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Apostila Propagacao de Arvores Frutiferas
Apostila Propagacao de Arvores Frutiferas
Propagação de
Árvores Frutíferas
Simone Rodrigues da Silva
Katia Fernanda Dias Rodrigues
João Alexio Scarpare Filho
Casa do Produtor Rural - CPR
Av. Pádua Dias, 11 - Cx. Postal 9 • CEP 13418-900 - Piracicaba, SP
cprural@esalq.usp.br
1
Professora Doutora - Departamento de Produção Vegetal - ESALQ/USP
2
Aluna de Graduação em Engenharia Agronômica - ESALQ/USP
3
Professor Associado - Departamento de Produção Vegetal - ESALQ/USP
Propagação de
Árvores Frutíferas
Piracicaba
2011
Agradecimentos
À Pró-reitoria de Cultura e Extensão Universitária
Ao Programa Aprender com Cultura e Extensão
À Casa do Produtor Rural
Aos viveiristas José Mauro da Silva e João Mateus da Silva (Taquaritinga, SP)
À Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro (EECB)
Aos técnicos agrícolas Éder de Araújo Cintra e David Ulrich
À Rosangele Balloni Romeiro Gomes (MAPA)
Apoio
Fundo de Fomento às Iniciativas de Cultura e Extensão da Pró-reitoria de Cultura e
Extensão Universitária
Índice
Introdução 07
Razões do uso da propagação 09
Métodos de propagação 10
Estaquia 10
Alporquia 13
Mergulhia 14
Enxertia 16
Micropropagação 21
Estruturas especializadas 22
Bibliografia consultada 61
Propagação de árvores frutíferas 07
Introdução
Para se perpetuarem, as espécies se Pelo ciclo assexuado também deno-
multiplicam. Os vegetais superiores minado vegetativo, a nova planta ge-
multiplicam-se naturalmente por duas rada é oriunda de estruturas vegeta-
vias: pelo ciclo sexuado e assexuado. tivas (propágulos) como brotos, e nes-
No ciclo sexuado, também denomi- se caso não ocorre recombinação ge-
nado de ciclo reprodutivo a multiplica- nética, ou seja, elas possuem a mes-
ção ocorre pela união do gameta mas- ma carga genética da planta matriz.
culino (grãos de pólen) com o gameta Essas novas plantas são denominadas
feminino (oosfera) gerando um em- clones, que são cópias perfeitas, ou
brião que está presente nas sementes. seja, geneticamente iguais à planta
Nesse processo há recombinação que lhe deu origem.
genética, ocorrendo variabilidade no Em fruticultura, que é uma atividade
genoma. Por essa razão, a nova plan- com enorme potencial de crescimen-
ta que se origina da germinação da to, o Brasil encontra-se em posição
semente é denominada indivíduo, pois privilegiada em decorrência da exten-
será geneticamente diferente da plan- são territorial, posição geográfica e
ta matriz. condições de clima e solos, que per-
08 Propagação de árvores frutíferas
Métodos de propagação
Os principais métodos de propaga- a cultura, principalmente adubação e
ção, que proporcionam a clonagem de irrigação.
plantas com características desejáveis A seleção adequada do material
são: estaquia, alporquia, mergulhia, vegetativo que será retirado da planta
enxertia e estruturas especializadas. O matriz, o substrato, a disponibilidade
que vai definir a escolha de um ou ou- de água e as condições apropriadas
tro método será a adaptação e facili- de luz, aeração, temperatura e umida-
dade de formação de mudas em cada de são elementos fundamentais para
espécie. o sucesso de qualquer método de pro-
Um dos principais fatores para o su- pagação que se deseja utilizar.
cesso na produção de mudas, por meio
da propagação, é a escolha da planta Estaquia
matriz que deve ser representativa da A estaquia é um método de propa-
variedade, ter boa sanidade, ou seja, gação simples que consiste na retira-
sem pragas e doenças, ser produtiva da e utilização de partes da planta
e esteja sendo conduzida com todos matriz que deseja-se propagar. Esse
os tratos culturais recomendados para método consiste na capacidade de re-
Propagação de árvores frutíferas 11
apical dos ramos no período de prima- mantidas, assim como as estacas her-
vera/verão, épocas em que ocorrem os báceas, em ambiente com umidade
fluxos de crescimento vegetativo. relativa alta para reduzir a perda de
Como é um material sensível à desi- água pelas folhas. É bastante utiliza-
dratação, a coleta deve ser feita prefe- da na propagação de algumas espéci-
rencialmente pela manhã. As folhas es tropicais e subtropicais.
