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ESPÍRITO SANTO
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e lá, trocavam produtos europeus pelas especiarias. Não raro, simplesmente saqueavam
vilarejos hindus de suas riquezas e as vendiam na Europa com lucro de 100%, independente
da desgraça causada no local do saqueio.
Após longo período de cerco, em 1453 as poderosas muralhas de Constantinopla
caíram sob o poder dos canhões de Maomé III. A “Queda de Constantinopla” e sua ocupação
pelos turcos otomanos (muçulmanos) marca o fim do Império Romano do Oriente. Muitos
sábios migraram de Constantinopla para Roma, Veneza e Gênova, na península Itálica e
ajudaram, com seus aportes, a incrementar o Renascimento Europeu.
Com as rotas terrestres para as Índias completamente bloqueadas pois os inimigos
mortais dos Europeus Ocidentais ocupavam toda a Palestina e até Constantinopla (hoje
Istambul, na atual Turquia), além disso as disputas entre Católicos e Protestantes no
Segundo Cisma do Cristianismo tornava a Europa Central uma área consideravelmente
perigosa para os mercadores católicos da Península Ibérica. Era necessário encontrar um
"Caminho Marítimo" para "as Índias".
As viagens navais daqueles tempos podem ser comparadas – grosso modo – às
viagens espaciais da era moderna. Inicialmente, somente Portugueses e Espanhóis
dispunham dos conhecimentos técnicos necessários à construção de grandes embarcações
e, com o auxílio de instrumentos aprendidos com os muçulmanos (como o astrolábio, por
exemplo, instrumento fundamental ao fiel muçulmano para localizar a direção da cidade de
Meca para suas preces diárias mesmo em dias nublados ou durante a noite) podiam navegar
e orientar-se pelas estrelas, mesmo à noite.
Após a Unificação do Reino de Espanha com o casamento de Fernando de Aragão
com Isabel de Castela que possibilitou a união de forças necessárias à retomada de
Granada, ao sul da Espanha (os muçulmanos ocuparam toda a Península Ibérica por cerca
de 700 anos, daí muito de sua influência aparece na cultura daqueles povos e dos latino-
americanos, nós, que descendemos deles) um navegador genovês (nascido em Gênova, na
Península Itálica) chamado Cristóvão Colombo conseguiu os recursos necessários a
subvencionar sua ambiciosa viagem de circunavegação – dar uma volta à Terra, que, já se
sabia, era redonda – e chegar “ao Levante, viajando na direção do Sol Poente”. Só não
contava mesmo encontrar um continente inteiro no meio do caminho - sorte dele, aliás, que
não contava com suprimentos, equipamentos e tripulação suficientemente motivada e
crédula para chegar tão longe quanto a China, na hipótese de o Continente que hoje
chamamos de América não existisse...
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Fonte: http://www.amorlegal.com/luizcalegari.com/index.php/geografia-oitavo-ano/8-ano-geografia-1-semestre/196-o-meio-natural-ap-1-
o-contexto-do-senhor-dos-ventos.html
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O “Achamento”
A Carta de Pero Vaz de Caminha fala em “achamento” destas terras, não fala em
“descobrimento” ou “casualidade”. Tudo indica que, realmente, procuravam alguma terra, e
a acabaram “achando”... O relato abaixo permite-nos uma ideia de como aconteceu este
“achamento” segundo relatos de marujos da esquadra cabralina.
Na terça-feira à tarde, foram os grandes emaranhados de “ervas compridas a que os
mareantes dão o nome de rabo-de-asno”. Surgiram flutuando ao lado das naus e sumiram
no horizonte. Na quarta-feira pela manhã, o vôo dos fura-buchos – uma espécie de gaivota
– rompeu o silêncio dos mares e dos céus, reafirmando a certeza de que a terra se
encontrava próxima. Ao entardecer, silhuetados contra o fulgor do crepúsculo, delinearam-
se os contornos arredondados de “um grande monte”, cercado por terras planas, vestidas
de um arvoredo denso e majestoso.
