há uns tempos,
do. mundo da I , _' cromcas , · otomanas
ma1 ai.o·1s Mu · ndia e no Decao' na Bir º após as tréguas com o melhor dos governadores dos cristãos, Nuno
a, mfluências . A . nas vezes' m mania e em pa. rtes
A •

. isIam1cas, e as nem . sempr da Cunha, capitão-mor e governador, representante de Vossa Majes­


E mteressan mbora seJ·an . e, são associadas tade, governante de alta-estatura, eu concedi um forte no território
te notar
q 1 vis1v, e1s p · .
qu. e deriva a u e estas cró ec · ·dades loca1s
u 1 1an (khitta) de Baçaim juntamente com os seus pertences e rendimentos;
. cronologia · n·icas forn1a e como entretanto tenho observado as marcas da cimentação da
asiáticos. Q p . m o f u ndo factual de
uand0 lemo olítica int ern� para ª nossa estreita colaboração e sinceros serviços [dos vossos homens],
estados do _ s histórias ge maioria d os estados
D ecao,' ou ra1s do impe, · concedo-vos agora, generosamente, grande rei, a aldeia de Hisari do
que têm est . mesmo dos s n o m ogol' ou do s Bab-al-Kot na região (khitta) de Diu, bem como o forte no meio da
as cron1c s uI tanatos, m ·
(como as ca n a e ê . a 1 aios, percebemos
rtas dos �e, , sua ss neia, e que, as · s
água, e dois outros fortes pertencentes à região de Baçaim que antes
sup1 emento J su itas da cort fontes europeia não concedera. Deveis agora certificar-vos que as portas, da correspon­
europeia na , r· e 0ntudo, na hist - . Akb ar) são usadas como
men . o e d e dência permanecem abertas e instruir o capitão-mor da India (kaptân-i
As1a estas f o dae prese�
(2) Cartas e antes raram na ,- ça portuguesa o u marân-i Hind) a agir de acordo com o tratado (shart-nâma). E deverá
c,or espond e nte• s o m igualmente considerar seu dever prestar serviço a esta corte (dargâh)
exemplares : ência diplo _ � nc
e onadas. i de forma a haver ajuda e cooperação. E neste assunto deveremos
, sobreviv e r m at 1ca· ' R
os sec, ulos 'am para O , · e1 ativ· amente poucos ser os dois de uma só intenção, e percorrer a estrada da sinceridade.
xvr e xvn pe_,nado em .
co.r,re. spond . na- o co nsid eraçã o. Pa ra E as regulamentações que estavam em vigor [nos territórios cedidos]
ên eia come . foram encontradas
asiaticas (c ., r c ia 1 pertenc ra
' g nd. cs colecções de
omo a co - e n te à s com unidades merca ntIS
lecçao Ge
--- ni;,�a para
peno, d os anteriores). Os
19
Riazul fslam, cd., A calendar of documents on Indo-Persian relations (1500-
18 R
. B. J .' lt, -1700), 2 vols. (Carachi-Teerão, 1979-1982). Ver também, para um exemplo de
(Oxford, 19 � Ponu ues Th e tal correspondência do século xv, Mahmud Ga_wan, J?__iyâ_z al-lnshâ'., eds. Shaik h
e Mahâ-yâzâ6�), para a Birn1â�ia ,t �Jf. t�e South Arabian . e Chand e G. Yazdani (Hyderabad, 1948). Para mais referencias, ver Na1mur Rchman
no seu «Euro in-gyi no anigo dc vVer_ ,ls referências ,1� . {;-,0�st. : Hadranu. Chrom ,
p i
cl : Farooqi, Mughal-Ottoman Relations: A study of political and d�plomatic relations
Extr- emus , l cans, trade an ct or Licbcrn1·1· ufa na Râmâdhipati Katha between Mughal Jndia and the Ottoman Empire, 1556-1748 (Deli, 1989).
d n cit' na nota
da índia vc1vo_ · xxv! 1, n. 2 ( 1980 t. he U 111'f'·1cari011 of Burado
0

n
17, bem como Para uma análise detalhada destas canas, ver Muzaffar Alam .
e Sanjay Subra h­
a
20
Vctun P .. ) P:i ra um : , e. Sultan>>, LL ís Filip F. R T homaz , ed., Aquém
cn1. Hyder . a6 r abhak-<11 ,1 Sas .
.,cx-·cn1plo ,Jntcno·1 le, uma cr1 órnc
154 0- 620», Oriens
. do S u 1 manyam, «Lcttcrs from a Sinking in _ � �
H1storical ad. (19.84), de que.. ..rn_' e·d ,, larljâvi?ri. an , ,c a e Além da. Taprobana: Estudos Luso-Onentazs a Memoria de Jean Aubm e Denys
,lp:llec Jra ra]itlci uiritra reimpresso
{/,
,. mtf L cn1 extr'·1ctos m W111'1•1-
Manuso·ipts c
in the ui ' · Lombard (Lisboa, 2002), 239-269.
111 · or ed. Orienta/
atlrasra, 1835)., layl
anguage (M
' ' 41
40
Im-1,·
rerios em Concor
. . Hisrorz
r'encza·
as Conectadas no Perspectivas indianas da presença portuguesa na Ásia, J 500-J 700
s Séculos XVI e XVII
deverão ser
seguid
com vista à az ,as. E o que o vosso overn reis isto de maneira apropriada, e em resultado reprimen dareis, em meu
e �dor submeteu de novo
vós. 7 RajabP942 �-��operação ficarão e�clarec n ome, o governador p or tudo isto. Quanto ao qaul-nâma , o que quer
IJn. idas nas cartas dele para que Sua Excelência escreva sobre o assunto pode ser-me enviado, e eu
aceitarei. Este ano pretendo ir à Santa Meca. O qaul-nâma , que enviardes
Numa cana p será recebido pelos meus funcion ários (muta'lliqân) na região de Diu,
osten.or fi.ca de maneira a que mo p ossam enviar para o pôr em vigor. Escrito a 25
com os ponu m os a saber . .
gueses cresc que a irnta ção do sultão Shawwal, o mês com a marca da virtude e da fortuna, no ano de 942.
Pelo governa eu' e que co . .
dor de G oa, ns1derou que tm
segunda cana visto com 0 . · ha sido traido
para o re1· p d u
, p1ice e duv1'doso. Assim, · '
ortuguês di na
z· Como tem sido referido, estas cartas, bem como as remetidas
- Comandante pelos governantes e governadores otomanos aos portugueses, ou
Joao, Rei de do Estado,
Ponug I ue Governança' Sul71nato e Fortuna, y Don quaisquer outras desse tempo escritas por dirigentes de menor
Após enviar-lhe �' q Deus fo naleç Re
�a
pessoas de in d,ese!os fragrantes e oraço undação do voss o estado. importância da região do oceano Índico, são particularmente valiosas,
tel' es' etc. N-ao e· s egredo para as
pertence apen 1gencri1a' que a realeza livr pois permitem- nos ouvir a voz e conhecer a perspectiva destes
as o d Pod d e m� dan ças e tran sformaç es
nato das suas õ
. ;uras, mes eroso, qu/p ossu1 estatura e ira. E sulta
o
cri: actores políticos.21
o declínio ine mo que dure o - (3) Papéis administrativos correntes: Mais uma vez, infelizmente,
v1t b
com o seu p avelmente surge [. ..] · A ast. a,_me temp o, p ode mudar, e
o
. ca 1am1.dad der, contr, ai?, força e esp os1ça'o d? s. r e�·s vana· de acordo
as
p rest�m hoje muito poucos, excepto para o Extremo Oriente e partes
es e oc ren le da Asia ocidental. Na maior parte do Sudeste Asiático continental,
f� _c1_as desafortunadasº� Alem disso, �o rno é q ue
nd
as _dos países
do H
szyzma Gujar dustao, que é
o Guz.. ar . o tempo, parucularmente bem como no Sul da Ásia, sobreviveram poucos documentos admi­
poder e forç '. l?
ât) ºdem s
er escondi da' ate (ma n nistrativos correntes (e muito menos com alguma relação com os
a' v1ªJª pelo s de um a pes mâlik-i Hindustâ·
F·1rang e do H ocean o circu soa, o navio de CUJ O portugueses) para o período anterior a 1700. Mesmo em relação
i nd n
as fundações nd· .para mais, e para' 1·r � �e (da ryâ-i muhft) ' e dos do
d' ·i ,1. m1za. de e d1r . a uma entidade grande e ostensivamente bem organizada como o
dois; · . o governa da confiança, eno ao propo. s1to desta carta,
es.soa nesta
, d or viera' c0 f o ..
1,1m estabe 1 ec1'd • os império mogol, isto é verdade. O estado safávida está ainda mais
P , am1'dade (h 111 as forças ponugue.sas.
cal as e nt re . nos
fo rn1a. a dem . a'dz'sa. ) , e eu, p pa ra me aJudar em mal servido, a que não será porventura alheia a prática seguida por
o
'a alde ia de H ' nst· rar a m111ha s111cer·td e Io meu Ia do,. sem coacção, de cada novo regime de destruição dos documentos do seu predecessor.
. isan no ade, a mor _e
cond1ç ões qu e u111 Bª b-a I -Kot na regia-· o d amizade, concedi-lhe O mais próximo que temos deste tipo de documentação é, no caso
as c1 au • sulas esp ac o
. rd 0 f or , e D iu, e p ed ira em j eito de
mal ( qaul- dos safávidas, um texto como o Tadhkirat al-muluk, do início do
Guzarate]. N ec'f_icas estab elecidas. � ama fo
ss
. e escrito com todas século xv1n. Com os otomanos temos mais sorte. Sobreviveram
)
e , cll tura
con1 os seus ss.a! o govern·1' d nttetanto ' ttv e, de m e ausenta r [ do
E
or es
escr�to de
· e exclui seJ·os·j e ne1 e escreveu cre· veu o qa ul-nâma de acordo muitos documentos sobre uma grande variedade de assuntos, desde
ª primeira v u aqut O que deveria a u 1O
.q'd t q ue nã o deveria . ter sido a colecta de impostos ao valor das rendas passando por censos de
ersa-o deste t er s1 o.. Co �lt ·nuo co
ao l'e-1 o vos
apercebestes . docume
nto v os
f01 envi·i'da, t n fiante . de que fogos urbanos, listas de feiras sazonais, de ofícios, etc., e todos têm
exagerados d sido analisados pelos historiadores, seguindo as pisadas de Ômer
' e o.s par'a 111111 u
· q os b,ene 1c1
e e t· · os.
par
a vos
. ' o re i' e que
aqueIas [pou . 1 fo ra m 1 11 · · . .
. a o gov rn ador foram
ca e
Lüfti Barkan e Halil Inalcik.22
recti sadas, e s] coisas qu e t1·11ha 111 1·n11 m1z_,1dos. N a verdade' m esmo
u
O governadoq e O gover �ador agiu, e 1 CIO ac
5
' o. rdªd r
r transgr d es t-í ª gir, as estão agora a se Ver ainda Dcjanirah Couto, «Trois documents sur une demande de sccours
�unca nenh u o
� t s li111ites e co,nt1-� co n t ra esse document o. 21
u ; ormouzi à la Porte ottomane», Anais de História de Além-Mar, vol. til (2002):
Cio set1 .se,n 11 rn eprese . nt nu a a .
or. E se fo1 a' n.t..e de. u111 I.e1· o pôd,e f. aze, -1 o neste assu ' nto,
t·ª1 docum.e para seguir
o , .,· _ f·azer s e rn concordânci. a 469-493.
22 Ô L. ues des registres de reccnse-
n to, enta
� o on s deseJos do . Barkan, «Essai sur les donnécs starisriq
grande re1 b . . s. e.u se
(. âdsh "h, . b de lllc posso eu d1'ng . ,nhor qu e escreveu n aux xv" et xvl ° siecles», Joumal of the Econornic
.
dev1d0 a , ª
minha prop . -z uz .u rg) · N
, . ada poss
1r.
. o d ize·r so
p a r a p rotestar contra ta1
mcnt dans l'cmpire Ottoma
and Social Histol)' of the Orient, vol. 1 ( 1957): 9-36; e, mais geral, Halil Inalcik e
apen's a. na 111 e
. st1a. . bre o que ele f·ez, Donald Quaracn, cds., An Econornic and Social History of the Ottoman Ernpire,
·se eu estiv' ei. d1s
d
' postº a afi Hu lll,.1yun prestª- se a de ixar o. país
0
'acet. ta · r is so .[ .. rmar 2 vols. (Cambridge, [994). Ver também a introdução a V. M inorsky, e�., Tadhkirat
en1 todo o . ] . Tie111os de nos. ouvi. q ue ac eno a. p. az,. ma s dcc1d1 . na-o al-Muluk, a manual ofSafavid administration (Londres, 1943); e Klaus Michael Rõhr­
caso o llleu r u ns. ,lo . s o (Berlim, 1966).
coraça .- o está to ut ros. p s born, PrCYUinzen und Zentralgewalt Persiens im 16. 1Jnd 17. Jahrhrmdert
t·i' l i·i l ente co aci entemente, ma
nf'1 antc que invcsnga-
. . 43
42
Impérios em Concorrê .
ncia.· Hist'orzas Conectadas nos s·éculos X Perspectivas indianas da presença portuguesa na Ásia, 1500-1700
VI e XVII
(4) Diários de viagens
e memo, nas .
·· Os d.ian · (5) Fontes orais registadas em data posterior: Nesta categoria
de mercad. ores asiátic · . , · os e re1 atos de viag ens poderíamos colocar o relato malaio de Datu Bendahar� atrás citado,
. os' 1Iteratos' místicos e
mente ute
. , is e Interessantes, mas surpreen
outro s são extre ma- bem como muitas tradições a que os historiadores da Africa oriental
muno pouco usada dentemente são uma fonte recorrem para compreender a natureza da sociedade e das entidades
· Os su'bdºitos da Su61"
pr0duzira · m uma boa qu
antidade de Iteratu
r
ime Porra, em particular, políticas em torno da costa suaíli, no século xvr e início do xvn.27 As
extenso e justamen
te cel 6 d0 relato
ra de viagens, como o canções e tradições orais preservadas entre os mapilas do Malabar,
xvn. D_e maior re de Evliya Çelebi, do século que narram a sua jihâd contra os portugueses no século XVI e início
levânci: ��:ª os por
23

de Seydi 'Ali Reis tugueses é o Mirât ul-memâlik do xvn poderão ser aqui incluídas. Estas fontes pertencem mais ao
28
' um aimirante oto
batalhª nava1 com mano que 1 utou e perdeu uma domínio do «etno-historiador» do que ao do seu colega mais conven­
os porrugueses n
l 550, e que acabaria por re o golfo Pérsico na década de cional. Além disso - e as tentativas feitas por Nicholas D irks e
gressar a d,0°:,mrns ·
dºo Guzerate, do
Sind e do Norce_ otomanos através outros para usar este tipo de fontes para a história do Sul da Índia no
dif_erente do trab dª India.24 Este texto é muito período pré-colonial demonstram-no -, estes textos são analisados
alho de outro ai
Kl tâb-l· bahriyye d . . mirante otomano, o enc
e Piri Reis' esent iclopédico através de fórmulas que muitas vezes não extraem deles 29 mais do
. . o u.ns anos antes nesse século, mas opos ições binár ias estru tu rais. Neste
que posst11 igua1
. mente um sabor . que algumas generalidades e
muito estiliz�,ado d1stmto do Sa1ma-z . . tipo de análise há muito que parece ser arbitra riamente impos to
e ornamentad . ,fr Sulazma'nf,
os a
um me11Jbro da
embaixada ira . � ' esc n to na déc ada de 1680 por pelo etno-historiador (a escolha dos substantiv abstr ctos que
rna na . plo) e pouc o valid ado pela fonte
Sul da Asia · sobrev. iveram 1 à c orce da T:ailân dia. 25. Para o determinam as oposições, por exem
. .
de viaJantes da ª
A,sia central ( m
guns relatos de · .
viagens, mclumdo os oral. Mas, pelo menos potencialmente, estas fonte cont
s inuam a ser
. . · dos de Samarc Jan Vans ina e mais recen tement e
snaram a zona. anda ou Balkh) que importantes, como os africanista s
;eg, as Um exem (o b , e como Allen Isaacman
�emórias do per p em con hecido é o Waqâ'i'-i Asad Joseph Miller admiravelmente provaram
sa Asc1· d Beg Qa- · ·
e Jah ang1. r.26 M as zwm .
i, func1onáno .
de Akbar mostrou para o caso de Moçam6,ique.
30
pouco trabaIho . ersalmente aceite
estas últimas font
es.
sistemático tem sid fei sobre
o to (6) Material literário: Na actuali_dade _não� univ
do de (1) a (5) e a
que exista diferença entre o matenal acima lista
�nci� dos métodos da
Vc< r, p or cxcm produção literária propriamente dita. A influ
ns h1sto nadores, chegando
I '.Rob en D crítica literária tem sido grande em algu
2)

A/bania and adj . ..


acenf �e ions (K ankoff e R obcr·t Els. ie, trads., Evliya Çeleb1. m po�sa ser objecto desse
of
. the 'Seyahatna
· . ,
me L
� osovo, Mon t·ene
<>ro O · s a defender-se que qualquer destas fontes
1nerarura : · (, ciden, 2000). Pa'n' um ° ' hrt d) : The relevant sectwn
de va1 tipo de escrutínio. Embora já tenh amo s sublmhado que a crónica
D erv1s. h m S.eve 1os gene ro s,. v er C,emal K· f.a a excel-•ent-e, ana-1·1se dcsn' e d e ou era
.
1ne racure» Stud·1 l m eenth ce
� mur y lsranb' ul <lan
, _ ddafr� ,,S e·lf ancj Orhc r.s: The .
dia ry of a
ª >s la , mic a v 1 rst-pcrs on na
auv es 111 Orro man
Scyyidi 'AI.1 J'-C .1s, L ' oI· · LX1x (1989)· 121 -150 rr
Jrfan r(abib (Nova Deli, �002): 104-140.
't ''A e The Making of History. Essays presented to
24 , '

·
e l s1e centra/e, t r m1r ·
o1r
. 1 a . des f?ays.. · Une anabas,e_ o ltom - ane a, travers l'In Je, g1_r, ver Abdul �ham M1rzoy ef, ed.,
.· m
o 11g a , ver Scyd·1 AI'd1 .lleJe.'an -Lou1s Bacqué-G . Para outro relat o ele viagens ci o temp o ?e Jal:an
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' V··1h e, J 111 · I l ° · • ru1 o com o 1he Kun;alts, admzrals of Calicut
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2R

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1867-1877) ' rc1d·1nby t � �wn .historians (Tr,c Aji-ic
er
} so s T!?e i io Allen Jsaacman, Mow mbzqu e - The
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!.,, M u
Ja111m adan Pm·od), ,8cdvol.'s. (LoHndswry (Madis on,_ 1972); também David Bi rmingham,
1:· •

o K a b Mah 11· res, The Zambeú Prazos, 1750-1802


, ,. ! al'A ,1l1 abad's d , ameie», Past and Present, n.º 131 (1991).
«J os eph Mill er 's Way of Death: A eview
r
t
.
tion: V1cws• O11 t I1 c m M t iza far• Alam e S··111·JaY '· · vo 1 · - 54
'150 .1 ' b. em com o
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f
e cnd of t Sub ral1n1.1
VI
1i e Akb·,1 n. d', .
ispcnsanon»' .. K ' .
. nya 11 «W1rnc ss ng cra n s
m . N. Pan1kka r . et al., eds., 45
1 1

44
Impérios em
eoncorrência: H
. z.as Cone ct
istor
a das nos Séculos XVJ Perspectivas indianas da presença portuguesa na Ásia, 1500-1700
e XVII
ou o relato d
e viagens se·
completa ou Jam uma co . será injusto limitar as font es asiáticas a apenas um papel na escrita da
tot nstruçao,
deve ser reser al de tudo quanto o a - mais do que a soma
vadª ªlgum , . utor captou
do seu ob1ecto,
. história das mentalidades. É aqui, então, que entram os meus exem­
Poucas d,u v1' a
das de que o atenção a IntençãO co . _ plos concretos. O que procurarei descobrir é o que as fontes asiáticas
'Ali Rei·s) es autor de um n s cien te. Restarao
tava con · relato de viag · nos podem dizer a um nível factual acerca de episódios particulares
do que a si.m scient_ emen
. te envolvi. d ens (como Seyd1·
ples repet1ç a nu m exerc1c10 . . da história da Ásia portuguesa que as fontes portuguesas não podem.
A o desen volv ao das aven , diferente
t ur Comecemos por examinar um texto relativamente conhecido, o
de classificaç ermos a _ nossa tipo as de Sin bad.
ão duplo: p lo Tuhfat al-Mujâhidfn (Presente para os Guerreiros Sagrados), prova­
autor sobre rimeiro, ba gia' tem os usado um sistem . a
o text0 e, seado nª .n velmente escrit o no reino de Bijapur do Decão no final da década
fonte (escn· segundo, b I tença- o e na visão do
ase
oral, etc. ) . N na' .ª]tura o. u coligida ad. O n0 estatut o objectivo da
ta de 1570 por um certo Zain al-Din ibn 'Ali ibn Ahmad Ma'bari.
a . mais O t ext o, pela primeira vez t raduzido para inglês em 1833 por
uma crónic mmha op1n1ã o seria um tarde a part ir da trad'1ça-o
.
Rowlandson, e editado com uma tradução portuguesa por David
a como a e rr o fun dament al
de análise q A kb
. ue o relatO ar· Nârn a de A bu ]' submeter Lopes em 1899, foi depois traduzido pelo menos mais uma vez para
dois docu de viagens . Fazl as ' mesm as regras
. me . de Ev 11ya inglês.32 O Tuhfat é realment e um mis t ério a vários níveis. Acima
h1storiadores n tos persegu1a m dois . . ç e] e b 1.
' Os aut ores dos
mesmo que dever�amos conside obJ� ct iv os difere ntes e como de tudo, ocup ando-se dos mujâhidfn mapila de Kerala, a dedicatória
o rar ao senhor de Bijapur, 'Ali 'Adi! Shah (1557-1579), é um verdadeiro
determ1. nad s quei. ramos ver m ' senamen te as suas m . -
t ençoes,
a carga id . otiv a d os p or prec enigma. O text o tem quatro part es desiguais. A primeira fala sobre a
e0lo' g1ca. onceitos ou por jihâd em geral e os preceitos que a governam. Uma segunda secção,
Alguns exe
mplos ger mais curta, apresenta uma visão sinópti ca do estabeleciment o e da
azs
vida dos muçulmanos no Malabar antes da chegada dos portugueses,
. Dados 0s constr� ·
l mguística ng enquanto a t erceira ( com um tamanho praticamente igual à segunda)
do maten imentos de es.paç
J·ustiç
·nda, .I
·
a ao seu v a] em a o e en
asto pote . nálise, posso apen orm.e complexidade
ª descreve alguns dos costumes dos «pagãos» do Malabar. Ficamos
ncidirei O ncia as d assim a conhecer, por exemplo, a organização política de Kerala.
a' d0 s ui meu estu l. Da documen. taç ese·,Jar. fazer alguma
da Ás1·a. dO nu - as1at1
ao
efectuadas, A lgumas ma categona - � c , . ca acima refe- . Os soberanos mais poderosos do Malabar são Tiruare, príncipe de
co obs :on 1ca, em especial
concretos. P ntudo1' antes_ de ervações prelimi Coulão, Comorim, e do território comprehendido entre dois pontos;
p · nares deverão ser
luso-a. si·,at1· ara qua quer hist, . rosseguirmos para para o oriente d'elle estendem-se numerosos reinos; Colátiri, príncipe
cas no p ona das os três exemplos de Eli Marabia, Jarpatam, Cananor, lracol, Darmapatan, etc.; porém mais
mentah. d·
mente 1·0 d'
1sp
en,ado c ·
. o n-s1 d
do «O n·en ensa' ve1s. IstO n erad 0, as fontes . d.as mteracçõe
«
ª es» .
d s poderoso do que elles, e de maior fama, hé o Samorim, cujo domínio vae
tal» fo a o as de um a outro reino; é grande soberano graças ao favor do islamismo,
r
fontes P0r ssem um sign ifica 1at1
, cas são clara- e ao seu amor pelos muçulmanos, e ao modo liberal como os trata,
tu gues I v ro que os. r .
d. a acç-ao d as nada fecha' do p o cessos menta is sobretudo sendo estrangeiros.33
os p assa a os p0rtugueses e que as
i nst1t. u.iço- e seus antagon, 1.st m re velar- nos ac
. s sociais _a s ou col e
po i tug�ese e c on o aborado rca das mo tivações
s ' rn1ca :e
dade as1,at1·, (in dependente , s e mesmo relig-,. � ª.siáticos. M .
as havia tancialmenre da adaptada cm Nicholas B. Dirks, Castes of Mind: Colonialism and
ca ponu men te d ios . as , na ,
As1 a que os
que por es gue ol the Making of Modem India (Princcton, 2001).
. sa razão sa) apenas ten ugar q ue ocupavam na soc1e .
- 12
Cf. David Lopes, cd., História dos Portugueses no Malabar por Zinadim
qua1s a ma· ª lgumas uain e nte
is fa mas . , vezes se g . enten d 'iam. Percebemos (Lisboa, 1899); também J. Rowlandson, Tohfut ul-Mujahideen (Londres, 1833), e a
a sera a ' er
h1Stóri-,1 a iam en0 nnes confusões das posterior tradução para inglês por S. Muhammad Husain Nainar (Madrasta, 1942).
--:--------.__ do conce , Para análises, ver Stcphen F. Dalc, Islamic Society on the South Asian Frontier: T he
_ "Para e� ·1t0 d e «casta». 31 Mas Mappillas of Malabar. 1498-1922 (Oxford, 1980); e Genevievc Bouchon, «L'.évolution
aenr
, 327-329 nos prc1·unina s
E.canomy de la piratcric sur la côtc Malabare au cours du XVI.' sicclc», ln Bouchon, J.;Asie du
. No c ,
n tanto, rc �o 6rc a � ucs S1ul à l'époque des Grandes Découvertes (Londres, 1987).
a n11nhª . ra
Pos1çi' • o, ver S u6I.a 1 unany·
i.
. .ca/·
1
Lopes, História... , texto, 27; tradução, 25.
o uº Cerca 1111 J>oltt1
d o problem ' ..' .subs·
a ddcrc
46 47
.
Irnpe,rios em Concor Perspectivas indianas da presença portuguesa na Ásia, 15 00-1700
rAenci.a: Histórias eonectadas nos Séculos XVI e XVII
«
no final do século O Yueh-shan ts'ung-t'an adianta por exemplo o seguinte: Os portu­
XVI na bra comp r r c i nç s com mais de 1 o
escreve que os aut
ores daque1es temp
º sobre Musta fa 'Ali (1 541-1600),
• gueses secretamente procuraram r a a
d 100 dinheiros.
a

re forma) e outros os' nos naszhatnâme (textos de anos p ar a comerem. Cada


cria nça foi comp r
escritos, eram pro . .
a a a
ssem a raptar
vezes retratavam o dut O das circu
nstâncias e muitas Isto fez que os jovens maus de Kwangtung se apressa
fim de uma ordem s com id s foi incomensu rável.
de um grupo soci.
al, como m .
' Ou o decl'mio · em importânci·a c ri a nç a s e o número de cri a nça a
num gran p nelãoe
de declínio·
AI,em disso, co
arn festaçõe
. s de um processo mais geraJ O método era primeiro ferver alguma sopa
d a
. p es num g iol de ferro, dentro do
actuais que
procuram a 'ob·
mo Fleisch er dºiz,
. «Os histori adores de ferro e colocar a criança,
..
a a
rada e pelada com
a
. e eti
a

p anelão. Depois de começar a suar, a crianç


r
J ec ·
uv1 d
d1 f1culdade
. em pesar e avali . ade' te• m, ºevidentemente, alg urna
a ra r
. ança, ainda v iv a, seria entã o morta, e uma
um a escova de ferro. A cri
ar a m form
h1stonadore.s da
, oc a moderna, . aç-ao h. ISton
ep , · ca fornecida pe1os até poder ser comid a.» 4º
seus argumentos t is como AIi, que a present am os vez tiradas as entranhas, voltava a ir ao lume
em termos exp . os pormenores, esta fonte
º
. Apesar da riquez a e do colorido d
a
J·uízos que p'rec 1·1cnamente mora·is e enc , os' fazendo
. em colorir e dºist obstante, de alguma impor­
social e pol'It1·ca [ orcer a natureza e grau da muda nça é evidentemente fantasiosa mas, não
a

. ...]. O ide'al de tmosfera de enorme suspeição


dee1,mio' que per uma 'I d de do Ouro' e a noçã o de tância, se desejarmos compreender a a
. corre toda essa . ª rtuguês então se re a liz a v a .
reto, ncos que ser . 1 lterat . . . s mútua em qu e o comércio sino-po
viam mais p'ar,a , . u. r� p o]'it1c a, eram d1sp os1n vo
r apenas pelas verdades histó­
do que para retr expnmu- msaus · f ação co m o pres
.ente O histori ador não se deveria interessa
at ar uma r
eal"d i ade his .
ric as mas ta mbém pelas
fantasi as que, noutros tempos, eram tidas
Estas palavras . tórica» ·Js
podenam ser · o desta relação sino-portuguesa
se sou 6éssemo igualm .
_ ente aplicadas a Zain al-DJO,
. como verdades. O aspecto fantástic
s algo sobre defensiva. O leitor de Fernão
nheci·mento aco a sua v1d'a e o
seu tempo . O desco- não exige uma atitude demasiado
ntece noutros de equivalente nível de improb a ­
contemporane • c a, sos, em que
o testem unho de um Mendes Pinto encontrará histórias
o dos gerações mais antigas repudiaram
histori adores act . aconrecimentos re 'a] t,ados e, a presentado pe1os bilidade, que os histori adores de
ua1s como um . os histori adores mais recentes se
d0 aparelho ne a v como meras «mentiras», mas que
cessário à ava r o z incorpórea: fic amos privados algum p roveito.
bilidade de gen li'� - mostram capazes de analisar com
era1·1z ação. Ac º de um ponto de vista · e sua poss·1-
41

, pont o em que defe ndem os 0


M a s isto ainda nos deix a no
a ª

opin1o · - es que' d n o nte. ce qu


ª ossa perspect·iv _ 'nd° . o observado r apresen interesse das fontes asiáticas par
a um a histó ria das mentalidades,
ta
siosas. Encont a, sao obv1
a

r_am-se te a mente falsas ou fan r a - p ara pouco mais. Levarei a análise


nas st1 as pn. r . . sternunhos. a .
ss1 rn
.
re1 ativos aos portug ueses, percepções e motivações, mas
neiras v1snas . erarei dois casos de interacção luso­
presença, feit ,] . à Ch m . . um pouco mais adia?te e consid
o pe O censor H a. Um dos. pnm e1ros re latos desta e fontes portuguesas e sul- asiátic as,
cruéis e ma nh o Ao, declar-a.. O -asiática no Sul da Asia, à luz d
osos .··· [ ] . Há a « s francos são muito as du as se relaciona m. Estes dois
de Cant-ao e o lgun.s anos eh para percebermos como é que
ba .uI eg..,.aram de repente à c·1dade 1550 e o outro da déc ada de 1630,
no porto des c1 ho do seu ca. nl,ao aba1ou
_ incidentes, um da década de
obedeceram a te rra. Os que ficara rn porque existem sobre eles fontes a
que v·1era .m , à leº1 e, ti.ver'a foram escolhidos precisamente
lugar de ehe fe
a e ap it . a1 eram alti"vos e m contacto com outros. O05 partir de mais de uma perspe
ctiva, o �ue não acontece para muitos
co
. mpetira · m entre eles para selecc1onados porque nos mostram
comérc1·0, aca
· Se l]1es per º
. m it 1 n1 s V outros c asos. Foram igualmente
b'arernos me
vitave,jmente
i e m j"
ivr emente e fazerem o seu
r o
san!"Iu
r
9 e, e a desv� de
ntura do Sul
da Cl1111 . c o rn Iutas e derramam ento 9
E uma descrir
ão chinesa mais tardia cm Leonard

!ª- º razoa. velmente preca is�od,ei.-a nao - c o nh ecer fi· m.»


Jbid., l 45. Ver igualmente a documentaç
rodearam a .
n Studies, v ol. xx11, n.º 3 (1988):
40
ao », Mod em As1a
Je
131ussé, «13rief Encountcr at Mac
m feliz a' do s acontecim · e ntos qu
não pode ser º expedir�·ão de s·m110 de
647-664.
rinação, ed. Adolfo Cas ais M onteiro (Lisboa,
dn o de ou ' Andrade. Mas o mesm 0 fernão Mendes Pinto , Pereg
tra.
versa introd ução à tra�ução The Traveis of Mendes
,s fo ntes• º
<11

--- M mg suas contemporâneas,


1983); ver também a contro
r Rcbecca D. Catz (Chicago, 1989). Para uma incer­
Pinto, editada e traduzida po n-�au Rubiés, «The <?rienral Voices
C oblemátic�, ver Joa_
• 3"
orn precação interessante, mas pr st in Portugucse Ind1a», Portuguese
·n,
· leischer,
Historiar, M� ust
. tifa Biireauo_at a Traveller as Ethno log1
nti lmc:/1,. of Mendes Pinto, or the
1t�tl
.
Alt
K C. f.ok, «F ( 1541- 1 ) (Princer . thc: 01tm11an /:',111p1re: 1 e
M' m
i•i

Asia. A.'spects
. a rly i ?00 o n ), 268. St11dies, vol. 10 (1994): 24-43.
zn f list.01y ng _11nages of the pürt ,
L�guese», i11 R. Pt ak, ed. Port11g11ese
and Lcono111ic 51
! listo,)' (l.'.SLug
arda, 1987): 147. ,
50
Impérios em Concorrên Perspectivas indianas da presença portuguesa na Ásia, 1500-1700
cia·. Hz'st,orza
.s Conectadas nos Séculos XV
I e XVII
um conj.unto mst.
rutivo de contrastes reiro, e mais ainda quando recebeu notícias de Thatta de que «se
qu isesse ir o p odia fazer» . Couto é bastante exp ícito acerca da
l
P ecti"vas - ' mostrando que as duas pers-
a das crónicas
.
uma mter-re1ação mais
persas e a dae s fOntes
portuguesas - têm n atureza da pressão que Rolim enfrentou. «E como os soldados da
complexa do que a1g
Índia são muito soltos, e livres, davam de noite g des matracas
ran
uma v ez fora pensado.
ao Capitão mor; e as voltas de
muitas pa avras desordenadas lhe
l
1.º Ca. so· Os·znd
na década de 1550
s· O pnme1 ..
ro destes incidente chamavam fraco, pusillanime, e que e medo n vi v t an a
ão nga a am h
estas e outras cousas, que lhe
m?, na foz do rio In s ocorreu no p orto de Thatta no offensa; e tantas vezes lhe disseram
selho a alguém,
.
mais imp ortant
do, que no se, cu1o
. xvr eram um dos portos deo a desconfiança de maneira, que sem tomar con
es no comer , c10 e fizessem pe l u s. C om este recado
_ mandou dizer pellas fostas qu
o ro
Os portugueses tinh e xt ern0 d0 subc
ontinente indiano,
am rel aç es
co m rci ais co m Thatta desde pelo se alvoroçaram os soldados, e
começaram a guarnecer os seus arca­
menos_ a segu ? e
nda década do secu nto mandou o Capitão
(es. pecialmente a par lo xvr ' e
contm
·
· uavam a comerciar· J'a buzes, e alimpar as suas armas; e entre ta
tir da base de Orm
uz) sempre que as precán as m or com muita dissimu ação
l comprar mantimentos à Cidade, de
e m certas co
nd"1ções políticas no . » 44
,. .
po1It1cas resu1tavam 5m d o perm1· t1· am. Estas incertezas que proveo a Armada bastantemente.
ota fora enviada de G oa
, em espec1- al' de A versão de Couto é, assim, c ara: a fr
l
arghuns e os umª 1uta entre clãs rivais - os
tarkhans _ a, os soldados pressio­
Em meados da el o cont rolo
do B aixo Si nd para ajudar Thatta mas, a o ser aí mal recebid
déc. ad/de 1 550, as · ar um at que a os seus aliados osten­
naram o capitão-mor a prepar
a
em. particular
o crornsta en·10g fo ntes, o t·1c1· a ·1s portuguesas - e imentos eram suficientes,
, a :- m
Asz · formam-nos de o do C outo
na s ua Década Sétima da sivos. Assegurando -se de que os mant
q ue de surpresa, dep oi s de
.
pnnc1pal do Reyn u m �taque p
ortuguês à «cida e de Ta ntá, Rolim acabou por decidir inf igirl o ata
d que «era necessário castigar
pela grossi"d-ao de
o' e das m
e
aio res e m . .
ais ncas do O r iente, assim convocar os capitães e de lhes dizer
seus mercadores · a qu ella affronta, e destruirem
por ella a Cidade ». Couto exage­
1eza de suas me ' como pelas lou.ça inhas e subn-
o dos danos; n as suas p a avras «foram
c l
anicas em
todos, ti. rand° os que procediam, rará, sem dúvida, a extensã
.
Chms») · -12 De aco e faz1am vantagem a Cidade, e mettendo á espada toda a cousa
os nossos entrando na
de 155 6' 0 gover · s· O com C ouro, no fi na
rd l do ano aes; e como não tiveram em
um emba. ixªdor
nante do Ba1x o md ' M' .
irza ' I sa Tarkhan, enviara
. viva que achavam, até os brutos anim
o C apitão m or que saqueassem
Goa, pedmd0 aJ.u
ao g ove rna
dor p o nu que executar a sua fúria, mandou
da contra O s. eu . g ues Francisco B arreto , em
A

a Cida de, como l og o


fizeram, to mando todos tantas fazendas,
como. um «tir . n val' 0 su 1tão Mahmud' descntO ndes p orç ões da cidade for am
ano rebeld
que se carregaram os navios . Gra
»
e »·' B arre to
de vmte e oito n . concordara e envia ra uma frota as pelo cronista em oito mil
avios e set
ec,ent os homens incendiadas, e as mortes são estimad
parente seu' um
chegaram aO s 10
· certo . Pêro Barr
eto RO r1111
. , , sob o comando de uni
(«na sua mor parte gente inúti
l» )!, com os b ens levados e destruí­
ta «dous milhões em ouro». Vale a
. d no mício de · .JJ Rolim e a sua fro dos supostamente no val or de
su 6m d.o até Thatta, 1557 , e entraram n a foz do lnd ,
• o à presença fora da cidade de uma
. onde enco
n t . · pena notar que Couto se refere
P,ara sitiar uma f0rtale r ar'am nao - M1rz a rur a feiçã� dos nosso� templ �s, e tinha
Couro es_ creve, za d"ist , ante) mas 0
· . a 'Isa (qu e p «mesquita muito grande, e da
· apesar dos , · . . seu filho menor. Corn° trê s portas» ; não podia
ser a denominada mesquita ShahJ ahani por
va nos em1,ss.,an
Ro 1im nao obtev
e nenhum . . os q ue enviou . por ce
rra,
razões cronológicas óbv
ias, e é mais provável que fosse a D abgar
at,e ao regres a r ,
es p st . l t�ra., Es_creve igualmente que a f orça
' d'e M1. rza a a nao - ser que tena de esperar
e
o
. so Masjid, que já existia nessa a
e

mentos _sen am cr s,1,


. e que as. su 1deraveis na estr�tura, que e ':1 parte
cobertas, en , as despesas com rnanci- portuguesa causou danos cons
O capn. ao-mor , tretan to p
. ' e 1 os agentes dos tar khat1 5· pessoas á• den'tro n4o5 «mais cruel, e miserável
l
começou a i· ruiu > matando muitas
mpacientar-se sa imagmar» .

v'
, , com a chegada de Feve- género de morte, que se pos
2 Diogo , -C-
" So do
4
ouro Da Ásr.
bre Ro
lim
a, Década Sétin
1ª' r ed,çfo .
(a partir daqui A também Arqu c , l.isboa (1974), v11/I, 233 pane 275.
"" Couto, Década Sétima,
1,
iv;s Nac1on_a1s/
N;rt ), C Torre do Tombo, Lisboa
�atada de I Março de 1 orpo Cron oló g•ico (,1 partir 277 -280.
daqui CC), 1-105-1O 1. , carr�
45 Ibid.,
conde do Rcdo 562, nomean
ne1 o. do-o um dos . et
e, ven
, tu:11s
. sucessores do v1cc-r ' 53
presença portuguesa na Ásia, J 5 00-1700
Perspectivas indianas da
1mpérios em eoncorr
ência.. H.zsto,na
. s eonectadas nos
Séculos XVI e XVII oa por Mirza 'Isa.
Igualmente, 0 que
sobre a embaixada enviada a G rca das pressões internas e dissen­
os conta ace
O relato de e outo
p ode ser c o mp ar d · s
ica não surpreende, nada n Uma secção ligeiramente mais à frente do
l,ocais em persa q a o c om duas c rón · ortuguesa.
e se ocup am s · sõe s na f orç a p iantes firangi s tinh am
uando os comerc
·
- z· ahz�rí, uma dO m d nes se p
. erí od o . A p n l to nf rm a-n os que «q ava fora
seu ido que o rei do p aís est
rne1ra
h istóna de Th
atta q ue v ai desde e
sses andarJ, e sab
e a Târfkh-
te mpos até L h i B
o
a
i
[
r.'A

1609 e escr·ita p or nenhum ob stáculo sério se


re a

v 10 ta de 1620 -1621 p or S ayyid !ah'1r chegado aí sentiram que


M uhammad Th'att · n te,
or
d
a

numa expedi çã tante preciso c omo


awi. O aut
or d est a 0b r
a e ra clie n te de M
1· rza o seu avanç o
» . Isto é, claro, b as
ta
Ghazi Beg tarkhan
o is

r g r tos mais deli ­


. '_que p or sua vez_ era me m bro do cl ã tark han que p ode a em alguns dos p on
governou O Ba1x c n teceu, mas falh
a
a
ue
qu
er

erir que Tahir Muhammad não


ia
o Smd ,des , , ·1° resumo
de fina · · ic mo s t odavia ref
quando ª area foi is da. decada de 1520 até ao 1n D v
o
dª de 1590, .
e

cados da ques t
do

conqu1st de Akb.ar, iva p ara esco


nder o facto de os portugueses te
e e
O relato clar1·f1c · a. d. ta t
ão

irectasm· ente a q u _ ªda pelas forças r n


rem

. faz q qu eitos seus senh », a ­


·
cipa1s protagonist . estao das Id' entidades dos priil' c e e se terem f
te
n
e o reti
s
ou de
«penetrad navios com quantos desp oj
ual ores
as n o m d
_ u m assu n to uto e carregado os seus
d
6astante vago· O sob re o q ual Co
a ida

rarem «t erem
o estes
guês não é p ortanto
o

croni·sta portugu -,.,1· r a do assalto p ortu


'Isa nem do seu . es n ao nos da' o no me de iv11 z gu m c n t er» . O êxito os tarkhans são
nval' e os termos c on linhada, enquanto
erfídia é su b
A _

«argh, u� » e «tarkhan» não aparecem p


o

questões anteriores com Goa.


ia
no seu texto M
.· osa negado,
se

· as, cun _ m nte, ertas d d e quaisquer


con fusões n,a sua · ao do a cronica persa também cria c N0 v
a sua

totalmente ab
as
ode ser vi sto como um
m

, descnç tamb ém não p


e

utro lado,
os
.
Heg1 ra [1565 d ataque dos «f't rangis» a Thatta: <<.
i
ano de 973
sol
, p r ue faz do saque
C e�. A descriç ão q
rr . . ' p erto d O f'1m da sua vida, M1rz a dos po �tugues
o
'Isa 1 arkhan se gi
o
l is aterradora do que a do texto
uto
ap
o
. gurn simples
c om o s . e v el, ainda ma
uhammad B a q i na direcç
eu ]filho M
sta

À med1. da que p do s p or tugueses ao desfe ­


o
de Bhakkar. s
o

. da cidade é, te a má-fé
ão
se apr·ox1m . a m n
ssí

av am da cidade d e Durb e a,
o
c
e
u ma depen
dênci·a de
B . p ersa, e mo stra embaixada que os
tarkhan s teriam
. h o relato d a
e
k
, . ' ah. mud Khan, tendo fortaleci do1 a
k
la r
suª posiç ão M q . M a rec er a fo rma
' env1· ou o exer rir em o at el e aj ud a a escla
soa pl ausív
a ar
ora
s
cno Go incidente
ue
d�rramado sa ti
ng e qu'ando, de ao seu encontro [· ... ]. A inda não f te
a
enviado an são ap re sen
tadas as orig ens do
m
a
pente, chegaram notícias de ThatUl c
a
d.1zendo que
bastante estranh bordinado s
s

os firan g . olim com os seus su


1 . onflito de R
o
- c
o
s tinha m O
ado L ho n. Bandar e araca d o '
re o
c�dade. O s p orto pass n o Târíkh -i Tâ hir í. der a raz ão d salto. Até
es foram fech ..ª aj a ú til para enten
cn 0 d _ a men sagem; se o exér- é, igualmente, ma de culpas, colocando­
o as
os' d tz1 a
i . ;egressasse sem demoras, o 1 Co u t o absolve G oa
ud
r
a u
ni m�go era f lo a o ve espírito _ e
o n e e efe · s ena ' sa1 vo; de outra form ,ue certo ponto a
olim - retra
tado como fraco de
e
ct uana o seu ·1
d
R
sã o

nt m o sedent o s de p h agem
e de
c
ntento · Est a mforma ção fez q
·
a
o Mir za des
istisse da
s u d'1sput · D . · , -as directam pr e sentados com
s
e
, ·0
e
q mente que a p ersp ectiva adaptada
e

nos soldado s -
il
do Khan, r
apidai11 e nt
ª e1xan dO O pais sob O do t111D1
e , sugere clara
o a
e .
ã
m b p lo
ue
chega' r, os f'1rang1' · arcot1 e p J'a x m fonte s p ortuguesas
a

art u. Antes q ue p udesse san gue. Es o com a qual as


s tmha saq id- , res, de acord
e
ue ortu guese s,
e
ad t
te
mata ç a. Muitos o
dos habmitantes , a c ade, q ue co briram de fog i d p or certos h is fav oráv eis aos p
� ri am ente m a
e do
c
ria
n
o o

são, em ger al,


is
de Mir_ Farrukh e sj
Arghun, que nc�ntraram refúg io na T a mi 'Ma
efinida. .
e ssa
.
e

ap roximava.» dei xa 1arn . za se pre cisa de ser red algo problemáuca persiste entre os dois relato s
46 - ' ao OLtvirem que. o M ir
NOtemos emao o
s pomo s de , . . Uma contradiçã do ataque. A fonte p ortuguesa, a crónica de
e
o
. no rsa situa o acontecimento em
relato e o d
e co111c 1dênc ·
1 ª e d tvergência en tre este e diz respei e a f onte pe
- C uto. Em
pri. meiro 1uga 56- 15 57,
o a
15 em
to a
descri·ç ao de «fo a C outo, sugere a Tarld2.4n Nâma, completada
go e matanç » 6, r' ]1 ª- a 1 guma convergência n·- eira fonte,
o

m te rc Th tt wi,
dem es da ci a . esl 1565. Exi ste ad ibn Sayyid Jam
. , dade qu -, .' em com O na descrição dos r d M ir M uha n_11n
M1 rza 'I.sa e refe• · e se . refu. g1ara'111 nun1 c
a
m den te da linhag em
a a

1654-1655 p or u
u al
. . alth, um descen
nda nos d 10 s c ª mesq uita.A ausêncit11a ªde' uhamrn ad S
e rto

M z M p eríodo .47
u m c-1'tente
e apologistª t . reh ' to · o ntud M uha111 às orden s de bedâr) de Tha a ne sse
tt
arkha' n, man té -. , o, Tahir ve rn ador (sú
a
g
ir

. tarkhan qu
e f i
m se notori am ente calad 0
s
o o

P··1r··1 0 te to ,
khân Nâma, ed. Husa
mudd in Rashidi (Hydc­
Ra lll,1-t Thatt,1 x -m
,
ver S· . d
al ., . . ,1yy1Tâ Ta h.. hammad ., ·, ,:'
. ". °'. .1. h"u"w,,. ./a,,/;JJ.
Tar _ vol. 1, 324 .
(H y d
crabad fSin d , a:úf b1 1 _rfk..k-, M� n, History of !ndia,
<(,

i,
u h
1d i,;, , N" Y ,11 Mir M uhammad
�hat taw
], 1965); Eli1 ot e Dowso
964), rabad
J. Dowsoo, Th, , 1 1 "f /o, 1; 1 l5, u.,d,,ção d <l. _N,b olhk H M. E!liot e
, h,h Kh"º u,i,ch [Sin d

vol. 1 (Deli, 199;s To/d by lts O ,, f-lt5Lona11s: lhe Moharnrnedt111


Pmod, ccediç- ão , H
,tory d, ; cxccn s en� . 55
), 276-278,

54
re•ncza. .· Historz
Impérios em Concor na Ásia, 1500-1700
. .as Conectadas Perspectivas indianas da presença portuguesa
nos Sécu los XVI e XVII
·
A crónica volta
a regi. star a
. portugueses. Todavia, para preservar a continuidade com o nosso
Tahir Muhammªd·
e )

s mesmas p g s, \
circunStan primei ro estudo de caso, vou começar pelas f ont
- c1as que Couto e
')
'Isa Ta kh s br
· e m ataq
es ortu uesa
d Antóni o /
a
)
ue desf erido p or M irza
...,
nomeadame
e Bhakkar, primei ra das quais é o Livro do Estado da Índia Oriental e
nt

Mahm�d � g�u na at tu ra so b 0
d omínio do sultão Bocarro, que, sendo mais uma espécie e g z d q ma crónica,
n. E ste s
1554 ou ·m1,c�10 d acontec1· ment os
d a eta o ue u
t or da Dé­
e 1555, m , i· tuam -se n o f inal d e é, não obstante, obra de um cronista ocasiona (
l e au
ais prox1· mo das os após
cada XIII da História da Índia). Escrevendo cerca e três an
s
das de 'T'
1 ah'1r Muhamm datas de Couto do que
d
ad. «Nest : «N st m deixo e
Muhammad , che to [�screv e Sayyid Mir a queda de H ughli, B ocarra tem isto a
diz
] g a
e eo
m inform
e m omen er e
s q , p muitas e
de Lahori Bandar ações de q
ue os f irang 1s · h arn passo pela grande enseada de B engala e rio G ange
r a
· , que vm
or
em aux1
ue
'l'10 de Mi' rza randezas
c1'dade de Thatt
. a desproteg1da' . 'Isa T a kh an, encontrand o a grandes bocas, entra neste mar, que f oi theatro de mu itas g
em umilde
s1onaram 0s seu a saquearam, ª que os portuguezes nel la possuirão, chegando alguns e b h
r
s hªbI· tant ·mcend1a . ram e apn· -
d
es. O M' . p iã o igu alar a
sultão Mah
mud' e �
irza aceuo
u então a p rop o sta do nascimento a possuírem larguíssimas terras que se
o d
paz foi assin om sumptuozas
Thatta e a prosse
guir 0 seu gov
ada, apressand
o-se a regressar a grandes reinos . Ouv e nellas cidades p opulozas, c
d g v dos portuguezes
Esta é entao - uma vers-ao erno.» Igrejas, tudo acabou com o pouco me do o o erno
que, conf ormes a lles, c oncitou a
sugere uma dat o que, j unto c om o s vícios e partes
a para meados sendo mais . próxim
a da de Cou to,
e
curar extinguir ,
para 1556-1557)
' e que mequ . a de, cada d
e 1550 (mesm o que não tirania e cobiça dos reis mouros e gentios para os pro
mada nem braço
d

pr•oposta de a, l·1_
ança entr
ivocamente a'p
oia · a h'1pótese de urna como f iserão particularmente não tendo f ortaleza ar
def ender [...J. »
tres crónic
e os por
tugueses de Sua Magestade que os pudece governar, emparar
49
as' nao en t ar I<:.han s. A ssi. m, ern
e
contramos do . av oritas da época p ara
uni. dos co i· s autores 9ue O cronista recorre assim às explicações f
e o s
ntra a• ver escreveram em persa
A leuu. ra - portugue
sa . compreender porque é que os mogóis expu ls m os portugueses de
si muI tan . • , s
sao
_ ea das tres s un u m qu a d ro v a n ad o.
ara
a ganância e ti rania
Sm f ontes esc 1ar H ughli: a imoralidade e delitos dos portugueses e
m
. d, algo que n
a

ao se c0 ecc a Sit . uação interna no pouco antes, menciona


Por seu lado, nseguiria
apen . dos «m ouros ». Na mesm a descrição, u m
o relato as com as palavras de Couto- emos já grandes
desenha-
nos uma .
de Couto e .
m confront0 co com o em Bengala e em Burma (Pegu), «posto que tiv
e são ain da tantos
pov oações de portugueses e mui tas terras, erão
1ma ' gem bastant m as f omes persas
dos seus
motiv · os, e tamb e mai. s. p_rec·
isa da f orça de ataque e tod as aca barão c om
dª brutalidade e',m uma des
· ao bastante mai. s <letalhada
cnç os p eccados e insolências que se cometião, que
do ataque e . v z nos lembram os de
m s1. grandes destruições e asolações ». M ais uma e
a nós próprios que quem f ala
2.º Caso: Rug Zain al -Din, e param os para recordar
u ém da époc a que
é a vo z de um cronista português e não e alg
hlz' na dec
O segundo c ' ada de 16 d
aso �ue 30
quartos de séc me p . escreve em árabe ou em persa.
ulo apos o a roponho exa' m mar si. tua-se quase tres de de Linh ares, apresenta
sã0 os portu
gue-se
taque a
TI1atta' e mv . O vice -rei do Estado da Í ndia, o con
ene os papéi s. A gora sobe rano, p artilhan do
H ugh)'1, em B s a serem atacados e um a explicação nas cartas que envia
expu1 sos da sua' colóni'a em
seu
engala oci'd
ao
res. E screve ele que
ShahJa ' ha•n · Ex1· st ental, pe1a
s forças d o . do mesmo espírito e adicionando mais pormeno
em nu nnpcrador mogol o gores se entende que
po,rtugues e me, rosas f O
tes p ..
«a cau sa deste movimento e resolução dos M
. ' mbora nenh ,1 a este período do lado
cronicas inter uma s ob a
n

forma de c r , . .
r
nas . dos ago, st·
P ormenor, ben1 111h os ref-·er onica o f'1cta I . As Cf. António Bocarro, O Livro das Plan tas de toda s as fortalezas, cidades
como ª su em-se . . 3 v ls ., ed. Isabel Cid (Lisboa, 1992),
bseque n, te . �o tnc1demc com algum
1

dos s?b ahm any am , fmprovising Empire:


• ?
o

vol. 11, 250; secções traduzidas c m Sanjay Subr


ntal,
revivent
e povoações do Estado da Índia Orie
es portugu p 1 ·isao em Agra de alguns
tambem eses ao cer . 1500-{700 (Deli, 1990), 262.
meneion. am c e da India, editada por R. J.
. . va. nos relatos de viage ns
'
of B ngal.
0 ,l. ssunto.48 Portuguese Trade arzd Settlemerz t in the Bay
Para a crónica de Bocarro, ve
e

lad0 mogol q
o
ue sa- o, se p , M as sobre Bocarro , Charles R.
li Hist ória
oss1vel, aind exis. tem ig is
da
. ualmen fontes do i s ge
XI
de Lima Felner, 2 vols. (1876), e para comentárBarros, Couto and Bocarr o», Boletim
r Déca da
te o ra
a- mais det- li Boxcr, «Thrcc hisrorians of Portuguese Asia -
. ª 1ao as do q ue as dos. 8); e Boxer, «António Bocarro and rhc
�A N/TI M anusc . do Instituto Português de Hongkong, vol.inI B(194
i
, bh a. .Ver igL
tin nros d·1· L·1vr·1 xcr,
5 e astião 1'..i In. 1cnte. O cxtcns ' n··1, 11· 1699, fl s. 34_ . ' ivro do Estado da Índia Oriental'»,
L Portuguese Conquest and Commerce
os. -
o
in SouthemAsia. 1500-1750 (Lon dres ,
Manrzque' cc , j . Luís s·11o, e. l'l'\• vc,rcj ade ·1. 1 go ma 54, para uma cró111ca ag
0

1985 ).
vc1r.a, 2 vob ··
�-1 dor, relato in Jlinerán
· Je
, (Lisbo·1'' , 194 o
57
6), vol. 11, 337-354.
56
portuguesa na Ásia, 1500-1700
Impérios em Concorrência·. H.lStor
, zas
Perspectivas indianas da presença
. Conectadas nos Séculos XVI e XVII
dos habita ntes, à
b ai xas rendas. Algu ns
procede dos nossos portugueses p a poderaram os europeus por
nhos, os eu peus infectaram
orq ue sendo este R ei M ogor filho
força, e outros com a esperança de ga
ro
segundo ou terceiro e levae ntandose · o contra seu Pay haverá e enviaram-nos em navios para
sette O u oito annos e
co o R e m com os seus ensinamentos nazarenos, aram às t erras q u e
posto m c m po lhe deu batalha na q ual foi odiosas não s e confin
·

desbaratado, e acolhendo se :O R e�m a Europa [.. .]. Estas pr áticas


o de Bengala a ond e soli ci tou o
oc�param, mas apanhar am e
levaram todos aq ue es a q uem conse­
l
amparo dos portugues
es do G oly lh ne gar s do rio. Estes actos vieram ao
R ey s_e u Pay o deitarão fora, � ão sendo fiei s ao dito gmram deitar a mão de amb os os lado
subir ao trono, o q u al resolveu
q ue d1z. em usarao - t o m arao. alguas mo lh eres [suas] de
. conhecimento do imperador antes de ono. »
.mal com este sent1mentO q ue trazia ascendesse ao tr
51
re cosido em pôr-lhe fim se lg m ve z
seu._pen o to rn ou vmgan
m faz- se re ferência às act ividades
s a u a
ça ma ndan do ma t
.
v1v1ao na q u e11e porto aonde t ar e ca m.var todos os q ue Na última metade desta passage , e ao cruel
ostinhos em Bengala
Faz- se r eferência à rebe1·1a- o de
se lhe fez agravo ».so proselitistas, em particular dos ag n Estado da
ra outros c
�omércio de escravos bengalis pa
e tro s do
meados da década de 1620 . do, viagem a
Sha' hJ·ahan (na altura p rín cip como Shahjahan, n
India, como G oa. Lahori sugere
a sua
e Khurram)' .durame a q ual ve 10 ate
Be ng.ala ' onde pro curou a ªJ. ás), tivera ocasião de se aperceber
R odngu es' q ue lha recuso
ud a do c a p1 tao
. - de H u ghli M i guel Bengala (a que nos referim os atr censão ao trono,
u· M as sen a eS ta a
principal razio para o disto em primeira mão, e
como actu ara apó s a sua as
ataq ue ª. H�ghli ? de Bengala , «e conferindo-
nomeando Q asim Khan para o subadârf
A p mcipal cróni ca of icial nt es malévolas» .
do- t em po _ do Shah jahan é a Pâdshâh -lhe o dever de derrub ar estas ge
Nama � e 'Abd al-H amid Lª h
A
de ter o seu valor, particularmente
o n, u ma figu ra b q ue Estas perspectivas não deixam ainda hoje co nti­
morreu em 16S4 ,
uma década antes , · astame obscura manancial de lendas q ue
d p p n Shah jahan. C ontudo, tendo em consideração o
vi·st. o q ue · ' dente de
o ro
tu gu esa em Be
ngala às pilhagens e
nuam a associar a presença por
o
O mci H u gh li' o correu relati.vame nte cedo no bem ter visto estes
re ·mado do Shah'
Jª han, é tra tado em detal ao comércio de escravos
. Shahjahan pode muito ao I slão .
resum1' do na ShAh· ' e h e por Lahori e ta mbé m
em como ontr ários
c
em mogol , b
. ma de I nayat Kh.an' uma versa- o adap­ a ctos como hostis à ord
mencionado por Lahori: o facto
ª 7ª hân Nâ
tada da PA adshAah NAama E. :s a vers ão . Depois há o aspecto de realpolitik
benga lis [dar ' hd-
de Laho n. «Sob o go verno dos deiramente próspero
ª ínio e de o porto verda
.
.
z Bangaliyân ou seJ a, �ntes
da conq uista mogol], de Satgaon estar em de cl ado Shahjahan, o mais
um u p de 1!1ercador
es fira�gis q ue sao estar nas m ãos dos portu
gueses deve ter infl am
viera� coºmerciar a s atg ' . heabita · ntes de Sarand1·p' mogóis, q ue detinha e operava
aon · U m kos de t imperadores
acima desse local, ocuparam mercantil os
or isso mais eq uilibrada
versão de Lahori é p
odo s
eai gu m terren
uma frota de navios. A
o n� marge m
do estu ár10· ' e Sob o pr , uhammad H ashim Khan,
necessa' r·, 0 um - etexto de q u e era ol post erior, M
, . edifício · para as suas tra
n cç , comprar e vender, do q ue a de u m cronista mog i da crónica
erigirean1 va nas cas. s de e de
mpletou a sua conhec
sa o s Muntakhab
estilo be nga li. ou Khafi Khan, q ue co hafi Khan era um
através da ig'nora

ncia e negligência dos gove
C om o correr do tempo, nos an os de 1730. K
al-Lubâb Muhammad Shâhf ol, q ue serviu imper adores desde
A

rn ames d e Be ngala , est es


euro peu s aument lo mat a mog
�r�m e m número
e e · . ram grandes e subst a nc1..
ng1 a1s a lto func io nári o e dip
at é M u ha mm
a d Shah , cu ja cróni ca
edifícios, q ue forti ficaram Aurangzeb e Farru kh siyar,
co m canl10- es, mosqt e,tes e- e xperiência pessoal ( como
memos da guerra . passad ' . 1 i e ro imp ea da na su a
pret ende ser largamente bas
l
o tempo l1avia
out s
1 · . primeira pessoa na narr ativa ).
conhec1·do pe o nome de p a i u m 1u gar cons1derável, f q en te q ue faz da
orto d e H· ug hl'1. vemos pelo vos e o cristianism o
u
nas o tr áfico de escra
re
De Lim jado. fi· cava o n·o ,
uso
e d os out ro . s tres ,lados u m fosso cheio , . Dos portugu eses, refere ape ara o ataq ue mo go
l. Diz: «Os
A

euro peus iam at e ea


c om a a guea d O no. Os navIOS
c omo razões p
o porto , e aí se q pr c vam
e,sta . belecet1 come, rci.o. » Lahon. a gressivo ue a ti a
P rossegue most _ rand0 os efeit os nefa' vol. v11, 31-32. Este relato é
· 1enso es _ u rn stos destae pre, sença f'ir ang1 · , em c e Dow son , .
History of India,
dua s d,n a eco nó mi ca e Laho ri in Ellio Khan, cf The Sha(? Jaha� Nama
do po r 'Inayat
11 of'lnayat
. a outra ' 111ora1: «Os me rca' dos nce ep o u zi Desai (Deli, 1990), 84-85; e
vame
d e Satgao n declmc1 substanci s. W E. Begley e Z. A.
r d
a .am e perd e ra
r
m . ' P . ·dade. As a ldeias e
spen Khan, crad. A. R. Fulle r, ed o post erio r por Nawwab Samsam-u d-d aula Shahn­
...tr1·tos de H ug hl 1' e sta
a sua
d1s vam em a rn bas as. mar gc
r o
também no dicionário biográfice Maathir-ul-Umara, rra d. H. Bev� rid ge, revista p or
ns do n.o , e d elas se y, Th a da p ara Qas1m Khan.
awaz Khan e 'Abd ul Hay
Baini Prashad, vol. 11 (Ca lcu tá, 1952), 498-499, entr
10 AN/TT, Documentos Remeti
e{os eIa Ind
, 1.a n. º 30' fls. 281�-282. 59

58
rtuguesa na Ás ia, 1500-1700
nas da presença po
Pe rspectivas india
ce-
Império s em Conco rrência: Histórias Conectadas no s Século s XVI e XVII cordo com o vi
25 de Junh°
. ares ac1. rna c·t 1 ada · De a
como as da carta
de L.111h Hughli durou de
rc o d e
gli, -rei do Estado da India,
, 0 ce
o ano, le
vando à morte de
firangis tinham formado um estabelecimento comercial em H u o bro d o rn e srn nde grupo
a vinte kos de Rajmahal em Bengal a [...]. C om o corre r do
te m p de 1632 a 29 de S etem nsporte para Agra de um gra
tra ueses em
excederam o sofrimento que tinham obtido. Vexaram os muç e
ul­ muitos. .portu. gueses e ao . au. vas do nm , 11ero de portug. m
t i m L. hares
man os da vizinhança, e assediaram os viajantes, e procuraram semp
r de pn s 1 0neiros. A s es ri. queza di'feren1 das de Lahon; ezes co
gu
Hughli e do v.alo. r da s-ua [. . .) mais que duzentos Portu vi. ce-rei·

tª J

fortalecer o seu estabelecimento. De todas as práticas odiosas eS «na o t os». O


era a pior. N os portos qu e ocuparam na costa marítima não feri b ram sugere que existiam . os que tod. os s. en·-ao oitoçen .
v o s c h n st a
_ . . ' tal com o o cromSta
o seus escra r as perd as
propriedades ou pessoas de maometanos ou hindus qu e viviam s para mm1miz_ a para exage rar os .nú me ros.
54
tinha claro, razões
das ªs raz oes da quando os cromstas portu-
o seu domíni o; mas se um destes habitant es morresse, dei
xa n do
. '. •

de a
s i mp e ria l p ossu i, a to erva
crianç as de tenra idade, ficavam co m as crianças e as proprieda e ser obs bsta, culos.
A mesma tendencia pod óri as contra o
A

-nas s. ua s vit
se� cargo, e fossem estas crianças saiyids ou brahmans, t ornavam ern a s
gueses do sec , ulo XV_1 descrev
cnstãs e e scravas (mamluk). »52
M as depois disto Khafi Khan prossegu e d izen do ( n ão s� m
de.
de improvável magnit� de, cad de 1630, ao contrário
na _a.
N o caso de H ughh nte ªsiática que nos dá O deta exp1·icand
do de Thatta
lhe, o relato a
· ·°
algum espanto) _que «apesar da notoriedade desta prátic a tirânica, o
na década de 1550,- e, a f r, colocand os e111 context °- oe .
mu_ çulmanos e hmdus de todas as tribos foram para os seus estabe­ a nrama
P ar e passo da acçao
mi·1·ita
sa 1 ie
· n tan1 0 capricho e
lecimentos em busca de ganha-pão e ficaram a í a morar»! O relat� s
ntes portug _ es suficientes para o ataqu e, ta
ue sa l
atta ª não
h a motivação. As fo
de Khafi Khan inclui uma breve descrição do ce rc o de H u gh rn .ra z o
, . s, como se fOsse. bui O ataque portugues a Th . am
A

, os,
eu dos mogo1
em 1632, que se segue às passagens citadas atrás. Lah ori, por s ..
h-i. Ta m atn . N OS dOI·s casos que examm
Ah .
como o Târfk
lado, detém-se no cerco, referindo os generais enviados por Qasim
.
� f'irangis. se pos1c10nam
mais que cupidez dos , se complernenta' rn como i. s de termos
Khan,_ as estradas qu e tomaram e a natureza precisa das operaç?;s na - o so ' mesmo depo
de mmagem da muralha da cidade. Escreve: «Por vezes os infleis Portanto' as f.ontes
numa relação mvers
a . E � m ª ,
rn b .
o s os casos
arnos f orç ad os ª . « d
.
eixar
lutaram, por vezes deram indícios de querer a paz, fazendo tem po . an te s dispon
1veis. , continu factores e mouvos que
exammado as f ita», para os
na es perança de receberem socorro das suas gentes.» Toda a operação os· sa escr
espaços em branco na n
durou, na sua versão, três meses e meio (de 20 de J unho a 1O de
permanecem ocultos.
Outubro de 1632), no final da qual os «guerreiros do I slão» provo­
ro
ca �am um buraco n a mural ha da cidade e entraram, levando quat
mil e quatrocentos cristãos prisioneiros e libertando dez mil escravos
(não-cristãos ?). A mortalidade dentro da cidade durante o cerco Conclusão
é por ele estimada . em dez mil, e as embarcações capturadas em . , u. cas e europeias (e em especial
s a sia . urna
s essenta e quatr� �mgas (barcos de rio), cinqu enta e seis ghurâbs, e as f?nte roblema tem
A comparação entre nico acontecimento ou p
ra um ú
quase duzentos 1aliyas (pequenos navios). as portuguesas) pa
nka, K. W.
O relato de Lahori encontra poucos paralelos nas fomes asiá: 9
bre o Srí La
5), 46 - 1 29·' so 1 6 58 (Amesterdão,
. 3
eylon, ]638
e for d,
Relatwn (
Wat 1
ncas da altu ra. _A tomada de O rmuz em 1622, por exem plo, ters in Ang lo -Po rtuguese
· s
t
u, ch Power in C o quase ..,- coevo masnawf .
de
ns { D
da , o undatw
s F o z,
raramente descrita com algu ma profund idade nas fontes safávi d ena, ..,,.h,e e da d e On nu Im am Qu h. K 11an
ewar ª· ida
Goo te, sobre a q gene,raI saf'v
n 1, u
o
e - s �onte s cingale sas ac� rc a das campanhas an ti portuguesas d 1958). Mas ver igua lm<:_n a, acer ca dos feitos do ondres. , o n en cal ' 'and I n dia Office
. Na m y, L d.m1,.

raJa Si_nh� de K andy s ão igualmen te es parsas.53 M as a narrat iva
d_ e .
Q ad n. SI11ra z1,. Ja1 -a.n
d o na British
L .b
i r a r
V er cam ber ; n Michele Bernar
t 1 ( er 1 62 2) .n f, thnâme kep
co n tr a
' P ·
1a n) . t .
m t1,e
O texto p ode ser en Manu scn . .pt 80 s
Laho n nao concorda com as descrições europeias do ce rco, tai
s
Collectíon s, Ad diri o n al w
1e Por gu cs nu ma co
e (10 3 / t . r . ª
. n feren c1a sob e J
ª r· o ran an d the
est o f J aru 11 by t l d o 2).
«The Con q ta 200
cn.a», resen de
u
de _Serembro
Estcnse Libra ry of_ Mod (S0;� Lon dres, 4-7 ac11na.
ge
51 Kl afi Khan, Muntakhab al-Lubâb, in Elliot e Dowson, History of Jndi ,
a World in the Safavid A r· ·es en . a'da, 11a' not
a 50
; 54 Cf. a car ta de L.mha
vol. VII, _II.
si Para o. caso de Ormuz, ver os comcmfü·ios de e. R. 13oxcr in «Anglo­ 61
ap-
-Ponuguese nvalry m the Pcrsian Gulf, 1615-1635», in Edgar Prestage, ed., Ch

60
, ·a, 1500 1700
uesa na Asi
presença portug
Perspectivas indianas da
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Séculos XVI e XVII nto à costa da
hol nde fu n dar um reino j u
uma seita messiânica
- 1 \- /
a sa

história própria. Admiramos a enorme, ainda que imperfeita, tarefa Austrália acidenta1. . p nço sa nao; _,
. e e possi
velmente re su
.--
levada a ca bo por Elliot e Dowson no s écu lo x1x, ou a de David Ao terminar esta ana,1ise brev O m o do com o d evem ser

Lopes, cujas notas ao Tuhfat al-Mujâhidfn se ocupam essencialmente posso oferecer conel.us o- es gerai.s sobr e tu g uese s. Li m .
. ·ito-me,
,. s ao p o
usadas as fontes asiaucas relau va ecem s·m
r
te mfor-
s
de tal comparação. Com o tempo, contudo, a percepção do estatuto 1 ultaneamen
fo rn
epistemológico destes conjuntos de fomes em relação un s aos outros todavia, a afirmar que estas f-Ontes o, que complem
entam de
também mudou. Já não podemos te r a certeza, como Lopes, de que ª mação mundana e um a v·isa o do m
p
u
or
n
t
d
uguesas
(ou holandesas ou
e
fome europeia é geralmente «verdadeira », e de que a asiática também forma substancial o que as font . a, dicionais nem sempre
s

é «verdadeira» desde que coincida com a europeia.


.
inglesas) têm para mostrar. E s t s p ªe rspecuvas
. n em sempr
e é u m con
traste
. dO ob u d o .
Mas ver estas fontes apenas como vozes facciosas e apologéticas, são as mais óbvias, e o resu1ta ah Kh an, qu
em de Kh
ª
e
os um p ssa g
a preto e branco. Consiºder em nte amáve1 para
a
sej am asiáticas ou europeias, revela uma profunda má compr eensão
. a
rma basta
1
d f ?
t ­ no início do século xvm ol.h a � e
upavam vários
Há muitas mais provas da violência, traição e crueldade dos por rtugal oc
ª
a
u
do i d pO
presença portuguesa: «Os Ofici·ais ve e sob
re e
gueses nas fomes por tu gu esas do qu e em quais quer outras. Os siç ões-cha
. am eng fo rt es em Po
cronistas e autores de cartas e me mórias portu gueses não hesitam portos vizinhos, e tmh · ·do
i
· s e em to
dos os assuntos
protecção das colinas. e onstrUJ'r
m ld
molestaram
a eia
ovo, e não os
a
em dar-nos de talhes das cidades e vilas qu e saquearam e das criança
s
c o m o p os
se portaram mu ito gentl·1 me
nt� arado para
que massacraram, muitas vezes porque viam tais actos como uma m b airro sep

parte natural da conduta de gue rra. Noutras ocasiões, o cronist ª .


com nnpostos opressivo · s. Design a r a m u
earam um
qa,zi, para eles
é faccioso, mas tomando partido por um grupo em detrimento de muçulmanos que com eles l'd i vam ª ' e
M
n o m
as a ch a
mada para a or .
aça-o
o
que regulasse impostos e casam
nt .d nos seus estab elecim - en
s
ou tro no seio da sociedade da Á sia portuguesa e usando a pen a para
e
erm : � os
ª e a devoção pública não era p não atacam outr
i i
denegrir os antagonistas. O mesmo seria verdade para um cronist o m g� eses, e .de
- com o os seus pas-
tos [...]. No m ar na-o sao
s ses
mogol ou otomano, mas sobre estes não sabemos o suficiente para n _ o r ecebera m u ios
navio s, excepto os navio · s q Mascate, com c
u e a
realizarmos análises mais pormenorizadas. A lógica da crónica co mo d A ra'bia e
acordo com as regras, os
_
1
nav. . .0 -se ass·im e se q
s a
e atacam
u
forma de escrita é forte e partilhada por todos, independentemente . i m iz d , udes dos
dois países detêm uma 1onga in ss h afiº Kh an pesa as v·irt
a e
. npedi.rem
de barreiras étnicas e políticas, e presume a apresentação da info�­
lhes oferece u ma oportum'd d e ª ·
,, K
males· 0 facto
de n
mação de uma certa mane ira, mesmo q ue o conte údo não se ja
\
d e como onfisco
\
portugueses contra o que ent en . e as suas política de c s .
totalmente determinado. , . . . m ica pública H u ghh).
Seria tentador afirmar, a partir disto, que u ma das razões pela
s a pratica re1·ig10 sa 1s !A
.
a
· ha . refen'd
° no co n te
·
x to de
sunpatia
· ª , Zam
.
e conversão (a que ia, se - un g r n de
quais os holandeses e os ingleses na Á s ia parecem tão diferent�S na causado
a
O quadro que emerge nao te nos s' o se
ío do de duzentos a
dos portugueses é não terem cronistas. Os historiadores actuais para .� � p a_s com
ão com uma m
1 e r
al-Din ou a Ho Ao. M as
1
l e n
que usaram as fontes holandesas da V OC (Verenigde Oost-Indisch_e
pode esperar que a soe1·ed de a ªsiauca n o s
o
f a
os portugues
es. A ssnn ' a
o
Compagnie - Companhia Holandesa das Índias Orientais) supri­ . n t o c o m
os Port.ug e
mu itas vozes, mesmo num ass xv!II ' quando
u u ses

miram quase deliberadamente as secções narrativas, aquelas que mais do ec


, u l O
. parte da sua ·mflueAncia' ou
tro
escrever na segunda metade
s

se ap roxima m da forma da crónica . Se lhes tivesse s ido dado ta


nto a maior aSu·?a' - los
pela
tinham efectivamente perdi'do ' . o n tin uaria a c
peso como aos livros de contabilidade, às listas de enco mendas, às escritor - Shaikh I'tisam al-
Dm c
nto residentes
em
'bi
a to en qua
gu ias de remessa e a outros documentos do género, talvez tivéssemos .
sua «arrogaA ncia e anarquia · », o s e u -h ' . pobres, e o f a cto
·1 er ciantes
s e c om
um a visão b astante diferente dos holandeses na Ásia. O estereótipo Bengala, de acossarem cam p o n es e
ry o;.r Ind.ia,
do calvinista severo, que mede o pulso ao mercado, s eria modificado t e Dowson, Histo
com os relatos de brigas nos bordéi s de Masulipatão entre os a gentes Yb ªl-L
ubâb, in Ell io
11
Khafi Khan, Muntakl
holandeses e os persas, ou a histó ria bastante curiosa do motim ª vol. v11, 344-345.
bordo do Batavia na década de 1620, e subsequente tentati va de 63

62
Impérios em Con
co
. rre,nn.a·· Hzs. t'orz
as Conect.ad.as no
s Séculos XVI e
XVII
de «raptarem ra
pazes e rapan.
da cost m ª · '
diana». 56 Este
gas e vendê -1os
escnt· or no
com o escravos nas ilhas
os ponugueses . tae que, na altura
só podiam sob
reviver. graças do seu relat o,
ter es.te.nd1"d0
a sua protec a o «monarca inglês
de on . gm al'd ção ao re1 po
I a de - v
ai rtugues», e - num coque
A

de L1sb ª de ao p onto de atn


'6uir· O fam oso terramoto
tendenc1a
A ? 1755 à m aldiçã0 · que
. s vi·s, tir · D
. eu s
amcas e de p
A • Ih
, es 1ançara «pelas suas
que seJam Os 1ratana»· E p · .
portugueses . anicul armeme irómc o
tratamento ag o ra qu ase 1mpoten e
, negati·vo, em ' _ r s, a receber
..
chapeus» eur comparaçao este
, opeus que n
ate o po. der su ' . as u'lt1'mas decad,
com outros «u
tili zadores de Capítulo 3
f1c1ente p'ara . . as do século xvm tinham
produziam de inf luenc1ar a '
1 es. imagem que as
fomes persas
Os cronistas europeus e os mogóis
São estes mogores gente branca, de fermosos rostos e
disposições, têm grande opinião de nobreza e muito com
que a sostentar por terem por si grandes autoridades de
grandes escritores antigos, que afirmam procederem eles
de Noé per seu neto Magog, donde querem que proce­
dessem o nome que agora tem.
António Pinto Pereira, História da Índia (c. 1575)

Introdução

O século xvr é uma época de grande florescimento historiográ­


fico por uma boa parte do espaço eurasiático. Para o caso da Índia,
comparemo-lo com o turbulento século que o precedeu: embora as
dinastias afegãs da região central do Norte da Índia (os sayyids e
os lodis) e os seus parceiros regionais, como os sharqis de Jaunpur
e os bahmanis do Decão, tenham produzido indubitavelmente
uma grande quantidade de textos (incluindo alguns que ainda
hoje permanecem notoriamente negligenciados), as suas obras não
se podem comparar em tamanho, detalhe ou ambição intelectual
com os textos do período pós-1550, tais como a Akbar Nâma de
Abu'l Faz!, a Muntakhab al-Tawâríkh de 'Abd al-Qadir Badayuni
ou a Gulshan-i Jbrâhímí de Muhammad Qasim Firishta. 1 Estudos

1
Para uma análise destes e de outros textos, ver Saiyid Achar Abbas Rizvi, Reli­
·M1rz
56
' a She1·/{/1 J' tcsa
na/1y m Persian' o/ a vist't m udd.111, The Wonders· o/· V.Z
gious and Intellectual History ofthe Muslims in Ak�ar's Reign, 1_556-!605 (with special
to France an reference to Abu'! Faz/) (Nova Deli, 1975); Khaliq Ahmad N1zam1, Of Hist01y and
2001 ), 23-25 . d Bri·t.am tn ayet/ bein"o th. e Memoir
1
1765' trad. Ka1sc . , oriCJi-
º l-Iistorians of Medieval India (Nova Deli, 1983), 141-160, 224-244. Para as crónicas
r Haq (Lecds,

64 65
Os cronistas europeus e os mogóis
Impérios em eoncorr'enc.za·
· . Hzsto
,rzas
. Conectadas nos Sécu
los XVI e XVII
porrugue,ses no ultramar, seja no
recent es confirmaram a ex1.s tenc1 . ª im_en sa pr,od�ção rel �tiva aos ia O uso e a reflexão
gra'ficº o semelh ante a d e um rena scime
A •
n, t o h'iston· o-·
_ ca e, acima de tudo, na As .
na mesma época ' · . �rasil, , e'.n Afn uesas para a história da ép oca
agora demonstrado . nos dommios safav1das; 2 e foi
stemauca sobre as .fonte_s portug finados a um
conelus1v amen te que , n � e permanecem con
domínios otoinan s «o rei ess e mesmo século, nos 1oder�a ?º Sul da Asia am da hoi
: � no de Mu rad I II · · resses, p õ es e perspec­
g_ru po h�itado de historiadores, de inte
ers uas
de e xplosão h iston ogra,fic . assis u·u a uma espécie
a ».3 C ur1·osamen t h res portu gueses aca ba
m por
o 1h armos para O
x t
e ? mesmo é v erdade se tivas vanadas. Os própr ios istoriado dar uma «expansão
. m? ocidental d E amente para estu
e re
No século xv portu �al Já �, uras , :a , ª Penín sula Ibérica. usar estas fon�e� quase exclu�i:
tinha mu it s cro . antêm-se assim reféns d e um
cronista oficiª '1 d O rem F rnstas, como o primeiro portu?uesa» ng1damente definida M xx. Ain da
o, ern ão Lop metade do s éculo
muito esm dado sueesso G es e ( · 1380-e. 1460) ou o seu paradign:a apresentado na primeira os exóticos no
omes Eanes de urara e( . 1410-1474), icações para term
que ocasionalmente procurem expl
r
mas ao lado desta pr o du
ção modesta' a d0 se, cZulo Rodolfo Dalgado, apenas uma
verdadeira alteraçao _ . XVI representa uma Glossário Luso-Asiático de Sebastião m
e1n termos d e ontes portuguesas pode
m agmt ud e · 4 N- u de que as f
. ao e, por acaso qu e quena minoria se apercebe
e
num estudo des c q
, te corpo de fontes se iá
ma história que é tão
� as ti a ua nto
pais da Europa, exc defen dia que « nenh u m outro ser usad as para esclarecer u
h 1.sto, nc
. , ept0 a Ita,b.a e a Esp h ção lg e xag erada prestada à
portuguesa. 7 Por outro lado, a aten
a o
an a prod u zi· ram tratados
os co ,nparav e1.s
em n úmero e e_ . .' cureceu o facto de que muito do
cados em Portugal .dur m ong mal idade a este s publi- produção historiográfica italiana obs
an te as d uas u 'l t1mas g raç nesse período vinha, na verdade
Alguns destes escntos � oes - do século xvr».s que era novo e inovador na Europa ada a figuras com�
eram c rónicas
dos reis de portug al , como a atenção dedic
famosa Crón.zca do dos ibéricos.8 Se compararmos a
Fel·zczss, zm
· o Rei D Manuel ,· 540) e Paolo G iov io (1483/1486-
que segue Os textos
an t eno· res de G · . ' de Dami· ão de Go1s, Fran cesco Guicc iardini (1483-1 iadores como Francisco
e d e Rui de p· rcia d e Re s e nd e (147 0-1536) 2 glig ênc i rela t iva de histor
na �( - 1460-c. 15 22) s� -155 ) com a ne a
do (fora de um
D. M anuel, �. II bre o ant,ece ss, or im . .
ediato de ara ou Gonza
lo Fernán dez de Ovie
reendi dos.
9
Joao · 6 Mas d,evemos i.g ual L óp e z d e Gó m
um pouco surp
ment e ter em conta s), fic m os
restrito grupo de especialista
a
uando passamos dos
. . aior grau , q
mais 11nportantes
, ver Abu '] Fazl, Akbar O mesmo acontece , ainda em m
(N ova Deli, 198 . hn Nam, a, 3 vols tr d H B ced;çi o gueses.
4 vols., rcedi o
- 9),Jo Briggs trad . o h ;!, �f j, · m,;dge, , Jndta, cronistas espanhóis para os portu rtug uesas n ão
ç Dd;, 19,9)' /J,� al t ry of t , R,,, omedan Power m fontes narra tivas po
,l.Nº�
,,,d. Gco,gc ; · · Ran kmg W H ' -Qadir B·lda· y u �, M untakhab al-Tawârikh, O uso e a apreciação das entes. Os h toriadores da
is
reediç'io (Nov'.1 Deli, L
. owc e T. W H ig � m utros contin
, 3 vols. (Calcut.i, 1884-1925); s,ão m u ito melhores nos o
2 V 1990). . p or satisfeitos
com a utilização de
er olch A. Q uinn, Histor . l rz. m . Asia, por e xemplo, têm - s d ado
lares por tuguesas para
e
logy, zmit;t�on, and legitima . Sa lla W t g dur g the rei n o suítas e secu
g f Shah :4bbas: Jdeo- traduçõe s medíocres de fontes je
J
C1 o ncll H. Fl�isc hcr, 1u:� favui chronicl:t ('S alt L a k e City, 2 009). rids e os M
ing, a história da t
ecno­
1 : caucrat a d I . , M z ffa
. stor a M ustafa Alz (Prin c eton , 1986)n ntellectual m the Olloman Lmpire: 7he
a
H observar os mogóis os u
do Novo M undo
. Com
mtercsse enorm, e pe,la doc , , 242. O me,·Jmo auto.1
acrescent que «o logia ou a expansão das cu
lturas agrícolas
meno rcl·,it1v,1m · . um cn ta çao � de acon
r im . ' a
l ecido J ean
Aubin - não e sq ue çamos
. cnt, e gc , . os p·1rccc ter s1'd o um 1·cno- fa
, . 1s v, ncraliz.,idot no. u I til., no q uancl do secu
cc cnt
:,' . ' algu mas excepções , c o o
.ç ões mais· ge1a
om
cr amb ém I O xv 1». J >,ir.i cons 1 der a-
mt roductwn to th' e sourc S 1ra1y 1 J-,.1roq I1 .
es (C,ain bn.dg'c 1·999 1 , App roachm<> Ottoman H1.story: A 11
t

er, «Some Remarks on the


- se de C. R. Box
Uina boa ab rda gem ), 144 1 60 .
o ínte
à obra de 'Fe rn-ao L Ve r, neste conte x o a ú i s
teenth to Ei
ghtcenth C enturies»,
4

� - sian History, Six


l
- I de 1-_ernao opes é �er.
t
de D. ]oao , t
' · csa A
7

, te ns .iva lopes: y;,.. . Am ado, cd., Crónica al


V ue of Portu gu s Sou r�e for
ex in_troejuçao da e ditora �xtos Escolhidos (L IS bºª 1980), cspcc1alm · cntc a 03.
s

Portuguese Studies, n.º 1 ( 1985 ): 193-2 chrane, Historians and Historiography


e
in the
e

eds. Chronique de Cumee , ( ' · I ara Zu I..,ll.a, ve r Léoi1 B'ourdon e ]>"ºbcn Ri· c;ird' a d Eric C o , ond são analis ados e
' Dac·ir, 1960). A rcI _ Cf. a obra
gigan t ente 319-321
os que cscr. • ação cn tre cstcs · e spec ial m
e e
· cve m , autores e 1),
8 esc

e sobre a Asia é ·1na11sad · ,. p 11 c1ros go, 198


' ·•1 cm Luís F·1·1ip · c B-11· -- n· 1 ltal:an Renaissance (Ch ica historiadores ibéricos. ain da é ampl am ente
Renaswnento·· ,·on: lie Ser e JJens 1 cto, tos e
caps I e 2 cui·1 -1n a-1·
. nas ar n os S,eculos XV e ' , Deswb mnen rapidamente descartados os óis da América que
,. es . . .
XVI 2 · , 'd · (L,,bo,, 1983), cro nis tas espanh storia de_ las !ndias,
s· Dona'i ' ' ise é .por vez , marc ' • ' O ú
nico dos prim eiro s
l omé de las
C _ a , H
d F· La'eh • A"ª m rh, M k '1d 'pcIa,c,bo,;dacJ e e pel o tom apologético. rto
i
Ba México, 195 1).
s
o,
as
Ovied
1

do
I'
Book 2 (C lic�go, 1977) 1 ª º m g o f E u ro pe · "
· volume JJ ' A C'entury o/ Wonder,
citado é o a rquiopositor de
w is Hanke,
3 vols. (Cidade des� a s q uestões ,
rio e L m ui a
6 , .
' 38 · cds. Ag ust ín Milla res C a
l. 1, xv111-
��1) _cl arifica
e t s
1ü11 ej e P111a, Crômc . an ke (vo dos cron istas .
a de º D. joao A valiosa introdução de H div erg
sições soc1a1s
. el- l\et - II, cd. Albcr . o .
(Coimbra, 1 ,º5 O) ,. G ar ia
es
M,m111s de C'irva' lho bem como os pontos de vista e po
ent

, e d e Resc11d. e, ica de D Joãr0 II


Joa quim yc,nssimo , S crr'io .
(L15 b0,1, 1973) ·
Crôn · e Mi· scelânea, ed .
67
'

66
os mogóis
Os cronistas europeus e
Impérios em Concon-ência: Histórias Conectadas nos Séculos XVI e XVII
. O de r�ferir documentos oficiais, por
p �md ad
autor teve sem . .
re O
ra s eJa conhecida a
sua proximidade a
m uito anterior E. Denison Ross e o seu antecessor, no século XIX, vezes cit . ados ipsis. ver b is. E mb o
o da Cunh a
1. al ao governador N un . guem
o
· ,
D avid Lopes -, os dois grup os de fontes, asiáticas e p ortuguesas, certos a1tos funciona, nos, em espec d m não ofender nm ,
1 2 nh d m str o cm 'd a
não são c ol ocadas frente a fren te. 10 Este capítul o é uma c ontribuição 1
( 5 9- 5 ), Ca38 st a e a o
� º: outra opçã o se nã o

m odesta para o processo de c onstrução de uma história equilibrada, excepto nas ocas10
·- es em que nao lhe re tava uma
. d O d e uma conte
nda violenta' . Escolh.eu
em que haj a uma ab ordagem mais equitativa de diferen tes f ontes e ap01ar um t 1 .
v1ai u para
e. Por um lado,
ou ou ro a o
. . . a s ua auton.dad
perspectivas da época m oderna. O capítul o organiza-se em torno estratégia mista para nnp or . ço_ es na, Ásia não tenham .s1'do
, as p eg n na
a India, m esmo que as s
er
. ordo com Diogo
u
de três eixos. N uma primeira parte oc upa-se das exaustivas crónicas ritores. De ac
s d t ro s e sc
se dez anos, correndo
u
da Ásia produzidas pel os autores portugueses do sécul o XVI. Numa tã o extensas com o a e O
and 0 n a Índia qua
segunda parte es tuda crónicas um pouc o mais obscuras dedicadas m le
u
do Couto, «este home as cousas daque
luco, escrevendo
a um acontecimento ou a uma pers onalidade em particular - neste a m or parte de1a, ate, chegar a Ma opi-1ou em dez livros». t2 Ass1. m,
. e rec
caso, a um governador do Estado da Índia do final do sécul o XVI. Na tempo m uito d1·1·igentemente, qu teste1n unha e acresc
entar-Ihe
d p ss a l d a
ioficial aos d0-
o
terceira e última parte analisam-se as m udanças oc orridas na tradição podia utilizar a auton'da e e
. m acesso sem
es c�ib a , c o
cronística durante o século xvn, quando a importância relativa dos o cu idad oso tr ab alho do dade da testemunha
materiais narrativo s p ortugueses ac erca do s m o góis c om eç ou ª cumentos de Estado. Em re l a ç ao
-pa
. ª
o d autori
ª rucipante», os comentários de
0 u�

ª
rva d
e d o es tatuto d o « ob s e . o III d �ua História sã o relevantes:
o r
declinar em qualidade e interesse.
Castanheda no Prólo. go ao Livr ue vi de1a,
que se isso não fora
1' n d'a1 e O q nem
«O tempo que andei na 'o a quem na- o tenha visto a terra,
bem me poderão e.nganar co m nos lugares em
Couto e companhia m u na - po d ' m fazer as coisas
ia
sabia com o se pod1a o 0

que ac onteceram. » 13 •
ss e rtivo acerc
a do facto de
que
As primeiras crónicas portuguesas dedicadas à Ásia são domi­ m � a
Castanheda seria .parucular . em a mandei perguntar
e te
. m m l1 a casa, n
nadas p or um tríptico compos to por Fernão Lopes de Casta nhe�a «nã o soube [a sua h1sto, na . ] e m
exagerado de a1gu
e, m que
»· p at h os ·
(c. 1495-1559), J oã o d e Ba rros (14 96-1570), e G aspar Correia m
1a '
P or escrito aos que a sab,' . tormentas, com que me v1 per . '
o to da
(c. 1496-c.1567). Os dois prime iros eram autores rela tivame nte Passara por «bravas e t e rn v e is
a pretensão de t er viv id0
.
· a , b em como m-
oficiais tanto em term os de pre ocupaçõ es c omo de estilo . A crónica de vi d ardadas e es p
»
m orte e sem esperança . p l ·
1as , de b o mb
de Castanheda, História do Descobrimento e Conquista da Índia pel�s t sa s e e
t0
«mil perigos em mmto espan o
e conteúdo dO tex
- s ' m al n o tom
Portugueses, foi o primeiro destes textos a aparecer impresso, a partir gardas sem conto», enqu a dra e
r como «pa
rc o de
nt. p r ou tro auto
de 1551, e ditou o p adrã o, em muitos aspectos, para os autores em si, desagradavelmente des c o o
14 da
que se seguiram. 11 O êxito da obra medir-se -á não apenas pela sua estilo c or e inteligência». c , m, ca ,das
primeiras décadas
' f z a ro inad
carreira na impressão em Portugal mas também pelo facto de ter sido A obra de Castanheda meados do re
a o
le va p a r a alem de
traduzida nesse sécul o para francês, espanhol e itali an o, e mais tarde história m ogol, mas n-ao nos
para inglês, e de ter sido geralmente c onsiderada c om o uma fonte uarta da Ásia, ed
- . . iog o do C, outo , Década Q 4 A passagem e:
de informação sóbria e de confi ança. Mesm o que a ob ra nã o tenha - D ' ·b 233-23 · ..
---
12
Par- o t-
a - ext. o ongm al, ver (Lis oa, 1999), vol . . I, · 5 », in
nan
Cruz . , 2 vol s v J)or l ues e H tsto
tlg
sido enc omendada a Castanheda, o tom escolhido pretendia torná­ Maria Augusta Lima ·J. B· Harrison, «F i 196 1), 163.
.
s,
pretada' e m ' Pakistan and el')'lon . (Londr,e Conquista da
e

-la respeitavelmente semioficial. Vários estudi osos notaram qu e 0 · fe1·1zmente ma1 inter
m ·
d
C. H. Philips, ed., Histonans Of :dtHistória do D esc�bri7;;r :01. 1, 494-495.
I
13 F rnã Lo pes de Ca sta nh , de Almeida (Pmto, )
Para um estudo exemplar, Salih Ôzbaran, «An Imperial Lctter from Sül eyman ' . e o d M L o pes ]-{u· mam '·st a·nd Hz.storian
lnd1a pelos Portugueses, e · Portugue se
10
rr os:
rhe Magnificenr to D. João III Concerning Proposals for an Orroman-Portllguesc e B a
Ver também Charles R.. Boxcr,· J _
oao d
Arrnisticc», Portuguese Studies, n.0 6 ( 1990): 24-31, bem como o ca pítulo 2 of Asia (Nova Deli, 1981), 120-12�15 . rians...», 162.
w
acima. 14
Harrison, «Five Porruguese
11 Ver Ana \\1ula Menino Avelar, Fernão Lopes de Castanheda: Historiador dos
Portugueses na lndia ou Cronista do Governo de Nuno da Cunha? (Lisboa, 1997). 69

68
peus e os mogóis
Os cronistas euro
, .
Imperws em Concorrência: Histórias Conectadas nos. Seculos az!
io de Abu ') F
, XVI e XVII
mp . M as ao con trár
nca imperial adequada aos t e os
po r ser m orto ao
. . ue acabaria
.
H umayun. O s seus pnnc1p ais obJ·ecti�os geo gráficos são doi s. : nt activa, e q á
b t do Decão, Barros ter
e
de que levou uma vida as a
. Índ ia, vindo
o G uz · erate, onde os p ortu gueses tm l1am t1d0 um ·interesse interrni- r�gressar a cavalo ao N or t e da
inform ação
graç à a s
. d ntá rio. Coligiu
tente des.de O temp o do vi ce-rei D. Fran� is�� ?e A lmeida; e B engala, sido um i ndivíduo bastante
se e
3 e 1567, qu ando
serviu
, lm te entre 153
onde :7anas �xp�diç ões p ortu uesas sem iofici a , s se tinham deslocado p en v nadas
. sua função oficia l, es ecia
e e ram apro
isio
â m L isboa, ond
como feitor na Casa da Í argas que dela
e
a p artir de fma is da década e 151 O. Destes dois · po nto s, nos dois ndia
tri p u laç ões e c
e xtremos d ª e xpans.ão mo gol, C asta nh ed a c onsegue descre ver o s receb i d as as
a Ásia, terá
as frotas p ara a Índia e
.
proJ ectos e xpans·iornstas de H umay un, bem cor1;0 a sua rivalidade reg_ressavam. B arros, em b ora nu nc a tenha v
iajado para
ular ao escrit
o p elos
. m t r ia l, em p a rtic
. M a s o cronista
a e
assun ti d o a cesso a cop
c om o senhor da guerra afe gão Sher Kh,an, da Ind'i a onental, que ioso
g r ç ão na Índia
.
? und e a
.
em breve tomana o p oder n o N orte ª In dia sob o título d e Sh er p�rtugueses de p rim eira e se g
a
tos em lín guas
ais documen
r pr ocura r m
�h a S ur. O declínio do sultanato H usam Shªh'i de B engala é contado n �o se deteve aí e acab aria
p o
h inês e talve
z me smo em per­
. , m c
árabe a sua narra tiva
e
com_ al gum p ormeno r' tal como a e xpediç-- ao de H umay u n contr a
o asiáticas - em especia l em a ra ap oiar
d uzidos, p
su 1 tao B ah ªdu r do G u z erate É ·i nte ressa nte ve u sa - que usaria, d ep ois
de tr a
até de form
a mais
-· f·icar q ue C astanheda t nh d a, e talvez
· .
rep rod u z pe 1O menos u ma carta escnt a _por Humayun a Nun o da n:eta-histó rica. Tal com o C
as a e
se limite à enu
m e­
q ue a sua tarefa
de lm ente
sistemática, Barros não consi
. ra
fosse principa
C unha n� d,ecada de 1530, talvez o m ais anugo te xto cr edível da t g e ses , m esm o que
traba­
um a só vez,
u
ehan elana mogol a sobre viv er p�m� versão europeia. 's Co rn o é ração dos «feitos» dos po r u
P retende, de
� d o . va central, o
p ara isso que tivesse sido nom
ea
q �e ast anhe da· via os mogó·is .) E o b v10 q ue encar ava o seu a vanço v el te m os a na rrati
eir o ní
.
tnunfant e no m1,c10 da década de 1530 com ª1 guma tre pidação, e lhar três registos. A um prim que é a narrativa
dos
s u a obr a,
, . i a, s rre t oda a
fi zeram aos
que encontra . va em Sher Shah («Xercansur») um contrapeso un ar ame de aç o q ue p erco e s P o rtu guez es
. uer r qu o
ante s
próprios p ortu gueses, e «a g ossível, de e lementos emba raç
a
ambiç · oe · E m rela�r·ão a' am eaça colocada pelo Islão e pela5
- s mo gó is. p que
. . mfiéis», despida, na medida d o
máo nom e , d e
sa s de t ão

Potenc1as nrnçu 1ma.n as,. a su a perspectiva n-a,o d'1 fere muito da de


A

t c o u te
er m u i ta p
s, e o u ras ar
, d de :< odios, invejas, cubiça odiam p erd
Ba rros, que nas pnme1 ras três Deca as d.a Aflª · tem relativa m ente m o os ve nc i d o s p à
. ass1 os vencedo res, co lo vm). Mas
p ouco a diz.. er sobre a política do Norte da Ind1. ª· B arros, c om o e a Jl, Li vro 3, capítu t
ros, D écad m ou ros
sabido, era O grande crom.st,a of,· ci· al da p r.imei. ra fase da e xpansão de seus meritos» (Bar
nc ontros dos
po rtu gueses co
ão de
. medida que vão ocorrend
o os e a de scriç
llltramanna portuguesa, e usou LI n1,l, paleta' r eto, n· ca di.ferente da de
d o n íve l d e narrativa, um nd u z­
Castanheda · E xploremos b re vemente o co ntraste entre os dois ante s povos, obtemos um seg un de « tn ografia b
» ásica. I sto
co

para as h istórias
i e
. . .. a espéc e
. difere nç a s culturais, um vel, ou seja,
de nos volt-armos p ara C orreia ', o terceiro no nosso mp , nco m1c1a1. o terc e i ro n í
políticas com
S e C a s ta nhed a p ode s e r com p ·ara d o com O cror.n s ta m o gol -nos, quando p ossível, para entidad es
·
Niz,am al- nm AI1 mad, autor da Ttabaqat-i Akban, o para 1e 1o ó b vio
• . dos diferentes rein os,
cidad es p o r
m
t uárias e
c o ntacto. E
p ortanto ex i gido a
e em árabe , e
A

am
A

quem os portu gueses entrar rei s da c


o sta suaíli
d e B arros está em Sha ,'kh Ab u 'I Fazl tú A b
. . · 1:1 os são m ais do ques B arros que obtenh a cronolo
g ias de
n es à elab
oração da
resum ida
m eros c ro Il!Stas; na realidade são gra ndes I deo']
ogos, p reoc up ado ernã N u stó­
de 1 5 30. Estas hi
o
em fornecer uma 1·mha gem no passado remoto aos seus m o narcas, pod e também ter levado F a dé cad a
yanag ar n
econcil iação
.
deseJ osos de dese , , nvolver uma lingu agem q ue p ossa servi. r com o reto- crnnologi a dos reis de Vija tentativa consciente de r
inadas no
nas específicas, usadas num , acabam por ficar subord
a
n tudo, a
ições literárias d e seja p
roduzir. Co
?e d i ferentes trad q e Ba rro s a que
ória univ ersal 0 sig
u
IS e
astanheda' Hist,ona
. do Des.cobnment
nific
o... , vol li 7 a da de 152
.
6.
interior da h ist d d éc
· '. 1 3p oss161
n a
11, A comparação Bar os. �astanheda ao f
as, publ icadas ent
l
. ..l idadc de exp lora
a
oforece-n�s'
i re
r
irrelevância dos m ogó is até ê écad
� c me do habit u,al cnrre
� I�er
D
um c�nj unto de tensõe;
tr
. . O_s. i· taIi' anos · da mesma época
s
prim eira s t_o
· não os p ode e studa r nas ano de _1 �25 ; quan
ndo
ativ� n o
G u 1 cc1ardini e c1·0v10 ' o primc1ro· elad o a u s·1r
·' i·n, ,u • s d,. e, «arq uivo» e o sc g u
· ..erl'll a arr
. minam a s u n -
]) do m1 c10 do
se
mais a relatório<º de «testem u111ias». ara um-1 an
' ' a1 ISC ' ver · · pnc
re .
. e Z111 1111cn nann, 1 5 63, e que ter p o s tum a
.' .
2 e b
AiW lo Ciovio· T.'he ILf' istonan· ancI the Crisis 011· s·,·xteenth -C,emu ry ltal Y (Pn. ncc_ro�,
! 5 5 ma o ra

. , . _
ª quarta Década, trata-se de u
1995), 2. 5-271,· e ta, mbem Ma1·I< PIi1. 11.ips, Francesco Cu nua
e 6
.. s
rdm1: 7'he Historutrl 71
ra;t (1oronto, 1977)
.r
.

70
e o s mogóis
Os cronistas europeus

Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas n os Séculos XVI e XVII


i uase cada
página tem o seu
re_ci . - �,
o seu cuidado com a p eus esboços de
o s
._aªde, �ª1 como os s
sa

cul o XVII (publicada em 1625), e muitas vezes parece ficar a dever detalhe, observado c m im �
génuo nem cuid adoso ;
era nem in
hci
.
s
.
o
0 r i n ha que
mais a Castanheda que a J oão de Barros . cidades e fortalezas».18 C . 'lhança que pouco tm
a a o
e verosimi
r e
. ·
it d
D o grupo inicial de cronistas o terceiro é G aspar Correia, sem pretendia produzi . m e f e o
. .ip1m . a escolástica que Ca
t n heda e
_
r u s a

ver com prec.isao, ou com . d mos


dúvida o m ais controverso do trio. A obra de Correia, Lendas da os que o deve, .
nestes term
a is c
. i ct . E'
Índia, foi somente publicada no século xrx, mesmo que a partir de Barros .1mpnm1. am ao seu ob . mais · próximo, em es
pmto,
e o

t 1 v ez esteJ a
cerca de 1580 tenha circu lado em f orma manuscrita e tenha sid
o ler, como o cronista . q ue a
. to' ou - comparativament - de e
d P m
usada por outros cronistas do s é cul o xvn, como Frei Lu ís de Sous
a.'7 do famoso F ernao - Men
recederam
Abu'l Fazl . e os seu , ,
es s
. gaos q p
O s historiadores recentes têm valorizado mu ito Correia, vendo ele alguns dos cronistas afe - . com
ue
i Mush taqi
duz1,ram textos
n Wâq i'at -
uma voz «subalterna» que se pode op or radicalmente aos cronistas contemporâneos , � ?ro
o a

_ da de 1 5 70) .19
mais oficiais. O próprio Correia cultivaria esta p ose, quando no (completada no mic10 da deca o goi , · s' incluindo o e, xten-so
sobre
m
prefácio ao seu livro declarava que se o cronista oficial (Barro s) Correia esc,rev e bastante , , sua derrota as maos
os

. . . e Humayun na P ersi·a apos a


construía a sua história a pa rtir do que ouvia dizer, ele, ao in vé
s, ep1sód10 do exiho d sagens (como
t � m O outras pas
to na
estivera em t0do o lado e vira tudo . A sua erudição é no tavelmen
te de Sher Shah. Contudo, tan ltões do Guzerate
o
,
es a
. 'dade entr: os mogo 1s e os su °d
descuidada e quando «reproduz» um documento desconfiam os um a versão da nvah rculava no m
dição. oral que ci
u n

ar- - n� tr� s contam


pouco que ,° tenha in ventado . A perspectiva de Correia é a de um déca,da de 1530) base
significa
_ tivas pelo que no
se ao
- In ai ue como refl
exao-
col ono na Asia, um an tigo membro da baixa bu rocracia que gradual­ da Asia portuguesa, e . sao eses do q
s
p rtu gu
mente se t0rnou parte do grupo emergente dos «casados», ou seja, do mundo mental habitadO
p 1 O . . . s entre mogóis e portugues s. e
e s o

sobre a natureza das r


el açoes - oficiai ia res.ide nao - apenas
dos mercadores portugueses que viviam de um comérci� peripa tético o rta , n . ia de Corre
Para o que nos .mteressa, ª 1·m . a esu·1,isuc
p em croni·stªs
e que chegavam a acumular fortunas subs tanciais . Correia possuía a que teve
c

c1 · .
. uên onanam
sen s ibilidade pa ra o dramático e o pitor esc o, mas n a sua n oçã no que escreveu mas na mfl e paradox
alm en t , aba n d
s, b ªstant Barros em favor d
ª
o e

de his tória esbatiam-se as distinções de género en tre a crónica a oficiais posteriores. E ste t extua1 de
e
o alto estilo e a trad.1çao - cro ní u . estudadª JJ ose
narrativa píca ra. O seu mundo é pov oado de figuras impro váveis, com a sua
ca
,
s
C rr ·
i
ª Por começos das cousas dª India
versão mais vulga.r propoSt
a
que passam por situações bas tan te inveros ímeis. Há um desej o de
o e

e que «os ebªxo o


repres entação de tudo qua nto é exótico , como s e a sua imagem de desilusão e afirmaça- o d p ·
i a que nã
o u·nham d
que ue·nte
de «homem no loca l» exigisse dele a produ ção de versões ain da foram cousas taro doura_das lvimento conseg
re c
u desenvo
a

>> e o e
mais lux uriantes das cores au tóct0nes. Além disso, a cronologia, ferro que depoi. s descob 1·iram
s

Sera
em Correia, é tudo menos escrupulosa e o que men os o preocupa. no tema da decadê ncia. ·
n ossos gra
ndes crom·stas.
rt
. d es di·ssu · nu1 o- es
�ç
Será pertinente opor Correia a Castanheda e Barros em termos de Chegámos ass, im ao qua s constant
os
' ,
o

enetrar d e v 'd
i · ona da
. .il d p p r a hJSt
a
ifi
o
sensibilidade. Cont udo, não podemos a ssu mir qu e o conhecimen
to talvez o ma i d · pn·n cip · a, l f nt
escn ta. 'A xvr é a e1ªboradª
s c e o e a a

de lugar de Correia é mais fiável, ou menos «imperialista» do qu_e e, à natu reza prolixa da e d o século
m e ta d
o dos se us c olegas oficia is. Pel o contrário , a su a lingu agem é provi­ As ia portuguesa na segunda
dencial, raiando o messiânico, e é marcada a sua nostalgia pela época
de Afons o de Albu querq ue. Po r essa razão parece-n o s bas tan te
164 . h Mush-
. . rtug ucse Hi
storians...», ui
. 0.r Shaikh Rizq Ulla
1s H arnson,«F1ve Po M us hta q 1. . p ,-Mu hal Jnd ia,
,
. . i'at-e-
desadequado defender que Correia «escreve u um relato t0talmente i? Shaikh Rizqull a
h Mushr aq 1 , Wt Life and Conditwns
':J! t mto, �1 aik� Rizqullah
secu lar da actividade portuguesa na Ásia», e ainda mais «sublin har taqui: A Source of Inf0171'!ªtl.on � .1 Deli 1993), e pa_ra ? �aq rui Hasan Siddiqi
n
e_
trad. lqtidar Husain Sidd1C)_u1: ( º��cidar 'Husain SiddiqUI tam�ém Simon Digby,
h taq , ed s. . ge ral ve r
Mushr aqi, Wâqi'ât-i Mus e ideraçã o '. · G al' ed., les
Frei Luís de Sous a, Anais de D. joão III, ed. M. Rodrigues Lapa, 2 vols. . ortant con s . Sulcans», m ·F ranço1s rim
(Rampu r, 2002). P a r� um� i 11p
t

sa d1
of·rhe Lo cherry, 200l), 243-264.
17

(Lisboa , 1951-1954). Este a uto r, cujo verdadeiro nome era Manuel de Sou o «Thc lndo-Persi an h1stonogr ra.p�Y7íim . e') Pondi
d
Coutinho (1555-16 32) era filho de Lopo de Sous a Coutinho, auto r da História S01 aces et le Temps (Sources an (
do
Primeiro Cerco de Diu, (Lisbo a, 1890), publicado pela primeira vez cm meados 73
século XVI. É provável que o pai tenha conhecido pessoalmente Correia .

72 4
e o s mogóis
Os cronistas europeus
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Séculos XVI e XVII to por _r�rte
. . .
, de t e ct a r,a um tom de ressentimen «oficial»,
conde da V1d1gue ir a mais
se tratava de algo
crónica Da Ásia (Décadas IV-XII) de Diogo do C outo (1542/1543- do cronista. N o e.ntanto,. quando ua h"isto' ria para apresentar os
a. s
-1616), iniciada em 1589 mas da qual foi ap en as esboç ado um plan
o
C outo adaptava. s1stemaucamente so trabalho de corte-e-costura
c u n o
geral por volta de 1595. 2º Este proj ecto destinava-se explicitam ente ª G ama à luz mais favor,ave1; e o
v eu p or ordem d
e D. Francisc
. o,
adas do Tratado dos Gama, q ue esc re 4 g nda
reviver e continuar o trab alho de B arro s, a bandonado h avia déc a · 2 Uma se u
enc1 a l'iterári
A

nis:a s u b s e rv1
do casado, q . ue

é um b om exemplo. da sua
'

após um acident e vascul ar c erebral que em 1567 deixou o cro d o p ç -ao da voz
,
e a a
p aralisado. A p ersonalidade de C outo e a sua ab ordagem da histó�i a característica da escnta de COut ' _ com 0 seu papel de cronist. a
o

sulo aparec e em desconfort,av e1


contrad1çao · G aspar C orreia
eram b ast ant e co mplexas, não p or caus a de asso mo s de alto e
(de que p arece ter sido incapaz), mas devido à sua inconstância polí­
. .
oficial ' e na qual v emos a sua
r e1 ªçã o g en ea1, ogica com
gosta da' pose s. oru
mb,a-
m b'e_m C outo
tica e tendência p ara adaptar vozes e p erspectivas diferent es (e por e não com João de B ar
.
r o s. T: a
. . h o aos seus leitores que a corru
pção re m a e que
vezes mesmo opostas) no mesmo texto. 21 Emb ora tenh a começado o b a1xm alorosos f it e · os
.
t1ca' dizend ,
ln d '
i a ap esar dos v .
da
o seu tra b alho co m a Década Décima (cuj a narrativ a principia �o
r
nem tudo está bem no Estªd0 .
tura cun· osa de , d1. a contra
ressentimento
H ,a u m a mis
volta de 1580), a primeira das suas Décadas a ser publicada foi ª de tantos portugueses. ª perspecti
va da In · do
açar t anto
quarta (em 1602), seguida da quint a (1612), da sexta (1614) e da p essoal' da pret en s -
ao d e a br
1 e ) co rn o a p ersp ecuv a
rn etro, po '
sétima (1616), a última a ap arecer antes da sua morte.22 D as restantes a dos «.reinois» (portugueses da em surge
, na s duas versoe - s do
b
Décadas, a oitav a e a décima são bastant e substanciais, mesmo na reform1sta ' ou arb1tns ·
' t a, q ue
ld
t a
do
m
p ª r ,
ati · co. o ressentimen
· to essoai
p
to re.ceb'i a, e
e dição insatisf atória publica da pel a Régia Oficina Tipo gráfica _e rn seu outro livro famoso, 0 S0 m p e ns as que C ou
de r. e c o ntaça- o
1778-1788; os maiores problemas estão n a s Décadas n ona e décima entrevê-se n a ale gada f a 1ta . ·smo e a sua one
s eu m d1anocentn
primeira, reconstituições muito modestas feitas para publicação no combina muito be m com O
· -se mai·s em
século xvm por Nicolau Pagliarini. reformista . . tal's 1 t a » ' C o uto b aseia
nen eda.
S e a crónica de C outo era oficial (recordemos que fora n omeado No seu terceito aspecto. , « o m Fern-ao Lopes de C astanh
e
acesso a c
rtos
cronista e arquivista por Filipe II num decre to de Fevereiro de 1595),
ou e
B arros do que em C orrei a
do su1ta- o Bªhªdur
1a r . m e n t e ter tido
, v erdade que C orrei·a af"m:1 ª re g u
não foi beber inspiração apenas em João de B arros. Os escritos do E
. n· osos, ta1s como .uma h'1stória mm·to p erd1. do
manuscritos m1ste á . '
cronista de fin ais do século xv1 estão marcados por três caracterís­ p n rn e ·
ir a rnão ' h
tica s que merecem p articul ar m enção. Em primeiro lugar, de rodos do Guzerate, ou um re1atO e
m
, ou_ c�r_t as
h'istónas
de 1 49 7_ 1 499 _
os cronist as até agora analisados, C outo era o único intimamente da viag em de Vasco da G ama lv e r e m m 1steno. M as eStes
olh eu . en v o · - ara-
ligado a uma única família e à sua fortun a, ou sej a, à f amília de Vasc_o manuscritas de Kera1a que esc m a g · ação de C or· reia, sao r .
m
1 no senudo
textos, muitas vezes produtO d
a
da G a ma e seus descendentes. 23 O leitor da extensa correspon dência t e x t o s « orientais»,
e nuco
A
s •

s em
arto mente apresentados comO aut d1' 1·nspirar-se em documento.
e ntre C outo e o seu principal pa tro no , D. Fra ncisco d a G a m a, qu
em que B arros escreve quand °

or sublinh
ar a sua m
iStU ra
ntª fazer-se
an si o s o p _
Diogo do Couto, Da Ásia, Décadas IV-XII (Lisboa: Livraria Sam Carlos, 1974- ,arab e, p ersa ou ch'm es. C ou. to meira m· ao, te
A
20
· c1
A
e
'

m

pr i guns
-1975), reimpresso da edição da Régia Oficina Tipográfica, 1778-1788. Maria Aug ustª n a
. ca textual · Al. a
Lima Cr u z lidera um projecco de reedição destas Décadas, especia lmente daquelas
, mca de erud"1ç-ao e expene
u
, por uma alta au to n ' d ª d e em cn,u
. O da sua emb aixa
d
passar tambem C lav1J
de que existem versões man uscritas. Cf . o se u Diogo do Couto e a Década Ott�va · o o re l a t o d e
aos
dos do cumentos que cita, co·m ·s. M as no que se refere
da Asia, vo l . 1 (Lisboa, 1993), bem como a edição da Década Quarta citada ;ibaix
Ver Char les R. �oxer, «Diogo do �ouco (1543-16,16), c,ontroversia l c hr 0,1: í
�-
1
a Timur' era m-lh e, sem d
, vida,
u ac e ss ,1vei
sas. Por um do 1ª '
ais confu
21
, a: t t a n t e ..
' ,".,
c ler of Portuguese As1a», m R. O. W Goer t ,., ed., Iben.tt - Luera1"y and J-f ot ori
mogóis, as suas alegaçoe - s sa- o bas
Jssues: Studies in f-fonour of Harold V Livermore (Calgary, 1985): 49-66.
ão Marinho dos
António Coimbra Martins, «Sobre as Décadas que Diogo do Co u to deix? do. e si·1v a e Jo (Lisbo a, 1998);
u
l Azeve
Jose; e
22
n� M an u
inéditas», Arquivos do Centro Cultural Português, n." 3 (1971:) 272-355; cambc l us ilhos na, Í_n ae Maria A ug usta
di
14 Cf. a edição rcc.ente de .
rt, da Gama e Se ,F a recensao d
Coimbra Martins, 'Sobre a génese da obra de Couto (1569-1600): Uma c a Sant os, 7i·atado dos Feitos de y asc �
rc l ·
eta' de erros ' 469 -48I ·
b 1 caç o p 11 (20 01 )
inéd}ta», Arqui1:os do Centro Cultur�l Portt�guês n. 8 (1974): 131-174.
0
. . : . e para uma crítica desta pu ' e Além-Mar, vo 1 ·
l a
0 de d
- O primeiro trabalho s ubstancial dedicado a um membro da fa milia !0 1
3 _
Lima C z cm Anais de HtSlÓrl:a
ru
Miguel de Castanhoso, História das co�sas �1ue o muy esforçado ectpitão J?· ChristoV)� 75
da Gama fez nos Reynos de Preste Joao, Lisboa, 1564 (re1mprcssfo, L1sbo;1, 1855

74 4
s e o s mogóis
Os cronistas europeu

inaria no sé-
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Séculos XVI e XVII
di
,

, e ª de Babur que re nfunde


do p oder mogo� na I_ n A

outo, que co
relato de C
a
ct_ _ � ��
tal como Correia (e até certo ponto G arcia de Orta) antes dele, culo XVI. A mamfesta mex l?� nte afega- o Bahlul Lodi (quase de
a º

. o, n.a mogo1 com a dO dmg•e _ eocupa agora;


27 o que
Couto alega ter acesso privilegiado a um mundo se mi-subterrâneo a h1st
h'istón ' ) na o no s pr
que
certeza o «Balobo» da sua 1110m e difundido e .
a
de ren ega dos e mercenários portugues es e outros europeus, q� e cla ramente co
traziam informação re lativa aos su ltanatos do Decão e aos mogóis
. .
e, interessante e, que o t
e1;1ª
.
era
d a tradição
popular, à maneira
aª p rti
Couto o usou na sua cromc
a r
Está disposto a pintar a lgumas destas figuras e m t ermos se�i­ P into.
-heróicos, pois assim legitimizam a própr ia crónica. M as a pretensao de Correia ou de M end es
q� e se refere
m aos mogóis - e
C to
N em todos os capítulos
d . ca - podem ser analisados
u
de autoridade e m crítica textual ve m a o de cima qu ando Couto
e o

eno r m cr om ,. ,
há bastantes por toda a sua . que fala dos mog01s
e
afirma que por ocasião da visita de emba ixadores mogóis a Goa nas nt O t s regi stos en1
cta m nt
desta forma. Ha, certame s estão dire
u ro e
décadas de 1580 e 1590 lhe foi dado acesso às crónicas persas d�s ortuguese
e e
· t s p nt e
nomeadamente quando os m outros e
re s es
a'ticos ou
r
p rópr ios mogóis; ou quando, em relação ao Decão, diz que coligiu
e
ct d '
1 P lO m
em causa, e s ão descnt · os onta os
nte provável �ue te
n ha
informações de 'Ali bin Yusuf 'Adil Khan, o filho do fundador da � n).. É P erfeitame c ca
Goa e Agra (ou Fatehpur S � para sustentar a sua narrauva
i a er

eStªtªis
dinasti a 'Adil Shahi de Bijapur que vivia exilado em G oa. . .. s resi. dentes na
utilizado documentos , n. os dos J·esuíta
As fantasias de Couto não aguentam um escrutínio mais meti­ c m o s relato ' or, e,
disp
destes contactos, bem m eios ao s eu
o
culoso. Uma comparação das listas de reis da dinastia Bahmani (e do t
o
s
com tod s e s es
trata a
corte de Akbar. Contud0, aneira como
o

seus reinados) adiantadas p or Couto com as definidas por Firisht


a s r v amos a m
e f az com algum desapontament °que o b e
. , his tó ria dos su
ltanatos d0
revela grandes discrepâncias. D a mesma m aneira, a anális e qu . . azões o
' b vi dele uma
a
históna mogol. T:alvez por r
s
ur _ recebe
a

das origen s dos mogóis no N orte da Índia pouca semelhan tel11 ça d n g ar_� Bijap
Ah m rtes do
Decão - e acima de tudo e certas pa
a
ser dito d
a
c?m os te�tos persas que conhecemos.25 Na sua opinião, um do . p o d ra rrendo-se
s
o mesmo
ainda que soco
e
. atenção mais extensa, e . .
filhos de T1mur, chamado 'Umar Shaikh («Haomarxac»), foi d1rec­ , qu tra t c m c .
u1dado,
es s obre a h'1st , a
on
o Sudeste Asiático
o
res. As se
c çõ
tamente responsável p ela presença mogol no N orte da Índia. Cout
e a

n despudoradamente de text.o
s anterio
s h n, ou da As1 , . a Central
d akh -
escre�e como , após a morte de se u pai, «Haomarxac, qu e alg d B a serao no
a
, , u
u s
de longo prazo dos mogois � o, r.ia de Chinggis Khan),
o

nomeiam por Balobo, que era moço e ficou sem nada, porque o . do uma vers a- o da' hi st , n·a a uma
s

n t (m· clum _ o em escrever h1·sto


outros �ois irmãos lançaram mão de tudo quanto puderam». Dia m b '
iç a
completamente
e
. ma a
ma, x1mo reveladoras de u _ b andonara
destas circunstâncias, deu-se o inevitável exílio : «Este Haomarxac, o que Cout n . 1 saber
u
erá s1mp es
a o a
escala global e sugerem
o

Balobo, vendo-se deserdado, determino u servir a Mafamede e sain ­ do . lectua! de Barros. Não s nto
o grandioso projecto
mte
B r. ros e Ca
stanheda, que t.a _
-se do� estad s qw� foram de seu pa i em traj os de calandar (que é o lªdo d em opoSiç
ao ,
se catalogaríamos Co- uto a
a
o, ou se,
e
� lá tic
pere ?rmo)� fo1 can:imhando par� as partes da India e atravesso� wd� . e
. . am na erud'1çao e no ngor · 0na1 recurso a elementas · de
c
s o s

car.» . sisur . com 0 0cas1 im,


o Hmdu sta o, e fo1 parar no re m o de Deli, donde se deix ou fi » . M esmo ass
m
na trad.ição de Correia , n t e miúda
«g
Couto prossegue descrevendo co rno Balobo se tornou popular entr - a voz d diria que h'a mais · de
e e
«folclore» e à acett· açao d.
a
e e a r . g a f '
1a recente' erem
os outros calandares devido à «fama de sua vida e religião , qu . a h!Sto n _ na- o apenas por amb s
e contra a corrente d . ·-
o r os
e­ ,
espantosa»; trans formou os seus seguido res num exército consid Correia em C t d qu e se su p o e
d , ndia (uma opmiao
I
do porque ª
ado
n o , . cos do Est
o
rável, atacando e 1:natando o rei de Deli, to rnando O poder e cria
d ou o a

nta «anti-establishment» .e cnu contestada), mas sobretu . vezes,


um grande domíni o através de vá rias conqu istas. Couto até no s co nte mmtas
dor que poderá ser efecuvame lina d o l11· ston·
ador está'
que este Balobo «que se entitulou rei dos Magores» foi o funda posiçã
'
. o de Couto sobi.e � d_ �/da de Correia.
is i
,
desconcertantemente proxun
ul
'.s _Ver os meus breves ensaios ,,As origens dos Mogorcs (Mogóis): Con_fronco1 . , na. «Ballu», como Bahl
h, sc o s sobre.,
da liça� de Como com as fm�rcs cm _língua persa»; e ,,O sultanado bahrnân1da e;. m as
odavi. a, co · .ad. Siddiqui, 1-15-
formaç�o do sultanado de Bl)apor», m Couto, Década Quarta da Asia, ed. M.
17
Comparar este relat.,o, c Mush t.aqui, n
. • -
Lima Cruz, vol. 11, 1 l l-114, e 146-150. Lod, e chamado, no Waq i at-e
2 , ol
" Diogo do Couto, Década Quarta da Ásia, ed. M. Augusta Lima C ruz 2 v s, 77
(Lisboa, 1999), vol. 1, 544-545.

76
Os cronistas europeus e os mogóis
Impérios em Concorre.ncia: História,•· Con ectadas
.
nos Secu
, los XVI e XVII
ação, que é assim
bastante injustas. I sto condu-lo à sua própria situ
críticas : «Lembro
tratada, num esforço de anulação de potenciais
Crónicas individuais
arga e o tempo muito
A tradição cro' nística' portuguesa , lo não inclu1a pore �1 que tive p ara escrever a maté ria muito l
h erdadª do secu de pessoas a que não
ap e nas O t ext o h1s tórico em 1 rga
xv :s t_r �1to, sem poder tomar mais, com in cita ções isso quanto
. escala. Ao l ado deste, h avia ourr os ar e trabalh ei p or
escr� t_os, normalmente � e hcit� desob edecer, mas desejei acert ,
enco endados p or um ·
m d'1víduo ou urna s estimari a, crer-se de
fam1l1a' com O propósi to de g m� fo1 possível [...]. Porem, a que sobre toda
1 n'f�car um a p erso na gem ou urna procurei alcançar pellas
J'm h a_ g��- Já referimos que O
� mi� que desejei muito fal ar verdade, a qual
ais razam tinham de
p rop �to Couto fez i sto, ao escrever mais graves testemunhas de vista, e que m
a
a h 1st 0 n a d os G am maç ões senão
a e a de u m fI d alg o
dO f'm a 1 do sé culo xvr, o aceitando i nfor
D. p .au 1 o de L'ima Pereira ai, saber e mor obriga ç ão de a falar, nã
de Goa per só
d cróni ca sobre a Á sia . Couto , escrevendo as cousas
seg uia uma tradi ção q ue ' ntÁ . ª ?ªs mais calificadas pessoas s de Chaul pello cap
itão ­
sua

G ran de Afonso de A lbuquerq


s ra remontav a aos Comentán.os do
.. mforma ção do vice -rei que as governava, e a ncipais
ut_ona do filho d o herói Brás outros cap itães p ri
(Afonso) de Albu q uer que
ue d
', e ª � ' , de -mor D. Francisco de Mascarenhas, e per m es p e -
Ou ª romca de D Joa-o de Castro acr e d i t a dos p or ele s, se m me se
r p os iv el p ass co a
Leonardo Nunes, J·. escrita'
ar
, .
textos n0 mesm o
ª em meados dO secu
. lo xvi. 28 H avia ourros cula ção avante donde ch eguei.»
.1º
tratados
estilo, ce , a forma como são
num conJ�m · o de acomecimemos .
,ntt.ados nu ,_n u mco aconteci mento (ou Por outras p alav ras, qualquer que seja
mumameme li g ad os entre si), estamos a lidar co
m uma
c omo O p r imeiro cerco de n· 0� assuntos nesta captatio benevolentiae, n st trans­
em que o cro
de,cad as de 1560 e 1570 u
t u em 1538 ' ou os cercos de M alaca n as história semioficial altamente controlada,
i a se
. de um punhado de bres
. m exemplo re 1 ativ · am ente ne gligencia . do for i:n a, para todos os e fe itos, no porta-voz
no
d est.e géner0 e, a História · te contexto, Pereir
a cons ­
o vzsorey D L uzs
da 1,, n d.za n o tempo em que a governou muito bem colocados e seus agentes. Nes z ão p e la
. de Ataíde d e Anto, n . que 1eseja explica é
0 pen,ado d·_e 1569 a 1572 10 p ·m to Pereira, q ue cobre trói um argumento causal em que o
r a ra
mente
e que fº'. p e l a p rimei ra vez� p ublicada, sia foram simult
qual vários entrepostos p ortugueses na A
anea
mu1· t � d�pois da morte rever a valentia
do autor' em C 01. 1 b ra , em 1617.29 Escri to a �acados no temp o do vice -rei seu
herói, além de desc
11 ara isto é
na p.nme1ra metade da
dé cada de 1570 , es te texto s mgu lar com que foram defendidos.
O ponto de p artida p
destm ado a meIh orar a i . estav a c laramente portug s» , que
' magem do v1ce- re1. q ue regressava a Porcuga1 , ª «liga que alguns reis da Índia fizesrcal am contra os
uese
e era dedicado ao mon o da derrota
de Vijayanagar
arca reina ' nte, D. Seb.'ast·- , ao. p ensa-se que o na sua opini ão terá ocorrido no re d
au tor d 0 texto
nunca terá visitado a Á sia: da décad a de 1560 por
(«Bisnaga » ou «Narsinga» ) em meados
uma

c ialmente de fo ' denvando a crónica essen- A ejd lxá»),


ntes orai s com s po ah («o Hidalcão
zm h os de materi,'11 escrito' t al for ça conjunta dirigida por 'Ali 'Adi ) Sh
l a

co in o ªlg umas cartas de '


'AI'1 'Atdi� aluco el Rey
Xaoxem»), e Ibrahim
1 lSh h e de um ta l M urad Khan H usain Nizam Shah (« Niz
(o seu wazzr, , � ou « regedor do , ª Nizam Sha h e 'Adil
m
nde que o
a

Q utb Sha h («o Cotamaluco» ). Defe


o
, eyno ») ao v·ice- rei· p ortuguês. No ia pa ra lan çar um
seu p ro 1 ogo (< ao 1 · m esta vitór
r
< e1tor»), Pere·ira traça a g Sha h usaram O momentum gan ho co
ene a Iog ia d o historiad or dri R ajá
a te, H ome ro «a q am an do o Samu
. � '. uem, de con m '
m . cansentimento se dá o nome de tr p tugueses, ch
projecto ambicioso con ci a da cap itulação
P. ai· d.a s c1enc i as. », e depois menc. JOn oi a substân
os o r

de <: alecute31 p ara a aliança. Escreve : «F


a

. a um se.n. e de amores clássic o s rtugueses,


111C 1Um dO «O grande r· ª
. no e offença dos po
. 1t
q uais. , comu d0, .isento de crít i _
o Lívio, p ai da h1st0..t_,·a romana », nenhum dos da liga ficarem confederados a todo da essoa c_ om todas _ as for_ ças,
mp
cS a lg umas JUStt'f'1ca das, mas em gera1 e os reis obrigados a fazer-l he guerra e con seguir ma10res
e que p odia
ca

pellas p artes onde a cada um parecess


er por si
fazer p az ou trégua
sem
Antonio Baião, ed. Comenta..
O. d
e f eitos, sem algum d l p ueses]
los [aos portug
28 • . .

en do lan çá-
nos do Grande A_fonso de es o
d
Albuquerque , capitã e
o

s
geral que foi das Índias nen
i° acordo dos confederados alcão ficasse a
vida) que ao Hid
ta1s em tempo l mu o
primeiro deste no , 2 vols. (Coi u poderoso rey D. Manuel º. , e o c ce

do es tado (como tinhão �or sem du


mbra, 192/ 92 )3 - A ob ve,
publicada cm Lis:oa,
t, cm 1557'. e rc1· mpr�ssa cm · f·01· p c J a p nme
ra · 1ra
· ,z
1576
-,9 António Pinto Pcreir.1, · H_mo_ na da lndia no
D. Lu ís de Ata[de, int rod M temP· .0 t'm que a govemo?t o v1sore)I
· ,rnuel Marques D ua e _ a
is boa: fmprcnsa N a cion l, .
1987); 0 texto é r,-c1mprcsso d a primeir.1 cd:1ç" o d en (L ria Pereira, História da Índia... , 130 m orim e
d Calecuce (N. T).
111� bra ( 1 (i 17). Como M a Sa
30

Augusra Li�n• C 1_uz re f erc p 6p . ,l .. Co Em Portugal conhecido co mo o


' � r no Couto us .1 mun . . i. -
ci a 1 mente Pcrc1n'.' pare
.ii

cu1 armcntc 110 quc, d'·i z rcspc1t o a, .. o I 1b,.


analis d .
e a costa d e K·
,mar;i na Década Ot1a.va. 79
mogóis
Os cronistas europeus e os
.
'. Conectadas nos Sec
Impérios em Concorrência·. Historzas , ulos XVI e XVII
agem
nca usou pion
a nação nu
Andam todos a cavalo porque a su i il ados
aratosos, .e m
u to at
de G oa com os castellos dare. dor deIIa e as fortalezas de Onor a, vãos e ap
ilh a na guerra. São políticos na vid ç
e !ou s e
armas, ncas,
an
e B raçalor, e o Nizamalu co as c1dades de Ch aul, D am ão' B açairn
, d p es soas, trazem
em traJos, e tarto e su as te retrato
. ro e prata [...]». A es
.
e suas , terras, e ao Ç am, o nm Manga_lor, C�nanor, Chale e Cochirn. roupas de seda com guarniçõ es d' ou tod as as armas
avalo, e usam
porem, o q ue deu ânimo ao H'd 1 ªlcao e .Niza maluco' p era im aginar acres�enta que «são grand es h
om ens de c
ur opa», e e
logia-os especialm en te pela

ar nellas, e cuidar qu
e as m E
taman.h as coisas' e O que os fez que com a sua força
ofensivas que costu e
_ det�rm ,m.
m am
flecha. Nota
pode nam acabar' n ão fo1· al se nao a v ito na sobre, o saco de B isnaga, sua d estreza no uso do ar co e da
poderiam conquistar
. ' gores facilmente
onde viram q ue d e s e terem _ u do , e c onformad o, p roced era serern e t écnicas militares estes mo amm ad
rn
ci ona a tenta
tiva de Mirza Muh
· a, senh or della, príncipe de , m r
t») de tomar o pode
poderosos. para destru1· r o re1 de N arsi�g nu m dia o G uzer at e e en
m «M irão Hame
mun · o �a10r poder e amoridade [...] ». Zama_ n (por ele referid o co o
desenvolvendo a te se
.
no fmal da década de 1530.
Pereira prossegue ir que,
P ereira n. ão. ,h. es1·ta em suge rir q ue O q ue estava por trás disto era
am de M agog,
dizendo logo a segu
di igem
, S trução na quaJ o fa cto de o Samudn de qu e os mogore s
a «f, sc en
e d os mf1e1s»' uma con
certo que eram de
de or
ade, era
'
não ser um muçulmano e totalmente ig
. · norada. Estes ataq
ues ao n� esmo que isto não f o sse v er d
«a q uele mons
truoso conquist dor, a

r' ·
Estad 0 da nd1a são cons1·derados tra1çoeiros · , por os portugueses cita, corno é também o ca
É
so
st
de
e context
o que faz
uma breve m
enção

dido 0 G rande Tamor lã ». ne mo


io que confi
teren1 v·ivi· do com estes rei·s «na seg urança d o nd o co
a pa z, sem ter socce
na
m l rg o senhor
pela terra dentr que ,
a
' ccidente. que a de vesse violar». Em todos estes desenvolvim entoS ao :<grão reino de D e y, l co o
rrem tanto
a
Sofi, e as faldas do Mar C á spi o , co
os mogois , nao - desempen ham g rande p ape J · para Pereir a a presença 33
m. ogol nao - tem realmente mt · eresse ,parti"cuJar, poi·s o seu ponto de vem a confinar com Cambaia». é interessante por
várias
P o Pereira
edíocre do P tug
tó int
. a A crónica de An nio or al
. é es'tre·ito em te rmos cronolog1,cos e g eogr áfi cos. Assim,
v,ista
m in t el ectu al m
razõ es. D emo nstra co m , construir uma
o u
u rn ca ,ana 'I1se dos mog o' i·s d'a-s,e no cap itu J O q um · to da primeira parte dé c ada d� 1570
metropolitano podia, por volta
da ter
da cron�· ca, ·mt1· tulada «Dos po vos mogores, e de a1 guns assuntos e entos na
Asia sem nun ca lá
a,c ontecun entos relacionados co m
o re
.
c ·
m O de. amb a1a». O context
o narrativ a coerente dos a c
xt
on t e ci
eri
m
a interessa
nte uma co
mpara çã o co
m
m
. posto os pés ; neste conte o s
Malaca, no mes o
e a vida po J ª
. '1t1·ca durante O sultanato do f 1ecido su ltão do G u zera te ,
J orge de Lem os e a sua hist ó ria d o s cercos de
tanh eda ( e de Le
onard o
e em pa 'rtlcu1 ar os acontec·ime �t�: da década de 1530, após a morte t e i ra de Cas lomá­
período. Além disso , es dip
correspondê
ª
na ncia
do sultão Bahadur Sha N o
· , estes «Mogores» sa ução de
o
pm1 ao de p, ere1ra p d
I · �unes), mostra como a re ro
d o cronista
. Pereira rep duz ro
pouco 111 e h ores que piratas ou mercena n·os, usca m t
ave ntureiros em b
n o
tica se tornara parte do equip e é notável q
a e
,. . de Ataíde,
ue
a D Luís
de poss1··bld 1 I ade s de expansão pol
ca. �sc reve como «desta gente algu m as cartas de Ali 'Ad
Sh a h t as
ve acesso: «As q
il uais car
� , m
[os mogores]' da qual andan em . Camba1 trcs
sol to. s em q uad n-1has co i o av enture iros,
ª � m1·1 h om ens de cava)o descreva a forma das cartas e c o m o lhes te
s h istória na
m esma forma m e
· do n as empresa
s ta del as
nos pareceu bem irem insertas
ne
n se rvm rio original
os o próp
e
aIhe1as' .spre·nando azos de, se fazerem senh mpre v , p o rque vim , ritas
ores, Iançando se . ã
eu esc
chapa do Hidalc
que o Hidalcão as escre o
- do que., podem sostentar fora . . o fi na l e
e rsi a, em
mao
- ' de toda a SUJe1ção e obediência s em pode r do viso-rei, debaxo d
: p rimeiram
ente �a Pé
nao d e quem e1es q uerem s,
1 . egm· r, pel ª
. la qt1 . J razao
.
- o seu mesmo rei e em duas línguas _ persa e port
u g u

no mesm
ê s
o papel,
debaixo da
mesm_a
senh or na ' t u ra [ou seJa', Humayu n]' os quizcra J. á mandar conq uistar. que escrevem per autori dad e , e
Bernar Rodn­
d o
g uê s por u�.
m p o rtu nde
chapa e final, a tresladação e d a v a l á [no
_BiJ apu �], pera o
gue�, cristão -novo de Goa, q pes que
a n
pcre1. ra, Histór ue
delitos m ais tor
ia da Índ·ta... , � 44. Tnfolizmentc., h.. . dorcs modern os com er outros
)2 0
IStOna p
M anucl Ma r qu es Dua� n .e na sua introduçã ( ia p fugm co m uma mulher cas a d a , e
to hábil, ladino em
-34) têm rido a t endênc u ro r ser mui
ra
o
a
desvaloriz·ir um� v ersao muita mais prov·í;�e d33 m ; e p guesa,
os ac ont eciment os d·1 dº p or o c entre os mouros se n ão estranh e na portu
a
cronista Antón io de Castilho, no s·· e·L1 Comme t, w ' e q uente n ela
G ' a "e Cha11l no
l íng uas, prin cipalmente em
persa, e lo
· o y D. Luís de At í e ( 7 sª; do c�1- o de o
· c
anno de,1570 send v1s gere q ue a al ai nÇ
il
/ -n
·
ad
3 ) . C asnlho su ·
era apenas en,trc. 1 IJapur e Ahmadnag'1r' e que se 6··1sc.iv.i · .. . num dcs Je . O de recupc r
a
... , 168-169.
1
1
o contr ol o da costa _d e K 011 1<:111, bem corno na rehç"
. . . dos sulrõ es con
· .·'º co 1 ecnva Per ie ra, História da Índia
o r
JJ
. . do !n' oe· A teona grandi osa ti e u 1 v·1st
Shah T.'1 1imasp
· 1 a por 'o .o, u • ·. . 111·· · · a conspi· ração prop osta P 81
Pere ira, e s eguit m n nca foi apo1.1d.1 por outras provas.