(inteiras ou pela metade) devem ser As fruteiras que perdem as folhas no
mantidas. A função da manutenção outono (caducifólias), como figo e uva,
das folhas é a continuação do proces- por exemplo, apresentam seus ramos
so fotossintético que fornecerá fo- lenhosos com boa capacidade de
toassimilados tanto para a manutenção enraizamento. As estacas são obtidas
da estaca, quanto para a formação das de ramos lenhosos, bastante lignifica-
raízes. A utilização de estacas herbá- dos, sem folhas, com idade superior a
ceas é muito utilizada na produção de um ano, sendo coletadas geralmente
mudas de goiabeira. no período de dormência da planta (in-
Estacas semilenhosas são obtidas verno). A propagação com esse tipo de
de ramos parcialmente lignificados, estaca é mais fácil e mais barata, pois
após o mesmo ter completado seu são mais resistentes e não exigem
crescimento. Para enraizar, essas es- ambiente com controle de temperatu-
tacas ainda com folhas, devem ser ra e umidade.
Simone R. da Silva (ESALQ/LPV)
LENHOSO
HERBÁCEO
SEMILENHOSO
a b
Figura 3 - Nebulizador com alta umidade relativa (a); canteiros de areia com estacas lenhosas (b e c)
a c
b d
Figura 5 - Borbulhia “T” normal (a); Borbulhia “T” invertido (b); Borbulhia em placa ou janela aberta
(c); Borbulhia janela fechada (d). Fonte: Adaptado de Hartmann et al. (2002)
18 Propagação de árvores frutíferas
O “T” invertido é muito parecido, ape- posta, pois ela é muito sensível e pode
nas o sentido do corte que o difere do se quebrar.
anterior, sendo o corte horizontal feito Na borbulhia tipo janela fechada, o
na extremidade inferior do corte per- corte da copa deve permitir a abertura
pendicular do porta-enxerto. O escu- da casca em duas partes, como as fo-
do retirado da planta matriz agora tem lhas de um portão, que serão fecha-
sua base invertida. O objetivo da va- das sobre a borbulha após sua inser-
riação na técnica é evitar a infiltração ção. Duas incisões transversais e para-
de água na região da enxertia. É im- lelas são feitas no porta-enxerto, e um
portante observar que a posição da bor- corte perpendicular une as duas pelo
bulha não muda. A amarração do escu- ponto central de seu comprimento. Le-
do deve iniciar-se de baixo para cima no vanta-se a casca entre os cortes e a bor-
porta-enxerto. A facilidade operacional é bulha retangular semelhante à janela
maior, além de impedir o acúmulo de aberta é introduzida, ficando em estreito
água nos cortes, por isso é o tipo mais contato com os tecidos internos do cau-
utilizado quando comparado ao corte em le. A casca deve ser fechada contra o es-
“T” normal. O “T” invertido é amplamen- cudo e amarrada com fitilho plástico, au-
te utilizado por viveiristas, principalmen- mentando o contato entre os tecidos.
te os produtores de mudas de citros.
Na produção de mudas de pesse- Garfagem
gueiro pode-se utilizar o método de Garfagem é um método de enxertia
borbulhia por janela aberta ou placa, que consiste na retirada e transferên-
onde a gema é retirada da variedade cia de um pedaço de ramo da planta
copa com um segmento retangular e matriz (copa), também denominado gar-
encaixada num porta-enxerto previa- fo, que contenha uma ou mais gemas
mente preparado com a mesma aber- para outra planta que é o porta-enxerto.
tura. São feitos dois cortes perpendi- Embora haja várias denominações,
culares paralelos e outros dois trans- os tipos mais comuns de garfagem
versais, formando um retângulo. O pe- são: meia-fenda, fenda cheia; fenda
daço da casca é retirado, com o auxí- dupla, fenda lateral, inglês simples e
lio de um canivete. Toma-se o cuidado inglês complicado (Figura 6).
para que os dois retângulos sejam de Na garfagem em meia fenda, o gar-
tamanhos bem próximos. Depois o es- fo é cortado em bisel duplo. O porta-
cudo encaixado é amarrado com fitilho enxerto é cortado transversalmente,
plástico ou fita biodegradável, sempre fazendo-se, em seguida, uma incisão
deixando a gema do pessegueiro ex- igual a largura do bisel. Aprofunda-se
Propagação de árvores frutíferas 19
arte: Katia F.D. Rodrigues (ESALQ/USP)
a b
c d
Figura 6 - Garfagem fenda cheia (a); Garfagem meia fenda (b); Garfagem
inglês simples (c); Garfagem inglês complicado (d). Fonte:
Adaptado de Hartmann et al. (2002)
a incisão para baixo, por meio de mo- fo coincidam por completo com o diâ-
vimentos com o canivete de enxertia, metro do porta-enxerto.
então introduz-se o garfo na fenda, de Para a prática da enxertia por inglês
tal modo que as camadas das duas simples é necessário que o garfo e o
partes fiquem em contato em pelo me- porta-enxerto tenham o mesmo diâme-
nos um dos lados. Esse tipo de garfagem tro. Corta-se o porta-enxerto a uma altu-
é utilizado quando os garfos são de diâ- ra conveniente do solo, talhando-o em
metros diferentes do porta-enxerto, sen- um bisel simples enquanto o garfo tam-
do necessário que pelo menos um dos bém é cortado em bisel, exatamente para
lados esteja em contato com os tecidos encaixar no porta-enxerto, a fim de que
para que ocorra o processo de cicatriza- possam coincidir em toda sua extensão.