Era 22 de abril ale 1500. Depois de 44 dias de viagem, a frota de Pedro Álvares Cabral
vislumbrava terra – mais com alívio e prazer do que com surpresa ou espanto. Nos nove
dias seguintes, nas enseadas generosas rio sul da Bahia, os 13 navios da maior amada já
enviada às índias pela rota descoberta por Vasco da Gama permaneceriam reconhecendo
a nova terra e seus habitantes.
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Etnocentrismo
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a cultura e a religião ibéricas - a alternativa era a morte ("Ficar entre a cruz e a espada" tem
precisamente este significado, por sinal).
Apenas a título de ilustração ou curiosidade, todas as civilizações humanas têm a sua
própria forma fazer sacrifícios humanos. Hoje em dia, nos EUA, a moda é julgar formalmente
e, o considerado "culpado" de algo como "crime hediondo" é sacrificado através do uso da
Cadeira Elétrica, da Forca ou da Injeção Letal. Na Península Ibérica ao tempo da conquista
colonial do Brasil eram também muito comuns os sacrifícios humanos. A Sagrada
Congregação para a Doutrina da Fé, nome eufemístico da Santa Inquisição, julgava -
aplicando violentos métodos de tortura física e psicológica, extraindo confissões as mais
diversas - e, ao término dos trabalhos, "abandonava ao braço secular" o corpo da vítima a
ser sacrificada indicando como deveria ser. Um método muito popular de Sacrifício Humano
na Península Ibérica ao tempo da conquista colonial era a fogueira. A vítima era queimada
numa fogueira, em geral ainda em vida (como ocorreu com Giordano Bruno, por exemplo);
em alguns casos eram garroteados - mortos por enforcamento através de um garrote em
torno da garganta - e, a seguir, incinerados para delírio da plateia. Também no continente
que hoje chamamos América, nos tempos da conquista colonial, se praticava o sacrifício
humano: inimigos derrotados eram mortos e sua carne, devorada pelos vencedores - um
ritual nem tão raro nem tão comum quanto os Sacrifícios Humanos perpetrados na Europa
cristã, naturalmente. Mas uns não consideravam aos outros como praticando esse tipo de
coisa...
Agora, imagine que você desse de presente para um grupo de índios da Amazônia
(onde não há eletricidade, água encanada, saneamento básico ou mesmo respeito por parte
da FUNAI - Funerária Nacional de Índios) um computador de último tipo, capaz de pegar o
sinal da Internet por satélite e funcionar a bateria. Diante de tal peça, os Ianomami,
respeitosos, o enfeitariam com penas, colocariam outros adereços comuns e deixariam o
computador em exibição, todo enfeitado, a quem desejasse olhar. Estranho? E nós que
pegamos seus instrumentos de trabalho - como arco-e-flexa, por exemplo - e penduramos
como enfeite em nossas paredes? Qual a grande diferença?
Enfim, em última instância, no mundo humano e sendo o ser humano como é, vence
sempre quem dispõe de maior poderio bélico, não aquele povo que manifesta um tipo
superior de moralidade. Assim, hoje já não há quase nada de cultura nativa neste país. Os
"índios" foram convertidos ou assassinados.
Os Tupiniquins
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Ao longo dos dez dias que passou no Brasil, a armada de Cabral tomou contato com
cerca de 500 nativos.
Eram, se saberia depois, tupiniquins – uma das tribos do grupo tupi-guarani que, no
início do século 16, ocupava quase todo o litoral do Brasil. Os tupis-guaranis tinham chegado
à região numa série de migrações de fundo religioso (em busca da “Terra sem Males”, no
começo da Era Cristã). Os tupiniquins viriam no sul da Bahia e nas cercanias de Santos e
Bertioga, em São Paulo. Eram uns 85 mil. Por volta de 1530, uniram-se aos portugueses na
guerra contra os tupinambás-tamoios, aliados dos franceses. Foi uma aliança inútil: em 1570
já estavam praticamente extintos, massacrados por Mem de Sá, terceiro governador-geral
do Brasil.