80
Impérios em Conco
rrência: Histórias
Conectadas nos S
éculos XVI e XVII Os cronistas europeus e os mogóis

se serve o Hidalc
ão dele com O s
sua letra vm · h am tresladª ecretário nas cousa n a �oca das diferentes personagens; na crónica de Pereira, a repro­
d as da escrn . s de fora, e de
co1 1 Pend" ura persa, que por ser muito
: tosa e com preensível duçao das cartas é seguida de capítulos em que 'Ali 'Adil Shah fala e
m�1s de seis, por c ' uma 1auda dela
ausa dos carac o cupav a no português exorta um conselho de guerra dos seus «capitães e principais pessoas
fetça- o, arcados a m ter es' gue sen
do todos quasi de uma
odos de mei.as de mor autoridade no reino», e depois um contra-argumento alega­
que 1evam dentro luas' tem a d"f 1 erença em pontinhos damente apresentado por um nobre do Bijapur chamado Noricão,
e fora' e tam b,
do corpo de cad em n a pane per «de condição livre, muito inteiro, de grande ser e prudência», que
a letra.»34 onde v ai o aberto
Esta extensa intr fala contra um ataque aos portugueses. Estes discursos dramáticos
art
odução r ce
ª
� as traduzidas, a primeir/��a� � reprodução ipsis verbis de duas
e
nunca são apresentados como tendo o mesmo estatuto que as canas;
etembro de 15 atada e a s
70. Nestas m1ss1 egunda dat ad a de 26 de 0 cronista não se preocupa em contar ao leitor como é que lhes
as emba1x · adas respectiv v as ' q ue p e cem ter acompanhado teve acesso, e percebe-se que servem para preencher outras funções
as d RO d .
ar
0 'Adil Shah gu ngo de Moraes e retóricas, para lá da palavra escrita. Não se trata somente de um caso
eixa-se ama:ga Khwaj a Lutfullah,
e aos seus
su'bd·1tos dado mente do trata . ei:1 �ue se contrasta o discurso com a carta traduzida de uma língua
m nto aos seus navios
pe1os of1.ciais p e
e Chau1, que
os pilharam e ort ugu eses em Ormuz' D.iu asi,at1ca, pois as cartas em português que cronistas como Castanheda
e moças que a « as revolvem
todas, e todos os moços ou Couto reproduziram são abordadas de maneira muito semelhante.
cham levam a
entram filhos terra a fazer C Isto dá-nos uma pista sobre o que separa G aspar Correia do resto
de mouros ho hristãos por força ' onde
seus maços es nrados ' e su as dos cronistas: o facto de tratar a carta escrita precisamente como
cravos] abexi·ns mancebas e mulheres, e
em pan·icular[ e mouros». Js E
stes assuntos' declara, e se tivesse sido transmitida oralmente, ignorando a diferença entre
a questão
na su a ami.zade da conversa_ o fo .
com o m
r ç a da, causam muno desgaste a s du as fo rm as. Mesmo assim, a cart a traduzida de uma língua
gue�s resolve r
a tensão ·
onar.ca de Por
o t ª,
ug 1 e cabe ao vice-rei. portu-
. «�rienral» tem um lugar peculiar na crónica portuguesa, pois são
tratamento dos utr as questões
n avios m'ap·li as nos p orto
ªbordadas nas cartas são o fenos esforços óbvios para a preservação do seu cará cter exótico. No
de certos bens , de . .
s caso das missivas escritas em persa, isto envolve o recurso a formas
Sh ahr.' e o trat
cruc iais (e
m parti.cu la r' op . BIJapur; o livre trânsJtO
io) para os territórios 'Adi"l de tratamento particulares e exageradas (o vice-rei é uma vez ref� rido
Ponda e Be1ga-
amento
dos es cravos c . co_mo «o
o - que O 111o n st ã o s que f agem de Goa para mais singular, prudente e esforçado Príncipe nunca à India
aos seus, senh , narca de BIJ..a veio, como é notório em todas as p artes onde sua fama se estende»);
ores. E muito pur concorda em entregar
tra te esr as ca natural q.ue há igualmente uma textura de língua em que marcadores como o
n as com o me . perei· ra no seu comentári.o
mostras de am r a «d1s si m
u laç a- o» e corno «fin gi·das uso_ exagerado da voz passiv a e os verbos impessoais e reflexivos são
· ade», qu'an
iz
gue rra conera o d0 de fa cto o muno postos em evidência, para produzir um discurso algo elev ado
s por 'Ad"lI Shah planeava uma
sua fo rm a «erua , tugu eses · Contudo' a pre . e ar caico; finalmente, estas cartas são muitas vezes traduzidas num
» e de algum sença d estas ca nas na
do s,e culo XVI a Uti.1I.dade' p . tom qu ase bíblico, como quando o 'Adil Shah aparece a declarar:
. um con tra-ear . ois· fo rnec1a aos leit. ores
crornst'as
portugueses g u m_ enro . I �1Pl'ic · «e vejam os seus costumes antigos e vejam a sua lei, se manda tomar
de ue nao e tto às pretensões dos 0 seu a seu dono, quer sejam almas, quer fazendas».
guerra ent re as xi sti m
duas panes: a r azões reais para uma
Mas façamos u Nos finais do século XVI o texto de Pereira não era único na cate­
ma pausa para goria das cróni
po refie ctir .
_ ndê nci-·a d"1P1omática na co cas individuais ou dedic adas a um assunto específi co.
d. -
· na 111cl usão desta corres-
s ao com o Ja , n st r
.uç _
ao d,a propna , , . O próprio Couto teve acesso a muitos delas e várias vezes as pilhou
· vi· mos no · cro . si.vas
eru iça· 0, confian
. ,e
� ça e compr ,
caso d� C
omet11nento
ª stan heda, um
nica. As mis
sinal crucial da
sem piedade
p ara prosseguir rapidamente a sua tarefa gigantesca.
Assim, para a sua décima primeira Década, utilizou seguramente
nesse asp cto tem u d o c 1on1
. ·sta com o Estado, e
m est'atuto ba outra fonte suplement 36
stante d"f I e renre das falas colocadas ar, até muito re centemente por publi car.
J; pcrcrr. a, História da Í
A mençã, o de ou n d,ta... , 333-
J5 334
(347), é co nfus.a,. tro e mbaixador, «u� 36

Biblioteca Pública e Arquivo Discriral, Évora, _CXV/1-13, f?lios 231. _Uma


rna111fcstamem 1 . p . ao
- >
c o nornc n �1 n � crsa chamado Coração Cão»
• _
copia posterior,
'i' podcna ser Kh de 1749, pode ser encontrada na Biblioteca Nac1011al de Lisboa
orasan Khan.
82 83
o s mogóis
O s cronistas europeus e
. Conectadas nos s·éculos XVI e XVII porto de
es a tomar o
o de Menes
Impérios em Concorrência: Hist,orias
bé m D g
. ,. �ais tarde a
judou tam o pela força
. Como recom­
i o
, ) no C nc ã
anghamesh war (San guicer cedi do
Refiro -me aqui à cro mc . a do inicio dO se, culO XVII Vida e Acções de 572-1573 foi-l he con
o

ili tares, em 1
M. ath.zas de Albuquerque a que durante mu·t i O tempo se d eu pouqu1s- pensa _dos seus s ç r vi m
honra para algu m é que
m . sinal de
e os
O z, u
sim
. a ·importanci a , se exceptuarmos u m b reve estu do feit o pel retto à capi':"ll a de
u
, .
o rm
co serviço.
'

, �/'.
A •

histon·ad or ·i esmta J osé w·icki e a1 guns comentanos de passagem por7 sempenhara a mda tão pou g resso u a
3 qu e a d o ec eu
g ravem ente e re
um con heci"do especialista em Couto' A mo , m·,o Coimbra M artins Em 1574, Alb qu � Maio de
do_ a Lisboa
p ugal_ no g�leão São Ma_teus, chega�
u er m

A personagem centra' l deste te.xto _. d ª p rovavel autoria de um tal o propno


D. Sebastião e no an
o
tn p l A
. auas de A l bu querque, que des rn
e - 1t 75: Foi recebido em Al -mor do Sul. s
e
Miguel de Lacerda - é O vice-rei M omo capitão
m e m
à A ia c
penhou do·is mandatos eonsecu. uvos entre 1591 e 1597.38 Podemos segu mte foi de novo enviado dos sultões de
s
der M alaca
. . bê n ia s ram defen
suas princi pais incum uquerque foi
fazer uma resenha da sua carreira' reconSutum or Goa, Alb
e
do -a a partir da Vida
c directo
pa r p
e A cçoes- e da crónica de Couto. N ascido em Lis boa em 1547, filho Achém e J ohor. Em v ez de s sa
o pelo Sri I,
anka) na nau Santa
(pa s an
de_ M anuel de Albuquerque e de D ona Cami·1a, entrou para a casa do ª Mal�ca desde Moçambiqaue f a
s d
s de J ohor
no Dia de Ano N o
ap
vo de
Catarina; aí lutou co n r ;
rei D · Sebasu·-ao em 1559' pouco depo 1. s de este ter sucedido' corn.o de Aché m
or rou
om forças
t s ç c tu
lh a c ah
a

1577. Seguiram -se outra b K


que ao porto de
s
ou u m ata
t
meno r' ?º trono. Em 1566, aos dezanove anos, Albu querque parou
s ed
n
a a

igual men te o rei de Lingga rd e


para a Ind'ia a bordo da Sant Clara' na peuga da do seu parente
o
ª
e

. na península malaia. ama, os


descen-
distam e Afon so de A l buquerque, de cu· nome e reputação nunca a i ni m ig o do clã G
perdeu ?cas·-
lº . . parte Albu querque foi toda a vi d
o con de da
Vidigueira e desco­
iao , de bene.ficiar· A l buquerque passou a pnm e1ra p m ej o
demes de Vasco da Gama, o a. I sto refl
ectia um des
ri e ir
do serviço na In d",a, pnmeiro no f'mal da década de 1560 na fr.ota a a Ín i
bndor do caminho marítimo pa ue no se?tido
d
(os Albuquerq
r
da costa do M alabar, e principa lmente em acç- 11 as, amíli a
. . ao co ntra os m ap . de promov er a su a pró p ia f Estado da India.
N esta fase esteve muito assoeiado a D D·ogo de Meneses mais fundação do
r
G a m a na
· t extenso), e retir ar crédito aos a em
finais da década de
tarde govemador do Estado dª Ín d,'a , em mea dos da década d: 1570, m M al ac
co da G ama, e
Assim, enquanto estava basead eto de Vas
o e
G m a, n
E�tre outras acções Albuquerque part1· cip · ou numa batalha com os 1570,_ zangou -se com D . J oão da a
u algum te
mpo; m as a
. l idade duro
reis de Ullª I na costa de Kan ara em 1568 e de
, ' po 1s no. cerco à forta- depois capitão de M alaca.
E s t a riva
o sultão
Zain al -'Abidin, de
u
1eza de Ch ª1·iyam, que _ como .n otam· os acima A ch é m , oa, e
· - fo, perdida pelo morte em 1580 do soberano de ca e partir para G
s
xa M a la
ponugueses para o Samudri R·,lJ,a de Calecute em gosto d e 1571·
ª Albuquerque oportunidadcoenpqaura�ta do estado do Norte da Stoam, aaptra.
d e i r
A
apresen t ar um proj ecto do m anda
seu segun
ós
n
de
íde - a g de Colombo
·ia O vice-rei D. Lu ís de Ata
o
te o cerco
o ra
(doravante BNL) Fu nd o Geral , Códice 482·, o tlt , . u1o cornleco desta u-1·uma 'cop g n
P , · uma in terrupção - co oside
rava ma do para tra
tar
e
ra lá eovia
ur
é Vida eAcções de Matzas . _ '..e V00 R,y do fatado da JndW·
is
ue foi pa
h deAlbur:.7uerque eapttao
N"·'º"'I fo; la<g,mcm u sado qu e rq H b s­
O texto da B'i b l loteca
' para produzir uma ediçã por forç as ci oga lesas, e Alb censão dos

,°"
tiv as da as
o u a
I .. i . �l !b m m a
"'°""· p,n , qo•, �e1 A1:conclla V gnati', «V ic a e Acçocs - , de Math1as · de A u- do assun to . N as cerim ónia
s co ue foi trazi
r
, Albuquerq
e o do de
qu erqu cCapitão ' , e V1 s0-Re1 do E• stado d'1 lnd'1a» (cm d pomes), M a,e Ub,r•:"·a burgos na Ásia portugu esa , 1 58 1 158 1 1584.
n. o 15 ( 1998 ).. 13,-0 245 , n. o 7 ( 19991' 26?-J(, í ficando entre
e m e

i '. 1 sta edição é problemáuor M a la b r, a


antiga a bição
c
O. E p volta ao comando da frot a do m
ealizou a
a
em mo; tos aspecto s ' i ent1 f1 cando incorrectamencc b·,lSlan .. t es nomes' com o, r q r
, pa .' ra. « N'1 zamu xá»' ou «Ycz1. d1. 0 P"' « Ve_n· d;o , uq u capturada
exemplo' «Triza,· Mu xa» Em 1584, Matias de Alb duas vezes
e u e
• f al za
37 J
osé w·i ck·1, «Mati de Alb oquecquc 16 ;, vi. ce _- re1 da índia 1591 Décad:l
-1597», de torn ar-se capitão de O
rmu z, a a várias
rt e
u i procedeu
o
. ' "
Stu d;a , n. 48 (1989 ). 77-. 100; Amónio Coim6.ia M1n m e rque. Aq
E"111 b u sca da lb q água e noutras
, deAlb uq11crqu e e r' s, « ome;rn, pelo «Terrív el• Afonso de A
' ·
cd., Actat da
u
ento de
0
u
11 d e D iogo do C outo» m LUIS , '· º. G ab a ci m pedra
�Iterações n as forti fic ações, n
""' .
te
estátua de
( sb o ,, 1985 ), 749,/72o sa
s
t ,J,; I d -P oa uma
o
. ,' .. r e :u �ugue<a L. m G
· '
fa ze
º-
" de honra em
li Serninário lnt.,,1acwni a n o w
L
/ d
mos ,
'-/'
D m cm,h ' M l o c far a e S u infra -estruturas; mas mandou m luga r
e
" e at o, q omo
r
, gue _ nota talou nu
(A,;a Po,ta ,a, voi.' 5 ' 51 7) indica que un1 t··1I M1 gucl dL a v1'd· a' .
d ca ao
in
anoe i
m iliar es. Ao
ç ue
e accr d a « e screveu de Afonso de Albuquerque, q õ s fa
s
de Matias deAlb uqu erque , quem ab arca mu it o da I11. stón·. l·, 1' nd'ia e quc a·1ndacsta n s
e
t
u
ão de pr
e
onstraç 587, M atias
e e
,1c 1 Ormu z, numa nov a dem ês anos em Ormuz, em 1
· , cf· Manu eI Lob·a .o ,,,ACarrcir1
manu scrita»· t •· r da· !,' nd'1:1' e• :'• ,� n· ,ntc de M,l,c, (1507,
-1641 )»' inA1·t 11·l' eodor d' M"º' L e uís ,;1; 0 1 homn, cds .. A Ca"''"ta terminar o s e u mandato de
tr
da Ind;a , a, /lotas d �.ºtmto<c �,rn.RC"
, 1
Actas do Vlll 85
Indo-A,,cuguc,a, Ao g�:ª 0 Hcro1 smo (1998): 7 _
6r
mano lnternacwnal de Hist
35
84
Impérios em Con
corrência: História
s Conectada s nos Séculos XV
I e XVII Os croms. tas europeus e o s mogóis
de Albuquerque
decidiu retor
mão as suas cre nar a Port em 1606, sem nunc l'i ar o nome p or comp1eto . 41 Nem toda a
denciais aos H ugal p ara dar em Primeira
dade de limpar
a mácula
absb urgo
s. Pode ter sentido ne cessi- gente concordava co:, :�ronista Manuel de ria e Sousa, q uando
numa fase da sua associ. aç- escreveu «Entre os. varoe r:
anreri or da
carreira, visto
ao a D . n·
10go de M eneses . s q ue este posto da dia teve mais mere-
capturado e exec q e Meneses aca bara por er cedores de o terem fo.1 um Matias de Albuq uerq ue, tanto em sorte
utado com u
de Portugal por o um dos como em valor, t 3:1to em
Filipe li, em 15 p n·ncr· pais op
osu · ores a' anexaça \ " canse lho com o em JUS . ttç . a, e 0 q ue e, mais, ·
p ole, Albuquer 80. Em 1588,· em limpeza de maos»._
que casou-se c n o regresso a , me tro­
e em 1589 mos om a su A Vida e Acções dtv1d
trou ser um v a pn. m a
D . p1·1·1pa de V1'Ihena' . e-se em duas partes, a primeira contendo
na defesa
_de Li,; erdadeiro lea trinta e um capttu , 1O s e ocupando pou co men?s de metade do texto,
. boa conrra lista habsbu rgo ao a .Udªr
D. Anrómo, um at�q
ue do pret'.:n d J e a segunda tnn . ta e sete cap't t u los Os pn. me 1ros de zasse is capítu los
Pnor do Crat e re o trono , . _
inglesa condu o, auxili da pn. me1r a tias de Alb u -
-0 de d'1ca dos à e du ca ç ao de M'
n
a do n a . a parte sa
a
zida por Franc ocasr ao por
um a fro t a
Assegurando is D rake." q uerq ue e a, pnm . fase da sua carreJra,
. etra . ate, ao re gre ssa a Portu ga1
a su a fi
nomeado d eli dad e ao s H em 1587-1588 (de q ue trata o cap1t , u1 o 16). E, no décimo se,. tnno .
vice-rei absbu r gos , em 1590 foi
nador de Port do Estado da Í ndia pelo capítulo que começa a h'isto' ria, do vic · a
. e -r e m d . O e l t c nfm .
-se
ugal. Partiu e cardeal D. Albe rto, e;:
o r a o o
_
a
.
dade e depois m
de seguir um Abr il de 1590, e com grande d�r . a l da sua adnlinistraç ao (por
a uma descri
ção bastante convenc10n
antes de cheg a rota compli i ic � exemplo, o cap,1tu 1o 28· « D a sing ular mt . eir . eza om que o vrs · o-
a_r a Co cada, tendo de _
ventos conrr
ános, chegan
chim, e mais
um a vez em volt ar atraS -rei M athias de Albuq ue. rq·ue procedeu n s m aten�as da J·u stiç a» ou
a.
Acabaria por do a Moçam
bi
Mascate,_ devido ; novamente no capi,tu l0 3 0 « D a vigilância e ze·to com q ue o viso- ·
atracar e qu e a 1 O de J a n
brevemenre s m G oa e m
meados de erro de 15��­ -rei M athias de Alb�1 uer ·ue e houve nas mate'1 r ·as da fazenda»).
e manteve M i
de S ousa Co em tensão o dess e ano, ond C ontu d o, h,a tambe m men çã� nu m capítu lo ( o 22) à troca de
a q q
utinho Alb com o seu
como atrás u q uerque seria ant ecessor Manue\ embaixadas na d'�cada de 1590 entre o Estado dª Índia e o rei de
escrevem. os, vice-rei por dois mandatos,
do clã Gam e foi afast ad Pegu (ou Baixa BlímaA ma · Além d'IS so ' os assuntos do
a que ta o em 159
7 por um dos • ) Nanda-baym.
da altura, D. n t o despr
ezava, o pr membr_os Ceilão e os conflitos com os reis de Jaffoapatnam Sitawaka e KandY
Francisco da ó pr i c d
A desgraça G ama. 40 o o n e d a Vidigue ira são alu did. os em pe lo menos q uatro capítulos. Ó capítulo 19' p or
perseguiu-o exemplo, tem como tt,tulO « D as armadas q ue o vis
navio nu m no últi
mo regress . o-rei Mathias de
'
tncend'10 e o , quand o pe
fortuna. Qu m C och'111 Albuq u erq ue mandou no anO de (15)91 de Goa de diversas partes
'

rdeu 0
A

ando ch 1, sup
o s tam e
vanos mem
bros do nov
eg o u a Portu
gal, em 159 nte c o ntend o uma e dos feitos ue f.izeram v1t , · as q ue a1cançaram em esp1c1
. on · · a 1 dª q u e
corrupção e o regun 8, Filipe II morrera And ré F urtad o de Men,,onç,
q
i d e Japh napatao - , e
de outros e ter-lhe-ã
o : 'd a alcanç ou d0 re . a
sob detençã d eli tos, Mati a si d o ho strs.
Acusado d conquista d o se u re1 no»
o na su
a propried s de Albuquer
todas as acu
sações m a ade em que foi mantido A segunda nmade d crónica, em contraste com a cob. e r wra
s S anr o A
m bastante divers1f1cada d: p cimeira, co centr e num só ep1so, d o '
ci.am que se s entiu que o. Liberto u -s e de
n
ar
escrevesse as a tr i
observám
os, por
u m a c ,
ronic. a (prov
b ul aç õe s vividas mere· q ue é apresenta dO como O ponto alto do �:pl o vice-reinado �e
um certo avelm en ·
p róprio dese
mpe Miguel de t e escrn . a, corno M atias de A 16 uqu ei·q ue·· a defesa feit · a Pe los po rtu gu eses do porto
Lacerda),
texto é a Vida nho como soldado, defe ndendo o se
capitão e
-
e Acções.
Matias de u
Al bu q
adm ini st rador. Esse -li E
mbora se digafrequen e 1 nente que Matias de Albu�ue1·q"' "'º"'"'"' J 609.'
ue rque morreu em a verdade é que mo t c is A. Du tra, «Notas so6_1 e
-Para d'eta"lh Portu gal ' em 4 de Março
rreu ' dee1606; cf. Fran
3·-9

A Re-A><e><m cs
dcs_r, • '<da
· e mon, d' J º'ge de Albuquerque Oelho e a ureia de seusfºlh
;
I os·»' Studza,
en t "Í Thm "Ped_ição, "' Ke a n. 37 ( 97 2
1967), 135-146, Pla,·e ,n Eii oe,
,a/,eth,,n M h R . Aodrew,, Dm
0

• l¾n doc a,ü;m, Expo M a 42


, 1 3): 80.
M anuel de Fan.a e, So us a, Ásia . ,,,d. pen portugue�s de Mana.
núon (No,o Voy
Códice 1975 ,meoução soh,e " g", . POJ? g(;i:��' 19 5 94 , 1 5 145.
d.�
u
orq" V1t. óna G arc ia Sa ntos .
, fólios 26 " lraosiçS l ' . , . Ferreira et ai., 6 vols. -
4 -! 8)
B it
·u Idealmente de e Library,
paso rn� M
� at,as daibu3,-264,., ll,p,i em qee o em 1 597 "' BNL v r i. a s·er .-lida com o r •!aro na0 publicado r' r. ish oaleões,
D. hanc1sco da quecq O rnn Rcscr do , Londres Addm 2 f �I'.
o s 124 r- 1 3 r, L emb anfa
Gama (1597 <c; 1'mbéo, a, can d, V�o R,; da ',,m a d"o, s ' usc1 tp t 28 43 , 10
dlJS o
on l
galés, galeotas, · · .a 1 Man pr o vi me ntos e s o ·o no s [ ... ], por
), fól ios o
266r-27lr. s d, M a ,i,s d, Alb
t q"'. ust
M a tia s d'e Al 1r. as l, manc1um / . que rnan d.e., com
>11 l
"9""9"' ,, bu querqu e.
86
87
Impérios em Concorrê
Os cronistas europeus e os mogóis
ncia: Histórias Conecta
das nos Séculos XVI e XVII

Chaul, no Decão, co
ntra as f orças e Acções começa a segundª Pªrte com um c apítulo introdutório,
de
forte no alto do mom de Nizam Shah e a tomada do '
e em Korla, so bre seguido de outro chamadO «de com o o n �0 meli que tomou cont
nos documen
tos portugueses da Chaul , um farte con hecido .
a

época como o morro de Chau1 ·44 do seu reino com a aJU da dos mogores e as r,azões que havia para
·
O episódio é brevem
ente menci on
ado nas fomes persas da época, ele se rebelar contra o EstadO e causar a famosa guerra de Chau1 »
tant o as da co - e,
ne mogol (como aA (fólios 113v.-15v.). Devemos _ notar_ ue a palavra «rebelde» nao
as p_róprias cr kb ar Nâma de Abu '! F az!) con:0
ónicas do Decão . u sada com hg · e1rez· a ; a reto,ri ca of1cia 9 l portuguesa considera os v
nascia em par O inte resse mogol n o episódio .
a
te da sua m
á rel ação com N1zam Shahs cun·osamente, seus vassaIos, devido a uma se, ne · de
monarca de Ahmad Burhan Nizam Shah II, 0 ' · am Shªh I
nagar nesse . · Burhan N1z
o filho de Hu período . B urhan Nizam ah era
Sh
acordos tácito
. s e explícitos segund.o os qu .
ais '
sain Nizam Shah, .
na opm1ão dos portugueses, devena ter pag0 páreas a D. Manue1 ·
Vij ayanagar do iní c u m dos venced
ores d a batalha de . am Sl1ªhs não se. c ons'1de,ravam
io de 1565, a quem
é dedicado o texto masnawi Por seu lado, é ev.idente que_ os N1z
do poeta Aftabi, en ,
titu lado Târif- de maneira nenhu ma su bordm ado� ª O Estado da Ind1a.
Ao morrer Husain i Husain Shâh Bâdshâh D han. 45
em 1565, su O autor de Vida e Acçõe: exphc re resso de Burhan Niza 1;1
ak
q� e reinou pouco cedeu-lh e o se
u filho menor Murtaza, t �n l ar. O motor por . t:as
men os de um qu Shah com a política de facçoes de h a nag
remado, como des arto de sécul
o. N o in ício _do o capitao,
Mu_rtaza Nizam
creve com alg
um pormen or
António Pinto Pereira:
desse regresso
sen·a, af'mna, um certo A sad Khan' «um velh
'Adi! Shah do Bij
Shah entrou num
a liga antipor tuguesa co m da nação persa », que ·, · era em comacto com os po gueses na
J ª e5 uv
rt u
.
.
leci mento português
apur e vári o
s outro s monarca 'Ah altura do segundo cerco de Dm , em 1546 . Este Asad Khan, c ont'a-
s e a ta cou o estabe­ isso entrou
O c�rco é descrito
de Chaul ( ou Rew
ad an da) e m 1570-1571 . 46
-se, deci·dm · ap adn·nhar O regresso de Burhan' e para ,
com a lgum
e l em negociações co m o governador d Estado da 1 nd'ia, Manue1
? êxito portug� ês é atr he por Couto e por Pereira, e -
de Sousa Coutm · ho, com O qual teve ºduas reuniões secr�tas ª
d ta
ibuído à sua lider
a de D. Fr
anci sco Masc
ança superior, em particular as m m m e. -
a renhas. O c primeira em Chaul e a seg�nda D mão amb
e;r
a ter
la��, _é meno� el nista p ersa
co
ogio so, afir Firishta, por seu ueses, cha mad Khw Ja
um J· udeu d a confiança os pªortu�
diação de
ro
mando que os p
o a
ofic iais de gueses su bornara� umen s,
Nizam Shah com Ibra en c· ido dos seus arg
«presentes, particu . him. Coutinho acabou por ser conv .J á que d.
ortu to
A seg unda m etad larmente vinho» . eixar voltar
e do r ein . Insensatamente na opmia · ·- o dO nosso cronista'
marcada por con ado de M ur
t z Niz a m Sha h f oi ' er so como
flitos agudos com a a Burhan significava abnr · a porta «a um 1011 · · nigo tão pod o
�pós várias tent�:7a o seu irmã '
o e rival B urhan, que 'A1·I B and Shah II
s de deposição do e, o Mogor». Diz-se · que 0 gove rnador. escreveu a .
m onarca acabaria po .
)Unto � os mog
r se ref ugi_ar . ,
aux1 1 10, e at •.é mesmo
. tand o 0 seu
o1s, dando-lh de B'1dai· e.
ap ro:7e1 t_and
e Akbar um mans ( 1589-161O) ' so!1C1
ab e um jâgír. Depois, . o própno Akbar.
o a confusã
e a rivalidade entre
o criad a pel
o assassinat
a Ibrahim
'Adi! Shah li de Bippur, bem como a . · o
diferentes fa
o de Murtaz a em 1589 Akbar não preci .s essem , end o «um rei muito ª 1tiv
cções da c ava que o co nvenc
15�0-1591 co1'.1 o o»
on , ·c o rei poderoso no. mund
s
e, Burhan regressou e� e arrog .
ap oio mog
ol, para ex a nt e qu e acredJ tava ser o um
raçao mahdaw1, do tinguir o regime,
de inspi­ (fl. 110v). Terá imposto várias cond'iço- es a Burhan, m · U
e I o q
seu p rópri _
j n d ue
o filho I sm '
no trono p or
u m c erto
a 'il Niza m Sh h olo cado
a c 1essem o seu nome na kh v z d d Sh h 'Ab bas _ do lr·ao.
J amal Khan. É _utb , em a
dos
e
a qui que O texto
O retorno e a retomada ade poder. de Burhan c om ª ªJ uda
e O
de Vida
· A h m ad -
mogóis . o s inte rnos em
caus ara m ,med'iatamente confl'1t _
44
Como, Déca�a XI,
164-173, descreve
nagar s r de -es. A secessao
t .
' empre de acordo c om O
Chaul, mas ª autoria
.
desta pane do te res umidamente a Vida e Acço
ve res·iStenei a acuva
. tomada do Mon·o de au o
de B erar' com que ... 1111cia1 mente c oncordara' te
45
. _ _ Aftab1,
T ârif-i Husain Shâh xto é duvidos a.
A

- do nome a ser 1ºnclu.ído . na


Crzt��al Introduc tum, Bâds h�h Dakhan: O
do govern ·- . A questao
eds. G. riginal Text, Translation and
ador dessa reg iao
Cf. R. O. W Goenz, T. Kulkarn1 e M. S. Mate (Pune,
.b tentou msenr
k-hutba provocou bastante ag.itaça_ o,. quando um khatz
«An ack 1987).
.
1570-71 », m Albuqu and A

erque e Guerreiro, defens e techniques in rhe sicgc of Chaul,


o nom e de Akbar em J ugar do de Sha• h 'Abbas p r ocasia_ �.do
Indo-Portuguesa , 264-2 eds ., 1J Seminár
87. io lnternaáonal de História o
," ou da cabra t1·ad1c10-
ld al-Zuha, terá . s1do e1 e ( ei�1 vez do carneiro
47
Para º Gulshan-i Ibr
. âhfmf ou
sob o oli1 ar.
Shah , nascido em Astar Târfkh-i Firishta ,
nal mente usados) a ser abatido Pelos persas presentes,
_ a de Muh indu f
the Rzse of Mahomedan bad (_1552),_ e falecido cm J3ijap r ammad Qasim H
Power m lnd,a, tra u (1623), ver History_o
Nova Deli, 1989), vol.
111, 154-155. d. por John Brigg
s, 4 vols. (reimpressao, do próprio B urhan Nizam Shah.

88 89
Impérios em Con
corrência: Históri
as C onectadas nos Séc Os cronistas europeus. e o s mogóis
ulos XVI e XVII
. Se, p ublicament
e, a imagem do
sultão era a de 1 , mininos e mannh . e1r . os Os que se salvaram, tanto que a nau se foi ao
mais sob influê
ncia da facção a guem ada vez fundo e estava assenta da na vaza, recorreram Tanadar pedindo-lhe
Khan, em detrim
ento dos Hab
persa da cone,
m clumdo �· Asad ajuda para m
ª
· ar dela o que podessem, o qua 1ºmandou logo aviso a
mais complexa. ashis e dos Dak
O cronista po hnis, a reahda�e seria D. Manoe1 perei·ra' cap1tao . _ de Baçaim
cada vez mais de rtu guês sugere
que o sultão se torn ,111 [ J .»
an os, cham
pendente de u
m v elh o eunuco de Bengala de tenta Conta-se que o cap1tao . . portugues c···h egou ao 1 ocaI com outros
A

ado Fahim .
Shah, e ue pa Kh n, já proeminente sob .
of1c1a1s, · to que a proa ainda estav a v1.S 1,v el ' m�ndoau mergu-
· e vis
M u naza ;:; ain
a
q rticipara no c lhadores resgatar os 6ens que a nau tra nsportan.a. m parte da
Khan, escreve erco d e C
o cronista, ti haul em 1570-1571. /a�iin
seu dese jo nha uma ran carga desapareceu, sem dúvida às ma- os d s «casados» locais' como
esta6a1 ecer
deixar Ahma
dnagar co m g
de fortun a pessoal e serfa o própn. o cro m·sta desarmantemente admite º. . Burhan Nizam Shah
ess a fo rtuna
na H1..pz
e a1, mo r
rer uma mort in ta cta, para se . . .
envi ou um re pre sentan te p ar a e x1.g1r qu e O v alor do s b ens r e -
um plan o
de longo praz
o a crónic
e santa e om o parte de cup erad os lhe fosse devolvido e acrescentou a ameaça v elada de
o governo
das províncias r ela ta . u
costeiras do K que Fahim Khan tomo . do sobre as hortas q os portugu eses
a
fortuna estive que certos imp. ostos' me . lum , ��
nk an, d e form a que ua
de um dos p disponível em ter m os lí uid de Chaul não lhe pagavam havia anos, sen.am adic10nados à conta.
sse o
: �, 1
ortos. Fo s, p ara pode r em a r
primeiro mom i este Fahim q o
Matias de Albuquerque recusou-se a entregar o bens alegando ,
Khan que lide ro
ento do
conflito com u, p o rtanto, 0 entre outras cois . as' que os proprietários de gra �e par;, da carga
Regressando a o s portu ue �
tec1.ment
o texto d
e Vida e g ses. se tinham afogado' que outros prefen.am tratar dIrectamente com o
os, l emos Acções e à sua
mover esta g que, •As
causas que h versão dos �º n· ª Estado e que, aJe'm de tudO isto' os N1º z·a1n Shahs devi,am ao mesmo
e todos o
u erra de Ch
s 1u ares .
aul, cidad
e marítim
ouve para
º. novo Me11q·ãue, Estado tn.6utos e 1·mpostos havia já multo tempo. A' espera de uma
a do r e m o do ço . he1.ro f01. coloca' do na Santa Casa da Misencór . d1º
foram pnn . c1p
g
. a1 mente
c1rcunv1z . m. h o s su . .
i e1tos a, i.un.sd1ç Da 1 resolução, o dm ª
duas: a pri.m . º ao de Por c ga'
- u em Chaul
Mogor, em cu . i r h vê- .
i a corre res1.d. e a a 1 o assim . tratado corn 0 O mesmo incid . ente u e provavelmente ocorreu em Setem6ro
quem os capitã ira muit . os ano . a. o a
contra a vont s a bexins, e de Decanin
e s, rece oso d e seu irm ou Out ub ro de l5 2, / ;ef,rido pelo a �tor e a Sayyid 'A1·I bºm
ade dos s tinham lev i 9 � �urhân-i Ma'a ir
a esta u p ersas [...]. A ant ado po r e 'Azizullah Tabataba'1 na sua crónica enrnulad s .'"
rra foi a rav gund a cousa ue d eu ocas1a0
. '. .
g e s e
Tabataba'i, rec de os esteve primeiro ao serv 1�0 Q tb Shahs
· o e p eçasg ar-se o melique de lhe n
. he1r dos
o dm
u
q °'. m
can as mm. n. que se salvara ão ser entregue to do e depois dos N1zam shahs·' o se u trabaIh � ntmua pela década de
ca d m d e uma n
· do co� , .. ºe º
. com a' s, negociações entre 1� nd Sultan (ou Chand
rijo, que por e M eca para entrar em au sua, ue vm 1580 e termina
Chaul lhe d eu o cempo ca. 0 Bibi) de Ahmadnagar e os m ogó1.s, conclmdas a 27 Rajab 1004
q
ser conjunçã
se achar o de lu
a, á uas
p erco da cos vivas e vento escasso, , (14 Março 15 6) , em que o própn.o croms . ta p arece ter estad0
chamam A u ta , rgiu de fro g 9
presente O seu texto fo1· encomendadO Por Burhan Nizam Shªh
su
g a ç ai, ue é
de duas lé
nt e de um rio pequeno a q e
que h á Tanadar : .
q
com po g uas d a fortale z II, igualmente p at ro no do c onh e ci d0 poe ta p e rsa Nur a i- Dm
º .
rtugueses c a de B açaim, e
Os pro61emas asados e
nado, pois d o na
. a narrat. vi·o de N1z . am Sh povoação.»'" Muhammad Zuhun
.
por o tempo .Ir iva conti.nu
a nos s
ah a ind a n
ão tm · l1 am cer111·1., O Burhân-i Ma'asir. apresenta as acço- es de Burhan Nizam Shah
carregando eg uintes
term os: « .E c o dav1· em relação a ehauI como pro . duto de um agravo antigo contra os
vendo ue ca d a v ez m
q n em cort
ar-lhe o
ais e a nau fazer mu.na águ a, portugueses e de ertas fn-·cções imediº atas. O cerco de Chaul por
nem a a, u s mastros fo
g a se pod1a v
º
ence r, o i parte para se reme'd.. . r,
ia M urta za em 1570-lS e 71 _é mencionado a propo'1 sº to do pnm . e1r .o
.
dores e man· nh C api·tão c d s p e1 os
· os se sa1 av
e1r om al u n s ofº ·ai·s. , merca Afir. ma-se que as- 1.ntençoes de Murtaza acabariam aborta a
se afogaram n arm no
batel indo -g m
que vma . . m mais
a nau
ue logo s
e fo i ao fu
se à t e rr a, e Os 111a1·s
. de 15 q
d , cm a qual se f. ·rn,a . bad'. 1936-
00 a1 mas entre n o
ª ·" ,19 S . . li 1 'fabataba,·t, Burhân-1. Ma 'asir (H ydc1a
oficiais, mercad ayyid 'Ali bin 'A�1z .
o res, m u]heres' -1937) Usei ma ad � :;r da da e baqa por T . Wolsele y Ha1g, TI:?e
18
Vignari, ,, Vid a e Ac . · u tr uçao_ 'Kd. saof terc n�: ta
m, 1923).
Shahz mg 'l Ahmadnag r (Bombai
'
ções», pane 11, H1st01y of the Nzzam
·.
271-273.
91
90
Impérios em Concorr'encza. Os cronistas europeus e os mogóis
.. H.zsto,rzas
. Cometa
, . das nos Séculos XVI e XVll

«amfrs e of iciais do Estad q com reforços dos outros portos. Burhan Nizam Shah enviou então
0� portugueses e em acordºo co
ue e ntraram em corres
pondência co!Tl um exército de uns quatro mil hom en s, so b o coman
do de F arhad
m eles e que se recusaram a lutar no
dia dª bataIha». N o en ta nto' d' Khan; bem como outro exército sob o de um general ira51niano
iz-s e ' as ordens de D
P e us e do Sagrado cham ad o Baha dur Khan Gilani p ara bloquear Rewadanda. Em
. ro. f�ta exi·gi·ram que Burhan des e ncadeasse
mfié1s e descrentes» como os. «guerras santas contra resumo, a acreditar em Firishta, as dificuldades teriam começado
p,ortugu�s� s, que são particularmente dos de 1593 deve
apontados c om o um . em 1592-1593 e o esc alar do conflito em mea
a « tribo �a e 1rre
M as out ros pormenores Sl
exp]'i �am a eclosão
do c onflito
!: "fi ca uv
hg1 0sa».
. os s ão ac rescentados, ue
term os b astante sem elhantes aos
q
ser visto com o um segundo m omento. O cron
a d screver como é que as forças de Ahmad n

ista persa continua
agar quase fizeram
ado
m�ncionados pelos p róprios capnular os portugueses, mas tendo a «tirania» de Burhan obrig
portugu e ses·· « Um dos nav1· 0s de Burhan var a cabo a
N 1zam Shªh, 0 Husaini, viaja
va de M eca p ara o porto de Murtzabad
ª que muitos dos seus comandantes hesitassem emão ledos aconteci­
Chau� com um grande nú aventura, num desenl ace reminiscente da sua
vers
m ero de m uçulmanos e muito tesouro e egado com
propnedade a bordo e f ·
01 sugad mentos de 1571. O s portugueses, entretanto, tinham ch
. ? por um rem oinho e afundou - s e e um l sangrenta
uma frota e c onseguiram desembarcar ; seguiu-s
a uta
n as un · ed'1açõ es do p orto
de V:a1s1 [Bassem] · que. está na posse dos de Ahmadnagar e em
portugueses e os portugue em que p erecer am doze mil hom ens da força
. ses recupararam
a m aior parte do tesouro cimento, de
e propne ,dade atravé s de merguIh que o forte recém-erigido foi destruído. Este aconte
d�a gue
a dores e assi· m ab riram as p ortas
acordo c om fo ntes portuguesas, teve lugar no
início de etembro de
S
. rra nas suas caras· F ªh'im Kh an' q em meados de
ue era o governador dess e ido pouco dep ois,
distmo e estava, pelo com
'and0 rea1 ' encarregue de tent ar recuperar a l59�, tendo o próprio Burhan morr os conte o que
carga do navio · , deu conheci·m ento Abn] de 1595. A crónica de Firishta - embora não n
d o ocorn'do ao rei e isso acicatou terá levado Burh an a ac tuar assim, arriscan
do a humilhação - é um
o rei con tra os cn. _
o velhO f er vor d -
st aos [ · ] . » so F ah'1m Khan fo1. entaO s.
chamado ª, corte e prep ·· complemento e contrapeso útil às fontes portuguesa
. a de Korl ( araram s e m ap as
de Rewada nda' Chaul e da Mas a Vida e Acções contém, de facto, bast
antes ais detalhes do
m
c_olm a ou Karl a )., Bur- ·
han ord . enou que, a colina fosse foru- vemente, cada
f1cada e guarnecid · a, e c o m que as fontes persas acima citadas. Con sideremos, bre
o se erguia sobre
o umc · o canal de acesso um dos capítulos contidos na segunda par
te do tex to:
. m ar p ar
ao . a o estabel ec1me · n to p or tugu '
es, s ignificava q ue «sen de Chaul, tomada do
Segu nda Parte: Q ue trata do famoso cerco
a
. i,veI , mesmo para

impos�
A

O s passa ros ' encom rar por aí passagem -


morro com o mais que sucedeu neste tempo.
»
M ais adi· a nte o cro nist
,
a persa anota q ue f01· envi. ada uma grande
para se escrever por exten
so esta
força sob 0 com ando C apítulo 1: Da razão que houve
do gen eral F arh ad Khan o que
.
mun o era
' , govern ador de tod , um habashi que havi·a .
história do cerco' e tomada do morro de Chaul,
e da e l eiçã
'
N iz- am � Shahs,, assistido
a � p arte Kon
, kan do. s domínios dos .
0 viso - rei fez em Cosmo de Lafetá para capitão
daquela conquista.
p v nos outros amzrs , . rou do Rei no com
Khan Este exerc1. to ter'á
or a
' mclu indo Fah',ni elique se apode
· . p a rti'do n o m" es· d e Shaba n 1002 e mais r ard e . Capítulo 2: D e com o O novo M ra se rebel ar contra
o
rec eben a ref orças
de an ilhan· a pesa' da (c · ªJ uda dos Mogores, e das causas que h ouve pa
unosa mente sob o com and° rra de Chaul.
do nobre persa Asad Kh ) . , Estªdo, e dar ocasião e princípio à famosa gue
atª ba ,1 e basta nte rese rvad0
an , m as Tab tratou
ncia do Melique
ac erc a do que ter ,
c cid ª exped1çã'º· pa ra o sabermos temo s
o , . Capítul o 3: D e como o Mogor à instâ do e
. s portugueses, e do cuida
a a on te
de 1ec orrer ª outra fante pe solicitar aos reis da Í ndia contra o
, .
cromca d e pm · · shta.
. a basta nte menos e l ogiosa de Burhan, a
rs
_
?e
in dú stria co m que O viso - rei acudiu a atalh
ar estes desenh
os.
N a sua
Burha n N i za rn Shah envi.
versao, <<N o a no AH 1001 [1592-1593], i Mathias de Albuquerque
Capítulo 4: Do socorro que o viso-re
ou O seu exér c it · o contra os portugueses d e capitão-m or daquel a
Rewada'nda,. e, mandando u
m a grande forç·a para o porto de C hau,1 m a nd ou a Ch a ul com C osm e d e La fetá,
ito do Melique.
o rd enou q ue f osse
c onstru'd 1 0 um fo 1·te, para ·impedi· r a entrada conquista, e do número e qualidade do exérc
d os por tugueses. no porto
_ d,e R,ewadanda» . O s port gueses tll1 · ha!11
con segu1 d0 na vegar para 1 u
ol. 111, 172-173 (os
onge, d urante a noi· te, mas regressara!11 of n Power, rrad. Briggs, v
, . emf
Firishra, M h om eda
. a
51
History
,o Haig, Nizam Shahi Kings, 201
nomes propno s oram moder111zad os ) .
.
93
92
Os cronistas europeus e os mogóis
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Séculos XVI e XVII

Capítulo 18: Como o capitão-mor foi visitar as fortalezas do


Capítulo 5: Do conselho que o capitão-mor teve com os ruais Norte por mandado do viso-rei, e algumas advertências notáveis das
sobre se haver de o cupar o morro, e de co mo resolveram nã
o0 canas que lhe escreveu, e como foi socorrida a fortaleza de Acerim
fazer por então. com grande estrago dos inimigos. . . ,
Capítulo 6: Do novo socorro que o viso -rei Mathias de Albu ­ Capítulo 19: Do famoso assalto que o capitão Diogo de Sa deu a
querque man dou a Chaul e como alguns dos nossos foram ver 0 um forte dos inim igos, que lho tomou à força das armas, e de uma
sítio do morro, e os inimig os o ocupar am e se fortificaram nele. ��trada que O Capitão-mor fez para tentar ver o modo com que os
Capítulo 7: Do grande concurso de fidalgos, gente de guerra qu� m1m igos saíam à sua defensão.
acudiu a Chaul, e de alguns capítulos notáveis e c artas do v is
o-rei Capítulo 20: De outro famoso assalto com que o � apitão-mor
sobre a tomada do mor ro, discip lina militar e g overno. tornou a tomar O forte que os inimigos tinham reed1f1cado, e do
d
Capítulo 8: D o conselho que o capitão-mor teve sobre a t o rna a perigoso recontro que teve com o general Farete�ão e grande parte
ave r de seu exército, e como disbaratou Bacilicão, Capitão-mor de Chaul
do morro, e das cousas que então se o fereceram para se n ão h
de co meter. de cima.
Capítulo 9: Como o Cap itão-mor fortificou a cidade, e repart
iu
Capítulo 21: Como foi tomada a nau do Melique que vinha de
as instâncias por os fidalgos e os c apitães que co m ele re sidiam
. Meca, e se continuou com os assaltos prosperamente.
��pí_tulo 1O: J? e alguns recontros, que os nossos tive_ ra1:1 ��
Jil
Capítulo 22: Como por parte do Melique começaram a tratar as
os m 1m;gos em T1 mbe e Chau l �e cima, de que saíram v1t�no �
s pazes, e das razões que sobre esta matéria passaram.
s uma
Capitulo 11: De como o capitão-mor Cosme de Lafeta to!U
u
Capítulo 23: Do mais que passou sobre o trat� das paze ,
e queimou a cidade de Chaul de cima e assim tomou à força uJil cana do viso-rei para O embaixador do Xá, e relaçao dos cap1tulos
forte de on de se fazia muito noj o aos :1 ossos. e respostas que sobre esta matéria houve. . a,
Capítulo 12: De como o capitão-mor foi continuando c0 ':1,
05 Capítulo 24: De como O capitão-mor tornou a reavivar a guerr
i ao, e de como dois famosos assaltos três léguas por a e d ,
assaltos, e e m u m deles meteu a de sbarato e e m fugida a Fairn c
t rra entr o e
s.
outros muitos em diversas partes, todos com felizes sucesso .
general dos inimigos. ch g ª� fun
o Capítulo 25: Do muito que v s - ei p c a
:
. ·C·apít· ul o 13: De um recontro notável que os nossos tiv. eram c heJil
i o r ro uro u e
o
enc1a _ do
desta guerra com a tomada do morro, e boa correspond
os m1m1_gos, que meteram em fogi da, roubando-lhe e que1m and°_J
se u arraial.
capitão -mor, com O treslado de alguns capítulos das cartas do viso­
a l -rei.
C s de h
. apítulo 14: Do bom p rocedimen. to que os moradore vi.Cso-rU_ei Capítulo 26: Como O capitão-mor se resolveu a , subm
eter os
tive ram desta guerra, e como o Capitão -mor p or ordem do . h
aprest0u uma armada para ir esperar a nau do Meli que, que vin
a �rraiais dos inimigos em fortaleza do morro, e do notavel segredo e
mdústria com que se preparou. .
de Meca, e se continuara m p rosperamen te os ass altos. Co�selh�
Ca �i,t � 1o 15 = C. o rn o os nossos metera m em fugi"da O �en he
eraj Capítulo 27: Como O capitão-mor se descobnu aos do
. . eJ a detremin aç ão que tinha de someter O morro, e escreveu ao v1so-re1
dos mumgos Fa1 1mcão, matando e cat ivand o mu itos do s seus,
D1 ° as razões em que se fundava para o fazer.
tomaram u m navio de espo rão e um sanguice!, co m que infestªva ches se
porto. Capítulo 28: Como com a vinda de Alvaro de Abran
. o divulgou que O Capitão-mor queria passar ao morro, e da grande
, Jo 16: Como D. Jorge de Cas telo Branco deu nos J1.11l11ig S
Capttu pre paraç ão, assim espiritual com o material, que em todos houve
a( 1
que e� tavam so bre Agacim e os dis baratou, e como se defeDcler l para o conflito.
as mais fortalezas da mu ltidão e fo rc as dos inimigos. banda do
, · · ':,; ch aú'1 Capítulo 29: Como O Capitão-mor passou da outra
Capn u 1 o 17: Como o v1so-re1 mandou no vo socorro a. mp resa que
de r�o, e repartiu a gente, animando os soldados para
a e
co m o rdem para se eleger capit ão -mor d o mar e D. JultaJ11 de tinham entre mãos.
No �onha foi contra os inimigos que estavam sobre a fortaleza
Ala1m e os disbaratou. 95

94
Os cronistas europeus e os mogóis
1mpérios em Concorrênci .
H.. ª·
. s Conectadas nos Séculos XVI e XVII
zstorza

.
ao cristianismo, como coma Manuel de Faria e Sousa no seu Ásia
Capítulo 30· A repartiç e za Portuguesa (que muitas vezes está em desacordo com a nossa crónica
· -ao e sni , o do arraial do inimigo, e forr aj
do morro. em questões de detalhe), o autor da Vida e Acções não o diz.
52

Capítulo 31· Como D · A


· , l varo de Abranches cometeu coJJJ a A Vida e Acções de Mathias de Albuquerque é, então, uma crónica
sua gente o arrai.al. d.e Tagic . e típica da sua época, com a atenção caracteristicamente dedicada
-ao, e o entrou por força das arrnas ' s
foi seguindo os irn · migos ate,o morro, defronte do qual n.veraJ1lo aos feitos dos indivíduos bem-nascidos, dos quais se destacam tr ês
nossos umª peng . osa batalha com o general Farretecao - . na s�gunda parte : Matias de Albuquerque, Cosmo de L afetão e
Capítulo 32. Da peng a D. Alvaro de Abranches. Como vice-rei, Matias de Albuquerque
· . osa batalha que os nossos tiveram sober
ponte da forta1 eza dO mor ed o é a luz que guia; mesmo que o seu corpo estivesse em Goa, o seu
�o, �ue tomaram à força de ar mas, ura-
esforço particular
dos d ous Irmaos Jorge de M oura e Luís de :Mo espírito encontrava-se em Chaul, de acor do com o cronista, e o seu
Capítulo 33.· D o grand so n ss s
o5 génio é retratado como diplomático (no sentido de impedir que
e esfo i-ço e peng · c m qu e o
sustentaram a pr�.me1r. a f ldo os mogóis e os 'Adi! Shah se envolvessem no conflito), bem como
o o
ortal eza, e como foi cativo o gen er a J11
inimigos Farretecao, e os
nossos. tentaram escalar a fortaleza dou c e estratégico e conceptual.
. Cosmo de Lafetão (ou Cosme de Lafetá ou mesmo Lafetar, como
do morro, sendo nota, v l
e neS te luga r o e sforço de L ourenç o e a 1 J11
d eira-
Capítulo 34·. Do extre por vezes o nome é escrito) aparece como o mentor das tácticas
mado va 1or com que o s nossos co- ,,.ecear .
os baluartes e
as fortale zas dO , alcaJ1 no terreno, mesmo qu e precisasse da mão experiente de Matias
cu me do mo rro' e a tomaram para o conduzir em todos os momentos-chave. Podemos construir
çando dos m · os uma glon· os. a vn. o,.
· 1· mig 0es u-
o esrr�g' . e
na , com grandíssim . um esboço da sua carreira a partir de outras fomes. Era neto de
Capítulo 35·. Corno o 1coria
s nossos se fica ' am l grand o da v ot um mercador cremonês, Giovanni Francesco Affaitati, que estivera
os despoJ· os n
a Deus PJ11
r o
a c1'dade de Goa ,
ela com uma so1 ene . se d eram publicas
, . gra ças sediado em Lisboa desde o final do século xv, e que participara no
procis pr e
memóri'a desta
. sa-o, que f"icou ms . n. tw,da para sem esu · fin�nciamento de algumas das primeiras viagens dos portugueses
smgu· lar VI t�n , ·a , e das mais dos dois Albuq uer qo · à Asia. Tornado fidalgo por D. João III, conseguiu entrar para a
Capítulo 36.. Do qu
mais se fez depois de co nquistado o rn r u:
o r
com m uitas a dverteA � O rdem de Cristo. O filho ilegítimo de Affaitati, Agostinho, adoptou
A lb
querque.
nc ias not,ave,rs· do vis · o-rei· MatJ1i· as de a forma mais portuguesa de «Lafetá» para o seu apelido, e casou-se
Capítulo 37: E últim . aeo com D. Maria de Távora, filha de Rui L ourenç o de Távora, que ia
?· _Como chegou Mathia s de Albuquer qu fll ser nomeado vice-rei do Estado da Índia em 1576, mas que morreu
Rein.o, foi preso por ca1 ve
seu livramento' e d0
urnas de seus m1m1g · . . os, da ordem que te 1'ao l- sem assumir o cargo. O seu filho Cosmo de Lafetão, por sua vez,
ça f 0 herói secundário da nossa crónica, pode ser encontrado em 1598
Nesta vers.-ao extensa
mais .. que fe·z ate, se cone 1 mr · por senten pas 50
dos acontec1· mentos ' portanto, existe um relato a par e de com andando o navio São Simão de Lisboa para a Índia, e mais tarde
a pa�t1r . de Maio de 1593, quando Cosrnºase u como capitão de Cochim por um breve período. Ter á morrido
53
Lafetão deixou G oa
dezasseis meses depo1s
ª �ammho de Chaul, até à queda do m orro q.,,,,e·
wr
em 1612. Cosmo de Lafetão representa assim um caso curioso de
' a 2 de Setembro de 1594. Exi.stem po "r' ,fl'l uma família de origem italiana que foi capaz, no decurso de duas
nores' por. exemplo , J'j1Z•
da apt do ge ra ções, d e entrar na s fileiras da média nobreza p ortuguesa e
Shah, em finais de 159 � _u�a . de um segundo navJ.O dura11te
3 u mic, o de 1594, mais uma _vez pel adquirir alguns dos seus valores guerreiros.
o seu regre sso a
Chaul d,esde O mar Vermelho. Além disso, Oh Paaa
do embaixador sa fav r
, ,.da na cotte . d e B"IJap ur na tenca . de e eg J;
nva
uma paz honrosa, e, tra oJ 2 F ari a e Sousa, Ásia Portuguesa, vol. v, 131-132.
cap'tl U . 594,
51
tadO com alguma de n o Ver AN/IT, CC, J-114-53, para uma carta assinada por
Cosme de Lafeita
estas negociaço-e.s ocu . para profundida 1
53

. ' m uma parte deJunho e deJulhO de lado


_
ª Filipe III, escrita em Cochim a 15 de Janei ro de 1602, em que apresenta a sua
E,. finalment e' a CI..o, o. Ver ta1�,?�m AN/T T, CC, I-114-19,
· a arnP d1'dO
Decã
nica per,1lrte · -nos ter uma perspecnv própria visão dos avanços mogóis no
a, datadas de
.f1111 do cer.co do mo rro' co
o se dmg1a para Malac
n P�ra as instruções reais dadas a Lafetá quand
Ju_nto a um el os ba1 ua m a captura de .Farhad Khan, es·c o J1 ero e Lisboa, 17 de Março de l 598.
nes do fOrte, 111a1·s baixo
. . e que apar.entef rer U
nao ofereceu i·esrst ·. _Aenc,a (ca'pr·tu1o 33). Se on"e 97
ele na verdade se e

96
Impérios em C'oncorre, · Os cronistas europeus e os mogóis
ncza· Hzsto
· ,rzas
· Conectadas nos Séc
ulos XVI e XVII
E, finalmente D . Niz am Shah os bens do navio afundado Husaini. Ao escrever no
Álvaro de Abranche
todos salva, e e, e'1e · s é o líder heróico qu
e
que encarn a O 1'dea final de 1599 a Filipe III, quatro anos depois da morte de Burhan,
espécie de cruz- ame 1 do fid · algo trad1C10n· · aJ, u 13
quando os mogóis já tinham progredido substancialmente para o
!1
nto de D 'Artagnan .
o sentido de hum com D. Qmxote (mas se,fl1 Decão, D. Francisco da Gama declarou «a principal causa de que
or de nenhum de
menciona que, p ar les) . Irom. camente o texto nao resultou o perigoso estado em que se encontram os reinos do Decão,
. a os seus f1!
visto como um h , .
. . eroi. O v1c . co. ntemporaneos, D. Alvaro nao ed e da qual se temem também outros efeitos piores, é uma acção
A

e - e

re1 eonde d
f mais de 1599 e , a v·d· · numa carta
1 1gue1ra completamente insensata e conhecida contra o rei melique, de um
,

screve: «E D · Al varo de Ab ranches do saco da na o


do melique ollo navio dele que foi capturado, e foi ainda pior não lho restituir». 55
qual fo�. c?ndena
[15 000 xer;fins] do em 1 O 000 cruzados de realies A política das facções iria, pois, desempenhar um papel tão impor­
e em ois anos
que lhe perdoey de degredo em Ceilão, e Pº5J0 tante em Goa como na capital dos Nizam Shahs de Ahmadnagar. Mas
O degred
hum fidalgo que � por não ser justo que fosse degreda 0 nem precisa de ser reiterado que, à luz das fontes que consultámos,
t'mha servido de
noutras ocasiões
t'mh a servido . e apit. a-o moor do Maliavar, e q.ue os assuntos marítimos - fossem eles a perda de navios ou a ameaça
que a multa lhe s , mu·no correctamente.»s4 Esta, es·c.ri,tO colocada pelas fortalezas costeiras - eram de grande preocupação
era cobr ada assun . . ªº
de Moçamb· q e
, �argo que lhe f
· que começar a servir como c apJt para os senhores do Decão no século xvr. Nos cálculos políticos
A Vida � � cço oi doado por Filipe II. e económicos da corte de Burhan Nizam Shah II, os portugueses
es p resta-se, 0b
p arte como n , vi· amente, a vá rias lei·turas . Er11 não eram, obviamente, a única consideração. Mas não eram uma
. ' ot m ca s
sub1mp eriais a . os no i rn,cw, · o texto mspi . .
ra-se e m cro,nj da c?nsideração tão menor quanto, em tempos mais recentes, temos
a
ntenores centra sido levados a acreditar.
metade, torna-se d as numa só f'igura ; m as, na s egun
num conjunto
numa cró. nica co
ncentrada num único .
e vento'
,,º"
de acomecime . . as
que foram p rod
uz1·das acerca d
ntos m uno ·
1igados entre si, co ino . a
de Jorge de Le os cercos de Diu, ou com o a c róndc1 Cronistas mais tardios
mos sob re os e
1560 e princípio ercos de M a laca no final da d,ec ada e
da de 1 570.
Do nosso p o O ocaso do século XVI não marca o fim da tradição cronística
nto dep v·. ista, contudo, não é qui que r esi·de. o
seu principal int europei a sobre os mogóis. A grande tradição portuguesa em relação
eresse. odemos a
p ecrV1
a
rej evante
sobre a po11t1 . ve- I a com o mais u ma p e r s à própri a Ásia não des ap arece completamente, embora a Dé­
, ca d
o Deca-o oc1'dema !, com bastante5 111i1·s
A

detaI hes do que , . cada XIII da História da Índia de António Bocarra seja normal­
s. cronicas persas te
tema não tenha' .'. da décad a de 1590. Embora e� , mente considerada como urn a obra menos significativa do que as
a
SI d O desenv
namento da co olvidO aqui,· vamos assistindo ao func10 crónicas de Barros Castanheda ou Couto. A lém disso, outras histó-
) m p lexa re Iação
(I'-ewad anda ou Murtaza ' entre os mercadores do Aj to os
e ª"
h ,,] . ,
nas derivativas continuaram a ser publicadas e até gozaram de um
bad) e os por
acontecime
ntos em rorno ' tugueses da cidade bai·xa· te cer ro sucesso, como O conhecido texto de Giovanni Pietro M affei,
coloridos pelo cr . _ d ª batalha do morro são exageradam�nl e que usav a, em grande medida, m aterial já existente, incluindo a
onista, par'a em
.
heró1co à vice-r prestar um carácter m ai. s mareia crónica de Jerónimo Osório, ou como a crónica de Fernão Guerreiro
e· 1eza. basta nte d' e
para facil. itar as su . iscreta de M ati.as de Albuquerqu e, sobre a Companhia de Jesus, surgida em Coimbra no princípio do
a
as m ais qu
de .Albuquerq,Li e· ' _ e frequent es comparações com f 50 século xvrr e depois resumida e traduzida por Pierre du Jarrie. 56 M as
0 sucessor de A º� e-
-rei, o viperino M at1·as de Albuquerque como vc1 no século xvn o lugar de outros textos europeus de naturez a mais
eonde d digueira, D. Francisco da Ga111ª'. 'rei 1 ia
considerar que
. todo o ep1sod 10 .ª
_V!
e mcompctênci a d0 morro fora causado pe1a c upid o
dos. portu ueses la
55
British Library, Londres, Additional Manuscript 28,432, fólios 13r-16v., cana
g , por não terem devolvido a Btifl do
��n�e da Vidigueira a Filipe fII de Espanha, 18 de Dezembro de 1599.
�::-=----- . · Pierre du ]arrie, Histoire des choses plus memorable [m'] advenues tant ez Indes
Cana do conde d·1·
. s,,
. 9, Orientales, 3 vols. (Bordéus, 1608-1614) .
-.
BNL, 1'"eservados, v,·d·tgue,n -11·1· de 159
Códice 1975, r'-o 1·. 't tpe Ili , darada de 23 de Dezcm b ro
10 107r).
99
98
-
Os cronistas europeus e os mogóis
Impérios em Concorrência·
· HzS. torzas
. . C onectadas nos Séculos XVI e XVII
Leid�n. _O próprio Johannes de Laet estava e1;volvido na Companhia
original também nao - pode ser neg 11gen sua das Ind1as Ocidentais e na Companhia das Indias Orientais e com
.
m aioria esses textos fosse · c1a · do, mesmo que na , o
, .cas. . m relªtos de viagens · ou tratados, e .is
na outras grandes figuras como Heinsius. No final do século XVII, textos
croni Mesm .
Bernier . o assi m, e com escnt · ores de viagens como Fran o , ç como os de Abraham Rogerius e Philippus Baldaeus foram dados à
· Taver
e Jean - Bapt1ste
. nier· ª ocuparem um lugar proernin · en.t.e estampa num contexto intimamente ligado à Companhia; estes do­
a crónica ainda tm ha os seus praticantes, · I.ais �umentos pareciam destinar-se a diminuir e desacreditar a etnografia
da voe Françoys ,, entre os quais os ofIC' ª
vaI entyn e, ate, certo ponto Daniel Havart, euJ Jesuíta da Asia, que estivera em primeiro plano nas últimas décadas
Op-en Onderg.
:�� van oman�el (Ascensão e Queda de Coman�el), do século xvr. 57 Muito embora não tenha sido tarefa totalmente bem­
publicada em 1 , co C, . . s cro'nica. s -sucedida, o elemento competitivo nesta produção de etnografia e 0
. , . ntem muitos e1 ementos das pnme lfa
1. 6enc as. Depois, . is papel da imprensa no século xvn não podem ser ignorados.
importantes escritos so
· taI como verem
os a d 1ante, um dos te xtos rna
,
bre a Ind1º ª dos mogo1s , . no fmal . xvrr A obra de Johannes de Laet está dividida em duas partes.
. do se,cu10 e
f01 a obra do venez1a
estrutu.rada como cro, .
.
· no Niccol'O Manuzz1, Storia dei Mogol, ast 11t
.
. b
ª, A primeira é sobre a «Geografia e Administração, do Império Mogol»
nica e base para a cro, mca do Jesuna fra11cdes e a segunda é «Um Fragmento da História da India». 58
Franço1s Catrou p . , u e O texto da sua fonte, Pelsaert, também aparece como uma
· 0dera, ate, s er defendido º
que a crónica goz o veI
um grande reviva]·is á f!roniek, por um lado, começando no final da década de 1530 e
.
da h1stória de RO6e
mo no sécu1 O xvrr . r, dado o. sucesso cons1ºder s
no mdo até 1627, e uma Remonstrantie, por outro, com uma mistura
rt Onne' 6em como dos trabalhos mais
. · peque a-
de James Fraser e
passar a visão whzg, · q
w1- 1 11am F. rancklm. º ,
E por isso importante � al»
Jc r de informação geográfica, económica e etnográfica. Na última
59

. ue cons1derava a crom .
, ca uma forma «me d1ev categoria encontramos uma riqueza de detalhes relativos a uma série
associada 'aos ·16e,n·cos de categorias sociais, em particular às elites muçulmanas, bem como
. ca' s e os
mgleses, mais «moder' '1da em desuso quando os holandese uma repetição da visão comum de casta que encontramos nos autores
nos» ' entraram em cena
Entre as erom , ·cas esta portugueses do século xvr. Pelsaert escreve que «o artesão pode
holandesas mais
a de Francisco peIs · imp · ortantes '· do século xv!l 'da, treinar os seus filhos apenas na profissão que ele próprio pratica, e
1
na sua versão origº
aert, que t·end permane
° . cido quase desconhec se também não os pode casar com qualquer outra casta (oock aen geen
mal, ate . , ao
' sec , , ,ul o xx, fo1 muito usada o ba
para o De Imperzo · Magm Mºº zz· d . com nnes ander geslacht trouwen) ». 60 Temos assim as noções gémeas de endo­
de Laet, publicado ô? s O geo, grafo e naturalista JOhª d oS
em 16.31 · Livros co gamia e ocupações hereditárias como definidoras de grupos como os
pela p. rodução am mo estes foram acompanha les ourives, os carpinteiros e os trabalhadores de cobre, por exemplo.
· da m aior d� mapas , e
prop , nos,
u m da Asia que possui,am, o a5 Se este é o destino do povo comum, que segundo os relatos vive
cont•exto narr'at1vo, s
.
de d1 ferentes reg·ioe m uit · as vezes retrata ndo Pes o
- s nas m'ar>-gens c e
contraste entre os hoI do texto. Aqui é interessan l]o
� cl
andeses e os portugueses. Embo ra no sé de Ver a análise geral da documentação holandesa em Donald F. L1ch e Edwin
57

xvr os portugueses t el J. Van Kley, Asia in the Making of Europe, Vol. III: A Centu1y of Advance, Livro 2
en h consideráv 1ew
documentação sobre, , �m produzido um corpo . .
,.-,1 (South Asia) (Chicago, 1993).
a As1a' muno · pouco a
das grandes crónica' S sena impresso. para J(tD5 58
J. S. Hoyland e S. N. Banerjec, T he Empire of the Great Mogol: A Translation
de Barros Castanheda ce . 0f De Laet's, «Description of Tndia and Fragment of Tndian History» (Bombaim,
apo.1ogéticos ded·icados ' . e Couto e ourros d iVI·'
a cerco,s e. vno, nas, 1
· 1927).
dua1s de vice-reis, go ,. verna ou das biogra fiº as niv . 5
o A Remonstrantie foi pela primeira vez traduzida para inglês por
W H. More­
dores ou capnães, é difícil encontrar J r e
59

. land e Geyl, Jahangir's Jndia: The Remonstrantie of Francisco Pelsaert (Cambridge,


pu. 611cados em p0rtugaI . A obra . s1..,
s11nples foi publicada e de .G areia de Orta sobre oJ rogaJJ"' l925). Um texto compar,ível ao de Pelsaert foi escrito um pouco mais tarde por
sante
m Goa ª. de, C nsto .. , J1 Wollebram Geleynssen de Jongh (1594-1674). Para uma análise desta interes
vão da Costa, em E a ela personagem, ver H. W van Santen, VOC-dienaar in India: Geleynssen de Jongh in
iambattista Ramusio fizeram masips P ·a
D. e facto, italianos co .
mo G�'
difusão dos doeu m e, nt
het land van de Groot-Mogol (Franeker, 2001); e para o texto do seu relato, W illcm
si
os ctnogr _, a, ficos dos p rt
o u gueses s o b re a _A 0 Caland, cd., De Remonstrantie van W Geleynssen de Jongh (Haia, 1929).
do que os própno · s, portuguescs. J) re r,o D. H. A. Kolff e H. W van Santen, eds., De Geschriften van Francisco Pelsaen
mundo da imprens,a e, e Io contrário, as relações enc .e0, over Mughal lndie: Kroniek en Remonstrantie (Haia, 1979).
. o da _e � m pan . .
I11a Holandesa das In d"ias o_ri ot.J
tais parecem muito m , r m as , 0
ais ptox em lugares co m o Amesc erda 101

100 --
Os cronistas europeus e os mogóis
Impérios em Concorrência·
· H.zstorz
. .as Conectadas nos Séculos XVI e XVII
desejasse dar o ano e as datas correctos dos acontecimentos (não
numa condição pobre e . , o � pude fazer) devido ao descuido do historiador indiano de quem
m1�eravel, só pode ser contrastado coJJl
lux
. o flagrante em que a elne, part1·cularmente a elit . e rnuçu]mana. , tive de traduzir o que ocorreu antes do meu tempo. Espero que isto
v1ve. Escreve De Laet
. ' «os nobres v1ve ravagán
cia n_ão cause nenhuma desinclinação para ler, mas que possa ser apre­
· m em luxo e ext
mdescritív eis' preocupa
ndo- se apenas em se satisfazer enquani .
o ciado como uma mudança de dieta.»61 Contudo, é suficientemente
podem' em toda a espe, .
c1e de prazeres. A sua maior rnagn·i t1c · jênci
a claro que Pelsaert na realidade não teve acesso directo às crónicas
está na zona das muIh
eres (ou M ah aII), pois casam-se corn rre's .0e
0 persas que foram produzidas na corte mogol.A sua própria crónica
quatro mulheres O p i começa na década de 1530, assim (após uma breve reflexão sobre
or vezes mais: cada uma destas m ulheres_ vd v
separadamente nos� seu . a as Ti:1mr e seus descendentes): «No ano de Cristo - [para 1538], o
s pr,opnos su a s eri
ou escravas' das qua1s . apo sentos com as re i Humayun conduziu o seu exército de Agra a Bengala com o
E naturalmente tudo .
tem munas · vezes um grande número [···]'·l·a objectivo de levar esse país para debaixo do seu domínio»; acaba
. isto está 1·1gado, por sua vez, a urna au sênCd com a morte de Jahangir e a luta pela sucessão que se seguiu,
de le1s para comrabaIançar Il o
O peso excessivo do poder real. Cit� sem ser capaz de informar o leitor sobre qual dos três candidatos
de novo Pelsaen «d 5
' as suas Ie·is pouco ou nada é mann'do, P ois 0r· rivais (Khurram, Shahryar ou Bulaqi) de facto ascendeu ao trono.
soberanos são absoI re s e
utos Contudo, as primeiras cinco ou seis décadas cobertas na crónica são,
vados pelos seus J· . ' mesmo que tenham livros de le·is, Pelhará
. . uri stas' os cazis . · [...] . Poi.s quem é que acons do no mínimo, recontadas de uma maneira menos consistente com a
ou exig i rá do gover . uail
a nossa lei nos or
nador' por que nos Julga assim ou assado, q ce�1•, tradição cronística persa do que com o texto de Couto. Resta-nos
dena de outra mane . . e então reafirmar o perspicaz juízo dos seus tradutores para inglês:
em bora cada cida 1ra? Tal coisa jamais aconr . d e
de tenha O seu tn·b io «A história confusa [de Pelsaert] do conflito entre Sher Shah e
· stiça
Ju . onde, em no una! (ketschari) ou palª'c o0
quatro vezes por se
me do re·1, 0 governador faz reuniões d1a ''r·ai s' d• Humayun e a sua cronologia bastante absurda das andanças de
, mana para ª res na ' Humayun após o nascimento de Akbar são a prova suficiente de
SeJ.a decidido sem olução de disputas, em bora ,
que a ganâne·i a of'1c1a · l desempen he um pape .af11
l» que não podia ter usado uma crónica persa contemporânea para a
Eram imagens po . compilação da sua obra.» Pelo contrário, parece provável que Pelsaert
· adas p or derosas quando f oram impressas, e que se.ri' S
pior De Laet, qL�e sim . tenha tido acesso a uma versão oral resumida das fontes persas, talvez
as p rop ç e
osi o
e
de Pels plific ou e radicalizou
. aen para tornar . ente at�avés de um dos escribas (munshís) usados pelos holandeses na sua
0 Oc, i dente. Isto s , amd . ª maior o contraste entre o O n· .e d o feitoria de Agra. A complexidade deste processo de transmissão, de
era mais. marcado em u
que a mais obsc, ur relação à Remonstran ofl10 um m unshf que tentava resumir um texto complexo (ou série de
a Krontek' que e, . c
as trad.1ções h'i sto, n· . um exemplo curioso .de mogºJ textos) para o próprio Pelsaert, que sem dúvida o tentava tornar
cas orai s nos centr
encontr os urbanos do im pe, n° \JJ..,.,J'a compreensível a partir de um persa mal falado para um holandês
. aram um formato europeu e
carreira mult ifacetª , . . pe1saen, recordem os, te,v ow..,.,0 bem escrito, pode muito bem explicar os deslizes encontrados.Em
· - do nav
capitao
d a I
na nd1a', antes
. , de um desastroso penod arie , o c
vez de um relativo rigor textual de um Barros ou de um Castanheda,
io B atavza . or p
do material para a 1,,, ! qLie, se afundana em 1620. A mai· fei. t oria encontramo-nos bem mais próximos de um universo misto em que
\rontek tera, v·mno 1 dos seus tem os na
0s as distinções entre a palavra escrita e a forma falada estão longe de
holandesa de A gra,
onde pa tec . . .tpo com certd
mem bros da elit-'e m ·., e , ter conv1v1do mw o o ser evidentes.Contudo, a outra declaração final de Pelsaert também
ogol · EX1st to r n
modo de construçao - · e a1guma controvérs i. a e m (íl é interessante, pois é óbvio que se sentia mais confortável quando
da . crón·ica, , . o que asp e ct o s e 11cont s podia escrever sobre a sua época a partir de uma mistura de teste­
paraIelo nas análises em alguns ria
fenas à cro, rnca .
de D .
i ogo do C o u t a-. C e gi munhos orais directos, boatos e o que quer que presenciasse, do
passagens do textO so ' J
bre . o 1nvtl que quando tinha de tratar do «que ocorreu antes do meu tempo».
do calendário da, H,�. ssaem· o uso consistente e mui·t -� , ·co
e persa para marcar . '' 0 uso. de meses dos calendários !'.D d'ianas
ra 5
a cr_onologi a, a un·1·1 ação de med'd I as
de tempo de c urta z ias nicle of Mughal lndia
duraçao' eorno gharts e pahars, bem com0 cer' al
. Brij Narain e S.R. Sharma, A Contempora,y Dutch Chro
61

expressões apare,nte o fJil


(Calcutá, 1957), 97.
me
. nte t.ra duzi . 'd e rs . N
do texto Pclsaen f as 1i· terai m ente do p a bora
az O scgumtc .
comentário cnig1mítico: «EJ11
103

102
.
Imperios
. Os cronistas europeus e os mogóis
,,encz.a·· Hzstorzas
em Conco='
• Conectadas nos Séculos XVI e XVII
pela história cronológica manteve-se, bem como o argumento de
�ma leitura de Pe a
. lsae rt e
, t . f r a um que só uma descrição do desenrolar dos acontecimentos ao longo do
distinção entre dois . � m b em
, m strunva. porq ue o ç d
gen , eros l1tera, nos, .
o «tra. ta da
oi tempo permitiria ao leitor esclarecido compreender como funcionava
. a «crónica» e
rem
( onstrantie) A u,1tima for na outra entidade política. Pelsaert escreveu assim a sua Kroniek para
co- m o relato d· e . ma, p or sua vez, estava re]ac1. o , 0
viagens.' embora fosse . e t1V um público distinto do limitado grupo de leitores empregados da
nao era apresem .
d1snma . O seu obJ c de
ar o escritor em p · o Companhia que as suas Remonstrantie poderiam ter tido; e apesar de
via · gens, mas d'ispo . nme1ro · plano, como n o relat o5. certamente compreender português, escolheu ignorar por completo
. rn'b·1hzar uma pai·sage que aprofundav a a p d
s1·b·1hdade de um a m o corpo das crónicas portuguesas. Concluía enfaticamente a sua
. certa forma de d'1ag . . erva �
T:ais dis . tinções nost1co
, da soc1edade ob 5 , 1 crónica apontando a fragilidade da estrutura política mogol que, no
holandeses na 1Pn .
º dem ser
claramente observadas entre o s escntº,,
0o seu entender, a luta pela sucessão após a morte de Jahangir apenas
que surgiram imp
d1a na pn·me1ra · metade do século xvrr, t an t d05 voltava a sublinhar. Ao leitor da sua crónica não restariam dúvidas de
ressos com 0 a uele ra
nos arquivos da g s que permanecer am enter ftS que o breve período de consolidação sob Akbar era uma anomalia,
C
- ompanh.ia Holandesa nas,
primeiras descn como anexos de. c a er e porque de facto a regra era de constantes rebeliões de príncipes de
.
P ieter Gilliesz
·çoes do rem · o de Golkonda por AmhoDI.J SehO r , 0 sangue, escaramuças perpétuas com senhores da guerra desordeiros e
van Ravesteyn ca o»,
relato de P ieter bem nesta categoria do «tratad a1·1 �ma corte em que as mulheres desempenhavam um papel demasiado
van den Broec k 01
pro, x1. mo do r . e, por seu lado, segue um padrão , 1·ca importante. Tudo prova muito mais importante do que a afirmação
elato de via
(«journaal» ou ?ens organizado como narrativa cronol�g 03 contida nas Remonstrantie de que «das leis pouco ou nada é mantido,
«d_ag-regiSter») · t
claramente O i A Remonstrantie de Pels. aert !llda5 pois os soberanos são absolutos», ou a declaração sarcástica de que
ntu1to de d�ese s
da sua Kroniek nvolver funções bastante d1snn . ta ,_1 apesar do grandioso título de senhor do mundo (jahân), Jahangir
. rc1i!I
concreta, e inf
·. o seu proposn
_ . , o e, apresentar informação c ome o5 era incapaz de controlar mais do que as estradas principais, com o
ormaçao mst't . e
grupos sociae is I ucional sobre as leis os coscu111es rja campo e as montanhas nas mãos de râjas autónomos.
que se poderia '
m encontrar. E, também nesta ca cega'vel O s anos intermédios do século xvrr são mais uma vez dominados,
o
que cabe O cas .
o do va1ioso t ot todavia, pelo tratado e pelo relato de viagens, quer da lavra do próprio
Pela atenção dedica exto de Gel eynssen de Jongh , n re·
·, da ao . . emP Bernier (claramente o escritor mais prestigiado do período), quer de
ª
g do da Comp s p r·mc1 -·pa1s· grupos soc1a1s que O a!
a cc
enquanto estiv
anhia · Hol�ndesa
tinha a probabilidade de c onc Jl!O Tavernier, Careri, Abbé Carré ou de muitos outros. Mas a crónica
esse no O c1de
nte e no Norte da India. Desce Pº 01e
, ainda não estava morta, como acontecimentos subsquentes iriam
de vi·sta emine
ntemente prag
mat1, ·co, a h'1stória dos mogo1 ,·s d
ura mostrar, e na verdade ganharia um novo fôlego no século seguinte.
O se, cu1o xv, f .
01· de mu1t º p
ouca utili.dade.
. I sto leva-nos, de forma a concluir a nossa série, à figura notável do
v
Então porque
tera, pe1saen escn· o sca
de e veneziano N iccolo Manuzzi, ou Manucci, como é por vezes refe­
estar no facto t o a sua crónica? A res p
s, a' q ra rido. 63 Mencionámos, noutro lugar, os principais elementos da sua
J11
de um_ público h ue
s- e d'1ng u man ·
ista nos Países Bai x o
.
· 1a
· De Laet, na .
o fieat. provavel mente satisfeito com uma n. •
· 1e carreira, incluindo a sua estadia de mais de sessenta anos na Índia e
seriação das c _ s t0 a sua transformação de aprendiz de artilharia na década de 1650 em
ond'1çoes d ep ª , ((h1
nc· 1z
· ante» , oca na India. A abordage m ll J11as
seria I-eva da ao · r a lg de
dec, adas ma·is t ext rem o por François Bern1e
. ar d e, com O seu trat .
ado epistolar sobre a f o, e s�
O ríl1ª prestável, ver Bernier, Traveis in the Mogul Empire, AD. 1656-1668, trad. Irving
co nst.1tuiç ão Brock e Archibald Constable, revisão Vincent A. Smith (reimpressão, Deli, 1989).
. do estado mo g o
1 e o e1 ·iagnósnco Juç
1ocb a1s. Co nstitU1..t1a . . das «revo e qve . � Niccolao Manucci [Niccol
1
õ Manuzzi], Mo�ul India, or St?ria do M�gor, trad.
· um pilear da gran . d
os azlz. vene-z1an de lnerarura polm , .c a des 11 0s Wil11�m Trvine, 4 vols. (Londres, 1907-1908; re1111pres�ão Deli,_ 1990). Embo�·a a
· os em Ist.a b I J totabdade do texto original de Manuzzi nunca renha sido publicad�, ver
a edição
. us
se relatórios a um m li , uma vez regressados, e J e vara' g1· as, e do de P1ero Falch e tta,
6 c parcial (com ilustrações valiosas do libra nero rosso)
, . usando metáforas b1'0J o510
lzbro
ge, ncro J'Jterano,
para transforme g ed., Storia del Mogol di Nico/à Manuzzi veneziano, 2 vols. (Milão, 1986). Consultei
a.1 o co rpo po1,1 t1co . num corpo vivo. 62 Mas 0 também o manuscri to na Staatsbibliothek Zll Bcrlin, Ms. Phillips 1945, 3 vols., numa
mistura de português e francês.
t!
r, � Para o texto francês do scu , . , s ti�
d Grand Mogol, i el, . .o, ver h-ançois Bcrnicr, Vo.ya ge d 11s 1.11 glesi
,n a / e
cd. r,r.11. 1cc Bii·1t
u
· harya, J>an.s, 1981; e para uma eraduç,ão
105
· r-ic

104
Os cronistas europeus e os mogóis
, . · .. H.1storzas
Impérios em Conco rrenua . . Conect adas nos Séculos XVI e XVII
Índia, tendo Manuzzi encomendado, por isso, um notável conjunto
médico amador e a suª co1oca -ao nas ci. . 1. enre s d
e de pinturas mostrando «cenas típicas» da vida quotidiana na Índia,
. dades coloniais inc1p
M adrasta e Pond1c · , · do século xvrrr. Manuzz1· a1ega a v
ç
herry, no m1c1O como a procissão de um templo, as práticas dos ascetas indianos,
.
um a f am1.11an.d ade lon g veu
a com a e 11te · mogol na altura em que escre e ou os inevitáveis (e múltiplos) casos de sati que afirma ter encon ­
o texto, e f.1zera pane dos grup d
, . os que giravam em torno de mais· r trado.64 Ao longo desta etnografia especialmente religiosa, Manuzzi
um pnnc1pe m ogol a
· Afirmava fluenc1a no persa' embora - a JUJg
h
deleitou -se a reproduzir sínteses de textos como o Râmâyana, ou
pelas provas dadas - fosse ni· ro ·

sso claramente in ferior a outros e u u outras narrativas da tradição indiana, sempre acompanhadas dos seus

peus, como o escoces dO m h


. do século xvrr George Strac han, .
. ,ic1O o comentários sarcásticos
. . , 0 .
de va,nos Jesu1tas que tam 6em , resi. di.ram na corte mogol n o ·1DícJ Em muitos aspectos podemos encarar o veneziano como uma
do sec, ul o xvn. figura de charneira, fazendo a mediação entre a tradição cronís­
A história da �u 61i.ca -ao d
a Storia del Mogol é bastan te curi
·os a, tica portuguesa - da qual é, num certo sentido, um representante
o
parece que no .mício d sec
º.
ç
, _ulo re ss tardio - e o mun do de homen s como Robert Orme, que fez a
XVIII, depois de ter feito um p�og ' í
con siderável com as pru d ,u crónicas das aventuras de Robert Clive e outros conquistadores
_ neiras secções do tra balho, Manuzz1 decI s
envi·ar porçoes do texto ve da Companhia Inglesa de meados do século xvm. Temos muitas
escn. to em pornwuês para Fran. ça, atra ·
dª med.1aça_o da Compan e
h.1ª Francesa das In dias Orientais, na e sp, a vezes a tentação de comparar Manuzzi a Gaspar Correia, devido
P
ran ça
, de o ver aí publicad tut ao seu fraquinho pelo picaresco; e é óbvio que a primeir a versão
chamado p anço1s
º· E m França caiu nas mãos de um .Jes a
do seu texto a aparecer impressa, a versão francesa muito alterada
. atrou ( len .Js
que produ�z1�a h1sto _ ,n � 1659-173 7)' essencialmente um po ri:st•:s pelo jesuíta Catrou, procurou, em parte, controlar de duas formas
as dos ana 6apust · as' shakers e outras sei·ta s c J11 estes aspectos. Por um lado Catrou assumiu-se como o autor, rele­
a diante, teve alguma dificul.da , "'ª
rad·ica1s.·. Catrou, como ve emos de e
digerir O texto de Manuzz�. w gando Manuzzi para a posição de um mero informador, alterando
1, na- o e, surpreendente poi. s a Storia e u 1s·
iciosa e por vezes incoerente, ai.n dª
obra extremamen te am b. . rria mu ito a estr utura de autoridade; agora o texto podia ser visto
com PJ.exa pelo facto de I ' • ( oJ11 corno parte do vasto corpo de conhecimento sobre a Ásia feito
ª tern ar entre o it . aliano e o porwgu
es c
r
ou traduç-ao para fran cês, de tempos a te mpos' Pºa
0 embelezarnento pelos jesuítas. Mas ain da mais significativo é o facto de Catrou ter
causa de Catrou) : Tm . re s descaracterizado o texto precisamente com a excisão dos aspectos
cumpnr
ha pe 1O menos quatro desígmo . s di'fere n g 0j mais q ueridos a Manuzzi, razão pela qual aca baram por se zangar.
rico em. eronolog1.a at ª
· O pnrn . e1ro era produ
ao de um relato do passadO , Jo
rno
ç- tl O jesuíta desejava normalizar a crónica, enquanto Manu zzi pretendia
e� ª, 1� ta pe 1a sucessão de meados. d0 ,sec os
xvn entre os flh
eur opeus da a 1tura · O se
d'
1 _os e Shah1ahan que tanto ati ara a imagina�a o fj d
a a
que o seu texto fosse um desafio a Bern ier, precisamente por sentir
que tinha um maior conhecimento em primeira mão da Í ndia, e um
gundo era a .me1usão da própn.a autobiogr 50
ç
domínio superior das línguas indianas. Escrito, dizia, «para bene­
de Manu' zz1· nos acameci.men
t os d os anos que vão da déca da
de 16 é fício de viajantes, mercadores e missionários», o texto de Manuzzi
, m ,
até ao · 1c1O , · do sec , ulO XVlll; a própn. a história de vida do venezi.a no o rejeitava explicitamente o tratado corno forma, em favor de um
·r
an gzeb o
assi m posta de p
ar com ª h ·tston . , ·a do remo
. de A ur rerceJ modelo histórico cronológico, de um tipo que Bernier escolhera
, , ei•·
,1

P roposno, · que até agor .


a d., espenou relati.vamente pouca atenÇ�'o Jí· não explorar. A série de oposições subjacentes que o afastam de
Produzir . · uma cn,t1ca . ' dos- po rt ugueses, bem co mo uma ana,1·ise, 1rnP e Bernier são importantes: o veneziano era um autodidacta, enquanto o
cita da raz• -ao do seu dcc , od
· · , I'm10 . co mo pot ênci a O grande nutner ses francês perten cia a círculos intelectuais de elite; o segundo escolhera
h1stonetas e vm . hetas so 6re. a vida . ue
, . nos estabeleciment . os porttig pe us �egressar à E uropa, ao passo que o primeiro continu ou a residir na
no Oc1·den te da In di serv
pod.iam dege nera r t-ao f.aci·
ª , em para mo st rar co m o é que os eura eJ11
, n1 ass e
India; e, não menos importante, Manuzzi aproximava-se bastante da
, . , 1 mente
, na I nd1a
. a n ão ser q ue. w s
as n ecessa, n, as precau . . 5o- �s. .mg6]e se,rio·
• Aqui. estava uma ' · lição pa ra
franceses' as d uas po ten )(I·
6'1
Para esta secção da sua obra, ver T. Gasparrini Leporace, Usi e costume
U 111 quat. cias de que Manuzz1· se senti·a mai·s pr r111 a dell'India dalla Storia del Mogol di Nfrolô Manucci veneziano (Milão, 1963).
t o e últ1.mo O bJect1 . ·vo do texto era, produz.ir uma fo' da
de etno graf.ta uma d,csc . s'
nçao - dos ritos e práticas dos «gent·i o 107
'
106
Os cronistas europeus e os mogóis
Impérios em Concorrêncza.
.· . H'1stºrza
.. s Conectadas nos Séculos XVI e XVII
· do Mogol». Isto acontecia por razões óbvias; o próprio Manuzzi
figura do renegado' m� · and° frequ entemente qu e provara da sua
mu «nã? era apenas um mercador europeu [...]. Era um médico que
cu ltu ra e da d s seu s mterloc s
u tores orientais. Mas as preten sõe a dev;do à sua profissão servira os imperadores durante um longo
rigor imele tu_ �a qu e Barros, Castanheda ou mesmo Couto podia� penodo: passara qu arenta anos na corte e a su a vocação abrira-lhe
apresentar ;a0 eram para ele· N is
· em os seu s métodos são comp aráve as portas do serralha, fechadas a todos os outros; é por isso pou co
aos de escritores como Rob e
· , ert Orme ou Richard Owen Cambf'l dg ' su:preendente qu e tivesse informações segu ras e que o tenham
qu e const1t . t o s deixado ler e transcrever a verdadeira crónica do Mogol». Todo o tom
mam verdadeiros arqu ivos
na primeira pess oa de reJ a
e ropeu s de forma a, escr en · é_ interessante - primeiro, porque usa insistentemente o tempo preté­
_ everem as suas h'1stonas, , · com docu_m o5
u
tação comprovariv� ·
ª mao. 65 Se hist oria ores, an sio a
s rito, como se Manuzzi já não fosse deste mu ndo quando Catrou
por salvar O veneziano do · dores posteri
esquecimento, escolherem comp ara, -]oj escreveu, e, segu ndo, porque Manuzzi aparece aqui não tanto quanto
Samu el Pepys, as semeIh . Peº um autor mas como escriba e tradutor. Isto é mais desenvolvido
contrário, M anu zz1. e, O
anças nao - serao - particularmen te o,6vi.·as. e
exe mp 1 O do raconteur e não do d1ansta, q
. u noutra passagem, em qu e Catrou declara: «Além disso, tinha toda a
em , . . de da sua e."pe· certeza que algu ém pode ter em tais assuntos, que a minha crónica
. última ana'l'ise e mais atraente pe1a profu ndida
nência cultu ral dO
que pela su a capacidade de tornar inteligíveis 0
5 do mogol em português tem todas as marcas qu e a distingu em, e
reinados de Akbar o qu e a mostram como verdadeira. O Signor Manu zio tem a certeza
u J ahandir.
O pn.me1ro .
volu me dª 0bra de Catrou apareceu em 1 705 ' edJll de qu e a traduziu com toda a precisão possível dos originais em
francês' segui'ndo-se ra . o persa do Palácio.»
. p1damente uma tradu ção em inglês; o segu11
volume' sobre o rem
o. de Au rangzeb, f01. pu blicado cerca de dez ano
s M as mesmo admitindo isto e estabelecendo a autenticidade e
depois· Mas u ma le1t c•0 su perioridade deste texto, Catrou continu a, denegrindo ligeiramente
u ra d0 pref'ac10 . 1a ter j11 ,,"
66

modado Manu zz1' por · ' · do Jes íta só po d' 0 próprio Manu zzi, afirmando que o seu portugu ês é «corrupto»

re sen
u
razõ
a qu estão·· «Uma pe ' es evi'dentes. Eis corno Catrou ap eu o5 devido à longa estadia na Índia (e daí não totalmente compreensível),
cargos mais altos nas ª · , probidade, que exerc. rt.t0
sso d�e conh. ec1da
c e chegando a admitir que ocasionalmente teve de modificar o texto
nossa color ' nas· da 1 nd'1a, deu-me um. manus ·,,• u sando ou tros au tores como Tavernier, T homas Roe e «Monsieur»
em portu guês' O tr. .
abalho d 0 s·1gnor N1ccolà ManuzJO, 'v•'en Zl o e
, [... ]. Lendo-o, v1. qu
no . . aces,s Bernier, por qu em, em particu lar, demonstra u m extraordinário
as crónicas do Impe, no . e o Signor N'1ccol'o Manu z10 tmha ti'dO' ue5 �es�eito. Aceita qu e por vezes Manuzzi u ltrapasse Bernier, mas isto
_ d_ o Mogol, qu e fez tradu zir para p ortug ' e simplesmente «porqu e escreveu depois do francês e teve tempo
e que tinham s1·do 67
msenda_ ,s ? º vo1 ume qu e tinha nas mãos. » i ra de verificar, nos próprios locais de acção, certos acontecimentos que
C atr ou prosseg uia . e
'. ms1stmdo qu e o trabalho de Manuzz ª' Monsieur Bernier apenas relatara de acordo com o qu e era dito». Mas
manifestamente su perio . 11a . u 1ado na Eu. r 'rͪ oP
r ao qu e ate, entao - tm circ enquanto todo o fervor do trabalho de Manu zzi está em denegrir
nomeadamente a ob.ta h i s tO
de de Laet, que escrevera «uma breve e deslegitimar Bernier, Catrou acaba por assu mir um compromisso
;,1
entre os dois, salvando a reputação do seu compatriota e ao mesmo
atl·011bén1 tempo promovendo o seu próprio texto (notemos a reveladora frase
Roberr On
Indostan ji-o m the ,,:ear MD ry ofL the Milita1y Transacti o ns ar
ne A H.zsto sh
61

the Br iti ]Y
Orme, , . i CCX V, 2 vols. (Londres, 1763-1'l778); mas ver,rafllrig/i1h «a minha crónica do mogol»).
Hzsto rical Fragments o'li' th, e Mogul Empire, of the Moratt o es, and of rbt E
Concerns m Ind O efeito geral de tudo isto, corno atrás dissemos, é tornar insí­
,
. ostan 1·rom 1659
r,r. F.ranço1s C (L
, ond res, . . 1782).
. 1,
a1101 .
pido e normalizado o texto de Manuzzi, de forma que o que resta
atrou H_t.sto . tz.re enéral
e de l'empire du Mogo l depitis sa f0 C era�,
1 J
sur les mémoires port; a s
' t é o primeiro volu me de Catrou é u ma série de capítulos cronoló­
g
g t e M._Ma_n o uchi, 2 vols (Paris 715.,); e ªt0 r/JC
T he 0"eneral hz.stcJri ·/ º1 Jthe MoguI E. mp · e, · . · · ' ' '1 705-. 1m eJ1al1 CAf11JII
iate
,
emperor Oran · ,:,o-zeb, extracted· jrom t1!:e zr from lts foundat ion by Ta
f· �
gicos qu e começam com Timu r e prosseguem por Miran Shah, Abu
(Londres, 1709 . memoirs o/ M. Mano uc ht· by
Sa'id e 'Umar Shaikh, até Babu r, Humayun e os seu s sucessores,
) fio1101�·
Francesco CatroL S
to . . l s1111 etia110i, até ao fim do reinado de Shahjahan. O reino de Akbar recebe o
67
.
zzone / ... ) scritta a
11 generale dell'!mpero dei Mogo l do p a
, secont1''o Ie rnem V e11 i1.in .
o
orze st .. he lIeI 5'.zgno r Ntcco .
.. lo a M n u z. i· tratamento mais completo de todos (depois do de Shahjahan) e
trªd O/la. . daI I-rancese (V,encza OI ll o
v cn e
. '. 1731) , •< prc, 1:az1onc», 1. Use, esta rraduç
,
a - 0
. presc11
ta'nto. por ser de ,·ic,.. esso mais sunple,s co
. ·
. 01 a
tªdo impresso _ uo 109
. . mo por ser assun que Manuiz1. (

-
·. n,c · am '61' .
ente - ao pu 1co lcnor da ·ua cidade natal .

108
Os cronistas europeus e os mogóis
Impérios em Conwrr
. enc . .· Histórias
, za . Conectadas nos Séculos XVI e XVII
a dizer que realizaram uma tradução textual fiel, ou mesmo uma
o volume conclui co om
m uma «Descnção . da Corte», dos «D i· �aráfrase próxima, de uma crónica «indígena». 68 Não que não exis­
nios do Mogol» e dO a
ao autor venezia ·' < �verno e Política
<G . do Mogol». Qu nto tissem algumas noções explícitas de tradução, pois vimos que cartas
no, acabana por se queixar amargamen te, n uma e correspondência diplomática eram traduzidas, ou mesmo usadas
carta às altas auton'd r ara de forma explícita, tanto quanto podemos saber. 69 Couto dizia que
ad es de Vienez a, d e que o Jes · w,ta o to nma
num actor menor, em
parte significativa d
vez . dª f1gura central de pelo men os_ u'do chegara a tais textos através dos embaixadores mogóis em Goa, o
narrativa. Neste sentido e por ter ins1st1
que o trabalho era, ª
que é dificilmente sustentável, o mesmo se podendo dizer de Pelsaert
na essênci·a, «a verdadelfa , ·ca do lV!
· ' crom �,rogo1"•·• e de Manuzzi.
Catrou distorceu, se uzz1,
. ad.ver m som bra de .d,uv1'da, as intenções de.m �. ,ran e Existe outra solução para este problema das pretensões de Pelsaert
m tidamente contudo . nvis ra» qu e de Manuzzi, que é o recurso a ideias como a «tradução cultural».
sena adoptadO p' ' aprox1mou-o do tom «obJec
or autores P0stenores · cor11° Os documentos persas teriam sido transpostos do seu espaço cultural
Onne ou Ale d no mesmo sec , ulo, ·
er Dow (na sua prim �ara o da tradição cronística europeia, através de um «jogo linguís­
-Ibra"hfrnf de :��
mshta). Orme, nom
eira tradução da Guíshanb·!'1a
n �ico» não especificado. Este é um argumento seriamente viciado,
Inglesa das Índ·ias ' eado historiador da CornPa. 5
. em 1 6ra incapaz de demonstrar o conteúdo de tal processo, em termos filo­
por ano, .cargo
Onenta' 1s 769 com um salário de 400 h ·a•
arI lógicos. Os processos a que assistimos são, na verdade, outros. Terá
de maneira curio
On de se ma
nteve ate, a, morte, em 18 01 , �cab doS
sa, por apagar a p s havido elementos presentes na tradição cronística persa que foram
acontecimentos q rópria presença de mui.ro _ su3 desmontados e depois reconstituídos numa outra estrutura narrativa,
ue descreve,. NAao escr a
H.zstory em que ap eveu nenhum prefac , io Jbo com outras sequências causais, valências e estruturas de significado.
r ese · a b a
not,avel pela secur ntasse a sua carreira, · e produzrn um tr ( ue Além disso, a tradição escrita terá sido constantemente mediada
a.e parafraseamento q
encomendara e de relatos de outros nus,· por versões orais e retrabalhada, no caso de materiais orais para os
retiv na
Cntos). Elogios ex er'a na sua colecção de 231 volumes r varJ1

e

quais não existia uma versão escrita. Paradoxalmente, portanto, os


-no ao estatuto
travagantes vm · dos de contemporâneos eleva uas �ronistas europeus sentiam-se à vontade onde a acção que narravam
de p o ]'b
I io' e Tuci'd'd as s J1
cro,.m.cas
. representam o e I es mas, por outro lad0 , . 1 incluía pelo menos alguns participantes ocidentais, que podiam
m po brec i
'd o encerramento de u m a s '
e rte be
mais nca iniciada
com Castanheda servir de testemunhas. No entanto, era também nestas sequências
e Barros. que havia mais em jogo, e em que menos eram capazes de assumir
um desinteresse distanciado. Aqui, podem ter mentido , por vezes,
Conclusão mesmo pelos seus padrões, porque a verdade era demasiado dolo­
rosa; mas em todos os outros casos não é claro que pudessem, de
facto, construir o que se consideraria hoje um «regime de verdade»
�s: e e xtens o ca a da estável e coerente.
. ao croníst·ic.a eu
trad1ç
-
p ít ul o
rop. eia
P
. sobre
1.e , ten deu oferecer um p a no r a
- . sempre apoi.ad o n1J\rel
rn J11ª
sene de guestões os mogo1s,
ana 1,1t1cas ss1
esta belecer distinç - ' · Af'irmam ,
os claramente que e, po 1. 5 1as
oes consist,entes .. · on
da famíli· a dos er ora J11
1'8
Uma excepção é, no final do século xv1, o cristão-novo Pedro Teixeira, que
europeus. Os met no se10
- odos usªdos não eram
pr?�uziu uma versão de secções do Rauzat al-Safâ' de Mir Khwand, para o qual ver
f
ad optadas as ines. , . os mesmos, nem de, flAS Wdl1am F. Sinclair e Donald Ferguson, trad. e anot., The traveis of Pedro Teixeira,
questões.de escal
mas est rategias
' a ,e de extens--:-ao
· de lcgm.mação e aut on'd n ces
.
ª. na
wuh his «Kings of Ha1muz» and extractsfrom his «Kings of Persia» (Londres, 1902).
foram igualmente deter mi i.scal·
of Khojeh
69
Para tais traduções, ver por exemplo Francis Gladwin, The memoirs
dos horizontes . . · Abdu lkurreem, a Cashmerian of distinction who accompanied Nadir Shah [ .. .]:
tnte 1 ectuais e, geografi -· on
A segunda quest-ao cos dos própnos cr , 1JJ11 including the histo1y of Hindostan,from A. D. 1739 to 1749 (Calcutá, 1788). Um

dos mais . esp prende-se com . o prob lema da «traduçã oJ11º exemplo anterior do Irão (mas apropriado para a história mogol) é William Jones,
inl 1oso. s 110 contexto . da cron1st1ca, . transculwral· C 5o trad., Histoire de Nader Chah connu sous le nom de Thahmas Kuli Khan, Empereur
escrevemos, muit · e5
dO a_ c ida
de Perse, 2 vols. (Londres, 1 /10).
os dos 11osso . . s . cron . . m te r t'
i
a fontes «indíge istas afirmara v
nas». ' cmb01.a mun . o poucos se tenham aue 111

l 10 --
Capítulo 4

O milenarismo do século XVI


do Tejo ao Ganges
Serão revoltas as pedras com as letras dereytas & em ordem,
Quando tu occideme vires as riquezas doriente.
Ho Ganges, Indo & ho Tejo será cousa marauilhosa de ver.
Que cada hum trocara com ho outro as suas mercadorias.
Profecia sibilina em Sintra (1499) 1

Introdução

�a historiografia sobre o Sul da Ásia existe um debate antigo


e amda inconclusivo que opõe os que defendem a especificidade
da região (definida ou não em termos do conceito de «estudos de
área») e os que afirmam que a sua história deve ser vista em termos
sobretudo universais. No passado, este debate colocou os propo­
nentes culturalistas da originalidade da Índia contra os historiadores
económicos defensores da racionalidade do actor indiano, camponês
ou proletário; actualmente a oposição trava-se entre os que gostariam
de escrever uma narrativa única e grandiosa do desenvolvimento do
capitalismo e os que consideram que ta! perspectiva ignoraria as
especificidades da experiência colonial da India. Como em todos os
debates radicais, a subtileza de uma posição intermédia acaba por ser
esmagada entre as duas más dos extremos. Afirma-se muitas vezes

Fernão Lopes de Castanheda, História do Descobrimento e Conquista da Índia


1

pelos Portugueses, .
ed M. Lopes de Almeida, 9 livros cm 2 vols. (Porco, 1979),
vol. 1, 71-72.

-
113
O milenarismo do século xv1 do Tejo ao Ganges
1rnpérios em Concorre
· Cone
ncia· His torzas
· ctadas nos Séculos XVI e XV!l
ment�, dizimaram estilos de vida e populações mais antigos. Houve,
que O_ método compar . , a
. . ati vo histo . ·
nco pode serv
.
r para su st e n tar ess. todavia, . e para além de todas estas teses indubitavelmente válidas
pos
. . iça . . u?1 conJunto de fenómenos que operaram a uma escala global nos
. o m terméd'ia, mai s sensata. Dno por outras palavras, a esp
)

i e
cificidade indiana, u c o f11 sec�los xv, XVI e xvn, com repercussões culturais, sociais e políticas
ma
. vez 1·d enu·fi·c ada, pode ser comparada of11
outras situações d"istm
tas, no. tempo ou no espaço, atrave, s d ""r e m�no amplas. Refiro-me ao complexo de movimentos políticos
pr, ocesso sequencial·
Mas a h. i stonograf"ia também se pod e rnost,. , milena�istas conectados que acompanharam o processo de expansão
cepu·ca
. . em relaça-o a, verdadei ra uti·1·d a rat1
V0 eu:�feia, dando-lhe por vezes impulsos ideológicos cruciais. Muito
i ade deste método camp
tradic1onal (webena · no ou _nao - .
v entre foi _ Jª escrito sobre estes movimentos enquanto focos de rebelião e
_ ) · U ma proposta alte n a n a - J
ta·ntas outras ava . . nect· eii'· resistência, e como mecanismos desesperados de defesa de grupos
hzstori.es)
r
nço. u a idei·a das h'istónas cone cta da s ( c o n
como maneira de . . t1/1 ameaçados, que produziam os seus profetas, como aconteceu em
aproximar fenómenos históricos ªrI° 1
eia
· 1mente separados
pela convençao ít11 Canudos no final do século x1x. 5 Estas ideias estão em consonância
p�ecis ·, amente con.ce 1 -, hi" storiográfica.2 Este cap ,o da com Norman Cohn, que num aclamado livro de 1957 procurava
b"d
, o n esse espmto, ça
hIStona · do Sul da A . · tratando da reconf1' gura , r,13l demonstrar como «na Europa, repetidamente entre o final do século x1
sia no contexto de uma paisagem de b1' ro s
conectadas da ép
. oca moderna e a primeira parte do século xvr, o desejo de melhoria da vida
Quais eram os grandes. material dos pobres se cruzou tão bem com fantasias de um novo
moderna, torna ,
. ndo poss1vel a povos que vi .
f: .
enomenos que. uniam o g lobo na éP res
ell
oe3
�araíso na terra».6 Que dizer, então, do milenarismo político como
do m u n d . viam em pa rte s difer. u.1ai, ideologia dominante, como um dos blocos construtores do império
. o imagi·nar p
ela primei· ra vez, ainda que de forma d esig 0
ª existência de Jong e c�mbustível da ambição imperial? A análise que se segue é assim
processos a uma 3
dos an os vários escala realmente global? A� or1•3, dedicada a este fenómeno bem menos explorado e, não obstante,
can i 5r
dores. Os micrób d"datos eem vm · do a ser apresentado s aos h1 ura,sia absolutamente global e típico da época moderna.
io
· s, por exe,mp1 o, espalharam-se por tod aª E
du rante e gol», e Será ótil começarmos com uma breve reflexão sobre questões
eonduz. imediatami,en te apos , O «Gra nde M om ent o m on p1ol
.,.,r
de definição, de modo a distinguir os movimentos milenaristas de
1ra111 mais t . e
da' -mass , a te ame .a, ep1-de mia s d e peste cm a m b os os, e)(tr Jo ou�ros movimentos simplesmente baseados em visões proféticas
rr t � . uo
h',rston ..adores es re euras. 1at1ca· A prata e. os metais prec1.0s0s, 5eg. I do mais genéricas ou em ideias de cruzada. Um historiador recente do
que pacien tem ia
Pro-duto da s . ente seguiram a expansão mundoll do milenarismo na China, J onathan Spence, propôs, numa definição
. m inas. argen 0 qiie nos parece adequada, que estaríamos a lidar com um «padrão de
J apao, mais ou n·1eno tífe�ras. ne J Potosí' na ' década de 15 7s ' ros0s
processos de i'nfl - s no m . esmo período provocaram de ast flie' crença [...] [queJ prometia a possibilidade de um mundo final em
açao e de · q ·
( nv ol u n tana� · e 4), que existiria 'cosmos sem caos', um mundo de 'de feitos maravi­
J evaram à prod .- m metação . socia
' l e , i . ViI ar
u çao de D lh?sos' sem imperfeições, uma paz eterna para além da história, um
PJantas e anim . orn Quzxote, na opinião de P·ierre rePre·
ais, a acrednar rei�o imutável governado por um deus inigualável». Acrescentando à
sentaram possib na tese da «Troca Colom bi ana>>, . flal·
il'1 dades de e,xp - s1o .
defm1ção que «mestres e profetas previram que antes de este mundo
ansao agrícola e pecuán. a e, oca
� l' novo ser alcançado haveria uma batalha apocalíptica entre duas
. i Ve-r SanJay Subr·.i1ima a recol)
figurarion º..f E·ar 1y ny a m' «Connecred Histo ries: Nores cowa r d .
. os (1991.' forças, uma batalha em que, após muita agonia, o bem triunfaria e
M
735-7 (reunpresso odern Eu. .· Modérn Asian Studies, vol. _31, n._ �,-i111at
in Victor ·bt:ics.6e7'.r man, , Bey nd i ry /-i1stor e�- /senvol· 0 mal seria escorraçado da Terra».7 Spence escreveu sobre o reino
ning L�2 ur,ma to e. 3 ed. o B na
, o por Serge Gr18uzi0 (Ann A r or, 1999), 289-316. O ari,"umcnto foi mais eec'aurrcs
t
vid
co
. nnecrccJ·1 111·sro . nc· s'»n, ski, '' L .es mo. nd,. es mc·1es• de la Monarchic carh o1·,q u e i1111e_,1•, Ver a obra clássica de Euclides da Cunha, Rebelüon in the Backlands (Os
dos. Ann�les HSS ta SS, vol. 56, n. º 1 (2001 ): 85-117 (o mesmo J1 fc�lo\· Sertões), trad. Samuel Purnam (Chicago, 1944) .
5

mbé ll- l. .ll1cui/


An n al ,.
u 1a- : um ª vcrsao - 1· .
Tancc ·a 11rn1s anng · a d,cs·ce 'bcapçelevi'
,. A...ss1m, para dar apcn,. · 6 Norman Cohn, The Pursuit of the
Millenrúum: Revolutionaiy messianism in
e'1'hann .
,,s e.I 01s cxcmp Jos. do pcns·uncnro «glo ba I », f(a · • CId. Gw� .,.,1
1

wna,• d e, mc·1' dos


d o . b rra , j 'O'
n m totalitarian movements,
its bearing on mode
' � ,�dze.val and Reformation Europe and
N-uma' Ceoo _ ôi·aphta ·.
scculo xv11, para o qua 1' ver M. Nor erg,
2 '. Ga vi · ed (Nova forque, 1961), XIII.
T1 at. _do dos Descobrú t t , l56v3ols. (Lonclini Gochorum, 181 8); e Antó cJOau, 4.' eO·
ori en tCl/ s n Jonathan D. Spence, God's Chinese Son: The Taiping
Heavenly Kingdorn of
(1 3 :u�cc os ·,. lc dc I ,agoa c t::.1:11·nc s, :JI,c Hong Xzuquan (Londres, 1996), xx.
7

l 1º8 , 7) •
nen o; ( ) • cds• · y1:scont
, 1 i· , , a11
cI rrc
· V. ihr · ' «1"1 ic age of Do Q · · f:,'ti1'0Pe
Lcono.mie History 5
1 00-1800 (Oxford,LIIXOtc n », in Pctcr Earlc, cd., Essay m
1974), 100-112.
s 115
. O milenarismo do século XVI do Tejo ao Ganges
lmpe,rios em Concorrên
.· . H"zstorzas
cza. , . Conectadas nos Séculos XVI e XVII
tenha podido «tirar imquiryçam per todalas naaos» nem saibamos se
Taiping no século xrx . al e «muita jem te se asemtou em jyolhos e hadorou» como tinha feito
m as. ª def mição é suficientemente ger
suficientemente espe , ' . .
ões no incidente anterior. Não obstante, na sua carta a Duarte Galvão
Consideremos, p ara
cifica p arª se encaixar · nas nossas pretens r,es
co m eçar, u m a série de incidentes meJlo , 0 governador português prosseguiu falando, com precisão, num a
i·1ustrativos dos pn. . z1J11° hadf$.. (ou tradição do Profeta) em relação ao papel escatológico dos
ao cerne do proble
m e r1 os 'anos
do secu , 1 o xvr , que nos condu . do
m a Em 1513 ,
0 governador português do
Estah h�bashis (ou abexins) na destruição da Casa de Deus (em Meca) no
da r'ndia, o fam oso Jo F im do Tem po: «Os m ouros tem por profecia que elle [Preste JoãoJ
Af
1 onso de Albuquerque, entra no mar VerJ1l�Jha
com a su a frota. A0 ha de dar de comer aos alifantes e aos seus cavalos na casa de Meca,
argo da costa ocidental do Iémen, perto da 1
de Kam aran, Albuq
uerqu , e
. d' 1 2 ter test e unhado um sm a l c el est_ e qdue e q�e per m eyos d'elle ha de vyr sua destroyção e nossa ajuda, e foi
o confi. rm a nos .
. da es m lll grande açoute pera elles a emtrada do Mar Roxo.»
m
seus vanos proJecros:
atacar e destruir as ci con1
10
santas m uçulm a Três décadas depois, em 1540, um enviado veneziano, Michele
'nas de M eca e Me
0 1endário _ d'ma, construir uma a11·anÇ_a de Me m bré, achou-se no Irão safávida na corte itinerante de Shah
Preste Joao, senhor , da Etiópia, e afirmar o destJJlO o
Portugal na criaç Tahm asp, para propor uma aliança entre os safávidas e algum as
oceano In
a- 0 de u m I m peno · Urnversal que se esrende para
.
l ctü� ?ªs potências cristãs do Mediterrâneo contra o inimigo com um, o
,
dico Nu m a cana
Duarte Galva_o· ao seu a m igo ' o cortesão e inte e arta, im pério otom ano. Membré era um astuto observador da corte safá­
(e m que tom a
ao re1) . , Albuquerque escre questões já abordadas nou rr� e r tO vida _e, claramente, tinha uma relação bastante próxim a com alguns
v
nesse m ar' nos ve· « [A nossa frota] ' esrando ass1 s te
apareceu u m s · al res dos ir m ãos do Shah, que descreve com algum pormenor. No meio
J0h-ao, hum a g m· no ceo contra a c erra dO p t11·,o desta descrição deixa passar umas frases dignas de menção: «O Rei
rande
respran decente · cruz e muno crara e m uito bem feir. a e mt1 1La1 tem u m a irm ã em sua casa que não quer casar porque, diz ele, está
· vi hu m a nuvem 1
e m panes e na . sobre eila e achegando-se Pªrr. e0' ª guardá-la para ser a mulher do Mahdi. Este Mahdi é descendente
m ª cobnu· este c
adorada e vista . · ve assi· m por u m bom pedaço no 1.1as de 'Ali e de Maomé; e ele diz que a guarda porque ele é a corte e o
de m uuos, e a1gu t 1
1a'gru· nas,
m ostran d , ns com devoção lançaram m ..re verdadeiro lugar de Maomé. E por isso ele tem um cavalo branco,
-n a l
d0 preste Johão ° os nos·so senhor aquele sinal pera a, q u, Pªl' que guarda para o dito Mahdi, que tem um tecido de veludo púrpura
. coJ11
0
on de se havi·.a por n o s
J10mens de po
uca fe,
mais se vido r de ; � b »s e ferraduras de prata; e por vezes de ouro puro. Ninguém monta
, _n�m ousamos de
O últim o comen cometer aquelle carnJD'ood, ",5 este cavalo e põem -no sempre à frente dos seus outros cavalos.»
11

· ta n o refere-se aos vemos e à inqw· ecaça b'''


tnp ulações, qu
e constrangera J Shah Tahm asp, como Albuquerque, levava muito a sério as suas
querque nas suas . _ m a frota portuguesa e frusrrar aJ11 A Jh0" e�pectativas escatológicas, desta vez inseridas num sistema de crenças
an b
lhe tenha sido 'p : içoes, ainda que a te m porada no mar Verm e a
e
Xutas e não católicas, em relação ao regresso iminente do imã Mahdi,
ec o
1 sa para recolher info ia
disposição das : rmação sobre a f{ j ezri· o�' 0 há m uito esperado, que anunciaria o Fim do Tempo e o Dia do
ci dades sanras
com o nota nu m muçulmanas. Numa non. e P05·r stial Juízo (qiyâmat). Por sua vez, os venezianos, como os portugueses,
a, ca . na ao rei . D. M anue I, t ro fenóm eno ce1 e lo
Prende-Ihe a atenç- . « E ou o eram obrigados a levar a sério as suas crenças e as dos seus seguidores
c·eo
� hu m r ªº· estandO asy huma nome, vim · os cor-r er P.-,,,as (os 9izilbâsh), nem que fosse para poderem conduzir u m importante
ha man eir . ayo de gram de comp nm · enro e largura nam d'esrr ela ' w1e conJunto de políticas em relação ao Irão da época.
a de hu m rayo ' es
d e f o go, te r a de pr r 11 eiro exemplo, o últim o desta
Joham, estemdem
d se polo ceo d'
e sayo da banda da r re J . O que nos leva ao nosso terc
de Judá e Meqa »9 ° espaço, e foy cair sobre ª Introdução. Durante uma campanha no Afeganistão em meados de
. 1581 - ou seja, no ano de 989 da Hégira, no calendário seguido
�ste sinal també m - . ue n
e s ta
ocasião (ao contr .
n ao of ere cia grandes dúvidas ' me m s o q áO
' pela m aior parte dos muçulmanos em todo o mundo - o soberano
,, o dO que aco
,ln ue l
nrcccra antes) Albuquerq J
10 eartas, vol 1, 400.
t· bºª' . i
Mission to the Lord Sophy of Pers a (1539-1542
), trad.
(.Lis de
188:t·
de Bulh;io Paro, '
11
Michelc Membré,
ed , C s u v ol. 1
, 399-400. Afo so
n de A li)uq. �r'.a . e Afonso
d . de Albuquerq e, d (fiJ1 A · H. Monon (Londres, 1993), 25-26.
1513 ) uerque para Duarte Galvão, s. 1., 11• •

-
9 •
Albuquerque para
D· M·,lnucl, 4 Dezembr 513, in Ca.rtas, v l. ,, 23 1· 117
o 1 o

116
O milenarismo do século X\/! do Tejo ao Ganges
Impérios em eonco
rren cia·· Historz
, as Conectada s nos Séculos XVI e XVII
muito influenciado pelo pensamento apocalíptico franciscano sobre
mogol Jalal al-Din
Muhammad Akbar começou a interrogar O J·e5uírl a chegada do milénio, de tal forma que pediu para ser enterrado
catalão Antón1·0
Monserrate (envia· do acerCJ com o hábito dessa ordem religiosa. 13Assim, os descobrimentos
de assuntos rela · em missão à sua corte ) , . 0
cionados com ·- · . Vlt1Jll para ocidente, durante muito tempo considerados como o início da
JU 1 gamento' se C · . O m11enio, ou SeJa, sobre «O si·10
. nsto sena O J m· z, e po Modernidade e o princípio de uma verdadeira sensibilidade universal,
quando ocorreria». 0 pro . Je
1

subJacente era c aparecem agora aos historiadores como tendo sido produto não só
ompl xo e é pro
vável que estivesse no des eJ e i
O
Akbar destrinçar � de avanços nas técnicas de navegação e conhecimento geográfico,
as dIferenças e as ntr
sua heterodoxa semelhanças ideo1,og1c· a s e . mo. ou do impulso materialista de aquisição de riquezas (como Vitorino
corren nis
M onserrate ' ta , te do Is1-ao e a versão jesuíta do Cns· ti·a oJII0 Magalhães Godinho defendeu com exagerada ênfase para o caso
m bem ele um
outros membro . f'Irm e crente em portentos, c grr português), mas igualmente de uma visão do mundo embaraçosa­
s influentes da on
· ae L tion ·
ztec sua ordem ' refere no seu fa{ l,Z0 mente «medieval», que tanto tinha em comum com Joaquim de Piore
U
ega
era um mistério
lS Commen
. tartus. que respondeu que o Di' a do ]. is con�o com Copérnico. 14
dºivmo' m as que . s a'
i n
nomeadamen te sena conhecido por a1 gun s o'e"' A medida que o século xv do calendário cristão chegava ao fim,
«guerras e rebe1· ç
a in · vas
ão, devastaç-ao - , a queda de reinos e de lla . ol
ioes 0 poder de sinais e portentos relacionados com o milénio não dimi­
e_ conquista de nações ri e
por reinos: e _ por na ções e d e e11\ �uiu; estes foram meramente modificados e apareceram sob formas
estas coisas ve
no nosso tem mos acontecer muito frequentern agi 1�1 �ditas. No século xvr emergiria um conjunto de condições mate­
po» 12 A . s1. nu
e deve ter enc . m ação da última frase era bast a ntf "dai na1s do qual o milenarismo pôde brotar e propagar-se como corrente
ontra do eco numa co se
milenaristas goz- e que os textos e � kJlbaf abrangente de um grande espaço geográfico e, ao mesmo tempo,
, ,av am de amp1a . n em
tera pergunt'a circulação. Diz-se que depois .A qui como fenómeno com manifestações locais específicas e únicas.
do se Maom é
Monserrate res
pondeu que n-
ª
e1· mencionad · o no Evangeli1 o, e rr:t1e
ao A _ metáfora da circulação monetária, embora inevitavelmente imper­
escreveu que ao, por ser um falso profeta . 1viO �, n s rei· feita, pode ser aqui utilizada, pois o século xvr assistiu também a
mente Maom
Akbar div ' agou ªIto, de f orma algo calculad a, <<Ce do enormes transformações no fluxo mundial de metais preciosos, à
é na-o pode s . 11
mundo como . , ague 1e que deve aparecer n o fo 0s
er medida que urna rede de prata cada vez mais vasta cobria o globo.
adversa, no de fl1
muçu1manos eh . . toda a humanidade (aquele a qued ·;/, Todavia, as consequências deste fenómeno foram diferentes para
. amam D1Jal) », . 'h l- aJJ sociedades diferentes. A inflação e a agitação social registadas na
0 anti- Cristo q refenndo-se à ideia do masz a uoi
ue aparece em ll
burro no Fim ª 1 gum as lendas islâmicas mon tado Península Ibérica tiveram apenas um pálido reflexo nos domínios
, do 'i'empo. otomanos e a Índia não terá sofrido qualquer inflação. O milena­
T

Este, c apnul arist


i
qu_e operou n
o pro õe-.se
explo rar uma conJu . ra mi.le o que ri_smo, tal corno o dinheiro, permite-nos abordar um problema de
nr u
uma bo� rt
e _ do Velh o Mundo no século xvr e que d11nensões globais mas com manifestações locais bastante diferen­
foi O pano d
e fund0 /e ª uer tes 15 Isto por sua vez significa que não possamos esboçar, com segu-
e Galvão, ou , munas das discussões entre Albuq 11os .
A kba te
exemp Ios de Po r e Mons, errate. Concentra-se espec1· almeo que,
u . o
f armara, os lim n ga1 e da I 11 d.ia, os dois confins de um espaç. O foi u Abbas Hamdani, ,<Columbus and the Recovery
of Jerusalem», Journal of the
. . it es da nossa a . , 1t
es, cr na'Iº1se a ocidente e a on. ente. 1�v�udaflll�
A.merican Oriental Society, vol. 99, n.º 1 (1979): 39-48; também John L Phelan,
. ito1 recentemente acerca' d . 1'he_ Mil�ennial Kingdom of the Franciscans in the New World (Berkeley, 1970)� e
ª impe ir · Colo . as aspirações milenar istas que aJU 1·0so Alalll Mdhou, Colón y su mentalidad mestamca en el amb1.ente ji-anctscamsta espanol
. . mbo na sua via . o cur
- e 1ro, n1c o - entre es., ge,m para ocidente, e o paralel JguJJl (Valhadolid, 1983).
.
se mdcnari· smo e a vi·são apocal'1pt1·c·a deª araJ11 • _Comparar V iro rino Magalhães Godinho, Le devis
ement du m_onde: De la
11
d os povos md · .
, 'tgen , as ame nca . cr vf"'
" si1des (Lisboa, 2000),
nos que os espanhóis en con 5ido �luraltt� des espaces à !'espace global de l'humanité, xv'"''-x
apos 1492. Act com Dielal Kadir, Columbus and the Ends of the Earth: Europe s Prophetic Rhetonc
. 1 men te co
ns,·dera-se que Colo mb o ten ha
U,l
as Conquering ldeology (Berkeley, 1992). , . .
Ver o de Cemal Kafad ar, «Les troubles monera1res de la fm du xv1'
. /tlJ/ útil artigo
15
H. Hosrcn c siccle et la prise de conscience otromane du déclin», Annales ESC, vol. 46, n.º 2
i2 .
d- M ongolic L . ,. · · , ·. Me1 1·101rs � o,
Asiaúc Soe·, ,r' ·, « cac c g,1t1on1s Conuncnnnu .
' · s, », 1 (Março-Abril, 1991): 381-400.
kb�1
ltty º1 Benv 111
O al' vo I · 111 ( 1914) · · I111 S · HoYª�
rrad . The Co
_ mmentary o/Fat ,- · 513 - ; S. N.
7 04 Bancq cc e J 0
t
o/A
hti Monsen·atc:S.j. 1r
(Lond1cs, 1922), onhis)oitrneytotheC01 119

-
129-134.

l 18
Impérios em Concorrênci
a: Histórias. Conectadas n os Séc
ulos XVI e XVII O milenarismo do século XVI do Tejo ao Ganges
r ança, uma macro-história
um pouco nos pântan do ? ro 61�ma sem ultrapass ava, a . . .
os d micr
o-histór ia. ª
antes nos enterrarmos ' que esperara o m1·1,emo cn sta- o. 18 Certos anos mterme-
dios'. como 960, 989 e 990
,
a. H., detinham também um significado
panicular, com
Otomanos e safá o fora o caso com o calendário cristão . Infelizmente,
vidas �
nquanto os m edievalistas europeus têm sido incansáveis na atenção
. evotada a cada par ticularidade do milénio, os estudiosos do mundo
islâmico têm
. A m�nha perspectiva sobr e ficado muito atr ás. Efectivamente, a historiogr afia
mfluenc1ad� pelo est e a� s unto fo contempor ânea
s traba lhos do � par ticu larmen te tem muito meno s sobr e o que construir para o
Cornell Fleisch hist0nador do imp ano °;undo islâm ico do que para l'An Mil. Mesmo no que diz respeito ao
n o ne _ e d a
er que defende
' u que os nt . ' . ério otom secu_lo x
. margem s
ul d MedIt ' m os h1stónco s da margem vr, o milenarismo n a Eur opa cristã está provavelmente mais
Interligados não º
A
�rr aneo da época analisado do que
apenas pelo cl 1 moderna es cavam nas terras do Islão . Existe quase uma indú stria em
econo, m1ca ·
s e por ri ma e
' , p el a ge .
o gr afia, por f o rç as
�or_ � o de uma só
B raudel), mas validades pol,Itl_. figura europeia, Nostradamus (1503-1566). O êxito
por cenas carac cas (como já and micial de Nostradamus vem dos seus feitos médicos com as vítimas
um s entu· nent tenst1c'as cultura · defendia Fern da peste no final
depoi·s de Co
o p anilh
ª do de exp ecta · 1 s com uns inclm· n d o
tiva mi. len arista 'n o século
da década de 1540, que despertaram a atenção de
Catarina de Médicis, permitindo-lhe tornar- se médico de Carlos IX.
relacionando-as
lombo · J6 U sa
° nd fon tes do
. s domm1os , · otomanos e
A sua famo sa co lecção de pr evisões, Centuries astrologiques, pela
dár'ia dO M edue · rrân eo e ª
com um se, ne
de documen taç _
a
. .
o milen ans ta secun- P
.
rimeira vez pu
blicada em 1555 e reescrita em 1558, era dedicada
ª
Florenç ate, ao f
a
ur o p e u, desde escnt · os sobr e Savo naro1a de ª esse rei e baseava-se numa tradição de temores milen aristas em
expectati·vas m moso n1 Ole1·ro de C arl . e· F_rança e no utros lugares. 19 Na Europa da época moderna as ideolo­
, nar istas na
ile mzburg passando pelas
cadas por Rie co ne de F1º �ias m ilenar istas não
hard Kagan e I'
ip e II de E's panha identi·t1·- eram meros contra-sistemas usados para ques­
todo o Medite outros, Fle1.sch ti�nar hierarquias
rrâneo , n
a era de C arl er suger e habilmente que sociais estabelecidas (como uma leitura ingénua de
sobre o Gmzburg po der ia sugerir), po is podiam estar intimamente as�ocia_das
qual operava os V e p·1
1 ·1pe II era o espaço
uma co · n t ao Estado,
Embora isto seja �J� ura milen arista.11 ' que as acarinharia e enco rajaria para os seus próprios fms,
p roveitosO _ ve ' sem duvlda válid nomeadamente o exercício do poder.
r o mi.len aris ' 0, po d era, ser igualme .
nte . .
Ihantes mais. .
a onente (n
mo Otomano
ª ' I uz
eadamente n r - de pro ces sos seme' - . Era isto que se passava nas áreas islâmicas para as quais h1sto­
mogol e d D -
. 0 ec a
om,
. .
ao safáv1da na ln ' dia nograficamente
no s encon tramos mais bem servidos - o império
Eura, s1a_, po nu o ), tal como· sugiro que,
o r
Otomano, o Irão
preensao equi·
gal deva ser
me
'
· ] u1 do pa. r no extrem o ocident ' al d a e O No rte de Áfr ica. No contexto do ano 1000,
as expectativ
1·1brada e ger al a a obtenção de uma com- as nestas áreas não eram uniformemente apocalípticas.
o s suben
tend'1dos o c
ult
dO M edJterrâ'
r ·
neo. sto a1ud aria a esclarecer �el?_ contrário , m
uitas giravam de forma optimista em torno da pos­
embora n-ao s nas c s161lidade de
o nvers. as
o
tenham tido de Akbar e Monserrate, um reor denamento do mundo conhecido, através da
G anges, mas 1 ugar nas m 1ediaç�o de um
entre ambas argens do Tej
o nem nas do � mujaddid (ou «Renovador»); assim, pelo r�1e,11?s um
. R
_el em b r emos cen '. � as marge
n s d o Indo. ?n hec1do reformado r religioso de fin ais do século xvr e m1c10s do
cnsta' f01· 0 a os. facto s ectilo
no 1000 do ) s e'ss� nci·ai·s. O ano 1591-1592 da era xvrr na Índia, Shaikh Ahmad Sirhindi da ordem dos Naqsh­
para os muçu ca ,endano bandi Sufi, a
lmanos com da LT, · ssum iu O título de mujaddid-i alf-i �âní («Reno vado r do
anos eram p eço u cm 1495 ncgira, e o décimo sécul0
or is · so esperad (90 1 a no da Hégira). Esres
de expectat1v o s no
mundo is --::--_
a m,·1 enarist · IAam,c · o com um n1,vel 18
Estes temas tratados numa importante colecção recente: Mercedes
a qu, e ce. namente . . García-Arenal, cd., são
igualava, e possiv elmente des mondes m M hdi sme et millénarisme en Islam, número especial da Revue
�. Ficamos a sabe
a
usulmans et de la Méditerranée, n.º' 91-94, 2000.
tive a sorr,e de , . , r. que A. Mediten·anta , nA D
19
C f . o excele nte artigo de Denis Crouzet, «Circa 1533: Anxieties, Desires and
consult·1r ocal
. . Ver, por cxern 1�, i{�htes n1anuscritas, vp·ii . !�se d � C,ornell Fleischer, de que ª 111_sc,> Journ�l of Early _Modem History, vol..5, n. 1 _ (2�0 l): 24;61. -�ocm�_1en-
17
c/�
0

m s_ ixteenth-C P c
. r ard L. Kag·1 , se, publicado cm breve. ç O u rl po ser rambem encontrada em Michael W111t1oub, ,<1.:ord1c du 11ruel
ancl Fl· orence· entu.,y SJ?am (Berkeley, 19, n, Ll·to·eua's Dreams: Polw .. h,, ..,, et/ordre desdera ch I..:enrrée royale d'Henri fT à Rouen», Annales HSS, vol. 56,
ª
• p1.ºPhecy and p, 1 1.·w11s. 90)., e,, antes. ' Donald . cs. and, Prop
m in the J)\<:na, Wcrnstcrn ' Savo11a
ss· ance (Pn-nceton, 1970).
1
e-1
-ola n. 2 (2001): 479- 506.
oses:

120 121
Impérios em Con
c.orre•ncz.a: H
isto,rias C onectadas nos S
,ec, ulos XVI e XVII O milenarismo do século XVI do Tejo ao Ganges
se?undo .
milén
tuir, de outr ' io.»). A ide1a do mui
aI o O _mujaddid d_a época e como um Conquistad�r
do Imam M d�Ia com profundas i , dz'd andava a. pa. r, sem . a çao·
substJ _N.fundial. L�itfi
ad
ahd1' 0 Oc raizes na h"1 ;��ha c
sto, na 1slâm1ca, a n o _ 1ta com evidente aprovação duas cartas dmg1das a Selnn,
o mund
'Izzat 1 1 'A� ' -i
d uma fo_ r ulto ou E erado, q
? S a y Y id Pir
ma radical ti
m
ue su rgiria para reform�r
� �to canónico persa de Sayrid
, ost ensiv
se re fe:
amente escritas pel o «ulamâ» sunita da Transoxiânia, que
e m a �!e, sem ambiguidade,
descreve ass . como mahdi-yi âkhir-i zamân
im 0 Ima 'Ali R,asulpun'Intn· u 1
e

e por is · so mem m Mah dI.' ado Rauzat al-A ,z.mrrta' f��essias da Ultima Idade») e como qudrat-i ilâhí («Força Divina»).
bro do clã Q · s
.en.� um des cendente do Pror1eta eischer defe nde min
Mahd1,· e q ura1sh i
u ciosamente que a natureza das ambições e a
u. and0 e1e uto-percepção de
ceria. De aparecess e . ' s�na· um certo Muhammad ; 20, q Süleyman mudaram bastante entre a década de
oi s de
t ' C to ( Isa ua�do su biu ao trono , e a década 1e 1560. Na priri:
intervençafo d os os b
m e n
f!S Masi.h) também ap are- � ieira me:ade
d d seu re ado,
o
o M h s serem - ela
do Juízo F' di,' c o nd m
o

Inal. Aªlgu escreve SªyY 'd, , Izzat ul z1dos ao Isl ao pDia_ eI� co rr
e
o sultão otomano terá sido fortemente mfl u enc1ado
contrário ns dos xi 'A i, começaria o �- si gn ntes milenaristas herdadas do reinado anterior e passara a
ue o
_ M it s �a m
como Ab i ah lo ar-se Sâhib-Qirân, «Senhor da Conjunção» (um título timú­
u Q s11 di não pre �s va d ito qu e defendem, pe _ ri� a), bem
u

Alguns s .� n, nascido per�� � e nasc er,


mas que já existia co mo Mujaddid.
acreditam oe iologos compar e �agdad e q
n at1·
0rtodoxo o Mªhd1· · Isto é · Vos afirmaram qu e apenas os xu..ra5
m 258 a. H. rizaç.�ao» entr
ue ressalta destes documentos é um curioso efeito de «geme­
e Süleyman e Carlos V, qu e em imagens do período
s t In
consider enham defendido correcto , ar·nda que alguns suni·ta apar:cem c
omo opos tos encerrados num jogo sem vencedores nem
ar
onde o s o ex emp lo de M mesmO em várias altur as. Podemoss vencidos, c
o mo «dois sóis no céu» (para usar uma metáfora popular,
o
oberano arro cas e q� e chega a
.dos SayYids d Muhamma . m m ead os do sécuj o X,VI'. apar dessa época). Estes dois
d
irmão mai· o Atlas do Sul ,al-Sh aikh, s.egundo da dinastia S a di polos ma , · ecer nas cartas de Erasmo
s velh ' se . . gneti cos cnanam
· · ,
uma especie· de camp o de f orça 1111·1 ena-
seus a
dmirªd o
o de
Al-Mahdi passou ª Intnular «al-Mahdi.». po nsra no M 3
editerrâneo nas décadas de 1520 e 15 0, no qu al outros
�ei (sâhib res que fora ' Ah �ad al ac_ tores re
z o p -A 'raj, já fora dito p elo presentaram papéis de dimensões menores. Mesmo poste­
ª romet1dO
E i·ntere - arf'ª) corn
s h pe.lo Profeta e Senhor d as rmente, já n�
ao desafio
ssanre
que os o «o q
· ue aparece � ;
. � ou ro m . . _início do séc�lo xvrr, o cronista �ortu gu ês Dio go
acusand� seus opos,ito res' o , w,na no . fim do t emp o »,
10
sistma que o s destmo s de Carlos V e Suleyman estavam
que estas -o .. s wattasid ·do Indissoluvel
ide1a· s m s d. e serem Xllt s , tenham re agi j mente ligados·' escrevendo sobre a morte de Süleyman
muçulman 1 enarisras a s 'q , e na f-Iungn·
tenha· m s _ uando parece mais p rova v a em Setembro de 1566, Couto nota (sem contemplações
I
os and
al ze . id o lev adas para a corre p r o para co m
Na verdade, c a precisão cronológica): «Foy valeroso homem e sucedeo
u s
.Flem , m. ing e C omo fo.i recent o Ii:np
e rio Otthomano no mesmo dia em que o invencível Carlos
1mpeno o
t0mano
orneli
Fle1sche emente, demonstrado por Barb ar,a ; fo!
. o roado p o r
meados do ' tev r, o prot
o, tip rios Indi
c
emperador.»22 A natureza complexa dos itinerá­
· o dos estados sunit · as, o
se, c,ulo X e um J ongo 11 a nu °: estud
vidu ais nes te Mediterrâneo bipolar é analisada por exemplo
Su1tan Se VI, Pan
ícu mora c om o ma dismo e J1l
li h o recente (de Robert Finlay) acerca da tu rbulência política
-1566).21 m (1S12-ts20) la_rn1e?re du rante os o mpério
Um text e reinad os de Yavui otomano em 1533-1534, centrada na figura cu riosa de
Anlv1s !
s eu fil
da S'1n.a e o escr .
it ó
o ap s a
ho Su_lta n
Süleyman (c. 1 520, e G ntt · i,· f"11ho ilegítimo de um doge venezian · o, que po r breves
do Egipto t.
' c o
grandiosos p, or Seli nquista da Anató o iental, ll1on1enr s surg · · da aIt�ra
p m ' lia r
«Senhor d ara· O descre,ve , em 'I s 17, usa u m , s A tr, . ec, t�o . m _c�mo um actor p�-mcipa· · I na poI'1tic�
.
ac r' a série de e pitetO na de Gntti é bastante especial, mesmo na galena de patifes
retrospect onJunç,ão» e a « de,s·de o «Socorr.ido ·
d.ª epoca,ªJ
ivo d� d So por Deus» ate, 'a o pois foi o centro de u m movimento de profecias milena-
de Lüftj P �cada de mb r.a d_ e :°cus» (állAllâh) U re lato ristas' g · ·
ash a, 1nt1 I . m u e su gena que a destrwçao
tulªdo r sso, f01. a 1•ndª· mais · longe; nesse te". ...ro, pela lllão · , o· otomano chegana
· - do impen
---:-:---_
awârfk --..c,,-
h z Al-z Osm.. an, Se 1·1111 e, de·scritO
«do filho de um príncipe».23 Como Fin!ay demonstra,
Lº M,. c...rc1,
__--;---_
c d c
tance de F s Garca1 -Arcna 1 , . � aria
a
Su lc.uesna-oux0LJSa'dicns» An, n,,alSa1r1tcté ct uvo,r. dy (Lisb , 99 Augus.ta Lima Cruz, cd., Diogo do Couto e a Década 8.ª da Asia
. ., '13 ºª l 3), vol 1, 192.
i LcJ au Ma roe: La rés1s
11

Soli111j� 0 es t:Sc v�f 45 nasrg . Robcn Finla,y «Prophccy and Policies ni Isranbul: Charles V, Sultan Süleyman,
a.11 d thc
' Magnffi.co, ' r ·
c n POrtLJ, g11· 4 (1990): 1034. Habsburg Embassy of 1533-1534»,Journal ofEarly Modem History, vol. 2,
0

LJês (N l.
').
122 123
Impérios em Con corrência: Histórias Co n ectadas nos O milenarismo do século XVI do Tejo ao Ganges
Séculos XVI e XVII

est a e xpectativa coloria o próprio compo rtam ent o de Gritti q ue década de 1550, proceder a uma demarcação de fronteiras e assinatura
m ai· s tarde se lançou numa estranh a conspira ção com o embª"' · ªd o r de tratados, pelo menos com os vizinhos asiáticos. D e facto, se na
h absbur go na Porta, Co melius Schepper, levando ao seu dec1'1n1.0 década de 1530 e início da de 1540 os otomanos tinham planeado
bem como, provavelmente, ao d o seu pmativo aliado, o grande vi. zir ganhar pelo menos uma posição no Guzerate, no início da década
Ibrahim Pasha. Gritti mante ve-se cristão até ao fim da vida e parece de 1560 isso parecia já não inter�ssar, quando tentaram chegar a u1:1
que esta identidade cristã foi de facto crucia o s, modus vivendi com O Estado da India através de uma troca de embai­
l e m alguns aspect d xadas. O aventureirismo otomano em relação a Mascate e ao golfo
tanto para as suas amb1çõ . es c om o para a natureza d a sua qu a
Pérsico da década de 1550, e depois no início da de 1580, não �eve
e
política ( quand o foi abandonad o pelos
oto m anos e m orto pelos
se s
u
ser confu
inimigos no final de 1534 na Hungria ndido com O sonho de um império indiano; foi defendido,
). com alguma convicção, que assim que tomaram_ Bassorá, no fin de
Nest e cont exto te m sig nific ado esp eci um a obra oro_rn an a!
al � 1546, a principal preocupação dos otomanos foi a sua preservaç�o e
composta por um qâzi co m filiação , º
. na ordem Khalweti Sufi P a recuperação dos custos de ocupa ção. Mais do que tudo� n_o fmal
comei'dAenc1a . ehamad o Maula na 'Isa ( ou
sej a , J esus). Neste ceJCtO da década de 1540, estariam ansiosos por promover o comercio c_om
e m ver s o, o ]âmi' al-
Maknúnât (O Compêndio das Coisas Ocultas)' Ormuz e mesmo com Goa.2s Claro que os oto manos não podiam
terminado por volta de 1534, é re
bastante destacada a rivalidade ent abandon ar o estabelecimento tácito de alianças com potentados
Su.. 1eyman e o monarca habsbur go 0
Carlos V na disputa pe1o esta r ut indianos e sudeste-asiáticos tendo enviado uma ou outra expedição
de Soberano um· versal. Document ns o s
and o profusa mente as prete marítima (por vezes abort�da) especialmente a Achém, na_ década
e
de Süleyman n ess e
sentido' o autor sugere que oc orrerão a co t
n _ de 1560. Mas isto deve ser visto no contexto de desenvolvimentos
cim . entos por volta do ano :
960 a . H. (ou 1552-1553) que torn a rao_ de m ais longo prazo.
i· sto ev1·dente. Nao - -
e , port anto , de todo surpreende nte que a n atU Ao mesm o te mpo, 0 vocabulário especial. ..
reza d as pretensõe c0
utilizado nas cortes de
s de Süleyman se comece a modificar u m pou Selim e de Süleym an deverá ser analisado no contexto de desenvol­
na d éc ad a de 1550. É U5
- cada vez menos visto' por si e pelos s� vimentos imediatamente a oriente, nomeadamente no da sua longa
cortes�os, co mo um conquist
ador (o que se torna a prerroga tdi"ªr rivalidade co m os safávidas, uma dinastia co declaradas preten� ões
m
de F a uh Mehmed e
Selim 1) e cada vez mais co mo u m preserv ad o messiãnicas. O fundador da dinastia, Shah l sma'il, ao assunm 0
da o rdem int ern a (d
r
aí o título Pâdishâh-i 'Âlampanâ Impera .)º2: título real e m 1501, rapidamente se revelou uma pers n�gem com
aura escatológica.26 Várias vezes identificado por s� pro?p no e pelos
h,
e Refúgio do Mun
d o, e mais tarde Qânúni o Criador da Lei �
Além disso, a natureza das a mbi
ções extern�s parece m udar, o , s eus s eguidores m as figuras prestigiantes de 'Ah e de Alex a dre,
c
S �·· 1_eyman a passar de uma te sta co �
ndenc1a para s1stemat1camente des ília e e por ve
zes mesmo com D eus , 0 aparecimento de Shah I sma 11 na
bilizar O regime safáv ida usan
A • • •

d o os membros d issid entes da fa� da cena política iraniana causou agitação e m sítios tão longínquos como
real, c o mo o irmão pa rti r
do Sh ah Tahmas p, Alg
a s Mirza , para, a

n.º l (1998)·· 1-31 A·s comp . a iscas Cf. 1>'"º b erc Mamr an, «Re' glc1ne·nts Fiscaux Occomans: La Province de
, · .- e5.milencssro o0
2s
· 1cmcnt · assorah
», Journal of the Econ omic an d Sociql Histº 1Y of th e O rie· n t , vo1 · 1 O,
dos. :f absburgos e dos otomanos andadcs pcrs1srenrcs cnrre as v1so B
n · º' 2-3 (1 967); t ambém, a síntese un
apar ecem também num curioso rexto unp r, · do5 1 _O·zba' r'an' «The Ottoma
, ·1 de Sa1·1, . . n 'Iiurlcs and
M cxKo ' n 1606. , cu · · a
utor no dos oroma_nos (e '1 v1cofl• thc Ponugucse
1
_ �bu1�:gos) . e1 111ev1)� ra que a destruição· . dizei11, e in che Pcrsian Gulf, 1534-1581», ]ournal of ASian Hzstºry, �o1 · 6,
H,1b
a
�avel, «porque é t ambém O que os própr i os Turcos p- n · ° 1 ( 1972), basea a em ocumentos. portugueses e otomanos. P ara um a smtese
ofeta, geral, ver também d
cons ide:am um a trad1çã� dos seus
e qu� d isse que a su a lei duraria
antepass ados; dizem que M a homa era um 1--/ ricº
e n
d .
Sanjay Subrahmanyam «The cradmg wo1 ld of e1 , wesce
Ocean, 1546-1565· political incerpreration», in Artur Teodoro e Matos e L,,
. ,d , -·rn Indian
mil anos cios quais só restam alguns»; cf: rcssã0 A uis
M�rtmez, Reportorio de los tiempos y Filip e F 1> · ·
historia n atu.ral de NulY/Ja Espafía, rcunP . \.Cls TI1 oma z, eds., 'A Car eira · da · e as Rotas dos E str itos: Actas do
(C idade do México, 1981), 1i-ata I' n dia
r e
do Cin co Ca 7' 215. ria In ternacio n al de História In do-Portuguesa (Ang ra d O H ermsmo, ,
pc 1el
VIII Semi nário
24 C · 1 er, «·1·1
. orne·li 1r.1• �1sC1 · r as' Mcssiah · e ,r,íf,t/ l 998): 207-227. O capítulo 5 deste livro.
1e Lawg1ve : T hc M a kmg Of ch Jm .
lm agc 111 the Rc i �n of Sülcymân» , in G l V para a melh . · _a iramana. · , · d.o secu
do 1111c10 . , 1 o xvi ,
1
il es c instcin, cd., Solirnan /e Ma� ral �111
ver Je an Aubin, or analise , are, a, data da poI'me
2&
: ', '
des Safavides reconsi dere», Moyen Orient ,et Ocea ;n
et son tern_p , ( �ns, 19 2!: 1�9-177. T
� P ? am bérr� a análisc anrc_rior � fu ncl 1 n 1f11 «Cavenemenc
Ba1 _ b,1r a rlcm 111111g, «S ah1b-k1ra, n und Mahd i : Türlm. chc Endzc1rcrwaªrt.:�ge tlJC lndien, n.º 5 (19
88): 1-130.
crsten Jahrzehnt der Rcgicrung Sülcy e e ii
mâns», i n Gyorgy Kara, cd., Bet'/J)
Danube and the Caucasus (Budap
este, 1987): 43-62. 125

124
Impérios em Conconc' O milenarismo do século XVI do Tejo ao Ganges
encza.
· ·H·zstorzas
, · Conectadas nos Séculos XVI e XVII

Ou então, de uma forma um pouco mais ambígua sobre a questão


Veneza e Lis boa· Rodeado pe1os seus segmd e
. · "lba'sh qu ,.o1
· ores qzzz dos poderes precisos que o Shah Isma'il deseja atribuir a si próprio:
v como um mestre sufi de quem eram discípulos o Shah Isrna 1
t:
e � ? rou um con jun to de
rituais , retiran do elem�ntos c an to de Sabei com certeza que Khata'i é de natureza divina,
praticas de ordens anteriores de sufis como do que foi denominado que é parente de Muhammad Mustafa.
como cost�mes «xamanísticos». O viajante Franc co Roman o, seu �aiu de Safi, é o herdeiro de Junaid e Haidar,
:ºntemporaneo, escreveu, «alguns dizem que el é D eus, o tros que
es E parente de 'Ali Murtaza.
u �elo amor de Hasan, entrou na arena,
e
e _um profe�a . Todos, e em
particular os seus soldados' dizem qu l;'. parente de Husain de Karbala.
e

nao morrera e q_ue viv · era, eternamente». Outro viajante e reJat. or E como um pedinte ao portão do Mahdi, Senhor da Idade.
.
Ita1i·ano, G1.ov' ann1 Morosm . .
i, escreveu aos seus s upen. ores a Pªru
r O meu nome é Wali Shah Isma'il, o meu apelido é Khata'i.
de D asco, em 1507: «Ele [Sha h de É int eressa nt e notar que as pretens ões messiânicas de Shah
;t Isma'il] é adorado em lugar
um 1, um parente e apóstolo de Maomé. sa Isma'il, que sem dúvida terão desempenhado um papel na união
Foram vistos soldado 0
rezar-lhe a ele no seu pavi·1hao - . 0 Su t·1, com a cabeça velada, escava 11 dos seguidores em seu redor e na capacidade destes de enfren ­
centro de uma grande coroa e circu sas tarem, por vezes, terríveis disparidades militares, surtiram um efeito
, 1o form ado pelos princ1·pa·s1 pe r 0
no seu acampamentº · E taI como · pér1 dual nos que se encontravam de fora. Os otomanos, de vez em
estes mouros aqui [no irn
o omano] aclama _ m Maomé, os que ali estão adoram o Sufi. Não Jhe quando, usavam a term inologia em voga no Irão safávida, em certos
� ª 1110mentos ironicamente, para explicar a derrota que tinham infligido
c amam nem rei nem pn,ncipe,
. · mas santo e profeta.» Havera, a1g url1 scher
s imP11·t·ic.açao
- merente a esta descnça-o,
.
·
claro. Alguns d. os se10 ua
s e
d ª?s safávidas na batalha de Chaldiran, em 1514. Comei! Flei
Sha h _Isma ,I 1 s ugerem que tm . . d s Cita uma passagem da crónica de Lüfti Pasha em que Sultan Selim
pos. 1. çao, como podemos ve r no
· ha uma opm 1ão mais mauzad a ª a deveria ter-se dirigido aos generais e ministros como seus «discípulos
epíteto «So berano (Shahanshâhí) devotos», usando precisamente o mesmo termo, murid, usado por
>
quem D eus tem na Sua Graça
(ba lutf) acompan hado no ca JD ,0
m· ho> S_ha� Isma 'il para descrever os seus seguidores qizilbâsh. Aqui a
usado num deles · Alé in d.isso . a 11a
, a poesia que escreveu' e m bor . rivalidade engendrou imitação, at ravessando não apenas front eiras
SeJ·a cons1·der . . eja
_ ad_'a d.a mai·s alta qualidade literária , é significauva p �olíticas mas tam bém religiosas. Por seu lado, escritores arménios da
s ua ident1'ficaçao s i m
ultânea com Alexandre D eus e 'Ali, e o uso do epoca desconstruíram as pretensões messiânicas de Shah Isma'il, ao
cognome (takhallus) de K esces
-hatâ'i, ou SeJa , «O ' pecado r». Um d comentarem a sua política de terra queimada no decurso de campa­
versos diz: nhas no Norte e Noroeste dos seus domínios. Um deles escreveu
e111 1504 que «o anti-Cristo previsto chegou, e chamava -se Sawafi.
O meu nome é Shah r.sma ,.1 1 Sº_ u o . .
Sou ? eJ1efe de todos estes oh,;. · • . mistério de Deu
s. Atacou a terra dos albaneses e massacrou gente até às margens do
. 111 ha i!1ae
- é Fátima, 111 ª� Cáspio. D aí seguiu para o Irão e tomou Tabriz. Forçou o rei a
o meu pai 'Ali·,
=ílZZs
Am
E sou o P1 r dos Doze I mas -. fugir, colocou o povo sob a sua autoridade e impôs tributos sobre
.,... .
Recu�ere1 de Yazid o sa ngue do eles». Esta associação de Shah Isma'il com a chegada do milénio, num
1 enl1a1s a certeza de que so_u de emeu pai ' , sentido negativo, não é uma excentricidade deste autor, pois existe
Sou O Kh1· 1•.z. vivo ssên eia haidariana.
e JeJ<·t1'·0, .f I ll10 de M ana,
_ . nout ros textos arménios, nomeadamente num escrito por Parsam
Sou o Al,exa ndre dos meus com
·

emporâneos. 27 de Akhtamar em 1509, que diz: «Nesta altura, o rei de Tabriz era
Sha h Is111 a'il, precursor do anti-Cristo, que comet eu muita selvajaria
na nossa terra. H ouve assassínios e pilhagens em todo o lado. Que
pena consegue descrever os crimes e a destruição que cometeu na
nossa terra ?»2s
V. M'mors1{y, ,,The Poerr .
o 0r Q
r1.e1ititl
Y O f SI1•·'11I
. '"d !», !Jufletm. o11 . the Scho l f.1hackscofl,
21

and A�'
fr1·l-�r.i St-Ult·1es, vo I I O 4 ( 1942)
l�ma
••
. : 1042a; ver também Whceler M. A-s, ,.a,.., Art � e Aubin, «I..:avenement des Safav1des», 75.
·
nado em
.. ,·.1. 1;.1crures
«Thc Diwan of· KI1,1ta . ,·
for t I 1 e poerry of· Shah
, fsma 11 r »,
(O urono de 1988): 37_ 63_ 127

126
- --·-

Impérios em Concorrência·. Hist'orzas Conectadas nos O milenarismo do século XVI do Tejo ao Ganges
Séculos XVI e XVII
.
Finalmente' h ouve alguns_ bservadores europeus (e em especial ser Shªh Isma,i·1 II, m1racu1osamente regressado dos mortos.
0 epi. so, d.io mais imp ortante ocorreu em 1580-1581 (988 a. H.)
diam
?.
italianos) que _ a·mda que dificil_ mente me · 1·mados a levar a séno as quando um qalandar (ou derv1x .
e ) chamado Muzawwar ap areceu a
p re_tensões a profeta do Shah - interpretaram generosamente o s eu desafiar os go vernadores regionais safávidas, afirmando. ser o Shah
e f eito, v isto q ue os sa f a ' viº das re . . .
presentavam uma barrei·ra ao qu morto. Este movi.mento tena , no seu auge, uns vmte mil segmdores
e
Ihe s p arecia ser a mai·s grave e directa ameaça ·imp én·o otornaDo . militar. Nos
,o ser b rutalmente esmagado através da for ça
- e acab a n a _ror
sob os sul t õ es Seiim e S u .. 1 . .
y . O resumo de um diansta vene· . .
º
. anos seguintes surgiram m ovimentos seme1hantes, embora com um
z1ano, M arino S anuto, tem um tom p . . leni- .
e m an
osmvo colad o à sua so apoio p op ular mais limitado.33
.
dad e fú nebre : « Um h o rn
em de grande JU · st1ç· a e sem ganância, beJJ1 a década
.
mais liberal q ue AIe x an · o mesmo, p ois . . c eb e
;ºm a subida ao trono do Irão de Shah 'Abb as, no final d
. dre' p ro - dig assim que re de �80, a atmosfera milenarista sofreu uma completa reviravolta.
dinheiro . distrib u1·_o . D e forma .
que p arece um D eus na Terra .)) A n meira década d o reinado foi marcada por conflitos entre o
2?