ção e sobrevivência do enxerto. A garfagem por inglês complicado é
Já na garfagem em fenda cheia, a realizada como no caso anterior, mas
obtenção do garfo é idêntica ao caso com um encaixe mais perfeito. Colo-
anterior. O porta-enxerto é cortado ca-se a lâmina do canivete um pouco
transversalmente à altura desejada, acima do meio do bisel do porta-en-
praticando-se em seguida uma fenda xerto e, a partir deste ponto, em senti-
cheia, do mesmo tamanho do garfo do longitudinal e paralelo ao eixo, fen-
que será introduzido nessa fenda, de de-se o próprio cavalo, até que a fen-
maneira que os dois lados desse gar- da atinja o nível da base do seu bisel.
20 Propagação de árvores frutíferas
Faz-se o mesmo no bisel do enxerto. xerto deve ser transportado em um reci-
Então encaixa-se o garfo no porta-en- piente até a planta que se quer propa-
xerto, tomando o cuidado de fazer com gar sendo geralmente colocado na altu-
que as cascas de ambos se coincidam. ra da copa, através da utilização de su-
Os instrumentos utilizados para a portes de madeira que o sustentarão.
prática da garfagem são tesoura de Corta-se uma porção do ramo de
poda e canivete. cada uma das plantas, de mesma di-
Após a realização da garfagem, é mensão, e encostam-se as partes cor-
importante amarrar bem forte o garfo tadas, amarrando-as em seguida com
no porta-enxerto para manter as partes fita plástica para haver união dos teci-
perfeitamente unidas. Depois, cobre-se dos. O enxerto é representado por um
o enxerto com um saquinho plástico, os ramo da planta matriz, sem dela se
mesmos utilizados para sorvetes, para desligar até que ocorra a soldadura ao
evitar que ocorra perda ou infiltração de porta-enxerto. Após 30-60 dias, haven-
água na região de enxertia. do a união dos tecidos, faz-se o des-
Quando iniciar a brotação do enxer- ligamento da nova planta, cortando-se
to, retira-se o saquinho plástico o que acima do ponto de união do porta-en-
deve ocorrer por volta de 30 dias, de- xerto. Nessa fase, retira-se o fitilho plás-
pendendo da espécie. Já o fitilho plás- tico que estava amarrado e destaca-se
tico será retirado após 60 dias, para o ramo da planta original, formando uma
garantir a união das partes enxertadas. nova copa. Tem-se, assim, a muda,
Então é só esperar o desenvolvimento constituída de copa e porta-enxerto.
da brotação para que as mudas pos- A primavera é a estação mais ade-
sam ser plantadas em campo. quada para a prática da encostia e as
que são realizadas no outono desen-
Encostia volvem-se muito lentamente.
A encostia é um método de enxertia
arte: Katia F.D. Rodrigues (ESALQ/USP)
a b
Figura 9 - Mudas do tipo chifrão, chifre e chifrinho com folhas (a), sem folhas (b); Pedaços de
rizoma (c)
24 Propagação de árvores frutíferas
Goiabeira
A goiabeira (Psidium guajava L.) per- Para se propagar uma planta de goia-
tencente à família Myrtaceae é origi- beira, o método mais utilizado é a estaquia.
nária da América Tropical, possivel- O roteiro a ser seguido para a pro-
mente entre o México e o Peru, onde dução dessas mudas inicia-se com a
ainda pode ser encontrada em estado escolha da planta matriz (Figura 10 a).
silvestre. Pela sua capacidade de disper- O produtor deve optar por uma planta
são e rápida adaptação a diferentes am- que represente a variedade que ele
bientes, pode ser encontrada hoje tanto quer propagar, por exemplo, goiaba de
em áreas tropicais como subtropicais. polpa vermelha ou de polpa branca.
No Brasil, o estado de São Paulo Além disso, esta planta deve estar livre
destaca-se como principal produtor de pragas e doenças, ser produtiva, os
com a produção ocorrendo o ano todo, frutos devem apresentar boa qualidade
pelo uso da irrigação, poda, adubação e as plantas devem estar bem nutridas e
e variedades que possibilitam a produ- não apresentar déficit hídrico.
