ACADEMIA

NA MALA
Redes de academias e
aulas avulsas ajudam
a manter a rotina de
exercícios durante viagens

DE VILÃO A
MOCINHO
Pesquisadores apontam os
benefícios do café e derrubam
os mitos em torno
da bebida

TEMPERO
NA SAÚDE
Estudos revelam que, além
de saborosa, canela tem
propriedades medicinais

VITAMINA D
A EPIDEMIA MUNDIAL DE DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D
E SUA RELAÇÃO COM UMA SÉRIE DE DOENÇAS
TESTOSTERONA: MUITO MAIS QUE UM HORMÔNIO
EDITORA PUBLISH REVISTA ESSENTIA 1
EDIÇÃO 3
MAIO 2013
 Carta
ao leitor
A busca por excelência é uma constante no cotidiano da Pharmacia Essentia e está em
seu DNA. A qualidade está presente em todas as etapas do processo produtivo, desde a
seleção criteriosa dos fornecedores das matérias-primas até o transporte dos produtos
DIRETOR-GERAL à casa do cliente. Tudo é planejado nos mínimos detalhes, coordenado e supervisionado
PAULO URBAN
por profissionais conceituados. São 25 farmacêuticos e uma química os envolvidos nos
DIRETORAS OPERACIONAIS
SILVANA KAISER UEMURA processos de produção, uma das maiores equipes em empresas do segmento, além de
JULIANA RAVANELLO
outros colaboradores com formação especializada.
DIRETORA DE ATENDIMENTO
CIRIELE CATANEO

DIRETORA DE PESQUISA
E DESENVOLVIMENTO
Como um dos objetivos da revista é aproximar a Pharmacia Essentia a prescritores e
CLARISSA POLETTI pacientes, preparamos para esta edição uma reportagem especial que revela o passo a
DIRETORA COMERCIAL
ANA MARIA SANTANA
passo da produção da farmácia. A repórter Cristina Souza visitou a empresa e percorreu
DIRETOR ESSENTIAL NUTRITION os vários setores acompanhada da diretora de pesquisa e desenvolvimento da Pharmacia
VITOR URBAN
Essentia, Clarissa Poletti, e da química, Juliana Sguarezzi. Ana Maria Santana, Diretora
Comercial, Paulo Urban, Diretor Geral e Silvana Kaiser, Diretora Operacional, também
colaboraram para esta edição.

Todo o cuidado empregado na produção vem sendo reconhecido pelo mercado. A Pharmacia
Essentia é a única do Brasil a ter o selo do Internacional Fish Oil Standards Program (IFOS
Program) para o seu ômega 3, considerado o melhor do País. Paralelamente, médicos
e nutricionistas de todo o País prescrevem os produtos da Pharmacia Essentia a seus
DIRETOR-GERAL pacientes, na certeza de que nossas fórmulas, processo produtivo e princípios ativos
JÁDER MELILO

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exclusivos geram melhores resultados nos tratamentos.
PEDRO BORTOLON
LEANDRO TUXO
PRODUÇÃO Esta nova edição da revista foi preparada com o mesmo cuidado e qualidade que
DYEGO INÁCIO
empregamos nos nossos produtos, buscando levar informações que contribuam para uma
EDIÇÃO
ANDRÉA FISCHER melhoria na sua saúde e qualidade de vida, sempre com base em estudos científicos.
AMANDA NASCIMENTO

REPORTAGEM
CRISTINA SOUZA
MARIANA GOMES
Além da revista, a Pharmacia Essentia tem outros canais de comunicação: o site, com os
PENÉLOPE BORTOLI produtos, orçamentos, contatos e agenda de eventos; blog, com estudos e artigos voltados
FOTOGRAFIA
MICHEL TÉO SIN
à área médica; twitter, para quem quer estar por dentro das novidades de maneira prática e
SHUTTER STOCK rápida; e fan page no Facebook, para acompanhar, curtir e compartilhar nossos conteúdos.
REVISÃO
BARBARA DA SILVEIRA

EXECUTIVA DE CONTAS Boa leitura!

MARILI ALBANO
Pharmacia Essentia
IMPRESSÃO
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12.500 EXEMPLARES www.essentia.com.br

CONTATOS @EssentiaOficial
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A REVISTA ESSENTIA É UMA PUBLICAÇÃO EDITADA POR PUBLISH GRUPO DE MÍDIA LTDA.
O CONTEÚDO APRESENTADO NESTA PUBLICAÇÃO É DE TOTAL RESPONSABILIDADE DA ESSENTIA
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/essentiapharmacia

4 REVISTA ESSENTIA
 ÍNDICE
SUPLEMENTAÇÃO
6 ACONTECEU

Doutor, quanto 7 CURTAS

Pesquisadores espanhóis
tempo vou tomar descobriram o 1º indicador de
longevidade em mamíferos

estas vitaminas? 9 AGENDA

Os fatores para uma suplementação
adequada 10 IN THE NEWS

24
Estudo comprova que óleos de
peixe são a melhor fonte de
ômega 3

11 IN THE NEWS
Substância favorece equilíbrio
ARTIGO emocional

12 MEDICAL FOODS
Vitamina D
A epidemia mundial de deficiência
Canela – o tempero que
também é remédio

de vitamina D e sua relação com 18 CURTAS

Estudo revela como os
uma série de doenças microorganismos intestinais
podem influenciar no seu peso

20 COISAS DE MULHER

36
Ciência revela o que ajuda a
driblar a TPM
Referências Bibliográficas: Pg. 44
28 ESPECIAL
A excelência no processo
produtivo da Pharmacia Essentia
FITNESS
48 PRIMEIRA CLASSE
Cruzeiros de luxo oferecem

Academia spa e outros serviços VIPs

para você relaxar

na Mala 54 CURTAS
Atividade física combate efeitos
da menopausa, como ganho de
Redes de academias e aulas avulsas peso e gordura abdominal
ajudam a manter a rotina de exercícios
durante viagens 56 ARTIGO

66
Café - pesquisas revelam seus
benefícios e derrubam o mito de
vilão que a bebida tinha

71 CURTAS
Hábito aparentemente inofensivo
ARTIGO durante o sono pode trazer
consequências para a saúde

Testosterona 82 MEDICINA MODERNA

As últimas novidades em
equipamentos tecnológicos a
As surpreendentes ações deste serviço da saúde
hormônio no organismo

Referências Bibliográficas: Pg. 81 72

REVISTA ESSENTIA 5
 ACONTECEU

A Pharmacia Essentia marcou presença no Congresso. No detalhe o stand da empresa e a equipe que participou do evento

II CONGRESSO LATINO- VIII CONGRESSO INTERNACIONAL

DE NUTRIÇÃO CLÍNICA FUNCIONAL
AMERICANO DA WORLD & VII CONGRESSO BRASILEIRO DE
NUTRIÇÃO ESPORTIVA FUNCIONAL
SOCIETY OF ANTI-AGING O EVENTO ACONTECEU DE 13 A 15 DE SETEMBRO DE 2012
NO CENTRO DE CONVENÇÕES FREI CANECA, EM SÃO PAULO

MEDICINE (WOSAAM) Realizado anualmente com o objetivo de ampliar e

divulgar a Nutrição Funcional no País. Durante três dias,
Realizado no WTC Convention Center, em São Paulo (SP), no período de 19 os congressistas tiveram a oportunidade de ter contato
a 21 de outubro de 2012, o evento recebeu profissionais de vários Estados e com renomados profissionais, além de se atualizarem com
países. Dentre as autoridades internacionais convidadas para o Congresso, o conteúdo técnico-científico oferecido.
destacaram-se o Dr. Thierry Hertoghe e o Dr. Stephane Resimont, os ameri-
canos Prof. Abraham Morgentaler, Dr. Samuel Yue e Dr. Jorge Flechas, além
do indiano Dr. Anoop Chatuverdi. XVI CONGRESSO BRASILEIRO DE
O programa científico do Congresso foi elaborado para abranger áreas mul-
NUTROLOGIA & XVII SIMPÓSIO
tidisciplinares e complementares de medicina, como cardiologia, ginecologia, DE OBESIDADE E SÍNDROME
urologia, neurologia, oncologia, medicina estética, biologia molecular, genética, METABÓLICA
biotecnologia e nutrição, entre outras. No evento foram discutidos os avanços
SÃO PAULO SEDIOU O EVENTO DE 19 A 21 DE SETEMBRO
da medicina preventiva e sua contribuição para a saúde. Os subtemas deba- DE 2012, QUE ACONTECEU NO MAKSOUD PLAZA
tidos foram: distúrbios hormonais femininos e masculinos; fisiologia do en-
velhecimento físico e do câncer; e combate à dor. No workshop, especialistas O evento reuniu mais de 3.000 médicos e especialistas
em nutrição discutiram o papel dos alimentos no processo do envelhecimento. nacionais e internacionais para palestrar e discutir os
principais assuntos ligados à Nutrologia. Entre os temas
Para ficar por dentro da agenda dos principais eventos da área médica, abordados estiveram: obesidade, estresse oxidativo,
acesse o site da Pharmacia Essentia: www.essentia.com.br. transtornos da conduta alimentar, biotecnologia,
nutrologia pediátrica, medicina funcional.
6 REVISTA ESSENTIA

TELÔMEROS
E LONGEVIDADE
ESTUDO REALIZADO EM CENTRO DE PESQUISA
ESPANHOL REVELOU QUE UM MENOR ENCURTAMENTO
TELOMÉRICO AO LONGO DO TEMPO ESTÁ RELACIONADO
A UMA VIDA MAIS LONGA EM MAMÍFEROS
U
Uma equipe de pesquisadores espanhóis do National Cancer
Research Centre (CNIO), presidido pela Diretora María Blasco,
demonstrou em um estudo pioneiro sobre mamíferos que a lon-
gevidade é definida em um nível molecular pelo comprimento dos
telômeros. O trabalho – publicado em edição online no dia 27 de
setembro da revista Cell Reports – abre a porta para um estudo
mais aprofundado desses componentes celulares, a fim de calcular
a idade das células e assim ser capaz de determinar a esperança de
vida para um organismo particular.
Cromossomos – os recipientes celulares que detêm a informação
genética em seres vivos – têm sequências repetitivas de DNA e te-
lômeros nas suas extremidades. Essas sequências agem como capuzes
e protegem o material genético na superfície de qualquer agente
externo que possa danificá-lo e comprometer a função das células.
Vários estudos populacionais transversais – que medem o compri-
mento dos telômeros, uma vez ao longo do tempo em um grande
grupo de indivíduos – mostram uma relação entre o comprimento dos
telômeros e o risco de doenças que sofrem – doença cardiovascular ou
câncer, por exemplo. Até agora, no entanto, a utilização de medições
teloméricas para prever a expectativa de vida real em mamíferos não
foram avaliadas. “Nos estudos transversais, parece que indivíduos com
telômeros mais curtos têm uma probabilidade significativamente maior
de doenças em desenvolvimento, incluindo o câncer. Mas essa informa-
ção não é aplicável a um indivíduo específico”, diz Blasco.
CURTAS
Para determinar um método de predição verdadeira, os autores
da presente pesquisa realizaram estudos longitudinais de com-
primento dos telômeros, em ratos, em que um único indivíduo é
seguido por um período de tempo. Depois de tomar amostras de
sangue periódicas do mesmo indivíduo, a partir das quais as células
foram extraídas para o estudo, eles descobriram que aqueles ratos
que conseguiram viver mais tempo não eram os que tinham telô-
meros mais longos em qualquer idade, mas aqueles que mostraram
encurtamento telomérico menor ao longo do tempo.
Blasco afirma que: “enquanto o comprimento dos telômeros, em rati-
nhos normais, é muito maior do que em seres humanos, verificou-se,
surpreendentemente, que a taxa de encurtamento dos telômeros em
ratos é 100 vezes mais rápida que em seres humanos”.
Este estudo ainda abre a possibilidade de estudar, através do exame
longitudinal destes guardiões genéticos, o efeito real das escolhas
de estilo de vida, como tabagismo, dieta ou exercício em taxas in-
dividuais do envelhecimento. Esses estudos podem, portanto, ser
cruciais na prevenção de doenças ou no desenvolvimento de novos
medicamentos para tratá-las.
Fonte: Revista Cell Reports (27 de setembro de 2012)
REVISTA ESSENTIA 7
 AGENDA

II Congresso Internacional de Nutrição Especializada

(Coine 2013) & Expo sem Glúten

26-27 LOCAL: CENTRO DE CONVENÇÕES CBC, RIO DE JANEIRO/RJ

Mais informações: www.exposemgluten.com
ABRIL O sucesso do Congresso realizado em 2012 motivou o Centro Brasileiro de Apoio Nutricional (CBAN) a promover mais uma
edição do evento. O objetivo é disseminar o conceito e as descobertas científicas relativas à doença celíaca e às sensibilidades
alimentares, às técnicas e à tecnologia envolvida na alimentação isenta de glúten para celíacos e não celíacos.

XXVI Congresso de Prática Ortomolecular

e Radicais Livres

9-11 LOCAL: CENTRO DE CONVENÇÕES DO SHOPPING FREI CANECA. SÃO PAULO/SP

Mais informações: www.ambo.com.br
MAIO O evento, tradicionalmente presidido pelo Dr. Efrain Olszewer, apresenta as recentes diretrizes da prática ortomolecular,
reunindo médicos de diversas especializações interessados no assunto.

25º Congresso Brasileiro de Medicina

do Exercício e do Esporte

15-18 LOCAL: CENTRO DE EVENTOS HOTEL PESTANA, SALVADOR/BA

Mais informações: www.medicinadoesporte.org.br
MAIO Salvador, uma das sedes da Copa das Confederações 2013 e da Copa do Mundo de 2014 vai respirar nos quatro dias de
congresso não só futebol, mas também várias modalidades esportivas, com seus avanços e novidades trazidos por colegas da
Bahia, do Brasil e do mundo. O Congresso irá discutir a grande e crescente importância do exercício físico na prevenção e no
combate das doenças crônico degenerativas.

REVISTA ESSENTIA 9
 IN THE NEWS
Óleos de peixe:
a melhor fonte
de ômega 3
Q Qual seria a melhor fonte de ômega 3: óleos vegetais (como linha-
ça) ou óleos de peixe? A controvérsia é grande, porém um estudo
recente se mostrou bastante convincente. O estudo faz uma compara-
ção direta entre as duas fontes e comprova que os óleos de peixe são a
melhor fonte de nutriente.
Os pesquisadores reuniram 74 adultos saudáveis e os dividiram em
três grupos. Um usou uma margarina enriquecida com 10% de ALA
(ácido alfalinolênico). O ALA é a gordura ômega 3 encontrada em plan-
tas e óleos vegetais, que em tese poderia se converter em ômega 3 ati-
vos (EPA e DHA). O segundo grupo utilizou uma margarina enriqueci-
da com 10% de EPA (ácido eicosa-pentanoico), um dos componentes
principais do óleo de peixe. O terceiro consumiu uma margarina com
10% de DHA (ácido doxa-hexaenoico), é o outro componente do óleo
de peixe.
O grupo ALA ingeriu, em média, 4,4 g de ALA por dia; o grupo EPA 2,2
g de EPA por dia; e, o grupo de DHA consumiu 2,3 g de DHA por dia.
O estudo foi realizado no período de seis semanas. Entre aqueles que
comeram a margarina com EPA, os níveis de EPA aumentaram 394%.
Aqueles do grupo DHA tiveram seus níveis de DHA aumentados em
91% e seus níveis de EPA aumentados em 137%. Isso porque o EPA
se converte em DHA. Quando o corpo tem DHA suficiente, ele diminui
essa conversão. O resultado é mais EPA.
Mas o que aconteceu com o grupo ALA? A pesquisa mostrou que os
níveis de EPA e DHA não apresentaram aumento significante entre os
participantes. Segundo os pesquisadores, “4 g por dia de ALA não são
suficientes para aumentar o índice de ômega 3 durante um período
de seis semanas”. Acreditava-se que o ALA seria o melhor para obter
ômega 3, pois o corpo o converteria de forma eficaz em EPA e DHA, no
entanto o estudo provou que não é o que acontece.
10 R E V I S T A E S S E N T I A
Outra crítica aos óleos de peixe seria que EPA e DHA são tão propen-
sos à formação de oxidantes, que eles aumentariam o estresse oxida-
tivo nas células, além do que elas seriam capazes de lidar. O resultado,
portanto, seria o dano celular.
Os autores desse estudo analisaram essa questão e verificaram que
os níveis de estresse oxidativo foram maiores nos grupos de EPA e
DHA em relação ao grupo ALA, porém esse aumento não é danoso às
células: “Nós não encontramos nenhuma mudança na capacidade an-
tioxidante em qualquer um dos grupos”, concluiu o pesquisador. Outro
resultado foi referente à quantidade de hidroperóxidos nas células. Os
hidroperóxidos são formados quando as células estão num estado de
estresse oxidativo. Novamente, nas palavras dos autores, “Todas as
três intervenções diminuíram hidroperóxidos de ácido linoleico dos
eritrócitos”.
Em suma, apesar do EPA e DHA aumentarem os níveis de oxidantes,
estes níveis não são suficientes para ser um problema. Esse estudo
deverá diminuir o pensamento de que os óleos de peixe seriam peri-
gosos. Ele também confirma que o ALA encontrado nos vegetais não
é suficientemente convertido em EPA e DHA. O óleo de peixe ainda é
a melhor aposta para os efeitos na saúde por elevar os níveis de EPA
e DHA. Se você não está tomando óleo de peixe, agora é uma boa hora
para começar.
Referência: Egert, S., M. Lindenmeier, K. Harnack, et al. “Margarines Fortified with
-Linolenic Acid, Eicosapentaenoic Acid, or Docosahexaenoic Acid Alter the Fatty Acid
Composition of Erythrocytes but Do Not Affect the Antioxidant Status of Healthy Adults.”
Nutr. 2012 Sep;142(9):1638-44. Epub 2012 Jul 18.
 Oxitocina e
partilha social
das emoções
no pós-trauma
OOs terapeutas sabem há muito tempo que as pessoas que
tiveram uma experiência traumática sentem a necessida-
de de falar sobre o que passou. Este processo é chamado de
“partilha social” e pode ocorrer por dias, semanas, meses ou
anos após o evento.
Normalmente, a partilha social envolve “apenas os fatos”
sobre o que aconteceu; emoções e sentimentos são compar-
tilhados em um grau muito menor. Mas compartilhar “apenas
os fatos” não ajuda as pessoas a se sentirem melhor. O que
realmente faz a diferença é a “partilha social das emoções”
(PSE). A oxitocina neuropeptídeo – conhecida também como
“hormônio do abraço”, “molécula da moral” e “a droga do
amor natural” –, tem uma função calmante e interativa em
humanos.
Assim, uma equipe de pesquisadores decidiu examinar como
a administração de oxitocina pode facilitar essa “partilha so-
cial das emoções” terapêutica e poderosa. O estudo, publica-
do na recente edição do International Journal of Psychology, é
o primeiro a investigar a biologia de partilha emocional.
Os pesquisadores perguntaram a 60 homens adultos sobre
as suas características pessoais. Eles, então, deram-lhes uma
dose de placebo ou oxitocina e os fizeram esperar 45 minutos
enquanto assistiam a um filme sobre amizade e companheiris-
mo. Eles foram convidados a recordar uma experiência passada
negativa, que ainda os afeta atualmente e sua taxa de intensi-
dade emocional no momento. Os participantes descreveram o
evento em papel e, para avaliar a intensidade da corrente nega-
tiva emocional, também tinham de indicar se concordavam em
compartilhar os fatos e as emoções com outra pessoa.
Dois juízes analisaram as respostas. O que eles descobriram
foi que a oxitocina não torna as pessoas mais falantes – as
contagens de palavras nas cartas eram as mesmas –, mas
faz aumentar a disposição dos participantes em partilhar o
componente específico que é responsável pelos efeitos tera-
pêuticos da partilha social: as emoções.
Como observam os pesquisadores, “os resultados são ainda
mais notáveis porque eles foram obtidos entre os homens,
que podem estar menos propensos do que as mulheres a ex-
pressar suas emoções”.
Este estudo pioneiro abre caminho para novas pesquisas em
várias direções. A primeira seria beneficiar os pacientes que
têm dificuldade de expressar suas emoções, como veteranos
militares, que também têm altos índices de trauma. A segun-
da seria o tratamento de traumas. Os primeiros tratamentos
tendem a manter uma pequena parte de sua experiência em
segredo. Se a oxitocina puder ajudá-los a compartilhar essas
emoções escondidas, e não apenas os fatos, o processo de
cura será favorecido.
Finalmente, pode haver outras implicações para a saúde hu-
mana relacionadas com o efeito antagônico da oxitocina sobre
o hormônio do estresse cortisol e seu encorajamento, agora
provado, de favorecer a partilha social das emoções.
Fonte: International Journal of Psychology (18/12/2012)
REVISTA ESSENTIA 11
 MEDICAL FOODS