Aq ui, mais uma, vez' a anti.ga auto-im · agem s afávida conta rn·m0u t
Shª e uma ordem ressurgente de sufis heterodo x os, os Nuqtawis .
o vocab ulário dos ob s erv , , , · as .,.,
. . adores extern os ate as metaforas p . asu·a, J.a1 como f01. recentemente analisado com alguma profundidade por
e
,as compara ções q
recis
ue uti1iz am p ara descrever o f undad or da dm K h Babayan, o desafio n�q:a�i d�u.f�u�os precisamente porq�e
Isso também e' ev·idente no t'itu1O usad
o pelos europeu s, ao
Jongo 0t:a;�� vidas p assaram da sua 111s1stenc1a m1c1al no gb_uluww (ou seJ a,
do século xvr, p ara des
. c, rever os safa- vi·das, nomeadamente o Gra nde c enças het�rod�xas de natureza es�atológic�, no s�u caso), para
Suf1. Em meados do seculo xvr o
· perador M ax1·m1·1·1 an . :
e
. , q uando o im u a �?nn a de 1mamsmo que os aprox imou mmto mais da sharf'a.
34

suge n u uma al·ian ça c om


o Sh h T:ah masp contra os otomanos,
f0 1
� Isto significava o abandono de uma 1i· gaçao a certas personagens
-
neste termos q ue �e
Ihe re fe n u . 3º Embora o reinado de Tahrn a5P l nd'-n.as ou semilendárias da história antiga islâmica, como Abu
perm a ç eio � �
, , e quase certo que a· rn m ou M uhan: m�� ib? Hanaf�yya, qu: a_ té aí tinham desempe­
, a' em muitos asp ectos' 0
b,scuro
tera come çado a abandonar as pr , - -
ne
A n- �
º etensoes mess1ºam. cas que a11rn ª nh � �
um p ap el sigmhcauvo na visão safav1da d o mund
o. Por sua
e
tavam a fundaçã' 0 da dmast1a ao , . ' J11 v .
rvava u saram a de fender que os
.
c,r en ça literalist a na h .' . mes mo t emp o que prese s cra, s,J1 �h �ª. década de 1580, os Nuqtawis pas
e egada im ent vimo a S ª s tm am perdido legitimidade e que seria um de entre eles que
·- ·zb A h' m e d o M ahdi, c omo �
Os la ços com os qzzz as f Oram sendo gradualmente a frouxad0s converte n a a «monarquia espiritual» (pâdishâht-yi ma 'ânawf) numa
e
os velhos segLi iºdores t · )ar
urcomen? s � uf is de Shah Isma' il (e m paruc_u f r Um grande nú mero de
º
o g rup o conhecido com A 1dos � �iªA de real soberania (saltanat-i surf).
º o su/iyan -z qadzAm-z. LaAh e1·an
�� � ) foram mane ue qi ash, que se vinha a fastando da dinastia safávida, aderiu à nova
, d1stância do re,m · o No mterregno contestado e sangrento q ico no iní cio da década
II �; ��' levando a um confronto dramát
a � de
s ucedeu a este rein d0· e e_sp ecialm a 'i l
ª ente no g o verno de Shah Isrn 9
(15 76-15 77) e anos segmntes, regi·stou-se . to do.
S
, um re crudescimen N u n�a p rime i ra t ent ativ a de resolu çã o das t ens ões com os
rumores e da s for ças p oh . , a n·stas.3-, C ontudo e ist · o e, SI·g n -
' t1c as mi·1en Nuqta�is , Shah 'Abb as chegou a declarar-se discípulo do poderoso
1
. . . ' ora
f1cat1vo ' o s grupos aderente,s as .
. . , , I"d,e o1og ias milenansta . s estavam ag nuqtawi, Darw1·sh Khusrau. M as ·i sto não f01· o suf1C1 ·
' ente
para pac1-
p os1c10nados con tra o Est ado, ap o·1a ndo ·impost ores q ue p reten- 1002
ficar os Nuqtaw1s, · que come çaram a afi·rmar que em M u11arram
(lS93) soberano e deporia 'Abb as.
_ , um de entre eles surgiri a como
29
Citado cm Aub m º , ,
, «Cavencmr ent dcs_ Sa fav,dc . ...»,40. Ver também, para u1t1er
8
Assim q ue o astrólog o da corte s afávida M awlana J alal-ud-D in
�on_s,·deração mais geraj,. l da. 's ontes do perrodo, Aubin' «Chroniq ues persanS/11d.,/e e s
rtal rcnnes : Notes s ur· es sources narratrv · es oJ u rcgnc de Shâh Esmâ'il I»,
Iramc. a., vol . 24' n' o 2 (l99·5) : 247-259.
. ue de E. Bosworth,
M. Savory,«A Curious Episode in Safavid History» ,in C. rgo,1971),
. J �'.,.lll Aubm
3
. , «Per viam . R ( dimbu
JO
. sem: Autour d'un projet diplomatrq
portug.1. len cd and lslam: ln mem01y of the late Vladimir Minorsk E
Max1 mr l1cn IT» , Mare L uso- Im1l .cum ,n" 4 (1980)
; y
46"j_4;;n
ir Monon,«l ntrod L1 ct1·0n» . . : 45-88.
v 1-Xv11• hryn Babayan,The
· to the Lord Sopr;y... , X 1 ,por"�-
J.I
A min ha anál ise baseia-s e no i mportante trabalho de Kar
I
m Memb·: 1 e,M.1ss1.on
·P· E· ste período no 1 r-�,10 é rgualm.' ' enr.e mu ito . o por autores con ren 6_ Wan.n o the in Seve nteenth-Centu-.n.,1 han
· associad
, ,o co rneta de, 15 7 1 g f Qizilbash: The Temporal and the Spiritual
n eos com out ro s,·11.1• 1 ce . · lest .
. e carre•g, d _e1e• s. 1· gn 1· f'reado polmco (rir,n· i cet . to, 199 3).
· ersrty,d .i ssertação de doutorame
13eve n'd ge,vo ·
1 11
. 'kl1 A b u\1ºl"1z
on U mv n
-1�77; por exemplo ver SI1•11
- · l,Akb
º ar N •
ama , rr. H
.
rcm1press·10 • (Nov.1. 'De1r,1989),31
· 5-318. 129

128
----�

Impérios em Concorrência.
O milenarismo do século XVI do Tejo ao Ganges
.. H.ZSlorias
, . Conectadas nos Séculos XVI e XVII
A e�pectativa de uma figura messiânica aparecia ligada a um reino
Muhamm ad Muna1·1·im ai -yazd'1 . . . te
anunciou que a con1·ugação 1rninen «universal», que se no caso otomano era talvez interpretado algo lite­
de Saturno e Jú ·te previa · ª morte do sobe rano no poder, 'Abba: ralmen�e, noutros exemplos tinha um conteúdo mais metafórico (em
decidiu resolver � assu �
mo de outra forma.3s Prendeu ou executou . �� e �n1versal é interpretado como significando a conquista de um
m aior parte dos nuqtawis,
mas escolheu de entre eles um tal Yusuh 1migo, que era ao mesmo tempo um elemento «complementar»).
Tarkishduz, em favor de q O· ;ai dem anda de
' uem abd'rcou nominalmente do t ron uma conquista universal conduziu quase inevitavel­
Assim ' O fantoche Yiusuf I é
que esteve sentado no trono durante·a mente _ a uma reinterpretação da lenda de Alexandre, o Conquistador
conjugação plan .
et,
ana desf avorav , e1, com uma coroa (ta;) e urn rra/0 Mundial por excelência para o mundo islâmico da época.
e A'

de r ei (châr,qab'; , enquanto
e

. O Shah 'Abbas pret end'1a ap_ena5 s o,


er A recepção oriental da lenda alexandrina, que passou do sírio para
guardião das p ortas do n 0 persa e foi elevada a uma forma clássica por Nizami Ganjawi no seu
Logo que passou a conJu
h
. are,m (zshz'k . aqasí bâshí) nesse mterr egd_1a5
Sikandar Nâma, habitualmente considerava Alexandre não apenas
A

gaç-ao, depors .
· de um remado de quatr0 O,
em que foi ma t t
e o seu corpo p
n 1'do sob est nta . A . Yusufi foi deposto, 11:or ,.
. vigr·1ancra, m «Conquistador Mundial» mas um Profeta. Certos elementos da
�end� eram
nominalmente cumprid
endurado pa 1.
ª se� vis. to pelo público. A profee,aioa fo•ie, de natureza basilar. Primeiro, a sua ligação a Dario, o seu
opositor aqueménida na história, hoj e em dia muitas vezes visto como
a·' m sultao, realmente, morreu, mas .n do
o Shah 'Abbas . d�sso . a um meio-irmão de Alexandre. A guerra entre os dois é portanto uma
36 Depors
por heresia em az . i
e •
também Darwish Khusrau foi J UJg . 0
. sug gue_ rra fratricida e é um passo importante na pretensão de Alexandre
Q wm ' dad O como cu1pado e su1.e1to ao ca. do
exem plar de (Sikandar) a monarca universal e conquistador mundial, unindo os
pa,ssar em paradª pe1as 1ra
e

para trás, enquae n to ruas sentado num bur ro v p01-5


. paus' pedras e terra lhe eram lançados. pe do m�ndos helénico e persa. Dario é derrotado por Alexandre (daí o
f01 levado ao cadaf a epiteto do último e dârâ-shikan), e em muitas versões dois trai­
.
e de1x
also e após a execuçao _
o
,
cadave r sen ·a 1·rnpaI d
ado à vista de todos dores de entre os seus homens apunhalam-no, esperando ganhar o
durante um a semana.
favor de Alexandre (de facto Dario foi assassinado por um sátrapa
em mata os dois traidores
.J:fecatompylos em 330 a. C.). Alexandre
A herança alexandrina : visita Dario moribundo, prometendo reconduzi-lo ao trono; mas
e demasiado t
arde. Este par aparece não apenas no Sikandar Nâma
,
1:1as tam
bém no Akhbâr-i Dârâb, ou Dârâb Nâma, um ciclo fantás­
No século xvr no JJª' mais importantes
M ed'rterrâneo e m ais para oriente, o rni'JeJl'lª t1:0 d e hist
órias em que se basearam algumas das 7
rismo era, portan:o, 3
�mturas do período mogol m ais antigo (c. 1580). O Darab do título
. uma força a ser 1evada em cons1'deraça·o e u ot
estrate ,g1a política pode rosa, ainda. , e e O pai de Dario, o rei do Irão, ou Babilónia, como muitas vezes é
vezes foi us.ªd0 para co que uma faca de dois gumes. S P,.JJ'
n stru·u. um estado, como com SJ1 ah I lª,,.,0 s!T chamada, para os fins da lenda.
ou para consolidar. u _Um segundo el em ento da lenda diz respeito à ciência dos signos,
m a fase de r,ap1'da expansão geogra'fi' ca ' fcowr 0
com Sulran Selim, nou ' uistador mas como
' tros mon1enros f01. uu·1·1zad o para des'a ia']jse P_O1s Sikandar é mostrado não apenas como conq
Estado de form a s1g· n1f· .
1cat1vae · Anr e,s de estenderm os a nos·sa ana os vidente. Há por isso vários tratados de astro logia (fâl-nâma) que
a, ,1 nd'1a, será útil parar
. um m ome nto para JerneJJ é-
, l e s ão atribuídos A associaçã o de Alexandre com Aristóteles
es abele c r os � .
comuns do 1111·1 enan.smo i. A . e
os nao causou n enhum dan o à sua reputação a esse respeito. Em
ga , n o
t e
sla
culo xv,, do None de , _ mico à medida que se alar v�As1.a, r-J termos de representação pictórica, este aspecto da lenda m uitas
A Afncae e dos Ba1cas - para o S u1 da
am ago da questão com JJÍ0· vezes concentra-se na chamada árvore waqwâq, ou árvore da ilha
' , o vimos, estava a chegada iminente do 1111'j'e
.
--
--;;J s -:: - -· -- -- . c aira q_v
e --::--_
F: screve ndo a p artir do
D ecao nesses anos, o poern mogol fa1z1 no ·, pe''ª1
, .- . . 7
.1 O Dârâb Néima em questão é de A�u 'fahi
r ibn Hasan Musa al-Tarsu�i,.�riüsl�
os. ·!strologos (muna;jú • Libra:y, Londres, Mss. Or. 4615; duas pmruras representamo Shah Ardaslm a sei
pengo (kh ··. )n n) «fraque t1nha111 dito
-atra-ye 'azim
a d 0
ao Sh'·1h que escava em_es. sV1
ri n,• · f , reproduzidos em Stuart Cary
.
cstr e 1 a. A té ela passar,
nesse
... C. q ue uma _ forç ci
a hos l (taqâttt') e nt ra ;,_; faJt W�olido por. um dragão, e a ilha de Nigar, estão
�110,_
cnfrcnc,tll,I dific uldades. Cf. ha eh, Imperial Mughal Painting (Londres, 1978), 48-51.
(Lahore, 1973), 124_125 A. D. Arslud, cd., fns
.
.11, Babayan,
'l t/:Je, Qtzi
The Wan in0o or ·. '/b-as h... , 54-62 131
.
130
Impérios em Concorrênc
ia: Histórias Conec .
tadas nos Séculos . ao Ganges
XVI e XVII O milenarismo do século XVI do Tejo
Waqwaq. Alexandre,
nas suas v.iagen s, . à ténue figu ra do Zu,lq<arnain (o «de J? ots· Cornos» ) no
lendária em que os m . tena eh egad O a es ta ilha
acacos tmh
apanhar lenha, am aprend"I
do a varrer as ca sas e a Alexandre é ass.u para autore. 39s persas, mdo-persas e otomanos um
onde o ouro exi • . u n .
os habitantes sti· em ta- o grande modelo do I slão pers mz
fabricavam com · a bun d ancia q e ia adº·
a
famosa árvore dav ele os seus utensíli
a frutos par eci.d os, e en_i q�e u ma
homens. Na len os com cab
d·a, é a árvore waq eças de amma1s e de
seu própno· f"1m 1m · wâq que informa Alex ' o
men te. ao a c1e andr e d De Maomé a Rama
que também ajud ci
s- · a dos Si·gnos e a aStrologia
am a estab
ele
ça central no t cer a relação enrre a lenda alexand· rina
n
e outra pe
A •

xvr. E ssa peça . eci.do te . Na Índia, o alvor do secu ' 1O X do calendáno . da< He,gn ..a foi direc-
é o Lvro de D xr ua1 d º. '.11'·1
enar! s m� do secul
o
a, 0
em torn o
do mito apocalíp ame! (ou
K1tab-, Damyal), q ue gira
tamente aco mp
anh ad o por poderoso mov1. en to miºlenarist
7 tica de
de Nabucodono tico acerca da 1.
n rerpretaç ao o dos Mahdawis 40
O movunenm: t teve origem na igura caruismá
culo XVJ o Llv
sor. Muito
usado pelos ast - do sonh · um tal Sayyid 1443-1505), que fugi da cidade
ro de Daniel er rólogos de cort o sé · uha mmadJ aunpun· (
M
conjunto' , a habitual de Jaunpu r (n
o mei· o d O v ale gangético, perto
d Benares e sede de .
com textos ta1is . nte fun dido, o u \1� em
mãn 1c · os e com os \uí· um sultanat � s m - s d din asua
dos a Alexandr o no s éculo XV) após a sua qued
me

e.'" Ajudo textos 1frf


a
unpur um sm · a
a ao
n
a
u igualmente Lodi de Deli. Sayy1
. ' cia · d M I hamm<ad viu na queda ..de Ja
entre o estabele a con solidar
ª âma atn
cimento do R a eqwva_e !n elh r
preração do Q eino Universal de problem
as futu ro s, e ap
t , un1a viagem a, H1pz (onde m
no milénio e mrer· , .
o o
uinto I d
U m terceiro e mpério de Daniel. a sua p
reparação como teo,1ogo) regressou ' lndta onde, no ano
< os
ª ª , te
imortalidade l�men to da le 900 a. H. se ' ropagar esta fe b t
nd a é a b
usca de Ale x and re pela decl ar ou O Mahd i. De for ma a
as a n

. da dia na terra corno


e a Agua austera que '
recebe instruç da Vida (âb-i e xig < asce. n · ca e que P ca
via
ões , m issã o p ara q0 . um a vi·da .
é nem mais n não apenas de Aristóteles. se fosse' o ú promover�m
ltimo, os segw· dOres de Sayy1d M.uh. ammad .
h �
a yât) ia

s que K
O seu guia nesra\ sca uma re ta da h pe d ar·1as
ve rdura, q hwaj a Khizr, de de albergues, ehamados â'iras, d1stI11 .
em m eno
ue o l eva o profeta ,morrar da suf.1s habi· tua hdaw1 gozou
d s s os

por sucumbir. K ate, ao f. 1m da v.iagem · el1 amada< s kh,anqâhs. O movi·mento Ma


hirz, p elo conr , em que AI exandre acaba is,
R epresen ta as rário, bebe o e de uma pop
u lar idade m ia1 n o Ocidente da
, d.
ln ia, tanto no D ecão
si m u m a lixir e to rna-se .,mor,at · ic· .-
tam bém é espécie
de in iciado r e como
no s ultana to d O Guzer.ate · Sayyid Muh amma '
d segundo ·oso
um sinal da ch
egada do guia -profet a, ue seus próp rtO de converter
e n o império
otom R ino Etern
o ; no N orte da Í n�ia
rios hag 1o · , gr af os tera• Estado muit· 0 pe se
às expectactivas ano do século xvr vemo- sultão do G ' a. Mas em breve
uzerate, Mahmud Big<arha, a, sua caus
e

milen lo claramente associado tornaria s .


a expulso d Gu ze-
Finalmente, um aristas islâmicas. u speit· o aos. olhos d O Es tado, e ac�b�n
rate; m· or
O
O seu túmul0
drina oriental é elemento de grande si n reu em l 505 em Faral1, 110 Ba1 uqu 1stao, 0nde
a sua pr
otec g ificad o na lenda I n-
« b,
a rbaras». E
ste e' o epis· o' ção da «civilização, contra asªt' or as

Alexandre (Si d1·0 que mai· . an d wo,kr of
kandar) cons s ap a rece nos texto , em que
mundo, para trói um a m s . Segui de p eno a sínt es e . Mohammad ,hid Mirza, TI:?C Life dc1, .
o
J9

defender a civ uralha de m 2OI mas ver Wambém Pem Gae,ffk,c,, «Alexan
eira d
ri
� .
bre
nur Khu
ilização con a b '"d t>c Bc" .

Magog (yâjUj w
,1
srau (D e11,_ º}5), 200- · .
b_ c
, ·se M alhson, d , Stud,e,'"
tra a depr o e South1 Asi g"1 S· u f'<s•,'" Alan , w1stI e e Fra.nçor 1991 (Nova. D eli/Pans,
co n

usadas para
a rnajUj), n o
.
edação de
G . : "'
W· Enr
procurar liga va mente
p �er 1994), 2 an Devotwnal lite,rat" • R,rwch
Papeis, 1988-
subjacente ções ao Velh ersona gen s que podem 75-284 , b,sc,"do-se no texto de Ahmad Sh,rif, ed •· Ala
darnarna (Doe
ul vi·racita SI'kan-
à lenda não o Tes tam
deve, todavi en to. O po t o c ruci·,aJ ,, 1977).
Alexandre é es , er esquecido. O de n . io Par vement in · Jnd1 a,
ta belecer de a uma síntese geral , v er Q,m,rnddin, Ti Mabdaw,. M0
islâmico, e G o ã p Suno_ o "·
5 'Abd ·11-Qacl. a 1 B ad·1yum., Naiât al-rashtl d (complerndo . M ,hammod
a
em 999/1591),
s
g e Magog sã nas um reino universal, as u
D cli 198
m 'f' no
n o a e
o assim
os inimi os m defende CJu · - ' ' .- khs 1 an, com S yyr d_
· . ens d·,1 s. e·ira esta0 noJ Bad· ª D . ·e' ter cn. aclo ra1s pi\bi emas,
do Islão. Assim, d '"llrb' akh c as orig
ir a
l\r
ª . •pulo de Abu [ s·I1 ªq Khn . ·I am._ 1z-s .
sh
J8 par a 1 · 9llc ora11 , o d1sc1 ·. .. o Ira' q·ue, e aí, nas
g
a g1"na 1 1 pa1,1
do século XVI, s , US<mço- ,s s,g . d as tropas. comra ele· depois disso :ugm
. n,·1··"""." . . · es. y,cr- rambém D e I N. M··1cl ean
1 envia
'"º"�ohas, <ceá ·
f «TI,e ,
n
' rry
do
,e, Jere-Pierr ' mspuad,,s "
30 · ' d M·
d'Oriem et d'O c eD º'
cident (Paris, igmd, et ai., Cb,�aux" ""º' 1ª , a do Decáo 000 · . h,
scg 11 dor · Ric har
<:.aton, cd., Polirical Engagemcnr. T MaaI 0" ( D e r1' 2003), 150
r.·t n= Sociology t
. j1 "•nd tl1e Srate», 1· 1.1
of d v1ya
2002). cm,a/im arabcr J,mr /'•r arl>
.. 7i·adi twns, llf
-175 ' -166 ·
ia
fnd 1 a's Is1amn
. ,

132 133
Impérios em Concorr
. enc
, za:
. Hist,orz. as Conectadas nos O milenarismo do século XVI do Tejo ao Ganges
Séculos XVI e XVII
rap!d�m ente se .
tornou local
de
. até ao
presente » , as pesso as pen savam, escreve
B ad ay um,· que «o d1a
safavid as Isma
' il e Tahmasp levp grinação. Os .primeiros sobera,nos dª
ere
aram O cu1 to . fl· ressurreição tinha chegado (qiyâmat wâqa' shud)». Isto, por sua
a pont0 d e suf1 c1ememente a se o
ata carem O t,
umulo re et vez, levou a uns versos (rubâ'í) inevitáveis:
No entanto, o c idas
u1 to m ahd 1.p . . . ve zes.
J :un��n. n�? se ex _in 1 c1 ado por S a yyid M uh arnrnad
tin gui u. �.w Em novecentos e onze a cidade de Agra,
O fim d o
d vana s filiações s éculo XVI m uçulm anos Tornou-se o alvo de vários tremores de terra sucessivos.
d em 0n
para _ como e le. A i r f
a m cun· osi da d e e mesm ' ·ia
o reverênc
str ra E embora os seus edifícios fossem muito fortes· , b
Sayy1d Yusuf, in b o g a ª
1 0
· tit· ulada M tl , santo. -here, t1c
d
· o da autoria de M1y . an . altos tornaram-se nos mais a1xos
O s seus pontos mais · .43
d ad a
pel o poeta d a co
ªª a l -wil âyat, f0 1· na verdade encome11-
rte mogol . �mbora o movimento mahdawi tenha, em parte, desap a recido
cu1o XVI q_ uand
'A ' o estev
Abu 'l Fa1z 'Fai zi ' no final do se-
af'zm sunita, m Bur�anpur, no D de vi5ta nas déca das seguintes, restam poucas dúvidas de que conti­
ecão.41 O fo rmidável
e e
Mulla 'Abd al -
a uou a ang ariar numerosos seguid ores, parti cul armente entre alguns
como
representa
nte da O nodo .
Q di r 1 B ad a
ª- . y un i muitas vezes t1·d° �os
x1a sun Ita d e fm º '. a a fegãos re sidentes n o N o rte da Índia. A grand e manifestação
co ne
mogO1 ' escrev
eu a seg ui. ais do século xvr n
s ayy1· d Mu
hammad, na n t e passagem eni gmática acerca . d e seguinte teri
a de esperar a cheg ada de outro mar
cador signif!cativo
a H] M" sua h1º sto .
' no calendári o 9 M ais uma
s · ayyid Mu
h
, na uni·versal: «E n este ano [910 do milénio o ano de 60 a. H. (1552-1553).
' - sob o movi· -
ir
m ve7� Bad ay u
· .
seu Iugar a m ad de Jaunpur, m· é uma preciosa fonte de ·m formaçao re
de d esc que D eus santifique o
wal' e ue ch anso sagrad �nto_, que nesta fase se centrava n as figura s de Shaikh 'Abdullah
� :e f?i um dos chefes dos gra ndes
Dei� q ;,e te gou a dizer-:e � _ e) e do seu
e
seu n o m
: m a ahd1, e m r
es osta ao chamamento /Y �zi ( ele próprio um a fegão, como sugere o
Aqui estou eu, verdadeira pretensão sob p etJ iscipulo Shaikh 'Ala 'i ibn Hasan Bayanwi (ou B angah).
re todos nó s, respond-
na cidad e de o regressar de Mec a, ,a ci. d con tex t o polític o era O problemáti co rein o n o N orte d a
a
F
Kandahar qu arah. ond e f01. en terra d
ade s agrada a o HindustaO, Í ?dia de Islarn Shah Sur (1545-1552), cuj o pai Sher Shah expuls_ara
c omo
e ª
' , . misericórdia de , º· .
Q az 1 H us' ain Zargar .
de
8 e screve que Sha1_kh

t .ª
, ?,1 ay un durante a lgum temp o . B aday uni
O ro n
p p o Mir
Deus estej a c om ele que ass1J11 u
crono tive a honr'a ' e 1 1 um h omem escola hanafoa,
grama·· E.!e d.
. isse: 'Vai de v · · a , escrev eu o seg
ui· 11r
' de conhecimento ortodoxo da
estabeleceu -se
i sit
e pergunta a r
ei ou Ben gala
para fa zer a Ha1·1·' e no seu regresso
k
Shai h un k
o Shaikh'
gram--; nas al âr). Shaikh Mli barak t
zstifs (Guftâ ke birau az- x
em Bay an ' ºi· a
· fluenc
cul o de m
p avras M a m be, m mvemou · um cr0 no a , p ert o de Agra . Aqui' entrou para o cír . .
Em bor a Ba d a y a· zâ Mªhdz,.. 0 Mahd iº a n1 »42 de Shª1·kh dem Chisht1 d s s u f is,
'Abdullah' que 1·á pertencera à or
o
un 1 n ão . ·u.
Sayyid Muh acene in de D1as que subseq en por Sayy 1ºd M uh ammad
p

completamen
amn1 d ao ª título de, pr
t eir· a me n - es r a
t e as pr e t e n s o
a
u temente fo ra ca tivad o
J unpun_ ·. E, deixado bem cl aro que a ma10 · r parte dos segm·dores
te º
Além disso, . b st1-1 nem a aiguns d
o feta, ,
e o, bv1. 0 que não Ihe e
. . . s, , e Shaikh 'Ab s de lenha e _ de
J"dore dullah eram «tr ab alhadores, colectore
d
e, os s
morte d,e Say . interessante que asse . e, us pnnc1pa1s seg U to da � U a», que ele idolatria e a ad aptar uma vid
a
y1d Muh d i rec t
ameme deste re1 a in tim a va a abandonar ª.

1ento que a amma d para um descnç
p
terra v·10
. ão de u m cremor de or. Tom do e
ª pobreza ( e pos sivelmente de castidade) com ard
a d

balou a n 1 a 1·
pouco te 0 e u..si,a_ sm o or este rojec to, Shaikh 'A1 a ,I ter-se� a tregue_ a' auto -
n t . , en
«as co �po depois (em ,3 ,af :9Parte do N o rte da Índia e o Irãoe '
linas começ J ar 11;6 d u D1
( Ott1f1caçã p isenta d e unpostos
o e à humi ldade, abandonado a terra
p
aram a t e Julho de 1505), em q
caíram em m . r em er
. 11 pedaços, , edI"fícios. fartes d s
e bem co nstrLll, oe- a'âsh) que lhe f ora dada pelo Estado .
Jnadad-i m
o de uma luta abe rta
cera m e a terr , O f inal
a
de 1540 acabou por ser palc
fendas, e m algu a r
Ao expen· men mes. mo tempo que al ns. s1,t1o
ao
. s se racho u e ap > · entre Sh 1da 'd é cada . ores, po r um 1 ado, e O su1 ta? - e. _ os
tar este
terra 1110
deia,s e a, rvores desaparece· ra nv ai· <h Ala'.1 e seus segmd
1 lleinbr p nmeiro
---- to o m
ai·or «desde o temp ' o de Ad'aO s aliado s, por outro. N o
i1 1on1ent do cle ro ortodoxo seu
, os
'
,2 P
idores armaram-se e
nflito o Shaikh e os seus segu
,1 ara, � visita de o do c o
A. bd al Qadir 13Faizi à arca,
., . ,
M aulav1 Ahm- adayun1, M ver Arsb1]..1d, ed., lnshâ '-i F ·. ,. . 10?-103 passtii:i.
ad 'AI'1 and untªk-hª al-t , , atzt . , - . ' 1 1 ad,
1983) 1 . W. N ee eds. Kabir-ud -D111 A 1 �ck, � :. Interessante notar que segundo as memórias de Babu_r e outras_ ontes, este
� 1, 3 9 20 ; L s Calc á 64 1
(
1884-'i ; 5); reu! n-pr ; trad G S. A. Ranki ut
t;an k h, terr· senndo no lrao e noutros
1 oto, datado de 6 de Jull;o de 1505, foi igualmeme
esso ova (N. ng 'w.
- 869); reimpresso (OsnabrUutiÍ'
lc loc·'is
1·ll 1e deu 011g
.· , . .
Deli, l 990 , · H. Lowe e Wolseley Haig (Ca em a composição de cronogramas.
) ' vol. 1, 420 1
-42 ,
1 34 135
1mpérios em eoncorre,nc1.
O milenarismo do século XVI do Tejo
a: Histórias C'onectada ao Ganges
s nos Secu
, los XVI e XVII

impuseram O que im agmav am ser que, como o seu reino, estava ainda na juventude.
uma forma pura do Isl ão nas vilas
· .
e nos pequ enos
centros urbano
s . O segundo foi Islam Shah, sultão de Deli,
perto d� Agra. No m da regiao
. - de B ayana, p erigosamente O amado filho de Sher Kahn.
. omento seg
ara Ir a corte j
ustificar a sua
�mte Shaikh 'Ala'i foi convidad o O terceiro foi Nizam-ul-Mulk Bahri,
rontes,
repreendeu o sultãO
p os1ção teológica e, di z-se em várias Que estava sentado como sultão no trono do Decão.
cen do com os
p elas suas p ,
rati·cas n ao
.
_ - 1sla m 1cas, a.pare- Se me perguntarem uma data para a morte destes três sultões:44
. s s seguidores . . Respondo: Zawâl-i Khusrawân («O declínio dos soberanos»).

vestidos com uma cuno


A

ra
de andra1 os (
· boh. zar a p 0bre sa mistu
eu
. . ª sim . )
a m111tanci a) e tas de m alh a (a simbo ar 1· z
0s principais teo,1 reino tenh a
za
. Mas a questão não terminou aqui . Embora o seu
co 1
A

· . g zes de

l"1dar com ele e f 01- s d co


lhe então orden ª rte foram incapa a o 1d0 0 mais an alisado d e rodos os Grandes Mogóis, continua a
o o

enquanto O seu an . ado que aban


don asse o D ec , � av ico, em
tigo mestre Sh 1
"kh er muito t rabalh o p or f a zer sobre o c onteúdo ideológ
dep ois · brutalmente a ª 'Abdu 11ah N1y· a z1· sena· pouco
m·1le, il!·o que se ap .
gr çado ª mudar de ideias acerca d0 111utação,
das discussões e formulaçõ es da co
rte de Akbar (155-6-
· t1·f1·caçao,
edido e for
roxunav a mp
Fma1mente, em - 1605) · Mu�t? · �s que1:1 aticamente _ e c�rrendo o n·sco de s1
155 0, Islam Shah . podemos d1v 1d 1r o ar em quatro fases:
e em parti ular f p ressi. onado pela su� c�rte rem ado de me1 0 seculo de Akb
magistrado � re .
p el o p o de r
os o M a :�
du m- al-Mu lk, o p nnc1pa
u a primeira, sob
�� os ensinamen tos do
Bairam Khan, de orientação
xuta, e do den omi do atka khail quando a consoli. dação do mui-to
l
m . P i r "
m a Sha1kh 'Al ,1.
tinha pretens�oes ª que declarasse que na� - ' .
o e d
cup açao
a
ª ser o M e
ss i recente legado
na
. y a pnnc1pal p reo
s H m
vergastad U u ndº se recu
sou a fazê-lo fo territorial
uma segunda fase
era

un
ataque de b� �
ia u a
e uma certa s
de
forma epfde, °:1c � p ste bon1ca,
que na altura grassava d impatia pelo xiismo era e vidente;
de 1570 , quando
e e
a n ? Nor entreª última m
ap reensões
m1lenanstas, e
te da Índ1· d ª ' ando mais· uma vez raza- O a etade da década de 1560 e a década m
uma enorme aperto fiscal fora
ao cast1·go .
, o seu corpo
nf ' q u,ecera o Sh 1"kh devid· 0 expansão territorial. e um g.rande . . nte
seria am· da esp ª , que m orreu 1 0 sa rel auvame
r a
an h ados de um a pe rspe cuv a p olíuco-re 1·1g
acomp
-lhe-ia recusad
� enterro. Bad . �zm· h ado por elefantes e ser- 0 0 década de _ 1_ 5 ? em
ayun1, CUJO rel o in �l � indo a h ostilidade no final da .
0
mais pormeno .
e, mais uma vez, �º\ª•
.
ato , r;l :
nzad 0, escreve . terceira, que se m 1c1ou no
sobre O corpo
.' uma grande
que dev1do a' s · .
md1gnidades comeu·da
s .f ç O as p rati cas xiitas e m ahdawis·' uma (decreto) de
de Sur e tempestade reb Ina\ d d,
ª ecada de 1570 , marcada pelo famoso mahzar
mu nos te_mer _ en tou no acampa men � 15 79, quando bar se manifestaram
as pretensões messiânicas de Ak
0
Muh ammad J am _ c o
'unpu n - que O m d e �ois da morte de SaY}'1 a alteração
ma basta nte explícita e foram acompanh adas por um
d
de for
o
chegado. D"ia do J u1zo F
a
inal (qiyâmat) tivesse na p_olítica de alianças internas· e uma quarta e última fase começad , a
Alguns meses , ' l �g ·
ap os este . no fm.'al da d, · ento da 1·deo
mcidente, a m ecada de 158 0 , que ass1s· t1u· ao floresc
1a
Sur deu cre� d!t· h
· Is lam Sh-...ar
1m
. or.te do p rópno Shaikh
.
realidade'
o aos ru
. m es de que a ir kbariana mais m
adura, defi nida por
Abu 'l Fazl, o filh o de
0 falec1ment ' d tvma · o tinha visitado. -!' a � . Nesta ú lt im a fa foram s
or
o quase ·
a ga uri a c im a n:en c ion�d o
a
Burh an N"iza . k
1
e
s1mul tân,eo d
m Shah no D e dois outros suJtoes, pr��:��
N nte tomados
v, . e cão e Mahmu zidos os textos canónicos mwtas v ezes erradame
a n os cron
ograma d II do Guzerare, i·nsp1r· oll rodo O seu reinado,
tempo e O in1' . s que explorava'm a no . 1 de
como_ defin
idores da ideologia de Akbar durante
c1 0 de o
utro. M
ç:-ao do f1m · de um c1·c o espec1 lme
ª A consoencia deStas
itos dos teo,l nte a grande crónica Akbar Nâma.

corte de St
.A

. i r, como Sh 1.kh ª �gos na, ou em volta da, a terceira fase


u
M ubarak N 1udanç sição da segunda para
mfluenciados p
elo rumo do . a'gau n , foram p rofundame r_1
nte � eve as e especialmente a. tran
o que p or s acontec1 estar p rese nte na análise que se segue. :,

sua vez m·arc 1nentos em cerca de 960 a. p,
ou a ger -
de Akbar
Ex
· em, pl O_ s desta mquieta'ç,-
. a ça
, o seglltn · te de i.deólogos na co1.te adução, vol. 1, 533-534-
al tura, com da -Táwârfkh... , vol. 1, 415; tr
. ce,m nos cronogram as l.
o 0 segu ao apare
� ad
mte' compos O cr Bo ayuni, Muntakhab al ..
to por M 1r Sayyid Ni'matullah Rasti 1:
•sº� grama d;í a dat;;dc 961 H. - n, «The Nobilny
N�11n_ só temp I9ti d r A_larn Kha
ra c mcnros desta inrcrpretaçã�, ver.
o veio ? d cclín under ; b lc
a
580»,fou al of
CUJa JUstiça fez io de três. . o _
the Ro k a1 an d the Dcvclopmcnt o
f H 1s Relig1ous Policy, 1560-1_ l q nda1�Alam
Um foi Mah mudo Hmdus tão a c.,1s. a da s beranos,
( 196 8) ;_ rarn bern
al f G t f3ritain a nd Jreland
d, sultão do p cal reappra1sal» , Soczal
Guzerate, az.
Rha y,,AAs1atic Society o rea
kbar's pcrsonality traits and world ourlook: A cnn
' vol. 2 0, n.º'9-10 e 23 2-233 (1992): 16-3 .
Scie;;,.st 0

137
136
. século XVI do --r.
ie;o · a0 Ganges
Impérios em Concorrência: Histórias Con
ectadas nos Séculos XVI e XVII O milenarismo do

xen'fes de Meca
As alterações na corte de Akbar Maulana Shirazi mostrou um Panfleto atnbUI'do aos ' dos
º

, na década d e 1570 n ão se onde se afirma .


tt .a durante 700 0
' fim
anos, ao
ext
. ·
exp1.1cam por uma so c1rc A
· unstanc1a. · Antes de ma·is, as conqw. Stas do va que a �e a
· era' d1z1a ele,
A mico
. d0 milénio .,sla
.
n
quais o Mahdi aparecen a; 0 f101
'T' rr s
Guzerate e de Bengala entre 1572 e 157 o
7 tinham tornado O .impe, rib esse mesmo tempo .
mogo 1 numa empresa de mm. to ma . e revi-
io r d1mensa - o do que o fo_ ra so i de 987 trou
xe os seus boatos P si.r-1.
º
Babur _ ou Humayun. S_e antes as Assun
· , cada ano a part·r
_ refe�ências e as con�par�ç s dos sões. Alguns xiitas apresentaram, um poema que atn'bu
íram a Na'
mogó1s eram os safa, v1das e a
dmas ua us beque Sha1bam �: Ásia Khusrau, com o segu·inte conteudo portentoso:
central, na década de 1570 os ideó m­
logos e cortesãos de Akbar co e
çaram a vê-lo à mesma escala
que o sultão otomano. A escala, Pºr si o De suno
Em 989, de acord o com O d ecreto d -se-ao, -
,
so, , tera, en·ado certas pretensõ
es urn·versa1·1stas. Dep01·s, houve u!Tl a As estrelas de todo s os i ªd os encontr
a
,
mudança na natureza das alia i no dia, do Leao
r

nças políticas dentro da ,Ind.ia mi° o No ano do Leão, no m e�, do Le,-ao'


,,
do veu.
durante o final da década de
1560 e a década de 1570. NeSta a �ra O Leão de Deus avançara de d etrás
eclodiram rebeliões que mo \­
straram a Akbar que os cortesãos on i . às
nários da Ásia central (os
turani) eram instáveis, justifica�do u a
m
.
i o, m. co e cépuco em relação
. O próprio Badayum., seinpre . a na
cit
base de a].1anças mmto ma . . os formulações ma.is extremas, compo, s. 0 seguin. te verso que
I , se na- o so' iranian
r
is amp I a, que .me ms
e m· d1anos muçu1 manos, o
mas também raJ·put1s · e outros element s sua crónica:
º

não-muçulmanos. Procurou
-se então uma ideologia suficien eme ce
or todoxa para exe A . c �a -
Vejo em 990 duas conJ_unçõ e s (du
.
rcer m · fluenc1a em t odos estes grupos . O mess1
qirân),
· o 1s
rnsm · I am1c· o na- o-sectan aJ'jal;
, · o oferec1a · esse p otenc·ia1 , espec1.alm. ence __ e, no ddee Dmud ar,
Vejo o signo do M.ªhd1
A

porque na .1magm .
aça- o popu 1ar pod'1a ser
fac,·1 mente es tendi do a
A política ou a religiao
o. 47
não-muçulmanos Vejo claramente O s e gre�tO :s condid
. 1mente, o . pro, pn·o
Fma , os
caI endan ·o exerceu a sua pressao. - Os an d terce.ira l'n 1 ha·· Yâ mulk
entre 960 e 990 são test en u 'd o, n a
emunhas de uma acalmia, ma
s a últim a de , ca a A chave estava, num certo s
q ueSta - o atingm . o auge
do milénio (e a aproxim badal gardad yâ gardad dfn. Rea)m en e a s
ação de 990) era um pe río ansiosamente 0I'1t1·cos e sociai
esperado. Badayurn. faz do em 990 (1581) m ano n1arcado por tumultos P to excelen te .
t

um testemunho vivo da a mosfera desses , u re1 a


anos, notando que, Ja . ,
em 987 a. H.,
m cons.1deráve1. s, de que M ons errate, n os d'a u 01 s infelizes- e
al g ns co nesao . ham co de d esgraçado
t
çado a juncar provas de - s tm , a lg ns «
an o segund o relata B adayur·n nao
1 �esse
que Akbar era o sâhib- za
i mân ( «Senho�
a r porque é que
u

Idade»_), que acabana dl\er savergo�hados» na corte_. � erguntaram a AI ba


u

. com as d1ferenç eiro»,


.
e os hmd�s - Pouco d as entre as 72 se 1tas 1·sJâ1111cua5 0 Sh a<
h 'Ism�,·11 0 Prim
º
. .
mostrava uma prova defm1t va, «cor 110 ar
ep_ois, o emigrante ira . qe tao longe, Akb
pertencia a seita nuqta
w1, apresentou provas
niano Sharif A m".l�
do do seu carácter d.1vmo. TenJdo' levad , o a questa- o so contentou-
fundado� da seita, M retiradas dos escrlt s f-1. · . Em vez d'i
ahmud Pasikhani, que hes,t · 0 m omen to a a decI arar a sua pree-
· ou mesmo no u, l ttm
s

aparecena alguém para diziam qu e em 990 a. ll


essa m1s
li rar mundo de mentiras, insinuando 9 e
-se em persuad.ir u m cons_elho d,e 'ulam
a e part.. ll dª,' assum.iu 0
. sao
- cab1a minência em assuntos de d'.sputa r lig i
a Akbar. O próprio A a . .a, apesar do seu
v

kbar, depois da conqu1st


o
-f eu
º

e s xªta
s
d
o
do Guzerate, te rá entr s
Papel de khâtib para conduz- 1r as oraçõe declarar
e

ado em contacto dir dO to de se


· a , res,· ecto com alguns à5 e nte per .
e

mahdaw1s analfabet:1sm -' g o sa m do s


. cone para part.
sua
, dentes (como M1ya · n Mustafa Bandag,·), ti.azidos - o Esteve também pe a um m,vel equivalente ao
cal'1fa dos . . ori.entai·s, , , por exempl0,
n

1c1.parem em debates ,a domínios sunttas


em Fate·hpur s·1kn.. ·16 Es na deno min . ada i.ba'da t kharl· da d es t es n os e
su1tões oto
manos A reto, n·e,a .mfl a m ªad 'A n·f
Q andahan. ,
ta tendenc1a . sena . refo rçada quand o KhwaJ a . M uh am m
a
bem captada no Târfk_h-i· Akbari• d,e , ndo Akbar
A cc.- .

q e n ta que se
con,pletado ltura,
mai.s ou menos nesta a
o

Akbar:
u
Ver Dcr ryl N. Macl.can
Musrafa Gujarati», in D Falsc Mcn ar rhc Court O f cnce,
, <<Real Mc n and
4(,

11 ' 323.
Thc Ma;alzs of Shaykh
eds., Beyond Turk and avi
Hindu: Rethinking Relig d Gilmanin e Bruce B.. L.aw5011th
-._ 13; rrad. vol.
3
Asia (Gaincsvillc, 2000) ious Jdentities in lslamicat } ... , vol.
Badayu111, Muntakhab al-Tawa,ri'k,:_J,
I1,
. e i

)39
138
O milenarismo do século xv1 do
Impérios em Concorrência: Hist Tejo ao Ganges
órias Conectadas nos Séculos XVI e XVII

da sétima geração desde Timur príncipe Nizam Shah com o apow . m g I · Os Mahdawis eram aqm
está destinado a conquistar _os set retratados como prov ocadores de sed�1ço,?es e causadores de grandes
clim as do mundo, excedend :
o Alex andre n a s su as c onqutSras,
vivendo ainda mais tempo qu danos, tal corno tinham sido sob Islam Sh h S r o outro aconte-
• e N oé.48 ª de Akbar
E também nesta altura que
Akbar lança u m grande proJeC · to de cu· nento importante f01· o nascim · ento de Khur�a;n' neto
escrita da história
nos seus domínios, 0 Târ (que mais tarde assu mma · · o t1'tulo ShahJ. ah· an)' que em meados d0
990 a. H., com um colectivo fkh-i Alfí iniciad� ern século xvn faria ocasionalmente uma grande questão do f acto de
de sete autores. O objectivo do proJect� ser filho do milénio. As expectativa popul are_s, todavia, não desa­
era contar a históri
a das terras islâ
(a rihlat) até ao ano 1000 micas desde a morte de Maorne �
pareceram, e estão patentes na carreira do su fl Naqshbandi Shaikh
do calendário. Entre os envolvidos es:ava
B adayun e a crónica dev Ahmad Sirhindi. Este reformador rtod0 º que afirmava ter p_or
eria ser a obra
consensual de muitas rnaos; . ao � milémo,
Este formato foi su bseq m1ss - d1v. .ma p unfic 1 ca e c1v11 no segundo
. . ar a v1'da pol'u �: ,
autor, um certo
uentemente a ba
ndonado a favor de · urn 5? passou a autodenomm . ar-se o « Renovador» (mu;·addid) e entr
ou em
M ulla Ahmad
Thattawi, supostamente um sirnpau­
za�te xu.. ta. D ep�i.s de co nflito com os mogóis.
1588 foi continuada p J ' · Beg
e fmalmente rev or Asaf Khan a far · tas encontram i. gu almente expressão _ na
ista por B adayuni. A s expectativas mi1enans
Por voIta da altura muito significativa história , que aparece num dicionário b10g ' ra• f!co
mesmo am es , em m ad
em que o te
xto se aproximava do f.irn , ou m ogol de meados do século xvrr, 0 Za hzrat al -
k ' -Khawâní n de Shaikh
d0xo
0 1000 0 nobre orto
da década de 1580, A kba pare
perdido o mteresse neel
o
e. A Târfkh-i
s
r �� rJ: Farid Bhakkari. Aí se conta que n o - ª
M.l z Anos) era clarame -
nte um projecto que f
A 'f
Y' (liter lm ente ' A Hist o ria sunita de o
rigem centro-asiática (turam � ), Q'li'i Muhammad Khan
dro
l a
. azia sentido num qua � seu jâgfr em
m'l i enansta. M as a, med'1da que o And..IJan1. estava a su perv1· s10 · nar umas _obras, pe to do
mogo1 tera• senti'do q milénio se aproximava , ª corte Jaunpur; a localização da h.ISto• na. nao de1x · a de ser reve1adora.'
ue era uma b
ase d emasi ad o instável p ara f undar
u m� �'deo1og1. a
d'ma. st1.ca de Iongo pr Porque é o loc al de nascimento d� :: ' 'd Muhammad Jaunpur·1 ·
defmir urna base id azo. Se o objectivo e ra reaI rnente \ _ 2], Jaunp��- er_a 0
O texto diz: «No
eológica qu e
pudesse reconciliar as expecta . v s ano 1000 da He� � 591 9
culturais da Ásia c Jâgfr [de Qilij iram Q1hJ, f ilho
entral, do
Irão e dos indianos autóctones, po d�ia
n Khan]. M uhammad Sa'id, fi'Íh0 de M moso em
ser encontra
da u ma solução
melhor num
d e seu .irmã . a cerca de 600 /300 zat / sawa,r, e era fa
o, tmh
combmasse a ide ologia oficial qu) to d o o mund de e honesu'dªde ·
O s'.mbolismo do
f ogo (que at o pelo seu ascet1. smo' generos1'd a n de
c� rn uma relaçao raía iranianos e _ raj�ur� O autor desta era o d'zw �,
de mestre-discípul
ao , s pági nas, Sha1'kh Fan. d B hªkk ri ª' ·
diade pir-murid d o b
os primeiros s afávidas. aseada n u ma imitaç Bir. Naww
a b S afshika n Khan, filho de S
'd Yusuf Riza e ra
vi,
ór�. a
marca' 1deológ·ica
akban· an a m
Assim' na década de 159
o, ª 0 thânadâ
r d e sse síti o . Muh ammad Sa ,-J 1 :ont ou esta hist
de esplendor d"1v · a d ra p ss u a centrar-se nos e1ement05 estranha e queria construir
m (' r , extraordinária: Q1 iJ Muhammad Khan
r
u
;arr-z· zz · adí) que ilumin
a
. lhe
o
de
concedia avam o s o berano e um grandioso edifício em Jaunpur. Qu do se escavou uma gra?
o
m um lugar a' pa ·d i
, , rt,e, e no d'1spos1t1 r
Ilahz, em que os · ·vo ms . t.1tuc10 · na1 'T' 1 ta z fundação, f · deixada à vista. D is
me,m bros da c1as uh a coroa de uma cúpula _de pe
to

soberano mogol c se d'ing · ente estavam 11ga · dos a-o foi infor oas e este _ve
omo seus 1
d' s ..
c1pu1os esp.m.tua ,s. mado Qilij Khan. Reumu um g p de pess 'ª /�
A_ssi m, 0 ano _IO . no 1oca[ panhia da elite
de manhã à noite durante dez d�ias na com
.

. DO (1591-1592)
vuona mogol ma p assou sem grande pompa e exposta ·
is unponante - : e d a nobreza de Jaunpu r, ate, a ct•1pula estar. totalmente
nas fontes. da época a conquist
a d Si d - seria c1tad: ·A terra que . Uma grande P0rta'
corn o conf'1rm
ação do triu · e n-te se acumul ara a, sua voltª f·o1 removi'da. .
do um maun d, fo1
o n
dos mogo1s . No D nfo universal 1mm de ferro c
M ahdaw1..lid·erada por
c - , no rem · o de Ahm · o ·
om um imens o cad,eado de fe rro, pesan
adnagar, uma co 1i· g,aç_a d e: coben do e e, ntrou n o
e

a. Qilij M uhammad Khan que b ·ou O cadea


ao
um cert . o Jama1 K s
tomou brevem
ente o poder em han e seus apoiante . s afegao edifício
da cúpula com todos os grandes 'd ª região. Viu
um homem
999 a· H ., mas. f · .
01 esmagado po r uJ11 de a1ta es
tatura com uma barb a gn· sa · lha e pe1e eor de trig
o, sentado
Muhammad 'Arif d e perna ís, com ª f ªce
Az. Qandahari Târfkh-i Akb ·
· h�r 'A]'J D']11] aw1· e I mny s cruzadas na pos 1· ça- o 'san como os 1·og
48

. az 'Ali ' · · d H .. ªl a med'Jtaça- 0. Devido ao bar·ulho


(Deli, 1993), 10-12. 'Arshi (Rampur n,196e . aJ1 M u,.111u'd - Din A Nad,awdi·, v0 1tada para
cem Iin, a qibla e em profune'
a
... j l\,·
2) , 5-6·, u,ic "ª n
'
.
140 141
Impérios em Concorrência
O mi·tenarismo do século XVI do Tejo ao Ganges
: Histórias Co nectadas nos Séculos XVI e XVII .

feito pelo abrir da porta


homens, ergueu a cabeça à
e do ajuntamen
to, estrondo e clamor d como mentira é grande pecado: Porque e, que um alto dignitário
maneira de algu ém despertado do ;� havena . .
e perguntou na lín gu a hi
. de contar uma me ir
nt a, tornar-se pecador e
ser-lhe retiradª
ndavi se a en
; rn a nusericórdi
carnação (avat1r) de a a de Deus?»49
·
Chandra tivera lugar; dis r - de
seram que sim. Pergun
levada para Lanka por R tou se Sita, que fi a; Notemos o sabor caracten,suc · o da h"iSto' ria' com' a ·1 iga'çao
avan regress M aomé a um · possivel que
disseram-lhe que sim. Pe ara às mãos de Ram Chan a a su cessão de avataras hindus antenores. E
rguntou se a r­ esta h1.stória . dO à figura de Khw·a ai
A

encarn ação de K rishn a oco fizesse parte de um ciclo dedica


.
rera em Mathu
ra; responderam-lhe . e que fo ra hª quatro ' Khizr, o imortal G d na
mil anos Depois per que sim profeta que acompanh Alexandre, o ran e,
. guntou se o Selo da sua busca no
Hazrat Muhammad, q P rofecia, o E�colh�"d� o da imortalidade, mas ª descn�:: çao especial do homem
ue as saudaçõ ed.Ifício su . a,
ele, já aparecera na A es e a paz de Alá estepm o gere que estava 1·1gadO ao ahd1. so De qualquer forn:
M
rábia; disser il 0 relato é nc a 1
anos desde que Sua m -lhe que tinham pas�ad particularmente importante porqu mostra o Pº .
1
J �r
te
: z se podiam abnr ª
\
a
Santidade partira de destes doc
abjurado todas
as falsas religiões ste mundo depois t umentos milenar ·istas, que por sua e
e promulgado outras trad. . antigas e incorporá-las'
do Islão. P�r?untou
se o Gan �es ainda a verdadeira re 1W .
ições muit · as vezes· bªstante. mais
era uma glona do mu fl ía; disseram-lhe que da numa posição .implic · i· t amente subordmada.. Os pnn·
. cip·
a1s avatâras
ndo. Pediu-lhes qu .
V:aishnava Rama e Kn.shna sa- o qw. m . scntos numa sucess'ão que
u
Muhammad Khan ti e o levassem para fora. �ilij ª , ·
nha sete ten termina
desde a porta do e das armadas umas ao lado das outr 5 c�m o Selo da P rofecia, 0 propno M aomé.
difício da cúpula. T \
para outra, até q odos os dias o jogf ia de u
_
acordo com
ue no oitavo
dia saiu e disse as su as oraçoes �e
os ritos da justa
Não falava a ningu ém religião do Profeta. Vi eu seis me 5
v :\ Regresso ao Tejo
e om1.a e dorm1a. como qua1 q e p assava o te
mpo em orações e d�v oço e
, s mesfe
uer outro ser , sei
d· e1xou este mundo. hum ano. Apos 5
dições
enterrado. »
Depois de prepa
rado e coberto po r um ve ,u' 0i Este p oten
cial da subordm - epistemolo, gica das tra
. açao
b,ein um.
F �·d Bhakkan
mai·s ant.igas . - mal· s recente parece ser cam . s
a uma trad1çao
· nota com sol ce dos aspec · s milenanstas ssoc1ada
. ª
n
algo improv enidade qu e
n a pabre 01
esta h 1.sto' · ' tos mais. poderosos. das ideologia
ável. Mas diz qu a expan desse
nascimento e lh e fo i contada por homens de O são europei.a do se, cu 1 O XVI • O 1111. 1 enarismo p ortuguês
e impecável cred
ibilidade e por iss r. P en,odo partilhava cert mente tr.aços e temas comuns com os casos
E assi.m con .
tmua: «M1.rza M o não a pode nega_ bu1 e
Sa'id diz que este co11te
qu_e apres . situados entre Istam
a
uhammad
ci.mento ocorreu ª entámos acim a, g eogr�ficamente ·
na sua própria a lndia. O Nabuco-
[contudo] longe presença. Tal acontec.1mento está Livro de Daniel, a mterpre ação do sonho de
de argumentos r donosor _ c , L1 1 no rom�n?) '
ser humano e, ena . do do b acionais. Em
primeiro lugar, \J 01 e a noção dos quatro·ll?per ' 10s (c l11 inando . 1co
terra e ág:1a. E _de arro, que
na su a formação é comp ostO de
esperan
do-se o quinto 1.mpen , .o milenans . ta, era um ingredie�te np v
Hazrat Adam, o de deter . d s ec 1 x '
paz de Ala esteJam escolhido (qu e as saudaço_ es e minado grupo de teólogos i.'be,n· cos de fm . ais
º.
u o

com ele), até este .] espec1.al111 tmoplª. P ra


ano de 1060 H [1650 a. C , eme p reocupados com a queda de Constan·
a
um p en,odo
de Oito
· 111·11 anos os Oto m1Iena
apareceu no edif passou, enqu anto este h o em qu e ·manos em 1453. J untamente com as expectanv as . r a
ício da cúpula
floresceu' de acordo comrna cr., ça flStas J
· . u ma 1111stu
. udaica s na or. produzlf
dos hmdus, p er P enín sula, acab ªram p
ante a encarnação
de Raja Ram Chandra qu e v�l1 i veu P 0tente e .mebn. de u m francis · can o esp a
quarenta lakh an
os atrás, quando an te, d e q ue ªs obras
que eram en.ados lá vivia a comu nidade de e, 1ioS
a partir. � 1 110 � 992), vol. 1,
pn.nc1p , 1.0 e [_todavi.a] r do fogo. E este rgJ la ,19 'fh · auddin A. Desa;. ( Deli ' 1zida
ecebeu uma vida . home m era d e a 126 127 e .- Dhakhirat-ul-Khawa,nm, , rrad Z1y
· A 111·s·to'ria tam6em, e repro u d em boa
t_odo esse tempo de quarenta lakh anos, e v i.veu •
l11cd'Ida ·no Em end -ei a trad- · e
ução cm pai t · , .· ' tcnor, ogo1 , 0 Ma'aw- . ul-
lido sob a terra n
sem comida ou
água, num qu arto escuro e e quá- Urnm.a d d1c1 . .onán.o b1o . gra·f·1co de referencia, pos · m
um edifíci
cúpula fechado a cadeado . a:o há ' e S·1 1ahnawaz Khan. 11 certo Shª1.kh
qua 1 quer. d,uv1.da n -
o de 50 Cornpa
rar XVII (le·· 111 n e
ncontro enn.,e u1di '. n
argumento r .
. ao de D
a Cnaç
eus. Embora não faça senti.d ONpar a 0 M_ anunad i bn 'Ab - 'A o relato
d
d o ,
secu 1
.º .. a haw ili e o f 111am M" ' m. B Odle•n
ºl1
L 16r·,r i l i a a M
u

' Y, Ox 1.·ord, Mss OuseI cyl-Nn oph l; ;l j _i Muf'id, 9 e98


h
aciona 1 , cons1.dera ,·d
i 3- ·
, . 90, 1 ,isa a 1
1
r a palavra de Mirz
a Muhammad sa .
142 143
. . s e,culo XVI do Tejo ao Ganges
O milenarismo do
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Séculos XVI e XVII . ado de D. Manuel I
t d os no rem . .
Trabalhos mais recent es cen ra
tr c m o é que as primeiras
1495-1521) ocupam-se ern dern?ns' forarn motivadas por uma
o
nhol do século xv, A lonso de Espina (ele próprio, diz-s e, decerto
a r
(e.
incorrectarnente, um converso), serão um ex emplo, ao afirrnareJJl . es portu guesas no oceano lndico ente
expediçõ
d i u de B e
ja, e urn pretend
que os j udeus_ esp_erav�rn nos Cárpat_os, entre os palfcios de Go; : consciência milenarista. M an D.
ue
� � ( f�i catapultado para o �00 t ?
o ' -
M agog, o ann-Cnsto.' 1 Não eram leituras de Ezequiel, 38-39, 0 d assaz distante à sucessão de D. J oa
m a se, n·e de
acidentes,. comci
r ,
Gog era o soberano do reino de M agog n o «extremo norte», rnas em m eados da década de 1490 P? s acontecunentos
u
enc i� o d e que este el p
do Apocalipse , xx, 8, onde Go_g � M�go � s,ã? as naçõ es turbule::: ciências e conspirações. Co nv . e D. Ma n or
to dO irmão d
u

no fim do tempo. A escatologia J udaica ibenca, p or seu lado, v por vezes trágicos - corno O assass. m. a e ue os dóceis · estavarn
al di vin d Ma n u e l
queda de Constantinopla numa perspectiva muito diferente, coJJlO eram u rn sin
o
D. João II - \de rosos, D.
destin ad o s a f ru strar o s or g lh o s_ os e p
Portugal º?
osição de
u
um sinal de esper ança.
52
a p
A casa real de Avis fizera uso do simbolismo milenarista de� _
de encontrou n eles urna met'af. ora d e si e
m
d
rn e spe °
cial cunh J·0ª
9ui-
c - e
mundo. Educado por francisca. nos, Ga1vao
u
0 seu início, com a guerra entre portugueses e castelhanos de 13 3
o
. as h m e n s con10 Duarte v1s . � o de.
-1385 que precedeu a ascensão ao tron o de D. João I. Este sobe_ rat� mita, procurou para canselheir avam a
o a
c m e le partilh . n 0
p op_ularrnente co�hecido com� o Messias de Lisboa, �anipdJi­ D. M artinho de Cast, elo- B rancO ' q urn 1
o
odena ser
u e e1
n o 1 , n d' ic 0 p
habilrnente urna situ�ção de cnse provocada pelas pressoes e. que o caminho ma nu. mo para O ocea .
dade · . · de Jerusa1,ern parte
culdades de urna sociedade em recuperação da grande mortal� e decisivo para a reconquista ª s p irações de urna
da peste negra ; os historiadores . de arte m ostraram, aliás, ate gdou D. M anuel p rocurou por iss · o ne g a r a
d
s
L is b o a, essen
·
cia1mente
tes o
. bo1·1s�10 rnessi. a� mco pod'1a ser le�ado a, 1etra. 53 rr1'ern si · e terra tene,n . do Atlânn. co, ao. mesm
e
p o�to este sim dos grupos m ercantis
gal' de · rn i c d o s
. interessados na exp1oraça� o econo bres, 1ider
a
ern Portu
a
muitas vezes assumido que as correntes rness1âmcas 1 � de. outro grupO de no grandemente
D. João I ao mal-afortunado D. Sebastião, no final do século ' e)(V.1; tempo que resistia à pressao . erreiros eram c�stelhano.
, . . os-novos,54 1d id eais g _
se conf.mavarn as comum'dades JU da.icas e de cristã pelo duque de B ragança, c u j o s
1 d�l 1 i·ca do mod.
elo ,

que, nas duas u'ltun. as d'ecadas, se revelou extremam ente enganosa- determinados por urna 1m · ag ern a l g o
su a traJ ect
on a par a
o

ereJ1l_ entao � n a · tas pelo


Simultaneamente, algu ns historiadores contempo râneos pref t O Estad,o p ortu gu ês l ançou-se
q laneava
abnr ro
ntes
oceano Indico, ao mesm o ternpo . P1 ataque em duas fre .
ue
continuar a defender uma explicação simplista e fortemente m \
a
e ir omia
rialista - derivativa da obra de Vitorino Magalhães Godinho - _q�a Norte de África. A ideia era desf � . �: sufocando a econ ra
, ?a
esp: sobre o sultanato mameluco do ? P. o ' n0 mar Verm elho
1
admite q�e « o �inórnio �ristandade-C ruzada constitu í� a
do . er ci msse ,
dorsal da ideologia do movimento das viagens de descobnrn ento a eg1,p ci. a c om u m bloqueio d o com . santos. Se o coo se g , . o
.
estabe1ecimemo .
e conquistas .
u1trama rinas», embor a veJa ne1a,
apen 5,s, t om a r Je ru salém e os outro s lo .
cais
d e urn Q
m·nto _ I.rnpen
. � o J oa q ·i rn ·1t do o
riente, exigm
a
urna legitimação superficial de motivos materiais mais profu0dºs. D. M anuel acreditava que a vis
u
. .
a
ra d o r . d O
sena realizada e dec1arar-se-ia impe rusalém. 56
o

f,ar lY d e Je
i d o ,
.
legado de Constantino pela posse
Ver também Andrew G�w, «G?g and Mag�g on
·nª�a
. aem un
di ci n»
51
Mapp �
I>nmcd World Maps: Onemaliz111g Ethnography 111 thc Apocalypnc al O�.rw orld Histo y,
r

Journal of Early Modem History, vol. 2, n. l (1998): 61-88. . Ie . ·uifs . Russe wOOd' Journ
ll -wr
and Legend of Vasco da Gama, po1. A. J. R
0

Jacqucline Gcnot-Bismuth, «Lc Mythe de l'Oricnt dans l'esc hawlogie ces stsC, � S Pºde· .
ser enco'n-
.
52

de l'Espagne à l'époquc des conversions forcées et de l'exp ulsion», Anna


l vo1 . 10, n.º 2 (1999): 452-457. . d·1 nálise de st as q an Aubm,
· e», in Je
ue'StÕC
a ª ' n ue1m · tamb'em
vol. 45, n.º 4 ( l990): 819-838. . ogia A melhor e mai· s pormei, 1onz L• i'dé e i mp éna· le m a ver
Mito[ \03' mas •m
56

trada cm Lu ís Filipe F. R. Thom az. , « . Paris' 1990): 3?- s


Margarida Garcez Ventura, O Messias de Lisboa: Um Estu.do de urope ( ' ! vas de
' alg s autore
' - o,
53

e'd·, La Dé ou.verte, le Po tuga[ ,t E t en ta t�ç a


Política (1383-1415), (Lisboa, 1992). e 94). A s � . sta interpre ura
l'
1 à
. s:�ele
'fhomaz, De Ceuta a 7unor (L1. s·boa, l9 as acima, de c11ucar e sea• d•s
c �
14
Raymond Cante!, «Le messianismc dans la pcnséc port ugaisc du xvi' c . ce n oc . b a '" na leit
nos JOurs», Arqiuvos do Centro Citltural Português, vol. 2 (1970): 433-4 44· ncêS)· re ntes, nomeadamente os cit· ados na' s ion ali st as dO que
deoló gicas, ve r
c 1ros nac
e,-. uas bas. e,
si , :ia
God'111ho, Le devisement
· · l ci, n fra c ores
· ma
..., l 78-179 (N. T traduzido do ong 'r c
P cem m:us mouvadas . po1. pre c on
firmação - ' d as s
o.. Ideia d e pa n
. .
dos_ documcnt os dispo111,ve1s. para' uma a: 0 Maga111aes· God'inh
15 'l •

Este po�to de vista mais antigo é reimosamente defendido por v:írios dos ªc;,1111/t .
V1t o1 111
e do propno . editor cm Diogo Ramada Curto, cd., O Tempo de: Vasco d� , .1dO, Por exe mplo Maria João Maru· ns,. «
· acre_sccntarcm argumentos novos. Para uma r.e ice i,�
(L'1sboa, 1998) _ , sem todavia .he, careet 14 5
ver a rccensao bastante tendenciosa ao livro de Sanjay Subrahmanyam ?

144
Impérios em Concorrência: Histórias Conectada
s nos Séculos XVI e XVJJ o mi·tenarzsm
. n es
o do século XVI do Tejo ao Ga g

(e não em Medina ), e que a Ka 'aba era o Trancoso que na década de 1540 esc�eveu um conjunto de textos
seu túmulo. Como escrevia epig. . . v · douros. Embor
a
acontecimentos m
62
G a lvão a Albuquerque em Março de 1513 ramáticos que p rediziam .
: «Agora me p ar_ec , tenham acabado por ser censuradas, as 7irovas de Bandarra celebn-
segundo disse a el-Rei, que na perdição ;
da Cristandade, pela vin_ ª . d sec , eguinte, quan °
zaram-se mais p ara o fim o , ulo e no seculo s
d
de Mafamede, se ordenou, por mist .
ério de Deus, que o P reste Jo
ficasse la nessas partes, com suas terra � for am relaci. onadas com o culto mess1amco do rei D. S ebasu_ao,
s e gentes, na fé e verdade �
'A •

Cn·sto, por tal que quando se cumpns· mono em 1578 enquanto encabeçav_a uma expedição ma1 pr.epa-
se esse outro mi·ste, no· da nossa
navegação e ida a essas partes, acha rada ao Norte de Af , rica. Esta expediç_ao talvez_ a mais famosa d. a
ssemos lá cristãos e gentes corn . bstancial
que mais ligeiramente se pusesse
as mãos a Mafamede e a M eca, SUa história de Portugal, provocou �xtl?Ç_ª ' de uma fatia su
principal sede, a qual verão com d da alta nobreza portuguesa e conªrnbum p�ra a anexação de Portug�l
bati a per cristãos, [até agoraJ rarn h av�a
fora de se cuidar.» pe1os Habsburgos, em 1580- 1581 · Em boa parte de Portugal
·
A isto G a1 va- o acrescenta numa outra su· np1esmente um recusa em se acredi.tar que 0 rei morrera , cont1-
sempre imbuído do espírito do passagem d a mesma carta, nuando a correr rumores de que regressan· a _ conduzm· do P0r ,
a sua
tempo : «Por tal que, assi como r0r · pos
doze apóstolos foi desfeita a vez ao surgimento de uma se,n. e de_ 1.mpostores.63 D. Se. basu-ao, a
idolatria, e esta crescida a fé cath o ica, no contex_to
ass.im per portugueses, poucos d a morte' apare
ce como uma espec , 1e de fi'gura de Mahd1
e sem poder per a i. sso, sei. a começa o · Encobe rto sao
de sfazer Ma
fame e e sua perversa seita 60 P ortuguês, e os epítetos usados de o Dese7ado ou o
.» .
d
trad1.ções i.
Ne st e s mom ent os v em o-
nos no mu ndo ma n iqu e í st� _ d 0
.
muito próximas da fraseologia mahdaw
século xvr, polarizado entre
forças resolvidas à mútua destruiçao,
Contudo, o vocabulário e o
as metáforas têm mu
ap elo ao l egado a ito em comum: d
lexandrino e romano e a te a
de agarrar e controlar um ntativa de sespera Conclusão
mundo cu jos contornos se alte rava
rap!dame�t<:. _Na d
écada �e 1520, a visão messiânic de D. M a � e '
. .ic1·a o terceiro m11em
. , ·o do ca1endári , o cris.tão
e
sena d e fmm vamente r e �� b A medida que se m hd do
nte ape
a
J eita da p e la cor te po rt u gue s a , q ue . sa e pomposame .
a
n os aproxun
D. João III procurou alca
nçar um conJ. Unto mais limita do de o .ec­ . am os do que foi· Pºnento . olh r p . os movi-
«fIn1 da históri » exi. ste um cer.to mteresse em .
ra
t1·vos, acabando
a
bJ o
a
por aba ndonar um a . proxima-
um 05 estabelecimentos n il1entos milenari ' do passad0 Ao faze-lo, O historiador ª . o
a
Norte de África. Mas o stas cromsm!,
milenarismo popula r perdurou, alimen_ ta d
A

·se, perig· os ·. profissão, 0 ana


p e1a expu1s-ao trauma, t1.c d� amente do pecad O cap1tal da sua Na mm· a
JU· da1c· as portuguesas e
a e pe1 a conver
são forçada das comun ida ed (que também vitima' por vezes, 0 Propn , o· Norman c .hn) ·. °
talvez como um reflexo de um espe]ho e ·
n ·
- . . . aço- es directas e un ediatas entre
�istorção do milenarismo a ,
ºP o e mapropnado estabe1ecer bg nestas
popular doutros lugares, no Norte d
·d e ana!'·'mosisa
i 1
Afnc . os movime e, os p rocessos qu , d
a � , no Med'�terraneo ori
enta l. O conhecido ca so de Davi ,a . ntos do nosso tem po . . '. ct s, é d '
if 'ICI1· s. alva-Ias e
P ginas. Qua nto a comparaço- es mais mdue
A •

Reubem - que afirmav •

. de . ri·a de grande coisa mostr


a
ar
a ser o soberano rdida - outro pe . i .
J ·U deus - e, perf e nam de um a tribo p e cado o da banahdade. N-o a serv
· ente coere
os 1novim ' res dos mte-
da década de 1520. O nte com esta situação em rnuraçao . s d O assado eorno defenso te-
·· oscilar do pênd ulo entr a credulidade ' e resses d
entos milenansta P
st e dis posit· i·v0 aparen
monarcas europeus, incl uindo D. J -o I11º,
e .
os fracos e oprnm'dos, que us m
cept1c1smo por parte dos , 1 dO estado racio-
a e
, n1ellte .1rr . . h ir reversive
conta a sua propna· h1sto ºª d f0 j ac1ona l para 1mp eon a m rc . ,1 Adas
.idos por, digamos, Miehae
••
' , na· .61 A Inq J a a
uisição portug uesa , q uan o n a['1Zante.
.
ena· da, f01· bastante, se · vera com . ent . corn° Se os exemplos escolh
vemos no caso f
estes movnn os e 1dco log1·as, . S 'bal (Rio de
d
amoso de Gonç
alo Anes Bandarra , um sapate iro e Cf. Elias '.. o e o
Alfaiate de etu
Jane.iro, 1993) . L1p111cr, O Sap
� c s
. uvenir d' une, g,ta
T,·an
. n,de
ateuo e d o

;,� Citado_�� Aubi�, Le Lati . . A ffa b ul ari on: Le so 9 .9 1) -24; cam bem
d, <,i luccrrc Yalcns1 ,,Sdc
eh'it· e dans . ncc, D;cnciganlon, :
v ol 46, 11· º_1 (1 s· .. 3 .an .sm o em
Cf. M111am Eliav-Fcldon,n et l'Astrolabe... , 36-37. of '
la culturc portuga1sc», · A1ma SC .
' Construçao do e
«fnvenrcd fdenrirics: Crcdulity . .111 rhc, Ag9e99):
es E bastt i
Prophecy and Explorarion», Jflacq uc11·nc Hcnna N · o dO Dese;.ado·· A
nn, o Rem 98
9 ).
203-232. 'l Earl), Modem Hist . ory' vol. 3, n.º 4 (1 º''lttgal, Séc
ulos XVI e XVII (São 1 au 1 o, 1
jou rn al oi' -,

[49
148
d ao Ganges
Impérios em Concorrência·· Hist,orias
. Conectadas nos Séculos XVI e XVII O milenarismo do século xvr o Tejo

a
em Prophets of Rebellion sugere_m que os movimentos milenaristas Além disso, e o que é mais curi oso, o mundo da época modern
eram paradoxalmente «progressistas» · de _Goldston e está muito bem dividido entre dois subgrupos, as
eve�a'
· e antic olom· ais, não se d e as socie-
· o ie dros «escatológicos»
esquecer que noutras circunstancias · · ·
O mi1 enansmo f0 1 uma 'ideoIogia � � dades que trabalham com qua
a es que trabalham com quadros «cíclicos». O historiador conclui,
A •

usada pelos Estados para consolidar as suas pro, pnas . . . � 64


. pos1çoes. então, que apenas o I rão, n o mundo islâmico, aderiu «à única
Este capítulo defendeu, JUntameme com um crescente volurne o mo?o� «o
o, e que, de _out �
de obras sobre a época mod
. ·t· . erna' que o poder do smc · rom·smo er a ��:ente escatoló?i�a do Islão»,. o xiism aico-cnsta». '
emo escatolo g1co era uma movação da cultura Jud
61

s1gm 1cat1vo no séculO xvr. A0 mesm


o tempo que Colombo e Ca
br a l
v iajavam para ocidente, e que V:asc G0ldStone não retira grandes conclusões disto para o seu modelo;
r a1
o da Gama (e também Cab ) si mesma
chegavam a Calecute por via . , · os mas a caract erização é ) n ão obstante) importante em
mant1ma, ao mesmo tempo que oc m o forma de analisar os quadros ideológicos da época moderna.
otomanos consolidavam o
. seu p0der entre Bassorá e Marrocos e a E como não s erá necessári o acrescentar, o que temos pret .. .
endido
expedição de Mag aIh- aes um qua o de século depois destes aconte- '
.
cimentos abrangia todo o gl Obo,n . fazer é contestar estas categorias tão estritas: longe de ser pns10neiro
abnam-se as possibilidades d. e. urn
a ._ un (como G oldston e
nova conjuntura no sei. o da qual d visa o cíclica do Muqaddimâh de Ibn Khald ·1 enan·smo
. processos culturais e marena1s efl1· �
ªf1r. ma' ta- o peremphtor,iament·e) '·ta· ver· são otomana docom1
soc1edades diferemes podiam . . J encia'
.
ISW acontecia . ' encontrar sm . erg1as. Por comC'd� seiscentista comm· a areas s1gm 1cat1vas em comum m o Ira- o, a
. numa aItura em que O mun parava
do islâmico se pre Índ'ia e o Me d'1terraneo cnstao.
psico1 ogicamente para um r
grande mom ento milenarista, o m�i· o
• -

historiado res, acima


A

que conhecera até ent-ao., s . . s Concluiria então com um pedido. Como os


e bem que Ja , tivesse havido expectatl v a de tod_as as pesso deveriam ter consciência, as generalizações são
messiamcas alimentadas p 0s as,
or um ou Outra seita dentro do I slão, demas1ad0 i·mp or tes para serem deixadas aos genera1·istas. Afma_1 ,
'A •

.
movimentos do sécu 1o XVI ª ca ' tan umir
operaram numa escala social e geogr a'f'
i
0 obJ'. ect.ivo da bal não deveria ser· ass , · d
compIetameme d'f história comparativa· ou glo o e
1 crente . qu e O saber fei·t n ada histo 1�grat1a · (def'm1'da �rnm cnten a
O contexto de lugar � de o e � um
tempo é essencial n o estudo dos rn o �- estudos de ,a ! : que bastaria efectuar
v
mentas milenaristas da , rea) nao e probl emauco, e
ep oca moderna, reduzir síntese deste e alg o do apre
sentado neste
todo o exercício a u1 e d e nada ser virá s e
sab res fei t s. Es p a- e qu
i t as
11 model.o mecan1co de desafi o e resp0sta · ac pi, ulo um p ouco esquemático cause desconforto nos especial S
o er s

Esrou a pensar na s, tes .


m e amb1ciosa mas esténl. proposta há un s a nos de h�1sto' na r o que acred'iram ser
A

· · ·
·,
pe1 O soc10logo histo, nc da md1ana ou ibérica, levando- os a reve
· o Jack A e fa os «factos e rafiaS,
</1d,eo1 og1. a, quadros . · · G0ldstone.. A . análise qu zÇ stab elecidos» nessas duas historiog
67

to de
65
cu1tura1s 1 utas . revo luc1onánas e reconsrr u i.o vingar este· pon
d0 E .stad o» ( o
título de um' dos cap1 as . Um últi m o ex emplo pode aJ·u. dar a fazer om o prim · dos
,eiro
.
importante) f'
. ,tulos do s eu rrabaIho rn ã Vista. A0
. . , tar o regresso de Nicolau
rela C oelho c
1499,
ica encalhada em dois I avios da frota de Vasco da Gam a a Portugal, em Julho de
totalmente mecanici·s't bancos de areia· É um rnode os �ll opes de
a em que O «colapso do E tado» muiras veze
s esmo O mais· sóbrio dos cronistas portugueses, f'erna- o L
acompanhado de mov.i inv ictíssimo
desequi'l'b
. mentos mi·t,enanstas, . é o resul , tado de uJ,,a11 C ªstªnheda,
recorda ao leitor que esta
é uma obr� «d_o
i no malth · R.e do tinha goardad·o
. us1ano entre po pu 1ação press o p rouidenci a
e recurso s. A. m Ma nu el para qu, e a iui
P opu1acional condu- a u . ·ntra, h0 yeff · to estava pro
f'iti-
d na
·
m
. z ma cnse fisca . 1, a cnse . .
fiscal a c n fli tos i eyto dele que era' a India cuJo descobnmen
._ tire, e estes mteragem com o descontcntamento popular (centr a.do, ' em hum au ' ' o· tic
o
Zad0 dant do se con ta
e ten
m evi·tavelmente, na es . es pela Sibila Cumea se gu n ·
' raordmano
, 'f1ca· - cassez de I'imenr os) para produzi. r i. deo1 0gias
ª l1bro que
anda impresso em ' l im [ ... ]» . Ai nda mais ext
de «rect1 çao e transf ormação»' .
at

.. dsronc, Revolutwn and Rebellwn..., 448. • . a estes. argumentos . de


.
roce•nr.rica ','. . . .· ue,. »,
�-
e1 a 1sta
1· e e� 1
Franc··sy, a rea,cçao · · ente nac·1on
.- t1p1cam penalisme emas1at q
6< M 1c l1ael Ad
o B' cthencoun, «Le millén arismc: fd éolog1e de l'1m Annales HSS ' vol. 57,
67

. as' prop. hets of reb


º
·,.,st 1/Je
ellion.. M.tllenanan i c
bcn1 como .1 , de'ba ...
C '
i arder ( h'·1pel H1 ll, 1979). ' 11111· 111a resposta, «Ceei. n est pas un
rnents agai
65 Cf
European colon al p t t mo ve
n.0 1
ro es
· J ac k A
. »,

. Gold. (2002): 189-194, 195-201.


t

(B erkeley, 1991), 444_4;��'�; J�:,olution and Rebellion in the t'arly Moderfl \'(lorid,
s
151
150
Impérios em Concorrência: Históri
as Conectadas nos Séculos XVI e XVII

é que Castanheda pr ossegu


ia comando como uns d.1 nces do
regresso de Nicolau Coelho tinham
sido encontrados tres vol rnes ª: ª
antigos em Portugal, no
«Rochedo de Sintra, perto da prat. a>:·.�o is
deles eram ilegíveis mas urfl
o terceiro continha a frase Sibile
occz·d·zus decretum, segui vatt�z�i
como epígrafe deste cap · que .cJtarnpors
"da de mai· s quatro, em 1 at1m,
ítulo. Estas frases são assim traduzidas o
Castanheda:

Serão revoltas as pedras


com as letras dereytas & em orde m,
Quando tu occideme vir Capítulo 5
Ho Ganges, Indo & ho e s as riquezas dorieme.
Tejo será cousa marau ilhosa de ver.
Que cada hu m trocara co
m ho outro as suas mercadori· as. 68
, O mundo comercia · 1 do oceano
E emblemático que, . .
de modo a conseguir um fi. m hiera'rquico,
" I, ndICO OCldenta 1, 1546-1565.
sua .
Castanhed tenha de torc
segunda frase d: ,
mscnção s1b1lma na . a,., o po11"t1ca
� _ er o texto em latim. A
verdade diz exactamem 0 uma 1nterpretaç
faz crer: «Quando e o oposto do_ qu 0»69
. tu, ó Oriente' vires
Sugiro então que pa as riquezas do Ocidente·
ra compreen _
dermos por que é que lhe f01. ec e freo
sa, no
· faze� - lo devamos a he que eu porey tal
encarar frontalmente - cio
ainda que cm sacºrj'·t fi' ·
5 O que ª.ffirmo a Vossa Altez muz e de Bal aguate e assy
de algum conforto -
a história complexa co aos do estreito de , equa e de O e ellas [as especiarias]
do milenarismo _P0 itl r ond
r
do século XVI, não a quaesquer oun.aM s p rt s p , a' nno
a uma escala local,
mas numa escala mwto rna
is venda de Ias que cada
corre m e dare y tal dem na m ac:ecentando o preço e
e
ampla e, talvez m
a e

esmo, global
. a sy n estas com o ne ss,�;s Partes va era
to que se esp
a fazenda de y,os ·s A I reza. O nobrec1men guas. e o acre-
casa de dro
de ter a c1"dade de 'eoa com e sta se cre que s·eraa , ta' manho
a

s as lfa nd e gu as
centamento de - e Turquia.
que fa raa mu yta envep ª. a poten cia de Veneza
u

· ar ret o a D· João
III (1557)
l

Governador Francisco B

Introdução
. . �ao da monção e a
E111 fm . a1s . co m a aproxn� aç
da
s u b1'da
de Maio de 15� , depoi. s da chega
da temperatura em Di u (um meAs e me10
6

. · s far a l- Sal m ani


de u1 11a for · · adora conduz1da Por Kh wap A orto
ça s1t1 . por ugues nO p
r ª
Khu da st do fe it or
wand Khan), o 1· so1 adO e assu a, escreveu
de, D. abhol, n C J f ra n c1
·ªsco Bnto Chanoc
.
o oncão, um ta ate ao
Ca st anheda, História...
, vol. 1, urn t.e ,.
n o D ec a�o e no G uzer
· astutamente apont71-72.
Isto é 1n Ulto 1 ato, no
. sobre a s1· tuaça� o p olm ca
68

n te
69

gr ato. Par_a uma análise


m
ado por I nes Z
ais extens a, ve upanov e estou- Ihe de•v1.daine TT) ' L,.s 6· oa, Corp
o
«The Un1ty � f Opp r Maurice Kr ic gel e' anja Su rahn yaf11• ero i A;-_ . os N . . 1' , do .,..iombo (doravante ANI
----
os1 S y b rqu1v m a ,
Gasp ar Cor�cta», m An tes: Ab rah am Zacut, Vasco d a Ga ma �: iclcr
and the eh nd 1he n 16 ico ac1on a1s / orre Fr an . co Bar
cis , reto
a
4 e
ím
c d
B a
1) · .lo�a g · (a p artir daqui· CC) , 1 -1 00- l ' ar ta
ç
tho ny D isney e Em ily Bo '
Asia (Deli, oth, eds., Vasco da Gc1mtt an o III, 11 J a neiro de 1557
.
Lmkmg of Europe and
2000): 48-71.

152 153
. 6-1565
Impérios em Concorrência: His
tórias Con ectadas nos Séculos XVI e XVII O mundo comercia
· l do oceano I,ndi'co acidental' 154
. ambaia, nesse ano,
filho do governador, D. Al , varo de C o- A carta relatava . 1 gual men_te a partida de C
astro. E sta carta brev e men ci de muitos n avios grandes, ncamente carregados na d'ffecção dos
nada pelo j esuíta Georg
Schurhammer n o seu conh�CI"d'O Que/1,n «E streitos de M eca», que d 1 regressan· am no míc . 1.0 de Agosto.
( Q 2219), oferece-nos um ta ,
do segundo cerco de D.
pan or ama interessante da situa:ª _ º à da Prosseguia ª
. rn enc1· 0nand ? que Ibrah'1m 'Adil Shah_ despachªra c. o. ntm-
. 1.p 1 .
se da opressão exercida
m. 2 A pnnc a mtençao - da carta era quei){ar- gentes militares p ara diferentes P artes do D ecao (Pªra auxi1 1ar os
pelo tanadâr local, n omeado por JbrahirJJ .
'Adil Shah I de Bij apur Band . Shah.is e p ar a Sho 1 apur) e dav a conta de rumores de que 0
(c. 1535-1558) e solicitar ao gov ernador que p róprio 'Adi! Shah em breve m ' ha n sh'd Qutb Shah
escrevesse ao monarca d . . arc _. a contra Jam 1
. a, q o füJ apur a ped'1 r a reti. r ada ou em a]terna- de Golconda.'
uv ue desmame1 ass
e a fe.1ton. a,
a p ortuguesa. E' ta mbém'mencion a d
com al gum pormenor, Uma segu nda c arta de Ch oca (Schu rh a mme r, Quellen
,
,
que al gumas décadas
a situa ão no
p orto de Surrare, no Guzerate Q 251 1) datada de seis meses m •:is tarde (21 de_ Nov :
e bro de
O p ri
n ·
ç
depois surgiria, na Í ndia mo gol, co dia ue
cipal centro do
Chanoca possuía um
comércio para o m
ar Vermelho e o o1 O
fº p/rsiCO·
1546) insistia n o medo e n o es ero em que se v1v1.'
a feitori
a fosse d esm antel ad a rao
� �f ressa quanto possiv � j. notta
informador de confi sado• �;va-lhe, no
ança, «hum J ao c s da «vytorya grande Dm
g
que regressara a D abh ; ,r,ic ­ do Senhor Go;ernador, _cm
ol a
E ste mai ai.o, por seu 1 pós uma ausência de d ois meses em u are- entanto, algu de Castro que
ado, tinha a p m conso1 0, e assegurava a D. Alvaro . o rnuito
ticul annente entre
os h omens da
migos na guarm.çao - de Surrate'h•'". º 'Adil Shah e os outros monarcas do Decão tm.ham ficad inicial-
. afecrados e im tos, ª que
ai tnma portu
gueses pns 1one1ros,
artilharia ; tinh_a
".'-lhe d1t: ��re cial, press.ionados P 0_r estes, desenvolvimen
contava com uns duz e q ue a guarrnçao, nada u an tnenre tinham dado p ouco ciedit. o.
a s. Le o nard o
entos home
ns, incluindo quarenta «rumes»e trint o m e ns c o m o Ch a n o c a ( ou com o os cr oniSra
.
malaios (a maioria H
tanadâr local cca um a
na a n ilharia
). O capitão do force era um me e o ,�unes e Diogo do Co\ito) entend.1am um facto bastante simples
11.r

quatro fostas par bissínio. A fortaleza


, s ub vi gia da, p ossu'. i " apen
� que escapou a muitos hiSton. adores p osteriores: ª compreens,ão da
ido para D iu, dev guardar, pois todos os outros «rumes» n
a a \ h•"' poh,t. 1ca de comérc10 · e das eJ'e lt s na As, i· a portu
guesa so, é possível se
-
ido às hostilidade
s a í im inent es.
nao se esquece
· 'dade do mv, el local, .
r a re1 ativi
msen·d num conJ·unto
ehanoc a p r eten . ° ,
- so, f or
d 1 a n ao . ie• de círculos c o maw · r que e o oceano
sobre Surrare m necer mf o r maç�- o es t rarég , oncêntricos que f rmam O tod
10nav am-se'
as també m DecaO· In, di' co ocid
. ental.'. º O 1 reJac.
O mesmo mal aio, relaci oná-la
com a p olínca no As pol'Jtic · as de trocas de D abh ão
onde enco
contava, regressar
a por terra a Dabhol, v ia o am
á� por um lado,
com as p reocu_paÇ ões poJit' icas .
de 'Ad']i shal1 nO Dec
ntrara o famoso (que levar cias dessara z
ad
, »
do G uzerate Burhan al-Mu li( Bambani de a m o sult ão Ibra ? im fa z er exig ên
o as ao
Guzerare («ho B . fen· or po ª re)' e por outro
portuguesas de B
ramaluco ,),
consid erad o
u ma ame aça a , s possess
óe5 rtuguês, o fornecimento de c airo e enx'of ]'er·mos estas
açaim. Con
tudo, fora-lhe asse gurado por homens ' 1ado, co e. Ao
m a G i z erate e além deI
soldo de B
urhan al-M ' e•rras entr situação no l � algumas das questoe _ s centra' is da
haveria a temer u lk que até
passar a monção nenhuma ameai amos d'trectamente em
, e O mar
dessa frente. Da altura, co u entre Achem
assuntos c d escrição geral Chanoca passava P'� m me di çã f .
i� p el O G z erate
omerc1. a.1s. c·omplexo
vermelho, papel crescente dO
,r o a o e a
te qlue
a
«D z st e Jao que qu o c omérci. o d a P 1 menta, o
foy na entrada a �do ch e gou a çu ra sUrrate-Rander em compar,aça_o com os presu.. giados centros mais
e
deste Abr ll pa
y
dozemros cand rtyrã o de Re m ell duas naos e yl e d 01
ant. 1p enh o de m
erce-
s c igos de Diu' e Camba.ia, e o comp1·c 1 ado desen
y
Mamc nad as qyu da huma dum mercado r que se cha ma M [yque .
», ab'issín10s e até m
a-
a
aes vã o e :,hejll nários e s - «rumes
are ad a s elite s milit r s imp rt d �
homde am de c de mercada ryas para 0 1a.ios - ulo XVI.
, oc1denta' l no séc
o a
are gar d e
a e
. ho de nos sultanatos da ln, d.
g
Meca he emtão pymenr a para d ah camJO br l
y s e h y re m
ia
de la tornarem
emtrara- o duas na a Çurare o mdc tambe esre A J'i 4 1 -42v
s. de T:anaçarym m
s er,i e
d � 3
. a D. JJoã·o de Cªstro' fls. fls
Co.i a Çofar he m u.no d e la AN/17� Casa Fone n.º 38 Cartas de D10 43-44v.
o
rycas h u a de C astro .
outra deste m ,
4s AN/TT' Casa Forte n º 38, Cart,1 de
: . Dio a D. 0�o. , Ford
. f. D. · . M
m
esmo M elyquc Mamenade.» Cf. Le onardo Nunes, .
d5, D. João de Castro ,red
(Can1brid . C1·(n,ca ,e . so, ·om mar e
ial r�lacionado com
ge • o valio - os. descon-
e es. e, noráveis afega
. eor
' g,G Se 11Ut·I 0 seg
[Mass.[ , 1936), paraJ um " ie ·ht'
A5iens und seme 1ammer, Die. ze1.tgenoss1schen Q

undo , ues
·esisdr , . entre os. portug
.
pressão, Roma,
r Nachbarliinde uellen zur C, esch.,e·h e Por111.g1, ,jJ11' te ntes d c erco de Diu, e re 1 aço- es
a cone do Guzerate.
Franz Xaver ( f 5]H-l 5 52) (rC
r zur Zeit des f-Il. _t
1962) .
155
154
L
O mundo comercial do oceano ln
Impérios em Concorrência:
· Conectadas nos s-eculos·XV!eXV!l
Histórias , d'zco ocidental, 1546-1565

Os anos intermédios do que parecia óbvia


da Indi , a perma sécu lo XVI, an os de «crise » para o Est ado por v o1 ta de 1530 Por outras palavras, as décadas
·lUterme'diº as
Os hist�riadores nacion
necem obscuros a partir . de mmtos . p ontos de vista
.6 d o secu, I o são um pen;od O de um «vácuo» eu rioso na
h.IStória polític
alistas p ortugu
eses ter-se-ão dei.x adO vencer ser resolvid
o -econ ómIC · a d O Guzerate maríumo, que acaba P or
Pela ex austão assi· m que termm o p ela con solidação m og?I n O início da deca , dª de 1570 ·
· am a d escnç - d o segun d eerco de
·

Diu ao qual comm · ao


. uam a refe n·r-se
com orguIhO eo rn o «um dos1
Isto não deixa de ter .t mportan � eia p ara outro grande tema que
°
mai. s i.mportantes fei.to tem preocu s
Cont ' s de armas dos p ort. ug
ueses n o se, culo
xvJ». pad o os h.1stona · dOres·· a relaçã' o entre as «ve111ªs>> e a
udo, t emos co «novas» rotas d í
nsciê
vários processos muit ncia de que �ntre 1546 e 1560 corre ra
rn que un em a Eu ropa e a º Ásia no se, cuJ0 XVI
em diante. mar
o relevantes
na Asia p o r tuguesa . A � ciedad
e Ou seja, o comerei , ·0 da 1, n dia e mai.s al'em para o
e a

de J esus estabeleceu- . Vermelho e d C e . da


o g olfo Pérsico, por um 1 d ' e O comércio .
se como f or
ça imp ortante; a C Ontra- ºRefor a rn I,ndia, por
ª
e, concomita
ntemente, a Inquis . dere O ano
c
ição definiram nov as relaço, es enrre a outro Uma perspectiva reªgiona º l' que consi
ira

I, nd1c
arr

cristandade e . o ocidental. c omo um u 111ºdade lo'gica de aná1ise, · aJ't1dar-nos-.á


as outras reli
giõe s, fossem
elas o JUda,tsmo, 0 is o
Jã oo
oce

o hinduísmo, a afastar ce stain a


na Ásia; os portu , rtas pro blemá · cas f Isas que h a' muito tempO .m fe
primeiro ténue, n o gueses est abel eceram u ma posiçáo bibliografi u , d,·co
a. C om a ch e gad a daª se gunda frota portugu esa ao 1 n
a

J apão dilacerad o radual·


mem e desenv
olveram re
p ela gue '.ra c !Vll, ocidental,
em 1500, f oi in v en tad o um pro bl ema : o da
nvaJ'dade
.
gulares relaçõ
es come rci_ais com ; f.xirem
º entre a
Oneme. São anos Oo a
importante
s, votad os a u m 1mermdo despr o e z earreirarodata Ind ,do ia)mar VermeIho e a d o cabO da B oa. Esper�nça (
pelos historiadore c1a tem sido mm .to
Estado da Índia ne
s tradicionai
s, que vêem
o fim d os d ias , reo
s do mal comp . Esta nva · l1•ºdªde ou concorrênrâne os teAm-n v1 s
tempo
c1p, 1. 0 d stas décadas
e procuram sin
a is eviden res_ ª"do prÍ
" como ess en dida. Os histo riad ores con :
da s
º

a dec ad� enci. a, sem s cer qua1


sa encialmente econom,c , . a' procurando estabele
a to

e apercebe r e
m d e que ess- ae s queixas, ,s duas rotas . enta e espec1a_
re

murmoração
, podiam ser enc abastec e n. a o mercad o europ eu com p1m
Do ponto de vis ont radas já e
º· r·ias as·1a, . en . .on
, ea
ta de um espaç m 1515 oo 152 ti·cas. D a qm· n asceu outra prop osição, a.m d 1nais
Índico ocidental, o mais extenso como O o ceallº qu e a prun . .
, penaªs um< a - ª mais
8

todavia, o signifi do • eir a : a n oçao- d e que das du as rot as a


século acim cad o d os proce ssos de meado s «ef1c·1ente . 1 onge da ver dade.
a esboçados
não é tão clar o. É se -
As tentan» poden· a sobreviv · er Nada estaria mais
ve rdade que os �suír a s : . h 'am um
º

tornaram n
uma força em C ·v do Lev,ante nn
ochim, em G oa e n orr e catácter as portug u eses de bl o·.que.10 d R ota te d os recursos
e, 1·gua1 men
te_ verdade que os a Provínc ia 0 N político' pois pretend iam minar u ma par
·
_met ais preci·osos gar do 1sca1s .s, seos rivais
. dos
ª
Exrremo Onent começara,11 a e1,e . , e dos otomanos, depoi
e; mas a lógica
d a mud ança parece rer esrado nourro gfeopo1 íti mamelucos, prim . eiro cun da-
lado. Neste ca
pítulo proponh Jír1c' . cos; ac reditava-s e, em lguns cir , culos mas apenas se
dos, ac,onteci. me o uma leit "'m em Kerala
ntos neste esp ura es sencial men re 0
a . ente, que ao fa zê-lo o preço d e COInpra da pi·menta
aç o manu , .mo, afºirman do que �e0 rre e a
b l)<aria par é<rcIO do mar
segunda d
ª
e fesa bem
-sucedida de a os p ortug ueses. C omo a história do com
a tomada
def.m1t · a de D
· 1v Diu pelos p ortug ueses, em 1546, Ver , n1eIho
n os
! vm s duas rotas co1nerciais
trar a, ate, ao sécu o X
pu deram p mos

io� blema P olítico


da década segui
nte, uma das ch
ão, també m
pelos por ru g ue•ses' no f s fora af
.
erfeitamente coexiSU
.
· ·r' assim que este pro·
nÇ'
' a

e, o 1 emo c av es pa ra com
preender as muda e' ast o mar or de e1·r·cuns-
tànci·as ado e ,transformado por um conjunt
am

o1apso da
a ote n· or e à
m· capac1 dade d strurura d
o su ! tan a ro d O Guzera
r e . A Ro ! dig amos, 1700, f,�n·1 �eia
os otomanos e oi·s1 a Europa o · ta d o Levante por- vo ta de, el h
m c umprirem a
ro messa expans1· c,denta1 prod utos asiátt.cos, enquanto a dO mar vern
º

p
(e do go lfo · ociden<ta1
, ia , N orte
· o mes 110 pa ra As
o

'J¾,, om, "" d Pérsico) faz ia


0

Empn, m A«,, ''" w,s q,es.õcs, " de A, fri· r . . IstO fazia· · tozer oa
do
---- ---
c
' S'"jay S,hcahm' ya , Th' PortHg11e sentid a, uma parte da Europa onen . ta1 e aª Rússia
0

/50fh1700.· A Po/ üica/ " m . ) .. , nsfa


se
' .1 osé M J Gocci
po, D. Joãoa,,e , , Macia Joõo anQdoiEmnomic Him,ry (L00d .' 19D9) i
o em t
Procura d ermos geográficos: qu�m e,
que sonI1 an·a em sa
com
" e pi ment a ou teAx te.1s a5,·ia'ncos nos domínios otomanos )9
Libe,um, "· 5Ma19scace,has, Um, ""'' e Omseo "'',
aos, •Ü se ,,d
g o "'.'º. ,o•, /1"
"d'f.
( 9) ) · 13 9 co m m histo a o seu . oa OtI Londres.
o nogi ' transporte .
8. .' E·
pona
era''. p'.cd,d_",an o, se,ho,, a>m m' . d' ' pnme1ro, . para A mest erd�a0' L1sb
,. 1, i'
0

_po cqo'. a"' cs pam o " " ,


.
m m tos
,
o
.. .

podcc se,.... , "'" d """mm lhe mi" 1 y w, i


e Afoeso de Alb g oaciam Re!õ"_e,,!º',g" J,s r"" A· .O do mar Vermclho para a ín d a,
. .

o eei \

qoecque a Duone l
Go ,oo (15 ),"" R
J .• • rcs qu jssº ------

ulo xv111
1 j ) .,,
.___

uquerque, t. 1 (Lisboa, 18 84) ' )95


adentro, ver Sanjay Subr,ahmanyam, ,, Preciou
,lra -
de Bulhão Pato
, ed., Cartas de Pc1 o séc uma noçao da «sobrcv1. venc � 1.·a» do comércJ
s metaI flo .
ws an d
Afonso de Alb

156 157
-1565
Império sem eo ncorrência·. Hist, O mundo comercial do ocean
o Índico ocidental, 1546
oria s Co nectada os
sn Século s XVI e XVII
do por escri-
p orto de Surr ate, apesar de inevitavelmente menciona
. A nossa historiografia transp orta o es�do fardo de uma narra- tores e01110 Dorne, p·ITes e Du arte Barbosa, era nestes ano
s ofuscado
tiva, des envolvida
p or Frederic Lane, V1ptor o M aga1hães Godi·nh o, i o Tapti, uma
Fernand Br au del e Nº1el s Stee m s pelo seu p orto g,emeo, Rander, na outra margem do r

,cr
. · p o rtuguês no
nsgaar d;· 0 d om,m 10 . ulman os
mercados da p1mema e espec cidade hecida p e b c onsiderável comu
nidade de muç
iarias d• Europa entre 1500 e 1530, nave adores.
o recrudescimemo de rotas navay ' "'.'os os no Indico ocidental co.mo pilotos .e , . g Sei. s-
rivais ap os 1530, e o desa fio aberto a .ma1 de Qu mhentos e m1c10 de
partir de 1570 encabeçado . Rand:r tera bene fi cia . , n f
. por acheneses e guzerate s.'° SubJ acente . eamento do
centos d declm. o r adual de C ambaia, devido ao_ assor
d o o
a esta narrativa e · ,
XlS te uma s egu nda, d e uma Ida de do Ouro inicial '. g s com Diu,
que deu lugar ª• decadência na golf o de ºe ambaia; mas esses ganhos foram parulhado
Ási·_ a p o nuguesa. Esp eramos c onsegu·ir Malik Ayaz.
construir uma his . . . cuj a agressi_va expansão comercial foi condu zida por
, ·a mais mat·izada e c un
t on stitu a a de c onstruir
outrora provocad ':1 :-- m .º? gente, que sub es Assim que f o.i c once dido aos p ortugueses o direito r
º s ag ora estult cia - narrativa acima r u· u1 tan B:hadu
t urna fonaleza· _e": D·'.u, em _ 1535, pe1 o atorm_entado S
a
mida, ap oiando exph cit. ameme a re,m · terpreta ao
ç- quantitati
va sugefl'da c omerciais d
Shah Gu·a r ati, era m evn avel que as acuv1dades
os
p. or C. H. H · Wake Já ate.
em 1979'
ª qual ainda é c onscientem e
ent s no Gu zer
ignorada pel mai. or pa rn ercadorles asi·,at1·c os procurassem ou tros entreposto
ª ne dos noss os colegas. i 1 ado à Í ndia
e tinha cheg
no
A fig de Khwaj a Sa far al-Sa l i, qu uxiliar
tª tada do antigo a
m an
fim e 152 º e xp dição abor ç
c omo p rte da e
trans forma
ão de
inência na
A ascensão de S urrate a
otom iriu p e
º Salman Re 'is, adqu rtugueses),
m
os dos p o
ro e
Surra:-" ( r n a m ã
. e n ma alternativa a Diu ag . o a s
stao).
No iníci o do se, c ulo
xvr , do s numeros os p ortos q ue p on t•l· a Ca rnbai�a (cu· . b'l º dade estava sena mente em que - Mah1'.'u�
lhavam. a costa do G lª v 1 1
do Guzerate,
uzerate' os centros pri . corte do sultã�
ia

d a mai or p a ne . ·ncipais eram, n a opin


.0
1a o el desem h d p el�
nto de Su
rrate nao e
o· ortalec1me
en a o
dos l1istori ad
ores, Kha n' b ay� t (Cambaia) e tU· Shah (c'.� 3 7-1554), f
p
O úl. timo, bem co n_es d s ã o de
anos do
U tua ão da corte. N os pnmeiros
ec i
mO a região em ue. a claro, be
d0 mm ados p se ms e n a , So r ath, er ll1 � como a propna Si ç ridade), a cort
e se ­
ela fi ura de M alik reina dO d a sua m eno
i eswda da te o di ,
q
A a e M ahmud Shah ( L
com algum
cu·Ida/ por Jean Aub � z, ct�j a .c arreira f o m Khan
n
an e 'Ala
e d u ra
h
lado, parece ter s1. º ·m, o primeiro porto ' por outro ria domm
ada p or fi g uras c omo
D ry K
e
,w. n os. ontu
do,
. a
a
, rea pri·v·lI eg.iad de int nenhurn dos . . a s nt s ma n
-adm.m1. strad o r brâ · eresse do mercador· i erente aos gen· ram a part1·
r da
o
q uais md'f
d o a a s u
ª
.
nativo de Surrate
m�ne G opinath ( ou
<
M ail k G op 1.), que emb o .
º º" histon· a do
res do Guze rate, como M. N. P earson, su
r tificação
de Su r ate
tena a,1 cent
r
1eitu ra de de fo
ralizado o seu comé rcio." O p rópri do ume ntos da época que a d ecis
Safar, em cum
pri ­
ã o

pn. m i o wcncm . .
or I a dee 1539 tinha sido apenas de Khwaj a De qualqu er
and southern A s1a,. 1500-1750· S me U
p º ic - e rcantis."
tural aspects Stud1 compomive ,od coaJ �,- rn en:O � as su po lí dep ois do
as p róprias a mbi ções
o m
es in Hi tso (N. S.), ,oi. v,' � (1991): 79-105 Ver ca111beJ11
t
a síntese úrii"'de Brn M enha sido
tomada
cc W,� (') h das f onn as i ã r a fr ota
s,c/
Middi, Eas t· M erca ntilism, s, Yfe'h Ori gin. s of� ttsem E· c·ononcu · Do•n

.n a e ,.,.,,. t e
·i . nc é provável que es ta d e c s o
m 1538, quando
and the Is·a.!mic· E · · frac asso te D · e ,r eIho sem
Ior quc, 1988.) · Alepp o , 1600-1750 (Nº"ª dO ce , rc o otomano-guzera
iu
con omy m mar , e rm
a
· Otorn ana , ress ou ao ,
O tcx to central é Fre•
. '1 d eH a d'1 m Süle ym an P h e 'nd'1a. As croni·cas
[1s"v,va
r
dcn.c C. L anc l
a
n a
10
as g
in the s1· xrcenrh cenr ry» M · · que t·ivesse c onseguido nada' ou quase na da ,
. u i n· L ane " , · «Thed e·d1 tc1T'""" sp,cc '" d' u r rate
f0·1 em 1 arga
tamb ' S
M. ém VItormo. M,g,lhãcs G d' ' '"'"'' Lcv H<>rory (fühirnocc, 1966); bo, ind0-per
sas ·m, ·iste m u e a delesa da
forta le z d e
,n,S '"
"" e M,n d na, Utopia, p � _<aho, •Ü ;,"''. " Rom do C,bo•, ;n Godio ha, e que
an a
frota do Pas
411-426' ooªdo 0), rnedid ass à
, cacom<amos '""' de N,,,,, 'ª ',�:'�los Xlll-XV/11 (Lisbo,, 199 e
ª q
re tir a d o and Khan
qt, O ª egurada po r u m canhão d e Kh� daw
40 000 , f "moçõo 20 oO oa l
al- Q ad1 r
i;"" d pimem, eh, '.gavam
do golf� r s,co erodos . ,e 1554 e 1565' entre
ao Mc. c1J·1tcrrâiic,o atr aves
, do mar Vermell1 e
a constru
ç: - o da fortaleza foi um fe ito
' A s
pe
si
ss
, e s cr eve Abd
ra Khuda-
O t tulo d e Khw a , a Sa f ar ).
0
Os anos. c om
razão pa
11 e ( m
. H . H .W; k e, «Thc al-B d·a i m qu a
ca. 1400-1700» , 7'�he clu. ngu. w pa tcrn of E . ' impor ,' ª yurn, no fim do século xvr: «D ize
e
t o pc s pcppcr ·mel s picc
tS

-- Joum a l o r
y . p
Euro . m · · 7 9 )
3 61-403. N.!O
negamo s que mu· as ecin En· w'in o,-m te rft ·
'- story, vol. v111 (2) (19que
b
. -
:
nc cc,·aSitam .
de, mais inv
e n das co usocs d w, 1
, e e wa ,e são supos1çoe
,
a ta c Thc
m in Guj,
",P'"'' 1' th'
' estig> aç.1O c m arquiv os
s

h,d N. fümon, M,nh<n• n a d Rui



Cf· J can A ubm , «A
-lndicu m t.. 1 (1971 3- lbuqucrquc ct 1 cs ,. goci-.n.·,ons de Cambaye», Mare v,so .
11

•. né ouMtse" zn t e s,xt:eenth cent1-1r;1 (Berkeley, 1976)


Ponu<>
)·. 6 3, cspec,a.· 1 m
ente 5-12 h, . .
159
158
L
l, J 546-1565
o Índico ocidenta
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Século XVI e XVII O mundo comercial do ocean
urrate
s

no fm. al do d R d r e em menor medida S


wand Khan constrmr . este f orte f o1. que os portugue se s costumava!11 sé culo xv, quan ° e
. segunda, qu
ando
beneficiaram do l ento dec1,mi·o de Cambaia· , uma
an

do . · ai alternanv · a nao - so, a


exerc er todo o tipo de animosidad
e e h ostilidade contra o p ovo Surrate se f ortificou e surgtu · com o a pnncip eradª como
I slão , e costumav am ocupar-se a devastar O país e a atormentar :5
. dosos. Na a1 tura do pn. nc1p10
eambai·a com o tamb,em a D tºu,_que apo, s 1546 uereasecos; nes1ºduma terceir. a,
pie , . da construção do edºf' . na- o parara
1 1c10, estando definitivam ente nas maos dos P ortug
de lançar os trabalhadores ?ª confusão di men.]. te quista mogol.
, sparand� co ?n. nu\ relativamente conhecida, que começa apo, s a con final da segu?dª
sobre el e s desde os seus navio
s, mas não o s consegmam impedi [.., estão no
Para se percebe r e � que ponto estava a qu Couto ºde ser un.1·
N os bast1.o- es v1r . ados para o mar f1º ze ram uma ga1 ena, . que na opi. n1a. 0 fase, a seguinte descnção da D ec , ada Oitava de envw _Pu D Luís de
dos europeus é uma especialidade de P _ d 5 o h _
ortugal e uma inven �a
o Em 1568 nota el e o vi. ce-rei· D · Anca_ o d,e N o . te
º r a. Surra
a
1
n
o
r
seus. Os europeus opunham-se muito se ' ' em Ago s
à con strução do ed.1f,1c10 des m ã , « p r a
que havi. am
t
A1meid . a com seis nav10 . s p ar a D a azes, e as
a
a s, rt
o
ehaukand.i e esf orçaram-se por
o impedi r p e la f orça d as arm defender as naus que saem para Ach,em e m c
de prata e
carregadas
s a
M as finalmente recorreram a m edida 111 de vi·r de M eca para ague1 e n· o, que sempr e vem fermosa nao», que
s pacíficas e con cordaram _ \
pagar uma boa maquia em dinh
e iro , se deixassem de c onstrui r
es e fazendas ricas». Di. z-se que ª fr·ota av1. stol1 «hum s pr dutos e duas
a
lo , s eu
chaukandi. M as Khudawand Khan
, através do seu amo r e zelo pde 5 conseguiu escapar-lhes e descarregar a pressa o cederia � os 100 000
s
I sl-ao, deu asas ao seu elevado º} en te ex . el-
- , em breve espín·to e não conse nti· u e, apesar
0
outras de Jiddah cuJ· o carregam ento faCI m b ou», presu
m1v
cn. staos lev ou a cabo o seu propósito de comp1etar ess e ' ro
cruzados, « afo ra outro tanto ou mai. s que se v olvi·dos na acç,a� o·
u ,s
edifício.» eses en
mente pelos soldados e capita · - es p orcuglJ e J , ascen
dera a
14

A construça- o desta fortaleza, um ítirn°5 m gó i s' Surrat ·ª


d os p ou cos r edutos mar Ou sej a, ant es da sua captura elo s · man,t1m · 0 do
. P nc1a para o come,rc_JO
o
prin . cip . ais na costa oc1ºdenta1 . 111
mdiana que n o século XVI na- o escava uma posi.ção de grande .unporta . idades p ol
ítico-
las acnv
A •

na mão dos p ortugu


eses, não ter á rece
b ido a aten ção que m I( erec e G uzerate , fun ção em que era a. JU d d a pe
s, Kl1udawan
d Khan
h j r e
a
N o entanto , o que é facto s o
é que mesmo dep o is da m ort e de w a a . .
-comerciais de Khwap . Sªfªr e seus s c e
u s
Safar, durante o s, egundo
cerco de Di. u Surrate contm . u ou a c
resc er (segundo), 'Imad al-mulk e Ch engiz Khan.
e a �e� istir a� control� dos da
portugues:s. O controlo do p or: _ º
fortaleza passou depois d
e 1546 para o sucessor d e K h aJ ;
far
n � título de Khud w 5 50
awan� Khan Rurni
e n o f inal da d écada d
foi tomado por Chengiz lk
Khan (filh o do n otável 'Im ad al��u A «ameaça» otomana
. u1 ar_
�slan al-Turki), dep ois de m
atar Khudawand Khan . Após
·t e � u
sa� rn a fase part1c
xvr tal.
vi�lenta ?e Chengiz Kha
n em 1567, a fo a_ da P 1,
ª
rn�;os As décadas intermédia . s do sécul o istória da Índia ociden
o m . h
mir z as t1múridas (o s pri rta l e za foi c mente interessante e negJi'genc1ada 11a' d ,
e c ad a de
1 520 co o m
mo s da Ási a central da di na stia 1� g do é -
0 su lta n ato do Guzerate, º Jh ado at ài_ o geral da região ind?
0
que des, empenharam um o
papel de desestabili zação na ínca í n
período), antes de ser Pº J a t a um ve rdadeiro r ival de D ei�. pel º d o m sobreviv
lutava pe_ la los afegãos.
ê nc i a
cercada e capturad
a p or Akb ar, du : \e
r d 1 5 40
campanha do Guzerate -ganget1c . ,ip1.0 da decad pe
. a, no pnnc desfen do
e iníc.io dª
e
de 1573. Não dev emos co ntudo esq ece ia ser
a
u } , n po d 540
durante todo este temp qóÍS No entanto ' o coup d e grace � ia_ na década de 1
o
o Surrate cresc s m og d e � curiosa e
A _

podem ter c ontnºbuíd pro s pero O d ª que controlav am o N orte da lnd . d e flu1'dez
o para o seu florescim ent o a pós . a de'ca ,
ltn c
u
. uação po
eu
es p ol'i-
e
de 1550, permitindo que UI.11a sit parecer facçõ bases
a
1570, unindo Surrate 'ga é' r m ª ª
directamcmc ao . o do do -âb !ltgava ç
not,av e1 nascesse. Entr e as elices, eome 1. cas e em parte, em
��. co, mas a :'erdade é qu ' rico sertã a a
es e, cn '
e tomaram cont
a de um porto qu�, será t1· cas apoi. adas, em parte, em lt. nl1 agens aram ni. sto urn importan
te
J a numa posw-sa- O form " h
,· ,dav
, e1 cm re1arã -s o '·10s seus n·va1· s. As .
s1!11, · .
ain da mai. s frágei. s. s «rumes» desempen
uti 1d1s· tmg · ·
uir três fases na vid e1•,a, O , .
a do porto de Surratc: uma prl-m écada 8.
a Asia, 2 vos.
da 1
. o do Couto e a D
bd/· 1 - Q·,\d'· S . A··
---
� a 1 -Badayun,,· Muntakh C 1·uz' D1,og
ab al-1áwârfkh, vol. 11, cr d · .G. kbª1
1" ' A IS
· Man• a A ugusta L11na

(lisboa, 1993-94), vol. 365-368·
1
R,mk1ng
. .
, re1mpres
s ao Nova Deli 19º7 � :. 1' A 1,
N'ama, vo 1 · 111, trad. 1-I.( .. c,o1 11 Abu I F ,1i
16 1
. , 0), 14º,- 150 . C omp,1. 1.1r
8evendge (reimpressão
, Deli, 1989), 39-41.

160
Impérios em Concorrênc 1546-1565
. ..
ia: Hist orias Cone ctadas nos S'·f
ecu osXVJeXVII O mundo come,cial do oceano ln
· d·zco acidental,

Papel. Tinham chega


do ao Gu zerate em s Shah Lodi recebeu deles refúgio no Guzerar_e,_ na esperança de que
descendentes (ou so vag as su cess.1vas.. algun viessem dias melhores. A o _ mesmO tempo, ha md'cios que apontam
breviv . entes) do tem o de M ahmud Begadh'
outros (um gru
p o p roeminente) q p n para que elo men_os . tuabsuca mente os sultões �o Guzerate reco-
Re 'is e M ustafa Ba1. r ue tinham acampa�h ª do Sahna p . dos roa melucos e dos
. nhecessem a supenonda
am e amda outros e sobre eles própnos
e início da de do f.m a1 da decada de t530 .
cali. fas resid
." d
bro de 1512, chegou ao
de m.igrantes as.1at
1540." Es tes «rume,
,, farmavam uma p arte do gr upo e ntes n o e air · o. A ss.nn, e m Deze m
de ser entro-
, .1cos oc1'denta.1s
a que os p ortugueses. chama"'1m
Ca.rro um em6a1x . ador de Mu zaffar Shah (que !cabara
«estrangeiros,,, tr.idu
zindo da noçã o local n1. zado no Guzerate), ped·111do uma conf'irmaçao de ·1nvestidura p�r
A s lutas entre as e de àfaq, A A A

pane do califa.17 Penso que dep o1·s da tomadª d0 Eg1p · to e da S'ma


lites que atormentar . u z� .
rate nesse e am o s �ltan a o.do G pelos otomanos, est relaça_ o de subordinaça� - foi transferida para
.
p ríodo estã o bem r
eflectidas n os des un as � 0 própri os a
sultões. De - ente dif erente
p o is d a morte (natural) de
Sultan Mu z affar 5 h em 1526,
� os últimos. Isto rmi
pe . te u m a mt . erpr etaçao hge.iram ·pto
i' Pashª otomanO do Eg1
o seu fil
ho Bahadur suce das negociações
entre B ªha dur Shªh e o
contra os irmãos, deu-lhe apenas de
dos quais um, Sik p ois de u ma on�
a goer
r
t'
·'' em meados da
de, cada de 1530 em que o pnmei. ro
· envia · ao segund°
brevemente no tr andar Shah, chego enta _ otomana no
on o; e ,
c
um «present ,
e subs tanci. al p ara soli'citar a m
· tervençao
um fim violem o e om o é
b e m sabido , o própn o a�adur """ ;
Guzerate contra os portugueses.
molhado em Fev
ereir o de 1537 ( r oduzind o Subl',me
0
f amoso dito e cr
on ogram p C omo é que est as nego_c.iaço- es entre Chªmpaner e a
terra, M ártir no a : Sultân ai-b
ar shah zAd al-b hr «suJrão em Porra se dese s notáveis «rumes»
mar»). O sucess , quz nrolaram.� Mwto provavelmente o os
ascendeu ao tron or de B
aha dur, M ah mu'd Shah
ª no Guzerate ar tanto durante
o com onz
e anos em 1
537, morreu uns dezasse
t< terão t1·d u m papel a desempenh u a�
anos mais t
ar de, també
m n r p o d01s. cercos de Dr·n com ° o depois. . Ainda não e, poss' 1,v]e'l elaborKarhwa
sua vez o assass ina d o,
p or u m cert o Bu rha · a e m de J_ ª
seu innão
A hmad Shah, que l 4 foi pr os opografi n t m os que , p ara
he sucedeu em 155 , a d e c en t e , ma s o e · t na
Safar e Must ·
também assass.m M stafa Qaramam e

M uzaffar Shah, qu
a d o sete an
os ma.,s
tarde, pe 1o n otav , e,] I'wnad
I( haJ1 a fa B airam (aha . , s, Rumi Khan), u 'Adi·1 Khan
e subiu ao trono tamb
ém u m a el r oem,· nente po·rs detinha O tI'tulo de
mogóis em 1573 depois dele, fo i derrotado peI os sob o sultã p p p e exerc.i a u
m controlo
, e c ondu ziu u -15 1 )
cu1m.m ou n o seu ma inútil acçã o de reraguar d a que o Ahma d Shah (c. 15 54 6
.
à facção pol'ti 1 ca
parci. al da r , encia
acçã o cada
su.1CJd 10
' ' no ,m.,c,. o da d,ecad a de 159 0 Por tr'as des" . o de Br.oach nessa epoca. Pert
egiã
mo que é repe-
vez mais sangu · á l.iderada , Turk'1, 0 mes
um grup o form'd, in ária que ocu a
o c e nt ro d o alc o , est
t.idament
por 'Imad a1-Mu lk A salan al-
ueses da de, cadª
. de
1 ave1 de n ota, · p
ve,s, que dos 6astt'dores manobravam
p
e mencionad O nos docw11entos portug
o
poder, em qu e se
destacam 'Imad lSso com qu e n - o deve ser confun o
a
d1d
o filho de al-mu lk e [' t irna d Khan, depo
1·s o «Madre M a]u quo » ( 1 '
59, quando
rar) E1n 15
11as
'Imad al-mulk, ãoS co111 m e ah de B e ·
fuladi e os mirzas Chengiz Khan, ' feg , mb r os da d.m ast'1a 'Im a d Sh cunhado
e mais tarde os a Imad al-mulk rra t e pelo seu
timúridas. foi morto na fartale z a de 5 u
· Sa' far!),
ap
Há que considera
r igua lmente u vh
!\. udaw _ confund'ir co m Khw .
complexo No fi
nal d o séc
m co ntexto ext erno basra•" seguiu-s
and Khan Ru mi. (a nao
' . .1mou M u sta fa Qa raman1 ·
é eviden te. que o u lo xv e n dh e uma desorde m que tambe m v1t sa
o re in ado
de M:hmud Bega ' e » e ra Qa
s sultões do G Outr a per s onage m 111 de on . g e m « ru m
ridade dos sultõ uzerate nã o reconh am ,uper º Í · 1 p o rta nt e O r em . adO .o d
!tasan (c ·tr Khan, du ran t e
h
es de Deli;
o irmã o m
ais velho e nw val de Sikao ª d•1
Sultan M
o nhecid o c o m o J ah ang
u m ín .
ti m o assoCJ ado
· de Khwap
o
Uma foncc un Safar dur
ahmud [1537-1554] ) e
Ao c o n tr a
-' rio do seu Pª tron
. pona, nte p1r ·
sobreviv te o segund ° cerco
de Diu. e�g1z
11'
an
monas "'' " ,cn ·b"'d a . s anos é u1n-,1
· go' deeste . porcuguesa· an 6ndi'çã
111iº, ·d o wazfr de Ch
vo,isfa,ó,i,; AN/1T,· ' , Dm
· M es q ·
""'•
cró111ca
e eu ao acontec1m . ento e fo1 · m ai· s ta r e
nador de D10g

qoc pasv,cfo ao RcyoCoiecç/o São Vicom_e, vol'". " p,n , '1"·' 1 º'.fo ""·cc '" m
. f on
.
Kh an (filho m
1

», 91-111, _,C,pn;; 1 d c�º os de 'Imad al-M ulk), bem com o u


de "''"º' po, Echcio d, Go,;,n,c dcpo" d;, mon e de f.,,, Ed•(0-o
(1934), e po, fooe;sc P ope, B oleúm do lmútuto V sohao Mo , . 24
,fe
o A. M eo do ,sw da Cama,_ ois. /\ e . bn Jyâs,
oç,, S J ., Ch,6n ica C ----- Chronique, d'J
aal dm Succm»v do RcJ'J 0
Gusarate a Qm. Ch
a
of Gujarat whfrh is mão Cambaya: Gene . ral Chro Gaston Wict, trad , o al d'un bourgeoz.s du Cazran
17 :;:::---__

Paris, 19
. e,
918 A · H ·
called Cambay, nide of the events 1 ,he J(in& s7). 55, vol 1, 268-269,
. entra d ª p,ara o dia
] u rn 3 O R am az
cds S. C Misra e K.
. . S. Mathcw (; ªroda, 19 .
162 163
- -· -
---� ....
...

O mundo comercial do oceano Índico ocidenta


Impérios em eoncorrencza:
l, 1546-1565
· · H'1stor · eonectadas nos 5·,.
, zas eculos·XV!eXVII
a lém da sér�e
do C outo a c er c a da po líti
ca de c o n e d o G uzerate. ,s E stes horn en sde'
sarn ente grande de miS . te, n. os a nível conceptua1. 1 Para .
2

outro s - sob re viv de expediçõ e s p reparada s por Pm . . Re,.is, Se yyidi 'A1·1 Re,is, Se fer Re'1s
e ntes , por e xemp
lo, da falha d a expe d i_ç.ao de SeyYi e Mir 'Ali Bey, o que essenci.al me�te vemos são a cçoe - s direcc.10nadas
'Ali Re'is, em meado s da
1

década de 1550 - p rovave lmente represe n ­ . feita


tavam o núc1 eo mais í c para o p olicia'mento d O go!fo Pers.ico., e a prolongada corte
· i· mportante da pen
t ç - o m e » na po
l ti a aos su ltões de Achém parece ter envolvido o empe�h 0 de p oucos
dos estad os indo-islâmi uns
cos no s écul o xvr.
Po de m os encontrar alg 22 Um arugo fr:quente-
e ra « ru

se, n. os p or p arte dos otomanos.


a
recur sos
«rumes» mais . a su1, em L
. re ssão de A hma dnagar e B"ippu r, mas ficam os corn a mente cita do acerca desta questa• o, vindo da pena do faleci do uís
imp que nos u1t1m, . o s e stad os . ente
se o n. e ma v a m esp e ci aJrn d de Albuquerque , parece-me confundi"r ainda mais a que stao _ . C omeça
para ur:1 a r�1 aç�- o e:t� s e
rna (i.gua1 m com a premi. ssa d � q� e «o desa str·e que para os turcos representou
sub ordm açao - se m certos elemenro 19
e n te nao
ntualistica) com o I r
ão d o s Shah Tahmasp Safavi. o desfecho d o p nmeiro c er c o de Diu . p o dia . te -I0s dese ngana do'
M antém-se a questão ace nos ..
pel o me nos por a lgum te mpo , d po ssibilidade de '.e con uistar o
A

rca do verdad e
iro inte res se dos otorna do ­
os depois de 1546. Sem dúvida que O Est a domin10 O oce ano ªr,n dico'
de que haviam si�o de sa
pelos assuntos indian
da I, nd'1a vi·a ne1 es, . do comerc , ·
i d
pe n·o d'icamente , um possa, dos no .míc10 . se num ma !-entendido
a a mea ça d'irec ta tan
to no. · d ° se,_cu l o XVI»,• 1·sw ba seia-
o
te mpo do Su ltan
Süleyman como d
os seu s sucessores . e
' diatoS, de algum a dimensão, VISW qu s «turcos» nunca contra!aram
o

?· ais,
» na comércio d o ocean I, nd'ico no :mic10 d o século XVI e, ª1e, m do m
roso «lobby �l"rnd eue d a
da mesma forma ac
Sublime Porta de s n os
reditava-se que o pode
assenta na supo si. - d e uma perfei' ta congruencia entre mai l
e mpe nhava
nisto o seu papel. M as a sene d a d !
o

m
· tençõe s m·1· çao
e uc

, rtare s otomanas , l fo .
sequer tive ran
1 acesso
A •

na ln dia (e não no I raque ou 00 go e otomanos.23 D


e facto , os otomanos nem r·gu men-
.im d.1recto a, quel e oceano ate� 1517. Albuquerque prossegue
smo em 1538, quan d 1or o
Pérsico) continua e
e mprega do s de
tando que a des ro expe d'iça_ o ao mar V,erm_elho em 1541
m aberto, pois me a

a lguns recur
so s militares, este s s
veIh o Ha d.im Sül fica ra m na s ;o nW ° ast força com
s d
eyman Pash
a , qu e não tusias D. Estêvão d G
a ma e Stav,a «na ong
· em da ·mvesuda em ! ante
a

pela tarefa de qu mostrou grande enrn < od o a arm .


e o in cumbi
am.'° que os turcos a lguns ano� depo.is pressionaram d•e m
a

O que e que os
o to manos ter· o 1mpeno p u da opm · , pel o contráno,
· iao
, rea1 mente q u . s in d o rtugue s dO Indi.co ». 4 So
me'd'10s do sécuI en am nos ano . - ra além do
s mbi.çoe s claras pa
2

relação ao ocea no ln d'1co� Os e sttl o de que a S .