ção de frutos com dupla aptidão, tanto Escolhida a planta matriz, os ramos a
para indústria como para o mercado de serem coletados serão os situados na
fruta fresca. porção mediana da copa, ainda herbá-
28 Propagação de árvores frutíferas
ceos, de coloração verde, sem sinais visí- das estacas pode variar de acordo com
veis de lignificação. A coleta dos ra- as espécies e/ou cultivares, dependen-
mos, com tesoura de poda deve ser do da cultivar que esteja propagando, o
realizada preferencialmente nas pri- viveirista poderá utilizar ou não regula-
meiras horas do dia, quando a tempe- dores vegetais, ou seja, produtos com
ratura está mais amena, para evitar a ação auxínica que favoreçam o enraiza-
perda de água. mento, tais como AIB (ácido indolbu-
Então se inicia a etapa de prepara- tírico), ANA (ácido naftalenoacético), en-
ção das estacas (Figura 10 b, c, d, e). tre outros.
Geralmente utiliza-se a porção termi- A última etapa é a colocação das es-
nal dos ramos, desprezando a muito tacas numa câmara de nebulização in-
flexível, deixando as estacas com dois termitente, que permite a emissão de
a três pares de folhas (2 a 3 nós) e pequenas gotículas de água no ambien-
cerca de 15 cm de comprimento. No te, de tempo em tempo, mantendo a su-
ápice, deve-se manter um par de fo- perfície das folhas molhadas. Esse am-
lhas, totalmente expandidas, e, na biente é propício ao enraizamento, pois
base, deve ser feito um corte em bisel, evita a desidratação e o encharcamento
de forma a evitar desidratação e das estacas (Figura 10 g).
ressecamento dos tecidos. O restante Após um período de aproximada-
das folhas deverá ser retirado. Após o mente 60-90 dias, dependendo da épo-
preparo, as estacas deverão ser colo- ca do ano, as estacas devem ser reti-
cadas em recipientes, que podem ser radas do nebulizador. As enraizadas
bandejas de plástico cheias de (Figura 10 h) deverão ser transplanta-
substrato (Figura 10 f). A vermiculita, das para sacos plásticos com 2 a 3 li-
de textura média é considerada um tros de volume em ambiente coberto
excelente material por suas caracterís- por uma tela de sombrite (Figura 10 i).
ticas de manter a estaca na mesma Utiliza-se como substrato uma mistu-
posição e lugar durante o período de ra proporcional de solo, areia e maté-
enraizamento; fornecer umidade e ria orgânica. As mudas irão se desen-
aeração suficientes à base da estaca, volver e quando estiverem com 40-50
apresentar boa capacidade de retenção cm de altura, poderão ser plantadas no
de água, possuir drenagem satisfatória campo (Figura 10 j, k). A Figura 10 l
e ser livre de patógenos. Nessa fase é mostra uma planta adulta originária de
importante que a estaca não seja colo- muda produzida por estaquia.
cada em posição invertida. Para que o viveirista obtenha esta-
Como a capacidade de enraizamento cas de ramos o ano inteiro para a pro-
Propagação de árvores frutíferas 29
a b c
Viveiro José Mauro da Silva e João Mateus da Silva/Taquaritinga-SP
d e f
g h i
j k l
Figura 10 - Planta matriz (a); Preparo da estaca (b, c, d); Estaca pronta (e); Estacas colocadas em vermiculita
(f); Nebulizador (g); Estacas enraizadas prontas para o transplantio (h); Estacas transplantadas
em sacolas (i); Desenvolvimento inicial da muda (j); Mudas prontas (k); Planta adulta (l)
Propagação de árvores frutíferas 31
Figueira
Muito provavelmente, as plantas de roxos escuros e se adaptaram muito
figueira foram introduzidas pelos parti- bem às novas terras. Hoje, são nacio-
cipantes da primeira expedição de nalmente conhecidos como “Figo Roxo
Martin Afonso de Souza em 1532 na de Valinhos”.
Capitania de São Vicente. Somente no Apesar de ser considerada uma
início do século XX, por volta de 1910, planta de clima temperado, apresenta
é que a cultura da figueira passou a boa adaptação a diferentes tipos de
despertar interesse comercial no Es- clima e solo, podendo ser cultivada em
tado de São Paulo. regiões subtropicais e tropicais. As
A principal cultivar no Brasil é a principais regiões produtoras de figo no
“Roxo de Valinhos”, introduzida pelo Brasil são: Rio Grande do Sul, com
imigrante italiano Lino Busatto que che- mais de 40% da produção, São Paulo
gara a Valinhos por volta de 1898 e com aproximadamente 30% e Minas
teve a iniciativa de mandar buscar Gerais com 20%.
