Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Apostila Conteúdo e Metodologia Do Ensino de Geografia PDF
Apostila Conteúdo e Metodologia Do Ensino de Geografia PDF
ESPÍRITO SANTO
1
DEFINIÇÃO E LUGAR DA GEOGRAFIA HUMANA
Fonte: https://www.tes.com/lessons/s41j-lkRO88Vtg/la-geografia-humana-grado-9
geral, da Terra, com tudo o que contém e do que é inseparável, de tudo o que vive na
estuda os elementos inertes e a Geografia Biológica se ocupa dos seres vivos, a Geografia
Humana é a parte da Geografia Geral que trata dos homens e suas obras desde o ponto de
Formas do relevo, estado da atmosfera e cursos dos rios, obras dos homens, se
2
Sem dúvida, a paisagem guarda sua individualidade dado uma aparente permanência à
Por tudo isto, a paisagem se presta a uma descrição científica. Diremos, pois, também, que
Porém cada elemento da paisagem é, por sua vez, o objeto de outras ciências, que
situa em primeiro plano a localização dos fenômenos. A Geografia é a disciplina dos espaços
terrestres. Sua originalidade reside na natureza dos objetos que descreve, se não na atitude
mental que implica: é um estado de ânimo, um ponto de vista (H. Baulig). A representação
3
Conexões próximas entre os elementos das combinações locais (relevo, clima,
vegetação, obras do homem), conexões remotas entre fatos de toda classe na superfície da
oriundas da América -. Hoje, mais que nunca, a Geografia Humana registra a repercussão
em todas as partes dos acontecimentos que ocorrem nos países mais distantes, a
interdependência que envolve todos os pontos do ecúmeno. Sua tendência sintética nos
convida a não separar jamais os traços de ordem humana do seu contexto físico e vivo. Este
universo terrestre. O contexto físico e vivo representa o meio natural, ao passo que o meio
humano é definido com a ajuda das ciências do homem, à frente da qual se encontra a
Sociologia.
com todos os ramos da Geografia, nos damos conta de suas correspondências com o grupo
de síntese, a visão de mundo que acresce seu alcance e as fecunda. Tal é o caráter
4
NOÇÕES FUNDAMENTAIS DA GEOGRAFIA HUMANA
Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/geografia/
homem e o meio, a partir do ângulo espacial. Trata-se de uma relação recíproca, posto que
por meio da técnica os homens modificam o ambiente natural, ao tempo que adaptam-se a
ele. Recriamos a cada momento nosso meio ao tempo que estamos submetidos a ele.
Excetuando alguns casos, cada dia mais raros, a imagem do meio que descrevemos encerra
uma parte considerável do esforço humano. Encontra-se ela humanizada por um jogo de
ações mútuas. Este jogo é, propriamente, a matéria da Ecologia, ciência das relações entre
os seres vivos e o meio, segundo Haeckel. Em boa parte, a Geografia Humana apresenta-
se como uma ecologia do homem. Examinemos cada um dos termos dessa relação.
utilizando a linguagem dos naturalistas, que deve sua originalidade entre os seres vivos a
quatro caracteres:
5
1°.) Sua notável plasticidade é o segredo da ubiquidade na qual Darwin viu um privilégio
2º.) Seu alto grau de desenvolvimento mental faz dele um inesgotável criador de técnicas,
produto, primeiramente, do empirismo, a seguir de uma razão cada vez mais refinada. Uma
é a aspiração da conquista dos espaços. Nosso triunfo nesse terreno supera todos os
4º.) Por fim, nem a acumulação dos avanços e nem as vitórias da circulação podem ser
homens. Representam a trama essencial do nosso ser. De modo que o geógrafo preocupar-
se-á muito mais em por em relevo a importância delas que em fundamentar a Geografia
Humana nas distinções a elas externas. Correria o risco de fragmentá-la numa poeira de
geografias, cada qual pretendendo ser autônoma. Nunca se deve perder de vista a profunda
6
unidade do homem, do homem inteiro em cada um dos seus atos e inclusive em suas
A noção de ambiente ou meio cobrou toda sua significação com o triunfo das doutrinas
evolucionistas e da ideia da adaptação. Todavia, sua análise nos põe de manifesto toda sua
riqueza. Num primeiro momento, aparentemente o meio se define como uma combinação
humanos, etc. Raramente o inventário desses traços é completo e seu significado varia com
Sucede que eles não atuam de maneira isolada, mas em combinação uns com os
outros: formam conjuntos ou, para sermos mais precisos, complexos elementares. Assim,
por exemplo, seja qual for a tolerância térmica do homem da umidade, vemos à nossa frente
forças de atração que os agrupam e fazem deles verdadeiras unidades vivas. A noção de
complexo geográfico elementar, cuja generalidade não foi posta até hoje em relevo no
grau devido, possui uma fecunda aplicação em todas as esferas da Geografia Humana. Na
eterna luta pela vida, o homem não só não se defronta com forças isoladas, mas ele mesmo
intervém para formar novos núcleos em proveito próprio, como na associação de plantas de
cultivo.