• , •

o XVI, em
ublime Porta nunca te ve a
A

elab or ados w. a do mundo


por especialista , . J a r go1fo Pér si içõ e s d e c onq st
eeng1· z Orhonlu e Salih ·· s dos arquivos otomanos, �m partiJocurD' de Süleym an
co , e q ue a ssi· m que as amb
m e ço d a d, ecada d e 1550 ' fo
ram
Ozbaran, deixa m ' no
-no s um conJUnto d0 a di.,asp ora
desap a que tentaram' em
s e xte rno s
c 11

u me » e outr· o s agente
1
ai.s
receran
«r
18 E' Va- o, agit . ar um a reluta nte Porta a entra< r em a cçao - numa e sfera m
"stas lil
. fo mações p . e dores
al-M akki Hajji alr-Da odem ser obtidas uhaITl,Arn f·
. I 0r enviar b at
M a1 argada o meça d o P
ad
bir, atra vés de 'A bd u li h Os o m s, q ue t m 1 am c viv ram
Lokh ,adwal, (Boroda uzaffar wa Alihi, 2 v oª s , d. 1v•: 0 . . di. c om os por.tugueses , rea a
Para estab e lecer um modus viv
Zaf
Tbc M,,at-,-S<kanda,i,, 1970-1974); e Shoikh Sibodac ibo oh, ld. tf\[anJh •
ar al Wâlih bi M
en a-
to ano

s or pragm
M mm: )'. . . ocn· s1·a ma P
Cf. M A Nay eds. S . C. Mism e M L. Rahmoo (B omda, 1961 ), Pe ri od .
ic amente esse pro·JeC , to, na_ p r. hip
ee m,
Hyde <ahad, .197.4, bem coExterna! Relations. of the Bijapur Kingdom !489-/6ri8�
1' 1 o o

-Pen,� Relattons (1 mo Ri"ol lslam , A C


alenda, of Documen( t< on The'_ Ottoman Resp
500-1750), 2 sois � Sali'], ôzbaran, elat
/ onse
º Uma prov . (Corachi/Tecno, 1978-1982 ) ., 21 Para o gros . ba ra n ver
so da obra de ..
S u.. ,,eyman !)asha pa muito imp to Eu,apea _ Oz ,
Jndi an
ortante é AN/TI
2
ns in the
1 1 4-44, r_ca I perdido
. e J-l,ds . th Centu1y
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· d n Expamion, Stud, e,. 0:wrnan-PortuJ' d"'·ing the Sixteen
uese R
• .
ara o wazzr Ulugh . C C f f - ca º""" b L an
es, ·ta, darado de 10-12 K h·m ' ' on d n A,a
• ' ' ou «Oluc;io Gozd» . (o 01-,g,na aIT1 1uer, Ott
(Ista111bul, am,n Adm,n,,i,-auan º\ ·
Quellen, Q 345). Ncs-1538, e a rraduçao guesa de 7-5- 153 e�) (SeI 1 u1-l, ' e 1 ail ogo,ses
,oos, na,.,os P0nrancisco
th,
p o rtu ' • 1994)
l'osh, cela,a a se
,a cana, escrii, em e Sül y T1 ca · E·xi.stem, con . tud raras rcfere•nc1a
o, . .· s. ao
, s ataqu es oromf ,
i 00-2 8, carta Fde
, C>pedição ; Índi , cn, Sind (Th .. �·f· A N/1�y·, CC' -
2,
A d
dos g.,m,ucs. Pa
e d,i,d, de
ta orna aoálise de ' •"' b atn ' ·
' m d L ahori Band
18 ltopb "\,
p,erc1·ra de M'. ).
iranda em Chau1 D Joao rrr (fl. . · 2vue, onen
e

Ier» , in Res
m
a e "
s, tn�sd )',qo 1
a,),
. tale de Sali.4m 1 97-2 !6)
"'" ce tieê óo, ,oo d c
Mogh ol, •The E�p«liri si, >pedi fo "' t o
oh""!i' ;ou
af tbc Regional Cultu oo of S oi eym'" Posha ç,-1 K h,dimambémdiM ·'J Cf. neste comexto, Jean ª · , a p ol m q
"/ /m , l o , (153 Orz.entales Aub:m «L< de Cahen (1 99 ·
ú1u ie (fwao) , sol. ,, . nages à Cla. u eaça curca sobre', a' r'nd,·'a por
�•
ver Palmira Brumme (1969), 146-151. p,,a_ 0 ,hc ? . razres
. .·, t Ho' mr
tt, Ottoman Seapow . e,ecos d,e .ªm
0
·;, n«'.
· Luís de Albuquerque, '' Algu' ns .1sp
VI: Itmé
Doanmry, Alb,_y, 199 Af,' ó/
d'O ,ien
4, e a ceccosão de ,, 111 ead
os do século xv1», Bt:blos, t. Lili (,1977).
'i
er and L evantine Diplmnacy
J in o p cph cyj
n Studies, vol I.V o, Rho,ds Mo
the School of Or _,.n jJJl/letJ 11
iental and Africa
. lll (3) (1995): 561-56 ·
e

165
164
O mundo comercial do oceano Índico
ocidental, 1546-1565
Impérios em Concorrência·· Histo..
rias Conectadas nos Séculos XVI e XVII

Alteza ª so emvyou. E posto que segumdo se emtemdeo a vomtade


usmo. A prm · c1·pal frontei ra que os otomanos desepv . am de.ixar eJll d ] rcoI e de foy D eu s
as dittas pazes
seus B ax aas era aceptaremse
abert o para acçõ es futuras er a a ,1·1, onde as suas in · tenço-es s:r .�
coSta suai viT: O que se nam com cluissem. Em tempo que Lourenço Py
rez
elaras eram guardar � fl�nco sul da província de Habesh. Foi durante Roma se lhe
essa acção que O propno Sef er R ,. ern
de avora r
es1·d·1a p or embaix · ador de Su a A lteza em
e is m orreu na costa de Adern ofereçeo hum Itali se chama Cochy
no a servyr
1565, à cabeça de uma frota de dez galés.2s ano que aqui amda que
. S�Meza nesta m ten· a de paz com o Turco damdo-lhe Su a A1teza
Ex1stem mu.nas Jacu a no nosso nego- cred.ltto para rn.so p oder falar... » 28
conhe cimento acerca das
a
� �
ci açõ es político-comerc1
a1s entre os m onarcas ot omanos e po
rru- para Süleyman
C uccino f oi assim enviad o a Istambul, com cartas
gueses durante os rei·nados de D o e nos e ) Rüstem
. - II I e D . Sebastião. Pe 1o rn na
· J ao -i 'z m) e genro (dâmâd ,
d01s momentos, quando um quase . Pa� : u p rimeiro vizir (wazfr â a tando
e
. -acordo f o1 alcançado'aparecem d h, · �ntretanto chegaram cartas do conde de Redondo rela
1Iteratura: 0 pri·me1·ro fo1. _no .I�t, · un ° · ha d mg ' · 'd
cio da década de 1540 e o se g que Ah P á, se Ihe tm 1 o
asha, o b lerbey otomano em B assor
no fim da de 1550 e
pn_llcípio da de 1560. Mas p odemos supo li h Basn·
Para fazer ª paz, envi·ando o seu em1·ss,an·o KhwaJ·a N asru a
r ey
que existiram relaço- es mais o , · ou rador
u menos contínuas de uma especie a Gºª'v . a m casado e mo
de outra'tanto antes como , i·o- m z, m N ve mb ro de 1562. U
depoi·s, para além das redes de e sp . de Ormui O f 01· assn· n envi·ado
r u e o
nagem e comércio . um tal A ntónio Teixeira de A zevedo,
z, vembro
terrestre qLie contm · uaram a f luir como urn uJ.a a Istambu! i corte em No
. v a B assorá em 1563' e'ao chegar à
pen,odo. A lém de D uarte Catan. ho, crios presença dos doi· s
persistente durante todo o desse an
.
. , c t á C ci . N o iní cio, a
carreira tem sido esra env1.ados cn -
. te po rque A zevedO
o no
ervm como imermed1áno n · no
en on u l uc
estudada e que s
ro nao
re 1aço - es, outra fi·gura CUJ. ·ou alguma con fusão (espeo·almen p
- merecem at enç ão é o 1·ta 11ª o [evava con o acaban·a
r
mas o assu nt
se
· o as acçoes
or
. g q qu c dit çã ),
Nicolau Pietro euccm em uem repar am os pela primeira ve z '
n . S ·
i o ual er a re a o
tuga 1 atraves , d e
q da resolv1d 0 quando Süleyman enviou cartas para Por
fma 1 da década de 1550 2;
. . Cuccmo acabaria p or ter uma bem-suce da
d i
eÇ-Ucc1. no, e para G oa através de Azevedo. Sabemos .que estas neg1ocbia·0--
carreira como provedor
da e asa dª I, nd.1a, e depois vedor da Fazen oe s não resul ]
ana' 1se bastan
te e ª
e� Coch1.m, sob os Hab taram num a long'a entente'e uma O ita · va
sburgos.21 Um d c
o u m ent o anónimo
( «i..,,,-vlern -
o
ª
r da do t
exto comp leto (e recentemente edit · ado) da De'ca d a
r1ª 1 sobre as p
azes » ) de Cerca d,
·
1s cO de C ut nt o dos port ..
ugueses Sta
e 156 4, do tempo em que D. Fran� d'
ne
· ho, conde de Re o dá - s
a sen a çã d p t me pashª
Coutm qUest�a o nos o o ro ela
anto R ustem
dondo, era ainda vice-rei do Estado da l / ·29 por outro lado parece p rovável que t
n
(0 seu triénio duro e), na f
- o sem
de 1561 a 1564), dá-nos uma visão glob�l d� e01110 a s
ua sogra, a famosa Hurrem Sultan (ou
Roxe 1an .
os
assunto. De f , e D'wgo d 0
acto'c�meça p . a c romca d
or Iamentar 1mp · 1.1c1tam e nte a au sen s se a vessos s. At é A
CJª
t gue
eouto rªeflme�taecoi. strdoo, cnoamopiosnpiãoro bastante favora, veI que o portugue
A

uma paz- entre os p or d


u u se s
tugueses e os, otomanos. «Os annos pass o ] a
tratou de pazes am - -o JII sca d
vavelmente no .re
o
tre O 'T'rn rco e e! Rey que ºª faz da f .
l
por Duarte Catanh n· De us te [ D . J sa av orita d o haré m R oxelane. Foi pro , ei� d_ ª
que u ' , 0 m
m
o, ioguo dª M1' qu1ta d0 frac d d 155 i
z . e Gaspar Palha as- so dest as embaix adas d o final da deca
e e
a
e çao
de 1560
e d S ü l y (1 5 66), que a célebre p u -
do su t _ epois da m orte d - (c. 1539
m an
al-Kahhar
e e
25 A N /TT, Cairo a ao de Achém 'Al a al Di n Ri' ayat Syah
D . Fernando d C C I-10 7-1 O 1, cana d,e M au. - as Bi. cudo !•ur -, ra do no . 0r de -1S 1 l · ' xi']'10 contra os
Tomás de Cornoç eneD
e M: .
se s, 18 de J ane1ro d 15
e 66 ; ver também a cana an d 1565,
teri 7 ) f 01 recebida na Porta'como u m pedido de au I5tambu 1 J. a'
a ª . Fernando POrtug�ueses, muit os entre
Achém e
o em bora os c ont.act
A N/Tr CC, 1 107 d ,
e M cncscs, datada de 12 de M ç e ar o

2& Cf. Anto .-mo. -64. ex·tst1. sse .


d s ·1va
ª 1 . Re<>o · ador (1
538- n1 desde um período anterior. t p r sis-
b , « D uar t·, e Catanho , esp.ião e emba1x j ectiva de uma ameaça finais do sé�
- 1 542) », Ana ·. d a e
, is a Ac,ademia 9,140, E s t o om an
1
.7 AN/TT' C rza 1 s ér i e'vol. 1v ( 195.3),Lvr
Portu,g ue sa de f-Itstó , 1
! o 43, te te111e ín ese, a existência ob 15 17 ª
hancelar i as D 5e b eStável à Í ndia ocidental, que iria de
_
fl. 41'cart a
' · ast ·
nom- ndo C cci p � 1;� º e . Hen!i q�1e , Doaç õdesD , de Julhº �
cu 0 xv1 1 o contrario
, · , cotn o defendi
de 1578; ANrr-{ª u no rov do da Casa da l d1a datada e 3
n ' ea o
d ·º -
' n ao pode ser demons tr a d a. P e
vedor da f'a· d ' Chanc elaria D · F1'I·1pc. I' L'ivro �' fls. 7- 8, cana no m.-dno Pº'
' • len a e, C 3 3
vo 1ta de 1527 : m oc h im, datada de I de Abn! de 1582. Cuccino, n�scl ciseº _ 8,
a mda era vi vo e p N(TT, Colecção São Vicente, vol. 111, fl. 306.
Paul o Mend, '. d rOVC(l or d·1 e sa ' ej a I• n d1a, cm 1602; e f. fra
. n dti
. 6ria da 8.a , vol. 1, 123 12
cs a Lu . , o M a Au s a i ma Cruz, Diogo do Couto e a Déca
29
. . d , . .1
a. mzn1stração d z
d Co ns e lho
ª Í ndia: Contributo ao estudo da hist J xv1I,
199-21 7_m gu t L
sb
L oa, 1952, 43 4
i e ° comércio do ult
ramar portugues , . , · L 5écH !.o
nos prmc1pt0s lo
- 9 ·
167
166
Impérios em Concorrênci
a: Histórias Conectadas nos Séculos XV XV
Ie II o mundo comercia. l do oceano Índico ocidental, 1546-1565
noutra obra, as amb.1çõ .
es otomanas m as os pouc
de Ibr ahim Pasha (m. 15 . gir
atm am o seu auge no tempo
o o s h o m ens que e onsegwn . . am foi· em tro ca de um
36) e na década que . a, s�a mort e·, presente bast
A conquista de B assorá se segum ante generoso, me · 1u.mdo urna f'1ada de pérolas e mm. tos
no final de 1546 m ar d1.am a mes .
época e daí em diant ca assim o fim_ de urna e rubis. No f'ma1, a car ta acr escenta um apart e sobre este
, .
e as acções
dos otomanos são e speci lm nte assunto. O .
dirigidas para as duas s otomanos n ao - -
eStao mte ressados no oceano Indico,
margens do golfo Pé � � escrevem os R
t ambém Musqat, na rsico (B a h rei�, as ibei ro, porque am· da teAm esper ança numa paz com os
região). Qua o tug
á�ea, fosse na India o lquer envolvimento para la d ssa P r ueses. Nisto tinham s1'do encoraJ.ados pel O eonhecido magnata
cide_mal ou em Aché� � ó­ . deu
d1co e produto de , era, p o� um lado ��:rs JU Jose, Nass1. (ou Joao - M'icas) que ao mesn10 tempo avisan·a
pressoes externas os portugu
otomanos na diáspo (petições, pedidos de s6 os eses que tal paz n ao '
- Ihes servma . . de nada, visto «que os
. ra) e, por ­ 1irucos [sic]
aseado num com p o e
t1mento m,m1m outro lado, b saberão t odos os camt os da lnd'1a e asi· a poderão mil . hor
. o em ter � rn
. . mos de recursos · ·
m111tares. N-ao devenarn os ganhar e d1. s o m
confundir a ex1steAnc1.a de «r ostrara - o mmt· as esper_anças!». 32
um . Os Ribeiro regr
descontentes da f
rota de Sef
es» n a d'1ásp
ora, me1um . dO desertor es notando essam a uma d.iscussao do come,r cio de espec1. an·as,
er Re'i s, co
m u ma política de expansã o . .
otomana c
oerente.
a partida de Veneza para Tnp o11, na S'ir1·a, de três grandes
(m as po
dna· (a
uco car regada
s) ga1es , , bem corno de u.eA s outras para Alexan-
últ m a levando 275 000 duc�d�s para a1e,m de sedas e outros
teA xte1. s).
i
Poucas ou n enhumas especian as' chegar am a Tripoli pel o mar
A Índia ocidental Viermelho, .
e a rota do mar Verm o dizem, m as a s1t uaç ao- no C air . o era mm·to melhor, com 0
elh r e .
P ço da pun ent a a descer p ra 24 -30 cruzados. o quintal. C ontud0,
I sto os auto a
. ,.
, · conduz-nos ao terceir
po11t1c
.o
degrau da nossa const ruça- o, a relaça·o urn feno
res d a missi
.
va d e ix· a va m pe r f e .
1tament e claro que ist o e m
o-comerc1·a1 meno r eact1v o , o r esu1tad O de pouca carga em pimenta e
I,nd'
entre o mar Ve
rmelho (em mãos otomanas) e a e5 ec.1a . ,
, ia oc1'de ma1, e a relaçao - entre as «vel
P nas dos n avios portugueses nesses anos. Escrevem: «O ano
e Pasa. do f orão ses
a A s1a . e a Eu
ropa. Co has» e «novas» rotas ent r enta m1.1 cruz adOs descontad0 [para Alex andn a] e
.
n s1'deremos
. 5 de mun os genoeses .
Gaspar e Joao ante conhec1da
as cartas bast
- Ribe1·ro, esc · são vmdos a eSta çidade Lr-l • eneza] e pasão nestas
Numa delas, dat m as a par tir de Veneza na de, cad de 1 s60,ª gualies con . .
muita camt1dade de d'mheiro por terei11 avizo de hu m
ada de 27 A.nton1. 0
de Agosto de 15 4 0a
portuguesa, c
o mam: «E 6 e dirigida à cor ao Re1g . Calvo. qu e rezide em L'ixb �a como a nao Tigre não trouxera
m temdemos por do
como ao Ca1ro . herao cartas de 6 de J unh Pasa no que qu.mhentos qumta1s . de p1m · enta...»
e :rez 11111· qu ·
- an'badas m .
mt�is· doutras ais de 18 000 qu mta1. s de p1meJ1ta
. °. ou seJa. 'moaisfenó . ,
meno descri· to e� Prec1samente 0 que f01. ad'1 an-
drogas as quais da tado po
[Jid
. dah] em navi os do Dache vierão ao porto de Ju · r C · H · H · Wak e no seu unp · ortante ( e normalmente
m e asi navios ã o ignorado) artig ' navi. os do porto de
vmte e trez
navi. os que tro de Batequalla que fhar Bhatka) o de há quase duas dec d
, Os .
- o os que ma · uxe rão esta espes eos � ª� -
is frequentão eria e es tes Dac e
ta be m Kanara, e ou tros, em geral e chém mas sem dúv�da
sa
mandara- o pres este comercio e ai s
ent es ao
T naveguação hos qu e m , m navio s de Rander e Surr.ate no Guz erate do tipo descnto
e se sabe rquo por terem
seus embaxadores na cor
t Por Chanoca .
em 1546 - troux eram certa quantl'dade de piment
u
deles per via especi a e
Cont udo , de H eb reos que arias para o m
· zi.
é obser vado , aqui vem...»·11 e gen A mar Vermelho. C ontud0' 0 eresse v n e an o
e
e
oto ma a
� : seis homens o s da ché ns pouco ti rav a d cor t oves nestas
espec1. ana· s er,a somente uma f nção das chegad�s

de anilharia e m \ a' L'isb
A sua mtenç
ão era recebe seis outro s especialistas i 1 ,,,. oa . N o s
anos em que Li. sboa era bem abastec'd i a nao - fazia
rem especialis m ��es, qua1quer se
ta s de fundição de can ntido comprarem as especia . n. as que ehegavam via J'dd 1 ªh ·
30
Para
' ' uma an,a'!'ise ----
mais
· pro u_nda J2 P�ai,1 uma
rccons1deraça- o recente d·.is. relações de J':lass1
. · e outros com Portugal
31
A
.. N!!f, CC, 1-1 � ,v
translncraçao 07-9 (1 folio) er o capítulo 7, infra. � eo
1_-
E· aüo
SC J da l, ndia, . . , «Os judeus e a
parcial pode s , cana datada de 27 ver José Alberro Rodrigues ' . da Silva T.wm i
em M aac / a (15 er encontrad de Agosto de. 1JS64, U�� 5
qPans- º I ) , . · do ea1· 1·o.·
Isaac
vol. 11_ ll-1580'' t
,.se, da 11ccn
1> e
a cm Luís Fil ipe
Thomaz, Os 1
rtug11e e ts ._a �-
Pi o, lingun
o uguesa na I,.nc i
C'
1
l a el�irant e O secuI o xvi·· O exemp O de ' / C'alouste
·
· c1atu· ra (U ni. vcr . o 1 Gulben a' e 'judeu de Coch1m de C. ,i, '» A� uivos do entro.
s1da d e d·e Lisboa, 964),
Cultura
un ' . �t 1 4- 67
ol. 33 (1994): 137-260, espcci_ alme
kian, v
1 e 6 1 , pa ssim.

168 169
6-1565
Índico ocidental, 154
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Século
s XVI e XVII O mundo comercial do oceano

que po s·m· vas, por que


Em a nos como 1563-1564, quando se se nti. a
- não era
e mun · as veze s, es tas notic , i· as eram meno s do úmero
a mes ma , nota va-se grande proc
que a situ. a çao os navios . não conse gm· a m co mpletar a vi· age m' porque o n
ura nas che ga da s do mar Vier rne Iho. qu e falta va capita1
· para
Dois a nos antes , e m 1562, temos já indic õ
a ç e s pre cisa s de co1?
0 de na vio · s caía aba ixo · do esperado ou por · - , ª' rota
func10n. a va m estes . . . far mação e as cargas de pime nta e e spe c1. an. as . Ness e caso' recor ria
se
cir cuitos de m es pe cu1 aça- o comerc . ia 1 ma s ta mb'e?1,
Numa car ta de Ve neza , datada de 22 terres tre ' pr mcip . . a lme nte atra vés do ma r Vermelho ,
de Agosto de 1562: 1? ,5 em certa me dida , a tra vés de Ormuz· , Basso ra, e Alepo . Se
a Carrel fa
de Cornoça,_ o cônsul português, m ;1le nelho '
e nciona va a che ga d� a ci \ ao rnar y,e n
de boa tos vmdos da Fla ndre s e m faIhava, em de termmado ano, e os na v10 . s chegavam
re la ção à · frota da Indi. a , q e ·
os fundos eram e nvia dos ,� pressa pa ra AIexandria . Mas s
e , aO mes mo
trans por tava o vice-re i re gre ssa do, · uesas (o u
D. Constantino de Br agani;· tempo, devido à vigilância efectuada Pelas fro tas por tug ,
Apare nteme nte seis naus tinha m Vermelho tambe m
de ixado a Índia no final de 15 por, qualque r outra r aza- o) , a s che ga das
das qu ais três não te riam cons s� . u rna grande
rn a r
e guido dobra r o Cabo, veD<lo-
. o das e xpe ctati. vas , 0 rne rca do re gis ta va
a o

caia m abaix
for çadas a permane cer na cos ta
les te de África à e spe ra de ve º5 an ua i. s , ern ve
z d e uma
i· nfla ção. Contudo ç -
fa voráveis. O próprio D. Con
stantino esta va nos Açores co rn ; uda5
;r · ' tra ta va -se de f!utu s da Carre ir .a
d.1v1são pr ecisa do me rcado. N 0s a nos em que o s nav1· 0
a o es

naus, parcame nte aba stecidas tai. s de


; uma transporta va 1400 qui· nt_ai. s e , 0 a 30 O 00 quin . _.
pime nta _ e u_ns 100_quintais de corres pondi. a m às expe ctanva · s (i. sto e, 25 00 outras espec1a nas) ,
canela , e n�uanto a ou�r� tr azia :;5
3500 qumtais de pime nta . Do pi· menta , alguns mi'Ihares de qum . ta1. s de vár ias . os no
sexto navio na da se d!Zl a. Qua 0 vene,za e Génova não viam . par a m
· vestir fund
os P re cw s
es tas notici, · as che garam a Ve neza, diz d 5 ,r
raza- o
outras espe ciaria s s ubira im ele , o pre ço d a pim · e nta e ª comerci. o terrestre de espe ci. a n: as. .
e ta Ihes acer
ca das
e dia ta me nte. 33
oça d' -n o s ma is d .
Cornoça vir · a -se e ntão, de forma a Uma a de nda à car ta de Corn e spe c1a1 a
perfeita mente natura1 , parad' elho e ern
a
ch egadas e fe ctiv e pote nciais a "
v ·rn
outra rota . Entre ta nto,
notícias provenie ntes de Ale xandn. a ªº · · ao .m o i· s de Sur
rate,
arn ba.1a, d
r e r
J'1ddah , na vi d e C ' · S de Ach'em
as
conta de que «los na vjos («Alcide »). Inclmam um
moros de la India » tinha m come ç� d � a os três na
vJO
o
dois de Da m corn
che ga r a o ma r Ver me lho.
an�5 bhol' dois de Bha tka l, be chegadas a J.1dd ªh
· ta Ern 5l 65' as
O

· a s também estes pou ca s es peci W


M que tm . ,
trazi. am,, foss e p_i. menta , · ha m tido s orte tão d1s . tin o a no seg
uin t e,
cra vmho ou ca nela. Na ve rdad�, u m n� I· Ilc\uíam oito · s d C alecu te ; n
de Achem («Asz») que na vios de Bha tkª J e 'cr 35 1 e nh a se nsa ça- o ,
°
transporta va 7000 quinta is de pimenta for a
e
' rn . 'T'
e A

h avia três · co d A c h .
, d. lf
a funda do por fro
tas portuguesa s, tendo des sd­ na vios de Bhatkal e cm d i. a ª co nfun
e
o s ve di t en
e
ap cid dos tod avia, n ín
· s de outro, e um te
gio r o to
o, de que a burocra ci. a po rtuguesa bar aIhou a ana1
1se
a

· cant
a
rceiro
· conseguira a tingir Ade m. Entre vez
a e
cau sa e efeit p r s u
e m Alepo, alg J os o nes ta questao - , o que nha , nui11a
uns carrega mentos de e nt.ão de No ro
o a

. . a, spe cia rias tra zida s por carne dos· h1. s tonado -r 1
. D A ma
(na sua ma ion .
ca ne la) tmha m chega do ra, · re s actua1· s . O . v1c ·566, ms1·s t1· a que o pro61e
via Ormuz e B sd so 5
e
ª -
e
c ana à Cor d 1 . fácil
A ca rta cone1 m· nota ndo
o re ceio em Ve neza de c1ue os esqua roe oa da tada de De zembr� . e
or tugue s
es. unharn
. e rcepte estava do s n v 1 s do s p ç,
- foi
por tugues es mt m os na vios par a O ma Ve a·ior lado da ofe rta: que . o tinha. A
sua so Iu
rmelh o com m e
a
ac essa a f n ã
a o
d
O

�requ ência; mas , conclui ontes de pim . e nta que· o E . s t . rne nta de Kerala p 36a ar
significa tivame nte, «la felicidad _sen. q
o
d pi
r a
inud ar par si · ç - , ulo xvrr ·
JUmta mente con esto
no faltassem de venir por e! ordmano J�s
� cialmente o ce ntr o ele aqm d ,
ate ª 0 sec
a 0 a

an . lí .
tJC q e u rou
nuestras naos ». 34 a
J.\.. ra e assim m . a ugurar urn a P o
ir u
a

Nes te caso, ma is uma


vez, a natureza pre cisa da inter-rela ão é .liny or-f
0'bvi. a . " am, The
. ·cal Econom
. ny
0
Polm
ve neza e a F1andres esp 9 d·· � bra h P r
eravam notícias da Carrei. r a d Jn Ia' ª C0 Para um a anális e ,.ver SanFzoSu( am bridge, 199 O)i 12- 9-33. rta de ap iel
m a a a a
C , r- 6o 50, cnc1 a _ M mz
��ncia de Bhatkal na década de 1560, ver AN/Tf, CC 0nam «on e
, mmerce: Southem Jndia, 1500-f
de se 111 e
Alguns d os · do� umencos d est ,Aarͪ· 1563, on mos roi s d a costa de
20 de Ja1� eiro de Ba e
33

d o 1:0s,a_.ti_.o de Sam_pa10 Thcm ravassos


eperíodo são d iscut
id os e s inrcu· zad O s cm Jv•r1o• r1• ou, d ozc nacm C och im à ra inha,ao o de t cala
e o1
ud o Barata d e Az ev Me os qu e l se J carr egav - 11o R,em
Elementos para uma Históri edo Cruz, As Regênctas :_noa_ 1992), P1tncnra e h iam pera Meca codolos a�o sd: e G a, 17 de.D'::Se ,.., 111 br o de 1 566 ort ' em
dadt de D. Sebastiao:
v�..l_ '.'' _189-203, passim. C a Estmtural, 2 vols. (L i b a
rros 1 o
basicos (a autora assume o nt ud o,esat análi · e é muiras vezes confusa e plc 11'.1 j, ecsa)· d
31, AN/TT' CC ' l-108-15, carta d,1t.1 ' f'J t6ria das Misso
d Pa d r oado P u-
A • C!a
o
, por ex emplo, q ue Surrarc e u Silva Reg o cd Docurnentafa. -o para a, -i 1
•14 AN/1T, CC, ra uma fo rt al e za P01 t �� des e
1 · s
f-106-8. Há extensa corrcp oçag t ,es no Oriente : fndia, vol. X, 15 8 - 159
ondênc ia ac erca d e Corn
e,
penod o .
"U' '• .,

171
170
Impérios em Concorrência: His. - . O mundo comercia· l do oceano l'ndico ocidental, 1546
-1565
torias Conecta das nos s-eculos XV!eXVII

Esta mudança acab ou por a. em pessoa f ora de G oa para Coch1.m em Novembro de 1562 nu1::a
1udar a .JUstI"f"tear a captura p ortuguesa de imenta nao
H onawar, Basrur e Mangalo
re e m 1568-1569 e a deSrrui.ça_ o do poten·
frota de umas c_m · quenta veIas «por ter nova que a p
eia! comercial de Bhatkal. _ cona». Pel o ca mmho, e m Quibndi (,Coulete'.) encontrara e f1- 'zera
erróneo. O vice-rei
Mas o rac1.ocm , .10 u sadO era n ao obstante, a paz com ·, de Calecute , M anav1krama ( ·
e 1562-1574)
. o S am udn· R ªJª
afirmava que enq
uan to 20 000 '25 ' 000 quin1•' com esse obj ect.1vo . Mas O roble ma nao - f ora res oIvi·d 0, p ois 1·
. medi'a-
de pimenta entravam anua de P_
qualquer f orma), ap enas
lmente n o mar " vermeIhOª (um exagero, tamente após a parti·d do v1c e-re1· de Cochim u
.nham s.ido desenca_
os
nos porões dos navi. os d
10 000 a 12 000 qum · tai·s_ e ram gu a rda d deadas hosti·h·dades coªntra o «regedor» do rai·,a, u m certo Ran1 a, no
er
que se as cargas portug
a Carre.ira d a ln , d"1a. Quena com .ISso dihz contexto das quai.s cerca de v.mte ou trinta portugueses e cristãos
, o ,
isso acontec.ia porque a .
uesas era m .mfen.
ores a s d o m ar ,ve , rmel 1oca1·s tm · h am si'do mortos· Esta atmosfera tensa, a)ém d"
1ss 0 provo-
1 e afa
s-
t ada das feitorias p ortu
pimenta era escoad a p or out ros cana.5 cada por uma ten tati·va falhada dos portugu eses de assassínio de
guesas. Mu.n os h"1ston·ad ores contemporân e· s o
- de pimenta.
têm aceitado esta per 1ra
am
R a, em nada aJU· d ava questao _ da aquis.1çao
spec .va. . ·-ao a verdade A atit· ude of"1c1·a1 portuguesa de aquisição de P.1menta em K
erala
fonte do problema estav u Mas na mmh . a opmi
ª
a no utro lado. A procura eu rope'..a de pim e nta fora, desde o .1mc . em tratar a questão
e esp ec1.an.as vi.
a A1 ep o, 1inp , io, m m·to cun.osa· Insist.iam
! ada em reacção às
. o1 I· e AIex andn.a era, co i110 vimos, forrn.U· como se fosse po 1,1t1c· a e na-0 comerc1·al e recusavam-se na mai·or parte
cargas esperad as e m . f!O· das vezes, a pagar s preÇos do mercado (baseadOs 'na apl"icação da
D e qualq ue r man e ir Ltsb oa e na- o ao contrá · S
a! que os fei.tores portu-
(proposta por D. A
a , a q u a n t id
a de t o tal d e 7 ' 0 quin t sua noção de «m
on op o, )'IO>> da p.1menta). Visto
o

o
Malaba r nessa époc
ntão) não es
gotava a produç-ao3 de OKO anara e d gueses esperava re er a p.1menta abaixo dos preços dO inercado,
a m ceb
a, l ong e disso.
O problema estava no fªcto de na- o e, de espan tantemente m
al abastecidos,
parte da Coroa da da, tar que est'.ivesse m cons v.ws
e nos feit ores po
Carreira da Índia se
r muitas vez es su b capitaliza r enquanto a pnn .
en ta v1a· p· va. por terr·a atraves , dOs Ghats, em na
rtugueses e m Co a para
chim e noutros lugares se reor Priv· ados p ortugues es para Bengala e outros 1ugares e também
. aça- o, 0 Estado
mante r os p reços de
o mar Verm s1tu
, s.1co. Diante desta
aquisição demasiado
Estes aspectos são e baixos. • . elho e o g olfO Per ' preços
Castro, de regresso
sclarecidos po r um ce r to Antom o Men e
d s de Português tinha duas soIu o-es· u ma, comercia· I, de subir os
� · . r menta aos
a Portugal em 156 de extorqu.ir a p1·
a de aquisição;
. dos A çores, em nu ma ca rta e scrita_ª • rainha ou t ra, p o )'Itlc o- m1 1 .1ta ,
pa rtlf
ordo eaças.
Agosto desse an3o. Ca
stro era capi tao a b te governantes de subornos e am
do São Vicente, qu
e de ix ara C
loca.is atraves , de u ma mistura _ conduzindo a
com os navios Ra ochim em fi
nais d e Ja ne iro, 1. un a
men O Es , tado esc
o lheu con Stante mente a
última soI liçao .ra
inha e Frol de la M \ J eJlle : as p' oi· s a primei
.1tot1
ao 1 a rg o do
Cabo e segu.ira p Es te úl tim o queb rara Urna escassez cró
nica de pim · enta nas suas fe 'do que a Coroa
ara S ao
- Tome; - de qu aI quer forma rr a ns- so1u ção r . or de capit· al·s
ar.
p ortava pouca ou equ eria um d esemb olso mai
nenl1uma p.iment
a O s d 01s . S. rer.i a
J11 JU· 1gava p . nstituir um goJpe contra O pres-
. a1S. de pi.menta . outros na'_vJO d r s p r, I , _ d e c r.ito,
tt,g,o pro, x.ima em espí
7700 qu1nt
a bo rdo, enquanto o d o cap.itao-111 or e o
. · portu guê s l u ç ã mais .
o

s. Uma terWra .is


o e u a em

grau bastante ma
orta
Esperança (que pa rtir . a apenas em . uns talvez c'ação nuno
. ) ren a m os apli
o

6000 ou 7000 qui d s · 51 d


· 0 "
o

ntais. Finalmente, á
meados de Feverc!fo
.i ' hol andeses, ten não conseg · uia
da frota que reg re h notícia de dois ou, rros nav eI evado q ª. Est d o da lnd1 ª.
da forç a coerc.iva , ma: a m mas
o

· foi aplic•ada
a

ss ava ness e cart a estar à al coerciva


ano, o Tigre (mencion ad o na tura d as suas a m biç oe_s A força
o a

dos Ri beiro) co m · int er-


um carreg ament
o muit o pequen o d e pi.m enta
essenci.al · e, não intensiva, ara tentar
men te de forma ,exte,ns1 ,
P ontrabandistas»
eo
Cedro, sem p.imen t - um• .
a . Uma fro ceptar o u «c
ta total de sete nav.ios te,n, .a enta0 s nav.ios de nv· a1·s r� mercador.es asiáticos �
. ha um sucesso
va
carga de pimenta de
menos de 15 000 P0rtugueses) no oceano Ind1c e sta st r ate� , Ia tm
. o que
' 60 havia mUItos que senu.am
Que razões se po qui ntais."
de rão avançar par
e

a isto? De acord 0 coJll l h1t1itado. Po r


e

próprio Castro, o de 15 f mar-se um


0

problema era qu « vol ta da décad a n


e os Reis do M a lavar» na_ ,inha
Jl 0 Esta _
entreg ue o que tm do voltara cos ta s a Coch1m, deixando-a
. ham prometi. !� dorid0 tnero cen . o c'" apir"'.aoº�e Chaliyam
do. Na verd ade, o cond e de '-e t ro de come, rct·o de p.iratas,· 0 antig .ei·to
e Vedo tro, qu e tinha J
r da Fa zenda em Coch.im , D Jorge de Cas
c01n as ' �
s (a s L m en taç·ões) em re1aç-
palavras, até ci.ta va as Escnt ra
ao
37
AN/IT, CC, 1 1te
à rainha, l de Ago I-106-80, António Mendes de Castro a bordo do São 'v,i·,·e a
sto de 1563.

173
172
. 5
oceano n
!, dic a acidentaz, J 546-156
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Séculos XVI e XVII O mu ndo com erci·a z d o
. ho».40
!O
. p p f c ar tão vez
pnmsipal gedelha domde e 1e P 0de meter do
olronha, �screven
ara
à sua cidade de residência : «Feyta e ca ye veuv he trebutar ya
e

hera Senhora das gentes.»38


a ªq ue
A sua voz não estava i·so 1 d D D'1ogo de N . siS
, 10 · ·Ua 1gualmente
-
no final de 1557 a Pêro deª A , · ova Carneiro
ª· 1caç rn ad ªl Mulk
era
m ar D a rn ão 'I
que a verdadeira j usu·r·1caç ao r t a
. porto de
evi a: «Este
.im .
- Pa a o
e- l . E sc r
pedir que fossem os otom anos a f z , s de
dos yrnportarnte
a o
Conclusão Damão que ora dão h a Suallteza he hum porto e que
. da e neçeçaria a este Estadº
eanbai· a e propia· dade m ais· ªprop1a m a destes c
omtornos
a podemos co nservar e soSter que ou tr all g
Num certo sentido, os otom a nos eram apenas u m retexto, . de Carobaya e lha
a u
P e de que fiquamos senhores de toda a madeira ella
uma falsa ameaça nos a
nos intermédios do século XVI. Quando a . ta rn to na gargarota daqu
Porta lhe ofereceu va, n. as vezes a paz, ou a ti· ramos a elles e f1qua eSta forta 11 z a estreyta
a Coroa por tugues a recus rJ1 O tomaar
. uam os senhorearnd° e pode md
e

oferta, confundindo o
fluxo de pimenta para o m ar Verm�lh cou
enseada que a fiq
s airern delia
e outros rnill
.º s q e co nta a todollos n avio tr a m e . ura ara os decrarar.
uma rivalidade política 39
. De facto, a pimenta e as esp ecian� · s que em .
r e
r it
ben s e proveitos que avi·a m1ste r m uy t esc P . os
entravam no mar Vermelho servir os, e a1a que se
· propos1·c de rn b
a

tjma parte abastecia os mercados


am, a um tempo, d 01s
Aliem de tudo isto he este hum s00 port o e m ª f
nef iquaar co m
d a Ásia ocidental, do ��;�� d m o c u p ar e ffo
Africa e da Europa oriental e c ae 1urquos vierem a estas partes pode
'T' •
. 41
o mo tal não era ameaça à v ia 11 adas»
lhes fiq · u · a P ara suas arm e doi·s pontos cruc1a1s.
• •
,
comerci· a1 da Casa da Ind1·a . . a
A outra parte, qu e prosseguia P ar ar to da a m ade ir
d
Veneza e Génova, só o fa zia ss Este trecho bast a nte tortuoso e scon - o ortuguesa pelo
n a medida em qu e os porruguevé Pnm · · rn a am b1· ç a P . enos
eiro, a tomada de D m a_ o era u
e
nao co nsegmam sat1sfazer. s ais ou m
- .
da Carreira da Índia. Isto
' l atra
a procura d a E u ro p a o c1'd enta
a men os desde a década de 1 0 quando ª lh es fo .
ra _ m
G uze rate,
era resultado, como vimos, da nat�.:e e z
. �! d c ur ta duraçao do
das pretensões de monopóli
o do s portugueses e d as suas pecu 1
rs cedida pelo «mo n arca» umu i a d e
c o n tr o lo da enseada em
políticas de aquisição de pim !vtuhamm ad Zaman Mi. rza.42 Se.gundo' portugue'ses
do papel
i,,. O
enta e especiarias. do s
No início do século xvr, a Carreir utras
questão reflecte u m reco ohecnn n to
envia · va os seus
aJ-rn ulk
e
. a da Índi a servira, entre o ·
crucial de Surr ate, de o nde O pro, pr_.!O ' I rn a d
wrnana_ -
coisas, para dotar a Coroa s ª 1neaça o
portuguesa de u m me.10 de fl anquear o .
na ios mercantes.·13 A raza- o ostensi· va da d -
mas nós nao
a
mamelucos e bloquear o a can a'
a

comércio para O m ar Vermelho. Mesrriº v ut o d


depo1s . a pode ou não ter pareci'do gen um , a a
r
·
de a campanha co ntra o
a
. pturar
o
Eg1pt .
o (e o deseJO de reca
1erra Santa) ter s1·do abando , aÇão Dezembro
nad a, a política po rtuguesa e m rel ão fII, 2O de
'r
--_ st a D · Jo
- da, C o
ao mar ', 0s
ª
vermeIho nao - consegu
· «moderm·zar-se», a °'a-o se r 11 AN/TT, CC, I-100-31, D. Joao 5 Esta
ezembro de 1au�:
m de 14o556 (1 fl.)
derradeiros a nos do sécul o a, 17 de 'D a és d�
. atada de G õ s com I mad al-Mulk
, . o xv,, q uando um g-
a política regular � P �ªna 4 i AN/TT, CC, I-102-47, c � rta d
mat1c a de concessão de cartazes a eana contém nego ciaç e
aos navios d a costa oc1'd enta 1,nd, uma dcscn·ça- o va !10sa da' s , o gove rnador
foi finalmente adoptada. O Ião eini. ssário Di d e !537 entre ns cn.os.' em
mar Vermelho, como «a ca sa» do I5 og o Pereira. de M ar o
para os portugueses (e n Cf AN/IT CC 1 -58-73, um tr,·nado n, repro çduz1 ,'do com algu ., (1 64):
a d' º' 13- 4 9
a terem persistido no �fl'l », St11 ta, n.
50
ão é co incidênci Z am
i2

''lllno da. C' unln 11am m ad


da expressão «Estreito de M ·. n . . ' e .Mirza Mu pn. mc11· .0 cerco de, Diu
't\,
Lllcu
. ' .'

eca»), continuo u a ser encarado_ e d o Rib eiro, «Em rorno dO' · d0 do mar
in '
alarme e suspeiç ão e 52.54. a S u rrate v m a
durante as décad as de 155 No firn r s av nu
0 e 1560. o que, regr es. sco BªarretO, e, r. efen'd reira de
°.
1556,. D. J?㺠da Costa, escrevendo a D. J ã I I ce 4l Um na ' vio ricamente can.e,g,ad, n c Pe
o o I , p ar a o conv: ú' Vern1elho ador fra 1 Francisco_
da 1mportanc1.a de Da mão, com um cartaz. do govern I-10O- 28' ca rt,a de e, me11c1onado que
fez questão de notar qu e, se os P t ca:ta de Chaul de 1556; cf. A / CC
N bY:cmb�o de 1556�:d 1 Lisboa, fo n nzidas
55 7,
gueses nao - tomasse . « por se r a Miranda para �� �,;l �o; cf.
m a c1'dade, o «Turco» tomá- a-1a, D. ·João III, 18 de . Orien te, Joa e mar er l Ver
1 ca·,rtas
. do agente p o rcugues no M e
' d e de s de o
rrat 1557
Pai·a G oa através dos nav10s c"saram a Su ezembro de a'11·0 ·para
· . que rcgre go' de N01·onl1a de D 1s
10
1.

AN/TI', CC, I -1O6-52, D. · b oa n o C


AN/rr C na de D. Dio Jo,ão de L
ir11
Jorge de Castro ao cardeal D. Henn· quc ' 0ch
e ta1nbé111' C' 1-102-47' ca 135, para uma, carta de Outubro de 1556,
38

24 de Janeiro de 1563.
. AN/TT, CC' 1-99- Roma, ' 6 de
' Ver, neste c ontex
·apicã I) · Afo datada., de 2
to, a can a ,'
31
ns o de Lencastre cm
de Ormuz, à Coroa, AN/TT ba stante significativa de D. Pedro de So usa, e,
0

, CC, l-106-135, 25 de Maio de 1564.


175
174
Impérios em Concorrência: História
s Conectadas nos Séculos XVI e XVII

temos qualquer razão para lh


e atn.bui. r ma.is do que um peso J1 egli-
genciável. 44
Num perspi. caz art.igo, como !l1
meados dos anos 80, o his
Ihe e, caracten,s nc , publ.icado e
toriador indiano A shin Das Gupt po n·
• o

tava para a natureza crucia �:bhol


l da relação (de contrjri�s ) ent:
e Surrate na história do
comércio do oceano Indico oc J tal no
princípio do século XVII.
vamente bem identificad
Das Gupta defendia qu e Dab � r elati­
a com o Estado p ortu guês, so reu co!l1
tf '
a transição do início
do sécul o xvu enq uant o Su rra te emergit1
numa pos1ç· a- o de am· da r , Capítulo 6
mai·or vi· gor: na d,ecada d e 1620 esc eve
,
«Dabhol foi destruída
e Su e tornou-s e na base ma.is i.� ortant e
para a navegação indian rrat
o6.J ect1v
. os a que a». 45 Este capítulo tentou , ent_re tPodos os Mogóis e francos nu ma era de
ções estudadas por D
se propunha,
esclarecer a «pre- , a» das r ela-
, h"1ston
foi desenvolvendo ao
as Gupta. Vimos qu e o papel de Sur te se conflito contido
longo de vários estád �o sé­
cu1 o xvr e f01. conseq ios n o decurso
. õeS,,
como
uenc1a de u . de acçoe- s e oposiç era
, i os [XVI a xvm]
a1 gumas rea.is e ou
A
ma s,ene Furber ve, os s eco .
1 c - um
tras im
[Holde n]
s

s 'án
precis· o su61.mhar, em · · aginadas pelos protagonis· tas. Nem rnos
d o d o eu
e coop er açã . r?-.ª
a
N guém
mte
· g
um p erío d o de i mp en os · in do.
Jeito de c onclusão v
' que mai· s uma vez e tal
ra
e lecime nto
que mesmo no sécul mun do ntes . do st b do p erío
· egn"da de
a
..,
e

o numa área como a , nd"1 OCl. de n


ou a mt
o xvr e mesm
a
Poderá n eg ar a coop eraç a·o a f orç a p ara g a n har pnv1.1e-
(on de o Estado da , l
India concentrava tantos dos seus reªcursos) ' a
s . O europ eu us a mp re que p ode · O n at ivo
· m1ca
ma ·i .
dma . há
Mas
d o comércio r es
'. s e
. marítimo foi det g 1 0s e exc1un. a co.ncorre, n eia e nta .
e na- o apenas pelos erminada por m ui·tos facto o
A •

-v1ol
re s p on de com chica n a n a-o
port ad
dep?.1s de_ 1573, qu ugueses. Este facto seria ainda ma.is centt1 o
(1979) i
As hin D a s Gupta
and � an
,Indico o
cidental. Os h1sto
o e_stado mogol
entrou em cena nªo oce ia
prec·isam assun nadores da presença portuguesa na fod 620 ) estava
· de asseg te· Era o final do ano 1605. _o im . perador Wanlt. (1573-1 as
ci. mentos os port urar que ta m
bém na sua versa- o dos aco n ti a mais· de a C hin a, en quant º--Shah 'Abb
ugueses nao
aparecem a ag.ir no vaz.JO, numa tabul metade do seu remado n
r rao. Na Índia,
rasa histórica. (1587-1629) se encontrava no auge do seu poder no d da época
áticos do mun ° _ na
-
U111 dos
monarcas mais. p od erosos e car ism n es es an os
moderna e stava a morrer, e como e r·a, frequente-
se encontravam
s

. , p1. a
Et1o 6 ,
1q o. .
J es uítas na o
ou em Pequim. -, 0s u
e em d.irec
to dos acon-
5

sua corte, fazend um reIato quas


u
[o ge da
n.
tecunent ° er a O im. perador mogol
ent e d en te . o
os. O monarca morta )m
eu C1r
, culo mai·s íntim
o
Jalal-ud-D i u ns do s
n Mu hammad Akbar e aI g u m ataque
opléctico
acredit r esu lta do de e
' avam qu e a enfermi'dade era Ief·ante, �anchal,
sofri. do du tre s eu e
rante a desastrosa luta en a 111· n, com quem
estava
O
G.zrarnbar . s ve lh o ' S
1 1 o ma
' o elefante do f'll i
44 p .

ver F· ],\.. 1'homaz, «A


ara outra pcs. pec
, nva
· da .·
ríodo,
·se de snua"�ao polm.c·i' no occ·rno 1. res o, Tr a. de
- . f

' 11csce Pe 1,,nilre --- mp


stória do Estado dª 1•11t1.'ª"'
I·11d'.
1co . l E
Cn 1565-1575 na Hi 1-
- de Ho lde11 furber, Ri�n al o,f Asian Stu dies,
a
Lzberum, n. 9 (1995) Ashi
: 481-519. in the O n Das Gup--ta, rcce11s ao t Th'e Jou1
0

is A• 5·I1. l 9 76 ),
ri ap o is '
111 Das
-- Gupt
Early Scvcnrccnrh , a, «T11d1a11 . Mcrc fhC Vol, , xxxv11 ent 1600-1800 (Minnc
. '
Ccmury », Modern ha11t s a11d thc Wcstcrn fnd 1ª 11 Qce .an : 99, 1, n.:,2 (1979): 316.
Asian Studies, vol. XIX (3) ( 1985)·• 4gJA
177
176
Impérios em Concorrência: conflito contido
Histórias Conectadas nos Século XV e XVII Mogóis e francos numa era de
s I

de r elações cortadas (e .
.ir pfraquesa, e quando [...] foi. meia-n�ite' tornacos
de . a passar Por ali pera
A luta correra mal a Chanc
que em br eve tomaria o título de J hangir). ª ara o sítio onde rezava. vun · o lo vlf sem en to de mnen guem'. e
hal mas pior qu e isso f ora a di. spu a ue .
rompera entre os seguido
res de Salim e os do filho deste, 0 pnnc e
: ; praticando [ ...] risonho como sempre' que• tudo notava os. Enfnn
Khusrau, tamb,em um
pretendente ao trono.2 Os Jes . mtas comP a nos resolvemos o outro padre e eu que nao era tempo de lhe fa1ar,
. - .
sua v1sao '. 1
p olltlco-re ·1g1osa, não . . .
' '
si, p ois ninhua mostr a dava de doente recoIhendo se pois a rezar.
en ten am assim o assu to · C on . à
deremos um documento
mone de Akbar e a, su
. di
mais ou menos cont emporaneo relauv.o
n
'd
A. meia noite nos viemos nos persuadi os de que estava são. A outro.
d1a pela menhã sayo ... J·ane1 a ao ovo com muito bom semblante
a su cessão, a cana escrita pe1o Jesmta Jeróniíll0 P .
, eve bem; a 2 ·ª feira
A

dos Jesuítas em G oa a partir · de Labore, ;!11


Xavier ao provincial Isso que digo fo
i sábado a noite, 0 dommgo est
25 de Setembro de 160 ' começo se dizer ... el rey morre.»4 .
6, qu ar.
Xavi· er estava presente ase um ano após a morte de Akb' a de Os Jes · uítas reiteram
· -
entao O boato que el es (e o u tro s) ·, tmham

em Agra nos últimos meses de VId
Akbar e prim · ei·r os do reinado · an otado alguns anos antes, nomeadamentre O de que começara' . «a
do seu filho e co meça P r refenr fO
que «pouco depo
is qu e escrivi a Voss R º do lavorar peç
onha que lhe tinham dado » . Xa
· r e O seu companhel
vi�
se revolveu aqa o a ever encia o ano passa foram, nessa manhã, ao jharoka ( «ao lugar da ianela» ' ) ' mas Akb , o ar n ã
mundo com a mor
te do rei Acbar ». Diz·, que · mtas
0
aconteciment
o fora previs
to por vários observadores; um our0
apareceu·' em vez diss f01· conf'lfmado que nao
o,
- estava bem. Os Jes
astrólogo deo escritt tentaram que un · h am uma
o ao príncip
e [Salim] em Ag ra que [den] tro a
«rn ir a o interior d o pa l'aci·o ' af'lfmando rapazes
. n en hu m dos
ença, mas nem eles n em ª
tres meses avia de . tro 111ezmh · a para a do ª
A

ser rey porqu e avia


muçul mano com ' de m orrer seu pai», e ou que tentaram lá mand m seu norne foi permitido entrar. prosseg
ue

. m a r epu tação
de santo («tido por sancto delles» ) ar e . ,u
se pay.
] 11 ão vinha ver a
u
resi dente em Lah 0 relato : ,
or e fizera
saber o m esmo. Além disso, v afl· 0 s
, <<Neste tempo o prmci· pe [Sa1im
astr?'l?�os genti. o u .
1-:tUns d1sserão qu e pay [ Akb ar] �·osp .
e1t and delle° lhe d era Peçonh_ a
s também o tinh _
am predito. Akbar f'ic�u doent
e
no micio de O ut na• o queria . o
. que elle mesmo [Sal'im] na. o
ubro de 160
5, o qu e a princípio não foi c side, q e visse. O utros d I z1a o · - o gen tio.,
rado grave. Nessa · · cap1ta
vir por se não meter antre portas, porque hum
u o
queria
eles assuntos cris· -
altura man
dou chamar os jesuítas e discu �n u co!11 cunhado do or se aver morto
a si
taos. Na ocas1·ao -
, escreve Xavie .
· h uma rnoSr e
n ra príncipe' do qual es·tava agravado p .,n cipe po r
dava de doente».
Uns dias mai·s t . r, «nm
qu
mesma co
m peço nha a irmaa delle q. u_e era . molher do pn R y e
estar.ia acomet"id
º
arde ci rcu lava o ru mor de dO del ei' ..
O de desmt .
· eria, e o j ar quei·xumes
de seu marido, e este cap1ta o estava apodera
que era 'altura d s esuítas começaram a pen5 Pretend·ia fazer rey a seu sobn·nh fi. lho maJO · r do pr.ín ci·pe, e ex .
c uu
Evang , elho» · Mais um
e sugerir· mais· u
ma vez que aceitasse «a l ey do SantO a seu pay
° tr gran de cap1ta
- o mouro .cuJa
a vez, . quando Xav.ie hei·ro' e
' tiha de sua b anda h u m O u
Anto� .io Mach Outros G enu os e
o
r e o seu co mpan
ado, foram cham
ados para uma visita a altas h0r a
s fi1ha era cas
ada c om este mes mo flh 1 0 do .pn'nci'pe. h a me · l
. do
1na
da none («teriam
. si'do umas dez . do M o uro s erã
o deste mesm o parec. er,· e o m
1sm0 rey se tin
pavilhão real' fic l1 oras da none»), .
ao m · tenor ª is· so assi q na for tale za a ver ª seu pay
, arain esp . antados p boa u e [Salim] temi·a d' en tr r-
, er de ' a
a
saude. Akbar re
cebeu- os com . or o soberano parec n-ao saben . .
. Salim e Khusrau presen tes, e pedJtl do se o de1xanao ·- salf daly ' · »' s· gh cunhado
Xavier que traduzi·
sse uma cana em r, A s duas figu ras menc1onadas aqui. sa• o RaJ·a Man. m ' . Koka,
.
. portu g uês q u e a cabara de cheg,a de Salu. n za ' Aziz�
Depois mand . t1 embora O
'
e tio materno do seu flho 1 Kl1Usrau' e M lf
f'lI ho e o neto e j eceraJ11·
. o
Xavier contmua·
« os esuít as perman
· A cabO de pedaço se bal,
lugar das molhere
s, e hia [...] co alevantou p ara ·H ª
. 0 rn a ra � Comparar c om o rclato -padra- o em Pierre du Jarric, Akb. a� �ayne (Lon?res,
n i the Jes
uits: An
mo são e ainda com menos osr C!C u rad. e _
1 p
rn co nt of the Jesuit M issions to the Cou rt OjJA kbar' r · 4' denva· va
CJ11 161
ara uma analis ,.
. e
1 926) , 203-204. Du J arric's Hi.stoire
· 3 vo 1u 111 es ' c om p jctada' p - 0 Guerreir o,
, em
s. u.brahmanyam, �essd.eralh ' ªd•·1 00 J s• d
111g Transiri on: ocu menros, ver M uza ff' saniaY
· a1. AI 111 . e, is' pen, c111' g�ande m og , o, is e Akbar, d. e ·ern,esaus n as Parte,s
san on», m K. N«Wn Yi D R.cla_çao m e i
d da, para o que _conta os
Anual das Co isas que Fizeram_ os Padres da Comp
anh1 a de J
, ce 1· Byreews on. rhe End. of rhe Akªban/V[akt·ng o[
d
H'·zs ory.. · E_ss· ay · Pan1kk·ar' 'tcrcn a ). . se. ,
� . s_p resented to lrfan
H ib· (N ova D
s e Urs Parn 1k, e s., T 'h e d l5ndia Orie ntal 5 vol.. (Coim bra/L1sboa, l603 -16 l l 1 ,oliu ópio �
13 1 n1s l l
, Londres_, ., Addabnion para a versã'o de Jahang n· . d· 11orce de., sua mulher, que o'.111ngdia traduzido,
a a d

rndia,. 1582 -116913b»rary eli 2000): 104-140. .


' · a 1 M anu scri' pr · M
ill
1ss:1°ns1.11a· n1�tou», ' . E eror ;
Jahangir, mp, 9 50-51.
'
º ma: Memome kof
fl s 985 _«JcsL_1 n ver T
ed1 tªd 0 e ano the Jahanoima
,
c1 1 . .
portugut , ,sa, ' 38 5 2
. v oI. ( : - ' m A da s·I 1va Rego, 4 1111 r Oxf ord , 1 9 ) '
cd., Docurnentaçao - U/·11.,11 ado por Whccler M TI1ª ston ( �
111 Lisb oa
, 1963), ·62-9 l.
·
179
178
era de conflito contido
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Séculos XVI e XVII
Mogóis e francos numa

a [do em]
faz·ia obedecer e sabi·a governar, [e era] hornem muito am
intitulado Khan-i A'zam. Voltarem os a encontrar estas personagens, os, ·1gua 1 ª
, a com a s a ssÍ dUíl todo o mundo, temido pelos grandes' amadO dos piquen os
mas e, m · teressame notar, por agora, que os J· esuit s, � ª . s, m ouros e cnsta
· -
todos, naturais estrange.iros piqu�no_s o g n d e
compilação de coscuvilhic e de bazar, não estav am m u ito long_ er parte. Pera com D
e�s
u ra
e gentios,_ todos _qui�avão que un�ao
da verdade na descrição das tensões e rel açõ es do temp o. �avie ão �ad �1ª
era tam pio que mfahvelmente fazia qu: [:��] vezes oraç
a
commua · d.izendo que «o re·i começou a deten·orar-se». Sa 1·m i , afirrna, - a saber - ao sair do sol e ao por se' e ao me10 · dia e a meia noite
com eçou a pensar que a situação estava a fugir-lhe d e contr�lo , ] deixar de a fazer
«esteve quasi· fug1·do huma no·ite tão bem parado vi· a o seu negocio».
sem nunqa por n egoci. os grav1ssi , .mos que [fossem
a esses tempos». .
Embora em m.mo n. a e sem contro 1o sob re os p orto- es do forte , 6 m en or e a d emasiado
· o X avi·er acrescenta que nenh
A ist _ um P.or mas
a r nem escrever·,
r
pareci·a ter a op·m·1ão popu 1ar ( «o vulgo») com ele. J· eSUl't.ª afºlfrne
que isto se devia ao facto dele ser conside o t�», . pequeno que lhe escapasse, e que «na o sabia le ' · ta contrasta
. rad o «liberal [e] JUS tud o sabia». Este retrato de um governante humanis .
ssun , pouco a pouco, conseguiu ganhar a c nfi nça dos pn·nc1pa1 . e seriam produzi·das me10
f0rtememe com as im . agens dos mogoi , s qu
amirs. C ont.mua : «ate os pnn
� . . . 5 .
do De, spota
a

c1pa1s m ouros que q uen.ao d ar o_ reynoe seculo depois na Europa, numa ªltura em que a ideia
,
o a
-
ao n eto tomarão o seu
conselho, et omnibus pensatis acharao q
u
O n· ent al g anhara um a p o siç - fir . m e na imaginação europe.ia·
lhes convinha da lo a cu·J o era e 0i
· ao
-0 que o J·esmt , a faz da
' assi hum dos principais delles fº O que também n os mter ess q i
· d escn· ça
da
arta acerca .
com o mandado por elles a ver c
. ,
om elle [SalimJ e prom eter fu
e rativa na c
a
r
e
transiç n
a u
ng
a

reyno jurando elle de guardar a 1 · ão política, que precede a l m A bn 1


ley dos mouros e de n ão fazer a] rn , ci·pe Khusrau e
a a
supressão da reb elião desencadead ª Pelo pnn
o

ao filho e aos mais, e


tc. Tudo j urou. Logo aquella tarde veo_ [u� e Maio de 1606 o:7o �ey
genti·o neto de 1 rey, e sogro de
lle lhe truxerão o filho e Ih e f1z .
eraº . nde C omeça O n
tomar os pe1s · «Aqabou se o Aqbar - ·d 1 em - 0 Rey Gra ·consolar suas 1rmaas
· , e elies f1z· erão o mesmo. Logo m andou O Prencipe ª negoci· ar s.e Hya e v·mha a fOnaleza a ver e ornava se ª sua casa.
despeJ·ar � a fonaleza, e as por 01·
tas della e pondo gente su a n elia f que estavão mais .
descanso 1adas que elle
mas t da
a outro dia a fortaleza com reyno. Ma.n _
boa geme ve r a el rey». A cabo de o.ito di.as f01· ao paço a tomar P osse do tronO gnta
O relato m�nc1.ona que Akb u ia entas se n
ar, nessa alt ura, já não conseg , s
o
armar nq d n t
. am ente o terre.iro, sae de seus presentes,
o
falar, mas que amda estava c sse razem lhe
a
onsciente. Diz-se q ue ordenou qu e fo
e ro
lhe padja ç ] t
entregue a Sa 1·im a rega 1·ia e f ue alamat - idem - salv [ dança do reY_ se
recolhe se e fig se na fortaleza como rey. C m a mu
e r ex,
· l para que lhe dessem a espa . da q "
e
ez sma
�m· hª )Unt '
· o a cama, para que · da («" os cay dos._
Mmto
a empunhasse. Salim terá feito · a :iJ :N u d s a l evan�ão se
do t ª r' omeu· a muito, mas aqu1etando
a
Jezd_ �:, nas pal�vras de Xavi a rn a corte' caem os al e van
er) e depois disseram-lhe que saisse.
o
s
u
p
e eravão do nov o rey porque se p esperança, s.»
opmiao de Xavier, o rei m
orreu mais o u m e n os só, e a pe nas alg
uns s· e as cous s d z n g anarão a,s
pouco o acompahavão, « nc,a as esq ueizerã o as proi e
n ssa
propn·os Jes . mtas,
avam os
e e
u s t
lhes respondeo, somente
alguns lhe lembravã
o a M affam ede. N etil Entre os enganados e desapon t ª do s
d e convers
- o p. or_ que
n
e
tomava o nome de De os agu as v ezes, !l Poi·s teriam pensado que «houvesse m g r '
chnsrao, e
a

morreo ao costume dos ge J scober_to por


a

ntios. C om o nunca s e soubera e m que le


u a
lle d va o de ça
o e Uahangi r] ate antão quasi· s o deSta mudan
viv· ·ia, ta- o pouco se soub ha!l d os seus nos diziã q ue era». A f1rmava_m que a raza
e a a
e em q ue ley mo rr
eo ' po rq ue ag asaJ .. de Xavier, na ªltura da s
todas as 1eys n·mhua tinh ear
ua
a n a ve rda [ d eJ post qu e o ord.ina, r.10 res·id·1a na o p m ia Man s·mg h
o

adorar a Deos e política da corte. Na Ja h angi·r era


o
ao Sol». sub1.da ao . a ç - de
tron o' a pnnc·1pal preocup modo a contra-
o

Xavier prossegue esta n u·1 0 ' ) , e d e


o

a

arração com um obituário lon go e ( «cap.itão Gentio cabeça de todos. Os g en ti· o [...] os
laudatório de Akbar, d rn �a . n o s ortodoxos. « qms
and o-nos uma ima
gem do mo na rc a na s o, bª 1ançar
iss
. .o tiv era de se umr ao
s m u ç l m a
d e Maffªm
ede, .
mon� �� e _é franc_am en:e ey
u
l .
mo uros o fizerã rey e lhes i urou de z . l a J
positiva, m uito mai� do que, por e e
x ºtlr 11a
a r
as opmi�es dos
e
vice-reis e gove rnadores s
o

breve passagem da sua da Ind ia po r w gu � �kbar) ção Ultramarina


cana bastará para o demonstrar «elle em Documenta
morreo hua q um · aos
· ta fe1ra : [ de de 1606,
O a!1° se
' , 11bro
Cana de Xavier de 25 de, Serei
1605 · Morreo hum hom
[dez asseis ] de Ou tu br o d �
portu
it e
guesa, vol. 111, 65-66.
em rey q ue verd
adei. ramente era rey q
181
180 ·
Impérios em Concorrência: His conflito contido
tórias Conecta das nos Séculos XVI e XVII Mogóis e francos numa era de

ganhar e conservar aos mour cipantes em 1600 ,a que a proximidade


os fazendo se da b nd de11 es, e assi 0
a ou mesmo 17 o O 7 Mas ser
fez no principio do seu rein engendrou me ra do Outro.�
ado. Lançou fama de mandar alimparae , ·a -�u uma p· ercepça_ o mais cla
a
ra p aran01
despeijar as mesquitas. Co mãos
meção os ramaços e oraçoens de mour s Dns anos depois de a reg1ao oCiden . tal do Sind ter cai'do nas.
no paço». d os mogóis (em Goa começou
1542) a adm.1mS. rraça-o portuguesa de . s
Para Xavier, bem como par a ficar nervosa dos dom,mIO
a os seus comp an heiros J. esu�'tas esta- com as consequenc1as desta expansão

belecidos em Agra ou em
Lahore, a principal preocupação ntSW u do de um vizinho já am tomad o
dema siado poderoso. Os 111 óis tinh
A
'
o
era a ascensão do que ent da;
endiam um Islão oficial, que P0� e;ia Guzerate no ·m1
· da de, cada de 1570 ' e Be ngaº1� no _fim dessa déca
ter repercusso- es nas suas , . ser . as suas ·mte
,c10 _ D o eram t mb ém
propnas missões, e mai. s em geral no tra a- nções impena · 1·1stas erTI relaçao ao eca
a
mento dos cristãos no , vice-re·i porrugues
A

s ast
b ante claras no ·m1c o
cartas demonstra que .J
Norte da Índia. Uma lei
tura das suas ulu. rn a , ·10 da d,ecada de 1590·
D . Franci expr ess ava a sua
ulga rta s co da G a m a , con d e d ª V1.d.1gue1· ra '
duração e que o sistem ram estas perturbações de re1 au· va cu'!'- p ercepção oroa de H�bs -
bn. o. Na verdade, alg
a político regressou
a um estado de equdi \ de uma parte da ameaça numa cart a à C
n s subi·ram e e burgo, datada de Dez mbro de 1598· Em 9 de Setembro me av1sou
. outros caíram entre os gra n « _
da cone, mas ist , .1m reside na
. Jeron o Xavier' re1·1g1. oso da Co mpanhia de Jesus que
u
o não era u
fenómeno particu larmente exót 0, C
e
m 1
A h.1ston·ograf'1a da s terras
cone de Eque a mm.to pela
tado p elo momento
época moderna p arec
e ter um fascmi , ·o 1.11. rn·1- bar, que em huns n·os que entr.-0 tre s naos
do encontro face a dentro m
an dava aprestar gra nde can:1.dade de
fostas e
face entre o Europeu e 01
A

Outro, e a sua mzs· a de


obre a fortalez
0
gr andes, q
conta, com asco
e en scene. A q
uestão foi ensa·iada vezes s e u e se [i] magm . ava ser O seu mtento .ir s ,111 esta
Ormuz ou . entende
Conés e Moctezum
V: da Gama e o Sam
udri Rajá em Kera 1a, Berna, 11 a de Drn, e p osto qu e a JU . .IZO dos que bem tuar
m ateria, ha·J r poder effe
Andes, ou o cap·uao
a no Méxic
o, Pizarro e O inca Atahualpa 1105 a nella muitas dificuldades para o Mogo
este .int entendera
- Cook e os
seus interlocu tores nos mares
do ento' facilitei as todas para me prevem·r como se
Su 1 ; P0demos m . que estava Ormuz do que
A evolução da m
ui to bem acr
escentar Akb · ar e Xavier a e S t a lista, o enem1.go p restes , avis . ando o. cap·ita-0 de . ma
oda p ode Ihe conv·mh
a e provendo o d O necessano , e
ao de Dm dª mes
altera r de u
ma ou de outra forrna d a

va 1 enc1as , mas o
A • 5
topos em s1 m a

ntém-s e do mmante , congelan o .. ,ane1ra.»s


proc�ssos bastante m certo Lw.s


1'h

complexos num
memorável momento Kod� es
k , O provedor da Fa zenda da Prov,mc.1a dO Norte, u
extramdo tanto s A.lvares C outros mantl-
estrutura.1s. Cont
um o quanto p
ossível des tas dramáticas oposiç:o e amelo ' foi assim envi·adO co m po' lvora e lfo
m,entos p erate e no go
udo, mu.n o fl1 n l ezas no Guz
destes alegados «e se perde, o
bviamente, aqw.. da u e
e pe, rs·1co
r t m r conta d f
, spi'ões n_ as
ncontros» repre e Vidigu eira tam b,em a ct 1v ou . a sua rede d
a a o a as O . a
i a
uma s,ene sentava de fa
cto ' uma cronolog !- ª çoes
e e
· de acontecim ' Cürte s viz as p rep ara
entos e não um ú
nico momento. Se os rna inhas. To davia , ouvm . d O s J e SU'I tas .que .
-entendidos existir m0 g o1 , .s tin . que a sua pn. on-
am, eles não se
mantiveram estáveis' e O grau d. e ham perdido uma certa dmam1ca, J á
A •

es· tab'l1 1'dade era a·m m r


da menor quan
do as duas (ou mais) partes l'1dava)J.,,',
d ade era
agora a guerra ·1mm ente com os
usbeques. Estes ru
es
·
o
uma com a outr� so paralelo
ao longo
de um extenso perí , se-
co 1 ecc1· ona
dos pelo v1ce . - .
re1· portugt s t
1ê .mham um cun·o ('TI 592-
não de sec , u 1 os. E prec·isa odo de década nos ru . os mogo·is er 1
,
mente es te o pr : d0r mores anteriores que cir · cu lav a m entre
deve �onfrontar q o blema que o h 15t' ona -1593 m ataque
uand? estu
da a presença europeia no Sul da Ásia ) , que os «soldados h,.rang·i de Hurmuz» planeavam u
nos seculos xv1, · . eg 9 Nenhum
xvn e mício
do XVIII. a0 s·Ind em a · o a l � Ja111 B .
M'rza
.ª p oio d o an tigo m n '
Que dm
rca
· a5t·1a mogoJ e u 11
de estreuas rela m a s érie de p ê
ot ncias europeias · goz_ araJ
ç ões nos dois s é de
culos gue precederam a conquis ta
Bengala p ela Comp . I�
------
dcai s Já analis . Su brahmanyam, The polt·tI·cal ecoean
rny of
anhia Inglesa d
no
de adas em Sanpy rop s and
7

cornrner , ' 5 «Eu


1750, e, um facto
bem conhecid
as Indias Orientai
s' na década s A·s1·ans ce: S outhem lndia 1500- 16150 (Cam b 1_.1 dgc, 1990), cap. '
de duelos desconf o. Foram, no entanto, longos ªºº in an age of c
'. d con f·1·1c t "·. .
omamc I Códice 1976,
ortáveis,
II ' BNL, Fundo Gera'
8
de di sp utas de a f1 . 94 Cana do conde da Vidigueira a Filip e I
das partes ganho posi ç ão , em que nenht v.
u declaradam rio
cont1do» cuJ·o d en te, criando uma era de co 1 9 �b ,
. ressa_o (Deli' 1989),
esenleace na- o po 972_7 . u I fazl, Akbar Nãma, vol. 111, trn . d H. Beven'd ge , reimp
den·a ter s1'do previ·s to pe ],os po ar,i-

182 183
ma era de conflito contido
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas Mogóis e francos nu
nos Séculos XVI e XV!I
.. que os mogóis
dos rumores pareci.a ter fundamento, e o h'iston. ador e, obrigado a ma1or convicção e msistenc1a. p0demos .adm1t1r, cla.ro' a os ort . u-
par
concluir que, pelo menos nestes exemplos, os vizinhos e n.vais . a!ll · ham provavelmente u m ma·JOr s1. gm.fJCadO polítJCO
t10 P.
• • • A •

. u a a ser interessante venfJCar


de gueses do que o contra, no, · m s c ontm


dominados por um espírito de paranóia, em
vez de u ma ca�aci-�a o do N0rte da
gue desde a década de 1530 quase todos os monarcas. co n1 Goa.
a
pragmática p ara av aliar o outro. Vimos nout c arta escnta el
Indi.a tiv es diplo máucas
mesmo vice-rei português, em finais de Dez c5 rei · eram o cmd · ado de manter relaço- ente verdade
E, este o caso de Hu m ayu n, mas e, tambe, m manifestam ecada de
ra
embro de 1599: « na
Equebar tem pou co menos de sessenta d na d,
annos de idade, eStan . . - u aIgu m tempo
sua cone de Laor se retirou com dissimu re para a dm astia Sur afega, que governo
lacao por se recear ef b Y­ d e
1540 e no início da de 1550. 13 , va
da percia que se hia chegando muy
to perto pelo reino dos Uz e
e
ode que st ão _ qual a perspe�u
ques, em que tinha entrado, e agor d e Mantém-se em aberto u ma gra ensíssimas
a estava em Agraa, h� gra; ,
o Xeno 1ogi , .ca dos . quand nos af astamos das. -«ext centrava
capitão sagax e artifficioso: Anda mogo1 ,s
e esta v1sao se
desconfiado do filho mais ve , ·ic ° .
por quem _teme que o matem com a is cron as mogóis»? Po d ere m os assu m!f qu to ma nos, os
peçonha. E cha mou outro � na apenas nos vizinhos ·
No te e do O ci' dente' os o tes d0
moço, que tinha acomodado na
parte dos seus reinos que corn 1· safávidas e os
do
u to re s de fenderam que an adas
r
com Bemgalla, he insaciável o de . h r e esta shaibanids? Algun classe letr
sejo que tem de se avism f1m do século xvm, «a a · tude pr·evalecente entre as
a
.
s

rra assuntos
ilha [Goa], mas do inverno [mon
ção] para qu ã esta suspensa ª gu e ª d0 ·unpério
n
fa lta d e c ur iosidade pel�s que
que fazia ao reino do Mellique[. . J. 10
. » geogra'f'icos exteno
mogol terá si'do u
·
ma
e d e v ist a m ais ·1med1ato» e
Mas o amplo sentido de ameaça
mútua seria assim tão 1• 0fu e
n- res ao se , u ªlcanc
a bs ur da s a c erca do mundo
· 1
c ·rcu 1avam' por isso as h'isto, n· as mais . mplos
dªd º ) Sera' que �s mogo, is, co
. . ta· ra mo potênci·a contm · enta1 i mensa nte
,s
pa
'
se p os s a m acu mu Jar exe da
!imi a além do oceano». 14 Embor a dos
m a considerar o que quer da dist.a -
«
rov,as de .
que os I tra . camente
r
q a favor de
Europa pudessem f azer como . . t ue os «Francos» st a ideia, h aver, t m bé m p emp �m
msigm· ·,cante? A s opm1oe . . os h1sto - do extenor
- s d ne sra cone mogol tinham uma visa · o do mu n as do
a a

n·adores contemporâneos dive


rgem b astante considerave1 mente flex,v . 'd era r te xto s co�O O atl ra
questa- o. Ha' um quarto de séc ' itJ , e1 e dmamica. Poden,a mos con s1 que embo
. ulo, um conhecido hi ston· ad O r defi11 mu n?o preparado na dec 0 p o r S diq Isf a11a n1, . u1,· não
A

64 ª

- , adª. de 1 gog, const1t


uma posiçao rad'1ca1,
ao af'mnar com b
ase n um estudo d O Gu z
era re c ontivesse f igura s inevitáveis como! G-og e Ma 0, na concepção
do século xvr que «o contro de 150
lo do comércio marítimo não era 0 b stan
te, reflexo de u m a m,u'dª evo u çao, des trab Ih anter:10r. de
Um rec-urs- o pol'it1c . o
essenc.1a1 a, operação do sis . tem a poJíuco o
_ d
[ •.]
ara o ª
,..,d º mundo. 1 5 Podemos oi har ig · ua!mente, p rin, dos n� meu·.os anos
Guzerate». Isto significava que
. nem os s ltõe do G z era te n ern os 1ah1t ·. M uhammad Sab zwan,· 0 Rauzat al-Tâhi . d s Pc1.rcu nstâncias.
mogo1 , s apo, s 1573 se sent. a
iam realmente motivados para dar rnu1·r d0 re·li1ad na, lise ª
· !ui. u-ma a orte de A, fn, ca do rei
u u
. que me
s
- , o de J ahanglf,
atençao a presença
europei. a, vi. sto era ga nh,a da
n0
que conduzir ed'1ç.ao ao N m Portuga1 16 Tahir
mar» mas atrave, s de «cava1os 1 que «a glória não am à desastrosa e�p
ga opando pela prada ri.a». i i Na deca I) · Sebastiã sequente e .ssa_ o m·ogol ao
de 1980 esta perspectiva tor '. ra o a sua morte e a c- r.J se. co n mi
nara-se suficientemente can ónica a · u hammad ' u. nha v1s1t
M . . ado G ºª mtegra . do nu ma
que o mesmo autor pudesse o is
. . afirmar que «o conta cto entre Os Pd. ..
,
1ados f 01 mm1mo, com a aut . ude . l neg1·igênc1a e IJ ve r
de 1546,
Sur a partll bn'd ge
mogol a ser de especia
----;-:---__
. a t roca de ca nas entre D. J oão de C as. tro o, ed J · D. M. Ford
m ·1
S ,ah
.
e Is la (Cam
md'f1 erença», e que «uma demon i's-
stração deste [facto] sao as Pouqu s
z.n L,
.
·
- lM a scs.J
J, tr
simas ref erenc1as e as que exi e
as ·n
(

, _o . C
stem bastante c asuais ) aos portugu e s
• . a d.e D. Joa
�nardo Nunes, Cromc e
· s1a
f
. Indo-Per

rseas 111
. 1 i ,· 1936), 59-65, 72-74. e
nas extens,1ss1m .
o 9.
A

v
o-
. 24
,
o
. ·J
s 9 )
s». 12 Desde então outros quest
on 99
as cronica s mogói
s1111011 D1gb I o cean: Percepti N S )' vo1 . xv, n.º .2 (1 Aroiv /
nara m esta v1.sa- o, no mi
. y, «Bcyon d t 1e .
.,.
(
. . History · :a», T he Jn dian
es '
c10 com hes.itação e ma.is recen te mente cof11
sourccs o the

15 l f Mugha l period», Studies_m


Vo1 . x fa n H a bib «Ca nog ra p h Y
l In d1
J Dowson,
r in M u g
h a
ic xv111 (1980): 88-105 · H . M . Elliot e · Per ·od,
10 e . . · ha m ma d», adan ,ei ira
arta do conde da Vidigueir de 159
9, 7'he ' Cf. «Rauzatu-t' 'fahirin of 'fahu. Mu historians:m The Muhamm certa mai
BN L, hmdo Geral, Códice 1976 a a Filipe lll, datada de 23 de Dezembro "'º I " i(Lory of India as told· by 1 ts wn oderá'' de O eonteu·do'
fJ·st
e que p
o
, fl. 141v-142r sín t es da da d
e• u1,,a, cui
Rulers in Cujarat: The response to t he J1m·tu
11 M .
N. Pcarson, Merchants and . .g11ese ondrc 18
u2_,·1r cm err s, 75): 195-2M
1· nd· ,i 00 · E'. 5ta 1 e1. tuI,"l ma1.·s
y, Oxford
.' l am u m a
in the sixteenth century (Berke
ley, 1976), 89-9 l. do l .ivr o, e agradeço a uzaffar A .
12 M. N Pca
. r son, 77?e Portugues
o 5, do m a nuscrito na Bodlei,t .'_ n Librar
e in India (C a mbridge, 19 87), 53.
185
184
. . , 'J' o contido
Impérios em Concorrência: Histori.as Conectadas nos S'·
ecu losXVJeXVII Mogois
.
, e ji-ancos num a era
decon11it

,
Estado da In estas análises de res diligentes
dia, e é claro que u
t1.1.1zou o s eu tempo p ara recolh e r texto, altam ente subti.s, e os escavado
informação acerca dos portu
g ueses na A, s1a · e da Polmca , . n a Europa, de arquivos,
alargou-se.is Estes u,1um . as têm-se recusado a pegar
De pouco servi.ra, , portanto, eraI' não
contrastar as f ontes mogo,.1s sob. re no manto aban te que, n1 g
donado, sabend? Perfeitamen � T
os europ eus - na me podem respo A . a e, que ean-Bapt1Ste averniet
Ihor das h.ipo, :eses, escassas na p10
' . r, fanrasto· n p q d1 enc1 J
sas - com as existentes no escrev.ia, quais A . ou mesm o quais
s arqmvos europeus da é oca - co!l1 · f!uenc.1as 1ºntel ectuats
der ara ue u

P f ca . eram as suas ª m .
e xa ge rad as p ret e ns
o- e s d e t r an sp areA nc 1a as coordenad suas v1agens·
· e s g an ç a e m p ri as adequadas , 1 e.itura .mter-textual das
O estudo deste segundo
conjunto de docum entaça- � requer que por resºolver
No entanto, do outro ª1 d contm · uaram tambe,m
e ur

encaremos os prec . os acumuI publ 1cada


onceit ados ao 1 ongo de vana . s geraçõe s rnuu· as quest
ões imp. ortanteªs ºeons1º deremas uma Obra
sobre o estatuto ,
emp m.co do aut a há alguns anos . O que europeus e
or europ eu que escreveu so bre p or Kat e Teltsc · h er. qu e anahsa
Índia da época moderna. ,n A . srante
Há al guns anos ainda e ra pos 51,vel e es JJl0 .
bntan1cos escreveram sob re a ln , di'. a entre 1600 e 1800, b;
deseJ·ável fazer u m
' ma l eitura diagonal dos do
c um entos europeus
' d os b em recebid . a na Gra- -Bretan I1 a' e no Sul da A, s1a . . 19 Começan o co
séculos xvr e xvrr relativ , » a pergunta subcontm · n t ·
)» ,
os ao Sul da As1. a,
p oc an ° n 1 s « f act os «Quem tinha autonºd de para fa' lar pelO
e e
.
como preços, sala, nos, te gua m · glesa
mperaturas, o nu, mero de dºias que uma cara- a autora ados em l'10 '
e e
de teªxtos publ ic
r ur d

vana demorava desde S analisa


. uma se, ne ·
urrate ate, Burh . nava a dos se,culo nte mant r uma
anpur ou como func10 s xvrr e xvm, m as procur a s1·multaneame . em Orien-
e
hundí (letra de câmb.10) •
· e, n· o mo o 1 . F01· nesta tradiça0 que,
no 1mp d1staA nc1. a
sauda, vel entre a sua ana,1.1se e a de Edward
Said
º
confesso, fu1. tre.mado, co
º

mo um aprend1z . dor econórnico, talisrn (1978 , d"1a são mais


ln
d e h1stona ). É sug erido que «os textos sobre
g
temamo domesticar os 1 sobte r;u.s
º

. a, ve.1s) d o,
º

vasto s e (na verdade .mdº1:1esnc cornp]ex p rsp cti v a dªe Sa"d


cumemos que os arquivo os e contrad1tono , · s do que , as
m
s de G oa, Paris, Veneza, Lisboa, 5.1 anca s, escr.itos mente reforçare
º e e

c on ce v ez e ª n c essana ·
Madrid e Haia disponib e», e que em _ s da Indi.a
ilizavam. Era uma tradição em qu � c tando noçoe - ens traz.1da
e
m g
d
s europeias de supeno s i
d
Ashin Das G upta, «O · n da d , ntas
mundo do oceano ln , º '
� a nj.,.1ent
e e apres ' · h am «e!eme
a

rop eia con


tm
e a

re conhe cido e, d1co [er� ] f1n entad as a um a audien .


1 . cu
nele, a hist óri rtan t e e' no s via' m as
a do comérc io [era ma
r_s 1. ;P� urn• P ro61e111at1 , . cos e amb'1guos». Os .J eS uítas e os Iutera C panhia
a
ºA

do que a história da ] m
política»." A cer ra al
tura, arrave s e
g questo- es d pregadOs da o
alquimia que ret e forma d.iferente,. mesmo O s em n a altura,
e é difícil reconstr ui r, rod as as regrai s
rospectivamen Ing1 esa d , erente
t p ni õ s. d"f 1
do jogo tinham de repe
nte mudado. Em v ez f;'' as Indias Orientai · ·s tm . ham Mas este período
de «arquivo_s�, os cole S
e
Por exem plo, do imp asungs.
o i

falavam de «textos» ou eachment de W rr n H com a


«do arquivo». Em vez d e ambiciosas visóe de com é ttansformado
e
acofonia,
a
m acrosco, p1c . as, . plexidade, senao m s m c ânicos
Ie1turas cu1"dad as de
cenas ob ras tm . l1a' m-se t orna do derrata _
de Tipu sultão de M sare em 1799.
Agora' «os btit
o
a regra. Em vez de se
e
no
verdade sobre os an .
assumi.r que nos arqm.vos europeus re,sidia a come a
ç n, . , . m
· diana», ,ou
, com o se diz
p en gu -
n os assu ntos que os
documentos n as l't
ngua. s u, lt.irno fala r pelo s m Y com 111ais s
capítulo, «a pena .unpetia! reescr·eve a lnd"1
a o
do Sul da Ásia se recg
eu i e

usavam obstinadamen
te a reve ar, própfl' rança e ª
construçao d
- a documentaçao eu - l ª ,uí ,, a mão mais . fi. rme». .t1. cam a ab o t dagem
Havia um gozo inicial ropeia · passou a ser descons t d e orno alg uns traba Ihos recentes que cn -
neste exercí cio, visto ba , utros dOº
cument.os
lh avam, por exemplo, que m ui.tos _ii:;e, tra do sai·d1.a
na, usando textos de vi·agens europ u s
de Lisa
no Algemeen füjksarc
hief (Arqurvos erai
s onogr.afia
o
rejaci·o
e
a m
e
Estado - hoje em dia nados dos sécu Ios XVII e xvm _ c m o • Mary
o Arquivo N
acional) em H a ia sempre inh
aJJl l0 we s s, de Lady .
o
suspeit . ado que o « º ob re o or ien talism o 6 n"tân1. c o e france r am eix a
d1scurso» d os .
fe1tores da voe era inerent e . T elt sch e · da d
'me •"
pro61 emát1. co na forma 1vt 0 ntagu r de
como retratava as comumºd acles merc'ant.JS, a Ro lan d Ba rth,e s - a o b a
as entidades polí
ticas e as sociedad ,
e 1110n
1�5 hw,a1·rz'
e tira
· nias
· conhec1'das est es asiá ticas. Ce n a s he
avam a ser, aparentemente, derrugbªdas, A
------- ver Stuart Se
is
'� mc1·o-termo,
i'd·, bnpli
nters
med.ida que o tempo
Iara uina coraiosa um Encou
. ntre
rcntan.· va, de. definir .
d Rejlecting on t!: ue, 1994) .
passou, e s ob mu.itos Reporting, ªd
aspectos, a d"istânc1a e
1e
cit Undmtandings: Obse g E r a .
a or
(Nov I q a
etivcc Europeans and Oth Peoples n e rl M em h Writings on 1 n
n rvm , h Ea y o d_ J600- 1
er i t a ,,
,,, nand Britis
191/" '
1'-a E rDr•
-!Roo ( te 1eltschcr, lnd1 a lnsw
·--'bed:·u
, •
17 Recensão de Das Gup Deli, 1995).
ta a Furbcr, Rival
Empires... , 315.

186 187

d
ito contido
ma era de confl
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Séculos XVI e XVII , . efirancos nu
Mogois

te p ... - todavia citam


alguns historiadores profundamente incom odados.20 o propo' sit0
e outras memórias e h1.sto, nas · daquele [ ] ». Trata-se ce.rta-
m o

Bern·1er frequentemente para apoiarem o que dizem ,u conunua


declarado de tal trabalho, para usar a melíflua prosa de LOvv ..,,e, é . rn te xt o europe
. ç o da mente de um exemplo do preSU,g10 qu e ava no f'ir
n
o func·wn
u
. . . . .
«desaf1ar e res istir a, l'og1ca b'man , .a do Outro com a historic1za ã aos olhos de Sir Jadun ath, m oSt ndo-n s c m . na,
ed'ievai md'1a
o o
estratégia crítica de identificação do O utro com o, ela própri. urn do período colonial um r m o � h'1 to ri g fi a m . re 0
:d n1 ª �as conclus�es ge:ª1��:ba ou
o ra
modo de produção discursivo». Com o é que os europeus P ia �
mas dele não podemos reu rar prof n
«falar pela Índia» se os l uteranos e os jesuítas discordavam no século
u
estatuto epist . de d .igamos, o 'Alamgir
emológico re 1 ati v '
ipo
· o deste t s
o
xvm do estatuto dos «ídolos»? A palavra-ch 0 re1ato de Bermer.
ave em muit . mesmo temp
o
de análise, «historicizar», na verdade significa, para todos º� efe o , it s q es tões, ao lé c-
ienho procurado responder a esta dia
exa �el� ça� o
u
«re 1at1v1· ·zar». Ass1m inte' d a compl s seus
· , com mai·s um passo de reto, nc · a, o u, n ico u a q_ue procuro esboçar o funcw · na m en t o
S l d As1a e o
resse que estes textos
sobre a Índia p ossuem é em term�s d rn t1ca entre a n
, oca modeu. 1a s reflexªo�es cronológicas
o u
sociedade da ep
análise das sociedades e uropeias e s
uas auto-representaç�e
s. �ssirn observadores eur peus, numa sen , .e de ªmpla e percepço�es, textos e
explí­ . o de acções r
o
sendo, torna-se possível usar pro
. cedimentos hermenêuncos becÍ- acerca da pr
od u ção de um conJ Unt
z , p d e n'amos começa
cuos sem qu e haJ.a, por pane do arquivos. P o pra an o
n ara uma perspectiva de l ong ueses chegaram aO oce
o
a 1�e�, u m co
o
s autores das an'l' g m
mento significativamente mais ala n, 0 fina1 do t ra
rgado ao S ul da Asia. século xv, _qu�ndo os por éculo seguinte corneça e
u
e
Consideremos o que se rá um d
os m ais f o nes representan
tes dest .
Indico e a , ada do s
que só mais os
tard
,
genero, o 1ongo ensai. o, ime .
nsamente e rudito e b n'Ih ante da a
f Ie cida o p_recesso
partir da pnm elfa ?ec
de cnaça· - o de utn 1mpe n o m,. a rítimo a
i p ,
e ri· 0 fun
dado b s o
erque,
.
Sy1via Murr acerca da leitura que ep ção danam o nome , E s e
de Estado da lnd'1� · de Afonso' de Albuqu bs-
François Bernier fez da conc reve
t m

g0vernos de D. Francisc e cont. actos s s


da construção política no
império mog ol.21 A abrir, M urr� e\ bre
c · o de Ahne1da
u
e0m __bases 1m , n ã o u· nhª . déc ada
que «devemos sempre partir o h'
principais em G ºª e C oe enos n�s �r.imeuas
do princípio de que a inforinaçao ual
os m�góis no texto
de Bernier]. .. não é confiável e nã� t::rn ­ q tanc1a1s c , . elo m
om O N orte da l ndia, P . d icament l 20
e O p rto
o
[ ção dª sua histó içav am p e n o
que
quer interesse a não ser qu
ando confirma um corpo de in ° ba te ria. Os portugues�,s cob nal da de' cada' de S
de Diu, no f
suficientemente grande que
derive de fomes independentes e ue o
e ­ G uzerate, mas fo� so, no �irecção.
rea1·1zaram a inggi-
rogen , eas. por outras pa 1 avras,
nunca podemos ter a certeza de ntre
q m ovimentações se,rias ness os timu, r.idªs e dos ch éri.o
que Berrne · r d'1z ace rca da ,I ndia m . sto e Os m ogóis, dinastia descenden:; d c on str�;d V
� de imp
ogol, q ue prete nd e te r v i s.ides, po es s d e e asco da
� 01.1co r seu lado, começaram O ,P c ós a che�a
o
1658 e 1666, é ve rdade [...]». E
st pa ece se um a a fi no Su 1 d , ulo ap mun has
o teste
. rm a ç�o � a
exce , pc1.ona1, mas perguntamo-n er stáb0 a Asia um quarto de sec ss
a r r
p i .
ser m · d'1v1'dua1·1 zado para este tra
os po rque é qu e o Dr. Bern1
aba l
G �ma a fora m
Calecute, e os por·wgueses os tempos de ahir esmo
o r
z al-Din
tamento. Deveríamos 1 er o, rr ]vfir'ttt Pr ivilegiadas das suas actividades, desde, ram assn. n, a um m
de Ab u 'l Fazl, Â'fn-i-A barf
k , ou o de Seyyidi 'A li Re ·is, Abv'l gois e um dos
u�l-m em âlik, quando escrevem s de M.uhammad Babur (d. 1530). Os ma portugueses, com � ávidas e
ob re os m ogóis). O facto ten1po, s
a .
F z! ter nascido numa família ' . . i11"�çã0 um objecto ernogra'f'ico oara O cidenta1 (com os s f m de
âli m indiana torn ará a sua !I1for de tr�es gran
des impérios do oceano .i;lnd' ,co a .1mentos tinha .
«fiable par elle-même»? 22 P an 0 . · os mov e, ma·is
odemos simpatizar c om O esp os Otom . ten c1 a 1s
· , c u J g e·s _
�istO' ano rsári os P ort
Murr quando menciona, ser o bse s), e adve eciment o P
u
mpo que
0 u
em nota de rodapé ' que «mesmo os. Jg t11 rvados e enfrentados. C: conh riado ao mesmO te íticas,
n·adores m
mai.s f',
· d'1anos que têm acess
fo es que cla a e n te JU a h
11a t
tarde, eu
rop
d c °
mogo,·is foi sen. as suas concepçoe políu· cas
� s pol
1 ave.1s (em persa ou em os ortu e u - dos
o a nt r m
línguas vernáculas) - como Ja'.dunrntth P
n
gueses/europeu s desenvolv1a1 e ou n.as entldades
.
[sic] Sarkar, que usa os '
anais e arq uivos oficiais, os Alarngirna P Vezes maquiavélicas, sobre Os mogo,·s
o r 1
.
d a reg,·-ao o d e contam1-
Nov� . .oso proc e ss
L"i sa
. Lowe• , C,nti
' . .ca . . Como consequência, ocorreu u m c. uri ítico que, homens c a
omo
20
.
l Yerrams: British and French Orient 1 ·. ( 1 thaca,
1 orque, 1991). um
. do Pºder pol se ava- se n
mn
a
·eptlle,1'
na a- c b a
, 21 .SY 1vi. a Murr, ,,Le polm .. .-1 Ç o onceptual. A teona abr a ç a v m
erqu e e D. J oão de e ªstro
cone A.lbuqu
rhct nq L_I Scracégique, phi quc 'au Mogol' selon Bernier: Apparci 239-311·
a
� � loso
·· «f.1avel por s1 mesma» phic morale», Pu.msârtha, n." 13 (199o),
, cm francês no original (N. T) ·
189
188
.
Impérios em Concorrência: . , . C de conflito contido
Hzstor ias onectadas nos· Séculos XVI e XVJI Mogóis e francos numa era

concep ção . bote de Khw j r, acompanhado


por
de semelhança 1·mp 11-c1· . in gu- a a Safar Salman, par a os encontra
t a, em q ue vános actores s uns dez dos i Quan do !'a
lares se devi. am lig. ar num sist . · tros e pe o Kh w'ai· a Safar Sal�an.
. em a d e a 1·i anças e opos1ç . o_ es para atin- ehegou deram
seus m1m S · simpat1a · (ik râ
girem um equ,hb · d s e mostr aram mmta
· - no. s m
· A const1t· · - · ' entl'd ade as b oas-v m
ª s
polític as pouco espaço - · u1çao mterna de d1 ferente 5 os seus .
m ·
i n iigos o
· ha nesta c onstruça. o da queSI' ã ,
Wa hismah) p
teonco t m o ar a com ele, e de apo1· 0 contra _ o
t11ogo,1. s que tm . h 1 relatado pa ra
Contudo, todo o ex · etnogr a'f1'co
ercício
, para o q a c o nt rib u1ra!il am tomado o pa,is dele _ como f0 . do os navios
· - · s e Ie1· ano de [93] 7
m1ss1· onano . [Contudo] r,e�reend· eram-no por ter envia pretend1'a
u l
gos, b ase ava-s e na noça me-
ração e poste . - o de idem'if'icação enu u- a J'dI dah como Jª . - f o1. menc1 0nado, [e] que tudO quanto
nor teonz
mida implícita superi - sob re a d'1ferença, e prosseguia' na a5s
. açao
era i.ncu . ar os turc os (arwaAm) contra eles. Absolveu-se dizendo:
oridade do obs
ervador sob re O Observa
d o e!il
termos de c onst1. tm. cas 11 min
«i'\ • ha mt . enç-ao era a' penas 1. f em peregnna · çã, o ate, ele s mas
duas concepções c
ção ·mterna soc1· al e po 1-tic · a. Como e, que es ? ni· nguém, p
.
a fam,1 1 ia, conco' rdo ·
u
I alguns da mmh
·
ce .
oexistiam e c omo s e in fluenciavam . mutuamen !il em 1.r na p
ara além d o wazzr A e
quando se f0 1
Os historiadores do
· o na E uropa desenvolvera . aç-ao, M s na• o acreditavam ne 1e e
. b. oteªs no encaIço dele m as enfrentou-os c
pensamento po 1-lt!c eregnn om
muitos esforços emb ora e
no sentido de dem r.da nviar am dois
«reputação cada onstrar como e, que apesa s bravura a . tros que o acompanha
v am foram
· Sin ia té que ele e os mims
se espalharam e cri
vez maIS · IStr
· a» que M aqma · v el unha, as'suas id e s l11ortos, tod or que f Oi poupado ·
»24
es o d os excepto o h aJ a Sª K w . f r p _
Da qui se podia reu. r ar que, na perspe' ctiva deste autor, a co
aramuma situação tal, que outros pen,ador a
nduçao
séculos XVI e xvu roo1'I
também se tornaram .
«hab itantes do. un1verso . ser da polític ' i orde1n que de Jes
de Maquiavel..�
A ideia de que o a e da diploma cia · entre os f,rancos era de ta . partir para
«engano proveitos o » podia 5, se podia e ssim
. do, se os .
pratica mteresses d a com ido sperar qu alquer ttp · o de ch.1cana· Podemos a . a mogol d0
um'dad e f',cassem assim Pr oteg les a análise qmst
terá cenamente
ue dos acontecimentos que term1·naram na con
despertado reacçõ
es, em especial qu�ndo aq Guzerate, . Os do1·s famosos
sob re quem t a e ' em 1573, numa sequenc1a lógic a relanva.
A •

1 ngano 1· a ser prati· cad - . espaço


Podemos entao _ c . o nao er am cnsr ao5 · cercos d ) u m a parte deste
onsiderar um mome . ,1ic. 0 singular, . e Di u (em 1538 e 15 46 o cu pa m
' ável v oIu�e
rnédio e são momentos que produzem conSId.er
ao implícna ª
o afogamento em nto maq mave h adur 1 nter
Feverelí. o de 1537 rate' Ba,.._r o
Shah, durante c _ do su l -
tao d G uz e
"n
de texto
s em portugues, 11nb md A , os de uma construç mo a
stes tex:105, co
O •
onversaçoe s com o governad or_ po nuguês " natureza
d a Cunha (1529 , • . A lgu ns de
- es se ic ea
A
d a política as1at1 · - · c a 1slam . •
a .
-1538). E um aco
ntec·1memo cu1 as ram'1fc 1 aç o usa Coutmh0,
mantêm envolta
SS e!11
it.r·
1 zsto-rza . do Prim . ei.ro Cerco de Di.u, de Lopo de So · u m
os meio. s em mistério, p
ois embora os porwgues s tiv< Crónica d n ar d o Nunes, merecenam
s e o mou. vo, n : roo e D. João de Castro, de L . visuais apensos a
. . eo
o sultão. E
unca admmr am nos seus escntos te ero �ºo estudo s m a t en . a1s
sta morte f o1. o c . ar de um process·o (e e m parce . mai m como· o
ulmm a 1gu ns d s aprofund ad 0, b e Rea1·2s
resultado d a pr essã . 'c o
1i os textos como O de J ero,m mo Corte- . de Despoti·smo
de outro (o desm
o mogo l so
bre o G uzerate), b em como O 1n º l\r
1'\j a rn111 · ha op m1 ? ·-ao, a imagem de uma es
péc1e
_Mesrri , 0bser-
embramento do
sultanato do Guz, er ate)· O ri· ental . . da e aplic ada Por esres
que as fantes port tera avant la lettre f 01 ªss1m · cr-ia
c01110 Gu ze ra
t e,
uguesas se mame
o h ,1guas acerca do qu. e da Vado res p ort d' 1 a n o s
exactament
e acontecido e p
época fora m m
am
o rquê, os cro
am b
o1c0
nistas d o m und 1·,]âr r. d0 B.lJ· apu u g ues e s a o s s u ltanat o
r e Ahmadnagar e, 1 ais
s in
. rar-de ' aos mogo1 . - de B arros ' e
,. s Começand no ° ,
uito claros. Te m
Sul da Arábia, que os assim a percepçao
escreve : «Neste a
- de UI11 auro
a
°
f 1 ra,
grande ll.
lte lectu al e croms
11
. ta do Ren ascim .
ento J ºªº
. n o discurso e rn o-
. [ se u nd · ' r n ece ssa . . . x: s t1a m .
3. dia do mês do no 943 H.] na � bad u - . s vozes que e 1
mmtos
0
-n
Shah, senhor do G
Ramadão, ou no 4 0
. do Ramad-ao, o su lta o B a O· p o 11t . o ouvir as vana o s a u t o r es de obras em
an c c
- - o portugue� s, nomeadamente
1
uzerate, foi mon . e
- lo f r
Aconteceu desta f o, sendo assassmad p
,h 01l a
o
orma - que uma · C ronic. les
Diu do Sul (f, sdfi frota (tajhiz) do F'.a O e g , 0 ..____
2,� .an Coast.. Hadrami h
�� , ,u " R. ,ffthe Suut h Arabi
aram ao porco de u 0 i�,
/), e quando cheg B. Sccjcam, Th, Po,c,.g,me 0JJ
B ahadur emb arco (O�(°'d , 1963), 75- C"'º de D•". :dLisboa,
1890·'
o a su a própr ia pesso a a o perigo pmbrid_g,
u, expond 0
76. .•
· Lo .
H;,,6;,, do Prime<;:;_
L,conar po de Sousa Couunho, ). D. M-l�;u, ,d.
do Nunes, .
Crómca d - d Castro,
e D Joao e d0 Segun do Cerco Mamrn
2i IMass. [, 1936
Quent in Skinner, 0,1c, )· f crónimo Corce ·
-R ea1' Sucesso
vo!t1111e
The Fou ndations u/ de A l b
The Rencússance ( Modern Politiail Thought.. uquerq�� (Li
Cambridge, 197 sboa, 1991).
8), 248-249.
191
190
111111
. . ... C a era de Conflito contido
Impérios em Concorrência: Historias onectadas nos s·eculos XVI e XVII Mogóis e francos num

volumes' como Gasp ar C orreia . lrnente com o di·scurso etno-p olítico da dOcumen• taç)30 - o europei. a.) Em que
a
. e D'10go do C o_ uto� e ig
vo zes relativamente «meno res» com pe reir a e medi. da lidam.
os com uina relaçao - assim étrica.
ua
s e
o A nto,m� Pmto . tos destes tema
António B ocarro. 26 Esta tradição de . Um «lab orato, n. o» P 0ssi, vel onde se )Untam mm. mogol sob
escnta conunuou e f oi desen-
volvida no século xvn p or autore de a relação difícil e atormentad ª entre os europeus .e o pod' e1• -o
s holan deses com o o h nes e a atença
Laet (De Imperio Magni Mogolis), Akbar (e. 1556-1605) e seus ucessores. Se habitual111,ent
Wolleb rant Ge leyn ssJen :e Jongh António
. e, centrada na compreensão J�esu1'ta de Akbar (atra:7es de desviá-
e Francisco Pelsaert (Kr
omek en Remonstrantie· ) , mas sen.a elevad. a . mos Perfeitamente
a verdadeira arte p el o
venezia . no N'iccol'o Manuzzi. na enorme Storia
Monserrate e de ero, mm · 0 Xavier) , podería. ra a relação «secula

del Mogol em cm .
as
-1a, com a ajuda dJe documentaçao _ de arqmvo, P nte passad 0
' lgumas dest
co p artes.- 7 C oncen
figuras, ao mesmo tempo qu , e an
trar-me-ei· em a e política, b em como para a construção europei�a d O d'ista Ni. ccol'0
ali·so o corpo como um todo·' o mogol, em esp eci· a1 nas c_rónt. cas de Diogo d O C out
o e de
cronista Diogo do Couto
(1542-1616) é, claro, um luga � i. deal Pª"
Acw da expansão m. ogo� I no Decão' nas d
uas
este tip o de exercí . 28 Manuzzi. As c onsequen � l ç -
cio. E entre os pn
·nc1p· a1· s actores_ p olíticos parec
e
u, ltu. nas décadas do sec v m um imp o , eia!na re a ao
interessante escolhe . d o , ul O ' xvr u. entação portu-
r um dos mecenas de C ou dos m ogói. s c om os p ortugueses,• na' verdade, ª doc,um
ra
to, o vice-rei do EstauJ11
e

da I, ndia, D. Francisco . s indo-persas_


da Gama (1565-1632) , que nos legou guesa devia ser contrap osta tanto às grandes cromea,
conJ. unto considerável d 'kh de Badayu m,
e ca rtas e papéis.29
(Akbar Nâma de Abu '! Fazl_, Mu ntakhab al- Ttawa,ri
O pano de fundo das f o tos m- nos conheci'd os
desenvolvimento das r
ormulaçõ es que a
nali. sarei· comp reende e Guhhan-i Ibr Ahzmz A A ·
de Fenshta co ) o a t e x � c' io da década
.. 0, sobre o Deca-0 do 111 i
m
. elações entre os mogóis, os sultanatos regio- a
do período como os relato, u_
nais, e ºJ ?rtu ar.
oceano Indico
P gu:ses, os h ?landeses
, os mg . leses e 0� f ranceses n�-
o de 1 S9Q fei;os p or Shaikh Faiz1. n s suas cartas a Akb , his t
. .
oria
r_ e
ocidental (Sm
d e Guzerate) e na baia de Ben g al . . o d e s ,mtese, o que p : , tendo defonde �\ exercíci o
a
E, necessan
u
, . o contextua1· Em Jeit o
. s e comerci a1s · egligencia
olhando p ara
1zar estas rel açoe - s po !'1tic, dos «acontecime . ntos» nao - devena ser n d o5 pontos n1e
-
outros im · p ortantes p roces , rnos, mais. alargado da h'isto, n. a da' s «111entalidades»,. um
a
nomeadamente a p . sos c ul tu r·ais au tono so- es e as form s
ue as ten
a
ersiamz . ação d as enti'dad es !' . as do subcofl- todológ ic
os que p rocurarei. demon st r é q
f'il'1grana
tinente indiano e a p o me a r
i
1·das a parri·r da . ma
t1·1i·s tas» ) q ue
criação de m
ecanismos defensivos ( «mercarJ- de percepção e ·
strutura is apenas P de m se r
ossm u
_ Ao rabalho p
º
med'iavam conta ct dos acontec m p , e ste t
mesmo tempo, tor os co me r ciais . . transcu lt urais. imentos. A0 mes. mo te cavou-se um g
rand e
o
na-se neces s á
rio expl ora r o reverso da medalh
a, agenda co . · , D n te an os °.
d
ou seja, a im mparativ1st · a 11nplic1 . , ia· e os' do Novo Mun na
u ra
a g em d os eu
ta
e­ e estranho As
ratura indo-p ersa d ropeus (e em
esp ecial d os ibéri cos) ".: Jir f osso entre os estudos d a
eS Wdos sobre a
Ame'nca
os séculos xv
, e xvn. Será que a h,era rqut a ção ep, oca m o t es de 0lí -
de culturas, parte d derna. Enquanto os r
que O discurso P e
Lati. na têm
o

e
au
o p rocesso d ad a cabalmente den1onstra d 'f'ica d
e pers1a· mza - po d,e se r comP,r
· çao, o em ogra
co m o
ruça _
o
ti· co dos co n st
espanh o, 1s· n o N ovo .M undo e . 1t1. 11amente li·gad Os'
a
sociedades s
· es v m 11 J .
ara uma anaT p ré-co l o m· a1s · e col orn· a m 111mto P ouc .
ta a
o
objmo, um compb1seo ddee aIguns destes aut ores e suas obs erva --es únic
i as
os his . g ui' d
26p

o · dcut11 ;,..11 toriadores da Asi , . a 11ão tel11 con . s (c o


de etnografia
" ç
e
mpl a prattca
O
Eamm El-Do,�do, o, "º Sul d, í,di,, Ssoj,y u arn, " e
A

excepções ín ca
, .
S bmhrni'"YÉ" . p , s
Y1ews and Am61t1on Th, Ti,um,l,-Ti,up"i 1Cmplc-Comp 'op"' ) explicar a 1·igaça-o entre ,
acad� e1nicos e apen.a
a o l
s, k, i, _"''.r�ky.- 5wl•: p rt d s
in South lndian Civi 1540-1660», m David Shulman, cd., nos séculos XVI e XVII. 31 ra a mai·or p a India'
ª' · npén. o bn·tânico na
e
Syllabb 0 .
O

338-390. 1
Velcheru Narayana Rao (D e•li' 1 9
95) no f 1. nal do ç ão d 11
século XVIII, eom a cna
lizatio n in Hon our of o
Willem Caland
D. H. A. Kolff , H, ed., W Cehynssen de}on h, H-1i:1, 19?;
27
De R emonstranti
V,,r Muzaffa�
Ala!11 e Sanpy
. W "'" Samca, ,d, ,van
e
g . . · pe/saeit s, ' kh1 a11<l
. D, Cmh,ift,n v,n Fmn«('° ' Para uma pnmc1ra .iborda e111 destesp�� e: 0d 61�1 1 1 lal1 B'al-
b l 11a � . • w
. � A 1 � age des As1.a-
over Mughal lndie,
textos f01 pu61'1cado en Remonstrcmtie (H 1979) . Ncn 1�1 m de><'' . M h11 1
v

'"º"'" 1s .
162
S� b,ah,n'"y,m, shom de
7:
g �f Won , Re - ts d
Kro
aia,
nie
no secu
k
' 1 o act, De 1,,.diae s lm�"'.-:·d.[996),u 161 189
voy
mas
olis, sive lndia ver ver, para o contraste,.j 0:1 ·111'JCS dC L ge5tf/S h is I ndian traveis, 162 1631
lmperio Magni Mog XV II,
5- :.,,,;
o e indigimes "
(Leidcn: Elzcvirs, 1631) t1. qUts:
, G », m (1 111 \,
. ex variis auctorl'L'JUS enr, es , mentat1·.tés, wn. ceptum de /'es. pace }im
a, Commentarius co n.
.
-'8 c1··. Anto• rno 1 aô inaire: S_ u1 988) .' Anthony
C011n
· b
Para mais pormen ra M am· ns, f.m . 1985) · oc·c·i·denCf. Serg e Gruzm k'1, L col0n,.s· ·atz ., -X\/!!!'. sie· 'eles (Pai-1s
·'
de
. • s
31
on
· torn · (Co1111br,'1 VI
ores, ver c apítulos o de Dzog · o ,to C'01,1/0 · ªt, espagncJl' X
2•1
talisatúm dans le Mexiqu
3 e 4,supra.
193
192
,. de conflito contido
Imperios em Concorrencza:
,
.
. H1sto,r1as e ulosXV!eXVII
. Conectadas nosSoc·
fi
Mogóis e rancos numa era

que es tas conexões co é do Médio ri


ente, M an uzz·i chegou a o porto de
Surrate na Índia
meçam a fazer-se . As f ormulações ue at O . º teve
agora surgiram
são por isso fortemente influencia. das p ela qageJJda
oc1d · ental em J ane1·ro de 1654 N o mic , w· da estad· ia ·md1ªna. es
.
. ao serviço · e mogo·I Dara Sl11·koh' o 1rm-a o mais velho
e p ela m etodol
ogia estabelecid cen d en- do príncip
ciosa de Edward Said · as pela posi·ç ao - poderosa 111as ue e rival ma
l-sucedido de Aurangzeb Depois da morte vw
. lenta de
em Orientalism, mesmo no c, so dos q Dara, Manu quarto de
pro curam qual·t· i ica, -1 a ou re f uta, -1 a, ta1 c om o Teltsc �er e 1owe, zzi passou um 1 Ongo pen · , odo de quase um
século em dos seus
É evidente que a com
paração entre o Sul da As , .ra e América esp
a- busca d e pro tector e de emprego estávei. s. Um q� em
nhola tem os seus lim rnecenas na ép .
oc a fo1 o prm , ciº pe magol Shah 'Alam, para
ites, especialmente porque, noª pr·meiro caso, trabalhou - nessa area.
persistiram estruturas
p olíticas e culturais po dero sas e lll epen den1"
� como físico , ap esar _da s parca formaça o
A Partir de } 68 foram passadas
para lá do século xvr
, ao contrári o do que aconteceu nO segund
o 6 as suas t_rês �lt�mas�j. adas de vida
no Sul da na possessão
caso. E , prec·isame nçar a India, no ternto, no mgles �e Madrasta, e
documentação euro
nte por ·isso que precisamos · de contrabala des frances,
de Pondicherry.
peia sobre o Sul da Ásia não c�m La Vist.orl Manuzzi esc reve u ben efíci· o de v1 ap
. . ntes
'
Vaincus ( "ª visão dos ail o seu tex t o « ara
vencidoso, como a obra cla,sic. de Nath mercadores e ca m m ao , m ercanty
Wachtel de há um qu •
arto de século a descrevia ), m"a, cotll um missionános» (per be !};,io dy
m m� outros
p erspectiv . a 6em mai.s comp1 te, Y rn.issionary), e justifica-o da seg u mte m aneira: «� ;'ª
exa e, frequentemente ' auroconfi.an · ar, •" Utores [. 0 Mugole,
m
O eu propos, .ito e , entao . prehrnln . ..] tenh am prod uzr·do alguns re! atos do impeno so
- sugenr, . num esbaço muit rnas como os, e a1,em dis
uma •pré-história» "b1.J1r é s bid q nã � avam b em informad
do orientalism o institucionaliz . o, c on trJ l na- o ti·ve
ram o tempo necessan, o para conhecer a grand za, ri q a, ue z
o

para o debate acerc a d _ e


, 111inha
a e t

a do início d a no ção de Despon.sm0 ocie•


o ue o

dorn1n1, .0 ela
aplicada à Índia e e , poder, po líti.ca e o resto - como pode ser visto p - es me
relacionar isto com a co pção emerg e nt e J_ descnç· ao - que env1·e1· e conti·nuare.i a envia r - todas estas r
azo
Realpolitik, tanto a nce ratl'
concebida e teorizad a n a Europa O a p obng · aran1 a env ' . .. de [trabalho] para França.»
cada na A,s1.a. A m i, nâ0 iar esta mm · J cuno s1da
1
da que pn.v·11 egie . a d oc mei n aç ã º e ,u a
";. A crit, ic · ·
a unplícita é, acima ª todos ao m· fluente via· .Jante e e111:scri
º
poderei neglig en ' · d eir a
tor

ciar, . ua.is..
os francês ' paradoxalmente, uma P n
portugueses eram .de todo, a discussão de m at�na.is. vis11 gó1� _e
t
F
o
ran
u
ç i Bern ier. C ntud , . ublicada
e

mu 0 e rn U1t· obra f or p
tambe, m aparecem nas v.ezes retratados nas m·mi,aturas 1 «ut1h· o d'1storc1d - algu m as partes da
o
.
o
ve d e
s

recente-
o

en1 fra � s
zadores d_e
nas pnnc1p . atS. cronicas , . mogo'is como 0 !ado, nces pelo .iesu1t, a F�rançoi·s C at rou em 1705, e apenas
a r ao

chapéu» por exce mente fora hetta' os pnm · eiro


5

. se u a1 c
muitos textos eu lência (kulah-poshcm • ) · Por rada5 1 VolUrn m edit ado s e p ublicad , p _ P i F
. trações
ropeus da ép
- es eI abo u1 d a es do texto ong . .ma1 de Manuzz1, com as valiosas r1u adas
er o

e,x.istem van, .as re oca co ntêm 11· ustra ço


os or

presentações p1ct S enco stante mal exec '. ur


As·, a dest·madas , . avu1 sas, de cenas do
. oncas rnendadas pelo venezian um as s - ba
111as me · o. Alg m1n· 1·awras
ao pu . 61· , 1co europeu. smo assim co nst it. uem 1.nteressan' tes cópi·as de
a 0

Neste contexto, de fe resen-


ve ser concedido particular deSraq_ue à J'·, re eJ rn ogo.,s, _ . . tes de rep
rid a obra de Nic ; o u tr as ·1gm a1s ·m
1 p ressionan
writt ta'Ç�- o sã o 1
exemp os OI dI,anos na
º
colo Manuzzi (1638 1717) por artis· tas .m
d
Mogol, convenc·io - , o volun� os? s coJJ:0 «etnográfic a», provavelmente pm a d a s
reg -
.

. . .na1mente usada pelos h 1·sto_na· d ore_'S 111d1 ªnos én° "'º de M adrasta .
t
uma das pnnc rpatS " f a, d re
1.1gia-· 0 e das
mogol. 32 Deixand ontes• para a h.tStóna . do s fma.1s do imPJ1do A ab ordag
Perce,p - em que Manuzz.i fa d p lít ic ª 0 gratuito
o Ven eza
em Novembro de 165 1 e pass tr05
a oes «.indígenas» destas e de o utras questões, 0 �s
o
ç
a

nco do país
z
por Ragusa, s 1 d]e eJt·
E m.irna, Erzurum, a b nz . os o utro5 ce
1 aço- es persas n to autên
T: . e mwt ( rnbran
1,� para provar con h e cim e
.rta1-1ano seu Precu .
rsor,
do . � i· nt e
0

hgdca, EuMpe En i·ietro uma versão barata d O I respeito


tan to no
que d"z
mm (Lood,cs, ,,n rnuntea wuh the Ne R d ·
.
el l a m a 1
a
11 t ,
V i g
vi

w Wo,/d.- frnm Rena"" nc e a o irn al e) e a sua pos1ç- o ma que se


1993). '. 1s. europeus
0 171 a
pér_i. o mo cia
t o
" N;ccol,o Maooc i s c o m er as
r

''rfi!''' <srabe go1 como aos impé ga escala.33 M


a

c; IN;ccoló M,m,,,ú la r
4 l Mog"l Jnd;a, º' 5 ,a ,lo �pi� Iecram na . m um est d d e
r o
altura, merecerra
tr. William frvine,
P" 61., ""'·ºº ', 1990 vo gÍ;-
t.o• foi
C do, '!', º" ). L o f e 1·"'"� me, o"' "� ong
o
l . (Londres 1907-1908) (r
u
c,;,zi n�º' �e111 -----
s

pr,bhc,
e imp ressão ,
· ·m.-r1 comp ''. º .-. ( °' ,nc1 1·
os vol s. 111 e 'IV
' .,s so.-,, y nmc ,c" "'< JJ <::S� ,p;,c,o De11 Val
d Mant - lc:
. º. " p .,,, " º'° ti"º º 1,h, L; obr . .e D',' },
j,
"
· :1, "·' "'.'aº d/Mogol d,
. li v li , Por cxcmp 1 O •J o hn D.r. Qr,.e Gurmt:·y/ and Afican u '
e

°''" of 1 ""P"".''ºº","'B ulletm


die

e

. of lhe Sdwol 01
d,1 tr
Manwa1 veneziano, aduçao), ver Pi ero I-alchcn
2 vols . (Mil:io, 1986). ed., St<J11 J

195
194

Impérios em Concorrê . ido
ncia: Histórias Conectad
as nos Séculos XVI e XVII Mogóts e firancos numa era de conflito cont
. notar que neste caso o texto persa nunca f 01. P ublicado mas traduções
al gumas pistas aqui. t1·cam, su .
h1'bn"do, produto d gerindo que o texto d e M anuzzi é u!11 ern urdu, . 1 - o Ainda mais recen-
,
e u ma sen·e m , · · agens, atrave,s de e em in glês goz aram d e amPia ' c!fcU aça .
culturas europeia . s, u lt1pla de me suç ·
te mente, Simon
Digby chamou ª n o ssa_ t � par a um manuscnto
trad1. ço- es textuais .
entre el ementos
indianos e europeus' e enrre não publicado em seu poder, a ârf h- �ª��r(Ou Nova História) de
.
histon·adores de art
repres entacionais p ers as e vernac , ulas· Ate, os T k zl i
·t· ar M unsh.1 Isma '1·1, que relata a vi·agem do autor a Inglaterra no.iní • cio
e
. e têm tido dif
munas das im . agens iculdade em saber como chs.�� da década de tenc1· ,_
que acompanham este vo m - comO pintU ra
s lu es 177037• D a mesma de, cada Digb assinal a a ex1s
a
«mogol», como pi dos de outro te . I nte por ypublicar) , o Risâla-i
ntura «do S
ul da Ín dia» ou como pintura « xto indo-persa (igua me . º
princípios da Comp ªhwâl-i mulk-i Firang-o-H ·ndu5tan • Mlf. M uhammad Husam bm
anhi a». d
Af.1r ma re 1. ent a- o q . 'Abd al-Husaini, que narra vi.agens ª Li.sboa e Londres desde CaI cuta,,
z e
ns
aspectos, do cavalh . u e M an uzz 1 é o con tra ponto, em algu·a por volta de 177
.
rnz_ ada que escrev
eiro in diano o
cidentalizado d e educaça ·o pe�1 - 4. . · por autores que acompanharam
,
em que aparecem
eu t extos xen
. . ológicos no século xvm, 0 perJ0 do . O grosso destes rel atos f 01 escnt
ingleses de r egre .
o
o munsh'zs ,
· os sso à pátna, numa Ou noutra unça0, com
f f -
os pnme1ros rel ato
por mdo-persas. s de vi. agens p ela E uro�a e1t. como escrivã como cava-
Embora estes textos
tenha m r ecebido mui� o n\r
ais es, mas também (no c�so de .Abu Talib)
aten_s a -? do que lheir. os a . ar que a produção.•des tes
da Asia, em pa
outros relatos em
p ersa de viag ens pelo inrer1 gozar o seu laz er. pode-se imagm .
textos teri . º · pelos bntamco s,
rte porque os «x
enologistas» in dianos p r an
ceJ11 . a sido em parte m dlfectamente encorapdª ·
pr eocupados co � !'11 :b o . as» de W:lz âyat, e a supeno-
m o problema d
a id entidad e in di ana defmida
P01s serviam para sublinhar as «marav1lh
olhar europeu, h � mo ri'dade . que conu·vessem comentan , · os
á muito trabalho
que continua por faz er. 34 0 da tecnologia acidentaI, am dª .
sabe_mos, os auto deprec1. at1v . onamento
P art�cul a_rmeme ·
res britâni cos
do início do período colonial eSr artl . os em relação a, comida, ª's mane!fas, a, o funci os
ser separad.
º
ª\as soc ial ou . ·
..
civiliz
mt�ressados no mo
do como eles própn·os e as 5 a mesmo ao clima. Contudo, os textos tem de
açoes eram
vistos pelos indian jcar de outros . - o secreta política e econo, m1ca
preco�e noton.e os, facto que de ve exrJ,f,,. re l atos, fontes d e mfor maç a
. d.ianos n o final do se, culo
da�e de, por exem níi P ara_ os britânicos também da auton. a de m
(As Viagens de plo, Ma s fr-i T âlibí fi b'l'd
z a .tªJ'ª'
-b a Xvrn e in ' . os O 0b º ect1v · 0 er·'a mai. s premente
I sfªh a rn· , trad · z na Terra dos Francos) de Mirza Abu Ta I(h 3JJ5 ício do xrx. Nestes últ1m 1 . ]'i-
Tal b . 1111P
u zi d a s p a r h e fun c1·o q u stion áno
a i nglês por
a rles Stew art em
18 10· nal, e estavam orgamz · ados como um
O a ut � r, que v1· · Ch C!t. 0 for ç minadas questões
e
. aJou entre
lisonJ.eira para c 1799 e 1803, tinha uma v1sao . • ner:i sempre. ando os seus autores a obser.var deter
om os ingleses m ois reque · as
nd pelo ap arelho de recolhª de m . fonnação colorn· al· Nesta
as su fi cientemente ag ra daveI
,
contrastava ·
O vigor da
Albion com '
am hért1 �ate goria
cab e m muitos t extos sobr e as rota
s de come, rcw que
bem conheci do
é o _Shigraf-nâm - a decadência indiana. T 'fhas 1igavam
o Norte da I,ndia à Asi ' ·
a central ' ta.nto
a vertente ocidenta
· l
a i wilâyat ( Livro d�s Ma t Y:ar,ªk ' n d ·
� como a on·enta J, par a ,a ·
de Inglaterra) de
M1rza Shaikh I' ra� 785, Pª? o Af eganistã .
cont�nd
s ·
° viagens do autor dua tis m ·1I
' -Din ' scn t o e m de e:xis t o e o Irao, pr pn a In_d.ia'
em ig· ualmen 're io na
Janeiro de 176 s décadas antes, nos meses e te relatos de rotas de. come .
a e
a1s,
a
res colom.
o
6 a O utu bro-N
ovembro de 1769.i<, É interessa
nt que fazem o p
lelo om re l atos de v iagens de escrito
co"' "'º Franc1s . am as prime!fas
Buchanan .38 E' destes relatos que deriv
ara c
vol. xux 1 (198 .
6)· 103 116;
d1 pi'.i·,et 'd, - .. rambc.m Et . torc Rossi, «Ycrsi t rch 1. e a I · .-1 serieti 11
º .. iedirJ
- clla Y alle :::-:--__
. th' M,moir. , orr..gm. au,,
�� », Riv u
entali ol xx11 (1947 ): 92 8 Sheikh� Persian,
ista degli Studi Ori ti
. Tapan R , in
-Centur� Rccor a ychaudhuri, «Europc in f { ·v . ·9. · ce l tcsa
ª visit to Frmudd in, The Wonders o, I lay t qe L ds, 2001).
nd a s Xcnology: Thc Ni e 11r i·
f
V: ,t· bemg
Kaiser Ha ( ec
of
d», Past and P r
765, era_d lpletado em
t
ne ·
b
.. . M1rza A T: J'b 1 Khan · sf h ' n.º 137 (1992)·· 156-82 Collectio� (cOI: r century
e sem ance and Britain in 1
NJirtª 1\1 l7 M Uns 1 1 . Ts S1111011'Digby
..,.H, us,u n ,� I 1. e, Mi�r ª
Js
l a ani, Masir-i 7i1libi fi bil ·1d-i · ·,, cds. '1'f.e '�ov , 1 ma'il Târfk- . .
J l > Mss en h
. c1:1b ' , An e1g I,ce .
h-t d'd s·
udr 11a1 at1v ro de 1773); para uma ana-1·isc, vcr 1111011 Digby « a''']' s New H·1'sto1y», tn
ª
irave ls º1- M trLa b ar 'A li (C á cifra d,, id
A u. Talib K!:7 alcut , 1812); também Charles Stcwart;/rars 11 9
rtJt
f .
•'
Q
Ch . o a Journc from Bcnga1 . o Eng'Iand·. Mun I m I H our o,f Ralp!:Js
t
r e sh i
1803 2 vo 1 s. ( o ª m. A s1a,
. An . g the iea 9· y r . J A : Stud't.es m on
L ndres, 1810). e d· unn l r iSrophcr Sh k
17
fi .ca and Lump
<, J E
ac lc, ed., Urdu and Muslim Sout? sia
- ,
1 ,
c ·, Sh·igurf na
l\Uss ,l[ (D
'° ope·· b ·. Alcxancl· ., coJ1l.e1711;,ig tra!A si·a by Meer
e ce e intelli· genet.
cli, 1991): 49-65 e·'
emg the travi,fs· . .
p rs ·1111 . ulo d e exemplo D . H cnde·rson t. rad., Traveis m w
i:.ur mah-i-velaet: Or x ll nt
.m ' /2. 'lut Cf· a tn
3�
.
. s mto H . t .t: ·
m,: 1tesa Modeen tran 1·I e 27)' , h the
Pci . boOllah, 1812-1813 (Calcuta. , 1 872)· Mo'i1an L'al' ]011-rn·al e
º1 M
anuscnpt
.
a
· w t rrt o, a i ou1 th roug .
f
t
-r. •
·
p.ara unu. t rad _ . am,e,, Wtt · /:1 an E.n slated jro h e or - . 18 '
n;ci ' Afghanistan, Turkistan, Khorasan 'and Ai:irt of Pers1a,
mdo st rn 0
.. gltsh . n and notes (Lº.ndrcs, NJ1r· ia
w eut.
uçao mais rcccnr . 'versw . 111 °mpany ·
ith lr
c do persa para c r 1
o inglês (via Bengali), v

196 197


e XVII
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Séculos XVI

ono, ,.,..,ica
d ge g raf1 ec
tentativas da Co mp nhi de m p men e o n de
soes dª_
a a a ea to a o
dim e n
do Sul da Ásia, bem como dos centros de vári as
t es te
,ctoS,
. e ' e
se poden. a esperar res 1stenc1a m1·1·1tar . pa radoxa1m p or se
h •
n te s

l nial , c abarn
produto das exigências do início do pode c de
el tos
o a
r
r o
a c e t
assemelhar - pelo menos num s entido forma - ªofi ciais
l r os

s p le trados
viagens chineses, escritos no estilo de gazet a o r

s
do período Ch'ing e mesmo anteriores .39
vá n as e
ratégia
Temei defender que em à n a di p içã a s
.1;ha s d Capítulo 7
s os o
a
t os oss
;
.
a rm
de interpretação, que nos permitem evitar tan to
íci
as
c om�
an l
á ise
mu n do
l ad n in eú
técnicas d leit di g c ricat
eª .no s O Guzerate mo��1 ed0 isso-1581
e ura a ona a ur as o o
em vez
textual exclusivamente concentrada no autor,
r sco de
objecto declarado . Alguns destes comentários corre
ã ; t ue eú,
ibérico na trans1çao e
r o

p tic n te s O
soar prosa icos a a guns dos me us leitores , a �entoS
s doeu
l
e
ra

auto complacentemente, es tive aqu i a prega r. E certo histo­ u, m a s a v erdade e, qu e


re . vez reparo mudado d
por mim analis ados poderão parecer demasiado f amil i a
t da era
s ºs
Não sei se Já alguma ição q ue não tenhba não é como
n 1 opos sa e,
riadores do imp�rio mog ol ou da presença europeia . o
:e te,ctoS nunca houve t!ma' ou conta do 1eme. E, contra,n· 0, é mui·to
a o. peIo
pré-colonial na India Esforcei-me por mistur r a lei tu
iênCͪ rumo quan\do tom e, ass . ·1m mes.imso e, a causa dªquilo ontar,
a que
r
. oven
a
de p se pensa, ga o q ue
publicados com material de arquivo e por usar fontes teriais ade e, que
s podemos c
r

tão diversa quanto possível, não ignorando a náli d e ste� 01\ os importante. A verd o, a coisa com que
ad d ur
chamo_ o nu, c1eo o ítica!
a se
d I g . des ( 1930) i
feita por académicos literários, do mundo ibérico e :�erente l
a
, na P
n
um da
a

Tudor e dos Stuart. Mas escolhi deliberada men t e u m ân g ulo _ 1


h i5 t ri a d
or \ 0 con tinu
Robert Musil,
o rn e rn Sern Qua
li
º
H
de ataque, mais adaptado às capacidades e predilecçõ � s o Súl
. O
o 0
e

que ,us a os arquivos. A história das imeracções europeias c ;o para


n
da Asia na época moderna está longe de se esgotar olha pr ova­ Introdução
Camões, Shakespeare ou Dryden; pelo contrário, estarem� ,1 fail, . p.ir aça-o estrutura ­
s
u d e 1n s rn a,
velmeme muito mais bem servidos se procurarmos em A estava
De p , ?d 0 d e desde, m, e� _da e, p oca mode ­
pois de um longo oriador ci
Khafi Khan, Diogo do C outo ou Fran cisco Pelsaert O q rarn ao .
hsta, pela his toire événementielle, os hist Os aconte
en
ado d
ue
i fi c
- quando mogo, 1.s e francos se confr
o ta
n rO ig n quê ia,
c
realmente em ques tao 111ai• s recentemente, voltaram a cons1.de.r,a gados. E 1:1; c. ons,e oções
s n

terli sn
longo de vário s séculos . 111entos e da confluênci.a de p racessos in o euro- as1auca, a chave
. . ter acçã e·i tos-
o. h ab.itu al t , · a da in m » , con c
recurso, h 1 e vi g e outr o,
interdependente s de «crises» e «p ontos d x: estrutur al>> p ar.: ítulo
na s on ra

le o e ap
u e exp1·1cam a pass agem de um «co!11P uas de' cad.as· E st a-
te «dra m ,
of
. e. ·L' q há d
. «Narraº"
s1atr ten1 s1·do · o que alm en
Bumes and Dr. Gerard (Calcutá, 1834); Ahmad Shah Naqshbandi, A mai·s questio na d d o t e c1
ns·1ç-a0 p
o n
{ the t� nto de tra
rhe Traveis of Khwajah Ahmud Shah Nukshbundee Syud», Jou 1..,1. dakh e ,� debruça-se
rn_ al
v a sobre um mome . g\e. s corno. kThe.
Society of Bengal, vol. xxv, 4 (1856); e Idem ' ,<Route from K a sh01 1 , i et 0 �
� y fCr ara o 1n ms
p irhne W1l 11, 0
r
Yarkand by Ahmad Shah Nakshahbandi», Journal of the Royal As1-at1·c sOci1bén1 Mª�l - t raduz id o . E
I , e rad
ben Musil Der Marm ohne_r·t·g\nsI NoW Happe� s (li 'r uma personagTesa)
en
Britain and lreland, vol. XII (1850) Para uma análise recent e, ver t:ll; J1.,1.,acullrs
c? a ft )
M Roi
1-

Szuppe, «En quête de chevaux turkmcnes:. Le journal de voyage de Mrnirrrt'e,rce et I e W thout Q lities, Jivo: The L,ke 01 t alavr'as s·ão d1ras p� da tradução ing .
e �n
c.rnst K a·1ser ua 9), 415 A s p • · a a partn
de Deli à Boukhara en 1812-1813», Jnde-Asie Centra/e. Routes du, co conde ein (LondreT:s ' 197dução p a·ra portu gue�5 Je1J
idées, Cahicrs d' Asie Cent rale n.º' 1-2 (19%): 91-11 l.
' _Cf. po r exemp_lo, Claudinc Salmon, «Wang D ahai et sa v1s 10
. . s
n d,c . , c 0 ncrée5 1 L sdorf. (N. tra
199
31

(1994 ): 22 1- 2 57· \
.

msuLures' (1791)», Eludes chinoises, vol. x111, n."' l-2

198

- de 1580-1581
transiç. ao
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos O Guzerate mogol e O mundo ibérico na
Séculos XVI e XVII

cn.st1. anismo da Contra-Reforma e o su01. smo heterodoxo abra çado


tico» no mundo ibérico - a p assagem de Portu gal e do seu u· npérÍO . em
pe1 os mogóis no fm . al do se, cu1O v1 que propagandistas, actuais b·
para a �oroa dos Hab�burgos_ :� 1580-1581 v1· t
- _ : ? ª parur
. da
· tenci·
onado s do Dfn-i· Jlâh'i (5i·cX ' a ...,..
'd
i -i Jlâhf) tem s1 _m ca- °
p e�sp ect1va de uma re��ão p enfenca ao mu
ndo 1b enco
_ a fodia In • par iauh'd
pazes de escam otear. E, neste contexto mai·s amplo que exam
mare1.
o cidental sob os m ogo1s. Pr
etendem os ultrapassar a metodolog
ia l elos
que escolhe apenas momentos no tempo ..,,, 0 .impacto da transição decorrente da anexação ' de Portuga, . P os
e no esp aço que refract a I" Babsburgos' em 1580-1581, sobre a reI aç�- o ent' re os
mogois e
complexos institucionais inteiros, e que a
retiram do emaranhªd0 d - especia . 1 , s su as impl1cações no u
G zerate,
h.1sto, n·a noço- es ab solu tas, mas muit· as ve · s, sobre «re o- v P0rtugueses, com atençao ª texto da Provínci. a do Norte.
zes qmm · e, nca e um olhar mais apressado peI 0 con
luçõ es» e «c:ises estrut�ra »
is .
A conquista da região do Gu zerat , . .
e, na Ind1a acidental'
e) os
mogóis em 1572 contribuiu indubitav / da ­
elmente p ara um apro un '
memo das relações entre esse estad , . ues' O contexto da transição
o e o Estado da lnd ia P rtu g
qu e aí estabelecera uma presença ?
na primeira metade do secul xvi. . m1·ssa- o J·esm,ta a, corte do
. ente re1°açõeS
.
U11_1 conta_c:o m ais �stre�to não s1gm·t1cav
. . · a necess��iam A 31 de J aneiro de 15 80, ª P rad Akbar testemunhou um
r im e1
mais cord1a1s, e a h1stóna das relaçõ , ao final do 1nonarca
es lus o-mog o 1s ate mogol J alal al-Din Muh�mma · a�e
século XVII p ode ser considerada . ra.2 ec1ip .
se lunar p or v olta das 11 da no1te ' a meio
caminho entre Surr
, na melh or das hipóteses, m� fl'l nde im · portância
Os momentos de ostensiva hostili
dade foram p oucos mas a em 1,.,,.
andu. O aconteci•mento, de outra forma sem gra · e portentos
ser dramáticos: se a guerra inter
, · mitente entre J ah angir e O
'. r; r a do mesmo n o s éculo de Nostradamus,?bcecado com sma1s
·
r um
da Ind1a, de 1613 a 1615, é um exemplo m } h li
g apocalíptic ·
mve s ud d e g .
rande significado po
enor, a captu ra de pU os a cabari a p or ser nesse mesmo
o
dos J.esuít '
1

em 1632 pelo general


do Shahj ahan Q asirn Khan já é °:ª15 1 es- . . r
as' António Monserrate, qu e
determinou qu.e . em
u spiro
sionante, e foi um tema que ins
pirou os pintores mogó1s d� epoJl'lª
fl;P ca­ momento o cardeal-re.i D. Henn·que exaI ara O seu úlumo s unci. ou
Por outro l ado, nessa «Era de L'isboa . «E considerar
que an
conflito comido» , houve tambem u ste eclipse», escreveu' «pode-se e P ortuga I dep
.
ois da
certa pressão mútua para a br
colaboração das duas entidades, _qu a nto as t n'b ulaçõ
es e mágoas que se a.bater a m so
, e Portuga ,
1
mais não fosse p orque o pre ) s­ ar da altu ra
ço da h ostilidade declarada era sunP e 1110rte do R
ei H enrique . » Um
3 di� o P o P ul
Viva El-Rei
mente demasiado alto em term s deseJ ·ava . no Além: «�
os materiais para as duas partes, e o má sorte ao pie· doso rei na vidª · te'stamento /
benefícios nada evidentes. D · Lr nenrique / no inferno mu lt an / p 01 s deixou em
s , , em conversas com o.s
· o os
- ob stame, temos p0rtugal . ves
Nao de compreender que a natureza da reIªção aos C a stelhanos. » 4 Akb ar' o m o estJ­
claro que muito
a
tornava m· ev1t· a, ve1 a procur .Je
. ar a suítas na co e1 ·x ava
a de fraque zas mútuas e a tendên c1a rte em finais de 15 81, d,
ava louvar
e res, pe1·tar
cada um a das partes tirar . .
P
nu 01a ll1ara; na ver ' a te «d e se J·
v antagem de qua isq ue 1t era ç ões dade' escreve M onser . ' r
nnq · u e, como se
.
c?nJ untura m:1.1s a1argada . Nã o de a santida O Rei He . ue
r a
o estava a penas em c ausa, d pon t '
de, força mora e 1 c?_ n tân c t a d D Hennq
vista portugues, a rede de º I( D1' fora um seg
s
5 0 nasci m e nto de
trocas de Chaul, Surrate, C amb ai.a ha undo São Sebas u ao ».
bayat ) e D.1u e as receit ·· as da terra e os impostos aduanei·ros de ( Ditl,
if Father Monserr
ate
D ama- o e Baça 11n
S. N. Ban cqce e John S., Hoylan d , trads. The Comm �1. �ara uma análise d:
· , CUJ ·a 1m rS
p�rtância é testemunhada pe 1os Orçamen o � en
S 0n kb 9 ),
e de I C t ar Aº ar ,(Londre,s,. co1 , 22 n,ente o comer�
de
de 1574, 1581 e 1588; havi
11 omea da
a também a qu estão da prosperida d
outros sin oumey to t?e oul'. � . m'f
. J. h.1s J
do
ic, 1 p oh n . 111, re1m-
, 'dge vo
1576 15 ais cel estes i nvestidos de s1g r N 111, na trad H . Beven
Surrate, do ponto de vista h jj, e 1
mogol, 0 problema espinhoso da : - 77, ver Shaikh Abu'I F·azI , Akba .c10 o co m e'
t� co m desastre
Faz'l reI a · na asp
fá,
Pressão 1. e·
. , Sultan Ha1'dª
a yrocura de prestígio
em relação a terceiros, cspecialment s a ova De li ' 1989), 315-318- Abu' l .
�� sso po1i·t1. co (N mo rte s de S h ah Tahm
Sh ah ls n o Irão, onde é associ. ado a, s.
vidas e os otomanos, e, em
menor grau, os usbeq ues. AI _ ,di
Pais, onde
m1'il Ir .o. do Crato cm o norte do o Mundo
. .
ex1st1 a uma tensa- o I'deo1 og1 , .ca mu .no efccu. va entre as pr.ecensoe5 do ,· Citad Pn 1
' · · C gresso d
teve um o. cm J. Augusto Ferreira, ga pai,·a França...», lll on
. o
a viron. a efcmera, e a SU,
. .1 fu
«

,
Port;guês, vol. v1, pa,rte 1 (1940): 1OS-l.��- ne · ee, 129
Ver, por exempl o, Sa n ja.Y, Sub Hoyland e Ba q
d t11e
Merchancs of Surar, c. l 700», rahmanyam, ,<The Estado da l,nd';b'an Th
e Commentary of Monserrate, e
l'he lnd1an Ocean NeivsLetter, vo l. VIII ( 1 ).
2

