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PROTEÇÃO DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE DISTRIBUIÇÃO S


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1. Introdução
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Em um sistema elétrico os dispositivos de proteção monitoram continuamente


grandezas elétricas com o objetivo de efetuar o desligamento do mesmo no caso de
ocorrência de defeito. As chaves fusíveis e os disjuntores associados a relés de
sobrecorrente são os dispositivos mais utilizados para proteção contra curto-circuito.

A Figura 1 apresenta os elementos de proteção de um sistema típico.

Figura 1 – Elementos de um sistema de proteção.

 Sensores: fornecem as informações das grandezas monitoradas


necessárias à detecção de faltas;

 Relé de proteção: monitora as grandezas elétricas do sistema e comanda a


atuação do equipamento de interrupção do sistema no caso de falta;

 Equipamento de interrupção: após o comando do relé realiza o


desligamento do sistema desenergizando equipamentos e/ou trechos
defeituosos.

2. Proteção de Redes Elétricas de Distribuição

As redes elétricas de distribuição utilizam proteção contra curto-circuito e/ou


sobrecargas baseadas em chaves fusíveis, relés-disjuntores, religadores e
seccionalizadores (ou seccionadores automáticos). A escolha do tipo de proteção
depende de fatores técnicos, econômicos e de segurança.
A proteção contra sobretensões é realizada principalmente por pára-raios.

2.1 Proteção de redes de distribuição por relés-disjuntores

Os disjuntores de alta tensão são os equipamentos de proteção, e também


75 manobra, mais utilizados para proteção contra correntes de defeito em um sistema
elétrico de potência. Em conjunto com o relé, o disjuntor opera na ocorrência de uma
falta desligando o sistema. As Figuras 2 e 3 apresentam dois tipos de disjuntores
utilizados em sistemas elétricos.
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Figura 2 – Disjuntor à vácuo. Figura 3 – Disjuntor a pequeno volume de óleo

2.2 Diagramas de Controles de Sistemas de Proteção

Os sistemas de proteção são representados por diagramas elétricos. Estes


diagramas podem ser de dois tipos: trifilar e unifilar (Figuras 4 e 5). Os diagramas
unifilares devido a simplicidade são os mais utilizados.

Figura 4 – Diagrama trifilar de um sistema de proteção.

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Figura 5 – Diagrama unifilar de um sistema de proteção

Na ocorrência de um curto-circuito:

 A corrente em uma ou mais fases do sistema elétrico aumenta


consideravelmente;

 O TC reproduz no enrolamento secundário uma corrente proporcional à


corrente no alimentador;

 O relé é sensibilizado pela(s) corrente(s) do(s) secundário(s) do(s)


TC(s) e atua de acordo com a curva de operação previamente ajustada
enviando um comando à abertura do disjuntor;

 A bobina de abertura do disjuntor é energizada pela bateria através do


contato do relé de sobrecorrente, abrindo os pólos do disjuntor;

 O sistema é desenergizado.

Alguns diagramas utilizam símbolos com números padronizados que indicam


os tipos de equipamento utilizados no sistema, Figura 6.

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Figura 6 – Diagrama trifilar de um sistema de proteção.

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A identificação através de números é padronizada. Conforme a ASA (American S


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51 Standard Association) alguns destes equipamentos são apresentados na tabela 3.1.

Tabela 2.1 – Equipamentos de proteção. 250

Número Função
21 Relé de distância
27 Relé de subtensão
50 Relé de sobrecorrente de atuação instantânea
51 Relé de sobrecorrente de atuação temporizada
52 Disjuntor de corrente alternada
55 Relé de fator de potência
59 Relé de sobretensão
62 Relé de abertura temporizada
64 Relé de proteção de terra
67 Relé direcional de sobrecorrente
68 Relé de bloqueio
79 Relé de religamento CA
81 Relé de freqüência
87 Relé de proteção diferencial

A Figura 7 apresenta um diagrama unifilar de um sistema de distribuição de energia


elétrica com as devidas proteções.

