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As Grandes Navegações

Juliana Bezerra
Professora de História

Chamam-se Grandes Navegações as expedições marítimas realizadas por europeus entre


os séculos XV e XVI.

Os pioneiros na expansão marítima europeia foram os portugueses e os espanhóis,


seguidos pelos ingleses, franceses e holandeses.

Diversos fatores possibilitaram a Grandes Navegações como o aprimoramento das


técnicas de navegação, a necessidade de metais preciosos e de se descobrir um novo
caminho marítimo para as Índias.

Ad

Por fim, não podemos esquecer os motivos religiosos, algo importantíssimo naquela
época. Deste modo, os europeus também queriam expandir a fé cristã às novas terras.

Resumo da história das grandes navegações


Com a tomada de Constantinopla pelos turcos em 1453, o comércio entre a Ásia e a
Europa sofreu um abalo. Os produtos que ali chegavam aumentaram de preço devido
aos impostos que os turcos passaram a cobrar dos europeus.

Por isso, comerciantes de Veneza e Gênova, que monopolizavam o comércio marítimo,


buscaram alternativas para chegar às Índias. Isto vinha de encontro ao projeto de
expansão marítima de Portugal e do Reino de Castela. Desta forma, os interesses de
distintos grupos convergiram para patrocinar as navegações pelo oceano Atlântico.

A aliança entre o rei e a burguesia também contribuiu de maneira decisiva para a


expansão comercial e marítima. Nesta época, os monarcas queriam centralizar o poder,
num movimento histórico conhecido como absolutismo. O rei possuía prestígio, mas
pouco poder e dinheiro. A burguesia tinha dinheiro, mas não poder, nem prestígio.
Desta forma, rei e burguesia apoiaram e financiaram expedições para a África, Ásia e a
América, e assim alcançar seus objetivos.

Portugal foi o pioneiro na realização de grandes viagens marítimas. Voltado para o


Atlântico e sem possibilidade de expandir-se dentro da Península Ibérica, os
portugueses preferiram aventurar-se no Mar Oceano.

No início do século XV, Portugal tornou-se o centro de estudos de navegação, através


do estímulo do infante D. Henrique, o Navegador.

Este príncipe reunia em sua residência, em Sagres, Algarve, navegadores, cosmógrafos,


cartógrafos, mercadores e aventureiros a fim de ensinarem e aprenderem os segredos
dos mares.

Além disso, D. Henrique patrocinou inúmeras viagens que possibilitaram a exploração


da costa da África.

As grandes navegações portuguesas


O pioneirismo português começa em 1415 com a conquista de Ceuta, uma cidade que
era um importante entreposto comercial.

Vejamos a cronologia das navegações portuguesas:

 1415 – chegada à Ceuta, no norte da África.


 1419 – ocupação da Ilha da Madeira.
 1431 - Gonçalo Velho chega aos Açores
 1434 – o Cabo do Bojador é superado pelos navegadores
 1444 – descoberto o arquipélago de Cabo Verde.
 1471 - ocupadas as ilhas de são Tomé e Príncipe
 1482 - o navegador Diogo Cão entra no rio Congo e estabelece contatos no
território de Angola
 1488 – Bartolomeu Dias dobra o Cabo da Boa Esperança.
 1498 – Vasco da Gama atinge Calicute, na costa oeste da Índia.
 1500 – Pedro Álvares Cabral oficializa a existência de terras no sul da América e
segue rumo à Ásia, objetivo final da esquadra.
 1500 - em 10 de agosto, Diogo Dias encontra a ilha de Madagascar.
 1505 - os portugueses assinam um tratado com os governantes do Ceilão (Sri
Lanka).
 1507 - a ilha de Ormuz (atual Irã) é atacada por Alfonso de Albuquerque
 1510 - tomada de Goa por Alfonso de Albuquerque.
 1511 - Francisco Serrão aporta em Malaca (Malásia).
 1512 - chegada dos portugueses a Timor.
 1543 - estabelecida as relações comerciais entre portugueses e japoneses.
 1557 - as autoridades chinesas permitem os portugueses a ficarem em Macau.

Veja também: Navegações Portuguesas

As grandes navegações espanholas


O segundo país europeu a se aventurar nas Grandes Navegações foi a Espanha, quase
oitenta anos depois de Portugal. As expedições contaram com o apoio, principalmente,
de Isabel de Castela.

O navegante Cristóvão Colombo pensava ser possível atingir as Índias por outro
caminho a oeste. Para isso, as caravelas deveriam abandonar a rota segura que margeava
a costa africana e seguir pelo oceano aberto.

Colombo pediu ajuda aos reis portugueses, mas foi rechaçado. Partiu para o reino de
Castela, onde sua ideia foi considerada louca por alguns e, por outros, fantástica.
Conseguiu convencer especialmente a rainha de Castela, Isabel I, interessada em
expandir seus territórios por mais distantes que fossem.

