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Hipóteses:
A FAMÍLIA
“A família é a associação estabelecida por natureza para suprir as necessidades diárias dos
homens, e seus membros são chamados, por Charondas, ‘companheiros do pão’; já
Epimêmides, o Cretense, denomina-os ‘companheiros de comer’.” (p.145)
A ALDEIA
“Mas, quando várias famílias estão unidas em certo número de casas, e a essa associação
aspira a alo mais do que suprir necessidades cotidianas, constitui-se a primeira sociedade, a
aldeia. A forma mais natural de aldeia parece ser uma colônia de famílias com filhos e netos
dos quais se diz que foram ‘criados com o mesmo leite’, Por causa dessa composição, seu
governo era inevitavelmente monárquico; é por esse motivo que as cidades-Estado helênicas
foram, originalmente, governadas por reis – porque foi assim antes de os helenos se reunir em
cidades” (p.145)
O ESTADO
“Quando várias aldeias se unem numa única comunidade, grande o bastante para ser auto-
suficiente (ou para estar perto disso), configura-se a cidade, ou Estado – que nasce para
assegurar o viver e que, depois de formada, é capaz de assegurar o viver bem. Portanto, a
cidade-Estado é uma forma natural de associação, assim como o eram as associações primitivas
das quais ela se originou. A cidade-Estado é a associação resultante daquelas outras, e sua
natureza é, por si, uma finalidade; porque chamamos natureza de um objeto o produto final do
processo de aperfeiçoamento desse objeto, seja ele homem, cavalo, família, ou qualquer outra
coisa que tenha existência.” (p.145-146)
- Aristóteles tenta expor a ideia de que existem homens escravos por natureza e outros que não
o podem ser por natureza, de maneira a inferir que os “povos bárbaros” são estes tipos de
indivíduos que, por natureza, podem ser capturados como escravos. (p.152-153)
“Essas, portanto, são as principais formas de vida, isto é, as auto-suficientes, não aquelas que
dependem do comércio e da troca. São elas o nomadismo, a agricultura, a pirataria, a pesca e a
caça.” (p. 156)
FINALIDADE DAS COISAS DA NATUREZA AO HOMEM
- GUERRA COMO JUSTA POR NATUREZA
“Se, então, estamos certos em acreditar que a natureza nada faz sem uma finalidade, um
propósito, ela deve ter feito todas as coisas especificamente para benefício do homem. Isso
significa que é parte do plano da natureza o fato de que a arte da guerra, da qual a caçada é
parte, deva ser um modo de adquirir propriedade; e que esse modo deve ser usado contra as
bestas selvagens e contra os homens que, por natureza, devem ser governados mas se recusam
a isso; porque esse é o tipo de guerra que é justo por natureza.” (p.156)
OS BENS
“bens são coisas que podem ficar armazenadas e que são úteis, ou necessárias, para prover a
subsistência. Isso é verdade tanto para a família como para o Estado” (p.157)
A RIQUEZA
“A riqueza é um conjunto de instrumentos para a administração da família ou do Estado.
Portanto, está claro que um certo tipo de riqueza é dever natural daqueles que estão no
comando de uma casa ou de uma cidade” (p.157)
“a riqueza é frequentemente vista como uma pilha de dinheiro, pois o objetivo da acumulação e
do comércio é montar essa pilha.” (p.159)
“Discutimos a riqueza, tanto a desnecessária – o que ela é e para que, na verdade, a utilizamos
– quanto a necessária, que difere da outra por dizer respeito à administração e à manutenção da
casa de um modo que esteja de acordo com a natureza, e por ser limitada e ilimitada.” (p.160)
“O enriquecimento, então, como dissemos, dá-se de duas maneiras; uma necessária e aceitável,
a qual podemos chamar administrativa; a outra, comercial, que depende da troca, é com justiça
enxergada com desaprovação, pois nasce não da natureza mas dos negócios que os homens
mantêm uns com os outros. Também causa muito descontentamento a prática da usura; e o
descontentamento é plenamente justificado, pois o lucro resulta do dinheiro em si, não do que o
dinheiro pode propiciar.” (p. 161-162)
“lucro é dinheiro produzido de dinheiro. Portanto, de todos os meios de enriquecer, este é o
mais contrário à natureza.” (p.162)
Conclusão:
“Assim como para marido e esposa, filhos e pais, e para a virtude que pertence a cada um e seu
intercâmbio uns com os outros, o que é certo nessa ligação e o que não é, a perseguição do bem
e o evitamento do mal – todos esses assuntos serão necessários na discussão das formas de
constituição. Porque são todos assuntos pertinentes à administração da família e toda família é
parte do Estado; e a virtude da parte precisa ser examinada em relação à virtude do todo.”
(p.168)