7
O pensamento de nossos predecessores esteve dominado pela prepotência do meio
físico sobre o homem. Não temos mais entretanto porque nos preocupar com o problema do
determinismo, que tanta tinta inútil fez correr. As vitórias da técnica sobre a natureza vêm
espaço. Desde que existe uma Geografia Humana, põem-se em primeiro plano as noções
de situação e área de extensão dos fenômenos. A situação pode ser absoluta, determinada
diversos graus de determinação, desde o limite linear até a zona limite, com suas faixas de
Outra noção é a que proporciona um termo de trânsito entre a atividade dos grupos
A medida que os homens vão se emancipando dessa sujeição à natureza, o centro da vida
elementos sociais. Assim falar-se-á do gênero de vida dos operários das áreas de
8
mineração, ou dos agentes das atividades de circulação, etc. Mas nem por isso o conceito
Fonte: https://filoteologia.wordpress.com/2013/11/30/adaptacao-do-homem-ao-meio-ambiente-a-geografia-humana/
tendência à dispersão. Se, por motivos de comodidade didática orientada para uma
sob um mesmo termo, convém saber que a expressão não tem mais que um valor de uso.
diversidade de meios, que se transformam com a diversidade dos modos de vida, para
9
O HUMANISMO DA GEOGRAFIA HUMANA
Fonte: https://www.ufmg.br/diversa/3/geografia.htm
Esforcei-me por dar à Geografia Humana o grau de rigor de que é susceptível, assim
de desterrar do seu campo de estudo tudo aquilo que possa vedar a sua visão. Devo muito
nacionais estão no auge já de alguns decênios, com o correspondente aumento dos que
Os princípios da Geografia Humana citados por Christofoletti (1985) fazem desta uma
ciência, pois a referida ciência tem no homem o ser que causa modificações no meio natural,
criando o espaço geográfico sobre uma base territorial, fruto de suas relações de trabalho
num dado momento da história. Fazendo do homem um ser histórico, pois, no seu dia-a-dia
10
Para Christofoletti (1993) sendo a Geografia a disciplina que estuda as organizações
entende que os geógrafos físicos contribuem para o conhecimento adequado dos processos
A questão ou questões que distinguem a Geografia de outras ciências não são tão
Gould (1971) apud Chisholm (1979 p. 07), “nenhuma outra ciência preocupa-se,
ciências”. Por isso, a Geografia tem a responsabilidade de ver o mundo como um todo.
11
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/
Sendo esta a ciência que estuda o espaço geográfico e tudo o que nele está inserido,
Para Chisholm (1979 p. 06) pode-se dar à Geografia a abrangência de três temas
relacionados:
12
OS CAMPOS EM QUE A GEOGRAFIA HUMANA MAIS
ATUA SÃO:
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/geografia-humana.htm
Demografia
um país, estado, cidade ou região. Exemplo: a população absoluta do Brasil está estimada
13
Superpovoamento ou superpopulação: é quando o quantitativo populacional é
Um local densamente povoado é um local com muitos habitantes por metro quadrado,
enquanto que um local populoso é um local com uma população muito grande em termos
absolutos e um lugar superpovoado é caracterizado por não ter recursos suficientes para
é superpovoado.
determinada área.
de óbitos em nascimentos.
diminuição da taxa de imigração (pessoas que chegam) pela taxa de emigração (pessoas
que se mudam).
14
Migração pendular: aquela realizada diariamente no cotidiano da população.
Migração sazonal: aquela que ocorre durante um determinado período, mas que
moradia definitiva.
determinado período. Lembre-se que uma migração esporádica de campo para a cidade não
é êxodo rural.