Figura 7 – Proteção de um sistema de distribuição.

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3.1 Relés de Proteção S


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Conforme definição da ABNT, o relé é o dispositivo por meio do qual um 250


equipamento é operado quando se produzem variações nas condições deste
equipamento ou do circuito em que ele está ligado, ou em outro equipamento ou
circuito associado. A Figura 8 apresenta um relé elementar.

Figura 8 – Proteção de um sistema de distribuição.

3.1.1 Funções de um Relé

 Medição de grandezas;
 Comparação de grandezas com valores previamente ajustados;
 Operação de acordo com os valores pré-ajustados;
 Abertura de um disjuntor e / ou sinalização ou bloqueio;
 Outras.

3.1.2 Classificação de Relés

Os relés podem ser classificados basicamente por:

 Grandeza física de atuação: elétrica, mecânica, etc;


 Grandeza monitorada: corrente, tensão, potência, freqüência, etc;
 Aspecto construtivo: eletromecânico, digital;
 Conexão do elemento sensor: primário ou secundário;
 Tipo de atuação: direta ou indireta;
 Tempo de atuação: instantâneo ou temporizado.
 Função: sobrecorrente, distância, direcional, diferencial, etc;

As grandezas físicas de atuação e de monitoração podem ser observadas no


estudo de aplicação de relés na proteção de sistemas elétricos de potência.

3.1.3 Tipos de Relés

75 Quanto ao aspecto construtivo os relés utilizados em proteção de sistemas


elétricos de potência se dividem em dois grupos principais.

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a) Relé eletromecânico S
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Os relés eletromecânicos foram os primeiros relés utilizados para proteção de
sistemas elétricos. A ação destes equipamentos se baseia em movimentos mecânicos 250
ocasionados por acoplamentos eletromagnéticos. A atuação do relé pode se dar por
atração ou indução eletromagnética. Quando o relé atua fecha e/ou abre um ou mais
contatos possibilitando a abertura ou fechamento de circuitos e/ou atuação de
equipamentos. Existem diversos tipos de relés que se enquadram como
eletromecânicos.

- Relés de atração magnética: relé de êmbolo e relé de alavanca (Figura 8.);

- Relé de indução magnética: disco de indução (Figura 9), tipo medidor, cilindro
de indução, etc;

- Relé fluidodinâmico: é um relé eletromecânico que utiliza líquidos,


normalmente óleo de vaselina, com a finalidade de temporizar a atuação do
relé para picos de corrente.

Figura 9 – Diagrama elementar de relé eletromecânico do tipo disco de indução.

b) Relé digital

São relés eletrônicos microprocessados cujo funcionamento se assemelha ao


de um computador. São controlados por um software onde os dados são previamente
informados pelo operador através da interface.

Este tipo de relé, Figura 10, substitui os relés eletromecânicos e estáticos. A


grande vantagem destes relés em relação aos anteriores consiste na facilidade com
que realiza as funções tradicionais além de outras que lhe foram incorporadas tais
75 como: autoteste, oscilografia, localização e detecção de defeitos e monitoramento de
equipamentos de proteção, comunicação remota, entre outras.

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A atuação deste tipo de relé ocasiona a operação de microrelés através dos S


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51 quais se podem operar outros equipamentos utilizados para proteção, sinalização, etc.
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Figura 10 – Diagrama elementar de relé digital.

3.1.4 Conexão do elemento sensor

- Relé primário: o elemento sensor está conectado diretamente no circuito


principal, Figura 11.

- Relé secundário: o elemento sensor está conectado ao circuito principal


através de equipamentos auxiliares: TC’s, TP’s, etc. Figura 12.

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Figura 11 – Diagrama elementar de um relé primário.

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Figura 12 – Diagrama elementar de um relé secundário.