201
200
81
transi.ç a-o de1580-15
O mund
o ibérico na
de Filipe II,
O Guzerate m ogol e
n ,
a epoca
diterr ân e o dere a
s consi
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Séculos XVI e XVII
.
ic s b
_ r e O Me r fr n ce�
Braudel, na obra clás o
, O aut
a
0 onto
-1583), d P6ora
a
ex agero
s
. 0a e a
o

fora marcado por um sinal invulgar, a queda de n eve em L e, n'urn a


isb ainda que com caracterísuco os a o o 1 5 78
.7 E m
. o 'de 1580-1581 (e, em geral, do se,culo» licação
s
at transiçã e m
sua morte não deixava também de ser notada n os céus, e p nod
v ir a g ex
de vista do Mediterrâneo, � « � ;ese;penhe um P P:nu�co p�r volta
ª 1 a
corte distante. d
u it o ba · a a
a lógica da política inter nacion _ terra�neo para o Atl rr,.orne nturn de
a
A. transi ção de 1580-1581 é muito conhecida m e de tl de d 1 e
na h1stona
.
dos s es se n ta anos braudeh.ana da mudança dO Me enta-se no enorn:i econ0, mico da
, portuguesa: para alguns oé início . guraçao de � . s s t . r 1
e . . de 1580, a sua mterpretaça- equi1.1b ,
Inglaterra.
u 0
« at1ve1ro » espanho1, para outros n ada mais é que a m
au
0
uestáO o pra z B s e da
o no
. . os a q
.ine, rci. d 1 n g es x tam-se,
a n as mu danças os Paí s
o
m ªnifes
a i
v ss
e
outra dm asua em Portugal, a dos H abs burgos. S , . , das d m
O
e
Europa, que p rovocou a as c de fo rç
político
6
e 1 sa o a s
d . s dO l ento substrato os nurn cl,imax to de
en
apenas n a perspectiva da lógica de u m a t eor ia d «. 11: ? >'.cado
_
o JI1
1 s1gn1fi a
e
- . . . As placas tectónica nt 10 01en
re1açoes mtemac1on a1s, não desdenh ar íam os o potencia n conteciine um « n
. barcou na sua opinião, a m,ve1 dos a o uma «cn·se» e
desta transição. Afºma1, em 1578, quando D. Sebasu·a- o em s ªnha mp
l e ª E P cio- dramático, que é ao mesmo te a qual
quer estu-
sua malfadada expedição ao N o rte de Áfric a, Portuga . e p r ou,
. . terna .
viragem». . a, é eviden t a
ores aju.d
estavam 1mp1·1cados num coni unto intrincado de a1·1anças m . as entre . p 1 ,
1 u c o u t r s act
d Regressando à dimensa- o os dos lo óbvio
o o
na·1s, envolvendo a França, Veneza, os otoman os e os saf'avi 'ºlítica
e
d v ári rn x e rnp
dante da época que a fraqu � z a sua posição. U ionava so
b
a e e
outros actores. A amálgama dos dois nu m só, a ní
vel ?ª P tO r r o o func
a en d t U v º
·d

1
a Coroa espanhola a co�s h i
reahnh rn por e por seu trou incapa z, de .io
o a
internacional, terá tido um efeito de desestabiliza çã l ll ( q u
ses, mos
e
a França, que sob Henr�que apo
o
importante no sistema de alianças. Os nacionalistas portugue rt gal n de M édicis) se mai_ s_ do que um auto­
po o olh ar atento de Catari er ato,
exemplo, têm muitas vezes alegado que foi o casamento de es U"_,05 ofe rec or dO Cr Expulso
a
,as guerras r elig . iosa ·
m t rn as de n i · , Pn
c om Espanh a que d etonou os ataques h olandese s e ·mgl ªbaria · s ' n tó
nte D A de J unho de 15 ta a 25 de
80.
es e o

navios portugueses no Atlântic o, na década de 1580 e que ª� lªr o pouco c onvicto ao pretende 1 9/ 2 0 ro
v P t g al em a p ó s uma der epois para
por levar _ estas potências do Atlântico N orte, após 1590, a _ ;a por proclamado rei de
uque d
e Alb res, d
u

1
r a
s Aç o
o
n
monopólio português da Rota do C ab o. Esta opinião, apoi� os de pela armada espanhala dO d n .io fugiu p.ar�a o poi. adas pelos f ra _e
nto, d
. . .
alguns dos h 1 st on ad ores c ontemporâneo s m ai s es q u e m
áuc Agosto em Alcântara, D · A d"1das exped1çoes sequer o facto o
a

0 rtU
gal c m
. p França e, após duas mal-su a Inglaterra.s N��n_ o do B rasil co
e
-
·1mpenos · , basei·a-se na expectativa algo ingénua de q e
tef·larn la
e
r
ceses c ontra os espanh,oi· s ' pa anceses o ternt. co010 vemos pe
u s

· dependênc1·a, os h olandese s e os ·mgleses suas


o
· esse mantiºdo a m
tiv s fr o1s, 2),
aceitado a lógica do Tratado de Tordesilh as ( 14 94), apes a
r das do- D. António ter ofereci do ao do monarca Val tro z z.1 (1541-15.8 a'
. o gem . etro S apoi
compulsões económicas prementes e do seu de sprez o pelo P � es is� aliviou a falta de c ora_ Fºli po di P1 ho d: 1 532 em
ª o

n n 1 p
N a �ossa persp�ctiva parece que, pelo c ontr ário, par a os h ola 5 ::!li história infeliz do florenu o
çores em corsáno-
J un _
c as u .
enviad o pelos frances e . a A
0 rtuga
1, pelos
e os ingleses a ligação de Po rtugal aos H ab s burg os era u m m
s
o p
o
s
rta d c o
ol e m · s de
D. Antón.io e depois· desca om1,01·0 espanh á el aos des,1gn10 go
o
conveniente, mas dificilmente muito mais que isso. tr an- .' .mter n a ao d v D·1o
· ·r esta ·mterpretação «política» ·mge, n ua da ai d
' ·1 dº1stmgu1
Sera' utl formº1d . or D .
e rn . A oposição . . u m Obsta'culo a co05utu1'da p
sição de 1580-1581 da perspectiva bem mais s ofisticada de F l vistos, não c on stituiu . ria er
. · t r m ais se' 0.,
Filipe II. A op osição 111·1
1 i a
o r ld in the Age 1
6-77
W
t-··:
li '}'ba v!il the Med 9 2) ' vo l· li ' 117co11 . 111erc.a-
ean
iterran
Para uma smte_s� algo med1ocre, ver Ronald Cuero, 1580 and v o l. nd
1 7 ·b la d as \
he M edit lds (Nova Ior oc'.iações atn . tl e Por tuguescl
. .
n a
..
,
nea
Ph1lip II and the Polmcs of the Ponuguese Succession» Portuguese St11ch�c5,end'-nci a:
6
r ra
Fernand Braudel, Ts·-
« e
e u u
Re n o n qg . w '1
1t1 1
(1992): 1�0-169. Comparar também Queiroz Velloso, ;,A perda de indc o Mtirido
p Phi·1·ip II, 2 vols., trad . ian y uas rade . vi, parte
7

erra, e s kc,"E \i...sh 1' Portu gu�es , v ol


e
n
. gl at
ernos e ex ernos, que desta s O ónio cm J Bla n� d o
Facrores in par ela contribuíram», dore Sobre . Ant Devon, ver )ol1 n W resso do /1,,1,1.,.
o d
b,,iI u·ssant
Con gre s s

Português, vol. VI, parte I ( 1940): 9-40.. Ainda não temos um estudo glo cn1e1,ce ii
t t a
s de Exeter e do 2 9 ,, ' ª ut et p;
16
ng
, dº10 de ensaios do género dos dedicados rcccnt
o
h "'12.inp·ire · · , 1581-
C h
t tom be
d
m West Af nca
e
fase, �u mesmo um con_1pcn
a
_o . ,n ort e
u

u on mglesa de L
1688 cm Jonathan Israel, cd.,
11 tc
1)· º
(1,40): , ª vie ).
«Glonous ,Revol n » 9 313-335. .. ,. r de 1·orsay i; 08
L No ' 16
g lo
dg�, 19
T h L
Sie i
e An
Moment: Essays on the Glorwus Revolutwn and its World Jmpact (Ca111bn \,is_ world , n · ..t (P ·1n.s: G · e
. ·i Cf· He1·p' 1·ann Tafh
nd seigneur Philippe de St1·ozzi.
Mas ver, entretanto, Gcoffrcy Parkcr, «David or Goliath ? Philip II a e d the
in thc. 1580s», in, Richard L. Kagan e GcoffrcY, Parker, cds.,. Eur�p �� 66- 203
24 2
Spain,
s H onour of John H. Elhott (C m bndge, 199 5 ) .
Atlant1c World: Essay n i a

202
. a_o de 1580-1581
o na transiç
Impérios em Concorrênci.a: His. to, .
rias Co nectadas nos Se,cuLos XVI e XVJI
O Guzerate m ogo l e O mund o i'b ,
eric

de 1 7 de Maio
ac.ima de tudo, uma ameaça Para eles. Numa carta
de Meneses, um antigo govern , d1" (1576-157 8), dos desígn1·0s
ador do Estado da I� de 1580 de Istambu 1, d,. zia · « D,. seuti com eles acerca
ex ecutado depois d dor ª o de ocupar
e uma defesa do fo ne de Cascais. embaiJ{ a ·
expans,·om· stas do R,e·, de Espanha, que foram O pont dem, ou
corres- . o de Portu a1 e os pa1,ses dO Levante queª dele depen J que
veneziano Gi oan Francesc O
o M or osm
.. i d esc r eveu o na sua o rem
pondência para o Sena d do o g enhor [e
o como «o m elho r gu e-rre i. ro de tO sej a, O rmuz e outros que fazem fronteira com este S . de fazer a
Portugal (il miglior uomo e criticotl · , tendo se expa, ndido , des 12
ta maneira,
fortemente a sua morte, .
da guerra d.i tutto JJOrtoaal o l o)», nao se dete na . dep01s
dizendo que «uma pessoa de sangue no· - rr -.nar a sua ruma...»
bre
gue a a este 1. mpeno
, . e maqm excepça o
e posiç . portan - o ·igno'b.i1 por ter servi do a
_
. ão im te não merece mort to m an a co m -
, .
a sua patna e o
e ta · ha Mas é interessante notar que a corte o '
<l . ra a exped1ça
zi ' o
seu senhor contra um re. , p r e om qu em não un de de uns poucos como L 1 M ustafa Pasha (que co n u
a.
ªª entusi asma d
ainda qualquer
. ra mili. tar, vitoriosa contra Chipre em 1571) não se mostrou sassínio d0
a a
ob rigação».'º H a
via outra reputada f��u
quem se dizia que se tiv
esse a companhad o D. Seb asnao ten·a ev
itado . dos efe1'·tos políticos d
O as
O poder ot omano sofna
o desastre de Alcácer Q _ ra o de 1579. Um
uibir, e que detin�a cansm� :. ufciente Pª
; l Grande Vizir Sokol_lu Meh:11:d Pasha em O utubr ra recrutad0
Juntar elementos de u
ma oposição: D. Lms de Ataid ( S 7-158D; sérvio bósnio de ongem cnS ta, Mehmed Pasha, _ que fo vamente a
conde de Atouguia, n pos1ça efecri
a altura vice- rei do
Estado em Goa. A o pelos através do sistema devsh.irme otomano, dommara durante
concertada vm . da do a do de Sü man, e y
clero ou da nobreza tm . h a s.ido resolvid I egr e cone a partir de 1565, u, 1um d rei na le
agentes de Fil
· oa n 1·nar, em larg- a
o reinado de Selim II (1 566-1574) Continuouª determ III, razao
o o

, - ipe II, como Don Juan de Silva, conde de po r ta 8


e Cnst · ovao de Moura, . l de 157 , de M rad
numa altura em que que co m eçara m a acruar no f ma · ha med,d · a, a decisã. o po!'1t 1c
· a nos prn ·. neiros anos d1'v1�d,.do peranteª
o resgate dos e Áfric:Ma un pe[a qual o poder otomano se encourrava bastanre ta-
am· da de ser tratado. c tiv no No t� d ca, . Me h m ed Pasha no
Fam,'[i' as como os Gama, o s Tavora, 05 as i · d
a r
a ,
os
nova conJ.u ntu ra. A re1evaA nei.a da lllflu ênc1
. nta do comercI-· O
e
renhas e ate, os C , · C,a e taJve -se, por exemplo, no pape,j que teve 11O en. cor . aiame r!,- Or formaçao
.fmancei.ra ast ro eram d
emasi. ado ms . eguras, 'po1ttI
mente, em 1580, p s po d
ucOS inglês nos domím·os otomanos O qu 'ai facilitou ª
poste
que res.1st1.ram, co r esi .
.s n r aos Hab sburg os, e o e , na- o aceitemos 0
. VO conde d· a Companhia do Levante em' 1581 · Mesmo que
a a r
mo D. Francisco de P t1 eceram 0s
.
Vim1· oso, em b t g i , P o llu m o rreu apar
m para o exílio com o pn. or' dO Crat , ,as
uta
reve partia
or u a
senso comum d que «as;'� S ok o
M esmo assim . a 0
. qu e
m o s . gnorar O facto de
,
an ex a ção de P · u m e sf o ç d a r .
Prime.iros sm
e
. de d,ecadenc1a», não p de poder
· w . a1s turbu[Aeneia no
o
reservas m,·11t o nugal ex1g
· ares dos H
ab sbu rgos, na penuna , . na mai. or par t r a
e que o seu desaparec1m . ento pr.ovocou alguma
Europa oc,·dem . bran da Otomano.1
- a!. Em ter
, o a ia, Isto os na- o se
pressao em pe1o mos tácticos era necessan
menos a1gum as fren c ,
3
. o str u , os c '[cul os oroman
a 1ºu· n I
. aas , da dipl oma a 5·é.r.le Alem disso, como Braudei m o tempo de Se
o
exp[1c tes, a traves D e s de ,
ua vontade e fri ca.
de tre, guas acord de apressar a confirm ' açao - or tratado d reiro r duziam à Europ a e ao N�rte d A
ri e n a , c os safav1das.
P f ve que se ocu \ o
adas com os
otomanos· em Março de 15 77 e êS ,a p avam da gestao da rent ! ��11as a verdade
e t
s1gua ,
de 1578 e Março
de 1580. 11 Por outro · ado r fran J aro
' c O peso das duas potencias era mu1'tíssimo de
. e po
Su 611m lado, o em b aix

e
A

rta, Jacques de G e
aos otoman e rmigny, to rnou com pletament I era, ". E. Levant, ou Con·espondanc e,
os que a uga ., ; ce dans le
ocupação dos
Hab sb urgos de Port Charn erc, ed , Neg tion s e la Fran
5 3 ) 908. -910. . Les événe-
Mémoires et Actes Dip.lomat ques, v oi 111 (Pan·s, 18 . pir
. .. d ·
· «Capogée de 'l Em e OcwmanttO. man (Pan·s.,
--:-:---_ ocia

u Jean-Louis Bacqué-Gramn . , l'Empzr e O 1 1 ulo


z
io 'J,e e éc
.
> 1azion
c d . . · ed-, 1t. V incncs (1512- 16 Ro bert ;����ran, cd., H_zSW� :cade po derá recu:�e� 1 unsd die
I G 1o an F
ranccsco Morosini, 1581 . E gcn 1 0 . A b crI,
, . 1 vo 1989): 157 O 06) , m sens'bT»
da de h isc on og r f
. i. d eg1z· amb
· u nos.es.tlJ ' serie ' el itor com . 1_ i 1 · ,
l
», m
e' n1c1'0 até. d von R nke Di che Werke,
Relazzon e Osm
(Fl ��cnça, 1861), _2asc1 enato durante il secol.o eIelll aos csrn. dos cIa'SSICOSd de Leopohl undert ;- vols. (Sa111111to]'1ta
. .ato i-i veneti ai S
�1� 8, cspcci almcnn.: .s an · '
de 183' 0);
Cf. S. A. Skdln33 , e. �- v
. ·
'· n,eira vez Por .
r:
cr, 308. . 1 ifl 1911( • ische Mona rchze z·m 16 un 17· J hr
la pn
l
Boswonh, cd., lslam «T hc H1spano-Ottoman Anrnsnc ...c, of 158 go, », voP 1s. xx · z1·g, J 874, Publicado pe
a

' .re Ottoman depuis ·somente 0


·
e. Josephxvvon
ngm
e xxxv1) (Lc1p
· · n o
"
e

fn V. MinonÁ-•y (�·d'1m b ur l l esp ,ec a


491-SIS O acordo
de 1581, gi. zado deo l "''f </' r il a .. . li ' Histoire . -1843) ' vo
an 'Empi
Hammer-Purgsta
d f l
(Pan.s, i 835
ran: e 1 l
·
d
, ,ni Ma g da
Is., Budapeste,
M nw'
Jttsq,1 '.a
f01' a�' "'
sin ,i. do c'm' 1:· ' . ad o espanho p . . . ·5 c)(te.. sarJeS5l•
oi G iov,ll ., 0 nos ;.ou,_-s, tr. T J He l cn l , 18 vo ls 10

ma is d e Jan eir . l
Vol. Vt1 (traduzido .. -. /: i ch es,
da sua· Geschichte eles osm
.
o se ano. Para uma ª11ª,, 1 1se • 111•11 w e rJ 'e1•

e
des
R
r: �ço;�s oto,ma1� 0-csp a n is
· c , en
l
?'hc I orgottrn ho anholas. 110 No�-rc de, África, v�r ram i ndrc ;.011t1 1827-1835 ).
(Chicago, 1978). ntier: A H1story . bc �:r�
oj the .S1xteenth Centmy Jb Afica1 f1
7

205

204
Impérios em Concorrência: Histórias Cone - de 1580-1581
transiç. ao
O Guzerate mogol e O mundo ibérico n
a
ctadas nos Sécu los XVI e XVII

perceber a distânci . . . espanhola e portuguesa em


é que, apesar da sua vitória em
Chaldiran e m 1514, os otoI?anorns a entre as pers pecuvas
foram incapaz es de derrotar tota meados da década de 1560.
lmente os safávidas (com nha scamos afirmar
f ei r o a os ma me luc os n o Eg
i pt o , em 151 7), e Shah_
� � as Com a vantagem tempora1 de que d'ispomos' arri· · ertura
(e. 1524-1576) mantev e-se dura � �rnp que as razõe s que levara m a eorte portuguesa a reJe 1tar a ªb .
nte todo o seu longo rema o a _ anacrónica, da quaI. mmt
os
figura problemática par a Süle rd o Otomana se baseavam numa percepçao
com o trabalho de J ean Aubin
yman e seus suces s ores. De
, cªa�i° de h.Istonad .
ores contemporaneos são am da v1t1mas
. , · . Pensand 1nda em °ª
e outros, em meados da de «rumes»
. contra otomanos,
A

1560 os Habsburgos e Ma ui r termos de Dm a tanto custo


.
ximilian o II tinha m tentado con��ªrrn d e fen d'd 1 em 1563 ' viam
1ocalmente i ' wgu se ,
a
uma aliança antiotomana c a mplantados e guzerates' os por
s
_ que a
e
om Tahmas b. Nessa altura O pr ·· ,
fora a falta de cooperação
dos portugueses, já que os er�us�:
? ,:i os Su1eyman com o um «e onqms · tador , Mundia!»e esompamçovoseroªfeigurana.
tinham de atravessar o Est conces são aos nnetro d
ado da Índia a caminho do Irao._ foi oto manos de um cent . u recente-
nestes anos, relembremos, um erro fatal. Mas como C rnell Fleischer demonstro
que os otomanos encetara m negoc�õeS � Süleyman
independentes com o s po mente, a natureza das ambi.ço es e da a
utopercepção de
rtugueses, o qu
e acontece ria pe la p rr
. eira de 1540 e ª
de 1560.
vez de sde o início da
década de 1540, quando D. J o o ui s tin· ha mudado con sid · eraveJmente entre a década Ah b
.
· e si·gnar.-se Sa t -
di.scuur, ·mfruu'feramem � II J�i- Se até 1550 Süleyman se moStrara me . 1·m d d
e, a pos sibilidade
de tr ocar quannda' des i o Renovador
a o a

tadas d� pim . enta . o pro . - Qzr . ân, «Senhor da ConJunç . ao» - e mes mo Mu'}·addid,. ou« ,
, p or t ng vemente dos domi,�i. ?s 0�0manos. A . . s visto por s1 proprio e. pelo
s
com ra no do que acont . cada (da Era)», a partir ,
dai e ca, d ª v z mai de
ecera na década
de 1540, a micianva na dé e .stador (agora prerroga uva
e
de 1560 partiu dos o seus cortesã
tomanos; em 1562 um embaixador cheg ra d os não co mo um co nqm r d m
se vador. da
Bassora, a Ormuz e e � ' ÍO Fat1h . Mehm o um con r
o e
m 1563 os portugueses envia . ram um e missar · e d e Se lim I ) m c m e Ref' ug1·0
, Interna (daí O títu o PâdshaAh - · 'Alampanah, Imperad.or, 16
o
.
as
em resposta , A .., . .
m o, mo ..1e1 xe1ra de Azevedo, a Istam buI , al e'm de oucr.o e u ma
A

l
· '
em1ss ano · de L1. sboa, s d0 Mundo At O D ador de Le. i.s. ) D .
1-,,",ai d Q n ' gime _
. o mi ster ios o N
icol au Pi tro Cucc m· o, que . ' e mais ta . . e de se stab
1 1 1zar 0 re
a
A

.
ani
tarde sena o vedor t
r e
. da F de Pr.uneira tendência pa ra siS te m a ucam n
azenda res pon s 1 con10 o mnao
e
. ável pelo s car regam��bro
e
pt me,ma em Coch1111 safávida u
sando membro s dissi dente s
. · da família rea ez
. Receb'I do por Sul , .. eyman a 1 4 de Novern rte ' s-1550 tentou cada v �
º

de 1563, Azevedo f à de 1'ahmas . S " l e y m an p


oi para Po rtu
gal em 1565, onde propos co p, Alqas M1rza, o � . lo menos, com
os
o
·
a p osstºb'1l'd i ade de um modus JTl m ais dema rcar fronte·ira s e s sm ar trarndos, pe 1 '
vivendi em que os otomanos cei·ia ª
A

ado na d e c da
permi.ssao - h a m p ane
a
' seus vi.zmh . . s tin
para comerciar .
. livremente no , . m e a- sc . os a siáticos. Se os o t ma n
s uma pos
.
iça- o no
ocean o ln d1co, co ·tll'
o
e n o
o
belecime . ntos em . de 1530 e r p l m .
Smd, Guzerate, D no início da de 1540 ganh . , parecia ter si'do
e o
abhol e Calecure, e S p ro, Guze rate, na altura da emb�i�ada de Azevedo isso Jª
a
gueses, por s_eu tu
Ol
rno, poderiam com
e rciar em Basso rá, o
Cai ° cate, \:�ogolfo
em Alexandn er esq uecid rel ç ã o a � as
· · a e n o mar V m
er elho_ is A sugestão acaban�a or s , o. O seu aventuremsmo em a
da de ' n
ão
reJeita da pe 1a corte de P -,,,o Persico n te n o in íc10
D. Sebastião, ma s me smo as si· m ode1" s na década de 1550, e n v m . .
' 0 tem si '
im pério mdian '
o a e do
P deve ser c · h d e u m sorá'
onfundido c o m so? _
assim qu
e ton,ara m Bas
os
1" J ,an A def en dido , q u
� ub' "pc1. vi. am p onu
111an. q
ue de ein fi. nais '
com a lguma conv1c ç
d os oto m
an os foi a
sua
e
,
o
g
a
Max.1m d1en fl», 111, alcns cm : A utour d 'un
pro.J ct . d' P J o . · aJ reocu p aç ã
1
de 1546, a pn ncip
o
-
a o. Parece
m, no
togo d° Couto e a icum t. IV (1980)· 45-88 e r u i, P a ocupaç
Mare Luso-Ind
P reservação e a recuperaçao cu t s d
.- d s 1540, promover
11 D·

v ol 1 (L! sb_oa, 1993), l 2 Década' 8.ª da Ásia ccl. M ari a Augu 5 ra L.1111aos d0, 1111-n.11 110 a da de
s o
déc
o
cum. ent
, os . l d
cnados, pelo edit_ or nas n99-217 . De p'.· micul a· r_ re lcv:'i n_ci,� cd:r r;o 1 ' te r tido vontade de, no
'
fma
? -128, 1
leyn ª�
a
a D. Sebasn·-ao, I sta otas a esse texto e st a u c
m bu1' 14 de N ovembr ma ,
o de 1563' c m A da S1"Iva R
1 t,l ego cd,, ,4
r
, es, de Thc M akm . g o f che f mpen·a1
eavetas da ...,..wrre d.o ...,..i ombo, vol ---:-:--__ . . · 1
N ovembr o de 1564 e Ag o . IV (Li sb oa, 1964), 464-465.. Cartas sceri. 0cJr 11 s-er C orncll Fle1scher, •<1··1,e Law"1ve1 ,. ls. Mes s a
· st1 1,:· 1 ed.' S0tz··man le Magn111 .
:r.que et
'
man» , zn G!· c
11 s Ve1 n c J , . em Barbara 111m111g,.
FI e
1(,

st o de 1565, od ln1ag . c i n th c Rei .


cn � o �1tradas cm t
u rc? oto mano nos Bascom um t om bastante mai s hopsn�l_, �un1ayuJ1, g f Sü cy á lise anr e n o_ ehnc de r
_b
son ternps ' arcungcn 1 111 c1s· cen .J ahrze

(Paris, 1992): 159-177. 1"ambe m a' an


n o l 1
ML'.h1mmc D c ft crlc n,_ mbul, Diw:'. -i n ar
I�;us -�lctalhcs, v_cr Na 1mv ol . 6, fl. 166, e vo l 5, 70 (n."f sta n ce, par . 1
«S··111'6-k'1ran une! Mahd 1. : "í"u r1me .. ·hc En , d·ze·ice r een the Danube and the auc-a.sus
w .
vekâlet Arsivi,
v
161) resµew a �A su1dY.�i , c
>

ur Rahman Farooqi., cg
R 1cru · , ng Sü , 1eym ans», zn . G Yorg,i"" Kara, ed ., ·
Mttghal-Ottoman Re/altOYI�- f,111ptr'
Betw
1 olztual anel Dzplo
rna11c Relatums betw (Budapeste, 1987),
1556-1748 (De li, 1989 een Mughal fndia and Lhe Otwman 43-62.
), 144, 156-157,
207
162, 170.

206
-
· ao de 1580-1581
O Guzerate mogol e O mun °
d ibé rico na transiç
Impérios em Concorrência: História s Conectada s nos Séculos XVI e XVJI .
da d e 1590,
devem ser vistas
no final da década de 1580 e i· ,
ici o e esqu ema;
, os e u rn gran d
n
o an . 0 pa rt d
o comércio com Ormu z e mesmo Goa. E claro que os ot rn ten- como manobras locais e nao - corn
· d0 do relato
de Joseph
e
sia
Braudel, aparentemente dependendo dema
17
po
não podiam abandonar a construção tácita de alianças co rn os a ou xa g era quand
o assevera . as
que
tados indianos e do Sudeste Asiático, e chegaram a mandar, � de
u
Von Hammer de meados do se, c.u l O XIX ' e
. [ ·e] para a Pe, rsi a e
urquia si .
ou tra (e normalmente abortada) expedição marítima n a de� no 0 rnornentum de 1580-1581 «anrou ª T , spi. o' a Arménia e, m tardoes,
ºª ais
a
lSt , C a
1560, em especial a Achém, mas também isto tem de ser V profundezas da Asia, o Cáucaso , 0
, crença P ortuguesa de que
, ·
0 propno oceano ln .1co». 19 Quant , d o as
contexto de desenvolvimentos de mais lon go prazo. . ª mentar pro61ern
a
. a, tjca · st an a rn fo
. .
Assim, podemos coneluir que a impo rtancia excessiva e drarn, poca Otomanos' na década de 159O , ainda e uco h'a nos
e r m a e a .,..,iai·1�andia' po
• •

B
A

dada a Lepanto e su as conse qu ências, tanto por autores da dos em lugares tão distantes qu an to borar. º
u

arqu.ivos da Sublime Porta que a possa corro m esta a1teraça- o na


2

como por autores posteriores, obscurece o facto de no decurs peia


o
ro 05 entendia .
pape1
finais da década de 1570 ter ficado definida uma fronteira eu os Na medida em que os Habsburg sa fáv ida tinha urn
o Ir _ o ° ,
orn s de
relativamente estável entre os Habsburgos espanhóis e os otorn �do'. P 01,it1·ca otoman a, sigm · ·f'icava que arados c .
a a

nt d o c o rn p
que du rou todo o último quartel do século xvr. Num certo se laça menor nos cálcu los de Fi·1·ipe II ' qua JO caso e
·ipe III. - cu
n
s d e p·1i
por volta de 1580-1581, o m e do g e ne ralizad o de a rne
dos �°.1ª. D · Sebastião · ou , mais · tarde, corn o
e cortep
do pelO Sh_ah
.
b astante especial, por ter si·dO pro . c ra d • epçoes
otomana à Europa era coisa do passado; os verdadeiros in unig;s _ os ntre as p
erc
u
e
O
p �
a ci · a
Habsburgos espanhóis passariam a vir do interior da cristanda
e 'Abb as I. Mas havia igualmente urna discr e
,
n
q ue ajuda
m a exp icarr
rra to m s eontra
ingleses e, acima de todos, os holandeses. Outra espécie de t\s­ d os Habsbu rgos e as real'd i ades o . na sua Iuta
an a
.
. e II ern encora p r I ra- 0 -' ",e· o e
- ora quente, ora fria - continuou para o outro ramo do s af!l ª preocupação de Filip
u i· ntere
sse espo rad
O

o: e que se seguiu .
bu rgos na Eu ropa central; sob Ru dolfo II os oto ma n o s f d Ill os Otomanos na década de 1580 _ ,
�� A a gitacão e
anacronístico no P reste J oão da Etio pi · . � a o
derrotados em Sziszek, em 1593, enqu anto mais tarde Mehrn fase
e
' . ·
it a r
'. urn • confl'ito nov
recip cesso_r de
conqu istou a fortaleza estratégica de Erlau , em 1596. Est ef!l ª morte do Shah Tahmasp em 1576 p
a
ª o s sa f'ª vidas. O su
a_'il II'
culminou no Tratado de Zsitvatorok, de Novembro d� 16 bó-
. - s reais e s.irn s
º?' largame me improvisado entre oton_1a
· adO de in. t
n
err e
e
g d e Haidar), Ism ter
na
que os otomanos f.izeram sigm.f.icauvas . ª
t hmasp (após o breve rem tos - Pºde
n o
concessoe ad0 fru
, . 1gua·1 , lançou-se numa pob,uca que - se u . v ss e d
. . nel
1.icas aos seus adve rsanos, reconhecendo-os finalmente co rno ' j o))
e

' .
em vez de subord.mados. Qu er isto dizer que a ideia de «d
ecl111 o s ·ato1·1·· Venez1am ,ve1
. ent e nora
. Amba C L
--;--__ dagli
otomano correspondeu, na verdade' à lema cnsta . 1·izaça- o do re cu eds., Le Relazioni degli Stati Eumpei lette a1.s,en1aw
, 8 7 l -1 872) - Parncu1arm n o norate de. i
a e
d secol0 deci.
mosettimo:. Turch 1.a, 2 vo_15·. (V enz
eneza r O tto.lll
da ameaça otomana; para isso contribu iu uma nova estr� t U r tre ell m pe ? tte Valens,,
a
'l
eb o. re,1ato de Ottav10 Bon, «M assn11e css . 1,·alisdtes relato, n o5' ve1 L uceum a síntese
,

. . . . en na·r,s · e deote (Paris, 198?); e pa, ra' Brady Jr.,


a1ianças, uma especi, e de casamento de conveniência impli'CJtO. dado �110 B on», vol. 1 116-124. Para u ma a
os Habsburgos espanhóis e os otomanos, que pode até ter aJu_ , i·os
1ve
n_zse et la Sublime Porte: la naiss · nc .e du desp
d E u rope», m_ · Thom asH'Ais·wy1 ' J400-
nl-l.1un0 ut1 ' n
· s ,,
. ,-01,ean
. , ·1, Cemal Kafada r, «The otto,med Handbook º1.r f.ue en, l994): 589-635·
a
. -n or 'd
a fma1·izar o con trolo habsbu rgo sobre P ortugal e seus tel t b ça,
a n

- 1e1k o A. Obcrm e James D. Tracy s , vol. I (L i um a v ez,


ultrama rinos. 18 As escaramu ças posteriores em torno de M orn 600: Late MiddleanAges Renazssance and Rfe onn6ati(sonubli nhado meu) . Maisvidades de
a

Braudel The Medite '. rranean... , voi · 11, 11 5 a ot o111ª 110 ' das acti tos, em
vist vis
m ponto deoiando -se em parte, peolos
11

B"';�udel exag:r a, de u 6)
Ver Dcjanirah Potache, ,,Thc commcrcial relations bctwccn Basrah :nd.c;, a a import ânci l 6 , a p (L d res, 19 3 .
�t� lVUr 'AI'1 Bey , · (1'b 1.'d , 11 75- l 7 ) ' ' teenth Century n
'
the sixteenth cenrury»,_Studia, n.º 48 (1989) : 145-162. De óbvi '.1 i111p o·'. can� 1�joda, na sua1li o
costa eve
17

'"'
w.· E· D. Allen ' m· the Si x
b 1 u M ou si nh B r
A · es de A 1' dª
ow er e h1 1e
os documentos aqui rnados está a colecção de 1547-1548, Btbl10 tec a _d regll' a, nu el d
Problems o -r. k ur is
' h P
. a ver M
e
20 p .
aia um exemplo Ydes•t a c renÇ e d · M . L op
f I
u,
Lisboa, Codex. 51-VfI-19, «Pareceres de Baçora», fls. 194-33 l. Ver r amb�;, �rne!1_t5 D.lSCurso em O 1.,,,e/.·n.o do P eg
la_mcnto da alfandega de Bas�orá sob os otomanos, in Robert M:�mran, '.'� gd1 Sol'lal (Ba�cclos, 1936 que se Conta a Conqu1sta d'
oª I -
os otomanos
el ç
) , 17-18. , . ca de Filipe II em aspai-ºR�d�igucs, Porotu,, ha'.
a . ã ga
F1scaux Ottomans: La Provmcc de Bassorah»' Journal 0Y1' the f.conom
r a
. � tese 34
, tIL·1l sn1 efl'l • �f. a útil síntese sobre a p o h u v Lu ís G C nt u
u · t a e 1·ctor 1-326 o ,
1
r
l-f.istory º.1 the Orient, vo 1. x, n.'" 2-3 (196 7) . E finalmente, ver a e a' E�1o· p1·a
in João Paulo O1·1veir a e Cos an (Madrid, 199_ ) ' 32 polític· a d o penod0
d
1
lf 5 '
Salih Ozbaran, ,,Thc Ottoman Turks and thc Porrugucse in thc Persian G�1�11 caçá0 .
Y 0 11ente: El indiano del Rl')' '�11111a interpr et açao d
a
-158 l», Journal of Asian l-hsto1y, vol. vt, n.º l ( 1972), baseada cm d e u a\ 0<>urnas d'1v Proyecto . }
ergenc1as menores enu. ._e, ·1' 111
,
o
portuguesa e otomana. repre· e a dos· ,lutor
.
Neste contexto é instrutivo ler os relatórios do início do sécul� xvil �ercher,
d cs desta obra.
sentante veneziano cm Constantinopla, cm Nicolo Barozzi e Gughcln1D
18

209

208
transição de J 580-15
81
Impérios em Concorrência.. H.zsto
. Conect adas "°' S,rnfo, XVI, XVII
,rzas O Guzerate mogol e O mundo ibérico na
práti-
a fectad 0 profundamente o curso d . u u n1versais esso . de Akbar ao lado de u ma alteração na
xu·· smo dos D oze lmãs dos ª pol1ti , ca re gional. Rejeito· o ca d as al : "".
.cas mtern�s; e uma fase fina l, iniciada no
fim da
. seus antepassªdos e abraçou o su nJO IS l
déc�d a de 1i•;/�om o florescnnento da
m
1deolog1a akbanana
m adu ra,
com al gu m vigo r t
ia

over- ' ' s e espe-


n

. ' entando ch e gar a um entendime nto com o g defi nida pelo gra� de 'd F z!. " E stas mudança
nador i sl,ã mico or º
tOdoxo de Cabu l, Mir za Muh ammad Hakim , n· v:I1 l g Ab '!
º
. I eó o quadram a
cialm ente ª tran ção da segu nda para a terceira fase, en
u a
e meio-irm-ao do m a rca
o

. ?� mogol Akbar: Mas Isma 'il calculara rnal análise que se segue.
a d 1men são da O
posiçao ao seu novo regime, e a sua mo rte preco ce rdo vago para
51

m ' 70 h eg a - se a u m aco .
(e provavelmente de cau . o a E meados dª decada de 15 . turbulento'·
. sas não na turais ) , e m 1577, abriu o Jrã gerir os assu ntos externos de um Guzerate ainda mmto
c ra

a gitação extema local,


com ata qu es dos otomanos de um lado e dos us be o com e'rClO . m, ou governador cta
ques do outro. r'sto. po de Surrate era tr tad p l
' r sua ve z, fez qu e os s ate-1·ites n ominais do I, rao e a cole
que nestes anos era Q·11··11 Mu hammad Khan Andijani,
a o e o h âki
no subcontine
nte md·iano, os s
ultan atos dO D ecão que recon h 1afJ'l de receitas ortu ária era
feita através da
a suserania n.tual dos os na, e em volta d , cid de p rendeiros
osição de
c
a
e
eix
ª, d.eriva. A morte' nosafáv . idas, fossem' em 1 arga medida, d d 1 mediação d r d d a p
a

ª�;Iues Io:ais , a qu e m
a
rtu gueses
r, A rivados po
mício de 1580 d 0 sultao - do Bijapu ço' e1s· ercia ntes p
a a
(rnustâjirâ
a
.
e

ma, c m
'Adil Shah, cont,nb
, oca. u·tu para um a da
'.
s mais d rama, uc · as cransforma . ern Surraten) · N
este SIS t . desenvolver o seu comércio co
SO b Alt. 'Ad'1l, Bijapur
os om

dª ep e Khambayat podiam tribu­


e

r a col ecta
que cercara Goa em fora u m estado beligerante, :x:uta . , Goa e e och"1
t d d Í d i n tin uava a faze
m o góis ,
pe1o men os u ma ocas·iao; com o seu su c e sor, s tária d os avi�;
o E

d arracar e
m Diu; os
co
-
a
g
n
Ibrah"1m 'Ad'l1 Sh'ah ( os qu e eram ob
a

rtazes pa .
s a o

c . 1580-1 627) ,
a ser um esta do
s unita Por seu Iª.�o n essão de ca
a
p s
os

peregnnos.
a os

, foram aplacados com


ri ra
het�rodoxo, qu pouc ortassem
o intere sse de m
onstrou em atacar o E d
sta o navios dest p
c

da lndi a. N a d�ecada t
co

mados ao mar Vermelho qu


as ou a

de 1580 tanto Ib rah ·im como G oa esrav aJ!l, mu dan ça .


s imp o rtantes
ns
.
ra
Sob est t
e

aparentemente, ma.is pr '


a su p er f 1c1e tra nqu 1 · 1 , c e o centra­
eocupados com uma nova a meaça - a sornbra e_stavam si ti à extensão d
r as

ª orrer. A década de 1570 o bu lício em grandes sectores a


a

mogol que se a I ongava _


sobre O D ecao. l"mo fis fc
s s u

no es_,ado mogol, causand e açados; e , ·


ntre os que se
d a nobre�ª g io a m central
que viram os seu s privilé n br es da ASI•
se ntiram ª
s
avam ms al-Din
a1 ta rtu rbados est
A perspect1va m (ou tu r " 'mente pe filh o de Sha
o
k ,
o s

ogol ) ' liderados por Mirza 'A z z K imediara-


ze r ate qu ase
Kr '
a
G
o
A.tka
"'.' e nomeado gove rnador d
i

o tempo ,
f0·1 fe·1ta u ma
u
tne nte ap m
o
Entre 1572-1573, q · o- mogol. A governo. de
uan, do o pro , p n.o Akb a mc r
os
derrad ei . a co nqms ta
·
id l ógica do
es
as eg e
m
poração do Guzer at ra temativa para mu da r a b a ativas
o

e nos seus domm1 , .


0 s e rea li zou u ma bre«v'a ordo co
m as expect
o
.
ro u e
A.kbar, re . c
ar s u s
c el eb ra da viag
em ma n,u·ma , no f i def mmdo a sua ima ge m de 7 um rupo g
m dess a d éca da , a perspect n1essiân· t m b r o de 15 9
a
mogo1 sobre O mu� icas d0 tempo. 24 No início d e S
do mu dou de ifor ma o v·1n1°s
e
su bstancial . Com
e

num capítulo anterior s, na d e


esquematica me
'. 0 rem· ado de meio s ec. , u 1 o de Akbar pode ser � . . do em muit os aspect oca 1 reap-
' . , J11 d1f en . cn n
n te dIV 1 d 1 do . IqtidarSta interptet ra-sc ' emb ora out 1 ook : A
que ha, u ma aprendna . , em quatro f,as es : uma primeira fase e ., .aç a-o mspi w r
A · Kh·,m, «Akb. ar's. persona lity traits an.2JJ ( l 992), l 6-30. Ver " arb acm,
d d m '
n · ·
. g
, em de Bairam Kha n e o atka khail' qua ,do.
n '· i. sa»I ' SI am b nd
l
32 Ak
o

Sa·mtút, ,oi. xx, n.• 9-10Kh e2 y und e1· l A51·ªt'ic·


a co nsohdação
do 1egad - p 1 , n, 0. cial an «Th e N ob'II 'n
Pra
o de H u ma . pal preocupai'º' , isc . c ·or Iqnd A lam Journal º1,r t
u ma segu nda fa yun e·ra a prmci t h' e� ,
D cvc lo,lpnmalcm. ,rnt H. n ' · ·· ar 'u s Pol'·icy' 1560'-1580» , 36
R
ea
h
se, ocupando a seg
oy
g1
e
m dª metade da déc ada de 1560 eh
a

de' cada de 1570' quandº � r


Soci
1 Gre1-[
f 1s R º' 1-2: 29- .
at 13 ri.tain and Jreland ( [ 968), n. bar», c omun1·caça- o ap 92 ·
resencada nu
n1
uma im. -: o tern.ton.a l e uma rn a1.o ety or
o

ens a exp nsa s 1'. ,Fa.rh·'it as- ·,m, « sur at 111 · th, e rei·gn ·of,thA,k9-ll de Ou�"b 'º· d' e l9
O

seve ri dade fi s ca1 ,a


'it 1. co-reli ·
se frzer m aco mpa nhar d e uma visão, em terrn°s 'cn 1 nano ,ob contact os de
'J

l,g
s ,re Akbª"ama epoca, A h a sid o i nf lu enciada p "s"· no G""""
a

P l .
giosos' reiativamente ' .
. . dadee
i'u a h o st1h Akbar Ec po·ss,v c l que esta mudança' cccns,yyld Muhannn,d )>" ºP
elo

n0 f 'ma l da de' Cada de O rtodox , qu e mclu Nc�_c_,mbndg c


o
. - a o · ;s d , Thc
24 ',

.
1560 a prát icas nao . fas , na d, ad 111 os -
" d s m ,hd ,w i,,,l E m p i "' _M.,Jun
' -s, u nnas; um a terceira 10 ' m M •J
que começou no fºmal �ff"''cº'Y o,fdc1, 1d5"70;" cf. John F.ódgRicch, a1<d99s3,),ThJcS. Vct ,,mbcmandS. SeAve. A.nteeRnth' Centunes
frc

da dé cadª de 1570 e. que foi marcada pe


fa moso mahz·ar (dec ,,, 1.5 (C,mb
reto ) de 157 '
9 ' em
, que emergir · a m as pretenso· e s "'"'<b,i Mov, em ents in Northern Jndia ,:11
the Sixteenth

211
210
Impérios em Concorrência: História
s Conecta das nos Séculos XVI e XVII O Guzerate mogol e o mund° i'b,erico na transição de 1580-1581

de teo, log os, .mclumd . o o Sha . mi.sso fla grante com os firang1s.. , Elementos sunitas ortodoxos c�mo
zkh ul-Islârn, foi press1. 0nado -dassiâh-i nar
um decreto que co nfe
ria a Akbar o esta tuto especial de ª h M u11a 'Abdullah Sultanpun, · ·mt·tulªd0 Makhdum u1-Mulk' rap1da-
. da ma. l ço
ior do que o de Sultân-i 'Adil. D s escn. c osPa '] mente agarraram a op ortunidade para cnuc ar Akbar pela aceita ã
5
Isl,arn, am
de Abu
. . .

Fazl, co mpreendemo s que um ,


o
, o ra do acordo.27
Mu;·tahzªd, bem co mo Jrna-rn-z· 'A' ·t epíteto
dos s por ele usado e a� 0 Em 1579 Akbar e os seus conselhei• ros_ f m apanhados numa
· o ·mcnv · el mente pr,o){IJ11
·1
da uti 1z -
· açao que a certa al tura
dz , o ú l tim fi situação bicuda A sua estratégia de pro moçaoºte um debate religioso
lhe fo1.dad a p or Süleym an.·,s o des a o .
era rea1 mente d .. mg1'do, em grande medida, aos oto manos, os quais
heterodoxo - no Islã
o e fora dele - l�vou- os a
encoraj ar a primeira
. h am rec
tm 1 a mado o estatuto superio a
. -
missao de Jes . uítas a Fateh pur S1'kn,. vmdos de G oa. Esta ·) anela para
r de - Khalifa do On.ente, coJ11 e a Europa ta anos, .e em
sua conqui·sta do Eg1p · to Mas
. outro s mo narcas su m·tas re1 ativamen
t mbém pretend. 1a, cremos' ultrapassar. os otom
cena medi.da eur opeia do
o rt od o x o s, de Mirza
Ha kim em Cabul a 'Abdullah Kh an Uz be ão
k era por . isso uma precursora da estratégia' .
. ·
p od1am ignorar o que tai.s \s Shah 'Abbas d
o iní cio do século xvrr.N o caso
dO Shah 'Abbas h avia
pro clamações .i mplicava
.
m. E a s relaço um propósito ' urgência às
de Akba r com os portug
ueses tinham de ser, neste no vo co�·
tO militar e comerci·aJ concreto que conferia
s uas negoci. s nã, o tenha m dado
redefinida s. ações co m a Espanh a, mesmO que .esta . ,1.1co
A questao - · l nestes . h ri.i frutos; com
Akbar o j ogo desenrolªva- se, mais a niv , el do s1mbo.
cruc1a a n o s de relações luso - mogo, ·is foi a a11 e do prestí ' or sua vez vist o
Antes de definir a sua
nova p osição ideológica , que a�ima.
_ e bo- gio . Contudo, o Estado da lndia .e
� com grandes · , ci, as, tanto Pelo seu cnst�:!smo como pelo
çámos, Akbar enviara alg
uns membro s da s
ua família - incl
u!Il o a facto de
reticen
. ii Akbar pod'ia
sua na · Gu16ad
a n Begam que qu e s ta deter a chave para as rotas marítimas da h au·
a se de cer teza se ten·a oposto a .a sabores
mudança - numa peregr.
mação às Cidades Santas. esta altura, a
s perfe1t mente estar a resvalar para um Isla_ o heterodoxo de O
-
tensoes ·merentes a' s relaçõ N e , messiânicos m
a s no fina l da década de 1 7
5 0 e nício da de 158
·
es co m O Estado da lnd'ia agravara!Tl,s -
continuava '
· ml1cado da h ªJJ'.. e a importância ,
Uma coisa era envia r Ha · , ar a preocupado com o sig
procura r « artesãos capaz J
i Habibullah • Kashi a G oa em 157 5 P 0s -
das e 1dades S antas. A peregnn - açao- de G u lb a d an su blin hav a assim
es», outra era testar se, na real!'d de « o problema 1 ao seu grupo, os
governantes d os p o rto s
eur o peus se tin h a m t or nad o a baªnad 26
ores central: se o s otomanos eram hos t's
.
da c deia d e sup1·1 caça- o » . Portugueses eram n o mm , ·1 m o, n obsta,culo.
� apos,
a conqu. 1st � m�g o l d O Guz
erat e O dilema de Akbar nestes anos e, muit. o bem expresso numa cana
' l1l
O g rupo de G ulbadan p ndo e1
a ss ou tem p o s d 1 fíc º podero so soberano
Tl
em b a r ca que envia, em
Surrate em O utu bro de e1s,
1576, depois de uma estadia de ª u
m 1586, a 'Abdullah Khan Uzb�-k� 15 ,
ano no Guzerate. Mons t {iadaJJ da Transoxiânia e que é entregue por Ha i Humam. Em 77­
errate, no seu rela to, sugere que u recorde . · Akbar suge
entregara o terrn .o, n.o s mos' Abdullah K11an enviar·a um embaixador a
de Bulsa r, per to de Damão, aos rtugue se , r·10do um f,av1.das.2s Akbar mo .
strara
de mane·ira a que lhe ass Pº ar a expedição co nJ. unta contra o s sa
egurassem uma passagem segura ara 0 m ª s·ua falta de interesse na aventura, leva�do ,Abdullah Khan a g avinos tar
bido
r
Ver melh o. O facto de tal kim,
o fena ter tido de ser feita fo�i' rece Primei ro na direcção de u ma possi,ve1 ª1 1ªnça com Mirza Ha
co1:1 ra ncor entre os mo I qve ·
góis: deve ter p arecido à corte m go anos 157 Me o assnn,
sm
as mflamadas pretensões a uodo 9-1581 e ainda mais tarde com .os otomanos.
l1 te o soberano
. '
isla mi·co via · m a sua ace ca do est at to de Akba r n em 1586 Akba r ach ou que tinh a de se J U �t.1licar. peran
veracidade directamente est da por eSte cofl1P ro- f
r o
p ortu­
turan. i e, em particular exp1·1car a sua p olitica em relação aos
u
t a
guese,s. Pera ' Abduliah Kh an
nte O que a contecera . en1 1579 e depois'
. - O-s texto s pn- nc1· pa1·
g�a: 1965)
(A,. .
s deste períod o são Târikh-1, A. c o r e s, acusara . não ser um bom muçulmano. A isto, Akb
ar (e o
e Tflrikh-i Akbart de Mu lfa poi- va'rio 5 ªºuai ver seu ª1
-o de Já
amente que
nota 47, mfra). hamrnad 'Arif Qandahari (e 1580-1581) (para O q
. 11anuense Abu'l Faz) respondeu , afi.rmand° abert
.' M.li.ª
li .'Abd a I- Qac1·II- al-13ad
ayu ·
111 . b· r . ci,I an1a' d,I�
foi
2

� n;- 1 Kflmtl p or sugestão Sh cheg a a sugerir que A k ,i !b


Zam�n ; cf. O seu M_untakhab de aikh 'faj al-Din de Ajodhan, bem coi.�n0 Sdh 111
n5tl
�d ª ayun·i, Muntakhab , .•,., vo J· 11' 205-206. .
ltt-Tawâríkh, vol . li, trad, George (re1 ' 81vh, . - . Cahi' ers
1 cg with A 1{b;H>>,
pr?ssao, Nov a Deli, 199 s. . l\111�1• r Akbl du M ' lSU Haidcr, <dlclatwns o fAlJCl lill ªl1 Kh·an, ·U·zJ�331
.
2 ut-7awam.f!J.,
A l ra
0), 265-26 6, 278-280 ' 295. Ver
também Abu I faz' • 20; Hnidc1.
rntS 3 17·3·
Nama, vol. 111, 390-393
. sugcrconde Russe et Soviétique' vol. XXII! (3-4) (1982)· 3 13 , :1 �x cJlçffõ
2r. Abu'] Faz], Akbar CJue,. ª propost sérin,
Nâma, v ol. 111, 207 , a era uma armad'1 ll 1a, m:u·s, do cJllC li/,1' p

212 213
- de 1580-1581
na transi.çao
O Guzerate mogol e o mun d° ibé
ric o

das rebeliões q
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Séculos XVI e XVII
,
Abdullah Khan. Naturalmente Akbar não .falou ar e em
ue

,. des de : os (em Bih


monarca mogol era um conquistador islâmico: «Si nos. que i o se ti·nham alastrado nos seus pro, p no
· s t t ,
para
a ascensão do sol do Islão até ao dia de h oje nunca nnharn ds
d d' - º em 1581
on

Bengala) em 1579-1580, ou na elaborada e?� �;; testes ao pod�r


o ern

oe
pisados pelas ferraduras dos príncipes conquistadores do rnu� cais atacar o seu irmão Mirza Hakim em C abu s , e o infeliz
onde as suas espadas nunca tinham flamejado, tornaram -se o
s o .
mogol J.,a tmham . ultrapassados na altur· a da carta 585 Os
sido m 1 ·
de negócio e os lares dos fiéis. As igrejas e os templ os do; 1 para
·nfiéÍS Mir. . . destr ui·ça- o» ' e . do, 0 dos
za Hak1m ca íra no «remamhO da xto apropria
e heréticos transformaram-se em mesquitas e altares sagra os f i P0rtugueses eram assim colocados no seu conte idas' os otornanos
o assuntos internacionais, juntamente corn os saf,av
.
os mestres da ortodox1a. Deus seia . louvado ! O que deseJ·áva rn°s
d e jos ,
realizado, e foram feitas as coisas de acordo com os nossos e� l ­ e - também - os próprios usbeques.
oo
Todos os dirigentes e gente importante dos hindus e .outros os
a d
caram os brincos da obediência nas orelhas e foram incorpor
nos exércitos vitoriosos.»29 r as
Os exe, rc1t
. os mogo1s ,. - .
mostrad o s na- o só a' l e paz
ança
O Estado da Índia, 1580-1581
sao a ssim . ci. o de 1580, quando
fundações para a justiça e a irrigar «o jardim das esperanças . s ar o mi, ol.
tabe- · o' podemos enta- o reg
lto ist rte mog .
dos homens», como a «trazer ao Livro» cristãos e h.indus, rees . .
i v m p ara a co
1
a

M v a1-Din
s
ei· r os
re

, D os seu s companh
0nse rrate e
lecendo uma ordem não simplesmente baseada nu ma qualquer ro
forfJ'lª
. e o envi
·o de Q utb rna' n
a a a

E c u rioso r g st ªh
de Islão mas na dos sunnat-o--jamâ'at (aderentes aos p ri·mei·ros. qt.1 po
at que a Akbar Nâma . m e m o tempo (18 B os
Muhammad Khan quase prec1samente «para afastar·
e i

. ,. r m
poeira, t rn b é
s
cal'f1 as). Neste quadro 1d1hc o, os portugueses er am uma 987) «para s» e os
a o

qtJe capturar os portos europe u r.inos à Bijaz».30 N 0· te rn


isso, a carta continua: «Sempre mantive a ideia de que as�irn o
a

f1rang1·s que s p g mes osrn


. . sob a onen taçã eram um impec1'lho ao ct m ente os
estivesse )'b x U zbek.
e
1 erto destas [outras] tarefas, deveria, qu e os motivos avançados er am qu.as
er

. i. qtJe dullah Khan


,·s firang s rbtJ· b
a
'A
a
a
e
do favor de Deus, levar a cabo a destruição dos ·m f'1ei na- o era um
e

qu e os apresentados na carta P0s te o


.
vieram para as il. has [szc] . n 1ad Khan
do oceano e levantaram a cabeça, d ttlgares ' M h a rn lhª- ? dos
r
E notemos também que Qutb al Dm
n

ou «bata
lenc1a e esticaram a mão da opressão sobre os peregrinos a lu fJ'l kha il
a

-ro do atk cial de


u
nobre qualqu r
] cornara ' ·ir e ' mas um memb � , relação espe tka
s
�d
1
o
ev

santos. Que D eus aumente a sua gló . ·


h • •

g mãos de adopção» assim chamadO A


r ia! Eles [ s fir an do res, ' s a1-Din
Muharnmad dar A
d a

-se num grande número e empecilho aos pereg r inos e rnerca j bos
o

Sh m
is
a r
P entesco fictício entre o seu i·rma-
o

, os em . pn Um a lt
Pensam ) a' 1r pessoaI mente e limpar essa est rada de es K.han e Humayun ctl). a v1'da saj vai,·a urna v ez. D.m Khan, estava
o a m an sab
o

'
roach de
Qutb al- a
e ervas daninhas.»
. ó e S·
com 5000 h
omens, o d B
as ante s
de se i·untar
Mas assuntos mais· p rementes terão interrompi·do estas inte n çióeS loca' l·1zado
a p ouca d'1stanc1a de Da m ao.
_ M
jâg ír e

. bei os assuntos, e se
batalha ti
O monarca safávida Muhammad Khudabanda enfrentava 1 nham de ser resoIv1'dos O utr 1.upo de G ulb. adan, qu ar
A •

: ce n tª'
�os gov n�adore_s provinciais (a referência é provavel ente O problema mais . .nned'iato er·a o g . ente · Akb .
m
f a�er era va 1m
tiva de �Ah Quli Khan Shamlu, governador de Kh ui� p
le se e s ao
asan, I n t1\J'
se
n1anti·nha na
Hijaz, mas CUJO· e g
.
ss
Na qs h b an d1,' para pe d'i r
es
dera i·nstru .. Kh ªJª v1 a. hya O nas c·Idad
o

'Abbas Mirza subir ao trono em 1581), e o soberano rnogo á. os


r re

5J
ções ao Mir Ha;;, w 1
· de t er estad s,
-se Ob nga , . que os otOI11an°s73 grUpo que re dep raçosa
-· do a ir· em seu auxilio · , tanto m a is at e gressasse rap1'damente' ,r·ie de situaço_ es emba .
Shanat»
s

1a se
o
Santas mais
de três anos e e n·ad o un
1

atormentava m. Foi assim que os acontecimentos de 1 57 1


�: ª'o de ·a d as « contra,ria· s a'
1586 foram apres. entados retrospect1v· amente para a ed1fi caÇ com as suas
«estranhas acu·v1'dades» ' c
on s 1
' d
t omano,
M urad III,
ta-
P_elas autoridades l ocais. De facto, O su1 do Eg.1pto e ª0 xeri·fe
er
0 o

tinha em l rb
itido repetidos avisos ao bey e ey
osccrior
Abu 'I F"az,I Akb
2•1
' ar Nâma, UI, 757. Para cor respondência · crior e P errts os
· ant 011
entre Akbar e 'Abdullah Khan, ver Riazul fslam, A Calendar o . D oct l111
j
ln�o- Per_s1an Relatwns (1500-1750), 2 vols. (Ca achi/Teerão, 197�-82�3 vdéc ai. li- de
r ada r-J. 409-410.
.
prm c1p 1s temas da cana de 1586 são já ensaiad
� os cm canas !
d? 1nal . i e111 M· g,
--;---__
Abu'! Faz!, Akbar Nâma, vol · ill,

l 570. Esta arta e. breveme_me mencionada mas tratada como rcto n:ª vai(a 9): 1 1
Pcarson, «1:hc Estado da índia and rhc Hajj», indica, vol. xxv1, n." 1-2 198 215

214
.
transiça-o de 1580 -1581
Impérios em Concorrência: Histórias
Conectadas nos Séculos XVI e XVII O Guzerate mogol e O mund° ibérico na
-
. à r n 1ç· ao que se
de Meca, a ex1g.1 r que o
grupo de Gulbadan p arti. sse. O primeiro, E_ como é que o Esta�o da I, nd.1a breviveu t a s
9ue, procura
datado de O utubro de 1578
, notava que a presença do grupo levara a
seg urn à mudança de regime em 158;� ·. O historiador n�e
uma sobrelotação na Ka resposta a esta pergunta tem te_nciência para se dirigir a gra
'ba Sharif e a uma escassez de manum · enc os. meça preci-
A sua expu1sao - era ass.im ordenada, não che n a ser executada, crónica de Diogo do Couto, cui a Dec , ad Décima co mo
be s
provave1mente para evi. tar um mc . . .
ga do
. e samente com esse momento.33 Não é co�mei"ciência' pois sa la-
. 1dente d1p I oma, uco . O 1•r,armân c ev que a .intenção on.gm . . iar
inic . · a obra com a
proc
entao
- de ser renerado, em Fevere.i OIs· a1 de C outo era depoi·s que
ro e em M arço de 1 580 e dep
novamente em Agosto desse a 31 mação de Filipe II n o Estado da ln , dia, " e foi apenas 4
n o. O grupo finalmente embarc ou ·
de c1d1u· começá-la muito co nti n aç ão d e Barro�. 3
em d01s· navi·os, provavelmente
de Jiddah, n esse ano, mas naufrago
u · mais· cedo ' na - foi fe1t· a com muito
u

ao largo de Adem, onde teve c al A pane puramente adm1m . ·strauva· desta. tran. siç· a0 absburgos e os
de so frer O assédio do govern ador l o
d uran te uma estad.ia de at a
menos dificuldades do que se podena . 1magmar. Os H apoiante
sete meses.32 Foi ap e
que não pode ser precisada, que nas em 1581, numa d seus agentes su peitavam que D. Lui,s de Ataíde fosse um
ºr ecer
regressa ram a Surrate, acabando P do Prior do Cr to e estavam prep ar ados para lhe ofer
s
vol tar a Fatehp ur Sikri em Ab � e.
ri l de 1582. titul o super
a
e Sa nta re'm , pela sua lealda
. ior' talvez o de marq
, ,

Passou um an o entre o de ·da por


mo mento em que foram emitid· a s as A sua posição nos boatos era ana']o ga a, anter-i·ormente u 1558
ues d A

ins truções, no início de 158


0, a Qutb al-Din Khan, e . li�P João Ili, em '
do terreno para as
hostilidades que se seguiram. Este foi,ª afina t;
D. C onstantino de Bragança; �pos , a morte de D. den·am separar-
o
mesmo ano fatídico em que
'
rei
acred1t . ava-se que o Estado da Ind1'a· e o seu vi·ce-rei p O, e,nvi. ar um
O Prior do Crato foi proclama do -se de Po nugaJ.3s Foi assim deci·di" do, em f'10<ai·s de 158
e dep o1s · expuIso, e em que Fili
pe II foi, po r sua vez, procI amad0 sUcessor es . pessoal capaz de confe.nr·
re.i de _ Port�ga�. O colhido a ded o, com O pr e t1 , g10 · 0 eleito
_mesmo ano também em q�e 'Ali. eAdi!• Sh h reVe · quesu. ona, ve!·
s
legitimida e l l ade n
um tns te f1m _ as m
ao s de um esc ra
vo do palácio, assi.m como 0 and
ª o de aos Habsb urgo s
de de Vila da Horta.
ea d
sen·a D. F
d
�n
e
me o e
em que lbrah1m Qut
b Shah de Golconda morreu a 5 de Junho' e rancisco Mascarenhas, . uta Como
. ente muito aSt · 1571,
11 o a d

um violento surto A escolha de Mascarenhas era Po1 1ti. cam . 01 Shahs, em 1570-
de fe bre tifóide
o su I tao
. Mais a oriente, foi o ano e qu : defensor d
e Chaul contra as for ç do N iza panhara
- Zam · a1- 'Ab"1dm,
· de curt a vida, o te rceiro s ucessor nombrev . esu. ona, vel,· além disso acom
as
t"Inha um e a
espaço de um ano de 'Ali a reputação 11111· 1t· ar 1 q o sensa tament
Ri' ayat Syah de Achém, faleceu. Os reis D. Sebastião ao Norte de A:lfn�ca e aconselhara-
parecia, mo�n. am como
moscas, mas nem sempre co m as ��� b�talha de
.
rnanter a sua çar , 1n v é speras da
consequências. A transiçã posição, em vez de ava n nao como
amd ul
i o «plebeu» e
e
o em G olcon da
p ara Muham m AIca, cer Qm·b1 sga a o c o rn ta-
Qu_tb Shah decor reu sem Q e ·r. C apturad o, fOI· r se compIe
. . nt tou, pos-
t d
pur f0� ba' sca d o nobre; q n
e
problemas, mas a de B.ip le va
uando a questão da sucessa o de de Vila
A

mais co� testada, ceifan se


í u los (con
pelo caminho, inclum?º a
-
do várias vidas rnente do la ceb en o . anias­
do d o s Hab sb urgos, re , cap1:
t
velho diploma ta de orige
t
ta Cruz)
d
m irania na Mustafa Khan A rdistaDl· d t_r
ª e e Sa n
ri. ona, e d epois, em 1593, co n d d
v o e San to
Antao, em
·donatárias , C or
nas ilhas atlânticas (Flor� ugal em 1
593, e lugar
1596) e a nomeação para governa r 1 d o e P or t � rcou
Os farmâns relevantes dos t q uando em � -
d0 arqui. 15 81
31

esta� traduz1d _ os em N. R . Farooqi, « âlet Ar}ivi, Istambul, Mühirnrne Qcf c��;�


BaJvek
duque A lb erto. A 8 d e Ab n ·
d ' , egoc1açao
_

tt poderes de n
e
relat1011s durmg the reign of Six O ttoman Documents on Mugh al-� 0obre c o n a su pi o s
Akbar», comunicação 1 a frota de Lisboa, fê-lo co m a m
Akbar e a S�a Epoca, Nova apresentada a um sernin:ín� :ores,
D r
ver Farooq i, Mu�hal-Ottom eli, 15-17 de Outub ro de 1992. Para análisesant�is oa, 1974-1975)
an Rela tions, 113-11
4; e Suraiya Faroqhi, p,.lg rtl a11d � V X JI re im pressa-o (Lisb
J -�i ogo do C
Sult s: The Ha11 under t
ou to, Da Á�ia , Dé<:adas 1 8 88.
res, 1994), !2;-13 3.Akbar, d cld1 outo (1569
e Ott omans, 151�-1683 (Lond
a çao da Régi·1, Oficina T1pograf1ca, 17 7 -17
�t
Sob�e Gulbadan _ cm Ad
da obra de C Vlll (1974)�.
h
em, ver Bayaz én ese
ed. 1d Baya t , . So6re a
' g ol.
�- H iday t f-:1 osam (Calcut J4 Cf.
i mbra Marcms, « Portugue•s, v
a ira +!-fu1r1rry11n wa béJ11 -1600). U António . Co
T zk
An'.1erre, S. Be:ve.ndge, «fntro á,. 1941 )_, 355-356 . Para uma amilise, v c� (il1' a c a 1 , . », Arquiv
· C enti·o Cultural
duc�1on», 111 The Hi ry of r;�ente, 131 -17·4 m na 11 ed1ta ourenço Pires
.
os d o
a cart.a de L Diplomatrco
-Nama) by Gul-Badan Beg sto 1-furnâyun (J:fl\n .
para uma s1m
am (re impressão, No
va Deli, 1989), 74�75. fin,i J5 A
" c1. a n do u m
_ esc
geral (embora medíoc at, .
de av ll b111 ,,Per viam portuga • . , i11...», 49,
. Icnse
re) das relações dos mog61s com, Hij de 19 -7-1 56
1' in Corpo
r
ver M. _N. Pearson, «T e ª r-
port ora cm Roma para D. Scba5tl ao, data. da
' . ' ·-
h Mughals and thc Haj», Journ
Austra lz a , vols. xv111-x1x (19 a l of the Oriental
Soctt o/
.·,ty
ug,�ez, vol
86-1987): 164-179. . IX, 306-307.

217
216
O Guzerate mogol e o mund° ibérico na transição de 1580-1581
Impérios em Concorrênc
ia: Histórias Conectadas
nos Séculos XVI e XV!l

(segundo Couto, tra de


- nsportaria « alvarás assin
ados e em branco»'-,.,rj bernj- . su a livre vontade apresentar-se ª,Su � Majestade, dizendo que
como nomeaçoe s para dist n but. r g en erosamente para as Ordens lV! J t111ha ordens do G overnador dess as lndias para obedecer a quem
º º
tares), no caso de h a
ver resistência à suce s o quer que fosse declara R . pe1os governadore,s do reino...»Js, Sera,
Estado da Índia ; tinha são dos H absburgos n que Fernão Tel es
do ei
ra
t ambém um as reformas n a manga, ern espe eia! de Meneses tm . h outras razo- es que O l eva mª
em relação às a supn·m1. r tenham os
. lfâ nd g as de Ch au l e
de Cochim . 36 as suas preferencia s p esso ais . E111bor a não .)
A situa ção com qu
a
maneir - 0 de documentos do pen,odo
e
. a de ter
à cheg ad a era anu. c1trnat1 ·ca,
A •

e s e deparou a certe z a, u ma co1 ecça


A 10 de M arço d
.

de transiçã · _ . E'T'stes
,
· I a, O assunto
e 1581 o vic
e-rei D. Luís de At ai'de morr e ra' o a 1uda-nos a c1anºf1car, em certa medºd
º
sem que tiv . esse recebiº do documento
notíci. as da sucessão. No seu 1 ugar' corno s incluem o Auto de Entreg,a atraves , dO qual Fernao 1 eles
governador, ficara entregou Setembro
Fernão Teles de M e
n eses, sup ostamente um do
s O govern o a D. F ranci. sco Mascarenhas a 28 de
s!. mp a uz . antes do P . de 1581, b
nor do Crato. Dev no em como ván. as cartas e cert1. fi. cados dat ados de
Novembro
fmal desse ano ou endo reg ress ar de M alaca e D ezemb · ..
- n o início do
próximo, no termo do seu rna�dato r o de 1581, endereçados na sua 111a101·1a· a Filipe II '
os
como capu . ao , estava o amb 1c1 quai. s devim vios do Inverno
. oso e p ouco escrupu1 oso D Joao da ser enviados para portugal com os na
º
G am a, neto de V de 1581- d0r
asco da G am
a. A sua solid ari eda de co · Men es
es 1582. 39 Vários destes pape,.is est�am � s1·11ados pe1o ve
era p ouco cl
ar a, bem com m da Fazen . a_ do Rego Fialho, ue q
e le da e provedor-m or dos Contos, Sun
pro, pn·o regressado ·
o a do seu
i rmão D Mi guel da Ga a
m ,J
,
e também ? á duas décadas
da viagem Chm · . vi- autor do or çamento de 1581 ' pu blicado h
mentos esta v a -J apão. A guardand o desenv o
a o capitão
de Diu, D. Pedro de M es s, qu s e ara Por Artur Teodoro de Matos.4º
ser nomeado en e � : � �ue que fez
- .
nao qu_er:a ap oi. ar
g v ernador com
m t d D . Luí s de A tatd
Mas comecemos com o prop , no i eles e a av aliação
. F erna� o 'T'
G o a'
o
Fernão Teles, em
a
' ' · c o, d a si· tua
. ._smo PºIiu ção n I local, no Auto de E
or e
,
declara el o Estado da lnd1a, 1oca
e
A pos1çao de out n enh um a vent urem
º ntr
ªega.
. aI co os
ros no bres
poderoso s, com o M a as de AJbu- e e stá em paz excepto para alguma tensão res1du
m
querque, que t ambé
- m retorn ara rec n
entemente de Malaca onde servir
a 'A.�il Sha
h;, que a inda tinham de honrar cláusulas num tratado
como cap1t . ao asstnado Sals�te,
onde sen· a c · -
-mor do Sul e que
est a va desejoso de ir . para orrn ' por el es, 41 havia igualmente r: g :a agitação em . ª
apu ao, era · ante mqmeta
u i
1g u a1 m ente o bs · a assoc1aça- de
. o Por consequência.· Baça1m, . por outro lado' estava ba, st
Alb uquerque com cura. A estreit
D. D.10go de Me . a
sua carre i. ra, neses, num mome nto 11tenor d ª ---
trari o,
pos1c10nava-o co «Nelle Ind1e o nentali. 11011 si. crede· che S. M. abb'ia ad aver.c alclin condaco_ a
, ntra os H absburgos· por outrO JadO, a
. .
. �
is
sua ma re1 a - o c ' m en t an
, ç com D. ' . te P i he il capitano della fl c ultima en e v s e volon , cana
com O propn. o F - Luís de Ataíde (bem com o, possiveJm en , r oa i;1 ' bbidire
Pa es�ntar a S. M. dicend d'avc r ord e � I g��::;nador di esse 1 ?i. �,d� � voleva
e
ao

e rnao Teles) e carr i- e e 1l ·1 sara ? . o m ª . siccome eg 1 i a c r


. ta, poden. am rwm. smo
ns o seu flag rante o far _ stato d1ch , ·
condu�.1-!o na di. ' po 1arato re da� �ovcrnaton de I regno' 'f " o posses- .
n a, r1·0'
e ' d 1 mod M pa c1 1c
o che' superara la diff1colta delle Terzere, resce ra 5: .li ambasciatori
�eles de Menese
s dec1d1u optar
recç ão inversa . 37
Perante eSte ce ndo sore d 1
't
pela solução mais segur�- ua vo1.. V utto il rcgno di Portoga llo...»; cf· Aibeu.- ' ed., R
elaztom deg . .. ,
fm almente lhe ch ' 31O.
lealda? e do Estado
eg ara °: ca n
as, inform
ando - o da sucessao, C?
urotl a .
, . ( a partir daqui. BNça
), Fond, , s Portugais,
_ da _I ndia a Fi i J 1581, n·° 23B fbliocheque Na' cionale de France,, p,ans a India, q, ue fez
J9 . •

, cregua da' o,,overnan - . dy


i

H a algum as md l pe II, a 3 de Setembro o Sc nh' ls. l l 5- l 6 v.' «Trcslado do auto dª en F'rancisco


,caçoes de que _-�' J d or Governador Fe:nao 1' z. d.e M eneses ao Senhor Viso R D. e
Março, esperar o pode ter sido sua mtença ' es· < Mazcar - - e 1 e
desfech o dos a f
contecimentos em P or ga1 e aceita
enhas conde de
0 que_ que r O Viladona». . 0na1s 'T'orre do Tombo, .Lisboa (a parur .
que fosse então w o r d ui. documento dos A rq uivos . , . / !' .ur
40
.
Art
decidido. O relatório do em b i· d ' �� AN/TT ), . . Nac1' 1ic a
· ncegralm entc, Pu b tura A m n s d o em
venezian · o M, orosm1, · · · em a )( I' Fundo An tigo , ,n.º_ 845,
es c nto credia ta· t� d oro de Matos, O Est de 1581-1588: E·s�e],ada, 1982),
d i z-
- se qu e
' n · s I O · · f i na is de 1581 sugere o
' A
� �
ndt as nenta1s : « nhuma
Sua Majestade não encont-rara
Estudo (Ponta
º d nd nos n s
1 a tiva e Económica Algu s Ele entos
d o J 1 a
para o Seu Paris de 581 cfcados neste
a a

' ne foi · -
a
oposição, p c l 9, 1 · M atos conc ud '
orque o
n m
dOcumentos de 1 ' Godinho,
capitão da frota
que acabou de regressar la?'t�_lo, embora sej o na_o usou osente c . dos in V,c. onn
am e sporadicam n\
. o Ma' gaplhacs
a ris 1982).
ances de l'État Portugais des Jndes Onen tales (1517-1635) o( a� e:11t0 que se
es hn
.
S·anJay Subra11manyam
, The Poli.t· · ia, V . Tresiado d
· utherri fndu1a on1ou er também BN, Pans, Fond.s. po rcs. n.º 23, « 473 474 ' copia. feita por
36 41
t
15?0-i650 (Camb
ridge, 1 990), 218- ical Economy of Commerce: So a s . ob r !x á
, », f l s.
220, baseado c m boa medida m Couto, Déc Ma e as pazes deste dO coin, o Jda - rta nos fls. . 399-99v.,
cl Botelho C-l 1 - - esta
Decima, pane 1, 472
-480. d e �, nt e é uma e,a . '
37 B"
· a P'
1 bl'iotcc de 1u · u : ' bra' . ? .4 10 1581. Tambem _ 12 15 1 propondo que, Ib rah1111 AdºIi
e
·• leva
« yi·da
ubl1ca e Arqui· vo ·
c
, Shah t {,,�han para F ilipe rr, dacacj a de· 3-l - 8 '
º
Mach,as
. de Albuquerqu Distrit
e», pane 1, caps. 3 al, E vora, Codcx cx v/l-13 ' I Seja dep
osto .
, 4 e 11, fls. 9v.-l7v., 41 v.-45 .


218 219
- de 1580-1581
transiç· ao
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Século XVI e XVII
s O Guzerate mogol e O mund° ibérico na
de
devido às dificuldades com um chefe vizinho (Rey dos Coles), Havia, claro , cálculos mais . complicados para fazer.. uma soma
directam e nt
2, 1 898 pardaos da alfândega de Gºª que fº' alocada
·
m esmo era verdade p ara Asserim e Man ora. D amão também st\:
e

: \a a despesa' sem entrar no .,1es ... ouro., das receitas · anuais de Salset e e
cheio de agitação. Além disso, «p or cartas dos Padres que es o . que foi alocada ao
Corte ho Equebar se entendeo que tem mandado fazer gent: era Bardez, uma soma de mais de 50 000 pardaos u seJa . , l1avia .
P pagamento de velhos emprésum · os e d',vi'das est at
' '
is·
vir tomar a dita fortaleza p or cerco». A situaçã em Co ombo, lo
a o
, ntrarem nas
contrário, m elhorava; o Raj u fora derrotad
o ! ��
1 1 Va. nas transacções que a1ocavam recei. tas a, despesa sem e
·
o em F eve rei ro de d� ftnanças gerais. .
mas c onstruíra agora uma grande e forte m ,
a�
cidade a quatro léguas . . ao
. sugere m q dro b em
uz A visão de Sun _ do Rego F,ialho e pesas que entravam par·a
ua
Colombo, de forma que eram p ossíveis
u
n ov os problemas . Orrn pessimista. Tendo n otado que alem das d s
estava em paz, m as h avia
conflitos com o s oberano de La�, que os calc · ·a uma gran. de categoria
de «desp esas ex-
tom�ra _ K amaran _(G ombr_oon), pr o 0 , ulos habituai·s existi
o voc and o um a int errupça :, cavalei·ros Pºbres e
comercio caravaneiro em direcção O ge
traordmán . a· s», destin · adas a sustentar vt.u, vas, órfãs, , sa M ages-
rmuz. N ot em os, d e passa d fl'dalgos à espera de uma merce, conclm que «constará a ,vos
que F ernã o Teles não p arecia ter e e contos
a
sido alertado p ara as activi?ad s r tade que desp ende o Estado mais· de que rende vinte nov
A
e
quatro galés comandadas p elo « o usç os �m
ess
corsário» Mir 'Ali Bey (enviadd P de r eis· ordinaryam ent e h uns anos por outr os afora os · s ·- ª ma10r
Cighalazade Sinan Pasha para saq e_ se ao,
42 uear Mascate em S et embro � que não p ode aver c onta serta». E na_ o so, . na sua opim
an o). Diu, Chaul e
Karanj a não registavam incidentes. Os mak pt s . de .rece eren1 uma
b
·
estar i·am acuvos per d\ pane dos fid . algos em imc · , w· de carreira, antes is· «c ªda. h. um
t o de Nagapattinam , d e ond e o N ya a tnercê, incorriam h abitualmente em d'tVl. dªs substancia . de d,vidas
.,... .
i anJ avur expulsara recentem ª e st·-
ent e os «ca s ad os» p ortug ueses r de11es tem oyto n ove m1·1 pardaos qu111ze v111
. . te mil pardd'a1tosas 111erçes e
dent es; de Malaca, Ambon e es
Tidore c entes. 1ieJ is que fi. zerão o tempo que servira · - o rhe entr.ar em nas
de Meneses conclui este tour d'ho não havia n otícias re .
ivi'dar nem
fortalezas todas estã o m uy
rizon rápido notando: «As qua
as
sen-ao forem m uyt o favoreçi'dos nem se Pº<lerã o desend
desprovidas de moniçõis e outras cous rern ediar.»4s para
neçessarias a s ua deffenssã
· tancia· o p rovim o e t odos os cap itães pedem com u
rnu�
ta
I sto sugere uma si.tuaçao - recán. a tanto p ara a nobreza como
ms . ento
delas que se lhe a de mandar »43 cond
)' _ o
a Coroa, o q
p
t odos p er
diam d'111h ei om
. ro c
e, que o governador ten . . A
a algum as dúvidas ac erca da fo rça rn1
·1it· a r ue é intrigante; p e ce q� e
s directos sob_r�
?
. ento ! H avia· , cJaro esta, os retorn o
ar
( 0 empreendim 1s
d0 Estado da ln , d'ia, um
a boa razão p ara opta por uma estrate
'gia e0rn e,rc1·0, c m o para os
nobres e os Of1cia
conservadora. r tanto para os «ca s d s» er d,zer .· p d e
da coroa enquanto pnv· ados. M as o que Fialh o qu
a o o o

Podem os aferir o estad o de ' · ra do fidalgo


1581, bem como de outr fin ance i ro atrav és do o rçament�
dão ser i. nterpretado de manei. ra ma,·s substancia!·· a carrei · (e a apre-
t serviço
os d oc umentos do T
esouro. Uma �e� l de baseav-a-se n ,
uma esp ec1·e de ciclo .
· na_ o so, de mero i e-
d'f
do vedor da Fazenda, Di
og o C orvo, s ugere a seguinte poS o iç a sentaçao p . . rv1 ç c nsult as de partes em. .
en o, d,ca de cartas de se . ue _ a prnn ei a
o
eiro, em q
o e
cash--flow: r
rentes fases . mas ta m b e, m f'111anc c1i · nt s
da carreira), iar
1 das' para apo stado da
e
· orrer em d'vi
e
Pane da carreira sup unh a 111c
As Finanças do Estado esas d0 E
da Índia, 1581 (em parda os )44 9u para garanti r o que eram normaIm ente desp . baseada numa
Balanço contabilístico em 1 Indi'a, as s. Esta lógica, .
Receitas adicionais em 28/
0/3/1581: 61 500 - 4 - 40 quais, depo.is, sen·am deduz1'da suas partes nst1tu.111tes,
9/1581: 196 803 _ O - 27 relação de ea s e?
dependência entre O EStado questwnad,a Pelos
por un, lado, e a Coroa, p or outr_-0 ' na_ o p odi a' ser , d'ia autónomo
Despesas desde 10/3 até
28/9: 128 562 - 4 - 33
da ln
s,eus part va um Estado . · ·dade de a1guma
Balanço contabilístico em
28/9/1581: 129,741 - O - 34. icip ant es; desta persp ectt . ' .
n. -ao era se da a p oss1b111 ·
- para pormenores dcsre . quer discu u'd o. M as havia a111 omo exi. stia, c01110 vemos
4'
84-9 9
,
inici. at.iva si. st m ta 1 c
ataque, ver Couro Década Déc a rrc autón om a dent ro d O
a
T.imbém R. B. Serjeanr, cd. e im , Pª . Co 1,
t15 •
t· e

Hadrami Chr�nides (Oxford, trad., The Portug�ese off the South Arab1an Fialho a o r ei,
1963), 111. . o
. - o do Reg
:� B N, Pa1:1s , Fonds. Pons. n.º 23, /freslado fl J J6. �
s
n º 2 3' fl . 41 4-414v., S1ma
BN, Pans, Fonds . Pons. n.º do aut o da entr�gua ... », �, vedo( 23 -11-BN, Pans, Fonds.
1581.
Porrs, .
da Fazenda, 22-11-1581. 23, fls. 465-65v., Cerridão de D iogo Corv

221
220
Impérios em Concorrência·. H'isto,rzas
. Conecta das nos Séculos XVI e XVII O Guzerate mogol e o mundo ibérico na transição de 1580-1581

nos numerosos casos de «arm pil�ado. O último episódio desta série é de 1585 e o «vilão» é ainda o
a das de aventureiros» enviadas nesses
anos e que incluíam uma ao capitão de Surrate. Nessa ocasião, escreve Couto, Qilij Khan enviaria
Guzerate em 1581. Com esta frota
encerra-se com ehave de ouro
emergindo à luz do dia as engr
1 eia
'd ª
· qu� temos vmdo
· a desenv�jv�r,
mn
�ta avio bem armado a Jiddah sem um cartaz, mais
uma vez desa-
ndo os portugueses. No seu regresso, todavia, o navio encalhou
enagens mternas do Estado da Jndia
e dos mogóis. to portuguesa. Qilij
k.� de Surrate, sendo destruído por uma frota
an terá então perdido o seu navio e a sua «fama».
Todo o quadro é típico de Couto, com a sua tendência para
A contenda comercial do G reduzir tudo ao dramatismo de um choque de personalidades. De
uzerate de 1581-1583 u i� lado,
temos Qilij Khan, um turco cortês e audacioso, sempre de
mao na bainha, para assegurar que a sua espada era o melhor cartaz e
No seu conhecido ivro
·
and Ruler'S m Gu;a . r de meados da década de 1970' Merchants g ue_ - sozinho, desafiando o estado mogol tanto quanto o Estado da
rat' M · N· pearson dedi. ca uma atenção consJ'de- India - seria ultrapassado pela lógica da arrogância. De forma a fazê­
rável ao confl1·to luso-
Surrate nos anos 158
mogol no, e em vo1 ta do, importante port o de
a
;}º, mobilizaria a família (o irmão, em 1581) e amigos (o capitão
, .
crornca de n10g· o do 1Co -1585 · Para pearson, que se base1a · mwt· 0.1.1 e Broach). Couto, no seu estilo tipicamente boateiro, descreve
. . uro' 0 confl'lto f01· causado pelas especi . a is m explicando que este
1d1ossincrasias dO «cap . _ �; algum de�alhe a . famíli_a de Qilij Khan,
ttao do forte de Surrate»' Qili . Khan AndijaJ1i, ra companheiro de mfânc1a de Akbar, e chegando ao ponto de
que era «um hornem J
orguIhoso, um muçulmano sunita rigoroso, fazer estimativas sobre a sua fortuna pessoal. Akbar é visto, por
um turco da t n·bo Ja .
rn Q.urbani. e um confidente do imperador»,. e s ua vez, como inocente das acções dos seus capitães e incapaz de
que não pod·ia to1erar . e os controlar. Mas será que as nossas outras fontes, mogóis e portu­
diz que dec·d . o s1stema português dos cartazes. Por iss o s
. 1 1
· u enviar um navio · ao mar Vermelho sem um cart- a ' z guesas, condizem com este retrato?
imediatamente entran
do em confl'no com o Estado da ln ' , q ue
, d1a Comecemos por recordar que, de acordo com a Akbar Nâma,
mandou uma frota pa
em que as forças. mo , .
ra o deter. segu1ra· m-se escaramuças em terr. a,.. Qutb al-Din Muhammad Khan (o «Capitão de Baroche») já fora
- gois foram comandadas pelo irmão de Qi1 i) 01a?dado por Akbar, no início de 1580, atacar Damão. Além disso,
Khan · Entao, para quebrar er as mformações de Fernão Teles de Meneses acima citadas sugerem
a Akbar... pediu ao . _e O impas
· se, Qilij Khan, «sem nada d1'zd
. e que em Setembro de 1581 os portugueses de Goa acolheram tal
.
d1versão a Damao - cap1tao . de Broach que conduzisse um ataq ue i. u ameaça como emanando não de uma iniciativa local, mas da corte
». O capitão de B roac h, eg.u .
que a frota portug
uesa .parece, apenas cons rn1cir 10g história de Qilij Khan não
a navegação ao nav.
lev amasse O 61oque10 a Surrate, para pe r � ol de Akbar. Em terceiro lugar, a
io d e Qilij Khan. Infelizmente os mercadore
s ate completamente certo, pois não era nenhum novato em termos
de Surrate nao - . ' de ne gociações. Como hâkim de Surrate, é provável que tenha
mostraram qual quer . ha 11
e recusaram-se a . d eseJo de apoiar Q1·1JJ·· I(. negociado com os portugueses, em 1576, a con�essão de car�azes
enviar b ens no seu . nav10; . . 01sas,
«Akbar ficou fu no . para p10rar as e Jll
· so com ele por com e o A bd al-Qadir al-B�dayum, ele
a sua autorização». 6 mar o ataque a Dama�o s ;0 � nav ios da hajj: nas palavras de _
46 1 «com Kalyan Rai Baqqal, um habitante de Camba1a, ao porto
O relato de C o
uto Prossegue no mesmo estil o, fa and e111 de Su rrate obter um acordo dos europeus, para que libertassem os
ataques de retal"ia - ] ° i.o5 navios de Sultan Khwajah [0 Mfr Ha;j], que por necessidade de tal
çao, por uma f.i ota port g
u uesa, a o ut ro s navb
que regressavam d0 ar acordo permanecia imóvel»Y O leitor das crónicas mogóis descobre
mar Vermelho em 1582. A um navio · d.e Ak re

' z· �:
f01· permitido pass . ar, mas otnro n . 11
avio de Surratc foi pareiaJ 11,e . •
��:-:---.:--- � adayuniB , Muntakhab ut-Tawâríkh, vol. 24?, onde estes aconrec1mencos sao
N. Pca rson, Mercha 11ese i
s ados do que o �rupo da ha;; era_ o de
11,
cm_ 1576 (ou seja, Rajab 984 A. H.) , sugerm
m t e S1xteenth Centu1y ( nts d Rulers m. Gujarat: The Response to the Port�g de Gt�� badan. E Sultan Khwaia era
Couro, Década D 1 Berkcl�
cy_-Los Angeles' l 976)' 57-60· o relato provéJTl o estranho que outro relato sugira que 'Abd al-Az1111
' 'Arif Qanda hari,
n.; Ed·, itr Ha;j' em 1577 (985 A. H.); ver Muhammad
r+ . ·.na,panc, .. igno . na�� usar Târikh-i Akbarf,
e .ito de Monscrrarc
tw de nora o facto de Pcarso n �
nem de · yazid Bayar ado J1 ad. làsneem Ahmad (Deli, 1993), 278-280.
nora 50, no seu liv , nem mesmo o documento cir,
ro.
223
222
nsi,ça-o de 1580-1581
O Guzerate mago l e 0 mundo i·be'ric
Impérios em Concorrência: História o na tra
s Conectadas nos Séculos XVI e XVII

.in . zaça- o de qualquer


outra pequena anomalia: durante a
maior parte de 1581, Q� 1! K an r h conveniências e negociaç . oes- inerentes a, reah
estava c om Akbar n o na vi.agem entre Su rrate e o mar Vermelh O na época.
P unjab e mais tarde em Ca bul, a
Pª!'tl�Pfhah . suíta Monserrate permi·ce-
campanha contra Mirza Hakim.
Alé m disso, após a execuçao e Uma leitura cmda · dosa dO r-elato do Je m· to colon'do
Mansur Shirazi, foi brevemente -nos t ambém u ma sau dável correcça_ o ao retrato m
nomeado wazfr, antes de reg�es ar ao · sição na
co·rte mogo 1 0
Guzerate, possivelmente apenas � Pintado por Cout o . A parur ua po
no início de 1582. Será provave que, · da . es causas. Em
ao mesmo tempo, se lançasse jesuíta considerou qu e o confl�t� de 1581_1582 cena tr
s

. da contr a 05 o conse-
portugueses por sua própria
nu ma aventu ra tã o arnsca
Pri· mei· r o lugar menci·ona o epi sod10 . da ha;1ii de Gulba�an e_
iniciativa? , 1nclmnd° uma
Uma narrativa bastante val quente confli.to sobre Bu1sar,. outras fontes jesmtas to
,

iosa datada de 1580 aju da a dar 0,\ era dan estava mui
perspectiva. aos ac . s carta de 1582 . m a m q ue Gulba
c nfir fal
onte cnnen tos d e 158
do veterano oficial mog ol 1-1583. Trata-se das memor ab aixo ci·tada,
Zangada com os portugueses e ªcusam-na de espaIha Em segundo
r rumores
o
sos

Bayazid Bayat, que e mbarcou nesse n


o

..
de Surrate com destino a ª acerca de uma frota otomana no seu regresso da h·a
Jiddah, n o navio Muhammadi, percencence
_ Iugar Monse do re s men cw ; n, a a aborrecida
J
a Qi iJ Khan e a Qutb al
r rrate, como outr? b rv a ' · nários
-Din Muh ammad Khan. Acompanh a v a 0 - ta r entre Os
func10
Khwaja Yahya Naqshb qu estao m m ai- s
sus belli que
se

d teve
s O

andi, que já antes dos cartazes, que enou u


encontrámos. Bayaz�' ga r urge O ca
e

muita dificuldade em con só Portugueses e os mogo , .is. E 1n tercei·r.0 l


seguir p ermissão
da cor te p ara p arur e ce um ataqu
e na _ o provocado
s

a con segu.m depoi.s de i


u
nessa ocasi. , r l , fo Diogo
os seus bens sere
mm . specc1.0nados. Aconte ão, a fazer fe no seu a co mandada por
que lhe foram encont dos mogóis -c g ue
_ o essencial-
to

aos soldados da frota po


e a

rados 100 000 Rs mas Akbar afastou ª 1·deia úl im a q ues_ta


s
sta
u
. m prover . Lopes Cou .
tinho. Monserrate co !oca e
i
de que sena
. ou-o emba rca
r ndo u m
nentes de algum su' borno e deix l d a dos _ melui·
t

com os três filhos par mente em termos re1ig d o


a a hajj. Tal co
mo Bayazid descreve, 0 0 ª\r
jo . 10so
· s '· nov d .iz e1e, arrastados para
,
s
ra m
os

levan tou âncora de Surra certo Duarte f0 romessa


e

reira de Lac er da -
a portagem de Dm . ('ushur-
te e deteve-se depois em Damão, para
�ªf sUrrate e sohc1 . .Pe v rte m a o Is1a- o, com a P eres».
, i Div) aos rendeiros firan g1.s (1··A adara n) de qu e lhes
tados a que se eon
.quezas honras e bela. eguiu-se
s mulh
s se

que a1 se encontrav am. .


e

es r a ci
·· d «n '
O s armad ores de Surrate con s1·deraªva
J r, m fl1
sena m ofere ª exe cutad .
os A isto s
parag e,m mais . con . u
Q ndo se recusaram a faze•-J , f ra m , �e por sua
s

- , segu · .
veniente do que na pro , pn.a Dm. . U ma vez e u fil h o a Dam�
um ataque de mão,
capi.ta_ � de D a
o
D amao Qutb al-Din _Khan �
a o

m-se uma co mplic . ada ne . _ . ão


quen.am sub'ir a bordo p goc1açao ; os rendeiros n o Vez f oi def d M e lo, de
s

fons hau Manuel


e

ara av ali. ad endida por M artim A C


ar a carg a a não s er que f o sse envi· i ã de
e

com a aJ.u d ro, cap . ndou


para ter ra um refém.
Um d os fil hos 'de Bayazid fo.i fin ' }Jnenc
e a de F ernand ° de C.ast
Mi ran da que' coma
t o

Saldanha - de
envi·a do p ara esse º
fim, ehegando-se a � -
çao, e
' capitão de Baçai·m e f,erna encarnec'd i 'a luta, O ataq
u m ac ordo apos , avalia u a Un1a frot a env.iada de Goa. A Pos uma
0 ue

como os outros passage


iros não tinham liquidez, Bayazid avª 1 ç
} � a mogol foi neutralizado. 49 Akbar,
so ma de 1O 00�
mahmudfs em nom� de nc en ça e a c m p li.ci.�ade de
recuperar e m J1 d s, c � i �fjcia! M o n serrate prossegue ª bordando dicalmente
ddah. Nestas negoci õ c one_lusao ra
u

aç es é menci on ado ou falta del u m a guerra


to a
a
o o

de Su rrate chamado Ha
san Chunu
�� Azât-t a ' n o assunto e c��g A kb a r «Jurou que a
in t itu lado nâkhudâ-yi 1aha d'1ferent e . d ' ' z l-Din
que Qutb a
a

Surat, q ue transportou d
e vo lta um do
'
Baya zi r
d . da de Couto. N0 1nic10, e n to » e .r
c d, e tinha sid con11eci m te a p aru
i
umento p o r- c nta
A

a Tehpal, o chaudhuri do
porto. Assim que O assu n o foi dado 0 o c ome çada sem O seu d O Gu zera
Trhan e
· Al1111 ª d Kh ªn ( ú r sura m
s badâ p or serem
o

encerra nJ o, a viag t �jo Shihab al-Dm i· ciauv a


em decorreu rapida .sto, n.a,. o n a · .rmar
mpan11a p

ment e e em de _15: 7) eg'a a afi


. .
1
l\.

deixou Damão a 1 Safar 988 t inham lançado _ a e\ l1


a. H. e avistou as mon1tanhas de de,f11 anónima d� dO que O Estado .d�
1 5 8 2 e
o

ant1cnstã
1

catorz- e d.ias depois


s

..48 Bay . A s os. Uma c a rta Jesuit


. - azid permaneceu na H 1..Jaz t re�s. anos e o gue Akbar
eJ1
a Goa' d1z : sau.s·fe1·to se QihJ
. -
f1 ra ng is nao s ao menc io . na d o s .o mais ve es no se,u reI a t0· enviou u ma mensagem 1'Cat1a . .
Mesmo assi.m as s uas mem , .
mun z I 11 d'1a era livre de atacar O Guzerate e que f («e que el-rei
onas d- .a da s m re c1a m
ao -nos u ma v1.s- ao es·corre1t Trh an e Q utb al-Din Khan recebessem O qu
e e
l\.
-- 8 ---. ---
'' Bay az1d Bayat, Tazkira-i- -l osain,
355 -356 Agr�deço ao Professor f u�ntiy,ín wa Akbar, ed . M. Hi. d ?ac J-I e d e Baneq. ee
, !66-169.
_
Un1v : Shanf· H usain Qasemi d o Departamento d pers�, --:::--_
,19 .,.'h
1 e Commentary ºi.r Monserrcite, 5• Hoy1an
ed·
ers1ty of De li, por le ,
r comigo esta

225
secção do texto.

224
O Guzerate m ogol e o mundo ibérico
Impérios em eoncor
. rencza: Histórias Conectadas nos Séculos XVI e XVII
A •
na transição de 1580-1581

in Mu hammad
mes�o avisava o Estado q ue fiz .
esse todO O mal q ue pudesse a estes
oposição destes ho mens (um dos q ua is, Qu tb al-D
_ forma ção ideológica
Cap1tães»).5º Mas �m breve os jesuít as Khan' e ra t io de 'Aziz Koka ) à nova po , lít ica e .
na co rte mo go l co me çaram a
e ra por tanto .
in concebíve l q ue
duvida r desta versao (q ue , na essênc se P de encontr ar em
que gan. hava fo rc,a , .na cort e. N-ao s ao s
eouto)· Monserra te ªf1rma q u e os iame,oago,q.1ue º a plan ear em Akbar J o gas se u m J ogo duplo: por u m lado, des
e1 ava mostrar
q
. us b. e ues
· ·. and avam n ), aos
segre do um ata q ue a Dm
e m 1582' q ue se na f
·- orrodo os dentro da corte (incluindo a tia, Gu lbada
aos fi rangis i p
s
r u st rado pelo cap ' x
da cida . de' D· pedro de Menese s. A su a concl e ate aos otomano s . q ue se opun ha f'ir memente
itao or

,- e, q ue Akba r sabi' a es contra a q es


p.erfe1 t amente das a ct'ivi'dades outro lado' eS tava disposto a u sar o.s portu gues
uel
anti po rtu guesas no Guze rate, p refe- peitos . Pensemos
u sao

nndo' na altura, esconde-lo . seus nob res q ue se mos trass e m po1·mcamente s us


z Koka no início
A visita de Monse rrate a Surra
te' em 1� 82 , vindo da co rte mogol nas fa '" c artas de Abu '! Fazl par a Mirza 'Azi
A

n ios
. ; n ado os do mí
a cammho de Go �,
confirmou a sua op i·-ao. Po r tod a a viagem da d," ª de 1590 (de pois de o último ter abando que ameaçava
presenciou os semiment m mo t s em 1593, c he io de ran co r,
o iª
para a Hijaz), em , na
nome de cri st-ao ou de fra
os antipo rtu gueses
, ,· .d iz' endo q ue «o m ero voltar os o tomanos e o Est ado contra ele." Uma
a meaça vazia
nco é hornve l e od10,so ». 51 Monserrate era cálcu los da
política
a companhado na . verdade mas q u e mos tra a natu reza co mplexa dos
viagem, a pri. me ira etapa d
de Akbar a FT e uma e mbaixada abortiva
1 1P� II, po r Sayyid Muza g I d as d écadas de. 1580 e de . . q ue as acções
ffa r' um nobre wrani com
1590.
duv i' dar de
mo(;
�ma, ligação estre1 ta a Qut utras pr o vas circunstan cia s f z n-
b al-Din 2 M uh ammad Khan e de q uem o mportamento excê
a em

pon ugues m r eacção ao co


i

J esmta des confiava pro fun u rel to


d ame nte.5 N o ent
anto , M o ns errat e passo
. as fo s sem ap clui r nelas o
por Surrat e com· a. per . P o demos in
a
.
u
t ri co Kha
ena a

mte mpes tivo de Qilij Fernão Teles de


s

miss ão (ainda r utante ) de Qi lij Kh n


a ,
que �-io o Corvo fe z da s frotas envi adas por
n
chegou a s er fes ado ��� ;' ndo,
�� com a lguma c m o a e subiu a bordo da
rn vern ador, de talha
frota blo q ue ant e F ernão de Mira u Meneses dur ant e os seis meses e m q u e fo i go de Diogo
da na fo2 do n·o Tapti . Persu ad'1
g
n t d G oa da fro ta
Miranda a soltar um gran por e m plo , as circunstân cias da pa ão
d e núme ro do s onser rate i' Fern
de
Lo sx� ra tiva de M
a
cat ' vos que trazia noº"'°'
r i
re gressado do mar Ve ar
, rmell10, a fim d e ivi1a r r ort o , out m ho, t ão des ta d a
em re lação
as t en.sões n o p 'felpe; té ia particu lar
n
.
n
ª ' Iembremos, adaptou u ma es tra g oe lhos d e u ma cajadada.
a
. As rmpressões d e M
ca ao

onserrate du ra
Sikri e d epo1s me su a estad ia em Fate hpur
ª envi de frot as de patru lha, mat ando dois c
·, em surrate vão ao mo
e m pa rticu la r encont ro das de outras fontes, souro e ao mes
a Akbar NA Pressº·1ona' d0 pa ra fazer d es c er as despes as do te ção
a.ma. L endo ambos 1 al o s (posi
conse gu e- se o bt er u o_ s, r elatos em para1e o, l m o r do s fid g
. tem ans ioso por ir ao encontro erá
ma imp ress ão das
mt nn ca das mano b ras q e
u o overn ador t
tio tºem evo cada por Simão do Rego Fialho ), g s de aveo tu­
d o c a
es tavam por tr
ás do conflito luso -
parece não te r con mogol n ess es anos e q u e C ou t o enc _ ado a pr ática do que se deno min ava ,a
r mada
.s egu·ido apreender. , s env ia
das com a
F a2l e d e Badayu E cla ro , da l ei tu ra d e .Abu '! reir º'.ªJ n d d s p or fi da lg
da
, q frotas privadas co m ltos. Uma arma
o
n · havia reaI ment d1'ferenças entre Akbar e
pode rosos nobresr inte"'ç':ao cla ra de c açar pré mio s e r ea lizar assa
a a a

go a
ue
t ura
I{hail, mõ es, partiu lo
Qutb al-Din Khan e nr_ � Guzerat,�' com o Shi hab al-Din desi" , comanda da po r G o nçalo Vaz de Ca

. o po rto
o
Qihi Khan,· e isto .
po de ter udo 0ngem na e Bur ma n
seg u:; ,ª monçã o, para ata car nav10s de Achém
so A
N/TT L'ivro 28 de Jesuítas
e d., Documen'ta/ª. -º par. a a Hist,' . das
' fls. 162-l7lv re
duzido cm A. da S l va
i Rego, Faz/,_ oo
vol. XIJ (1572 - 582) (Lisbo l;;;a
.d r�
• ,e g d, Jaft,, d, fo'.hJ-yi Abú'lem S,,y•?
roado Portuouês do Orie pod ser ,oeommd• n d•_
a ) . . º ª m, eolecç,o ,n,hsa
nte,
M,ka,�;,C'.' /a'."'.'(l,rogrnfrn, Loeknow,1863-64), o ry o[ rbe Afu;/,m, m Akbat,.
õ
779-
Miss es �
de Couto. ' 782 , p 1ra uma v,".'·'° º pr0"º" da·
..- b osrm" , .
o n
' ,
Th,t Commentary of.
Monsen·ate, cds · Ho · 1- Arhar Abb AIRiw, . l,gw"' aod Jotelkrwal, H;sw º" Deh, 1 975): J_ 18-320
meme 186 • · ' 185-191 , especia Re h" l f,zl) (N · oo
fo m
,pwal "Í"'"'' to A477-??v.• Dos Armados que de,r
51

ylan d e, 13aneqcc Reig,,, 1556" 5 ,rh


Ha, muita
• ' o BN 1 / �0 (- w 3, f \s. r oc c,r s, ver
1 10grafi.i,s,obro"
b"bl" ' F onds. · Pons, n. º 2 cc " ,rm ,d" de m
menc ion mo cana que a acom esta embaceixa d•a. podernos coorcmoc-nos ,pa'º" " ''• o. S ob 2-12-1581, BN senm, füis ,
o
d ,· e com0 ncn l ma e m ,,,d, qo, nd o ebegoo
n
s2

M ª:ço-Abr il de 1582, rr ºh""• dig id, por Abu'l Fazl, e datad de . ,o Mos car enh"'• Goo, de
askmg for Chiist1an Scr,do ,id, po7rP·'. "mbé,
'!Filipe li de D.
Jeróoim o
o,do .ºº'º'
modo s O
,E. Rchatsek, «A,lcttcr
h-om th c Fm p cror Akb3�r Food,."p: "." s. 42J-23v.: "[
. .. J renho bosq andei dous anos que foi meio
para o comcx·to geral, M.ipturcs »_, h e lnd1an A ntw .
ua1y (Abr il d•·
,
� 1877)·· 135-1 º,í· c· ro,no foi ;:-avi', º· 23, fl cm que
ciros qu e cmvcnteo1 em q ue esta [... ] ».
o
S · 1 > " . ,
and Rel1g· ;1ous Aspects», · \. C l1lcl ,, «Akbar's 1 ·
· ·tca 'vo 1· Vil (1970):'lrst _E 1;bassy to Goa: lts D i
p lo!1 n1u1 e011 I1ec1_ os avmrur sta d
do de por o Malavar n o e
_ 1ª

32 4

..
lnd
227
226
Impérios e m Concorrênci.a: H. , . . -o de 1580
na transiça -1581
istorias C'onectadas nos
S'eculo·XVIeXV
s II O Guzerate magol e o mundo z'be'rico
de Masulipatnam em Gol . o «navIO
foi preparada para partir
conda." O utra
, de ou . s ligeiros», Conclusão
p ara o N orte, sob o comando d D Simão
da Silveira; quando este
último adoeceu e morreu, a p arti_� .Ía frota . 10·- es substanci· a!mente
foi atrasada, tendo finalm Na histono . g rafia. re�c ente existem dua s o. pm em 158O -
enre deixado Goa a 14 de Nov ªrnbro de em Portuga1
1581, comandada por ue
opostas sobre os e feit · o s da mudança de regime .1istas ou legalist . as,
Diogo Lopes C outinho � · na
fornec eu, como J.a, vim
. . Foi e Sta ' �ota q -. 1581. A m ai or parte dos his . toriadores insu· tuc�o A afirmado que
os, o casus be ll' .
i; a sua mtença- o explicn a e por em
isso p rovocadora era <an incluindo os de tendeA nci· a exp ·1icit . amente marxista,
dar às p resas». As dificuldades encontradas ças aO sis � tema habsburg. o
por Coutinho e a sit Portugal e o seu i.mpeno , . p reservaram' gra . primeira
o en vi.o de refor
uação agrava d
a de Damão a cab anam por exigir de governos concit .1. ares, u m g rande nível de autonomia n'a - ,
ços, que Couto desc _ co m st mterpretaçao
·
Nem os mog óis n em reve com a 1gum pormenor· met ade do do mím· o fT i tpino D e acordo R Musi·1'
. sdorf' personagem de obert
e a
os p ortugueses
saem d aí cobertos de glória, muit . , .to do nde L·em
mas as acções de o no espm
Qilij Khan também
não são simplesmen te urn a é apenas a meio do rc? Fili p II e d pois . em particular no
idiossincrasia de algu emad d I �
ém que era «um p conde-duque de
. ouco l ento para p erceber · · pe IV (e no pe 'odo de Predominância do
e
de F1h
o e
Sistema» devid . o ao facto de ser _ »e f er sentir o seu
0

por isso «menos in «um devoto muçu1mano sunita Olivares)' qu e o c entran_lismo h bsburgo co meça a az
clinado a su
bmeter-se aos portug uese d que ª spo st a «conserva
dora» sob
.unpacto aca r u m r ·
um muçulmano que l " ' bando p or. provoca . da de acordO com esta
evasse a su a
religião de m an eira mais �i.geºira»-
e
a forma d a Restau ça- o Portuguesa s 7 A m
a

0 contexto mogol é ra · 0 a 161O sa_ o em geral resu1-


a qui imp or ia
sões de Akbar n te, en quanto durassem as p r ten- corrente as mu d 158
' d anças dos anos m·icas: ª
a ser o lmâ
'Adi/ e o lnsân-i Kâmzl, 0 qu p:rece tado de forças .ncip· a!mente econó
g randes, . pessoa·is e pn A
e
ter acontecido, até m-i
- 0 ao Atlan-
elaça
i'.11. do Mediterran eo em r
ao final da
década de 1580 (n a verdade �as,ante
A

próximo do miléni ascensão do B rasil, declim ó .


nquez a e
o islâmi co
em 159 1-1592), teri am d P recer t.ico, a infl . nt s alt eraç es em
ação importad e cons
que
o
viSta
o
as conrradiçõ � ª \m,
es na sua im
agem. Al uns ª em Portugal, etc.ss D. o ponto d0-e 15 31
e
distribu ição de rendimento
e
vê-lo, até à sua morte dos j esuítas conun uar ) e 158
em 1605, c omo u n s 1 ç _ _ d
m cripto (ou talve roto destes h1s ê
. ton.adores, en1 consequ n ci a, a r lvez indirecramente,
ra
g
cristão, um
candidato a
ao
Preste João; por se ':/ Índia nada significa epto ta . .agem
via nele um «inimi
g encubert<»,
u lado, o Estado
ª p ara o Estado da 1, ndia exc p razO da «
v1t
como M ati as d e Albuquer ue e con10 um . 1 n g
D. F rancisco da G a \ m arcador no P rocesso de mais
o
ma insistiram na
o

dé cad a de 1590 . No con xr o


o

da transição de 15 at1a• ntic


. a». ra-
80-1581, esta ima
gem internamen r e incon sr e
\or
Dma interpretaçao . p ara o acon
tecimento, e pu
contribuiu p ar . ta da s
a a confusão
n o Estado, cuj as rel m já ll1ente política, que Ja
- 1nars on
e qu c-1.0na11_. a directamente o
tª s '
51 en
tumultuosas
devido ao grande r çõe xtern s ., nos re fe nm · a
ealinh amento que ocorn a na opa.
a s e a o
Ainda tementes de
a

uma «amea
Mascate era uma qu ça turca» que, na verd ade, le�:e de --- mplexo cl
o l'ivro de
imera, mui to m al ª ó · g
, umenc o co
informados sobre a s al teraç eS i d ai
na p olítica do Fcrn·-an -Isto representa uma 1eICU . I,·a esq uema, e ' , spani·ca (1580-1 640): Felipe_Jl,
57

Decão da altura, ne do Bo uza Alvarez, por tuga.l en la ,nonarqiua hi .se de doucora. menco, U111ve-
ca o

bilidade, Fe_rnão Teles m C outo nem, com toda proba­ o!ico ce ane de
de M_eneses domi ª : de.l Portugal cat o ' a a base de u m a b oa, p
a da ri·dad Compl Tomar y la génesis
las Cortes de
cons-
;'.'_ª ra� h�0
do comé rcio e d as navam � l ó g ica e · t bé m n , d
pere grm açõe s n António Man tensc Madn '' d ' 1987 ' q ue 'a
s A' uf s·tn�ia e a' ' modern1. .za ç�- para u m
a
d ,
0,
· n b e
m

aconreceria mais ta os domí rnos m o o is . 0


t:1tu1· ção !
u
uel H c spanha ,
o govc '
989 49-74) . Ve an s Tl1e' Courc
r cam
rde nesse sé culo )olíti c•·1 p orc ug uc sa ,,, Pene'lope , n .º 2 (1 . 1' L
o

m Shah 'Abbas, a res�osta


o m
·,r
1

portug uesa a Akbar te r » ·nc ln W1


· viers1�cy' of Lond. o· n,
g
quadro an te . l tes, pacnc < •
á sido uma mist r io r mas em c c r mo,s. scrn cl 1an
«

ura de admiração e de dio, nco U 1 11


o
e
co
.
1

c ra ' .
e a verdade é
que n enhuma des ª11d Councils of Ph1 · rr Of Sp:1111 . », ces· c de dou . 0 Feros Kmgs/:?l·1J and fiavorit1u.smb
ta s emoções ajuda na conduç_aºo de
· lip J
m
1. 97l; ,, '
m;ii, cmm,mcncc, a' s. o b ras. de A ncon 2000) ' e J c an-Fre'de'ric Sc ha·on '
o

uma boa política



-1621 (C,m b nºdgeÍ-
1

.
zn the Sp
6 Jlit. J,e ;·uridicti s
l,e J ortu in of Plnlip Ili, 1598 . O/J vares1)(162 1 40)• Le amr
. te-duc
a

V1conn
)

. uc, (M adn'd ' 200 • · 1·1 sa , . c M auro e au


gal au temps du com
;; Cf. Sub rahma nyam
cornrne
exercice de la p ol.i uq - o fréden - >:,
. a
o
, The Political Econmn fe e n . ' -sc raç
y of Commerce... , 155 0 rc ac baseia­ · A ' os pnnc1 •. p oncos. de rc . 80 e a 1,\.C.
se em Couto, Década
! :v1 agalh a_ qui
i, pa1s sre u'Ic i·1110 5 , B aud,}
r e , 7'l1e d
Me /.-
58 o
Décima , pane 1, � � :raria, . rt go d c
. r c

1 cnrc O •a i

74-83, e AN/T1� Man


·

n. 1104 , fl. 105. us cncos ª i


es Go dm ho, espc ,w·· · ln 1gL
· i al e«Inc c
-292. Ma s ve r ,
0

Pearson , Merchants and tcn-ane os, vol. 11, Lisboa ( I 96S), 255
m
111 E
nsai .
Rulers... , 84-85
16
an, vol. 11, 1181-1185.
.
228 229


nsi. ça-o de 1580-1581
'b
i é ri co n a tra
mun d o

es», «os
eo
O Guzerate mago l
« s h olandes
ese s». mpresas
p ortu g u o s», «e
o
« s n
I
. , .
n b
. . los XVI e XVI
S,ecu
categorias imutáveis . co � s,,, «so ctores
, is » « mercadore os os a g entes e a
Impérios em Concorrência: Historias Conectadas nos o o er a
-
n d que nã ° oto manos», « o s m g ' otl·Vos de tod ezamin
ados,. nao·
o
n d
o
d efe
o

rneiras . s m s r
custos políticos de 1580 para os p ortugues�s, s p ri . . s», etc. ,
redistnbuuva O têm d funcionais
e
olítica as
e
8 0 u
e
d 15 bo , io q
terá sido coincidência terem ocorri
do dep01s ª
o Ca neste mundo de �omerc. em
caizar mos sus ríncipes, �e
rca-
em
d
e e s
t e , os � n
e

. esas no oceano ln , d.ico atrave, s d R carrei·ra


, só para retrospecuv a n� P vas, a
expedi.ções ingl ª . din tes v · roduu
o a
r
s os (pe p
e
s
e
· , o· dos si·stematic, · os ataques h olande . n
m

s ano s
ª . tas bi n a buuva _ s bre
e desenvolvi.menns
s
bem, como o imci cional» so
su
edistn' .
e v er
a, no . ,
rsp c u v p resas r c o e «r.a
da India. Além di.sso, para os def enso res dessa P e tal da
posiç· a - dores versus soberan s, A
ncipal din ·t uir conteztoS
e
os os
o
pn:
em i
:ie n r m
o m
·
a
f un d n 1 a c .
1580-1581 assiste-se a um enfraquecim ento
, . c ondu
z.1r a marcha inexo ráve de um , para reconStt s anos 158 -
0
a to
b p mbem mos, o
militar e fiscal dos portugueses na Asia, que aca . dos inglese s o seu lento Outro)· ' m as ta s t r
- es . Visto nes 0 resolv1·das na
1' n ia
d.
or e
, o
fic ç
e

sua deslegitimização aos olhos dos mogóis (em beneª


t
s ac
materiais e ideológicos d
ª . e tens
ões n- -
a ente p r
i
ecisam
o
d pr
o
ul0)) i u n t E'
e, em menor grau, dos holandeses). o s éc 1581 representam um con ua in tera
cçao.
o
g d , e na s
O modelo de Fernand Braudel do <<ponto de vi.ra . linand o- mo portug u s
. gol, na Asia
em
. a in c s.
a
r
e

combina elementos destas duas pe rspectivas, m b o


álise
0 isso que p oderão ser nn . portan te
n a an
e
d u z
-se especialmente para o primeiro. C ontudo, intro rnpuls
t i
o

, 0 su p J e an°
que parece ser um fio ligeiramente irrelevante t o 0c
t o O
otomano para a continuação da «guerra pe lo con ª sua
81 N ns­
r

d 15 � 0 - 1 5
Índico» como consequência da transição er t r
a de ·s
e

opinião, a energia até aí centrada no Mediterrâneo unh (ou


a

l g A mic a
ferida - usando uma espécie de lei das fo rças par�le ra du
as
o r a

o que denomina a «física das relações internacion ai s») - P:ão para


zonas externas: o Atlântico e o Índico. 59 Na realidade,
c1as
es
ª
�r de longo
oriente dos otomanos acabou por ter poucas consequeAn Geórg
ia,
� ª
prazo� mes_ mo nas suas fronte_i_ras terrestr�s: os gan� 1es rnente,
o

no Irao ocidental e no Azerbaiião não podiam, pu ra e s i _ ;


P B raudel,
, . p n a>>,
ser sustentados. Quanto ao oceano Indico, que o p .' ec i d
o
n h
r o

candidamente, admitia ser para si uma «quantidade de: muitO


c o
' o faz
esforçamo-no s por mostrar, ent re o utras c01sas, qu
· e n a
rin c Pª
i· l
sentido ver as alterações aí oco rridas ne sse período co m o P
. . 1 - o w a n a- te
- ou sigm . 'f'icativa - consequência de uma \uta uso m
i
' fe ren,
, .
tt a d
A abordag�m seguida . neste capítulo t_entou u�na tac c
eraç
oe_s
, r e,_ a lt
das atras delineadas: a explo raçã o da mteracçao n rnais
Aenci·as, e 0 s1sterDa o s
t
' 1' · .
e
1, · ·
po it1cas e ideo ogicas internas em vánas pot os n
alargado de alianças políticas internacionais, con � ce t r a n d
_ �:So-1581
portugueses e nos mogóis. Isto levou-nos a considerar t e rmo
s
- , . m
como um momento nao apenas na h'istona i.b,en.ca ma' s e
raç
'o,
· · n s 'ide
a
mais ·
· gerais. U ma das pnncipa1s ·
· motivações para esta r e c ente
s·is t
o

como adiantámos logo no início, deco rre da insatisfação p


décad
e r
a

com a abordagem neo-weberiana estrutu ral-funciona\, q u e


, º�a· e d o
Esta d da I n \ vü de
de 1970 entrou na moda para o estudo do i
, • . i ,1r· asser
o

comercio no oceano 1' nd1co em geral, com o desf'\-

s•i Braudc\, The Mediterrancan... , vo\. 11, 1166, 1174-1176.


231 d
230
Capítulo 8
/ . e a p o11/t1. ca
portugueses, mo go 1s,
_
d0 D ecao , e. 1600
, se puede
difinir que es
t a d o co m ún i as r eg ias
La razón de E s p or m edi
o de v ar
cia l , q u e n su prop
ria
una d?ctrina e s pe antener e
p rín cip e o para m ar e n lo s
hace d1estro a un er v
ara cons
o s q u e posee, o p t i e ne, o
per_ sona lo s E stad ginal q ue
y gra ndeza or i que
mi smo s e n l a fo rma , os illustrar la antigua massa
n t
para com nuev os augme
1
ello s se fo rm a n.
(c. 1627).
Homem, Discur
sos
Pedr o Barbos a

Introdução
, . dos p ortugueses,
s anos ,
s1>
Apesar d ., b.10 rafia . a
A
o nos último nte
t miúd • da
ª . d a "ge n e
um ê xit
nos séc
uI os xvr e xv11, t er conhecido
e g
alg e
p arucularm
as «grand não foram
h om e ns c mo
Jbáern t ' es perso nage n s
é p o ca
re s para
• d a
í c
o

ratada s E IS fia s m d quer ue ,


q
x . tem biogra res s obre Afonso de Albu
e o
D · J não ·
de ast· ro, um p ouco m lh
n h , Dr o go Lopes d e
C
s . Franc1. scO de Almeid a , Tristão da Cue mereça s equer mençao
e o
D u a

, equeira ou Anr o, nro da q uer


. de S aldanh a e n a u D. Luís de At aíde . Q
'ºbre, or e emplo, Nuno da c'unh a o eria, e
isto d_izp x de r olhar com s obranc
er que estamos longe de po
• " "
"dado'a Y
" '"b re la º , La ,.,ón
Home m , D · , ,d.
J� ·
ttrld naçao rc -' 'd ' d, Pedrn Bachoss ;, J>'i" P,,fia Ed,ew<Cfa
· . "" J 6 27),
d' é•ca "',:" d, fatado (Coirnb,-,, e. ), 181.
,ta,10 1 Es aiia, Siglos XVJ-X\111 (Madrid, 1998
p

233
Impérios em Concorrênci -
a: Histórias Conectadas ,. lt'tica do Decao, e. 1600
nos Séculos XVI e XVII Portugueses, mogois e a po
d ecl arar a morte da 6
. raf"1a, Ja· , que o g ener
10g .
, o f 01· aqu1 p rat.i camente existên cia d e vasta docum �ntação em Goa, nos dois arquivos prin ci-
inexpl orado, pois o ,
que acont eceu com
a biografia na Asi , .a portu- pa.is de Li.sb oa , e no d e Sunancas, p ara além do d.i_ari, .o de Linhares
guesa pouco mais foi 1 estamos rel a -
E , evid ent e que h a
do que um ex er cí cio
d e hagiog rafi� secu ]ar. q·ue sobr eviveu em fragmentos!. Quanto a Vi.d.igueira
e x c epçõ tivamente bem s ervi os em re a ça�o ao seu segun do v1ce '. -reinado na
d est a ·cando o s estu, es a e sta l eaur· a esq u e mat, 1c a a1 , se ·d m problema
da historiografia lus
d os dese n volvid . os p or n om es .m contorn ' a' eis
v
década de 1620, con sti· tu·mdo o trie . 'ni·o de 1597 a 1600 u
o-asiáti ca, caso d e
C. R Boxer (sobre And ré mu.i to mai.or. 6 As ser, ·ies vulgares na� 0 nos fornecem s suas ca, rtas ou
Furt ad o d e M e nd o e-
n ç a ), J ea n A
. (que .e s c reveu im s d ocumentos d e sses anos. Contud0, com base na P esªqui. sa feita ant
estudos ubm · port anre r cas
sobre Dua rt e
Galvão, Duarte Pac n.orment e sobre a corr esponden � c1a diplom anc , · a entre os mona
de Albuquerqu�), P h eco Pe r eira , e Francisco ,·
anduronga P
issur encar? Luí s d e Albu u qu e, asi·át.i cos e G oa , no mais· do se cu , l o XVI torno
u-se poss1v, e1 rec stl-
o .
as si. m como (amda s f' era m as
tu1· r par te do
n

que com algumas � � to· . , ' e s e desenvolv


c ontexto político da Asia em qu
l

riador ) Georg Sch lim it a ções en quan t s .


rimeir . o an dato
. a durante o seu p
u rham m e r actividades d
Xavi ·er. De modo S. J. c om a sua biografia d e F�an sco ci o c ond e da Vi.d i.gueir
m
a que p oss a como v1c
(e até mesmo cult m os avan çar p ara um a h.JStor, 1a soeia! . e -r • 7
e1.
ural e p olític
a) com algum significado, o revi.ver da • portan
te família nobre
« 610g
. raf.1a
soc1a
. l » como u m géne
O conde da V·d· i i gueira · perten c ·i a a uma 1m Vas co da
ro para a Asi nu a Portuguesa do s sécu1os 1 e xvn, e era bisneto do ce 1e, bre
a ser, p or con seg , a por mguesa contJ· via cabo
uinte, um desid e Gama, o d es cob o d O ca mm . ho marítimo para a A,s1' a' ,
xv
Estas cons1.deraçõ rato. n'd r mbém
da Boa Esperan em 1498· Outros mem b�os da fami·lia ta
3
es s erve m ,
que se seguem. m parte , p ara ju su.f.1car as pa, g1·nas ça , ugueses na
d,esempenharam tó ria dos ort
e

Iniciei recenteme ·, de l evo , his � P


p ap eis Gama e
nt e uma inv de A s.1a, in cluin do ma, Est eva�o da
o sob re a vid a e a époc a 1 os d e V:a sco da G a
a
esti gaçã
n
um fidal go _P?rtu
re

guês, D. Fra ncis rtº en· stóvão da Gama , tendo si.dO, o primeiro, governador do Estad0
os f"lh
conde
da V1d1gue!fa , e
1600, e a segunda
v
po r duas vez
co da G
a ma (1 5�5-1 _632);
e s vic e-r ei da In d1a, d
a ri:1
z d 1622 a 1628. Esse e ",y.
. ou trab alho a ssemeli .s
a d01s
preneur.· The
tros p roJe . cto oy as Entre
e
I7:';--_
ndo-Portug ice r
s , u m m eu ,
e
h e, V
.
. 5 T rm- und,
a Actas (Lisboa, 1985), 301-31 ; « . h Jtak e Diermar Rorhe
d e Anth ony D1sn
O meu outro p roj e o out ro
eount of Liues . . c I ari·t1·1ne Ti·ade, e. 1_ 175
400 0
e ct o, b
den
eds., Emporia,
zn· R
astante envolve ubli·
nhares ar Goa m t1 l 630s» , o

cada e m
. A . M
1997 - do funda nte, foi o e stud o nt ·e preneurs m sz�, n early modern b1ography.·
· : /E
:-
n
do r da ca s a (F.s,"g,cd , Commodities an 1 empting to wnt1
da Gama . 4 D"1sne
y, p o r s eu turno d a Vidigueira , o propno de
a
'v., co of Linhares
My '"'ºº"'" , 1991), 427-444; '. Oo "�
N º'ºº , Fourrh C ount
fazem p arte da b , te m pu blicad o u m _ conJU. ntO ·
, u
est udos que
wc c o i o el d
(1588-1656)» i h he hfe of D o; 2 (g1992)' 89-10 6. ,,o . . dia
v,ce-no• dÍ, fo
iografia d e um outro vic e -rei orcU Indi ca vo!. xx1x, n .. , . ove o do
guês, D. Mi un o g ,b oa.
guel d e Nor
i
' Antó O 1mc10 do d seg d
ê czas d J
nh , c ond e d e Ll nh a res (e m G oa_d P 1629 D. Fcaocis nio da Silva Re go, Aeademta das Ci ,n nten�ormente
, ,

a 163 5). 5 A o bra « 3 _M e mór ias a


de Disney tem s
co d, Gama, 1622-162 323-328. a
;j 345, especial '."�% eirn oo Jmeª º saio «An
ido s ub stan cialmente auxilia J ela
o a
t
Class e de
L etra .
1al Wo\� ;f Fccdi
s ' 1978 ) ·
ªP
111e oc
upe·i,
XIX ( 3 . ra do con de da g o ­
Augsburg de passagem, da carrei nmerc
p ,_ C0m. 500 700
._ · L ig hr o n rhe C OI
mo d 'tz·e s a nd
�and Cron, 1587-1624»,
· , !·o da d,ecaoJ a d
N? m1c , er in Asia Portu�uesa. F t: 1 thcr .
.
, ed Em anam
2 l
um proJecto llltJC�.
ilado «Fro
e 1990, Kenncth
M
m Biography to cPherso n e cu _propn�
, · co -din ..girno s m Pr� k e R.othermun d u:··e
én�ep,en,u,s, 401-425, e mmha bra The Portug es E m pire Asia, 1 -1 :
of Po n ugues ·i
. e As1a, 1500- H is to ry: Essays m rhe So e·i l f-Iiscor)' "' . 23 -236.
and Economic HtStory ( Zondnos, 1993), :licico d, v, d,go ·' ra o rade
m: roduç�- o corresp 1800», o qua l foi A l olzttcal . . , f
p · e.. seJ11 _a
Pxo de Meneses ( 55
. bli .
revista Mare Libe cado, de forma truncada, . ideia
ondente, na u
n v al 1 9.1617 ),
- ntempoi,·ân eo e
1 .
fo, <epcnd" "" ' �un os
" vo e dos A,q.,
vo1. xxx1x (2000), .lom . vo;
rum, n.º 5 (1993). A ll1esm,1
. arl, agostinh ame mc, a v1' da do co D. Frei · A lei . . por ex e1 11p l o '
tntnu]ado « B1" ogr .. do Cmt,o Culturnl Colou,te Gu!b,enki o
.
cst'a n1 o, gove rnador e homem d Ig,rej istos ecl�sia,sricos.Vep-se, Frei Aleixo
a
primeiro projecto. a has», co m w d a1s
· be m documentad a, pan�. u e le reg a de D.
Avelino de J es us da Coªs ta', «A__cça- 0_. misswna'na e Cong
um e v i· dent e e escon ]1c·'Cli11Cil
Isro para nao - j Padre
· « iótic d Mundo Portu-
pºtr
sso
,' ,"""'"', A,ccbispo de Go Primaz do Oriente»,, e•ro de artº.1�os, de C arlos
·
3
d i, re
prosopogra f.i.a; um mencionar o trab a li10 para le lo .
nciado ·da
) 209-247; e, "':'oédim P'"' º"'. b ograf'1a de ,
. excmp1 o u' t1·1 e• Sa · no domím· o neglige . os guc,, >oi. v,, pan e ,, . , ,' . 11um Fr.
L,sb o" (1 '.40ri
dei Conseio de Port nna j .-
ugal: 1580-1640», go e e Lux:ín M cléncJ ez, « Los· fun. cionan12 ,
(19�9), 197-228. _ Cuadernos de /nv i1 ° O.
AI CJ·o de M S. A.' nome adamente . ocde Goa (1595 -16'2) ,, An le,_tae111. n«perccpdvel
Alonso orn e o m c , oo , a A u g usú nw> o
estigación Histo. . rtca '
.

u Dom Frei
.
Cf. Saniay S ubrah ene ses O S A., A i.z. ob1sp " o ' de s li z
m an ya m, The Ca , e,,,. vo]. xxv11 ( . contud0, sen te-se o
(C,�,b,idge, 1997). re er an d Legend oj_ Va . w . da d a b·101• 1964); 263-333. M ais un� a v:z'. inda, Sani·af Subrahmaénya 10
1

? 1 du chns-
' · a r·1 · Veia-se, ª
_ . s
. Cf Amhooy D . "ra d'indig nisat �8)·· 21-42.
Alcixo d' f1''·1 p··1r,'1 ··1 !1·1g10gr ª er ]'éc11cc. de
ti. an .is11 e Meneses (1559-1617) . · ns, n·º l03 (191
.;o, . n uv es
Ltus de Alb uq uerque , y, ''. fl,'. ""'.ºY Co "m oi. L. tc n
' e1,gw
, ,,9_ 163 5,, '' s

. s·cieiices· 5oct·ates
e lnac10 (Juerre 1ro m haccrn Go a,. 16. . des R
, cds., II Seminári órl' 1e cn Indc», Archives de
o Intemacwnal d, Hiit
234 235
. . .- e. 1600
1 a do Decao,
po l'tic
Império s em Concorrencza:
' · Hzsto
· -rzas
· C o necta das nos S,ecuIos XVI e XVJI Portugueses, mogóis e a
, . os vieram
da India durante um curto ad a D, Francisco de Portugal. w Oitenta desses f1da1gos capturad
de 1540, e o segundo, ch
período , nos pnm · os nos da déc
· eir a ser resgatados do m onarca S 'd"1 pela soma de 4 O 000 cru go-
zados,
e fe de uma f raca ssa ª. _ , E ópia,
da expediçao ti e D . F ranci. sco da Gama estavªa er}tre eles. O hom o e que ne
em 1541. 8 O terc �
foi D. Vasco Luís da Ga
ei ro c onde da Vid
igueira, neto de Vasc\�; Gaáma, .
c1ou o resgate, D. Duarte de Meneses (1537-1588)' tivera O d
posto
, ma, que para além do seu po to e edir rio de mestr e-de -campo ge er l ª ampanha de 1578' e era um
os
de almirante das In S
dias, esteve também estre·1tamen te asso cia do '., .> ; � D F ra nci c
à Casa R eal, sucedendo cativos. Foi com a sua filha, aria de Vilhena, que_
-se como estnºbe.r ro-mor nos rei. nados de a vez até
s o

. ando mais u·m


D. João III e de D.
Sebastião. Pelo casam ento , entrou ra urna
da Gama veio a casar entre 1583· e 1584 ' mostr teve um rofu ndo
q. ue ponto a «Geraçao grup o, P 11
família p o lit i cam en te
p o d er o sa , a família do s c on d �e ca s­
P - de Alcácer», corno Á · p ortug uesa·
tanh ei ra, sendo
impacto na admm - dos ªbsbur
· ·1straçao H g S l
s u a esp osa, D.
A na de Ataíd_e, filha ;' rimeir
o gal, D. Fran-
Depois de voltar dO Narte de África para Portu ºdigueira e
os na a

conde, A ntóni !.
o de Ataíde, o m ]!
Quer isto dizer que a is próximo con fidem e d ; }oão ci·sco viu confirmada a l�a posi.ça-0 como conde da V1
o ti o m aterno
de D. F rancisco �a Gam a e
(ll S
almirante das Índias por F ih. p e II de Espa nha, que .se tdorn _ ara rei de
o pot ente bisp 1581, que
o de Viseu, D. Jorg e que, Portugal em 1580. Uma carta datada de 10 de J a neiro e
a partir de 15 de Ataíde (1539-l 611), U
79, sob o domínio dos H
absbur �os, des� p
enho lhe foi enviada . . e II ' convoca-o para estar presente
uma série de cargos ru de El vas Por 11p F1 . p ugal ), ou
de grande impor tância p olíuca e r gal e nas Cortes ( em que FT cla m a do r e1 de 0 rt
em Espanha, 1 tp e, 1a se em seu
.
tugal. a env.iar um p ura or- com p oderes para ·1m-ar l.ealdade,
_
incluindo o de p resid
ente do Consel? o �e ;or
r a

Esta relação foi de g


uiros roc d v1·adas entre
rande utilidad
e para D. F rancisco em m nome, a Filipe de Espanh ª·1-? 0utras cartas dO rei' en
aspectos, sobre
. a areciaJ1l conde da
tudo quando as suas
perspectivas de carreir os anos 80 e p . 1 , p.10 dos anos 90' conf'irmam que 0
seriamente ens
ombradas. P
V.id1. gueira p
o rmc
q ue estªvam
encarregados
e rtenc·ia ao nu'me o r d q u ele
Um acontecimen to c governação
rucial e mesmo d eterminan te na vida de de executar cer tarefas m enores relacio nadas com a
9
a s

D. Francisco da Gama
foi a sua participação na malfadada c�1n- p anh• dos H absbur
tas
o monarca
e o seu súb.d'1to
do Norte de A, fnc gos e que O el q ni de C nsto,
stião, em 1578. C on� o rei, ne s
ssa era fortalecido ' facto de este ser 111 embro dª Ordem
.
a de D. Seba .
a
. -
o ue u

e xp ed 1ça o, e st · pelo
a v a a n ata do o da qual Filip
duques de Bragança d d a nobr eza po r tu g u esa, , 111C. l UI n seU e e ra o M eStre. .
. d des, D. Fra ncis_co ma nteve-se e
m
filho, de treze anos,
e e Barcel
os, o conde da V·1d·g 1 ueira e O ses H erdeiro de grandes prop ne
ca_d seguinte, ao
os da de
D. F rancisco da Gam de _Mene e Portugal na p r inc íp i
a

(futuro vice-rei, entr a, D. Duarte


, sd contrar ,. década e 1580
d s seus irma
ª , que tiveram
e 1584 e 158 8), C rist
óv ão e Alvaro Pire " io do que aconteceu com l g n . -o D. Jorge da G ama,
d e

Távora, irmãos de
os

e ·' de procurar seu irma


o
Rui Lourenço de Tá ' ra h 0 nradamente, ,
vora (igualme nte vic lld a
s
O
u
r.
a

entre 160 8 e emprego no !tr m


1612). Muita d esta P or exemplo fo.1 morto no O nente Por . es ltu
nobreza fo i morta ou c ptu ( 8, .e'a numa carta de
u a a

na célebre batalha d dt
«

_ 1 . 13
a
7 o se 11
sa
en1 serviço
ibir, no dia 4 de AgoSto �e 1s dei R ey meu Senhor», com
'
e Alcácer Qu
·
dig ueira.
O cond� d� V1.d.t��eir · a _ en contrava-�e s eU Pêsames de Setembro de 1587' dirigida ao co n d e d Vi
. entre os que mo�-reram, e Ogos
a
filho fo1 feito pns1 on '
e1 ro, co m m al
desde D. Dua ne d a is d e trezen to s e setenta fid -- . ara-o em Africa 0
e Meneses até ao io so,
filho do conde do Vi m
os qu e ca
tiv
10---
B L, Mss. Adn 20846, fl·s. 17r-23v, Rol dos fidalg
.
ano --de 1578
aos quatro dias de agosto[... ] c1·1ante AN/TT,
Tom bo, .
1 b oa (daqui em 'cla Vidigueira,
Em 1626, durante o Arquivos Nac1ona1s • ·/Torre d O L s A lberto ao conde '.
eg0iu I D· ·e sso Sogro,,.
11

recu perar, e_ om a 1 gum f. seu segundo vice-reinado , o conde da V.1d 'gu ci. ra cons 111a, Convento . cio cardea

dom Duan , vo
8 ·

da Graça, t. 111 ( ex. 2) 1 ca1ta . Rc y


es · ! G 27 de Fev o
que estavam na E nop ·' · orço_, os restos mona1s · ' ' C 1·1sto-V,l� 0 da 'Oa d�'
d· e seu t10-avo ere1ro
· de 1585, qu e se ' 're fere a «o Vis
1a, mostrancJ o urn . , _ t 111 (ex. 2 , · rta cio
'"' famlli,; d. Th, •fone , a, ver .a ca'
ut i2 A
a vez mais o va 1 or qu e clava ,, 1·e aÇ:A p Jv•· G- N/ T T, Conv nto da Gra ça' . ) 7 orge ela Gam
d" Co,", ,á,io, of}e>ónim,, Lob rt ed· .. pe .al m orte ele D. J ( 2 3.
de C. 1-. Bcckmgham ,md . D. M. L o l l . Sobre
cardea l D '·1s condo I'encias
; t
w d' Graça, . III Sll,caxDé)c�da
e

( Lood cc,, 1984), 208 2 ;;_" '


' n
1)
""º"''°'' ,ve
L),
e 0 1
A presenç. Alberto para O
�- º.11 ele AN/ ' TT cio Couto na
o,
So� re D. J_orge de da Pº 1· D.iogo cios cap · a- es da f 1·ota' d. e
Araí d e, veja-s e Bri i
h l.ibrary ( lhqui/;11d di,o" J y - · .,' é 'aponta
9

a e D. ·Jorge na As1a p
Manuscnros Ad1c1ona1 t s e la vi_ �ua D. eczma, d ' como um n ·. combana
s, Acldn. 28 428 pane I, 425, onde D . Jo rgc e, 1,,cnc10nacio Mº"scate, enquan to
, - , lis l 5 6r-174v, Mernoit� ,t;d,,
.
·dio' s d i, ,. P,ttrulha do Mascate daquele . o A sua mo rre perto, de D ' II 253-255.
, e
muerte dei limo y Rmo Se
carreira, BL, Mss. Acln Atayde... ; e sobre os. 1·nno1 pa i· r
an
nor Don Jorge de
as forças '
é
. 20 957, Livm tercei d e «Nequilús», cm 15 85' é relatada na
ima,
P j rge de Ata Decada c
AN/T1� Convenro da
Graça, t. 111 /ex 2/,
ro do Senhor Bispo Dom 0
. 7.
237
236
1mpérios em , cza. .· His't'orzas
eoncorren Portugueses, mogóis e a política do Decão, e. J
600
Conectadas nos Séculos XVI e XVIl

Outros dois dos se us . · · quase _ ap enas por um direito definido pel o seu nascimento e pelas
1rmao- s m. gressaram na carreira ecles1.,ast1C ·
um deles D An ,
to · o, tornou -
ao suas �igações familiares, tendo atr ás de si o prestígio n ão só do
se frade capu cho e o outro, D. Joã
da Gama: as�endeumao ca ' seu bisa
vô, mas também do seu defunto sogro. As razões de uma
- r go de bi· spo de ou tro
M a d a. Ainda u m
· mao, D. Lu ís d G
1?·
ª� �ou Vasco Luís da Gama, tal cor11° npomeaçao - como a dele podem encontrar-se numa carta do conde de
ir ir n

aparece nas genea�gia . s ª a �íha) or�al egre para o marquê s de C astelo Rodrigo, C ristóvão de Moura,
A sia, nos anos 90, e, d , , s erviu durante muito cemP º na
a1 em diame, . o, por e:xemPlo' ua e m N ve mbro ,d _JS94, Pº'. ocasião da recusa do conde de
na p erda do fo est eve 11. nphcad �:;
h nos termos que l he eram
ares em 1r para a I nd1a como v1ce- re1,
rt e d K
? e
n o
l6l4, a favo r do Sh � �:ara ( u Gombroon), em Serembro de propostos. E screvia ele nessa carta: «Tiene tambien la India extrema
'A as d� Irão.14
Foi então, em 1 ;95 necessidade de todo lo necessario a conservarse, din iero, gente,
' com a idade de trinta anos e sem serviç municiones, cabeças, authoridad, brio, y esperança de premio por las
o
not ável em qua
lquer cargo adm · i· e ra
f01· nomeado vice -rei· , . m Stranv · o, qu e o conde da V1·d·1 gu io . armas La cosa destas mas n ece ssan. a y de que u.ene ma1. or fa1 ta es
d a As 1a po nuguesa. A sua designação na- 0 f i ·
1ongamente pondera de caballeros y personas particulares» , e acrescenta que «a há dicho
da. Em 1593 , quando s e discutiu a quesra. o no
C onse l ho de Port u_ valiero s que otro hombre d e
gal, ias de iue sacara ei conde [de Linhares] mas ca
Albu querque que tm ª. propósito da substituição de Mat d1-. onu gal Y a esto ser á menester ayudarle valentemente. » A conclusão,
( . ha sido vi· ce-r e i· desde Maio de 1591), os can
datos mais fortes p . p ortanto, e ra a de que se O conde de Linhares não quisesse ir, deveria
arec1am ser F
e rnão Tele s de Meneses (qu e tinha . .
desempenhado 0 ca te ser envia .
do um f'idalgo da mesma cate gona, 1gua,1 mente capaz de
meses, em 1581) F
rgo_ de governador m . terino em Goa durante 5e 1evar consi· go um , quito . que causasse i.mpacto na Asi· a portug�esa.17
c o de
de Linhares.1s E�te· � �o da Silva (governador do Alga rve), e o un-se C ontrastando radicalmen te com o conde da Vidigu eira, Mauas
de
e n se

a ac-eit. ar, razão pe1


u lt11no chego
u a ser escolhi.do' mas rec u so ª Al_bu�uerque era um fidalgo relativam ente pou co import an t , � !a
J11
da a Ma n. as de Albuquerque u
u
a qual foi d
e

se gunda comis são ª principal virtude foi ter desempenhado o posto de cap itão na A a s
de três anos , at é 1597 E A stO de 1 95, o
i

conde da Vidiguei.
ra foi es colh1·d 0 po F
· m go 5 der P?� várias vezes entre 1570 e 1590, para além de ter comanedad o

he su c_ · ' · da d, a ca d
contra o parecer d r l p pa vanas armadas, a tes de ser nomeado v1c · e- re1.· Nos f'mais
e

de d d n
II
c de .1' 5 70, por ex emplo comandou a armada nas águas do SudeS te
l
g
que embarcaria na ;� overnadore s de Portuga l' fic ando vierinº
i i e ra 0

nmavera' de 1596 p a ' · dª


cíp!O
no f' ,1m de sse an o. '6 ·, ar tom ar con t a d g
o o As,at ic· o, combatendo contra os aché ns; depois, no prin
d, i do M alabar
E difícil en contra 1· da de _J 5 80, diri iu a armada que patrulhou a. co sta
r ent re os vice- . , esa' do s d::a ia de Orm uz.
.
t ipos mais · dia rei· s da Asia p orwg u ante vanas estações , antes de ascender a capit an .
, ica
g
m etra. 1me nte op qe
. OSWS do que Mat ias de Albuquer e1· Os p omos altos d sua carreir . encontram-se su man_. ados na c
u
e Franc1sco da' Gam a
1·ce-r
ron
a. Est e últi.m
o a s ce nde u ao cargo de " anónima e não bli da, intitulada Vida e Acções de Mathias de Albu­
a
pu ca
--;:- -
14 ::- ---� querque, da qu l istem pelo menos duas cópias.' 8 O texto é uma
para pormenorcs sob rc a famíl.a, 5 111f/ra a ex
. i . d fa de
_ , l ' t. XV (Braga 1939) 75 t v�,r F-clguc.,ras Gayo, Nob liárto. e.1 c.1.
de Portuga
Araga�, Vasco da G md . -76; igualmente o es tudo de A. C 'Tc x Sro\rc ra, BL, Mss. Adn. ZO
98) ana do conde de Portalegre a D. C ristóvão de Mouão sobre a e�co�ha de
. boa, 18 · u-t
e a ,;.
D . L u1s da' G·'11na , . ra·· E'studo H.zstonco
, . (L1s C
a
929 �Is uss
17

. 75r-76r, Nove mbro 1594. Compare-se esta disc


diguei
cm Ormuz e K r.
amaran, ver AN/TT; Convento da Graça, .
vz
un/ ' " cc-c,;, ,m h, com as op_mwes de
t
(cx
. .1f), 161-173. Ado. 28 432, A< . 66c-8
BL, Mss. Adn. 20 . JI' p an . 1603, ;n BL, Mss. conde de Vila I'-:ºv�,
929, ca . n a de D J uan lcg , ª p,h·perta ,sco Nogueira ' de Henrique de Sousa Godinh o, do Ataíde. A referenc ia
Ag
J ost' o d, I
e 5073, fls. 49 . . · d e Sil
.. va, conde de .P ca re
•r a c
a do vice-rei
_ c
de Castilho, e de D. Jorg
de
oo conde de pona Icg r-49v , so e, ao terc de Portugai ' D. Pedro
or
arcs, vc o rigo,
e
b. rc a� rec . .usa do conde de Lmh oron1ia.
rc a D . C ns ]l Afons de N
. tóv·10 le• Moura,
marq uês de C ascelo ia U ei· ro conde de Linhares ' D. ntra- se no capttu , l O 3 . deste livro• Em. ._o de'
1603
d
. 74v-77r Nº".c
o
fls. mbro de 1594. ' c
' , �olecção de M at1a. ma ana-1·1sc deste texto enco e·1, p q ' n op1111a
. . ,AN/Tf o es
. . o para o posto de· v1·ce-
''.h"�
a
.- º
u lp,s q ue se Ih,
e
s de Albuqucrquc f 01. rcJet
or u
tad
r
São V .nt.c. vol. e
us
11.

p
;;rugai para hlipc II, dat·1d-/�e '. 119- 1 20, cana do g vc rnad ;éfll o D ld'.g' "'" poc E,n n de mm .
,;, vassde A.,;d,, ,,lem de à tão pouco que dexou de ser v1sorey que escentoe
x11, s o

ona� de lho Roiz S ; , , Lisb oa, 8 de A gos to de 1595. V�r c arn 953),
a ara
le de que forçadam
1
3 �, Soa1cs, um d ris ed. �- Lopes de Almeida' vol. (C 1 o1 11 1 b r , 1 eira:·
Inu1• vi � vo as que se tirarão. dci _ que1·1as. parte.s teve, M ss Adn. 28 432,
t
.' 1 an 1
oa
1çoes que em a
. es
ia ta cont cm 1n 11 .
e 5 os od10s
' e affe
p j.
« E m abnl ej, e 1596 mandou e·l f> or•anco·, e escreve a nomeação da segu· uei. ra a Jf11 ' se ao de se · do,·, cf BL ,.
. res naque1e e· sta, 'ql1es·t'ão (m
:
t
. I,' ey a I ndia o conde da v1·d',g 11 ccbº fl· 80r AI gu,r muitos · mconvemen clu mdo u ma cart
e
rant c gcn.1ro do Y1z ,cy JJor vi so . '
1sc nr est .
a
. o Rey d 0111 d 1a · gu ns documentos relevantes para d
de. mcnczcs que anrão era vcu vo e 11
a
.
u
de mu,u'·s e boas Ln nc
partes d·i'CIJ O que 1110 , .

