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MEMORIAL DESCRITIVO

PROJETO DE SISTEMA FOTOVOLTAICO PARA CONEXÃO ACESSANTES AO SISTEMA DE


DISTRIBUIÇÃO DA CEMIG - CONEXÃO EM BAIXA TENSÃO

1-APRESENTAÇÃO
O presente memorial descritivo refere-se a considerações técnicas para a instalação de um micro
gerador fotovoltaico em uma residência de propriedade de JULIANO RODRIGUES DA CUNHA,
localizada na rua ALAMEDA DAS GRAVIOLAS, Nº 70, BAIRRO: ACLIMAÇÃO, na cidade
de UBERLÂNDIA/MG, CEP: 38.406-025 com número do cliente: 7001448114 e número de
instalação: 3010991776, com potência instalada de aproximadamente 10,05 kW, sendo 30 placas
solares fotovoltaicas de 335 Wp cada uma.

2 - NORMAS TÉCNICAS DE REFERÊNCIA E CATÁLOGOS INDUSTRIAIS

 NBR- 5410 – Instalações elétricas em baixa tensão;


 NBR 5419/00 – Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas;
 ND 5.1 – Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão Secundária Rede
Distribuição Aérea - Edificações Individuais;
 ND 5.2 – Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão Secundária – Rede de
Distribuição Aérea – Edificações Coletivas.

 NR’s – Normas de Segurança do Trabalho;


 ND 5.30 – Requisitos para a conexão de Acessantes ao Sistema de
Distribuição CEMIG – Conexão em Baixa Tensão;

 Comunicado Técnico n. 09 – Cemig 2013;

 Comunicado Técnico n. 09 – Cemig 2013;

 Manual PHB Solar – PHB5000D-NS, Inversor;

 Manual módulo fotovoltaico Jinko Solar, JKM335PP-72-J4 315-335Vatios;

 FINDER – Dispositivos de proteção contra surtos (DPS) e outras informações;


 Modelo Carta à CEMIG: Informações Básicas de Geração Distribuída – Usina
Fotovoltaica;AC-250P/156-60SAC-250P/156-60S
 Catálogo Disjuntores da Siemens – Mini Disjuntores

As normas e/ou catálogos acima citados fazem parte deste relatório e do projeto elétrico e
deverão ser consultadas sempre por ocasião da execução dos serviços pelos responsáveis que
deverão acionar sempre o projetista do projeto elétrico por ocasião da execução ou no caso de
dúvidas sobre o mesmo. As normas de segurança deverão ser consultadas e observadas por ocasião
da execução dos serviços pelos responsáveis.

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3 - RESPONSABILIDADE TÉCNICA
Projeto elétrico elaborado por Márcio Henrique Bassi, engenheiro eletricista – CREA –
49136/D, sendo também o engenheiro responsável técnico da execução, conforme ART
14201900000005245997 de 13/05/2019.

4 - DESCRIÇÃO DO PROJETO ELÉTRICO – SISTEMA CONECTADO À REDE DE


DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA (ON GRID)

4.1 – CAPACIDADE INSTALADA DA MICRO-GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

4.1.1 – INTRODUÇÃO
A produção máxima de acordo com as especificações técnicas e de acordo com as cartas
solares (insolação/radiação) figura abaixo, extraído de livros que tratam do assunto são de
10,05 kW.
Por serem cartas de consulta pública, desnecessário a identificação da referência
bibliográfica.

Figura 1. Geração de Energia kWh/kWp - dia

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4.1.2 – ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA:

Por solicitação do cliente, serão instaladas 30 placas solares no telhado da casa conforme
demonstrado em planta.

4.1.2.1 – Dimensionamento Lado DC:


Considerando as peculiaridades do sistema, optou-se por uma associação série de placas, a fim
de que o sistema tensão/corrente seja compatibilizado, da seguinte forma:

MÓDULO FOTOVOLTÁICO – Jinko Solar

- 2 arranjos de 15 módulos em série;


- Tensão Operacional Total (Vopt) = Vop x Iop,
Onde Vop = soma da tensão de 15 módulos em série e Iop = corrente no ramo série;

Logo: Vopt = 15 x 38,0 = 570,0 (V) e Iopt = 8,82 = 8,82 (A).


A potência operacional máxima será: Pot = Vopt x Iopt = 570,0 x 8,82 = 5027 (W).

Resumindo, pelo lado DC têm-se:

Vop = 570,0 (V) e Iop = 8,82 (A).