Fonte: http://www.colegioweb.com.br/primordios-da-colonizacao-portuguesa/as-primeiras-expedicoes.html
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Primeiras Expedições
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como desde sempre em terra brasilis, "se acomoda" à situação. Alain Fresnot explorou este
tema brilhantemente no filme "Desmundo".
Fonte: http://www.estudokids.com.br/mercantilismo-surgimento-e-principais-caracteristicas-do-sistema-mercantilista/
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para Portugal, tem basicamente três características, conhecidas pelo termo técnico de
“plantation”:
_ Latifúndio: as terras são distribuídas em grandes propriedades rurais
_ Monocultura voltada ao mercado exterior: há um “produto-rei” em torno do qual toda
a produção da colônia se concentra (no caso brasileiro, ora é o açúcar, ora a borracha, ora
o café...) para a exportação e enriquecimento da metrópole, em detrimento da produção para
o consumo ou o mercado interno.
_ Mão de obra escrava: o negro africano era trazido sobre o mar entre cadeias e,
além de ser mercadoria cara, era uma mercadoria que gerava riqueza com o seu trabalho.
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REFORMAS POMBALINAS
Fonte: https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&
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Mas a sua política não estava concentrada apenas em Minas. Ela abrangia também
a economia açucareis do nordeste e a exploração das "drogas do sertão" da região
amazônica.
Em relação a Minas, com a finalidade de assegurar os rendimentos da Coroa, Pombal
tomou a iniciativa de converter a exploração diamantífera em monopólio real, com o Regi-
mento da Real Extração e, em relação ao ouro, ele estabeleceu um regime de taxação que
combinava a Casa de Fundição e o sistema de fintas com cotas de 100 arrobas,
complementado pela derrama.
Para atuar no nordeste e na região amazônica, Pombal criou a Companhia Geral do
Comércio do Grão Pará e Maranhão (1755) e a Companhia Geral do Comércio de
Pernambuco e Paraíba (1759).
Assim, o quadro geral da administração colonial caracterizou-se, no final do século
XVIII, pela crescente racionalização da atividade econômica, tendo por objetivo a
transferência do máximo de riqueza do Brasil para Portugal. Paralelamente a essa
racionalização, aumentava também o grau de opressão colonial. Essa tendência continuou
com D. Maria I, que sucedeu a D. José I. No seu reinado, através do Alvará de 1785, proibiu-
se a atividade manufatureira no Brasil.
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=QgHFp8Mzq8c
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evidente. A opressão colonial começou a ser sentida com a criação das Companhias de
Comércio, às quais a metrópole concedeu monopólio do comércio colonial. A própria
administração portuguesa ganhou um novo contorno com a criação do Conselho
Ultramarino.
Assim, à medida que o Estado português torna-se clara e conscientemente
colonialista, no Brasil desenvolve-se uma consciência anticolonialista.
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destruir Palmares em 1694. Todavia, o chefe do quilombo, Zumbi, não foi capturado na
ocasião. Somente um ano depois foi encontrado e executado.
equiparação política das duas cidades tinha fortes razões econômicas e obedecia à lógica
do sistema colonial.
Fonte: https://rafatrotamundos.wordpress.com/2012/08/06/expansao-colonial-e-pensamento-geografico/
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Povoamento do Brasil até meados do século XVII – A colonização do Brasil, que teve
como fundamento a agroindústria açucareira, possibilitou a ocupação efetiva do
litoral. Durante muito tempo, segundo a expressão famosa de frei Vicente do
Salvador, que viveu no século XVII, os colonos limitavam-se a "andar arranhando as
terras ao longo do mar como caranguejos".