12 R E V I S T A E S S E N T I A
 A Além de ser uma das especiarias mais antigas do
mundo, por ser um tempero saboroso com aroma
marcante, a canela também é rica em propriedades
benéficas para a saúde. Possui características antioxi-
dantes, é um alimento termogênico, fonte de manganês,
fibra, ferro e cálcio, auxiliando também no combate à
diabetes e na diminuição do colesterol. Muito mais do
que incrementar o sabor dos alimentos, a canela possui
propriedades curativas provenientes de três tipos de
componentes básicos presentes nos óleos essenciais da
sua casca: álcool de cinamila, cinamaldeído e acetato de
cinamila. Ela pode ser consumida em pau (ramas), pó,
chá ou ainda como extrato concentrado em cápsulas.
Adoçando
a saúde
COM SABOR LEVEMENTE ADOCICADO, A CANELA
É VALORIZADA NA CULINÁRIA, MAS TAMBÉM
UTILIZADA COMO INGREDIENTE MEDICINAL
DESDE OS TEMPOS DA ANTIGUIDADE
A caneleira (Cinnamomum zeylanicum) é nativa da re-
gião do Sri Lanka e do Sul da Ásia, e mede entre 10 e 15
metros de altura. A forma de consumo não altera suas
propriedades, a única diferença é que a canela em ramas
é mais saborosa e aromática do que a em pó, sendo que
esta é mais popular na culinária. A forma de extrato con-
centrado transforma a planta em remédio.
Os benefícios da canela têm sido muito pesquisados. Um
estudo realizado em Londres durante 12 semanas com
58 diabéticos do tipo 2 comprovou a eficácia da planta
para o controle do açúcar no sangue e pressão arterial.
Os pacientes apresentavam um quadro com níveis de
Hemoglobina A1c(HbA1c) acima de 7%, o equivalente a
um nível de glicose no sangue acima de 150mg/dL, e
consumiram 2g diárias da especiaria durante o tempo da
pesquisa. A resposta foi bastante incentivadora: os pes-
quisadores concluíram que a ingestão de canela reduziu
de forma significativa os níveis de Hemoglobina A1c e
da pressão arterial, sendo assim um complemento ali-
mentar importante para regular os níveis de glicose no
sangue. Durante a pesquisa, os medicamentos tradicio-
nais de tratamento da doença não foram abandonados.
Outro estudo, feito pelo pesquisador israelense Michael
Ovadia, do departamento de Zoologia da Faculdade de Ci-
ências da Vida da Universidade de TelAviv, mostra que a
canela é também eficaz no combate ao Mal de Alzheimer,
doença que atinge cerca de 18 milhões de pessoas no
mundo. A princípio a ideia de Ovadiva era descobrir mais
a fundo a eficácia dessa especiaria, testando-a também
nos chamados oligômeros, conglomerados de proteína
beta-amiloide, presentes em excesso no cérebro dos
doentes de Alzheimer. Os resultados foram impressio-
nantes: o grupo de pesquisadores de Ovadiva conseguiu
extrair uma substância da canela que inibe o acúmulo
progressivo de agregados neurotóxicos do peptídeo
beta-amiloide (A-beta), presente no cérebro dos doen-
tes. Além disso, também foi descoberto que o extrato
de canela dissolve as fibrilas de beta-amiloides, que em
excesso matam neurônios dos pacientes diagnosticados
com Alzheimer.
Os resultados têm sido tão expressivos que o condimen-
to cada vez chama mais atenção dos pesquisadores. Já se
sabe que a canela combate também acne, reumatismo,
é boa para memória, altamente eficaz contra infecções,
herpes, além de ser um anticoagulante natural e acelerar
o metabolismo. Sem contar o intenso sabor e facilidade
de acesso. Mas é importante lembrar que o consumo em
excesso pode fazer mal à saúde. Estudos publicados na
Europa mostraram que a canela possui um composto
conhecido como cumarina, que se consumido em altas
doses pode causar danos ao fígado e aos rins. Por isso
é preciso ter atenção quanto à dose máxima segura de
0,2 mg/ kg (14 g para um adulto de 70 kg) ou 0,03 mg/
kg em extrato concentrado (2,1 g para um adulto de 70
kg ao dia).
REVISTA ESSENTIA 13

Bolo de maçã
com canela
INGREDIENTES
5 ovos
2 maçãs, em cubos
2 xícaras de açúcar mascavo
1 e ½ xícara de farinha de arroz
½ xícara de amido de milho
3 colheres (sopa) óleo de coco extra virgem
1 colher (sopa) de fermento em pó
1 colher (chá) de canela em pó
- 1 pitada de sal marinho
MAIS VALIOSA QUE OURO
Apesar de muitos dos seus benefícios serem conhecidos recentemente, a ca-
nela é utilizada desde os tempos da Antiguidade. A especiaria foi mencionada
em passagens da Bíblia, além de ter sido citada em diversas obras clássicas.
Nos tempos das Grandes Navegações, era uma das especiarias mais valiosas do
mundo: na Idade Média seu preço chegou a superar o do ouro. Naquela época,
não somente seu sabor destacava-se, mas ela também era utilizada para fins
religiosos e medicinais.
O condimento é citado em documentos egípcios datados de 4.000 a.C, onde era
usado como conservante de alimentos e analgésicos. Os chineses utilizavam a
canela para curar resfriados, diarreias e até como repelente de mosquitos. Na
Índia, além da presença forte na culinária, principalmente em pratos salgados, a
planta era bastante utilizada pelos seus poderes antioxidantes.
Em solo brasileiro, a canela cresce muito bem, pois requer cerca de 1.300 mm
de chuva por ano e temperatura média anual superior a 21 °C. Porém, ainda
exportamos a maior parte consumida. Segundo dados do Ministério do Desen-
volvimento, Indústria e Comércio Exterior, em 2009 foram importados cerca de
1.137 toneladas de canela em rama, a maior parte vinda da Indonésia e da China.

PARA POLVILHAR
½ xícara de açúcar demerara
2 colheres de chá de canela em pó
Além da culinária e fins medicinais, a planta também é muito presente nos cos-
méticos, sendo utilizada para dar brilho aos cabelos, como colônia e também em
pastas dentais e óleos bronzeadores.

MODO DE FAZER
1. Bata os ovos em batedeira por cerca de 5 minutos.
2. Adicione o óleo de coco e o açúcar mascavo e continue
batendo. Acrescente a farinha de arroz, o amido de
milho, o fermento, o sal e a canela em pó e bata.
3. Despeje a massa em uma assadeira untada com óleo
de coco, espalhe a maçã picada, polvilhe o açúcar com
a canela e asse em forno médio pré-aquecido a 180 ºC
por cerca de 30 minutos ou até dourar.

Fonte: Thais Souza - Nutricionista da Rede Mundo Verde

14 R E V I S T A E S S E N T I A
HOT CANELA
No livro de Jorge Amado, Nacib veio de longe para presenciar o cheiro de cravo e
a cor de canela de Gabriela. Mas não é somente na literatura que a canela remete
Almôndega
à sensualidade – a especiaria também é considerada um afrodisíaco natural.
Porém, seu efeito não é imediato. A ação acontece quando a canela é consumida
marroquina
a longo prazo, por fazer com que o açúcar no sangue seja controlado, melho-
rando a circulação e irrigação sanguínea, que são essenciais para aumentar a
sensibilidade dos órgãos sexuais, quando excitados.
INGREDIENTES
Apesar disso, maior sedução da canela é proveniente do seu aroma peculiar. Um
1 kg de carne moída Azeite português
estudo em Aromaterapia revelou que foi o cheiro da canela foi o que mais des-
Tempero de Alho-poró
pertou a libido masculina. O aroma também aumentou mais o fluxo sanguíneo
almôndega Salsão
dos homens, estimulando rapidamente a ereção. Assim, além de ser ingerida, a
canela também pode ser utilizada na forma de óleos ou velas aromáticas. 2 cebolas grandes Urucum
1 tomate Alho
Cúrcuma Sal
Salsa
BENEFÍCIOS
Alguns resultados já comprovados do consumo da canela:
TEMPERO DE ALMÔNDEGA
- Reduz os níveis de açúcar no sangue, tratando-se de diabetes tipo 2 1 colher de sobremesa de noz-moscada em pó
- Diminui o colesterol 1 colher de chá de pimenta Jamaica em pó
- Auxilia na digestão
1 colher de sopa de canela em pó
- Reduz dores provocadas por artrites
- Ajuda a curar resfriados
- Trata diarreia
MODO DE FAZER
- Faz bem para memória
- Cura dores de cabeça e enxaqueca 1. Em uma frigideira, doure com um pouco de óleo uma
- É antioxidante e anti-inflamatório cebola picada e um dente de alho amassado.
2. Tempere a carne com uma pitada do tempero de
Além da culinária e fins medicinais, a planta também é muito presente nos
almôndega, uma pitada de cúrcuma, salsa picada e
cosméticos, sendo utilizada para dar brilho aos cabelos, como colônia e
cebola e alho fritos.
também em pastas dentais e óleos bronzeadores.
3. Amasse bem para ligar a carne. Faça as bolas,
apertando bem para não abrirem. Coloque no molho.

NOS TEMPOS DAS GRANDES NAVEGAÇÕES, A CANELA ERA UMA DAS ESPECIARIAS MAIS VALIOSAS DO
MUNDO, NÃO APENAS PELO SEU SABOR, MAS PORQUE ERA UTILIZADA PARA FINS RELIGIOSOS E MEDICINAIS

REVISTA ESSENTIA 15
 CURTAS

Bactérias
do intestino
podem
causar
obesidade

18 R E V I S T A E S S E N T I A

ESTUDO SUGERE QUE ORGANISMOS QUE HABITAM OS INTESTINOS TÊM IMPACTO
SIGNIFICATIVO SOBRE A FORMA COMO AS GORDURAS DOS ALIMENTOS SÃO
S
METABOLIZADAS, ABSORVIDAS E ARMAZENADAS
Se uma das suas resoluções para este ano é perder peso,
você não está sozinho: os Estados Unidos têm a maior taxa
de obesidade no mundo. Em 2010, mais de 35% dos adultos
americanos eram obesos, assim como 17% das crianças, e
estima-se que 50% dos adultos serão obesos em 2030. A
obesidade tem sido atribuída a muitas coisas, incluindo o
consumo excessivo de grãos processados (arroz branco, fari-
nha refinada), alimentos açucarados e refrigerantes. O estilo
de vida sedentário também não ajuda.
No entanto, os cientistas estão explorando a possibilidade
de que as bactérias que circulam no intestino podem con-
tribuir para a cintura em expansão e, talvez, para a incapa-
cidade de perder peso. Os trilhões de bactérias que vivem
em seu intestino podem ser jogadores-chave em tudo, desde
a disfunção do sistema imunológico à resistência à insulina,
diabetes, obesidade, depressão, distúrbios de pele e doenças
autoimunes. De fato, muitos cientistas consideram que os
micróbios no intestino constituem um sistema próprio no
corpo conhecido como o microbioma. O microbioma humano
consiste de todas as bactérias, vírus e outros organismos que
vivem no intestino comunalmente. Existem 10 vezes mais
organismos no intestino que células humanas do corpo, e
esses organismos estão sujeitos a mudanças, especialmente
com alterações na nossa dieta.
Então, como podem bactérias no intestino afetar o seu peso?
A investigação sugere que os organismos em nossos intes-
tinos têm um impacto significativo sobre a forma como as
gorduras na nossa alimentação são metabolizadas, absorvi-
das e armazenadas. Os primeiros dados que sugerem uma
ligação entre a saúde do intestino e do risco de obesidade foi
publicado em 2004, e desde então mais de 100 artigos foram
publicados tentando elucidar o mecanismo por trás disso.
Um desequilíbrio de bactérias nocivas no intestino pode
secretar substâncias conhecidas como endotoxinas, que
podem incitar a inflamação e contribuir para mudanças nos
hormônios que, posteriormente, levam ao ganho de peso.
Fonte: Drs. Kay Juiz e Maxine Barish-Wreden The Sacramento Bee, na Califórnia (28 de dezembro de 2012)
CURTAS
Em um estudo recente na China, os cientistas identifica-
ram, em um homem adulto com obesidade mórbida, uma
bactéria ligada à obesidade conhecida como Enterobacter.
Quando esta bactéria foi eliminada do seu intestino, ele
perdeu quase 30% do seu peso corporal. Os pesquisadores
então alimentaram com esta bactéria um grupo de ratos,
que desenvolveram obesidade e resistência à insulina a
partir desta exposição.
O que leva a um aumento das bactérias prejudiciais, tais
como a Enterobacter? A composição dos organismos nos in-
testinos é afetada por vários fatores, incluindo os alimentos
que comemos, o uso de antibióticos e estresse. Na verdade,
as bactérias do intestino podem mudar dentro de 24 horas
após uma mudança na nossa dieta.
E como você pode manter o seu intestino saudável e feliz?
Comece evitando grãos processados (arroz branco, farinha
refinada) e açúcares, que podem promover o crescimen-
to de bactérias nocivas, e mude para grãos integrais, não
processados, bem como alimentos fermentados. Alimentos
fermentados, como iogurte e chucrute, contêm bactérias
saudáveis conhecidas como probióticos que ajudam a repor
as bactérias do intestino saudável.
Alimentos como alho, alho-poró e cebola contêm substâncias
conhecidas como prebióticos, que também ajudam a alimen-
tar e promover o crescimento dessas bactérias saudáveis. Às
vezes, um suplemento probiótico também é necessário para
ajudar a restaurar a saúde do intestino, e algumas pessoas
podem até precisar de tratamento mais específico para redu-
zir os níveis de bactérias nocivas no intestino.
E, claro, não se esqueça de gerenciar o estresse, dormir
o suficiente e fazer exercícios. Também fique atento para
mais informações sobre esta nova área de pesquisa que
pode fornecer novos caminhos, ajudando a reduzir o seu
peso nos próximos anos.
REVISTA ESSENTIA 19
 COISAS DE MULHER

P Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e do

Centro de Pesquisa em Saúde Reprodutiva de Campinas (CEMICAMP)
realizaram enquetes epidemiológicas com 860 mulheres brasileiras
entre 18 e 35 anos. Os resultados revelaram que 75% a 80% das mulheres
já tiveram a famosa TPM (Tensão Pré-Menstrual), 60% afirmam que os
sintomas atrapalham suas atividades diárias e domésticas e 65% falaram
que prejudicam o seu desempenho profissional.

Durante o tempo de vida fértil do organismo feminino, ou seja, período em

que a mulher menstrua – em geral com duração da adolescência à maturidade
–, muitas mulheres sofrem com os efeitos da tensão pré-menstrual,
que possui esta denominação por acontecer entre o pico ovulatório até a
menstruação (fase pré-menstrual), durando de 10 a 15 dias. Passada esta
fase, com o surgir da menstruação, os sintomas tendem a desaparecer.

Fazendo
as pazes
com a TPM
MUDANÇAS SIMPLES NA ROTINA, COMO ATIVIDADE FÍSICA REGULAR E A INGESTÃO DE
ALIMENTOS RICOS EM ÔMEGA 3 E 6, SÃO EFICIENTES NO COMBATE AOS INDESEJÁVEIS
SINTOMAS FÍSICOS E PSICOLÓGICOS QUE ANTECEDEM A MENSTRUAÇÃO.