' 1ia expcnensia nem ido a f nc1·,a..
t111 »

238
Impéri os em Concorrência.. . . .
Historza. s Conectadas n os Séculos XVI e XVII Portugueses, mogóis e a polític
a do Decão, e. 1600

defesa da fo lha de se . , - . . neste


feitos a' sua reputaçao
rviços de Albuquerqu
A
.
sia , face aos ata. q
As outras fontes e l'assi. cas t arnb'ern nao aJ U dam mmto
- depois do seu re
gressO ª po nu gal. Essa foi uma asp ecto· Tioda� elas descrevem urn ou outro acontecimento princip al'
ues

prática frequente dura


e na

. . como podemos ver


Portugal (lSS0-l640)
me os sessentª an o
� de domínio espanhol em
e p assam em silen ' cio a ma10r pa.rte dos restantes,
: mais do que um . po r exemplo no resumo contldo no Tiratado de todos os Vísoreis e
de enfrentar acusaçõ vice-rei ou governador teve '
es de corrup -
, çao ou de cobardia ao voltar para Gov e do es de Pedro Barreto de Resende (escrito em 1635), onde
a Europa, e fo
ram van·os o s que
enco rn enda ram pequenas crónic . as se re m er; que o conde da Vidigueira partiu de
a r
Lisboa com seis naus
em ,defesa da ça
sua co n du t 19 erno em M omba
E prova' vel que o co
a. no d" a
c : de Abril do ano de 1596, passou o Inv dur te
nde da Vidig . - er e h gou ª Goa no dia 22 de Maio de 1597, onde governou
a esse expedi. · ueir a nao tenha tido de rec orr
O
. rtugal. Entre os aconte­
a n

ente depois . . três a os sete


tenha termi·nado e . do seu pnmeiro vi. ce-rem . ado (embora e
le
m � � m�ses, � depois p artiu para Po dos, estão o facto de
m cir cunstânci·as.
um tanta ou quant o infeliz .),
ci en os O seu vice-remado que aí são menciona
por as suas re1açoes
. .
- co
, m o c ronis ta ofºici. al D. , ele te mandado Lou renço de Brito com uma ann ada para sul, onde
s

. P
e

suficientem ut ão
ente int , im as para pode r
' 10g d C '
ej os ia: es lhe captur aram três galeras, de ter enviado o seu irm
nas Décadas . 20 . perar deste um relato favoráv Kunj ali
m
D. L :"� sej a Muhammad
o o o o sere
da As ia.
embora O r
D. Franci·sco da Gama tinh · a razão' muito Gama, contra o .Cunhalb (ou quatrocentos
es
ª
eiato reiativ
· e mai·s tarde
viess
· amente hagi. o , f
gr �co de Dio go do Couto
M.ar k· �ar, 0 c hefe mapila de K erala), com mais de te,
se � contraria pon� gu�es, rotados, e de finalmen
que também regressaram der
do conde da Vidf
Sousa.21 por Outro
segunda Déc
do ela
gueira, na Ász· ro vi�sao bem mais aze
a , rtu
l
1ªd0, co mo a u . guesa- de Manuel d
nica ediç
da ac e rca
e Faria
décim a
e no a �°p e 1599, ter enviado outr a vez, com
o mesmo obj
ais bem-suced
ec o,
ido do que
ti v

, · ao pu blicada da . D. {', un
And a. Este foi m
ad'a de D"10go
nd nç
.
d de M
to e um esboço resumido , 0
Goa, onde foi
do C UIS e t rouxe •C unhalle• numa gale r a p ara ues as." Fica
o
cron
a o e

, ista não pode fazer c


ompleta .u . . de sse decapttad O e e s q uar tej ado pelas autoridade s portug
penado (enquan do, sob
to di.stm · tos da J tiça aos acontecimentos ual
ou

, personªridad e do vice- rei ' a q assit realçad verdadeiro suce


sso desse vice-reina .
recebe um tratam ú vito-
e, o ataque
s

entO exaus . 0 p onnto de m m t


que uns vislumbr tiv ) . De,ste modo, não tern os mais d 0 · a dos portugueses : no ·
v ist · e' nci· a dos
o o nico

. rioso mont , c om a coniv


exto » asi. ati.co d0 vi·ce- nado do con e 1
en
es d O « cont p
a
m
ead

ado a ' posiç· ao- do eI 1 f


o
dª v·1di. gueira rei rajás Sa holandeses no
a

d r1esenç a dos
e e a

· p , 1 · amente b. reve,,
an·o re ativ
A cre c nte
t
te.
SudeSt mudri de C alecu ·
e Asiát"ico e, resolv1da co m rn rn
s e

de Mati·as de Albu e qtianto . . n.or de Goa, ou o Guzerate, isto,.e,


q_ uerquc dcfendcnd
co en

ao r, mt
u

James Ford Be·li L 1br · o O seu n esto da d 1 , m os rn ogo1s,


govcrno) s encontrados a
r' ontacto co
ver, por /exemplaoiY, Ldaí Univ,c_ rs1·dade do M 'mncsota.p odcm er
, as eáreas ond
e os portu gueses e t av am m c
n a o e

a Majestade de Rey D u s Ma5nnho de Azevedo A p l dos há pouca me


. discurs os, o�1ff·ereu


e

. ' o ogeticos
19 "
r

n ção delas.
n

fiama e bana mema.n a om Joam . quarto d o n


Fr, - m m defe n s da
O texto fo1. escnt . . o c de .rnao d,e Albuquer , . entre os de Portugal, e )·
. i q ut. . (Manoe
l;em1c. a diri Sy lva : Lisboa, aJ641
a

Céspedes Menese omo g da' a um . . l dastd


o e

] s, rim�º ,no, Go o , lo d'


y P ctra P, d Hé · ':t"" rn
Espafia s (P ec r 0 C
"<sbceck·. L..s1 _ oa, 16,3la
t" ton a e D. Felippehe!IIII, rey defas
'"Vec CI1ar1esR;B
1\1:ogóis e portugueses na India ocidental
. oxcr' «Diogo do Couro (1543 16
1) .
cler ofPonuguese l Chr 0,11'í
. , As1 a», in R· O Goen -l6 ), C o mrovcrsiaH
,· e os
/ssues: Studies z ·d., Ibena ie � es en tre os mogoIS
Coimbra Manins, «P
s! Honour of H�1o. - W.
1
_d - Litera l')' and istor Muito tem SI.do escrito sobre as r e ç õ
p e os mogoIS
,· em
Liverm;r� ,ombim A"''"" t
1
elos Vid. :JCco'lgocy, . 1985); m
po rtugu
· d a conquISta do
G u ze
a

do Couto " e D o m fo de D"iff'. eses d ep o IS


V
95 , Coimb ,'."'"'• •Di" ,0 e , '" ,dcm, E tomo a GaJllª·
, :� ';:; , , raf ia,1 embora
e
muitas
;;,1·
ra

U o mi,i ]57 · g
, h'a quem faça
io
"'• R,vu, de, .Lltteiatures Co � o C ouro ct la fami lie D
n hi tor
a t rê s expl ic ações dis tintas
"M,o".e! de vez,e3s· H
notar
· rhg· adas . Desd e Iogo
a s

Fa m; ree (1979): 279-292. elas apareçam mte


n e S o olados pelos
and Con A ; �
sza by th� S;�' :h Portuguese 51ª· Or , t·h H1·stmy u.r · ·over). 1
/: DtSl
t,e portos contr
� 1 que Os port
os m ogóis do Guzerat
,
- º! ·imb.em os e '\u,. tuo ,. trad. Cap t. John Ste vens vol. Ili (Londres,
a I

g_?vcrno...», . p.;ir· ,a tou _omcncts�a no


e
6
seg undo
os
1 95), 9t��4
'
e e

s in · Ü .' , .
· lannci's1,1 v a I{,ego , ,,· 1111c10 doconrcl, 11po'- g,is, 36,
OI

raneo do COnC1c d ytr· a. av'·11' a1 çao p·,li.t1cu i dia ot< BN), Food, Pocw
. dª 1d 1gueii··a , ve r e0m ,te gravos. f a por um i d , q/ ,m º do
lª Emba'}ad que
. e p. arte del entar i os d,e D , Gaarcim a de S i roa e
lva y r,i:gue bt15
d �
h;o,,;,;bha ,h, édq,c Ns<ioo,lc, P
E,
>< ,
,,
(
da /od M .. , fls. 71,.. 72,, com "
m " ""
de Pers 1a' ed. Ma R e! · eood, da P _n m, hvm do tad
nucl Serrai10 Y Sa de Espafía D�J (eltpe Ili hizo ,d R,,y Xá A 3
o

nz, 2 vols ( ª� nd, 1903-1905), vol. 11, 587-60 · V1d1gucira na fl. 71v.
a

·
241
240
Impérios em Concorrên . polític - e 1600
a do Decao,
. , .
cia: Hzstonas Conectadas nos s-eculosXVJeXVII Portugueses, mogoz, ·s e a

portugueses, tai s com já que o seu relato menci.ona em pormenor as d'f i lCuldades entre _os
o Goa e Ormuz, .
tinham .importanres relaço- es costa do Concao,
comerciais no últim mogóis e os portuguese , s no Guzerate e ao largo da' Akbar Nâma, e,
o quartel do
século xvr, pelo que, ra que as em 1581-1582.23 A cro, m.ca of'ici· a1 de A bu'l Fazl_ s, 24
«cáfilas» ao ongo d
a costa oc,.denta1 ou as o
golfo Pérsico1 pudess fr oras anuPaª .is para .igual
mente expli,cita . no que re spe·ita a esta questao. mo
conci·11açã
· o em efec tuar re
gularmente as suas carret·ras um• to, ambi'gua' mes
de int· ere
sses era ne ces · ,Jll A equação mogo1 -porruguesa era' portan mogol n utr as
interesse na matéria, , a. A m bas as par tes ti�h · 0
san que só cons ideremos o Guzerate . A exp��são
o
os mogóis por
que Surrate era ass.np baste d C J · r c ebi a pelos
portugues s,
de «reales» de prata m
e
dtrecções tambem � era mm 't b Couto da expe:
e outras m er .ª por que ' nao
e

como se pode ver º? r lato feito por D" ogo dO


e
cadon. as, o E do da lndia
o
recebia as receitas ":
da alfân dega, e p or . dO Guzerate, O que e
trazidos para Goa, que os texteIS dição do rajá Man Sm�� par-a, leste, na de '. ;ada de 1590. .
podiam ser tran spor
tados para E uropa, Também sua crómca que1
os com erci an verdade.iramente decepc10nante é q ue o capi_tuI da o
tes par tic ulares p
Rande r, Cambai a e or tugueses se d ia . ª dos . em Surrate, chegou até nós d.1ga ta-0 pouco sobre a nncip ? al expansão m og
outros centros forma o . do Deca- o, e e m
de pressão que actu vam uma especie de grup de 1597 a 1600: a incorporaça� o de vastasP1·egio_ es
ava so bre a contrasta cIara-
A par disso, o trá administração de Goa. part·icular do su1 tanato de A hmadnagar, zs � que Couto pr�s_ta
fego do hajj, no qu
al o estado m�goI e
sti"' ' go do
interessado, é tam
bém convocado co f ,e mente com a atença- o pormenorizada que Dio · es da sua Asza.
de relações. Aqui, mo fazendo pane e s e ei aos assuntos do N.izan1 Shah1,' em partes anteri. o
r
-
aJJl a m Sl1ah (1508
«cartaz » (1.. e , 1·1ce pdortugueses, as autoridades que co�cedi A luta pela suce ssa- o por morte de B urh n N meaças mogo1
iz , .s
os
. ça e navegaça- o) o' . as a
recebiam os salvo , e os mago,·, s• CUJOS barc- -1554), o cerco de e h ul em 1570-1571, as ªan
tig
eses
n

semelhante s às que
- con dutos , tinh a
m de en tra r e m ne goci aç e o l
a Ahmadnagar na decaªda de 1580, as relações eA ntre os portugu
lbuquerque, dos to

eram fei tas
entre os portugueses e os reis d o
Decão para o mesmo e N.izam Shah.i no vice-re.mado de Matias de
fonte de con flito, p
efei to. C laro
que essas negoc·iaço- �s erain uma esses factos recebem devi"da atenção. . . eira pa�ra
os , car tazes»
orque os m
ogóis, evidente men te, nao acei raviJJl
ca ta s d O co nde da VidiguC 1 cçao
de bom grado, e u A redescoberta d,eª algumas cópias, na o e
as autoridad es po r uguesa por ,e Filipe III ' datadas de 1599, preservadas em du�
r
turno, não perdiam r t fício<
qualquer oportuni
desse acordo. Ao m dade para exro;quir e�e
as realidades dos e i
esmo temp
o, era necessário um alm hamen o ,om ---- m m e11 '
tanus », .111 M m
e oirs of the
qu líbrios do pod u ess< ii H H os te11, cd
. · C
. cac. Leg at3107 4· S. N. 13a11eq.ee. e J o1111 S · HCoour y a1 11d '
« M o11g olie
er maríti mo , caso se q is , t o,.r
o
.
111 s
manter o hajj de Su - .
A,;,,;, S<>â,ry of Beng<Ú, vol. 191 ): 51
rrate e .
4 - 0 '
-se
Um terceiro aspecto de outros portos.
e
J. º""º em 1 580-1581, veJa o
th
trad T
he Commentary of Fat er Mon,m-ate S. co
o n his ]ou rnP'\1 to
.
•i (
, talvez o mais c
on he ci do , d o qua I s e po
de m Ak'bar, Londres 1922. P ·a um a di sc ussã o d
encontrar vestígi os n ' o1 7 d "", o,rn ª'' ·s·ã o' Deli, 1. 989)o'
o
e "Puu n. npres.,
jesuítas na corre de
os finais da
década de 1570, é a _rr s nç a d 1· . B ev idg e (re
,d · H · " ,od o ta!11 bém e11c o11na_ ec,
er
Akbar, a que já nos � � este 24 Abu'! F zl
a , Akbar Nâma, v o '.1 rn� uAk bar 11e� penalhes, ve1. M,n,<><' Ha'1der,,
trabalho, a qual confe referimos no pnn 1 o d A post ura antip ortug ues:i d
:
409-4 10.
padre s espe ravam, e
ria uma di
mens ão reli iosa s negoc P e s.
'· Os no ""ª p,rn A b 1u 11 1 han U z bek. P·arj a ma s1 ·,de tCahiers du Monde Russe �
m vão, converter à t/Ǻmenº' •Rc]a,;o.,, of 'A bdulla c " K ' ,beg w• n Ak .ba1> ' U ma car_ ta 1n 'ais tardiap uplsaarar
h Khao. U -4
o monar ca, ou pe O
!,;, 3 !
g
a1 guns dos seus no b 31 3 ' d\ ex
-
1.1gaçao . .
res mais 11nport
antes. M as tam bém servia' .
m de S,n,ne;que, p,,;, , vol. xx , J ( 1982),
'Abdul!ah Kh an de 1 8 un a"· ua.1se su blmh•, /'Iam, u.ma '"' 0 dc4.,ej7o60 E . se
entre as auton"dad irTl , q vol. rn, 75 t;rnde . 'º"
de Ak,
'/,,,
es de Goa e a co I , sendo' a ss - Os
Portugueses , p ode s,e,r en contrad a n r par� o ha;J e a a
5 6,
uma presença úttl. , u ne mogo
he Es tad o d a lnd 1ª
Akba
, .1a e os mogois naº que a relaçã o en tre p a ..tid a d e G u }ba, d an Beg am
o

mantinham missõe s di d i N Pe ar so11' « T


ma vez que o Est
pl omáticas pe
ado da ln cn1 relaçã o , , , seJ.a 1g. n orad a p r M . .l 18 e 117-1 18.
aos por t ug ueses
a
, . s. rmanentes nos seus re,s. pecrivo .. lnd.,ca, vo 1 xxv1 ( l /2)' (1989)·· 10 ot al de. se sse.ensttea s,e
o
domm1o ,nd "'1 HaJl".
s
os, 11 um t '
3- ' .
. . cm cmco l i vr igue ira D
, is A Década Duodécima es ta. d;,;d,ida-rem conde, d a y·1d , .l os e sta o
.
Mesmo a par tir do
. nte que simples res
umo acima apresentado, orna-s
e 1"• capftolos , qo c uatam d os d o v ce ad.ºandotes , mas_ qua uo, c,p,io ssuntos de·-
e vide as relaço- es entre ,. . m, 0s as
suntos do Mala bar s a.'° de longe, os d(2"'4nm cad os 'aos ape
d '.d '-;,
pore� cialmeme, tant os mogo1 s e os porrngueses 't1J1ha s rc 1acio· nados co �,
D O ·,s• destes
- J 9 ) . s ã o ;
ci , 0 ;,m
o, O1 s ag os
o de con flit
o como de co la bo raça- o, porque o �.
':tan S,1n . gh («M .m s m g '1s
, · . . d o is· a' c onve • r ã a i Mi'i·za Shahr u kh ' em
seus interesses básico acmga»), e ou n os o ele·
o
fih 1
o o o o
an
s
» )
consul tar a o bra de
s n ão eram,
de modo algum, comcidenres. ]la s" tmhos, do príncipe de B adakhs·l.1 1n («A b ad ª.xam '
Monserrate, para _ o, Onnuz (483- '
termos a confirmaçao diss 505).
2 43
242
Decão, e. 1600
s e a política do
Portugueses, mogói
Impérios em Concorrê
. eonectad"""' Sérn/o, XVI, XVII
ncia.. H.zsto-nas

. s é cu lo, se er
gueu para
Altamira ( qu e fa� part .
Bhonsle, lá n ats para diante, ainda n . m s m o
ado à
e
e dos Manu s · os Adi. cionais ) do M useu e tinham che g
o
Br.itâni co e na B 61'i ent . \ravar O avanç i r g ueses, qu o
çar, o d a o nda. Os p o tu
sua atenção ara p
as�1· m, algu mas h1p . I - ote ca Naci o nal de Lis b oa, p ermitiu tra lnd ia u quano de sécu lo antes de Babur virar a ves
� eus encl
se segue concentrar-m rtir dos s
a
otes. es. Na parte qu e
-e1 largamente nu ma B indus;ao , observa v am com in quietação, a pa m o mito
carta escr" lo con de n o; finais de
1599, inventara
que trata em ran '; f," COsteiro ' a e xpa �são mo gol,_ e nesse processo ul e do Su doeste
e m edida da o ltlca d o D e cão e do pape n ela o S
desempenhad; 7 colectiv� dO 0_mmvoro tnunv1rato de gi gantes d
l
pe_ os m o góis. 26 A rece s r
e ogor.27
u m� influ ên . carta re ve1a o q ue pa da Ásia, Grao Turco, o G rão Sufi, e o Grão M portu gues es se
tecime
cia, -ate agora msu .
spe-itada' dos p ortu gueses nos aco n- º.
No pnmei.ro qu artel do sécu l o xvr,
quando os de
- nt es da epoca' mas
t ambem e xpoe - as p reocup ações .g eo- m e em G
oa, o estado
, rate g1· cas da cor
est estabeleceram ·\ntcta · · 1men te e m C h i
u sado m -t
o
a-lhes c.a
oc ui
oa portu gu esa nos ano . ores
a ehegada à Índ1a · d os h .
s ime d'iatamente ant eri Vijaya aga , na n d ia meridi onal penin s
I
u l a r, tin h · agar nao
e v 11 ayan
0l andes es e dos ingleses. ; '. t re Goa
m
f eno ans1edade, embo ra as rel a ç õ e s en
d a Gama
e de Afonso
asse, sempre amigáveis. N a era d V s o ado
nh a son h
e a c
D . M anuel, ti
de AI�u quer que , o rei de Portugal, ain d a
Portu gal e
A expansao mog reais de
ol e Decão com uma a liança matrimonial entre as casas aze dar-se
nas
ara m a
O
y- sa s m ç
o contra­
e
de a ana ga r. Contu d o , a s coi
c o
yanagar com

'
Vista em retrosp - décaJas J y s ar Vija ijapu r, e
e c tiva a e
xp , . ra .me"· que se seguiram. A ide ia d e u
dilshahi de B
tável , m.as ansão mo gol na !ndta e o rc s 'A pal da
os conte_ mp o ra: ne Peso para manter em xe qu e os m n a a
co p rinci
os nao - co · irarn e nte , era o fo
es t a pe rcepçã Pªrtl1havam in t e assim pr_o teger a fro nteira interna de G o a
uquer que tinh
perspect·1va, a hiªst, .
a
o' nao -
se r a partir de fma1 d O s,ectilo xvr. N a n ossa
. 1:1
n s d e Alb
on con cepç o geopolítica que o pr óprio Afo o
es sa i deia
.
. ad s
· d o mo men t o das�' al terar
cnaçã0 no Norte d - ? estado mogo1 a p a ntr do D �ca�o, m a s outras con s i deraç õe s v i ri a m a
' · os su1 - e s
u· vas senas d
to
' a 1 nd
- _ia na década de 1520, até aos princípios dos e-
culo xv , é uma . P rimeiro' entr 5 e 1560 não h ou ve tenta - o do seu
nr his tona de expansa - o a p arti· r d o seu cerne no doa'b 1 20 · · o exten sa
e
de B ··l)apu r p ara re to ma r G oa, 0 qu e ,m 1 1 u a
em conflito
t
do Ganges co
m O J amuna, . e nt e a entrou
para s u1 A seguir · . - em to das as d irecçõe s, mas especialrn 0 confl" ficial po rt ug u e s
c0nt rola
dos
. · ao ' ·0 da de' ca D ep o is, a polít ica o ue eram
Smd e su focado , m1c1 d a de 15 90, tendo cap. wrad á, q
o
co m � º · de C a a r
hatkal,
s comerciais da costa yana gar. Os portos de B dos
n
ate ao u) timo su . .
spiro a resi.· Ste� nci· a or ganizada P er
º
º " º lia
Mu zaf � far Shah III
no Gu zerate' O . . e t (ou pe? O menos, prote gidos) por Vija e, eram considera.dos a
est,avel·' por outro I · O c1d ent e f 1cou rela u·va rn n B as;ur e _H o nawar, bem como M a n galo r . proveitavam, por
ado' as camp anh . os qu aIS
-
· nts ra s para oriente SO
a
parara1 ' n na décad a d as expan Sio d. os mapilas , ad , . ug es es , · v e gaçao.
v ersanos d o s p u
e 166 O, com . hes d·1f,cu1
o rt a n a
Qua nto es para j
tar
ao NO ne e ao N eda d e Chitt agon g. tsso mesm'
0, todas a s opo nu nidad tempo .
de D. M anu el
, p nsão no º�:este, rnnrinu:r
:
ª mos t rar poten cial
para a Por fim, a on stra d a n o
º ,gent
. •,
relativa wleráncia dem
io
�� ; reino ShahJahan ( ta. 1 c ª 1
Ja fi l u m rem
o m 0 d em onst ra a ca mP " ele s era
a
an do
a n
alkh). para com t
v·· anagar - qu e para se gu lfarn, qu
Mas f ·' no Sul .
' primeiro no D e .
p y
�to é h . du não sobrev iveu às décad a s qu e
c
se
rt e de D ·
- III ,·
J oao
º cão rnataka
, qu e '. tm - vale ceu · · qu e o gover·nad or
n a o
os mogó is fiz
eram u n a verda , d ep o 1 s no Ka - o espin o d.a eontra-Refo rma .pre .
-se passo
_
. a pa
ss · 1
o des de os f'mai
d eira gu erra d,e d es gaste, expand'1nd o
_ s
·tnd Uz.
1n do - o, entre o u t ra s c o i sa s' a
penn1t1r
q temp1o

de lfupatt,
princíP
1º . r a o
rtim A fonso de Sou s a ensaiass e um a tuoU, mas o facto de
u e
do se cu l0 xvm ' qu s d o se c- u1O a se
. . XVI até aos 0 b Ma-
z ulf.1qar Khan Na.
a n d O os 1im i tes
mais s u I f o ram definidos, s
ª Por valta de 1540.'" o ata que n
ão s e e fe c
expans-ao mo g ol p ar
sr at ang
ec
J . e D aw,u d Khan Panni · Fo i aí q u e
5
ª v i/ • s
_ , j á '.' p odem '"'°"•ç•'."
(rne
'
�,
. eu mais i nc
'"º' , , 0, s,fá D"ada 1-JV_mo �,G,ao
tat,anos,. desde Ma . e.tta , __qu ,m- d o um a ho ste de co .n te J.�I �
peirn , , wm D a A '" ·
1I1ç 'A mbar, no . 11"ª m o
cl_e.neo�º- q,c dcse<içã o in J o ã o d, Ba,ms
o , '. o<O º" o m
IDICJO d O s· , · I ' a 5j
-'6 BL Acld 11· 28 43 2,
e ndo XVI
L"bo,, %t"' 1974) p,,, orna das
Mog"o�.' "' Década. O,tava P· 39 no 'º""
P" m " " ' "'" qoe Cqooe mogol , D,m.oo.
'"'° om ,rn C onei,, Len3d,,
da Jnd.a, '.d
ambem
volumc con '
e, m · · flso· 1d3,1.-l6v ·' l'N
., L, Cód
... .�cc·, 1976, . 117r-12Iv. O últ1Il10s p Z,m ,n �,; , a do, ' Ga sP"
,v , 2 9 9-3 0 5 e 24- 5; s
32
, c um con - . · fk 1 o-e l, m,is p v ol.
luso-m . ogors .. Junt e vanas outras c,u tas
com int eresse para as rc aç M . Lop·;•' doemAlc, esoida (cee d ição, Pono, [975),
m
245
244
- 1600
Impérios em Concorrência: . i ca do Decao, e.
l'ti
História s Conectadas nos Séculos XVI e XVII Portugueses, mogóis e a
po

e. a boa
ter encarado essa h1p . , aten ção para a costa, e aproveitar o momento favora, ve1' . 111go
otese - co m a c onsc
1enc1a de 9ue os re·is de car o m11
Vij ayanagar eram os maiores . ar, para ata
vontade da sua antig · a a1·1ança anti-Vi"pyanag
A

patronos desse templo - � ugere que


' •

, . . enquanto as
o Estad o da Ind f1rangi. Na ver or terra, e
1a se preocupava p ouco em f . o sennmentos da
enr s dade, em cas� de cerco p essem entra
r, a
corte do interior do país
. frotas portadora m d s d C anará p ud
s de arroz balanço
. sobrevivência de Goa estava assegurada, mas' fazendo UJ1:
v a o
O ressurgi mento de V"l)
a ya n ag ar c o m o po tenc·i a m. . ar sob
i lit desfa' �
A ravi'du Rama Raya, na déc .
ada de 1550 e n os pn·nci,pIOs da d'ec ada
A
as mudanças geop ,ucas da déc da d e 1 56 0 par ecem ter- sido
seguinte, p ode ter obrig o1i · a
não Voráveis ao Estado da ln , d'ia. .
demoraram a aproveitar
a do os p o rtu gu eses a p arar. M
nt eci e nt as di r ectamente
a oportunidade, qua
ndo Rama Raya ;s. 01 der­ ' Cont u do, é difíc1·1 1·i gar est_ es a
c
sa ter sido
m
l ' embora Pos
o
rotad o e morto a expansão m q
pelos sultões do D ecão em 1565. A sua arte do s ogo l p ara O D ecao ' d,ecada de 1590.
ua
P
a
despoj os f oram os port que encarada já 77 ç , de f act o, na
. os de M angal ore, onawar, em 15 , s ó co n uistar
B s e H . I'gain a deci.sa- o de Akbar de co N
ou
conqmstaram numa sén.
m e
e de ataques, de 1568 a 1569, ssegura ndo
a rur
Os relatos gizam
convencionais i ur taza
assim o fornecim
ento de arroz a Goa ª , ácil hm adnagar, com as quer elas entre O monarca M
' e t'iltimo,
acesso a p.
, e dando-lhe tambe?1 f n A.
Shah (1565- , que levara111
est
i menta de C an , 29, o - B r h n
ara. Por volta de
1580, coube ao.. ita1.ia 1588) e o seu ·i�ma ,
efug'.·ar-se
.JUnto dos
a
dep
0 u
Filippo Sassetti mostra p ,
r em que medida o declínio de �ipyanagar ois de uma breve estadia e_m Bi' da sua
a r
:oraram na hierarquia,
a u r
fora prejudicial para os rno g óis, os quais em 1584 0
portugueses em Goa. Não há muitas pro va s 10 1:â -jâgirdâr (<�senh r de e
rras•).
de que mm.tos portugues , própria n �
es dessa época pensassem do mesmo modo obreza , fazendo-o mansa
r
ar e,_ os
mogóis
com a discutível excep parece pr .
i s c d ou mais t
ção de Diogo do C outo. 30 ovável, contu do, que, de terem
. O depois
e o
d1r d
a
tu
m
O argumento de Sasse .i gis _
. sem a sua atençao par a 0 D ec - , s b
. g
0 do . consolidado
e outo, era de cara, cter econotti,
o re
tal como mais tarde o de Dw uzerate, e
a 0
, m1c. ., eio assegurado l e d o G
o, Jª que cons1'derava q ue o come'r d as c onquistas de Be ng a a
lém d'isso, e,
conveniente
de Goa dependia, em _ a sua fron st e. A
.. boa medida, do mercado de .nnporraçao e teira a norte e nor oe lugar em Ah
m adnagar, a
VIJ�y ana��r. Pod1�1:1
' acrescentar-se, a este a �gu en_ws de natureza
notar que
a lu ta pela sucessao
ª _ q ue t ev e
o que sel
o mai.s d
ou
mais poht1ca e militar. ' m segu1r m l 58 8 ' n ã
, ·1os da déc O fa ct de, n .
os fma 1s da decada de l
S60 e
um pr o
· ao assassin · ato de M UI·taz a, e
a r a1z
, s ma. is profundas.
pnn · c1p o
-0 e a q ue ti'n
h ra
· _ do eStado para afirma
e
ada de 1570, o de fragment a ç.-0
mesmo de Goa terem as coló ni as portuguesas d O Conca
sido ataca das pelos sultões de Ahmadnagar
o esforçcess o do elemento habas h'i _ ab x1m !idades,
e persona
e de B.l).apur não ter . nt
e
sua auto . e c . l e
. ssão e O utro, s. - esp co111 vista a
imposta p or viJ·· ayanag
m
no
á sido uma coincidê
ncia. A 1·!Vl.ad os da pre ua , . mia, o recurso d
ia
n0tav d m1 .l ena n·sm 0,
ar, estes mon e1s do Decão - a uma, espec1 e . p ar a uma
arcas podia m agora voltar o ap onta
e
a 5
d i st
ªP. ro xun . ação do ano 1000 d H e,g.ira, t
ª-o 31 par·a O lei.tor dªsi· du.as'Amzizaiourelahs
u o
situaçã
o anónimo «Verdadeir o política de alta tens� i'd 'A 1 6m
Reg�, ed., _As Ga eta a enfformaçam das coisas da Tndia (15 44)», in d Silv
a cr.,on·icas , · de Sayy h
�la_ �arre do Torr'.bo, vol. 111 (Lisboa, 1963), 19 2� 4. �
c as o da época, a B�r.h' z M· aaw
mad Q a
si.m Hindusha_
d� T_11_up,lt! tambe�m e; 1e Tabatabai, a�-, i M h Ferishta), n o
J:i�nt.j- us� e a Gulshan-1 lbrahim de
a m
fe1 ido, � 9u: e basram ue d s o u a
Godmho, em 1603, num
comentano as nome e estranho, _por ,
e
st lu m e,
A. arabad.1 (ma.is conheci'd O P elo seu
M s5 no de p
Adn. 28 432, fl. 72r. ações para o v1ce-re1 11.1do, cf. B�L , m
·'? As re 1aço- es porcu . tidas
gue
por SanJay Subrah�1any sas com a costa do Canará foram amp1 amen te dis cu, d1"'' ue 1 a regi
ão a Sayyid
am, The Political f.con /11
omy of Commerce: Southern
.A
w i naq .
1500-16� 0 (Cambridge, . . O s movimentos m hd Jaunpur, e
;ultanato _Sharq 1 den de atraiu a
a
1990), especialmeme 1 � Convenc1 011ou-se ambw r
Diogo do Couto,_ éca 20-1 35, 260-265. n o
D_, da Oitava, 93-94; Vanni llraman i. e Lettere dal lvtd uhainmad Jaunpuri (1443-1505), q L e1 nasceu tal, 0
, d"ia ocidendnagar'. m
30

· eluin do
_

Vart Paesi, 1510-1588,


di hlippo Sassetti t '. 1:' c ç ra .cp. 01· s de efcctua .. 496 , fix ou-se na. ln a
(Milão, 1970). Sobre a 117dtf�r n a geu_as s1 Inu, i r o ha;; e·m 1 4 95- 1 . at e em Ahm Shah.
do Estado porcuguês . . s no Guz ar ' . AI1mad N 1 zam
e
ne .·
relações sobre a situ
perame o destino
de V ijayanagar, ver Jose Wi ki « d1a,
D - se,u ros seguidores e s1 rnpat1z. ante e·garha dO Guzarate e (o fO1. 111, 01.to) n.o
g nd - M ahmud. Be ' lamud e m01-reu u
n.º 8 (
ação da índia P o rt
_ 1961): 133-220; tamb ugu esa no s
�9 '5ui
68 e 156 »N ro C º:1ru� o consta - o su 1 tao ã Ma _ '. The Mahdavi· moven1enc 111
ém a ca na anterior do anos 15 Antão o nha o, foi expulso
da área e I O ��1ls: o ·ed The
a o rei, de 17 de Deze vice-rei D. d\a ão para t � nistão. Para os pormenor�es, v A. A. R.tzvi, " - Sª�84-292-
c 1 1 n.º 1 (1950).. 10C-25; �,- �
fc a
a História das Miss6es
mbro de 1566, A. da i e n
S lva Rego, ed., Docum_ d1a» ,
rachi 1927) ,
do Padroado Portugu ç t Medieva l lndi a Qua rterly, _vl d al h1sto1y ( a
ês do Oriente, vol. x (Lisboa, 1935), � ltur
harqí Sultanate ofJaunpur: A pohuca n cu
especialmente 161.

247
246
e. 1600
Impérios em Concorrência: Histórias , .s e a P olítica do Decão,
Portugueses, mogoz
Conectad as nos Séculos XVI e XVII
rsa (shor
resta qu alqu er dúvida sobre isso .32 desprezo pela cidade de Ahmad_nagar' « barulhenta e perv,er.; n
Ambos os escr.i tores f oram cesre- asaz�An
mu nhas da situ ação no s finais da Wa sharr) ..., onde abundam os dissolutos e os libertinos» (;it .
A

década de 1580, e F ens . ht deixou Faizi


Ahmadnagar e f oi para Bijapu r a Wa aubâshân) _3s N o entanto nas_ suas cartas . d 3,
logo a se gu ir à morte �e �
159
_ urcqaz
159 1
· do-
a
enn
, s co m bast'ante clareza, ref
e

u exprim . .
Nizam Shah, temendo obviament e e o s desígnios do s mogoi
e os mahdawis e as implicaft5 o sendo
isso traria para a ascensão dos -se a os Nizam Shahs, o 'Adi! Shah_s e os Qutb Shahs, co m .
Shi'as, como era o seu caso urhan tmha
Bu rhan voltou para Ahmadna meros hâkims e jâgírdârs dos mogóis e sa ,.ientando que B ·
gar c o m o títu lo de Bu rha� Niza!TI d d. e de
Shah II, em 1591. Fê-lo com bê sido «levantado do chão ( z hâk b dAa hta)» por generosi ª
a nção de Akbar, mas u �a vez e!TI a a0 s rmenonzada,
ma análise po
k
Ahmadnagar, para reforçar a Akbar. Mas, p or razo- es que aguardam u
su a própria legitimida de, aceitou mais a - ondera m
aju da do Raja 'Ali Khan Far dos os m ogóis ainda se abstiv· eram mi.1.itarmente' mas nao esc ,
u qi, monarca de Khandesh, do que a0 so em
propn. os mog ois. . Ao reg
re ssar, ti. rou do trono e mandou pr ender o seu gozo perante os fracassos m1.1.itares de Burhan - n- , el
, ,
re1ação a Bijap . or tugueses.
U ma_ possiv
o seu próprio filho . anos , c m os P
Isma 'il, qu e tinha governado du rante dois u r, ma s tambe m . 'ficu!dades
raza- o para a , . podem ter sido as di
o
com o apoio do chefe mahda . A · dos mogois
wi, Jamal Khan. C o ntudo, as e p er a­ re ticencia onde.
tivas dos mogóis de qu e que enfre ntaram no pnncip . , w· d de, cada no 1590 no Guzerate'
ele , depois de ascender a o poder, sen� �ais ª surreiç· a- o de ch ef_es
do qu e u m mero traido �kbar ivtuzaffar Shah u m vez mais, 1
'd e r ou um'a in . ao
r, em bre ve ficaram fru stradas. No o lfm
11..

dh, Sorath e KacchA· d d0


J
'

os 10cais· , .incl
u indo os de Jamnagar, Junaga
Nâma, Abu 'l Faz! exprim
a
e grande de saprovação p o r Bur han, n
tes no meadO su
. ba ar.
A

qu atro anos do seu re ma de Ien· e de Akba a, pouco an


.
do, tal c o mo mostra a segmn · te passagem: r
' ' 'Az1z· K O k . ento numa acça- 0 mi1itar
« Q u and o Bu rhan-al-M . cer Guzerate, tratou de esmagar eSte m ovim
au me nta d o a su a de v
u lk go ver nou e
m Ah mad nagar, devia de que se estendeu desd 1 591 até meados de 1592.
• o ção e gra tid ão
, e sid o u m ex emP l.. o ea çar os pos
tos
o bedi•eA ncia para ou tros
chefes daqu ela região. O su cesso su bi e u Jh · a Koka começou a am , ·.
e
No ano segu inte, 1593, Mlíz
a' cabeça e e1 e esqueceu do P0rtugu eses no G uzerate, e m Paruc . uIar O posto de D'iu. A partll
os va, n·o s f avores q · ha recebi.d0 . ento mostrada
Shahms . hah N
. a su a má fortuna ele
u e tm
e da1,, e1aram a f a I t d reconhecim
começou a opnmlf · · 0s fraco5 ' e nte de sc ontente co m
ar, reveIo
u tendeA ncias
a e
consi. derava que o seu pr pe1a corte mogol' apesar do se,u su cesso milit ogo 'is· '
'
oveit o e ra o preju
ízo d os ou tr os.>'. _ de rebeldes · de pe regr:m os m
34
ara nav
P f rça r a vo1 tar a u ma ati. tu d . . a, 0 ir ma o
e ma.is su bmiss ' acabando por e mbarcar nu m Fo.i nesse mesmo
o o i 0

Abu 'l Fazl, Abu '! Faiz ã a


'Faizi', foi enviado em m issão o Dec o, r
P a o hajj tendo regressadO apenas em 4.36
. com
conf1ito ªberto
159
de 1591 a 1593, mas pou � ano que ' t o em
co mais c onsegu iu d o que ex pn m.ir 0 se\J Bu rhan Nizam Sh h II ª en r u
e mandara
construir
os P ortug na fa rt a1eza qu
ue ses p o r cau sa de r Deca- 0.
nUm a pen t g u ês de C hat11 ' no
u
32 Ver T �olseley
Haig, ·
ínsula so brancelfa ao Posto. p começa
na�ª'.' (Bo'.nba1m_, 1 ;2�), �O trad. The 1-!istory of the Nizam Shahi Kings �fAqa» da
hrnad-
F,� aqui. q · , datada de 1599'
or u

1;2�3, uma tradução_ res ue a carta d o co nde dª Vidiguei


.
cromca de Sayy1d Ali 6111
. rce - ba
un�ida do te �·º_/�a'afir_ (a
ra

edição pc�sa � de Hy�erabaAz 1zullah T.1bataba1 de S11nnan, Burhan


serviço5
ª sua análise
do s acontecimentos.
de Qur,6 Shah1, e depois, de d,. 1936-_193�)- T.1batabai este�c prin�e'.�º
ciaçóc
e�tre Chan� Sultana e os 1�oN:�am Shah1; a sua obra conn_nua ate 0:�oe Março
de_ �596), p1?vavelmeme esta go1s, que termmaram a 27 RaJab 4 ª\ ( 4 J Í ou
Tarzkh-z Fensht�, de Muham ndo o �utor presente. Para ? GulW 0 _ frl1
s an: ·lbbrâh (1
h
ma
e falecido em BiJapur (1623), v�r d Qa s11n _Hmdu Shah, nascido em A 5t,u a ad 552)
Joh n B nggs , trad. History of the Rzse_
mnedarl
Power m lndza, 4 vols. _(rec
ond_rcs5, a Deli 1974),
h
Ma
----� .
dwã
� o, Nova Deli ' 1989· edi,·ões a tenor es., Ln� Dyna sty (Nov 95 JOJ-103.
0
1829, e �alcud, 1908-1 _ 9 1O), -º�d n f, , • •Jl "n1 d
a
no _Decao. Uma terceira cro111ca,e o _vol. Ili trata de cinco sultanaws posÍ 6Muluk de 35 1 .. K. Shcrwani, History 1 -º.r� the D Arshad (Lahore, 1973), f r' Alam e
' �
i1 1
Qutb Sh 'h
a i
lJ 21-25,3 · V,cr tam. bcm _ _, ' ed. A · .
, _1ns!:?a,,-1.· Faizz ' ei. 11 Muza fo '. 1
Rafi' al-?in lbrahim Shirazi (154 amda não publicada, é a Tazki rat - ·para u�11 o11tra' da . cca1 ,
comcntano desta obra ver Iqndar 0/1541-1620?), escrita �ntre 1 608 e 16ª�Íz ? udd 1 San ,'a extensa d1sc ussao deste tex . to poc j e se
·
.
r enc
e 1 , I Faizi 111 t11e dDe--r.·
5 win '< 1 ime.,
fi' u n ay
1 9J SLIbrah manyam, «A ])!ace, in the S u n. Trav
Ibrabim Shirazi: As a sourcc on Alam Khan, «Thc Tazk1rat ul-Mulukd aj-/istor)', ourc s e le temps
/So urces a n
51 .
the History of Akbar's Rcign», S tudi es m. I\ c_ol-l1o593,, , in François G nmal, cd., Lg s e t
vol. 11, n. 1 (1980): 41-55
. quium Pondi
cherry (20 01): 265·3 .7 · . vol. 111, 979-982 .' 1006; 'Abd ai-Qªdir
, H. Lowe e
0

33 Ferishta, in Brig
gs, Histmy of the Rise ofMaho g.t71- J(, A
b ' dg e, W.
medan Power. .. , vai. 111' 16 ª1-Badayul1ni1 F az] Akbar Nâma, trad·Beven S. A · Ra n k 111g,
34 Abu '] Faz], Ak
bar Nâma, trad. Bcveridgc,
vol. 111, 909. , Mu�takhab-al-1àwârikh, trad · George

248 249
eoncorr'enua
.· : HlStórias eonectadas nos Séculos XVI e XVII · Portugueses, mogóis e a política do Decão, e. J 600
Impérios em

pelo qual el · am Shahs e.m ger.al) ' a


O Morro e as suas consequências . e se refere a B urhan e aos N1z
constru1r
a lonaIeza do «Morr o» (topo da co1·ma - aqm, refenndo -
-se a C orla) visão
Em vez de cons1'derarmos o re1ato do vi ce-rei comecemos coJJJ c1a·1ª e am · 1 iguei·ra, por outro lado, tem uma
Js O conde dª Vd'
'
o crorn.sta persa Muhammad Qasim· Ferishta e a sua visão dos a
con- arga destes assuntos:
·
tecimentos: [�] prímc ltou o trabalhoso estado em
que f1cão os Ripa l [cdtsadJ dom de Resu mores dannos que se Receão
No ano A. H. 1001 [A· D. 1592 1953], Bu h an Nizam Shah avançou
do
procedeo d eynos O ecão, e outros
. e h uma sem Rezao- tam anh a e tao
- · como a qoe fe, ao
notona
os ponugueses de Rewadanda · e cendo envia se R
]\ M e1 1qoe n N q e l
- r y
est.
d Jh
0 seu exército contra e aio, não lha mandai
uma grnnde fotça para 0 orto ar timo de Chaul �rden ou que fos o he rnmou sendo ainda m
1tuir pedin O ª este Rey com muita Jns1ancia e Req u ecendolhc
í
conStruído um fort; pa a pimped':1 ' es n o p t
or O . dores de Vossa
de Rewªdanda e a' e,ste r ir ª ent r ada dos p o r wg ues
ues e
s �;"- man dasse detremm
_ a r .en Re. lação pelos dez emb. arga pelo q ue se
forte pos' o nome de Corla. Os portufg rços ªJestade a usnç
sentenceas J a qtt e nisso tmha, por que quena estar obngado
escaparam-se, navegando durant · , mas voltaram com re o 'os · a n e n1,uma destas couzas
e a' noite da deses se' e· por se Ihe nao - d 'f'
I inr
o Mor o
despendperaça' 0 se. R es 0 1veo en faz e r guerra a Ch no vas de se lhe aver
VI. ndos de muitos · outros. portos que também tinham caído nas made aul e fortef1car
ele Ies... Enta- o Burhan N'1zam X' envio · u uma expedição de ecaorla·'
cer endosse msto 0 modo que qua n do teve
quatro mi·1 h omens, coman dad ª
o
tomado .
Jlaç"· '
' o 5· por Farhad Khan' p ara re f rç
.
r
Moreo d e pa1xão... J?
e
a
d
o
e com0 se esperavain outrns
' ' trnpas vmdas de Damão e

nome ou governado, de Corla um certo Bahadur Khan Gilani, q ue es3ta,ra
Amen de Burhan
anda.
est�' um sagem é s u fici.entemente clara: por trás dos actos
7
a frente de todas as tropas estra
, · , para bloquear Rewad '
' mã0 portuguesa, a do predecesso r do conde
n geiras
V. a malefica da
1d,gu eir· . ilhagem
a ermitido a p
O c r onista contm· ua a contar com as !0tças de Ahm•dna,- de um � Mat�as de Albuq uerque, que tinha p
que naufr ag ar a ao
O'llí
,
· ram q uase a 1azer cap.
estive · i·a» de d
1arg0 o nav1os. de B urhan, eha. mado Husaini,
nula r os portugueses, mas a «uran Jevar ndo do ma r
o

Burhan 1evara m uito· s. dos seu . · m de V da cost ociden


ª t l, n s re ress o a Cha ul, .vi
s coman dantes a des1su re e, rmel
co[11 llma ho. I sto ' par a' 0 e s pmto , . do conde da V,'d'1gue1ra,
a o eu g
era apenas
a emptesa até ao fim. Ent
ret'nto,
'l os portug ch g aram
gada, pane d e rrada t até gica de Albu
querque, e da
u ma armad a, <l e se
m b arcaram ' e d,epo1·s de u ma l ut a pro1o!l gar, conc pção g o
e

sua incap �
ueses
·
acus a · aci ªde d. e d,·st'rngu1r · o s a migo · s do s m1· m1g· os. A
e es r
sua cart a
e
na q uª 1 foram mortos _ 2 dna
000 homens das forças de A hma uesas, ão de Diu, Pero
d'Anhaya, o
«ted uziram o lorte a cmz .1 . eontad r- °
a10da ant
, go vice- r , o cap t
as» · De acordo com fontes porc g 1594 que patru-
h o mor F r anc· · a- o- mo r d a ar mada
i
.
ei
isco paes, e o caprt
u
e l ava
este aconteciment
ve l ugar no princípio de Setembro d ' a costa dO C arnei ro d 'A rag
ão, de
perderem
0 própri o B u rhan : a u z r te, Fr iq e
1 om os mog o,·i..s,
o

rena a 18 de Abril de 1595 3 s0 db•: ( h grande op G ' .


or tu Illdade para futuras neg oe1ações c
1003 A. H). Isto é :'q antt
0 illª
nao faze
u a a ad u

haJJ
ue relata Ferishta , o q ual - m o ndO sua «Preza» 'A ·1z Koka, quando ele embarcou para o ·
sua desaprovação 01. aq u ele
mon . • nos d.iz o que le 'e v n!'
ar a o .
z , . - .nham um estatuIO
arca - nao q
P
B urhan a actuar d,e ta I mod o . . o ac
ord
Oª · a111b-1g conde da. VId'igu eira, os mog o1s nao u ser tratado
v

. ' na o sgredm ss im
depºI
' uo
com0 -· eles .eram um «m · · o encuberw e un· ha m de
· 1m1g
s
o seu Irmão M urtaz_ a unh . ueses, ueira, a m
orte de
do a
·h s p d o tal. Ass m,
do pn.me1.ro cerco d,e Ch u
c eg d com
Or a Diog d , na pe rspectiva do conde da Vidig
a or tu g
a de 1570.
a o o
l na d é cad
o
_a za ª
C outo, cuj a crón,.ca cont_em ·
u ma d escnção muito p o
rm en° n.
n s tª
. q ue fe , \Jhl0
. 01,
desres acontecim,entos, nao no . . .
. . al de E,
.
.
Acquwo p,s,n1
<:>d· C
s aJ u d a m u no mai s d o
our
t o "°' C o, Déc,u/a X/, 164-17 3; fübl; 01,co Nbhca , o ; wmado do ,Mocco d,
na' exp1 ,caç
· ão do que levou O ·1 , 0 ti ' pon, 11, que é ;,1,
«M e 1,·q ue» (isto é, M a11 < Cb,"I, X V/1-!3 cn1, ded;cad
;,am
" '· e 1599, BL, Mss,
0 1, Adn 2Cana do con de da Vid igueira ao rei ' 18 de Deze mbro 4d d, De,emb'º d'
4 00 - 4 da mes ma ,mo, d,ud121 ,. Sobce ,c,p wn< dcs«
_ f--;-!a-:-ig-,,-3 -vo--1 , 1599 8 432 ' fl· l3r 1 óp" · , de 2
- N º" Dei,, 1990), , i. H,
-
;;�
T�W.
412.
'. ( C,lrn 1', 1884-19 25.• ,c• ,d
• ,. ç,o . . o
12·17,1•
'Pod<-se en · •0 " " c
co°''" °' BN[, Códice 1976, íl,. 11 /c-
. 1 mn;, do< ga/ei!e>,
3
» Fe.nsht·1 . • 111. Bngg 1
º"lo
1
. of rh, R '". º'.r Mohom,"4• p,_, .. , , ;015."'.ª
g,/,, ','" Iombém B Mss. Adn. 28 432' fl, · 12<,-· iJh·' Lwb "'º","···• d'' M'º· "·
·
.o,, o , f. ·snm com pcovrme"to' '
o d,,
(º' nom
, stas e L,
es
, !{' de A, g ,lcora, '1U
man,h
· "wry
p , pn· s or m odc ·. es dos inog l bu u
q « quc.
. uoo qu, man dey
de Boch·.m, ver Abu'I Fazl Akbarn iiz;� dos ). Para as reacçõ
. .
, Numa, vol. 111, 1023-1025
251
250
,. - , e.
. do D ecao 1600
ortugu ese s, mog ois e a Política
P
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Séculos XVI e XVII
ueira em
. . e da Vidig
B1r, em 1599_41 Uma dessas cartas, escnta ao cond
Burhan Nizam Sh ah abrira as c omp ort as à expansão mogol, 0 ;�s� Agosto de 1598, diz assim:
. . ou rn
esta va a s er p revisto p elos p ortugues es havia uma d'ec_ada . bedecido de to
dos.
. o e o .
D epois de rel atar c omo Burhan morrera de fúria, conunu a. Ao muito. esclareci.do, e Pºd. eroso cernid d. o Mexias Alrnira. s
nte
esco ' i 1
h·d ° d Jey s rnu1ra
ehe10
· de muita · · ' e pruvdenc
· ' iusuça 1a pois de rn ·m ha
'
a
.
. e a huOJª D om Francisco da Gama isor · rey da' I11.d1a, decorno ao presente a1 guns
[E] como o Rey que lhe sucedeu era menino e entregu de algus
molher que se emserrou con ele en huma fortaleza (Receoz cre esta
a sa1emas' e saudações sabera ,vos, sa Senhona ern t orn arão Reveis· ,
e desobe-
sy
dos escravos, e servos desta R eaI C az a se Ul1toU a
e
vassalos seus se apoderarem dele e o tiraniza rem corno � a ndosse . q e -
sa o d esta caza os aJ· andando
ove1t dientes a ella' e rodos os ·11n i· gos. Rey, M
. - o que a' pr I que na0
, ervi·ço do seu
u
o
gente se costuma) sucedeo no Reynno ta I d.1v1za
d Abancão fazendosse alevantados concra o s r delle peliO qual respei·t
o Equebar desta comodidade ten sujeitado a moor parte J l que fora zer Sen ho a arn1z · ade
ouvera de acontecer nem o Mogor Imtentar se o Rey e en do ela
i gente sobre o conquao - para se fa . que Pºnhe os oIhos. n todo 0
e 5 peço a Vossa Illusrnss · · S
· 1ma en h °.na . Cha J 9 e
vivo, por sima da aução que pretendia ter a estes Remo s, eapi·rão de r d0
u

· a, e escreva ao Mwto Mag01f1co Faem moca- o GOv ernado nto


u
te estado anttg
tão sabida e devendosse continuamente velar quem governa es nado he d ar a ratam e
.
dos, 11ntentos . . - poderoso e b em a •fortu nit0 favor de gente, e aiu
- · da que puder tados não darem maO .t gi·s1·nay'
de hum emm1guo tao . que ca concao lho dee para com i·sso os· ale v an a1s A
rn casu·go. o
1n
muir_o pera sentir que por nossa parte se lhe desse a occasiao . as ditas terras e sejão lançados f?ra deI;s co enhoria de palav,.d, e 42
]eva
S
que he h omem de con fiança dira ª ?ss a 5 da Lua dago5to e 9
dese1ava ... 40 a 8
huns apontamentos que apresei . ,rara feito
c ad o JJO
A ref erência é ao menor B a ha dur N1. z a m Shah ' colo d
as u ma
semana
irrnã e . t p e n
trono sob o c ontrol o de Chand Bibi (ou Chand Sultan)d a s etl A esta cart a seguiu-se uma o u- tra '
es cn onde da
a
esposta dO c so o
a

Burha n e viúva de 'Ali 'Adil Sha h d e Bij apur. B ahadur sue�. eu r vns ·
rna,s tarde confirm ando a recepçao 'd e m a r
Todo-podero
u
u
pa i· Ibrah.1m, que morrera em c ombate contra forças de B 1fiaP· · 11'jc1· al, '
V· idigueira e a ssegurando-lhe que , a go r a que O
_ ha a certeza de que ª
b' u n
escassos qua t ro m eses dep ois de ter subid o ao t ron o, e 131' 1 tinha trazido ' d'1 e l a
. Contudo, o
OI 1
d p r Est ado da l' n ª pi d amente
mente encerrado n o fo rte de Cha wund. M a is . tarde chaJ1 d · a a o
arn1zade entre a s duas partes in · · a aui11 e'n -
t r. r a
ava m so , de n ego.-
o coJ1 e
a
. c n st
mud ou-o para o f ort e de Ahmadnagar, e foi nesta fase que 5 para conde t i.nha os seus pro, pn· os P 1anos ' que n d,entes havia
o
orrespon
a o

da V.d.
. c ar a
I iguet ra se c orrespondeu co m ela. Algum as das SU,as . t que os
t
ciações com Chand Bibi Entre os seus ::: ara os portugueses),
o u c
p
G oa, que s obreviver· am nos arquivos, sugerem que elª desepv b basbí
a
os rn.ercadores de Rewad. anda (Chaul de C1 ' lo m enos uma carta
a v p e
portugueses a ajudassem p rincipalmente c ontra o elemento (por e 0 seu 1·ivro de cartas desse período preser uJ;..ar a
A daquele port, o..
43

i t-t
de Ahmadnagar, em especial um certo Abha ng Khan z:idatUJ11 de um certo Sa 'dullah que se intit ula ma!'k u As de Chaul, AntonJO
' -
· o port ue i g I'
vezes ta mbém chamado Farha ng Khan), que apoiava ª ca contfll A cana contém referência s ao capita m modO gera
u
1 d ec l ra de u s a
de Mira n 'Ali, considerado filho de Burhan Niz am Shah 'a força de sousa com quem o autor da carta s e a ' nto, OI· 0 de So
orto ' A
u
' ' e 1 e p ca.is
B a hadur. Abh a ng Kh an conseguira a um
. reuni· r a, sua volt . . arde, 11o �1uito satisfeito. D esde qu e chegara q u
n t r e os m
ercadores lo
� d e e . erca res
d
considerável; M alik Ambar, que viria a ser cé lebr_ e mais ; co 11da e tinl1a traba lh
ado para conserva
r a am1z a
n t ias aos m
o
l .ad o g em
e os po rtugueses, e unha tam 6 �em en.vi os a estabe1 ece. rem-se
a ra
seu regresso a Ahmadna gar, depois de uma estadia em G 11 da nte .
a ad ido algu
ma s
B..ippur, por ex empl o, esteve ao seu serviço, no p oSto de com óÍS e111 que est av am noutros portos, c on v1 d ti n h am surg
de e a va 1an· a, toma ndo p arte no seu vitorioso ataque a' os rn
og
Chaul. N o entanto, havia pouco
temp o
tanadar) nomea'do por
l (
di'f·iculdades, desde que o governador loc,a

recis5º 274-277.
e.r ei· m inar co 1TI p 5bahS, - u tb Shah
i Dyna5lJI- .. ,
BL, Mss. Adn. 28 432, f·ls. l 3r- l 3v. Não me é poss1ve1 d -- of th Q
Shcrwani, History (ex 2), 295. reslado de hu.ma carta q
. uc» os. Ni1,a1TI0"á", 0�,
. 11
10 ue
.
, e
qu.111
· do e; q�e os port�gueses começaram a des1gn · ar_por « Mcl1q - A N/TT., Convento da G raç , t Ili · 2 37, T . V S
«Nii:uTI 'k (dai t Ili (ex 2)' de ci·m · ·
42
a a a
que antes tinham designado por «Nizamaluco» (N1zam-ul-mulk), .- de t,,1ah nẠH
A Convent o da Graça, s· rnercad·o res de Cl1aul
. o . 0,,,, se escreveo N/TT,
Sado/a Maliqe toyar e os rna1.
. . 1uco». A mm
'' Lz.una 11a supos1ç. ao
- . . . 1 de que f.01. d cpo1s. d··1 a' scensaJv1cltqU
1111c1a
- -
« Me·1·1que» ) A m b ar, nao se con f'1rma aqui. e ouro nao us:- 1 0 rcrmo " .1 Déctr
-,,�)·
· . . Décaa a 253
quando a sua crónica chega aos finais da década de 1580 (t. e., 111

252
i ica do
,. e a pol't. Decão, e. 1600
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas
nos Séculos XVI e XVlf Portugueses, mogois

Ah ma dn a ga r, um ta 1 Kh waJ.a Ha id . a r, fora subsntm. 'dO p or I(hwaja O factor Bijapur


Fath a 1-Dm . que, conforme rca-
era voz corrente, não suportava os m e e
dores e era muito dissimula do. O novo tanadar tinha-se quei.x d d
tuguês
António de Sousa ao conde da Vidigueira , a lega ndo que ele se ; ·ºava
H av.i a um outro factor atraves , dO qua1 o vice-r e i por
. Decã o·
�'.: !J1 P0d ia operar' p a ra tentar alterar o equ'l'b i 1 no· de poderes no
subornar e que tinha toma do muitas a ldeias da vizinh ança aos a Era o sult tu-
a n a to de Bij a pur, outror a m · i· go _morta- 1 dos P ºr
· im
Shahs. António de Sousa, para se vingar a o estilo da época, reso\veu gueses, CUJ·os chefes (Idalxá ou Ida1ca- o , na ve rsao lus1tana) , tin h am
!J'l
toma r um navio que volta va do ma r Vermelho para Chaul e u e e desemp enh . es do sé-
teon.a, pertenci.a ao «Mehque . »
q ,ereli ado o p a pel de «esp a ntalhos» para os p ortugues
e aos mer ca dores. Sa 'dullah re g culo xv
r, ate, que esse «manto» p assol1 para os omb.ros
dos sultõ e s
u

então a li.berta ção da nave' p a ra poder subir o rio e ir ar' e . o


· descarreg h do Aeh'em
e dos Kunj a li Mank . l<:ar. O mve · ha de scid
, 1 das relaç o- e s un
p a ra ser prepara da p a ra fa zer a vi.a gem V rm J o quando
, de regresso ao mar e s eus· a um po . baixo. no pnn · da década de 1570'
e
nto muito · cip, w
E evi.dent e que nessa a ltur a os port ugueses un . h a m os o s 1 a- o aliança
t de Bijapur ata cou Goa , como arte de uma a, n1pla
prop nos problemas p a ra resolver a níve loc l, no onca- o ' para a lé!J1
, .
e �
antipo tacado
. da r a man l de da nuguesa . Ao mesmo tempo os N�-iza m Shahs tinham a
de aJu ter a p a z p a ra Cha nd Bibi. Além d'isso, o con da C haul, o Chaliyam,
a

S a mudri rajá de C ale cute, 0 forte or:;��t1 de


I 00 s ª
A

V1'd'igue.1ra não estava nada inte e os sult � 1 hah não pode


ress a do em a 1·mh a r nos P ões de Achém, Malaca 45 O ata que
regente em rela ça-o a Abha ng Kha n, que ele encarava mais colil0 uJ11 ser eon · . , m-
_ Nufl1ª s1derado um gra nde sucesso, e , ?a se quºAenci· a dele, encet .
ara
a liado útil do que como
um rebeld e contra a legitimid_a?e. se ne · do da d1a.In
II do goc1a ções entre o sultão 'Al'1 Ad1I Shah e o Esta com
ca rta posterio · r, de 1599, exp 11c · a va a sua estra teg · a Filipe I
, 1a A tre, gua
prehm . m . a da em Goa , em Jan ei· ro de 1575'
. ar fo1. a ssm
seguinte modo: o vi·ce- . . ct se m
rei D. Antão de Noronh a , e d ep oi.s disso - num a
o
do a
ea Precedentes - ..apm·, Zah'ir _ Be g, foi envia
A Chande Bibi que com o Rey menino estaa ens errada 11 for tal oza l.1sboa o emb ix do de Bi J . P de Goa a
ª. , d in d , p a ra se encontrar com o rei· D · Se basuao. artiu
a a r
de madaneguer tenho escrit. o mu.itas vezes ann. nandoa e p e rsst a
oa a 13 de
a mostrar conf.1ança de seus vassalos pera co m i. sso os ob:Jlg,uar a os s 2 3 de
Janeiro de 1575' na nau Santa Bárbara, ch e gou a Lisb
e

. e tratarem de sua defemção fazemdo lhe mu.nos. of e,.·ecin1e ntti-. A g0s to, f. eses' acabando
u111rem 1cando retido em Cac1l. h as, durante quatro m
e prometendolhe ajudala en tudo que deste estado lh e cump , e concefl poqer au 46 Dep o is, ness
d'1ênci a ' em Sintra , no d'1 1 O de Outubro. ª .
e

nuãodo con ela nesta forma desde que governo este eSCa r não que ltlesm. O do a ve rsão f'ma1
montado nenh.11a º ne
, couza, e per ser moli1er he ta- o van·a e Inc onsca' e t01uda
Inverno' p a rtm . na frota de re . gresso ass1nan .
do trat onfirmava a
fazemdo por vezes demostrações de se deixar perssuadJ.r Iog O s ado em Goa ' em Outubro de 1576· 'o tratado c
pnnc· 1pa· J mente por aver concebido tão gran e ód'10 concra alg un s ca t
.
Presença p
ermanente de um fe1tor . p r·w g ês em D bhol e os A
e
d'l1
ª '
d deseJª.
u
cães seu vassalos que soo per se satisfazer deles se emcende que
o
. s quais
e procura entregarsse con o Rey e tudo o ma.is aos 1 og o r es, o que
nao- cem oe J
prezemte naque I e Reyno ouera Res1ste . ne�ia' m ais.. que aI i,írtS is l . 68 1571; ver,
lhes faz Abancão capitão esforçado e valeroso que ag or� t eve aefgei.to

co ntu iª' poucos bons escudos coniu ncUi . .
ais. 5·obre a aliança de 15 . -do Estado
. Hi. stória
boõs sucessos contra eles, procuro animalo e rago pei a e st e eo da Í d'·, Lu1s
do
. . e F. R. Thoma( z, « A e8ns·e 19
- Filip · de 1 565- !575 na The p01-wguese on
11 eg o� the Dn l.l», Mare Liberum, n.º 9 1995): 4 1-5 .' P.. M.
t Jo s hi, «
jumco a ele Belchior Diaz Armenio em forma de homem de ho av15º ecc•-1 11 (Konk ,· xtecnth to sev.cnceen th centuries»,Jou.rn
l f l dian
�1zaotn s\,ahi ·
pelo achar zeloso e COll talento e abilidade pera estas co UZ��' t e n de an) · N '
Hist coast: S1 aques d,,
a . vol. LXI (1)' 1968: 65-88 para o 'Adtl Sha11i .e os ar 68 Acevhnese Si· ege of
seu como Abamcão coRe bem con ele e folgua de ? _ouvn,Jhue irde v1
ajudalo, posto que como he soo e o Reyno anda di viso e an de e
�h e p·teº1Y, rre -y al leys. The 15
1v[e 1aka' a ves Manguin' «Of Fortresses and G Modern Asian Stu.d·i.es, vol· X
(
XII 3)
(1988) ' fter , a Co nremporary Btr. d's-·Eye. View» '
desconfiada dele, não podera fazer quanto cumpre e eu dei)(0 se n , para o Sude - Guerreiro S·
·

t�
bi
. en descuberto por qt,e Chandebi e dear,ai
ste A siático. de F e rnao
escrever e se o arnm . :1{.ª' ca rta
i6 '
ar mais Pa a u_ma descriç r a Quera
· Re!11 ' JV.e,rrsc _P ro� uz1da in Wickãoi , da audiência em S1 'Jl ( j 575-1577), 1.057· 10 e1 outro
acabe oe J
oesco
J
nt·1ar
· e t·aça a 1 gum d esaun. o que se na- o possa 'ao cd., Doeu.m en t a _ ica o rei porcugue
l n s re c e
· er
en1ba· do ,encontro menos provave , 1, af1 nna' que ,, muit. o novo.1 So. ·b re 1sro, v8):
, 1 x
Joaq . dOr denaa , ver q ue v ,
ra b oa, 197
. d o na cama, para nao - , se . e,d (1 s
rei,· de · , · -J,E·_l-Rei.. D· Sebastião, 2 :, ·
1
3 66-3U1n1Vcr-·1ss1m ·
o Sc,
rrão
' ' ltmerarws e
44 · I'igueira ao
BL, Mss. Adn. 28 432, fl. l 4r. Comparar com a carta de Vic 67.
Abril de 1599 (BNL, Códice 1976, fls 99r-99v).
.
255
254
1600
olítica do Decão, e.
Impériosem Concor rência: Histórias Cone
c tadas nos Séculos XVI e XVII Portugueses, mogoz, .s e a P

, Ikhlas
Shas asseguravam um determm . ado núm se s foram , sucessivamente, Ka�I·1 Kh ªn D akhm,. Kishwar Khan
ero de c artaz es para os u bash"1· A0
navios, para o mar Vermelho e o gol Khan e, finalmente, depois de 1_583' 'Dilahar Khan H a
preso no
Este acordo, embora possa ter constit
fo Pérsico.47
. mdo a base para a mudanÇa mesm o tempo, o irmão de Ibrahun, i�ma'il foi mantido
O na d écada
de 1590,
das relações entre Bijapur e Goa n as ú
ltim,as duas décadas do se, cu ·r
lo f orte de Belgaum, apenas vm . do ª s�:- libertad vm· a·
h . . co tr I br ahim, a qua 1
xvr e princípios do século xvn, só ô c ef1ando, logo a seguir, uma rebeliao
p de ser implementado ª �ar�a
n a

de 1579. As hostilidad es recom a ser esmagad a. 52 .


ur�
e ç aram na segunda metade da de c rn rgi r co rn o frg
Por volta de 1583, quando D1l• awa1• Khan su
a
de 1570, depois de ter h avido m encon�rar
a
em D abhol alguns proble mas_ e�
o tanadar 'Ad1ºl Shah1º e os sold ça o, centr al da regência os q ue se lhe opunharn tentara
ados por t ugue ses. E m retaha «Mealecao»,
uma exped.1ção pumt .. um c andidato rival p' ara Ibrah"im. Ora' os' farni·11a· res de
1va, sob o comando de D. Pedro de Meneses, ' G esd e 1540 '
capturou dois navios de Dabho h descendente de Yusuf ,Ad1º I Shªh' res1diam em oa ·d
l, no seu regresso do mar Verme I º�48 ip· pur, com o
Numa outra v ersa- o dos mesm e esperando pelo dia em que regressari·am ao tr ono de B
· entos, af 1rrna -se q de ale, por volt,ª
os acontecim Vassalos da coroa de Portuga1 · 53 Com a morte de M, e
º
D. Sebastião tinha d ado inst 1 o leg1-
ruções claras ao vice-rei Rui Lourenço de 1567, o manto fo1· co oc bros do seu un
· f'lh
ico
vor , q . Beg p , 1 adO nos o. m . ro de 1581,
T, . . vo to
1 u com Zah1r ara a Asia em 157 6 , mas
co!11 0 timo, Yusuf Khan que escreveu a Filipe II, em Dezemb
a a ue
o v1ce-re1 morreu en route, v- brahim, entao
os seus sucessores não cmdararn de i ped.indo-lhe que o' aj. udasse numa dernanda eontra . I
º
damente d a paz, daí result
ando a g uerra 49 Foi só com a chegada
de em Ahrnna-
. _ com dez anos de idade, e afirmando �ue · ha apo10s
D- Lms ' de A �a1'de, em !S7�, que
· u ma paz efectJvio
Va · o da n?bre�a
se pôde conclmr dagar e Golconda .s4 Além disso, p�rec1a q�tuma facçã
0 tratado veio a ser fm a 1z
1 ado em Agosto de 1579, com O en se batia pe a
d e Fernão Gomes de Cordo e de BIJ. ·apur, como por exempl O 'Am ul-mulk' também do
vil à corte de 'Adi! Shah, sendo ª part assi·natura
deste representada não só cand.1datura. O proJ e· cto na� o foi ap01ad0,. 'a tinta da taI
por Zahir Beg, mas também pelo veteran der encar·ar um .
. .
0
tratado aind sca pa ra se p o
M ustafa Khan Ardistani·so a estav a demasia · dO f r e . - n· ha urna poSi·ça� o mmto
1ance. E, cl , Ib r h1 rn ao n " -
Assim, por volta de 1580,
os chefes d e Bijapu r já não era!n ��ns
1-· aro q ue ' nessa época rada pel Os portu
n
O conside
a
segura, mas te si d
essa inseguranç a P 0de
º
h1m
derados uma grande amea de
negativo.
O facto de_ Ibra .
r
ça para Goa, s endo o longo reina gueses como algo ma.is posmv q ue
Ibrahim 'Adil Shah II (1580 62
-1 7) particularmente notável pel? se
u . .· ·
o do
. · o , de tenden A eia s ta,um
apoiar uma forma mais m1t1 · gadª de 1s la rn1s e ter
baixo nível de hostilidade. d o mi'dO) pod '
m
Ibrahim emergiu como chefe depois ao contrário de 'Ali Adi·1 Shah (que era uin xiita assu s5 lém diss o,
assassm
· ato do seu tio · , em 1580, em circunstânci·as parn·cularmente suaviz · o o s P or tu gueses. · A
escandalosas. Como ainda 0r ado a sua at itu de e m re ª 1 çã
c entro dO
comerei0·
,
e ra menor, 0 poder foi control�do m
a
d o n u
Po.r essa altur a füJ..apur tm · ha-se wrna. ..1pyanagar (entao
um� série de re_ge
ntes, em disputa com a esposa do falecido ¼li r iv . a c1 d a de de V
Adi! Shah, a pnncesa d e eS P ado portu g uês, su bsutum · d0
Ahmnadagar, Chand Bibi.51 Os regent
vol. 111,
---:-:---_ e 'l
of Mahome a d n JJower. .. ,
. Beg e o
12
Cf. H·· 5t0ry r
'l th e Ri . s
l07-I 12 Fenshta m Bnggs, 1
• .
47
Pa ra o texto deste acordo, r
• 0
enrr e O embaixad
gov ernador António Moniz or 'Adi! Sha hi Za111 ha ucao_ a Filipe II. ' leaça,
Bar reto, datado de 22 d e Ouwbro de 1576, ver cun carta de [suf sse a ser uma' all
º 399 v,
si .
Riv a, Arch1vo Portuguez- · BN , F onds n. 2 3 , fls
Portugais, · uf Khan vic orreu elll 1584; 0
Orienta l , fase. v (2), 921-930. Mais tarde, Dilawar K han, telllcnd que Yus ris
.
�� 54
M. A. Naaycem, Externai ão, on d� _Ill
,
Re lations ofthe Bijapur King dom ( 1489- e 1. 6B6 ADJ: tc lo- ° na p ortuguês a soldo
A st dy m dtplomattc history - á atraíd o a Bij apur, c egou-o e Ille ed _0 ulll mercen�no,p ouco, Déca� d
� _ (Hyderabad, 1974), 22 ap l _ _p � p o r
BN _, Fonds Portugais, n. 0 6 -227.
23, ti. 397r, Simão Vaz Telo p ara o i.c.-i, Coch
uri, �e c rincipal nisto wdo foi dcsempen__a ºrara pon1:enores, �)r C utros do!s
BiJ ap ao. que o
1 de Ja.!1c1ro d e 1582. D - · ur, ch·,1111a' do Diogo Lopes Ba i
afirllla ( 46
. . e czrna, pane 1, 11-13, 454-�57. e_ ouro ralll bc'Ill , persuadir
ain
50
E:re era o nobr� ir am an o l 111 Q t
ub n1)o b re·s' d á» e m 158 3-15º84' cen t,ar do do ea1 e,
Shah are 15� 6, e depoi s p asso Musrafa Khan Ardistani que serv i. u fbi_ .a_ d. o p ouco
,
i 'AI i e Bt b1 ''
e 13·lj·apur, 5ayy·d A cil ' f ll10 ba· star M
u pa ra O serviço do 'Adi! Sha i. Foi assass i n,i, no trono o i . ar-se para o ]a' do de
te mpo dep ois no Decão, c h pur, · Franc·isco Mascar en 1 1as a aJU · d'a-los a coloca' r v·ieralll a' pass,
m 1580, às ord ens de uma facção rival da cone Bija 1, Mui1.,1111111 a
d cusou. Estes nob
i·es
e Akbar, dep Lhan, mas e 1 e re .
' S obre a monc d e 'Al i
a, r
p a r
1
1 eval
e d·
'Ad i ! Shah
8 -9; Abu'! Faz!, Akbar Nâma , vol. , v er Diogo do Couto Dérnd aDéorna 11 ocar º ois de uma e stadia elll �oa
. es. o1 Sufis zn
. M
. R 1c11ard M. Eaton, Su.r.
70 0: S o cia
. l ro/,
111, rrad. Bcvcridgc, 440-441. É i nteress nt� j pur, 55
) a ur 1J00-1
que Abu'I Faz] ar�·ibuiu ao Sh ia 1ndza 1 1s º.fJ'
1 Jlj p '
a subi da de Ibrahun ao trono
a h F athulla h Shi razi
, que estava na alwra cm (Princcton, 1978), 6 7-75.
.
257
256
ão, c. 1600
Impérios em Concorrência: Histórias Conecta , ·s e a política do Dec
Portugueses, mogoz
das nos Séculos XVI e XVII
. . . a, que apre sent a Ibrahim
em de clínio), e e sses co mercia nte s pr iva dos er que e, o fere cida .
peIa h'iSto n· ogr.af ia ind ian a trono
po diam faci·1 me�te. sd como um rei- e steta, o co mPositor dO K'tâ 1 b-i Nauras e O P
to mado s como re féns, cas .
o houve sse qua lquer a tnu de P rec1p1ta
a
da parte de G oa . Tais e ram, portan . no do poe ta Zu huri. 59 .
· unst nc1as
to , a s nova s c1rc ª r a legada cobard
ia
tre
O que part.icular mente ·1 como d. ava C o
A

pr incípio da déca da de 1580. . a quem, segundo


u e a a

Ent re a s cor te s do s su ltõ e s de B . que de I bra h im' e spe cialmente 1a1 re speito d.º s mogó1s,
. . ij a pur, fo i a de Ibra�i�
consta, teria dado pre se nte s, e pago tnbutos· o j oalheiro flamen_go
atr am o ma ior numer o
, de europeus, desde co merci.ante s de J oia s até .. · perante os seus Próp
nos
dile tante s, e pintores, co mo Corn es ar conta que o «Adil Shah tm · h ª J·U suficado isto i as faz .a
ª
e liu s Clae szo on de He da. A e v ·d
vassa lo s, dize ndo que e m ve z de gast ar dinheiro
er
B.f p r
56
di sso , não se po de dizer que o a, prefe na
s re lato s euro peus sobre IJ� uo u ma derrot
durante o re ina do de Ibr ahim 'A p gue rra, o que se mpre co mpor tª va o pen:go de fe1.iz
dil Shah tenham �e spertado � i g envi. a r o dmh a f r ma d e tributo , f
aze? d0-o .
de atenção que o s eru dito s tê e
. .
e iro ao mo g s b dy
_ s:. Bdo a com m1 qmet. u
m devota do à crómca de A
I
e en mi cas
o
.
o o

Qazwini, o emissário mo gol à cor e seu amig o », pre ferm · d o «quedarm . is do s


te de Ibra him, no pnncip!O uê · temp0 dep
sos1ego ». 6º O re lato de O ut re f01. e scrito mu it. o ,
o
sécu lo XVII. 57 E e ntre as de scr e 'do
içõe s de Ibra him fe ita s e m P rt s m e sempre refen
? �h� r o aco nte cim. e nto s de que nos ocupamos, e Ibrah1. as
e em e spa nhol, a mai
s no táve l é o re lato e m e spa nhol do 0 i ., o nessa altura. AM
flame ngo de Bruge s, Jacque J do ª. no pa ssado do que se deduz que i a ter·ia morn d nci 'a
s de Cou tre , o qu a l d.1z te r pnva do . ei·de m com a correspond
c m .
e
com o su ltão («co n mu cha h á elemento s de sta descn. çao q u sobre
familiarida d») e ntre 1604 e 16l6, sen utre part ilhava
-
d o conde da Vidigue .1ra, 0 que suge re que C o
e o
,
mordazme nte sarca. suc . eve o rtugueses _ est abele-
o e m re la ção ao me sm
o, a que m d�a , de Ibrahim a me sma o pinião que b0ª pa rte dos p .
co mo tirano , cobar de , arbit
r ár io , e o bce ca do co m o seu hare , ia çã o de Ibra
him feita pelo
. rn .
c ido s na India. Co ns1'dere-se' ago ra, a val
ma is de no ve ce nta s co ncubin 58 tre
a s. Na verda de , ao s o lho s de cou '
a
. .
a ma ior virtude de I bra h"un co nde da Vidigueira:
er a o fa cto de pa gar p o ntua lment
e as _o
esce gov ern
suas dívidas («era po ntua l os and o co mei po sse d
q ta cia
e n lo qu e co mpra va»), assi m co
rn� o Achando as cou za. s ne ste s ter mo R equet
re a Impor .
ra _ prezente co
u
so ldado s e se rvidores da s
s
vm ha
mo m

u a ca sa, para além de ser �u ro e sendome este parucu 1ar tao . qu e lh co n


. lc ã o ao mutto
de punir o s ba ndido s. A ;aquela . o Ida def n.der
e
dele, tr atei loguo de pers· sua dir se neces· s. a'
rio
perce pção de Coutre dista nci a-se q ue Ihe fOs icas
e

socorrer os Reynno s do meJ'iq an te ist


za, escrev . 111 1e s·obre utras suas
s u
ca
o m
en
ue
.
o seu depois de ter o s. enem 1g . ê me ag,radecer com o
. r
canas, mas na- o m ontarã, o m ai s que p ra e me Resolvy e111 lhe manda
os

Cf. as canas, .interess.antes e po uco .


exp 1 oradas, ele e ace rca d,e Heda, m VAlge- os bons conselhos que l�e dava, pelo q . tonio dazev e do
meen l>'JJS h 1 e , Hai.a ?vergel_wmen �ne
:· 1 �sar � ' t·
· ven en Pap ·1 e ren, VOC 1055 e O C.: rregueJ An
56

, ue em ca
u

l d q modos e
proce-
1056. A pnme1ra vez q ue e men
cionado e numa cana de Jan van Wesi � _.ck e AncoI11) neste Inverno hum em a1� 6 ac or
pe r s. ber os
e q ito v eli10
e

que foi en tempo de m ath1as, dalboq


Schorer, de Masulipatnam, para Jacq
��rr , ibro de e c e�1 ainda que mu alem _de
e

161O, e refere como Heda e ra prot ues l'Hermi te de Jonge, d acada de


u
la
r
de
u
qu .
d nnento claque1 a gemte e- ser con. he ci do te Rey .
desejava enviar dinheiro para a Holegido em Bijap ur por Ibr ahim 'Adil um 13 � e 1.1 1e av 1. soi, como es -
] 0e t a 1ent o pêra fazer 6em es·te. ofº1cJO, el e me en ourro mai· or e mais perJU
de folhas solcas, não numer adas) Háanda, para s ua mãe (cf. VOC. 1055, _ .0 J-ieda, outros víc.io s que dant es, tm11a dera ag ' ora 111·nguem em ne
n11ua
0

de Nauraspur, dirigida a Wemme. r v também uma cana poste rior, do p r c:rde 30 �e .


d1 cial qu e todos que he na- o a d 111·r
1 1·1. ca n seli1O de
Novembro de 1613, VOC 1056, fls an Berchem, em Masuliparnam, darae ªre,ferênc1a
in M ark Zebrowski, Decca. ni Painti. 237r-238r. Finalmente, ver uma b rev
ngs (Be
Cf. 1� M. Joshi, «Asad Beg's mission rkeley, 1983), 95-96. . S N Sen, ed,, m ad, ed., Kitab-i-N
auras
------ · ver N zir
· A h da o te xto
to Bijapur, 1603-1604 », m . . · Vofurn_ Cf. Eaton, Sufis of Bijapu,:- .. , 98- 100 eh., 1956)· e a· 1·n , 19 3
57

ov a
a
e K; ndr a, N D i�
59

(Bhar atl �a K o baim 7 )·,.


Mahamahopadhyciya Prof D. V Potdar by lbrahim aul a (B
(Poona, 1950), 184 196; tambe,m JoshS. ixt)1-First Birthday Comm nd hzndavf de Adi! Shah II w 1 bra' h imna�m'ª· a·' ed. D. V. Ch e Ib1 1r:' him com os 1 on � o 1 s
em0::atwn
- r a
second mission to -che Deccan, 1604-1,, «Asad Beg's return 1rom Bdie '. p.u. ' 1nd1a· 11
1 Ja 'Abdul Dihla · , l s re 1aço- es d Has '. tda r,
h1S

606» , V R ed , <>o _Coutre, Andanzas, 296 297 · sob 1 ·e a'. ' 11 e M ans
u ra Ha,
D. o, . '� iosa - d N 11 ' H ry
Volume (Bombaim, 1968), 136-15 5 ur l to­ � ee
s
K
incípio da década de 161 �' er hur I I», Pro sh d
in Stu
110 pr
a ' a
History: Dr. A. G. Pawar Felicitation urcleedings of the ln_ i n ilS, o
uns
a
mente, não existe nem uma trad ução, · e e a
de Asad Beg, o «Waqâ'i' -i Asad Beg». Pod nem seq uer uma edição complccaMdoE rlioat e «Lettc r s of Aziz Koka to lb rah nn Adi] Shah
t ém uma
!isca cronológ!caa1 -�us, ' �yni'
H. l 7 e co n M 'm un
J. Dowson, eds., The History oflndia as told em encontrar-se excercos__ m h ",,,rnadall ;o gress, 27." se ssão \1965_), ,16�/tw;�hab Bin Muha1;1·::d
n
ty of Ben ga'1
cic Socie
a
0 cun1en
Period, 8 vols. (reedição, Deli, 1990), by its own historians: 7'he Mu a tos diplomfocos m A ª.. ode ver-se na
vol. v1, 150-174. , rbcr- Gu/shan-i Balâ b_at, cuj� m anusc rt p 131).
58 Jacq ues de Couc re, Andanzas
Asiáticas, e E s a e J · Vc Calcutá, Cu rzong Collewo n, TI, 31 ' (lvC
ckmoes (M adrid, 1991), 174-198, 287-298 d. ddy Srols, ll. Tecn m
. A ci tação é da p. 297.
259
258
0
,. política do Decão, e. 160
Impérios em Concorrência: Histórias Cone
ctadas nos Sécu los XVI e XVII
Portugueses, mogois e a
S o havia
tulado Khan-i Khanan, que tinh� comp1etado com s uces ' dos
matéria e governasse en todas por seu
parecer soomente dand° pêr.a is ue
so
A partir
p _ouco tempo, a conqms · ta d0 Smd aos T:ar Khans.
. , . o d0 Akbar Nâma, Ab u 'l Faz!
alguas Rezões desprepositadas e sem funda e q
mento, emtendendos s
a que mais obrigua he a grande desco a los fmais de 1594 l og o n o pnn cip�
s s
Khan-
·bUIr as culpas da discórdia ao
nfiança que tem de seu s j ev
em tamto estremo que duvida pode qu tende, em grande ' . atn
medid , a
altivez de Murad' da
lo dissuadir deste Imtento, p ·
-1-Khanan embora fale ao meSm 0 temp o dª
eu lhe tenho escrito com muito e ? u lar a
encarecimento que faça ne5te partic e os
todos os boõs officios que pud s ' selheiros. Os re!at_
ap1.1ca menos, ao que I he convem
er, mas com este Rey sabe p u c e e
. � _ ? sua falta de . . e dos seus «maus» con nestas d',ss�nsoes
expenênc1a
e o equebar he so1·1c1t0 e arnfic1os o o convencionais acentuam o pap eJ desempenhado .
não perde occasião (tendo de preze
mte embaixador na corte doie sm
m a d K ha n Herau, cuia
ne pelo tutor (ataliq) de Murad, Sadilt\"! uhª m
dalcão pelo qual lhe faz grandes h o das relaçõ:s
morre em 1597 contudo, não contn um ara a melhoria conclusa�
promessas e oferecimen to s qu e
meo e dissimulação com que cost qe u
� io chegamos à
uma entrar com rodos) Receo
deos não permita que por mais d : e t n entre Murad e ;Abd ur-Rahim. Pel o c�ntra
advertências que Amronio dazee \; princípio d� 159
v
de que, depois · da v1t· o, na· sobre Suhª'l Kh ' no ,is· ) , ªs c01sas se
a cargo fazerlhe nesta parte não p r e.6
1
bastem ao encaminhar comoo ci u n
(na qual 'Abd ur-Rahim comanda:7a as forças mogo .
a p diu pa ra ser reurad. o,
Claro que Ibrahirn. ., . po . · er i· ndo ·
detenorararn ainda mai�; · 0 Khan-1 Khan e
0le or fim,
Ja urna vez, havia o temp o, t mh a int v en quant o Murad escrevia cartas ª Akbar, queixan��-se de · PP róP ria
n

nos assuntos Ahrnnadagar, a uc u


c onvite de Chand Bibi. Isso plsso - parece que, a o chegar a Agra, 'Abd ur-Rah',m Ju· sufico ra persuadir.
u a sua
-se depois do tratado de Març
o de 1596' assinad o en tre Ahma n g
a ar pa
, . .
e os rnogois, dep ois de um 1o e conduta, levand Akbar a envi.ar A bu ,1 Fazl ao Decão, � s do
· ngo cerco, quando os exe,rcit. os destes s s n q uela regiã
o nas ?1��
.ti,.-
n�rad_ a :olta�, dei�an nt · no mic10 de
o
ret1rararn da regi· ão, apó s lhes e do os ass u
terem cedido Berar. Comud o, em brev a�l par uu
• o a

ret ornaram a r efrega a Prin c1pe t1rnúnda M irza Shah u h. k Ab '! F . D te modo, nos
contra um exé rcito de Ahmadnagar q e er
u
lS99 para Sh � nt ara arraiais. 1:
ss cário.
ap oiado p or um contingente
de Golconda sob o comando de!_ ;ht J1
� ] an ahpur' onde Mura eqm ibrio p·re do
e
· um
a
e
m ados de 1599, as coisas u ·nharn . tm g ' d vidos
Mahdi Quli, e urna força de a gado aos ou ais as
i o
Bijapur, sob O comando de Suhai
a
. . u h am che
Habashi. Na batalha que se trav iro Estas d 1scór d1as e p ro em _ 6 1 as
os precis .
· ament qu
ou em S onepat, em fins de Jan;
n
·
e
conde da · · · s ibam o� es eram
de 1597, o general de Bij das V1d1gue1ra, emb ora nao es sas. dissens
a
apur ficou isolado, s ofreu p esada_ � fe e suas fonte r la d , hta,
e só com grande dificuldad d s. de inform ação. Por o� t com detalhe p or Feris
o
e conseguiu regressar a os ternton�s
o
d º d om , . fen das sa.
Ibrahirn. Esta exper iência er 1010 p ú blic o , send.º re p ou co confu
p ode ter dissuadido Ibrahim de qua qu .
ainda que · p r v ez�s ' um
. ! F zl
·mter vença- o, e I · óis. a sua cron ologi a seJa.' va uando Abu' ão
o a
evou-o antes a encetar negocia cis i q
A vis· a- o de urna frente urnda · ções com o. s mog is, O caso tev
e' no e ntant o, u ma virag
em d e
acampam
ento· N
d o Decão contra os m ogo, !s era P5o 9 avançou
para se encontrar com M í ipe mudO u -se para out ,
r d no seu ro
para o conde da Vi.d1gue . · , o de 1 9 .
a
·1ra, uma visão inat í l no mi
u
ci deseJan · do enc pr c sta
ing ve ontrar-se c, om e. l e' O u e se seguiu r,
n e
q
o
1ugar e · ten or d o D ec ã . ocul
avançou para o m testem. unha
o a
resumid 6 r a ã o fosse
o p or Abu'! Faz! que, em tec1men s q t ue
os acon
o n o
«A solução final» ehegou a o carnparnent o d e Murad ap ós
descreve:
g oi,sta s e
vaidosos,
n s
. .. «Devid o à maldade d e alg u ns hom e mandantes, do exército
e
Restava urna outra p oss1b a
1lidade. Sabia-se que os mogo,·i s estav J11 surg1· ram lguns co vencido
·
d.1v1'di'dos entre si. Em 1594,
Akbar tinha encarregad� da expan
são algumas contrari· edades' e a Ele [Murad] v olt ou seu
para o Decão o seu segundo 570 ),
começar
am a impedir os trabalhfos. t o uando o
filho, 0 Shah Murad (nasc ido em 1 dt1 d_e Ahm · do de s g s . Q erder o
· adnagar e ca iu e 11:,.p ro u n bedon.a começo u a p . nos.,
o
que tmha fama de ser um .
· general altamente compete nte, a'pes ar s filho [
Ru stam] morreu, a Jº ª d sa de !iberu
sua Jovem 1'dade; contudo, ·- s·trJ. J1g Jd· o· c m p anh' ª
seu bril da para
os p oderes de Murad eram re
ho e ele entregou-se �ª 6etida·1 sia, e ele n;�o fez na
o
. intt'
na
p ela p resença do cortesão
e general veteran o 'Abd ur-Rahim, A beb'ida em excesso trouxe- , lhe. a ep i ep � o d1'gena os alimento· s.
na tinha s1d
m elhorar. Escondia o seu sofr�� er, to- e A g r a, e q ue
°
BL., Mss. Adn. 28 432, fl 76 fl 14JV., Quando soube da chegada do ª in sha a
11

uma outra carta de 23 de Dez s. l 3v-14r. Ver ainda BN L, Códice 1 ? '


'

embro de 1599 de Vidigueira para O rei.


261
260
Impérios em Co
ncorrência: His
tórias Conec
tad as nos Séculos XVI
chamado à co
e XVII
ne, entrou em
,.
Portugueses, mogozs
grande depre
e a política do Decão, e. J 600
do seu alcoolis ssão,
mo, não se res
riram outra s olvia a rebaixar- porque, co� ��rgonha- e posto que se pra f · ·
autor do livro
olução, e qua
ndo chegou se. Os seus ofi_c a s su e
JJ_ � seu Irm ão eu tivetic· a 01 ocf casiona da eSta morte elo príncipe Xêcogi
. •Pncias
da fortuna, el a notícia da aprox1ma h um pedaço ' · pera ª e ectu ar muitas · 1'ntelige · . gastao
- do nisso
no dia 9 de ln e o o , mas por ta� ultos modos. que se nao
sfandannaz. A avançou em direcção a Ahma j' �� r I mp u t a r a me - oc po dei·aa nunqua
mad O arn da que l1 a, alg-uas opr.nwes ·- de peçoa
-

uma razão par sua única idei que parece que co _ .s a


an a era fazer desta exp � iça;
ele nesse ano e ão ir [a Agra]. A festa porque pela maa nviera mai•s a este c sia do não ser morto xamoia d
. . ,
m Tamurni. do Ano Novo cele �rou a vo
violemos ata N o dia 16 da ouverão de teer tantniade que se tr nh-ao eJe e este seu Irmão mais velh o
ques perto
de Dihari na A rdibihisht começou ª ' ;, h un a ourco d . as guerras entre sy e darsse Ianto en queI entender
de Daulatab s margens do ep o,s da morte do pay que lh e s não ficara ugar pera
ad, e no dia 2 Puma, a 20 5 Imquietarem este estado
Abu'! Faz!, q
p or i ntermé ue
2 morreu, q
já recebera a ua n d o es tav a inconsciente.
'i que este mesmo
R
que h e a p rincipal preienç-o
. Ja,a sid occ a desta gemte, ;

dio de Mirz notícia da gr » avante comqu esp eito h avia o asião e n-ao . estar mai s
a Yusuf Kh avi dad e do seu eSrado ista
· os Rey os Meliq e
d
Murad, quando an Rezavi, o novo tutor de que o rm . . por I mte ligenc1as secreta, s
. não se encontro p , Cipe tmh ª com C anacam general da gemte da guerra do Xaa
d n d O u
Já chegou a te u a 300 qud . o, metr iUOta d que er oc de m de '
a tarefa de mpo de ver os do _acampament0' '.'" /' af a siSiia com ee l esta empre za ' mas
enviar o co o prí ncipe ainda co a estes
ce speitos
m vida. oub -lhe estado das couzasque me nao O ocultos ach ei se mpce CO? fonne ao
p n

no Exercito rpo
e na Admm pa ra Shahpur _ e de estabelecerC � !li aven dos
alg uns I nco. n�;�;emes de maj o, lmpoe1an 1 O C que
atr avé
s de Miriam IStração. A se de e spei.a i. po ]a motte do equebar pera estes dou� ;;�ãos se
notícia ve10 a ª
M ak ani. ser dada a rk�ar declararem en s
N as memóri
as d e J
aha n i
Pco, xi.m o � e ste uas desavenfças e aialh acsse o mal qu.e ameaçava de mais
breve relato
acerc
a de
g r ap arece l o
go no pri ncí i o do texto u !li
que depois d es cado que azerí e, n ltal ' tempo conSSJ deraç�o , das guerras
lhante ao de Murad, qu e o p ay mo,ro o d ão er com que se . divertissem , de nos
Abu'! Fazl. é, em resumo, p fmquieta, rin P
beber em e Aí se afirma um relato s7' ,­ Respeito dos tm1
cipa lmente ten d eq 55 .
·
uebar ch ama do ª 1 m Canacan p or
x esso n a q ue Murad tinha «começa O a os que imh a ° �m O p cíncipe co� CUJ' encia não
p
·
com tnn
ta anos de ·I mp anhia de pesso as indi if cou couza e 11,zão desia conq sta eom";;'6 exerciw
c

. er q u e i mpidise ª comc
co

B erar,. E o dade , nos ar gnas, vmdO mon poderoso m


des:n. ç a-o _
m a1·5 1m
· pon am re
e é que J
d re s ª, .
de J aln ap ur, na rovmcia de e a ex er i mra gente desor denada e Impocibilitada pera se de n der,
co
i
fe
l11ora dppor a Ie n m oSira do muÍIO que Importou a morte de Xaa
p _
o

. ªº ormeno . ah an ir fa ma
n z ad a d z a segu1r · a I sto u u e falecend o n pºrineipio de mayo e f:ze do O equeba ,
enc
1"." mais nov o, a mo
rre, nos ri gran des de q n sr-,
.
p

ncí i os d e 1606 do seu


. � empce,.a,
g

habitas, tal Daniyal, o monstraçoes - de vir com grande poder dar f1 m a e


como o
qu al, diz elpe ' m us não soo deixou de faze '
seu irmão , \ ambém «c a.m em a o · r, mas. de então pera qua se J h e ten diminuído
p
mo ra1.!Sta n M a moor pan
ão assenta ad» ."
E claro que O el de e do exercito
a atribuição muito bem ...
u
a Jah a PªP
r 64

ós tuma, a este ir coo1


rnai!kft;r e p s dois rín g , tal como aconrece 'h- •d,,
n
Sh âh Zâ i s, d os títulos de S a_ zah O relato do con .
admiti
do à clemê da rnarh�rn (o «p rínci e de da Vidt . . gueir . .
a é o m ais- obJecrivo possível: foi
p c e

p pe rdo ado» e o «p nci ,


realme
p
nci a»)! nte ele que causou a morte, m as por meios tão aoc� 1tos», que a
A versa-o d n p
o mesmo cu1pa .Jamais .
b ast ant e d. f as s unto d
ada pelo cond sen. a atn"bui'da a ele ou a p ortugal. Neste ú!tJI�o aspe to
1 erem e, es ele tev
relev
ante ,
an t o s
a me n te dif e da v1 ·d·iguei. r a é e realmente razao, porque nunca ninguem , at1·1buw a cu�pa
e a q ue · deste c -
se expõ e rent e . A
pass agen1 ma1 5 •
p
s1g· ni·t·icado. - estratégic . aram
Fazemos n e a seguir, apó s a qual aso aos portugueses., As razoes . as que o obng
a 18 de Dez otar, uma v discutirem�s O. seu a ag·ir
também foram de mea . .
morte de M
embro de
1599, cerc
ez mais, que
esta carta f01 escll ra
: observa 1 · d s com clareza maqu·1ave'lica: pat os
a

urad. a de sete m . . d"� dores de Goa, 'Abd_ urª-RahºJ era um agente do pnnci·pe ,
eses e me10 depOJS a11111, C . · um
[º] exer · sSuc.ess UJ·O ob"Ject1vo · p u··nc1pal era :1pedir Murad de atmg
. ;
o mi
per morec necno [ do Mogo,J dcsie dava m lit'ar de111 as1adamente nota,ve·l·, ora o seu r·egresso ao
ecão
la a pcessa do f
o fffa me X nverno peca qua esraa · 1spenSso ão livce a M urad, sub o ponto de vista m1·1·itar. O conde da
am omd se
u filh o que o go , nava,
"vee ---------
� " 1�BJ.. M . And .
,., ..,_ , -,- k cN-/ma, >oi do Decão noss . 28 432, fk. ara r com , erspecnva da, .política,
,,4

Beven.dgc (re'"'" '-i Jahangfri, o, M."em• md. Bc,ccidgc, ll25-JJ26 m, cana darnda de 9 'tb::e�b,:de 1597,_ 'ª P• . , CJO,arcebi spo. de
·
, oe
Goa,
0111,,

edição, Deli, f�Í/; nie com mw


l989), vo/. l,oi,-, of Jahoagi,, 11·ad. A. .J>ogc ' rs, ed. H. erros) Dp. Fceí Aleixo de Mene"!• 'eFli e ll, pobl,c,da (•; �;
34-35. o r Arthur Beylerian, «Cmq I ctr 1 inédiies de D. ei Afei,o de Meneses,
'
ws
A rcc bis. �'
po de Goa», Arquiv \ v,,, (1974), 580-5
, os d0 Centro C ui,. 'tural Portugues, vo . Bb
26 2
263
política do Decão, e. 1600
Impérios em Concorrencz
Portugueses, mogóis e a
1 .a: Histórias Conectadas nos Séculos XVI e XV!l
,
da safáv ida aos mog óis .
• · A re_fe r ência é, p rovavelmente, à emb aix a -
Vidigueira c ontinua depoi.s a alarg a r-se so , b outras cons equenc1,·as conduz1d . . Qurch'1, q ue ch egou a
A g ra nos p nn
a p or M i r za 'Al 1 Beg
das sua. s acço- e s, nomead amente a' de rrata de algumas f orças rnogois a resp eito dos
re
í
c p ' s de i e nções d o Ak
b ar
1599 para ve ific
?, . Nos finais de
ar as nt

te/ t o .os ootror a p ert encentes a 'Abdullah Khan


r
Por A bhang Khan Zangi:
l ;� n emb aix a d ores,
· S tin h a -s e p ro cedido a um a s
érie de trocas de
oi aut o-
Ab ancão en f111 d e S et emb r o d eu n esta g emte e m atou mt1 e quand O O repre sen tante safávida, o sultão Yadg
ar Ru mlu, f
quinhentos d e cavalo e hu m grande c ap itão e captivou outros corn 1. m el e, Akbar en
viou ao
iso ri do a o 1 t ar para o Irão. Junt amen te co

pouca p erda dos seus com o que comessou a 'tomar ' B rio e r enho avº , v (acomp anh do por
Irão, �o rno seu embaixador, Mirz a Ziya al-Din
a
que há aguora esperan' ça de se fa wem deb', b'
am·,zades entre e Chan ra a ce r h ahore p ara
Lah ori Ban d ar,
que eu prncum muito d e p repo .ito por K. waia �bu Nasir), na idei de irem de L
, que co m isso se p t o Minuchihi Beg
e a
conf'ian ça da R estauraç-ao daqueSl es R e �o s n este t empo en q ue e seg�i r, para Ormu z. Depois, em 1598, um cer
od
o
yn resentes,
om ricos p
M ogor and_ ª muito · atormentad
o com R eceto do X aa.65 fo� e via do p or 'Abbas como seu emb aix ador, c
�- q ual também fa zi
e a� m ente, em 1599, um a outra embaixada da
a
,
m portugueses, cl aro
A qui, uma v e z mai.s, ent ra ram_ em álcu1os pa ne M irza 'Ali B eg Q urchi (Karamilu)." Os p as s v m
iosos c · orque e1as
segu1ram d e pert o estas tro cas, em parucu1 ar p
a
bic
a
. acç ã am
beJTl ueira era,
o os
ge op �l'iuco s d o c onde d v·d · estava idig
· ª
1 1gue1 ra, m ost rando q ue ele
t ·ira fr u entemente po r Ormu z. O ál lo d o c onde da V
reo cup ação
cons c1en te d a ms t a bil,'d a de · ·1a, ne ssa altura na fron e
cu
da caus ass e p
c a
, . que se v1v e:J t f ávi
m og o 1 -saf,av·ida. A p rop o Sit o . . ' , · as» ) de ente'." ent e, d e q ue a f sa
rad - seria o su
ficien te
das f r o tas c o m e rcia is ( «cafil
ren e

Ormu z para Goa, e s cre ve, . . Akbar, e isso - juntamente com a mort e de Mu
mais adiante, na mesm a car ta:
P ara aliv·iar_ a p re ssão sobre o Decão . . .• le unha dos ou
tros
ao q ue e
· d Bav·,a amda outro facto c a f p 1 m
a car t a, n
um a
[No] meu tempo se dezenKam·m 1,ou hum, [cáfila] porque v,n °
o
s da mesm
ra ca
h
f il os de Akbar. Isso t orna-se eviden t t v é
de o �I Murad :
com el· hu emb�xador do. Xa ·o à morte de
ra
companhia. uoutr
e a

· ham mandado qt1 e � P_�ra o M o. gor en


que Ih'e ttn fll, l Passa . ui a c omentári
ttaz1ao cons igo p assante de s1rnq rc aç ao gen1 ime · d 1 atamente a s eg r o

Peçoas e prec e11 dendo qu,e li1e desse d on Antonio de Lima emb a otl o mais mo
ço
Eq u b r outro filh
c os
n a fon alezª de O rmuz fez
· , comsselho em que "'o"a e r Alem do Iffante xaamorad cem o dado na parte dos seus Reyn d
e a
sob re, isso o mo a r
qu e qu erendu e Ies com suas
e s erviço p
( or n vd per nome D anniel ao qual tinh a acom ube da m
one de xâ
comod· d1 ade p er mais) emb a1� çoa e g emte d e. s f zer, mas que
ã
q e s mar
benguala e r anto dar lhe pessonha mandou ch, a · pe
e
ue
o
i e co nfi n a com
u
- ' ca, r sse ar, o pod,ão a que o
outro mod. o nao emtcasscm e e_u 1 h e aprov ei esta Resolução, por ceandos se do prín cipe que intemt· eer o p
m este pode t e X,amorad ,
u nn o

scgundº, _as traç as desta g ente r ua efll, estot1 tro fºll co n sigo, e co el
nao . era- in aa ocas ·-a1o pera �s efe c r ·ra 1 10 e o tem g esse entro
.
r
er ava ouv
ora e
o nfiança,
a
e com est a R. esposta que nã e q e es o o r c
o ac."''"º tomarão o cammh p u "'· o
"!p dezav ença s que u
a si e f a
zer de l m
de guerra nen
p
Ab d l ac ay j umto
as e
passando p'".?nc r o t raz er o p
ao
partes muito fraguos r hom em
1)"
Rey dos. seb eques C Ue a _
J nao falece
s
a p er s e tem e r e m d
, , r no mesmo tempo nenhb rrnpe r,a
e
u Jhe 1
d"'"'º
1 1 almente po
mais que este prínc; p e n
d
fo csta
en ten
a ti
dcn
do
d�
p o
sse qu; ,
vera, P" mor;e
ue lhe da
rao
escapara por g, rand es desav en a l en to Pª". cauz ar n ovid, . orranc,a q
j , . · a1 ent re ele e o Eq. ue ,m
es
quen f01. g rand,e v entura 'a , u ça qu e 1w que d� �q eb ar mmtas entce os cap 1tães de m
o
s o r p
s a morte, po r que lh e dav a m t rneullos u to e
. o
emtender. O, X aa que se t em R mu ito 68
. e p er · sen horeado da moor parte dos seus ·irai·sse en que emtender.
ch eg•amd• oss a aq fe z R e t
de L aor, e na- o sa,- . uela' pa rte. ta, m.o. ,lO Equeba r q ue oll' mar-se.
o enc r am a confir D -
o
o OJ e tão A m g u
s c m tes por q ue estã t co s vie
t1..ªdos. nestª pretenção.66 1 dan
claro que p oucos d este s progn . par a O ecao ,
o o ó s i
nv10u-o
o

nJ.:.tnÉVez i, A k b r
de mant er Daniyal junt o de s
a e

J ndo-f>"""'
R,/,twm (JJOoO­s
� m/ d4r o[ Docu m m U o document
-13 3. _Entre estes
n
l3L, Ms :. Adn. 28 432, fl. 14·i. i awl hlam , A en 1 12 3 mo d0
. t nbél11 R ) o l. , dores' e um d
6S

B L. Mss. Adn. 28 432, fls: l 6r- l S . . . . . . i. ama . V ,


-1750J 2 v ols. ara chi/Teerão 1978-1982 , v
c
e
6v. o brc esta e mbaixada r na, ver , �ódice (C ' es cxacto d os e, m ba' 1xa
ú(,

.,1 ca na ant erior d e o Akb' a.r Nama • ]1 a, di· ferenç.


o _c?nde da V1 digueir. d tada de Abril de 1598, in BNL oJfo a s nos nom . '"' · ' ' F"" TPe III ,
1976, fl. 92r M''.· _ccna,s .'. ' } , ,o g geral Prefure . s. V , d,g"
pe rsas s ob . ·av1'das wI a 111rki os pri me iro "' de
Pérsico enc� nti,un-se , J a 11angire .a rc i,.aça o e m1 e. p. ortu gueses . e sa1·, <,s 1 a versa- o d , C f. ' "
. cm r a 1111 • Ma' q�.,n.u, A sna,• l-1 fi'c1rs1.. 'eira'b1'. a_ , 1354 3 , Mss. Adn. 28 4 32, fls. ]4,- 15 . fl. 1OOv.
• purt , a·t, dcirbârQ
aJar ârshiv-i rru. 11.i-yi Ug!]_ - i· f11,m.nuz wa. kh lij-i fârs, vol. ,, Tcer o dai,d', dLe Abril de 1600, BNL, Códice 6, 197
KI 1u rs hi di (l 975) . · a
2 65
264
Impérios em Concorrênc ·a: Hzsto
· ,rzas
· eonecta óis e a po , - a do Deca-o, e. 1600
litic
i das nos Se'c·ulos XVI e XVII Portugu eses , mog

com 'Abd ur-Rahim - agora seu so danos que receb.ia de Cunhale cuia tomª?ª e des tnuç _ av1·zei . a Sua
. ao .
gro - para lhe fazer companhia. ' i ente JUst1ça
Dep ois, o próprio Akbar f0.1
para o Su1, e na- o come çou precipit ada- Majestade por terra, e deli mande1· despo1s fazer P cam ubl
mente a campanha. C omo a p em Goa, e tendo eu feitas . : despedidas as armadasalles do malavar e norte,
Khan Zangi fugiu da região - o dos mogo, _i. s aumentasse, Abhan'bg e mandada em Setembro a MaIa huma de duas g e cinco g_aleotas
p or volta de Abnl de 1600,. Chand Bi '1 e 1uradas
ressa

foi morta por rebeldes, em de cuberta contra os olandeses, ��e continuão naueli ast �artes,nho a Goa
Ahmadnagar, a1guns meses mai·s tarde; as capitul ações das pazes do sarnor1·n, que mandou se1 ubri o E! Rey
0 fon e de Ahma
dnagar veio ·
· a cair em Agosto de 1600 e Asirgarh com bastantes poderes para este effeito' e ffeita · s pazes com e
em Janei ro do an m de Travancor, que as mandou 1dir .
. por seu enbaix · ador tanto que soub
c erto M1.yan RaJu
o segui.nte. A res .
� c1. a f'1 cou a c argo de u
1s ten da destruição do Cunhale 71 P
. Da khm,. e, o que e . i.mp ortan e,
t
ao c hefe habas hi ( , ta1vez a1'nda mais ...
abexim), M alik 'Am
bar (1548-1626), que _ como
bem sabem os estudiosos
do Decão - continuou ·
suster a 0od
a de A condução dos negóc10s . estrangeiros fJC . oU aqui reduzida a u�1
expansão mogol : CUJO
durante quase outro qua
r t o de sec ulo.
programa de p on u, mco.. 0 sucesso contra o chefe d os mapilas,
to · da
69
cre, di·t o, por
a caso, f0 ·1 b .e cto de gran
d e dis . put a entre o conde
V.d1.gu · f01. quem realm te en
e1ra e Ao dre, F urta ° dJ o de Mend onça, que , fort aleza
con duz1.u a e ues v i.ton.osos à
1
xped'içao- . 12 De fa , 0 a
' aq
a 7 de Março
Dúvidas e questões ue se
. _ de 1599, e cone1uídos
t
dos mapil
cto s
q mantêm
as realiza dos a partir
de 1600 dera d q ue ele m�it
. o precisava, uma
O conde da Vidigueira v e ' m ao conde u m tn n ° rmente
oltou a Por tugal nos fm s de MaJ· O d Vez que o ma, tinha anterio
f e

- , D . Lm,s da Ga
u
1601, depois de, no dia . i.rmao
9 de Dezembro de 1600, p assar o ostO de comandado
seu p róp no
m s m o a lvo. A , sombr·a desta
vice-r ei a um governad ' R leixo u m ataque des as r s ua p olíuca
.
or de tranS1çã i A enci. onar a s
e
. , F re V.ito, ri.a, o c m
ao
a D
o
ceb isp d
t o
de Meneses. Embarcou · vi. o onde da V1'd'iguelf . a esquec - rnara
em G oa no dia
26 de De ze mbro n0 na -ao dos mogóis to
o o r o eu se e
mogol, po cqu Ah ma d nag � na m
São Francisco, deixando
para trás muito descontentame to visível e a qu e da de r
absurda a su
a
e ocult o. 70 A hist
fl1 a cart a de fm . a.is de 1599_ toriad ores
eina do do conde da Vi.� ig u:ira e
ór ia do vice-r
relação aos seus súbdit . os do Estado d a ln deste
eontm. uam, contudo, pal.far algu1nas dúvi.das. OsI'deihis · a de qu . e' 0
estudo ; po demo
, d.ia nao - e� o tema ões n1ogóis s ª m r lu ta• nc.i a a
ão obrigados ª acei. t ar .g1 d
· s deix ar isso p
ara out ra di scussã o. As s_u as relaç es_tran�eira» dm ª
e
Princ1p . u ma «mão
co
com os v1zm · hos são outra coi· sa, . e Mu rad fo1. e1·1 mm p r
e podemos ver a Inane!ía e0010 e·l
e ,
Pe 1os p ortugue
ad o o
u e ssa n1a o
nao se de ta,
próprio avaliou a sua
tec
d q
folha de serviços n
u ma carta sem d at a , e
scnta ses. A obJ.ecção
· - crónJC . aS persa·s, e,
e
PeIa I en· ura d ue sa o as
e
em C ascais pou d as, q
co depois do seu as f antes mai s s rsas, inclum d_ 0
regresso a Por tu gal. Para mun, . .madm.1ss1,veI ; os escn.tores das cro, m· eas pe
u a

Emceguci o [governo A.bu'I Fa cena, poss1v . e I1nente nao


quietação com os Reis ] a 9 de Dezembm estando em Universal Paz ·e zl, q u e não estava m mt. o l o ng da ( e smo que
i'"5 ti.veram a cto e m
e
Vezinhos, e livre do · ia d o f
amiguo des cre'd'ito e not p
Ihes tiv ' ura e simpl esmente,
co nsc 1 , n e '
. an1ente ao 'assunt
o,
uv
e

- e s e cheg ão v 1 a da' re la d e
ma ª]u_ ' É uma pena que o relato
Os relaros clássicos sã 0va "ªº e r a n ' ado algu
s e
o Radhe Shyam, The K i ,ar (N r
s
Deli, 1966); e tamb atural qu e a r eprodu z1sse m · ) . não nos
69

ém, do
l 978), os quais· un·11·zam mesmo autor, Life and times of Malik';�tar (De5_':0Ahm Mul!a 'Ab . de ci di da m e nte boate!íO,
o, é que p odt'a
ingdo
d ,
m of
um pequeno núm al-Qadir al-Badayum
podendo ser consultado s co ero de fontes porrugL1csa.s. dil 's· persas1,p1o, 1 eve at
é 159 9 porque el e, ma·is, do que, qualquer outr
que o termo «Melique» si m extre ma precaução. O facto de supor,' r exe!1p e ter esp modo, é qu a
do assumo,do sco cop , gni fica sempre Malik 'Ambar tira o scnndo Pg�rande ar;ao alhado' tal rumor ou suspe1.ta De qu aI quer
se

fcn, m _B. S,ben,, «Anolo 7, 153-_J 76 De noe,c "mbém , · ·essanªte Observaçr», .


fow on"º""d. f '".''.'. · .' hk Amba'do ·
actzon) of the 1ndi '"' ,bno t ,he c«dy Ide of M , a ,]
ste
. o R o drig o, enviad,
deC
istmy Congress (1941): 601_603, ,cgson. a, de CasCcop,, de mn, cana de V ,'d',guc·ira para o marq ue•s
Proceedmgs (Trans
a qual cm l 599-1600 M �
. n
71

alik. 'Ambar quisHen


• •

f 01. acene a a1s, BL, Mss Adn. ; ' furtadn d, Men!innça (1558-a
an
trar para o serviço d?s m gó, s m 28 432, fl . 1 · 18,. h-
ro Voe epom
or .Abu 'l· F"azl ; isto bas .
- 1 2 Ver C. R. Boxer
em,,no de So bmhm,eny 1a-se no rela � do. 4 2.
ac,. 111'1 Cita . e Frazão de, Vascoi° �5 m � rcl�� do pro pn,� M. e,nd197ç6,
on
i
s,
i

to de viagens elo
. .ugu, esa»,1111c1·a"
And
r/ 10) (reedição,
rt
Para a trans1çao de 1d1 ,m, «Ao Aogsb"'gcc · A. · '
Pon u, 1989, 1: ed�, 9 ) , c o Cod c e
V gu c1ra para Air '" '" , º"" º"d fl Produzido a 9 Maca r BNL,
entre os dois, de Out .
ubro a De zembroesdede1 Saldanha, ver a rroca de c s. 5P31r-5' 38, 104 P ara a vcrsao de V id iguei6ra,00
1
7-
600 in BN L, Códice l 976, fl. s. lOOb-JOJr, cana a F.ilipe fl l datada d·e Abril de J .
266 267
,· e a pol'ti .-0, e. 1600
i ca do Deca
Impérios em Concorrência: Histórias Cone ois
ctadas nos Séculos XVI e XVII Portugueses, mog
ão f oi
· a husrau, cuJ·a rebeli
. ção .ms1. st.1r em que , os «f actos d a hº1sto, n. a 1n ogol relatados nativ . era o s eu p ro'prio f Ilho K
º
supe �stt
s? a S alun , · ha intença-
em lmgua p er sa são v e
rdadeiros e que tod os os outros sa_ 0 falso s!)>. esmagad a no r escaldo da morte de Akbar· Não e mm - uves
d na 0 . se
Mas poderia o conde da Vidigueira nfe ue es pecular s o b re o q ue ten· a acon te ciºd o se Mura
co ss ar um «Cn. me Q morr.ido; .i sso é a ssunto ma.is ara v1.dentes de bola de
cnSt · aJ do que
Não C ometeu»? Há certamen te ns i­ e se estava
duas p ossibilidades a ter em co para h1. ston. adores No entanto P a p na recordar qu
deração. A p rimeira é a de que, r , va l
como tinha a «intenção » de manda hnente os memb
ros das
e e
numa época em q.ue os m ,
assassm . ar Murad, o conde não se aper
ceb eu d e que o responsá
vel · d"iv1duos (especia tes de protagom· sino
.e ortan
p e a1 sua m ort e fo.1 a n ature
za, e não um assassmo p ortuguês.
«e 11t s») eram ' encarados como f ontes .11np- si• nato estava'
A segunda possibilidade é qu
·
es e h.Istó rico, e p or cons�;uenc !a a ten taça 0 d o assa s ncíp1. os da
e o cond e, d e uma f orma _ s.!ITIPJ rn relata que, nos
pr ·
A •

oportunista, tenha chamado a naturalmente pres en te. Abu l Faz ' l


si o c rédito d e um ac onteci�en c
o kba : sugeriram
o qual n ada t eve a v t� de). década de 1580 alguns membros d 0 séquito de A mad
er (nem na realid ad
e, n em n a in te nci�na � ª ão . · ·mão Mirza M�han1 1 s
A última hipótes e não parece
provável, porque t al reivi�dicaç� n
a eli. min ação d 'o s eu mc . o, mod o m e10 -u 1das pe o
podia ser feita de ânimo le u
t1ak1 m, · - ao estatuto rea i eram reconhee ques· 75
ve, tendo em vi sta a ambigmdade a su a
º
cuJas pr etensoes 1 us b e
s af,avi. d as, t al co m o p ossiv · elm ente ta' mb ém p e os . a Hakim
naturez a mor al. Alé
m disso, p el o que sabemos d a car;ei·r� posteri·or de M!íz
d� conde da Vidigueira em � nde A morte fortrnt . a (sob o ponto d e vis . ta de Akbar) . de ' mas
ortugal, e nov am� nte na _Ind1 0 co
ula , e sa necess 1da
nao era uma p essoa dada � ,o em 1585, pôs de parte, neste caso - parti . q ue
a mvenções d es se ttpo . Por out 0 lado da un1 conta
c r s

as sassin nao necessariamente a I·d ei· a . 'Abd ai- Qadir al-Ba y os u ma' vez,
· ato f 01· uma táct1c · a que el e usou pe o1 m en os Ina1.s d 0 que n
o pro, p�10 . ei'tou ' pelo me . rea!mente
uma v ez, na d, ecad a d e 1620, du
rante o seu s egund o mand�o Wrn
o Akba r, por exemplo susp d f 01
. e-re.
v1c 1 a, o alvo fo.1 um portug ês r negad 0, contrata' do
1: n essa a tur que Sahm tentara envenena, -lo. 76, Se o príncipe Mu r� seria pouco
isso
p or Ibrahim 'Adils Shah, p eja, Vítima da acção dos portugueses, naquele mundo, tos pi.edosos,
ar a f azer canhões em Bijapur.73 Ou s
u e
ti enm
no entend1.mento do conde a arrna
surpreende
nt e. Porque, p ond de
par·te os sen orno o c
onde
da Vidigueira, o assassma to era um - ue h omens c
de u so comum n a política
, da época .
. havia· sempre
a press ao da rea °1pot·t· i ik , q
la d O Norte de África.
E cl aro que nunca se p de da V1. d1g - ueira tinham aprend Id o na dur,-a s · to que
i·cado conJUn
º e co
oderá prov ar sem q ualqu er so b m� m un
dúvida que foram os portugu Mas i· sto, por sua v ez, s1g · n1T1ca' va qu 0
,· :Neri1
c o
eses a planear a mor te de M urad
e
sequer se vê o ereri1 . iec_.1clo, veja-se
«fumo» de que f ala o dit a
do. O importante � t_ O e u m eve nt o b em mais copn1roblem and ue I
pensado rn. sso, e um v.1ce os
1i
Para uma reflexão para1e1 so bre n nia· ·de
. te, 1nb1c1 in-
-re.1 - um fid . expenen R ..,- , e 7i, ra ent u1y ,
mui.to confl1º tu oso - afirm . algo m
· ar tê-l o feito realmente. Basta esta re i·v
ª 0 nald
--:-:--_ Mousmcr . , .lhe
. Assassmatw · ª· n of !CJ-1 eni)' · IV-m· 1 J?the )Earl)' Seventeenth
h11
C
- 0nso
Ct 1·idati.on of the h-enc . hAb50 ·lut e Monarc -' . IA kban·,
d.1caçao para dar um to er rad. J oan Spen 'l Fazl, A'in4-29,
m dif . erente à n oss a manei. ra de entend cer N
( va I rq ue, 9 3) . A b u
as _ relações entr
.ma rte do
15 S _I 7
. s·s111ar M·1 r za " Ha k im , v er
1·1, 1989) , 42d8os - . '.Ab-d�'ls
o o
e os p ortugueses e os o bre a propo sta para assa e
. l Vol. Ili, tnd r (re e d iç
. ao,
- D . safav1 ,
remad o de Akbar. m o gói s, n a ú n Pª F'az.l,Akb'ar· N H · S· Jarret' ver Jadunat,h Sar
' . eka541-42. Sobre' as atitudeins Nawa',I,. Shâh.
E q� anto as, .1m 1· - rÍ c dos usbequeâma, vol. 111, ele trad. Be�i;\g ; mente, bdia - Husa' âdd' ht?Ia-yt
mogo .1 Es tamos consc
p 1ca�oes ma1s .
alargada s des te f a cto ra a h1·stó o T'ahmâsb S s para com , ver, t p t iva'tabât ta,'� rikhi hamrâ Bukh
ba y -ª1
an, haraf-
ientes de que a suces são do pnn Pª
, ci.pe Sali � rn afawf- Majmú'a-i asnâ w �
tafsflf ('Teerão , '1989 503-505 e
d a _1 a k
ib n M i r M uhamr� ecdinova, 2 vo1.s.
d
tr�no, n o _ s finais de 1605� _como N h 11gir, ), ; . 1:tis,1 e trad. M . A. a' kh
1 ª ·Nâina-ii S khskoi S aV)' cd.
facilit ad a pela m orte d os seus uma 0� �urad
ur al-Di Muha m _� ª� chak Sha em
tc t ev� lugar,akim
f o1 consideravelme nte n
(Mo7! covo , 1 hi: Kniga
983 ). E _ ste ·
m e id cn H
e D aniyal (este
uns. set
e Bad wa'rfkh vol. 11, 390. a. s. também o me, d1 co men-
último a 11 de Março
de 1605, pe na s A . 999ayuni, Mun. takhabu-t-Taacu -; ã ó Sal 1_ 1n m Muradona'utinuou
meses antes de Akba
r). O único rival q ue constituía uma ª Jter­
a
L; 1-l.. .
" Uin (A. D. 1591) , e Akbar sou , o stensões entre'Salim e kb
1
ar c
,
tasse'11,11.11. Isto rambem deu o casiao :- a que a.· s, S. J. sug . er cm ,que Arte de Akbar, n'a
a, n1 anterAlg.umas cartas de r, CI.o, nimo Xavi er, atO da mod., D0cumentação
os . mes mo_ p·, ssado teinpo; e f· 0S11.·el o e
The Portuguese Empi re in Asia 255 s 0 bre Oucr
lJ Ver Sub rah m
any
rcncfado; porcu�ueses �am, , sua cana tais susp eitas L m'b1.o de 1606, m· . lva� ]'"teégm'enc·JOnada' ·e1n ca' rtas
... - . corte), ver Uit:ra maride b'hore de 25 de Setc 65 A me.sina suspeita e a it. adas in Tamaskar, Life
W. 1 h. C oolhaas, cd. P1eoterDccão, ao serviço de_ Malik 'Ambar (e na _suai %2 63),
vol. 1, 140-151. Os inciden van dcn Bro ecke m Azfe, 2 vols. (H:ua, . -119617, de 1601 ena Amu.gu.esa, vol. 111, 62.ce
1 vi -i:ci. Aires de
Sal danha' c '
604 de Filipe Ili ao -
quando Malik 'Ambar esta tes descrito s tiveram lugar cm No vembi 0 de and Wor
k of MalikAmbar, 29-30.
v a cm Khadc (Kirk
ec), peno de Daul:i.t:ibad.
269
268
Impérios em Concorrêr''c·z·a·
H.zstórzas ,,
' Conectadas nos Seculos XVI e XVII
.
sam em M ai. o de 1599 não au gu
r elações entre os m og , .
.
. a o I S e o s ' ª
rava nad d e 6 o m para as futur.lS
po rtugues_es; os futuros beneficiários
m m ser as C ompanh ias
das Indi. as Onent aI· S .mglesa e hola.ndesa.
M esmo que os mogo, IS . nã .
o tenham ti d o e
expu lsar os po nuguese - . na ten ranva d
suce sso

mas profundamente
s d e G oa, Dam
. ao e n·m, a hosrilidade velada
.
ser ignorada p el . enr.uzada entre ambos na época de Akbar pode
O historiador' mas ap .
enas para s eu própri o p erigo

Capítulo 9

Mani·1a, Malaca e Meliapor: uma


vi. agem dominicana pelas Índias,
e. 1600
de ler. Alg uns
lo co . Não há u m fim para o acto e r d e modo
, É de u s de viv
es q u ece m- se
lee m com método. Outros que não faze m ide ia como
a �-7 digir anotações e ruditas poi s es quecendo-as. Outros
de
u_t1hzar, acum u lando-as, e dos nós faze mos parte deste
ficção. To [ ... ].
�mda vive m na p rociss ão é esta
imaginár io, e q ue e str anha 947).
Blaise Cendrars,
Bourlinguer (1

Introdução
.
p rtuguesa n
a A, sia a
Este cap ,tu Io anah. sa a história da presença arra·
nhecido, uma n
o

parti r d,e_ u t , m s p o u co co do
m documento impresso a
Ásia do in ício
tiva ini ca no , vi aj ante na rib u to
e dom
sécuficXVII.nta por um padr c ebido com
o um t
l, foi c on
Na sua versão origin a
r f rancês es
p eci alista em
Póstu o Denys Lo mbard, histo ri d r um
ª
o
Para além de se
a
histó m m odern a.
� ª _ Sudest . u1 arm�nte nos se, cu_ XVI
1 do e Asiático da . é p o ca 1 os
espeeia 1ista na' 1iisto, na desta região. p
. . ( a r uc ns .
lit er atura de v iage
e _xvn), D. enys. Lombard era um ahc10n a do da
ersona·
V1aJ·a, nte n x liqu seu interes se por p .
t rad o , t a lve z i sso e
p e o
. m en te, Augu
strn
gens co i v e e mais re c en t e ,
mo Fr eden. c k de Houtman ' ou ' xt a este capitulo,
o
d e B ea. u . e de c o n t e o
., . 1 Isso também serv
lieu

d es O•rie· ntaf.les 1619D - 1622··


� aux ln
d'tm v0,,age " " p oc eoys
· Mémoire, s incrodoção, 001'5 e b,blwg
.
Aug
Un rnarehusri11 d e Bcaulicu
L"<nba,· a�d. norm,m . d à Swnatm
d (Ians, 1996). , . J

270 271
. . , ' c. 1600
· r-· uma via. gem dominicana pel
Impérios em Concorrência:
Histórias Conectadas Manila ' Malaca e Me 1zapo as lndias,
nos Séculos XVI e XVII

qual p oderá entrar no âm , , como é sab'Ido,


6.Ito d a se, n· e que Lom 6ard inaugurou nos O Estado da India . de f1.n ais do século XVI of erece
últimos anos da sua vida, Su 1
. . uma pai·sa em vasta e vanada, que se estende desde o mar do
série tinh a como o6.1 ec . titulada ,Pérég n.nau.ons auques». Esta tíssim
da China, a leste, ate, ao vale do Zambeze, oeste. Esta v
in
ttvo «d'1 spont'61·117.· ar ao 1eit . do' oou
g
teressa
a
. or ªm
as
disponibilizar n o-
seguir a evoluçã
ovam ente, algu "
ns textos-ch ave que Ih _permicirã extensão não er a c ontralada em termos efecuv ª. os pela Coroa port
I gueses pintavam
la so6re a qua os ortu
o do discurso
séculos xvr e xx,, ap es ociden tal s obre a Eurasia ntre os guesa, consu. tum . do an t s a te _
. s d e domin açao
'.'
proJ � e cto
p ossibilidade de public de a série considerar, de forma p\cita, a as suas concepçoe - s e 1�dea 1izavarn os s u
, nun c a chega ram a
ar e s
ar «à man eira
de con trap onto, e, ;' e modo
a im peri al, muito s dos quais . , ev i d en te m ente
melhor entend os,
ções de viajantes as
er e an alis ar o
p roblema das percepções mutuas, trad u­ concreti. zar-se. A o 1ong0 desta extensão de milhares de quilómetr
caso
Lombard, na década
iáticos,. Das via ens
que p artilhei Denys cenas áreas er am contra Iadas mai· s int, ens1.vamente' como foi o .
io de pois
de 1990, rec
_co:Jares, a
s das conqm.stas n a coSta oci'dental da Ind.1a, ou dos tern'to'
g
quais servem de ilust ordo duas lemb ran as smi;
r s
ração an e dó
tica de al umas destas ideias. Numa
' s vaª nçados
de m nor
.conquistados n o e e·i 1-ao. Outras eram posto
ç e
ocasião, tendo dos de
uma ou duas
ho ras p ara p assar n o aerop orto [ndira asados», ou feu
importância, domm . ad os por comerciantes «c eza, co mo sucedeu
g
G andhi, em Nova
Deli, Lombard co emória capitães pe rtencentes a, s grandes famílias da no6r
do sânscrito (que tin meçou a testar a s� a
h a estudado de form Ieª imra
;I1 com. frequência
dos letrei.ros do aer a su cinta) a p a�nr em MaIaca . I -se aberto
op orto que e 1am
.
p artir
. do seu semie stavam em h'md1.' eu nosam ente, a Por outro l ado, a pa�ur d : déc a da de . '
tm
. squeci'do san o, CUJOS .
novas perspectivas e honzontes. O comérc!O comoº Japã ª
5 70
. ento de
1
malaio, cons e � scrn . o e do seu conhecim
i n . cípios da
ten
de umas inesperadas der grande p arte dos letreiros, -�ma refle:xã
o prim eiros p
ass os unham sidO dªdos na
. , d.ª. de .15 4 e prin o um
deca
g u u e
histórias conectadas. po rt o década de 1550, torna-se uma reaJi'dade sigmficauva, P ropiciand
de Fremantle,
Z elândia, o qual rei
na Austrália, enc on Nou tra ocasiw,
trámos u m mannheir
d�
Nova mercado suplem ntar relevante, assim como um aprov1 sio
· namento
vindicava s
er ; expor isso, o estab e
lecimento dos
de ':1 º'."dame
nte a suas teorias mei o -maori, começan a rual importante . lé m d'
e
de metais p . s
milen ari stas. Um ou tro � t lec espanhóis n a ·· mas n a deca ?
e 1560 cont
1 UI·u para que _ a
r.b
s
te na ficado e
o s A

d
reci
xasperado, mas L s F1 1 1p. Pacífico
om bard não, tendo-o escu raJ: duranr e . il través do ocean o
a
quase meia h ora a
d

misturar refe rênc Possib idades de expIoraç-0 das li'gações a .a de pro1'6'iço- es


outras i'd e i. a ias do Velho Testam entO com fossem cad �
esar da
·
xis tên 1
s, que assum.i a s a vez mais alici antes, ap
senta rem em r ecu rsos cu 1turais no o governad ores
e c

mínimo ori of iciais qu e je c to - Tant


gin:ús, com rande con tr � � m � �éx ico e Peru)
interess e e p raz �: a espanho � �
ro
co1110 os a �
e
À semelhança dos ing er.
ria a
ltos func1on anos in adas
cidentes aci capí- , · o mas dest
tulo se sit ua ocuraram
ric
ma ref eridos, também
é
e respectiv
A

na encruzilh . rt s n A s pr ,
ada de difer
entes culturas, privilegian uma as contrap a a Chin a e
narrati.va de vi.age otosi para
es:o ia
a facilitar P
e a de
ns escnt p
era uma geração . a p o r um c
ont tma O u
q e o e scoam e nto de
, os que pensavam
· a. Eram mu.itos
e

mais v elho que B empora� neo de H. ou qu'antO


d
produtos
rat a

chines es p ara A m. enc de och0 de


parte da presença
p or , eaulieu. Pode ser lido en J11 q e que o célebre galeao de ªMamla, que transpoi·ta.va reales · um
Po nugal estava so tuguesa _ na Asia m arítima, nu ma e, oca e u t. ap - msuf'ic1 ente para
b o domím o d r, conhe-
'-C ulco p ara as Fi·1·1p·mas· , era mn instrumento lares ch.m
, de
os
ciclo como
União Ibérica (ou, s H absb urgos no peuodo ol,), P,rocura tão elevada.J Enquanto 111erc adores Pruª .cu ·
es es

A vida do seu auto e se pref erir, « cativeiro espanh F"llJ1..an e - _ ' f r u:x amento
da admm - .
o
is
r, o frade domi · de ·
Guangdon g, urando pa 1t1do portantes
nicano Frei G ab nel Quuoga . · do pen'odo M.mg, cn. aram im
a o
San A mo rn. o, ser
d
tração p
d.isso af'1gur ,
á b revemente
descrita m ai.s a, f rente m as anr es 1.igações
rovincial n os f mais
clu si·vamente, uma co 1,oni.a
a-se ut· í in · ·gi'das
i 1 com eçar a.1s, com Marn. l a, est , abelece nd lência din
su6 1.m 11ando, ao com alguns · s 'conte,:xru ·ca ' e v1 · 0
a
comem a, no ° ' - so
mesmo tempo, 1 tón
Popul osa ( a despeito das en.od'c 1 'as e:xpl ·1a-Macau-Nagasa, qu.i
d e
que esta abordagem e, 111a' .1 s h's
s
do que literária. 2
o
contra el AP r i I M 1 11
es), o f am os o m : ai,gu Io com ª
e c a

. The Man<.1ª G, ª ,
!leon
1.vas . . ªl1; L.· Sce hcontr m- ·e rambem: em
-i --
· ens, ve · - Para uma abordagem eV'1�'s1ca, .. ve1·a-se W1ll'.
de viag _. v. e·ntc às narn' rdies
' )
' 1s n a es1'7e _Jge sie cles ,
urz,
·
· Iara uma reflexao-
rque, 1959), I.' ed. cm 1939, Materiai s ute bériques, /6-
colecn.va s . �

ia se Zweder vo obre enf-oques, possív eis


_.
.
ry Traclition, Sch arreis, ed., 7ravel 1-act amt -r- r.·.l..11·0n: ,vi.
StH . 1
(�ova Io
,ravt,1. J"/
rela
Chaunu, Les Philippmes et l,
on Fiction, litera nM n .un
J
Pierre _ .e Pacifiqu e d es J
(Leiden, 1994). olarly Discove y anel Obs T,- vel
wrltll1g
, ervation ll'l a
2 Vols. (
Paris, 1960-1966) ·

273
272
Impérios em eoncor re.ncz.a: Histórias C
onectadas nos Séculos
XVI e XVII M,anz'la, Malaca e Meliapor: uma viagem dominicana pelas Índias, c. 1600
competiu em 1·
mpOrtanc1a com
China pa�a Malac o _comércio
tradicional do Sul da e publicado m ei.o se, cu 1o mai.s tarde sob a ,eg1.de da Or dem de Santo

A

a. Os finais do
XVII constn secu l o xv 1 e
prmc1p10s do seculo
· , . , Agostmh . o · ·
uem' p or co
n seguint e, ms1ste na 1·mportanc1a destes homens, bem como na
qual ea presença na
ma ,, 1.ma dos p O _ o ap enas um pe n,odo durante o urgenc1a pr em�n_te em os trazer d � volta para o redil. do Estado da

A

meas tamb,em um nt
• ,

,In
A

rtugues�s reveste uma n ova forma, dia, devi.do a mcerteza da sua situação moral e política. Se, por
.
penodo extrem
de novas re
des ul tram .
amem e importante p ara a formaça o um 1ado , eles c nstituíam um exemplo suspeito para os soldados
annas ehm ·
ser um a f ase e e ., n.co, ale,m de
m que mercená sas. no su deste A s1a que se m antm · ham ao serviço do Estado, por outro representavam
o

ou samura .
. is, _desocu i S J aponeses (incluindo os ronin, form · a aprovação da
p ados dep'ois 6 as d.e smt ' ese transcu1tura1 que não mereciam
r o
espalharam
ate às M O1ucas · de termm . ada . se
. Il)
' Ta · . a guerra CIV e uro�racia e das autoridades religiosas portu guesas. Vestindo-
se
1 A nd1a e
5
Portua'r1· as dO su de es
Ste A si.ático freg B'irmama. A s grandes cidad, om r equê
ncia segundo os hábitos locais, praticando ma c zi ha
1 a A • •

1595' tais · como Ba u , ªdas pelos h olandeses apos


o
nten, Jacarta e em
u n

que se afastava da tradição ibérica, esses indivíduos eram encarados


população cos A ehem, car actenz e
mopo11t · a, de q · am-se por uma o o uma ameaça cultural, que se agravava mais ainda sempre que
eram apen ue os p ort ., rn
as um dos e1e ug ueses e os l uso-asian·cos se conv
relatos d . mentos 4 Fon ertiam ao Islão .
e s h olandesas, para além de
década d: ;�� �
ens f :anc
e ses, co� �e A Ne Ste contexto , convém ter em mente três aspectos fundamen-
° - ugustin de B ea�lieu, na t .s uando
panorama ines �nncípios de 16�0' dao n os, : [ _ n o_s deb uçamos sob�e a história da Ásia port�gu�
sa
tt p or conseguinte, um e f nais do
transcende o a � avel de uma presençae -p .
secu lo xvr e pnncíp1os do sécul
o xvrr. Em pnme1ro
r

mb1tO quer do ortuguesa c o mp lexa que lugar, e de


E forma mais óbvia, a circunstância de nos encontrarmos
A

representa stad 0 q ue
també r _do Padroado. E ste período nO p em
começara'a fa m O apogeu do aventureir ,. ue
eríodo da união das C oroas, d o governo dos Habsburgos
zer se t·r a s . o p o1Itlco porrugues, q ponugal . , . .
no ultramanno portugues, com tod
as as expec-
a1guns po
ntos . d ª A,!'lsi�a. _ ua presenç a J ,a de�de a década de 1520 em tativ. e do 1mp e
ndo
A

Fernão Me de E este t ipo as, p ro blem as e amb igu idades daí resultantes . Um segu
s pm
· t0, e que de u111verso que associ.amos a . ·
aspecto a
do século se havi.a
genera11· z l ter presente é a emergência de uma nova conJ
n

o quarte .
ilhas do Sud No go,lfo de BengaI a, e tam , ado n o ú ltim e nas
untura

· na pro, pn.a A, s1·a, que tem a ver com o ressurg1-


,
P 011t1co-econ o, m1ca
. XVI.
este bem nte . mente tranqm·1o
começando p As1· at1·co, os portos eom · . n o contine rnento dos saf' .d .
s o rem ado longo e re
1ativa
, o. r p a1e acate (Pul·1 erc1a1s m ais importantes, d , v1 as pó
lidação _do !�pé�io mogol _na
a a
r eúnem
eo1o rnas de ca t) e s-ao 10m
'T' , é ( de Melia p or), Á�i;; T�h� asp (1524-1576), a conso apao,
quais estabe !e portugu eses 11 nd1o nal, e as tranf ormaçõ es em sentido 1dent1co _no J
ceram conta e d e l uso -as1·at1c · os, alguns d 0 s co �
esses po . c tos com os remos . m Hi deyosh i e os p r imeir os Tokugawas. Um terceiro pont-
rtos estavam . e os sultanatos on de
o

ª cons·ider ·
ntextua11zaça
na mesma ep , oca' a situados· V:amos e� co .
adamente ar como peça f undamental para uma co
o
igu ns home . ntra r, aproxim
Kotte, no Sn. n s ao serv prende-se
co m a emergência' a partir da
década de 1580, e mais
Lan k a,-ou n iço dos reis · de Kandy e de espec· t·1c do contra o
1_oungoo, ou
em regi· o
a Birm a
nia .
nª fase de rradei.ra da di.nas ua i amente da de 1590' de um desaf io con,cer·ta
>-r
. e s como 1110n 0 da Rota do

portugu ês (ou ibérico) sobre o comerc1


A

sao m certas, .mas Laos o u •-1r ·


ª
mrl. hares, pata . tud0 1eva a crer q ue o se , a11ândia. A s est va,n.°5
O
imauva
·s
eabo,oploaTnç10ado s, mas também, em
ci . u numero rondava os pelos ingleses e pelos holandese
A rracão (Ara k ma de um milhar a les menor gra 'm am arqueses. Q uando o s
an) e na Birmâ te do go lfo de Bengala, no u, p e lo s franceses e pelo s d
(D ago n), M . nia , e m ce
n
1· gles ·
es se estabelecem n o Guzerate, e, em segm· da, em
Sumatra
ta u
(sandwip)· 0 k -U , CI1at ig'ão (C h Itt . m· tos. co m o Marrabão, Degu11
oio na co 5ta d
.ag o ng), D ia ng a e S und·iva ; Java, e os h olandeses conseguem bases de ap
o
texto de um li t),
autor an?n .
, m10, Pri romandel , e Paleacate (P
em M asulipitão (Masulipatnam)
Soldadesca n o u ca
Estado da Ín mor e Honra da Vida e �ainbé obra de que os
---
dia, escrito e,
m tm . da década de 1570
· a is m na Indonésia o riental' o espaço de man ·
i Cf. s P 0 rtugue,ses i.
d m c om eça a r esrn
· ng·ir-se p�ogressivamente ·
· �
aniay S u bn
O qu e l spunha nte «casado», e
eva, a médio praz o, ao declínio do comercia
A Ao1·lttca/ and ' l11llanya111 , 7··1
n
L0111 ba rd Le
c,:
con . tory (L e ort
. omt· e. /J, zs p ugues e E m · ·
) . OO- J 700:
. , 15
pire m Asta
Su ond 011 199
e p·ir B·'
Itan at d 'A( ;h 3) rnrnbérn Dcny.
:/� au ten·zps d'iskan í 1.' 1 ara Achém, ver
s
a .intcn, Cla 67
Cultura (M u de G udlo c, «L
.'" 131 14 (1991):es P-orc uga1s
.�_ª ,
Muda (/607-1636) (Paris 19 ); Jndia (Lisboa:
acau , n
80 95.
, cr Ban c cn, 1511-1682», Revista de
, . H onra d a "'d. a So'dadt'sca no Estado da
p r e
)
J�
orge R nmo vl 1,
. cs, 1630).
0d ngu

2 74 275
' '
. pelas lndzas, e. 1600
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Séculos XVI e XVII Manila, Malaca e Meliapor: uma viage m domin ica na

. vos
à emergência, em finais do período dos Habsburgos (em 1640), de peças de mobiliário de madeira e marfim . escu _ l pido' além de escra
,
um novo tipo de comerciante, a funcionar de modo independente, oriundos de diversas partes da Asi�. tir
Podemos aceder ao univer o hab ita d o po r estes indivíduos a par
por vezes designado por «solteiro» nos documentos da época. · 0s
re,latos de via· gens. N
de outras font es para a1em , deStas' caso dos
s
No meio desta actividade complexa surge, evidentemente, � a ques de e ou t ·e'
enorme diversidade de protagonistas ibéricos com uma mulup �-
� u'!.timos anos, o relato red'igi'do e1n espanhol por Jac tem mereci'do
r

° de Bruges,
c1'dade de pos1·ço- es sociais · · , d e motiva· ções e mental'd i ades · Sena
um negociant · , · flamengo' on. un,d ' no pn. ncip1
· e de Joias ,
, ·0 da decada
uma atenção particula che go u a A si·
possível reconstituir este universo de finais do século xvr atraves, , r. 9 e out� algu�as m · ter-
de 1590 ' aí permanecendo ate meados de 1620, com
a
e
·
por exemplo, do livro de contabilidade, ou livro de razão, de ufl1 meira fase da
rupções aquando de breves eStadas na Europa. Na' pri
comer�ia · nte «cas_ado» se _nao - fosse a circu· nsta� ncia · d estes serefl1, sua carreira negociava sobretudo no Sudeste Asiático,
operand ª °
na realidade, mmto difíceis de encontrar. 6 Hoj e em dia, � o u,ni·co de - es com alg uns portos'
Partir de Malaca, e mantendo algu �1:s ;l ª�� ) Mais tarde: a sua
'.

que dispomos relativo a esse período data de 161 O e 1620 e pertence


como os de Patane, Pahang e Odia ( u ia .
a um tal Francisco da Gama, estreitamente relacionado com algu s a1s· na Índia
peninsular,
importante s mercadores e fi guras públicas da época, sen do e e
� actividade levou-o a concentrar-se cada veyz m d'iversas
exp1orando as minas de d1am . antes no, .mten. or' assim como ut_re'
próprio, no entanto, uma figura obscura. 7 ogois , · . Co
cortes internas, desde o Decão at e, aos domínios m ha opi. m. oes
Gama era próximo de alguns cidadãos importantes de �oa e tin
como muitos dos seus contemp_orâneos, também
de Cochim do seu tempo, tais como Valentim Garcia e Ferdinand comercia· 1 do
f.irmes sobre o modo como O regune admi. m·strativo e aos ataques
eron, e negocia· va com eles (ou em seu nome) tanto na Rota d0 Estado da Índia devia ser «reformado» para fazer
face
eabo como na As1a , . . Os fragmentos
· ou revelafl1 screveu o tratado
de contas que deix de holandeses e ingleses. Foi· nesse conte,xto que e de
um p rotagonis · · amente relacionado com redes de cristã.os-
· ta mttm i·ntitu · 1 d· N este aspecto, po
· lado Como Remediar o E5ta da
cisco Rodn: gu,es.
ia.
-novos, contan do entre os seus associad pessoai. s e comerc1a1s·
da n
e com Fran
do
os ser comparado com D10 · go d C o ut o «dec h m o»
h ?mens como Garcia de Melo de Tor . dO
' JOS omo imped'ir O
res qu e, em pr�·n cip Si.lVe.1ra, ambos com .ide.ias precis, as sobre c
O

lo
.
seculo xvrr, era vedor da
Fazenda em Cochim. Garcia d Me do Estado da Índia. 10
tinha também inimigos poderosos, ent � po de • s e pr
otagonis;as rev�-
re os quais o arcebis E , evidente que cada um destes escn• tore a Asia' nao
Goa, pertencente à Ordem de Santo Agos do u o ut ra p arte d
tinho , e governado� os 1ava uma
inclinação espec1a · l Por um o ·am bem. o
Estado da ln, d'ia, D. Frei. Aleix . o de Meneses. 8 Estes seus .1Dim 1 g o. Os que conheci
a

Possumdo · n t do to d ssan a-
foram responsáveis pela queda tempo d e um olhar abrang re' não est
ava m nece
rária do vedor da Faz en -�t0 S u d este Asiático o C ou t to
e

ou o Deca- o, co , rn
e

pe1o con , f.isco dos seus bens e obJe . A par d O regis o n : e n t a l ou o Japa- o, enquan
mente bem informados sobre ª Afn.ca ca-,
. ctos pessoais. s o dªJ casas ban
contab1 ·1,istic· o de Franc1sc · o da Gama, as listas de bens conf1scad0 homens como Ferdinand Cron, agente te1nporári Asia oc1'd_enta,l.
.
em a
também nos revelam a extensão e a
diversidade dos interesses Ph.)IP
l
o í-
..,,,_
r.ias do Sul
da Alemanha, parecia . m conl1ecer b de um serviço de
t1• cos' e comerc1a1 • ' ganização
s por parte dos portugueses de Goa e d e coe. 5 Cron chegou a colaborar, inclusive, na �; os seus age�:;:
Se Francisco . da Gama transaccionava em ouro, têxteis . e esp ec1 aria· correi·o por . b s b g o s' usando
. de via terrestre para os H a seus escll
em M am·1 . . n o o tomano. Os
a, Ma1aca, Chau1, Coch1m , Moçambi que e Goa, G arcia s e e correspond .un p , ·
. ado do Sudes
te
11

entes no I rao - e n
Me1o possma, uma co1ecçao · t o ma is 1·imit
e
. de seda, de ca.i)(a s ugerem, o m m
o
- de colchas e têxteis porém, um conl1eci· ment
Tecnsma e
Para uma análise útil, assent e, s isiçáO, --- . as, ed. Eddy Sto],s, B.
, o da Inqu J 580- .
VCJa-sc James C. Boyajian, Portugueseobretudo cm documentaçã sbur
asi á tic
6

Cf. An danzas
]. Verbc J acques de �out1••e,
. 9-
gs, do Estad0
-1640 (�altin�ore, 1993). Trade in Asia umler the Hab rckmoes (Madnd, 19:1 .
ih ,u. .a do Governo Barreto,
ª

M
7 Cf. Sanpy Subrahm d Settfe- '.º Francisco Rodrigues. Silvei): ra, R ,r, maçdução e notas de Lu ís Filipe
ão da
anyam, lmprovis ing Empire: Portuguese Trade an , Ii'1t .1 o
dG lnllia . O. riental ' cd. B. N. Tecnsm ae;�
a
ment m the Bay of Bengal, 1500-17 er líght
_ Pa�a detalhes relativos à
00 (Deli, 1990), 171-174. «OoJ11 . D . W1n1us e B. N . Teensma (Lis ' boa 1 99 6)ge · r .Ii1 As1a· porcugucsa'·· Furth 1,er,
ot
sua carreira, veja-se Sanjay Subrahm� 11fª!�1' n du Cf. Sa' ni. ay Subra I1111anyan1' «A n A'ugysbur ]'�- Ptak e D R
.
8

Frei Ale?º de Meneses ( 1559-1617


et l'échec des tenratives d'indig enisat
io . d Cron, 1587- 1 624»' ,.n
i1
011 t
chnst1a111sme en I nde», Archives de S) he commcrcial world of Ferdman
ciences Sociales des Religions ( 91 98)·
277
276

....
Manila, Malaca e Meliapor: uma vzag
, ' 0
. na
. . ca pelas ln d ias, e. 160
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas . em domim
nos Séculos XVI e XVII

. . pr , pn . o autor ano, m·m0 ' num


. 1.co e da r'nd1a ori·entaI . A, reas
A s1át , A. Justif . icação do texto e, dª P da elo
c omo o grande porto de UguliI11
º o

n_o �o1f o de Bengala, que nas décadas d� �5 0 590 e:a um ��·n- prefácio dedicado a Filipe II:
8 e1 p ortânc ia
c1pa1s centros de transacções c omerc1a1s
dos n eg ocian tes Privad
os . ç ão qu e nes te Reyno. avi. a de imvão a1guns
as Vendo eu a p ouca in form que disso resulra
portugueses, nao sao prati. camente men .
cionadas, n em sequer n da mor parte dos d.1tos ca rgos [da India'] ' e os eSre breve c on1pendio,
a

- - . . rod
grandes crónicas panorâmicas da época,
com o as Déca1as d� 0
.0g o
"1 a inc onvenientes, me d es pus a fa.zer des e1'dade e for raI ezas que Voss -
tratando J. untamente de cada hun1a d . sse em ver d
a

�o Couto. Em suma, a compilação de uma visão en 1cloped d


Asia portuguesa, visitando mentalm

ente, p or assim dizer, to _05
tª os Magestade tem naqu elles d do O
a

alho de �e
rI
v1e
riente, para que rgas escripturas,
a

pontos pnn . c1pa


. 1s . onde os p ortugueses ti.nha era deira noticia da grandeza e es se111 0 trabc om razao deve ter do amor
ds�j ��
m uma pr;sen_ça ' nao e se lhe accrecentasse 111ª1� · . 0 go sto
que
.iço estando ram longeocurey.
delle
uma tarefa fácil nas
últimas décadas do sécul o xv1. E evidente que e prompt1dao - como que v1erao _ a s eu se rv , e pr
de
. daquelias partes.
o model o existia, s o
b a forma das primeiras obras do século S egu1. nesta maten· a o qt1 e esta es, c·ripto cada huma delia' s· 12
Duarte Barbosa e de Tomé Pi i Ides enformações dos h omens. mais . prancos de
res, mas as crescentes co mplex�
da s1t· uaça- o d1 f1cu1tavam as · se .
c01sas. O que é que, 1egm · · mamente, ª o século m
a�s
º º

devia incluir e excluir? Poder-se- -0 cn . to m i


ia inclu ir uma dada par te do Jap\; ra, es
O Livro das P lantas de Anto, nio Bocar Resende) Parece seguir
e

ond e a Coroa p ortug


uesa p ossuía u ma presen . 1 ape,nas atrav a
ça of 1.c1a tard e (
em c olaboraça- o con1 Ped.10
Barreto . tegrando
m
111 l ez as, emb ora
do navio enviado anualmente de M
acau' mas onde era ex ercida_ u
.
a fórmula d o Livro das Ct.d des e Fo rta . ulando a-
ª e ref orm
Sociedade de Jesus? O lt�· nerário -
· fluenc1a cons1"deráve1 graças à
m do ça m n al
�ui.tos mais pormenores de natureza or aproxi

. A outra obra d� B,o.carra,


h

holandês Jan Huyghen van Linsc . for


e t

hoten, compilado a parnr de in discussão das viagens comerciais. .


ria da Índia,
é
maço- es colh1º das na G oa portu s da H is to
guesa, propõe um c onJ·unto de soluço·e Dec , ada 1 3 grande
para o problema da selecção, es · damente da mesma al tura, a . portância re1au·vamente
ma
apresentando a Ásia dos portufu;: igualmente interessante devi'do a, im . ao e a_ leste dO cab
c omo uma vasta sen d e C ei1•
, ·e de rotas c omerc1a1 · da numa soc1e a uese s n arros
' o

corrup ta e lasc1va . de mestiç


· ·s' apoia
. os' susceptível de ser f ac1·1m ente arrasad q e atn"·bm. as , act.1v1'dades dos portug cr om. sta
.
' ofic1al de B
o

eomonm. Dando conun· ut'dade a, u. adi çã o . porw guesa


u
, s1a
através de uma inte rvençã o s. e d A
vigorosa e conivente dos holandesede e de C outo esta obra leva cab o um a a áli · s
dedicando um
A obra anornma L zvr
, ·
· o das Cidades e Fortaleza s ue a Coroa A z evedo, ª
n

0 d e u ma
Portugal tem nas partes da Índi ,
dUrante o vic '. e-rema. do de D er onnn ªJ , · coi1struça- o d .
a escrita por v olta qde 158Z, prr a
a- m o a
e

grande número de capitu , l Os ·a ep1.so' dio s co · ·pe de Bnto


velmente por um o ficial su peri
or d o Estad o da Índia, d eSnna
. B ri m a n1a, Por p1l1 _,
fOrta1eza em .. _ (Syna · m) ' no S l da
er nante
birmanês
A •

· f ormar p1·1·1p e II Smao v


m s obre a natureza e dimensão das suas ssesso:es r · · ça 0 p o go 1 1
, te destrui - amb,e 1 sao
u
e 11.!'lIC ote, e a sua subsequen I
. .
c1v1s e m1·1·ttares e sobre os di ..,.,a B engala t
, . of erece UH• d
e

reitos com erciais na As1a, A.nau k-hpet-lun. Os portugt1 eses dO Leste ar - era UIn
cristão-
outr a v 1.sa . 1·pal .
m a 1
e
- o. Nesta obra, a1ém de G o ss
a' «cabeça e ass ento pnnc , refen"dos neste · o, . Oªutor - im
livr CUJ
. po r ta a . e pr ovav el-
Och 1111,
do estado que nas partes d o 1» C
Oriente tem a Coroa de porwga �novo que permanecera bastante tempo em
m um"dade
de
enc ontramos descn. ço- es de o· . u' e to dª co
m, Damã o e Ormu z, de Moçamb1q mente reu 111. ra mfor . maç o- es ' em Pa
r e j
i'festa u ma
de - sa
da Província d o N orte, dos p or ar, o m a .
tos de Canará (Kanara) e do Ma]abã rr
un
ca
. ente· Bo · o rr<1'ome,, n_ oa
t

con1erc1. ant
es portu gueses ai, ex1st ueses d
e sa
n

de Ceilã o, e ainda de outros o g


centros mais obscuros como Negapa� no s p o r tu
a satisfaça
e São Tomé, na c osta do Co os Provação convenc10na . 1 face aos co1o d s ela mer
romandel, ou de Malaca e M acau'. t e0sta do . era obceca P · e sem
eles descritos c om
algum pormenor. Alguns núcleos de act1 ·da e d Coromandel, que eonsid .vai.s, sanguina'rias
o

es n a
pn. vada portuguesa, tais co Vl de dos seus
próprios interesses,. po r
facçõ
v er d a d ei.ro problem
m o o porto grande e o porto e �� q ua1quer interesse. Isto con�ti�tm. para el
e u m os do
Bengala, são analisados de form q ns X VI I" ameaçad
a mais sumá ria no âmbito pda� vi.�g,e - o s é' c u 1 o
levadas a cabo pe1a C oroa p ·o s
no es r., ta
do da India, · nos prmc1,p1'.0s. d
o rtuguesa ou pelos seus c onces·s1 onan oa
---- f or ra Jc zas qt,e a Cor
e N as
e
i2� o da . C. J'd ad s ema1. s cargos que
11
r
s
. «Liv
c
a l u ,
mund, eds., Emporia, Com de p Fr ncisco Pau o Mendes L z . s Cs ap1ta111·,1 fl 3-3v
'la, e rtugal Tem nas Partes da l ndi,ª ' . e dao 6 ( 1960) ·: s· .
. .rne, 7rade,
e. 1400-1750 (Estugarda, 199modi
1), 401-425 da I n1ponfoci Delles», .111 Stud1a, n.