Urbanização
Fonte:
https://www.google.com/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&9
15
Urbanização é um conceito geográfico que representa o desenvolvimento das
cidades. Neste processo, ocorre a construção de casas, prédios, redes de esgoto, ruas,
A urbanização é uma das responsáveis pelo êxodo rural (saída das pessoas do meio
urbanismo.
16
Industrialização
Fonte: http://www.libertarianismo.org/index.php/artigos/politicas-industrializacao/
desenvolvimento da economia.
Média, novas técnicas marcaram o avanço dos meios de produção e de produtividade. Mas
isso não quer dizer que houvesse indústrias como conhecemos atualmente ou
O primeiro país a passar por uma industrialização efetiva foi a Inglaterra. Isso porque
a indústria altera não só os meios de produção, mas são impactantes nas relações sociais
17
também. É no século XVIII que ocorre o que é chamado de Primeira Revolução Industrial,
através da produção industrial. Karl Polanyi chama o processo iniciado pela industrialização
de “O Moinho Satânico”, pois é nesse período que ocorre uma desarticulação da sociedade,
sistema. A Industrialização causa impactos que vão muito além da utilização de máquinas,
representa novas formas de organização social pela lógica de lucro que introduz, fazendo
com que as relações sociais passem a fazer parte da economia, e não o contrário.
com o intuito de produzir maior riqueza e lucro. A burguesia é a classe que se consolida com
energia elétrica, além do uso e valorização do petróleo como fonte de energia. Essa
18
pudessem vender seus produtos industrializados e obter as matérias-primas necessárias
para o sustento de suas indústrias. Essa disputa pelos países industrializados há mais tempo
O clima de tensão, contudo, pairou na Europa, e o aumento das hostilidades entre os países
seus impactos. Essa fase é caracterizada pelo grande avanço da informática e da telemática.
É conhecida também como Revolução do Silício, a qual informatizou e tornou mais rápida
terem conseguido alcançar certas metas no crescimento econômico, não são boas as
condições oferecidas a sua população. Grande parte da população desses países continuam
estado foi responsável pela base estrutural dos setores de energia e transportes, pela
legislação trabalhista, pelas políticas fiscal e cambial e pela produção direta, através de
empresas estatais. Tomadas um conjunto essas medidas tornaram-se a base para entrada
global. Criou-se uma mundialização não só de mercado, mas também de produção. O que
não se produz numa certa região, é buscado fora dela. Isso, também requer, uma ampliação
19
O INÍCIO DA INDÚSTRIA BRASILEIRA
Fonte: https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=0ahUKEwj46-
prevalecia a monocultura de produtos para exportação, que era realizada com a utilização
de mão-de-obra escrava. Nessa época, a maior parte ou quase todo, dos lucros era enviados
para os cofres de Portugal, que procurava garantir sua fonte de renda nas Américas.
para o industrial, mas isso em nada mudou nas economias do Brasil e Portugal. Nesse
período qualquer tentativa de implantar indústrias no país, era impedida pela metrópole.
para o crescimento da indústria brasileira. Foi somente em 1844, com a Tarifa Alves Branco
e a criação de taxas médias de importação de 44%, que aconteceu o primeiro surto industrial
no país. Mas, foi somente a parti da primeira guerra mundial que o país passou por um
20
O setor terciário apontava índices de crescimento econômico superior aos verificados
nos setores primário e secundário. É no setor terciário que circula toda a produção dos outros
dois setores. Mas, com a quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, em 1929, houve a
crise do café, aqui no Brasil. A parti de então, o setor secundário passou a apresentar índices
Fonte: http://revistacafeicultura.com.br/?mat=18840
o último ciclo monocultor. A economia mundial entrou em sério aperto, que levou ao fim do
tabaco e algodão na região Nordeste. Essa queda repentina na produção se explicava pelas
dificuldades de exportação.
21
O ciclo do café deixou como herança uma infra-estrutura básica para a implantação
mão-de-obra, que foi liberada dos plantios de café, e boa produção de energia elétrica.