mudas de figueira na Itália, em uma A estaquia é o principal método utili-
região próxima ao Mar Adriático. Algu- zado para a produção de mudas de fi-
mas destas plantas produziram figos gueira. Podem-se utilizar tanto estacas
32 Propagação de árvores frutíferas
lenhosas como herbáceas para a pro- lenhosas são então plantadas direta-
dução dessas mudas e as mesmas mente no campo, duas por cova, de
podem ser enraizadas em viveiros, di- maneira que apenas duas gemas
retamente no pomar ou em recipien- apicais fiquem fora do solo ou 1/3 do
tes. O processo mais utilizado no Es- comprimento da estaca (Figura 11 e, f,
tado de São Paulo é a estaquia reali- g, h). Então faz-se a cobertura desse
zada diretamente no campo, com es- ápice com terra. Terminado o plantio
tacas lenhosas. das estacas, procede-se a rega e, com
As estacas lenhosas são obtidas uma enxada, faz-se uma coroa de ter-
após a poda de inverno que é realiza- ra ao redor da planta, colocando palha
da durante o período de repouso no seu interior, para conservar a umi-
vegetativo, entre os meses de junho a dade, diminuir a temperatura do solo e
agosto (Figura 11 a, b). Todos os ra- evitar a “queima” das brotações novas.
mos, com pelo menos um ano de ida- Espera-se então o enraizamento e a
de, que seriam descartados pela poda brotação das estacas.
são preparados e dispensam o uso de Embora a técnica de plantio direta-
estruturas de nebulização, pois são mente no campo seja a mais utilizada,
colocados para enraizar diretamente a formação de mudas em recipientes
no solo. Os ramos são cortados com (sacos plásticos, vasos, entre outros)
uma tesoura de poda em pedaços me- constitui uma prática muito importan-
nores, com no máximo 30 a 40 cm de te. A colocação das estacas lenhosas
comprimento e 1,5 a 3,0 cm de diâme- em sacos plásticos com substrato,
tro, e cada um será uma nova estaca após a poda, pode garantir a substitui-
cortada logo abaixo de um nó, na base ção, no período de dezembro–janeiro,
e, um pouco acima, no ápice, em bisel daquelas estacas que não enraizaram
(Figura 11 c). no campo, obtendo-se uma uniformi-
Preferencialmente escolhem-se as zação maior no número final de plan-
estacas situadas na base do ramo (Fi- tas pretendida. Como recipiente, é re-
gura 11 d), pois naturalmente apresen- comendado o uso de sacos plásticos
tam maior porcentagem de enraiza- pretos com capacidade de 4 litros de
mento do que as medianas e apicais. substrato.
A utilização de auxinas, como o ácido Outra opção é colocar as estacas
naftalenoacético e o ácido indolbu- lenhosas para enraizar diretamente em
tírico, favorecem o enraizamento das viveiros, a um espaçamento de 10 a
estacas de figueira. 20 cm uma da outra, deixando duas ge-
Depois do preparo, as estacas mas para fora. Quando iniciar a brotação,
Propagação de árvores frutíferas 33
a b c d
e f gg
h i j
k ll
Figura 11 - Planta a ser podada (a); Poda e coleta de estacas lenhosas (b); Estaca pronta (c); Indicação
do corte das estacas na base do ramo podado (d); Preparo da cova e plantio das estacas
(e, f, g, h); Coleta de estacas herbáceas (i); Estaca herbácea em bandeja com vermiculita
sob nebulização (j); Estaca pronta para transplantio (k); Estacas transplantadas em sacolas
(l); Muda pronta (m)
36 Propagação de árvores frutíferas
Lichieira
A lichieira (Litchi chinensis Sonn.) é planta pode causar enormes danos à
originária da China, onde é cultivada mesma.
há muitos séculos. No Brasil, é uma Os ramos escolhidos para a alporquia
fruteira exótica com grande potencial devem estar maduros, em posição fácil
na diversificação dos pomares, princi- para o trabalho, situados na periferia da
palmente pelo aumento da demanda planta, e possuir diâmetro médio de 1,5
no mercado varejista e pelo alto preço a 2,5 cm, e 45 a 60 cm de comprimento,
da fruta. São Paulo e Minas Gerais com folhas no ponteiro.
destacam-se como os principais esta- Primeiramente escolhe-se uma re-
dos produtores. gião limpa do ramo e faz-se um
O método mais utilizado para a pro- anelamento na casca, de aproximada-
pagação da lichieira é a alporquia, com mente dois centímetros de comprimen-
até 90% de enraizamento. É importan- to, retirando-a e expondo o lenho. En-
te que várias plantas sejam selecio- tão cobre-se essa região exposta com
nadas como matrizes para essa práti- substrato úmido, à base de fibra de
ca, pois a obtenção de um grande nú- coco e amarre-a com um saco plásti-
mero de mudas a partir de uma única co para evitar a perda de umidade. As-
Propagação de árvores frutíferas 37
sim, tudo que for produzido nas folhas enraizamento dos alporques pode va-
será deslocado para essa região, in- riar de 60 a 90 dias, dependendo da
clusive as auxinas, que são hormônios época em que for realizado.
endógenos da planta que não serão Quando se observa a formação de
degradadas pela luz, na parte cober- raízes com coloração alterada de bran-
ta, promovendo o enraizamento (Figu- co para marrom cremoso, o alporque
ra 12 e Figura 13 a, b, c, d). já está pronto (Figura 13 e). Uma vez
Durante o período de enraizamento enraizado, o ramo deve ser separado
o alporque deve ser mantido sempre da planta matriz, utilizando uma tesou-
úmido. Na lichieira, o período para ra de poda que fará o corte abaixo do
Katia F. D. Rodrigues (ESALQ/USP)
a b c d
e f g h
i j k
Figura 12 - Anelamento do ramo e retirada da casca (a, b, c, d); Amarração do plástico no ramo (e, f,
g, h); Colocação de substrato à base de fibra de coco úmido (i, j, k).