3.2 Tipo de Atuação

- Relé de atuação direta: São aqueles que atuam diretamente no elemento de


destrava da mola ou válvula do disjuntor. Estes relés podem ainda ser dos
tipos primário ou secundário, Figuras 11 e 12 respectivamente.

- Relé de atuação indireta: São aqueles que não atuam diretamente no elemento
de destrava da mola ou válvula do disjuntor. A atuação deste relé é
simplesmente fechar o circuito, através do fechamento de um contato, para que
o circuito de disparo do disjuntor seja acionado. Como o relé de atuação direta,
podem também ser do tipo primário ou secundário, Figuras 13 e 14
respectivamente.

Figura 13 – Diagrama elementar de um relé primário de atuação indireta.

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Figura 14 – Diagrama elementar de um relé secundário de atuação indireta.

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3.2.1 Tempo de atuação S


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Os relés quanto ao tempo de atuação podem ser dos tipos Instantâneos ou
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temporizados.

- Relé Instantâneo: para qualquer valor de corrente maior que o valor ajustado
atua instantaneamente;

- Relé de tempo dependente: para diferentes valores de corrente atua em um


tempo específico determinado por curvas. As curvas podem ser de dois tipos:
curva de tempo definido (Figura 15) e curva de tempo dependente (Figura 16).

a) Curva de tempo definido


Uma vez ajustado o tempo de atuação (ta) e a corrente mínima de atuação (IMIN,
AT) o relé deve atuar neste tempo para qualquer valor de corrente igual ou superior ao
valor (IMIN, AT).

t(s)

ta

IMIN,AT
I(A)
Figura 15 – Curva de tempo definido.

b) Curva de tempo dependente

O tempo de atuação do relé é inversamente proporcional ao valor da corrente


(Figura 14), ou seja, o relé deverá atuar em valores decrescente de tempo quanto
maior for a corrente ajustada (start current).

t(s)

ta

IMIN,AT
75 I(A)

Figura 16 – Curva de tempo dependente.

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3.3 Proteção de Sistemas por Relés de Sobrecorrente S


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A Figura 17 apresenta um diagrama genérico de proteção de um alimentador 250


utilizando um relé de sobrecorrente para comandar a abertura de um disjuntor.

Figura 17 – Diagrama básico de proteção utilizando-se relé-disjuntor.

Elementos do sistema:

 Banco de Bateria: conjunto de baterias associadas para fornecimento da


tensão de operação do circuito em corrente contínua;

 Relé de sobrecorrente: é o elemento sensor do sistema responsável pelo


comando de abertura do disjuntor. Provido de um ou mais contatos, o relé
quando atua (opera) fecha um ou mais contatos que são utilizados para
energizar a bobina de disparo para abertura do disjuntor;
 Transformador de corrente: equipamento auxiliar que informa ao relé, de forma
proporcional, o valor de corrente no alimentador;

 Disjuntor: equipamento de manobra e proteção utilizado para abertura do


circuito em condições normais ou na ocorrência de defeitos;

 Bobina de disparo do disjuntor: elemento do disjuntor responsável pelo


destravamento do dispositivo de liberação de abertura dos pólos do disjuntor.

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3.4 Diagrama funcional de proteção em CA S


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Os circuitos ligados em corrente alternada conectam os dispositivos de 250


proteção aos equipamentos auxiliares como TC’s e/ou TP’s e à carga do sistema.

 Diagrama funcional / controle em CC

Neste diagrama, Figura 18, a bobina de disparo do disjuntor será energizada se


qualquer um dos contatos dos relés de fase ou de neutro for acionado.

Figura 18 – Diagrama de controle.

As Figuras 19 e 20 representam a ligação dos TC’s e do comando do disjuntor


ao relé digital.

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Figura 19 – Diagrama funcional de proteção em CA de relé de sobrecorrente digital.

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Figura 20 – Diagrama funcional de proteção em CC de um relé de sobrecorrente digital.

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