Em sua primeira viagem, Cristóvão Colombo desembarcou nas Bahamas, acreditando


ter alcançado as Índias. Somente em 1504 desfez-se o engano, quando o navegador
Américo Vespúcio confirmou tratar-se de um novo continente. Mesmo assim, até a
morte, Colombo sustentava que ele havia atingido o subcontinente indiano.

A seguir, as principais datas das navegações espanholas:

 1492 – Cristóvão Colombo descobre a América.


 1499 – Alonso Ojeda chega à Venezuela. Nesta expedição está o cartógrafo
Américo Vespúcio que explica que àquelas terras são um novo continente.
 1500 – Vicente Pinzón navega Amazonas.
 1511 – Diogo Velasquez atinge Cuba.
 1512 – Ponce de León chega à Flórida.
 1513 – Vasco Nunez alcança o Oceano Pacífico.
 1516 - Juan Díaz de Solís explora o Rio da Prata.
 1519 – Fernão de Magalhães e Sebastián Elcano partem para a primeira viagem
de circum-navegação. Magalhães morreria durante a travessia e somente Elcano
completaria o feito.
 1519 – Fernão Cortez chega ao México.
 1521 - Fernão de Magallães toma posse das Filipinas.
 1531 – Francisco Pizarro conquista o Peru.
 1537 – João Ayolas chega ao Paraguai.
 1540 - Pedro de Valdívia descobre o Chile.
 1541 – Francisco Orellana explora o rio Amazonas.

Veja também: Descobrimento da América

Grandes navegações europeias


Devido ao sucesso das expedições portuguesas e castelhanas, outros países tentaram
conquistar novos territórios como Inglaterra, França e Holanda.

Navegações inglesas
Depois de algumas expedições de reconhecimento geográfico ao longo do litoral norte-
americano, os ingleses só começaram a colonizar a América do Norte no final do século
XVI.

Igualmente, durante o reinado da rainha Isabel I, os navegantes ingleses eram


estimulados a assaltar os galeões espanhóis que voltavam cheio de metais para a
Espanha.

Navegações francesas

Por sua parte, os franceses, jamais aceitaram a divisão da América, pelo Tratado de
Tordesilhas, entre Espanha e Portugal. Por isso, disputaram territórios dominados pelos
espanhóis. As investidas pelo Caribe e pelas costas norte-americanas resultaram na
posse do Haiti, da Guiana Francesa, do Canadá e da Louisiana.

No século XVI, um grupo de franceses tentaram se estabelecer no Rio de Janeiro, no


episódio conhecido como França Antártica.Trouxeram, inclusive, alguns grupos de
protestantes que eram perseguidos na França.

Navegações holandesas

Os holandeses chegaram à América no século XVII, e fundaram Nova Amsterdã (atual


Nova York), porém seriam expulsos pelos ingleses. Neste mesmo século, invadiram e
ocuparam Pernambuco e Bahia, conquistaram o atual Suriname e Curaçao.

No Brasil, seriam rechaçados pelas tropas hispano-portuguesas, mas conseguiriam se


estabelecer no Caribe, constituindo as Antilhas Holandesas.

Na Ásia, os holandeses entraram em guerra com os portugueses para ocupar várias


territórios que estes possuíam, como Malaca e o Timor.

Veja também: Expansão Marítima Europeia

Consequências das Grandes Navegações


A expansão marítima europeia deixou marcas em todos os continentes.

A Europa percebeu que havia mais povos, línguas e costumes, do que os conhecidos até
então. Na maioria das vezes, o encontro de culturas foi repleto de violência.

Nas Américas, a vida dos indígenas nunca mais seria a mesma. Os colonizadores
trouxeram consigo uma nova forma de organização econômica, política e social. Desta
mistura, sempre desigual, nasceu as sociedades híbridas da América Latina.

A África foi o palco da deportação de milhares de pessoas que foram reduzidas à


escravidão. Nas Américas, os negros escravizados aprenderam a se reinventar e
misturaram suas crenças e costumes com os alimentos nativos e aqueles oferecidos pelo
colonizador.
Os reinos asiáticos permitiram que os europeus se estabelecessem em seu território de
maneira restrita. A circulação de europeus só era permitida nos portos e mesmo assim,
constantemente vigiados. Isto não impediu que os produtos asiáticos chegassem à
Europa e modificassem as modas e a arte daquele momento.

Desta maneira, as consequências das grandes navegações são sentidas até hoje, pois foi
este movimento que permitiu a difusão da sociedade europeia nos quatro continentes.

Temos mais textos sobre o assunto para você:

 Descobrimento do Brasil
 Conquista de Ceuta
 Périplo Africano
 Américo Vespúcio
 Escola de Sagres
 Astrolábio
 Chegada dos portugueses ao Brasil

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Juliana Bezerra
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações
Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União
Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.

Veja também
 Navegações Portuguesas
 Bartolomeu Dias
 Renascimento: Características e Contexto Histórico
 Vasco da Gama
 Absolutismo
 As Cruzadas
 Brasil Colônia
 Colonização Espanhola

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 Características do Renascimento
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