38 Propagação de árvores frutíferas
a b c d
Simone R. da Silva (ESALQ/LPV); EECB (Bebedouro-SP)
e f g
Figura 13 - Cobertura do substrato úmido com plástico e amarrio (a,b,c,d); Alporque enraizado (e);
Muda pronta (f); Planta adulta (g)
Porta-enxertos de macieira
A macieira é uma frutífera típica de adaptado à região de cultivo, ter exce-
clima temperado, da família Rosaceae, lente afinidade com a cultivar copa e ser
tem suas origens nas montanhas do capaz de proporcionar às plantas bom
Cáucaso, Oriente Médio e Leste Asiá- desempenho em termos de produtivida-
tico. Espécie exigente em tratos cultu- de e qualidade dos frutos. Preferencial-
rais, principalmente no que diz respei- mente, deve ser resistente a pragas e
to à condução, poda e tratos fitossa- doenças do solo, principalmente ao pul-
nitários. Seu cultivo em São Paulo, e gão lanígero e a podridão do colo.
em regiões edafoclimáticas similares, Algumas técnicas de propagação são
somente é possível por meio de culti- utilizadas também para a produção de
vares locais adaptadas ou seleciona- porta-enxertos. No caso específico de
das em Instituições de Pesquisa como macieira, os porta-enxertos são produ-
o Instituto Agronômico de Campinas zidos pela técnica da mergulhia de cepa.
(IAC), Instituto Agronômico do Paraná No campo, ou em canteiros, faz-se
(IAPAR) e Empresa Brasileira de Pes- o plantio dos porta-enxertos enraiza-
quisa Agropecuária (EMBRAPA). dos de macieira, no espaçamento de
O porta-enxerto selecionado deve ser 2,0 x 0,5 m (Figura 14 a).
Propagação de árvores frutíferas 41
João A. Scarpare Filho ( ESALQ/LPV)
a b
c d e
f g
Figura 14 - Plantio de porta-enxertos de macieira enraizados (a); Brotação e cobertura da base dos
ramos com terra (b); Porta-enxertos enraizados (c); Corte e retirada dos porta-enxertos
da planta matriz (d, e); Enxertia de mesa (f); Transplantio das mudas para saquinhos (g).
b d
Citros
Os citros são originários principal- Até o fim do ano de 2002, toda a
mente das regiões subtropicais e tro- produção de mudas de citros era rea-
picais do sul e sudeste da Ásia, in- lizada em ambiente aberto, no cam-
cluindo áreas da Austrália e África, po. Mas com o aumento de doenças
sendo levados para a Europa na épo- disseminadas por vetores alados,
ca das Cruzadas. Chegaram ao Bra- como as cigarrinhas que transmitem
sil no século XVI, trazidos pelos por- a bactéria causadora da Clorose
tugueses. Variegada dos Citros (CVC) e o
O Brasil, maior produtor mundial psilídeo que transmite a bactéria cau-
de laranjas tem no estado de São sadora do Huanglonbing (HLB ou ex-
Paulo a sua maior produção tanto greening), entrou em vigor a partir de
de frutas como de mudas. A pro- janeiro de 2003 a produção e
dução de mudas de citros é feita comercialização obrigatória de mu-
utilizando-se o método de enxertia das e porta-enxertos cítricos prove-
em “T” invertido ou normal, sendo nientes de ambiente protegido com
esse último o exemplificado na Fi- o objetivo de garantir a sanidade e
gura 16. qualidade das mesmas.
46 Propagação de árvores frutíferas
O porta-enxerto de citros é obtido to a base de casca de pinus ou fibra de
exclusivamente por sementes que são coco sob bancadas ou telas suspensas
colocadas em tubetes contendo substra- em ambiente protegido (Figura 16 a).