A maior parte das industrias implantadas era de bens de consumo, com destaque
Fonte: http://www.estudopratico.com.br/governo-de-getulio-vargas-primeiro-e-segundo-mandato/
22
De 1930 a 1956, a industrialização no Brasil se caracterizou por explícita intervenção
estatal.
poder durante a crise econômica mundial de 1929. Com a crise, o pensamento capitalista
keynesianismo.
semanal remunerados. Vargas, com o apoio das elites agrárias e industriais, conseguiu
aprovar uma nova Constituição em 1937, que o manteve no poder como ditador até o fim da
manipulação das notícias através da forte censura aos meios de comunicação. Essa
Gaspar Dutra, que instituiu o Plano Salte, dirigindo investimentos aos setores de Saúde,
23
O saldo positivo na balança comercial, obtido durante a Segunda Guerra Mundial, foi
Em 1950, Vargas voltou ao poder, mas dessa vez eleito pelo povo. Passou a enfrentar
meses de quedas consecutivas, quando acumulou perdas de 8,7%. Os dados fazem parte
da Pesquisa Industrial Mensal Produção Física Brasil (PIM-PF), divulgada pelo Instituto
de maior ritmo produtivo, expresso não só no avanço de 0,4% na comparação com o mês
imediatamente anterior, que interrompeu sete meses consecutivos de queda, mas também
investigadas”.
Média global
a principal influência positiva foi registrada por coque, produtos derivados do petróleo e
24
biocombustíveis, com avanço de 2,8%, segunda taxa positiva consecutiva, acumulando
expansão de 6,6%.
O setor produtor de bens de consumo semi e não duráveis fechou janeiro de 2016
com crescimento de 0,3%, a terceira expansão consecutiva, com ganho acumulado de 0,8%.
redução na produção.
(0,7%) e de bens de consumo semi e não duráveis (0,2%) assinalaram taxas positivas em
Meio ambiente
Fonte: http://www.socursosgratuitos.com.br/curso-gratuito-de-tecnico-em-meio-ambiente/
25
O meio ambiente, comumente chamado apenas de ambiente, envolve todas as
coisas vivas e não-vivas ocorrendo na Terra, ou em alguma região dela, que afetam os
estrutura de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas
as suas formas.
Política
Fonte: https://www.google.com/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=
negociação para compatibilizar interesses. O termo tem origem no grego politiká, uma
derivação de polis que designa aquilo que é público. O significado de política é muito
abrangente e está, em geral, relacionado com aquilo que diz respeito ao espaço público.
26
O sistema político é uma forma de governo que engloba instituições políticas para
governar uma Nação. Monarquia e República são os sistemas políticos tradicionais. Dentro
Num significado mais abrangente, o termo pode ser utilizado como um conjunto de
regras ou normas de uma determinada instituição. Por exemplo, uma empresa pode ter uma
mulheres com filhos menores. A política de trabalho de uma empresa também é definida
27
REFERENCIAIS
SANTOS, B. de S. A Crítica da Razão Indolente. São Paulo: Cortez, 2001. Pág. 55- 117.
28
Autor: Dr. Artur José Pires Veiga, Ms. Daniela Andrade Monteiro Veiga e Dr. Jana Maruska
Buuda da Matta
RESUMO
Este estudo tem como objetivo analisar a densidade demográfica de Vitória da Conquista à luz das projeções
do PDU de 1976 e 2007. Na projeção de densidade para Vitória da Conquista, o PDU-2007 estabeleceu-se a
relação de habitantes por hectare, com diferenciação de acordo com a macrozona e com a especificidade de
alguns bairros dentro de uma mesma macrozona. Para a realização desse objetivo foi necessário levantamento
de dados dos censos do IBGE 1991 e 2000, bases cartográficas, imagens de satélites, PDU de 1976 e 2007,
Agenda 21, Código de Ordenamento de Uso e Obras, Leis Complementares, pesquisas em órgãos públicos e
revisão bibliográfica com autores que discutem questões sobre densidade demográfica, crescimento urbano e
questões ambientais pertinentes ao crescimento urbano desordenado como Acioly (1998), Almeida (2002),
Vieira e Cunha (2001), Coelho (2001) e Gonçalves Guerra (2001). Como critério de análise foi utilizado à
de cada uma delas. Os resultados apontam para uma uniformização de grandes áreas quando o PDU-2007
estabelecesse projeção de valores de densidade demográfica por zonas, não sendo condizente com a
realidade ao analisar o fenômeno em pequenas áreas poligonais como os setores censitários. Vitória da
Conquista possui histórico de planejamento urbano acima de 30 anos e o acúmulo de problemas é originado,
29
principalmente, pelo não cumprimento do que foi planejado, elaborado e aprovado, tanto pelo Poder Público
quanto pelos empreendedores. A insuficiência de investimentos nos projetos imobiliários, como infraestrutura
urbana para os loteamentos aprovados e a falta de fiscalização por parte do Poder Público em exigir esse
descontinuidade das decisões e prioridades nas diferentes gestões municipais, o crescimento desordenado e
disperso à margem do planejamento e da legislação em vigor, insuficiência e ineficácia nas ações para
1. INTRODUÇÃO
zonas.