4.1.2.2 – Sinalização:
Junto ao padrão de entrada de energia, próximo a caixa de medição/proteção, deverá ser
instalada uma placa de advertência com os seguintes dizeres:
“CUIDADO – RISCO DE CHOQUE ELÉTRICO – GERAÇÃO PRÓPRIA”. A placa de
advertência deverá ser confeccionada em PVC com espessura mínima de 1 mm e conforme
modelo tendo 25 cm de largura e 18 cm de altura, conforme ND 5.30 (CEMIG), página 5.3 e
figura abaixo.

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4.2.2 – Especificação das Proteções contra Sobrecorrentes e Sobretensões:
Do lado AC, será instalado no quadro de distribuição, um disjuntor de 32 A das marcas
Siemens ou ABB para proteger o Inversor.

Os requisitos de proteção estão apresentados a seguir na tabela 2 ND5.30.

Tabela2 - Requisito de Proteção com Potência instalada até 75 kW


Elemento de desconexão (1) - DSV NÃO
Elemento de interrupção (2) SIM
Proteção de sub e sobretensão (3) SIM
Proteção de sub e sobrefrequência (3) SIM
Proteção de sobrecorrente SIM
Relé de sincronismo SIM
Anti-ilhamento SIM

NOTA:
(1) Chave seccionadora visível e acessível que a acessada usa para garantir a desconexão
da central. A Aneel não exige mais este tipo de chave, contudo serão utilizados disjuntores
para a abertura/fechamento de corrente, a fim de serem compatibilizados – os itens segurança
e operação/manutenção do sistema;

(2) Elemento de interrupção automático acionado por proteção.

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(3) Não é necessário relé de proteção específico, mas um sistema eletro-eletrônico que
detecte tais anomalias e que produza uma saída capaz de operar na lógica de atuação do
elemento de interrupção. No sistema que se conecta na rede através de inversor como é o caso
desta instalação, as proteções relacionadas na Tabela 2 da ND5.30, serão inseridas no referido
equipamento, sendo a redundância de proteção desnecessária. Serão utilizados DPS
(Dispositivo de Proteção contra Surtos) tanto no lado CA quanto no lado CC da instalação,
conforme orientação contida na ND5.30 – CEMIG.
Para prevenir o ilhamento, o sistema de geração distribuída conectado à rede deverá
cessar o fornecimento de energia à rede, independentemente das cargas ligadas ou outros
geradores distribuídos ou não, em um tempo limite especificado. A rede elétrica pode não estar
energizada por várias razões. Esta proteção será feita através da conveniente abertura de
proteções contidas no inversor, de acordo com o manual do fabricante contido em anexo.
O sistema de geração distribuída deverá cessar o fornecimento de energia à rede, por
meio da abertura do elemento de desconexão da GD, em até 2 segundos após a perda da rede
(ilhamento), sendo que inversor aplicado deverá ao estabelecido na ABNT NBR IEC 62116.
Depois de uma “desconexão” devido a uma condição anormal da rede, o sistema de geração
solar não poderá retomar o fornecimento de energia à rede elétrica por um período mínimo
de 180 segundos após a retomada das condições normais de tensão e frequência da rede,
conforme determina a ND5.30 (CEMIG). Todo o sistema de geração solar DC/AC deverá
estar conectada ao sistema de aterramento da unidade consumidora, que já se encontra
executada no padrão de entrada contendo 2 hastes de cobre, de no mínimo 3 m, em linha,
espaçados de 1,0 m conforme determina a NBR- 5410 – Instalações elétricas em baixa tensão
e a NBR 5419/00 – Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas.

4.1.3 – INVERSOR:
O inversor a ser utilizado será o PHB5000D-NS, sem transformador, com tensão de
entrada do lado DC transitando no máximo em torno em 580 V e a tensão AC acoplada em 220
(V).

4.1.4 – ATERRAMENTO:
O aterramento deverá ser feito na caixa DC do cliente e levado até o sistema de
aterramento da casa já executado com três hastes de terra, de acordo com o padrão CEMIG
contido na ND 5.2 através de fio de cobre nu de 16 mm2 até as conexões com as hastes, junto a
caixa DC. A conexão dos condutores do aterramento (mesmo a interna) deverá ser feita por
meio de solda exotérmica, sendo depois sikaflex de modo a cobrir toda a conexão. As conexões
do sistema de aterramento que tiverem contato com o solo deverão ser protegidas por meio de
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material emborrachado tipo sikaflex, visando a sua proteção contra agentes corrosivos. Todas
as tubulações deverão ser embutidas, na terra e devidamente protegidas quando transitarem pelo
forro e/ou telhados.