Os principais sinais físicos são: dor nas mamas, dor de cabeça, cansaço,
dor nas costas, dor lombar e nos membros inferiores. É esperada uma
alteração de peso em até dois quilos por diminuição da diurese (produção
de urina pelo rim) e retenção de líquido. A volta ao peso acontece após a
menstruação. Os sintomas psicológicos mais comuns são: instabilidade
emocional, irritabilidade ou sensibilidade excessiva. Pela predominância da
progesterona, como acontece na gestação, a mulher fica mais sensível na
TPM.

As causas da TPM não são definidas, mas diversas teorias têm sido
propostas. A atual mais aceita diz que há uma tendência a relacioná-la
com alterações hormonais como a da progesterona, que atua no cérebro
alterando os neurotransmissores e interferindo no sistema nervoso central.

20 R E V I S T A E S S E N T I A
ÁCIDOS GRAXOS: AJUDA BEM-VINDA
A Medicina ortomolecular apresenta alternativas de tratamento através de su-
plementação de ácidos graxos ômega 3 e 6, vitamina B6 e magnésio, entre ou- MULHERES QUE PRATICAM
tros que auxiliam nos sintomas da TPM. EXERCÍCIOS FÍSICOS
O óleo de prímula ou borragem ajuda a amenizar dor e edema nas mamas. Trata- REGULARMENTE TÊM
se de um ácido graxo poliinsaturado – é a forma mais comum do ácido graxo FLUXO MENSTRUAL
essencial ômega 6 – rico em ácido linolênico (LA) e ácido gamalinolênico (GLA),
além de vitamina E, muito usado no tratamento da tensão pré-menstrual, doen- MENOS INTENSO QUE
ças cardiovasculares e processos inflamatórios. Estudos científicos mostram que O DAS SEDENTÁRIAS E
este ômega-6 em especial tem uma ação anti-inflamatória, melhorando em mui-
to os sintomas da TPM. Para otimizar este efeito anti-inflamatório, recomenda- MENOR RISCO DE CÓLICAS
se o uso de ômega 3 na primeira fase do ciclo e de Ômega 6 (principalmente o
ácido gamalinolênico GLA) na segunda fase do ciclo menstrual.

EXERCÍCIO FÍSICO: GRANDE ALIADO

Observou-se que mulheres com bons hábitos, praticando exercícios regular-
mente, sem grandes períodos de interrupção, e mantendo uma alimentação
balanceada demonstram melhores ganhos em qualidade de vida e diminuição da
TPM. Além disso, mulheres que praticam exercícios têm fluxo menstrual menos
intenso que as sedentárias e menos risco de ter cólicas.

Num estudo realizado pela University of British Columbia, no Canadá, oito
mulheres foram submetidas a corridas de aproximadamente 20 km semanais,
gerando o aumento da taxa metabólica e favorecendo a circulação sanguínea.
Consequentemente, houve uma otimização do transporte de oxigênio e nutrien-
tes essenciais, melhorando assim todas as funções vitais. Depois de seis meses,
todas relataram menores episódios de dores nas mamas e irritabilidade.
Os exercícios indicados para a fase da TPM e durante o ciclo menstrual são os
aeróbicos. Invista em atividades como: corrida, caminhada, bicicleta, natação,
que demonstram ser mais eficientes do que os anaeróbicos, como musculação.
Além de liberarem endorfina, reduzem o cortisol, hormônio relacionado ao es-
tresse, culpado aumentar a retenção de líquidos na TPM. A liberação de hormô-
nios gerada pela atividade física, principalmente a endorfina – hormônio ligado à
sensação de prazer – proporciona bem-estar, estabilizando os níveis de glicose.
Além de corridas ou caminhadas, outra opção de exercícios aeróbicos é a cama
elástica, que melhora a circulação, aumentando a pressão e, consequentemente,
causando a liberação de líquidos retidos. Mas para diminuir os sintomas da TPM
é necessário que a mulher respeite as limitações impostas ao corpo nesta fase.
A dica é não praticar exercícios de longo período nem com excesso de carga.
COMO CONTROLAR O
DESEJO DE DOCES NA TPM
Uma queixa frequente das mulheres que fi-
cam irritadas ou deprimidas é o intenso de-
sejo de doces para tentar se acalmar, sendo
o chocolate o doce preferido para isso. Des-
cobriu-se que esta alteração se deve a uma
redução temporária do neurotransmissor
Serotonina neste periodo, e que o desejo de
doce é uma tentativa de aumentar a produ-
ção natural deste neurotransmissor. Para
controlar o peso e a compulsão, observou-se
que o uso do aminoácido L-Triptofano ou seu
metabólico principal, o 5-Hidroxitriptofano,
pode ser muito útil e reduzir estes sintomas,
substituindo com segurança o uso de antide-
pressivos elevadores de serotonina. O uso de
alimentos ricos e L-triptofano também pode
ajudar (laticíneos, carnes magras, peixes, ba-
nana, amendoim e nozes, tâmaras…).

REVISTA ESSENTIA 21
 COISAS DE MULHER

ALIMENTOS LIBERADOS
- Água. Consuma bastante para evitar a retenção de líquido
- Água de coco e chás de frutas, sem açúcar
- Frutas, verduras, cereais integrais, algas, leguminosas (feijão, grão-de-bico, soja,
ervilha, lentilha, vagem), que são ricos em fibras
- Carboidratos complexos (pães integrais, arroz integral, gérmen de trigo)
- Derivados da soja, como tofu e o leite de soja
- Atum, salmão, sardinha, arenque, semente de linhaça, óleo de canola ou em forma de
suplementação alimentar. São ricos em ômega 3, melhoram a circulação, evitando os
inchaços. O consumo pode ser diário
- Leite sem lactose, leite fermentado e derivados (iogurte natural, queijo branco,
coalhada) no mínimo três vezes por dia. São ricos em cálcio, melhoram o funcionamento
do intestino, reduzindo a sensação de inchaço
- Vegetais verde-escuros, que também são ricos em cálcio e diminuem as cólicas,
aumentando a disposição para enfrentar a rotina diária
- Alimentos ricos em magnésio, como figo, aveia, beterraba, alcachofra, quiabo, abacate,
banana. Durante a menstruação e em especial nos dias que a precedem
- Rodelas de batata (no almoço ou jantar)
- Azeite de oliva
- Castanha-do-Pará, castanha de caju, nozes, amêndoas, macadâmia, avelã e pistache

EVITE COMER DURANTE A TPM

- Açúcar, doces, geleia, mel (no máximo uma
vez por semana)
- Sal e condimentos
- Embutidos (salsicha, presunto etc.) e
alimentos ricos em sódio, como molho inglês
e caldos de carne, que promovem a retenção
de líquido
- Alimentos industrializados e enlatados
- Café
- Chocolate
- Refrigerantes
- Bebidas alcoólicas e tudo que contenha
cafeína, pois aumenta a irritabilidade
- Alimentos ricos em gorduras saturadas, que
prejudicam a circulação

22 R E V I S T A E S S E N T I A
24 R E V I S T A E S S E N T I A
 SUPLEMENTAÇÃO

“
Doutor, quanto
tempo vou tomar
estas vitaminas?”
Esta é uma pergunta frequentemente ouvida pelo médico
em seu consultório. No entanto, a resposta depende de
muitos fatores, pois os suplementos nutricionais, que in-
cluem vitaminas, minerais, ácidos graxos essenciais e ami-
noácidos, podem ser administrados de várias formas e para
diversas intenções. O primeiro e mais conhecido é para pre-
venir carências nutricionais. Assim, deveríamos obter com a
nossa alimentação todos os nutrientes necessários para o
bom funcionamento de nosso corpo. Caso falte os macro-
nutrientes como proteínas, carboidratos e gorduras pode-
mos entrar em quadro de desnutrição, nome técnico para
a fome crônica. Se faltarem os micronutrientes, teremos as
doenças de carências nutricionais: escorbuto para carência
de vitamina C, raquitismo por carência de vitamina D, etc.

O ritmo da vida moderna é um notório ladrão de nutrientes.

Com raras exceções, dificilmente se tem tempo para fazer
uma refeição como manda o figurino dos nutricionistas.
Em segundo, porque o estressante corre-corre se traduz no
corpo como uma descarga de hormônios que — e muito —
aumentam as necessidades das vitaminas. Sem contar que
o uso de substâncias químicas, por exemplo, os agrotóxicos
e toxinas ambientais, solicitam maior demanda destes nu-
trientes e antioxidantes para serem eliminados.

REVISTA ESSENTIA 25
 SUPLEMENTAÇÃO
A partir disso, na vida moderna tornou-se quase necessário o
uso de um suplemento alimentar para não se ter desnutrição
de micronutrientes. Este processo se manifesta através de pe-
quenos sintomas como uma gengiva mais sangrante por falta
de vitamina C, uma osteoporose mais intensa por falta de vita-
mina D, por uma dermatite mais severa por falta de vitamina A,
uma gripe mais intensa por falta de zinco. Muitos transtornos e
doenças se iniciam ou se agravam pela carência de micronuti-
rentes e vitaminas, que não se relaciona como causa se não se
conhece profundamente a nutrição. Inúmeros são os trabalhos
que comprovaram os benefícios preventivos do uso de um bom
polivitamínico.
1. SUPLEMENTOS E A PREVENÇÃO DE
CARÊNCIAS NUTRICIONAIS
A primeira resposta que surge da pergunta de por quanto tem-
po você vai tomar este polvitamínico: até você conseguir fazer
uma dieta saudável e seguir a recomendação da ingestão de 5
porções de frutas e verduras ao dia. A resposta ficou mais com-
plexa quando nos últimos 50 anos descobriu-se que as vitami-
nas e nutrientes não eram só para evitar carências nutricionais,
mas que eles tinham um efeito preventivo específico em al-
gumas tendências de doenças e estes poderiam servir como
um grande aliado da Medicina Preventiva. Essa especialidade,
que tem se consolidado cada vez mais nas últimas décadas, tem
como principal objetivo melhorar a qualidade de vida da popu-
lação através da prevenção e do tratamento de doenças antes
que elas se manifestem por completo. A Medicina Preventiva é
a ciência dando vazão ao velho dito popular: “melhor prevenir
do que remediar”.
1. A PREVENÇÃO DE DOENÇAS COM SUPLEMENTAÇÃO
De acordo com dados do Ministério da Saúde, as doenças que
mais matam os brasileiros são câncer, ataque cardíaco, obe-
sidade, acidente vascular cerebral e enfermidades ligadas ao
sistema respiratório. O curioso é que são justamente essas
doenças que mais se beneficiam com a prevenção. São vários
os meios para detectar uma doença, descobrir se você tem ten-
dência a desenvolvê-la e até mesmo preveni-la. Exames físicos
26 R E V I S T A E S S E N T I A
e clínicos, análise do histórico familiar e os hábitos coletivos e
individuais de uma sociedade são exemplos comuns.
Estudos recentes, realizados em várias universidades ao redor
do mundo, têm apontado um grande aliado da Medicina Pre-
ventiva: as vitaminas e os minerais. O que os cientistas estão
provando, através desses estudos, é que a ingestão diária de
diferentes vitaminas através de cápsulas em porções acimas
das doses nutricionais podem ser grandes aliadas na prevenção
de doenças e na manutenção da saúde.
São milhares as áreas de pesquisas e várias as vitaminas testa-
das para diferentes fins, mas os pesquisadores já chegam a al-
guns resultados animadores quanto ao uso preventivo desses
compostos. Se a intenção é prevenir uma patologia, pode-se
usar um nutriente de forma contínua. Descobriu-se que um
nutriente em doses baixas é uma peça importante na complexa
engrenagem do metabolismo, mas que em dose alta passa a
ter uma função bioquímica específica, atuando beneficamente
neste processo bioquímico, podendo levar à prevenção de do-
enças. Os nutracêuticos agem como um remédio, por fornece-
rem ao organismo os nutrientes em falta. Esta ação nutracêuti-
ca dos nutrientes origina a medicina ortomolecular, nutrologia
médica e a nutrição funcional.
3. TRATAMENTO DE DOENÇAS JÁ INSTALADAS
Outro benefício que tem se tornado evidente é o fato dos su-
plementos também auxiliarem no tratamento de enfermidades
já instaladas, como, por exemplo, da osteoartrose. Nesse caso,
a degeneração das articulações causadas pela idade ou seu uso
excessivo. Está documentado que o sulfato de glucosamina
(uma glicoproteína) tem uma ação nutracêutica nas articula-
ções e ajuda na melhora dos sintomas e na prevenção da evolu-
ção desta doença. Esta substância “alimenta” a cartilagem, que
se regenera. O selênio pode ser outro exemplo, aumentando
a produção dos antioxidantes dos linfócitos, potencializando o
tratamento da aids (síndrome de imunodeficiência adquirida),
melhorando a resposta aos antivirais ou à vitamina D e dimi-
nuindo os problemas cardíacos.
 SUPLEMENTAÇÃO

Desta forma os nutrientes já não são nutracêuticos, mas farmacêuticos, sendo alguns já comercializados pela indústria
farmacêutica, como a glucosamina. A grande vantagem é que como o corpo já sabe o que fazer e como metabolizar esta
substância que não é estranha ao organismo, seus efeitos colaterais serão muito menores e conhecidos.

O fato positivo é que estes nutrientes e vitaminas podem ser usados junto com o tratamento médico tradicional. O resultado
será potencializado e a quantidade necessária de remédios com efeito colateral será menor.

Concluindo, hoje com a ajuda de um médico ou nutricionista que conheça medicina nutricional e funcional, pode-se ter
uma maior prevenção, qualidade de vida e tratamento usando nutrientes e nutracêuticos em cápsulas, que na realidade
são chamados de “comida de astronauta”. Essa expressão é usada pois, essa capsulas são nutrientes que funcionam como
alimento, e não , remédios, bem como os astronautas fazem para se alimentarem, por capsulas. É o futuro e todas as
possibilidades da vida moderna incorporada no nosso dia a dia.

REVISTA ESSENTIA 27
 ESPECIAL

Uma Visão
Que Deu Certo
PORQUE A ESSENTIA SE TORNOU REFERÊNCIA NO SETOR DE MANIPULAÇÃO

A visão que normalmente se tem de uma farmácia de manipulação é de uma empresa local,
de bairro, ou que atende uma cidade. A Essentia quebrou esse paradigma durante os seus
oito anos de história. Através da qualidade e confiança de Médicos e Nutricionistas de todo
Brasil, a empresa atende hoje mais de 3.000 municípios. A Pharmacia tem em sua fórmula
um eixo principal que é a busca pela perfeição, a qual permeia os quatro pilares que a sustentam:

1. Cliente: O jargão de que o cliente sempre tem razão é verdadeiro. Mas a Essentia busca ir
além. “Nossa missão diária é tornar essa experiência ágil, transparente e eficiente em TODOS os
pontos de contato com a nossa marca - equipe de atendimento, loja física, embalagem e bulas,
telefone, farmacêuticos, site, e-mail, formas de pagamento, métodos de envio, redes sociais.”,
destaca Ana Santana, Diretora Comercial.

2. Gente: Alto investimento no desenvolvimento e motivação de pessoas, refletido em pesquisa

do SEBRAE do ano de 2011, onde foi constatado o indicador de 99% dos colaboradores como
Muito Satisfeitos em trabalhar na companhia.

28 R E V I S T A E S S E N T I A
 398

3. P&D e Inovação: A evidência desse esforço é a média de 50

inovações anuais, entre desenvolvimento de novos produtos, 70
registro de patentes, novos processos e tecnologias de 60 59
produção e lançamento de ativos no mercado brasileiro. 53
46
42
“Desenvolver um produto ou trazer um ativo novo para o 36
mercado agrega valor para a Essentia e consequentemente
27

Inovações
para os nossos prescritores e seus pacientes, uma vez que
as inovações são feitas para atender necessidades clínicas
específicas em tratamentos antes não disponíveis no Brasil”, 5
ressalta Paulo Urban, Diretor Geral da empresa. Ano 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Total

4. Conteúdo: Prover informação de qualidade que desenvolva

uma consciência saudável e que possa ser aplicada no dia
a dia das pessoas. “Não existe milagre, buscar saúde e
prevenção é um hábito que a pessoa precisa desenvolver.
Para isso ela precisa entender onde e como cada nutriente ou
vitamina atua, quais doenças eles podem ajudar a prevenir,
por exemplo. Ou seja, informação é a base. Nossa área de
Pesquisa e de Marketing investiga os estudos científicos mais
relevantes e atuais, e traduz isso para uma linguagem que seja
compreendida por qualquer pessoa.” comenta Clarissa Polletti,
Diretora de P&D (pesquisa e desenvolvimento).