----
ties and Entrepreneurs in Asian Mariu 0
L,.

. a

..
278 279
Impérios em Concorrência: , m dominicana pelas Índias, c. 1600
Histórias Co nectadas nos Séculos XVI e XVII Manila, Malaca e Meliapor: uma viage

exterior p or soberanos i
os p ortugueses nas s uas
as áticos h ostis e
p or advers ários europeus,
c olónias mercantis eram incapazes de dese�­
Uma narrativa breve, mas credível
volver um sentimento
colectivo de solidariedade, ficando assiro roais
o u me nos condenado
s à perda d o s e
No contexto da Á sia portu guesa, ta1 como se apresentava por
u domínio comer cial, alcan­ volta de 1600, . gligenciada é
çado com tantas di fi
cul dades e labuta desde os temp os do in fan e uma obra inte�essant�- e relr,��� ente ne
D . Henn·qu e. C omo : a d o frade domi Anto nio, publicada
escreve no p rólogo tendo e m c onta O Pro di- nicano Gabnel Quuoga e
gioso declínio veri fic · .
peIa primei ra vez, em Vaihado!'d 1 , em 16 02, com o título ligeiramente
ado por volta .
breve nada mais res déca<la de 1630, parece que ern equívoc o de dei Reyno de
Breve y Verdadera Relacw,n de los Sucesos
taria do que a vocação re igi
l osa. earnboxa. 16 A pesar de o utu , lo sugen· r um .tratado e
xclusivamente
P0demos mUJ· 6em re1aci. onado . s perante um
annos n ,_este o ne. nte, dil mar a esta conquista que remos h'ª ra
. ataçã
cha . natosSIs c om o remo khmer do C amb. op, estamo con tend °
como fo1 esta a pn· me· o e exaltação da fé cath olt. ca, PºJS r
. elato de viagens de natur eza muito ,� ais pan o râm ' ica;
que lhe deu principio, 1ra tençã o do sereníssimo, infante D Henn· qu e' Inf ormaçõ
es não apenas sobre o e amboJ,a (em relaça
�o a qual tanto
.
que ar_h,e agora a sus se foi a me sma continuando em os reis· cathdoricors P Ortugueses quanto espan1101 , · s aca1 entavam Planos de co,nqm sta na
tentaram e susten ' tes e se ntros da Asia · portu-
- pura, pe1 os grande tam:;
que nao foss·e tao . senão que d anntesP�urava!11 dec' ada de 1590
), mas sobre d'1versos outros ce
do commerc·io, e agora, s mteressess que d' a guesa .17
tem respei . este para nos J.á quasi de todo exu· ncto, se na-0 ém do
.tO mais
nosso senhor e seu que esta ch. nstandade e levar o nome de e hn· s·to Sabemos muito pouco sobre a vida de Fre;. Gabriel para al
volt · a de
e confessem. 13 Ev ang elho sancto e na�ões remotas que o conheçam que e1e própri
o nos conta Pensa- se qu
e tera nascido por .
1570 e s . onvento dom
m1can0
abemos q u e serviu como preg ad? r n�
de Gu ad · �tián Bravo, antes de
alaJ ara, so b a p rotecção de Frei 5e ª 0
-
. .Uma Outra q uestao tem a ver co m
e barca
r de Sevilha p ara o Mexico, em J u1
, . ho, de 1594, co·m. o
o facto de as red� s co
mer- rn ·1ipmas.
c1a1 s p ort u guesas
te rem sobr evivido grup o de padre Frei Al onso D eI gado, que se d'!II.-gia para as F1
P arte devi· dO a' c.o1ab - em séc u los poste nor e s, ern Chega, pois, porto de S an Jua
n de
estabelecer am a pa
oraçao c om
ou t ros p ovos eur ope us c.o01 qu e
m em 2 de Outubro desse a n o, � o Méx ico durante
z (c omo f 01· o c aso . lJIú a, no N p ma nec1 do n o
· de 163 5) ' ovo Mundo, tend
n ova cated
ra1, na
o er
e em parte graças , dos mgleses, depois três e ·�
. · egração em red
a mt os m ses, pregando em mai· s de uma, oc. asiao na te, em ar' ço
Pars,s e os arme' · es asiáticas (por ex:empio' altu ra e Finalmen
M
m os)· H AI·, ias, no sec u lo xvm sen·a e pJ Orada uma
, m construção na c1· dade do Mex ico. . um mais tarde famoso .
outra opç ã de 1595, n
o, q u e reves ti i x: ou em b rc A p lc p ara Ma011a
de c Morga! qu �
.
r a a fo r ma do
p or um� aborda que A nthony D isne y design g�1:ª- º, na vi
a a a u o
A n tónio de 1
gem ao império mai l nd- a a gem empreend1'da por D t tnas ·. '
on
terra), v1s1ve
, J s a bound (orientada p� r d_ a
Vi ria a e
screve r, em 1609 o cél e bre Suc esos
de la s Isl as F t'l"p
que r na expan são par a
.
oc,demal - a as Novas C onqwst . as, n_a ln 1is A.
travessia ' r cerca de dois
meses e me1�
que r n exp . . I do Pacífic o prolon ga -se t0 a
' an sao para n o
.. 0 n enta · egada às Filipinas, Frei. GªbP? . ce ter ficado ª fec
a
vos ternto, n os da A, f n· ca e a' ch
' neI pare
----- .
ii da der a Re lac ion de los Sucesos
Gabriel Quiroga de San Ancolll.o, Breve y V r .88). Ver
el l?.� , berto ferrando (M a' dridt' 19
d e

Anto, 1110
. b, eyno de Camb e·d de 1'-º n ts ' C ambodge
B ro'Década 13 ta1 c oy a y e l Jap , , , 'n.eme nol avec une
IJ

vol - J (L1ºs·boa, 18ocar da H.is·t,ona. da Ind'1a, ed. de, ]>'-·J . de Lu. na pelner, ,' ·c1. ue relation des eve
on u

76 ) p, n m Antoine Cabaron, Breve et veri ,q ll é tion du texte espag


i"Cf: Ke:m , , . Mc'. 3 .u·sh_, ta�Gabriel Quiroga de San Antonio [ ... J: Nouve e
di
and t 1le Surv,valetb Pherson, «Enemies or
Frie nds ? The Ponug ues c, cb e 13 n ra Uction et ele
sn (Paris, 1914) · .
ntoine C baton «Une
from the !are Sevof ponuguese Comm ,
111 rhe Bay of Bcngal and 5 ot,cl1easC . A51ea ·t 11 0 s melhoresotesestudos ·
na são de A ch ino ise,
emeenrl1 to t ]1c Late erce º ntcrv sobrc ,e 5.r,a m atº e
, , . , 1e , R<:v
s 1ec ueª1,,zd o
.
_ Camilo dos S·i' ntos e
J oao Nmereenrh Cemu , ry», m· 1··ranc·is A. ouc9f.l5)·· Vo] cnt.,on européennc au Camb odge ·\ la f m dtI x v1'
'. g, s., «Spanish Inrer .
»venn.on m · Ca m bo ,a,

Span1.s1l
211-231 ' d.
s., 7·he p,ortuguese and the Pact:r.tc (Sanca Bar ' bara, 19 . Xi (19 9)·
159316 0 · 1171-1188 Lawrence ng · B Bo x cr, «
1s 1 ' i. xxx1x (lº749)·132 -l60·' e ChaArl.-se a»R.Joun1a/ 0�f Aszan
s
. ,11 d - 03», T'o ung-Pao ' va
.AIH I1ony
. D1 snev 'fl , Jo·]1n
Afonso, e•d·, "IIU«Io-1JJeort])01.ruguese . Em
eorreia- ,_, · p0 n
"
ugue se ProJ· ecrs for thc eonquest o o r f S u heasc i '
· p1r· c ·111 ] nd1a· ' e. 1550-1650»' 1-11 ba1rr

uguese H1st01y: So u rce and Pro bl ems. (Bo '. i., · Jgo
'1lstr
ill de patn'cio H1da
19 81): 148-162, P'·1r·1'. n v ,
. s res 18 Y,
ai _111, n." 2 (1969),= 118-136 as, ed
. , o c·i
· se
·)d e G , 1o xv111, ver Man· a de Jest,s dos M,ª1-o
oa no secu fil ip in
, Goa Set·ece. ntista:
Lopes, '�llch,crAnt
l\,
,,,, eoni o de Morga Sucesos de,' las Jslas ·
Tradição e Modernidad
e (1750-180 (l.1sb
0)
. oa, 19 9, 6) . W. E. . Retana (Madnd
' · , l 0797)
280 281
. . a pelas ln , dzas'
' e. 1600
. an
Impérios em Concorrência: Hist Manila, Malaca e Mel.zapor.. uma viagem domzmc
órias Conectadas nos Séculos XVI e XVJI
. ato,.
. ra contaré el v.iag e d I en eral Gallmy en
catedral de M�n�.la ?urante . das especula- sus próprios títulos . En la p ntn e ' de 1as Marinas;
ções em contrano, Julga-se qu
algum_ tempo_ . A d�speito - . ª Camboxa don Luis Peredz e qu'e salí de Espaiía
en la s egundo que 111xo
.
e nao tera parnc1pa do na s e x pe d içoes 1a tercera' el que yo h.ice por todo el 111undo, des
e spanholas ao Cambo
ja, permanecendo em Manila du rante dois anos hasta que v olvi a ella.19
e meio, pregand
o aos castelhanos qu
e lá se en contrav��'
estando
intimamente liga do ao círc \çã o .el começa em 1 570 ' no
ulo do governador e à a dmi iSrr o d s .
A história c amb opna de F ei G b n
edescoberta,
dominicanos. Em Fevereiro a a de ser r
de 1598 parte pa ra Malaca, ;e onde tinh
a
k b v
r
m omento em qu e a cida de d A g o c vários
selva durante
a
a intenção de regressar à E a
a
s
a

uropa via Rota do Ca bo, seguindo


r
segundo ele, depois . de ter s1�do � vadida pela ni
in struções do gov ernador án, e do . c. dad 11 unca antes vista 20
de Manila, Francis co Tello de Gu z� séculos. Angkor é descnt a como m« lll u ra».
próprio patrono de Frei G o n ru d o
, rav·i osa hechu
a
. m «de ma
u m

a br iel, Don Antón io de �or ga . c onoc1d as ta b é oja,


v ê-se forçado ríodo
a de los natu ra 1e s», .
ado ao
poder nO C am.b IV
m
a permane cer em
Mala ca cerca de dms anos, p e l\r . ch eg
m
qesse mesmo ano, um nov o rei te ·
to a paramarap .
durante o qual parece t o um certo Apram Langara, qu e corresponde de fac
na
er tido d1vergen c1as com vanas pessoas, c J11O e ser obn-
veremos a d1.an O antes d
.
te com mais pormenor. Partm . dO de Malaca, mos va (1576-1594), que gov erno u du rante algum temp
• • A

uma
• , •

s· 1·-ao,_ de21vido a
encontrar Frei
Gabriel, em 1600, prime iro no Ceilão, dep ·l s em a o gad o a renunci.ar ao tron0 pelo s ob e n o do S
� úmulo erania .
d.1sputa sobre o elefante branco, S,lmbolo da sob
ra
Tomé, na costa do C t
oroma nde l (o nde visitou o celebra
de Sao - T,orne, ), tendo dep .
o is a trav es sa do por est�ada a exn
� em.idade . re, nac1O . , en este reino _un elefa,nte
p
sul da península, cheg
ando a C ochim após al guns m_ci.de tes in ehz
f . es Poco antes que e1a [Ap ra111] na c1 . en estas provm , c ias. t·d·io
e!
a
branco c osa rara, d e1.icada' y n un ca acaec1d ngara, !e diese este e!efan te
e

na região de M � Goa,
a dura i. De Co chi
m, pa rece ter conu�u� 0 �ara 1603, . ai rey d e Camboxa, Ap ra111. Lª 11bres , cres 1111·1 ele fante. s
r. ey de 'S1am
on de acabou o1 , Y oso
por tomar um barco da carreira da ln 1. 111 Junto con un ei.,erci. to d,e u.es· c1·en tos 1111 1 h nd10 . con ot ro can pod er
chegan do a L1s . boa , �' nd o de guerra, y aunque el d Camboxa s e de
apos uma v·iagem de cm · co me, s· es e meJO, passa Já elefante [...J.22
fe
pela ilhas Comores,
Ma dagás car, Ascen são e Terce.ira, nos Açores
. ejército, e! de Siam ven c�, io Y se llevó el
na Europa, terá part. . . boa para Espanha' nuI11ª
ido rapi da mente d Lis .o e xí 1.io no Laos, consta
tenta_t�va de influen o
ciar o po deras? conde d� Lem s ( nselhe1ro E nqu a nto Apram s e en con tra n r Pravanc
u l'
e

� �: o m e Hunca
va
de Filipe II) sobre a ,n de n
questão relativ a ao pro1ecto d C boja que seu _primo ( «pnm . o Hermano»)'
p ode rara do
trono e
contexto do que s
ur ge, sem dúvida, a publicação �o s. eu te to et11
x ( o Ram I d s cro, ·c as. am bo.pna s)' se a . a p.resenç
m � ·, h avia u m
a
Nf a q e )�
1604, cuja redacção s e111 alac , governara tiranicamente. Fica-se a sab er õ
elaç es existe �
nte
a
e iniciara em Manila pro ssegum
u
, ?º á que de vi'dO as r
Embora tivesse a in
tenção de regressar às Filipina s, e prov vel da d orninicana no Cam bop, · 11e'ssa a lt r ' com fre1
o
s sacerdotes'
a
n
u
nao o te nha co ns ·
- vi entre os seus so beranos e M alaca. Algu p arte d0
eguido'· n a v erda de, a pa rtir · d,e 1604, s ua f z ª · Orta, faziam
23

to rn a-se o bscura ao que e_ Ant o, n!O nte


.
olhar do h1.sto nado r. Reco rd, e-s e, pore,i11 ' eguir
Silvério, Frei Luís da Fonseca Frei
, st inhos (
presu mive1me
parte daqueles que . circulo do rei a lém de outros� fra de s a g o
circum-navega ra m o mundo no se, cu lO a s ue
a Maga11iae .
- s, fe no que vm . . mas q
'
a a bana 1·1z ar-s. e po sterior mente'
certamente não era laciones. 42· R Boxer,Angkor et le
Cambodge
Ga bri el o o,
--
vulgar em 1603. , de San Am rn li,er e e· · s (Pa' ris, 1958) ·
•o C_ f. também, neste cont exto B · Gros..
Re
·ê partes,
.
19

A Breve y Verdadera s de
e m ti s d o a · le d'a res, les sou,. ·c·es po'rtu·oaaises et espagno1'et o pouco f'i_ a·v,el em1 termonc
-
Relación está d 1v1 .. 'd'd
1 ª . as,
.
precedI da de uma b .ten
o.u XVJ" siec
n t mU I ge n · s ibé
rev e exo rta ção d'mg III, ·con f' and0 1 em
to de Frei G abn.el e,. ev'd eínnttese base' ada _em s 1nd1
, fonteVI' . du
p
· 1'da a Flipe 21 O
datas e derela S..ie, cle, au Début
e e e
terceir· a parte u m epílo isti 1c . P ra u m a s
Veja-se Maanos · dos. . f
1
go em quatro pequena s se'cço es, JL ca de rema
_
du X
e defenden do a con . resen otlge J,e la ·m
a

quista do Cambo ja. O próprio a u tor ap rk Phoeun, Histoire' ·du Camb


o texto no s
se guintes termos:
XVI]], (Paris, 1995): 47-89.
22 Gab . aciones, 48. . ae ues Nép ote,_ «1� I e Portuguese,
riel de San Ant om o, R,l e 1 o, _ . J qDiscovcry», m_ º tra e San_ tros,
v
2i Sobr
e a p resença porwg uesa 1 a reegiã 1e re
Ca1nbodia and the Mckong Va 11,e . Th Logic o f a·imbém, e de foi 111.. geral, P1,º72)-
e1

. c1. o, n, y cla .
EI ordem, d1s. t1n . c oria, 1 is,
nd ad, rea lzan la , ·da
ve1.; d de la 111s dividi cds·., --r,
, ne Portu
as.
fiy. 113-128, m . t, am et du Campa- (Pa r ·
p orque se vea y enciend . . cracan l a of11 -r"Ves Mangui guese an d the Paci ic, u V1·et-n
a
en tres panes; 1as pane mejor la que en esta Relac 1on se rígrafo5 e
d
n, Les Portugais· sur l es côt es
s en capítulos y 1os cap1•.tu 1 0 s en Pª '
2 83
282
00
.nic. ana pelas Índias' c. 16
i
. gem dom
Manila ' Malaca e Mel.iapor.. u ta de
ma via
.u refug1. ar-se na cos do
seg u i en
uiz con da frota, t o
VIl
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Séculos XVI e X
do Cambo ja por terra. Blas .R ekong com o resto ta, O nov
g ou ' Ás
ia). De Champa, subindo dep · n o M
e g n d o cons
a partir da década de quand essa Ordem che a . de Veloso. S f ecendo-lhes _os
cado sob
ª chegado a, corte p ouco depois . o com ambos, O e colaboraçao.
O

facto, segundo o nosso autor, Apram Langara fora edu .SU· ano»,
1570, o o is u

1s a .
n re1 terá firmado um compr . . ·1s em uoca dª u rado· O rei
. m
r

· flu e� nc1a
m · d'irecta destes sacerd otes e «deseo, ser muy C te urna vi n c 1 . q u e b
s·id�
s

. . . tamb, cargos de g overnadores Pro


s

c
o

em na . r ,
Para a1ém desta presença re11g1osa, havia
d'iv1'duos te n do dep ois a,çoe.i,ro contra eles
a

. . . . . p '
' s1gmf 1cat1va, representada p. or in 1sbo a, pacto durou algum te aque tr
o

presença secu1ar 1'benca la n ear um at ram ªtaca-lo.


de L' p
o

como Diogo Veloso, de Amarante, Pantalião Carneiro, ri·


m

de OBuncar Prabantul es t
a dos,
decidi·
repa -
. natural . . · d
ª le r t r,
e um espanhol chamado Blas Ru1z, «casado em Li'ma, , os, tend° Sl a mata Y P er·t e
a

mas os 1benc
a

so q u ri
ns, Velo ue e\ re
y 1 os o su m u
a

la Calzada, junto a Ciudad R eal»; de entre estes home , tem. end . endo hecho
O

ª . s· til l as de q e tia
e

u ª rit11 Tuvi eron aviso los c


esta nu
e va p rn
v'idas hab1 lto
desfrutou de uma situação privilegiada, tendo cas ado com ; rrnpé­ rándose para los dan- os que de v ender b'ien sus lvier'on en dªr asa. go
a r o

do rei. Torna-se evidente, pois, que apesar da separação pe II


s
por muy probable, des�o �os c ristia no�, se ;�s Ruiz y 0
á ::o.
0

lenidad e p or ;./
lo qu e debían, com o ue 1c1. 0 de cap1tanes n.ian con nota e nen la
r

g m s �
rios espanhol e po rt uês, celebrada c
F�,y
a boja
e' f'
[de Espanha] nas Cortes de Tomar, em regiões como . corno a la casa de\ rey. H ac1,a11 o'lndo el orden que tgeuardas que estaba' n he y
u o o

n�, á g '. dd noc


os mercenários p o rtugueses e espanhóis vindo s da A m�� , Aduart e, y los dem s d esbaratado la�o las dos de la o . ;on
e rnista Pasaron los rios, y ha b_ 1 n c
Üegaron al pal � :eron \eones. R 1�{a�:ron
l a r

Blas Ruiz, f ormavam, no princípio de 1590, uma comuillda s deci­ pueme de u n de los n os, fuerzo c orn o s1 f braron puertas, o, con
e a

��o
S�gundo Frei Ga�riel, o rei de Can�boja tinha mais ou m para o le acometieron con t anto essa\taron torr .
es, que
y vase2,e\ rey,
huy end
i a
d1do t ornar-se cns tão e mandar vir sacerdo tes de Man ta mu ros, dernbaron . p d s
ray o s d
e c1 l
te. Nes hombr es, y nadaban hech'os bala y quit. o, le la v1'
da.
efeito, quando a guerra com o Sião eclodiu inesper adamen 0 Sião
a re e e 0·

sus muJe · res. AIcan-z óle u n


guerra, Dio go Ve loso foi feito prisio neiro e levad? P ª� bado, a11·inato, o
a

l t
por terra; enquanto Ruiz, Carneiro , e um tal Francisco s . de co n almen
te
ar G
�u�tirn o .1n ent o, e dep oi_s ·1adO no Laos, f'.n arte111
também feitos prisioneiros, foram levados de barco . Os tre� s la' no
s u

Após este acontec1 rei ex1 Veloso e Ru1z. p


..
os seus capto res, tend o ch egad O
a Ma n1' so . e ·ir em busca dO Junto do,
con seguma dommar .
e Ve
lo grupo .1benc , . o decid
l on go
desvi· o. e f ugiara
mesmo barco, aproximadamente na mesma altura em qu t11 chegando a o CambºJ· ª ap ós ara, q
ue s e
o p are
ce, tera
gava u s n L a n g g � n d
- então designado embaixador d o monarca d o Sião - che e
r

então em demanda d o rei Ap ra a filha deste. S c.ias da morte do


u m

d ti
barco siamês. A sua aportagem co lectiva em Manila data de 01 ter c n
m

rei do Laos' e casara o f'1lho .. o -se com as o «el reino estaba


ea o

;,e a n d u e
de Junho de 1595, época em que Frei Gabriel afirma tam recebido bem a ambos, r�goz1J ressar, vendo q 26 Para reclam,ar
o m

re g atu ral ».
estado presente. 24 anil
a seu tirânico primo, dec·id1ndo r ey n, a ' u sa
°nd agor.a
s de :M 1 g ' ti ,{ n ' l
O texto relata em seguida as duas expedições en v a da ei solo y deseoso de gozar a su e emba1- xada a -.,1v� ente' esta en1ba1-
n )(uár
m o

rente
m
i i

. uma vez u ma
a

ao Camboja, a primeira das quais so b o co man d o de Jua .o de Joh or. APª ersa- 0 do mon. a�. os
i

capi­ o trono, envia mais


s c . ,an. o um mala i . 11n1ca n


ca ao

Gallinato, com Ruiz, Veloso, Carneiro e vários tr i�? beiro com o seu em1ss conv ,
.is a hip ótese da na_ o so aos d00
tães. A fro ta de Gallinato, supostamente organizada com_
o o

l, Xada travou uma vez ma,


ou

re i /
; brie . q u e 1· Dtere m relato
emprestado por particulares graças à intercessã d F t rdo .
cn· st1a111smo, um pro) · c· to 9. Para uqua
ssava
, 5 ' ta'
fez-se ao mar em Manila a 19 de Janeiro de 1596, levand0 1ários . ,o de Vi. vera, Relarnbog
. .. . 8- 71' o l odana
e

e , 6
o e

d , ·1 r elat20 de
ª o w n e s
rce1
c
.
cerca de cento e vmte espanho,.1s e, pelo menos, vmte m e de no
.
_ ; Gabriel de San_ Anton
io eJ��d:�, Histoire t C:de 15?6· �M;� a de
e 3 de, a i d
111 ais equilibrado, veia-se M ak J 1 e 1 nt o ni o
japo neses, tendo sido apanhada por uma vio lenta te�1 P �: tang),
2

. A
. o �taque e a mort e de Ram I entreuma carta ao Dr. (Cau
111 ara' rnaraja aVnholas,
e ª

mar do Sul da China. Gallinato rumo u então para Bmtao } ava ao r p é de Bla s 1 Z u 1Z- , n 3 3 1 4 4 V n , as p
Primei a essoa o 1 - . raja I esp
no estreito de Singapura, enquanto a nau de Veloso nau �� co rte
r Julho de 1598, in Morga, Sucesos�-o, cerá sido Para�a, ,81-91. As fontresL,-ingara, que
·.

ea n a g e. .. u n c a
largo da costa cambojana, obrigando-o a fazer a viagem at
26 D
e facto, o rei. rcs, ta, ura' do. u
d
d . Carn·bo essor d,e P ra
Banã Tan')·, Mak Phoeun, Histot·rnce ar, filho e succ
. nt,amente como Morga, chamam- lhe " Prau
,-4 Ver amda
· Morga, Sucesus... , 88-92, onde se refere que ·
B las. Ru. iz',iu n 1 prin1eir
·o morreu no Laos».
· a nil a c
com Panralião Carneiro e António Machado tinham chegado a M
lugar, em 1594.
2 85

284
, d' 0
zmcana pelas ln zas, e. 160
. .
Impérios em Concorrência: História Manila, Malaca e Melzapor.
s Conectadas nos Séculos XVI e XVII . . uma viagem dom

ais centro s
Filipin31s, mas também a o seu
governador, Francisc · o Tello de As1a portugu es a.-1 8 Se G ª e Malaca e ram o s Princip E
. · i·s, a parti·r dos qua1?s era con duzida a pohuca d stado da
nas
, •

Guzmán E então enviada um ofIC1a


a s egunda frota, desta ve z co? an da da
.
por Don Luis Pérez das M 1 Ind1a, protagomsm · o gran de des de a
º
arin as, qu e fora gove rnador interino. · Marnla . un . h a i·gua1m ente um Asia ., u·c0 e
Porem ,
, ta1 como da pn.meir . da d' écad a de 1570, designadamente no tocante ao Sude ste
. a vez, a frota e, vit , ima de uma tremeo os cn ·st·ª o_s-
tempestade no mar do Sul da
Chin a e o próprio coman dant� orde a n ao Extremo Onent . e . S e os portuguese s' em especial
. Nueva spana E
o desembarque na costa chm .
es a. Uma t ercei· ra f rota _e, envia da daí' -novos, controlavam uma boa parte . do comérc10 d ª
,spanh,oi·s do
comandada por Luis Ortiz
del Castillo e Luis de Villafan e, tendo (assu·n como o contr ab ando no n .-0 da Prata), os e
. do qual
rtir
conseguido atingir rapidame
nte o delta do M e kong. Mas, um\vez Peru e do Méxi co usavam Mam·1a como um ponto a pa
chegada, suceder-s e-i a um pretendiam entrar e m zon:s' d erta ambigwd · ª de, como era'
a s érie de conflitos desastrosos entr o s
o

castelhanos, por um lado,


e o notável malai. o de J ohor, or ourro, caso do Camboja e do J apao . � �·v 1 ro contabilístic . o de Fra_ncisco
s endo este aJ.udad da Gama atrás menc10 m r eferências a
transacçoe s de
o por um grupo de mer P i- c nt '
dentes no Camboja. For cen,an·os Ja· on e ses res . ' .
· d '
erciantes m . sta1a dos em a
M nila'
e
U1eta1s
o
J ioso s entre M l aca e com
o
. us -
na
am os castelhanos P
os mais lesado s, me
prec ª . davi a inte-
. ,
vemen te n o r elato de Fr e certamente na- o estava sozmho n esta acnv1.da de . To
i

ei Gabriel. ' . para la' de um


a

gração dest es d01.s mund s na- o po dia ser forçada' .


Eran pocos y estaban des m um acolhi-
se comenzó una guerra, la cui.dados, los enem1gos .
dos
muchos. Preve ni n Certo ponto, e o s espanh,?1s arn. scavam-se a deparar co iais da
más cruel que se puede pensar. N0 f ero entros ofiºc
menos esforzados y valerosos . eupero �ento fn·o quando tran°spunham os princi.pai·s c Silva y
fueron más desgraciados Pel los castillas que los del pn·mer v1agie· n sus Asi a portuguesa, como O embaixa dor do Irao - , D Garci.a de
a, as
0 0 Camboj
muenos y entre todos par . �aron como le?nes. Veng�r?n m�[ db Villa­ 1.gueroa, teve em Goa na déca'da de 1610. Mesm· o
ec1
fane se echó a la mar para an rayos dei c1elo. E] cap1tan u eDiego ta1 mente is as ent
29
F
relações entre ói n ã o e ram to
portuguese s e esp n h pro-
Belloso y Blas Ruiz, y los avisar ai rey Apram y a los cap�itanf5. go ]os de tensões, J·,ª que, enquanto domiºnicanos como_ Fr
ei. Gabriel
a s
demás quedaron pelean Tomaron 0 e parte ural n
navios · ron 1 os cast1·11 as, y ]os tre do. , s do lll
· , y ali'1 mune nos, b oj ·a fizesse
·
s re1·1g1oso m . ica curavam coloca ·es c m s e Ca m
at
abrazados y non vencidos.27 r as qu eS to
os em
Malaca - tanto
uitos o u tr
o
da esfera de m
o
. m
o

. fluen c1 d e M nt_ 1 , mesma óptica.


re1i. g1.osos com c ados» nao vi·am O pro61ema na
a a

em
a

. dª de' ao escrever
A •

o « as
Veloso y Ruiz tentaram
então intervir, chegando ao 1 oc,-ai coJ11 O sacerdote francis· cano F-rei. Anto' nio da Pie oJ·an o
a aprovaçao do rei· M ros: 1 598, insisti p p o' sito do
sob erano camb
- as tam6 ,em e1 es senam rapi·damente mor s a, por exempl ão esta, bem com
«[ ...] todo s juntos .aco ·
Apram (ou Prauncar, co m� lhe chamava): «El -re·i ºa er. Por agora
r o

metieron a lo s capitanes Diego Bello so Bla


o a

pr ce d
Ruiz, y a la gente que ven
ía com ellos, y a todos los acabaron \ e ufl os castelha
n em lhe saus� az seu mo do de » Mais a dian
te ,
punto ». Outra nau env . - º ula r c om el es.
iada pou co depoi.s de Ma ·1a, so6 o comando nao tem outro reme'd10 . senao d .
is si· m
u e «n 0 pre sen
os n

de J uan de Mendo za, rn diz e n d q


paz r e1. A nt ón io va i. am . d a m ai.s long '
te

. teria um destino
igu almente infeli.z: .11 a , . ° ana e outro s a
de su 6 r o n.o Mek ong tFemos um Ig r ep cast eIh
e

a io s g ue m a
1 devid . o aos ventos e às corrente,5 con1n_\ cisma, poi.s a1 guns s
o 6 ar e� aporta
· (Ay uthia), onde o p 1· t sen.a morto P0rtugues a» 30
e
n·a_ em Odiá
n uma nx a e o capitão �� .
mortalmente ferido. Este episod�w explica que
a segunda parte do rel
ato de Frei G a briel termine com u�11 00ra er « Da viºd or Go 11a. ' th? Ph1lip,
..

ª .s Para panora,mic· _a, ver Geoffrey p rk rke-r ' eds. Spam,


de tn.steza, em que . . a «sucesos tan ables . uma vista . 1,ar d L. Kagaªn e, Geoffrey Pallwt ge
como estos », antes de
mvecuv di.sgrac1. ados y miser II and h1s
--;---_
r.-,:,urop
.
wor ld 111 the 158 0s», . 1n Ric 0.r;o hn H· E t (C ªn�brid es
, , ã tre 0rr g ues
p artir p ara a sua pr ópria viagem. e and the Atlantic. Wm-ld· · · E ssays in re,levo a tens · o en P
H o
on u 1 r
A ca mp an ha ca mb oJa . das '. 995): 245-266, no q ual, contudo, se atn'bui po uco
u

. a1 yu ma s,
·

n a p e rmi. te-n os
pnnc· i·p ais· ten so es e co d i. sc ernir e espanhóis. rte
fia . la Embajada ueÍ i:1�:no
- ntm · g e n c1a· s em fºmais o X VI ' u d P i d. Manu
de
d o se' cul 19 Cf. Comentarias de D. Gar ., de Silva y Ftg
o
· g y Xá Abas e ers a, c
er q
� u�
R
vraria,
l
.
de! R.ey de zo a e
)' Sanz, 2 vo ls.aiia Don Felip usc rttoS da Li 1599
Esp
adrid, 1903-1905). n
e Ili
(M M
h--
2 7 Gab Jo . . . mbo, Li sb oa , de
rie• l de San A rido do, To de Janeiro
cm meados de 1599. morno, Relacwnes... , 76. Esces . .n·1 ccr ocor
evcmos devc 11•o 110A9,rqflsu1vo Nac,ona 1/...1oi-re '..
da' Pie. d ade ' dacad-:, de 2
,

. 3-8, re lação de Frei· A nc o11 1°


• .
-, ·

..
287
286
' .a: Histórias Conectadas nos 5,eculos XVI e XVII
as Índias, e. 1600
Imperzos
' em Concorrenci Manila' Mªlaca e Me1.zapor: uma viagem dominicana pel

parti . . . obrigação de preg


O relato p osterior que Frei. G abri . s do dos assas s·10os, F rei Gabn el senttu-se na
ar
el Q mroga faz das suas v.iagen sa
. re duzir ainda mai
su gere' de quan do em quando, . m no pu, Ipit o rnntra el es, o que
contribuiu p ara
estas tensoe - s. D e1xando Man. ila ública ju nt da
Fevere1.ro de 1598, passa pelo B sua pop�l andade . Este facto, aliado à sua intercessão p
e
.
o
orn, eu e pe1 o estreito de Bmtan& am
l . . eréti co s» que vivi
antes de chegar ª, fortaleza de
. M aIac�, «que es u na de las mejores nqu1s1çao con tra d01s mg 1eses, supostamente «h n de
franci
que V.. M. tten e», onde encontra . emMal aca, os qua·is eram co1aboradores de um f rade
· Afonso de Melo
sca o
o capu- M arum exacerbar o
Não tarda que Frei· Gabriel se ªº.
veJ· a envolv1d0 nas p ol1uc Sol r, chamado F rei Bernardo de Lemos, acabou por
. ' · as capc1·0sa � reli iosos,
, chegada de um ouv . dor de Goa, o li.cenci. ado ódi reciproc o ao ponto de ser ad ministrado veneno a seis g ano
s
da cidade, dev1d
a castelh
Antónt·o Marques Ribei. ro, ! enrre os quais se encontrava Frei Gabriel e um jesuít
O a

envia do p el o vic e-rei c onde da Vidigueira, Vega,


.
para investigar certos co _ am imediatamente, e
nflitos antenorm ente ocorr·idos na c1·dade, Cnstóbal de u .ega. Qu atro deles m orrer o, ap en Frei
caso de uma efíg·ie d
e p alh a do b isp . havia no sp ço de q� inze dias. Embora gravemente afectad
as
º o D • J oao Ri b e1 ro Gaio que . � vivo, mas tan
os seis estoy
sido ob·J ecto de chacota º
- º
. algun s Ga;ne
em p úb l1co.31 Se g . l, sobreviveu: «Y yo solo de est
dos «casados» d ci·dade te . . un do F rei Gabn e enfermo que muero v1v1e · mun· endo. »
ntaram pnme1:0 apazt· guar o ouvidor pot · · ndo y vivo
33
ª Gabriel
meio de su bõorno, mas, a ' oposição, Frei
chan do-o difIC1l de corromper, tramaram F10;lmente, confrontado com roda essa vio de um
falsas acusaç es contra ele . par o de 1600, no na
. Tamb,em ist - o surtm · efe ito, e as co·i Malaca para Goa em Fev ereir que negociara
cer:: 1�u, Lo es Sal ado, um .ca sado» de Chaul,
sas
ag rav aram-se bast
ªnte . Nas palav ras de Frei. G abn. el: «Alborotós.e 1·a
o na

ciu dad. .,,


dar cuenta
i oda ell ª ar dº1a en band . reia1i- anres em Mam·1a. A sua ·10tenç-ao era ir · para Goa, •para
g
zer
p
y os y en em1st ades; r o da e r a pa ão, dec ide fa
dades e convent1 ,cu1os. ni de noc e
h n de d·ia se podia andar co n de Ias des racias referidas» , mas, por qualquer raz
de algum tempo
seguridad por ella ; Ili· au
n en sus p�opn. as casas esraban seguros Jos u mª n o Ceilão
, de onde, depois
g
gem osta
hombres · y SI. p or vent as,
? u en a P �'."
em �f na? se dm e para Manar, em seguida para V
aippad, na c
ura se at rev1an
iban ta, n car gados de ar ·Ir a al gunas de las igles1 a São Tomé. Aqui

mas' qtie parecian 1os templos, eJ· ércitos o da Jescana, e dep ois, através de N egapatão, par
nalmenº te. p. ara a
g

f ronteras' .» 32 reencontra Ru i Lopes Salgado, que rumara intencio . . em dm g1r-se a


O OUVI.dor Ribe1. ro, s .
eci de coSta do C oromandej por os ventos não }he perm
1ur
entm· d o-s lv 0 aç , d ei Gabriel
. de graves am ov e dias. Fr
Procurar refúgiO )Un to dos domm1 · . . i"sso G a, f ica . s a durant e n
e as
canos, e e m c o nse quência d
a
s
e

� hospe da d m centando uma


F rei Gabn·el tem d,e enf l T omé, acres
ca
ad fa,z� a Inevirá
ua
S
e

«ca' sados»: [...] toda Ja c1·ud


o
. re mar a ira d os
. ve1 m enção ao a p óst
)Unta volv·,
ão

às já exist�ntes:
o
10 sus queJ· as contra mi . as ,
· , Y me cu1pa ban, dicienda que ha 1ª b' curi
o

venido ª su tt. erra' fav ª l�g enda d a sua autoria n a, y d m u ch as hacien d


ª orecer a un ho
mbre que merecia mil muerte5'
· ra to Tomé] es muy el cuerpo dei
pt° [ . cidudad de San
e
,E entao que
c

os, pro_bl emas r riqueza es


-
de um casrelha'_no n a rel acio. n ados com o f acto de se "'"'. cipalmenre de ropuas, aunque la maio nter o, y ran f resco
Asi a portu guesa ressal ça, J ª gt anoso Ap ost li . Est a, todo e
tam em r oda a for , ,o1 que est,a abeza, que es
tá en
que acrescenta. «Basta como s i. acabara de m orir, y no le falta más que la c
a
.
e e
o
nte princ 1· p10 es eSre para entender cuan t S »"
n

está en G :
traba1· os pase , en este t1. empo, pti , n os de
recha, qu�
oa

Frei Gabn. el aca 6ou es era so1O Y extranjero [ ...] » . Ro ;ª/ l os d e dos p:i meros de l m abn el decide
Apóstolo, Frei G
a
p or não c onsegu·ir sa1 ar a vida do ouvi·dor,
a
n ti pel o
que foi mono pe1os v P sar do fascímo q nder uma viagem
n· o erman ecer ali muito tempo, e resolve e. m. pree
a
. s de
se
«casados » quando
ue

Goa eom" cartas para VIS ava os nav10s v·indo


· ·
it : p is importantes .c
asad os ,

tanto ruido y al boro


ele: «[ · · ]
· mat aron a1 01d .
or a pufía lada
s, com P l terra at,e e oc hº1m, acompanhado por do e r me J or ge
(este
to de toda l a c1udad .
, que parecia se acabab 0
a e1 dü�qu ela c ida de, Rui Garc ia de M eneses e Gu ilh ed ro D ,iaz
mundo»· Dado 0 ca chamado P
· o Maru· m Af on
pitã so de Me l o ter t om
ado tun o d: on· e m escocesa), e por u m espanho1
ta em palanquin s,
de I ena, nat ivo de Sanl úcar. A viagem foi fei ue d e
e do «N ayq
ª
g
P
. m -se os docu enc
VeJa
C l . no
arravessan do o que restava do reino de Vijayanagar
m os cit
Golfo de 13engala, 15 00-170 ados._ em Sanjay Subn, limanyam , Comércio e onf ito
4
, . . O (Li sboa, 19) 9 ) , 1 51-173.
. o Port11.g11es e
. ' vc1,. J aulo J o '.e de Sousa P111t --;---
1
, . Sobre M. alaca nestes anos
J

/: Gabriel d · S A mom. o, Relaci.ones... , 99.


Maiat
.
es

G abnel de S·1.i1 Anronio, o eA


os: Malaca e os Suita
J rg 191-206- . e an .
7, G·,lbncl de San Antonio, Relaciones... , 103
r
m, 1575-1619, Lisbon,'1 99
i2 natos de o h i1
Relaciones, �;�
289
288
, . · · · e. 1600
Impérios em Concorren cza: Historzas
, · Conectadas nos Séculos XVI e XVII Manila' Malaca e Met·zapor: uma viagem domznzcana pelas 1'nd-zas,

near
Madure»' com um grande se,qui· to, por el cuerpo, y sólo podía me
.
servidores de Pedro D 1a
' na sua mai oria constituído pelos ��s. pie�, Y una cadena que me cefíía
z.. izqu1erdo.37
. .
Esta viagem vai· permit ir a Frei· Gabnel escrever uma séri e de
capnu , l os sobre a vida dos «nat u (em que a
.
COnJ unto de topai que conhecem
ra1es» da região, abo rdando ur 11 D e�ois de permanecer neste estado durante cinco dias
ú i_ca J u lmana que, segundo
<

os be m de outros r el atos da época.


Est�s m · e1uem as «muj eres públ"icas n ª da de Frei Gabriel f oi uma mulher muçu e
» nos templos, o modo corl1 os um pouco de carn
nativos «en ç iertos d"ias sacab n ' es troux e secretamente um cobertor e
C0 ta lh
são
a 1 os 1,d0los o p agodes en procesión
, uma vez por outra), são f inal mente libertados, graças à interces
e� unos carros de m I permitiu
adei· �a' 1'.1 u y grand
es y muy l abrad os», os su -
í d 0 pad e Nayaka. sto
re G onçal o F ernandes j unt o da corte d
ic
d�os colectivos e os sac f 1c , ·
· tonos
n 1 os humanos por motivos r eligio , a sos que pros egm· ssem viagem através do Kera1a, atravessando tern
v1da dos «J·ogues» («que son i .� io-cr istã s. Mas
c omo n uestros peregrinos») e por a 0nde viv unidades sír
f or a· e asamen tos, a v 'da . . _ iam .na altura as principais com , . , i.a, que em
gente mas . I comercial' a fl 1 osof 1a dos «bragmanes... 1 a
tam bem aqui o ambiente estava lo nge de ser propicJO
eses,
. , p rincipal de tOdos
»' tudo is · so e, rapid· amente passado erl1 �s de b_ ispo de G oa,
D. Fr ei_ A!eixo de Me�
rev1sta, do mesm :�� 1600 seJO da
o modo que na ora ses cnstaos para o.
o arce
corte do N ayak de Madur ai, «ag. t
_
ervmd o n o sentido de trazer es
.
que es um potentado co I reJ.a C , m G abne1 ,
mo entre nosotros el duque de Florenc1a». at o 1·ica, at ravé s do f amoso sínodo
de Di · amp er . F rei
Em Madura1,· Frei Gab · el g · do sm , odo, deix · a
n desf rur a da h ospitalidade do padre j esuíta que ,atravessou esta regi· ão aIguns meses depo1s
Gonçalo 'Fernandes ranco . ob'1l'1, . d'JZJa· r espe1: · º·
11 so: o g·iande nv al de Rober to de N exphcu ta questã o
e é tam bem F er as as suas s i mpatias n o que a es tr a baJ OS
. n andes que ªJ uda ª salvá-lo quando a sua vida corre Se u do as su as palavras, o arcebispo, «después de muchos
pengo, uns an os ma1s · tarde · 35 D e acordo com a d escrição de Frei g_ � · y apns · co de
Y d if iculdades ...que el demoni· o les puso, tra·JO a1 g
remJO
Gªbu
.
··el, quando ele e os seus rto 1a Ig e s. nto tiempo.
habían andado
dia' d e 'vi· agem a Madura
· compan he1· ros se enc on tr avam ce
. i a a esta s ovej as de Crist o, que ta �
os».
i, sentm -se ma1 na estrada para C oeh1rl1 ' , perd i�d s _ d t n t s lob os car n1ce� ... to
. 0 as sequelas e�puestas a la rabi
o
devid Y a e a
a m rvu ) Un ,
do veneno que lhe f ora
admin istrado em
Ma1ac a, Frei� G abnel pretende ter aj udado neste proce sso , o te
ª
Na precip · it
· aç ão de se r ver d os « a quem, graças
. f orçado a re . pousar, ele e os seus cor11p - na'z· arenos» de um s ítio chamado «Protho»,
a
nheiros con fundem um . rma que Ihe
1 ndu ra. Af"i
' suas paIavras: «Ib
a mesqm t com
. ª um te mplo e entram n· ,.
e a s ua prega
ça- o, conven ceu do err o da sua co · d'osw · ,
Nas ªdepnsa' des, conoc10 es
· , e! pag ot de los gentl1 » rnostrar-am y uer p de Nestono Y de 1ieo , 1·
donde yo me solía ap . .. , «las sepulturas c os
otes cato icos
. osen tar',y ,f uese a 1a mesqui ta d e los moras. d is ci uI suy o», tendo mandado chamar outr os sacerd
ª�
D a< d circ unstância de
An dre Furt d0 de Mendonça ter sido ber11-
ª ,º
<<y ii com ellos los de senterramos y quemamos», acr
escentando
-suced1d0 no a taque eodo�io eran
· 'do c on tra os KunJ.ah. Man.kkars pouc o
d'ingi re, eriguar si es
te Nes torio Y T
u «n s p do v er on el
temp0 a. ntes, tanto F . . · "' fo� pir�: q os, que tuvi
e o e u a

maltrateados...36
rei· G ab nel co
in 0 os seus c ompanheir os sen a.. , un eros heresiarcas o algunos discípulos suy
rn1· sn10 nomb ·
r e».39
b ro de 1600
, precisa-
Trataron muY ma l Fre·1 Gab n· el chega a C ochnn · em D zem
anha:
e
- s y a los criados' y a mí en ires de Sal�
par. tic, u ]ar, me dieron a hmis. bco
· mpanero 111en te n o n v vi ce-rei, A
. muc os o f etone·s, muc] as coces, y much os palos· a mesma altur a em que o vice-rei
o
companhar.
o
H 1c1eronme derramar 111 h Pªrti_a .
1 . ' q ue desse porto rum o a Goa. Pode ass·nn a edida
- d,e con e.stº ma, s uc a sangre po.1 1 a 6oc. a, y f ue D1os servid.o, º
que ate�,a capit 1601, onde lh e f o i co

nc
nmgun , de t.ies me · 6ueno, sm tener wdo este nemP
acc1'deme de h' pon.zo _ ses - ,] u _ a l do Estado em princípios de p n n anenci· a de
· --taron a 1111s compafieros, · e s na resid'en te a
São Tomé. Duran
ua e
de1 otro<' y a m1, de n a· Ap,li c ·a
s
todos, desnundá'ronme, ec 1,aronme unos g n11 ° eerca i no C olégio de a qu l p s sa rap1'dam
ente no seu
1 de dois anos em Goa' sob e a a
de tudo
· rc nStanc·iad0
r
texto
' Frei· G abnel . diz ter feito u m relato ci u
35 Sob
. re .a 11·
· l1x· Lr'csival1· dad·e entrc f'"e'rn·.·1ndes e N O 61·11,· ver fncs G Zupanov, «Le rcp1 e
du re11g1e' · miss- · lc-entre la t· héologic chrén· cn ;
et une c;th'1que ··1cnncion, aircs J·,;slI� I tes mJ 17c s1cc
. dera
J6 Para ,. 1t1es, ver» Annal es l- !SS �
, -, ovem bro-Dezcmbro (19%): 1..201-d102de. �
38 G· . d· · , Rel.auo· nes... , 112
e San AntoI110
C. R. B oxer e ( ,
- .. .- de Vasconcelos, André J,ttrta 0 br
39 c\ icl de San Antonio, Relac
iones... , l 15.
Mendonfa ( l 558-J6J 1\
Q/ (ren. npressão, Lis:6or,iz,l0

-
a, 1989), l :' cd. de l 955. ,l ncl de San Antonio, Relaciones... , l l 7.

290 291
Índias, e. 1600
d 0minicana pelas
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Séculos XVI e XVII Manila, Malaca e Meliapor: uma . viagem
d , u rn a cert a
. d p or outro la o
que l�e- h�via ,ªc�ntecido em M ala ca e, em es pecial, relativarnente da expansão ulter io. r, e manifeSta n o
o abo rdar. a
lgumas
l� C' ontudo, a
M ª pn� do a�s
o
ao seu mimigo mumo, Frei Bernardo de Lemos. To davia, e rn luga
r .
desco�fiança e desprezo po r ca
co rnércio
O
a
5iec l � de de -pi-
de p�rtir para Esp anha p ara impulsio nar o pro jecto do C a rn boj� , questoes candentes desse fin de ' on uista es
s
rn p i·1as à «rec q
. tos de conquista, da guerra com estoes
proiec . ua-se no cerne das qu tre
a
contmua à espera do seu companheiro , Frei Die go de Aduarte, cuia
o s

· a1» dos sírio -cristãos , o seu


ntu t x . o. Se J acques de Cou.
cheg�da de Mala ca é retardada dado o seu barco ter na ufragado nas
e t o s it
t e e s 0
M aldivas , em Março-Abril de 1601. Este chega fina lmente a Goa, que abordamos no in . do presen
. i,cio o Sass ettl
ai
n0 F ilipp
n
fl e ·
t1
apresenta o universo do «casad.o» e O. ntopio
· oga de San A Asi. a
n
o nde permane ce durante quase todo o ano de 1602 a ntes de pa rtir
or
el d e Q uir
.
d0 humanista renascentista, F rei G b o da
o univers
ro de 1603. Frei Gabriel abandon . ai. ante n
n
de C ochim p a ra a Euro pa em J a nei
ª vi
a
- ·
propoe-nos uma visao d"f- i ere e de u m da ntos dos
t
G oa nesse mesmo ano e, uma vez em Es panha, põe-se em contacto n t
A 0 co nt rá ri o a

com outros espanhóis, como Pablo G arrucho e Pedro Sevil, que portuguesa' em fina is do século xvi. re ss ara rn à
Europa com
seus companhe iro s mai. s flexi,vei· s, q e r eg . .
dominic an0
do o autor
u
adv o ga� a caus_a de uma nov a expedição t e .
r
visando a conquista f0rtu nas a cumuladas , tudo o que o n osso Europa foi. o «veneno
a us »
Camboi a a partir de M anila. S egundo parece, o conde de Le os rn ,
resso
· gem de reg
40
trouxe consigo na sua via
a
acabo u po_r co nco rda r em mandar uma f o rç d
a e qua trocentos ho
rnens
para Ma�ila, embora continuass,e pendente a autorização real par a do Oriente .
prosse�mrem _ com a operação, E, pois, neste contexto , que o te:x:_to
de Frei G a bnel é concluíd
o e em seguida publica do em Valhadol
id.
O �exto acaba c_o mo começ a, com o C amboja e a necessidade de
conqmsta . Para tal mvoca razões de ordem moral co mo o co rnporta­
'
mento dos reis de luga res como a C o chinchina Sião e Cha rn pa, e
conversão de almas res ga tadas aos ho landeses 4/e de ordem rn aterial,
ª
'
como os benefícios em « oro , plata, pedr aría plo mo estano , cobre,
' '
seda, ªlgodo ' n, mci
· · enso, etc.». A i·sto a cresce um último ponto:
dida,
�I terce'.o es poder ?cupar, y dar de come r a toda la gente per sta
baldi a, y ociosa' de Mexico' y dei peru, , y de p·1·
1 1pmas, que so b
. 1a esta a
· ce,
y sobra, sm_· I levar otra gente Espana. El dano que esta gente ha s
ª �ºnde qui�ra que vive, Y losdemales que se debe temer que hag � a , e
bastante razon para hace .
. a, y es
. . r esta, jornada, pues. a rias es Just c1e r to
que la, nueva de e ste vtaJ e, Y 1a esperanza que nenen· es u e
de hacerle, q
ah ora sustenta y cons. erva en paz, a estos horn
bres.42

s e,
N o co ntexto d a união das C o r oas , Frei G a briel m anteve- o
tr
po is , es panho l, preferindo ver M anila co mo o verdad eiro cen

4º Anto(ne Cabaton, «Le Mémoria( de Pedro Scvil à Philippe III sur la_conquêt�
, 1 , 1 n o hme (l 603)», Bulletm 4
�� � de la Commission archéologique de l'Indochme (191
9 1 6 ) . l� 102.
41
Neste contexto, veia•· -s,e, am· da, o proi· · Achétil,
. J?rge. M. dos Santos Alves e Pierre-Yvcsecto paralelo de coniro
m q uista de ousas 'lo
Mangui n O «Rote das C
Ach em» de D. joão Ribeiro G aw.
. . · . um Olhar PortHgues: sobre o Norte d,e Sa"'1 " atra
em Finais do Século XVI (Lisboa 1997)
. 0 rI. ª 1
ncl de San
4'- G ab. , Antonio' Relacio ' nes .. , 1?7·
- , comparar ,l
C· b ·,lton, « Le Mém
de Pedro Sev1 .1 », 17-18. .
29 3
292
-·� --

Capítulo 10

A lenda do sultão Bulaqi 1


e O Estado da Índia (1629-1640)
U m destes homens e, um Gemo , . para o outro;
E qu'nto
a a estes.. qua1 e, o 11omem natura,l
, . ? Quem os decifra?
E qual O es. pmto
1.
d En anos, ActoV, Cena
Shakespeare, Comédia e g

Introdu çao
. ·
decadas tem pnv11 e-
. A historiogr af" da e, poca moderna das u'lu. mas ' ação
giado O te idade pessoal, em rel
ma da e mergência de noções d, e ·ident · · · .
« ind1v1'duo» em
directa · ctonas da 1deia de
com as teon· as sobre as tr aJe desta questão
cu1 turas d'ive
s I mp r di z er q u e alguns aspectos época
m, ecim;nto da
o ta
foram
. , d'i scuudos em reflexões sobre o autoconh q ue
llled ie�:l _ re ), permitindo argumentar, mclus1ve ,
a e anter to s
a desc Ob (ou i envol vime
t o s
u m dos des
n
rta d o indiv ídu o ri h a s i do
os 10_50
culturais e enrre os an
n
ma·is i· m port antes da E uro pa ocidental uva
e 1200.2 ir de urna perspec
Este tema rambém fo i abo rdado a parr onduziu ,
hastant uo , o q ue c
e d'ilerente , o da singularida de do indivíd um
Por s ua dupJo», do qua1
vez, ao tem a do «impostor» ou do «
n1agn'1 f ilme Kagemusha,
' O exemplo pode ser en co n trado no f
IC

uem agrade ç
o
� . c Jorg e Fl ores, a q
Est c ri
a , n1 s•ºe ca, p1.tu 1 O fo1 redigi do em co- au o a om

' Pcr i •o,10 d e o unlizar aq ui . nto, 1972), 158;


. - Coli
n M. orn </ Indiv id u al' 1050-· 121 007·1(Toro· · "1.ff· ,rop,,n
s, The DiscoveJJ' 'l
º" Gocc'" ,, "' ong,m
tainbé1 the
tnd· . 11 ,,,/;111a1s rcccmcmcnw, , ccfic,ão cm A" (Oxford, 1995).
,v,d. .m ' rad u ção de K a rhcri nc J udclson
t
295
--� -�'----�-�-- - -

Impérios em Concor
rência: Histór ias Conectadas nos , d'ia (1629-1640)
Séculos XVI e XVII do dafn
A lenda do sultão B ulaqi. e o Esta
realiz ado por Abr . ,
a K urosawa na dé casos semeI_hantes m exe l bem conhec1"do é o de Sha� S buJ_ª,
• •

no p eríodo dos cada de 1980. J O flI m e sirua-se .U


estados guerreiros to
a história de um do Japão do século xvr, _contando o filho do unperador mogo7��hjahan que, tudo .md':; a; foi mor
ladrão condenado i dicamente,
concordado em s
ervir de duplo do
q ue foi salvo da execuçao ter no remo · de Arraca- o nos anos de 1660, aparecendo P
Shingen (1521-15
73) de K ai. Nest
poderoso senhor da guerra ºteda iJ ª ã
depois disso
, em diferentes partes do impen , ·o.
. e, complexo,
de reter : o «dup
l o» é autorizad
e c aso' os el e mentos centrai s s o O obj ectivo qu� Chat_te q ee persegue no s. eu en: a10 . ó s do
tensões desenvol o p elo origin
al a substit· ui,-lo' e as 111as uma das suas mtenço�s é . uxtapor as .drscussoes filos fica
de ambos. Mas
vem-se em tor
no da diferença de estatuto soei·aJ Oc1'dente m od uJ_da d »' co m aqu ilo qoe define como
uma série erno sob re iden ento»,
dade e re conhecim
e
de outras quest .
ma te n. a1 . pode ões emerge deSte npo de, «noções filosófic · as m· d"1ªnas sobre idenu.
a ] gu, em, d e a 1 argument 'd o noçoe _ s d'istintas de
Podemos p ensa
r em cu1turas
gu m a m ane1r . a , «torna r· se>> outro . a nd o qu e e stas tin ham pro du zi
· d·1v1'dua1 esta
m · n·cas nas qua· a ersona]i'd a de
h istó pessoa e d
va subordinada à IS P - e prova. 7
ostrar que esta
mes· ma 1o' grca· , a' funç - · identidade social, e, por extensao • da lJma análise da situ . aça-o no se'culo xvrr parece m ovemos
ao socra? · ando nos m
actor socra · 1, no m 1 Pode uma pessoa ser produzi.da como oposiç ão não ter,a s1'd tão rad'ica1' sobretudO qu utilizados pe1os
°
es m o dos terrenos me'todos
que os prop , .
nos autores sã
sen tido em
qu e alguns Ja ., argu mentaram da reflexão filosoflCa pa , � rabos
i·dent1·dade são r o p . s?' Q ue noço- es de prova de estados par odes.
e queridas p
roduzido . m. r as o.velhas d s
a d1. stmg .dentemente, em dife-
que nos movem elas difere .
ntes cult uras? podemos assum
ir A questão do «impoSto1>> pode surglf. , evi o renun-
os de culturas m rentes nív on ga m en t e ausente,
de p rova cada v ais crédulas para outra s onde no s çõ e .
eis da soCi. edad o merca do l nto
c1· ante que .mter-valo, etc. E o assu
r
e z mai s rig o
de estado intr u
sivo?
or osas são
desenvolvidas p or um aparelho regressa dep 0�-1s d u m lo ng
m em questã
o, moco
e
e
adqu1r . e um a p rs o n ag
T:amb,em a r'n . rel evo par ucu . lar se ordem soci· a1 em
e
dia teve a sua s o Kumar de Bhawal, tinha ª função d ga r·an ur . a
e de Marti qu ota-pane de T"ichb orne Cl _ au. nant
e
n Guerres qu . real.
um dos epi·so'd" e se dera endo Virtude da su a assoc1. açao - com o poder m certas culturas do que
i os mai·s c onh · m a e ste tipo de reflexao, s do .ando a
chamado Kum e cidos entr
e os casos modernos, 0 Apesar de se encontrar mai. s, presente rte, ence n
e
ar de B ha m f o b stante
w ' em B engal a' re centemente estU d a do noutras, o tema do duplo reaJ » é um
'
al entra1 ,e ª
a
com c onsider
te
ável de talhe p _ A I'd e ia
· c
c apacidade de u 1t rapas·sar d1v1s . ões culturais. . . e
caso Bhawal, q or Panha Cha tterjee.' Arn · da que o monarca remant
«

ue foi julg ' o de s er o


ado n . Pouco
simples. Uma figura rea1 ue tant P , . n rono possui
c omum, dado
ter gerado um
as déc adas de
1920-1930, se)"
a quantidade assinalável de ma,erial como um m onarca anteno . - ,\u algu ém proxr� o do r per e 0 e
r
0

a na
f. -
f orense, ehatt
e q. ee e o um du plo idêntico, (o u a ela) se
ass melh
o. �ur:,a
num a 1 o n - . utr"os sublinharam que o mesmo se m s creve . que a ente, um
g é m
ga trad.rçao que ou é um total estr.anho, ou, alternau·va' m1
e l e e
que,
chamado 7falso rn d rana. Um e
xempl o antenor · n ota, vel
é o
to r, u0 fals
o pretenden. te
Pratap chand,, outra variante, o «d uplo» ,e u m i m p o log ra
ma elo contra, no,
s
das propriedade 0 qual se refe ou ,
s de zamrnda reªº'." candid: :JJ(.' ou acaba de smascar ado por aqtJilo q u é ' P popu 1aça-o
res em Be ngala do 1rnc10 . :i: perante uma
e
e0ntudo, se recuarm
os até aos sécu . · do se : .tn1por com sucesso a sua falsa r iv in d'i ca ç ão
os
, enconn.a m
e
los xvr e xvn, Jª
ci·e'do 1a. . t em as 1·ite
ano
r·' . s popu-
'Cf. D o,id Dc on g m a
A primeira destas correntes deu 1exandre
--::-----
sscc, volvi'do por A erro.
e
Michel Foucaulr Th, Samu ,a; mm, of Akim Kum 1 ar e s, c omo o do g,en1eo de Luís XIV, d es en
;awa (Ann Mbo; Máscara de. F
·
r J983)
Neal Mille,, cd, 'i d
omem da
4

., Tw,nú,rh- D - H
, «Whar fs
124-142; pa" C,mury Lit"
an A
Dumas (ou pelos seu s e, es) e m O bruçar sob re
� � nte, apesar de se não de
urhor?» in Vassilis
ary rbcory (A
Lambropoulos
d,sco ssõc, am lbony, No l
, J987):
C,eauv,ty and cc; oco,, "'
Duph_ Anthony G"ft n o ,a o "l'j•c,iti>' ma versão 1.itera, n·a mais 1ece uplicado do �scritor
The Order of Boo wy m We;c,n, Scholanhip o , F ,gm
ª� lJ H o m em D
(P,;nmon, 1990); Ch•"'"' u111 duplo real, é o livr . o . titulado O al , o fazer
do seu
and eightecnth
Jaurteea
th agO' O qu
ks: Readers, au
ffntu á m J é Sa a m
e;, ttad. Ly ; 'Rºg'.f/Jt premiado c om o r,emio No6e Jo ' �a Pºssibi-
thors, and /ib,·a i
d , Cochmnc . � um
111 da mais
r es in n r
ª
Europe betwee s
(Stanfo,d, 1994), 25-60. P . acr s cen a
Hotory of lndian «herói» um p rofessor de 8 Istória,
. 5 Pa rrha_,

tor? The Kumat of Bhawal ant/ ,t,, Secrt'


Charrerjee, A e t
Natitma/ún,
Princely Imp os
(No," Dei;
Veja-se John E. 2002). . l ' Impostor..., J 15-137.
6

en , ge,,gal
(Cambridge, 1993). McLane, L and and Lo:al King ip i ------.
-_- . Cha .· , A Prince)
sh n L'i ghteenth-C tUIJ 7
Ver a d1scussao, m tte!Jee,

2 97
296
ia (1629-1640)
A lenda do sultão Bulaqi· e
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos 0 Estado da Índ
Séculos XVI e XVII
1537)
lidade.8 No vasto domínio da subliteratura pó -Dumas, temos século xvr. Neste contexto, a v'd i ªdo sultão
Bahadur (r. 1526-
f ::xº r
segue um padrão fam1·1i· ar. Esereve Couto..
de Anthony Hope, O Prisioneiro de lenda,
de finais do sécu O
s

' pn: mogenito se


ao qual Saramago vagamente
alude. A segunda corrente e, , do ponto ...] t v m ito s I os. , e o
f'lh India lhe
de vista histórico, bem mais fértil. Sabem
os por exemplo que des
de
cham[O su ltão] Mo dafar e [ na_ o Bªdur como as h.1ston·as da strologos,
ou, soltan Bad or, a
u

a seu p ar os '
e e

o século xvr existiu um vasto número


de candidatos pretendend º ã s er chamão. Este sen d o_ aind a n� o ��, �i �r dizeremaquele 0u (o que
este ou aque1e p r mci , . . . o que em poder do filho m ais ll e f p rd i filr :'mais moço,
pe n a R,ussia dos czares, numa longa eradiç ro
. r de o dar ao out tade ao Ba' dor' que
a

que se prolongou mesmo depois s parece mais· certo) que P0r d esep
er

da Revolução Russa, com v , ia


e

von
pessoas reclamando ser Alexei ou s a que estava afe içoa?o , p ad�_çe qu; m ostrava ma ndes_se pay que lhe
Anastasia, ou até out ros mernro po q � nc ma
da família dos czar es que teriam a ou porque fosse avisado 1stO esse ��dustão aç!tos
sobrevivido à execução e� �a:s ' e foi ss e p or
e

p ,
e

· a mor te, furr ouli1 e o c01.


deseiava ndou m
r u

ar, e ass.1 a
u

perpetrada pelos bolcheviques. 9 T


ambém n a Inglaterra dos f� �i s
d o em trai· os de p eregri·n o, a qu e eli es cha mão caland11otando 11 ovos ritos, e
o u1

século xv, a emergente


dinastia Tudor teve de enfrentar 1 1ent�c· o annos, a prendendo d'1 ff�ren tes 1.ingo,as vendo,De
desafio, sob a forma de vários pr
etendentes que afirmavam ? e sce er costumes, e cou sa s mu ito novas ' e per' egrinas.
dos reis da casa de York. m i
U destes homens, Lambert Simn ; fo .ia (em persa,
neutralizado com relativa facilid ; k' in q e renunc
ade po r Henrique VII. Mas er 1'emos assim o tópic · o dO exilado rea1 logJ.Ca-
Warbeck repr esentou uma amea
ça bem mais séri a, acaban do � o
r o u to d e s envoIve a .
u

qalandar) ' e que ' deambula m · co, g01to C ·


ser enforcado por c d o gm· nte m odo
rime de traição, em 499
, após ter con duz
i n1 ente necessa, n.a egunda parte deste · te ma do se

, . . 1 . -
vano s ata ques e revo1tas .
mais ou menos mconsequentes co. rn 10 ino o irmao
e soçed o
' eçeo o pay,pou co, e deixou o remo ao
s

auxi'l10 . de monarcas europeus . os · 0 Em qu anto elle a ss.1 andou fal


m os seus di.reit a
O
que reconhecia
11 re

do as.
e ·

uro
O que to rna o caso de Warbec .
k p articularmente mte · ressan te Pª
r a que o pay desepva . de o dar, qu e d ubemos os. nomes. Correnr, que
outro .irmão mais · moç o, a' q,ue na· o so odofa1,. chegara-o ao Bado ndar
u

nós é a sua ligação a Portuga · v e


l. Ainda que nascido na Flan dres, _vi M
a1gum tempo em Po
novas por esse Indu stao - da' m ort e d e o e assi em traJ·os de ca-1e v1·va',
rtugal, sendo um do . ·
s seus pnnc1· pais. ap
o1ance 1og o volto u pera vi·r reque1·er o seu re ' in . dª sua m
a

e es·r ava iI1


um aventureir · o JU
· deu de on· gem po rtugue da_ o (oU d.12.em, qu e entrou na corte d.e Am adªba' ond sem se dai. a conhecer a
a

sa, Duarte B ran


Edward B rampton). 11 e o rey seu filho, qu e era amda_ mançebo, edescobr.i�, pedindoIhe q_ue
Ma�.s proxi , .mo d
o caso que nos interessa há a regi.star o cun• o so pessoa algu ma, entrou com a' m ay, e se lhe · . A rail1 hª (pode mrnt o
reino races
ep is
,
. od10 que envolveu um go, quis · esse ordenar com que ouv ess. e 0 seu madrasta e que os Guzae seu
qalandar chamado Mmrnwwar. Em 15 bem ser qu e não fosse sua nay _ sei,a,- o sua que ,se f,osse' porque s que
reclamava ser o fale _ de ' e,
.
fmai· s do sécu1o xvr tendo
cido Shah Isma'il II (r. 15 6-15 ), no rª
7 77 _I e gº,ui- que ist · o contão se embai·a s·sem,) li,e diss ar, d0 que nos inferi.mos01. sse
t
, ri m t o, f
conseguido ar regimentar vmt · e mil s i· nnao sou besse d eli e, qu e O m an , d
Elle v e nd o
seu desengafnavor pera.
dores e desa , t·iar os gove rnado res reg · ntaf - a d r
doli1e ai·ud
e
a

· safav·1das, ate, se confro s elia sena · rnãy do rey, e na-o d o B


a a

ionais · a.is
com uma v10 . 1ema repressão do , eno para o rei de Mand ou, e se Ihe d escobria ped'nJdo, nenhuma cousa mdo
o a

seu movimemo. 12 U m casorn m to


. 1gadO, assente num
dlVU rnente cobrar seu reino E como os· grandes do en·ado Pr o
met eolh
· nto de Ou
COllJU tras fontes, e 1· ?,uaJv .· · de hu m pi:mcipe dest· ·rou a'1 guns reys v1· z111 · hos,
u e

relevante para o · g0 os move , q ue m1senas c1


objecto deste artigo, é narrado pelo c ro ta 1o iss o so 1
do Couto no relato que com n1S no
favor, ate ir em pessoa aJU . d ªlia- e pe1.a er.
que se ajuntarão com eli e com· grande pod
1

pô s acerca do sultanato do Guze rate


da do
o n o , o u corn a aju .
t )
O sultão Bahadu r recupera enta- o O s eu be, m regista
José Saramago, O Homem
ut O ta rn
8
Duplicado (Lisboa, 2002).
qu C o n o,
r
Gy ul a Szv;ík, False tsars, trad.
. n te .,.., no tro
9

soberano de Mandu , ou (numa va r1: , uma ve.z


10 l Pecer Daniel (Bo ulder, 2000).
ia
4).
. v
an Anhurson , The Perkin War
beck conspira9,, 1491-1499 (Scroud 199 be,
o da
e

através
do auxílio da ramha de h,w
_
11 J
ean Aubm, «D. João II ec _ J'A fa
vol. 11: Recherches rnr le Portugal de Henry Vfl ' ln Aubin ' le. latm et et /es rela-
st r o . c r. 1'

uz (Lisboa,
la Renaissance, son expanswn en A si·,e
'rt C. f:. ,A August, . a Lu. na Cr
tions internationales (Paris, 200 ..
' • ed . JVl,
0), 83-92.
12
Ver Rogcr M. Savory, «A c u ri . r
Boswonh, ed.. lran mui lslam: ln o u s epi sode in Safovi_d h,
5 ro y
Memury o/ _ the Late Vladumr Mmo ;; (
� Edin1•

1999), ·1ogo do Couto, Deca
ii
D a da As1a, .
. d:a Quart.
b urgo, 1971), 461-473. ss.
299
298
1640)
i· e o Est ado da Índia (1629-
, · s eonecta das nos S'·
.
Jmpérws em Concorren
, cza:
· H.zstorza ecu losXVIeXVII A lenda do sultão Bulaq
16 É bem claro
. «foJ cló nco».

«co mo era mao, cruel, e fraco», não perde tempo e m tacar aqueles conferir à su a crómca � m roque p p la , n-
te da Índia de p ,n
u r
o no Nor
o
. t di çã m
que antes o havia m aj udado. As origens d u ª rra- qu e no sécu lo xvr P·, exisu . "
mar direit
os u
e ma parte d eSta n a o de recla .
um a ra
ã
a
ç
a
. . cipes que vagueavam 11 0 exi,110, m sit mo

tiva, na qua l B ahadu r vagueia em ex1'l10, p e . , ser encontradas tensivamente co
· ua
od m }ª os
e
dado trono, contanto que se apr ese n t ss em nao
nu m texto anónimo portu gu
ês do s meados da decada de 1530' que . ou fals os, esse
a

e ve rdadeiros su me
descreve o modo co mo «o dito B ador s mdo ª «calandares». Se e stes h roens ° cr.oDI·sra as
e fe z cal a mdar amd o que o
ra m
t da d
desca lço e vestido de peles». 14 e, um proble ma que preocup , e .Co É' ue sucede tanto no caso do
u o
. q
C outo, a que m e ste te ma a gradava mam ·f
e sta mente, u sa-o s
ubse- genericamente que eram ªutenucos. O relanv· amente
ao
. de B lobo. Mas'
quentemente de for ma mais . . .
ou meno s m d"1scnm mada na sua cronic . , a sultão B ahadur como no ep1s . o,d10· mai·s complexo
a
. . n ra m e b em
, . góis, caso que analis uida, O pa ten de.ntes
F a-lo, por exe mp1o, a propo, s1to de are m o s ein se g la on de pre
o a ,
u m a ntepassado do s mo , a qu e
que e le próprio parece ter invent . dos e condu z-no s a u m a a .nante di v s políuca.
ado . Na sua perspecnva, um ém ma arena
er a
. m na es
filho s de Timur, cha mado 'Umar
Shaikh («H ao marxac» ), ramb «falsos» e «verdadeiros»v se movi· menta
111
.
tivera u m a carrei.ra s1m.
1 ·1ar. C outo nota co mo «H ao m arxac, que
algu ns no meão po r B
. ,
a lobo , que era mo ço [...] fi cou se m n ada
por que os outro s dous ir mão s lanç o. qi
arão mão de tu do o qu e Od erã » A tradição mogol e caso de Bula
P
O
Perante estas cir cunstâncias, o ine . eira fase da
vitável aconteceu : m
i . m.to contestada n a lp n2 Depois da
Este H aomar�ac, ou Balobo, vendos i-mi. nou serv r A su ce ssão mo g oJ foi 5 0·
a Mafamede, e samdose dos estados quee des�erdad-�' dete em traj?s ?e n o s n os ª.
m
dinastia que se e sta�eleceu Í n di m a d B b ur
ª .
forao de seu pa :; Z ahir-ud-D1? M f ham
a
ca landar ( que he peregrin
o) foi caminhando pe_r a as payr:ít. da rndta, tnone do pr imeiro imperad ' ucessão, ob_n­
e atr avessou todo o Industan, e foi se s a fi o Pe a s
parar no remo de D ' don de (r. 1526-1530 ), o s seu s filhos lutaram a n o
manente co
nflito
deixou ficar. 15 u n, a um per cuja
y
gan do o herdeiro des1g· �a , H um a
p e c · J nente K 'amran,
ia
c om os seu s ir mão s H m dª' � 'Askari, e
es
g rou pôr
termo a
y u n' lo
C outo descreve de seguida o
modo co mo ele se t�rn o opul
ar base de operaçoes era C abu l. Por f"Im, H um omento exa
cto
a
- a r m os ao m
entre o s outro s «calan
dares», g raça s à «fa ma de sua vida_ � �e ligião, esta ameaça ceg ando K am ran. Mas, se re c u
f acto foi
. manuºd. o
tamos qt 1e
que era e spanto sa». Depo is, . r, con sta . a agitaça� o soCial
transfor mou e ste s se guid�r�s n ufll
o
do desaparec,m ento de Bab u e vi tar
d a . teressante
exército não despicien
do e acabou po r atacar e matar O rei _ e Deli, e111 segredo durante a 1gu m te mpo de m o o
rn m ui ·to m
. . . U a pass a g e se�uer
to man do e1 e pro, pno o po
der, for mand o u m rem .
o co ns1d
erável, P ro, pna desses momentos c ,nt1cos. m , r e ve la que n em ,
g raça s a u ma série de con quist
a s. C outo acresce nta que eSte Bal
obo, do Hurnâyún Nâma, de Gu l-Badan Be g Ao inves, di. sse-
a m
pe a d o r e
«que se intitu l ou rey do s M .
a g o res», fund ara o podeno mog oi
' 11 a se admitiu pu bli.camente a morte do i.m dec1_-dI.ndo renunciar
r

1 x e , d e
Ín dia e era avô de B a bur, qu e �s. e ao povo que Babu r se torn ara derv , .11 A quando da mort .
e e
viria a reinar no sécul o xvr. .
ea . . lhe suceder _ herdeiro
Mas a manife sta inexactidão
do relato de C outo, que con f nd Partir, no meara Hum ayun para t o d if" erente. O
oi. ui 05) mas
história mo go l co m a do so bera L� nte
n o afegão Bahlu l Lodi (seg ura e !"lUmayun em 1556, 0 an orama n,ão f A kbar (r.· 1556-16 '
t..t m

o «B a l o bo » d o seu r
elato ) não co nstitui pro pri a mente O n osso desi.g n ado e ra J a 1a1 -udP-Dm . Muham m
ad
1
. d d o a B a hqulu i
. r essa r eter é que o refe .do te ma era cornun1
o bJ ecto . O que mte
B ali u », 0 nome
ªe- ush ta
n -- --- m o re(ato d/ah'Mushcaq i, ;, 1·'at-d Co nditio�s
e be m difundido à época, tendo aa ir, Compar ar es te do cu1:1ent co
C outo dele feito uso de for111
M,
cl ln kh R.iz qu 1 �J{,
lod i, n a n arr a tiva q uinhcnnsra _ e S i nna_ tio n o n Deh,. i ;993) J-15; pdaar 1a
an
of l
the
� e nfd� Nova
. Rizq Ullah MushtaqUl':· A S<J Hu sain s1·J 1 q.lllW(âqi'âH. Mus?I ta'q1', e' ds.
Iqn
0,ts rc
1 hazkh
. S u bra I1ma nyam, «
S a nJay . · a do crhal Jndia, rrad. [q n?ar ,
1_ s1 i·1g a e a C rónr1c, l 01-es.'
, ca elos [>'-eis. el e n·.
A C roni ·1 h R1zq u ila' h Mu
hca q
. sR ampur 2002), 3-16·.Bcve ridge, re1mpr.
zn. Pre-Mu
ª Versão orº ig ina l, ve r Sh
ii

Guzer are: Do is Texto s [ndo-Ponug . ai'


1
ucses do século XVI » , zn .f·?�·ge PM·'11_ iue l 1 ( eS
coord., Os Constrntores do Oriente Portuguê ro) (Lisboa, Husain Siddiqui e Waq aru l H asa1 . ; Si dd iq
cd. e er
a An nc t t
d.
s (c a tálogo da expos1çao, 01 N 'm '
Bad a n Beg a m, ht�m â)1un-
(LihorGc,u -l 197 · a a
1998): 131-154. 17

Couro, Década Quarta ... , 544-545. 4), 109 (texto, 25)-


'_J

15

301
300
-.-,- .........

Império s em Co ncorrência: Hist,onas


40)
.. Conectadas no s Século s XVI e XVII o Estado da Índia (1629-16
A lenda do sultão Bulaqi e

também el e tinhae um mei. o -ir chh - apareceu n a


.
mão' Mirza - M uh ammad Hak im, que, homem - mais tarde id entificado como Qutb de U
faqír, conseguindo alcançar um
º
ap es
, ª� de ser a·mda uma criança nes
sa ªl cura, contav a J á com os seus ov ínc B h sob a ap arência de usrau
r roclamar s er Kh
0
p ropno s- segui" dores· O alm·ram om apo io n a região de Ujjainiya depois de p
ia de i ar
i otomano S eyyidi 'Ali Reis, que se Afzal Khan, não
ra em De li n a altura d: m
orte de H um ayun Gan eiro d
escap ado da prisã o.19 O gov ernador provincial,
apoiado por alguns
en

eStava no seu po st o, e quando o exércit o rebelde,


e
irma que t ev e de s, e lanç ar m ao
1 S��)"' ª ;:"
- d e um estratagema pa utros
de Patna, os o
ra
ocul tar a m orte do imperad r o a cap it al prov incial
d �ran te algum temp o, até que Akbar �r:if�dârs, se p x ência.
� of erecer grande resist
2 im u d
regr es sasse à c ap it al.
a ro
Escrev el e 0 ici a1s p eg aram em si e fugiram sem
saq uearam o
t esouro da
� «falso Khusrau » e os seus ap oiant es ias mais
Entre os f am1.1.1are s do · mp . urn aior. Cin co d
personagem chamado Munaai erado . .r [H um ayum, contava -se cidad e, ganh ando um apoio popular ain da m qual a.s
B' 1- par ece n ça e uma batalha, na
fís1·ca com ele, a·mda que fosse K.es16 que tm · ha uma certa d e, Afzal Kh an regressaria, seguindo-s pelo gover­
mais a1xo. pm a1mente, na ç · ,
· t er a- fei ra :o" or ex ecutado
instala, ram-no
6 no trono que ha . " inando rças rebeldes seriam vencidas e o impost uito desagrad
ada,
o rio C º lh.ram-no com as :�a :�do c�locado num arco dom -lhe a n�dor. A corte imperial, p t n o, ficaria m
face � os o s com um pano r p do imperador e oculta, ra· mo d 1e dos seus ofic
iais, os q uais
or se u ur

e Mir M unsh1� e 111 frente. Tiod· Kh ushhal Beg man. teve-se prox1m na� apenas por causa do comportamento
o res sobre príncip
ten am sido dem asiado crédul os f ace a rum
e es
os. os sul t- oes,
. os su bd .
1to s
co111um dO povo chegaram i . os mirzas, , es of ici ais
sões. Alguns dest
0
d o
e
' rn
rio e Oraram por e1e. o,. v ra111 o 1mpe �ad. or a parnr· da margee urn reb_el des, d a ret irando a s suas con clu e b arbas
F tocada uma musica alegre, ofereceu-s í uas «cabeças
mamo de horn.a ao médi co, dor se senam humilh ados publicamente, com as s os em burros
,
encomrava de b oa saúde.1s sendO-Ihe assegurado que o impera rapadas [ ...], cobertos com r o p ulher, sentad
so aos
p ara servir de _avi
u a de m

e par?diados pel a cidade e pelo mercado e scap an a a uma


l Kh n if i cilm ent e
C om d e °'.ais ». º O próprio Afz d
regr ess o A r . ser
2 a
punição, não f ora a interven ção de amigos
a
.
ª mo. rte do imperakbdaorr aserDf�m1,a1mesen
ta im pos tur a p o dia ob s-
o de
desfeita e
rte v nh a sido passada na
Akbar' meio século vO1 te anunciada. A mo·
. �as ain d a que O resto a s ida te
.
vi·do, f o1 o b·J ect o de menos subterf,ug1os. a su a aura
d ua

curidade, a f igura de Khusrau não perderia


de
O seu s ucessor, Nur-Li
. . o·
d- m . M uh amma 1627), d e n ovo um
quarto de sécul o
d Jah angir (r. 1605- . c loc a - 28 de
ass1 st a' morte s uc essiva do·s s . . . . O problema v oltou a ir. No di a
. s nva1s, Dan1ya1 reu Jahang
o r se
eus i,rmãos e p oten c1a1 mais tarde, em 1627 ano em q e r
e Mur mad send0 que o se . em Rap . un. , nos
o
filho,
, u m
u ú ·e outubro desse an o, quando o imperadmorjáexpváirrioosu pretendentes ao
.
'
Khus ra u, CUJ. a rebel ião fo m ? seno riv al era o seu próprio po
1· supn 5, r arredores da cidade de Lahore, existia
uma' f ort e a1i. ança. Acon . , 111·1d desde . o iníci o, em 160. na0
ª ões políticas do
império
res oIv eu de modo algum
tece . qu e a enrr
ornzação de J ah angir trono. Ain d a que a robustez das institu iç momento com os
. ' , s eus· pr0 61emas c om Kh usrau. O pnn- - ri p o f und as em
c1p e revolto u-se em 1606 mogol já permitisse evitar c de que eSt es
o s
m dúv i das
r
. tos imperiais f oram
s es
. e ce rc ou Lah
ore ; exerc1 0 da m orte de u m imp erador,2 ã t
env1 ados p ara. o p . . ,
1 n o res a
unj ab para rep
, p arentem ent e, um g ra' nd .nmir 0 m ovime · n to ' o qual terá ti·d
0,

e apoio p opu 1 do, e ,i,um-;-Gi,,yb;, A _h g tbCJ,r


a úW

outros em torno _ - a r. Khusrau foi captura ais N a<han, fi,J,a ,,n


Behar, B,ngal, B ols. (Ga_uha n, 1 936), vol.
M;n, Ju
dele sof reram p
uniçoe s exemp lares. Um an o m
" Parn um relam d,,,Jh ,d a , ver ,/,at- and O n,�
tarde ' un1 a . nova -
,,.<b,
Mughal wa� in A»am, cooch rah, 2 v Bo y
.. «conspiraçao »' c o 111 0 a1egado o bjectivo de assas-
:,,
gns of fahang ir and Shahiahan crad. M. · I.· ua,a5z·r-t· Jªhang1ri-· A c_ont.emp . ora1 a
smar Jah · e de o subst'1t u1. r p 1, i89 91 sa111 1, m 111 ct tuIad
e �ngir
elo s, eu f1 ll10, seria d esm antelada
º ,e - ; e também Kh waja' Kam' gar Hu batm · , l 978) , 129-131, secçao ento p e,] ª
os conspi ra ' do res se veramente, p . account 0,r;a/:?angtr, . ed. Azra Alav1. (Bomdade de Pacna, e O seu apa g
umdos. Desta vez' cegariam parcial­
m
· 1
a
«
e � te Khusrau, col b · O.· I cvancamcnco do pó de sedição na ci d · WI1.eeler.
n_-i o can do -o so u
ma g ua rd a estri ta. Foi então, n in,gaç.-ao da fortuna imperial». . .r , Emperor of lnd'ia, ervaer
os
f mais de Abn·1 de 161 O' q u, . . f j a hang t Toozuk-t.
e mais u m estran 110 111c1.den re ocorreu. VJ11 he Jahangirnama: Mem oirs o 1 13,. pa ra o texto cm pe rsa,
;

M haTcksto11 1999) , 1 2- ,
0

-� ;:------- j ah. T (N ova l o rque, · 83-84- . . ws on


is Se .. d.,
yy1 ' AI, Reis, Le mt10
... nde et ��geeree, ed. Syud Ahmud (Aligarh, !864),yam , «w·iene-•ssmg transm. on:My·a,ckmg ' o;.r
ste centra/e tnd Jc�n-�ouis 1r des pays · Une anab ase_ ottomane à traver sal'Jo cext0 · Cf · M uza ffar
· Ala . 11
m. e San.py. Subr.a K N pani'
ma n
'Jrkar et al. ' ed
.
s, o
,.,., e
l'A..
Bacqué-Gr: > - 1. Par th e· cnd 0f t 11c A ban. d1spcnsanon», m . ·
1

origina l, ve·a�se'Scy ,: d, Ali Reis, Mir'âta/;;te 10�t (J ans, 1 999), 90 9 mic (Ancara, k ova Dej'1,
2002)· 1 04-140,
1999), 120-1121 rnaltk, cd. Mchmct Kire H ab t·b ( N
!-f

·
lSt01y cssays
·
r;.. presented to hfan
303
302
Impérios em Concorrência: His ado da Índia (1629-1640)
tórias Conectadas nos Séculos XVI e XVII A lenda do sultão B ulaqi e o Est

períodos de transi.ção contm . .


, . de 10 - Asaf Kh ªn desculpou-se e não
uavam a r�velar-se com� ªlgo contur- com o propos1to rimar o seu ·irmao,
b a dos. A a scen são ao tron foi nunca ao seu encontro.23
ei do M u n do»
o d e Sha h a h an, o «R
(r. 1628-1658), não constituiu i
exc epção. Um o bse rv a dor hO I dês
então em Surrate, . , .
o com1ssano Di.r e ª ., mpe ra dor . e se
. . k van der Lee, recebera non�cias D este m odo, Sh ª h_ryar que J a se pro clamara i
pouco tranqmhzadoras de Ag
ra: a1 gun s do s notaveis nham a bªn- .
apropriara do tesour o impena
.
' 1 em La'b ore, era O bng · ado a reagir e ª
clonado a cidade levando co , · ti esta ci dade
. . � . n sig
· o a s su s · qu ez s,
a e nqua e nto out
r os combater o usurpador. O emb te ocorreu n os arredores d
reforçariam a v1g submeter-
a ri
1·1anc1a das suas casas. As e s ª
stra das t"1nh am-se tor na do e Asaf Khan 1ogrou eapturar hahryear vivo, obrigando-o a
hecido por
-se forma1 mente a D awar Ba khsh. Este, tambe'm. con
inseguras e os mantime .
. , .
ntos mu1t1 ss1mo caros.·'2
De facto, a morte de Jah . . pai,· e vmh. a 1g · ualmente
va º carisma do
. an gir encetava um sultão Bulaqi,24 capitaliza
curto p en,o�0 de trê
s
meses domm .
ado pe1 a msta b"l· .
1 1 da de pol'1t1ca com rai'zes directas na ganhando o favo� de Jahan
.
os últimos a n os
d? remado 2sAssim,
� mesmo
em 1623, tinha sido nomea�: �overna dor do Gupr��,
crise da sucessão, período
dores. O príncipe Parwiz,
que tem atraíd o a atençao - dos h1s " toriae -
�a: na estra­
can d1.dato ao trono, morr
filho mais velho de Jahan gir e pnn . . cipal ano havia receb 1. do O ansab elev ae do' de 8000/3000.
• J quanto decora tiv a,
era um ano ante
o , ·
s. pnn�i pe Khusrau, qu
e tégia do wazfr, Bu 1aqm ' um
i· e ra ,' . a f,·gura tão cru
cia
« ca rneiro
. 0 n a da ma·is do que um
disputara o poder a seu
pai aquando do desaparecimento de Akbar, descrita pelos cromS tas mo go1s com
morrera, en tretanto, na . . . . ·) 7
pnsão. Ass1m , nt d "
c1 i - se-1 a en re
, de sacrifíc10» 1an_d-i qur. bam ·2
(gos.r,
o príncipe Sha i ento de
rec·111
a co
idas sobre O desapa
A
en r
hryar, filho mais novo
d a e d
rn a .
de Ja hangir, casado com Pouco mais de v mte dias volv
filha da imperatriz Nur a da morte do
r ebelado contr
Jahan, e o rínci e Khurr m que se h�via
a s eu pai, em 162
p a , Jahangir., o prínci·pe Khu. rram recebia no Deca- o aens oet1nv,c1.iar . um J' far ân
. . em a n t
p
2, e sobre quem impendiam suspei·,as pai·. Dm to Agr ' , nã s m
quan to à morte de do gm-se de i·med a a a o
D w Bak hsh
is dos seus irmãos. ordenando a Asa f Kha,n que eliminasse Shahry a r a ar e

No processo de suces 19 d e Ja neiro de


são, o papel central cou be a Asaf. Khan, outros possíveis . tos ao tro n o.
e 1 eg'itimos ca n dida
.A
i rmão de Nur J a han
e wazir d o im ér io . E . . t m po que as oraçõ es
n quan t o Nu r J h
an 1628, Bulaqi sen. a fe,·to pns10nei·r0, ao mesmo e
preferia Shahryar, Asaf
Khan ba ter-se-i a por Khurram. D a dO ' que Khun·am, proc1 a-
1 as em nome d.e
p
este, como gov
de sexta-feira passariam ser !"d
ois d" as dep
ois dá-se
ernador do
Lahore e entretanto er
De_c�o, se en�omrava muit · o 1 O n ge d
e m a do imper a do r com O títª ulo de Shahj ahan. D . , a_ o Gurshasp,
o irm
engendr ou um
a necessano
neutralizar Shahryar, Asaf Kha n a execução de Shahryar, de D ªwar Bah ksh e d
a so1ução a1 tern rn
at1v· a que lhe perm1tm · · · a ganb ar algu
tempo. C om o ap oio de ---:------:.
uma parcela considerá -� 23 -=-- .
fez im · pera dor Dawar B vel da no breza mog ol� The Jahangimama
,-4 Bula . ··, 456-457. , v1 .d s. c omo «Bulag111:,, npar
ec e ser um
akh sh, o filh · o de Khusrau, qu e wm� t .
qi, esc rit o p or vc ·zes n s te x tos safa c1 i. est e nome
q ue te. nta' rela
o

a
tinha si do feito prisione no111e tur'c o e não oe .A em . n 1 gi o
J _on·gem p ersa
o a
iro. Segundo o cron
o
ista Muhammad f{'adi, co111 BuIaq, peq uena vi la p erto do Cairo, parecc, falsa. � Camb "dge H"·t zs o,..... .,, of
25 Cf i:, . re '..,
mpt ( i'.he N sra ni·versally
Asaf Khan, leal apoiante . John F. Richa· rds, ha l que KI
lndia, vo l 1 5 Camb ridge 199, ' e 103 onde o aut or nota, l ace« a 1ll
..,.h Mug r. u u

sentido de libertar Dawarde Shahjahan, conspirou com Ira?�t Khd� �� large an by the
d
ri

dar a boa nova relativa ao Bakhsh, filho de Khusrau, da pnsao e l


as
W se en as a . . ,
roya1 har em wotrag
,
ic and p o p u ar
en w1 10 resentcd
? fig� r e b o th by th e _p op u
Nur Jahan's powe _•\ sawâr) corresp ondem aos
acreditou até que eles a seu governo-fantasma . No encanto, !e não , · m . d.icad, o,s (za ;
ceit
assim. Então, Asaf Khan assem jurar solenemente que era r ��\ nente Janang1.m ama... , 397· O.5 11 úm eros 111
graus numéricos do sist ema m ogoi de rnansabdan. ndice» de Muhammad Had1);
2&

e lradat Khan colocaram Dawar Ba� s em 422 A ê waz


cima de um cavalo, erguera
m o sombreiro real e seguiram paraª pa, ragem
21
Toozuk-i ]ahang eeree,,_ ed S y ud Ahmud, m«b ePm a referênc.ia e111. Shahna rs
seguinte. Apesar das mu K" "b�' H ,sai,i, · 4; e t · d
Ma"<""·'/'1:"'ngiri, 48 , Muhamma an and H HmBeve11'
a d u ofli ce
itas mensagens que Nu
rjahan Begam e nviou Kh.,an, Ma'asir-ul-Umar h i e, of w; / ?80 A. D., ,,- d. . , ridg e,

of the Tzmu rid sov ereigns o.f �72 $ from 1500 toª ou1 m persa, ver Nar·,b s,msom
a, 112 biog,ap

3 vols. (Calcud 1911-1952),I vJtf P o ext e


o 1 290. ara r � aulavi 'Abdur I�a 11� e
Maulav1
2 O m pra kas 11 sumar .
i ou . I'es o d"1áno. d est e . ' !-Urnara, eds
.0 ) j 1 154. Vei a- ,f : ment
mat erial in the Netherlands oenm mg . « A1·chival sour ce al-Daula Sha · g al
2

. ,án.o m
com1ss h n;:wa z Khan, Ma'a ir a
s se 1 u e

in Ern estina Carreira, ed., the h i sco ry o f Gujarat in rh e early moder;P\,riod», "",.
1v11rz
a Ashraf. 'Ali,. vo1s. 1 e 11 (C a lc utá, 1888-. contei 18 9 , von .drary account o j h n gir,
sur !e Cujarat (Moy en nc lt &,
a
Sources européenn es
Océan f ndien, 10 ) (Par is, 199 Kh"'ªJª. Kamgar Husa1�1 . , · , . A p
8), 141-151 jl45j. . . Ma, 'as1 H jahangm :
cd. Azra Alavi (Bombaim , , 1 J78)

304 305
29-1640)
ado da Índia (16
Bulaqi· e 0 E st
A lenda do sultão
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Séculos XVI e
XVII
di. ao l ongo .
de todo o ano
han Jah a n L 1632.31
ataques s uc essi.vos contra K an eiro de .
o
r e m J
shang), apturado
e m pe -
de dois filhos do príncipe Daniyal (Tahmurs e Hu de 1630. Este ac aba por ser c l de que o im ·
o to
e ainda c l aro si.na
D ec a_ o , m da provi, cia, n
irmão de Jahangir.28 v ern ador
u
A pres e nça da corte no
e
• ui• um t g o ·- o.
Em todo o c a so, mesmo a tradição o ficial mogol at
nb d.irectamen l tanatos da re n
gia
rador pretendia acompanhar
e O

rece, b m is s ã o dos su K h
. f e1·i z Bu1aqi.. S egundo pa o de su acolhe ra
ce rto s angue -fn.o e humor n egro ao m M ahabat K han, no Process ar, que
a
m d g a-
dens dt . e.!fa c ampanha cont
ra Ah
o ao f or
te de D au
l
Khurram e nviara um c erto Riza Bahadur a Lahore , com or
a n a
Urn a pnm c c
que « este deveria limpar o mundo da c ontaminação c ausa P s .
da _ e ª Jahan, de senrol a-s e ate, 1633,
culmin ando
n o
tin
er
çã o forma
l da dinastia
d ex e tl· car,,
os
d.istu'rb10 » a além
e xistência d e príncipe s re be lde s que eram a f o nt e d e tabad. Em 1635-1636, e /ar a «d o; �
a
j h n l g r ã
a n agar ,
Shah a o
s e ent o a
ec�m e
a
O rel ato continua da s eguinte m an eira : izam Sh hi d A h m r c h
N e
onda . A
mbos o n
leitura
sultan atos de Bl)..apur e G olc
e
uto e na
a

t d um trib
. . 1 - Bulaqií- pagame que excluem
e
Dizem que o sultão Dawar Bakhs h conhecido como su ta� hegemonia mogol, expre ss a n an , ao m esmo tempo
n o
l
- a quem Asaf Khan colocara no trono por alguns dias por_ raz? _ P1 l�áo e Shah� iah
da khut- ba e m nome d .
es

ricas - estava a jogar xadre z (shatranj mf bâkht) com o seu irmao � gar
. eram
qu alque r mençao _ aos i·mãs
xutas·
.
d e S h ªhiahan estiv
Gurshasp. Quando ou�iu o b�rulho que �iza Baha?1:r fe:- ao ; u é
g
i, m ·
l f os anos
do reina d o
t b e ve s u , mula pode
colocou a sua peça e dis se ao irmão: «A V1rtude (Ri�a) nao c� [Asaf Todavia . , os pn · s
eares quant quais avulta
e e a r

longe de s er tão simpl es e_ l'm tros escolhos, entre os tar desde


o
o teu e o meu Destino (Qazâ) a aproximar-se.» Yamm-ud -D au ª
, 0 s ou fren
Khan], de a�ordo com a ordem, prendeu .º ce go sultã� Shah7� [a fazer crer. Para a1,em de muito imperador teve de en s a morte
sultão Bulaq1 e Tahmuras e Hushang, os filhos do sultao Dan r rarn 63 '1 0 o apó
] 0 a t errív el f o m e d e 1630-l N a ve rdade, e log or de q
ue
Riza Bahadur]. Em 25 Jumada I 1037 H. [22 de Janeiro de 1628 ' . m . e O rum
o míc.10 uma espe, cie · de fantas d' u- s
a
di'f ei ro
.ro de 1628 ' , . m0 herd
i
todos mortos num só dia.29
u n
g1u
dos cmc . o pn,nc1p · es em Jane i u , c om 0 le . r
upado e
de q utar· 0 pode.
· revoltoso para disp
e
o s ultão Bulaq1. ten· a si·do po ncia
Shahj ahan aguarda no s a rredores d e Agra o momento ideal P�:
_ . exe, rcit o ado co
m a conivê
de Jahangir, prepar�va um c t e.
ua fuga
ter i do prín p ci
n
f azer a s ua apa rição . A 3 d e F evereiro (7 Jumada II) , s eg� à
o
ao us urpador Shahi ahan . A s o l ugar
a
es s origem
in
outra p
obre de
a n
a uma
o

de As af Khan, que sacn'ficar rtante n


escrupul os ame nte as indic açõ es dos astrólogos qua nto ao
hora pa ra entrar n a cidade, era coroado imperad or em Agra .
1tv� a
. a A colaboraç o ã de M h abat Kh ,
an, um
im p
K
o
h s rau, fo
ra igualmen
te
rox·nno de
a u

vez _ n? tro n o, Sh�hj a � a_n e nfre nt a eno rmes d e s a fios n a


fron{:� persa que havi. a sid . o mUl' to p . har - um
_ i5, .
dec1. s1va . e B ais ung
me nd1onal do s eu impe no . Em O utubro de 1629, Khan Jahan ato d e q
de Shah. rya
r
-ao, propagou-s e O bo
u
ga ' d o
homem d e J aha ngir e um dos mais importante s n o bres afe �r N a mesma oc a s1· que tomara
p t
brev!Vl'do
a r i
en. a s o
o
de DaW . · p D an.iya1 g · _ t
ao serv iço d o império ( que tinha a poiad o a c andidatura outro filho do pn , nc n te
r de Jah e facto., es
e ir
e ss-a0
i
· nad0 . D
a
s c n
Bakhsh); ª?ªn�on a A_gra e r�fugi�-s e n o Decão . Anu�o gover II, aquando da co ntrov� r�, r A,sa f K h
aca' ban
a por
Labore po
a u a
n , ° nde
da provmci a, e ac olhido de imed iato por Murta z a N iz am Sh da
ah
depois da derrota in fligida em O Bada k h s h
ipe viaj ou
ar p' ara o pn'nc
a
. c p p 1
sultão de Ahmadnagar. Shahj aha n, que teme um levan tamen l e pnrn. o de Bul aqi logro u es
fa_zendo-se
passa r_
Istam bu1·
to a e
s lg ,
e m e s t al ar em .
nobreza afegã ao s eu s erviço, reage duramente. Dirige -s e pa ra � 0 l11orrer. N o e ntant , a u
a c abando p
o s in
o m O apoio
d0
· re1nç
o r
. e
� s . g l c
mstal a a sua c ort e em Burhanpur, em Março de 1630, no ant igo até Balkh e da í para a p . ' n do trono m de Sha.b 1 a-
r ia o
apoi· 0
o
l an a ' S h h p ha t e r o
de Khandesh. Aí se mante rá até Março de 1632 e é da í que Pretendi a des aposs r
, recl ama
d o .
a1 s e u
para se
ª 0) in
a
64 s
n
su l tão M urad IV ( r. 1 63 4- 1 v m
que espera
a u
. b 1 CI'd ade
nids ' e 'apoio s e m C ' kb. ar andf
a u

ty un der AHist01Y o
Jahangirnama... , 460.
812.' teJ(tO Af.za1 J-Iusain, 1he N o i �- Rahim,
b F
28
2'1
Shahnawaz Khan, Ma'asir-ul-Umara (tradução inglesa), vol. 1, 81 l- r , ver 49 150· e M.
persa ín vol. 1, 713-714. Sobre Khan Jahan Loo
31
( Deli 1999),. 1 ;61 ) '
. . . , . , n, Histoy o[ }ahangir: A study of family K1;°//;_JG]l '(Carachi, 1
)O Para um resum? dos acomec1memos, ver Banars1 Pr:isa� Sal�s� ,\ e u hal
J M g
Shah1ahan of Dihli, re1mp. (Allahabad, 1968), 56-65; John E. Rícha1ds, 7 the Afghans in Jnd1.a, A. D.
[mpíre... , vol. 1.5, 116-118. 307

306
ia
Impéri os em Concorrência: Histórias Con ulaqi e o Estad o da Índ
(1629-1640)
ectad as nos Sécul os XVI e XVII A lenda do sultão B

erbe rt é m ais
. pro1·ixo. Explica
rev oltar.Todavia, a t rist e figura q ue f ez n a c
orte ,otomana l�vou
o em Qazwin, na P e, rn• a.31, J,a T hom as H s cessor, a que este,
a ser ident ificado c om o B l qi seu u
impostor. Enviado para a In dia a pedido de que Jahangir chegou a �om� u a
�c10 � n d por
de l ogo cond1
ar
Shahjahan, s eria executado em 1636 32
. O incident e é narrado numa m uito n ov o e sem ,expenê : se viu des denou a 1 t � ;adgy
versão vari ante n um t exto m ughal ;; f Kh an, que or � i :emata a
do sécul o xvm. Nur Jahan e tambem por Deli.
. qu e O m at asse em
· a Bahadur ) subli-
apenas tre�s m.eses,
Bandor (i e., Ríz ·
No nono ano [1636], ele [Daulat .
Khan M ay1, governador de Sind] história do. «pobre pn,nc1p . e» que remou d um
p rendeu o falso Baisu nqar levan
r ecer dois f a
l sos B_u 1aq1\1ca a
do-
um personagem obscu ro q u e se o até à corte. Aquele impostor era nhando q ue não ta�dar_a� ª :: Outros
·
apresentou como Ba1sunqar que� ar eg im en tar seguid:es�
batalha de Shahryar fora o líder suficient em ent e cansmat tc_o r
Na na rran scrita em
escritores apresentam van�ç�oes menores.
do último exército (sardâr-i lashkar),/ . onte ' atn.bui·-se'
quem, depois de fugir para o
forte de Kaulas em Telingana morreu d . t u ral d o P1em
morte natural. O suposto Bais
u nqar foi até Balkh. Nazr Mu ham a 1638 p or um 1t . a11an· o anommo, na ha n. A'1 se escr eve. «
. O rei
� a A f K
. uma vez, um papeJ central ' chi
Khan, o governador (wâlf)
quis casá-lo lá, mas como as s u as pretenso__e 5 mais certo sulta- o Bolas .
sa
não foram p rovadas, a aliança
não chegou a acontecer. Passou entao . f aria de um pai
morto f ê-l o [a A saf Khan] 1 � q 1 feit. o �uerra a
ue
- , e apesar d e Sha Sa f'I
r
an] tinha
ur o
para o I rao
· 'do a' sua presenç a, [ Sh h · h
h não o ter admm re1,· J.a, que o que agora era re. i as este na
o cumpriria
a a
deu -Ihe a1 guma protecçao.
_ Dai, fo1. para Bagdad e Rum Depois · de muito s n te s, m
· te e cm c 0 an O actual
[Khus rau] cerca de vm _ o, sob a sua guarda, e quando
te?1po, por fortuna e m. , . . o a
fortun10, a mão da morte ª ª hou -o e levou-o
ate Thatta. Daulat Khan
prendeu-o e enviou_ �?
-o ate a corte onde fo
i a prom essa, p ondo - o na pns . a
[pn,nct.pe s]. .f oss . em mortos, .
condenado à morte (ba atl .
re1· fo1 c oroado, ord enou que o_s o u t r o s . gina para a Pér sia
q rasíd) . 33
e Bolasch I f u
entre os quais . d01s . er, am cn.staos,
Os observado res ocidenta ond e am ,
· da esta. » Js· • obre Bulaq1,. cuJ·a fuga para
i s, excepçã o f eita aos p ort ugueses por n ie s
ra� o- � s que a dt.�nt e s e exp1 O excurs o de Jean- B apnst . e T:ave r nteressante.
ente 111m.to I·
r
· · arã o, nã o deram gran de _rel,evo ao
1c1t , ta é ig u lm de
a Pers1a · tam b'em d'a corn o c ' s1t. o da guerra
a
ep1s od10 a propó
er
. de Ba1s unghar. C ontu ã
do, f oram m uit o s ensíveis a len,da su lt tr
Este v1apnt . . e f rance� s ref ere-se a associ·a , ção en . e
o
u n·osa
o
de B ulaq i e dela u m c
fizeram amplo eco n os seu scri os. Para alem sucessão (1657-1658), eStab�lecen do ópn o
. han pelo pr
a
de brev es r eferênci
s e t de Shahp
as a B ulaqi n os te xtos de hann s De LaetJ4_ e p is ã u stiç a
J cn·m e e castig · o. para Tavermer, ª que o pagamento da inj
r o
Peter Mun dy35, há a regist o e
ar um p unhad o de int
eressantes ve:
soes f1.lho, Aurangzeb, na- o era mais . d andar m a
ta r
es ' ao m
o
s obre este episódi o. O al d � t
n que o p rópn.o havia s déc o viaj ante
emã o Ma ndelsl o
' n otan do q ue Shahpha · comett.do t rê
a
o te xt o d
a a s
us urpara o t ron o ao e sm a 1·deta n .
s obnn m o : «5e
· h o, diz q ue encont ro u o pr íncip · e «Pol ago» o. sobrinho Bulaq1.• 39 Encont ra-se ª
tó ia
· d O seguinte 1110d
. is puni·d0
italian o G emelli. Caren., que conta a h s qu e f oi
r
· ve ·f i ca
· m o
olitical
.- Na1m ur Ila]1man Farooqu1,· Mugl�al-Ott an ' n.nho
_ dY 0,rp
o man R elat io ns (A stu olharmos para a v1· da de Sei.ah -Geh a seu sob
J'' n
& dzflomatzc r eactions betw een Mu 1 J48) m a 1 u e fez .
(Deli, l 989), 6, 26, 46-48. Far ghal fndia and the Otto man Empz re, !556- J655. p l
pela mão d e Deus tal como m erecia, ce s são d epoi�
o q
s u
e
el
ooq i apo
-1716), Târikh- i Na'ima, ou Rauz ia-s e na crónica de Musrafa Na'ima 1º ;n. narr a a luta de Bulaqt
a

at a i-Hus ayn fi. K i Bulaqi, us urpand o-Ihe Coroa. » E d�t0 da fuga


1)aia· uma rradu çao · l deste texto, veJa· -se Charles -hu lâsat Akhbâr al-KhaTto ; �k�·1 sh da m orte de Ja11angtr· , termm and c
p ·
1 ,
- pareia ª . ° e so
.fthe
o
Fraser, Arm a s o
m
Empz re ,from 1591 to 1659 /
o
(Londres, 1832); e também a ediç ; a, Nai64
mâ se augmentee
Târihi, cd. Zuhuri Danishman ão modern
M osc oVi e Tartan..e, et Per de' voyage de
p asszm .
(Ista mb ul, 1967- 1969), 6 vols., vol. 111. l2 6 0- l 2 ' . n
m Oleanu s e 1..cu lierement d une seco
· ' ' n
)<, Re!atwn du _voy ag e d'Ada a1t.
en cette nouvelle edmon _de, p s d'un tiers, p (Paris 1679),vol. 2, 7 tales (Pans
JJ Sl1ahnawaz Kl
1 9. .,
1an, Ma 'as�r· aL- urn ara (trad ci11 0 1!e n
u ção) vo! . 1, 468; te xto p ersa vo ls. nde s .·
Pe1:s/ et des J
vol. 11, 26. Para uma outra versao Mandeis/o a ux Jnd es Orienta fu es. 2" e d 2
. ey ao império
. R !atum d.u Vo. yage den-ao meIu1. a parte relanva
, com po . B egl
e Z. A. Dcsai, cds , Th e Shah Jahan N cos detalhes adicionais, ver W. E_; _ 1 o/
u
a ma o f 'lnay at Kha n: An abridged h t Thomas Herbe1t,
1663), 175-179. A edição ed fj·ir�am foscerI rqu 929)
37

th e fv!ughal Emp eror


n, com pded by h i s royal li rarian, rrad. A. R15. �?i]ler
. Shah Jaha Partenza
(Deli, 1990), 191. b 111ogol (Trav els in P ers 1a, 1 6-� 6 9. Nova o_ s, �oflecti�n Dupuy 58ris' \oo-312,
38 _ ce P an , aor» (1638), ·
)4 Dehnpe_rio Magni Mogolis (1631),
rrad. e cd. .J. S. Hoyland e S. N. Ban;;;ie;
·, Bibliorhcque N_an. ona1,e_ -d, e 'F·iagrna p' er 1 ª c.Jtta• d'I v
Th e Empz re o/ the Gr eat Mogol. d_cl Re Gran Mogor dclla citta d A oke,
D e Laet's D escripúo n oflndia and Fragment o/ e w·1ir1ª111 Cro
Histo ry, reimp. (Nova Deli, l 974 Citação nos fls. 310v.� 11. ». V. B ali
verni.ei ,. cd
-BaIIpti ste Ta111, 267 e'. s,egs.
), 238.
JS The Trav eis of Pet . · C 7i·av els in !ndz a by J e�_ i\
er Mundy, in Eu ropa a
nd Asia, 1608-1667, cd. Richai d . rc1111p., vol. 1 (Deli, 1995), Livi , cap.
9

Te mple , vol. 11 (Traveis in Asia, 1628-16


1
• ·

34) (Londres, 1914), 105, 107, 206.


309
308
40)
Estado da Índia (1629-16
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Séculos XVI e XVII A lenda do sulta_o Bulaqz· e O
,ve1 da autoridade
ep · ' º . · sua acça- o, tanto a m
com a ajuda de Asaf Khan, que teria jurado a o impera. d or, antes de is od ios cond1C10na ram a
no que se refere as
este morrer, «que nunca consentiria que Bulaqi f osse morto; que Interna como n o plano extern0 nomeadamente
.

. . . D e m o m ento, nao� d1.spomos


.
acab ou p or cumpnr f'ie1 mente, mas sem o c o1 ocar n o trono» eºareri sempre delicadas rel aç o- es cor11 a' Pe
, s1a
lelo, Pºr exemp1o,
de i.nf ormação suf'ie1. ente P ara estabeIecer u m para . per-ador ch'mes A
r

finaliza a sua versão dizendo: d o i m


com a enérgica e bem documentada reac ção . tra
ta, contr_a si e con
Ao receber estas tr istes notícias [ da sucessão de Shahjaha� ;
]; Yongzheng (r. 1723-1735) a um rumor de revol
728.'
cam·inho, B ul aq1· f'1cou conster nad o e
o domínio manchu da eh.ma, que grassou em 1
13
per ceb eu que só est. an·
segurança fugi ndo, o que era fácil de faze rnigos
r dado que os ;e�? 1 1 t
não achar am apropr iado persegui-lo. Deam d ran e
bulou pe!a ln 1:
muito tempo, tornando-se um Fachir. s a u en o sa
Cansado, por fim, de
ocupação, retirou-se para a Pérsi a,
onde foi nobremente recebido e
A perspectiva de Goa
acolhido por Seia Sofi. 40 -
m a n o to ne . d a de na docu men
A lenda de Bulaqi alcançou 1gu · ue se ven. fica
com os
Regressamos aqui. a, 'Id eia. tação p ortuguesa da ép oca._ Ao coªntra, rio do q , . os
er
.
do p ríncipe transf ormad o em aa landar
_ � os v iaja nt es, nem sequ
presente na crónica de Cou to. Mai. s tarde, nos
restantes registos oci"dentais nao sa es devem
ou em faqfr, tema tão
as ·mfOrmAaço_
1 v
0
· · , e st e ca s o,
finais do século XVII, Niccolà M
anuzzi, enredand o-se e m detalh _
es ·
1111ss1onanos, a fa1ar d o as·sunt ' o . N
co r respond
enc1·a trocada
to n a
mais ou menos fantasios os e c onfun
dindo em absoluto os r
0 coIher-se na d ocumentaça- o 0f'ici. al, ta n
d o v .
J C e- r_e . de enta- 0 e nas
i
e ntre G oa e Lisb oa, com o nas reflexões tado da
tesc os d os p rotagonistas, dá con
ta da entrada triunfal de Sha
r �an
. m o v e u n a capital do Es
em �gr� e da q�eda de Bulaqi. a P v a actas das reuniões f orm ais que pro
quem, des�e e�ta_ o, nada m ai·s resta u claro
sena o viver fugmdo.41 O texto Í ndi' a para a discussa- o dO Problema. · goI e o se
de Manuzzi vai acom panhado de um _ 1 m p é io m o
impacto
retrato (em estilo mogol) de Bul A extr a ordinána· d' nsa o d O .
1 t'er u m
·
_ i a �
r
aqi, com o título seguinte: · , p o d e o
ascendente sobre a p o'1;1 liu�ca do D ecão posiçoes ortuguesas n
r
,
, c1· pe Sl'. - B aq1,· f'l1 ho mais
E este o retr ato d o ·1� f e1·1z_ pnn ·. velho -
tao n· nediato quanto devaStador sob e as f ,
edio d os
de Jahang. I tao. ul ·
ci. as por mtenn olhidas
r
1r; por ter quendo v
iver entre d1vert1mentos como 0 seu
pai, a da s n o tí
.
permm. u que o seu .irmão usurpa
�ubcontinente. Receb end detaIh ° ·
m f O rmaço
_ es rec
'n cas
sse o trono, razão pe1 a qual na. s cro i uíz o d e ar e a
nunca tem o título de rei; para pérsia, Jesu ítas que viviam na �orce, _sem pre' � m -se ª observ ua
se salvar fugiu para junto do rei dª ab it u ar
onde fi cou até à sua morte. �2 por ou tr os canais os vice-reis em G�a h cl w ndo o devir e as
da s
avali·ar tod o mo g ó is in oltas
s os m ' ovi. mentos dos la r' cm'da
do as rev -
,
Po11t.1ca externa. Segw. a m c 0111 p a .
rt i·c
rn · an n a remota fron
.
e orn o ad.1 ante se vera,, a ex1· stenc1a o
u

de uma pess oa na c0rte safa o


'vida des [ocações de exérci· tos, 111 es mo as que oc . orrugu e. s
es
1

n h a r que os P
A •

q ue tod os tomam pel o verd r a ça� o


adeir o Bulaqi tem plen o acolhu. nent , . . , na_ o e, de est s de trans1
,

tei.ra da Asia . central. As. sun


1 1 as p o
na generalidade d os textos escr ença- 0 aos dor dema-
a
itos p or viajantes europe u s, 1 s ti. vessem
c e ss
dedicado consi'dera, vel at dos com u m .11npera
r

também nas f ontes por tuguesas. E , er


m to do o cas o, desc onhec·eJ»11 de' reg.ia. Em . as, defronta n . c'd
i a s pelo pod
0
em detalhe, o modo como o rec situações cn,uc utas f a c dos"
. o
o rrente b oat o da «ressu rr�iça , S.rado adve de G oa, as l feno, menos acarinh, a
r

Bu I aq 1·, conJug rs o a o s .mteresses


· ado com a oposiçã · o · ghar,
movida pe I o f a J s o Ba' isun es . ore era m o da Ind1ª·
inc omodo u Shahjahan. Era nece sc
e a agit ação em Agra, D e1 ·1 0 u . Lah lvaguardª do Estad
ssário sabe r até q u e pontO e pe 1os portugueses, tend em vista a sa ° en�
H u n a n e_hamado Z nx1
.
t do aa.
, � o de um p rofesso
l d as p r ovu�• c1as. de Sh did o,
Surcndranach Sen, Indian 7i-avels of Th n e I'1 1 49) 4J Um Xi, m cnsag i o r-g_era do suce
eve ot and Careri (Nova D ' 9 J1n1,.,, proc tal Zhang . para e•ssa causa. o g ofvcrnad de tn1ediat. 0 Pequ111:_ o p romovido
40 • c r
232-233. urara a 1·1c1ar o u c1 ga ça
e s1·ch ua . . e in or m 1nves 1 1.
Nicolau Manucci l Niccolo Manuzzi j r crad· n, 1on•gq1 E·st .
fk1ano de e f011-na' admi·rá' vc po
, da• ndo ongo general Yue ZI o verda ª 111 cnt c k d
41
Mogu fn a o Mogo ' · d cn
. . · _ d o
. . -· n ent cªestuda
William Trvinc, 4 vols., vol 1, rcimp l dia , or St ori d
1 · cm. a um proce ss
42 . (Nova Deli 198
Storia del Mogol di Nico/ao Manuni v n, ú 1,) , 172-175. a I ct . a vol.
1 t' O p ,
"e ropn·o 1mpcrac 1or e que , 1·01 rccc c cm ova I01_quc, 2002) .
Jo nac ha N
(Milão, 1986), 98. e e an o c cL Picro F le i t,' n D. Spcncc (7i-eason b·y the B. 00k'
3 11
310
9-1640)
I'ndia (162
ltão Bulaqi · e o Estado da
A lenda do su
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Séculos XVI e XVII h urrarn e
às movi-
n d K
a
, s ubida a
o tr o o e
tuaç_ão. C
omo se
A reacção po rtu g es a od el d ac em
ve-se neste m f01 segu,d· a
u e
·
o

Do is exemplos torná-lo-ão claro. Dada a debilidade


de A�?ªrj mentações de Bu1aqi· ms�re . da figura de Shah'lª h . 0 s primeir os ª�
previs�ve · ar, a einergenc1a cupa ça o
conjugada co m . a revolta do p ríncipe Salim, o assunto da po de 1magm· a rticular preo .,h,c.11 re1a ção com os
. o reino . c m p
sucessão 1mpenal era amp 1amente d'1scut1'do entre Goa e . . e III Goa, e tamb ,em em Lisboa avai11 uma
d
o
gioso
F ilip p renunci cn.smo reli
nos primeiros anos do século xv1r. Em Março de 1604, . passos do «Rei· do Mun . . is d o '» . m0. De facto, ecle. oes quanto a 0
t g ueses. sn an e des11 u
s-
. .
antecipava um quadro muito favorav .
, e1 aos interesses P or u
. portugueses e co m O en _ , n. gem de sonhos subsn. tm'do p or uma
filh o rn ais
«O estado em que me dizeis que esta Equeba com s eu de Akbar e de J ahan�ir ; corte mogol, era rosseguida
e
intento_ s
r
a
o
s a t d ox
velho he o que mais· convem a esse Estado conforme aos uma possível c n v _ cter ma i ?; �r
a ' nplica ui-
m
o o
v.isa o . IAam ica de cara' .
o e r s o r o
a shari
va
deste Re1· querera, D eus que emquanto viver · contynue es ta di os cu1tura políuc . a is
O s p i t s d . . s p seg
tod r ehgio_ e�
o
eb ·
c e er
intensificada p or Aurangz
r e
entre elles que por sua morte bem se entende que a avea em
a
de outras n1annveram a missão
e

t i 11P l O s
o s seus Rejno s. » 44 Um ano e meio depois, a mo rte de
Akbar � encerramento par eia· 1 de 48 O s j esu1t , as , te
a
. do sec u1o xv1. A es ,
e
o pe . - ta r d a ram. .
ascensão de J ahangir fo i acompanhada co m enorme atençã ções a missionários na finais scolho
o s
or de O urro e
o
d f lg e u m
do «Mogor», mas 1onge 1·untava-s ru.1ça- o do estabe-
o u
jesuítas que viviam na corte.45 º l'1tico '
b é m P dest
_
séc ul , a reacÇ revés, religioso mas t m , m1c· o. F ala mos dª. pendenremente dª
Considere-se agora, já na segunda metade do o
��
a
no de
portuguesa à ascensão de Aurangzeb (r. 1658-1707). O suces s�r e político mas tamb,e m eco g1. em 1632 que, 10 pendor 111 ercant1·1
Shahjahan suscitou, entre os portugueses, os temores m ais fun o as 1ec.1mento p ortugues de B , õ e a cIaro. , na- o a' dmira que
o
p
u
,
s
. s n ç
A

. m pr a
isto .
ctro das gu h.ierarquia dos mouvos e ah'iah n 49 Por tudO a e, poca, seJ a clara-
ª·
e e
,.
as .imagens ma.is cnucas . r
. Mas, uma vez mais, o espe · , um cena, n. o
e r

· pena· 1 de S h es � s d o. De
· · 1 osão» pol ítica do impér io const1tu1a da estratégi.a nn ortugu se u av
extos p
A

·
mtestmas e da «1mp s t u a do
1666.· a i. magem de Shah'l ª h ª.
n n seu P . er ador tem «aos
'
favorável ao Estado da Índia. Escrevia o vice-rei para Lisboa ern o se e a do
o ª o
d q u o 1p »
1 os do Mogor andão em [...] guerras, e o mai·s v ver
elh mente negativa, be m pio e v,v· em e m Agra, �« Ti·rano» e «cruel
r º
«Os irmaos
· - f'lh o» · '
ha acordo com os ies · ui'tas qu mente ase os portugueses P. ,
fo i para a parte da Perçia, e não se sabe co m certeza delle, por que
ªra
. d s a tura! e
ciclo desbaratado ; os mais irmãos tem tido varios encontros � a o padres e aos frangis to muns ent em to111 pej ora n
o n vo
0
r
· s m a i · s e . r'
se .mmu . 1a Rey Auranzeb e esta de posse do rem . o d'1zem s· er nr o são alguns dos ad.i ectlvo n. nua m a designa
ao - e c n º 1' n·ca
. ã os.» 46 O perf'l1 de A,ur e caracterizar aque1e qu a su a P ,
o
e crue1 e na- o muno . afe1ç . oado aos chnst » . p ss d
E ess como o «sultão Corron: an e os primeir os o, com ,O in ício do
s
.
o
uma solução alterna n·va . odo
o a
gzeb levava, p01s, . a que se apoiasse .
h1 a h rnod (1629-
o sentido das instruções dadas a Gregório Pereira Fidalgo aq ; de
u A ascensa- o de Shª . nc1'dirain, grosso .ce-re1· da Ind1a
o1 v1
a sua embaixada à Pérsia em 1696-1697. Dada a idade avanç
a ª enquanto .imp erador c L i nha res c
omo
co 0 d e d . Bernier, Traveis
mandato do 3.º con
e
Aurangzeb, o embaixador deveria promover um contacto rnes a . !11 f e \ ºa'1d Con stable, ed.
r n
ontr a e
a
e nc �b
príncipe Akbar, então refugiado na corte safávida: «Para o I e:7� o da sa- o q . It.v1·n g Broc·k e Ar ,,
e se
r
.mteressante, dis6cus668 .
nts
u

este fim lhe mostrareis as grandes utilidades que se lhe seg ui o 0 is 1 -


Ve · 'a se' ' · D J65 - J ' tr a d .. s0111e co11111at1eos e
ra
. a
A 2 8 8
nossa am.izade para as pretenções que elle tiver no lndustª-0 orn
c m the Mogu l EmpireL, i·_es, 1934), 286- -h the l ooking g íeodOro de M mo la s s

p uca Vinccnt A. Smith ( ond an a n «rhr oug1 500 1700' in A. do Suest e O Extr e au
filho do Mo gor, achando-se este tão velho, he força tenha ·� Cf. San1·,ly Subrha111rru yue�se·' in Asia, ortu-g""esa'' a Ásia Portug,,..�esa (Mac -
on Asian views of the p0l ·õg entre a l'ndi'a l
P ndo- ' N ote on th 1
duração a sua vida. » 47
A s R e ç es o n a de Históriarinl bo� d. A arid Socia
L. F. Thomaz, ed ., a 'rw J n t ern a ]'e r Sp � conomic
na Re 1
Oriente Actas do VI Semi. or M flores, « 0 , i.n The Jndian
s a o

. . . . . ]--fi sróricO -Lisbo·,· 1993) 396-40!; Ju gh�- , c · !632-18329 » oI ' des


do fins
Rei ao v1ce-rc1, Valhadolid, 23 de Março de l 604; Lisb oa, Arquivo 'Rebir�I� ' of P�nuguese I-I1, ºg 4 ,( 20�2): 38 i- i·a?-o na Missão d628»' Londres' British o M o g
esa ,
H
U Irra marino, cod. 282, fls. 206-207v. 1207J. .
Hzstory Review ' v o1 · 39 , . c· ousas qu e pa ssa ho de a'nno 1U/tram· artna Portugu
45 Cf A lam e Subrahmanyam, «Witnessing Transition ... », 108-112.
. . . f Goa d e á o
Vice-rei ao rei, Goa, 22 de Março de 1666; Goa, Historical Archives 0
so «Relação d'alg u � a s
scnte 1 3 .J ocumerztaç
do anno 627 te ao dia re116_30, publ. 111u;
46

1doravante HAGJ, Monções do Reino, n.º 36, fl. 535. l n


Cha'h So tânc - Library, Add. Ms. 98 54, fis i 3 1188).
47 Jean Aubm, J.;Ambassade de Gregório Pereira fidalgo à la cour de
, «Pri e vol. 111, Lisboa, 1963, 187 - 9
-Hosseyn, 1696-1697 (Lisboa'. 1971), 99-128 \ 115 \. Ver ainda P1s surlen ca� 69
63 1 _ 313
Akbar anel the Portuguese», 111 Bengal Past and Present, xxxv ( 1928): 1
312
+,
·-,,,.,.....:-

(1629-1640)
laqi. e o Es tado da l,nd'i a
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Séculos XVI XVII A lenda do sultão Bu
e
van o de Sha
hjahan em
i a
-1635). 51 D. Miguel de Noronh a co meça a gove rnar em urubro de o Mogor», o v ice-re.i r egiSta no seu . diá � a Agra, «que he
ar
o
�x
r o
pe a d r d
1629, j ustamente no momen to em que Khan J ah an Lodi. ab dona direcção ao Decão e nota que O im e Bulaqi, mais
do
o
reacçao d
r
_ m e a
Agra em dire cção ao Decão. A investida de Sha hj ahan sobr e O ;ec 0 .
ç1dade aberta e sem defenssa» p r Descr ev
e de seg a uid
r
ga
te
na
or

bem como a deserção do nobre afe gão e a morte de Bulaqi,. :ã� ' A h m ad . de
que para conqmstar · o su1 tanato
de
ha n e de fen de a legitimida
assuntos com cons'iderav , e1 p roJ. ecç-ao na do cu men ta ção portu gu esa a sangrenta tomada d O Poder por Shahi'a - o qu e c11 ega
r a a G oa,
d a v ers a
da épo ca. Para ma.is, o governo do conde do filho de Khusrau ao tron - S n . « p ndo em seu
de L'mhares encontra- se r �ula qi,
u o
� a lv a
p articu larmente bem docu mentado, dado
que, seguindo .mStruç es
õ tinha sido a mulher de Maha a t �tan ra para
iel i e, sob a
sa

Bula qi f gi
.
régias, D. Mi?ue l de N o ronh
· d� seu_ governo.
52 lugar outro mo rto ». O v erdade i·ro m,a filha deste.
u
� prep arou u � d', ca sa r com u
a p han e
E é esse admirável texro, conJugado com a mformaçao vei cu!ada nos protecção de Mahabat Khan acab vel a1.1ança entre Khan Ja
iano or
ra
os sí se
«livros das monções» e co m os ass entos
do Conselh o de EStado, que Li.nhares exu 1ta am · dª com u'ma p d ° 'qu e se B4 ulaqi chegas
n 5
per mite reconstituir o modo co mo
os p ortu gueses lidaram com
a o sult ão de Ahmadnagar e .rem,ata nota e urrate s
ls s d ai·o,
lenda do «sultão Bola q
uim» . ao poder, os h o1andeses senam exp ula q1..' A 12 de M -
o
B
u
. tícias b re ve1
A primeira notícia sobre Bulaqi re
gistada nas_ fo? tes portug� sas Dois meses vo1vi·dOs' mais noG B engala' prova
o
e
s
de ca r ta d
data de u m docu mento dos Reis Linhares dá conta da c�egada a oa :Mesquita, fonte
s

Vizinhos, de fma is de 1629· qui G ch e c o de


� ci. a s aos d'istu '
en c on tra mos r e fe r en mente es critas e/o� �nv�adas por
pa P
os assun
tos daquela
, rb10s caus ad os P e la mor te de
a
.
r
·
as
- r ei b d� e
J ahan gir, e pelo facto_ de � tron de in formação pnv1leg1ada do vice vivo, e que esta muy ama o
r e
do
so
o pe rten ce r �o s eu :net o h é muit
quim y ª)·untando
chama do sultão Bulaqi, ma is ou ·- . Diz
regiao · em- Ih e «que o b O 1a
0
menos co m v mte e tres anos: �: ta .
u ita ge n e e va u se
querido de todos, e que o segu e m 01 genrro se
s
versão, Jah angir entrega o seu neto u
t

aos cuidados de Asa f I<:1a· n , i


nas enga 1 ª c m h
- que
grosso exerssito, e qu e o n b bo de B o para :Massulapatao e O
o
este último, logo que o imperad i
or foi de clarado morto , foi ter co n �� õ m d 5s A 28 de A gost ,
Khurram, à corte, dizen do-lhe
qu e tinha Bulaqi «se guro n �s suas metera em quatro naos, e o ira c
e
.
o
p t » r te de
- esta aqui lo por agu e1a parte mu'ito bem eu i·nfonnador na co
o
mãos ». «Khurram as cendera
o s

ao trono, e Bu laqi. fu gi· ra na dir ecça raiv a, s · do


vi. ce-rei re cebe cartas de D10go Sa que _l1 e v iv
. . o 0 bulaqui. rn rei
o
dos t erritórios do Shah, dize
ndo-se, então, que estava morto, ou . ad « , e que est56a
que fora morto, e nos u'! t.una
s d oi. s meses d'1zi. a-se qu e esta' va vivo, Ahmadnagar. Carn a em Dau1 a tab n h a p or morto
qu e se u da1 cão»·
e que o Sha h lhe pr de Mogo r de que atras faço menssa- 0 mes P ra vi. r sobre o I
o met era u ma das suas fil
h as legítimas e gran fazendo h u m exerç.ito de v.inte n1 h go ªconfu sas, Unhare tra-
s pass a
so cor ro, dizen do -se q
jl o
A

ue r egr essava ao Reino


de Deli .»53 ' . ções a1 a das es
A referência segu inte nas font Apo, s o cruzamento de m fO r-ma utros detalhes acerc
es portug uesas é de 15 de M rç .
v1ce-rei rec.
ebe
ª o resto da monça- o en1 Goa s em
o
de 1630. I n for mado por u m t ubr O' O
es pião seu, coloca do no «campo d u se guir a
o
as em O
- , de Bu lagi.· M 0 dern os
o
nhas mov un entaçoes a ct a , . p
. . O levam
r

uma aval an che de notíe1a s qu e ª


u
S obre es ta p ers onalidade, ver Anrho n . an ·)
y Disney, «On at tcn1_ pnn� co :ricenha, . nto um ªgr ad. a' ve
51

carly modcrn bio graphy: My cncounr cr wi N ro cronologia dos eve ntos . c n n e


eu con h e ms1s-
Fourch Cou nc of Linhares (1588-1656)» th thc life of D om Migu el e 9_106; ver c 11 e a ao s n e s a fi rmav a:n
, ):
ica, vol. 29, n." 2 (1992 __ �, História A 11 de O utub , e
an 5 7 a .
também Disney, «Thc Fiscal Re forms · á que os b noticia, qu e
Ind
de Além-Mar, v ol. 111 (2002): 259-275of Viceroy Linharcs ac Goa»,AnatJ
e boato. Shahj ahan ren· a 1u ornd 1 era grande». A esta
ro
� °, '
. h
51 To �avia, o di á�io _ cual- ten temente «que h e acabada a su a
de Linharc:' n�o
n�cnce tre� partes d1stm tas. A pnrn e1ra,se encontra compl�c� e de_ le ex;� . . �i•JTJ ac[BAI: . v a holandesa dOs aconcea,-
da e c t1 supr
Lisboa (cod. 51-VIl-12), aba rca o pe conscrva�a na Bibliote�a d,i. �30 a 6 de v. -14 · Para u1;1a ,P�
sp
irck va n
der Lee' c.Jt. certo
ríodo que v a i de 3 de Mat�o de 1 } D
r
2, fls . 1 sa n o do «um
Fevereiro de 1631. A segunda, ta mbé . N acional, · 54 BA ' cód. 51-VII-1 r o d'1ª'rio do com.1s Bulaqi t1.n1ia ca' usa
Lisboa (cód. 939), e cobre pratica m m inédita, gu:irda-se na Biblwcec. a_ a 20 de c1111cncos deste peno , d0, ve ITl0rce
de nos.».
Dezembro).,A ú ltima, a ún i_ca em lent e todo o ano de 1631(9 de Pcvercir�in nota 22. O f eitor ho1ande.�s no ta que acomo cntre os pequ e
ressentimento, tanto en t- ·e os g randes
hares.
etra de forma (Diário do co�J��-te
vice-rei da Ind1a, 2 vols , Lisboa 3.: 1634 a ; . 36v. um a
. , 1937), abarca o período de hvcreu . a (1591-1592), poss�1'a1n
dc
Jan e iro de 1635. 55 BA ' cód. 51-Vfl-1 , fl. '. c
. H ég 1r o u ia is a.
A fnd1a (, lbi'· d., fl 87
. 11 0 a n o 10 ooda o n ' g cJTJ V a1'
, shnav
I-IAG, Moni:ões do Reino, liv. 13 (AN 5
j ah an, ,asei'dao profec·ia Pªrccc ser d e
5 a
1 ), public ss ur en c lbid fl. 9· 7. Shah
53

cm 1629: Relação dos R eis ado Pi � a2 tim do


Visinhos . .' . aris . .ta. "�0dav�1 a, est. ,
in
Instituto Vasco da Cama, vol. 7 (193 do qu e por ora passa e conrao», aura de tip .
57

o mil en
0/e

0): 52-61, esp ecialmem e 52 e 54.