A interiorização da colonização, entretanto, iniciou-se com o desenvolvimento da
pecuária nordestina, que foi gradualmente se afastando do litoral açucareiro que lhe dera
origem. Seus focos de irradiação foram Bahia e Pernambuco. Seguindo as margens dos
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Os tratados de limites – Nos fins do século XVIII, o atual território brasileiro estava
praticamente formado. Para isso contribuíram a pecuária, o bandeirismo, a mineração
e as missões jesuíticas no vale amazônico.
Os limites no extremo norte foram discutidos com os franceses, que haviam se fixado
nas Guianas, e no extremo sul, com os espanhóis. A essa altura, estava claro que o
meridiano de Tordesilhas já não podia ser tomado como referência para delimitar os
domínios portugueses e espanhóis.
No século XVIII e no princípio do XIX, vários tratados foram assinados pelos
portugueses para definir os limites.
O primeiro tratado de limites ocorre com o Primeiro Tratado de Utrecht (1713). Por
esse tratado a França reconheceu o direito exclusivo de Portugal navegar no rio Amazonas,
em troca do reconhecimento português da posse da Guiana pelos franceses. Pelo Segundo
Tratado de Utrecht (1715), a Espanha reconheceu a possessão da Colônia do Sacramento
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(fundada em 1680) por Portugal, mas não de forma definitiva. Outros tratados foram
assinados entre Portugal e Espanha para a fixação dos limites no extremo sul.
Em 1750, a questão começou a ser rediscutida, resultando no Tratado de Madri
(1750). Segundo esse novo tratado, ficou estabelecido o princípio do uti possidetis, isto é,
Portugal e a Espanha estabeleceram como critério a ocupação efetiva. Assim, territórios
ocupa dos por portugueses foram reconhecidos pela. Espanha como portugueses, e
reciprocamente. Com esse tratado foram formalmente invalidados os limites estabelecidos
pelo Tratado de Tordesilhas. A Espanha, a fim m de assegurar a navegação exclusiva no rio
da Prata, trocou a Colônia do Sacramento pelos Sete Povos das Missões (referência às sete
missões jesuíticas espanholas que correspondiam, grosso modo, ao atual esta do Rio
Grande do Sul).
Entretanto, o acordo estabelecido pelo Trata do de Madri não foi cumprido, devido à
recusa dos jesuítas espanhóis em entregarem os Sete Povos das Missões aos portugueses.
Instigados pelos jesuítas, os indígenas moveram uma guerra contra os novos ocupantes, as
Guerras Guaraníticas, que se prolongaram até 1767.
Por essa razão, o ministro português, marquês de Pombal, decidiu anular essa
cláusula do Tratado de Madri e se negou a entregar a Colônia do Sacramento, levando os
países ibéricos a anularem o tratado anterior, o que se deu com o Tratado do Pardo (1761).
As negociações continuaram com o Tratado de Santo Ildefonso (1777), com Portugal
renunciando à região dos Sete Povos e ao Sacramento, em troca da ilha de Santa Catarina,
então pertencente à Espanha. A situação só iria se definir, finalmente, em 1801, com o
Tratado de Badajós, depois da destruição dos Sete Povos pelos gaúchos. Retornando aos
termos do Tratado de Madri, Portugal reconheceu a posse do Sacramento e ficou com os
Sete Povos.
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Fonte: http://www.colegioweb.com.br/historia/o-que-foi-idade-media.html
Durante muito tempo a Idade Média ficou conhecida como Idade das Trevas. Isto
significa dizer que ela não teria trazido nenhuma contribuição para a história do mundo, em
especial do Ocidente. Teria sido um período dominado pela barbárie e pela cegueira do
conhecimento. Os homens que construíram este conceito sobre a Idade Média buscaram
condena-la em todos os aspectos que caracterizaram a vida social da mesma: a arte sob
influência de povos ditos bárbaros, a vida social e política organizada segundo os
parâmetros da fé católica, dentre outros fatores.