PLATAFORMAS DE CONTEÚDO PARA MÉDICOS,

NUTRICIONISTAS E PACIENTES
Revista (Impressa, On-line, Aplicativo)
Sites Satélites
Blog: www.pharmaciaessentia.com.br/blog/
Facebook: www.facebook.com/essentiapharmacia
E-mail Marketing

REVISTA ESSENTIA 29
 ATENDIMENTO CONFERÊNCIA FARMACÊUTICA
“O PRAZO DO ATENDIMENTO ATÉ O ENVIO DO CÓDIGO DE RASTREAMENTO DOS CORREIOS AO CLIENTE É REALIZADO ENTRE 24 E 36
HORAS”, DESTACA SILVANA KAISER, DIRETORA OPERACIONAL
RÍGIDO CONTROLE DAS
MATÉRIAS-PRIMAS
Responsável por avaliar as matérias-primas e seus fornecedores
em todo Brasil, a química Juliana Sguarezzi conta que a Essentia
vai além de cumprir os padrões impostos. pela legislação vigente
no setor.
Os fornecedores de matérias-primas para a Essentia devem
atender a vários critérios de qualidade. “O primeiro quesito para
classificar esses fornecedores é a documentação. A Vigilância
Sanitária exige alguns documentos para eles. Se estão com
tudo certo, posso cadastrá-los”, explica Juliana. Em seguida,
eles fornecem a especificação de determinado produto. “Estas
informações recebemos a cada compra, e fazemos compra
toda semana, mantendo as características sempre atualizadas”,
ressalta a química.
Além de todos os cuidados para que as características
estejam conforme o padrão da Essentia, Juliana também visita
periodicamente os fornecedores para conferir as informações
30 R E V I S T A E S S E N T I A
PRODUÇÃO FINALIZAÇÃO
de perto. “Vou até o fornecedor, independentemente do local,
para fazer a minha inspeção. Visito todos os setores para avaliar
equipamento, análise, ver se ele realmente segue o critério
documentado”, esclarece. Cada fornecedor recebe uma nota
trimestral. “Caso ele não atinja a desejada, é desqualificado por
um período e entra na avaliação novamente”, explica Juliana.
As transportadoras também passam por uma avaliação prévia.
“Só trabalhamos com as que têm documentação da Vigilância
Sanitária. Avaliamos indo até os galpões, para ver como eles
armazenam o produto, e no próprio recebimento, para realmente
garantir que não há nenhum tipo de irregularidade”, comenta a
química.
Quando as matérias-primas são recebidas, todas as informações
são registradas no sistema da Pharmacia Essentia, para assim
partir para a inspeção de qualidade. “Realizamos seguidos
ensaios. O departamento de Controle de Qualidade recebe o
produto, a documentação, faz a avaliação. Estando de acordo com
as Farmacopeias de referência procede-se o fracionamento”,
explica. Farmacopeia é o Código Oficial do Farmacêutico seguido
CONFERÊNCIA EXPEDIÇÃO
no Brasil. Caso a matéria-prima não esteja na farmacopeia
brasileira, os profissionais da Essentia buscam referências nas
farmacopeias de outros países, como Alemanha, Japão, Estados
Unidos, entre outros.
Depois que a matéria-prima entra no controle e é aprovada,
ela é fracionada e liberada para a utilização. “Existe uma sala
específica para armazenar estes materiais, com regulagem de
temperatura e umidade, controladas duas vezes ao dia. O sistema
de refrigeração da sala fica ligado 24 horas por dia”, explica
Juliana. Todo este procedimento é identificado e registrado
no sistema, para que não haja dúvidas quanto ao processo de
manipulação.
CUIDADOS EXTRAS NO
LABORATÓRIO
Os laboratórios da Pharmacia Essentia são todos preparados para
receber os produtos que serão manipulados. “São separados por
classe de produto. Os laboratórios de sólidos manipulam cápsulas,
comprimidos, shakes. O laboratório de líquidos é responsável por
toda parte de soluções orais, pastilhas, gomas xaropes etc. O
RASTREAMENTO CLIENTE
laboratório de hormônios trabalha única e exclusivamente com
esse tipo de material”, explica Juliana.
Para entrar nos laboratórios é preciso estar paramentado. No
caso do de hormônios, os cuidados são redobrados. “Temos
um controle bem grande para que a sala esteja realmente
isolada e que não tenha contato com nenhuma outra área”,
observa Clarissa. Além disso, as balanças usadas para medição
recebem um cuidado extra. Estes equipamentos passam por uma
verificação diária. “Existe uma variação de peso que o Inmetro
utiliza, mas nós adotamos uma variação ainda menor por questão
de qualidade”, destaca Juliana. Toda vez que elas são levadas para
algum outro local, independente do motivo, o técnico é chamado
para fazer a calibração.
A Essentia trabalha também com uma balança ainda mais sensível,
chamada “Balança Analítica de Precisão”, para pesagens mais
precisas e pequenos volumes. “A balança é o equipamento mais
precioso dentro da farmácia, pois é onde começa a manipulação,
onde a receita começa a criar forma de medicamento”, acredita
Juliana.
REVISTA ESSENTIA 31
 DIFERENCIAL NA ENTREGA
Quando o medicamento chega ao setor de expedição, também
recebe um cuidado especial. Após a conferência farmacêutica de
saída, o produto é armazenado para ser entregue à residência
do paciente. “Todos os medicamentos têm um sistema de
acondicionamento para chegarem íntegros à casa do paciente.
Eles recebem uma embalagem especial, são envolvidos em saco
de alumínio para proteger do calor e resfriado se necessário.
O armazenamento adequado também garante a eficácia do
produto”, acredita Clarissa.
O processo de produção de Atendimento até Rastreamento é
realizado entre 24 e 36 horas, sendo assim: “Quando atendemos
um cliente de outra cidade, muitas vezes ele gasta menos tempo
do que ele se deslocar até uma farmácia, deixar a receita e depois
retirar os produtos. Considerando falta de tempo, trânsito, etc.”
considera Silvana Kaiser, Diretora Operacional.
Mas caso aconteça algum problema durante o processo de
entrega e o produto por ventura chegue danificado, o reenvio é
garantido. “Se isso acontecer, o cliente entra em contato e nós
reenviamos outro produto na hora”, assegura.
32 R E V I S T A E S S E N T I A
BUSCA CONTÍNUA POR EXCELÊNCIA
Para garantir que os padrões de qualidade sejam seguidos, todos
os colaboradores recebem treinamento específico para conhecer
e entender a filosofia da empresa. “Todos os setores e processos
são descritos, desde o administrativo até o farmacêutico, nos
Procedimentos Operacionais Padrões, que chamamos de POP.
Eles garantem que os processos serão feitos da mesma forma
em todos os setores”, explica Clarissa.
Além desses documentos, há os cronogramas de treinamentos,
que todos os funcionários recebem. “Os técnicos de laboratório,
por exemplo, aprendem desde como se comportar, se paramentar,
a não usar maquiagem, esmalte, ter todo um cuidado para
garantir que não exista nenhum tipo de contaminação com o
produto”, reforça Juliana.
Todos os colaboradores estão em constante atualização,
participando de cursos, pós-graduação e congressos nacionais
e internacionais. “Procuramos saber quais as novidades, o que é
tendência do mercado. Os diretores da farmácia vai anualmente
a feiras nos Estados Unidos, Europa e Ásia para se atualizar”, diz
Clarissa.
Além de primar por um processo de produção com equipamentos
de excelência e matéria-prima rigorosamente selecionada, a
principal avaliação dos produtos da Pharmacia Essentia é o
retorno do no cliente. Satisfação com os medicamentos e buscar
estar em dia com a saúde casa como o estilo de vida idealizado
pela Essentia, viver com qualidade.
www.dudalina.com.br
 ARTIGO

36 R E V I S T A E S S E N T I A
Vitamina D
A
A vitamina D3, conhecida também como a “vitamina do sol”, está
constantemente presente na mídia, e as últimas pesquisas científicas
afirmam a necessidade de otimização dos níveis fisiológicos a fim de
prevenirmos uma série de patologias.
Inúmeros estudos realizados e publicados em diversos países confir-
mam que há uma epidemia mundial de deficiência de vitamina D. Uma
das causas é a baixa exposição aos raios UV-B, condição imprescindí-
vel para a formação da vitamina, pois, de acordo com recomendações
médicas, deve-se evitar a exposição solar entre 10h e 15h e utilizar
protetor solar. Neste período considerado crítico há maior intensi-
dade dos raios UV-B, mas eles são fundamentais para a conversão na
pele da forma inativa da vitamina D em ativa. Outro fator é a difi-
culdade em atingir as necessidades diárias da vitamina a partir da
alimentação – seria necessário um alto consumo de peixes e ovos, por
exemplo, para suprir as recomendações. 1
A descoberta desta vitamina ocorreu no inicio do século XX, e acre-
dita-se que esta molécula desempenhou um papel importante e fun-
damental na seleção natural que isolou as várias etnias humanas pela
pigmentação, e que presença ou ausência condicionou a sobrevida ou
o declínio de certas populações. 2; 3
Existem dois tipos de vitamina D: a vitamina D3, ou colecalciferol,
obtida de fontes animais ou produzida pelo corpo; e a vitamina D2, ou
ergocalciferol, produzida por fontes vegetais e necessita de metabo-
lização para se tornar ativa. Ambas as formas agem como vitaminas e
ajudam a prevenir os sintomas de sua deficiência, porém atualmente
sabe-se que a vitamina D2 possui uma eficácia muito menor do que a
vitamina D3. 4
A vitamina D3 é produzida nos seres humanos poucos minutos depois
da exposição solar (UV-B). A 7-dehidrocolesterol, molécula precurso-
ra derivada do colesterol presente na pele, transforma-se em pré-vi-
MUITO MAIS QUE
UMA VITAMINA,
UM HORMÔNIO
PREVENTIVO DE
DOENÇAS
tamina D3 e, posteriormente, é transportada para o fígado e conver-
tida em 25-hidroxivitamina D3 (calcidiol). Esta forma de vitamina D3
é passível de ser dosada a nível sanguíneo, mas ainda não é sua forma
ativa. Sabe-se que a vitamina D3 precisa ser convertida, a nível renal,
em sua forma ativa, a 1,25-hidroxivitamina D3 (calcitriol). 5
A vitamina D, embora denominada vitamina, na realidade é um hor-
mônio esteroide, pois possui a capacidade de regulação da expressão
gênica (“liga” e/ou “desliga” o funcionamento dos genes). Descober-
tas recentes e reveladoras demonstram que todas as células possuem
receptores para a vitamina D. Pesquisadores de Oxford descobriram
2.776 pontos de ligação com receptores de vitamina D ao longo do
genoma e assim atuam em 2.776 genes. Esta pesquisa revela porque a
vitamina D3 tem uma ampla influência sobre a saúde humana. 6
A vitamina D é essencial para a prevenção de doenças e manuten-
ção da saúde. Qualquer fator que impeça a absorção, a formação ou
a transformação deste nutriente acaba contribuindo para sua defi-
ciência e assim acarreta uma série de problemas à saúde, onde os
sintomas podem manifestar-se em doenças inflamatórias, distúrbios
do metabolismo ósseo, doenças infecciosas e desequilíbrios imuno-
lógicos. Assim, recomenda-se a exposição solar equilibrada ou a su-
plementação adequada da vitamina.
RR EE VV II SS TT AA EE SS SS EE NN TT II AA 37
 QUANTO TEMPO DE SOL É NECESSÁRIO
PARA PRODUZIR VITAMINA D ADEQUADA?
RECOMENDAÇÃO É DE 10 A 20 MINUTOS
NO SOL FORTE E SEM PROTETOR SOLAR
A maior causa da epidemia de deficiência de
vitamina D é o que foi chamado de Heliofobia:
medo ou aversão ao sol. Desde que o câncer e
o envelhecimento da pele foram relacionados à
exposição solar, passou-se a evitar progressiva-
mente o sol. Filtros solares, ou a vida dentro de
ambientes fechados das grandes cidades, faz com
que a exposição solar torne-se algo raro, se não
inexistente para um grande número de pessoas.
Hoje, preconiza-se ir para o sol entre 7h e 10h da
manhã, ou no final da tarde, mas nestes horários a
intensidade da UV-B é pequena e não acontece a
síntese de vitamina D3 na pele. Deveríamos nos
expor ao sol no verão e guardar na gordura o es-
toque necessário para o restante do ano, mas isso
é cada vez mais raro. Para produzir vitamina D,
é necessário permanecer de 10 a 20 minutos no
sol forte (entre 11 e 14 horas), sem protetor solar
(peles claras um tempo menor e peles escuras um
tempo maior; pessoas de cor negra precisam até
40 minutos). Podem-se expor pernas e braços
apenas (25% do corpo produzem boa quantida-
de). Recomenda-se aplicar o filtro solar depois
de chegar à praia, e só passá-lo após a exposição
recomendada.

ALIMENTOS QUE CONTÉM VITAMINA D: 7

FONTE PORÇÃO VITAMINA D
Óleo de fígado de bacalhau 1 colher de sopa 1360UI
Cogumelo Shiitake 50g 800UI
Salmão 1 filé (100g) 794UI
Atum 1 posta (100g) 154UI
Ovo (Gema) 1 unidade 26UI

38 R E V I S T A E S S E N T I A
A DOSE IDEAL DE VITAMINA D
EXAME DOS NÍVEIS DE 25-HIDROXIVITAMINA D3 AJUDA A DEFINIR
A QUANTIDADE ADEQUADA DE VITAMINA DE CADA PESSOA
O tipo de pele é uma das variáveis que alteram o tempo necessário de exposição solar
Devido a uma série de variáveis, como exposição
solar, tipo de pele, presença de morbidades ou
tendência familiar a doenças, é sugerido que a
determinação da dose de vitamina D3 a suplemen-
tar seja individual. Recomenda-se fazer avaliação
fisiológica dos níveis de 25-hidroxivitamina D3.
Este exame passará a ser tão importante para
prevenção de doenças quanto hoje é a dosagem de
colesterol e glicemia. Sugere-se manter os níveis
sanguíneos acima de 30ng/mL, ou mais elevado,
em torno de 60 a 80 ng/mL, caso possua patologia
associada. A toxicidade só ocorre com níveis maio-
res de 150 ng/mL.
Para se atingir os níveis fisiológicos ideais de vi-
tamina D, é recomendada fazer a suplementação
de doses elevadas da vitamina em sua forma es-
tável e lipofílica.
Atualmente, não há uma definição quanto à dose
diária ideal de vitamina D para a prevenção de
doenças. As concentrações tradicionalmente
recomendadas (400UI a 800UI/dia) são para
prevenir o raquitismo ou a deficiência severa da
vitamina. Ainda é controverso se doses maiores
não trariam maior prevenção a outras doenças e
quais doses poderiam ser usadas de forma segura
e a longo prazo.
REVISTA ESSENTIA 39
 O QUE PODE ACONTECER
SE FALTAR VITAMINA D
AS CONSEQUÊNCIAS SÃO VÁRIAS, INCLUINDO OSTEOPOROSE, HIPERTENSÃO,
DIABETES E DOENÇAS CARDIOVASCULARES
Foram mais de 8.200 artigos científicos publica-
dos sobre os benefícios vitamina D em 2012. Di-
versas patologias e condições clínicas podem ser
prevenidas se os níveis fisiológicos de vitamina D
estiverem adequados. Foi estabelecida a conexão
entre o colecalciferol e a maior probabilidade de
ocorrência de condições relacionadas à saúde
celular. Algumas áreas de sua maior atuação são
destacadas a seguir:

DO RAQUITISMO PARA A OSTEOPOROSE

A vitamina D é necessária para uma adequada

absorção de cálcio no intestino delgado, assim
como sua metabolização. O cálcio, então, pode ser
absorvido via corrente sanguínea e depositado nos

A vitamina D3 ficou famosa

por prevenir o raquitismo
em crianças

ossos, para fortalecê-los. Quando não há vitamina

D, a absorção de cálcio é pobre (menos de 30% do
cálcio dos alimentos), comprometendo o processo
de remodelagem óssea – não há produção sufi-
ciente de tecido ósseo para substituir aquele que
foi reabsorvido. A vitamina D3 ficou famosa por
prevenir o raquitismo em crianças, mas com o en-
velhecimento da população agora é mais utilizada
na prevenção de osteoporose e fraturas ósseas,
não apenas por deixar os ossos mais fortes, mas
ter uma atuação cerebral, melhorando a coorde-
nação motora. Verificou-se em um estudo de Bis-
choff e colaboradores que o número de quedas por
mulheres idosas foi reduzida em 49% quando foi
administrada 800UI de vitamina D3 e 1200mg de
cálcio (como carbonato) durante 12 semanas, em
comparação com um controle grupo que recebeu a
mesma quantidade de cálcio e sem a administração
de vitamina D. 8
A deficiência de vitamina D é muito comum em
pacientes com fraturas osteoporóticas, e estudos
realizados por Simonelli et al. de 95% a 97% dos
pacientes com fraturas possuíam deficiências de
vitamina D. Em um estudo realizado por Trivedi
et al., administrando 100.000 UI de vitamina D3 a
cada quatro meses a 2.686 homens e mulheres en-
tre 65 e 85 anos, demonstrou uma redução de 33%
em fraturas. Verificou-se em um estudo uma redu-
ção de 25% de fraturas não vertebrais e do colo ao
receber diariamente 700-800 UI de vitamina D. Os
resultados foram consistentes com a presença ou
ausência de suplementação de cálcio, mostrando a
importância da vitamina D. 9; 10; 11; 12

40 R E V I S T A E S S E N T I A
LONGEVIDADE

Os níveis fisiológicos de vitamina D podem estar

associados à longevidade, de acordo com uma pes-
quisa realizada no Centro Médico da Universidade
Leiden, na Holanda, segundo dados do Canadian
Medical Association Journal. Um estudo avaliou as
concentrações séricas de vitamina D e o compri-
mento dos telômeros (índice de longevidade) em
2.160 mulheres com idades entre 18 e 79 anos.
Foi verificado que níveis mais altos de vitamina D
podem alterar o comprimento dos telômeros de
leucócitos, o que destaca os efeitos potencialmente
benéficos deste hormônio sobre o envelhecimento
e doenças relacionadas à idade. 13;14