1976 e 2007. Para realização desse objetivo foi necessário levantamento de dados
dos censos do IBGE 1991 e 2000, bases cartográficas, imagens de satélites, Plano
30
a macrozona e considerando as especificidades de cada uma delas. Os dados foram
grandes áreas. O PDU-2007 projetou valores de densidade por zonas, como grandes
unidades espaciais. A realidade, por outro lado, quando se trabalha com pequenas
unidades espaciais, como setores censitários, percebe-se que para algumas áreas, a
2. MATERIAIS E MÉTODOS
As análises da densidade real e projetada foram feitas com dados dos censos do
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nos anos de 1991 e 2000, bases
infraestrutura instalada.
obtida nos dados do Censo de 1991 e 2000 do IBGE, através do número total de pessoas
residentes, dividido pela área do setor censitário em hectare. Como critério de análise foi
31
utilizado à densidade bruta estabelecida no PDU-2007, de acordo com a macrozona,
2000, visando analisar a situação real das áreas mapeadas em relação aos critérios do PDU-
2007 e o que está definido em Lei. O mapa da variação do crescimento urbano produzido
onde foi montado um Banco de Dados, definido o Projeto e os PIs (Planos de Informações)
3. REVISÃO DE LITERATURA
O ambiente urbano está cada vez mais complexo, constituindo um sistema inter-
relacionado, com obras do homem e elementos naturais. A associação entre o meio natural
e o construído estabelece uma relação que pode ter como resultado consequências positivas
exposto das encostas pelo desmatamento”. Dessa forma, grande parte dos problemas
ambientais urbanos ocorre nas bacias hidrográficas e existe uma razão proporcional no que
32
Nessa mesma linha de pensamento, Acioly (1998, p. 16) considera que “quanto maior
a pressão sobre o solo urbano, contribuindo para a “saturação das redes de infraestrutura e
Almeida (2002, p.39) assinala que o impacto provocado pelo crescimento urbano
ecológicas dos sistemas naturais, interferindo nas atividades e nas funções da sociedade”.
de encostas, das matas ciliares, assoreamento dos rios e ocupação de áreas de risco,
Coelho (2001, p.35) tratando a respeito dos espaços urbanos, considera que no estudo de
urbanização desencadeiam reações que associadas ao mau uso podem acelerar o processo
de degradação e sua instabilidade. Assim, Gonçalves e Guerra (2001, p. 194) assinalam que
33
parcelamento e ocupação oferecem ao pesquisador uma visão dinâmica da realidade”. Essa
visão “permitirá, através dos anos, compreender como o espaço urbano atingiu o seu estado
escala local quanto global. O planejamento das cidades deve levar em conta a densidade
como: a tipologia habitacional; a forma de ocupação do solo; a relação entre área ocupada
e área verde das edificações; a qualidade e oferta de infraestrutura sejam para grandes
uma fórmula matemática precisa que forneça a densidade ideal de um território. Uma serie
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
histórico de sua criação, por Lei Imperial em 1840. A partir desse período foi instituído
territorial urbano. Esse código composto de 80 artigos, que segundo Silva (2006, p.2),
34
considerados curiosos nos dias de hoje”. O Código também abordava temas como a
Em 2004, um novo Plano Diretor foi elaborado para Vitória da Conquista, sendo
estratégicos).