EECB (Bebedouro-SP); Fiorese Citrus (Sales de Oliveira-SP)
a b c
d e h
f g
i j k
Pessegueiro
O pessegueiro (Prunus persica L. Batsch) vereiro. Já na região Sudeste a colheita
é uma frutífera de clima temperado, nati- ocorre de agosto a outubro.
va da China que devido às exigências Mudas de pessegueiro podem ser
climáticas se expandiu principalmente obtidas por vários métodos de enxertia,
nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. entre elas, a borbulhia em “T” e em pla-
Pelo intenso trabalho dos programas ca e por garfagem.
de melhoramento genético, tanto do Abaixo será descrito todo o processo
Instituto Agronômico de Campinas - para obtenção dessas mudas pelo mé-
IAC, em São Paulo, como da Embrapa todo da borbulhia em placa, que como
Clima Temperado, em Pelotas-RS, todas as anteriores, envolve as fases de
muitas variedades de copa e porta-en- obtenção do porta-enxerto e do enxerto.
xerto foram lançadas, e algumas, pela Os porta-enxertos poderão ser obti-
menor exigência em frio, vêm possibili- dos de sementes ou por estacas. A va-
tando a expansão do cultivo dessa fru- riedade ‘Okinawa’ é um dos porta-en-
teira, com variedades que amadurecem xertos mais utilizados na produção de
em diferentes épocas. Na região Sul do mudas, por ser vigorosa e resistente a
país a colheita ocorre de novembro a fe- nematóides, sendo a mais indicada,
Propagação de árvores frutíferas 51
a b
João A. Scarpare Filho (ESALQ/LPV) e Fernando Mendes Pereira (FCAV/UNESP)
d e f
g h i j
k l m
Figura 17 - Caroços de pêssego (a); Escarificação (b); Estratificação (c); Emissão da radícula (d);
Porta-enxertos em tubetes (e); Ramo porta-borbulha da variedade copa (f); Corte da
casca do porta-enxerto em placa retangular (g); Colocação da borbulha (h); Fixação da
borbulha ao porta-enxerto com plástico (i); Gema exposta (j); Brotação (k); Muda pronta
(l); Planta adulta (m)
54 Propagação de árvores frutíferas
Abacateiro
O abacateiro (Persea americana lume das exportações brasileiras de
Mill.) é originário do México e América abacate, gerando divisas, emprego e
Central. renda, embora a baixa produtividade
O Brasil que ocupa a quinta posi- do abacateiro no Brasil em relação a
ção mundial tem suas maiores pro- outros países produtores ainda seja um
duções nos estados de São Paulo, dos principais entraves à expansão
Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do deste cultivo no país.
Sul e Ceará. A produção de mudas de abacateiro
A produção é destinada quase que utiliza a técnica de enxertia por
exclusivamente ao mercado interno de garfagem em fenda cheia como princi-
fruta fresca. No entanto, o cultivo das pal método de propagação.
variedades de exportação ‘Hass’ e O porta-enxerto utilizado no Brasil é
‘Fuerte’ tem se expandido significati- obtido de sementes, sem variedade
vamente no Estado de São Paulo, per- conhecida, por isso que os pomares
mitindo crescimento expressivo do vo- apresentam muitas diferenças entre as
Propagação de árvores frutíferas 55
plantas em termos de produtividade e forem diferentes é importante que em
qualidade de frutos e vigor. Recomen- pelo menos um dos lados ocorra o
da-se que as sementes sejam obtidas contato direto entre enxerto e porta-
de espécies vigorosas e adaptáveis às enxerto (Figura 18 i).
condições climáticas locais e às doen- Em seguida, amarra-se toda a re-
ças, além de compatíveis com as va- gião da enxertia com fitilho plástico ou
riedades copas que serão enxertadas fita biodegradável, com cuidado para
(Figura 18 a, b). não deslocar o enxerto. O ideal é co-
A enxertia deve ser realizada quan- meçar a amarração de cima para bai-
do o porta-enxerto estiver com altura xo, para evitar esse deslocamento.
de aproximadamente 30 centímetros e Depois, cobre-se o enxerto com um
diâmetro de um lápis. Com o canivete saco plástico transparente, o mesmo
de enxertia, faz-se um corte, ou aber- utilizado para sorvete, para evitar a
tura central no porta-enxerto de apro- perda de umidade (Figura 18 j, k, l, m).
ximadamente 2 a 3 centímetros, onde Depois de aproximadamente 30 dias
será colocado o garfo que se deseja faz-se a retirada do saquinho plástico e
enxertar (Figura 18 c, d, e) com 60 dias a retirada do fitilho plástico.
Para o preparo do garfo (enxerto), Os enxertos que estiverem enegrecidos
retira-se uma parte do ramo de prefe- poderão ser descartados. Nessa fase,
rência com diâmetro igual a do porta- faz-se a desbrota do porta-enxerto, para
enxerto, para facilitar a soldadura en- que o enxerto possa brotar com maior
tre as partes. Com canivete bem afia- intensidade, pelas reservas destinadas
do são realizados cortes rápidos e fir- ao seu desenvolvimento.
mes em ambos os lados, de maneira O enxerto deve ser conduzido ou
que o garfo fique em forma de cunha. tutorado na posição vertical com o
O comprimento da cunha deverá ser auxílio de uma estaca de arame ou
semelhante ao da profundidade da fen- bambu, até que a muda esteja pronta
da aberta no porta-enxerto (Figura 18 para ser plantada em campo (Figura
f, g, h). 18 n, o). A Figura 18 p mostra uma
Encaixa-se o garfo imediatamente na planta adulta originária de muda pro-
fenda do porta-enxerto, de tal maneira duzida por garfagem em fenda cheia.
que as regiões da casca de ambas as A garfagem em inglês simples tam-
partes fiquem em contato direto. Se o bém pode ser utilizada para a produ-
diâmetro do porta-enxerto e do garfo ção de mudas de abacateiro.
