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MATERIAL EXCLUSIVO PARA


OS INSCRITOS DA SEGUNDA EDIÇÃO
CAPÍTULO BÔNUS 21
UMA PONTE ENTRE O AMOR E A MORTE
BÔNUS

Uma ponte
entre
o amor e a morte
BÔNUS UMA PONTE ENTRE O AMOR E A MORTE

Bem, aqui vai um bônus para vocês. Um bônus sobre o


amor e a morte. Eu sei que uma parte de vocês já leu este e-
book na primeira versão do Tinlí e devem estar esperando
uma novidade.

Aqui está a novidade.

Mas, primeiro, uma história. Quando eu e a Ludmilla


estávamos procurando mais uma música para o primeiro
desafio – além da conhecida música do Chopin –, nós
havíamos acabado de voltar de um funeral. Nós nos sentamos
tristes e tentamos lembrar de algo que pudesse casar com o
Prelúdio a uma Gota, mas nossa cabeça simplesmente parecia
não funcionar.

Nós havíamos perdido uma pessoa muito importante, mas


o trabalho continuava e vocês ainda nos esperavam aqui.
Mesmo assim: encerramos o dia sem concretizar quase nada.

Mesmo assim, os dias continuavam. E o que nós dois


extraímos disso?

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BÔNUS UMA PONTE ENTRE O AMOR E A MORTE

Primeiro, que tão certo quanto a morte é a instantânea


sensação de arrependimento que ela carrega consigo. É
provável que a maioria de vocês já tenha perdido alguém
querido. E, diante da perda, sabemos também que no meio
daquele turbilhão de sentimentos, incessantes hipóteses e por
quês ecoaram na sua cabeça: quanta coisa poderia ter sido
diferente.

Certo. Mas, afinal de contas, o que isso tem a ver com o


Tinlí?

Veja bem: a nossa capacidade de esquecimento chega a


ser quase fascinante. Passado o torpor da perda, atrelamo-nos
novamente à rotina. Ignorando a iminência da morte,
voltamos a viver agarrados às frivolidades; frivolidades que às
vezes damos até ares de importância, mas que diante da
finitude da vida representam muito pouco.

Que significa estar diante do chefe, da professora, ou


nossas frescuras, se um dia estaremos diante do fim de tudo?

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BÔNUS UMA PONTE ENTRE O AMOR E A MORTE

Tente se lembrar quando foi a última vez que você


reparou no quanto sua mãe fica bonita sorrindo.

Ou da última visita aos seus avós. Ou, ainda,


recorde-se dos seus relacionamentos passados.

Quantos momentos não teriam sido melhores


vivenciados se viessem acompanhados do aviso: isso
nunca mais acontecerá.

Sabemos que o amor nos remete à eternidade:


queremos que aquele que amamos perdure para
sempre. Mas – paradoxo dos paradoxos – este desejo
de eternidade nasce dos acontecimentos cotidianos,
dos milhares de aqui e agora que nunca voltam mais.

Não estamos dizendo isso pelo remorso da nossa


perda ou para vê-los tristes e acabrunhados.
Estamos dizendo isso porque a recordação da morte
é também uma fonte de inspiração, de exigências.

Quem recorda o fim aproveita melhor o momento.

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BÔNUS UMA PONTE ENTRE O AMOR E A MORTE

Uns dias depois, a Lud me mandou uma mensagem com


La Vie en Rose: ele gostava muito dessa música. Era a música
certa. A perda trouxe algo - um retorno da atenção às
exigências, o retorno da atenção até mesmo àquela presença,
agora resistente na memória. Mas apenas na memória.
Podemos compartilhar essa marca que a presença dele
deixou em nós, mas não podemos mais resgatar a sua
presença. Entendem?

Não é a nossa intenção despertar seu lado adolescente de


15 anos, fiel seguidor do Carpe Diem. Queremos apenas que
vocês incorporem no dia-a-dia pequenos momentos de
agradecimento. Agradeçam a Deus pelas pequenas coisas.
As mais simples possíveis. Aprendam a observar o cotidiano
com amor.

Carregue esse exercício para cada uma das suas relações.


Para os futuros matches. Antes de se ater a besteiras e
picuinhas, pondere se é dessa maneira que você gostaria de
desfrutar, quem sabe, os últimos momentos ao lado de uma
pessoa importante.

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DESAFIO #4

ESCREVA SEU NECROLÓGIO AMOROSO.

Tá, mas o que é um necrológio?

Imagine que você acabou de morrer e o seu


melhor amigo está contando a vida que você
viveu. Você vai escrever isso que ele fala sobre
a vida que foi a sua vida.

Isso é o seu necrológio.

Mas – péra – você não vai escrever sobre essa


vida aí que você está vivendo. Você vai escrever
como se tivesse vivido a melhor vida possível, a
vida que você realmente deseja viver, com tudo
o que você quer fazer e ser plenamente
desenvolvido.

Faça seu necrológio focando exclusivamente na


sua vida amorosa. Imagine que você teve a vida
amorosa mais perfeita e conte-a como se fosse
seu melhor amigo.
#2

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