DOENÇAS CARDIOVASCULARES

Hipertensão arterial, diabetes mellitus, obesidade e

hiperlipidemia podem levar à aterosclerose e, con-
sequentemente, infarto do miocárdio. Juntamente
com doenças cerebrovasculares (AVC), estes dis-
túrbios de saúde são considerados os fatores mais
comuns que contribuem para a morte mundial em
homens e mulheres.
Em uma pesquisa, participantes com níveis séricos
de 25 D(OH) menores que 21 ng/mL apresenta-
ram uma maior prevalência de diabetes mellitus
(OR: 1,98), obesidade (OR: 2,29), aumento de
triglicérides séricos (OR: 1,47) e hipertensão (OR:
1,30), em comparação com os participantes com
um nível de soro de 25D(OH) maior ou igual a 37
ng/mL. 15
A maioria dos passos na iniciação e progressão de
distúrbios cardiovasculares tem um componente
inflamatório, e a vitamina D tem provado ser um
importante modulador da função imune, mostran-
do efeitos sobre os vários componentes da cascata
inflamatória. 16;17;18
CORAÇÃO E HIPERTENSÃO
Os vasos sanguíneos possuem receptores de vi-
tamina D, e a forma ativa acentua a contração do
músculo cardíaco e melhora a função da muscula-
tura lisa vascular. Quando esta vitamina está ativa
altera a atividade anti-inflamatória, que é um fator
importante no desenvolvimento da aterosclerose.
Além disso, há evidências de que a vitamina D
influencia a produção renal de renina, o principal
hormônio regulador da pressão arterial.
Em um estudo foram examinados os efeitos de
uma única dose de 100.000 UI de vitamina D sobre
a função endotelial e pressão arterial em diabéticos
tipo 2. Foi verificado que a pressão arterial sistólica
diminuiu em comparação com placebo, quando o
nível de 25D (OH) subiu de 15,3 ng/mL para uma
média de 21,4 ng/mL. 19
Em 2009, foi publicado um artigo pelo American
Heart Association mostrando que a deficiência de
vitamina D na menopausa pode aumentar o risco
de desenvolvimento de hipertensão arterial sistó-
lica, provavelmente pela ativação do sistema renina
-angiotensina-aldosterona, que está ligado à gêne-
se de alguns casos de hipertensão arterial. 20 Outro
estudo, publicado em 2010, fez uma breve revisão
sobre os efeitos anti-hipertensivos da Vitamina D,
os quais incluem: supressão da renina, supressão
dos níveis hormonais da paratireoide, efeito re-
noprotetor e vasoprotetor, ação anti-inflamatória.
Por tudo isto, a vitamina D é tão importante para a
saúde cardiovascular, e a sua falta está relacionada
a um aumento de risco de 60% para insuficiência
cardíaca, infarto e derrames. 21
PRÉ-ECLÂMPSIA
A pré-eclâmpsia, uma complicação potencialmente
grave no segundo e terceiro trimestre de gravidez,
inclui a hipertensão, edema, proteinuria e repen-
tino ganho de peso. Um estudo investigou os ní-
veis de 25 (OH) D no início da gravidez e o risco
de pré-eclâmpsia, bem como o nível de 25 (OH) D

REVISTA ESSENTIA 41
 de recém-nascidos de mães com pré-eclâmpsia.
Em mulheres que desenvolveram pré-eclâmpsia,
os níveis de 25 (OH) D foram menores no início
gravidez, em comparação com os controles (18,2
ng/mL versus 21,3 ng/mL). Os pesquisadores en-
contraram um aumento de cinco vezes na probabi-
lidade de pré-eclâmpsia (95% CI: 1,7-14,1) para as
pacientes com níveis de 25 (OH) D <15 ng/mL em
menos de 22 semanas de gestação. 22

OBESIDADE

A obesidade vem sendo apontada como uma cau-

sa de deficiência de vitamina D. Está descrita há
mais de 30 anos a associação entre o aumento da
adiposidade e redução da concentração sérica de
vitamina D. A hipótese para esta relação é o fato de
a vitamina D ser uma substância lipossolúvel que
facilmente é sequestrada e estocada no tecido adi-
poso, sendo que sua liberação para a circulação, em
situações de necessidade, é bem mais lenta, pois
indivíduos obesos apresentam uma redução na
lipólise. Assim, além disto, a vitamina D aumenta
o anabolismo das proteínas, ajudando o desen-
volvimento dos músculos. Outro efeito da falta de
vitamina D é sua ação sobre a leptina, o hormônio
da saciedade, fazendo com que este não atue efeti-
vamente. Pessoas obesas devem ficar mais atentas ável de vitamina D pode reduzir o risco de diabetes colaboradores encontraram uma variação sazonal
aos seus níveis de vitamina D. tipo 1 em até 80%. A conclusão baseou-se em uma dos níveis de HbA1c, com valores mais elevados
pesquisa com mais de 12 mil pessoas nascidas em no inverno em relação ao verão, implicando que a
DIABETES TIPO 1 1966 no norte da Finlândia. O grupo analisou re- exposição de UVB pode ter um papel na modulação
gistros de consumo de vitamina até 1997. Isso se de açúcar no sangue. Os mecanismos patogênicos
Cientistas publicaram na revista “The Lancet” que explica por que este tipo de diabetes que acomete envolvidos na diabetes tipo de 2 incluem aumento
uma alimentação ou suplementação com teor razo- crianças é uma doença autoimune, e a vitamina D3 da inflamação sistêmica, obesidade e resistência
têm uma ação moduladora sobre a autoimunidade. 23 insulínica. Múltiplos estudos demonstram que a vi-
tamina D tem uma influência sobre estes mecanis-
A vitamina D pode reduzir DIABETES MELLITUS TIPO 2 mos. 24 Um artigo de revisão escrito por Palomer e
colaboradores relata que a vitamina D melhora os
o risco de diabetes tipo 1
A hemoglobina A1C (HbA1C) é utilizada para mo- níveis de glicemia e secreção de insulina em pa-
em até 80% nitorar a regulação do açúcar no sangue. Avaliando cientes com diabetes tipo 2. 25
dados em diabéticos nos Estados Unidos, Tseng e

42 R E V I S T A E S S E N T I A
ESCLEROSE MÚLTIPLA E OUTRAS
DOENÇAS AUTOIMUNES

A esclerose múltipla é uma doença autoimune do

sistema nervoso central caracterizada pela agres-
são das fibras nervosas mielinizadas por células
imunológicas adaptativas, gerando uma resposta
imunológica inflamatória mediada por linfócitos
e macrófagos e que resulta em áreas localizadas
de inflamação e perda da capa de mielina das cé-
lulas nervosas, impedindo seu funcionamento
adequado.

Está provado que a vitamina D atua nos linfócitos T

helper 17, conhecidos como linfócitos reguladores,
ajudando a controlar o sistema alterado e agressor.

Resultados muito interessantes

começam a ser documentados
do uso de vitamina D em outras
doenças autoimunes

Assim, resultados muito interessantes começam

a ser documentados do uso de vitamina D em
outras doenças autoimunes como o Lupus, Artrite
Reumatoide e Psoríase. Alguns estudos têm de-
monstrado o uso da vitamina D em pacientes com
esclerose múltipla e o seu papel não somente na
diminuição das taxas de recidiva, como também da
prevenção do seu surgimento. Em uma pesquisa
utilizando modelos experimentais de esclerose
múltipla, a administração de vitamina D preveniu o
início de encefalite autoimune alérgica e lentificou
a progressão da doença. 26;27;28;29
CÂNCER
Mais além da homeostase mineral, é sabido que a
vitamina D regula a expressão de genes em muitos
processos celulares, incluindo proliferação das cé-
lulas cancerosas, a indução de apoptose (“suicídio
celular”), diferenciação das células e uma série de
efeitos imunomoduladores que podem ser direta ou
indiretamente associados ao surgimento do câncer.
Em 2007, a Dra Lappe et al., através de um estudo
com mulheres na pós-menopausa que ingeriram
de 1400 a 1500 miligramas de cálcio e 1100 UI de
vitamina D, diariamente, por 4 anos, revelou uma
redução em mais de 60% no risco de desenvolver
todos os tipos de câncer, comparado a um grupo de
mulheres que ingeriu placebo. Vários tipos de cân-
cer foram associados com diminuição dos níveis de
vitamina D, incluindo câncer de mama, ovários, có-
lon e de próstata. Regiões mais ensolaradas, próxi-
mas do Equador, apresentam uma redução de mais
de 50% da incidência de tais doenças. 30;31;32;33;34

REVISTA ESSENTIA 43
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
VITAMINA D
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study of plasma vitamin D metabolites, vitamin
D receptor polymorphisms, and prostate cancer.
PLoS Med 2007; 4: e103.
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Requinte, exclusividade e descanso. Fazer uma aliança entre

esses três itens tem se tornado tendência entre viajantes
brasileiros que procuram tirar férias, sair do lugar comum e
que não se preocupam com despesas. Uma pesquisa publicada
pela Revista Exame, no final de 2012, afirma que o mercado de
luxo no Brasil deve crescer até 10% em 2013. Pensando nesse
consumidor, agências de turismo nacionais e internacionais têm
se especializado em oferecer cruzeiros de luxo que fujam dos
roteiros clássicos e que ofereçam serviços únicos a bordo, entre
eles os relacionados a saúde, beleza e bem-estar.

A Revista Essentia selecionou os mais exóticos e exclusivos

cruzeiros, em vários cantos do mundo, para você começar a
planejar as próximas férias.

48 R E V I S T A E S S E N T I A
PRIMEIRA CLASSE

REVISTA ESSENTIA 49
 PRIMEIRA CLASSE

NAVIOS 6 ESTRELAS
Este tipo de embarcação oferece ao cliente, como pacote inicial,
restaurantes com menus assinados por chefs renomados, excursões
em terra, serviço de mordomo e refeições servidas na cabine. De
acordo com Bernardo Portifiro, especialista em cruzeiros e portos,
outra característica desses navios é que eles são de menor porte e
muitas vezes atracam em lugares exóticos, aonde navios grandes não
chegam.

Entre os navios 6 estrelas utilizados em cruzeiros de luxo estão:

SEADREAM
Este navio é ideal para quem busca tranquilidade. Com capacidade para
apenas 112 passageiros, o SeaDream opera no Mediterrâneo, Ilhas
Gregas, Turquia, Croácia, Caribe, Norte da Europa, Báltico e Noruega.
Entre os luxos, o navio oferece Spa Tailandês, simulador de campo de
golfe, cinema ao ar livre e um serviço que serve caviar e champanhe na
praia. Além disso, o passageiro vai desfrutar de roupas de cama belga,
produtos de banho da grife italiana Bvlgari e massagem no convés. As
refeições não têm horário fixo. O cardápio trabalha os mais variados
pratos da cozinha internacional e a adega tem mais de 3 mil garrafas
de vinho. Uma viagem de 8 dias custa a partir de U$ 5.000 por pessoa.
Mais informações: Teresa Perez Tours - (11) 3799-4000.

PAUL GAUGUIN
A bordo deste navio o passageiro pode navegar por boa parte do
Oceano Pacífico e andar no Tahiti, Bora Bora e Ilhas Fiji. As paradas
são programadas para que os viajantes conheçam alguns dos lugares
mais paradisíacos do mundo, além de ilhas e praias particulares.
Com capacidade para 332 passageiros, o navio Paul Gauguin tem um
tripulante para cada 1,5 passageiro. Outros serviços oferecidos são
cassino, piano bar, galeria de arte com artefatos da cultura polinésia
e marina retrátil na popa, para a prática de esportes aquáticos, como
caiaque e windsurf. A cozinha é comandada pelo chef Jean Pierre
Vigato, proprietário do restaurante francês Apicius. A embarcação
conta ainda com culinária internacional, francesa e polinésia. Uma
viagem de 7 dias, custa a partir de U$ 5.000 por pessoa. No Brasil, a
viagem pode ser agenciada pela Qualitours Cruise: (11) 2275-7703.

50 R E V I S T A E S S E N T I A

REGATTA
A principal rota deste navio é pelo Caribe. Com
capacidade para 684 viajantes, tem proporção de um
tripulante para cada 1,7 passageiro. O conforto nas
cabines é uma das prioridades e o navio oferece cama
Queen size, travesseiros de plumas de ganso, lençóis
em algodão egípcio, sais de banho terapêuticos e
produtos da grife italiana Bvlgari. A suíte master
tem serviço de mordomo 24h e é decorada pela Ralph
Lauren Home. Além disso, o navio conta com os
serviços do Spa Canyon Rich, eleito um dos melhores
dos Estados Unidos. O restaurante é comandado pelo
chef francês Jacques Pépin. Um roteiro de 16 dias,
saindo de Miami e passando pelo Canal do Panamá,
custa a partir de U$ 3.500 por pessoa.
O cruzeiro é agenciado pela Oceania Cruises:
pt.oceaniacruises.com.
SPA EXCLUSIVÍSSIMO
O navio Silver Spirit oferece um completo spa a
bordo. Além de relaxamento e massagens, tem na
lista de serviços tratamentos de beleza, técnicas
antienvelhecimento e pequenas intervenções
cirúrgicas, como aplicação de botox. Ao todo são
nove salas de tratamento, quatro saunas – duas secas
e duas úmidas – e hammam, que é um banho com
calor intenso que abre os poros da pele para fazer
com que a aplicação de cremes e óleos tenha um
resultado mais eficaz. Além disso, o passageiro ainda
pode desfrutar de massagem de bambu, esfoliação,
massagem tailandesa e acupuntura.
Os casais têm um programa especial no Silver Spirit.
Chamado “Casal feliz”, o pacote é uma opção de
relaxamento preparada para se curtir a dois, já que
enquanto desfrutam o spa podem degustar garrafas
de champanhe e morangos cobertos com chocolate.
Este pacote pode ser comprado através da agência
Blue Sea Cruises: (21) 2532-3243.
PRIMEIRA CLASSE
AVENTURA GELADA
Os aventureiros também encontram seu espaço no turismo naval. Um dos navios da empresa
Silversea Cruises tem como destino a Antártida. Com capacidade para 132 pessoas, o navio é
dedicado a viagens de expedição pelo continente gelado e preparado para atravessar um mar
congelado. Também no segmento de luxo, o navio oferece cabines espaçosas com varanda, banheiros
de mármore, banheiras, academia de ginástica, lojas e bibliotecas. A gastronomia também é ponto
forte. Além do cardápio baseado na culinária francesa, o passageiro pode desfrutar de open bar de
vinhos, champanhes e drinks. O pacote custa a partir de U$ 8.800 por pessoa e pode ser reservado
pela agência The Blue Sea Cruises: (21) 2532-3243 ou (11) 3078- 2474.
VIAGENS TEMÁTICAS
Você é fã de vinho? Já pensou em fazer uma viagem pela costa francesa a bordo de um navio que
te leva nas melhores vinícolas do país? Esta é apenas uma das apostas da agência France Cruises,
que elabora rotas temáticas pela França. São centenas de roteiros à disposição que poderão ser
escolhidos de acordo com o seu interesse. Quem quiser saber mais sobre a história da França, por
exemplo, visitando castelos e jardins, terá uma rota especial. Entre as temáticas das viagens estão:
culinária, chocolates, escaladas, golf, pintura, antiguidades e pesca.
Os cruzeiros temáticos oferecem a oportunidade de curtir as férias e vivenciar um hobby. Além
disso, é possível aprofundar o conhecimento em variados temas, já que os programas incluem
excursões fora do barco e palestras e encontros com especialistas do tema escolhido. Quem tem
interesse em conhecer mais esses pacotes, pode entrar em contato com a agência, que só opera
na França. Mais informações: (210) 775-2184 ou www.francecruises.com.
ONDE COMPRAR?
São centenas de roteiros em cruzeiros de luxo. Para facilitar a escolha e a compra, além das
agências de viagem, uma boa opção é a World Luxury Cruise Vacations. No site da empresa são
apresentadas mais de 300 opções de roteiros em navios e barcos navegando por canais, oceanos
e rios. Especializada em viagens em embarcações menores, a empresa opera cruzeiros que levam
de dois passageiros até no máximo 600. No site há ferramentas que auxiliam na busca do destino
desejado de acordo com o seu interesse, tipo de navio, duração da viagem e preço.
Acesse www.wlcvacations.com
REVISTA ESSENTIA 51
 Exercícios
amenizam
efeitos da
menopausa

54 R E V I S T A E S S E N T I A

ALÉM DE REDUZIR O RISCO DE CÂNCER DE MAMA, MANTER-SE FISICAMENTE
ATIVO AJUDA A MINIMIZAR MUDANÇAS DO CORPO NESTA FASE, COMO PERDA
DE MASSA ÓSSEA, GANHO DE PESO E GORDURA ABDOMINAL
E
Entre as promessas de cada início de ano está manter-se
fisicamente ativo. Mas especialistas da Universidade de Ala-
bama em Birmingham (UAB) afirmam que, diante de todos
os benefícios que podemos tirar dos exercícios físicos, não se
deve esperar, especialmente se você for mulher, para come-
çar a ter uma vida mais ativa.
Os homens são mais propensos que as mulheres a cumprir
as diretrizes de pelo menos duas horas e meia de atividade
física por semana, de acordo com os Centros para Controle e
Prevenção de Doenças. Adultos inativos têm um risco maior
de morte prematura, doença cardíaca, derrame, diabetes tipo
2, depressão e alguns tipos de câncer.
Para as mulheres, a pesquisa está mostrando que o aumento
de exercício pode ajudar a prevenir ou reduzir o risco de cân-
cer de mama, diz Marcas Bamman, Ph.D., diretor do Centro
de Medicina do Exercício UAB. Segundo Bamman, a atividade
física também ajuda a prevenir o ganho de peso. Isso é im-
portante, pois quando as pessoas ganham peso, o risco de
câncer também aumenta.
A redução do risco de câncer da mama não é a única van-
tagem associada aos exercícios físicos, especialmente para
mulheres que já passaram pela menopausa. “A forma do cor-
po de mulheres pós-menopausa é mais propenso a mudar
devido à remoção do hormônio de perfis específicos, como o
estrogênio”, explica Bamman. “A menos que façam exercício
regularmente e tenham uma alimentação saudável e equili-
brada, elas terão tendência a ganhar mais gordura abdominal,
que é a mais perigosa, e sua composição corporal ficará mais
em forma de maçã, como a de um homem, em vez de em
forma de pêra”. Bamman sugere para a maioria das mulheres
Fonte: Science Daily (8 de novembro de 2012)
CURTAS
pós-menopausa uma mistura de treinamento de resistência
e força, três a quatro dias por semana.
Outro fator que as mulheres precisam considerar é a perda
de massa óssea, o que pode levar à osteoporose, diz Retta
Evans, Ph.D., professor de Educação em Saúde, associado
à UAB. O exercício também ajuda neste caso. “A partir dos
30 anos de idade, as mulheres começam a perder massa
óssea”, diz Evans. “A menos que você esteja fazendo algo
para reverter essa situação, ela vai continuar. Exercícios de
resistência e musculação são os melhores, mas atividades
como caminhada e corrida também são boas opções.” Dança
e Zumba ajudam na manutenção da massa óssea e atividades
que não envolvem sustentação de peso, como natação, não
são indicadas.
O exercício também pode ajudar em outra questão que causa
preocupação para muitas mulheres: a postura. Um exercício
que pode contribuir é a Yoga, pois ajuda a manter a sua mus-
culatura e uma postura adequada. O alongamento também é
um aliado para amenizar esse problema.
“A questão de fundo é que as pessoas têm de encontrar algo
que gostem de fazer. Uma vez que encontrem, são mais pro-
pensos a continuar”, diz Evans. “Não é preciso nada além de
um bom par de sapatos para começar algo tão simples como
andar, qualquer coisa que mantém o corpo em movimento
em vez de ser sedentário pode ajudar a contribuir para um
caminho em direção a uma saúde melhor.”
REVISTA ESSENTIA 55
 ARTIGO

56 R E V I S T A E S S E N T I A
Café
Dezenas de pesquisas comprovam: o café é
uma das bebidas mais consumidas no mundo.
Apreciado por pessoas das mais variadas culturas
e lugares do planeta, a bebida já chegou a ganhar
fama de vilã da saúde, porém estudos recentes
revelam um novo lado do produto.