No século XVI, os renascentistas estavam desenvolvendo um novo conceito de arte
baseada no que havia sido produzido no mundo greco-romano. Para estes, a Idade Média,
ao admitir outras influências sobre a sua arte, além da clássica, acabou por barbarizá-la, daí
designarem a arte deste período como gótica. Foram alguns destes homens que primeiro
utilizaram os termos “Idade Média” e “Idade das Trevas”.
Nos séculos posteriores, o XVII e o XVIII, os intelectuais racionalistas, os protestantes,
os burgueses e os iluministas acrescentaram novas críticas ao período e ampliaram ainda
mais a visão negativa da Idade Média.
Os historiadores do século XX, movidos pelo desejo de compreender o homem do
passado em seu próprio tempo, desenvolveram métodos e novas teorias que, ao serem
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Fonte: https://jogadorpensante.com/tag/fable/
Neste tópico adotamos uma cronologia que consideramos mais completa, conforme
nos alerta o autor do texto em que a extraímos, Hilário Franco Júnior, por trabalhar com a
concepção de história como resultado de um processo e não de fatos isolados (Franco
Júnior, 2001, p. 14-17). Este autor divide o período que compreende os séculos IV a meados
do XVI em quatro momentos distintos que trazem uma relativa coesão interna:
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ALTA IDADE MÉDIA (séculos VIII-X): período de alianças entre o poder germânico
e a Igreja, que culminou no Império Carolíngio, marcado pela recuperação econômica e pela
expansão territorial e cristã.
IDADE MÉDIA CENTRAL (séculos XI-XIII): período de apogeu da Idade Média, onde
vigoram em sua máxima expressão o feudalismo, o renascimento urbano e comercial, as
artes, o poder da Igreja, dentro outros fatores.
BAIXA IDADE MÉDIA (Séculos XIV-XVI): período de crise, marcado por guerras,
pestes e fome, pela recessão demográfica e monetária. Mas também gestam-se os valores
e as transformações do mundo moderno como a reforma protestante, os descobrimentos, o
renascimento artístico e cultural, numa resposta à crise do início do período.
Fonte: https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=
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http://4.bp.blogspot.com/-LPYjQE4t_R8/VXX-CAMA3QI/AAAAAAAAjfA/rEHGU6kXBcw/s1600/2.jpg
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Fonte: https://sciart.eu/pt/tags/historia
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lado constantemente, para o êxito das nossas empresas e para a prosperidade do bem
público.
Lactancio. (De mortibus persecutorum) Sobre la muerte de los perseguidores. introd..,
trab. Española e notas de R. Teja. Madrid: Gredos, 1982. XLVIII, p.2-3. In: Apud Pedrero
Sanchéz, p. 27-8.
http://2.bp.blogspot.com/-0BB9fgv6_ZE/UCGNgerZvsI/AAAAAAAAAl4/nWgj3vm2N8Q/s1600/03_25_ghg_papa4.jpg
Ordenamos que todas aquelas pessoas que seguem esta norma tomem o nome de
cristãos católicos. Porém, o resto, aos quais consideramos dementes e insensatos,
assumirão a infâmia dos dogmas heréticos, os lugares de suas reuniões não receberão o
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nome de igreja e serão castigados em primeiro lugar pela divina vingança, e, depois,
também, (por justo castigo) pela nossa própria iniciativa, que providenciaremos de acordo
como juízo divino.
Dado no terceiro dia das calendas de março, no ano de quinto consulado de Graciano
e do primeiro consulado de Teodósio Augusto. (28 de fevereiro de 380).
Código Teodosiano. XVI, 1-2. In: Tuñón de Lara, M. Textos y documentos de História
Antigua, Media y Moderna. Barcelona: Labor, 1984. p.127 (Historiade EspañaXI). In: Apud
Pedrero Sanchéz, p. 28-9.