315
314
629-1640)
do da Índia (1
Bulaqi· e o Esta
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Séculos XVI e XVII A lenda do sultão
em
ula q1. u .nh a si. do assinalada
e B e atribuíd
os
o vice- rei rec eb e com entusiasmo mas t ambém com c aut e1a, soma -se menos d e u m ano , a Presença d eca - o, sendo-lh
c is d D . n o te ,
Deli,· em B eng a1a e em ván. os 1 mentar o des
o a o r
uma outra, chegad a d e Bij apur no dia 14: «Reç ebi c ar�as de Viz;por , ares proJ· ectos de alia . n ça P ar a au
ro ' de cuJ . a
do p rimeiro d este mes em qu e me dizem que Bul aquim rey m gor os mai. s disp a 1 6 de Nov emb qi
Linh ares receb e notíci. as de Bi ja p u r
.i: Bula prepa -
que andav a auzente e se unha . em c omp anhia
_ do n d o as qu
. por morto est av a Ja ver acid ad e duvid a cl ar am en te, s e gu
su�ta o de G olconda
Meilique posto que tinha somente coatro mil c av alos e u.nha i. a seuº s u tb S h ah ,
embax adores 40 legoas de Viz . apor, e he o que os b aneanes diz _ ião rav a uma ali. ança c o m Abdullah Q · a
(r. 1626-1672).62 cim
. ento de
uma 1ig
que se lhe ac ab ara a sua hera grande porque est eoutro v em �ara esta b
. ha res p assav a pel o h madnagar, Khan Jahan
e l e

tomar posse do reino ainda qu e dizem se trat a com grande ape\o a O proj ecto de Lm ã o de A a este
p az entre o Mogor e o M ellique, mas p ara o est ado ser a de m ito anti-Sh ahj ah an f o r mada pe1 sult aria um ª º . discreto
� Í dia d
Lodi, e Bul aqi. O Estad o d · n o dos portos 0 subc o 2 de
Pt ntinente
eff eito que o Bul aquim tome posse do reino.» 58 çã dia
Entret anto, t ambém Diogo Saraiv a lhe escrevera de D aulatabad movimento f aci·1·it and o a utl·1iz. a es escreva a Bulaqi n o
·o. D ai' que Linh ar n d e queria
vi. r ou
por cinco v ezes durante o mês d e Outub ro, d ando c onta, entre sob o seu domí ' ni e a par t a o
das
que esc olhess ndan: a busear có arma 63
e
. d lhe
outros assuntos, d as andanças de Bul aq1.. De poss e dessas _10for- Denmb� ro , «diz e n o -
ahy O m a pressa».
mações, o vice-rei envia p ara o reino uma p rimeira reflexa sobre
_ para o norte, ou p ara o sul que me av i. zasse com toda ras de
. e segur o e que er
em que elle v ie ss rar 0 su
1ta- o nas t
est a delic ad a questã�. Fá-lo em duas �art as, a prime.ira d at�o� de 4 . faz r n t
ma i.s, e e
de Novembro 163059 e a segunda escrn a a 6 de Dezembro. ªNeste Era necessáno, antes de ' nto
'veis Ahmadnag ar.64 p ra G oa,
tanto do po o
d
p reci.so momento, Lin . 1e s �eg1.sto de p oss1 se
. h a �es pass a do simp eram o' b vi ado, o Es ta
a
A s v antag ens desta ariança económico . p um l e hos:il. a os
as
boatos e d a recolha de informaçõ es esp arsas a necessid . ad e de t
inform ar sistematic ament e, de man eira a pod er formular uma ºJ'tica de vist a político c o m o no P1ªn o· or mani?f
estamen
, i m p e a d
o de Jah
angir. Ao
da Indi a arred av a dO P0der um
r
. boa. D aí o senti"do d a sua rPesp�sta
. s u ai n e t .
consistent e em art1cu . 1 ação com L1s d o c on s
° e n
- realçar ª sua
a Diogo Saraiva, redigid a a portugueses, tomand ° O part1.d . ar es na o se cansa de a empaua
h
6 de Novembro: longo de todo est e process o, Lin o Rei· :M og or.», vinca desa- o da
er <la eir ·
d o ta a a
. Com o qu e me dizeis sobre º sultam Bu laquim m: nao_ - e or satis- 1eg1t1 . ad e. .,,
. .m1d 1 rat a- o por «v u mais . im portante, n outro plano'
feito, e convem qu e vos alargu eis. em fazer hua rellassao laigay do temPº do povo com o su1t a- 0 e' t a_ o o usa de Bulaq1.. Num e Surrate,
em qu e escapou da morte e como e para onde se f01· e est. eve escondido, . mog o1 a, ca ga d
s e alfande enteinente,
mais influent
. e n ob rez a rr a
,
e como se mani"festou e cm qu e tempo, e porqu e cauza e de quem se a s t
· o, n·a, er·a certo que « teja de G oa. Apar
e
. a fazer, e em c aso de v1t ulaq1.
valleo e o aj u da, e onde esta e con que gente e o que determ�� para a tu do com B
e se vem ahi valersse e aj u darsse delrrey Mellique e de Cana a e do C amb aj a, e B aroch e» p assan.am .á se n.nhª1n entendi
i .ºh an, e . an Jah a
nJ
qu e se emende farao - con sua vm . da os cap1t. -aes do mogor x aaJa .,,bem os emb aix ad ores de Kh
se o dezeya- o e ac1 amarao- por seu Rey verdadeiro . como he' e tau• . a este proposi , "to.65
do que se u embaxador vos disse do
. 111 1go
· dezejo que trazia em tr atat ,\00 me
mu ttas cou zas declarandoas se as pu cj eres aJ canssar, e e'Sta' re1 ass ortador
. ·s 8-178 O p a com
manday mm. 6em fe1ta por menos com todas as elec1 araço- es necess· ana 6, fls. 1 7 ic
<,2 lbid., fl . 1 I0v.
n.º 1 �dentif
e ma enviay para eu a enviar a Sua Magesrade 61 .-
o ,s do R. emnto,e> que Pissurlencaar/}ndia (Hindus,
<>3 lbui. fl. 121v; H
AG M o nf e
. intelige
da cana do' vice-rei. e_, u1n «'bra,1,,a' ne a D· [0,na'ct'·a Port
uguesa n
. A ,ente s d 30J. . pode estabelecer um
s Ra111ogi Sinai Koth an 14, / ipa 1952
orá-Go 1: bém aqui se
N a v e rd ade, era necessá r io av ali ar o rigor d a s infori� a çõefl1 íncipe Ak?ar
B as t e;r
Muçulmanos, judeus e Parses .
fl 12 0 v, 1�1 . ard Índia �om ·d ) r que o filh o :
entret anto recebid as e esboçar uma linha coerente de acw açao. E l>4 BA, cód. 51-VfI- l 2
s a go
. ça do Estad O go, n• o Pereira p1 ª ortos controlad0-
pa ralel o c o m a p roJ. cctad 'alian
·
f.111a1s ª z notar 0no servindo -s sa- o de Dio ate, Goa»
ce - rei. fa
a G r e e d o s p
do sé cul o . O vi
· · d o a to1,,ar o tr quantas'
Aurangzeb deve ser m 5. ra • _ para elle,

58
Ibid., fl. 98. p ort�s
as .
HAG, Monç{jes do Reino, liv. 14, n.º 16, fl. 175 pc 1os portugueses, «que, tem os. t,a eira hdalgo... , 115)
n t
Estado, Per
59

Conselho do (Aubin, Cambamide de Crff°,�\0 .


60 .
Jbid., fl. l 78-l 78v; pub. in J >issurlcncar, Assentos do . 9
vo l . 1 (Goa-Bastod, 1953), 523-525. 1•1
BA, cód. 51-VIl-l2,
BA, cód. 51-Vlf-12, fl. 107. 317
1d

316
(1629-1640)
aq · e o Estad0 da Índia
Impérios em Concorrência: Histórias A lenda do sultão Bul
t
Conectad as nos Séculos XVI e XVII
e o Bulaqi de
m · ssw · n ár io ao vi. ce-rei qu
ra o
na corte mogoI · Asseve
r.11 o conceito
O mês de De zembro de 1630 · de Prova
seri a abs ol u tamente decisivo.
i

A 6 desse mês, o vice-rei recebe Chaul de Cima não passava de um imposto :o


cartas de Chaul que sen·am_ deter- r u neste caso e
ra s.1mples e direí cto
minantes p ara o desfecho d o c da .1denud . ade a que se r cor o um e· sui ta ' ra
_ o da e1, neSte cas
e
a so Bul aqi. Para além do c apaa
e e
n ha cre dív
f ortaleza p ortuguesa, escreve -lhe
M anuel de Azevedo, dand co ta depoimento de uma testem
i ar as alegaço _ es de um homem
u

do facto de Bulaqi se encontrar ; · o como suf1'c1·ente para descredibil z


vist e as co1·sas foram
em Chaul de Cima (Rewa�an ª)� , .
no Bu l aqi. Nem sernpr
Viaj ara desde Goga de forma di
screta, numa embarcação peque?� ­
que se den omm · ava eJe pr op
d e .1m postura
ocorridos nos
c o s
acomp anhado de um
número restrito de criados. Azevedo envia a assi.m tão sunp. les nos d.iferent es as

-Ihe alguns baneanes da su a seculos xv, e xvr1. 72 i. ce-rei relata


a
e 1631 o v
,
confiança com dm . hei. ro e Presentes' de Jan iro d
pas sado
homens que o conheciam . ª 12
Poucos dias depois,
e
mbro' dO ªnno
bem e q ue garantiam tratar-se_ do v ·da-­ 'nt e de Nove
deiro Bulaqi. O capitão da
f ortaleza de Chaul também nnha O e\
7 � F·11 1· pe IV o su ced'1do·· «E m v1
em b uss ado
com voz que era
c1'do ass1. stenc1a ao herde.1ro chegou p or mar a Chau I hu m h o m é
u ro s' e a.m da
christa- os
de Jahangir, nomeadamente para que es e do o M o
A

o d.uo Bolaqm. m, e Persuad'10 a to


aban don asse Chaul


s s 'or, e posto que o
de Cima em segurança.66 O problema, de fact0, R ey dO Mog
e, q ue o governador («sarss . que aly assiste. m que era ver da d e iro
se f01. eom
adoraço- es ,
am ata », L. e., sar-samat) de Chªui is . oIara d em ba r c n d a
B ulaq1· do exterio· r e subme
ti·a-o a uma verdadei·ra campanha anti -
Morro de Chau1 aonde eIIe em
- m h u
es
fo r ta l
a
eza que es ° ,ta naquela serra
qu u o
e venerarão, e segurar . a0 e ' . para
portuguesa. Instalara-o nu toda d'1h. genç1a
a e
m a fortalez a q ue d istava algumas 1e,guas
e

da c1'dade, procurand o con que chamão o Drugo me av.1zara- o com mo eu sou cons1'derado em
vencê-lo de q ue os p ortugues es eram seus Chaul e co .O
in imigos e que
planeavam m atá-lo.67 mandasse p arar na for·talez a de ' m e pareçeo
mandar prime!f
crer maten. as semeIhantes ta_ o de p r a qu
nci. sco de Leão de
es s e
A .1mportân c.1a das notícias - _ f ra
. o Con seIho de � vindas de C haul levam O v1. ce-re1· a a hum p adre da ComPanh'1a .a que ch a m a o
. e, fez Francis . co
reunir r0 s te pnnçip
Estad o logo no dia· segumt · e para debate a ssistio muitos a� nos em dout n ·n , r . o de sua pessoa
e
e com nsc
a
assumo . 68 p·1·cou dec1'd'd . co o st o qu
1 o so l.ici. tar de ime .
diato ao J. esm,ta Francis i. Leão esta dili genç1a muy bem feita p e Dezem
bro me
�ea- o q ue p artis. se_de G�a �ara em ca rt a de 2 4 d
Chaul � fim de .1d�nt1'f'ic r BuIaq entrou na f orta1ez a do Drugo e
E q ue o padre Leao havia
sid o o s upen or da m1. ssao ent\ r 1627 e im.» n sunt�-
1628. Na corte, acompan h escreve que n ão h_,e aquelie o B olaqu 1· m d .1'atamente do as , gia
. han essa- trate
ara a tran s ição de J ahangir p ara ShahJª
O con de de Lmhares desinter i aposta num!a delicada es copo
se e
e conhecia bem Bulaqi.69 r
Nos anos que se seguem o v.1ce- e
e Go con
da com o es
O sonho da al1a . nça do Estado da , r· o na dn ag ar o, sa1v,a-
I n dia co m o presumi,ve1 herde1 de con cert ação entre B"1JªP' ur r A h
ca- o , d e sse m od
do trono mogol esfum o De dade
de de suster o avanço de Shah'.iahªn n De fªcto, e, com dificul
e

1631. A 27 de Dezembr
ar-se-i a ai nda a mes
da en trada do ano re rt . stado
o, o v ice-re i recebi a u m a cart a do Pªd guardar Goa e as fortalezas do No dos co fh.to entre o E
e
Franc.isco Leão, anunciando que se segue a 1,ogic· ·a das a1I·anças e �rante o restante
.J , a sua chegada a Chaul. O .Jes ui,ta apurara D

ecao d
d o m Goa, em
a q ue Bul aq.1 se car
reava com Khan Jahan Lod 1. e co ntava encetar da In dia, Shah.phan e o s s uItanatos r 1 a to escn·to e
no d.1a segu.mte a vi. agem m rma
até à fortalez a on de o n eto de Jahangi
r perí,odo do con sulado de Linhares. U caso de Bulaqi dest�.fo ;
e

m o �o
se en con trava reud· o 10 D ·
0 1s d'ias volv id os, nova m .1ss1·va o hom em 1632 por um 1. ta1·1ano ª1,órn. mo, resu . flexa·o na at1·rude ofJC1a
e l
.
q ue acabara de v1s1t . ' um a m rdadeiro
· · ar não era o mesm
o q ue con hecera ano
s anteS e remete p ara Janei. ro desse ano o ol ach'mo leg1,t1·n10' 0 ve
. B
portugueses sobre essa questa_ o. «
66
Ibid., fl. 122v. fl. 202v. .
eino, .º 16'
n . s· Credulity u1 º . the Age of
Ibid., fls. l 22v., l 23v., 126 . - s do R
67

Ibid , fl , M o nçoe ented 1dent1.t1C . t 1 ' vol 3 . 3 (1999):


lbid., fl. 122v_ .; ,,Conselho sob C 3
Soltão 13olaquim que vcyo a C, h: u I d irri "• . : .129v; HAG « H is o J , . ,n
68 71
,
Go: 7.XI 1.1 630, �n As e re
i F ,Jdo ,
Cf . Mmam E1·1av- e n 1/
l nv
Early Mo d em
. 1oran·o n ' Journal 'l
l-�3 3. 71
�:,, ntos dr Conselho do Estado,
vol. 1, doe. 1 I I, .�; Prophecy and n. º !6, fl. 202v.
0 padre Lcao fo1� dcsm_ u1do� , Exp .,,·i n·o'
do 1,c
, Monço-es 1630
dess ,
a função cm 1628, por _s� tei de_ ad o irripr u- 203-232 .
dentemente envolver num l . H A G
conflito com três venezianos que v1v1am na co rte rnogo , Vi
31'
ei,. Goa , 12 . 1 . 16 2 d e Dezcm bro de .
incompatibilizando-se 1,crra J ce-rei ao r
73

e 1
70
cm simult 1neo com O podero Asa Khan .
13A, cód . SI-VII-12, fl.12 : so f namcntc ' a cana es , 'tá, darad a d
9.
319
318
ia (1629-1640)
Impérios em Concorrência·. H. Bula qi e o Estado da Índ
. Conectadas no<Sécufu XVI cXVII
zsto,nas A lenda do sultão
,
rtuguesa s
rei do Jmpe•no .
a s referência s
B ulaqi na s fontes po
ão meno s do -
a
do Mogor, persegu 1·do por e
. oru mbre [Kh u rram] que Ao me smo tempo, s 1632-1633 e'st. .
a gora rein a fu gm
< ' -
pa ra ta o lon ge como e a ra p n , a 18 l éguas de Passam a rarear. E' cert o que os a no
, , os d',ano s do V1ce-rei
. m t n
. � ch ega r
os
Goa, dizen do-s. e qu e vm ha até a qu i'· m . .
ata
,o CL1mentados' dado que nao a a e
o as sunto
d, o ' a,0 mv e, s, p ara a Pér s ia . ' st m d u v'dr a s de que
que foi bom pa ra ele e u m f . reiat ivos a esse per to , do. M a s � na o r e a
, jecto de a liança com
-
de n ao se poder ter cer ª
a vor pa ra n os J ª' que pa ra a lém do fac
tO
P r Li nhares, o pr
o
ar
p de_ acui dade em Goa. diluía .a ideia de tir
a a
te za de que e ra e
le, sena· uma ca. u sa [par :i e
a
B q i e sfum ava-se ao mes m tem p q u se
um con flito] pa ra o Mog . . O nobre
o
. o
or que acabou de se torn ar n osso v1 z inho.» 4 a Shah1 ahan
7

Na me sma l'og1.ca de a ctu a . Pa rt1 do da revolta de Kh a n Jah an Lod, contr evada ao
ção que se recon hece n o ca so de Bulaq1, .
J ei o d 163 1 e a sua cabeça l
D. M'iguel de Noronha afegao fora ca pturado em s que
ue os artis ta
an r e
passa a da r a lgun1 cre'd'1to a o «duplo» de r, m pis ódio q
,· u. ngh a r' e a m1.ra gem de uma · i perador, en tã o em B u rh anp or
e
B ais ary Winds
u
, u
o yal Li br
1egmmo h a 11ança d 0 Esrado da India com um �
m.t q g uarda na R ni
e rde1ro· do tro i st ram o Pâdsháhnâ ue s e
uição da col
a
ai s, a destr
ó
. no deslocava-' a ora da fron teira meridional P m
d0 império para a fr Cas t�e, n ão deixaram de regist r. " quase
a ra
vice-rei desafio s
g a
n rerr a seten tr i
ona \ Sucede que Baisungh ar era 163 2 olocara ao ·
�m dos trê s fi lh os nde _ p rr_ugue sa de Hu gli e m - o, obn gando-o
c a
Daniyal que havia · s ava n o D
m SI ·do baptizados pelo or eca
,,a
ao nnportan tes quan to os q
e n f r e
do o rien l t
Jesuítas em g ra n o ano . .
ue
rt ug ueses no la
a
A de 1610' ep1sódiO que teve enorme resso- s s po
e uac,o?ar de outro modo os in ter es e
nanc,a na é poca . Nessa 1
A •

- un ;,
e r sa o de D. C a rl os (B ais -
a tura' a con v
ghar) , D. Fl' 1 ipe ,e D· H . . d impeno mogol.
v ereiro de
1632, que o rei
en rique' f 01 vist
a como um pren únci
o da 2 8 d F embro·
For só numa carta datada de
e
con versão do propn.o ·
e
es de Nov
.
imperador Jahan g1 r e do seu rein o.1s em G o a nos mes
reagm as , m· formaçóes redig id as
está, anacró
nica,
No Con s e!h de Est . 3 · Lisb o a é, claro
deliberou -se, po ?is' da r 6, de Novem bro de 16 2
. a do reurn do a d de Chau l.
Dezembro de 1630. A re sposta nvolvimentos
e
a poio à luta d o t a os dese
O a post ata'· or n to não leva em linha d e c n
r. O rei a
con selh a
ri a res salta
� m�i"" c gor•,
ª a ssim, há um pormenaornde sempre em paz com o MoBul
u o so
n est e m eo t enl O que . t a ua aqi
d estr oind o o p'- eJ?m o d o era o em q ue o exercito. d o M og or e se he pru dAenc ra e qu e o «Es tado gociação c_ om
a lquer ne
d o. M og or h um p ·m o seIdalcã o se levanr ou. no R emo de Cabul q u a- d dO 0 s eu en orme poderio. As si m , q u
a a qu� S
hahphan
n u n ca
. n fo m
n hia e se c hamou D 01 1 u ql ue ja y b. aptizad o p ellos P.es da Camepse d:v . ser o ma is d, sc reta possív
el, p or f o r
n dia. Como q
uer
ap od er ou d o. ditt o R em : Ca r os' e d ep o1s to
r n ou a retr oced er a fe
e,
q ues,

suspe ita sse e viesse a fazer gu e rr a ao Est ado da I
ha res pa r a q ue
que ha ª mais t ein'Ida e o' trazend o em f
s eu av or a g ente d s v sbe d e de L in
o
d'1t0 dad on
o conde
qu_e fos se, a pru dência recomen
ao c
' V� j ente d e t
oeia s. estas ter ras p or q ue ca sou o
a
à quela que
DOm Car j os c om li ua ' h an é id ê tica
dac1 uelle 1\.ey c om que o M og or se hou.
n
.
n ec ess1t d0 a actid'ir a fdh ª ) ac vnasse um con flito com Shahja p ois, ao m
an d'.""
Gregório
ca ua 1 1 os. ªc om que form a.6 uI ' p or qt, e dagiuei! ª p arte lhe v em rodoso
' os o d
C � meio sécu pnncrpe Akbar,
l e
. a seus exercitos a lem d e que t em eo q ue D J11 Vda Verde manifes ta er u ma a li anç a c om o
Car Ios " apode rasse. f, .·
cdmenre d o l) em ? .. om 0 P: o para estabelec
de
. C ab enr endes e q ue , '-
fara cõ f-ac, i o d e La or q ue a u1s1nha
c
gor he
fl1 hreoua Fida lgdo er dor Au ran
gzeb .
78
que respeita a
im p u rgo no
ul e
ti ran o e ma lquist o [ ·. 0 l ad e p or que o ditt o Mo rebel de a
rca b sb
] e D
ic
ática do mo n a
h a
nhada . Pa
rece que
·· · om Carlos va lente e libe ra l.76 A ati tude pragm q d v s er su bli
uma pos sível alia nça com B u la
i e e

o Cleve-
m a. K ing of the World, Mil
, ?0-_51.
ha hn a 'l
33'' The Pads
B'b int ado por Abid' ca•· 16 (Lo s, 1997), n.º 16p,mc,pc Acab,'. ,os h'"""
1 liotcca eas.anatcnsc s O C" °
7�
1and77BPcach n dre
: ',ooe mr akunc wscehe
' Rorna, Ms. 26 1 ds .
e Ebba Koch, e çóes q"' ,ocanem ,o gol _"m
' 75 o in rn d.ia ne. ll'an
deron , n o 1632» fl . 142 8 , «R . ehr ' 8 ncgoó, ce se o P
" o Ge,o Mo u filho,
-15?'. cnaçao_ no fl. 142v. s s,b
)
csrn
"'
'. s E m cod,s P' °' ""' o de se
J ara um mnpb , . .
J"Ome Xa .er 5_ª.. }. and thi�nsmuiç;io dos Arn,,lf C,�PJ • m
co 7 d ,,,. comell,s [ .. -l, , scg,,nd, , o de espias para ob servar is
o trat
d e qu e
missionai
vt
c hõ -� , th e M;':tt"'.""'º;'•
/'.n" af 95/ 8 mpm.- Conmwemal "'"'"'
,a
z,
": ,
na corre alguns parciaes' qu e lh e sir vã
n do -a s li1e m o
conhece 1 e este, que como 1e
str are
1 - I av1z
I eJ'd
· a f'd
tao
· .. 1n
· 110
: 'ty (S ncck n a nde · · an te s
Jeron,,n0j:".' i'fkcnc,ed, 1 ) 1 Hc r nao escanda ·
vos preve111rc1s muito des tas ' - 1s n sco
Ap,,sw/o e Cran Mo o! ' - 0; e_· Ang
cl Sanros ,do_eompce �om eaodc
o
I or, e/1 usamos- com o M ogor porque se ""'' podc c.i esc an d,iis ''° g
' em ""'P º d, ""'"" '
S.
la Jnd;a 1,:"' 7 (P·1· n1 1 1c /; · o electo de Cran
g )' A rz· o'Jzsp ,b,.,,,"
g
nossas
a n
'
71, •< s o b re
9-/6/ P on··' 195 8), 22(,_232 sso, e o seu p ode,
o, 116.
o esd
·1, U1 a carca
ª guerra do Mogor �� , que nã
sob re .,ls. cou. sas . su·.is, dcrr . ·1 cn tn' ' 1 s», G oa,
- . . e, rct1rad . � çmndc d,n,o d n E.s,addeo de Gregório Pereira Fidalg
do Mcli. que e ambcm . .emina ç.ocs inimigo», Aubin, I.:arnbassa
<l t. ·1 1 cnncb• d 0 · Turco de 13abilonia
' . .1 r1surlcnc·.ir, e · A Hen
6.XII. 1632· m
·

tos do Consel .' im do f:..'stado, vol. ,, 556-557 rss7], 321

320
Impérios em Concorrência: História
s Conectadas nos Séculos XVI e XVII
A lenda do sultão Bulaqi e O Estado da Índia (1629-1640)
F·1·
1 1pe IV es:ava d1sp º
osro a c ons1derer
uma a1·iança co m um falso de tomada d .
º
. . o pode r a ShahJ ah an. U m ·mglês' William Pitt, afirm a
Bulaq1, isto e, com um «homé
que de baxo de seu nome pretende 0 mesmo ter emprestado di he. ro ao «mn
reino do Mogor». Um n 1 · ão do Moguli queº fugm · p ara
«bom» impostor era tão ú til como um v rd
? r ª Pe, rs1. a»' temendo . .
ta d Sh ah Jah a .s2 As
deiro candidato. 79 Uma p osiçã p or isso uma reacça-o v10len

Jrn
e n
o semelhante fo ra proposta, um secu 0 f0ntes pers . .
antes, pelo g overnador Nuno as dos saf, av1das aruculam-se até um. certo pomo com
da Cunha (1529-1538), desta vez as �uropeias ºº
relação ao sultão Bah neste particular, m�s- ta mb,em há d1vergenc1as s1gmf1-
A • •

adur do Guzera te
e seus rivais. Um observa o
r cativas a r
contemporâne o - o conhecid
o Krishna, brâmane de G oa - d"izi·a q u e egist ar. O cronista oficial de Shah 'Abbas, Iskandar Beg
o governador procu
Munsh1º , apre _ dos acomecimentos
sao
rar a p romover .
1 ãos senta-nos u ma p n· meira ver .
a candidatura de um dos ·rm ocorridos
de Bah adur «trazendo de D
do Rey de Can baya, a quem
. .
abul huum neg ro que d1Z1 a ser ir mao
.
Jahangir -
na corte mogol, que é ª seg �nn�e; Depois da morte de
· s do estado mogol,
80 escreve ele - «os principais_ digmtano
fez muitas hon ras e muitos fa�orerd aparenteme .
Na resposta a Filipe IV, e nte cumpnndo u ma disposição testamentária lav
º
' rada p or
redigid a no final de 1632, D. Migue
Noronha .mf orma o rei. ac . . Jahangir no
moment o da sua morte, no m�aram como seu sucessor
erca da sua decis o
ã de na- o mais favore r c e
Dawa r Bakh
Bu1 aq1·, um Bu1aq1· que o
padre Francisco Leão lhe asseverara, haver- sh, o filho do cego sultão K usr au que era conhecido
como sult -utba no
-se refugiado na Pérsia. De fac
to, após este «momento» porwgue 0 ão Bolaghi, cunhand° moeda . e mandando ler a kh
� seu nom _. oncordado com
«fantasma» de Bulaqi viaj
.
de aliança na cone safáv
ou para n orte pas
' sa d a alime ntar son °� esta soluçã
e». Parece que os outros pn,ncipes te nam c
entrava em Lahore.
o, excepção feita a Shahryar q e se en
n o
ida. Segundo as fon tes portuguesas,_ 0 rei � �
safávida Shah Safi (r. 162
9-1642) co bri-lo-ia de mercês, confi d _
O conflito
entr e Bulaqi e Sh ahryar e, entao desc n '
to terminando cºom
-lhe o c?mando de um exé r -ºa a derrota . en reda-se segmda
-
e a cegueira de Slia11 ryar.. Iskandar B eg
província que os safávidas
rci to e o próprio
g o v erno
haviam conquistado aos mogó1s e m 1
de 9 an da
:�z. mente na
discussão do destm · o dO sulta'_ o Khurr . a 01 e das suas fl - u
A·111 da que na- o arr·isque um - tu antes .
relações c om J ah angi r. CI1ega mes mo a suge
rir que, a1gures
novo e nv olvi·mento d·ir cto, Lmh res na0
dei·xa de se regoz1p
º
ª na d,ecada . ndição, Kh,un.am
ª
de 1620, desgastado pe1 sua miser,ave1 co
e
·· r com esta notícia: - a couza
«se isto he assy ne)1u,
n os p ode ter m «tent ou ' hah 'Abbas». A data
ais cõveniente». 81 passar ao I rao - e pro - cu.rar o auxi,1..10 de S
da morte co mo sendo
de seu pai ' ' a su a posiça _ o e,, pois' apr.esentada
bastante guido recoli1er
fr'acae' exceptuando-se O f acto de ter cor1se .
Na corte de Isfahan 0 apoio
c m í s vm· ca
' ' não unha. boas
de Mahabat Khan, que, a
.
e
E foi com
o o

, . re1aç. õ es c om Asaf Kh an, o pn· ncip · ai a' poia. nte de Bulaqi. «pn,ncip
E mquesu. ona, ve 1 que a ªJu da
deste poderoso nobre e, bem assi m, co01 a dos
· es
um certo «Bulaqi» se ex1·1ou na Pérsia e, º cça-0 ao No rte, 1 ogrando
com o apoi· o d e Sh ah . d0 D ecã
S afi, p rocu ro u o rgan izar um mov1rnent0 o», que Sh ahjahan marchou em dire
· afeg a-os e
e 0 n cn
· ar pelo cammh .
o o apo ·io de .
«chag atais' mogó1s,
' AN/TT, Livros G,
, · · a u ma
onduz11
das Monções, liv. 30, fl. 7 V · HA rªJ·PUtes». Esta inesperada vaga de apoio acabOu por c
11

. er também a versão m ª eg:


Monções do Reino, liv
. 16 A (AN 18) fl. 3. su'b·Ita f . . . .
-o de Bulaq1. Assim · , escreve Iskand r B
• · da cana de .
Sumano ' ragili zação da s1 tuaça
Knshna para D. João II 1, « e V·IC,raJTl
80

este _anno de 1534 na


armada da lndia ...»), in . das can.as. qu vetas
( Sumario . . , .os
1can
A. il Rego, cd., Ga
eçou a de
c)mar, e os dig0
. x (Lisboa, 197 4), 193 . da S va e se u s -· BO 1 ag,hi com
da ?arre do Tombo, vai A fortuna do sultao os
-19 4. Sobre o sultão B ah:1 AJ
u r ,es. e abe ças entre
1rmaos, ver a nota cm
Sanjay Subrahmanyam, viveu do e stado
que o s eguiam, be i_11 com o as mais s agaz
em Goa», in Couro, «lrm:io de Bahãdur (Badui) ue li, . ' ro algum 1·a um neto, agora
se us coman tu .
88-89. Sobre Krishna, ver ed. M. Augusta Lima Cruz � , i. va dantes 1111·1·1ta1.e s , na' o viam fu Pª
perador es. cava
na corrida
I d falecido im
Década Quarta da Ásia,
Pis que um ambicioso filho natura
sur lcn car , cd., Agentes da diplomacia... , 1-16· I . começaram
•• : AN/::', Livros
nhc­ ao trono. ghi diluiu: se e
. . ilipe 1� h.wcria �c_r��d:. cco JTl B ola
de :: juntarem a
das Monções, liv. 30, 11 7 F st� ltã�
'
A sua le aldade ao
1

c1me11: º. deste_ novo


facto cm Novembro
do ano seguinte, concoi d
o ,3 a abando diri gir - p,ir
, a Agra a fnn
esrrateg1a seguida por nar Lahore e a
Linharcs. Não percebeu ia acri­
o rei, todavia, que Shah .,ªfi. cr
se

buído a ad:11iniscr;ição
de �andahar ;1 Bulaqi. I
nt erpretou, anr es, q e
T e �nfiara 0
mesmo cxcrrno com u 1 , daha
que Shah 'Abbas 1 (r. 1587- cr.
em 1622 (Lisboa, 12.X 162 2) havia conquiSr,idoCI( an nrcs� 6; in W1·11·iam fosr
I 1633, ibül., liv. 31, li. 65). ·is [ o �
.) Surrarc);D abul, 19 V 163 59.
persas é bem diversa . A versão que se colhe 11'' c Carra a Willi;im Methw�ld (en
d ·, 1he , (Oxford, · 1 911)' 2
da versão portuguesa, com English Factones m Jndia, 634_1 636
o se vení adiante .

322 323
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Séculos XVI e XV!! -1640)
A lenda do sultão Bulaqi. e o Esta d0 da Índia (1629

vale a ena
p parafrasear aqui com um certo detalhe ' da _ do que lança
Shahjahan, competindo uns com os outros para provarem a 5ua lealdade
I u 1ª luz te da
e serviços.83
ªcr�on11:ca sobre um conjunto de questões. A secçao .rele(nvan a fron-
Abandonado pelos seus nobres e pelas suas tropas, BuI ªqi acabo u
.
te1r a entr eça por
com notar que, entre os af�gãos . T. ann
. e os dom,m1os . , .das e os mogois , ) ' vivia um rapaz de
traído também pelo seu principal apoiante, Asaf Kh':,11, que , r tra- quinz e anos safav1 wa
, que havia sido trazido clande Stinam�nte (duzdfda
tado nesta crónica, não como o mentor da operaçao que,� :eria Poshfda) à presença do E s e por sua
de colocar Shahjahan n o trono, mas antes como um cu rnªpiice Ve2 deci'd· seu líder, Sher Khan Tann._ � �mo filho
pouco convicto. 84 Foi apenas para se colocarem nas boas -���ças de­ d o-, , lU adm1t1 . . -lo ao seu serviço . . O rapa, z era tid ua vez era
rín p nncip · e mogol, o falecido sultão �husrau, que por s
o

Shahjahan que Asaf Khan e os seus homens mataram os ci ilf h de S utror�


PBeg hah Salim, filho de Jalal-ud-Dm Muharnmad Akbar, o
cipes. Um dos que foram mortos é denominado por Iskandar so6erano
° Nabd1
do H'mdustão. Aparentemente, 0 nome do rapaz era
como <�Dª':"ª� Bakhsh 1º bn Sultan Khusrau, _ con_heo. dO corno suleão ,vurza, e , º tanto
_ , relativa e af 1rmado que Sher Khan o t.ml1ª ein grande segredo ,
Bolagh1 e mtnulado Sher Shah». Esta última mformaçao . • ser
l.K·

que rn.uit . e 0 rapaz


ao título que Bulaqi alegadamente assumiu ao ascender ao trono,
· o oucas pessoas
p sabiam d a sua exi·stênc1. a at , rbegi) de
encontra-se em apenas mais uma fonte mogo1 , mas na- o nas rnoedas �pturado por 'Ali Mardan Khan, o governor s�f'avidª .(begle an
l\.a ndah dan Kh
cunhadas na época. 85 . ar, durante uma escaramuça com os Ta' nns 'A 1 1 Mar ,ori·a
en,viou- , sua hist
Não obstante, a informação fornecida por Iskandar Beg sua e a s su as nta
o e - o ao rei. safáv1da .
, com d etalhes relan·. vos ou - o sob
on. gens reais mogóis. Por seu 1ado, o Shah coloc
a

crónica é contraditada por uma outra fonte persa, y�rad xa I e (; nte za


c ustód1'ª . ter na forra1e
um texto que constitui a continuação da mesma cronica ; esmo de do wazfr de Isfahan, pedm do-lhe para ,o m. an um prí nci. pe
1'a de
Iskandar Beg, escrita em parceria com um tal Muhai,:irnaº/�usu
f, d a brak, com todas as honras e d"1g111'dªd,es propnas
sua cond' - se .
intitulada Zail-i Târikh-i 'Âlamârâ-yi Abbâsf. 86 A Zazl, no rela2) to 1çao' até que a ver dade sobre, e-·le se ap.uras s cheg · ar.a
Entretamo v m te ano '
que �az dos ac�nte �imentos �elativos ao ano 1041-_104z 16 ,
3 um outro rapaz, este na ca sa do s
·vmd1-
e ao Sui
da r egiã . d, e Surrate. Re1 sh
contem uma mmuc10sa descrição do caso do «sultao Bul�-ghl», qu cava n ' o iran iana de �Pars via por t r Bakh
ada mais nada menos do qu e ser o . pro , pn_. o Dawa mt·nho
o

11.Irza, o filho oado a


ca
de de Khusrau dizendo ter s1.do cor guns nobres,
Esk:rndar Beg Monshi, Histmy of Shah ;4bbas the Creat (Tartkh . JJ/amara-yr
K as h U da de
al ,
corn.0 mir (dar râh-i Kash ' mir), com ª aJ
e

pnn­
; � -l293. P.a
83

te
,
Bou lder, 3 vols., 1978-1986 , vol. 11, 2• 0 j-Jístorica e. Es
,

, st
:4bbasi), trad. Rogcr M. Savory,
sucessor do sultão Salim d epois · d ª .morte- d o seu non1e
1
.
. - , ·
a erad1çao c ro111st1ca dos saf ,av1·das neste penoc o, ver Sho1 e1 1 A Q u inn,
cipe, s
ublinha-se, era comummente conhec1do, n�o pel
j · . . J id
, 1·n Sa1av
e

Of r111aJ, ) · Os autores da
writing during the rágn of Shah ;A.bbas: ldeology , irnitation, and legitirnal)'
" - « l a qt»
B , rnenc1.0nad0 na
chronicles (Sair. Lake City, 2000).
81 p -
sobre a sucessão, na quaI Asaf KI1ª11 é reera. ,a do 1. do
r con10 mas ames por sultão Bulagh I (nao .
·
· ara mais uma versao Gail vi·
ncam o facto de Dawar Ba11 < 1sl1 ver s1d P últimos ªnos
"7 . u
vitirn :i:a 1
T.
rendo agido no melhor interesse do império, e Dawa r Bakhsh é m;
dos
ito do :eIato
ula
do qu e habicu�ltnenre,. ve.r M u hammad Salih Kamboh, Arnâl-i Sâl ;, º:ds Gh n
ndo da
o

dârikh_-i
e ahan no âmb :
o aqua
gir. E resumem a história do segu_mte mod do do fa� to
. 'Âlamârâ- y i Abbâsf
Yazdan1 e W;1h1d Qura1sh1, 3 vols. (Lahore, 1967-1972), vol. I, 169 18�.. "
J

r 1··a
morte d . nd° parti
85
Compare-se a cic u lacura u sada nas moedas de B u laq1,. para O qu e v1111 05 a up
.
e J a 11ang1r (ou Sahm) , Bu I agJ1i _ ura - es corn o fªJec1do
o o0rn
de prata de Dawar 13akhsh: Ashmolcan Museum, Oxford, �eberd C in R ore
d. e o
�d- n oas relaç ra
1ni.perPa n, c·1pe Khurram não estar de, b ' mw. to longe nessa altu
Lab
(cx-Thorb u rn Collcction, adq u irida 1965-1966). A moeda e· cun1 1 '1 cm
. r Ba1{11 �SIl Bãdshâh"·
d o ar · nper. a• d r.
o

r, mas também por se encon u'


cm 1037 H. e tem a seguinte legenda: «Ab u '! Mu za f'f'ar o·awa
( no oroa r u
ra
, ·ijuda nes ·1
cl: ' -,- D . . z- .
s e
, c
eca 01-e e fe 111ente
Ag r;�dc. cemos a Shaile1 dra llhandarc do Ashmolca1� M cu
vias u - o) - dm. g1u-se . para Lah chegada 1·m m -
o
: � � Í » ]0101 ª
,'I.K
rnarcna. Para ou tras d1scusso_ cs, ver H. Nelson Wnghr,m«Dm � � J : , '.
,iw,ir : s 1 12 , c.
a n · -a m fa r d ª
de u 111q cio os seus apoiantes ouv11 de Khur-ra' m' abandJonar 1 ,
and Proceeclings of the Asiatic Society of Bengal, 2:' sé rie, vol. 1 ( 905). 127-Asi8att�. 1 _
l . . e
grande exército sob o comand° ogo
a capi·ta 1n
a a
J G. Dclmcrick, «On a silvcr coin of Dawa r Bakhsh», Proceedmg�, 1 th
� n que foi
-no' f
ug1· ndo todos. Assim, Khurram tomou Agr_a, com O norn e
Society of Bengal (1884), 60 . O rír u lo ,,Shcr Shah» aparece n u m ªj 1 r,â
estabe m p er
, a d or . .
i
. a1
o O pnn,c1p.•
p reservado cm Bikancr.
i 1ibba5i, )ecen 11ovo
sª de Sl1a . do-sc firmemente como, resent
, ,

' Is1 ,ancl ar llcg Muns1 u· e M u 1 1ammad Y u su 1··, z-ª1·t-1· T"a11_- 'A'
-·kf:1 t. · !
· ac 1 co m
n1ca
â- y
11Jahan. Asaf Khan - qu e e ap
r
'
•ntc graco'.,ao
a
a outra cro
81
am
cd. Suhaili Khwansa ri (Tee rão, 1938), 120-126. Estamos rof-u n l,ll
�� rccaç
ªPoia,nte de K o q u e diz
- e., co m

o
M u zaffar Alam pela s u a generosa aj u da no q ue respeita pa lcnui a e nrcrp
.

desce texto. hurram (cm contr. -ast


325
324
Impérios em Concorrên
cia: Históri as Comc
, tadas nos Séculos XVI e XVII
safávida, anterior) - e o A lenda do sultão Bulaqi e o Estado da Índia (1629-1640)
utros nobres pensar
com Bulaghi' assim am ser melhor fazer a paz
persuadiu então B ula ·
como com outr
os prm .
, c1pes . . ª negaç�o (inkâr) da minha identidade por alguns mercadores, começou
a sua posição a Sha .
ghi . subm eter ª ·
nvais. Asaf Khan
-se ao novo imperador, exp1ico ª s�spe1tar de mim e, consequentemente, desci na sua
estima.
·
imperador não cedeu
ª
hJ han e tentou
que este Ihe perdoasse. Mas o
· u

�t�o um relatório sobre mim ao Shah, apresentando as suas Enviou
próprias
e or ª fuvi�as. Por consequência, fui convocado para ir a I sfahan e aí, de novo,
a de vários outros ' _denou morte de Bulaghi, juntamente co iq�ei suspenso entre a esperança e o medo. O Shah, no entan
prmc1pes Co m to, foi
cutado (badar;â-i sh · . nsequentemente, Bulaghi foi exe l11U1to cordi al, fez que eu f osse tratad com respeit
o, e assegur ou-me
, . ah t
a'da )' assim . -
que O meu confo rto estava g arantido e que os meus pedid
o
pnnc1pes. Dado como cmc o outros desafortunados
que es ta versa_ o tomados em coma, de os seriam
h ornem que recla corna
· no Irão em 1630, quando o acordo com as regras da hospitalidade.

1
mava ser Da
Fars, o governador 1 ar
w Ba�hsh entrou na província de
ocal' Imam Quli Khan, envio .
so bre e1e ao Shah u um relaróno Este longo relato, escrito na primeira pessoa, dando voz ao homem
. . Este, prudente
recebi do de for mente, ordenou que reclamava
ma consenta, nea que o mesmo fosse
corte se, após u . c o111 d'igni'dade ª cularmente
ser o sultão Bulaghi, constitui uma contribuição parti­
e .
ontmua o croni
ma inves. tigaça_
o' a su versa_ o
real
ª
e enviado para a
provasse ser verdadeira. co nhecido
valiosa para o nosso entendimento daquilo que então era
sta: no Irão sobre este assunto. Integra vários elementos já
revelados,
A históri a que . incluindo o que se refere ao período passado por Bulaghi
ele conr ou de co�o dervix
que eu ou vi é si próprio
em Band ar ['Abbas] e e. Em simultâneo, introduz também um novo tema de
a seguinte· ca:1 z _ conspir
ele. orden ou a . <�Qu
minha execu ao �n�� Shahj ah an a scendeu ao trono, ativo, ou seja, o tópico da substituição (neste caso, do
am_1g os ac
erc a de . � ._ u1 informado s Pi
r �cipe pelo
escravo).87 Verificamos, assim, que tal como Linhares
none ,e que er ssa c onsp ir aça o' e tamb,em p or alguns dos meu e nviara um
. me revelar am em qu e
da m.mhª 1'd ad sup ost o eu ser preso: Eu tm seu representante jesuíta a fim de confirmar a identidade
a
e. Di sse -lh_e q h a um escravo quase do preten
lug ar. Ele hesit ue d ormi sse n dente, também no Irão as reivindicações deste «Bulaghi»
ou de ·m, a mi nh a c ama n o meu foram en
lhe s·uceden·a, u icw, m caradas com cepticismo e postas à prova. A Zail termina
ma vez que er as et, assegurei- · lhe que nenhum mal 0 seu rela
Nessa mesma
noite' fug1· na es eu. ' e nao - ele, o alvo do imperador. to notando que Bulaghi viveu durante algum tempo como
a
comend ° ervas cundã'0 em d'1rec · · convi dado
ção à selva, sobrev1v1 de um importante funcionário, o nâzir-i buyutât. A certa
e me escdncur a dur ante cat orze_ di.'as enqua altura, e
d nto vagueav a pelo serrao
um grupo de f as pessoas. Enta o, di.sfarçad na presença deste último, dois indianos visitaram Bulaghi e
aquires e' fmal o de dervixe, juntei me a com provaram · � · ·
g�vernador (hâ menr�, cheguei - as suas pretensões. Sab end o d a sua existencia, mwtos
o
çao· Ele f 01· m ·m) do porto e dei-lhe c0 a Surra·te. Aí c'on1 he·ci mercadores de
ki
uno gentil e · nra da mmha d1'f1c1· s1rua- Multan (tabaqa-i multâniyân), que então viviam em
colocou homens grande n
ª u dou�me b. astante. Guardou segredo , úmero em Isfahan, reuniram-se na residência do príncipe
p ar'a o rr-ao, de f e dinheiro a, mm ! ha disposiç . a-o e aconselhou-me a parti.r
também ª. ele. C rma '·1 .evita.
o
'1 que algu111 Para lhe apr esentarem os seus respeitos (kurnish). Dois meses
0 111 a ma 1 me acon . mas volvidos,
Quand° chegue1. ªJ uda' de Deu s' parti· p ara a contecesse a m1111, n Durante a sua
o Shah expressou finalmente o desejo de o conhecer.
que eu era um im · ao p orto
d,e F�ars [Band e régia [Ispaha J · audiência com o Shah, Bulaghi foi distinguido com a
· p ostor e u
m . ar Abbas], muitos pensaram oferta de
ceram em 1111m · . m
_ ent1r oso · ._ Alg um cavalo especial, e o Shah terá sublinhado: «Realmente,
s
em su spenso e ma1 s de nobreza e acre. d !ta uns, no entanto' reco·nl1e-· ta�to a
linhagem como a grandeza são evidentes no seu semblante.
, · ntr e a verdªde ram no que eu disse. Fiquei
(k
-hau'- ':ro-ra;·a, e
sz dq-o-kizb/I d a mentira, entre o medo e a esperança A Julgar també
m pela sua elocução, parece grave e sensato. Não usa
província de F· urante 'algu palavras vãs
· to e. n
vis
ars, até q
ue encontrei. 111 tempo apó s ter entrado. na (bi-mahâsal) ».
quanto s alg�umas
1 und1r'an1 entr ultão a ca' m·l11 I10 de C axe · pessoas que me haviam
d'f
e os outros as m1ra. Re e e
de nume :0sos . .
ser vidores (k_h z·d novas ', s, obre 11111· 11. V - conheceram-m do
·
l1111 dus vie.1 111 i m e entã o rodea
ao matgaran) G
, e da Ind1 - ti� nar as origens da ideia de substituição e do resgate cla?des­
quer em d.mªh- · meu encont.1 0, dando -i· 11eent , . -a e mercado res no de um prí
ncipe do interior de um palácio durante um cerco, çon� um conJunto
eir.o quer e111 ' de textos que
N lln1 primeiro g'ene1.os (naqd .toda a ªJ uda c1ue pod1am, 0 lugar
remontam ao período de Vijayanagar no Sul da fnd1a. Não é este
testemunh0 e. , 111 111 e nt o, .
-o-;ms). para se explorar O rema, pelo que remetemos para o estudo de Velcheru
demonstrou O . Im.a111 Qu J'1 KI1an acred itou no meu
0
Narayana Rao,
i espeito adeq Hi stmy in SouthDavid Shulman e Sanjay Subrahmanyam, Textures of Time: \'ilntmg
uado. Mas, mais tarde, dada Índia, /600-1800 (Nova Deli, 2001). Ver ainda Robert Sewell,
A Forgotten Emp
ire: Vijayancigar (Londres, I 900), 222-231.
326

-
327
Estado da Índia (1629-1640)
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Séculos XVI e XV!! A lenda do sultão Bulaqi e O
ra ,
onde viv . eu durante algum tempO entre os usbeques e o seu sobe no
O Shah determinou então que Bulaghi e N abdi M irza, o rapaz ovido de bom sens o, e sen do
que chegara via Kandah ar (e que alegadamente também era filho do Muhammad Khan. M as comO era despr I ade para os
um si. mples fu gmvo, . . acabou por n
- ser de grande utl·1·d
sultão Khusrau), se conhecessem. Talvez isto con stituísse também g 0 d ºfíc il , pel o qu e
mento a1
ao

um teste, já que neste caso e stav a em questão, não uma, mas d


usbeques. Para mai. s, tm . ha um tempera . par·a, com ele. Assim'
i

· diferentes e fn os
uas

p retensões. Quando os dois se encontraram, não se reconheceram . os usbeques se tornaram m .


. co rte s f,avi·da, Ba , isunghar v1. aiou
com o objectivo de parm para a .
.s
No entanto, passaram u ma noite juntos e aludiram a nomes de vána an Khan, e a
í ficou como
a

mulheres pertencentes aos haréns de Khusrau, Shahjahan e de outros para Kandahar, onde conheceu 'Ah Mard orte do
tes de partir para a c
príncipes, fazendo considerações sobre as suas qualidades e defeitos seu convi. dado durante a1 gum tempo an overnador. Sh
ah Safi,
.
en d 0 g
de forma a testarem mutuamente as respectivas reivindicações e, Shah na companhi. a de aI guns dos hom l de homens para
. U um Dl'1mero cons1'dera've
s

regi. sta a crómc . a, envJO antes


também, para aferirem do grau de familiaridade de u m e de outro
s t acontec1m · entos ocorreram.
relativamente às p essoas mencionadas. Tornou -se então claro para 0 o receber com aparato.1 ,,.,0 d os ser «Bula
ghi». Na
recIamava
es
.
e

sultão Bu laghi que este Nabdi era de f acto seu irmão, tendo-o abra­ da chegada ao Irão do hornem que · u n g har recu s u aceitar
u ' B
verdade quando este últi. mo a,i c11eg
o

çado de modo afectuoso (âgb_osh-i mihrbânf). O Shah ordenou, por . ma do Shah, não ta,rdou
o a is
ti .
a
. i. caçao v d cipes
conse�uência, que os dois irmãos deveriam viver juntos dorav,ant�- a sua re:1vmd - e, corno goz irma ' ndo serem p nn
a es

ambos af'
a a
. n s
�ais tarde, regista a crónica, quem quer que viesse da Jndi� afrontar Bulaghi. Os d01s rn h o e '
v . , . N uma ocas , em1
enientes.
·-
1
o n
ao

mogóis, trocaram então pa1 avra inc .qua ,'


confirmav a que também no Hindu stão o assunto da fuga de Bulaghi e en co ntras. sem e na
s
. q
plena assemblei. a orgamzada para , . Shah, Baisunghar ter-se-ª e
era muito discutido, ainda que - esc revem os autores da Zail - ª
u s
o
história de B ul aghi fosse verdadeiramente incrível. Era realmente excepcion . almente, era espera . do o propn . própri. os' gn. tando-I h e
. a Bulaghi. usando ter mos m
d.1n. gido . i. ustos e un e-se ca1 mo
,
u ma das_ «maravilha s da época » que ele tivesse lograd o escapar ao B 1 g h i mantev
'
s
seu destmo, apes�r de suje itos - el e e os restantes príncipes qu e se com raiva e chamando-lhe frau de. M cabara de ouvir ·
u a
i·1o que a
a
. tu d o qu .
opunha �1 a Shahiahan - a uma vigilância apertadíssima por par:e ignorou as mvecn . . vas e, atn_.bum . do
aisunghar
, deixou a
a
de B
dos apoiantes do imperador. O que ainda tornava a história mais ' .,.
a 1 Iteracia e à loucura ;ahl wa ;u e· . n un ) A

estranha era o facto de B ulaghi ter alimentado a ambição de vir ª assem61 e i·a. m b e, m dec1m · ou estar
. os, 0 Sh rn ah
ser ele p róprio imperador, e de ter sido emitida uma ordem régia
. Sabendo destes acontecu�ent marcha do Sh
ah

de ' qu ando da -
presente na assemblei·a . M ais t' . ar s a revo
lt se
para pôr termo à sua vida. A ssim, escrevem as crónicas iranianas, instigado
a
d
r
'
a
m os,
é possível que alguns dos guardas tivessem afrouxado a vigilância, contra os Tahmurs Gur)··I, que ha
via
uh . Khan e outr
o
Q
si
I m rn
rna_ o dO s seu s
contra o soberano saf,avi'da Pelo i. r . ça-0 para abandonar o
a
ou até que estes o tenham ajudado a fugir, matando de seguida 0 N ta
escravo de forma a apaziguar a cólera do rei Só Deus podia saber a Ba1. sunghar solic . i. tou ao Shªh auto n z a
lo v oI tar a , Índia· es
n·z á- nça de
. . s. O Shah n-ao hesit · ot1 em auto ressar n
a espera
a

verdade acerca de tudo isto. dom,m1o , n d '


1 re ªg ma
. mou que pret e eu d0 que u
Mas a crónica não termina com este relato dos príncipes mogóis oc asi. ão, Baisunghar afir i n ã o receb
.M .ado antes para as su
em f� ga, p�ssando a tratar do caso de um outro príncipe sobre 0 coIher o apoJO . dos su I w- es do Deca_ o
a s as

· 11 en ª vi paz,
lhe tm º vem ca
·
qual _Ja, ª9\11 se e�creveu, Mir za Baisunghar, filho do príncipe mo?ol centena de tomâns que ? Shah n g e r a um
ão
despesas no Irão. A Zail nota
ue Baisu o da l sua osiç
r
rn
h a

D�myal. E �efendo na Zail que, depois da morte do sultão Sa�un, brav u c


nt; da sua arrog,an
�e, com
o

mas demasiado orgulhoso, ta


ra

Baisunghar )Untou-se aos apoia ntes de Shahryar quando este últ1 mo u r n p osw ra ci-
, adoptoU a sensa
tez e saga
� quanto esteve no I ·ão
a

lutou cont ra o sultão Bulaghi nos a rredores de Labore. Shahryar rea1 . En p o u c


o. Revelou s.
foi derrota �o e o seu exérc ito desmantelado, enquanto Baisunghar um comportamento J· 11 adeIquad e te r vis · tas. cu.rta um
dade, para além de ser m · tolerant e e d
ei. xa. ,.'ainda assi· m,
lograva fugir para Cabul graças à ajuda de alguns dos soldados d� Zail d
r o 1 u ga ' r' não
e I ato da ·J1 n e1.
Shahryar. No caminho, tomou conhecimento da situ ação de Bulaghi O extenso e preci· os o- Em P e do
em abert rca d autenn·c1'dad
o r 1
, ,
es·rõ es ª
e da to1'.1�d� do poder por Shahjahan. Achou, então, que er a impr u ­ numero crucial ' de q
, V·d ' s ace
. mentc, todas as, d
u
. ,s
dent e dmgir-se para Cab ul, viajando, alternativamente, para Balkh, re olv e .mtcira
U I a

329
328
1'
Índia (1629-1640)
lenda do su l -
tao B u laqi. e o Estado da
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Séculos XVI e XVII A

. _ . aos quais O autor da missiva revela


h o mem que r eclamava s e r Bulaqi ou Bulaghi, como a p rópria Se Jam Karbala, Ardab1l ou N Ja�, a
0bJ· ectivo da
carta é
-
a . H u m1l de no tom, 0 autor
c cónica admite. Man tém-se em aberto, nomeadamente, o problema ter uma espec1a · l 1·1gaç o
as e sugerir que
o
. ete n õ e sa f'av1 ' d
do relacionamento entre Bulaqi e Baisunghar, i sto é, o facto de 0 e1aramente acarmhar as pr s s .. E afirma esperar por
l u m xn ta.
- o esta, longe de ser, tambe'm ' ah.J han com O apoio de Shah
e e
último apelidar o primeiro de embuste ou fraude, quando outras na

fontes (como acima notámos, da sua carreira posterior junto dos termo à opres são do povo por Sh � te veremos, suger.em que
. adian
otomanos) sugerem que Baisunghar é que era realmente uma fraude. Saf1.90 As fontes portuguesas, corno .' ram a este Bulagh1 a1gun ..
s
. "
' das atn b w , fronteua
S� assim é, p orque é que o Bulaqi que se encontrava na corte saf�­ nos ano s s egumtes os safavi , distúrbios na
usasse
v1da (se acaso era o genuíno) não o desmascarou? Uma outra séne
.
rend1mentos, perm1tm · · do-lhe at e, q u e ca . de militar parece so, .ter.
da u .v1 da
mogol-safávida. Mas o essenci.al . ue depois disso, o pn,ncipe
a c
de p roblemas reporta-s e ao relacionamento entre o homem que 0
padre Leão encontrou em Chaul d e Cima e o homem que chegou ª
O' a, q
durado até meados dos anos de 1�3 i para 'Q azwin a fim de goza
r
ad
(verdadeiro ou falso) ter-se-a, retir.
o
Bandar 'Abbas a partir d e Surrate. Trata-se de uma e a mesma pessoa ? v iam atn'bu,ido· tempo
No caso do pretendente que se en contrava no Irão, como é que as rendas que os safáv1'das lhe ha . . .a prolongar- se. Ainda no arta'
p in
O apo io safávida a este pn,nc.i Uma c
e
podemos conciliar o facto de um número considerável de pessoas ondência. .
a d e corresp pel0
que conheceram Bulaqi na cone mogol não hesitar em identificá. -l. o de Shah Safi, regista-se outra u oc
e ao s resen
tes enviados
, datada de N ovembro de 1640, ref er e- s
uma espa
da. As rtas
ca
como ta1�. Em qualquer caso, parece que, após os problemas iniciai s s d O � tre
do sultão Bulaghi ao Shah, m · elum· do u m . . e cu
i n ti m idade ate,, en
este p retendente foi aceite pel os s afávidas como g enuíno, p assan fam11ian ' da d e
or essa
a ser mencionado periodicamente nas crónicas da época, tanto nas deste período sugerem uma certa , vi· d a , e é' sabi-d
o que, P
f a
o sa
· a A shraf'
na
secções mais tardias da Zail como noutras fontes . 88 o «príncipe»· mago.l e o soberan ah Sªfi numa v1s1ta
Sh
Para além das narrativas das crónicas, há que cons iderar a corres­ altura, este Bulagh I acompanhou rao
·-
o de Mazan daran.
91 duzi·das no I
p ondência trocada entre os monarcas Shah Safi e Shah 'Abbas II reg1a
fontes ago " st in h as p ro
des: a
embro s
(r. 1642-1666), e o sultão Bulaqi. O primeiro conjunto de cartas N o mesm o ano de 1640, entre m.
nnh ° d
o .c on fl i t o
o G rao
. orm am sobr e m
esto_ es de
nto, tamb e, m n os mf o s ob
chegou até nós com data de acerca de 1632, p ouco depois, porta
u
qu , f"lh 1 o

da chegada do pretendente ao I rão. Aqui, Shah Safi assegura a o ordem e o «secretari· o dO Bola ropo, s1'to de algumas qu
, a: p e sa- 0 apre-
ho mem que afirmava ser o príncipe mogol que ele garantiria o se� Mogor, sucessor claquele re·mo» c.1pe mogol e a sua cort escn. tor
nn
conversão em Isfah an. Aqu i· , 0 p . tos., «os mogores», d'1z . »92
O
be �1 -estar, anunciando que enviaria um tal Zu'lfiqar Beg Q urchi nvic seita
Ba1burdlu para o assistir. A cana é endereçada a «Bulaghi» enquanto sentados com o muçu1manos co
s b s e rv a dores da sua I ' BuIagh1'
genuín o príncipe mogol, enunciando títulos como shâhzâda ªnd
d o I
agostinho' «professam ser gr·an °-
e
d nd lhe
Shah 'Abbas lênc.1as e
, s u ce e o n do
Quando o Shah morreu veram uma carta de
c
farâzinda-i sarfr-i saltanat. 89 Pos suímos também uma outra carta d
o
°:_esmo_ período, escrita por Bulaqi/Bulaghi a Shah Safi, ain� a e q contava-se entre os que e sc r e
o ri g in o u ª troca de m
ais·
as
arca, o que .m como mútuas ofe,rt
u
. .
de fe11c1taçoes ovo mon
nao s ep claro se esta mi ssiva precede a outra acima refe nda ou _ a o n
am bos ' a s s i
ª da por M ir z a
correspondência am1ga · , veJ entre uq a ' a m
1- h va
se é uma resposta à mesma, O autor desta outra ca rta intitula-se a_rtas, uma r do com títu
los
B�laghi pâdshâhzâda-i Hindustân («descendente do imperador do de prescntes.93 Num a dest_ as � Bu1ªghi é distingui
tano
�mdustão») e refere-se aos seus p róprios antepassados ilustres, de Muhammad Riza, o deSDDa
T1mur a Humayun (que procurou refúgio junt o de Shah Tahm�sp lato d a visita a A sh
raf,
46 r
no século xvr). Uma característica interessante desta carta consiSc
e , 245 2 r r 11be1, 11 0 e
90
/d., ibid., doe. sh. 113. I 131, -276�27 7. Ve a1 _ ez,
o 0 e Alonso V.an. e.
na referência que faz aos locais sagrados do xiismo no Irão, com d .b 'd does . sh. 1 3 C ar 1 o s
91 ! ., i i ., .
m
. uz. 1_'d i.elaz1�;
in Zail, 237-238. . .o dei Santi repro_d o e,ºnrali secando una
1et d 1e n ' - 5 ci ção e!11 3
n Veja-se o relato. de P 1 t1.n1. a ne nellc In
s 62)· 2 9 1 32 ' ta
· i· .1go 9
O,SA, «Stato dclle 1111ss1on · i·ana
vol. 25 (1 6 e · l36. 1, 281-284.
Cf. Riazul Islam, A Calem/ar of Dornments on lndo-Persian Relaúons ( 15 oo­
88
Ver, por exemplo, 'Lail, 230-240, passim. inedira' dcl 1640» ' A n alecta A' ugust · in
4 l 35 , 1 3
8'1 s·l1· '13
enda,,. does
'
')J Riazul Isla m, Cal
-l 150), vol. 1 (Teerão, 1979), doe. sh. 113, 243-244.
331
330
Impérios em Concon·ência: Histórias Conectadas nos Séculos XVI e XVII A lenda do sultão Bulaqi e
O ES ª ª
t d0 d Índia (16
29-1640)

B u 1 a q.. D e st
a vez, o filho
defr on ta r
particularmente elevados, com o Nizâm al-saltanat wa'l-khilâfat, 0 de Caxemira' onde esperava
n'. o envia · n do-lhe uma
qu e su �ere qu e, p or esta altu ra, qu aisqu er dúvidas residuais ace_rca de Khusrau resolvera desafia . r claramente O ' e de ouro, e dizia
catr
da sua identidade já estariam resolvidas. Estas cartas devem ter sido embaix. ada, «e de prezente hüa espadª e hum catre para
a. se u g osto ou O
a embaixada escolhesse qu al fosse m is
escritas no tempo em qu e B ulaghi vivia em Qazwin, encontran do-se de
com a qu
al O podia
com vários visitantes europeu s, como já referido. Sabemos igual­ descansar entregandolhe o re·mo, ou ª espa da r os embaixadores,
ata
mente qu e _Shah 'Abbas II terá levado con sigo este Bulaqi aquandº esperar, o Mogor senn. o mm. to .iSto e qu.izera m ra a guerra porque
a pa
da r,e�onquista de Qandahar aos mogóis em 1648. E quando as falsa� mas desprez ou os' e sem reposta se apareihav qm· .97
ola »
no:i�ia s da morte de Shahjahan chegaram à Pé rsia em 1658, Bulaqi tem o Pers sa dado grande poder e aJ·Udª a' o ,B da de
. o s o u ln ·mo eco da len
ªm
A 19 de Janeiro de 1635, regiSt ce-rei leu aten
sohci_tou de imediato (ainda qu e sem sucesso) apoio ao monarca -
t ar d e , vi
safávi �a para o colocar no trono mogol, e apressou -se a viajar de Bulaqi nas f ontes portu guesas. Nessa · pur' entre dois
a c he ga d o de ºB·iJ a em
Qazwm_ para Isfahan. 94 Este parece constituir o último tra ço de tamente uma carta que lhe havi·
r u m o fº ·a1 português b .
iCJ
correspondentes anonnn os ( o recepto
, . é ras ques-
«B u laghi » nos documentos safávidas, ainda qu e encontremos algu�a , ri·o de Estado) ·9s Entre out qi· e 0
correspondência relativa à concessão de rendas a seu filho, 0 sultao posi.ci·onado' talvez um secreta . nça entre Bu1a
toes, refere o esqu ema de u ma P ºssível a1,a
Khusrau. 95
- ado da Índia:
Est
de S. Mag es-
ª s eg uro rea
l e em n om on sse �tar cõ
x· c
e

Pede soltão Bolaq u im a su hy


goa a' ra' da ao que
tade para poder estar seg uramente em er Po utro sy a seu I.rm on s-
a e s e
A continuidade da tradição
.
o s capitães . e escr eu
do remo d o M o goi., ey da Perssi a e depois · di sto c
e.
i tambem es c apou ,99 e e sta c om R
u 1�1 d os p
rt os que ell-
Qu anto aos portugueses, o seu profu ndo interesse por Bulaq 1. h qu e o
senado darlhe o sõr vizoRey, passag oPn sserto e partidos
o o

ar
i
o
s
a
º O
· ao encont r c . p
ap· ontar e o·1ue para .i sso fara to do o. . enç1a
em
na- o 1 ogrou sobrev·i ver ao desapon tamento qu e se segwu
· despida v m e- escr ev o a
at m
.
com O padre Leão em Dezembro de 1630. Todavia, B u laqi voltana d1b g
ste

v1zzorey' q uizer fazendo Iogo S a_ , e na


o so !tão
Bol aq· u.1m comendou
o
e · c o n
t
.
e

a cruzar-se uma última vez com o, conde de Linhares. A 18 � .


porqu e a ssim o ten h o a ss en do ç1 0, 111
d est e n eg endo fa . zer
Sua Ex." por não saber se lan ssra m a_o ao s.-01, vizorr ey, e quer
ta e e

· termé dio
e
·
o
Ju IhO de ·1634, o vice-rei
· · de Surrate, por m
· recebe noticias . ber r. em o nna,,
f
,
. o . E então informado de «que o Rei. Mog
or �1u1to _que por via d e vm o dess e 5·a Viz orr ey para escr eue
. una sõr
isto av1zasse logo com respo Stª d� 100
do Jes , pau1 o Re1mã
· em Laor para responder ao Perssa sobre as couzas dO B. ul�
v m. com bre uidade faça este neg ·
· ava
est
fizera
· a quem avia
qlum, ·- o passado mmto . s fidalgos
. mogores como 0 o de 1630.
om
Mirzamadafar que com capa de se hir para meca se embarcara c u d o fin a l do a n
a ma
.b1·J·ida de de u�
. s
. m m ais
- nao em Surrate e tanto que se v.10 no mar ªn 0
J sso Mas as circun stânc.ias na- o era a po s si
mu ·na r·iqueza nua d.itar a n ·ien-
os Romeiros de meca em hüs bateis e os que ficarão la nssouy
ª Nessa altura' o conde de L·mh ares· acre . de diferentes proven
ª 1.1ança e, conju gando van , ·as ·111f 0nnaço_ e s
o n agem '
e em
b
mar, e se foi na volta da Perssia aju nta r com o b u laqui m»-96 1 a d e d o pers
, . s de Surrate c,·ias, preocu para-se em ava1 ·iar ª veraci. o
U ma semana depoi. s, no d.ia 25, volta a ter no nc1a h
. o
pela pena do padre Reimão. Shahjahan estava em Lahore a c amJD ortugueses
Ibi:d., 149-150. nú m ro de ag�njt � c J da Rocha,
r u m gr·ande , f rei o '
cs_ c i:ita po o p , hares n os
?7 e
1 o
E·' Sta cana po de ter s 'd ão L
• z ·ndagârd-y,
Ribc1· ro ..fern como envi. ado de Li n
98

te
es
Muhammad Talm Wah1d Qazwm1, :4bbâs Nâma ya Sharh- 1 r1· 1951), na cone de Biiºap ' ur ca' so de Vi en ur
egado a B'IJ ªp
• • • • • •

,
9<

22-s �a -y, ��âh :4bkâs-t sâni (1052-1073), _ed. T?rahim, D�hg n ( :f:salranac
? ' ta, rcccm-ch . q e encontrámos na
c

� Dai t un, tal Jorge da Cos di, ·


sp
234 --35, sccçao rh amadan-1 Sultan Bulag h1 b,1 · de 111a1s de Dezcmb ro de 1634. a b ·mn a- o5 ' Gurshacia
- _ mmulada ,,Sha
, f'av1d·a . . oso . Mirza N
.
·
I s fa1ian• ». i.:.sr' es· movnncmos parecem csra r relacionado com o proJ o 5·1 d' 11· 1, L/e
,_. .
Será esta uma referên ia a 1111sten
. tinh a p e a s do�i s
. últi m o p ar e
·
ao pr111c1pc MuracJ 13akhsh cm 1657-1658· cf. Mohammad Q uam r
ud /' Za ·1,• De acordo com 'as cro, 111· cas. 111ogo1 , s B u I aqi lnl morr,eu nov o, 0 oda
cc t ?9 • o n
apoio
c a
q ,
and fones of Prince M1�rad Bakhsh (1624-1661), (Calcud, 1974), 117. (11101.to cm Janeiro . _ d Ak' 1I t r, O ' _ f 1 com v.. ·
· pro
de 1628), e Bu 1anssoc1. aç-ao ªinda nao 0
L a

,1azu 1 Is 1 am· , Ccdendar, does. sh. 229 e 229.1, 424-425. . oa, 1937), n 1a1· s próximo de Nabdi, mas. csta ª· · , :26
l 1'nd.1a, vo1. 11 (Lisb , 5
'IS
I'. ·
% l')tmw ··,· do Jº . C'omle de L.m/:1ares. V,.·ce-Ret· ia 100 D
i:ário do ].º Conde de Unhares
146-147.
333
332
e 0 Estado da Índi
a (1629-1640)
Impérios em Concorrênci a: Histórias Conect adas nos Siculos XVIe XVII A lenda do sult ão Bula q i.

u d, que aparece
u no
assim, a exequibilida de de uma manobr a conducente à destituição verdadeir . o nome parece ter si. do ,Aqi·bat Mahm
ammad Akbar que
D ecão reclamando ser o pn,nci. pe mogol Muh
e
de Shahjahan. Agora, no iní cio de 1635, Linhares estava absoluta�
or mogYOl de Arcot.
103

1:1e?te descrente. O seu governo estava na fase final e o vice-r�I acabou por ser feito pns10nei ro . . . p 1 go v r na d
ac ionados c om
e e
. CI'dentes rel
O
h� itava-se a r egistar um último pensamento sobre o assunto, dois C roni. stas mogóis mencio . nam outros JD Shah u
dias antes de ter minar o diário relativo a esse ano e de o enviar para d O s éc ulo xv m , 0 maratha Raja
0 mesmo prí ncipe . : no m · ,icJO· _ forte reac çao por
0 reino: «Tenho isto por fabula e pareçe hé este Bolaquim cõ os e, refen. do como tendo geradO «com _ oçao» e uma
m q u e proclam
ava ser o fil. ho d0
mogores, outro Rey Sebastião cã os Ponuguezes.» ter receb i. do um certo M u,m- . ud - D onflit. os que
rd e d ur ante os c
Er a a segunda vez que a histór ia do Encoberto se cruzava c om pr,mci. pe Akbar'· alguns anos mais · ta ' · 'Ali.
. r m a
- os Sa yyi d' Husam -
a história dos imperadores mogóis. A crer nos jesuí tas que viviam opuseram o imper ador Farrukh si. yar e os i
vin d o do Decao, ao
or .te
na _ cone de Akbar, ao avô de Shahjahan impressionara vivamente Khan desafiar ia o imper ador ao regressar a, c e Muham mad Akbª r
h0 d
a fi_gura de D. Sebastião: «e do caso d'el-rey Dom Sebastião �em mesmo tempo que proc1 amava te r um fºl1 que, nessa ocas1·-ao, ao
. consi. go. As mesmas fontes !D . formam-n os
muno sennme nt o, e quando falia daquelle caso louva o animo . dor teve' pelo rece.10, mn_
ra
esforçado d'el-rey Dom Sebastião».'º' Meio século volvido, temos saber das pretensões do n·vaI , «o im . . p a d'mastta
· da queda d ceram
e
· da J á d epois
e sta inter �ssant e compa ração apeno na bexiga». to4 Mais tarde a in ' pare
de D. Migue l de Nor on��- Na es dague
la casa real a
verdade, ha pontos de contacto entre os vários Bulaqi e os vanos (e saf,avi·da , homens a legando se p 'n c1 . p o , ªs suas
es
ª gumas ocas1·-
r n
e m 1
. as, cas0 de Abu'I Fªth S
falsos) D. Sebastião do ocaso do século xv1 do Rei de Penamacor peri·odicamente na ,lnd.1a, sendo qu e ' ultan
'
e dO Re_ .i da Encei. .ra ao pasteleiro do Madr igal e a o Ca1 abre, s. 0, 2 reiv· i·nd.icações eram ti'das por verdad ei r
x v m ,os Mais · uma vez,
M.uhammad Mir za Safavi nos fmais · do .sec , I O · AI"1 Bªkht
ol Mirza '
u
A omnipresença da lenda é o lugar centr al do r umor, alimenta º m o g
? p _ d, no
na déca da de 1790, o itinerante prín � Murshidaba e
e
pela errante pr�sença física de um e mbuçado. A componente tr ágica c
d a d e d e
1 r qu
de a mbas as h�stór ias e de a mbos os persona gens comove o obser­ 'A zfan·, fi. cou desconcertadO ao chegar a c
te za , u m i. rnposto
ua tr is - 101,
va�or es:ran_ geiro, tanto qua nto os portugues se com overam c_ m Leste da ,India' pois a,1 encontrou' para s o própr.io M'H·za Az fan.
es � ta- o
0 mfonuni o de Bulaqi ou Akbar com o drama de D. SebaSnao. proclamava ser nem m ai. s nem menos
que
n t o da h1 . s to, n. a do su1
cu · ne o,· 0
Nun� e noutro caso, a mesma
legitimidade para governar, a mesma Sera, que estes homens t.iveram conhe ? Ou, de outro mod o,
s.
. se, c ulos an t 111ªis gene, n
e c
adesa? popular, a mesma inquietação de quem usurpara o poder e 0 B ulaqi, passada quase dois u m t e m a
. omo
ep .isódio e ntrou na m emo, na popuIa r c assenta 00 mesmo c ue
orpus
exercia em sobressalto.
la qi », q
<? caso do sultão Bulaqi não foi certamente o último do género t anto ma.is que a pro, pn· a 1 enda de B u reis' ou a « caJ a11 dares
de
na India mogol. Encontramos outros exemplos, corno o do irmão d e crenças e lendas re1 ati. vas a dupI os soberanos.? ser
de Aurangzeb, Sha h Shuja', nos anos 1660-1670 que já citámos. poden·am revelar-se e1 es pr·ópn. os c páginas anter-wres
o m0 .
. Pº dem s
l ai
' s nas 11stória m
· , · do secu
No m1c10 , lo xv111, os casos de pessoas que pretendi" am ser Os episódios que disc uu. mo m o parte de urna
entendidos' como já sugern ·n os' co
pnnc, i·pes mogoi , ·s contin· uar am a pr oliferar, talvez por exi·stJI· -, de g
facto, e _nesta altura , um grande número de pr íncipes de sang e e n ur n b ra l Visions: Makm
m, P
real. Assim, depara mos em 1717 com o caso de um ho mem, cuJ º
� . ) Y
Sub raI1mali,.ny2a0 OI) 128- l29. han, 1ázktrat-
Sobre esre caso, vep-sc. Sad1Ú va D e wa r K
Polities i n Earl� Modem Sou th ln, ' ia,, (NoMl;hammad f-Iad' ' K2a2m8 e 254.
ioJ

em 0
8 ), . a Lucknow», in
104 ,
Estes •mc1den

ts encon era' m-r seAI m (Bom6a·in'1 .19 5 fav1de i , ene. 1996
101 Excerro de
· -ra, d os, pad res R. Acquav1·va, A Monserrare e H Henriques -us-Salâtin Chagb_tâ, ed. M uzaf f� . � Nababi: r_:ulnfmaonc; Coslov V,
._ , uma ca
de Damão, Farpur Sikri, Março-Abril 1580:. pub. in Docume·nt a 1nd1'ca'
. ,ora, « U1i So f' na l ib n s -� in Abu'I F ·atz;·1 Su3ita�
.
ao capn;�o e·1org10 . ia, eds. ·x, E . be K g: . . 13-5 5.
io5
.
Dantela Bredi e Gianroberro ScaMc,an w h o would noi,t 32 ' n º 4 (1999). e5d J{amza
]>
ed. 3. W1ck1, vol. XII (Roma, 1972), doe. 3 , 23.
Ver
. , sobr·e este
, · -,1ssunto,
· . Ant 6 1110 · Macl 1ado Pires, D. 5e·as
to,
·- e · O E·ncoDeb esr t,_ 337-38O; e também l{or.'.,."The ia» in [rama· n Studiheandrasek. 11aran e SyMuham' mad
· b ttao
102

reed., Lisboa, 1982, especialmeme 59-64· Jacqueline· Hermann do Muhammad Mirza Safav1 n,,11., ;d, l/ari, eds . C duçiío em urclu,
' No Rein o A . ra
Jªdo.· A C'onst:·uçao- eto .Jee:ast1am
b · smo · em 'Portuga.l, Séculos X\/! e f\/1 I (S-ª� f'a.' uriloe
, 106
Mirza 'Ali Bakht, Waqiat�i. 102-1 03; e, pT.ar.a, \�J37)
1998), e O classico de Miguel Dantas, Les ux Don Sébastien. Etude sur I /?JSIO H uss'.iin Omari (M�d_rast:� 1,9� ���A z[ar i (Madrasr a .
de Portugal (Paris, 1866). fà Husa,n Mahvi Sidd1q1, Waq.i ª1
335
334
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Séculos XVI e XVII

vasta de «duplos reais». na época moderna, ou - como um auc�


r

recente propôs - como parte de um outro pr oblema: a re la


ça o

que se pode estabelecer entre «identidade» e «credulidade» ss n e a


s
que cem sido designada como «a idade do ouro para impoScore
e
era
pretendentes». 107 Nest es casos' e como pudemos ver, a creduridªde
s
temperada por alguma sensatez, que levava a que se testassem . e sa s
pretensões, apesar de os critérios de aferição da verdade va narern
. .
de um cont exto para outro. Se o método do vi ce-rei português. er
a

si· mp1 es, envo1 vendo o envio de testemunhos de vi· sta, os sa fávidas
. . ee
d
recorna_ · m a me_·ios mai· s sofis_u· cados, que rei�1eti�m
º
· p�ra a civihda Bibliografia
de
a mesma da eti queta apropnada a um prínci pe, mclumdo a no�ão
or­ ovement s against the
«alto nascimento e grandeza [que eram] evidentes no se u co P o Adas, Mich ael. 1979 .on. M ille narian protest m
· .
rebe l!z .
. . tr Prophets of
tamemo».
. Com algum cmismo' o problema podºia encont r'ar ou or European colonial or der. CI1ªPel H ill.
.
. al -r,iext, Ti·anslatwn an
.gin
d
tipo de resolução: percebemos que para Filipe IV um bom im� · s
Aftabi. 1987. Târif-i. Husam h Dª kh n:
· Sh'h Ba,dsh '. M. S. Mace. P une.
Ori ª-
N ova Deli.·
t a

os lkarn1 e
o a

era t ão útil quanto um pretendente genuíno. No que respeita . , e · G · T· Ku


Critica! lntroductwn d bJ' lbrahim Ad'l1 S' h li ''ª ·
0 Ahmad, Nazir, ed. 1956. Kitab -i- Na ura s
.
safávidas, temo_s algumas dúvidas de que �stes acreditassem u . tes on
g the fam iT1ª�· N o n.º 2.
te, J
· i � ue Bharatiya Kala Kendra. 1 996 _ « Disc ver in 16
homem que afirmava ser o sultão Bulaghi o era realmen . Alam, Muzaffar, e Sanjay Subr ahmany a�- khlis» South Asia Research, v o/ W�nders:
o
. trar
prefenram não o manter na corte de Isfahan ( onde podena enco n e the Travel-Account of Ana nd Ram u . «F rom an O cea n .
. i. ta), mas sim em azw.m. A d"iferença entr anyam. 1996 · crave 1s, 1 625 1631 », lll Récits
o
. · Sub1'·ahm
d.ignatanos
, , . em vis AIam, Muzaffar, e Sanpy , n
mogois Q ad Ma 1mrn, d 6.111 A m1r , w,,w,\I'I Bal' kh -1 an
d h"1s In dia . n de' /'espa- ce. . e,d · Claudine
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. m
1 · P ondicherry.eners fr om 5m . 1 · 11g Sultan,,, 111
ter

-estadual deste período. Bulaghi, que passou os anos 1630,


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ndido Alam, Muzaffar, e Sanjay Subrahman os yamL o-Orientais à Memo� n.a J1e
1650 numa confortável residência safávida, pode não ter asce de ,aproba na·
us .
. ·. e Fª. 1'-·, Th omaz. L1sboa. . uans1·u· on-. Views on
Estud
an
ao trono mogo1 ; mas se f01,. efect1. vamente, um .impostor, ceve gr a
A quém e Além da --r
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enei
, am. 2002 · «W1. , sente d
Alam, Muzaffar, e Sanjay Subrahn�any , 1-11 T he Making O;.f Hi'stO,y
p•-e
sucesso. Esse sucesso não se deve apenas à credulidade 0� à a. us , 0
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º
,. ,. ade ,
de espmto empmco, mas sob retudo ao facto de a amb1 gu1d .' ,k a1_ ,te ett. al Scnato
durante
to hfan Habib. cd. K. N. Paml a tori. ven
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- da 111
W,c k'1, Josc. 1961. ,,Duas relações sobre a s1tuaçao o '

1568 e 1569», Studici, n.º 8: 133-220. , . 7,, Studia,


Wicki,José. 1989. ,,Matias de Albuquerque, l(i." vice-rei da lnclia 159l-l59 '
n.º 48: 77-100. . . e
spain. Tes
Williams, Patrick Lincoln. 1973. The Court tmd Councils o/. Phrlip li l 0.r 1


de doutoramento, U 11iversidade de Londres. 359

358
Índice remissivo
0 2, 204-2
05, 217, 236-
A 174, 1 85 , 2
7, 280.
Abranches D . Alvaro de, 95 -98. -237, 269, 27
Abb as I Sh ah do Irão (15 87-1629), African os, 31. 9, 243, 283.
6, 5
209 2
, 3 3 A gostinh os, 5 102-103, 135-136,
77,
Abbas II Sh do o (1642-1666), A gra, 56, 61, 8 4, 2 61- 2 62 , 265 ,
llO-J}2 ,
h lrii 17 8, 1 82 , 1 1, 31 3-315, 320,
-31
Abdullah Niyaz1 , xeque' 135-136· 304-306, 310
Abiss1'nio . 324- 325.
s r também Habashis, raj, 122.
24, 1 ' ve Ahm ad al-A' , 80, 88-91, 93, 99,
77
Ahmadnagar, 6-250, 252,
55
A bu T a h:Ir ibn . H asa n Mu sa al- 1 9 1, 243, 24
·
Tarsus1, 1 31 1 40, 164, 66- 267, 3
06-307,
0 -2 62 , 2
254, 26
Dârâb N' ama, 131 . , 3 1 7, 319. a mmad,
Abu , I Fazl 'Ali ami,. 39 ' 193' 214n, 315
la l- al -D in Muh -1605),
2 43 ? Akba r, J a 56
48- 25011, 25611, 261-262n' ogol (c. 15
269� - imperador m , 88-89, 103, 105,
77
A, ,.in . 40, 44, 54, 120, 136-141, 160,
-i-Akbari, 188. 18,
Akbar Nâma, 39, 46, 65 , 88, 137 , 108-109, 1 193, 201, 210-213,
1 82, 249,
193 , 2l 5' 22 ' 226, 243 , 248, 261. 177-180, 42 - 24311, 247- 8-
2 2 8,
215, 22
2- 266, 26
2
Acehn escs, 15 i.
7 n , 2 6 0 - 262, 265 - 12 - 31 3,
4, 3
Achém , 12' 125, 15 4, 155, 161, 165, 1 - 3 0 2 , 30
25
- 2 7 0 , 30 25, 334-336.
167-171 208, 216, 227, 255, 274, 3
2 92. ' 317n , 321, di, 159.
Lo
Adem' 16411 166, 170, 216, 224. 'Alam Khan ar, 337.
z aff
o·'
Aduane ieg o de, 285, 292. Alam, Mu , 24-25,
y id
Afegão/' 3, 135 , 140, 155, 161-162, A laol, Say , 24.
Padrnâvati ardeal), 86, 237n.
306, 32� , 325. D. (c 8, 84-
, .a1t . at1. e· Alberto, A f on s o de, 72, 7 45.
Aff ' iovanni Fra. ncesco' 97. qu e ,
Albuquer 16, 147, 189, 233,
2
Africa, 24' 30-31, 36, 45, 67, 121 , 9 8, 1
12 -85,
6' I 30, 1 45, 147-149, 15 7, 170,
3 61
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Séculos XVI e XVII Índice remiss ivo

Alb u q uerq ue,B rás (Afonso) de,78. 140,147,156-157,160,168,174, Baluquistão,133. O Livro das Plantas de todas as
Alb u q uerq ue,Matias de,84-87, 91, 182 , 186-189, 193-194, 196-198, Bamânidas,248. fortalezas, cida�es e pov�ações
93-94, 97-98, 218, 228, 238-240, 2 0 9, 211, 230, 233, 235, 237n­ Bandarra,Gonçalo Anes,148-149. do Estado da [ndia Orie
ntal,
243,251. -240 , 245, 2 56, 2 71-278, 284, Trovas, 149. 57,279.
Alemanha,31,277. 311. Baqi,Muhammad,54. B oxer,Charles,36,234.
'Ali 'Adi! Shah,sultã o de Bijapur (c. Ásia Port ug uesa,39,47,62,73,35, ,236.
Barbosa,Duarte,38,159,278. B ragança,duque de,145
1557-1579), 47, 78-79, 83, 88, 155-156, 158, 231, 234,237-239• Barkan,Õmer Lüfti,43. B râJ11anes,23.
210,216,252,256n. 276,278-279,281,287-288,293· Barreto,António Moniz,256. B râmanes saraswat,26.
'Ali Barid Shah II de Bidar (r. 1589- Assam,23. Barreto,Francisco,52 ,153,175. 31, 67, 2 0 3,
-1610),89.
. B rasi l, 11, 1 6, 26,
Astarabadi, M u hammad Qasim Bar ros,João de,1O,40, 49,68, 70- 2 29·
'Ali bin Yusu f 'Adi! Khan,sultão de 120,158,203,
Hindushah,247.
1
-75, 77, 99, 100, 103, 108, 110, B raudel,Fernand ,21,
B ijapur,76. Ataíde,D. L u ís d e (1517-1581),8 ' 191,217,279. 205,209,230.
Almeida,D. Francisco de, 70, 189, 85' 204' -? 17-218,233,256. 28 l.
.
Da Ásia (Décadas IV-XII), 74, B ravo'. Frei Sebastián,
233. A u bm, Jean, 36, 67, 158 , -?0 6, 240,278. B ritârncos,19,18 7, 1 96-1 97.
Almeida,D. Luís de,161. Barus,23,25. laq tlll, 8, 10,
234. B ulaqi, Sultã o ou B
u

301,3 311,313-
u
6
Alqas Mirza,124,207. A urangzeb (r. 1658-1707),59,10 ' Bass o rá, 125 , 1 50, 167-168, 170 - 14, 103,295,
05-
3 1
Alves,Jorge dos Santos,292. 108,195,309,312-313,317, • 2 -171,206-208 11 . -325,330,332.
Anatólia,122. Bayana,135-136. 6,306,321 .
334. B urhanpur,134,18
Ana u k-h pet-lun, g o vernante de Austrália,62 ,272. Bayanwi,'Ala'ibn Hasan,135.
Burrna (r. 1606-1628),279. Ay u thia,277,286. Bay ly,Chr istopher A.,24,31.
Andijani, Qilij M uhammad Khan, Azeved o,D. Jerónim o de,279· Beaulieu,Aug ustin de,271 272 274 e
- , .
141,211,222. B edil,Mirza,29. Cabo
' Comorill'l,47,279.
,146,150.
Andrade,Simão de,50. Beg ,Asaf Khan Ja'far,140
. Cabral Ped r o Alvares 01,
' 215,224,3
António, D. (P rior do Crato) ver B Bendahara,Datu,38,45
. Cab u 1 ,'26,210' 212,
também P ri or do Craro ,86,203. Babayan, Kathryn,129. Bengala,19, 22, 56- 6 63, 7
0, 0 , 90 , 307,320,328-329.
77' 96.
Appa Rao,G urujada,32. Bab ur,Zahir al-Din M uhallllllad ' 103,135,138,173,182-183,192, Caldeira' Lourenç o,
' 150 171 ' 173'
Apram Langara, rei d o Cambodja, 1 89,245,300 -301.
2IS, 247,
2 74, 278- 2 79, 288n , Calecute,79,84,146, '
ver também Paramaraja IV, 283- Baçaim,41,80 ,90-91,153-154,200' 296,315,317. 189,206,241,255.
159,161,
-287. 219, 225, 250. Bengalis,24,58-59. Cambata . ,80,81,155' 158-
Árabes,22-24. Badakhshan,77,133,243,3o7. 6 Benua Keling,21. 171,175 ,200,223,242.
Arábia,22 ,26,40,49,63,142,190. Baday uni, 'Abd al-Qad ir,49,65;6 ' . 287,292.
Berar,89,163,260 262.
, Camboia,22,-?7,281-
223,- 26' wen,1 08.
Arcor, 335. 133-140, 160 , 212 -213,
Ber nier,François,100,10
4-105,107, Cambr idge,Richard O
Ardistani,Mustafa Khán,216,256. 249,267,269. . ! 09,188-189,195,313. Calllila,Dona,84.
Argh un, Mir Farrukh,54. Muntakhab aw ârzk h, 6S' 193, �hakkar,_54, 56. Cananor,47,80.
C ana1.'a,245-247,278. , Albert o,
al-T
Arghun,s ultã o M uhammad,56. Bagdad,122,308. hakkan,Shaikh Fari 141-142
te d, .
Aristóteles,131-132. - do Guzera
Ba 11acj u r S I1ah , su 1 tao Zakhirat al-Khawânin, 141. C ardeal D. Alberto,
ve1
" 7 5 B�atkal,49,1 �
Arracão, 274,2 97. (r. 1 s26-IS37), 2 6, 41, 7o, 52' 171 -172, 245. D. (cardeal). .
81Japur,12,47,76-77, ,ve1' Henn· que,
Asaf Khan, Mir Ab u'! Hasan, 305- 80, 159, 162-163, 190-191, '
2
80-83,88-89, Car deal D. Hennq ue
-30 7, 30 9-31O, 314, 318n, 323- 299-30 l, 322. 96,154,164,191,210,216,245- O. (cardeal).
-326. Bahl ul Lodi, 77,300-301. -249,252,255-258, 260 ,268,307, Carlos IX, 12 l.
4.
Ásia, 7, 12 -14,16-19,22,24, 26,30, Bairam Khan,137, 210. 3
. 16-317, 319,333. C a1·I os. V.,120,123_ -12
,284,.
33-37, 39-40, 43-44, 46, 49, 51, Baldaeus,Philippus,1O1. : n 1 nia,19, 6 40,87,274. Carneiro,Pantah.ao
�� .'
oca1ro, Anto!1 10, Alcaçova,175.
1

62, 6611-69, 71-72,77-79,81,85, Ballaha-Ra'i, governan te do H' · 111 d ' 1 40, 57, 99, 192, Carne1. 1.0, J)e'ro de
99-101, 107, 113-114, 130, 138, 2 3.
279. Carré,Abbé,1OS.

362 363
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Séculos XVI e XVII Índice remissivo

Cartagineses, 147. Com panh ia Ingl esa das Ín


di as Dabhol, 153 -155 , 171, 176, 2 06, Drake, Francis, 86.
5, 37.
Casa da Índia, 71, 166,174. Orientais, 30, 38, 107, 110, 18
2, 255-256. Dumont, Louis, 3
«Casados», 72,90-91,220-221, 27 3, 187, 270. Dalgado, Sebastião Rodolfo, 67.
3-
287-289. Concão, 85, 153 , 2 43 , 246, 25 Glossário Luso-Asiático, 67.
Casta, 46,101. -254. Damão, 80, 89, 154, 156, 161, 174- 163,
E . to, 36, 49' 122' 145-146,
Castanheda,Fernão Lopes de,40,6 8- Constantinopla, 143-144, 208. -175,200,212,215,220,222-225, E g1p 15.
-73 , 75, 77, 81-83, 99-100, 103, Conversão, 63 , 82, 148, 18l, 2 '
43 228, 24511, 250, 270, 278, 334n. 174, 206,21 2, 2
36.
108, 110, 151-152. 285, 292, 313, 320, 331.
Dario, 131. Elison, George,
72- D ' Anagnan, 98. M ., 2 ·
Castelhanos, 144, 2 01, 282 , 286- Correia, Gaspar, 40, 49, 68, 7o, Elliot, H.
6

Darwish Khusrau,129-130. Erasmo,_12! . 53,


-287. -73, 75-77, 83, 107, 192. 1 59-61,63,82,2
Castelo Branco, D. Martinho de ' Lendas da Índia, 72.
Das Gupta, Ashin,16, 30, 176-177, E scravos,2 ,3 '
186. 277. 236,
145. Costa da Pescaria, 38, 289. 0 202,205,213,
Castillo, Luis Ortiz dei, 286. Costa do Coromandel, 275,
278- Decão, 7, 14, 22, 26, 28, 39-40, 47, Espanha,66,10 '
6 5, 71, 76-77, 88, 97n-99 , 12 0, 282,2:2- 3, 203,
Castro, D. Álvaro,154-155. -279, 282 , 289. 4, 67 11 8 19
9 1 30n, 13211-13 4, 1 36-13 7, 140, Espanhóis, 2 284 2 87
92-
Castro, D. João de, 190, 233. Costa do Malabar, 49, 84, 23 · 708' 273, 231 , 14' 4. '
2
153 -155,183, 193, 210, 228, 233,
Catrou, François (1659-173 7), 100, Costa, Cristóvão da, l 00. . de
- a, AI �n so. /4,24 57 59,61,
106-110, 195. 242-249,251,255-256n,260-261, Esp1I1
Coulão, 47. I d1a , ' '
, 72' 263,265-266,268n,277,304-307, Estado da 7' 89 97,116,
Cout inho, Manuel de Sousa 8
n
Ceilão, 87, 98, 273, 278-279, 282, 77 , 8 , 8 4
311,314-315, 317,3 19,321, 323, 68,75, � � 169 \ 73,176,
2 89. 16 ' '
86, 89.
1 5 43- 325, 329, 33 5. 125,156,1 6 ' 204 706
210-
Çelebi, Evliya, 44, 46. Cou to Diog o do (15 42 / 7 , Delgado, Frei Alonso, 281. 1 86,1 89, 19 , ' 5 -22 8-230,
74
2 2

-1616), 40, 52-56, 68-69, - � 17-2º2º3,22


Çelebi, Katib,114n.
2-1 Deli, 26 , 28-29, 76, 133, 1 37, 161, -21 3 ' 215 ' 2 47 253 ' 255, 266,
Cerco de Chaliyam, 84. 80, 83-84, 88, 99-100, 10 �7' 1 63 , 198n, 2 72, 300, 302, 309, 241-242, 246- 87, 295, 311-312,
2
4,
Certeau, Michel de, 35, 37. 108,111,123,155,161,16 ; 3' 311, 314-315, 317. 273, 275-279 -
, 7
222--� ' 3-
Chaldiran, batalha de, 127, 206. 192-193 , 198, 217-218, 3 Devendra, 29. 317-321, 3� 284 288
.
, 24 o, 2 ' t
Chaliyam,173, 255. 22 5- 22 6, 22 8, 23 7n
7 9 Dianga, 274. E screi:o de BII1 ��!'. 1 20'. 272.
7
Champa, 21, 23, 27, 285, 292 . 245n-2 46, 250, 2 52n , 27 - Eurásia, 65,6� 30 35-36, 59, 66-
2
D!nastia Ch'ing, 35-36, 198. 0
Chand Bibi, 91, 252, 254, 256, 260, 298-301, 310. , . Dinastia Lodi, 133. Europa, 18n, 1' 08 ' 115 121, 147,
, 70· 0 7- ' 1' 184 186,
26 6. Década Sétima da ASia, 49 Dinastia Ming, 35-36, 50, 67, 273. -67, 81 , 1
1 4 18
, 6
157-158 \ : ;03_205: 208: 213,
Chand Sultan,ver Chand Bibi. Tratado dos Gama, 75. 77, Din astia Tokugawa , 25 , 3 5- 3 6 , 6
Chaul,79-80,82,88-98,165n,175n, Coutre, Jacques de, 258- '
259 2 190,194, ' 77 282,292-293,
275. , 4 ,2
2 00,2 17-2 18, 220,225,2 43, 2 49- 228, 240
293 . Dinastia Toungoo (Birmân ia), 274.
2 2

295.
-251,253 -255,276, 289,318-3 19, Cristãos sírios, 291, 293. Di na stia usbeque Shaiba n i, 1 3 8 ,
321, 330. C ron' Ferdinand, 276-277· 185, 307.
3 159'
Clã Quraishi, 122. ·
Cultura indo -persa,26,41 ,13 ' Dirks, Nicholas B., 45.
Cochim, 80, 86, 97, 156, 166, 172- 192-193, 197. Disney, Anthony, 234, 280. F 90 92.
Fahim Khan, a1'. z, 1 30, 134, 248-
-174, 189, 206, 2 11, 2 18, 2 45, Cul tu ra judaico-cristã, 15 1. ) 41 Diu, 41-42, 78, 82, 89, 98,153-154, . . , Abu'l f
538 ' ' , fa1z1
276, 279,282, 289-292. Cunha, Nuno da (1529- l 156,158-161,163,165,183, 189 -249.
322 4,
Coelho, Nicolau, 151-152. 69-70, 175n, 190, 233, · 191,200,207,211,218, 22 � 2
Fansur,23. 96, 250.
2

Companhia do Levante, 205. Cunha, Tristão da, 233. 226, 2 49, 251, 270, 278. an,92-93,
Farhad I<:h 59 335.
Companh ia Francesa das Índias a_r, ,
Doge de Veneza, 123. Farrukhs1y n. ,'77 138, 21 3, 216
Orientais, 30, 106. Dominicanos,1O,271- 272,281-282' Fatehpur S1 k '
Companhia Holandesa das Índias D 285-288, 293. 226.
Orientais, 30, 100-1O 1, 104-105, D. Quixote, 98. Dowson,John, 62.
186, 270. Oabgar Masjid, 53 . 365

3 64
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Séculos XVI e XVII Índice remissivo

Fatih Mehmed, 124, 207. 81, 103, 109,


Gama, D. Francisco da (conde da Guadalajara, 281. Humayun, 42, 70, 73,
Figueroa, D. Garcia de Silva y, 287. ,206 ,210,2 15,
Vidigueira) (1565-1632), 1O, 74, Guerreiro, Fernão, 99, 179n, 255n. 135,137-138,185
Filipe II, D. (rei de Espanha e I de 8 6,98-99,18 3,192, 228,234,236- Gui cciardini , Francesco (14 8 3- 3 01 3 02,
330.
Portugal), 74, 86, 98, 120, 203- -238, 240, 253, 276, 287. -1540), 67, 70n. Husai� Za rga r, Qazi, 134.
-204, 209, 216 -219, 2 26-22 7n, Gama, D. João da, 85, 218, 238. Guzarate ou Guzerate, 7,12,14,19, Hushang, 306-
2 37- 2 3 8 , 2 57, 2 63n , 278
-2 79, Gama, Estêvão da, 165, 235. 26,4-42,44,70, 73,75,80-81,125,
282, 284.
Gama, Vasco da, 74-75, 85, 146, 133, 136, 138, 153-164, 169, 175,
Filipe III, D. (rei de Espanha e 150 -151, 182, 18 9,218, 234-236, 183-184, 189-192, 199-201, 206- 1
Muhammad, 12 9.
II de Por tug al), 97-99, 1 8 3n­ 2 45. -207, 210-212, 222-226, 241-244, Ibn Hana fº1yya,
151.
-184n, 209, 229, 243, 254, 265n, Ganges, 14, 29, 57, 113, 120, 142, 247, 249, 251, 275, 298, 322. Jbn Khaldun,
uh amma d Rab i' ib n
267n, 2 69n, 282, 312.
152, 244. Guzmán, Francisco Tello de, 282, Jb ra l.1 1111 , M 44.
Fili pe IV, D. (rei de Esp anh a
e Ganjawi, Nizami, 131. 286. Muhammad,
III de Portugal), 229, 319, 322,
Sikandar Nâma, 131. Iémen, 22, 11 \ , 61n, 326-32 7,
336. Imam Quli . K an
Garcia, Valentim, 276.
Filipinas, 273, 281-282, 286, 292. 3 29. também
Gentios, 28, 57, 106, 178-181. H
O tomano, ver , 117,
Fiore, Joaquim de, 119. Habashis, ver também Abissínios, I m p en
, . o
Gernet,Jacques, 35. 6, 30, 36, 49
Finlay, Robert, 123. 90, 117. Otomanos, 1 8 132 277.
Ghazna, 26. 12 )
Firangis, 54-56, 58, 60-61, 213-215 Habib, Irfan, 30. 120-123, 126, )
Gilani, Bahadur Khan, 93, 250. , 4 .
lcik, H alil 37,
-4, 227. Hab sbu rgos, 1 2 , 24-25, 85- 8 6, In , a ' 7, 11 ' 13, 14-22) 24-35,
' 3
Ginzburg, Cario, 11, 120-121.
2?
Firishta, Muhammad Qasim,65, 124n, 149, 166, 200-202, 20 4, lnd1 a, 7
, 3
76, Giovio Paolo (1483/86-1552), 67· 41 , 4 4 - 45 , 53 ' 65' 69-71 97,'
92-93, 110. 82 206, 208-209, 217-218 , 236-237, 39- 7, 93 '
Goa, 42, 52-53,55, 59,76-77,79- ' 75 - 77 , 79, 83 - 85 , 8 118 -121,
Flandres, 25, 170, 298 . l, 125, 272, 275-277. 109 1 l 3,
8 5- 8 7, 96-97, 99-1 00, 1 l
Fleischer, Cornell, 49-50, '12 0, 12 75n, Hanafi, Escola, 135. 100,102,10\ 138 143 , 147,
2- 153, 156, 167, 171n, 173, 1 1 3 0, 1 32 -1 ) 159 161, 164,
3 )
-123, 127, 207. ­ Ha omarxac, ver 'U mar Shaikh,
178 , 183-186, 18 9,204,208, 21� 1 51 , 1 5 4 - 1 5 7 ) 6 177 180,182,
Flemming, Barbara, 122. , - 76, 300. 4,
-213,219,221,223,225-228 23
167-172 , 1 7 ;;3 :198: 200,210,
Fletcher, Joseph, 16, 27. Hasan, Sayyid Nurul, 30.
-235, 238 , 241-242,245-247,25�' 1 8 ,
184,18 - � 234 236-239,2 41,
6
fonseca, Frei Luís da, 283. 67, ;: ' Havan, Daniel, 100.
255-258, 263-264, 266-2 0-23 ) 2 ,
França, 2 1-22, 106, 12 1, 195, 202- 9,- 9 1 - Henrique, D. (cardeal), 174n, 201.
219, 23
4 7 n, 53 259 268
276,278,280n,28 2,28 7-28 2 44-2 45
, 2 96 299-301 ,
-203. Herati, Sadiq Muhammad Khan, 0,2823 2 -3
-292, 311-313, 315, 317-�2�,��9: 7 3, 77- 28
6 2 9, 3 3
4-
3
Franciscanos, 119, 143, 145, 28 7, 261. 2 2
1 , 2
Godinho, Vitorino Magalhaes, 3 08 , 3
10 , 3 3

28 9. Heródot0, 33. 5.
144, 158 . -3
Herskovits, Melvill e, 27.
3
Francklin, William, 100. d on ésia,
275. 289.
· · ça• o, 148, 156' 276n,
francos, 7, 14, 50, 177, 184, 191,
198.
Gog, 132, 144, 18 5.
Góis, Damião de'. ;º: 66. . . Ma­
o Rez D
Hideyoshi Toyowmi, 3 4, 275. In
qu1 s1
Bija z, 9 0 , 116, 13 3, 215- 216n , Jn nianos, 138, 140.
Ira 36, 80n, 8
9,
2 9- 3 1 '
Cr6mca do Fel zczss zm
22 4, 227. 7 ,
Fraser, James, 100.
nuel, 66. Ira·' o ' 2 5- 2
1 2 0 - 12 1
, 12 7- , 1 2 9
, 757' Hinduísmo, 25, 156. 1 7 ' 4,
Fujian, 21, 273.
Golconda, 155, 216, 228, 252 - Hi ndus, 6 0 , 13 8 , 142 - 143 , 2 1 4 '
11111 ,
4
l
1 3 511, 1
40 ' 151, 16
Fuller, Chris, 25. 1 31 ' 1 - ?09-2 , 10
?0ln) 206 ' - 2 98 ,
3
2 60, 307, 317, 319. 326. 7 , -
177, 1 9 7,
Goldst0ne, Jack A., 150-15'- 57_ Hindustão, 16, 23, 3 1, 42, 76, 134 ' 38, \ 3
65 277, 28 1
4,1 2 3 0, 2 27 3 9 - .
Golfo Pérsico,28,44,125,15 83
33
136, 245, 325, 328, 3 30. 23, 32 :__ )
2
' 3 08, 3 , 5 4, 5 6.
G -158 11, 164-165, 168, 173, l an , M n za , 52
Hisari, 41-42. 'Isa .-r<iarkh '
Gaio, D. João Ribeiro, 288. 124.
Gallinato,Juan Xuúez, 283-285.
207, 242,, 25�, 264,�- ..
67 Homero, 78 . 'I sa
· , M aulana, 45.
7
Gómara, l-ranc1sco Lopez d e ' _ Houtman, Frederick de, 271-
2
Isa acman,
Allen,
ºº·
2
Galvão, Duarte, 116- 118 , 145, 147- Gritti, Alvisc, 123-124. ,
Hughli, 56-58, 60-61 , 6 3 2
-148, 156, 234. Gruzinski, Serge, 13, 25, 27· 367
366
Índice remissivo
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Séculos XVI e XVII

n-85,
Isfahan, 26 , 322, 32 5, 32 7, 331- J 011gh, Geleynssen de, 104, 192. Pâdshâh Nâma, 4 0, 58. Malaca, 7, 14, 38, 78, 81, 84
, 21 , 0, 55, 2 7, 271,
-332, 336. Jorge, Guilherme, 289. 9711_98 6
Lal Bujhakkar, 29.
2
-
22
3,
8

273-274, 7 - 78, -
Islão, 49, 59-60, 70, 118, 121-122, Judeus, 144, 148.
28 287
Laos, 274, 283, 285.
2 6 2 282

-290, 29 2- 93.
132-133,1 36, 142, 150-151, 160, Juízo Final, 122, 136. Lemos, conde de, 282, 292. 0, 154 .
2

174, 182, 213-2 14, 225, 275. Junaid, 127. M la10s


a . , 24-25, 38-39n, 4
Lemos' Frei Bernardo de, 289,292.
Isma'il, Munshi, 197. Maldivas, 292.
Lemos, Jorge de, 81, 98. 16 3, 165, 174 ,
Târfkh-i jadfd, 197. Lieberman, Victor, 39n. Mamelu cos, 1 57,
Ismai'il I, Shah, 125, 126, 127, 128, K Linhares, conde de, ver tam bém 206.
D. Miguel de Noronha, 57, 61, Man� r, 28
130, 134, 139. Kagan, Richard, 120. \ 71 , 273, 276, 281-
Ismai'il II, Shah (1576-1577), 128, Kamaran (Gombroo11), 116, 220, 235,238-239,31 3-317, 31 9,321-
Mamla, 7, 4' 2
292.
129, 209, 210, 298. -282' 284-289, de Por tu gal)
Italianos, 66, 10 6, 12 6, 128, 166-
238 .
Kamarup (Assam), 23.
-322, 327, 332-334.
Lisboa, 64, 71, 84, 85-86, 97, 126, Ma 1 I D (rei
(c�t495�1521), 36
, 66,�!s 1 16,

-1 67, 195, 246, 309, 319. Kashmir, 325. 144-146,157,169,172,186, 197 , 14 , 1


145-146, 1�7 - ,� ( :;38-171 7) ,
Kerala, 38, 47, 75, 157, 171, 173, 201 -2 02,2 06 ,217,2 35,238,241, · 1cc o o
, M anu zz 1, N 92-196,
310.
182, 241, 291. 24 4, 2 55, 2 8 2, 28 4, 311 -313 1
1 00, 105-111 220,
J Khafi Khan, 59-60, 63, 198. 316, 321. 8 -49' 82' 4,
Mapilas, 4 5, 4
8

Jaffna (ou Jaffnapatam), 87, 289. Literatura indo-persa, 192. , 293.


245, 267 6, 145,
Muntakhab al-Lubâb Muham­
Jahangir (1605-1628), 27, 44-45n, Lívio, Tito, 78. , 49 96 11
103, 105, 178 -1 79n, 18 1 ,1 85,
mad Shâhf, 59.
Mar Ver lho , \5 7 � 1 59, 1 65,
me
Khan Jahan Lodi, 306 -307, 31 4, Livro das Cidades e Fortalezas que
1 47 , 154 - 155 211 --712, 222,
2 00, 262 , 268 , 302, 30 4 -307, 317-318, 32 1. 06 ,
a Coroa de Por tugal t em nas
168-1 7 511, 2 4, 2 6.
309 -310, 312-314, 317-318, 32 0, Khatris, 26. partes da Índia (1582), 278-279· 225-22 , 51 , 25
1 s 283,
Lodi, Bahlul, 77, 300 -301n. Pére z e la'
2
323, 325.
6
Khizr, Khwaja, 1 32, 143. a rin as , L ui s
Jamal Khan, 88, 140, 248. M
Khmer, reino, 23, 281. Lodis, 65, 133. 286.
Jarric, Pierre du, 99. Lombard, Denys, 21, 271 -272. , 150.
Khorasanes, 24 . . 71 Mar rocos, 122
Jaunpuri, Sayyid M uham mad Khurasan, 214. Martab ão, 27 · Coim b ra, 84.
Le Carrefour Java na is , -
(1443-1505),133-136 ,141 ,21 ln, Lopes, David, 33, 47 - , , 68· o: io
Khurram, ver Shahjahan. Martins, Ant ; . Francisco, 79,88,
48 62

24 7n. Khusrau, p ríncipe, 178 -17 9, 181, Luso-asiáticos, 274. Mascarenhas, 7n.
Java, 21-22, 275. 26 9, 302-304, 309, 315, 323-325, Lutfullah, Khwaja, 82. 21 7, 21 9
, 25
2 07, 220,
Javaneses, 24, 241. , 86, 12 5'
328, 332 -333. Mascate , 3 6
Jerusalém, 30, 145. Kunjali Marikkars, 29 0. 228, 237.
62.
Jesuítas, 10, 34, 4 0, 67, 77, 106 - M Masulipatão, 7 , 94-95' 116-117,
0 9
-107 , 15 6 , 17 7-18 3, 18 7-188 , Macau, 27 3, 278.
2. Meca, 43, 9' --148,154-155,161 ,
2 01, 213, 2 25-2 2 6 , 2 2 8 , 2 42 , Madagáscar, 21, 35, 13' 4 13' 9 1 .
2_16, 33?
28 47
L
311-313, 320, 334. Lacerda, Duarte Pereira de, 225. Madurai, 282, 29 0. 171 7 4, a de,-i21' 203.
n , 1
Jiddah, 161 , 168 -16 9, 171, 1 91, Lacerda, Miguel de, 84, 86. Maffei Giovanni Pietro, 99· Médicis, ea
ta 1·111
2 2 1 8
216 , 223-224. Laet, Johannes de, 100-102, l 04, Magalhães, Fernão de, 15 o, 8 ·
M edina, � 16, � 1 11 7 , 120, 123,
Magog, 65,_ 8 1, 132, 1 �4, 18� ­ eo, '
Jihâd, 45, 47. 108, 192, 308. do uze Mediter ran 1 , 158' 203, 2
29-
Mahmud Bigarha, sultao 1 4 , 15
João I, D. (rei de Portugal), 144. De Imperio Magni Mogolis, 100, 13 0, 8

João II, D. (rei de Portugal), 66, rate, 133, 247. -230. 1 274.
19 2. 14 27'
145. Lafetão, Cosmo de, 96-9 7.
Mahmud Khan, 54. M iapor, 7,_ 89-90, 9 3-95, 98-99,
ei
Mahmud, sultão, 52, 56. ei,
João III, D. (rei de Portugal), 4 1, Lahore, 23-24, 178, 18 2, 265, 269, Melique, r 263, 266.
254, 259
Makhdum-al-Mulk, 136. 25 0- 2 52 , 25,288.
9 7, 148, 153, 1 65n, 16 6, 174 - 302-307, 311, 32 3-325, 328, 333.
M alabar, 4 5, 47- 4 9, 84 -85,
1 7 2,
, M a rt i m Afons.'o de' 2
-17511, 206 , 217, 236 , 245, 32211. Lahori Bandar, 54-56, 265. Melo
239, 24 3, 278.
Jo11es, William, 12, 16. Lahori, 'Abd al-Hamid, 40, 58 . 369
368
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Séculos XVI e XVII Índice remissivo

Membré, Michele, 117. Morro de Chaul, 8 8, 93-96 , 98, Nizam Shah, M u rtaza, 8 8, 90 , Panni Dawúd Khan, 244.
283,
Mendonça, André Furtado de, 87, 250-251, 319. 247-248. Para �araja IV (c.1576-1594),
234, 241, 267, 290. Moura, Cristóvão de, 204. 285.
Nizami, Shaikh Ganjawi, 131.
Mendoza, Juan de, 286. Moura, Jorge de, 96. Nobili, Roberto de, 290. Parsam de Akhtamar, 127.
.
Meneses, D. Diogo de, 84-86, 218. Moura, Luís de, 96. Nobunaga, Oda, 34. P as I1a, Ibrahim, 124·, 168.
Meneses, D. Frei A l eixo, 235 11 , Muçulmanos, 17, 28, 47-49,60, 63, Pasha, Lüfti, Tawân 1eh AI-1. Os -
Noronha, D. Julião de, 94.
-1

26 3 11 , 266, 276, 291. 92, 117-118, 120, 122, 134, 138, Noronha, D. Miguel de, ver collde mân, 122, 127.
.
Meneses, D. Pedro de, 218, 226, 159, 181, 331. de Linhares, 234, 314, 320, 322, Pasikhani, Mahmud, 138
256. Mueller, Max, 16. Patane, 277.
Meneses,Fernão Teles de,218-220, 334.
Muhammad Sa'id, Mirza, 142. No s tradamus (1503-15 66), 121, Pathans, 26.
223, 227-228, 238. Muhammad Salih, Mirza, 55. Parna, 26, 303.
201. 22?
Meneses, Rui Garcia de, 28 9. M uhammad Shah (c. 1719-1748), Nunes, Fernão, 33, 71. Pearson, M. N ._, 159
México, 182, 273, 281, 287, 292. \ oo�Í 05, 111,
59. Nunes, Leonardo, 78, 81,155,191. Pelsaert, Francisco,
Milenarismo, 7, 11, 14, 113, 115, Muham mad Zaman, Mirza, 8 1, 192, 198. .
118 -121 , 130, 132, 143, 14 8 , onstr antie , 101
175. Kromeº .k e n Rem
150-152, 247. Multan, 23, 327. o -102 104-105, 192.
la, 289-290.
Miller, Joseph, 45. Multanes, 24. Oceano Índico, 7,9,12, 14,17,31, Pen- a, Ped�o Dí. az de
16' 66, 119.
Miram Qilij, 141. Munshi, Iskandar Beg, 323-324. 36 , 43, 116, 145, 153, 155-157, Península Ibe,nca, 9'
Miran Shah, 109. Murad III, sul tão otoman o, 66 , 159,164-165,169,173,176,186, Península Malaia, 85.
Mirza Abu Talib Khan I sfahani, 205, 215. Pepy.s, Samuel,. 108:
189, 192, 206, 209, 230. mto, 65' 78-83,
196-197. Murad Khan, 78. Orme ' Robert ' 100 ' 107-108. Peren.a, Antómo P
Moçambique, 45, 85-86, 98, 276 , Mustafa 'Ali (1541-1600), 50. 88.
Ormuz, 28, 52, 60-61, 82, 85, 125' 1·
278. Muzawwar, 129, 298 . Pereira· , D· Manoel' 9 ·
153, 167, 171, 17411, 183, 205- . de Lima, 78.
Mogóis, 7, 12, 14, 24, 26-27, 57,
-206, 208 , 218, 220, 23811-239, Pereira, D· Paulo
75.
59, 61, 65, 67-68, 70-71, 73, 75- Perei·ra, Diogo' 1
-77, 80, 88-89, 91, 97, 99-10 0, 242-243, 264-265, 278 . 25 31 273, 287, 2
92_
N Orta, Garcia de, l 00. 5� 49), 31.
104, 110-1 11, 137-1 38 , 140- ��:�, L; v:n (17
8 18
Nagauri, Shaikh Mubar ak, 136 - Osório, Jerónimo, 99. ntó nIO d , 2 87.
-141, 160-162, 177, 179 11 , 18 1, P iedade,.F·rei. A
a
-137. Oromanos, ver Impeno , · Otomano, de (c. 146 . 0-1 52 2), 66.
183-186, 18 8-18 9, 191-195, 198, Narayana Rao, Velcheru, 30, 32711. 12, 24, 26, 43-44, 66, 119-
120, Pin. a, Rui 5 , 73 ' 274.
200-201, 211- 212, 214, 216n, Pmto , Fernao - Mendes' 1
Narmada, 22. 124-125 127-128, 133, 13 9, 143, , 59 278.
222-223, 225-228, 230-231, 233, Nasir-i Khusra u, 139. 1 -169, P ires, �ome, 1_ . ' 'is 44, 165.
150, 156-157, 163-166, p Re '
P iri Reis ou m
68
241-244, 247-252, 259-261, 264- Nayaka de Tanjavur, 220. , 202 ,
174-175 1 85, 1 8 9, 2oo
-268, 270, 277, 300, 305, 311, 231 , Políbio, 11O.
Nazarenos, 59, 291. 204,210: 212-215, 227, 230- n,
322- 323, 325, 32 8 -329 , 332- Negapatão, 278, 289. Pollock, Sheldo �\2 48 63, 66,
245n, 330. , 2 4 -
-336. Portug �\ - :2 8 5_87, 90, 100,
Oviedo, Gonzalo Fernández d e,
al 1
Nicote, Filipe de Brito e, 279.
Mol ucas, 274. 68, 78, 0 144- 145, 1 47 ,
Nizam al-Din Ahmad, 70. 67.
Mongóis , 117. 116 , 118 , 12 '
Tabagãt-i Akbari, 70. 16 0 ' 16 7, 1 72,
Monserrate, António de, 118, 120, 1 49 ' 151 -1 52 ' 229
139, 193, 201, 212, 215, 222 11 ,
Nizam Shah I, Burhan, 8 9, 136,
185, 200-2
06' 208, 216 -219, '
,2 68,
243, 252. 7,263' 2
236-241,245,25
66
p
225-227, 242. Nizam Shah II, Burhan, 88 -89, 90- Paes, Domingos, 33. 298.
Moraes, Rodrigo de, 82. 272, 275, 278 'i
-92, 99, 247-252. Pagliarini, Nico lau, 74. o ' 12-14, 24, 28,
Marga, D. António, 281-282, 285. Portugueses, 7'
Nizam Shah II, M urtaza, 306. 61 64 67-68, 71-
Moro sini, Giovanni (Gioan) Fran-
Pahang, 277. 33-52, 55-59, � 2-84, 87-93,
Nizam Shah, Husain, 79, 88 . Países Baixos, 16 , 104, 2º3· -73, 75-77, 79- 8
,8
cesco, 126, 204, 218. Nizam Shah, Isma'il, 8 8. Paleacat e (Pulicat), 274-275·
371
370
Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Séculos XVI e XVJJ Índice remissivo

97-101, 106, 117, 144, 147-148, R asuli, Mir S ayyid Ni ' marullah, Salgado, Rui Lopes, 289. Sh.iraz1, · Khwa' i·a M aulana, 139.
151, 154-157, 159-163, 165-167, 136. Salih, Mirza Muhammad, 55. Shuja , Shah, 296, 334.
'
169-176, 184-186, 189-194, 201- R asulpuri, Sayyid 'Izzat 'Ali ibn, Salim, príncipe, 180, 263, 268-269, Sh ulman, D avid, 30.
-20 2, 2 06-20 7, 2 11-2 12-215, 122. 312, 325, 328. s·ão' 283-284, 2 92. ndre
220, 223-225, 22 7-22 8, 230 -231, Rauzat al-Â'fmma, 122. Samarcanda, 26, 44. '. ancl a 1_, Alexandre ( Al exa
S1k
233, 235, 241-246, 249-25 0 , M agno), 1 31- 13 �-
R aychaudhuri, Tapan, 30. S amorim, r ajá de C al ecute , ver 163.
2 52,-257,259,263-265,267-270 ,
Reino de Taiping, 116. também Samudri, rajá de Cale­ Sikandar Shah Lod1,
d , 22 �-
273-2 76,278-281,284,287,30 8, Resende, Garcia de (1470 -1536), Silveira, D. Simão
a

311-314, 317-319, 321, 33 2 - cute, 47.


1 a, Francis
co odrigues da,
R
66. Samudri, rajá de Calecute, 79, 84, S'I1 ve ·r
-334. Resende, Pedro Barreto, 241, 279. 2 77.
146, 173, 241, 255. 56 140, 165n,
Potosí, 25, 114, 273.
San Antonio, Frei Gabriel Qu 1roga Sin 2 , 52 54
Prambanan, 21.
Tratado de todos os Vísoreis e tsf 19�� 206, 2 44, 261, 308.
Governadores, 24 1. de' 272' 281' 288, 293. han Arzu, 28.
Pres te João, 116-117 , 146 , l 48,
Reubeni, David, 148. Sanghameshwar (Sang u 1ce1) · - , 85· . . l
S�raJ_ a� 0·1n 'Ali K
Ahmad, 121, 141.
20 9, 228.
Rewad anda, 88, 92-93, 98, 2 50, Sirh1nd1, Sha1'kh
Sanuto, Marino, 128. 169.
Prior do Crato ver também Antó­
253, 318. São Tomé, 172, 274, 278, 279, 282' Síria, 122, 163,
nio, D. (Prior do Crato), 204, Sírios, 2 4.
Riazul Islam, 41. 289, 291.
216-218. Sitawaka, 87· _ -1566) ,
Puebla, 25.
Ribeiro, António Marques, 288. Sarawi, Ahmad, 15-16.
So 1.ima- o, sulta , o ( e. 1520
Rizavi, Shayyid Yusuf, 141. Sastri, K. A. Nilakantha, 27· .. ley m an , 122 '
Punj ab, 22, 28, 224, 302. ve r ta m b em S
u
Rodrigues, Miguel, 58. Satgaon, 58-59. 164, 165.
Rodriguez, Bernardo, 81. Savonarola, Girolamo, 120.
«Solteiro», 27�- 97,
Roe, Thomas, l 09. Schepper, Cornelius, 124. de Faria e, 87,
Sousa, Manue
Rogerius, Abraham, l 01. Schorcr, Anrhonij, 10 4, 258.
Q
Qandahari, Muhammad 'Arif, 139. 2 40.
Rolim, Pêro Barreto, 52-53, 55. Sebastião, D. (rei de Portugal)/8, , 97 240.
Ásia Portuguesa . o' de 245.
Târikh-i Akbari, 139. Romano, Francesco, l 26. 84-85' 144' 149' 166, 185, - 01' Afons '
Qannauj, 23. Sousa, M artim
Romano, Império, 143, 148. 202, 20 4, 20 6, 20 9, 217, ?- 36 ' n , 11 5.
Qasim Khan, 59-60, 200. Spence' Jonat 1,a 34.
Ross, E. Denison, 68. 25_ 5-256, 3�4. 28,
Qazwini, Asad Beg, 44, 258. O Stein, Burt0n,
Ruiz, Blas, 284-286. Sehm I ' sultao (1512 -152 ), 122 - rge, 106·
Qutb al-Din Khan, 215-216, 225- Strachan, G eo
Rumi, Khudawand Khan, 160,163. -125 12 7-128, 130, 2o5, 207· Sufismo, 30.
-226. Rumis, 24, 154, 155, 162- 165, Selim II ' sultão (1566-1574), 205· 2-125, 16
4, 167, 205-
Qutb Shah, Abdullah ( c. 1626 - Sü leyman, 12
-1672), 317.
168. Seyyidi ,A li Re ' is, 164-165, 188' -207, 212. engala.
30 2. ult ana to d e Benga1 a, ver B .
Qut b Sh a h, Ibr a him , 79, 216 , S i.
Mir'at ul-memâlik, 188· oelhi, ver Del
256 11. Sultanato de umatra, ver Suma-
Qutb Shah, J amshid, 155.
s Shah Rukh, Mirza, 26 l. SultanatO de
S
Sá, Diogo de, 95. Shah� Husain, 70. tra. 133, 156,
Qutb Shah, Muhammad Quli, 216. 56, u zerate,
Sadiq Muhammad Herati, 261. Shahphan (c. 1628-1658), 40, Sulta,n ato d o G
Qutb Shahi, sultões, 79, 155, 216, 4
Safávidas, 25, 2 7, 43, 60, 66, 117, 58-59, 106, 109, 141, 2 0 0 ' 4 '
2 , 298·
161-162, 190 ca_ o, 28, 76-77,
249. 13- 319 do D e
120,125,127-129,134,138,140, 297, 303-310, 312-315, 3 '
S ultanatos
328 -32 9, 3 31 - 334.
185, 189, 2 00, 20 2, 20 5, 20 6, 321, 323- 326,
141. 21 0, 319.
Shaikh Ahmad S'irh'111d1 ' 121' 25 ?75.
º
20 9-210, 213, 215, 24511, 264n, Sumatra, 23' '.1 ;-) 274.
d;
Shaikh Chilli, 29. Sundiva (San - 5'5, 158-161, 163,
R
269,275,298,30 5,322-325,330 - _
Rajrnahal, 60 . -332, 336. Shaikh I'tisam al-Di. n, 63, 196 Surrate, 24,
1 200-
Rajputs, 2 6, 138, 140. Shari'a, 12 9, 313. 9- 1 71 ,1 7\ 176' 186' 194,
Safshikan Khan, Nawwab, 141. 16 -22 6,
-1 2 , 21 6' 222
Rarn I, 283, 285n. Saldanha, Aires de, 266 11, 269n , Sharif Arnuli, 138. .
24
_ - 201 , 211-2
Râmâyana, 10 7. Sher Shah, 70, 73, 1o3 , 13 5 ' 3
291.
373
372
o
Índ ice remissiv

Impérios em Concorrência: Histórias Conectadas nos Séculos XVI e XVII

y
242 , 304, 315, 317, 323n, 325- u Yazid, 126.
-326, 330, 332-333. Uddhav, 29. Yusuf, Miyan Sayyid, 134·
'Ulâma, 139. Yusuf, Muhammad, 32�. , ,
Ullal, 84. 'A la ma ra-y i
Z ail-i Târ ikh-i
T 'Umar Shaikh, 76, 109, 300. Ab bâsf, 324-325.
Tabriz, 127, 194. União Ibérica, 12, 25, 272. Yusufi Tarkishduz, 130.
Tahir Muhammad, ver T hattawi, Usbeques, 2 4, 183, 200, 2 10, 215,
Sayyid Tahir Muhammad. 227, 269, 32 9.
Tahmasp, Shah do Irão (c. 152 4- Z re j d e
-1576), 80, 117, 124, 128, 134, Zain al-'Abidin, Sultan ,
164,2 01n,206-207,209,275,330. V Achém, 85, 2_16.
Ah m a d
Thattawi, Mir Muhammad ibn Vaippad, 2 89. Zain al-D in 1bn , Ali
Sayyid Jamal, 55. Vale do Zambeze, 273. Ma'bari, 47-50, 57, 63·
Tarkhân Nâma, 55. Valentyn, Françoys, 100. Zami'ndârs, 303.
. uham mad,
Tailândia, 19, 22, 2 6, 44, 209, 274. Van der Lee, Dirck., 304, 315. Zuhuri, Nur al-Din M
Tamilnadu, 38. Van Leur, Jakob, 37. 91, 2 59.
Târikh-i Alff, 140, 212n. Van Linschoten, Jan Huy gh en, Kitâb-i N auras, 259- (c. l410-
de
Târikh-i Tâhirf, 54-55, 61. 2 78. Zurara, Gomes Eanes
Tarkhans, 52, 55-56. Van Ravesteyn, Pieter Gillie sz, -1474), 66.
Tauhfd-i Ilâhf, 140, 201. 104.
Tavernier, Jean-Baptiste, 100, l05, Vansina, Jan, 45.
109, 187, 309. Vega, Cristóbal de, 289.
Távora, D. Maria de, 97. Veloso, Diogo, 284-286.
Távora, Lourenço Pires de, 2 17. Veneza, 49, 110, 126, 153, 168-lll ,
Távora, Rui Lourenço de, 97, 2 36, __174, 186, 194, 202 .
256. VIJayanagar, 12, 27-28, 33 -3 4,
T hattawi, Mir Muhammad ibn 71, 79, 88, 245-2 47, 257, 289'
Sayyid Jamal, 55. 32 711.
Thattawi, Mulla Ahmad, 140. Vilhena, D. Filipa de, 86.
Thattawi, Sayyid Tahir Muham­ Vilhena, D. Maria de, 2 37.
mad, 54. Villafane, Luis de, 286. .
Tibete, 23. VOC, ver t ambém Comp an h_1ª
,
Timur, 75-76, 103, 109, 140, 300, Holandesa das Índias Orientais
330. 62, 100, 186.
Tirupati, 245-24611.
Toby, Ronald, 36.
Torres, Garcia de Melo de, 276. w
Trancoso, Gonçalo Fernandes, 290. Wachtcl, Nathan, 27, 35, 194.
Transoxânia, 16. Wagoncr, Phillip, 28.
Tucídides, 37, 110. Washbrook, David, 31.
Tuhfat al-Mujâhid in (provável au­ Wicki, José, 84.
tor: Zain al-Din ibn 'Ali ibn
Ahmad Ma'bari), 47, 62. X 375
Turcos, 24, 124n, l 65, 191. Xiismo, 137, 151, 210, 331.

374
_;::::-----

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