O café é uma mistura complexa, já que é carac-

terizado por conter, em uma única dose, mais de
mil compostos químicos diferentes. Entre eles
estão hidratos de carbono, lípideos, compostos
nitrogenados, vitaminas, minerais, alcaloides e
antioxidantes. A maioria dos estudos sobre os
efeitos do consumo do café na saúde ainda pede
atenção. As principais preocupações dos estu-
diosos são sobre os riscos da cafeína quando seu
consumo é associado a comportamentos nada
saudáveis, como o tabagismo e o sedentarismo.

Mas, recentemente, pesquisas também têm

apontado os benefícios que o consumo do café
pode trazer à saúde. Alguns deles são a redução
de doenças cardiovasculares, diabetes, muitas
doenças degenerativas, como Alzheimer e
Parkinson, e muitos tipos de câncer.

REVISTA ESSENTIA 57
 EXTRATO DE CAFÉ VERDE
GRÃOS VERDES, NÃO TORRADOS, SÃO ALIADOS NA PERDA DE
PESO E NO COMBATE AO DIABETES
Em média, 70% dos nutrientes e substâncias
do café perdem-se depois que o grão é torrado.
Pensando em potencializar essas propriedades,
cientistas iniciaram pesquisas com o extrato
do grão de café verde. Consumido como um
suplemento alimentar em forma de cápsula,
o extrato permite que as pessoas que não
apreciam o sabor da bebida beneficiem-se de
suas propriedades. Além disso, as pesquisas
têm apontado grandes vantagens do extrato em
relação ao café torrado e moído. Os resultados
mais significativos são os que mostram uma
diminuição no nível de glicose do sangue e
redução de peso e do Índice de Massa Corporal
(IMC). Os pesquisadores afirmam que os
resultados positivos nestas áreas são graças aos
ácidos clorogênicos e polifenóis, encontrados em
maior quantidade no grão verde. 1
Cinquenta voluntários, acima do peso,
participaram da pesquisa. A metade deles tomou
duas vezes por dia, junto com as refeições
principais, uma cápsula do extrato do grão de
café verde, e a outra metade tomou, com a
mesma frequência, comprimidos placebo, ambos
por 60 dias. Além disso, os participantes foram
submetidos a uma mesma dieta e programa
físico. No final do período, os cientistas notaram
que os participantes que tomaram o extrato
tiveram uma redução de peso de 5,7%, enquanto
os que tomaram placebo tiveram uma perda de
peso de 2,7%. A conclusão é clara e mostra que
quem tomou o extrato sentiu quase o dobro do
efeito em relação a quem tomou o placebo. 2;3
O IMC de quem tomou o extrato também
diminuiu de maneira significativa. Este grupo
teve uma redução de 1,9 kg, contra 900 g de
quem tomou o placebo. Além disso, a proporção
Grão de café verde
de massa magra do organismo aumentou 4,1%
entre os que tomaram o extrato e apenas 1,6%
nos voluntários que tomaram o placebo. A
conclusão dos cientistas é que o extrato do grão
verde ajudou, em primeiro lugar, o organismo dos
voluntários a queimar gordura, e em segundo
lugar limitou a quantidade de glicose liberada
na corrente sanguínea, ajudando a manter a
massa magra e reduzir peso. E a massa magra é
importante porque indivíduos que têm um índice
maior de massa magra tendem a queimar calorias
com mais eficiência. 4
Além da perda de peso, o extrato do grão de café
verde tem sido apontado como um forte aliado
na prevenção do diabetes tipo 2. Esta doença
tem se tornado cada vez mais comum em países
com alimentação basicamente industrializada
e é pouco comum em pessoas que têm o hábito
de tomar café. Os finlandeses, por exemplo, são
caracterizados por beberem grandes quantidades
da bebida por dia e quase não apresentam índices
de diabetes. Um estudo realizado no país por mais
de 12 anos reuniu 14 mil participantes e mostrou
que quem consumia mais de dez xícaras de café
por dia reduziu em 61% o risco de desenvolver o
diabetes tipo 2. Para as mulheres a redução do
risco foi ainda maior: chegando a 79%. 5
Estudos no Japão e nos Estados Unidos têm
apontado resultados semelhantes. Oito
pesquisas realizadas com mais de 200 mil
pessoas apontaram que aqueles que tomam cinco
xícaras de café por dia têm 40% menos chance
de ter a doença. A maioria dos pesquisadores
acredita que o ácido clorogênico é o responsável
por isso. Com potencial muito maior no extrato
do grão verde, este ácido é capaz de moldar a ação
de uma enzima responsável pela liberação da
glicose na corrente sanguínea, que o organismo
utiliza como energia. Sem este controle feito pela
enzima, a liberação de glicose aumenta o desejo
de açúcar e carboidrato, que se consumidos
em excesso aumentam o risco de variação de
peso. Além disso, quanto mais açúcar e mais
carboidrato, mais chance de desenvolver a
diabetes do tipo 2. Os médicos acreditam que,
apesar de outras razões, a má alimentação e o
excesso de peso são os maiores responsáveis
pelo desenvolvimento da doença. 6

58 R E V I S T A E S S E N T I A
MITO OU VERDADE?
ESTUDOS RECENTES APONTAM OS VÁRIOS BENEFÍCIOS DA BEBIDA
APRECIADA EM TODO O MUNDO
Os estudos que provam os benefícios do café ainda são muito recentes.
Assim, vários mitos ainda rondam a bebida. A Revista Essentia separou
algumas das principais dúvidas quando o assunto é o consumo de café e,
baseada em estudos científicos, listou o que é mito e o que é verdade.

BEBER CAFÉ FAZ MAL PARA A SAÚDE

Beber café regularmente pode ser parte de uma dieta saudável e equilibrada.
Os médicos recomendam de três a quatro xícaras regulares por dia como uma
quantidade segura para a maioria das pessoas. Além dos vários benefícios
citados anteriormente, a autoridade Europeia de Segurança alimentar
declarou recentemente que a cafeína melhora o desempenho esportivo. Quem
tem sensibilidade ao efeito da cafeína pode optar pelo café descafeinado e
mesmo assim usufruir dos benefícios das outras substâncias da bebida. 7
BEBER CAFÉ COM AÇÚCAR E CREME FAZ MAL PARA A SAÚDE
Muito dos malefícios atribuídos ao café deveu-se em parte aos seus
acompanhantes mais tradicionais: o açúcar refinado e o creme ou chantilly.
Muitos dos benefícios do café se perdem por estes acompanhantes, já que o
açúcar pode favorecer o surgimento da Diabetes e a gordura do creme facilitar
doenças cardíacas. 8
BEBER CAFÉ NÃO AUMENTA O RISCO
DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES
O consumo de café não está ligado a um aumento no risco de desenvolver
problemas cardiovasculares, arritmia cardíaca ou pressão arterial elevada.
Ao contrário, alguns estudos provam que o consumo de café reduz a chance
de desenvolvimento dessas doenças e pode até evitar o Acidente Vascular
Cerebral (AVC). 9
CAFÉ AJUDA O DESEMPENHO ESPORTIVO
Os efeitos do café no melhor desempenho esportivo estão ligados à cafeína
e não necessariamente às outras substâncias da bebida. De acordo com a
autoridade Europeia de Segurança Alimentar, a cafeína aumenta a capacidade
de resistência do organismo e reduz a percepção de esforço durante a
atividade física. Além disso, ela pode moderar a fadiga e diminuir a percepção
de dor. 10
CAFÉ DESIDRATA
Apesar do leve efeito diurético do café, ele não é suficiente para causar
desidratação ao organismo. Beber café contribui para a ingestão diária de
líquidos que o organismo precisa diariamente. 11
BEBER CAFÉ MANTÉM ALERTA E AJUDA A CONCENTRAR
A cafeína é conhecida pelo efeito estimulante e tem comprovação científica
dos seus benefícios no desempenho mental. Os efeitos estimulantes da
ingestão de cafeína acontecem entre 15 e 20 minutos depois, e tem duração
de até quatro horas. 12

MULHERES GRÁVIDAS DEVEM PARAR DE BEBER CAFÉ CAFÉ VICIA

Estudos recentes comprovam que o consumo moderado de cafeína não
precisa preocupar mulheres que buscam uma gravidez saudável. As pesquisas
mostram que o café, se consumido de maneira moderada, não apresenta
nenhum risco ao feto. O consumo ideal para mulheres grávidas, recomendado
por especialistas, é de aproximadamente uma xícara média por dia. 7
Apesar de estimular o sistema nervoso central, a cafeína não desenvolve
risco de dependência física, apenas psicológica. Alguns estudos mostram
que se retirada da dieta repentinamente, a falta de cafeína pode causar leves
sintomas de abstinência, como dores de cabeça, mas são de curta duração. 13

REVISTA ESSENTIA 59
 IMUNOMODULADOR
CAFÉ PODE DIMINUIR O RISCO DE DESENVOLVER CÂNCER DE
MAMA, COLO DO ÚTERO E FÍGADO
Célula cancerígena na corrente sanguínea
É importante salientar que nunca foi registrado um
estudo em que o desenvolvimento de um câncer foi
associado ao consumo do café. Mas vários ensaios
provaram o poder anticancerígeno da bebida.
O câncer de mama, por exemplo, teve índice de risco
de 12% a 50% menor nas mulheres que bebem
café com frequência, na pós-menopausa. Em
mulheres pré-menopausa a chance de desenvolver
a doença é ainda menor entre as que consomem
60 R E V I S T A E S S E N T I A
a bebida, chegando a uma redução de 70% nos
riscos. Os estudos foram feitos com mulheres que
beberam mais do que cinco xícaras de café por dia,
e a quantidade é considerada a ideal para se obter o
benefício integral da bebida. 14
As mulheres continuam em vantagem. Os
resultados de mais de 30 pesquisas apontam
uma redução de 12% no risco das mulheres
consumidoras de café desenvolverem câncer de
colo do útero. 14
O câncer no fígado é outro que perde o potencial
de se desenvolver em pessoas que bebem café
frequentemente. O consumo diário de café
proporciona, de acordo com pesquisas publicadas
pelo estudioso Gary Foresman, uma redução global
de 51% no risco de morte por câncer hepatocelular
e uma redução de 69% no risco de morte em
pessoas com hepatite C. 15
CAFÉ E SAÚDE
ESTUDOS RECENTES APONTAM OS VÁRIOS BENEFÍCIOS DA BEBIDA
APRECIADA EM TODO O MUNDO
Outros estudos importantes são aqueles pessoas que consomem a bebida diariamente não que bebem e não bebem café, e os resultados
relacionados às doenças cardiovasculares. tivessem alteração na pressão arterial quando apontam uma diminuição de 43% no risco de
Pacientes foram acompanhados por estudiosos submetidas ao estresse. 17 um acidente vascular cerebral nos consumidores
de Framingham, no Estado de Massachusetts da bebida. O interessante nesse estudo é que
(Estados Unidos), por um período variado entre Outra análise, também publicada pelo estudioso outras bebidas com cafeína não tiveram qualquer
sete e oito anos, divididos em dois grupos: um de Gary Foresman, mostra um estudo feito por efeito sobre o risco de acidente vascular cerebral,
bebedores de café e o outro não. A conclusão dos enfermeiras de um hospital norte-americano. enquanto que o café descafeinado ofereceu uma
cientistas foi de que os pacientes que bebem café Durante 24 anos foram acompanhadas pessoas diferença mínima. 18
diariamente apontaram uma redução de 48%
no risco de mortalidade depois de um ataque
cardíaco. O principal efeito da bebida, segundo
os cientistas, é retardar a progressão da doença
vascular. 16

Outro ensaio foi sobre os efeitos do estresse

mental na pressão arterial. Esse estudo aponta
as diferenças no índice da pressão entre os
bebedores de café e os não bebedores. A pesquisa
partiu da premissa de um exame que comprovou
que durante o momento de estresse a pressão
arterial do paciente se eleva em 14 pontos. A
partir daí, 15 voluntários, saudáveis mentais,
receberam três doses de café expresso.

O resultado mostrou que, depois de beber o café,

as pessoas que não o fazem frequentemente
tiveram um aumento de 9 pontos na pressão
arterial durante o estresse. Este número é 5
pontos menor que o verificado sem o consumo
da bebida. Mas o dado surpreendente é que o
consumo das doses de café fizeram com que as

CORAÇÃO E CÉREBRO PROTEGIDOS

PESSOAS QUE CONSOMEM A BEBIDA COM FREQUÊNCIA TÊM
MENOS CHANCE DE TER ATAQUE CARDÍACO E DERRAME

REVISTA ESSENTIA 61
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAFÉ
1
Farah A, Monteiro M, Donangelo CM, Lafay S.
Chlorogenic Acids from Green Coffee Extract
are Highly Bioavailable in Humans. J Nutr 2008;
138(12): 2309-2315.
12
Hewlett P and Smith A, 2007. Effects of
repeated doses of caffeine on performance and
alertness: new data and secondary analyses.
Human Psychopharmacology, 22, 339-350.

2
Dellalibera O, Lemaire B, Lafay S. Svetol, green
coffee extract, induces weight loss and increases
the lean to fat mass ratio in volunteers with
overweight problem. Phytotherapie 2006; 4(4):
194-197.
3
Vinson JA, Burnham BR, Nagendran MV.
Randomized, double-blind, placebo-controlled,
linear dose, crossover study to evaluate the
efficacy and safety of a green coffee bean extract
in overweight subjects. Diabetes Metab Syndr
Obes. 2012;5:21-
4
Dellalibera O, Lemaire B, Lafay S. Svetol, green
coffee extract, induces weight loss and increases
the lean to fat mass ratio in volunteers with
overweight problem. Phytotherapie 2006; 4(4):
194-197.
13
van Gelder BM, Buijsse B, Tijhuis M, et al. Coffee
consumption is inversely associated with cog-
nitive decline in elderly European men: the FINE
Study. Eur J Clin Nutr. 2007 Feb;61(2):226-32.
14
Li J, Seibold P, Chang-Claude J, et al. Coffee
consumption modifies risk of estrogen-recep-
tor negative breast cancer. Breast Cancer Res.
2011;13(3):R49.
15
Inoue M, Yoshimi I, Sobue T, Tsugane S. Influen-
ce of coffee drinking on subsequent risk of hepa-
tocellular carcinoma: a prospective study in Japan.
J Natl Cancer Inst. 2005 Feb 16;97(4):293-300.
16
Shen J, Johnson VM, Sullivan LM. Dietary factors
and incident atrial fibrillation: the Framingham
Heart Study. Am J Clin Nutr 2011;93:261–6.

5
Tuomilehto J, Hu G, Bidel S, Lindström J,
Jousilahti P. Coffee consumption and risk of type 2
diabetes mellitus among middle-aged Finnish men
and women. JAMA. 2004 Mar 10;291(10):1213-9.
17
Mukamal, KJ et al. Coffee Consumption and
Mortality After Acute Myocardial Infarction: The
Stockholm Heart Epidemiology Program. Am
Heart J. 2009 Mar; 157 (3): 495-501.

6
Van Dam RM, Hu FB: Coffee consumption and 18
Greenberg, JA et al. Caffeinated Coffee Con-
risk of type 2 diabetes: a systematic review. JAMA sumption, Cardiovascular Disease, and Heart Valve
294: 97–104, 2005. Disease in the Elderly (from the Framingham Stu-
dy). Am J Cardiol. 2008 Dec 1; 102 (11): 1502-8.
7
European Food Safety Authority (EFSA), Parma,
Italy EFSA Journal 2011;9(4): 2054.

8
Higdon JV, Frei B. Coffee and health: a review
of recent human research. Crit Rev Food Sci Nutr.
2006;46(2):101-23.

9
Kokubo, Y., Hiroyasu Iso, H., Saito, I. The Impact
of Green Tea and Coffee Consumption on the
Reduced Risk of Stroke Incidence in Japanese
Population The Japan Public Health Center-Based
Study Cohort.

10
Hodgson AB, Randell RK, Jeukendrup AE. The
Metabolic and Performance Effects of Caffeine
Compared to Coffee during Endurance Exercise.
PLoS One. 2013;8(4):e59561.