(...) Muitos autores contam que estes povos saíram da Panômia e que se
estabeleceram primeiro na margem do Reno; tendo em seguida atravessado este rio,
passaram à Turíngia e aí, nas aldeias ou nas cidades, escolheram reis cabeludos, que foram
buscar na primeira, e, se assim posso dizer, à mais nobre das suas famílias.
(...) Mas este povo mostrou-se sempre entregue a cultos fanáticos sem ter qualquer
conhecimento do verdadeiro Deus. Fez imagens das florestas e das águas, dos pássaros,
dos animais selvagens e dos outros elementos aos quais tinha por hábito prestar um culto
divino e oferecer sacrifícios (...)”
São Gregório de Tours [Bispo de Tours – 538-595 – 1º historiador da França].
Historiae Ecclesiasticae Francorum. Lib. II, IX-X. Trad. De Guadet e Taranne. Paris, 1836.
In: Apud Pedrero Sanchéz, p. 33.
Agora, vamos sair um pouco da Europa Ocidental e deter o nosso olhar sobre outro
espaço geográfico do mundo medieval, observando a Península Arábica, do outro lado do
mar, lugar onde nascia uma nova sociedade que viria marcar de forma permanente, nos
séculos futuros, a história da humanidade. Vamos seguir o nosso caminho em direção ao
mundo islâmico.
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Fonte: http://www.geocities.ws/lumini_religioes/LUMINI_RELIGIOES_ARTIGOS/LUMINI_Islamismo.html
O Islã nasceu no século VII com Maomé. Este nasceu em Meca em 570 d. C. Meca
era um importante centro comercial da Arábia Ocidental e de peregrinação, devido ao
santuário de Caaba, onde inúmeros deuses eram cultuados.
Maomé era filho de mercadores da tribo coraixitas que mantinham acordo com tribos
pastoris de Meca. Após sua experiência de revelação, - onde diz receber as profecias de
Alá, que ele passa a reconhecer como o único deus - Maomé sofreu a perseguição da
aristocracia mercantil de Meca, que não aceitava o monoteísmo de sua pregação. Ele fugiu
para Medina em 16 de julho de 622 e esta data ficou conhecida como hégira marcando o
início do calendário islâmico.
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A Expansão do Islã
O sucesso da expansão dos árabes, e por consequência do Islamismo, pelo Oriente
explica-se pela:
Fraqueza dos adversários (Bizâncio e Pérsia estavam exauridos pelas contínuas
lutas);
O entusiasmo dos adeptos movidos por motivos religiosos e pela possibilidade de
riqueza;
O bom acolhimento dos povos dominados por Bizâncio (para sírios, judeus e egípcios
os árabes foram considerados libertadores).
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árabes em sunitas e xiitas. Os xiitas não concordavam com o califado nas mãos de não
familiares de Maomé e pretendiam uma interpretação rigorosa dos preceitos do Alcorão.
Após séculos os Omíadas foram substituídos pelos Abássidas, que transferiram a
capital do império para Bagdá, no Iraque. No século X as contradições do sistema de
governo centralizado e burocrático levaram a fragmentação do mesmo.
A partir do séc. XI, iniciou-se a intolerância religiosa e a guerra santa. Este período foi
marcado pelo declínio desta sociedade após aliança entre o califa de Bagdá e os turcos
seldjúcidas.
Fonte: http://cafehistoria.ning.com/photo/1980410:Photo:11599?context=user
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http://www.fatosdesconhecidos.com.br/wp-content/uploads/2014/07/paolo_uccello.jpg
Ao sul e por mar - os islâmicos invadiram a costa italiana ao longo do século IX,
controlando boa parte do mediterrâneo e o comércio nele realizado.