56 Propagação de árvores frutíferas
a c d e
f h i j
l m n
o p
Figura 18 - Semeadura e cobertura do porta-enxerto (a, b); Preparo do porta-enxerto para enxertia
(c, d, e); Preparo da variedade copa para enxertia (f, g, h); Enxertia (i); Fixação do
enxerto com fitilho plástico (j); Cobertura do enxerto com saco plástico (k, l, m); Muda
pronta (n); Viveiro de mudas (o); Planta adulta (p)
58 Propagação de árvores frutíferas
Coqueiro
O coqueiro (Cocos nucifera L.) é propagação, é importante escolher
uma planta de clima tropical sendo uma boa planta matriz. Essas semen-
cultivado em muitos países. Da plan- tes deverão ser colhidas com aproxi-
ta, além dos frutos podem-se aprovei- madamente 11 a 12 meses quando os
tar também as folhas, a inflorescência frutos estiverem praticamente secos,
e outros produtos. Cada fruto de coco embora recomenda-se que ainda seja
é uma semente. ouvido um pouco do barulho da água,
A produção de mudas dessa fruteira ou o que resta dela.
é feita exclusivamente por sementes, Posteriormente elas devem ser co-
não utilizando nenhum método de pro- locadas ao ar livre para completar a
pagação, como a maioria das espé- maturação, não ultrapassando 10
cies frutíferas. Outro exemplo, cujas dias para sementes de coqueiros
plantas se multiplicam por sementes é anões e 21 dias para coqueiros gi-
o mamoeiro. gantes. É importante fazer uma se-
Para a produção de mudas por se- leção dessas sementes com relação
mentes, assim como ocorre quando ao tamanho, formato e ausência de
utilizamos algumas das técnicas de pragas e doenças.
Propagação de árvores frutíferas 59
Em seguida, as sementes poderão Quando as mudas no germinadouro
ser levadas para os germinadouros, estiverem com 3 a 4 folhas, o que ocor-
que nada mais são, que canteiros pre- re por volta dos 4 a 6 meses, poderão
parados com 1,0-1,5 metros de largu- ser plantadas diretamente no campo,
ra e comprimento variável pelo núme- em local definitivo. Antes, porém, de-
ro de sementes que se deseja colocar. verá ser feito o corte das raízes e a
Entre um canteiro e outro, deixe um manutenção das mudas à sombra até
espaço de pelo menos 0,5 a 1,0 m e o momento do plantio, para que elas
distribua as sementes no germi- não desidratem (Figura 20 b, c).
nadouro, tanto na posição horizontal Outra opção, quando se deseja
como vertical (Figura 20 a). comercializar mudas maiores, é trans-
Nessa fase, pode-se utilizar cober- ferí-las do germinadouro para viveiros.
tura morta para proteger as sementes No viveiro as mudas poderão ser
do excesso de sol, que provoca a quei- plantadas no solo, em triângulo
ma do broto terminal e para reter água, equilátero nas dimensões de 60 x 60 x
o que irá favorecer a germinação. O uso 60 cm (Figura 19) ou diretamente em
de cobertura também reduz os custos sacos de polietileno preto de no míni-
com capinas, pois impede que ocorra mo 40 x 40 cm, contendo substrato de
germinação de plantas daninhas. terra misturada com matéria orgânica.
É importante que os canteiros sejam De qualquer forma, a irrigação é se-
adubados, independentes da utilização melhante a da fase de germinadouro.
de um adubo orgânico ou químico, o
que fica a critério do produtor de mu-
das. Como complemento, para evitar
a deficiência de nitrogênio, é comum a
realização da adubação foliar com
uréia ou outra fonte de nitrogênio que
esteja disponível.
A necessidade de água nessa fase
é indispensável para acelerar a germi-
nação. A quantidade desejável está em
torno de 6 a 7 mm/dia ou seja, 6 a 7
litros de água/m², que devem ser dis-
tribuídas entre o início da manhã e fim
da tarde, para o melhor aproveitamen- Figura 19 - Esquema de plantio de mudas de
to, evitando perdas. coqueiro em triângulo equilátero
60 Propagação de árvores frutíferas
a b
c d e
Figura 20 - Canteiro (a); Mudas em desenvolvimento (b); Mudas prontas (c); Mudas em sacolas (d);
Planta adulta (e)
Propagação de árvores frutíferas 61
Bibliografia consultada
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