11
Higdon JV, Frei B.Coffee and health: a review
of recent human research. Crit Rev Food Sci Nutr.
2006;46(2):101-23.

62 R E V I S T A E S S E N T I A
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** Item disponível apenas na versão Prestige Tech Pack.
 FITNESS
A Se já é difícil manter uma rotina de treinamentos quando
existem academias próximas e disponibilidade de horá-
rio, imagine para as pessoas que viajam com frequência.
Além de disciplina e força de vontade, é preciso contar
com um espaço adequado e estar munido de criativida-
de para adaptar os exercícios à realidade do local. Para
atender esta necessidade, grandes redes de academias, e
mais recentemente também as de atuação local, passaram
a oferecer aulas avulsas e planos que permitem fazer aulas
em suas filiais em diversos locais do País. É o caso de redes
como Smart Fit, Cia. Athletica e Fórmula.
Para Taís Costa, gerente de marketing da Cia. Athletica, o
aluno da rede tem muitas vantagens, pois consegue man-
ter-se ativo enquanto viaja num espaço que tem o padrão de
qualidade ao qual já está acostumado. “De Manaus a Porto
Alegre é possível encontrar uma unidade em cada região do
País. Muitos alunos viajam a trabalho ou férias para uma
dessas localidades e não querem interromper o seu treino.
Para eles, temos um plano especial que permite acesso a
todas as unidades”, afirma.
Marcelo Rodrigo de Sant’Anna, da unidade Smart Fit em
Itaim (SP), compartilha a mesma opinião. “As academias
têm como objetivo facilitar a prática da atividade, ou seja,
quanto mais fácil for para meu cliente frequentar alguma
academia onde estiver, mais a instituição se envolve na me-
lhora da qualidade de vida daquele indivíduo, além de manter
a sua satisfação em poder manter seus objetivos em dia”,
ressalta. E conclui afirmando que: “desta maneira fica mais
fácil se adaptar à cidade em que se encontra, pois o ambiente
climatizado, o padrão de qualidade e a flexibilidade de ho-
rários faz com que os atletas não precisem fazer mudanças
radicais nem deixar de exercer seu treinamento.” A Smart Fit
possui setenta unidades, espalhadas em vinte e duas cidades
em seis estados brasileiros. A rede é conhecida por oferecer
preço justo e alta qualidade no atendimento e serviços.
A prática regular de atividades físicas não pode ser abando-
nada, mesmo que se tenha uma rotina agitada. Um estudo
recente encomendado pelo Ministério da Saúde revelou que
quase metade da população brasileira está acima do peso.
Em 2006, eram 42,7%, passando para 48,5% em 2011. A
pesquisa revelou também que o sobrepeso maior acontece
entre os homens, sendo que 52,6% deles estão acima do
ideal, contra 44,7% das mulheres. Entre eles, esse excesso já
66 R E V I S T A E S S E N T I A
Fuja da
rotina, não
do treino
AULAS AVULSAS E PACOTES ESPECIAIS DE CURTA
DURAÇÃO EM ACADEMIAS AJUDAM A MANTER A
FORMA DE QUEM VIAJA A LAZER OU A TRABALHO
inicia na juventude, dos18 aos 24 anos 29,4% já estão acima
do peso; entre 25 e 34 anos são 55%; e entre 34 e 65 anos
esse número sobe para 63%.
Esses dados reforçam a importância de manter os exercícios
físicos como um hábito. Em tempos em que a saúde e o es-
porte estão em evidência, números como os dessa pesquisa
deveriam estar caindo ao invés de aumentar. Isso se deve
à correria do dia a dia, que muitas vezes fica à frente dos
bons hábitos, quando deveria ser o contrário. Para Taís Cos-
ta, manter a prática regular de esportes é importante para a
manutenção da saúde, da forma física e do bem-estar. “In-
terromper a rotina de exercícios implica em não atingir os
resultados esperados, tanto para quem não consegue treinar
direito durante a semana quanto para quem fica longos pe-
ríodos sem treinar. Se o aluno viaja muito e não continua o
treino, não apresentará a evolução desejada”, relembra.
Marcelo reforça a defesa dos exercícios. “Procure realizar
treinos rápidos e dinâmicos, pois assim fica mais difícil arru-
mar uma desculpa para não treinar. Lembrando que ao inter-
romper a prática pode levar a perda de resultados conquista-
dos anteriormente, como a piora no condicionamento físico,
sobrepeso, perda de flexibilidade, entre outros. Resumindo:
não deixe de realizar a atividade independentemente de onde
estiver, tendo ou não uma academia para usar”, aconselha.
REVISTA ESSENTIA 67
 SEM DESCULPAS
Mas e se não existir filial da sua academia em outra cidade ou
as reuniões de trabalho tornarem os horários incompatíveis?
Para Rodrigo Fontes Amorim, representante da rede Fórmu-
la de Blumenau, a falta de uma academia não é desculpa para
deixar de se exercitar. “Quem já possui um acompanhamento
profissional pode pedir ajuda antes de viajar e adaptar os
treinamentos. A pessoa pode aproveitar para conhecer a nova
cidade através de uma caminhada ou corrida, por exemplo,
utilizar parques ou ciclovias também é uma boa saída. É im-
portante usar algo mais próximo do que já está acostumado,
sem inventar nada novo antes de consultar um profissional
capacitado”, sugere.
É importante ser criativo e não usar as viagens e compro-
missos como uma desculpa para não treinar, e sim como um
combustível de treinamento. “Para não cair na preguiça, é
importante sempre traçar planos e objetivos, porém simples
e alcançáveis. Se você pretende correr uma prova de 10 km,
por exemplo, comece treinando para uma de cinco. Depois,
treine para uma prova de sete. Quando finalmente estiver
bom, comece a treinar para uma prova de dez. Cumprir eta-
pas faz com que os objetivos sejam mais realistas e fáceis de
serem alcançados”, acredita.
68 R E V I S T A E S S E N T I A
LAZER QUE É PURO EXERCÍCIO
Uma maneira de aproveitar bem o local que está visitando
sem deixar de pensar na saúde é transformar as atrações em
uma forma de se exercitar.
- Se for viajar para lugares quentes, aproveite praias ou pis-
cinas para fazer exercícios físicos. Além de ser refrescante, a
natação ajuda a reduzir a gordura corporal, recuperar lesões
e melhora o condicionamento físico.
- Além de aproveitar o mar, corridas na praia também são
bem-vindas. Porém, procure praticar corrida em horários
que o sol esteja ameno e com calçado adequado para absor-
ver os impactos causados pela areia.
- Em locais de baixa temperatura as caminhadas e os pas-
seios ciclísticos são bem-vindos, desde que acompanhados
da vestimenta adequada para o frio da região.
PLANEJE-SE ANTES DE VIAJAR
Para não ter desculpas e ficar parado durante as viagens – Smart Fit
sejam elas a trabalho ou a lazer –, pesquise e mantenha um www.smartfit.com.br
foco no resultado que quer alcançar. Se a viagem já estava
marcada com antecedência, converse com um profissional Companhia Atlhetica
de educação física para possíveis adaptações ao local de www.companhiaathletica.com.br
destino. Informe-se com sua academia se ela possui filiais
na cidade de destino e como funcionam os planos. Caso não Body Tech
tenha, já pense em possíveis lugares para realizar a atividade www.bodytech.com.br
física que está acostumado.
Fórmula
Tenha foco no objetivo. Se estava fazendo um treino para www.formulaacademia.com.br
ganho de massa muscular, lembre-se que não adianta inter-
romper ou alterar a rotina, mas sim que é preciso adaptação
e força de vontade. Só não muda quem não quer.

REVISTA ESSENTIA 69
 CURTAS

O HÁBITO
“INOFENSIVO”
DURANTE O
SONO PODE SER
PREJUDICIAL À SAÚDE

D
Dormir com luz no quarto pode ser um hábito aparentemente
inofensivo, mas pode ter consequências para a saúde.

Pesquisadores do departamento de Medicina do Sono, na Harvard

Medical School, conduziram um experimento com 116 homens e
mulheres saudáveis com idades entre os 18-30 anos. Primeiro, os
participantes passaram algumas noites no departamento para se
acostumarem com o experimento. Em seguida, mediram a quanti-
Sabe-se que o corpo produz melatonina à noite, enquanto se está
dormindo e a exposição à luz durante nesse período diminui sua
produção. Todavia, não se imaginava o quão forte é o efeito anti-
melatonina da luz, que acontece mesmo se não abrirmos os olhos!

Além do mais, esses pesquisadores realizaram seu estudo com

dade de melatonina que produziam enquanto dormiam em comple-
ta escuridão ou com um baixo nível de luz no quarto. Com isso, foi
possível perceber qual o efeito que a luz baixa tem sobre a produção
de melatonina.
Em média, a luz do quarto, suprime a produção de melatonina em
73,5% dos participantes. Em alguns dos jovens não houve nenhu-
ma produção de melatonina . Segundo os autores, “Estes resulta-
dos indicam que a luz ambiente exerce um profundo efeito supres-
sor sobre os níveis de melatonina”.
A melatonina é muito importante para a saúde e longevidade. Mui-
tos pensam que ela serve apenas como um auxílio para dormir, no
entanto é fundamental para a reparação e o rejuvenescimento do
corpo, mantendo o sistema imunológico, equilibrando os outros
hormônios, e luta contra o câncer, apenas para citar alguns de seus
jovens. O impacto sobre os mais velhos é provavelmente ainda
maior. Então, caso esteja lutando contra uma doença, suscetível a
resfriados ou gripe, ou se você tem um pouco de sono ou sintomas
comportamentais como: fadiga, hipertensão ou irregularidades de
açúcar no sangue, buscar mais qualidade para seu sono é o ideal.
Sugere-se manter o quarto completamente escuro à noite. Se for
necessário uma luz para ajudar a dormir, o melhor seria um timer
para desligar depois de pegar no sono. Uma luz com pequeno LED
vermelho para iluminar o caminho ao banheiro pode ser usado. Mas
deixe as outras luzes de fora. Este estudo mostra que qualquer luz
pode diminuir drasticamente a produção de melatonina, mesmo
que os olhos estejam fechados e se esteja dormindo.
Referência: Gooley JJ, Chamberlain K, Smith KA, et al. Exposure to room light
before bedtime suppresses melatonin onset and shortens melatonin duration in
humans.J Clin Endocrinol Metab. 2011 Mar;96(3):E463-72. Epub 2010 Dec 30.

efeitos principais.

REVISTA ESSENTIA 71
 ARTIGO

72 R E V I S T A E S S E N T I A
Testosterona
MAIS QUE UM HORMÔNIO SEXUAL

O O conceito que testosterona é apenas o principal hormônio

sexual masculino já está ultrapassado. A importância de
manter seu nível adequado é cada vez mais comprovada.
O déficit de testosterona é uma causa subjacente para
muitas doenças degenerativas. Os problemas de saúde
relacionados à queda deste hormônio incluem depressão,
doença arterial coronária, colesterol elevado, ganho
de peso abdominal, déficit cognitivo, disfunção, fadiga
imunológica e muitas outras patologias associadas ao
“envelhecer”. A seguir, serão abordados os principais
aspectos desta perigosa deficiência para os homens, como
preservar os níveis adequados apenas com modificações no
estilo de vida, assim como os principais tratamentos para a
reposição deste hormônio.

REVISTA ESSENTIA 73
 TESTOSTERONA E LIBIDO
DEFICIÊNCIA DO HORMÔNIO DIMINUI DESEJO SEXUAL
A estimulação sexual começa no cérebro quando
os neurônios com receptores de testosterona
são solicitados para desencadear uma cascata
de eventos bioquímicos que envolvem nervos,
vasos sanguíneos e os músculos. A testostero-
na livre promove o desejo sexual inicial e facilita
o desempenho físico, bem como o grau geral de
satisfação. Sem níveis adequados do hormônio
livre, a qualidade de vida sexual de um homem é
profundamente afetada. Quando estes níveis são
restaurados, mudanças positivas na libido e de-
sempenho sexual podem ser esperadas.

Com o declínio dos níveis de testosterona, torna-

se mais difícil para o homem a excitação com estí-
mulos sexuais. Homens de meia idade com defici-
ência de testosterona frequentemente se queixam
de que é preciso um nível sustentado de excitação
que lhes permita executar, enquanto em seus
anos de juventude a menor imagem sexual seria
suficiente. Os homens com déficit de testosterona
frequentemente queixam-se de humor deprimido
que os impede até mesmo fantasiar sobre sexo.
Restaurando o equilíbrio hormonal adequado,
pode-se aliviar algumas formas de depressão e
rejuvenescer a vida sexual de muitos homens ido-
sos ou carentes de testosterona. No final dos anos
1930, pela primeira vez pesquisadores adminis-
traram testosterona em homens com deficiência
deste hormônio e foi observada uma recuperação
notável da excitação e atividade sexual.

Estes efeitos da testosterona sobre a libido não são

exclusividade dos homens. As mulheres também
dependem de níveis adequados para otimização
da excitação e libido. Assim, a testosterona é o
hormônio sexual tanto para homens quanto para Efeitos da testosterona sobre a libido não são exclusividade dos homens