Ao leste e por terra: húngaros ou magiares. Instalaram-se no território russo no século
VII, de onde foram expulsos por povos turcos iniciando, a partir de 899, invasões
sistemáticas nas fronteiras do leste da França Oriental e da Germânia, além de excursões
na França e Itália também.
A vitória sobre os húngaros em 955, pelo rei Otão I, ajudou no surgimento do poder
da dinastia otoniana que restaurou o poder imperial carolíngio, fundando o Sacro Império
Germânico, que durou de 936 a 1806, sob o território da Itália e Germânia. Otão I foi sagrado
pelo papa João XII, em 961. Os húngaros sedentarizam-se e cristianizaram-se fundando o
reino da Hungria.
Recuperação econômica:
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Considerando a visão deste autor, listamos alguns dos elementos que caracterizam
o feudalismo e a sua origem, seguindo uma ordem de importância:
A supremacia de uma classe de guerreiros especializados, chamados cavaleiros, que
formavam a classe dominante, surgindo o feudalismo deste processo de ascensão da
cavalaria;
Fonte: http://www.coladaweb.com/historia/o-sistema-feudal
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Fonte: https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cmedia-
introducao.html&psig=AFQjCNHHwyv58NyMQwFmxM0K8Yo5sa8zfA&ust=1462915706014320
Os senhores
A posse dos domínios territoriais era de três grupos distintos: a Igreja, a Coroa e a
nobreza. Os domínios da Igreja eram indivisos, ao contrário dos outros que sofriam divisões
sucessivas devido a doações e partilhas sucessórias. Isto explica o fato de a Igreja possuir
a maior parte das terras do Ocidente cristão ao final da Alta Idade Média.
Os trabalhadores
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senhores em troca de proteção e de um pedaço da terra para usufruto pessoal. Para isto,
sujeitavam-se ao cumprimento de obrigações pessoais e encargos como descreveremos no
item abaixo, sobre as propriedades senhoriais.
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A SOCIEDADE FEUDAL
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Fonte: http://www.miniweb.com.br/historia/Artigos/i_media/sacerdotes_guerreiros.html
Renascimento Comercial
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http://alunosonline.uol.com.br/upload/conteudo_legenda/54d30c30cc6fb838062404f724382636.jpg
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Renascimento Urbano
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Fonte: http://www.estudopratico.com.br/igreja-catolica-na-idade-media/
EDUCAÇÃO
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Devido ao crescimento das cidades e dos grupos sociais nela existentes, vemos a
partir do século XI as escolas urbanas ganharem mais destaque que as monásticas,
transformando-se em universidades no século XIII, que funcionavam como corporações
eclesiásticas.
O método de estudo destas escolas urbana era a escolástica. A escolástica consistia
num “conjunto de leis sobre como pensar determinado assunto” (Franco Júnior, 2001, p.
118).
Quais eram estas leis? Vejamos o que nos diz este autor:
A- Leis de linguagem para buscar o sentido exato da palavra;
B- Leis de demonstração usando a dialética, uma forma de provar certa posição
recorrendo a argumentos contrários;
C - Lei da autoridade, recurso a fonte cristã e do pensamento clássico para
fundamentar as ideias defendidas;
D - Leis da razão: utilizável para uma compreensão mais profunda. .
As etapas de estudo eram:
Lectio, leitura, comentário e análise do texto.
Disputatio ou debate sobre o assunto.
Também verificamos neste período a revalorização do estudo do direito antigo, devido
à necessidade das monarquias nascentes e da população urbana, e da medicina, num lento
processo de dessacralização da natureza, que permitiu a ampliação dos estudos.
Anterior a Idade Média Central: Arte românica. Esta arte marca o período posterior
as invasões dos normandos, islâmicos e húngaros – séculos XI e XII, terminando por
volta de 40-60. Inúmeras igrejas foram construídas. O que caracteriza este estilo
artístico? Vejamos:
Não havia arte pela arte, feita pelo seu valor estético e sim eram elaboradas com
finalidade exclusivamente didática, marcada pelo simbolismo. Arte arquitetônica expressa
na construção de templos a ideia de construir “fortalezas de Deus” (largas paredes, grossos
pilares e poucas janelas), transmitindo a ideia de que somente dentro da igreja (edifício
religioso) e da Igreja (instituição) era possível a salvação (Franco Júnior, 2001, p. 111).