4.1.5– CONDUTORES – ELETRODUTOS E OUTRAS CONSIDERAÇÕES:


Os eletrodutos, curvas e emendas a serem utilizados nas instalações deverão de PVC
rígido duro, ou enrugados alaranjados específicos para uso em eletricidade, com bitolas
conforme projeto, podendo ser da marca Tigre ou equivalente. Os condutores do lado DC
deverão ter bitolas mínimas de 6 mm2, com isolação mínima em regime permanente de 1000
(V), tendo em vista as tensões envolvidas. Os cabos de ligação do lado AC deverão ter bitola
mínima de 6 mm2, de acordo com a NBR 5410/04. As cores das fiações deverão seguir
rigorosamente o disposto no projeto, principalmente para serem observadas as cores das fases,
do neutro, da terra e das fiações de retorno. Os condutores a serem adquiridos deverão ser os
devidamente listados no projeto e qualquer alteração deverá ter a anuência do projetista para as
devidas substituições ou alterações antecipadamente estudas.

4.1.6 – SEGURANÇA DAS INSTALAÇÕES – ORIENTAÇÕES GERAIS


Além das considerações feitas acima, vários aspectos relativos à segurança de sistemas
solares fotovoltaicos integrados a edificações e interligados à rede elétrica devem ser
considerados, incluindo: prevenção contra incêndios, dimensionamento apropriado de fios e
cabos, aterramento e segurança com relação a agentes climáticos locais, especialmente cargas
por ventos. Módulos fotovoltaicos são fontes de corrente e apresentam diferenças em relação às
fontes de energia mais tradicionais como a rede elétrica, um motor gerador ou uma bateria. Além
do mais, geradores fotovoltaicos não podem ser desligados, pois enquanto um módulo estiver
iluminado haverá uma tensão em seus terminais. Os técnicos de instalação, operação e
manutenção envolvidos com estes sistemas devem estar conscientes disto. Como no caso deste
projeto a tensão CC será muito elevada 570,0V o risco de choque elétrico é o mesmo que se
verifica em qualquer instalação convencional operando sob tensão semelhante, em corrente
alternada. Por isto, todos os aspectos de segurança da instalação, dos equipamentos e de pessoas
deverão ser sempre observados.

5 – LISTA DE MATERIAL
Os executores do projeto (orçamentista e RT) no momento da execução irão estimar de
maneira mais apropriada a quantidade de material a ser gasto, para os condutores e eletrodutos,
tendo em vista que as distâncias a serem percorridas pelas fiações e eletrodutos serão melhor
levantadas in loco, evitando-se com isto o desperdício de material ou aquisição de material
impróprio para consumo.
Contudo a lista básica de material segue abaixo:
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- 30 placas fotovoltaicas Jinko Solar, modelo JKM335PP-J4;
- 2 inversor PHB5000D-NS
- 2 disjuntores termomagnético ABB ou Siemens
De qualquer maneira o RT da obra elétrica deverá acompanhar se foram executadas as fiações
de acordo com o projeto, bem como se foram atendidas as especificações dos materiais contidas
no projeto elétrico.

6 – CONCLUSÕES:
Os sistemas solares fotovoltaicos integrados a edificações urbanas e interligados ao sistema de
distribuição oferecem uma série de vantagens para o sistema elétrico, muitas das quais estão
relacionadas a custos evitados e tendo em vista os sérios riscos energéticos enfrentados pelo
sistema elétrico convencional.

Dentre elas, pode-se destacar:


- perdas por transmissão e distribuição de energia são minimizadas;
- investimentos em linhas de transmissão e distribuição são reduzidos;
- edifícios solares fotovoltaicos não apresentam necessidade de área física dedicada, uma vez
que a área necessária já é ocupada pela edificação;
- edifícios solares fotovoltaicos têm capacidade de oferecer suporte kVAR a pontos críticos da
rede de distribuição com melhoria da qualidade de energia;
- edifícios solares fotovoltaicos têm a capacidade de oferecer um elevado fator de capacidade a
alimentadores da rede com picos diurnos, como a geração de energia quando e onde a demanda
está concentrada, como no caso de demanda por ar- condicionado;
- geradores fotovoltaicos distribuídos estrategicamente apresentam mínima capacidade
ociosa de geração: por sua grande modularidade e curtos prazos de instalação, podem ser
considerados como um just-in-time de adição de capacidade de geração.
O projetista envidou todos os esforços para dimensionar um sistema de geração
fotovoltaico seguro, prático e de fácil operação e manutenção, contudo, como todo projeto está
sujeito a críticas, o mesmo está à disposição para quaisquer esclarecimentos e/ou alterações
técnicas necessárias ao bom aproveitamento deste trabalho.

Uberlândia, 13 de Maio de 2019.

Márcio Henrique Bassi


CREA: 49136/D
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