mulheres.1;2

74 R E V I S T A E S S E N T I A
OUTRAS AÇÕES MENOS CONHECIDAS
BAIXOS NÍVEIS DE TESTOSTERONA ESTÃO RELACIONADOS À DEPRESSÃO,
DIABETES, ENTRE OUTROS PROBLEMAS DE SAÚDE
SAÚDE CARDIOVASCULAR
Os benefícios da testosterona vão além do sexual.
Muitos estudos têm mostrado uma associação
entre baixos níveis de testosterona e maior preva-
lência de doença arterial e arteriosclerose.3;4;5 Níveis
mais baixos de testosterona também estão associa-
dos à redução da capacidade de bombeamento do
coração. 6 Estudos recentes sugerem que a reposi-
ção deste hormônio pode melhorar os sintomas da
doença da artéria coronária. Um estudo controlado
com placebo em homens com doença isquêmica
do coração e baixos níveis de testosterona revelou
um aumento no tempo de exercício e no tempo de
desenvolvimento de alterações isquêmicas em um
teste de esteira quando suplementados com tes-
tosterona. 7 Outro estudo controlado com placebo
descobriu que 12 semanas de terapia de reposição
de testosterona melhoraram a capacidade de dilata-
ção da artéria braquial em homens com doença da
artéria coronária, sugerindo uma melhoria da fun-
ção endotelial e possível benefício no tratamento da
hipertensão arterial.8 Estes e outros estudos médi-
cos fornecem evidências de que existem benefícios
clínicos da terapia de reposição de testosterona em
homens com doença arterial coronariana. O coração
é um músculo, e nos músculos a testosterona tem
uma ação anabolizante e revigorante.
Uma pesquisa avaliou durante cinco anos o perfil
de 2.416 indivíduos do sexo masculino (com idades
entre 69 e 81 anos) com diferentes níveis fisioló-
gicos de testosterona. Os participantes com maior
concentração hormonal tinham menores taxas de
diabetes, hipertensão e obesidade. Ao final deste
período de estudo, os indivíduos que possuíam o
nível de testosterona acima de 550 ng/dl apresen-
taram em média 30% menos eventos cardíacos e
24% menos derrames. 9
DIABETES
Atualmente o Diabetes tipo 2 atinge proporções
epidêmicas em muitos países. Da mesma forma, a
síndrome metabólica, uma condição marcada pela
resistência à insulina e também responsável pelo
aumento do risco de doenças cardíacas e diabetes,
torna-se cada vez mais prevalente.
Crescente investigação sugere que baixos níveis de
testosterona podem estar intimamente relaciona-
dos com a resistência à insulina e suas respectivas
condições de síndrome metabólica e diabetes. 10;11
Pesquisas recentes sugerem que entre 20% e 64%
dos homens com diabetes têm níveis baixos de tes-
tosterona, e os indivíduos mais idosos parecem ser
mais suscetíveis a estas condições. 12
Níveis mais baixos de testosterona estão associados à redução de bombeamento do coração
Restaurando a testosterona em níveis adequados,
pode-se conferir uma grande variedade de benefí- células de gordura, além de promover sua lipólise
cios para os homens afetados por diabetes tipo 2. (quebra). Dentre os mecanismos de atuação pode-
Dentre os benefícios estão: a melhora da homeos- mos destacar os de maior interesse:
tase da glicose (níveis de açúcar equilibrados), re-
dução da gordura abdominal e otimização da função Inibição do armazenamento de gordura através do
erétil. 13 Da mesma forma, os cientistas acreditam bloqueio de uma enzima chamada lipase. A lipase
que a reposição de testosterona pode ajudar a re- é uma lipoproteína necessária para a absorção da
verter algumas das alterações bioquímicas impor- gordura nas células adiposas do corpo. Quando as
tantes que estão na base da síndrome metabólica, células de gordura são expostas à testosterona, a
tais como a resistência à insulina e a obesidade atividade da lipase é drasticamente reduzida.
central. 14;15
Estimulação da queima de gordura através do au-
COMPOSIÇÃO CORPORAL mento do número de receptores específicos na
membrana da célula adiposa, que libera a gordura
Com a epidemia de obesidade e seu tremendo im- armazenada.
pacto sobre a saúde geral da população brasileira,
cresce o interesse da comunidade médica no papel Aumento da sensibilidade à insulina e melhora do
que a testosterona pode desempenhar na composi- metabolismo de lipídios e carboidratos, ao mesmo
ção corporal. Pesquisas apontam que o hormônio tempo em que reforça o crescimento das fibras
pode afetar de maneira positiva o metabolismo das musculares e diminui os depósitos de gordura.
REVISTA ESSENTIA 75
 Todos estes efeitos são benéficos sobre a composi-
ção corporal, pois aumentam a proporção de massa
magra e reduzem a massa corporal gorda. 16;17
Em um estudo de referência realizado na Suécia em
1991, pesquisadores administraram testosterona
durante seis semanas a um grupo de homens com
sobrepeso. Após o tempo de tratamento, foi ob-
servada a drástica redução da atividade da enzima
lipase lipoprotéica no tecido adiposo abdominal. A
circunferência da cintura e do quadril também dimi-
nuíram em 9 dos 11 indivíduos tratados. 18
Somando-se a estas informações, uma recente
revisão bibliográfica destaca inúmeros ensaios
controlados com placebo, com resultados positivos
no aumento significativo da massa corporal magra
e diminuição da massa gorda após suplementação
de testosterona em idosos. 19 Nestes estudos, as
mudanças mais significativas foram observadas
em participantes com níveis basais baixos de tes-
tosterona e que receberam reposição do hormônio
durante um período superior a 12 meses.
PRÓSTATA
A terapia de reposição de testosterona é uma opção
de tratamento para a andropausa, porém é evitada
por ser historicamente associada ao surgimento de
câncer de próstata clinicamente detectável. Esta
crença, suportada por mais de meio século, tem
sido muito contestada ultimamente por possuir
lacunas científicas importantes.
Uma pesquisa realizada em 2002 indica que a tes-
tosterona é realmente benéfica para a próstata, na
grande maioria dos casos. Neste estudo, os pesqui-
sadores analisaram vários parâmetros, incluindo o
volume da próstata, do antígeno prostático espe-
cífico (PSA) e sintomas do trato urinário em um
grupo de homens com baixa testosterona. Dos 207
participantes, 187 responderam favoravelmente ao
tratamento em quase todos os parâmetros medi-
76 R E V I S T A E S S E N T I A
dos: diminuição da próstata, do PSA e redução dos
sintomas urinários, tais como urgência, frequência,
gotejamento, e noctúria (levantar à noite para uri-
nar). 20
Um estudo recente avaliou a reposição de testos-
terona em indivíduos adultos do sexo masculino, e
os resultados concluíram que “nenhuma alteração
relacionada com o tratamento de testosterona foi
observada histologicamente na próstata, ou nos
biomarcadores teciduais, expressão gênica, ou
aumento da incidência ou gravidade de câncer. Al-
terações relacionadas ao tratamento em relação ao
volume da próstata, PSA, sintomas urinários e fluxo
urinário foram menores”.21
Uma pesquisa realizada
em 2002 indica que a
testosterona é realmente
benéfica para a próstata, na
grande maioria dos casos
A suposição de que a terapia de reposição com
testosterona favoreça o aparecimento de câncer
de próstata finalmente está sendo vista como uma
crença e não como uma verdade científica. Em
um artigo de revisão publicado em 2004 no New
England Journal of Medicine, os autores relatam:
“parece não haver evidência convincente, neste
momento, sugerindo que homens com níveis mais
elevados de testosterona tenham maior risco de
câncer de próstata ou que os homens que este-
jam em tratamento para hipogonadismo (baixos
níveis de testosterona) com testosterona exógena
aumente esse risco”. 22 Esta e outras revisões che-
gam à mesma conclusão: a testosterona não “gera”
câncer, ou aumenta as chances de ter câncer de
próstata.
No entanto, uma vez que a testosterona estimula
o crescimento celular, é possível que esta possa
acelerar o crescimento de um câncer de próstata já
existente. Diante disso, é necessária a realização de
exames laboratoriais para excluir a hipótese de pre-
sença de câncer ativo, como teste de PSA e Ultras-
som Transretal, antes iniciar a terapia de reposição
com testosterona. Este tratamento é contraindicado
em homens com câncer de próstata conhecido.
DEPRESSÃO
A depressão é a principal causa de incapacidade no
mundo. Em um estudo recente realizado na Austrá-
lia em 3.987 homens idosos, os pesquisadores des-
cobriram que aqueles com depressão apresentaram
concentrações de testosterona significativamente
mais baixas do que os homens sem a patologia. 23
Os autores sugeriram que os homens idosos e de-
pressivos podem se beneficiar com a suplementa-
ção de testosterona. Outros estudos têm mostrado
uma melhora nos escores de depressão com terapia
de testosterona em pacientes que não respondem
ao tratamento convencional. 24;25
HABILIDADES COGNITIVAS
Níveis adequados de testosterona parecem ser cla-
ramente benéficos para o funcionamento mental e
verbal no sexo masculino. Vários estudos têm de-
monstrado que a diminuição dos níveis séricos de
testosterona parece afetar a memória verbal em
homens jovens saudáveis. Curto prazo de adminis-
tração de testosterona exerce um efeito benéfico
sobre a memória espacial e verbal e melhora a fun-
ção cognitiva em indivíduos saudáveis.26;27
Assim, sintomas, como diminuição do desejo sexual,
disfunção erétil, humor deprimido e dificuldades de
concentração e memória, podem estar diretamente
relacionados aos baixos níveis de testosterona. É
importante consultar um profissional médico habi-
litado e obter o real panorama fisiológico hormonal.
OTIMIZAÇÃO DOS NÍVEIS DE TESTOSTERONA
AUMENTO DA QUANTIDADE DO HORMÔNIO INCLUI ALIMENTAÇÃO
SAUDÁVEL, EXERCÍCIOS E REPOSIÇÃO, QUANDO NECESSÁRIO
A otimização dos níveis de testosterona requer
uma abordagem multifacetada que inclui mudança
no estilo de vida, nutrição e modificações dietéticas,
suplementos nutricionais e exercícios, bem como a
reposição de testosterona, quando as medidas an-
teriores não alcançarem a melhora clínica desejada.
Para os homens que não produzem testosterona
suficiente, e não aumentam sua produção por me-
didas não farmacológicas e mudanças nos hábitos
de vida, um gel transdérmico de testosterona pode
restaurar seus níveis fisiológicos. A via de absorção
transdérmica é mais indicada que a via oral ou via
parenteral (por injeções). A via oral pode resultar
em rápida intoxicação do fígado e níveis sanguí-
neos descontrolados e inconsistentes. As injeções
podem ser utilizadas, porém produzem picos muito
altos nos níveis sanguíneos seguidos por reduções
importantes (efeito montanha russa), gerando as-
sim mais efeitos colaterais, além de serem mais
dolorosas. O sistema transdérmico, por outro lado,
libera gradualmente a testosterona para a corrente
sanguínea, sendo mais análogo à fisiologia humana
e mais fácil a individualização do tratamento.
Alguns homens convertem (ou aromatizam) a tes-
tosterona em estrogênio (hormônio sexual femini-
no), o que exige o uso de medicações, nutrientes ou
mudanças no estilo de vida para inibir a atividade
da enzima aromatase em excesso (esta enzima é
responsável pela conversão da testosterona em es-
trogênio e está presente principalmente no tecido
gorduroso abdominal) antes de iniciar a reposição
hormonal. Preconiza-se o uso de hormônios com a
mesma estrutura química que produzimos endoge-
namente e geralmente sua molécula padrão está na
forma de base (ex. testosterona base). A ação deste
tipo de hormônio é fisiológica, seus níveis podem
ser quantificados e monitorados adequadamente e
sua ação é previsível.
É importante trabalhar em estreita colaboração com
um médico experiente em reposição hormonal, que
seja acessível e que possa ajustar o tratamento con-
forme a necessidade. Otimização cuidadosa e séria
dos níveis de testosterona com uma avaliação glo-
bal e plano de tratamento podem resultar em me-
lhorias significativas na saúde geral e bem-estar.
DEZ MANEIRAS DE
AUMENTAR NATURALMENTE
OS NÍVEIS DE TESTOSTERONA
Antes de iniciar o tratamento de reposição de tes-
tosterona, ou utilizar fitoterápicos que otimizam
sua produção, pode-se aplicar uma série de medi-
das naturais para aumentar ou otimizar o metabo-
lismo deste hormônio. São elas:
1
Exercícios e perda de pesa são grandes aliados da testosterona
PERDER PESO
A perda de peso em indivíduos obesos pode au- 2 FAZER EXERCÍCIOS DE ALTA
mentar os níveis de testosterona, de acordo com a INTENSIDADE DE PIQUE
pesquisa apresentada na reunião da Sociedade de
Endocrinologia de 2012. Homens acima do peso Exercício intenso de curta distância tem efeito
são mais propensos a ter baixos níveis de testos- positivo comprovado no aumento dos níveis de
terona. O consumo de açúcar processado deve ser testosterona, além de impedir seu declínio. Isso
estritamente limitado, e há indícios que o consumo é diferente de aeróbica ou exercício moderado
deste carboidrato e da frutose são os principais prolongado (exercícios de resistência, como correr
condutores da epidemia de obesidade. A gordura numa mesma velocidade), que demonstraram
abdominal transforma a testosterona em estro- ter efeito negativo nos níveis de testosterona. Os
gênios (por ser rica em aromatase) e, com isto, exercícios de pique são um grande estímulo para
desperdiça-se uma quantidade importante deste produção hormonal como resposta do corpo ao
precioso hormônio masculino. estresse agudo a que foi submetido.
REVISTA ESSENTIA 77
 3 CONSUMIR BASTANTE ZINCO
O mineral zinco é importante para a produção
de testosterona. Um estudo comprovou que seu
consumo na dieta durante seis semanas otimizou
a produção de testosterona entre os homens com
baixos níveis do hormônio. Da mesma forma, a pes-
quisa mostrou que a restrição de fontes alimenta-
res de zinco leva a uma diminuição significativa nos
níveis de testosterona, enquanto a suplementação
com o mineral aumenta e ainda protege os homens
da redução hormonal. A dieta é a melhor fonte de
zinco, juntamente com alimentos ricos em proteí-
nas, como carnes e peixes (principalmente ostras).
Outras boas fontes alimentares de zinco incluem
leite, queijo, feijão e iogurte ou kefir feito com
leite. Pode ser difícil obter a quantidade suficiente
de zinco na dieta vegetariana, em grande parte por
causa de métodos agrícolas convencionais, que
dependem fortemente de fertilizantes químicos e
pesticidas.
4 FAZER EXERCÍCIOS DE FORÇA
(USANDO PESOS)
Além dos exercícios de pique, o treinamento de
força (usando pesos) também é conhecido por au-
mentar os níveis de testosterona, desde que você
esteja fazendo de forma intensa o suficiente. Para
o treinamento de força aumentar a testosterona,
você precisa aumentar o peso e diminuir o número
de repetições, e então se concentrar em exercícios
que trabalham um grande número de músculos,
tais como elevações ou agachamentos. Você pode
“turbinar” seu treinamento com peso, se fizer os
movimentos de forma mais lenta. Desta maneira,
você está realmente transformando-o em um exer-
cício de alta intensidade.
5 OTIMIZAR OS NÍVEIS DE VITAMINA D
A vitamina D, um hormônio esteroide, é essencial
para o desenvolvimento saudável do núcleo da cé-
lula do esperma e ajuda a manter a qualidade do sê-
men e a contagem de espermatozoide. A vitamina
78 R E V I S T A E S S E N T I A
D também aumenta os níveis de testosterona, o que
pode aumentar a libido. Em um estudo, os homens
com excesso de peso que receberam suplementos
de vitamina D tiveram um aumento significativo
nos níveis de testosterona após um ano.
6 REDUZIR O ESTRESSE
Quando você está sob muito estresse, o organismo
libera altos níveis do hormônio cortisol. Este hor-
mônio bloqueia os efeitos da testosterona, presu-
mivelmente porque, do ponto de vista biológico, a
testosterona está associada a comportamentos de
acasalamento. Assim podem ficar diminuídas as
chances de sobrevivência em caso de emergência
(na “luta ou fuga” predomina o cortisol). No mundo
moderno, os níveis de estresse crônico, e posterior-
mente elevados de cortisol, poderiam significar que
os efeitos da testosterona são bloqueados em longo
prazo, que é o que você quer evitar.
7 LIMITAR OU ELIMINAR O AÇÚCAR
DA SUA DIETA
Os níveis de testosterona diminuem depois de
consumir açúcar. Esta substância eleva a insulina,
que por sua vez reduz a produção de testosterona.
Baseado em estimativas do USDA, um americano,
em média, consome 12 colheres diárias de chá de
açúcar, o que equivale a cerca de duas toneladas
durante toda a vida. O consumo de açúcar nos dá
prazer, pois desencadeia um processo inato a nível
cerebral através de sinais de dopamina e neuro-
transmissores opioides. Lembre-se: alimentos
que contêm açúcar e frutose, assim como farinha
refinada (como pão e macarrão), devem ter seu
consumo limitado ou evitado. O uso de álcool, prin-
cipalmente no período noturno, também prejudica a
produção de testosterona.
8 COMER GORDURAS SAUDÁVEIS
Gordura saudável: isso significa não apenas poli-in-
saturadas comuns, como a encontrada no abacate e
nozes, mas também gorduras saturadas, pois estas
são essenciais para a produção de testosterona.
Uma pesquisa demonstrou que uma dieta com me-
nos de 30% da energia como gordura (e principal-
mente a partir de fontes animais, isto é, saturadas)
conduz a uma diminuição da testosterona. É impor-
tante compreender que o corpo necessita de gordu-
ras saturadas de origem animal e vegetal (tais como
carne, laticínios, certos óleos e plantas tropicais
como o coco) para seu ótimo funcionamento, e não
se deve negligenciar este grupo alimentar impor-
tante em favor de açúcar, grãos e carboidratos ricos
em amidos. Falou-se muito mal da gordura satu-
rada por suspeitar que era a principal responsável
pelo aumento do colesterol, depois se observou que
as gorduras realmente nocivas são as trans-satura-
das (frituras de óleos vegetais) e não se recuperou a
importância da gordura saturada saudável, como a
do coco, para a saúde.
9 AUMENTAR A INGESTÃO DE
AMINOÁCIDOS DE CADEIA
RAMIFICADA (BCAA) COMO
WHEY PROTEIN
A pesquisa sugere que o uso de BCAA resulta em
níveis mais elevados de testosterona, em particu-
lar quando tomados juntamente com exercícios.
Enquanto o BCAA está disponível em forma de su-
plemento, você vai encontrar as maiores concentra-
ções de L-Leucina (principal BCAA anabolizante) em
produtos lácteos, especialmente queijos de qualida-
de e na proteína de soro de leite (Whey Protein).
10 CUIDAR DO SEU SONO
A testosterona, assim como a maioria dos hor-
mônios anabolizantes, é produzida durante o sono
profundo. Apneia do sono, pernas inquietas ou ou-
tras causas de insônia podem se manifestar como
uma redução de testosterona. Busca-se sempre
investigar a qualidade e profundidade do sono para
otimizar a produção de testosterona.
PLANTAS AUXILIAM O CORPO
A AUMENTAR PRODUÇÃO OU
METABOLISMO DA TESTOSTERONA
Muitas plantas têm ação benéfica sobre a produção ou sobre o metabolismo da testosterona, sendo
usadas milenarmente como afrodisíacas. Seguem alguns exemplos:

TRIBULUS TERRESTRIS: é a mais popular e conhecida. Seu mecanismo de ação é por aumentar o
hormônio luteinizante (LH), que estimula o testículo a produzir mais testosterona.

FENO GREGO: estudos usando extratos importados de alta qualidade já comprovaram que aumenta
a testosterona livre, deslocando a testosterona de sua proteína carreadora, a Proteína Ligadora de
Hormônios Sexuais (SHBG). Quanto mais testosterona livre, mais atividade exercerá.

URTICA DIOICA: utiliza o mesmo mecanismo do Feno grego.

SAW PALMETO: entre outras ações, bloqueia a conversão da testosterona em dihidrotestosterona (a

forma de testosterona que pode provocar a calvície masculina e hipertrofia da próstata).

GINSENG: mais conhecido como adaptógeno, é um tonificante e melhora a produção de testosterona.

Raiz de Ginseng

O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE A

IMPORTÂNCIA DA TESTOSTERONA NA SAÚDE
A testosterona, principal hormônio masculino, é es-
sencial para a libido e a função erétil, mas também
desempenha um papel crucial no humor, energia,
saúde óssea/arterial e composição corporal.
Os níveis de testosterona diminuem com a idade,
geralmente após os 30 anos. Esta queda hormonal
tem sido associada a doenças cardíacas, depressão,
fadiga, obesidade, diabetes, osteoporose e declínio
cognitivo. Os níveis baixos de testosterona aumen-
tam a mortalidade e o risco de doenças cardíacas
coronárias.
Restaurar testosterona em níveis adequados ofe-
rece uma grande variedade de benefícios para a
saúde, incluindo a saúde do coração, da composição
corporal, humor e memória.
O uso de testosterona com estrutura química
semelhante à endógena não apresenta efeitos ad-
versos sobre a próstata saudável. Este tratamento
pode otimizar a função prostática em homens nor-
mais com baixo nível de testosterona. A utilização
deste tipo de terapia é contraindicada para pacien-
tes com câncer de próstata.
Exames laboratoriais regulares podem auxiliar no
direcionamento da terapia mais adequada para cada
paciente. A otimização dos níveis de testosterona
requer uma abordagem multifacetada que inclui
mudança no estilo de vida, nutrição e modificações
dietéticas, suplementos nutricionais e exercícios,
bem como a reposição de testosterona, entre outras
condutas clínicas quando necessárias.

REVISTA ESSENTIA 79
 DESEQUILÍBRIO DO ESTRADIOL
É O GRANDE VILÃO
Algumas pesquisas demonstram que o desequilí-
brio fisiológico nos níveis de estradiol é bastante
nocivo para o homem: se estiver muito alto, au-
menta a inflamação e a coagulação, levando ao
aumento dos eventos cardíacos 28; se estiver muito
baixo, predispõe à osteoporose e problemas de me-
mória. 29 Quando há testosterona em excesso, ou
gordura abdominal em excesso, existe uma enzima
(aromatase) localizada principalmente no tecido
adiposo que converte a testosterona em estradiol.
Devido a este fator é que emagrecer aumenta a
quantidade disponível do hormônio masculino.
Também é importante fazer o acompanhamento
do nível de estradiol quando estiver fazendo a
suplementação de testosterona. Quando
falta testosterona, o corpo para de fazer
a sua conversão à estradiol.
Pesquisas demonstram que o te-
mido Câncer de Próstata, assim
como a Hipertrofia Benigna da
Próstata, são mais consequências
dos níveis desequilibrados de estra-
diol que de testosterona. 30

CONSEQUÊNCIAS DA DEFICIÊNCIA DE
VITAMINA D E DE TESTOSTERONA
77% (p<0,001) e da mortalidade por todas as cau-
sas em 111% (p<0,001).

3) Deficiência de testosterona E vitamina D resultou

em um aumento da mortalidade não cardiovascular
em 133% (p<0,001).

Estes aumentos de mortalidade devido às defi-

Um novo estudo 31 acompanhou um grande grupo
de homens (2.069) encaminhados para cateteris-
mo, onde foram dosados os níveis fisiológicos de
vitamina D3 e Testosterona Livre (sua forma mais
ativa). Após, correlacionaram a mortalidade com
os resultados laboratoriais encontrados, os quais
seguem:
1) Deficiência de testosterona ou vitamina D resul-
tou em um aumento da mortalidade por todas as
causas em 40% (p=0,002); e mortalidade cardio-
vascular em 60% (p=<0,011).
2) Deficiência de testosterona E vitamina D resultou
em um aumento da mortalidade cardiovascular em
ciências de testosterona e/ou vitamina D (foram
excluídas as outras variáveis entre os grupos, como
obesidade, tabagismo, doença cardíaca prévia...)
demonstra a importância de ser incorporada na
prática cardiológica estes dois exames para avalia-
ção dos pacientes.

80 R E V I S T A E S S E N T I A

TESTOSTERONA
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