Idade Média Central: Arte gótica. O estilo gótico resultou do renascimento urbano e
comercial verificado na Europa. Este estilo nasce por volta de 1140, no sul da França,
e a primeira experiência verificou-se na construção da basílica de Saint-Denis (1132-
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BIBLIOGRAFIA
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esforços para combater tais estudos sobre História Antiga, apesar do empenho, após a
abertura política ocorrida na década de 1980, da maioria dos antiquistas brasileiros em
desconfigurar essa imagem distorcida ao acompanhar o novo resplendor da historiografia
marxista.
A partir de então, a produção de pesquisadores em Antiguidade não cessará em
acompanhar os avanços da historiografia. Detentores do conhecimento das denominadas
línguas mortas: aramaico, sânscrito, grego e latim e, fundamentalmente, de línguas
estrangeiras como espanhol, inglês, francês, italiano e alemão 2, os estudiosos na área da
Antiguidade terão acesso a tais avanços, como, por exemplo, à imprescindível contribuição
analítica do historiador americano Moses Finley, atuante na Grã-Bretanha, que revolucionou
a estrutura da análise da História Antiga ao criticar o modelo marxista com suas sínteses
totalizadoras transplantadas pelas revoluções, elucidando a eficácia do conceito
de ordem e status de inspiração weberiana em detrimento do emprego do conceito
de classe social no que se refere à interpretação do que seriam os grupos sociais na
antiguidade clássica.
Os historiadores antiquistas nacionais acompanharão, muito atentos, os
desdobramentos dessa interpretação, concordando ou não com essa premissa, mas não
deixando de respeitar a obra de Finley, cujo aparato bibliográfico nos inspira até os dias
atuais. As críticas às abordagens normativas inspiradas em Weber, a partir da década de
1990, só podem ser compreendidas pela absorção das propostas da Escola de Cambridge
no país3.
Os conflitos sociais ocorridos na Antiguidade serão analisados sob prismas mais
arrojados, e com o conhecimento da Nouvelle Histoire novos temas serão pesquisados em
nossa área. A partir de meados da década de 1990, com o advento da História
Cultural expandindo-se em nível nacional, houve uma multiplicação de Dissertações e Teses
influenciadas pelo conceito de representação, o qual, mais tarde, no clarão do século XXI,
será articulado à análise do discurso.
O respeito pelo trato documental, sua datação e autoria, críticas internas e externas
dos discursos, sua linguagem metafórica, enfim, a desconstrução do discurso serão
albergados à luz das tropas de reconhecimento da pós-modernidade. Sempre aliados ao
conhecimento documental e historiográfico, os investigadores antiquistas escolherão seus
métodos, técnicas e teorias de abordagem, associando tais interpretações à análise
iconográfica e à cultura material.
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2 Exige-se, de qualquer historiador que pretenda ser um antiquista, o conhecimento de, pelo
menos, uma língua morta e duas línguas estrangeiras.
5 Cf. FUNARI, Pedro Paulo A. A renovação no ensino de História Antiga. In: KARNAL,
Leandro (Org.). História na Sala de Aula. São Paulo: Contexto, 2003. p.95-108, com
referências.
6 E.g. CARVALHO, Margarida Maria de. Interpretações Críticas sobre algumas Biografias
do Imperador Juliano dos séculos XIX e XX. In: ANDRADE FILHO, Ruy de Oliveira
(Org.). Relações de poder, cultura e educação na Antiguidade e Idade Média. 1. ed. São
Paulo: Solis, 2005. p.217-226.
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