trata das dimensões do leito e passeio das vias públicas, que deverão ajustar-se à
35
e pedestres. No Art. 81° é dada orientação geral para o loteamento, cabendo à
Nº 517/90, acrescenta dispositivos aos Art. 15º e 20º e dá nova redação ao Art. 35º
80% em relação a cada Zona do Setor Urbano, de acordo com os tipos de utilização
da Lei (tabela do zoneamento urbano). Todavia, essa Lei deixa sem definição o
adensamento estabelecidos pelo PDU-2007 foi feito destaque para existência ou não
urbana decresceu, de 127 para 36 hab/ha. Na década de 1940 houve uma expansão
36
sistema viário. Essa expansão se deu de forma dispersa, não sendo acompanhado
e 250 hab/ha, estando à média em 103 hab/ha. Observa-se que a projeção feita para
o Plano Diretor de 2007 extrapolou a média histórica (1940 – 2010), que foi de 46
hab/ha. Esse valor médio comparado com a projeção das densidades das
seguintes.
urbana, foi utilizado apenas os critérios do PDU-2007. Para a produção dos mapas
por setor censitário, como suporte para as análises nos referidos anos. Observa-se,
periféricos.
37
Entre os que tiveram os maiores percentuais de crescimento merece destaque
e II, de classe baixa a média, e devido a influência de um Shopping Center que foi
Nesse bairro ainda existem lotes vazios, classificado como ocupação rarefeita, sendo
uma área de possível expansão urbana. Bairros populares, como o Airton Senna,
também de Expansão Urbana Condicionada, ainda existem áreas livres que vêm
A exceção ocorreu em algumas partes dos bairros Espírito Santo, Boa Vista e
Felícia, pelo fato de estarem situados nas imediações da Av. Juraci Magalhães e no
bairro Recreio, no final da Av. Olivia Flores, ambas avenidas classificadas pelo PDU-
pela influência da expansão do comércio e dos serviços nessas áreas Embora esse
dado seja analisado entre os anos de 1991 e 2000, em 2010 foi observado nos bairros
Boa Vista e Espírito Santo, nas quadras paralelas à Av. Juraci Magalhães, atrás dos
38
residenciais, com a construção de novas unidades habitacionais sem a implantação
desses bairros, sobretudo a Lagoa das Flores e a porção Leste do bairro Primavera,
ocupação urbana, com domicílios dispersos pelo setor. Lagoa das Flores é um bairro
por zonas com especificidade nos bairros e as análises da densidade bruta foram
realizadas por setor censitário a partir dos dados apurados e sua relação com a
elaborada a primeira versão do PDU, alguns bairros como Patagônia, Alto Maron,
Parque Municipal da Lagoa das Bateias, cercada por uma ocupação densa e
consolidada tem sua densidade diluída, quando estimada por bairro, não pontuando
39
áreas que devem ter sua expansão e adensamento controlados. Áreas próximas aos
por bairro.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
setor censitário com dados de 2000, mostram que já havia áreas com densidade
demográfica nessas áreas, elevando assim a relação hab/ha, que por sua vez refletirá
nos dados para esse indicador no futuro próximo. Esse bairro possui um grande
infraestrutura já existente.
cidade, foi possível verificar que os valores estabelecidos em Lei desde 2004,
Boa Vista e Candeias. Nesses bairros, os instrumentos da política urbana com o IPTU
40
progressivo, parcelamento e edificação compulsória deveriam ser aplicados. A falta
Por outro lado, as áreas fora do anel viário consideradas pelo PDU-2007 como
restrição a expansão da malha urbana, devendo-se manter como áreas com baixa
áreas, sem nenhuma infraestrutura básica como: energia, água, esgoto, ruas e
em função dos possíveis investimentos que virão para o local. A expansão urbana se
41
legislação em vigor, insuficiência e ineficácia nas ações para monitorar, revisar e
urbano. Análises fundamentais que avaliam o planejamento das cidades, por mais
42
REFERÊNCIAS
urbana. Tadução de Claudio Acioly e Forbes Davidson. Rio de Janeiro: Mauad, 1998.
de estudo. In: SCHIEL, Dietrich et al. (Org). O estudo de bacias hidrográficas. Uma
2001. p.19-45.
Série Regional, Parte XII – Bahia. Rio de Janeiro: IBGE, 1940, 1950.
43
_____. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2000.
Salvador, 2007.
1990.
Conquista.
44
VEIGA, Artur José Pires. Sustentabilidade urbana, avaliação e indicadores: Um
estudo de caso sobre Vitória da Conquista – BA. 2010. Tese (Doutorado) - Programa
45